Prévia do material em texto
Luciane Martins de Barros Lu cien e M artin s d e B arro s M atem ática n o En sin o Fu n d am en tal I E ducação Infantil Matemática no Ensino Fundamental 1a Edição / Agosto / 2011 Impressão em São Paulo - SP Editora Matemática no Ensino Fundamental I Edição 1 - Setembro de 2012 Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353 B277m Barros, Luciane Martins de. Matemática no ensino fundamental I. / Luciane Martins de Barros. – São Paulo : Know How, 2011 136 p. : 21 cm. : il. Inclui bibliografia 1. Matemática. 2. Ensino fundamental. 3. Educação. I. Título. CDD – 510 Matemática no Ensino Fundamental I Projeto Gráfico, Diagramação e Capa Anne Mango Revisão Ortográfica Célia Ferreira Pinto Apoio Técnico e Editorial Leandro Lousada Coordenadora Pedagógica de Cursos EaD Esp. Maria de Lourdes Araujo Coordenação Geral Nelson Boni Professor Responsável Luciane Martins De Barros 1a Edição: Agosto de 2011 Impressão em São Paulo/SP Copyright © EaD Know How 2012 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. Prezado Aluno A nossa disciplina Matemática no Ensino Fundamental I começa com a importância da matemática como Ciência, funda- mental para o desenvolvimento científico e tecnológico e, sobretu- do, capaz de atuar como transformadora da sociedade. Com esta Ciência cheia de riquezas, continuamos a constatar que os docentes, ainda, carregam para si o fracasso de seus alunos. Na unidade dois, escreveremos sobre as causas desses fracassos e apontaremos soluções que, muitas vezes, dependerá de nós, docentes, reorien- tarmo-nos. Um bom começo para esta reorientação está no con- hecimento profundo dos PCNs para a matemática, que veremos na unidade três, com objetivos claros do que é ensinar, para quem ensinar e como ensinar. Por isso, na unidade quatro, falaremos dos currículos da matemática, como os conteúdos devem ser pensados, procurando quebrar a ideia de linearidade, que tanto prejudica a in- terdisciplinaridade, e que parta de um currículo mínimo. Na unidade cinco, reafirmaremos que o objetivo da Edu- cação Básica ou Fundamental, para o ensino da Matemática, é o desenvolvimento do raciocínio lógico e com o devido mérito a Piaget (estágios sensório-motor, pré-operatório e concreto for- mal) e, atualmente, a Gardner (Inteligências Múltiplas-Aprender com prazer). Falaremos desde o desenvolvimento das estruturas cognitivas com jogos, história, até o uso da resolução de proble- mas para o aprendizado mais eficaz. E, finalmente, na unidade seis mostrando que a Matemática, muitas vezes, não é aprendida porque a criança não sabe interpretar a Língua Portuguesa. Apon- taremos, como uma possível solução para esta relação matemáti- ca-língua materna, melhorar a produção de textos matemáticos. Bons estudos! Apresentação Unidade 01 A importância do Conhecimento Matemático para a Ciência, Tecnologia e Sociedade Unidade 02 O professor de Matemática: desafios na docência no Ensino Fundamental Unidade 03 Os PCN’s e o Ensino Fundamental em Matemática Unidade 04 Abordagens do Currículo da Matemática para o Ensino Fundamental Unidade 05 O desenvolvimento do Raciocínio Lógico-Matemático e a resolução de problemas Unidade 06 A Matemática e a Língua Materna: relações que contribuem para o processo de ensino e aprendizagem Referências Sumário 09 27 43 73 95 131 115 A Importância do Conhecimento Matemático para a Ciência, Tecnologia e Sociedade 1 Caro (a) aluno (a) Seja bem-vindo! Nesta primeira unidade, começamos por destacar a im- portância do conhecimento matemático na história, seja para o desenvolvimento científico tecnológico, como também para o desenvolvimento da sociedade. Há necessidade de que os alunos percebam esta importância para o seu desenvolvimento, como pessoas reflexivas e críticas, e, por fim, descrevemos como a modelagem matemática pode ajudar o professor neste desafio. Bons estudos! Objetivos da Unidade Ao concluir esta unidade, você deverá ser capaz de: • Descrever a importância histórica do conhecimento matemá- tico para a Ciência, Tecnologia e Sociedade; • Reconhecer o conhecimento matemático como aporte cientí- fico para a Ciência e Tecnologia; • Descrever as etapas da modelagem matemática e sua vantagem e desvantagem como prática de ensino. Conteúdos da Unidade 1.1- Introdução histórica. 1.2- A importância da Matemática como aporte científico tec- nológico no ensino. 1.3-Modelagem matemática como prática de ensino/aprendiza- gem. 1.4-Modelagem matemática como prática de ensino/aprendiza- gem para ensino fundamental. 1.1 - Introdução É de consenso que a evolução do conhecimento está intimamente relacionada com a evolução da humanidade, pois na busca da solução dos nossos problemas fomos obrigados a de- senvolver-nos. Como exemplo, no século IV a.C. a demarcação territorial feita pelos agricultores egípcios para redefinir os lotes, após as cheias do rio Nilo, onde as marcações desapareciam, fize- ram com que os egípcios passassem a adquirir novas técnicas para medir e desenhar os terrenos, dando início ao que, atualmente, conhecemos como Geometria, (Geo=terra e metria=medida), que é uma parte do conhecimento da Matemática. 11 12 Nesta pequena introdução, vemos que o conhecimento adquirido na solução dos problemas confunde-se, ou funde-se, com a própria evolução da Ciência Matemática, daí sua impor- tância para a sociedade como um todo. Outro aspecto relevante diz respeito à parte humana, isto é, poder compreender o ponto de partida das ideias, significa melhor compreender o desenvol- vimento das culturas, até aqui, existentes. Outro exemplo, onde a História da Matemática encan- ta-nos é quando falamos do número de ouro. O número de ouro Φ (fi) é um número irracional aproximado a cinco casas deci- mais como sendo Φ=1,618034, e não sabemos ao certo quando surgiu na História, porém sabemos através da escola Pitagórica, que é o número da harmonia nos modelos dos crescimentos de plantas e até mesmo, das falanges dos nossos dedos. O número de ouro foi batizado de Φ (Phi) em homenagem a Phideas, es- cultor que foi encarregado de conceber e construir o Parthenon (figura 1). Vários escultores, pintores enfim, artistas diversos uti- lizaram a proporção áurea na sua arte. Portanto, quando visitamos o Parthenon seja no real ou no virtual percebemos que aquilo que vemos é agradável aos nossos olhos, e que isso se traduz em harmonia interior, porque ali está presente a proporção áurea ou o número de ouro. Figura 1 - Pathernon Grego 13 A B C yx x_+y Φ = AC = BC = x = y (1) CB AB x+yy Φ = 1 + √5 = 1,618034 2 Adolf Zeising, psicólogo alemão, estudioso da mate- mática e filosofia escreveu em 1854: “A Razão Áurea é a lei universal que está contida no princípio fundamental de todas as buscas formativas pela beleza e perfeição nos reinos da natureza e da arte, e que se encontra, como um ideal espiritual supremo, em todas as estruturas, formas e proporções, se cósmica ou individual, orgânico ou inorgânico, acústicos ou ópticos...” Pesquise sobre Leonardo Fibonacci e sua ligação com o número de ouro. Galileu Galilei (1564-1642), físico e matemático italiano que contribuiu em várias áreas do conhecimento, incluindo en- tender quantitativamente a queda dos corpos. Anterior a ele, o Para resolver a equação (1) e encontrar o número de ouro faça x =1 e, então, considere a raiz positiva: 14 Físico, Matemático e Astrônomo, Galileu Galilei nasceu na Itália, no ano de 1564. Durante sua juventude, escreveu obras sobre Dante e Tasso. Ainda nesta fase, fez a descoberta da lei dos corpos e enunciou o princípio da Inércia. Foi um dos principais re- presentantesdo Renascimento Científico dos séculos XVI e XVII. Fonte: http://www.suapesquisa.com/biografias/galileu/ De acordo com KOYRE (91, p.54): “... o telescópio de Galileu não é um simples aperfeiçoamento da luneta “batava”; é construído a partir de uma teoria óptica; e é construído com uma finalidade científica, a saber, revelar a nossos olhos coisas que são invisíveis a olho nu...” mesmo fenômeno foi estudado por Aristóteles, porém Galileu não questionava por que os corpos caem, como fazia Aristóteles e sim “como” caem. Com esta nova formulação para o proble- ma, Galileu encontrou com o auxílio da matemática, a lei que rege a queda dos corpos que é aceita até os dias atuais. Deve-se a Galileu a forma moderna de fazer Ciência através da teoria e experimentação, e também a invenção de instrumentos de ob- servação como telescópio e microscópio. 15 No ano da morte de Galileu, nasce Isaac Newton (1642-1727), físico inglês que formulou e publicou as três leis do movimento em sua obra “Principia”, porém para isto Newton inventou o cálculo diferencial e integral, mais um exemplo de que a Matemática permitiu que avançássemos no entendimento da mecânica celeste, e não só isso, com o advento do cálculo, inúmeras áreas do conhecimento foram e continuam sendo be- neficiadas e, consequentemente, desenvolvidas. Sua obra, “Philosophiae Naturalis Principia Mathematica”, é considerada uma das mais influentes na história da Ciência. Publi- cada em 1687, esta obra descreve a lei da gravitação universal e as três leis de Newton, que fundamentaram a mecânica clássica. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Isaac_Newton Estes exemplos ilustram a importância do conheci- mento matemático para o desenvolvimento da Ciência e tam- bém para a sociedade tecnológica, pois a Matemática passou a significar conhecimento científico, ou seja, para ser científico, necessariamente, deveríamos poder quantificar. Assim, comenta CARAÇA apud PINHEIRO (2003): 16 “... por toda parte, em todos os ramos do conhecimento, há esta tendência para o quantitativo, para a medida, de modo tal que pode afirmar-se que o estado, propriamente, científico de cada ramo, só começa quando nele se introduz a medida e o estudo da variação quantitativa, como explicação da evolução qualitativa...” A Matemática, portanto, é importante para o desenvol- vimento da Ciência, Tecnologia e Sociedade, pois: Conseguimos traduzir a realidade em modelos mate- máticos que nos permitem inferir, prever e tomar decisões. É ponto de partida das inovações tecnológicas que fazem parte de uma sociedade cada vez mais exigente. Permite discutir e propõe reflexões com a sociedade, pois seu significado vai além de gráficos, tabelas e equações. Portanto, a Matemática é uma das disciplinas mais im- portantes na construção do conhecimento e no desenvolvimen- to do raciocínio lógico. Mesmo que seu ensino seja considerado ingrato e, mesmo que, os alunos não percebam sua importância imediata, sua relevância é inquestionável e necessária para o to- tal desenvolvimento do aluno. O conhecimento matemático vai além de o simples calcular, da resolução de problemas, funciona como transformador para a vida das pessoas. 17 1.2 - A importância da Matemática como aporte científico tecnológico no ensino As questões tecnológicas, que nos cercam, serão resol- vidas com alguma ferramenta matemática. Podemos dizer que só esbarramos no avanço tecnológico, se não desenvolvermos as ferramentas matemáticas necessárias para aquela determina- da aplicação tecnológica. Por isso, podemos entender porque a Matemática passou a fazer parte do currículo nas escolas, e o seu entendimento é fundamental para o progresso de um país. Porém, o fato da Matemática ser a gênese de todo avan- ço científico tecnológico, parece não ser suficiente para que seja ensinada à altura de sua importância, pois, raramente, é citada como responsável pela solução da maioria dos problemas en- frentados pela humanidade. A Matemática passou a ser ensinada de maneira mecânica, pronta e acabada. De acordo com D’AMBROSIO (1986, p.40): dominar o conhecimento matemático: “... é essencial ao chamado progresso tecnológico que determinou e determina o desequilíbrio entre as nações, que possibilitou e possibilita conquista e colonização, que causou e causa domínio de uma classe social por outra...” Os alunos de qualquer nível de ensino, com raras exce- ções, conhecem a importância que a Matemática vem acumulando ao longo da história e não percebem sua ligação com problemas do seu dia a dia. Repensar a forma de ensinar a Matemática passa a ser fundamental, para que esta Ciência seja responsável por for- 18 mar alunos mais críticos e não meros repetidores de técnicas. Para ensinar Matemática, seja para qualquer nível, a chave é respeitar as diferenças; é entender como deter- minado conhecimento científico foi produzido para aque- le determinado contexto social e destacar o conhecimento matemático envolvido. Para o aluno, o conhecimento da Matemática deve ser transmitido como sendo: Benéfico, agradável e capaz de resolver problemas seja em Ciência; seja do seu dia a dia, desde que esses proble- mas surjam da sua necessidade. Reflexivo, pois como já foi dito o conhecimento ma- temático está presente em toda inovação tecnológica, mas deve ser capaz de motivar reflexões em toda sociedade, quanto ao uso inadequado dessas inovações como, por exemplo, na degradação ambiental. Segundo PINHEIRO apud SKOVSMOSE (2001, p.116), o conhecimento reflexivo é: “... o conhecimento que se refere à competência de refletir sobre o uso da Matemática e avaliá-lo. Reflexões têm a ver com avalia- ções das consequências do empreendimento tecnológico...” Interativo com outras áreas do conhecimento, apre- sentando situações-problemas adequadas ao nível de ensino, contribuindo para que o aluno desenvolva competências em outras áreas do conhecimento. Você já pensou em ensinar Matemática do ponto de vista de outras disciplinas? Aqui, deixo algumas ideias: Geografia: Função exponencial e o crescimento populacional. Ciências: Geometria e a colmeia de abelhas. 19 1.3 - Modelagem matemática como prática de ensino/aprendizagem Na seção anterior, a ideia de modelagem matemática sur- ge quando admitimos que a interdisciplinaridade é uma forma de aproximar o aluno de questões próximas do seu contexto social, por isso daremos a modelagem matemática um enfoque especial. Modelar matematicamente é uma maneira de afastar- mo-nos da postura tradicional de ensinar. O aluno pode e deve participar trazendo para a sala de aula situações-problema que possam ser exploradas. Para o professor modelar matematica- mente alguma situação exige conhecimentos múltiplos, muito além do que aquele obtido no seu curso de graduação. Muitas vezes, toda a sua formação é exigida, por isso para desenvolver técnicas modernas de ensinar, o professor deve manter-se atua- lizado globalmente, não somente em sua área de atuação. Embora, a modelagem matemática pareça uma técnica nova, não o é, pois estava presente em muitas descobertas cien- tíficas ao longo da história da Ciência. A modernidade que ve- mos na modelagem matemática vem do fato de ser uma prática didática motivadora para os alunos. Segundo SILVEIRA E RIBAS (2004), a modelagem matemática é benéfica, pois provoca: 1) Motivação dos alunos e do próprio professor; 2) Facilitação da aprendizagem. O conteúdo matemático passa a ter significação, deixa de ser abstrato e passa a ser concreto; Física/Biologia/Matemática: Medida do ângulo de rami- ficação das artérias do coração para diminuir a resistência da passagem do sangue 20 3) Preparação para futuras profissões, nas mais diversas áreas do conhecimento, devido a interatividade do conteúdo matemático com outras disciplinas; 4) Desenvolvimento do raciocínio lógico e dedutivo, em geral; 5) Desenvolvimento do aluno como cidadão crítico e transfor- mador de sua realidade;6) Compreensão do papel sociocultural da Matemática, tornan- do-a assim, mais importante. Um exemplo clássico de modelagem matemática apli- cada à física foi o que deu origem a Física Quântica, século XIX, ou ao que chamamos de Física Moderna. No estudo experimental da Radiação do Corpo Negro, as teorias matemáticas existentes não “modelavam” os resulta- dos experimentais obtidos, somente quando admitimos que a luz, também, poderia ser constituída de pequenos pacotes de energia, os “quantuns”, foi possível adequar teoria e experimen- to. Atualmente, estes conceitos estão presentes em aplicações tecnológicas diversas, CDs (Compact Disc), controle remoto, celulares, até eletrodomésticos programáveis. Estude mais sobre o surgimento da Física Moderna, radia- ção do corpo negro, catástrofe do UV (Ultra Violeta) e os benefícios destes conhecimentos para a Ciência e Tecno- logia, nos dias atuais. Fontes: artigo: h t tp ://www.sc i e lo.b r/sc i e lo.php?p id=S0103- -40142000000200013&script=sci_arttext Livro: “Nascimento da Física Quântica, o projeto escola e Cidadania” – PEC Editora do Brasil, 2000. 21 A modelagem matemática surgiu com força na comunida- de científica nacional e internacional, há pelo menos três décadas, sendo considerada então, parte da Educação Matemática, no Brasil. Um dos focos são projetos que visam à integração entre alunos e temas variados, sendo o professor a ponte neste processo. Modelagem, segundo uma definição sem rigor, é algo que se tenta copiar ou imitar. No caso da modelagem matemáti- ca, vejamos o que pensam os pesquisadores: D’AMBROSIO (1986): “Modelagem é um processo muito rico de encarar situações e culmina com a solução efetiva do problema real e não com a simples resolução formal de um problema artificial.” BIEMBENGUT (1999): “Pode ser considerado um processo artístico, visto que, para se elaborar um modelo, além do conheci- mento de Matemática, o modelador precisa ter uma dose significa- tiva de intuição e criatividade para interpretar o contexto, saber discernir que conteúdo matemático melhor se adapta e também ter senso lúdico para jogar com as variáveis envolvidas.” BARBOSA (2001), “a modelagem é um ambiente de aprendi- zagem, no qual os alunos são convidados a indagar, por meio da Matemática, situações provenientes de outras áreas.” BASSANESI (2002): “A modelagem matemática consiste es- sencialmente na arte de transformar problemas da realidade e resol- vê-los, interpretando suas soluções na linguagem do mundo real.” Os autores destacam que a modelagem matemática, por ser uma técnica pedagógica, pode fazer parte do currículo, pois facilitará a interdisciplinaridade; motivará alunos e professores porque a modelagem é um ambiente propício ao ensino e favo- rece a reflexão. Porém, não pode agir isoladamente, devemos ter outras técnicas no apoio da aprendizagem. 22 A aplicação da modelagem matemática é muito bem vinda ao Ensino Fundamental e Médio, pois será um acréscimo para o ensino da Matemática, por que: Visa destacar a importância do conhecimento matemático aos alunos e que possa melhorar sua condição de vida e de todos; Quebra do ensino tradicional, a Matemática pronta e acabada; Desenvolve a criatividade e o interesse dos alunos para a Matemática. Para o professor, além dos desafios inerentes à profis- são, a modelagem matemática exige o desafio maior que é ser o agente transformador, ou seja, aquele que terá a missão de promover mudanças no modo de pensar de jovens alunos, sobre conhecimento matemático ou, simplesmente, conhecimento. Contudo, pensar em mudanças na maneira de ensinar e na ma- neira de aprender Matemática é, obviamente, mais fácil do que implementá-las; quebrar os paradigmas é o desafio tanto para a classe docente como discente. 23 Interação 1.4 - Modelagem matemática como prática de ensino/ aprendizagem para Ensino Fundamental Desenvolver modelagem matemática requer como já dis- semos, criatividade e, também, procedimentos que BIEMBEN- GUT (1999) propôs que pudessem ser agrupados em três etapas: Matematização Modelo Matemático Os alunos entram em contato com o objeto pesquisado. Aplicação do conhecimento mate- mático na situação problema de for- ma significativa. Modelo depois de investigado Dentre os conteúdos matemáticos, a Geometria é enca- rada por muitos docentes como uma área difícil de atuar. Segun- do BARROS (2010): os projetos de ensino da Geometria, desde as séries iniciais, devem estimular o aluno a desenvolver: 1. Noções de referenciais para localizar-se e também localizar pessoas; 2. Entender o movimento conforme a direção; 3. Identificar formas presentes em objetos; 4. Construção de formas. Nestas 4 metas, podemos desenvolver os projetos de modelagem matemática. Vários são os caminhos para os profes- 24 sores. Exemplo: identificar formas presentes em objetos. Etapas da Modelagem: 1. Interação: nesta etapa o professor pode convidar os alunos a observar sua classe e o mobiliário presente, as janelas, portas, carteiras, lixeira etc; 2. Matematização: cálculo do perímetro das janelas re- tangulares, conceitos matemáticos envolvidos: perímetro, para- lelogramos, ângulo reto; 3. Modelo Matemático: o perímetro de uma janela re- tangular é a soma do comprimento de seus lados; 4. Aproximação com a realidade do aluno: se desejar- mos cercar um jardim retangular com 10 metros de comprimen- to por 6 metros de largura, com pedras de 1 m de comprimento, quantas pedras usaríamos? Se cada pedra custar R$25,00 o me- tro, quanto vamos desembolsar? 10m 6m Etapa da Matematização: Perímetro é a soma dos la- dos= 32m, por cada metro, utilizamos 1 pedra, então usaríamos 32 pedras de 1m. Se cada pedra de 1m custa R$ 25,00 reais, gastaríamos 32 x 25,00=R$ 800,00. Contudo, a modelagem matemática esbarra em mui- tos entraves para sua implementação, principalmente, pelo professor, destacamos alguns: Falta de tempo; o tempo da aula é muito pouco; 25 Escolas que resistem a novas ideias; Professores que não apoiam novas metodologias; Falta de preparo dos professores. Pesquise sobre Educação Matemática no mun- do, seus acertos, desafios e áreas de pesquisa. Educação Matemática é assunto da unidade 4. Na unidade 4, veremos as tendências atuais de reformu- lações dos currículos da Matemática, que colocam a resolução de problemas como foco principal para a melhoria desse ensino. Portanto, propor projetos em modelagem matemática significa propor resoluções de problemas e, com isso compactuar com as tendências atuais para o ensino da Matemática. Exercícios 1. Descreva com suas próprias palavras a importância da Matemática para a Ciência, Tecnologia e Sociedade. 2. Pesquise em sites ou livros aplicações tecnológicas que tiveram desenvolvimento com a ajuda da Matemática. 3. Após refletir sobre o conceito de modelagem mate- mática dos vários pesquisadores, escreva sobre o conceito do seu ponto de vista. 4. Pesquise os pontos positivos e negativos da modela- gem matemática. 5. Escreva quais os desafios que o docente encontra para a aplicação da modelagem matemática. 6. Faça um projeto de modelagem no nível fundamen- tal em Ciências: “Pressão do ar.” O Professor de Matemática: Desafios da Docência no Ensino Fundamental 2 Caro (a) aluno (a) Seja bem-vindo! Nesta segunda unidade, refletimos sobre a formação do professor do ponto de vista da portaria 1518/2000, que ver- sa sobre suas competências e alterações curriculares nos proje- tos pedagógicos para os cursos de formação do professor e em particular do professor de Matemática no Brasil. Com o pare- cer 1302/2001, em seguida analisamos os desafios do ensino/ aprendizagem da Matemática. Bons estudos! Objetivos da Unidade Ao concluir esta unidade, você deverá ser capaz de: Entender os caminhos que levaram a publicação da portaria 1518/2000; Classificar as mudanças curriculares para os cursos de formação de professor; Enumerar os desafios no ensino-aprendizagem da Matemática. Conteúdos da Unidade 2.1-A formação do professor de Matemática no Brasil. 2.2-Problemas no ensino-aprendizagem da Matemática 2.1 A formação do professor de Matemática no Brasil É inegável a importância do professor para a Educação, mesmo com a crescente inovação tecnológica no jeito de ensi- nar, principalmente com o ensino a distância, o papel do pro- fessor continua significativo e fundamental. Nesta modalidade de ensino, existem os professores conteudistas e os professores tutores. Segundo D’AMBROSIO (1996 p.79): “... nada substituirá o professor. Todos esses serão meios auxilia- res para o professor...” 29 30 A Matemática sempre demonstrou ser um conheci- mento relacionado com a capacidade das pessoas, entendê-la significou até um tempo atrás ter respeito e poder dentro da escola, por isso o professor de matemática era enxergado como um ser diferente dos demais, hoje o que se espera do professor de matemática ou de qualquer disciplina, é que este não seja um mero transmissor de conhecimento. Segundo FIORENTINI (2001) e LOPES (2003), as pesquisas mostram o quanto é importante que o professor de Matemática passe a ter uma postura reflexiva-investigativa- -colaborativa, para que possa definir o que é melhor e o mais importante no ensino da Matemática, contudo as pesquisas também mostram que a forma de ensinar está relacionada com a vivência profissional do professor. No cotidiano de um professor quer seja de Matemática ou outra disciplina, percebe-se um acúmulo ao longo dos anos de conhecimentos teórico-prático que, segundo VARANDAS (2003 p.163), o professor de matemática: “... deve ser capaz de realizar as atividades profissionais próprias de um professor e identificar-se pessoalmente com a profissão...” Em nosso país, formar bem um professor ainda é de- safio da maioria das instituições de ensino superior, públicas e privadas (IES). Embora, saibamos do caminho que temos que percorrer, ou seja, dar ênfase nos conhecimentos específicos e pedagógicos e na educação continuada, o panorama qualitativo da formação de um professor, ainda, é muito desanimador. Os problemas mais comuns, que enfrentamos na forma- 31 ção do professor de Matemática, segundo GOULART (2007) são: “... subordinação das licenciaturas aos cursos de bacharelado: a for- mação acadêmica preponderante, o foco no exercício da docência da disciplina, a concentração no desenvolvimento de teorias pela trans- missão de conhecimentos, assim como a dicotomia entre saberes mate- máticos e os saberes pedagógicos, entre outros...” O processo de formação do professor só foi mudado na década de 90, quando o Ministério da Educação e Cultura (MEC) junto com o Conselho Nacional de Educação (CNE) elaboraram normas para a formação inicial e continuada para o professor. Estas normas previam formas de articular elementos da prática pedagógica com as muitas ações profissionais do professor. Este projeto inovador do Estado, citado na Lei de Di- retrizes e Bases (LDB), Lei 9394/96, de formação para qualquer profissional da Educação possuía na base, para isso visava a re- novação curricular e melhorias na articulação teórico-prática, descartando, definitivamente, os cursos de formação anteriores. “... os princípios de liberdade têm por finalidade o pleno desenvol- vimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho...” Pesquise sobre os cursos de for- mação dos anos 1960, 1970 e 1980 A partir do ano de 1990, as melhorias para a qualida- de na Educação do Brasil foram impulsionadas pela aprovação da LDB, com a criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais 32 No ano 2000, temos a publicação da portaria SESU/ MEC 1518, dando diretrizes para os cursos de formação, para garantir a identidade do professor, que diz: “... O curso de licenciatura destina-se à formação do profissio- nal docente para atuar: no magistério dos anos finais do En- sino Fundamental; no magistério do Ensino Médio. Propõe-se à formação de um professor que articule os saberes que definem sua identidade profissional: saber-conhecimento dos conteúdos de formação: específico, pedagógico, integrador; saber pensar-refletir sobre sua própria prática profissional; saber intervir-saber mu- dar/ melhorar/transformar sua própria prática...” Percebemos nestes objetivos todo aspecto integrador da formação das competências do professor para que este desempe- nhe seu trabalho, desde os níveis de ensino para sua atuação, ou seja, o Fundamental e Médio; o conhecimento específico do conte- údo do ensino Fundamental e Médio; o desenvolvimento de estra- tégias de ensino, mudanças que possam a vir a ser necessárias etc. a) prevê ações em todas as fases do ensino formal, das creches à pós-graduação; b) cria indicadores de qualidade que combinam desem- penho em provas com dados de repetência e evasão; c) prioriza a Educação Básica; d) pretende investir na formação e na melhoria das con- dições de trabalho do professor. (PCNs), e mais recentemente, com o Plano de Desenvolvimen- to da Educação (PDE) (2007) que: 33 Observamos, também, que saber pensar-refletir, saber inter- vir ressalta a ética que o profissional deve adquirir na sua formação, para que possa exercer no seu trabalho. Segundo ARROYO (2001): “... não existe transformação social sem a transformação pessoal, o mundo da profissão docente é um lugar de realizações, nele o professor deve estar comprometido com um projeto de vida que o torne solidário com ele mesmo e com os outros que o cercam...” Os cursos de licenciaturas passaram por mudanças, e, ainda, citando a portaria 1518/2000 apud GOULART (2007): definiu qual seria a estrutura curricular que garantisse formação para a prática com qualidade do docente, descrita acima. A es- trutura curricular para os cursos: a) Conhecimentos dos conteúdos específicos da área de atuação: Esses conteúdos devem ser desenvolvidos atendendo ao princípio de que o professor é um sistematizador e facilitador de ideias e não uma fonte principal de informação para os estudantes; Os conteúdos deverão ser tratados de forma dinâmica e flexível, adaptados às necessidades e aos interesses institucio- nais e regionais, desenvolvendo-se, entretanto, a partir de um conjunto básico de conhecimentos e considerando as respecti- vas abordagens metodológicas de ensino; A organização dos conteúdos deverá evidenciar equi- líbrio entre atividades teóricas e práticas e contribuir para o de- senvolvimento crítico-reflexivo dos alunos. b) Conhecimentos básicos à compreensão crítica da escola e do contexto sociocultural: 34 Estudos que fundamentam a compreensão da socie- dade, do homem, da educação e do professor, abrangendo aspectos filosóficos, históricos, políticos, econômicos, socio- lógicos, psicológicos e antropológicos; Estudos sobre a escola como espaço de organização e desenvolvimento do trabalho pedagógico. c) Conhecimentos que compõe a abordagem pe- dagógica da docência: Conhecimentos didático-metodológicos relativos aos conteúdos específicos do exercício da docência: aproveitamento dos conhecimentos espontâneos trazidos pelos alunos; relação professor-aluno; organização do espaço de ensino e de aprendi- zagem; currículo; atendimento às diferenças; estratégias e proce- dimentos de ensino; avaliação da aprendizagem; Conhecimento das transposições didáticas dos conte- údos específicos para os níveis de ensino Fundamental e Médio; Conhecimento das inovações tecnológicas da comu- nicação e informação e de sua aplicabilidade às situações de aprendizagem. d) Prática pedagógica: A prática pedagógica deve ser desenvolvida por meio de projetos propostos pelas diferentes disciplinas/núcleos do currículo. Tais projetos constituem-se em espaços de integração teórico-prática do currículo e em instrumentos de aproximação gradativa do aluno à realidade social, econômica e pedagógicado trabalho educativo, resultante da ação coletiva, fruto do pro- jeto acadêmico da Instituição de Ensino Superior (IES); A prática pedagógica deve ser vivenciada ao longo do curso, iniciando-se no primeiro ano, em espaços educativos es- colares e não escolar, garantindo a inserção do aluno no contex- 35 to profissional e totalizando 800 (oitocentas) horas, conforme resolução 01/99 CES/CNE. (Portaria 1518/2000) Na área da Matemática, a formação do profissional divide-se em bacharelado, onde a preocupação está na aquisição sólida do conhecimento e na licenciatura, mais voltada para a va- lorização das relações humanas. Mas, as características do aluno egresso no curso de licenciatura em Matemática estão em: ...visão de seu papel social de educador e capacidade de se inserir em diversas realidades com sensibilida- de para interpretar as ações dos educandos; visão da contribuição que a aprendizagem da Matemática pode oferecer à formação dos indivíduos para o exercício de sua cidadania; visão de que o conhecimento mate- mático pode e deve ser acessível a todos, e consciên- cia de seu papel na superação dos preconceitos, tra- duzidos pela angústia, inércia ou rejeição, que, muitas vezes, ainda estão presentes no ensino-aprendizagem da disciplina. (Parecer 1302/2001) Pesquise sobre as diferenças principais entre o perfil do bacharel e do licenciado em Matemática no Brasil. O professor licenciado em Matemática ou de qualquer disciplina sempre deverá buscar formação ao longo de sua car- reira, pois tornar-se professor é um processo longo e contínuo, pois como já dissemos seu perfil deve ser multidimensional, atender a todas as transformações da sociedade com metodo- 36 logias, que ele mesmo repensou e que se adaptem as mudanças. Sobre isso, escreve MIZUKAMI (1996): “... A necessidade de lidar com uma clientela cada vez mais plural, do ponto de vista cognitivo, social, cultural, étnico e linguístico, exige dos professores um conhecimento maleável e atualizado dos conte- údos e de metodologias de ensino facilitadoras do aprendizado...” Concluímos que as IES, no seu trabalho de formação de professores, devem: Valorizar a reflexão sobre a importância de ensinar e do que ensinar; Incentivar a inserção da Matemática nos outros cam- pos dos saberes, ou seja, promover a interdisciplinaridade; Motivar projetos didáticos que favoreçam a aprendi- zagem, e que se adaptem à realidade em constante mudança. 2.2 Problemas enfrentados no ensino/ aprendizagem da Matemática Desde que era aluna na década de 70, a Matemática já era vista como uma disciplina que sempre causava terror e que seu entendimento era privilégio dos “mais inteligentes”. Este quadro ao longo dos anos foi complicando-se e, hoje, temos altos índices de reprovação no Ensino Fundamental, passando pelo Ensino Médio e Superior. Isto faz com que o ensino de Matemática seja preocupante para a classe docente e administra- tiva. Mas, afinal qual a função de um professor? De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (1996), artigo 13: 37 Artigo 13 - Os docentes incumbir-se-ão de: I. Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II. Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; III. Zelar pela aprendizagem dos alunos; IV. Estabelecer estratégias de recuperação dos alunos de menor rendimento; V. Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar, integralmente, dos períodos dedi- cados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvi- mento profissional; VI. Colaborar com as atividades de articulação da es- cola com as famílias e a comunidade. Vemos que as seis missões do professor, para a LDB, incluem desde um professor formal, aquele que planeja, que es- tabelece metas para o ensino, que propõe estratégias para alunos com baixo rendimento, até estar envolvido com a comunidade escolar dentro e fora da escola, ou seja, colocando em prática o projeto político-pedagógico da escola. Para a LDB, não se faz di- ferença entre especialidades, todos devem estar engajados em um projeto educacional, que tem como objetivo principal o ensino. O ensino está, muitas vezes, relacionado com aquele que ensina: o professor. Neste sentido, CHALITA (2003) escreve: “... O professor só conseguirá fazer com que o aluno aprenda, se ele próprio continuar a aprender. A aprendizagem do aluno é, indiscutivelmente, diretamente proporcional à capacidade de aprendizado dos professores. Essa mudança de paradigma faz com que o professor não seja o repassador de conhecimento, mas 38 orientador, aquele que zela pelo desenvolvimento das habilidades de seus alunos. Não se admite mais um professor mal formado ou que pare de estudar...” Na minha perspectiva, o mais preocupante não são as porcentagens de reprovações e metas não atingidas, mais sim o fato do aluno não querer estudar Matemática; não reconhecer a importância para sua vida e, acima de tudo, não enxergar a beleza, enfim que a Matemática não faz nenhum sentido e, por outro lado, a má formação do professor. Porém, toda a problemática envolve três atores: Aluno-Professor-Matemática. Sobre o professor (VAS- CONCELOS, 2009 p.30), diz “... Do ponto de vista docente, os professores mostram-se, igual- mente, descontentes, queixam-se dos programas que são grandes, pouco flexíveis, demasiado abstratos. Não sabem como interessar os seus alunos. E, além disso, sentem-se isolados, com poucas oportunidades para discutirem com os colegas ou para conhece- rem as experiências mais interessantes que, apesar de tudo, vão realizando-se. Para muitos professores cada vez menos agrada o que fazem; os resultados do seu trabalho, o modo como os alunos reagem àquilo que eles lhes ensinam...” Ainda, citando VASCONCELOS (2009): para que o processo ensino/aprendizagem ocorra da melhor maneira pos- sível, convém ao professor: “... Conhecer o nível intelectual e as informações que os alunos já possuem; 39 Conhecer a proveniência social dos alunos, evitando conflitos Es- cola/Meio; Utilizar estratégias condizentes ao interesse dos alunos (fazendo uso da motivação contínua); Fornecer um feedback aos alunos pela avaliação formativa oral e escri- ta, que deve estar onipresente no processo de ensino/aprendizagem...” Outro aspecto desta problemática é que o aluno vai “progredindo” nas séries, sem conhecimento suficiente para isso, sendo assim as dificuldades aparecem também na parte emocional do aluno, que se acha incapaz de aprender o que está sendo proposto, porque não assimilou o conhecimento anterior. Sobre isso, PAZ Jr (2009) complementa: “... que o professor deve ter consciência de que determinados concei- tos, tornados evidentes para ele, nem sempre são claros para os alu- nos; quando esses conhecimentos não são absorvidos pelos discentes, não se pode avançar para matérias mais complicadas...” O fato do aluno não aprender, também, está previsto na LDB, e é missão do professor propor novas metodologias e recuperações paralelas para que a aprendizagem ocorra, princi- palmente, na disciplina de Matemática, onde as dificuldades são enormes. O que não se pode é assumir a postura de detentor de todo o saber e subestimar o aluno. Para PIAGET apud VASCONCELOS (2009): “... a aprendizagem mais eficiente ocorre quando o professor combina a complexidade da matéria com o desenvolvimento cognitivo dos seus educandos, tendo em mente que nem todos os alunos de uma turma 40 estão no mesmo ponto do seu desenvolvimento intelectual...” Concluindo: o professor de Matemática da Educação Básica, para a melhoria de sua prática docente, deverá preocupar- -se em estar num processo de educação continuada; reconhecer as capacidades e habilidades do aluno; desenvolver o pensamento crítico e reflexivo, atividades de socialização, para que o mesmo seja capaz de transformar-se e, com isso, inferir em sua sociedade. Exercícios 1. Escreva a evoluçãodas políticas públicas em Educa- ção no Brasil, desde 1960 até hoje. 2. Faça uma análise crítica dos objetivos do Plano Na- cional de Educação, citado no texto. 3. No texto, apresentamos algumas dificuldades na for- mação do professor de Matemática. No seu ponto de vista, quais soluções poderiam ser propostas? 4. Discuta segundo a portaria 1518/2000, as mudanças curriculares para os cursos de formação de professores. 5. Quais as principais dificuldades encontradas pelo professor para ensinar Matemática? E quais as dificuldades que os alunos encontram para entender o conteúdo matemático? 6. Qual a postura do professor diante do fracasso esco- lar do aluno segundo a LDB? Reflita sobre possíveis estratégias de ensino para a melhoria do ensino da matemática.