Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA AMAZÔNIA REUNIDA CURSO DE DIREITO – 10º B BEATRIZ DE ALMEIDA COSTA CINTHIA LORRANE SOUSA GARCIA EVELLYN BEATRIZ TORQUATO SANTOS YASMIN ALVES VENANCIO AÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C DANOS MORAIS REDENÇÃO- PA 2021 EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ...º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ... CARLOS, nacionalidade, casado, profissão, portador da cédula de identidade nº ..., inscrito no CP nº ..., endereço eletrônico, residente e domiciliado à Rua ..., nº ..., Bairro..., Cidade..., CEP ..., por intermédio de seu advogado que esta subscreve (procuração em anexo), com endereço profissional situado à Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., CEP ..., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor: AÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C DANOS MORAIS, com fundamento nos artigos 5º, X, da CF/88, art. 129, da Resolução Normativa 414/2010, art. 127 do CC e art. 300 do CPC. Em face de ...., pessoa jurídica, concessionária de serviço público, inscrita no CNPJ sob o nº ..., com sede à ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., CEP ..., endereço eletrônico..., pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos. I – DOS FATOS O autor é consumidor da empresa demandada, através da conta contrato nº ..., e reside em uma casa no Condomínio Portal do Sol com sua esposa e sua filha menor. No mês de julho de 2021, foi surpreendido com o valor da conta de energia, bem exorbitante de R$ 16.324,15 (dezesseis mil e trezentos e vinte quatro e quinze centavos), sendo a leitura realizada no dia 15/07/2021 com consumo de 18.536 Kws. No mês seguinte, o valor foi de R$ 1.945,05 (um mil e novecentos e quarente e cinco reais e cinco centavos), a leitura realizada no dia 16/08/2021 com consumo de 391 Kws. Diante disso, a autor verificou e observou que seu consumo médio é de 190 Kws o que não justifica o consumo auferido pela concessionária de energia. Dessa forma, no dia 18/08/2021 a unidade consumidora do imóvel foi vistoriada por funcionários da Concessionária de Energia Elétrica, ocasião em que foi lavrado o Termo de Ocorrência e Inspeção - TOI, no qual constou “defeito na medição, medidor retirado para aferição e que a instalação foi normalizada com a substituição do medidor”. Importante salientar que a inspeção foi realizada sem a presença do Titular da unidade consumidora, ou seja, a pericia no medidor foi feita de forma unilateral, sem que o consumidor pudesse contestar administrativamente. Assim, devido o aumento exorbitante da conta de energia em razão do defeito na medição e não sendo possível resolver administrativamente a questão, não restou outra opção ao autor, senão ajuizar a presente ação. II – DO DIREITO a) DA ILEGALIDADE DO TERMO DE OCORRÊNCIA E INSPEÇÃO Diante da irregular cobrança pela concessionária de energia elétrica, em valor excessivo de R$ 16.324,15 (dezesseis mil e trezentos e vinte quatro reais e quinze centavos), se evidencia a cobrança indevida de energia, tendo em vista que, a Concessionária de Energia Elétrica, ao realizar a inspeção do medidor, não observou o procedimento legal de vistoria, pois, lavrou Termo de Ocorrência e Inspeção – TOI, na ausência do autor de forma unilateral. O procedimento para lavratura do Termo de Ocorrência e Inspeção sujeita-se à normativa expedida pela ANEEL que, determina a emissão do TOI na presença do consumidor, conforme artigo 129, da Resolução Normativa 414/2010: Art. 129. Na ocorrência de indício de procedimento irregular, a distribuidora deve adotar as providências necessárias para sua fiel caracterização e apuração do consumo não faturado ou faturado a menor. §1° A distribuidora deve compor conjunto de evidências para a caracterização de eventual irregularidade por meio dos seguintes procedimentos: I – emitir o Termo de Ocorrência e Inspeção – TOI, em formulário próprio, elaborado conforme Anexo V desta Resolução; (grifo nosso) II – solicitar perícia técnica, a seu critério, ou quando requerida pelo consumidor ou por seu representante legal; (grifo nosso) III – elaborar relatório de avaliação técnica, quando constatada a violação do medidor ou demais equipamentos de medição, exceto quando for solicitada a perícia técnica de que trata o inciso II; (grifo nosso) IV – efetuar a avaliação do histórico de consumo e grandezas elétricas; e V – implementar, quando julgar necessário, os seguintes procedimentos: a) medição fiscalizadora, com registros de fornecimento em memória de massa de, no mínimo, 15 (quinze) dias consecutivos; e b) recursos visuais, tais como fotografias e vídeos. §2° Uma cópia do TOI deve ser entregue ao consumidor ou àquele que acompanhar a inspeção, no ato da sua emissão, mediante recibo. (grifo nosso) Ocorre que, ao emitir o TOI, a Concessionária de Energia Elétrica o fez de maneira arbitrária, vez que, não respeitou o contraditório e a ampla defesa do consumidor. Cumpre destacar que, o medidor fora retirado para aferição, da residência do autor, por funcionários da concessionária, sendo esta conduta manifestamente ilegal, haja vista que, no momento da lavratura do termo não se possibilitou ao autor fazer contraprova da irregularidade diante de sua ausência no acompanhamento da inspeção. À vista disso, não pode a concessionária presumir que a responsabilidade da defeito no medidor é do consumidor, pois não há espaço para presunção de má-fé deste. Desta forma, cabe a Concessionária de Energia Elétrica comprovar fraude no medidor, respeitando os requisitos legais de inspeção e direitos do consumidor, restando o termo insuficiente para embasamento legal mediante as irregularidades na sua emissão. Por isso, considerando o consumo médio do autor de somente 190 Kws e os fatos antes mencionado, se demonstra indevida a cobrança de energia elétrica, pois, o valor compreendido na fatura é visivelmente excessivo, o que não legitima o consumo auferido pelo referida concessionária. b) DA DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO É importante salientar, que a concessionária de energia é a grande responsável, por monitorar toda e qualquer estabilidade e irregularidade da prestação de serviços. Tendo em vista que, houve irregularidade na cobrança do período do mês de julho de 2021 em que consta um valor exorbitante de R$ 16.324,15 (dezesseis mil e trezentos e vinte quatro e quinze centavos), sendo sua leitura foi constada no dia 15/07/2021, com o consumo de 18.536 Kws com o vencimento para o dia 04/08/2021 e no seguinte mês de agosto de 2021, o valor foi referente a R$ 1.945,05 (um mil e novecentos e quarenta e cinco reais e cinco centavos), sua leitura feita no dia 16/08/2021, com seu consumo de 391 Kws com o vencimento para o dia 23/08/2021, considerando que o seu consumo frequente e de 190 Kws, e que se trata de um imóvel pequeno e que reside somente o consumidor, sua esposa e sua filha. Destaca que é direito do consumidor ser ressarcido por valores cobrados e pagos indevidamente, acrescidos de atualização monetária e juros. Isso vale não apenas para a conta do mês corrente, mas dos últimos 36 meses imediatamente anteriores à constatação do erro. Esse direito é garantido pela Resolução Normativa ANEEL nº 414/2010 (Art. 113), que define os direitos e deveres do consumidor de energia. Art. 113. A distribuidora quando, por motivo de sua responsabilidade, faturar valores incorretos, faturar pela média dos últimos faturamentos sem que haja previsão nesta Resolução ou não apresentar fatura, sem prejuízo das sanções cabíveis. É imperioso destacar o direito do autor, na qual requer que seja concedido a inexistênciado débito pela a virtude do dano moral sofrido, bem como a responsabilidade da contraprestação pecuniária exorbitante da regularidade do valor devido. A requerida tem a obrigação de restabelecer a regularização da exorbitante cobrança da dívida, por se tratar de uma cobrança arbitraria e indevida. Nesse sentido, dispõe o artigo 927 do Código Civil: Artigo 927, CC. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Importa demostrar os referidos artigos 186 e 187 do Código Civil: Artigo 186 do CC. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Artigo 187 do CC. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Na medida em que a requerida e responsável pela a obrigação de vistoriar e fazer a manutenção da irregularidade, tal vistoria feita sem a presença do titular da unidade consumidora na qual houve o descumprimento do artigo 129 da Resolução Aneel 414/10, segundo a qual, “na ocorrência de indício de procedimento irregular, dentro outras providências, a distribuidora deve emitir o Termo de Ocorrência e Inspeção, em formulário próprio, devendo cópia deste ser entregue ao consumidor ou àquele que acompanhar a inspeção, no ato de sua emissão, mediante recibo”. c) DOS DANOS MORAIS Tendo em vista a irregularidade da cobrança pela Concessionária de Energia Elétrica, cabe reconhecer a caracterização do dano moral, vez que, a mera cobrança indevida qualifica o dano e gera o dever de indenizar. Além disso, é manifesto a ilegalidade da dívida arbitrada, haja vista que, o consumo foi calculado unilateralmente. Por isso, diante do fundado receio de negativação e suspensão indevida do fornecimento de energia, resta caracterizado o dano moral suportado pelo autor, perante a prática abusiva da concessionária e violação do seu direito a intimidade e a honra, disposto no artigo 5°, inciso X, da Constituição Federal. Desta forma, merece ser fixada a condenação da ré, a título de indenização por danos morais, o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). d) DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA Certamente é notório destacar, que estão presentes os requisitos do art. 300 do NCPC, seja eles, prova inequívoca; verossimilhança da alegação; fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação e reversibilidade dos efeitos da decisão, em que demostram a aplicação da tutela in limine litis. Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. É inquestionavelmente as evidências nos autos provas inequívocas em que demostram que a cobrança feita pela concessionária é exorbitante a da normalidade, onde o periculum in mora se mostra evidentes pelo prejuízo causado à vítima e sua família. III – DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer a Vossa Excelência: a) A procedência total dessa demanda; b) A concessão de justiça gratuita, conforme o art. 98 do CPC, tendo em vista que a parte autora não possui condições financeiras para arcar com custas processuais; c) Conceda liminarmente a antecipação da tutela de urgência, conforme art. 300 do CPC; d) A condenação da parte ré em 20% dos honorários advocatícios; e) Que a parte ré se abstenha de interromper o fornecimento de energia elétrica na unidade consumidora, e se abstenha de incluir seu nome junto aos órgãos de proteção ao crédito; f) Determine a parte ré à realizar uma vistoria na unidade consumidora da autora, para que se adeque com a fatura, conforme média de consumo; g) A condenação da parte ré a pagar R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a título de danos morais. Protesta provar o alegado, por todos os meios de provas admitidos no direito, especialmente por meio de prova pericial, documental e testemunhal, sob pena de revelia. Dá-se à causa o valor de R$ 18.270,20 (dezoito mil e duzentos e setenta reais e vinte centavos). Nestes Termos, Pede e Espera Deferimento. LOCAL... DATA... ADVOGADO..., OAB...
Compartilhar