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Farmacoterapia da Psicose e da Mania

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Farmacoterapia da Psicose e da Mania
Psicose
É um sintoma de doença mental caracterizado por um senso distorcido ou inexistente da realidade.
Os transtornos psicóticos comuns incluem:
· Transtornos de humor ( depressão maior e mania) com características psicóticas
· Psicose induzida por substâncias
· Demências com caraterísticas psicóticas
· Delírio com aspecto psicótico
· Transtorno esquizoafetivo e esquizofrenia
Sintomas positivos
· Delírios: crenças distorcidas ou falsas
· Alucinação: percepções anormais (p.ex. auditivas)
Sintomas negativos
· Afastamento dos contatos sociais
· Anulação das respostas emocionais
Hipótese da dopamina 
· Farmacoterapia da psicose começou com o desenvolvimento da clorpromazina em 1950 e do haloperidol em 1958
· O antagonismo dos receptores D2 pós sinápticos da dopamina era o mecanismo comum que explicava as propriedades antipsicóticas. A teoria foi reforçada pelo alto risco de psicose pelo uso de substâncias que aumentam a dopamina na fenda: cocaína, anfetaminas, L-dopa
Antipsicóticos típicos
· A hipótese da hiperatividade da dopamina levou ao desenvolvimento da primeira classe terapêutica de agentes terapêuticos, atualmente chamados de fármacos antipsicóticos típicos ou de primeira geração
· A hipótese DA não explica os efeitos psicomiméticos dos agonistas de outras vias, visto com o uso de agonistas 5-HT2 de serotonina (produzidas pelo LSD), ou os efeitos da Cetamina, antagonista do receptor glutamato N-metil-D-aspartato (NMDA)
Antipsicóticos atípicos
· Antagonizam o receptor 5-HT2, bloqueiam os receptores D2 menos potentemente do que os agentes antipsicóticos típicos. 
· Também são promissores os medicamentos que almejam o glutamato e os subtipos do receptor 5-HT7, os receptores (GABA) e acetilcolina (muscarínicos e nicotínicos) e até mesmo os receptores de hormônio peptídicos (p. ex. ocitocina)
Usos terapêuticos
Típicos
· Sintomas positivos
· Delírios: crenças distorcidas ou falsas
· Alucinação: percepções anormais (p.ex. auditivas)
Atípicos
· Sintomas negativos
· Afastamento dos contatos sociais
· Anulação das respostas emocionais
Fenotíazinas
· São estruturas tricíclicas
· Seus derivados são obtidos a partir da substituição no átomo de carbono de um dos anéis benzeno na posição 2 (R1) e no átomo de nitrogênio na posição 10 (R2)
Butirofenonas
· Diferem das anteriores por não possuir anel tricíclico
· O Haloperidol ainda é o antipsicótico mais prescrito no mundo. O bemperidol e o droperidol têm propriedades semelhantes
· Pouco sedativas, exceto Droperidol
Diferem das fenotiazinas por possuírem pouco ou nenhuma atividade anti-H1, anticolinérgica ou antiadrenérgica.
Benzamidas substituídas
· Esse grupo relaciona-se quimicamente com o antiarrítmico procainamida
· Uma modificação na molécula produziu a metoclopramida, com ação antiemética importante, porém sem atividade antipsicótica
· A Sulpirida investigada inicialmente na busca antiemética, mostrou tratar-se de droga antipsicótica
Dibenzapinas
· Clozapina
· É considerada um antipsicótico atípico
· Antipsicótico fortemente sedativo e com propriedades relaxantes musculares
· Não produz sintomas extrapiramidais, provavelmente devido à ação anticolinérgica
· Controle hematológico devido incidência de agranulocitose
· Quetiapina
· Estruturalmente relacionado com a clozapina
· Afinidade predominantemente por receptores 5-HT2 em comparação com D2
· Não necessita de controle hematológico
Derivado benzisoxazol
· Rispiridona 
· Caracteriza-se por potente ação bloqueadora dos receptores dopaminérgicos D2 combinado ao bloqueio dos receptores serotominergicos 5-HT2
Derivado tienobenzodiazepínico
· Olanzapina
· Possui afinidade pelos sítios de ligação D1-D4
· Serotoninérgicos 5-HT 2,3,6
· Muscarínicos (M1-M5)
· Adrenérgicos (alfa1)
· Histaminérgico (H1) 
Farmacocinética
· A maioria é altamente lipofílico
· Boa absorção, com baixa biodisponibilidade devido metabolismo hepático de primeira passagem
· A grande maioria possui T1/2 cerca de 20h
· [plasmáticas] em 2-3 horas 
· A eliminação ocorre principalmente através do metabolismo hepático e excreção renal dos metabólitos
· A fase de equilíbrio das [plasmáticas] é alcançada após 4 a 7 dias
· Por se constituírem em drogas altamente lipofílicas, a maioria dos antipsicóticos é sequestrada nos compartimentos lipídicos do organismo, tendo duração muito mais longa do que suas meias-vidas plasmáticas
Efeitos adversos
Propriedades farmacológicas dos agentes para mania
Lítio 
· É o metal mais leves dos alcalinos
· Embora possa substituir o Na+ em um único potencial de ação, ele não funciona como substrato para a bomba de Na+ e, por esta razão, não pode manter o potencial de membrana.
· Hipóteses para o mecanismo de ação
· Possui efeitos limitados sobre a adenilciclase sensível catecolaminas, embora possa influenciar a resposta de autorregulação de 5-HT aos agonistas (facilitaria a liberação se serotonina)
· Parece inibir a inositol-fosfatase, aumentando o IP3 e concentrações celulares de Ca++
· Parece inibir a formação da PKC e GSK-3
· Diminui a expressão gênica de fosfolipase A2 e COX-2
· Farmacocinética
· Absorção quase completa TGI
· [plasmática]:2-4 h
· [LCR] cerca de 40% da [plasmática]
· Eliminação renal 90%
· T1/2: 24 h
· Estado de equilíbrio com 4 T1/2
· Pode levar até 14 dias para eliminação completa renal com uso crônico
· Faixa terapêutica 0,6 – 1,5 mEq/l
Usos terapêuticos
· Transtorno bipolar
· Mania
· Terapia adjuvante na depressão maior resistente ao tratamento
Efeitos adversos
· SNC: 
· temor fino de mãos , convulsões, variação do peso pelo controle central do apetite (-1 a +4 kg)
· Renal:
· poliúria, dano renal com diminuição da Taxa de filtração glomerular
· Endócrino:
· Hipotireoidismo
· ECG: 
· achatamento benigno da onda T
· Pele: 
· dermatite, foliculite
Intoxicação por lítio
· Vômitos
· Diarreia
· Tremor
· Ataxia
· Sedação
· Convulsões
· Coma
		Dibe B. Ayoub

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