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METODOLOGIA DO ENSINO DA MATEMÁTICA Professora Esp. Genilda de Lourdes Maurício Guimarães REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Geani Andrea Linde Colauto DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling Caroline da Silva Marques Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Eduardo Alves de Oliveira Jéssica Eugênio Azevedo Kauê Berto Marcelino Fernando Rodrigues Santos PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO André Dudatt Carlos Firmino de Oliveira Vitor Amaral Poltronieri ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO Carlos Eduardo da Silva DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos Yan Allef FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP G963m Guimarães, Genilda de Lourdes Maurício Metodologia do ensino da matemática / Genilda de Lourdes Maurício Guimarães. Paranavaí: EduFatecie, 2022. 118 p. 1. Matemática -Estudo e ensino. 2. Matemática - História. 2. Livros didáticos – Matemática. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. CDD:23.ed. 372.2 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9 /1577 As imagens utilizadas neste material didático são oriundas dos bancos de imagens Shutterstock . 2022 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2022. Os autores. Copyright C Edição 2022 Editora Edufatecie. O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. https://www.shutterstock.com/pt/ 3 AUTORA Professora Genilda de Lourdes Maurício Guimarães ● Especialista em Didática e Metodologia do Ensino. ● Graduada em Licenciatura em Matemática. ● Tempo de atuação como professora no Estado do Paraná: 40 anos. ● Disciplina de Matemática para as turmas de 1º e 2º graus. ● Professora Conteudista do Curso de Licenciatura em Matemática no Ensino a distância (UniFCV/UniFatecie). 4 Olá, caro(a) acadêmico(a)! Seja bem-vindo(a) à disciplina de Metodologia do Ensino da Matemática, para o curso de Licenciatura em Matemática. Você já venceu algumas etapas de seu curso e chegou até aqui, meus parabéns! Os objetivos de aprendizagem da disciplina são: ● Estudar as considerações sobre a história da matemática. ● Analisar o conhecimento matemático, no qual será abordado sobre as teorias de aprendizagem, epistemologia genética e construção do pensamento mate- mático e a construção do conceito de número. ● Estabelecer a importância do ensino da matemática na educação básica. ● Conhecer as principais tendências de ensino e aprendizagem da matemática. ● Analisar as tendências da Educação Matemática, sendo elas: as resoluções de problemas, as atividades investigativas, a etnomatemática, a modelagem matemática e as tecnologias educacionais. ● Conceituar e contextualizar o histórico do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). ● Estudar o guia do livro didático, bem como ocorre o procedimento para escolha da obra e critérios de avaliação do livro didático de Matemática. ● Abordar a importância dos livros paradidáticos no ensino. ● Conceitos e Definições de Políticas Públicas para o Ensino da Matemática. ● Abordar o campo de estudo da Base Nacional Comum Curricular para a Área de Matemática. ● Estabelecer a importância das avaliações. ● Para compor este material, organizamos uma introdução, seguida de quatro unidades criteriosamente analisadas, selecionadas para dar sustentação à pre- sente discussão, conclusão, referências, leituras complementares, indicações de livros, filmes, entre outros. APRESENTAÇÃO DO MATERIAL 5 ● Unidade I, intitulada “História da Matemática”, com os subtópicos: Considera- ções sobre a história da matemática; Conhecimento matemático; Ensino da Matemática. ● Unidade II, intitulada “Tendências de ensino e aprendizagem da Matemática”, com os subtópicos: Resolução de problemas; Atividades investigativas; Etno- matemática; Modelagem Matemática; Tecnologias Educacionais. ● Unidade III, intitulada “Livros didáticos e paradidáticos”, com os subtópicos: Pro- grama Nacional do Livro Didático (PNLD); Guia do Livro Didático e procedimento para escolha da obra e critérios de avaliação do livro didático de Matemática; Livros paradidáticos no ensino ● Unidade IV, intitulada “Políticas Públicas para o Ensino da Matemática e as avaliações”, com os subtópicos: Matemática e políticas públicas; Base Nacional Comum Curricular - BNCC; Avaliações. Lembre-se, caro(a) estudante, que o texto apresentado não irá esgotar todas as possibilidades de pensar e refletir acerca das temáticas abordadas ao longo da disciplina, mas irá iniciar momentos importantes e oportunos para a compreensão das análises reali- zadas acerca das temáticas propostas. Pensamos que, para além do texto em si, você, estudante, poderá explorar as sugestões de leitura na Filosofia da Matemática. Bom estudo! Sucesso! Professora Genilda de Lourdes Maurício Guimarães SUMÁRIO 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Considerações sobre a história da Matemática; • Conhecimento matemático; • Ensino da Matemática. Objetivos da Aprendizagem • Estudar as considerações sobre a história da matemática; • Analisar o conhecimento matemático, no qual será abordado sobre as teorias de aprendizagem, epistemologia genética e construção do pensamento matemático e a construção do conceito de número; • Estabelecer a importância do ensino da matemática na educação básica. 1UNIDADEUNIDADE HISTÓRIA HISTÓRIA DA MATEMÁTICADAMATEMÁTICA Professora Esp. Genilda de Lourdes Maurício Guimarães 8 Prezado(a) acadêmico(a), Seja bem-vindo(a) à Unidade I da disciplina de Metodologia do Ensino da Matemática, para o curso de Licenciatura em Matemática. Nesta primeira unidade, intitulada “HISTÓRIA DA MATEMÁTICA”, estudaremos sobre as considerações sobre a história da matemática, o conhecimento matemático e o ensino da Matemática. Escrever esta unidade é uma tarefa que se impõe como necessária perante o desen- volvimento da Educação Matemática, vista tanto como região de inquérito quanto como área de atuação de profissionais que trabalham o ensino de Matemática, objetivando assim com a formação de cidadãos capazes de raciocinar criticamente em contextos socialmente definidos. Ao longo da unidade são tratados aspectos importantes para a matemática, como: estudar as considerações sobre a história da matemática, analisar o conhecimento mate- mático, no qual será abordado sobre as teorias de aprendizagem, epistemologia genética e construção do pensamento matemático e a construção do conceito de número, e por fim, estabelecer a importância do ensino da matemática na educação básica. Espero que estes textos colaborem para a sua melhor compreensão sobre o tema de nossa primeira unidade. Boa leitura! INTRODUÇÃO UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Caro(a) acadêmico(a), neste primeiro tópico abordaremos breve considerações sobre a história da matemática. No período do descobrimento do Brasil, o ensino era considerado quase um direito especial dos padres da Companhia de Jesus. Em 1549, chegou ao Brasil o primeiro grupo de jesuítas, juntamente com Tomé de Souza, o primeiro governador-geral. A primeira escola elementar foi criada em Salvador por seis padres e com a liderança de Manuel de Nóbrega, a partir de então, os jesuítas expandiram a rede de educação com a fundação de escolas em Ilhéus, Porto Seguro, Espírito Santo, São Vicente e São Paulo de Piratininga e dos co- légios estabelecidos na Bahia, Rio de Janeiro, Olinda, Maranhão, São Paulo e nas demais regiões. (GOMES, 2012). No que se refere aos conhecimentos matemáticos, as escolas elementares aborda- ram o estudo das operações básicas - adição, subtração, multiplicação e divisão - e o ensino da escrita dos números decimais. Já nos colégios, o ensino ofertado era secundário - atuais anos finais do ensino fundamental e ensino médio -, voltado para as humanidades clássicas com ênfase no estudo do latim. Eram poucos os espaços para os saberes relacionados à matemática e os jesuítas dispunham de muitos livros da área, no entanto, os estudos correlatos eram pouco desenvolvidos na gestão jesuíta. Porém, com a expulsão desse grupo religioso em 1759, os 17 colégios por ele administrados foram fechados, restando poucas instituições de ensino militar e escolas coordenadas por outras ordens religiosas. (GOMES, 2012). 1 CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA TÓPICO Em 1772 o Marquês de Pombal regulamentou as chamadas aulas régias, nas quais, de forma isolada, dava-se prioridade ao ensino da gramática, do grego, do latim, da retórica, da filosofia e, por fim, das disciplinas referentes à matemática, sendo elas: álgebra, aritmética e geometria. Esses eixos da matemática eram estudados separadamente e, ainda, era difícil encontrar profissionais que ministraram tais conteúdos. (GOMES, 2012). Em 1798, foi criado o Seminário de Olinda, no qual enfatizava a importância do ensino de temas científicos e matemáticos, apresentando uma estrutura fundamentada em uma sequência de conteúdos, reunião de estudantes em classe e duração de cursos com base num planejamento prévio. (SAVIANI, 2007). Em 1808, ocorreram mudanças perceptíveis no Ensino da Matemática, com a che- gada de D. João VI, no qual foram implantadas diversas instituições educacionais e cultu- rais, entre elas as Academias Reais da Marinha e Militar, em 1808 e 1810, respectivamente, ambas no Rio de Janeiro, estabelecidas com o objetivo de formar engenheiros militares e civis e ofertar cursos de Agricultura, Cirúrgica e Química, a escola Real de Ciências, Ofícios e Artes, criadas em 1816, e o Museu Nacional fundado em 1818. (GOMES, 2012). Após a Independência do Brasil, em 1822, veio a Constituição de 1824, que vigo- rou por todo o período imperial. Nessa primeira Constituição do Estado livre, garante-se a instrução primária gratuita para todos os cidadãos brasileiros. No entanto, somente em 1827 foi homologada a lei que colocou em vigor a existência de escolas de primeiras letras (que pressupunham o ensino de Matemática, visto que significava “ler, escrever e contar”) em todas as regiões com certo número de pessoas, porém, as instituições deveriam fazer distinção de educação para meninas e meninos. (GOMES, 2012). 10UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA Você sabia que o currículo nas escolas de meninos era composto de leitura, escrita, algoritmos das qua- tro operações aritméticas, frações ordinárias, proporções, números decimais, noções de geometria, moral cristã, gramática da língua nacional e doutrina católica. Já nas escolas para meninas, que eram implantadas apenas em regiões mais populosas e dirigidas por professoras, a geometria e as frações ordinárias eram substituídas no currículo pelo ensino de práticas indispensáveis para a economia doméstica. Fonte: Veiga (2007). Mesmo com as diversas reformas que alteraram o plano de estudos do Imperial Colégio de Pedro II, fundado em 1837, as disciplinas de Álgebra, Aritmética, Geometria e mais tarde de Trigonometria estavam presentes. Essa especificidade fez com que esse colégio passasse a ser considerado a instituição-modelo para o ensino secundário no Brasil - aqui caro(a) estudante já explicamos esta nomenclatura do ensino secundário no início do tópico, você lembra?! Durante o período do Império, apenas o público masculuno frequentava a instituição. Por volta de 1880, algumas mulheres começaram a frequentar o estabelecimento; em 1887, a primeira mulher recebeu o diploma de médica no Estado do Rio de Janeiro, sendo a única da turma. (VEIGA, 2007). Em 1889, cerca de 85% da população era analfabeta, já em 1890 Benjamin Constant foi responsável pela reforma do ensino - que pressupunha a quebra da tradição literária e huma- nista do ensino secundário por meio da adoção de um currículo que privilegiava as disciplinas matemáticas e científicas. Nessa mesma época, o Colégio Pedro II passou a ser denominado Ginásio Nacional. A frequência ao ensino secundário deixou de ser obrigatória para o ingresso em faculdades. No entanto, para o acesso ao ensino superior, era necessário mostrar conheci- mentos em álgebra, aritmética, geometria e trigonometria. (ROMANELLI, 2001). A partir de 1920, com o movimento pedagógico denominado Escola Nova, ocorre- ram mudanças na educação primária (na atualidade, anos iniciais do ensino fundamental) e na formação de professores. Essa nova iniciativa buscava promover ações que vinham sendo desenvolvidas nos Estados Unidos e na Europa desde o século XIX: o princípio da atividade e o princípio da introdução da escola em situações da vida real. Esses atos promoveram mudanças no ensino dos anos iniciais, com reflexos na abordagem da Ma- temática. Como forma de garantir as novas diretrizes pedagógicas adequadamente, em 1929, foi fundada em Minas Gerais a Escola de Aperfeiçoamento. No entanto, o movimento escolanovista não contou com grande aceitação por parte dos professores brasileiros, e a renovação pedagógica não conseguiu alcançar a educação secundária, então fundamenta- da na memorização e na assimilação dos conteúdos. (MIORIM, 1998).Em 1928, Euclides Roxo, professor de Matemática do Colégio Pedro II, apresentou a proposta de mudança nos programas de ensino da instituição, no qual foi aprovada. A característica mais marcante dessa reestruturação foi a unificação de disciplinas de álge- bra, Aritmética, Geometria e Trigonometria em uma nova disciplina chamada Matemática. (GOMES, 2012). 11UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA Em 1931, com a reforma de Francisco Campos, criou-se uma listagem de con- teúdos a ser ministrada nas escolas secundárias do Brasil. Nessa proposta, enfatizava-se a necessidade do desenvolvimento mental do aluno e de seus interesses, considerando o estudante um descobridor de conhecimentos. Com essa mudança de perspectiva, re- comendava-se a renúncia aos processos de memorização sem raciocínio, ao abuso de enunciados com definições e regras, bem como ao estudo sistemático de demonstrações já realizadas. Assim, o ensino deveria iniciar com base na intuição. Em relação à Geometria, o ensino de demonstrações formais precisaria ser precedido de atividades que envolvessem a experimentação e a construção. A proposta oferecia um papel muito importante ao conceito de função, que deveria ser apresentado primeiramente de forma intuitiva e desenvolvido paulatinamente nas demais séries. Na quinta série do ensino secundário, prescrevia-se o ensino de noções iniciais do cálculo de limites, derivadas e integrais. Existiam as orienta- ções quanto à álgebra, a aritmética e à geometria e, por fim, a listagem de conteúdos para cada uma das áreas a serem trabalhados nas séries do ensino fundamental, que viriam após o curso primário de quatro anos. (GOMES, 2012). Em 1934, teve início no Brasil a formação de professores para o ensino secundário em nível superior, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP). No Estado do Rio de Janeiro, então capital do país, criou-se a Universidade do Distrito Federal em 1935, e em 1939, essa instituição passou a ser denominada Univer- sidade do Brasil e surgiu, também, a Faculdade Nacional de Filosofia, cujo primeiro título a ser obtido era o de bacharel em Matemática; depois de cursar as disciplinas de Didática, o estudante poderia obter o diploma de licenciado em Matemática. (GOMES, 2012). Até o ano de 1950, diversas mudanças ocorreram no ensino brasileiro, com a instituição do que viriam a ser os ensinos técnico e profissionalizante. Foi a partir desse pe- ríodo que a Matemática, bem como as demais disciplinas, começou a sofrer modificações, principalmente em razão das condições sociais, econômicas e culturais do Brasil, além da necessidade de ampliação do acesso à escola e da finalidade das instituições de ensino. (GÓES A.; GÓES H., 2015). Mais especificamente em relação ao ensino de Matemática no Brasil, a década de 1950 significou muitas alteraçòes na área: em virtude das inquietações de professores e pesquisadores sintonizados com o movimento da matemática moderna, da necessidade de expansão do ensino desse campo do conhecimento e da persistência das dificuldades em sua aprendizagem, foram realizados congressos brasileiros de ensino de Matemática. (GÓES A.; GÓES H., 2015). 12UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA No entanto, foi principalmente em 1988, ano em que foi criada a Sociedade Bra- sileira de Educação Matemática (SBEM), uma entidade civil de caráter científico e cultural sem qualquer vinculação político-partidária ou religiosa e sem fins lucrativos, que esse campo do saber foi aos poucos se consolidando. (SBEM, 2012). Além da criação da SBEM, já na primeira metade da década de 1980, foram implan- tados dois cursos de pós-graduação stricto sensu em Educação Matemática na Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro, e na Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus Rio Claro. Com a finalidade de divulgar a produção científica produzida nessa área no Brasil, um considerável número de livros, periódicos e revistas especializadas foi progressivamente publi- cado, dos quais os mais qualificados são: Bolema, pela Unesp; Gepem, pela UFRRJ; Educação Matemática em Revista, pela SBEM; Revista Zetètike, pela Unicamp e Educação Matemática Pesquisa, pela PUC-SP. (GÓES A.; GÓES H., 2015). Você sabia que a SBEM tem por objetivo reunir estudantes e profissionais que tenham interesse na área de Educação Matemática, no desenvolvimento e na promoção de pesquisas nessa área. A instituição também dá atenção especial ao professor em suas atividades diárias (fato que pode ser comprovado pelas publi- cações de relatos de experiência no Encontro Nacional de Educação Matemática - Enem) e proporciona espaços para debates sobre mudanças na formação dos futuros professores dessa área do conhecimento. Para isso, essa entidade promove eventos, como o Seminário Internacional de Pesquisa em Educação Ma- temática (Sipem) e o já citado Enem. O Sipem é uma reunião de pesquisadores brasileiros e estrangeiros realizada pela SBEM, na qual os estudiosos divulgam suas pesquisas, possibilitando o avanço dos estudos destinados à Educação Matemática. O Enem é um momento importante da atuação da entidade, esse evento tem como característica uma ampla programação de cunho científico e pedagógico, que inclui novas produções do conhecimento na área, debates de grandes temas, exposições de problemas de pesquisa e divulgação de estudos e experiências na área da Educação Matemática. Fonte: Góes A.; Góes H. (2015). Caro(a) estudante, lembramos que aqui foram apresentadas apenas algumas con- siderações referente ao Ensino de Matemática até o movimento da Educação Matemática, desde a época dos jesuítas até os tempos atuais. Para complementar os estudos, são ne- cessárias leituras de obras e estudos para que você acadêmico(a) possa se aprofundar um pouco mais sobre os conhecimentos matemáticos e o passado do ensino em nosso país. 13UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Caro(a) acadêmico(a), neste tópico estudaremos o conhecimento matemático, abordando sobre as teorias de aprendizagem, epistemologia genética e construção do pensamento matemático e a construção do conceito de número. 2.1 Teorias de aprendizagem Estudante você sabe em que consiste uma teoria de aprendizagem? Tem consciên- cia do número de estudiosos envolvidos em sua elaboração e dos que ainda se aprofundam nesse tema? É sobre essas e outras perguntas que nos nortearmos neste tópico, apresen- tando a essência das teorias de aprendizagem. As teorias de aprendizagem, na educação e na psicologia, podem ser definidas como os diferentes modelos que buscam explicar o processo de aprendizagem dos indiví- duos. Estudaremos neste subtópico as seguintes teorias e aprendizagem: teoria compor- tamentalista; teoria epistemológica e histórico-cultural; teoria do desenvolvimento humano; teoria da aprendizagem significativa. 2.1.1 Teoria Comportamentalista O pensamento comportamentalista, esta teoria, tem o principal objeto de estudo da psicologia é a relação entre o organismo e o ambiente. Ainda que esse pensamento, tam- bém conhecido como behaviorismo, tenha o fundamento nas pesquisas pioneiras de John B. Watson (1878-1958) e Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936), a criação de seus princípios surgiu com a contribuição do psicólogo Burrhus Frederic Skinner (1904-1990). 2 CONHECIMENTO MATEMÁTICO UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA TÓPICO Skinner propõe o conceito de “condicionamento operante”, elaborado mediante ex- periências realizadas com ratos em laboratório por meio de equipamento conhecido como a “caixa de Skinner”. Nesse experimento, o estudioso recompensava um comportamento positivo e impunha algo desagradável quando o comportamento do espécime não era o esperado (ou negativo).A frequência desse comportamento aumentava ou se reduzia de- pendendo de como era programada a intervenção. 15UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA Para saber mais sobre o pensamento comportamentalista, recomendamos as seguintes leituras: BAUM, W. M. Compreender o behaviorismo: comportamento, cultura e evolução. Porto Alegre: Artmed, 2005. NOGUEIRA, M. O. G. ; LEAL, D. Teorias da aprendizagem: um encontro entre os pensamentos filosófico, pedagógico e psicológico. 3. Ed. rev., ampl. e atual. Curitiba: InterSaberes, 2018. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em 8 set. 2021. SKINNER, B. F. O Behaviorismo. São Paulo: Cultrix, 2011. Acesse o seguinte material, para saber mais sobre a “caixa de Skinner”, este vídeo apresenta o modelamento do comportamento do RATO. Fonte: UNIT Alagoas. Caixa de Skinner. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=L6jUd8uCTCc. Acesso em: 13 set. 2021. https://plataforma.bvirtual.com.br https://www.youtube.com/watch?v=L6jUd8uCTCc 2.1.2 Teorias Epistemológica e Histórico-Cultural No mesmo período em que Skinner desenvolveu seus experimentos, Jean William Fritz Piaget (1896-1980) realizava suas pesquisas em psicologia, e em 1919, nas cidades de Zurich e Paus, Piaget desenvolveu um trabalho com foco na natureza do conhecimento humano, no qual elaborou uma teoria da inteligência sensório-motriz que descreve o de- senvolvimento espontâneo de uma inteligência prática, com base na ação, que é formada por meio dos conceitos iniciais que as crianças têm dos objetos à sua volta. E para isso, o pesquisador realizou suas observações durante o crescimento de seus filhos. A teoria de Piaget é conhecida como epistemologia genética ou psicogenética, que descreve as sucessivas mudanças do processo de cognição do indivíduo de acordo com seu estágio do desenvolvimento mental. Assim, o professor deve apresentar as propostas metodológicas conforme o nível intelectual da criança, pois cada etapa do desenvolvimento dela pressupõe uma forma diferente de aprender. (PIAGET, 1970). O método psicogenético apresenta quatro linhas fundamentais, sendo elas: Situação-problema: É o desafio da pesquisa; também pode ser entendida como a descoberta e a invenção. Dinâmica de grupo: O ambiente mais estimulante é o grupo, que auxilia na construção da solidariedade, mantendo a individualidade. Tomada de consciência: Tomar consciência dos fatores utilizados para realizar uma atividade é uma maneira de construir a consciência social. Avaliação: É o processo que define de maneira permanente o desenvolvimento. (PIAGET, 1970). A contribuição de Piaget é fundamental para quem considera a teoria comportamen- talista insuficiente para explicar como a aprendizagem e o desenvolvimento acontecem. Assim, dedicaremos uma seção para explicar sua teoria com maiores detalhes. Outro grande pesquisador sobre teorias de aprendizagem foi Lev Semionovitch Vygotsky (1896-1934), dedicando seus estudos à psicologia evolutiva, à educação e à psicopatologia. Além de seus estudos na área de aprendizagem, também é conhecido nas ciências sociais, na filosofia, na linguística e na literatura, uma vez que sua teoria enfatiza o processo histórico-social e a importância da linguagem no desenvolvimento cognitivo do indivíduo. O pesquisador acreditava que o pensamento e a linguagem convergiam em conceitos úteis que auxiliavam no pensamento (VYGOTSKY, 1984). No ambiente da sala de aula, o desenvolvimento do aluno, de acordo com Vygotsky (1984), acontece em momentos que favorecem a interação social, ocorrendo por meio da fala dos professores com as crianças. Esse relacionamento estimula a criança a se expressar, oralmente e também por meio da escrita, e o diálogo entre as pessoas que compõem o grupo. Assim, a questão central para o estudioso bielorrusso é a aquisição de conhecimento por 16UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA meio da interação do sujeito com o meio (aqui entendido como um conjunto de elementos e/ou indivíduos), uma vez que o indivíduo é interativo, pois adquire conhecimentos com as relações intra e interpessoais e com a troca com o meio, a partir da mediação. Essa apropriação do conhecimento parte da ideia de que a criança tem a neces- sidade de atuar de forma eficaz e com independência, bem como tem a capacidade para desenvolver o estado mental de funcionamento superior ao interagir com a cultura. Assim como Piaget, Vygotsky afirma que a criança tem um papel ativo no processo de aprendiza- gem, porém não único. 2.1.3 Teoria do Desenvolvimento Humano A teoria do desenvolvimento humano foi elaborada por Henri Paul Hyacinthe Wallon (1879-1962), que se dedicou a estudar e conhecer a infância e os caminhos da inteligência nessa fase. Seus estudos afirmam que o desenvolvimento intelectual envolve fatores relacionados à memória e à instrução, e não somente ao fato de que o cérebro confronta e desestabiliza as convicções, numa época em que o estímulo da memória e a instrução eram os fatores essenciais na construção do conhecimento. Esse pesquisador foi o primeiro a verificar as emoções das crianças dentro da sala de aula, considerando quatro elementos: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa, entre suas afirmações, a principal é a de que “reprovar” é indicativo de “expulsar, negar, excluir”, ou seja, é a própria negação do ensino (WALLON, 1986). 17UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA Para saber mais sobre a teoria de Vygotsky, recomendamos as seguintes leituras: NOGUEIRA, M. O. G. ; LEAL, D. Teorias da aprendizagem: um encontro entre os pensamentos filosófico, pedagógico e psicológico. 3. ed. rev., ampl. e atual. Curitiba: InterSaberes, 2018. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em: 8 set. 2021. TAILLE, Y. de L.; OLIVEIRA, M. K. de. DANTAS, H. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 2019. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em: 8 set. 2021. REGO, T. C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis: Vozes, 1995. https://plataforma.bvirtual.com.br https://plataforma.bvirtual.com.br https://plataforma.bvirtual.com.br Portanto, você pode perceber que a proposta de Wallon (1986) direciona-se ao desenvolvimento intelectual mais humanizado, cuja abordagem considera a pessoa como um todo. Por exemplo: em uma sala de leitura, de acordo com a perspectiva do estudioso francês, a criança pode estar sentada, deitada ou realizando coreografias relacionadas à história contada pelo professor. Os temas e as disciplinas não estão restritos ao trabalho com o conteúdo, compreendendo também o auxílio à criança na descoberta do eu no outro. 2.1.4 Teoria da Aprendizagem Significativa A última teoria de aprendizagem é a de David Paul Ausubel (1918-2008), denomi- nada aprendizagem significativa, que procura explicar os mecanismos internos que aconte- cem na mente dos seres humanos em relação ao aprendizado e, também, à estruturação do conhecimento. Ao realizar um estudo mais completo dessa teoria, você poderá verificar que, al- guns de seus pontos principais são explorados de forma semelhante à abordagem teórica de Piaget, porém, em outros momentos, são bastante divergentes. Essa teoria concentra-se principalmente em uma proposta concreta para o dia a dia acadêmico, valorizando a aprendizagem por descoberta em detrimento da aula do tipo expositiva. Ainda considera o conhecimento prévio que o indivíduo detém como um ponto de início para estabelecer um novo conhecimento (AUSUBEL, 1982). Caro(a) estudante, as teorias de aprendizagem que apresentamos podem ser denominadas clássicas. É evidente que existem outras, e provavelmente há algumas em construção, uma vez que a pesquisa sobre “como o seu humano aprende/compreende/ constrói” um conceito ainda é objeto de estudo. 18UNIDADE 1HISTÓRIA DA MATEMÁTICA Para saber mais sobre a teoria de Vygotsky, recomendamos as seguintes leituras: NOGUEIRA, M. O. G. ; LEAL, D. Teorias da aprendizagem: um encontro entre os pensamentos filosófico, pedagógico e psicológico. 3. ed. rev., ampl. e atual. Curitiba: InterSaberes, 2018. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em: 8 set. 2021. TAILLE, Y. de L.; OLIVEIRA, M. K. de. DANTAS, H. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 2019. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em: 8 set. 2021. REGO, T. C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis: Vozes, 1995. https://plataforma.bvirtual.com.br https://plataforma.bvirtual.com.br https://plataforma.bvirtual.com.br 2.2 Epistemologia genética e construção do pensamento matemático A epistemologia genética apresentada por Piaget (1970) é baseada essencialmente na inteligência e na construção do conhecimento, buscando analisar esse processo sob um ponto de vista tanto individual quanto grupal. O autor tinha sua preocupação voltada à capacidade do conhecimento humano, em sua abordagem, o estudioso verificou que é a criança quem mais constrói conhecimento de forma perceptível, por isso, suas observações e pesquisas mais conhecidas são voltadas para a construção do conhecimento na fase infantil, nas quais o pesquisador evidencia a interação do sujeito com o meio em que vive. (PIAGET, 1970). Piaget construiu então a teoria do desenvolvimento intelectual: a epistemologia genética, uma vez que seus estudos partiam do período em que a criança estava no berço à idade adulta. Um dos pontos centrais dessa teoria é a explicação da ordem em que as diferentes capacidades cognitivas se dão. O fato de a formação de capacidade cognitiva ocorrer em períodos subsequentes é decorrente das competências que passam a ser ad- quiridas pelo sujeito durante sua vida. Portanto, o conhecimento não é concebido como algo já existente, seja nas características do objeto a ser compreendido, seja nas estruturas internas do sujeito. (PIAGET, 1970). Apresentaremos, caro(a) estudante, o mapa conceitual da construção da inteligên- cia segundo Piaget (1970): FIGURA 1 - MAPA CONCEITUAL: CONSTRUÇÃO DA INTELIGÊNCIA Fonte: Elaborado pela autora com base em Piaget (1970). 19UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA Piaget (1970) sugere que há a evolução natural-cognitiva da aquisição de conheci- mento, compreendida em quatro estágios, descritos sucintamente no quadro a seguir: QUADRO 1 - ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL SEGUNDO PIAGET Sensório-motor (0-2 anos, aproximadamente) Quando nasce, o bebê apresenta padrões de comportamento, como sugar e agarrar. As modificações e o desenvolvimento do comportamento ocorrem por meio das interações desses padrões inatos com o meio ambiente. O recém-nascido passa a construir esquemas para assimilar o que está à sua volta. Seu conhecimento é privado e não influenciado pela experiência de outras pessoas. Pré-operatório (2-7 anos, aproximadamente) Essa fase é dividida em dois períodos - o da inteligência simbólica (capacidade de substituir um objeto por uma representação), que acontece dos 2 aos 4 anos, e o período intuitivo (a criança utiliza a percepção que tem dos objetos, e não da imaginação), dos 4 aos 7 anos. Operatório concreto (6/7- 11/12 anos, aproximadamente) A pessoa fortalece as conservações de número, substância, volume e peso, desenvolve noções de causalidade, ordem, tempo, espaço e velocidade e organiza o mundo de forma lógica e operatória, sendo capaz de estabelecer compromissos e compreender regras. Operatório formal (11/12 anos em diante) O indivíduo alcança seu nível cognitivo mais elevado no período formal, tornando-se apto a aplicar o raciocínio lógico em diferentes classes de problema. Fonte: Piaget (1970). Caro(a) estudante perceba que essas quatro fases são base de organização dos conceitos matemáticos ensinados e aprendidos no ambiente escolar. Na educação infantil (fase pré-operatória), os professores e/ou educadores trabalham com diversos materiais para o desenvolvimento da inteligência simbólica e intuitiva, como os blocos lógicos, em- pregados para percepção de formas e grandezas. No período operatório concreto (anos iniciais do ensino fundamental), os alunos trabalham com diversos materiais concretos, nesse estágio, abstrações matemáticas são evitadas, assim, são utilizados objetos como o material dourado para a construção do número. Nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio, os alunos estão no período operatório formal, por isso, são trabalhados diversos tipos de problemas, nesse nível de ensino, que demandam muito raciocínio lógico, além dos conceitos mais abstratos da matemática, como conceitos de polinômios e aplicação de teoremas (de Tales, de Pitá- goras, entre outros), geralmente sem a utilização de materiais concretos. 20UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA Caro(a) estudante, voltando a relacionar a teoria de Piaget à escola, o que se percebe é o fato de que, em muitas instituições brasileiras, às práticas pedagógicas estão enraizadas na ideia de que o docente, considerado o agente do processo educativo, ensina por meio da transmissão de conhecimentos aos alunos, esquecendo que, o aluno precisa construir seu próprio conhecimento. Essa postura diante do conhecimento e do aluno leva a escola a assu- mir um papel autoritário, no qual o professor passa a ser o centro do processo de aquisição de saber e o aluno precisa simplesmente reproduzir o que foi transmitido. (PIAGET, 1970). A construção histórica do conhecimento matemático tem origem na tentativa do homem de compreender seu mundo. Na Grécia Antiga, a escola pitagórica contribuiu muito para o pensamento mate- mático, pois era formada pelos aristocratas, que defendiam a ideia de que o número era a essência de tudo que existe. Essa escola foi responsável pela criação da ideia de que os homens que trabalham com os conceitos matemáticos são superiores aos demais. (GÓES A.; GÓES H., 2015). Atualmente, é notória a ideia de que poucos conseguirão se apropriar do conheci- mento matemático, pois existe uma barreira que aluno cria em relação à matemática, ou, melhor dizendo, cria um preconceito em relação à disciplina, visto que muitos já chegam à escola acreditando que a matemática é a ciência mais complicada de se compreender. (GÓES A.; GÓES H., 2015). 21UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA Você sabia que independentemente do estágio cognitivo em que o ser humano se encontre, a apropriação do conhecimento acontece por meio da relação entre sujeito e objeto em três processos, sendo eles: 1 - Assimilação generalizadora: ocorre quando, no indivíduo, os esquemas estruturantes são modificados, assim, a pessoa passa a assimilar novos objetos da realidade em função do todo. 2 - Assimilação reconhecedora: capacidade dos indivíduos de buscar, por meio de seus esquemas estruturantes, objetos de forma seletiva ou mais características dos objetos. Estes são baseados apenas na construção lógico-matemática de um efetivo sujeito do conhecimento. 3 - Assimilação recíproca: refere-se a dois ou mais esquemas que se misturam em uma totalidade generalizadora de maior hierarquia. Para Piaget, só podemos nos aproximar da estrutura de coisas por meio das aproximações sucessivas, jamais definitivas. Fonte: Piaget (1970). A matemática está presente nos campos de conceitos abstratos e suas inter-re- lações. O matemático utiliza raciocínios e cálculos com a finalidade de demonstrar suas afirmações, utilizando modelos e exemplos reais. “Seus conceitos e resultados estão pre- sentes no mundo real e encontram muitas aplicações em outras áreas do conhecimento, como a física, a química e a astronomia”. (GÓES A.; GÓES H., 2015, p. 59). Mesmo em seu nível mais básico, podemos afirmar que as característicasmais específicas da matemática são: “precisão, abstração, rigor lógico, um vasto campo de apli- cações na sociologia, psicologia, medicina, antropologia e economia”. No que lhe concerne, essas ciências contribuem com conceitos, linguagem e atitudes que auxiliam no desenvol- vimento do conhecimento matemático. (GÓES A.; GÓES H., 2015, p. 59). Os eixos matemáticos da geometria e da aritmética, por exemplo, surgiram com base em conceitos interligados, que, por sua vez, viabilizaram o surgimento da álgebra, evento que demarcou uma ruptura com os aspectos da matemática pura e possibilitou a sistematização dos conhecimentos matemáticos, dando origem a campos do conhecimen- to como geometria projetiva, geometria analítica, álgebra linear, entre outros. (GÓES A.; GÓES H., 2015). Para tanto, podemos entender que o conhecimento matemático se desenvolve de acordo com um processo repleto de conflitos entre muitos elementos, como: o concreto e o abstrato, o geral e o particular, o informal e o formal, o finito e o infinito, o contínuo e o discreto. 2.3 Construção do conceito de número A construção do número é um assunto que merece atenção, principalmente por parte dos professores que ensinam Matemática nos anos iniciais do ensino fundamental. Você caro(a) estudante pode estar se perguntando: “Por que estudar esse tópico se meu objetivo é ministrar aulas de Matemática nos anos finais do ensino funda- mental e do ensino médio ?”. A razão é simples: saber como ocorre a construção do número no indivíduo auxilia o educador na compreensão das dificuldades de aprendizagem dessa ciência, uma vez que muitos alunos chegam aos anos finais do ensino fundamental sem saber construí-lo. Essa área do conhecimento pode ser considerada criativa, uma vez que permite que cada pessoa construa seus conceitos de acordo com seu desenvolvimento, e criadora, pois é a base para outras áreas. É muito provável que o ensino de Matemática tenha sido uma das áreas em que mais inovações pedagógicas aconteceram graças à teoria piagetiana. 22UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA Conforme com a epistemologia genética, a interação entre o sujeito e o objeto é essencial para que ocorra a aprendizagem. Desta maneira, para construir a noção de número, é necessário conservá-lo como quantidade, ainda que seja alterada a distribuição espacial dos elementos levados em consideração. (GÓES A.; GÓES H., 2015). Para entender melhor este processo, citamos o seguinte exemplo: imagine que sobre uma mesa estão dispostas 5 unidades de tampinhas coloridas de garrafas. Mesmo que alteremos a ordem espacial (a posição dos objetos sobre a mesa), a quantidade per- manece sendo 5 unidades. Com isso, a criança passa a perceber que a quinta tampinha não é equivalente a 5 unidades, o conjunto delas sim. (GÓES A.; GÓES H., 2015). FIGURA 2 - EXEMPLO DE INTERAÇÃO DO INDIVÍDUO COM O OBJETO Fonte: Góes A.; Góes H. (2015, p. 60). A construção do número ocorre paralelamente ao desenvolvimento da própria lógica. O período pré-lógico indica um período pré-número, ou seja, a construção do número acon- tece por meio da inclusão e da seriação de elementos, atividade que resulta na obtenção da totalidade operatória do conjunto dos números inteiros (PIAGET; SZEMINSKA,1975). O número é uma relação criada mentalmente por cada indivíduo, ou seja, não podemos ensinar o número, uma vez que é uma construção interna que ocorre por meio de comparações entre quantidades iguais ou diferentes. Assim, é importante que a criança, quando faz a contagem, tenha uma ordem estabelecida para contar cada elemento uma única vez. (KAMII, 1990). Então, é só isso? Não! Na aprendizagem da matemática, bem como na construção do número, é essencial que a criança se aproprie de conceitos que vêm antes da escrita do número propriamente dito, ou seja, a construção dos conceitos de seriação, classificação e inclusão. Além disso, a criança precisa considerar a inclusão hierárquica e esses conhecimentos são ne- cessários para que o número tenha significado e seja ordenada sua construção. (GÓES A.; GÓES H., 2015). 23UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA Para melhor compreensão citamos o seguinte exemplo: se a criança já conhece a quantidade (número) 3, para construir o próximo número, ela deve incluir uma unidade, obtendo assim o 4. Além da construção, a criança já terá a noção de que 4 é maior que 3. Esse processo deve acontecer sucessivamente. (GÓES A.; GÓES H., 2015). Portanto, você caro(a) estudante, como professor, terá um papel indispensável no processo de ensino-aprendizagem do aluno, levando-o a reconstruir modelos matemáticos aprendidos anteriormente em situações diferenciadas e, assim possibilitando a compreen- são do início da representação numérica e da sua utilização em resoluções de problemas. Nessa fase de construção dos números, a ludicidade é primordial. Existem várias formas de inserir esse aspecto metodológico para conduzir a criança à interação, ao conhe- cimento, à vivência de jogos que promovam a habilidade mental e o desenvolvimento da aprendizagem por meio da brincadeira, permitindo assim uma aprendizagem significativa e prazerosa. “Pelo fato de o jogo ser um meio tão poderoso para a aprendizagem das crianças, em todo o lugar onde se consegue transformá-lo em iniciativa de leitura ou orto- grafia, observa-se que as crianças se apaixonam por essas ocupações antes tidas como maçantes.”. (WADSWORTH, 2003, p. 14-31, apud GÓES A.; GÓES H., 2015, p. 62). A matemática também possibilita melhor compreensão do mundo e suas diferentes representações. Os números representam quantidades, e o simples contar exige habilidades cognitivas, uma vez que é necessário mantermos um mecanismo lógico que nos possibilite contar cada um dos objetos sem deixar nenhum fora da contagem. Concomitantemente a esse processo, devemos ter o cuidado de verificar se o elemento foi contado uma única vez. (GÓES A.; GÓES H., 2015). Ao fim do procedimento descrito anteriormente, obtemos o número que representa a quantidade total de objetos que formam determinado conjunto, ou seja, uma representa- ção numérica que implica a comparação de quantidades. 24UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA 25UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA Para saber mais sobre a construção do número, recomendamos a seguinte leitura: LOPES, S. R.; LOPES, S. V. de A. ; VIANA, R. L. A construção de conceitos matemáticos e a prática docente. Curitiba: InterSaberes, 2005. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em: 8 set. 2021. https://plataforma.bvirtual.com.br . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Caro(a) acadêmico(a), neste último tópico analisaremos a importância do ensino da matemática na educação básica. Assim como a linguagem e a representação gráfica, a matemática tem importância fundamental na vida dos seres humanos, uma vez que essa área do saber está presente no cotidiano dos indivíduos - em casa, no trabalho, no comércio, nos estudos e em outros contextos. E é justamente por estar associada ao nosso dia a dia que muitas vezes essa “matemática” passa despercebida pela maioria das pessoas. É na escola que devemos mostrar aos alunos essa interface entre o conhecimento matemático diário e o escolar. No entanto, muitos profissionais não fazem isso, esquecen- do que a matemática traz contribuições do passado que interagem com o futuro e que são necessárias em outras ciências no presente. Dessa forma, o professor dessa disciplina precisa conscientizar seus alunos de tal realidade, pois, conforme a Base Nacional Curricular Comum - BNCC (BRASIL, 2018, p. 265): O conhecimento matemático é necessário para todos os alunos da Educação Básica, seja por sua grande aplicação na sociedade contemporânea, seja pelas suas potencialidadesna formação de cidadãos críticos, cientes de suas responsabilidades sociais. Desde a Antiguidade, o ser humano precisou relacionar seus acontecimentos ao seu cotidiano, atividade que veio a gerar registros cravados nas paredes de cavernas, na forma do que chamamos pintura rupestre, que talvez sejam a primeira Expressão Gráfica de que se tem conhecimento. (GÓES, 2013). 3 ENSINO DA MATEMÁTICA UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA TÓPICO Tempos depois, o ser humano passou desse tipo de representação à contagem propriamente dita. É conhecida a história do pastor de ovelhas que associava a cada animal de seu rebanho uma pedra. Com esse recurso, a matemática se desenvolveu cada vez mais e se mostrou essencial para a humanidade. Muitos historiadores afirmam que a contagem é a maior invenção já realizada pelo ser humano. Sem os sistemas de numeração, que trouxeram outros conceitos com o passar do tempo, não teríamos praticamente nada ao nosso redor. Estaríamos vivendo como os homens primitivos. É notável que os alunos tenham conhecimento da história da matemática, para isso “[...] é importante incluir a história da Matemática como recurso que pode despertar interesse e representar um contexto significativo para aprender e ensinar Matemática”. (BRASIL, 2018, p. 298). Nossos alunos também precisam entender que a matemática está presente em diversas situaçòes do cotidiano, como: nas formas dos objetos (as formas e as dimensões pertencem à matemática, pois fazem parte da geometria); no planejamento de determinada rotina (Ir à escola, depois, almoçar - há uma organização de ideias no tempo ...); no pla- nejamento do trajeto para determinado destino (Para chegar aonde devo ir, terei que sair de casa, andar algumas quadras, virar à direita …); no comércio (Qual o valor da compra? Quanto devo dar de troco? …); nas brincadeiras (Como determino o ritmo da brincadeira? Como faço a contagem de pontos? …); na passagem do tempo (dias, meses, anos), entre outras aplicações. Esses são apenas alguns exemplos de como a matemática está no nosso dia a dia. 27UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA Para saber mais sobre a história da matemática pode ser realizada no seguinte livro: Fonte: BOYER, C. História da matemática. São Paulo: E. Blucher, 1996. Para tanto, a Matemática não se restringe apenas à quantificação de fenômenos determinísticos – contagem, medição de objetos, grandezas – e das técnicas de cálculo com os números e com as grandezas, pois também estuda a incerteza proveniente de fenômenos de caráter aleatório. A Matemática cria sistemas abstratos, que organizam e inter-relacionam fenômenos do espaço, do movimento, das formas e dos números, associados ou não a fenô- menos do mundo físico. “Esses sistemas contêm ideias e objetos que são fundamentais para a compreensão de fenômenos, a construção de representações significativas e argumenta- ções consistentes nos mais variados contextos”. (BRASIL, 2018, p. 265). Apesar de a Matemática ser, por excelência, uma “ciência hipotético-dedutiva”, porque suas exposições de fatos se apoiam sobre um sistema de axiomas e postulados, “é de fundamental importância também considerar o papel heurístico das experimentações na aprendizagem da Matemática”. (BRASIL, 2018, p. 265). No Ensino Fundamental, essa área, por meio da articulação de seus diversos cam- pos – Aritmética, Álgebra, Geometria, Estatística e Probabilidade –, precisa garantir que os alunos relacionem observações empíricas do mundo real a representações (tabelas, figuras e esquemas) e associam essas representações a uma atividade matemática (conceitos e propriedades), fazendo induções e conjecturas. Deste modo, “[...] espera-se que eles desenvolvam a capacidade de identificar oportunidades de utilização da matemática para resolver problemas, aplicando conceitos, procedimentos e resultados para obter soluções e interpretá-las segundo os contextos das situações”. A dedução de algumas propriedades e a verificação de conjecturas, a partir de outras, podem ser estimuladas, sobretudo ao final do Ensino Fundamental. (BRASIL, 2018, p. 265). 28UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA 29UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA Para saber mais sobre o ensino da matemática, recomendamos a seguinte leitura: GUIMARÃES, K. P. Desafios e perspectivas para o ensino da matemática. Curitiba: InterSaberes, 2012. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/. Acesso em: 8 set. 2021. “[...] ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. (FREIRE, 1996) Fonte: FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes, necessários à prática educativa. 35 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. https://plataforma.bvirtual.com.br/ 30 Prezado(a) acadêmico(a), Chegamos ao final da Unidade I da disciplina de Metodologia do Ensino da Matemática. Nesta primeira unidade, estudamos sobre as considerações sobre a história da matemática, o conhecimento matemático e o ensino da Matemática. Ao longo da unidade abordamos sobre as teorias de aprendizagem, epistemologia genética e construção do pensamento matemático e a construção do conceito de número, e por fim, estabelecemos a importância do ensino da matemática na educação básica. Assim, convidamos você, acadêmico(a) interessado(a), a consultar as indicações de leitura complementar, filmes e as referências, de modo a aprofundar seu conhecimento. Boa leitura! CONSIDERAÇÕES FINAIS UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA 31 Para nossa leitura complementar indicamos o artigo de Wagner Rodrigues Valente em Cad. Cedes, Campinas, vol. 28, n. 74, p. 11-23, jan./abr. 2008. Fonte: VALENTE, W. R. Quem somos nós, professores de matemática? Cad. Cedes, Campinas, vol. 28, n. 74, p. 11-23, jan./abr. 2008. Disponível em: https://www.scielo. br/pdf/ccedes/v28n74/v28n74a02.pdf Acesso em: 19 abr. 2021. LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA https://www.scielo.br/pdf/ccedes/v28n74/v28n74a02.pdf https://www.scielo.br/pdf/ccedes/v28n74/v28n74a02.pdf 32 LIVRO Título: História na Educação Matemática: propostas e desafios Autor: Antonio Miguel e Maria Ângela Miorim. Editora: Autêntica. Sinopse: Neste livro, os autores discutem diversos temas que interessam ao educador matemático. Eles abordam História da Matemática, História da Educação Matemática e como essas duas regiões de inquérito podem se relacionar com a Educação Matemática. O leitor irá notar que eles também apresentam uma visão sobre o que é História e abordam esse difícil tema de uma forma acessível ao leitor interessado no assunto. Este décimo volume da coleção certamente transformará a visão do leitor sobre o uso da História na Educação Matemática. FILME / VÍDEO Título: O Jogo da Imitação (The Imitation Game) Ano: 2015. Sinopse: Baseado na história real do gênio da matemática e pai da computação Alan Turing (1912-1954). Mostra a atuação dele — e de um grupo de matemáticos e pesquisadores — durante a Segunda Guerra Mundial para decodificar mensagens da má- quina Enigma enviadas pelo exército nazista para os soldados nas frentes de batalha. O filme também aborda a vida pessoal do matemático britânico que sofreu preconceito e repressão por conta de sua opção sexual. MATERIAL COMPLEMENTAR UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA 33 Caros alunos o link abaixo aborda em vídeo sobre a ”História da Matemática” postado por Edson Azevedo. • Link do site: https://www.youtube.com/watch?v=Ztz6VX0kIPc WEB UNIDADE 1 HISTÓRIA DA MATEMÁTICA https://www.youtube.com/watch?v=Ztz6VX0kIPc . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Resolução de problemas; • Atividades investigativas; • Etnomatemática; • Modelagem Matemática; • Tecnologias Educacionais. Objetivos da Aprendizagem • Conhecer as principais tendências de ensino e aprendizagem da matemática; • Analisar as tendências da Educação Matemática, sendo elas: as resoluções de problemas, as atividades investigativas, a etnomatemática, a modelagem matemática e as tecnologias educacionais. 2UNIDADEUNIDADE TENDÊNCIAS DE TENDÊNCIAS DE ENSINO E ENSINO E APRENDIZAGEM APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICADA MATEMÁTICA Professora Esp. Genilda de Lourdes Maurício Guimarães 35 Prezado(a) acadêmico(a), Seja bem-vindo(a) à Unidade II da disciplina de Metodologia do Ensino da Matemática, para o curso de Licenciatura em Matemática. Nesta segunda unidade, intitulada “TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA”, estudaremos sobre as principais tendências em Educação Matemática, sendo elas: as resoluções de problemas, as atividades investigativas, a etnomatemática, a modelagem matemática e as tecnologias educacionais. Escrever esta unidade é uma tarefa que se impõe como necessária perante o desen- volvimento da Educação Matemática, uma vez que o objetivo é encontrar instrumentos me- todológicos que possam ser utilizados no processo de ensino-aprendizagem da matemática e aplicados na compreensão da ciência (a matemática como vimos é uma ciência que está presente em nosso cotidiano) no ambiente escolar, gerando oportunidades para que o aluno veja a Matemática como uma disciplina transformadora de seus interesses e potencialidades. Assim, ao longo da unidade são tratados aspectos tidos como importantes para a tendências de ensino e aprendizagem da matemática, como: as resoluções de problemas, as atividades investigativas, a etnomatemática, a modelagem matemática, e por fim, as tecnologias educacionais. Para cada tema que será abordado na unidade existem obras que oferecem apro- fundamentos necessários. Dessa forma, nosso objetivo nesta disciplina é apresentá-las em caráter introdutório, mostrando a essência de cada tendência para que você possa diferenciá-las e utilizá-las em toda sua potencialidade. Boa leitura! INTRODUÇÃO UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 A Base Nacional Comum Curricular na área da Matemática espera que os alunos do Ensino Fundamental “desenvolvam a capacidade de identificar oportunidades de utilização da matemática para resolver problemas, aplicando conceitos, procedimentos e resultados para obter soluções e interpretá-las segundo os contextos das situações”. (BRASIL, 2018, p. 265). Entre as estratégias/os recursos utilizados na resolução de problemas, podemos citar a Expressão Gráfica (imagens, tabelas, desenhos, maquetes, modelos, entre outros); o cálculo numérico (realizado mentalmente, com lápis e papel, calculadora, computadores entre outros); o processo de tentativa e erro; e a descoberta de padrões. (GOÉS A.; GOÉS H., 2015). Vamos apresentar diferentes estratégias de resolução de problemas aplicadas à situação-problema a seguir, que contempla diversos níveis da educação básica. “Sofia pretende comprar um celular novo no valor de R$750,00. Ela ganha mensal- mente o valor de R$70,00 de seus pais e já possui uma economia de R$120,00. Pergunta- mos: em quanto tempo Sofia terá o valor suficiente para comprar o celular?” Exemplo n. 1 de estratégia de resolução de problemas – Acreditamos que você deve ter pensado em resolver o problema apresentado da seguinte forma: 1 RESOLUÇÕES DE PROBLEMAS TÓPICO UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA Detalhando o procedimento, você deve ter imaginado como solução primeiramente subtrair o valor que Sophia já possui guardado do valor total do celular. Na sequência, divide o valor restante pelo total que a menina ganha mensalmente. Dessa forma, encontra-se o resultado de 9 meses. Perfeito! Acreditamos que, em sala de aula, a maioria dos alunos usará essa estratégia para resolver esse problema. Essa forma de raciocínio é apresentada nos anos iniciais do ensino fundamental. No entanto, devemos ficar atentos a outras formas de resolução e analisar as es- tratégias dos alunos. Exemplo n. 2 de estratégia de resolução de problemas – Outro método de reso- lução desse problema consiste nas adições sucessivas: 120+70=190 190+70=260 260+70=330 ⋮ 680+70=750 Por meio desse raciocínio, o aluno obtém o mesmo resultado, mas com uma estra- tégia diferente da do exemplo n. 1. Esse método pode ser utilizado por um aluno dos anos iniciais do ensino fundamental ou por meio de determinado conceito estudado no ensino médio. Você saberia identificar de que conceito estamos tratando? Estamos falando do conceito de progressão aritmética! Veja que é possível trabalhar os mesmos conteúdos com alunos de diferentes níveis de ensino. É claro que, nos anos iniciais, não é necessário utilizar tal nomenclatura, mas a estratégia para a resolução é válida. Exemplo n. 3 de estratégia de resolução de problemas – Ainda utilizando adições sucessivas, alguns alunos preferem não trabalhar com números cujo algoritmo final é diferen- te de 0 (zero). Para isso, o estudante poderia resolver esse problema da seguinte maneira: “Se Sofia recebe mensalmente R$70,00 reais de seus pais, em dois meses ela receberá R$140,00.” Com essa informação, o aluno utiliza a estratégia anterior: 120+140=260 260+ 140=400 400+140=540 540+140=680 37UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA Nesse momento, o aluno percebe que, se adicionar 140 ao valor de 680, o resultado ultrapassará o valor do celular; assim, ele tem de adicionar apenas 70, obtendo R$750,00. Exemplo n. 4 de estratégia de resolução de problemas – Outra estratégia é a utilização da regra de três – conceito matemático apresentado aos alunos nos anos finais do ensino fundamental: Valor Meses 70 1 630 X Em que, o valor de 630 vem da subtração do valor total 750 pelo valor que a menina já possuía 120. Perceba que, nessa estratégia, o aluno diminui do valor total a quantidade que já foi poupada. Na sequência, realiza uma regra de três simples. Esses exemplos mostram como essa estratégia de ensino e aprendizagem da matemática é rica em possibilidade, por meio dela, podemos verificar como os alunos “pen- sam”, como é o raciocínio utilizado por eles. É evidente que o problema aqui ilustrado é simples e que a aplicação dessa estra- tégia com conceitos e problemas mais complexos pressupõe métodos elaborados e outros recursos, como a representação gráfica. 38UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA 39UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA 39 Para saber mais sobre resolução de problemas, indicamos a leitura do artigo: “Análise de erros em resolu- ções de problemas uma experiência de estágio em um curso de licenciatura em matemática”. Fonte: CURY, H. N. ; SILVA, P. N. da. Análise de erros em resoluções de problemas uma experiência de es- tágio em um curso de licenciatura em matemática. Revista Brasileira de Ensino de Ciências e Tecnologia,v.1, n.1, p. 85-97, jan./abr. 2008. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/rbect/article/view/226. Acesso em: 15 maio 2021. https://periodicos.utfpr.edu.br/rbect/article/view/226 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Antes de adentrarmos no tema da investigação na matemática, cabe perguntar- mos: Você sabe o que significa investigar ? De acordo com Brocardo, Oliveira e Ponte (2019, p. 14): Investigar é procurar conhecer o que não se sabe”. Com um significado muito semelhante, senão equivalente, temos em português os termos “pesquisar” e “inquirir”. Já no campo da matemática, esses autores afirmam que investigar é “descobrir relações entre objetos matemáticos conhecidos ou desconheci- dos, procurando identificar as respectivas propriedades. Além disso, os estudiosos indicam a presença dessa tendência em quatro momen- tos (GOÉS A.; GOÉS H., 2015, p. 107), indicados a seguir: 1. Exploração e formulação de questões – O aluno reconhece e explora a si- tuação-problema a ser resolvida por meio da formulação de questionamentos. 2. Realização de conjecturas – O estudante organiza os dados do problema e formula novas afirmações sobre dada conjectura. 3. Realização de testes e verificação da precisão das conjecturas – O aluno aplica suas afirmações e avalia se suas conjecturas estão bem definidas ou se é preciso refiná-las. 4. Elaboração das justificativas e avaliação da resolução – O aluno pode veri- ficar o raciocínio utilizado. 2 ATIVIDADES INVESTIGATIVAS TÓPICO UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA Perceba que, de acordo com as etapas anteriormente indicadas, as atividades de investigações e a resolução de problemas se relacionam de forma agradável. No entanto, nas atividades investigativas, os alunos não contam com métodos que permitam a resolução imediata da atividade; além disso, pode haver diversas conclusões para o mesmo problema. Um exemplo dessa possibilidade metodológica é o trabalho desenvolvido por Silva, Góes e Colaço (2011), no qual os autores propuseram a utilização de softwares de geo- metria dinâmica para que os alunos explorassem, por exemplo, paralelogramos; ao final da atividade, os estudantes deveriam propor uma definição para a referida figura. Por meio desse trabalho, três definições sobre o paralelogramo foram propostas pelos alunos em sala de aula: 1) é o quadrilátero que tem lados opostos iguais; 2) é o quadrilátero que dispõe de ângulos opostos iguais; 3) é o quadrilátero que conta com lados opostos paralelos. 41UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA Para saber mais sobre o softwares de geometria dinâmica citado, deixamos aqui sua referência. Boa leitura! Fonte: SILVA, M. V. da; GÓES, A. R. T.; COLAÇO, H. A geometria dinâmica no ensino e aprendizagem da classificação de paralelograma. Educação Gráfica, Bauru, v. 15, p. 63-80, 2011. Disponível em: http://www.educacaografica.inf.br/artigos/a-geometria-dinamica-no-ensino-e-aprendizado-da-classifi- cacao-de-paralelogramos. Acesso em: 15 maio 2021. http://www.educacaografica.inf.br/artigos/a-geometria-dinamica-no-ensino-e-aprendizado-da-classifica http://www.educacaografica.inf.br/artigos/a-geometria-dinamica-no-ensino-e-aprendizado-da-classifica Perceba que todas as definições estão corretas e que o debate em sala de aula para mostrar essa coincidência é muito produtivo, uma vez que favorece o envolvimento do aluno em sua própria aprendizagem. Nessa abordagem, o aluno realiza o mesmo proces- so de descoberta dos grandes matemáticos, uma vez que formula questões, conjectura, discute, argumenta e prova que o resultado obtido está correto. No que se refere ao professor, nessa metodologia de trabalho, é necessário que ele planeje sua atividade e reflita sobre as possíveis estratégias de resolução das atividades propostas aos seus alunos. Esses exercícios estão realmente adequados ao nível de ensino, no qual os alunos se encontram. Os procedimentos são importantes principalmente para au- xiliar o docente em trabalhos futuros, e isso não é algo simples de ser realizado, no entanto, à medida que o educador utiliza a investigação matemática em sala de aula, ela se torna um recurso facilitador para que os alunos solucionem as atividades com menos dificuldade. Além do mais, o planejamento é fundamental para enfrentar certos imprevistos: como cada aluno tem uma forma de investigar o problema e de resolvê-lo, podem ocorrer situações em que o educador tenha que pesquisar e analisar se a estratégia utilizada pelo aluno está correta. Para alguns profissionais da educação, essa iniciativa gera certo des- conforto, pois ainda acreditam que são os detentores do saber e se esquecem de que são apenas mediadores no processo de ensino-aprendizagem. (GÓES A.; GÓES H., 2015). Dessa forma, caso você acadêmico(a) aplique a abordagem investigativa em suas aulas, é preciso que defina bem a questão-problema, relembrando conjecturas anteriores, indicando uma possível solução para o problema. “Se for necessário, realize testes práticos fora da sala de aula para provar as novas conjecturas ou recolha dados a serem utilizados na resolução da questão-problema.” Por último, “[...] valide os resultados obtidos por meio de argumentação. Questionamentos e discussões.” (GÓES A.; GÓES H., 2015, 109). Com base em tais considerações, podemos afirmar que a investigação matemática implica um processo complexo do raciocínio, demanda criatividade por parte dos alunos e contribui para o desenvolvimento de habilidades matemáticas. 42UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 A etnomatemática (o prefixo etno significa “cultura”) é uma tendência matemática que surgiu na década de 1970, cujo foco de análise são as práticas matemáticas em diver- sos locais e contextos culturais (D’AMBROSIO, 2013). Como exemplo podemos citar as manifestações da matemática encontradas no comércio, na construção civil, no ambiente doméstico, entre outros ambientes. No entanto, caro(a) estudante é evidente que o caso citado pressupõe uma mate- mática específica: no comércio, um vendedor está inserido em uma realidade totalmente diferente da de um integrante de uma comunidade indígena que ainda mantém suas tradições e cultura. O principal objetivo dessa tendência é “fazer com que a matemática seja viva, que se desenvolva por meio do questionamento e da análise de situações reais no espaço e tempo de certo grupo e de sua cultura”, visto que “cada comunidade produz matemáticas para suprir suas necessidades por meio de métodos específicos de comparação, medida, quantificação e classificação”. (GÓES A.; GÓES H., 2015, p.110). Por exemplo, uma senhora dona de casa ao realizar uma receita de bolo deve se preocupar com medidas de comparação, em virtude do uso de xícaras, colheres e copos. Já no comércio, essas mesmas medidas são consideradas em gramas, quilogramas e litros. 3 ETNOMATEMÁTICA TÓPICO UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA Por meio dessa metodologia, o professor deve buscar realizar ações pedagógicas condizentes com a realidade do contexto sociocultural no qual o indivíduo está inserido, até porque a matemática surgiu da tentativa dos indivíduos de resolver problemas circunscritos a determinada cultura. Perceba que, nessa tendência, o processo de ensino-aprendizagem da matemática não está enclausurado na sala de aula, pois o professor precisa conhecer a realidade cultu- ral dos estudantes para então propor o que é necessário e importante. Esse procedimento estabelece um elo muito mais forte entre teoria e prática, não descaracterizandoo sentido científico/escolar do ensino de matemática. (GÓES A.; GÓES H., 2015). Assim, a etnomatemática é um programa pedagógico e não uma metodologia iso- lada em que o professor procura articular conceitos matemáticos com a realidade do aluno. (D’AMBRÓSIO, 2013). Para tanto, podemos concluir que a matemática utilizada por uma senhora dona de casa, por um indígena (que mantém suas tradições e culturas), por um comerciante e por um trabalhador da construção civil é a mesma? Se esses indivíduos, inseridos nesses con- textos sociais, estivessem na mesma sala de aula, os conceitos matemáticos trabalhados teriam a mesma função? A geometria, por exemplo, teria para eles a mesma importância? Pense nisso! 44UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA 45UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA 45 Para saber mais sobre a abordagem da etnomatemática, indicamos alguns materiais para que você acadê- mico possa aprofundar seus estudos sobre o assunto da etnomatemática e a educação de jovens e adultos (EJA): FANTINATO, M. C. de C. B. Contribuições da etnomatemática na educação de jovens e adultos: algumas reflexões iniciais. Caderno Dá-licença, ano 6, n. 5, p. 87-95, dez. 2004. Disponível em http://dalicenca.uff. br/wp-content/uploads/sites/204/2020/05/Etnomatemtica.pdf Acesso em: 15 maio 2021. JUNIOR, J. E. L. Contribuições da etnomatemática no processo de ensino e aprendizagem dos alunos do segundo segmento da EJA, em uma escola municipal de Itabirito. UFJF, 2015. Disponível em https:// www.ufjf.br/ebrapem2015/files/2015/10/gd5_jose_erildo.pdf. Acesso em: 15 maio 2021. E sobre a etnomatemática na cultura indígena, indicamos os seguintes materiais: ANDRADE, L. de. Etnomatemática: a matemática na cultura indígena. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Matemática) - Departamento de Matemática, Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2008. Disponível em https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/96632/Lei- la_de_Andrade.pdf Acesso em: 15 maio 2021. LEONARDI, R. M. ; RIBEIRO, F. D. Matemática e artesanato indígena: uma abordagem centrada na perspec- tiva da etnomatemática. In: VIII ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 15-18 jul. 2004, Recife. Anais… Recife: UFPE, 2004. Disponível em: http://www.sbem.com.br/files/viii/pdf/02/RE96199091949.pdf. Acesso em: 15 maio 2021 http://dalicenca.uff.br/wp-content/uploads/sites/204/2020/05/Etnomatemtica.pdf http://dalicenca.uff.br/wp-content/uploads/sites/204/2020/05/Etnomatemtica.pdf https://www.ufjf.br/ebrapem2015/files/2015/10/gd5_jose_erildo.pdf https://www.ufjf.br/ebrapem2015/files/2015/10/gd5_jose_erildo.pdf https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/96632/Leila_de_Andrade.pdf https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/96632/Leila_de_Andrade.pdf http://www.sbem.com.br/files/viii/pdf/02/RE96199091949.pdf . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 A ideia de modelagem suscita a imagem de um escultor trabalhando com argila, produzindo um objeto e esse objeto é um modelo. O escultor munido de material, como argila, técnica, intuição e criatividade, faz seu modelo, que na certa representa alguma coisa, seja real ou imaginária. (BIEMBENGUT; HEIN, 2009). Segundo o Míni Aurélio dicionário da língua portuguesa, o termo modelo designa: 1. Representação de algo a ser reproduzido. 2. Representação, em pequena escala, de algo que se quer reproduzir em grande. 3. Protótipo de um projeto. 4. Pessoa que posa para artista plástico ou fotógrafo. 5. Pessoa ou coisa que serve de exemplo ou norma. 6 Protótipo de peças de vestuário ou de outros produtos como carro, etc. a ser(em) fabricado(s) em série. (FERREIRA, 2010, p. 511). Assim, o termo modelo pode ser entendido como uma representação simplificada da realidade e sua reconstrução, mantendo sua essência, sendo utilizado para explicação, compreensão e a ação sobre o real. Relacionando o modelo com a matemática, podemos afirmar que o modelo matemático não substitui a realidade apenas a representa de forma simplificada, por isso, podemos utilizá-lo em sala de aula.(GÓES A., GÓES H., 2015). A modelagem matemática é utilizada tanto na área de educação como na área da matemática pura, mas com diferenças consideráveis. Na área de matemática pura, por exemplo, utiliza a modelagem matemática por meio de equações (ou inequações, ou funções) e de criação de modelos (conjuntos de regras e procedimentos) para a previsão ou associação de fenômenos (ou processos), o agrupamento de padrões. Geralmente está associada a uma área denominada pesquisa operacional. (GÓES A., GÓES H., 2015). 4 MODELAGEM MATEMÁTICA TÓPICO UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA Na educação, a modelagem matemática é aplicada de forma mais simples, consi- derando-se a complexidade da representação ou aplicação de conceitos característicos, geralmente, da educação básica, mostrando aos alunos a importância da matemática em seu cotidiano e nas demais situações sociais. Com isso, proporcionam-se a motivação, o desenvolvimento do raciocínio lógico-dedutivo e a formação crítica dos estudantes. Existem diversos pesquisadores que trabalham com essa tendência de Educação Matemática. Vejamos o que esses estudiosos entendem por modelagem matemática. A modelagem matemática “consiste na arte de transformar problemas da realidade em problemas matemáticos e resolvê-los interpretando suas soluções na linguagem do mundo real” (BASSANEZI, 2014, p. 16). A modelagem matemática, “arte de expressar, por intermédio de linguagem matemá- tica, situações-problemas de nosso meio; sua presença é verificada desde os tempos mais primitivos”. Em outras palavras, “a modelagem é tão antiga quanto à própria matemática, surgindo de aplicações rotina diária dos povos antigos” (BIEMBENGUT; HEIN, 2009, p. 07). A modelagem matemática pode ser descrita em termos de uma situação inicial (problemática), de uma situação final desejada (que representa uma solução para a situa- ção inicial) e de um conjunto de procedimentos e conceitos necessários para passar da situação inicial para a situação final. Nesse sentido, relações entre realidade (origem da situação inicial) e Matemática (área em que os conceitos e os procedimentos estão ancora- dos), servem de subsídio para que conhecimentos matemáticos e não matemáticos sejam acionados e/ou produzidos e integrados. A essa situação inicial problemática chamamos situação-problema; à situação final desejada associamos uma representação matemática, um modelo matemático. (ALMEIDA e VERTUAN, 2012). Essa tendência permite realizar um caminho contrário ao que usualmente é apresentado em sala de aula: de acordo com essa metodologia, não é o conteúdo que determina os problemas a serem trabalhos; é a modelagem que determina os problemas e os conteúdos que serão utilizados para sua resolução. Caro(a) estudante, é possível realizar uma analogia da modelagem matemática com uma receita de bolo: na ausência da modelagem matemática no ensino, é como se você visse a receita e não fizesse o que ela prescreve. Já quando a modelagem está pre- sente no processo de ensino-aprendizagem, você faz o bolo verificando se os ingredientes estão corretos, por meio desse procedimento, você pode analisar o que pode ser alterado, retirado ou acrescentado para tornar seu bolo ainda melhor. 47UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA Acreditamos que percebeu então o quanto essa tendência é importante, certo? Trata-se de um instrumento pedagógico que envolve pesquisa, coleta e análise de dados e atividades em equipe, procedimentos que motivam os alunos a realizar pesquisas a partir de dados experimentais para chegara conclusões/modelos que descrevem determinado fenômeno. Portanto, os alunos aprendem a fazer matemática à medida que “fazem e refa- zem” seus modelos. Neste ponto da leitura de nosso tópico, você deve estar se perguntando: “Como posso utilizar a modelagem matemática?”. São três as fases definidas por Biembengut (1999, apud GÓES A.; GÓES H., 2015, p. 114-116) para a aplicação dessa metodologia: 1. Escolha do tema – Esse procedimento pode ser professor, que deve verificar que assunto se adapta mais ao nível escolar dos alunos, prevendo os conceitos associados para o trabalho com os estudantes. Vale lembrar que a modelagem matemática não é presa a um currículo, tampouco há uma “ordem” para trabalhar os conteúdos. A escolha do tema também pode ser realizada por meio de uma discussão entre os alunos, que podem propor o assunto de maior interesse. A pesquisa sobre o tema pode ser feita na própria escola ou no ambiente familiar. Fontes a serem utilizadas: livros, revistas, textos da internet, entrevistas ou relatos de experiências vivenciadas pelos alunos pela comunidade em que vivem. O professor deve auxiliar os alunos no entendimento das questões relacionadas ao tema da pesquisa. Os questionamentos devem partir dos grupos de estudantes; caso isso não ocorra, o professor deve buscar um caminho que induza os alunos a buscar seus próprios problemas. 2. Elaboração de questionamentos/hipóteses – É necessário que as primeiras questões sejam simples, para que sua solução seja possível com os conhecimentos ma- temáticos já conhecidos/estudados. Para esse procedimento, as informações devem ser classificadas de acordo com sua relevância, e o caminho para a resolução dos problemas escolhidos precisa ser determinado. Por meio desse processo, há uma ampliação das ideias, sendo necessário o estudo de conteúdos matemáticos novos, enquanto conhecimentos já tra- balhados devem ser retomados. Ainda nessa fase, os alunos tomam decisões, e é importante que o educador deixe claro que o problema não precisa necessariamente ser solucionado com exatidão, ou seja, que suposições ou aproximações podem ser utilizadas. Com isso, é necessário que o professor crie um modelo prévio que contenha a solução exata do problema. 3. Resolução do modelo gerado – Nesse estágio devem ser utilizados os con- ceitos e os algoritmos da matemática para a solução. Resolvido o problema, a modelagem matemática ainda deve ser aplicada na interpretação dos resultados obtidos e na verifica- ção de sua validade. Em seguida, o educador deve sugerir uma discussão das soluções encontradas, questionando os alunos sobre os conteúdos desenvolvidos. 48UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA 49UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA Para tanto, nessa tendência da Educação Matemática, a avaliação ocorre no de- senvolvimento. 49 Para saber mais sobre modelagem matemática, sugerimos que você acadêmico(a) analise algumas delas e verifique como os autores trabalham com elas: BISOGNIN, E.; BISOGNIN, V. Explorando o conceito de proporcionalidade por meio de modelagem matemá- tica. In: XIII CONFERÊNCIA INTERAMERICANA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 20-30 jul. 2011, Recife. Anais… Recife: Ciaem, 2011. Disponível em https://xiii.ciaem-redumate.org/index.php/xiii_ciaem/xiii_ciaem/pa- per/viewFile/988/149. Acesso em: 15 maio 2021. CARMINATI, N. L. Modelagem matemática: uma proposta de ensino possível na escola pública. UTFPR, 2008. Disponível em http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/975-4.pdf. Acesso em: 15 maio 2021. https://xiii.ciaem-redumate.org/index.php/xiii_ciaem/xiii_ciaem/paper/viewFile/988/149 https://xiii.ciaem-redumate.org/index.php/xiii_ciaem/xiii_ciaem/paper/viewFile/988/149 http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/975-4.pdf . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 Caro(a) acadêmico(a) outro recurso utilizado para o ensino de matemática são as tecnologias educacionais. Você já percebeu como as tecnologias interferem no cotidiano e estão cada vez mais presentes na educação? Temos certeza de que, ao ler a palavra tecnologia, você pensou em computadores, tablets , smartphones, entre tantos outros aparatos eletrônicos, correto?! No entanto, vamos demonstrar neste último tópico de nossa unidade que a tecnologia na educação vai muito além desses aparelhos. A tecnologia se confunde com os primórdios da humanidade, com opassar do tempo, o homem conseguiu sobreviver graças à sua engenhosidade, passando a registrar suas descobertas e inovações por meio de pinturas, que, posteriormente, evoluíram para a escrita. Para esses registros, estavam à disposição as pedras, a madeira, o pergaminho, o papel e, atualmente, os suportes computacionais (editores de textos, entre outros recursos). Mas afinal, o que é tecnologia? Tecnologia é “todo o conjunto de recursos, máquinas e equipamentos disponíveis para uso em qualquer atividade produtiva”. (KALINKE, 1999, p. 101). E ainda, a tecnologia consiste em um “conjunto de conhecimentos e princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à construção e à utilização de um equipamento em um determinado tipo de atividade”. (KENSKI, 2015, p. 24). Assim, podemos concluir que a tecnologia educacional é todo recurso que facilite o processo de ensino-aprendizagem. Portanto, é inequívoco afirmar que essa ferramenta auxilia o professor em seu trabalho, cabendo a esse profissional da educação o papel de mediação para que o uso desse recurso seja significativo. 5 TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS TÓPICO UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA Diversos recursos tecnológicos estão presentes no ambiente escolar, sejam eles incorporados à educação há muito tempo, sejam classificados como novas tecnologias. Entre eles, podemos citar: quadro de giz, livros, gibis, cadernos, lápis, computadores, vídeo, rádio, cartazes, projetores, murais, TV, jornais, DVD e revistas. Para tanto, entender a tecnologia como ferramenta traz implícita a ideia de media- ção do conhecimento, ou seja, existe um sujeito que deseja apreender um conhecimento, sendo o computador um auxílio para fazer a ponte entre esse sujeito e o conhecimento. A figura a seguir ilustra este processo. FIGURA 1 - ESQUEMA ILUSTRATIVO DE MEDIAÇÃO DO CONHECIMENTO Fonte: Frant (2004, p. 4, apud ROLKOUSKI, 2013, p. 87) Percebemos, dessa maneira, que o entendimento do papel da tecnologia no processo ensino-aprendizagem subentende uma concepção do que vem a ser o aprender e o ensinar. Atenção! É importante ressaltarmos que entender a tecnologia como uma ferra- menta não é incorreto. Na verdade, trata-se de considerar uma faceta de seu uso, por exemplo, ao digitar um texto, estou, sim, utilizando a tecnologia - nesse caso um proces- sador de texto - como uma mera ferramenta. Por outro lado, ao utilizarmos um software de geometria dinâmica, entendemos como reducionista seu possível uso como uma mera ferramenta. (ROLKOUSKI, 2013). Caro(a) acadêmico(a) na Matemática, em relação ao uso do computador, temos a geometria dinâmica como elemento da tecnologia educacional e o uso do computador no ensino de geometria contribui para a visualização geométrica, que é vital no processo de construção do conhecimento. Com a introdução dos computadores no ambiente escolar, muitos deixaram de lado os desenhos realizados com lápis e papel e começaram a realizá-los diretamente no com- putador. Apesar da otimização do tempo, visto que com softwares de geometria dinâmica podemos realizar uma grande variedade de figuras geométricas ou modificá-las - o que não seria possível realizar à mão livre ou com instrumentos de desenho -, a utilização dos com- putadores também trouxe algumas dificuldadespara o processo de ensino-aprendizagem, sendo a principal delas a que se refere às propriedades das figuras geométricas. Como os softwares trazem comandos prontos, como mediatriz, bissetriz, retas paralelas, entre outros, muitas propriedades foram “esquecidas”. (GÓES A.; GÓES H., 2015). 51UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA 52UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA Os softwares mais comuns de geometria dinâmica são o GeoGebra, o Régua e Compasso, o Cabri Géomètre, entre outros. Alguns desses softwares são gratuitos, como o Régua e Compasso e o GeoGebra. Além disso, existem diversos tutoriais (textos que ensinam como utilizar esses softwares) e videoaulas disponíveis na internet. 52 Para saber mais sobre os softwares citados acesse os links abaixo: Fonte: YOUTUBE. Tutorial do GeoGebra: 1 parte. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=x-fJy6vRNXE. Acesso em: 8 set. 2021. YOUTUBE. Tutorial Régua e Compasso. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=pv5AbSoFVwA. Acesso em: 8 set. 2021. https://www.youtube.com/watch?v=x-fJy6vRNXE https://www.youtube.com/watch?v=pv5AbSoFVwA 53UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA 53 Para saber mais sobre a utilização de novas tecnologias no ensino da matemática indicamos as seguintes leituras: MUNHOZ, M. de O. Propostas metodológicas para o ensino de matemática. Curitiba: InterSaberes, 2013. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/. Acesso em: 8 set. 2021. ROLKOUSKI, E. Tecnologias no ensino de matemática. Curitiba: InterSaberes, 2013. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/. Acesso em: 8 set. 2021. “A matemática é a única ciência exata em que nunca se sabe do que se está a falar nem se aquilo que se diz é verdadeiro”. Fonte: Bertrand Russell. https://plataforma.bvirtual.com.br/ https://plataforma.bvirtual.com.br/. 54 CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) acadêmico(a), Chegamos ao final da Unidade II da disciplina de Metodologia do Ensino da Matemática, para o curso de Licenciatura em Matemática. Nesta segunda unidade, intitulada “TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA”, estudamos sobre as principais tendências em Educação Matemática, sendo elas: as resoluções de problemas, as atividades investigativas, a etnomatemática, a modelagem matemática e as tecnologias educacionais. Ao longo da unidade estudamos sobre as tendências de ensino e aprendizagem da matemática, entre as principais, temos: as resoluções de problemas que aprendemos que é considerada uma estratégia para o ensino de matemática e que muitos são os pesquisadores que defendem, assim como a BNCC; as atividades investigativas como uma metodologia que exige tanto do aluno quanto do professor, porém os resultados são compensadores; a etnomatemática consiste em compreender e valorizar a existência da matemática vivenciada na prática por artesãos, pescadores, pedreiros, costureiras, comerciantes ambulantes, entre outros, em sua própria leitura de mundo por meio dessa ciência; a modelagem matemática pode ser compreendida como uma metodologia de ensino que possibilita ao estudante abor- dar conteúdos matemáticos a partir de fenômenos de sua realidade, e tem como objetivo explicar matematicamente situações do cotidiano, das mais diferentes áreas da Ciência, com o propósito de educar matematicamente; e por fim as tecnologias educacionais como instrumento que pode facilitar e contribuir na construção de aprendizagens. Assim, convidamos você, acadêmico(a) interessado(a), a consultar as indicações de leitura complementar, filmes e as referências, de modo a aprofundar seu conhecimento. Boa leitura! UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA 55 LEITURA COMPLEMENTAR Para nossa leitura complementar indicamos o artigo dos autores Ludovico Maior e José Trobia, intitulado “Tendências metodológicas de ensino-aprendizagem em educação matemática: resolução de problemas - um caminho”, 2012. Fonte: MAIOR, L.; TROBIA, J. Tendências metodológicas de ensino-aprendiza- gem em educação matemática: resolução de problemas - um caminho. 2012. Disponí- vel em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1785-8.pdf. Acesso em: 15 maio 2021. UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1785-8.pdf 56 MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Práticas contemporâneas em Educação Matemática Autor: Flavia Sucheck Mateus da Rocha e Marco Aurélio Kalinke. Editora: InterSaberes. Sinopse: Atualmente, cada vez mais nos deparamos com no- vas tecnologias e novas tendências educacionais que buscam possibilitar a aprendizagem de alunos com diferentes estilos e interesses. Por isso, é de extrema importância que os profes- sores estejam atentos a esse cenário e que compreendam sua importância para que as escolas sejam locais de formação de cidadãos, sempre estimulando a autonomia e o protagonismo de seus alunos.Adentre conosco o incrível universo da matemá- tica, contemplando práticas enriquecedoras e contemporâneas que favorecem o processo de ensino e aprendizagem dessa disciplina. FILME / VÍDEO Título: O Homem que Mudou o Jogo (Moneyball) Ano: 2011. Sinopse: Baseado no livro “Moneyball: O homem que mudou o jogo”. De Michael Lewis, conta a verdadeira história Billy Beane, gerente-geral do time de beisebol do Oakland Athletics que, na tentativa de criar um time competitivo para a temporada de 2002, aposta numa elaborada análise estatística dos jogadores criada por um economista recém-formado na Universidade de Yale. O método matemático muda os critérios na hora de clas- sificar jogadores em equipes profissionais e se mostra eficiente dentro de campo. UNIDADE 2 TENDÊNCIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Programa Nacional do Livro Didático (PNLD); • Guia do Livro Didático e procedimento para escolha da obra e critérios de avaliação do livro didático de Matemática; • Livros paradidáticos no ensino. Objetivos da Aprendizagem • Conceituar e contextualizar o histórico do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD); • Estudar o guia do livro didático, bem como ocorre o procedimento para escolha da obra e critérios de avaliação do livro didático de Matemática; • Abordar a importância dos livros paradidáticos no ensino. 3UNIDADEUNIDADE LIVROSLIVROS DIDÁTICOS EDIDÁTICOS E PARADIDÁTICOSPARADIDÁTICOS Professora Esp. Genilda de Lourdes Maurício Guimarães 58 INTRODUÇÃO Prezado(a) acadêmico(a), Seja bem-vindo(a) à Unidade III da disciplina de Metodologia do Ensino da Matemática, para o curso de Licenciatura em Matemática. Nesta terceira unidade, intitulada “LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS”. Escrever esta unidade é uma tarefa que se impõe como necessária perante o desenvolvimento da disciplina, uma vez que é de extrema importância para o futuro profis- sional da Matemática. Assim, ao longo da unidade conceituaremos a contextualizaro histórico do Pro- grama Nacional do Livro Didático (PNLD), estudaremos o guia do livro didático, bem como ocorre o procedimento para escolha da obra e critérios de avaliação do livro didático de Matemática, e por fim, abordaremos a importância dos livros paradidáticos no ensino. Espero que estes textos colaborem para a sua melhor compreensão sobre o tema de nossa primeira unidade. Boa leitura ! UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Caro(a) acadêmico(a), neste primeiro tópico conceituaremos e contextualizaremos o histórico do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), segundo o Ministério da Edu- cação (MEC). Desenvolvido pelo governo federal brasileiro, o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) atende escolas públicas de educação básica. Seu objetivo é dis- ponibilizar livros e materiais didáticos de qualidade de forma gratuita para as instituições de Educação Infantil, Ensino Fundamental (anos iniciais e finais) e Ensino Médio. Desdobrando o significado da sigla PNLD, temos: ● P – programa, por se tratar de um documento que expõe intenções governa- mentais; ● N – nacional, por seu caráter de abrangência — todo o Brasil; ● L – livro (e do material), que são os materiais físicos e digitais distribuídos pelo programa; ● D – didático, pela função educativa dos materiais. O Ministério da Educação (MEC) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Edu- cação (FNDE) são os órgãos responsáveis pela realização do PNLD. São eles que avaliam, compram e distribuem, junto aos Correios, as obras didáticas às escolas públicas A existência do PNLD justifica-se pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na- cional (LDBEN), n. 9,394/96, que garante a distribuição de material didático como parte do dever do Estado com a educação escolar pública. O art. 4º da Redação dada pela Lei nº 12.796 de 2013 diz: 1 PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO (PNLD) TÓPICO UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado me- diante a garantia de: [...] VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde; (BRASIL, 1996). O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) é o mais antigo dos programas vol- tados à distribuição de obras didáticas aos estudantes da rede pública de ensino brasileira e iniciou-se, com outra denominação, em 1937. Ao longo desses 80 anos, o programa foi aperfeiçoado e teve diferentes nomes e formas de execução. Atualmente, o PNLD é voltado à educação básica brasileira, tendo como única exceção os alunos da educação infantil. Veja no quadro abaixo o histórico do Programa: QUADRO 1 - HISTÓRICO DO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO (PNLD) 1937 O Decreto-Lei nº 93, de 21 de dezembro de 1937, cria o Instituto Nacional do Livro. 1938 Por meio do Decreto-Lei nº 1.006, de 30/12/38, é instituída a Comissão Nacional do Livro Didático (CNLD), estabelecendo sua primeira política de legislação e controle de produção e circulação do livro didático no País. 1945 Pelo Decreto-Lei nº 8.460, de 26/12/45, é consolidada a legislação sobre as condições de produção, importação e utilização do livro didático, restringindo ao professor a escolha do livro a ser utilizado pelos alunos, conforme definido no art. 5º. 1966 Um acordo entre o Ministério da Educação (MEC) e a Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) permite a criação da Comissão do Livro Técnico e Livro Didático (Colted), com o objetivo de coordenar as ações referentes à produção, edição e distribuição do livro didático. O acordo assegurou ao MEC recursos suficientes para a distribuição gratuita de 51 milhões de livros no período de três anos. Ao garantir o financiamento do governo a partir de verbas públicas, o programa adquiriu continuidade. 1970 A Portaria nº 35, de 11/3/1970, do Ministério da Educação, implementa o sistema de coedição de livros com as editoras nacionais, com recursos do Instituto Nacional do Livro (INL). 60UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS 1971 O Instituto Nacional do Livro (INL) passa a desenvolver o Programa do Livro Didático para o Ensino Fundamental (Plidef), assumindo as atribuições administrativas e de gerenciamento dos recursos financeiros até então a cargo da Colted. A contrapartida das Unidades da Federação torna-se necessária com o término do convênio MEC/Usaid, efetivando-se com a implantação do sistema de contribuição financeira das unidades federadas para o Fundo do Livro Didático. 1976 Pelo Decreto nº 77.107, de 4/2/76, o governo assume a compra de boa parcela dos livros para distribuir a parte das escolas e das unidades federadas. Com a extinção do INL, a Fundação Nacional do Material Escolar (Fename) torna-se responsável pela execução do programa do livro didático. Os recursos provêm do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e das contrapartidas mínimas estabelecidas para participação das Unidades da Federação. Devido à insuficiência de recursos para atender todos os alunos do ensino fundamental da rede pública, a grande maioria das escolas municipais é excluída do programa. 1983 Em substituição à Fename, é criada a Fundação de Assistência ao Estudante (FAE), que incorpora o Plidef. Na ocasião, o grupo de trabalho encarregado do exame dos problemas relativos aos livros didáticos propõem a participação dos professores na escolha dos livros e a ampliação do programa, com a inclusão das demais séries do ensino fundamental. 1985 Com a edição do Decreto nº 91.542, de 19/8/85, o Plidef dá lugar ao Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que traz diversas mudanças, como: ● Indicação do livro didático pelos professores; ● Reutilização do livro, implicando a abolição do livro descartável e o aperfeiçoamento das especificações técnicas para sua produção, visando maior durabilidade e possibilitando a implantação de bancos de livros didáticos; ● Extensão da oferta aos alunos de 1ª e 2ª série das escolas públicas e comunitárias; ● Fim da participação financeira dos estados, passando o controle do processo decisório para a FAE e garantindo o critério de escolha do livro pelos professores. 1992 A distribuição dos livros é comprometida pelas limitações orçamentárias e há um recuo na abrangência da distribuição, restringindo-se o atendimento até a 4ª série do ensino fundamental. 61UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS 1993 A Resolução CD FNDE nº 6 vincula, em julho de 1993, recursos para a aquisição dos livros didáticos destinados aos alunos das redes públicas de ensino, estabelecendo-se, assim, um fluxo regular de verbas para a aquisição e distribuição do livro didático. 1993/1994 São definidos critérios para avaliação dos livros didáticos, com a publicação “Definição de Critérios para Avaliação dos Livros Didáticos” MEC/FAE/UNESCO. 1995 De forma gradativa, volta a universalização da distribuição do livro didático no ensino fundamental. Em 1995, são contempladas as disciplinas de matemática e língua portuguesa. Em 1996, a de ciências e, em 1997, as de geografia e história. 1996 É iniciado o processo de avaliação pedagógica dos livros inscritos para o PNLD, sendo publicado o primeiro “Guia de Livros Didáticos” de 1ª a 4ª série. Os livros foram avaliados pelo MEC conforme critérios previamente discutidos. Esse procedimento foi aperfeiçoado,sendo aplicado até hoje. Os livros que apresentam erros conceituais, indução a erros, desatualização, preconceito ou discriminação de qualquer tipo são excluídos do Guia do Livro Didático. 1997 Com a extinção, em fevereiro, da Fundação de Assistência ao Estudante (FAE), a responsabilidade pela política de execução do PNLD é transferida integralmente para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O programa é ampliado e o Ministério da Educação passa a adquirir, de forma continuada, livros didáticos de alfabetização, língua portuguesa, matemática, ciências, estudos sociais, história e geografia para todos os alunos de 1ª a 8ª série do ensino fundamental público. 2000 É inserida no PNLD a distribuição de dicionários da língua portuguesa para uso dos alunos de 1ª a 4ª série em 2001 e, pela primeira vez na história do programa, os livros didáticos passam a ser entregues no ano anterior ao ano letivo de sua utilização. Os livros para 2001 foram entregues até 31 de dezembro de 2000. 2001 O PNLD amplia, de forma gradativa, o atendimento aos alunos com deficiência visual que estão nas salas de aula do ensino regular das escolas públicas, com livros didáticos em braille. Atualmente, esses alunos são atendidos também com livros em libras, caractere ampliado e na versão MecDaisy. Fonte: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Ministério da Educação. (BRASIL, 2021). 62UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS Em seguida apresentaremos o PNLD, conforme o FNDE (2021): ● PNLD 2002: Anos Iniciais – 1ª reposição e complementação (plena para 1ª série consumível). Anos Finais – distribuição integral. 2002 - Com o intuito de atingir em 2004 a meta de que todos os alunos matriculados no ensino fundamental possuam um dicionário de língua portuguesa para uso durante toda sua vida escolar, o PNLD dá continuidade à distribuição de dicionários para os ingressantes na 1ª série e atende aos estudantes das 5ª e 6ª série. Em 2002, foi executado o PNLD 2003. ● PNLD 2003: Anos Iniciais – 2ª reposição e complementação (plena para 1ª série consumível). Anos Finais – 1ª reposição e complementação. 2003 - O PNLD distribui dicionários de língua portuguesa aos ingressantes na 1ª série e atende aos alunos das 7ª e 8ª série, alcançando o objetivo de contemplar todos os estudantes do ensino fundamental com um material pedagógico que os acompanhará con- tinuamente em todas as suas atividades escolares. É distribuído, também, Atlas Geográfico para as escolas que possuem, concomitantemente, EJA e turmas de 5ª a 8ª série do ensino regular. É publicada a Resolução CD FNDE nº. 38, de 15/10/2003, que institui o Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio (PNLEM). Com execução em 2003, o PNLD 2004 atendeu aos alunos do ensino fundamental. 63UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS ● PNLD 2004: Anos Iniciais – distribuição integral. Anos Finais – 2ª Reposição e complementação. 2004 – Para o PNLD 2005, foi feita aquisição e distribuição de livros didáticos para os alunos de 1ª a 4ª série, para reposição e complementação, e a última reposição e com- plementação do PNLD 2002 aos alunos de 5ª a 8ª série. O atendimento do Ensino Médio foi instituído progressivamente. Em 2004, seu primeiro ano de execução, foram adquiridos livros de matemática e português para os alunos do 1º ano do Norte e do Nordeste. Foram entregues ainda cerca de 38,9 milhões de dicionários aos estudantes, para uso pessoal. O dicionário é de propriedade do aluno, que pode compartilhar a fonte de pes- quisa com toda a família. Foram atendidos os alunos de 1ª série e aos repetentes da 8ª série. Além disso, 2004 é o ano de criação de uma ferramenta importante para a execução do PNLD, o Siscort, sistema direcionado a registrar e controlar o remanejamento de livros e a distribuição da Reserva Técnica. Em 2004, o Siscort foi implantado em todos os estados, para atender às turmas de 1ª à 4ª série. ● PNLD e PNLEM 2005: Anos Iniciais – 1ª reposição e complementação (plena para 1ª série consumível). Anos Finais – distribuição integral. Ensino Médio – distribuição parcial (matemática e português para 1ª série do Norte e do Nordeste) 2005 – Em caráter de reposição e complementação, são distribuídos livros didáti- cos de todos os componentes curriculares para os alunos do ensino fundamental, sendo plena a complementação dos livros consumíveis de 1º ano. No âmbito do PNLEM, houve distribuição de livros de português e matemática para todos os anos e regiões. Ainda em 2005, foram incluídas no sistema Siscort as turmas de 5ª a 8ª série. 1.1 Dicionários: A partir de 2005, a sistemática de distribuição de dicionários é reformulada, de maneira a priorizar a utilização do material em sala de aula. Assim, em vez de entregar uma obra para cada aluno, o FNDE fornece acervos de dicionários a todas as escolas públicas de 1ª a 8ª séries do ensino fundamental. As obras também passam a ser adaptadas ao nível de ensino do aluno. ● Dicionários do tipo 1 - com 1 mil a 3 mil verbetes, adequados à introdução das crianças a este tipo de obra. 64UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS ● Dicionários do tipo 2 - com 3,5 mil a 10 mil verbetes, apropriados a alunos em fase de consolidação do domínio da escrita. ● Dicionários do tipo 3 - com 19 mil a 35 mil verbetes, direcionados para alunos que já começam a dominar a escrita. As turmas de 1ª a 4ª séries recebem dicionários do tipo 1 e do tipo 2, enquanto as de 5ª a 8ª série recebem os do tipo 3. Os recursos para aquisição, distribuição e mixagem montam R$ 44.301.055,56 e a quantidade distribuída para cada etapa ocorre da seguinte forma: ● Tipo 1 - 281.783 acervos (2.536.047 livros) ● Tipo 2 - 237.406 acervos (2.136.654 livros) ● Tipo 3 - 247.294 acervos (1.731.058 livros) ● PNLD e PNLEM 2006: Anos Iniciais – 2ª reposição e complementação (plena para 1ª série consumível). Anos Finais – 1ª reposição e complementação. Ensino Médio – distribuição parcial (matemática e português para todos os anos e regiões do país). 2006 - Distribuição de livros didáticos de todos os componentes curriculares para o 1ª segmento do ensino fundamental (1ª à 4ª série/1º ao 5º ano), no âmbito do PNLD 2007, e a segunda reposição e complementação do PNLD/2004 (5ª à 8ª série/6º ao 9º ano). No PNLEM, houve reposição e complementação dos livros de matemática e português, distribuídos anteriormente, além da compra integral dos livros de biologia. Para os alunos que têm surdez e utilizam a Língua Brasileira de Sinais (Libras), houve distribuição (escolas de 1ª a 4ª série/ 1º ao 5º ano) do dicionário enciclopédico ilus- trado trilíngue - Língua Brasileira de Sinais/Língua Portuguesa/Língua Inglesa. 65UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS ● PNLD e PNLEM 2007: Anos iniciais – distribuição integral Anos Finais – 2ª reposição e complementação Ensino Médio – distribuição parcial (integral para biologia mais reposição e comple- mentação de matemática e português) 2007 - O FNDE adquire 110,2 milhões de livros para reposição e complementação dos livros anteriormente distribuídos para os anos iniciais (sendo plena para 1ª série consu- mível) e distribuição integral para anos finais. Foram atendidos, no ano letivo de 2008, 31,1 milhões de alunos de 139,8 mil escolas públicas. Foram adquiridos, ainda, 18,2 milhões de livros para 7,1 milhões de alunos de 15,2 mil escolas públicas de ensino médio. Seguindo a meta progressiva de universalização do material para esse segmento, o atendimento é ampliado com a aquisição de livros de história e de química. Houve ainda distribuição de dicionários trilíngues de português, inglês e libras para alunos surdos das escolas de ensino fundamental e médio. Os alunos surdos de 1ª a 4ª série receberam ainda cartilhae livro de língua portuguesa em libras e em CD-Rom. Com a publicação da resolução CD FNDE 18, de 24/04/2007, é regulamentado o Programa Nacional do Livro Didático para a Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA), para distribuição, a título de doação, de obras didáticas às entidades parceiras do Programa Brasil Alfabetizado (PBA), com vistas à alfabetização e à escolarização de pessoas com idade de 15 anos ou mais. ● PNLD e PNLEM 2008: Anos Iniciais – 1ª reposição e complementação (plena para 1ª série consumível) Anos Finais – distribuição integral Ensino Médio – distribuição parcial (integral para química e história mais reposição e complementação de matemática, português e biologia) 2008 – Para utilização em 2009, houve aquisição e distribuição, em caráter de complementação e reposição, dos livros didáticos anteriormente distribuídos aos alunos e todo o ensino fundamental (sendo plena para 1ª série consumível). No âmbito do ensino médio, houve atendimento integral, sendo incluídos os livros de física e geografia. A aquisi- ção dos livros distribuídos no ano anterior para esse segmento (química e história), foi em caráter de complementação e reposição. 66UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS ● PNLD e PNLEM 2009: Anos Iniciais – 2ª reposição e complementação (plena para 1ª série consumível) Anos Finais – 1ª reposição e complementação Ensino Médio – distribuição integral de matemática, português, biologia, física e geografia, mais reposição e complementação de química e história. 2009 – Houve aquisição de 114,8 milhões de livros didáticos para 36,6 milhões de alunos da educação básica pública, para utilização a partir de 2010, representando um investimento de R$622,3 milhões. O maior volume de investimento foi direcionado às turmas do 1º ao 5º ano do ensino fundamental (distribuição integral) e do 6º ao 9º ano (reposição e complementação), com 103,6 milhões de obras distribuídas. Os estudantes de ensino médio receberam 11,2 milhões de exemplares, como complementação e reposição. Ainda em 2009, foram investidos R$18,8 milhões na compra de 2,8 milhões de obras do PNLA, direcionadas à alfabetização de jovens e adultos, para utilização no mesmo ano. Nesse ano, passaram a ser atendidos pelo Programa, além dos alunos das entidades parceiras do PBA, os alfabetizandos jovens e adultos das redes públicas de ensino. São publicadas duas importantes resoluções. A primeira, a resolução CD FNDE nº. 51, de 16/09/2009, regulamentando o Programa Nacional do Livro Didático para a Edu- cação de Jovens e Adultos (PNLD EJA). O programa abrange o PNLA, visto que atende estudantes jovens e adultos também em sua fase de alfabetização. A segunda, resolução CD FNDE nº. 60, de 20/11/2009, estabelece novas regras para participação no PNLD: a partir de 2010, às redes públicas de ensino e as escolas federais devem aderir ao programa para receber os livros didáticos. A resolução 60 inclui ainda as escolas de ensino médio no âmbito de atendimento do PNLD, além de adicionar a língua estrangeira (com livros de in- glês ou de espanhol) aos componentes curriculares distribuídos aos alunos do 6º ao 9º ano. Para o ensino médio, também foi adicionado o componente curricular língua estrangeira (com livros de inglês e de espanhol), além dos livros de filosofia e sociologia (em volume único e consumível). ● PNLD 2010: Anos Iniciais – distribuição integral Anos Finais – 2ª reposição e complementação Ensino Médio – 1ª reposição e complementação 2010 – Em 2010, para utilização a partir de 2011, foram investidos R$893 milhões na aquisição e na distribuição de 120 mil livros para todo o ensino fundamental. Houve re- posição e complementação para anos iniciais, sendo plena para alfabetização linguística e 67UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS alfabetização matemática de 1º e 2º anos, e distribuição integral para anos finais. Para esse segmento foram distribuídos livros de língua estrangeira pela primeira vez. Para o ensino médio, foram investidos R$184 milhões para a aquisição e distribuição de 17 milhões de livros, para complementação e reposição da distribuição integral realizada em 2009. Ainda em 2010, o atendimento à EJA foi ampliado, com a incorporação do PNLA ao PNLD EJA. Assim, passaram a ser atendidos os alunos de 1º ao 9º ano das escolas públi- cas e entidades parceiras do PBA. Nesse ano foram investidos R$20 milhões na aquisição e distribuição de mais de 2 milhões de livros direcionados à alfabetização. Visando incrementar a aprendizagem no ciclo de alfabetização, foram adquiridas, pela primeira vez, Obras Complementares para os alunos de 1º e 2º anos do ensino fundamental. Ainda em 2010, é publicado o Decreto nº. 7.084, de 27/01/2010, que dispõe sobre os procedimentos para execução dos programas de material didático: o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE). ● PNLD 2011: Anos Iniciais – 1ª reposição e complementação (plena para alfabetização lingüística e alfabetização matemática de1º e 2º ano) Anos Finais – distribuição integral (incluindo língua estrangeira) Ensino Médio – 2ª reposição e complementação 2011 – Em 2011, o FNDE adquiriu e distribuiu integralmente livros para o ensino médio, inclusive na modalidade Educação de Jovens e Adultos. O material será utilizado inicialmente em 2012. Pela primeira vez, os alunos desse segmento receberam livros de língua estrangeira (inglês e espanhol) e livros de filosofia e sociologia (volumes únicos e consumíveis). Para os alunos do ensino fundamental, foram distribuídos os livros ante- riormente escolhidos, para reposição e complementação do PNLD 2010 e do PNLD 2011. Os alunos de 1º e 2º ano receberão complementação plena dos livros de alfabetização linguística e alfabetização matemática. 68UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS Foram distribuídos ainda livros para os alunos do ensino fundamental da Educa- ção de Jovens e Adultos, conforme previa a Resolução CD FNDE nº. 51 de 2009. Com o investimento de R$140,6 mil reais, foram distribuídos 14,1 milhões de livros, atendendo 5 milhões de alunos. ● PNLD 2012: O PNLD 2012 é direcionado à aquisição e à distribuição integral de livros aos alu- nos do ensino médio (inclusive na modalidade Educação de Jovens e Adultos), bem como à reposição e complementação do PNLD 2011 (6º ao 9º ano do ensino fundamental) e do PNLD 2010 (1º ao 5º ano do ensino fundamental). 1.2 Avanços Tecnológicos Importante e significativo avanço nos programas do livro ocorreu na área de tecnologia. Em 2012 foi publicado edital para formação de parcerias para estruturação e operação de serviço público e gratuito de disponibilização de materiais digitais a usuários da educação nacional. O edital tem por objetivo a constituição de acordos de cooperação entre o FNDE e instituições interessadas para a estruturação e a operação de serviço virtual para dis- ponibilização de obras digitais e outros conteúdos educacionais digitais para professores, estudantes e outros usuários da rede pública de ensino brasileira, com ênfase nos títulos do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) e de outras ações governamentais na área de material escolar, por meio de tecno- logia que assegure o atendimento em escala nacional e proteja os direitos autorais digitais e a propriedade intelectual dos acervos. Além disso, também em 2012, pela primeira vez, as editoras puderam inscrever no âmbito do PNLD 2014, objetos educacionais digitais complementares aos livros impressos. Esse novo material multimídia, que inclui jogos educativos, simuladores e infográficos anima- dos, será enviado para as escolas em DVD para utilização pelos alunos dos anos finais do ensino fundamental no ano letivo de 2014. O DVD é um recurso adicionalpara as escolas que ainda não têm internet. Os novos livros didáticos trarão também endereços on-line para que os estudantes tenham acesso ao material multimídia, complemente o assunto estudado, além de tornar as aulas mais modernas e interessantes. 69UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS Já para o ano letivo de 2015, foi lançado em 2012 o edital que prevê que as editoras podem apresentar obras multimídia, reunindo livros impressos e livros digitais. A versão digital deve trazer o mesmo conteúdo do material impresso mais os objetos educacionais digitais, como vídeos, animações, simuladores, imagens, jogos, textos, en- tre outros itens para auxiliar na aprendizagem. O edital também permite a apresentação de obras somente na versão impressa, para viabilizar a participação das editoras que ainda não dominam as novas tecnologias. Esse material será destinado aos alunos e professores do ensino médio da rede pública. Caro(a) estudante, todas as informações apresentadas aqui foram retiradas do site do governo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Ministério da Educação. Podemos perceber, com o breve histórico apresentado neste tópico, que esse é o cumprimento do direito ao acesso à educação dos alunos da rede pública de ensino brasileiro por meio de materiais de qualidade e que cumprem critérios mínimos no que se refere ao pro- cesso de ensino-aprendizagem unificado em todo o país. Além disso, atualmente podemos afirmar que a qualidade do livro didático melhorou continuamente desde seu surgimento em razão esse programa de Estado. Ainda perceba, caro(a) estudante, que o fato de o professor poder escolher seu material didático é de grande valia para o ensino, pois assim o educador consegue definir o melhor para seus alunos. 70UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD): O que é? O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) compreende um conjunto de ações voltadas para a distribuição de obras didáticas, pedagógicas e literárias, entre outros materiais de apoio à prática educativa, destinados aos alunos e professores das escolas públicas de educação básica do País. O PNLD também contempla as instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos e conveniadas com o Poder Público. As escolas participantes do PNLD recebem materiais de forma siste- mática, regular e gratuita. Trata-se, portanto, de um Programa abrangente, constituindo-se em um dos principais instrumentos de apoio ao processo de ensino-aprendizagem nas Escolas beneficiadas. A quem se destina? As ações do PNLD destinam-se aos alunos e professores das escolas públicas de edu- cação básica, como também de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos e conveniadas com o Poder Público Como participar? Para participar do PNLD, os dirigentes das redes de ensino municipal, estadual, distrital e das escolas federais devem encaminhar Termo de Adesão manifestando seu interesse em receber os materiais do programa e comprometendo-se a executar as ações do programa conforme a legislação. Órgãos Gestores / Áreas Gestoras: Secretaria de Educação Básica - SEB/MEC; Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação-FNDE. 71UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS 71 Atuação: O FNDE é responsável pela operacionalização do PNLD. Na execução do Programa cabe a esta autarquia: I - organizar e apoiar a inscrição de obras e dos titulares de direito autoral ou de edição; II - analisar a documentação e proceder à habilitação dos titulares de direito autoral ou de edição; III - realizar a análise de atributos físicos das obras, diretamente ou por meio de instituição conveniada ou contratada para este fim; IV - apoiar o processo de escolha ou montagem dos acervos e compilar seus resultados; IV - realizar a negociação de preços e formalizar os contratos de aquisição; V - acompanhar a distribuição das obras; VI - realizar o controle de qualidade da produção dos materiais de acordo com as especificações contratadas; VII - Realizar o monitoramento, para fins de verificação da efetividade do Programa junto às Redes de Ensino; e VIII - Prestar Assistência Técnica aos entes participantes do PNLD. Legislação: Resolução 15/2018 - Dispõe sobre as normas de conduta no âmbito da execução do PNLD. Decreto nº 9.099/2017 - Dispõe sobre o PNLD. Resolução 42/2012 - Dispõe sobre o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para a educação básica. Resolução 02/2011 - Sistematização e consolidação do modelo de verificação de qualidade e cálculo de multas por não conformidades físicas de materiais didáti- cos, a serem aplicados nos contratos administrativos de execução dos programas e projetos educacionais, contratados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e dá outras providências. Resolução 40/2011 - Dispõe sobre o Programa Nacional do Livro Didático do Campo (PNLD Campo) para as escolas do campo. Resolução 51/2009 - Dispõe sobre o Programa Nacional do Livro Didático para Educação de Jovens e Adultos (PNLD EJA). Resolução nº 15/2018 - Dispõe sobre as normas de conduta no âmbito da execução do PNLD. Portaria Normativa MEC 7/2007 (Alterada) - Dispõe sobre as normas de conduta no âmbito da execução dos Programas do Livro. Institui a Comissão Especial de Apuração de Normas de Conduta. Fonte: FNDE. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Programas do Livro. 2021. Disponível em: https://www.fnde.gov.br/index.php/programas/programas-do-livro/legislacao/item/9787-sobre-os-pro- gramas-do-livro Acesso em: 15 maio 2021. https://www.fnde.gov.br/index.php/programas/programas-do-livro/legislacao/item/9787-sobre-os-program https://www.fnde.gov.br/index.php/programas/programas-do-livro/legislacao/item/9787-sobre-os-program . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 Caro(a) acadêmico(a) neste segundo tópico estudaremos o guia do livro didático, bem como ocorre o procedimento para escolha da obra e critérios de avaliação do livro didá- tico de Matemática. A primeira editora brasileira foi a Impressão Régia do Rio de Janeiro, que teve como seu primeiro livro didático publicado Elementos de Geometria, de Legendre, seu tra- dutor foi Manoel Ferreira Guimarães (1777- 1738), que na época desempenhou um papel significativo para a divulgação de novas idéias no Brasil. Os primeiros livros didáticos de matemática foram utilizados para a formação dos alunos da academia militar do Rio de Janeiro, a maior parte foram traduções de livros estrangeiros, pois foi a partir da década de trinta que os brasileiros passaram a escrever seus próprios livros. (BRUM; GONÇALVES; FURTADO, 2015). Ao longo dos anos, com o crescimento da população, verificou-se um aumento nas matrículas das escolas públicas e o governo passou a investir mais na educação e propondo a distribuição de livros didáticos às crianças de baixa renda. O livro didático foi se transformando em importante mercadoria que atraía muitas empresas editoriais, os profes- sores precisaram ser mais criteriosos para escolher seu livro didático, pois foi crescendo a ofertas de livros e nem sempre eles eram adequados. 2 GUIA DO LIVRO DIDÁTICO E PROCEDIMENTOS PARA A ESCOLHA DA OBRA E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO DE MATEMÁTICA TÓPICO UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS Atenção caro(a) estudante, não podemos ver o livro didático como uma imagem conge- lada ”peça de museu”, ele sofre modificações ao longo dos anos, além de auxiliar o professor. O principal material de apoio para os professores na hora da escolha do livro é o Guia de Livros Didáticos, no qual apresenta explicações de como são feitas as resenhas, quais os princípios e critérios de avaliação para o livro ser aprovado pelo Programa Nacionaldo Livro e do Material Didático (PNLD). Na resenha aparecem vários indicadores da obra, como a abordagem dos conteúdos, metodologia de ensino e aprendizagem, contextualiza- ção, linguagem e aspectos gráfico-editoriais e o manual do professor que fornece suporte ao docente para o seu trabalho em sala de aula e sua formação continuada. (BRUM; GON- ÇALVES; FURTADO, 2015). O guia apresenta como princípios gerais de avaliação das obras inscritas no pro- cesso do PNLD, uma obra de boa qualidade, que auxilia o trabalho do docente no seu trabalho durante o ano escolar e prioriza a formação do aluno, na etapa do ensino médio e suas múltiplas dimensões dispostas na LDBEN (BRASIL, 1996): Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades: I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensi- no fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para conti- nuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio, conforme diretrizes do Conselho Nacional de 73UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS Você sabia que a cada três anos, a escola/o colégio, por intermédio dos professores, indica duas coleções de livros didáticos de cada disciplina, considerando seu Projeto Político Pedagógico (PPP). Essa indicação é meramente logística, pois, caso uma delas não esteja disponível para distribuição, a outra será entregue. Dessa forma, cada escola e cada grupo de professores podem escolher as duas coleções que melhor aten- dam às suas particularidades e ambas as escolas devem ter os mesmo critérios Fonte: Adaptado de: Brasil (2018). Educação, nas seguintes áreas do conhecimento: (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) I - linguagens e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) II - matemática e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) III - ciências da natureza e suas tecnologias;(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) IV - ciências humanas e sociais aplicadas. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) Para que tais processos acima descritos possam ser contemplados, as instituições devem criar um espaço de convivência e atividades que possibilite ao aluno criar compe- tências e habilidades que traduzam as finalidades do ensino médio. O livro didático é de certa forma um mediador do diálogo entre o aluno, o professor e os conteúdos, sobre os conteúdos cabe as funções também descritas e analisadas nas resenhas, sua disposição de acordo com a série, sua abordagem contextualizada e metodologias de ensino. (BRUM; GONÇALVES; FURTADO, 2015). De maneira geral o livro didático tem a função de favorecer ao aluno a aquisição de saberes relevantes, além de consolidar, ampliar, aprofundar e integrar os seus conhecimen- tos atendendo às especificidades já descritas no artigo Art. 35 (BRASIL, 1996) propiciando o desenvolvimento de competências e habilidade do aluno que contribuam para o aumento de sua autonomia e formação sociocultural, preparando-o para o exercício da cidadania. Com respeito ao professor, o livro didático deve auxiliar o trabalho pedagógico na gestão das aulas, auxiliando na avaliação da aprendizagem do aluno e também na aquisi- ção de saberes profissionais, auxiliando como texto de referência. Todas estas atribuições têm papel fundamental na valorização do livro didático, pois, se torna essencial no processo de aprendizagem, por isso se deve tal importância ao proces- so de avaliação das obras, e também dos critérios de escolha usados pelo professor, pois, influencia em vários aspectos a maneira com que a aula é conduzida e também de forma direta na concretização dos objetivos da disciplina de matemática no Ensino Médio. (BRUM; GONÇALVES; FURTADO, 2015). Além das atribuições que o livro deve favorecer ao aluno e ao professor, todos os componentes curriculares devem ser atendidos, respeitando a legislação e as diretrizes, podendo ser excluído do processo de seleção no caso do descumprimento de algum item que diz respeito à organização curricular. (BRUM; GONÇALVES; FURTADO, 2015). O Manual é parte integrante de cada obra por coleção, ou seja, cada livro (6º, 7º, 8º e 9º anos) traz o seu próprio Manual, diferindo em seu conteúdo apenas o que se refere à Parte Específica, onde há os capítulos de cada série. Dependendo da estrutura de cada coleção, no que se refere à composição das seções contidas em cada obra, o Manual do Professor apresenta esclarecimentos dos objetivos de cada uma delas, trazendo informa- ções a respeito da estrutura contida nas obras e o que cada seção tem como objetivo. Ele indica a sua proposta para auxiliar o trabalho do professor ao fazer uso do Livro Didático em sua totalidade e consequentemente o que a proposta do livro oferece para a aprendizagem do aluno. (BOTELHO, 2019). 74UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13415.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13415.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13415.htm#art3 Portanto, o livro didático deve ser uma ferramenta que auxilia o professor na tarefa de fazer o ensino da matemática capacitar os estudantes de planejar e solucionar novos problemas com iniciativa e criatividade, compreender as ideias matemáticas e transmiti-las de forma escrita ou oral, avaliar situações e resultados, e muitas outras atribuições neces- sárias para a compreensão de situações do dia a dia e também do mundo tecnológico. (BRUM; GONÇALVES; FURTADO, 2015). Em síntese, o Guia de Livros Didáticos de Matemática - Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio é o documento resultante das avaliações das coleções de livros didáticos das diversas disciplinas curriculares e visa, segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, a orientar a escolha dos livros pelos docentes que serão adotados pelas escolas. Essa avaliação é feita por professores universitários e especialistas convidados pela Coordenação Geral de Avaliação de Materiais Didáticos e Pedagógicos (COMDIPE), criada pelo Ministério da Educação. O Guia de Livros Didáticos de Matemática é dividido da seguinte forma: inicia-se com uma pequena apresentação. Após, apresenta os princípios e critérios de avaliação, que são expostos também no edital, em seguida, mostra como são elaboradas as rese- nhas das coleções aprovadas e as exibe. Por fim, traz os conteúdos da ficha de avaliação pedagógica, bem como considerações gerais sobre livros didáticos para os 6º ao 9º ano do ensino fundamental e o ensino médio. Nessas considerações, são analisadas caracte- rísticas comuns observadas nos livros, além de sugestões de como contornar algumas das limitações neles observadas. (BRASIL, 2021). Além disso, algumas dessas considerações são destacadas nas resenhas dos livros, criticando ou elogiando sua abordagem acerca de cada uma das obras aprovadas no PNLD, apresentando aos docentes análises, reflexões e orientações quanto ao conteúdo e estrutura das obras e suas potencialidades para a prática pedagógica. Sugerimos que as editoras pudessem ler também o Guia de Livros Didáticos de Matemática, pois, além dos critérios eliminatórios expostos neste e no edital, há também critérios classificatórios que são comen- tados em forma de considerações que ajudariam na elaboração de um livro mais próximodo que se idealiza nas Diretrizes Curriculares Nacionais, cujo Guia de Livros Didáticos de Matemática e o edital do programa se baseiam. (SANTOS, 2016; BRASIL, 2018). Mas caro(a) acadêmico(a), quais são essas considerações? A discussão dessas questões visa a contribuir para que o professor tenha mais parâmetros para escolher a coleção que julga pertinente para o ensino e a aprendizagem. As considerações são: a seleção de conteúdos, a distribuição dos conteúdos, a metodologia de ensino e aprendizagem, a contextualização, o manual do professor, o livro didático digital e o papel articulador dos conceitos matemáticos. 75UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS Ainda, o Guia de Livros Didáticos é uma peça fundamental do PNLD e tem, a princípio, três funções, segundo o Ministério da Educação. A primeira delas é de orientação aos docentes da Educação Básica para que possam melhor realizar o processo de escolha das obras que serão utilizadas nas escolas do Brasil. (BRASIL, 2018). O destinatário inicial do Guia é, portanto, o coletivo de docentes de cada unidade ou rede escolar, que deve dispor de todas as orientações, informações e reflexões possíveis, de modo a sentir-se fundamentado na apreciação e decisão sobre as obras que melhor possam contribuir para o desenvolvimento de suas atividades didáticas, em conformidade com o projeto político-pedagógico da escola. (BRASIL, 2018). O Guia enuncia, também, os pressupostos da avaliação pedagógica, efetivados em observância ao Edital do Programa e em conformidade com afirmações acadêmicas atuali- zadas. Destina-se, por essas razões, igualmente aos pesquisadores e demais interessados em compreender, acompanhar e refletir sobre o alcance, limites e contribuições das obras e do PNLD, em seu amplo espectro. Além de obras com perspectivas pedagógicas diferen- ciadas, o Guia de livros didáticos apresenta reflexões fundamentais à formação docente no tocante aos processos de mediação pedagógica. (BRASIL, 2018). Com efeito, esta é outra função do Guia, a de facilitar o debate público e social acerca dessa importante política pública, sendo mediador de concepções, afirmações e convocações com impactos no campo do currículo e da experiência social. Como instrumen- to público, o Guia cumpre, ademais, a função de apresentar os parâmetros de efetivação legal do Programa, contendo os elementos que norteiam os procedimentos de aquisição e distribuição das obras às escolas do País. (BRASIL, 2018). No momento da escolha é importante que os professores selecionem obras con- sonantes aos pressupostos educacionais dispostos no projeto da escola, observando o cuidado em escolher obras em primeira e em segunda opção, de editoras diferentes. Caso não seja possível a aquisição dos livros da editora da 1ª opção, o FNDE comprará as obras da 2ª opção. Dessa forma, o Ministério da Educação recomenda o mesmo cuidado na seleção de obras em primeira e em segunda opção. Depois de efetivada a escolha das obras pelo coletivo docente, é preciso que o(a) diretor(a) da escola acesse o Sistema PDDE-Interativo e registre a escolha. (BRASIL, 2018). Caro(a) estudante o PNLD é um programa consolidado como política de Estado, reconhecido por sua relevância nas escolas do país devido às repercussões na qualidade dos processos de mediação pedagógica e à observância dos princípios éticos republicanos expressos em todas as fases de sua execução, evidenciando o protagonismo docente e o compromisso com a melhoria da educação pública.(BRASIL, 2018). 76UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS Para saber mais sobre o Guia do Livro Didático atual para a disciplina de matemática acesse o site do gover- no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Ministério da Educação. Link de Acesso: https://www.gov.br/fnde/pt-br Fonte: FNDE. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. 2021. Disponível em: https://www.gov.br/fnde/pt-br Acesso em: 15 maio 2021. Você sabia que o PDDE Interativo é uma ferramenta de apoio à gestão escolar desenvolvida pelo Ministério da Educação, em parceria com as Secretarias de Educação, e está disponível para todas as escolas públicas cadastradas no Censo Escolar de 2014. Link de acesso: http://pddeinterativo.mec.gov.br/ Fonte: BRASIL. PDDE Interativo. 2021. Disponível em http://pddeinterativo.mec.gov.br/. Acesso em: 15 maio 2021. 77UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS https://www.gov.br/fnde/pt-br https://www.gov.br/fnde/pt-br http://pddeinterativo.mec.gov.br/ http://pddeinterativo.mec.gov.br/ Em suma, caro(a) acadêmico(a) você sabe qual é o procedimento para garantir que seus futuros alunos tenham o livro didático em sala de aula? O primeiro passo é a escola manifestar interesse e realizar a adesão nos prazos estipulados. Além disso, esse procedimento precisa seguir normas, obrigações e proce- dimentos determinados pelo MEC em seus editais. Realizando esse passo, as escolas e os professores devem aguardar a publicação do Guia do Livro Didático com as obras selecionadas. (GOÉS A.; GOÉS H., 2015; BRASIL, 2021). A inscrição de obras didáticas ocorre por meio de editais publicados no Diário Oficial da União e também no site do FNDE. Esses editais, constam os procedimentos para que as editoras possam inscrever suas obras. Após a inscrição, são realizadas duas avaliações: primeiramente a avaliação técnica e, na sequência, a pedagógica. Essa última é realizada por especialistas conforme os critérios divulgados nos editais. Além disso, é com base nessa avaliação que se elaboram as resenhas que constarão no Guia do Livro Didático e que servirão de apoio para a escolha das obras por professores do país todo. (GOÉS A.; GOÉS H., 2015; BRASIL, 2021). “Após a escolha dos livros por parte dos professores das instituições de ensino ocorre a formalização, momento em que a escola comunica o FNDE sobre as obras, em ordens de preferência, selecionadas pelos docentes”.(GOÉS A.; GOÉS H., 2015, p. 157, grifo do autor.). De posse de todas as escolhas, “[...] o FNDE inicia o processo de negociação com as editoras”. Após esse procedimento, “[...] é firmado o contrato com a quantidade de livros a serem produzidos, bem como o local de entrega das obras pelas editoras por meio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos”. O processo de produção é acompanhado por técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que verificam a qualidade do material e de seus componentes. (GOÉS A.; GOÉS H., 2015, p. 157, grifo do autor.). Por fim, esses livros chegam às escolas urbanas no final do ano letivo anterior à sua utilização e quanto às escolas rurais, os livros são entregues nas prefeituras. (GOÉS A.; GOÉS H., 2015; BRASIL, 2021). Por último, para fecharmos o estudo, caro(a) estudante, você sabe como ocorre os critérios de avaliação do livro didático de Matemática? Segundo o FNDE (2021), os critérios de avaliação comuns a todas as áreas para a coleção de livros didáticos PNLD são: 78UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS 1 - Respeito à legislação, às diretrizes e às normas oficiais relativas à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental; 2 - Observância de princípios éticos e democráticos necessários à construção da cidadania, ao respeito, à diversidade e ao convívio social republicano; 3 - Coerência e adequação da abordagem teórico-metodológica assumida pela obra, no que diz respeito à proposta didático-pedagógica explicitada e aos objetivos visados; 4 - Correção e atualização de conceitos, informações e procedimentos; 5 - Adequação da estrutura editorial e do projeto gráfico aos objetivos didático- pedagógicos da obra; 6 - Observância dos temas contemporâneos no conjunto dos conteúdos da obra; 7 - Outros critérios comuns. (GOÉS A.; GOÉS H., 2015). Assim, todas as obras que cumprem os critérios do FNDE são publicadas noGuia do Livro Didático por meio de resenhas, como citado anteriormente. 79UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 Caro(a) acadêmico(a) neste último tópico abordaremos a importância dos livros paradidáticos no ensino, em especial da Matemática. O termo “paradidático” foi criado no Brasil no final da década de 70 do século XX pela editora Ática que, juntamente com outras editoras, ampliou seu espaço no mercado editorial por meio dos livros didáticos. (DALCIN, 2007). Dentro dessa perspectiva, foram lançadas inicialmente coleções na área de História - “O Cotidiano da História” - e Língua Portuguesa e coleções já existentes, tais como “Vaga-Lume” (1976) e “Para Gostar de Ler” (1977), passaram a ser consideradas paradidáticas. Em 1986, a Ática lançou “A Descoberta da Matemática”, que pretendia levar para o campo da Matemática algumas características presentes em obras já existentes no mercado para a área de Língua Portuguesa. É interessante observar que cada título da coleção traz um “suplemento de atividades” que lembra as tradicionais “fichas de leituras”, consideradas uma das inovações que caracterizaram os primeiros livros paradidáticos de Língua Portuguesa. No mesmo ano, a editora Scipione lançou “Vivendo a Matemática”, que teria surgido a partir de conversas entre os autores Luiz M. P. Imenez e Nilson Machado. Já na década de 90 do mesmo século, foram publicadas as coleções: “Matemática - Projeto Alternativo”, pela editora do Brasil; “Contando a História da Matemática”, pela editora Ática; “Pra que serve Matemática”, pela Atual editora; “Problemas Matemáticos” e os títulos independentes Formas num Mundo de Formas, Sistemas de Numeração ao Longo da História e A Matemática tem razão, pela editora Moderna, além da série “O Contador de Histórias e outras histórias da Matemática” , pela editora FTD. E em 2001 a editora Átomo lançou o livro Diálogo Geométrico. 3 LIVROS PARADIDÁTICOS NO ENSINO TÓPICO UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS De modo geral e abrangente, os livros paradidáticos de Matemática são livros temáticos que têm a declarada intenção de ensinar, porém, ensinar de forma lúdica. Tais livros podem ser utilizados paralelamente ao livro didático ou mesmo vir a substituí-lo em alguns momentos. Foram surgindo e sendo incorporados ao sistema escolar brasileiro, na maioria das vezes pela força da propaganda das editoras. (DALCIN, 2007). Os paradidáticos são os “[...] imbuídos da intenção de ensinar de forma lúdica, autores, ilustradores e diagramadores criam um texto que articula a simbologia matemática com as imagens e palavras”. Esta tríade interage, dando forma à abordagem do conteúdo proposta pelos autores. (DALCIN, 2007, p. 27). O autor, afirma ainda que: A interação da simbologia matemática com as palavras e imagens produz um texto peculiar aos paradidáticos, texto esse que os diferencia de outros do mesmo gênero produzidos por outras disciplinas escolares e também dos livros didáticos de Matemática. (DALCIN, 2007, p. 27). Segundo Bakhtin (1997), o texto do livro paradidático de Matemática constitui um gênero particular do discurso secundário, composto por enunciados que não são produzidos de forma isolada. O enunciado sempre cria algo, que antes não existia, nunca existirá, algo novo e irreproduzível, algo que está sempre relacionado com um valor (a verdade, o bem, a beleza, etc.). Entretanto, qualquer coisa criada se cria sempre a partir de uma coisa que é dada (a língua, o fenômeno observado na realidade, o sentimento vivido, o próprio sujeito falante, o que já é concluído em sua visão do mundo, etc.). O dado se transfigura no criado (BAKHTIN, 1997, p. 349). Neste sentido, os textos produzidos especificamente para o ensino da Matemática têm a intenção de ensinar conteúdos da Matemática escolar, com seus signos e signifi- cados particulares, a destinatários específicos (professores e alunos das séries finais do Ensino Fundamental). Preocupados com esses destinatários, os autores produzem um texto com estrutura e estilo diferenciados daquele que tem por objetivo a divulgação de um estudo matemático. Assim, vários signos - palavras, símbolos matemáticos e imagens - são empregados com significados que muitas vezes “são tomados de empréstimo” de outros discursos: o matemático, o pedagógico, o do romance, o do teatro, o ideológico, etc., mas vão sendo transformados, adquirindo significados diferenciados e próprios do discurso específico da Educação Matemática. (DALCIN, 2007). Para tanto, o paradidático de Matemática ainda está em processo de maturação e somente se concretizará quando os professores de fato começarem a se tornar autores e/ ou e ou co-autores, partilhando suas experiências e “pesquisas” em sala de aula. Talvez um dia, as leis do mercado consumista, que ditam as publicações, possam ser substituídas por leis que primam pela qualidade do ensino. (DALCIN, 2007). 81UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS Mas caro(a) acadêmico(a) agora que já sabemos como o termo surgiu, e explora- mos algumas informações, qual é a função de um livro paradidático? O livro paradidático tem como característica trabalhar conceitos escolares sem a formalização ou a sequência impostas no currículo escolar, ou seja, não segue uma seriação e uma mesma obra pode ser trabalhada em diversos níveis da educação básica. Além disso, pode ser fonte de consulta do professor, que não precisa trabalhar todo o livro, podendo selecionar partes dele que julgue necessárias, servindo de apoio às atividades do educando. (GOÉS A.; GOÉS H., 2015). Os textos costumam ser escritos sem a formalização característica dos materiais didáticos, especificidade que diminui a fragmentação dos conteúdos, possibilitando o desen- volvimento de trabalhos interdisciplinares. Uma das características mais marcantes é a forma lúdica abordada pelos livros paradidáticos, que permite que os alunos explorem a imaginação. (GOÉS A.; GOÉS H., 2015). Como esses livros apresentam a mesma intenção dos livros didáticos, que é ensinar, eles podem ser utilizados concomitantemente ou até substituir as obras didáticas em deter- minados momentos do planejamento, contribuindo para “a visualização, a experimentação, a compreensão e a fixação dos conteúdos propostos”. (GOÉS A.; GOÉS H., 2015, p. 172). Portanto, podemos concluir que o paradidático consiste em uma leitura obrigatória para todos os professores de Matemática. 82UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS “Os livros paradidáticos enriquecem o conhecimento”. Fonte: A autora (2021). 83 CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) acadêmico(a), Chegamos ao final da Unidade III da disciplina de Metodologia do Ensino da Ma- temática. Nesta terceira unidade, estudamos sobre o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), o Guia do livro didático e os livros paradidáticos. Ao longo da unidade abordamos ainda como ocorre o procedimento para escolha da obra e critérios de avaliação do livro didático de Matemática, abordamos a importância dos livros paradidáticos no ensino. Assim, convidamos você, acadêmico(a) interessado(a), a consultar as indicações de leitura complementar, filmes e as referências, de modo a aprofundar seu conhecimento. Boa leitura ! UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS 84 LEITURA COMPLEMENTAR Para nossa leitura complementar indicamos o artigo das autoras Lorena Carolina Rosa Biffi e Lucieli M. Trivizoli, apresentado no Encontro Paranaense de Educação Mate- mática em 2017. Fonte: BIFFI, L. C. R.; TRIVIZOLO, L. M. História da matemática em livros didáti- cos: primeiras observações nocenário de pesquisas realizadas. Encontro Paranaense de Educação Matemática. Unioeste de Cascavel, 21 a 23 de setembro de 20117. Disponível em: file:///C:/Users/agele/Downloads/84-1265-1-PB.pdf. Acesso em: 15 maio 2021. UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS file:///C:/Users/agele/Downloads/84-1265-1-PB.pdf. 85 MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Sou péssimo em matemática: como desvendar os mis- térios dos números com histórias fascinantes e dicas infalíveis Autor: Rafael Procopio. Editora: HarperCollins. Sinopse: A matemática tem tantas fórmulas e regras que às vezes assusta, é ou não é? Você tenta fazer a conta uma, duas, três vezes, até arrancar a folha de papel, jogar o lápis para longe e dizer: “Não tem jeito, eu sou péssimo em matemática”. Mas acredite: tem jeito, sim. E digo mais: esse jeito pode ser muito divertido. Quer aprender matemática? Vem comigo! Você não está sozinho, eu estou contigo. “Aula de Matemática: anos de descaso, populismo e incompetência x (1 ministro + 1 ministro) = 1 milésimo da sola das sandálias de Rafael Procópio. Esse professor youtuber já fez mais pela educação brasileira do que vários governos somados. Como 2 e 2 são 4.” ― Pedro Bial, jornalista. FILME / VÍDEO Título: A Prova (Proof) Ano: 2005. Sinopse: Nesta ficção, nos deparamos com a trajetória de Catherine, uma jovem filha de um gênio matemático que em seus últimos anos de vida sofre de esclerose. Durante os anos que cuida do pai, se vê atormentada com a possibilidade de ter herdado a facilidade para a matemática, mas também os pro- blemas mentais. Tudo piora quando um dos ex-alunos do pai cisma em procurar provas de um teorema nos papéis deixados por ele. Baseado do livro “A Prova”, de David Auburn, ganhador do prêmio Pullitzer. UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Políticas Públicas para o Ensino da Matemática; • Base Nacional Comum Curricular para a Área de Matemática; • Avaliações. Objetivos da Aprendizagem • Conceitos e Definições de Políticas Públicas para o Ensino da Matemática; • Abordar o campo de estudo da Base Nacional Comum Curricular para a Área de Matemática; • Estabelecer a importância das avaliações. 4UNIDADEUNIDADE POLÍTICAS PÚBLICASPOLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DAPARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E ASMATEMÁTICA E AS AVALIAÇÕESAVALIAÇÕES Professora Esp. Genilda de Lourdes Maurício Guimarães 8787 INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES Prezado(a) acadêmico(a), Seja bem-vindo(a) à Unidade IV da disciplina de Metodologia do Ensino da Matemática, para o curso de Licenciatura em Matemática. Nesta segunda unidade, intitulada “POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E AS AVALIAÇÕES”. Escrever esta unidade é uma tarefa que se impõe como necessária perante a formação do profissional, pois as políticas públicas, desenvolvidas em nosso país pelo governo federal, estão diretamente ligadas ao ensino. Assim, ao longo da unidade conceituaremos e definiremos as Políticas Públicas para o Ensino da Matemática, abordaremos o campo de estudo da Base Nacional Comum Curri- cular para a Área de Matemática, e por fim estabeleceremos a importância das avaliações. Espero que estes textos colaborem para a sua melhor compreensão sobre o tema de nossa primeira unidade. Boa leitura! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 1 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA TÓPICO UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES Caro(a) acadêmico(a), neste primeiro tópico estudaremos os conceitos e definições de Políticas Públicas para o Ensino da Matemática. Política pública, refere-se ao desenvolvimento a partir do trabalho do Estado junto à participação do povo nas decisões. Sob este entendimento conceitua-se que se “políticas públicas” é tudo aquilo que um governo faz ou deixa de fazer, políticas públicas educacio- nais é tudo aquilo que um governo faz ou deixa de fazer em educação. Porém, educação é um conceito muito amplo para se tratar das políticas educacionais. Isso quer dizer que políticas educacionais é um foco mais específico do tratamento da educação, que em geral se aplica às questões escolares. Em outras palavras, pode-se dizer que políticas públicas educacionais dizem respeito à educação escolar (OLIVEIRA, 2010). É importante observar que as Políticas Públicas Educacionais não apenas se relacionam às questões relacionadas ao acesso de todas as crianças e adolescentes às escolas públicas, mas também, a construção da sociedade que se origina nestas escolas a partir da educação. Neste entendimento, aponta-se que as Políticas Públicas Educacionais influenciam a vida de todas as pessoas. (FERREIRA, 2014). Para tanto, as Políticas Públicas Educacionais estão diretamente ligadas a qualida- de da educação e, consequentemente, a construção de uma nova ordem social, em que a cidadania seja construída primeiramente nas famílias e, posteriormente, nas escolas e na sociedade. (FERREIRA, 2014). 89UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES Os princípios, as normas e as diretrizes que orientam as políticas públicas aplicadas à educação no Brasil podem ser encontrados nas Constituições do país, nas LDBs de 1961, de 1971 e de 1996, nas legislações específicas, nos planos e nos programas educacionais do governo federal, entre outros. No Brasil, desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacio- nal - LDBEN/1996, temos assistindo às políticas públicas educacionais - em particular aquelas que envolvem formação de professores, livro didático, “orientações” curriculares e avaliações –; temos convivido com elas e participado de algumas decisões a elas relativas. Esses fatores estão todos articulados com objetivos próprios. E não faz parte apenas de um movimento brasileiro em torno de sua história, da forma como pensamos a educação. Existem outras demandas que influenciam de forma significativa nas decisões e nas ações do governo, assim, o campo da Educação possui uma relação imbricada com os aspectos culturais, políticos e econômicos. A organização do currículo, a gestão e os financiamentos dos sistemas de ensino são os principais pontos envolvidos nesse campo. O ensino da Matemática, assim como os demais componentes curriculares, é pre- visto no parágrafo 1º do Art. 26: Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físi- co e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil”; (Reda- ção dada pela Lei nº 12.796, de 2013). Art. 32, I - “o desenvolvimento da ca- pacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita edo cálculo” [...]; (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006). Art. 35-A, II - “matemática e suas tecnologias”; (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) e ainda no mesmo artigo § 3º O ensino da língua portuguesa e da matemática será obrigatório nos três anos do ensino médio, assegurada às comunidades indígenas, também, a utilização das respectivas línguas mater- nas; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017). (BRASIL, 1996, online). Caro(a) acadêmico(a), como as políticas públicas de educação podem modificar a realidade da educação pública no Brasil? Fonte: A autora (2021). 90UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS Desde a vigência da LDBEN/96, as escolas trabalham com alguma autonomia seu Projeto Político Pedagógico (PPP). Por consequência, definem também aspectos curricula- res tanto na oferta de disciplinas na parte diversificada quanto no elenco de conteúdos das disciplinas da base nacional comum. Assim, é certo entender que a Lei citada procura adequar o ensino brasileiro às transformações do mundo do trabalho, fruto da globalização econômica e das concepções de mercado com vistas ao mero gerenciamento da produção. Entretanto, a concepção político-pedagógica da nova lei é insuficiente para dar conta de uma visão histórico-crítica no ensino de conhecimentos matemáticos. Para saber mais sobre a história das políticas públicas e educação indicamos o livro disponível na biblio- teca virtual intitulado “Políticas Públicas Educacionais” da autora Jessica Serra Freitas, no qual você acadê- mico(a) irá encontrar discussão sobre políticas públicas e educação, este livro trabalha questões básicas importantes como o papel do Estado nesse quesito, o direito à educação e a legislação pertinente. Aborda as reformas educacionais ocorridas nos anos 1990, gestão e financiamento da educação, valorização dos profissionais dessa área e a elaboração de normas para o ensino. Ainda retrata o contexto de políticas educacionais e sua relação com a diversidade e a formação de professores. Boa leitura! Fonte: FREITAS, J. S. Políticas Públicas Educacionais. Curitiba: Contentus, 2020. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/. Acesso em: 15 maio 2021. https://plataforma.bvirtual.com.br/ 91UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES Em síntese, a partir da criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN/1996), é notório o panorama de mudanças nas quais o sistema educacional bra- sileiro tem passado. Muitas alterações curriculares foram propostas com o intuito político de organizar os currículos escolares e promover a aprendizagem no ambiente escolar. Isso fica claro a partir da homologação dos Parâmetros Curriculares Nacionais/PCN (1997), as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e Médio (2010/2012), o Plano Nacional de Educação (2014), entre outras normativas até chegarmos a Base Nacional Comum Curricular (2018). Conforme definido na LDBEN, a Base deve nortear os currículos dos sistemas e redes de ensino das Unidades Federativas, como também as propostas pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, em todo o Brasil. (BRASIL, 1996). A Base estabelece conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica. Orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, a Base soma-se aos propósitos que direcionam a educação brasileira para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. (BRASIL, 2018). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 2 BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR - BNCC TÓPICO UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES Caro(a) acadêmico(a), neste segundo tópico abordaremos o campo de estudo da Base Nacional Comum Curricular para a área de matemática, em especial para no Ensino Fundamental - Anos Finais e Ensino Médio, uma vez que é a habilitação do professor formado em Matemática. Sendo assim, todo fragmento inserido aqui será do item 4.2.1. MATEMÁTICA, documento da BNCC (BRASIL, 2018, p. 268-275), no qual apresenta a Matemática para o Ensino Fundamental como um todo, no entanto, realizamos o recorte e utilizamos apenas o Ensino Fundamental - Anos Finais. Sendo assim, apresentaremos na íntegra as informações (BRASIL, 2018, p. 268-275): Com base nos recentes documentos curriculares brasileiros, a BNCC leva em conta que os diferentes campos que compõem a Matemática reúnem um conjunto de ideias fundamentais que produzem articulações entre eles: equivalência, ordem, proporcionalidade, interdependência, representação, variação e aproximação. Essas ideias fundamentais são importantes para o desenvolvimento do pensamento matemático dos alunos e devem se converter, na escola, em objetos de conhecimento. Nessa direção, a BNCC propõe cinco unidades temáticas, correlacionadas, que orientam a formulação de habilidades a serem desenvolvidas ao longo do Ensino Fundamental. Cada uma delas pode receber ênfase diferente, a depender do ano de escolarização. 93UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS 2.1 UNIDADE TEMÁTICA - NÚMERO A unidade temática Números tem como finalidade desenvolver o pensamento numérico, que implica o conhecimento de maneiras de quantificar atributos de objetos e de julgar e interpretar argumentos baseados em quantidades. No processo da construção da noção de número, os alunos precisam desenvolver, entre outras, as ideias de aproximação, proporcionalidade, equivalência e ordem, noções fundamentais da Matemática. Para essa construção, é importante propor, por meio de situações significativas, sucessivas amplia- ções dos campos numéricos. No estudo desses campos numéricos, devem ser enfatizados registros, usos, significados e operações. Com referência ao Ensino Fundamental – Anos Finais, a expectativa é a de que os alunos resolvam problemas com números naturais, inteiros e racionais, envolvendo as operações fundamentais, com seus diferentes significados, e utilizando estratégias diver- sas, com compreensão dos processos neles envolvidos. Para que aprofundem a noção de número, é importante colocá-los diante de problemas, sobretudo os geométricos, nos quais os números racionais não são suficientes para resolvê-los, de modo que eles reconheçam a necessidade de outros números: os irracionais. Os alunos devem dominar também o cálculo de porcentagem, porcentagem de porcentagem, juros, descontos e acréscimos, incluindo o uso de tecnologias digitais. No tocante a esse tema, espera-se que saibam reconhecer, comparar e ordenar números reais, com apoio da relação desses números com pontos na reta numérica. Cabe ainda destacar que o desenvolvimento do pensamento numérico não se completa, evidentemente, apenas com objetos de estudos descritos na unidade Números. Esse pensamento é ampliado e aprofundado quando se discutem situações que envolvem conteúdos das demais unidades temáticas: Álgebra, Geometria, Grandezas e medidas e Probabilidade e estatística. Outro aspecto a ser considerado nesta unidade temática é o estudo de conceitos básicos de economia e finanças, visando à educação financeira dos alunos. Assim, podem ser discutidos assuntos como taxas de juros, inflação, aplicações financeiras (rentabilidade e liquidez de um investimento) e impostos. Essa unidade temática favorece um estudo interdisciplinar envolvendo as dimensões culturais, sociais, políticas e psicológicas, além da econômica, sobre as questões do consumo, trabalho e dinheiro. É possível, porexemplo, desenvolver um projeto com a História, visando ao estudo do dinheiro e sua função na sociedade, da relação entre dinheiro e tempo, dos impostos em sociedades diversas, do consumo em diferentes momentos históricos, incluindo estratégias atuais de marketing. Essas questões, além de promover o desenvolvimento de competências pessoais e sociais dos alunos, podem se constituir em excelentes contextos para as aplicações dos conceitos da Matemática Financeira e também proporcionar contextos para ampliar e aprofundar esses conceitos. 94UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS 2.2 UNIDADE TEMÁTICA - ÁLGEBRA A unidade temática Álgebra, por sua vez, tem como finalidade o desenvolvimento de um tipo especial de pensamento – pensamento algébrico – que é essencial para utilizar modelos matemáticos na compreensão, representação e análise de relações quantitativas de grandezas e, também, de situações e estruturas matemáticas, fazendo uso de letras e outros símbolos. Para esse desenvolvimento, é necessário que os alunos identifiquem regularidades e padrões de sequências numéricas e não numéricas, estabeleçam leis matemáticas que expressem a relação de interdependência entre grandezas em diferentes contextos, bem como criar, interpretar e transitar entre as diversas representações gráficas e simbólicas, para resolver problemas por meio de equações e inequações, com compreen- são dos procedimentos utilizados. As ideias matemáticas fundamentais vinculadas a essa unidade são: equivalência, variação, interdependência e proporcionalidade. Em síntese, essa unidade temática deve enfatizar o desenvolvimento de uma linguagem, o estabele- cimento de generalizações, a análise da interdependência de grandezas e a resolução de problemas por meio de equações ou inequações. No Ensino Fundamental – Anos Finais, os estudos de Álgebra retomam, aprofun- dam e ampliam o que foi trabalhado no Ensino Fundamental – Anos Iniciais. Nessa fase, os alunos devem compreender os diferentes significados das variáveis numéricas em uma expressão, estabelecer uma generalização de uma propriedade, investigar a regularidade de uma sequência numérica, indicar um valor desconhecido em uma sentença algébrica e estabelecer a variação entre duas grandezas. É necessário, portanto, que os alunos estabeleçam conexões entre variável e função e entre incógnita e equação. As técnicas de resolução de equações e inequações, inclusive no plano cartesiano, devem ser desenvol- vidas como uma maneira de representar e resolver determinados tipos de problema, e não como objetos de estudo em si mesmos. Outro aspecto a ser considerado é que a aprendizagem de Álgebra, como também aquelas relacionadas a Números, Geometria e Probabilidade e estatística, podem contribuir para o desenvolvimento do pensamento computacional dos alunos, tendo em vista que eles precisam ser capazes de traduzir uma situação dada em outras linguagens, como transformar situações-problema, apresentadas em língua materna, em fórmulas, tabelas e gráficos e vice-versa. Associado ao pensamento computacional, cumpre salientar a importância dos algo- ritmos e de seus fluxogramas, que podem ser objetos de estudo nas aulas de Matemática. Um algoritmo é uma sequência finita de procedimentos que permite resolver um determinado problema. Assim, o algoritmo é a decomposição de um procedimento complexo em suas partes mais simples, relacionando-as e ordenando-as, e pode ser representado graficamente 95UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS por um fluxograma. A linguagem algorítmica tem pontos em comum com a linguagem algé- brica, sobretudo em relação ao conceito de variável. Outra habilidade relativa à álgebra que mantém estreita relação com o pensamento computacional é a identificação de padrões para se estabelecer generalizações, propriedades e algoritmos. 2.3 UNIDADE TEMÁTICA - GEOMETRIA A Geometria envolve o estudo de um amplo conjunto de conceitos e procedi- mentos necessários para resolver problemas do mundo físico e de diferentes áreas do conhecimento. Assim, nesta unidade temática, estudar posição e deslocamentos no es- paço, formas e relações entre elementos de figuras planas e espaciais pode desenvolver o pensamento geométrico dos alunos. Esse pensamento é necessário para investigar propriedades, fazer conjecturas e produzir argumentos geométricos convincentes. É importante, também, considerar o aspecto funcional que deve estar presente no estudo da Geometria: as transformações geométricas, sobretudo as simetrias. As ideias ma- temáticas fundamentais associadas a essa temática são, principalmente, construção, representação e interdependência. No Ensino Fundamental – Anos Finais, o ensino de Geometria precisa ser visto como consolidação e ampliação das aprendizagens realizadas. Nessa etapa, devem ser enfatizadas também as tarefas que analisam e produzem transformações e ampliações/ reduções de figuras geométricas planas, identificando seus elementos variantes e in- variantes, de modo a desenvolver os conceitos de congruência e semelhança. Esses conceitos devem ter destaque nessa fase do Ensino Fundamental, de modo que os alunos sejam capazes de reconhecer as condições necessárias e suficientes para obter triângulos congruentes ou semelhantes e que saibam aplicar esse conhecimento para realizar demonstrações simples, contribuindo para a formação de um tipo de raciocínio importante para a Matemática, o raciocínio hipotético-dedutivo. Outro ponto a ser desta- cado é a aproximação da Álgebra com a Geometria, desde o início do estudo do plano cartesiano, por meio da geometria analítica. As atividades envolvendo a ideia de coorde- nadas, já iniciadas no Ensino Fundamental – Anos Iniciais, podem ser ampliadas para o contexto das representações no plano cartesiano, como a representação de sistemas de equações do 1º grau, articulando, para isso, conhecimentos decorrentes da ampliação dos conjuntos numéricos e de suas representações na reta numérica. Assim, a Geometria não pode ficar reduzida a mera aplicação de fórmulas de cálcu- lo de área e de volume nem a aplicações numéricas imediatas de teoremas sobre relações de proporcionalidade em situações relativas a feixes de retas paralelas cortadas por retas secantes ou do teorema de Pitágoras. A equivalência de áreas, por exemplo, já praticada há milhares de anos pelos mesopotâmios e gregos antigos sem utilizar fórmulas, permite transformar qualquer região poligonal plana em um quadrado com mesma área (é o que os gregos chamavam “fazer a quadratura de uma figura”). Isso permite, inclusive, resolver geometricamente problemas que podem ser traduzidos por uma equação do 2º grau. 96UNIDADE 3 LIVROS DIDÁTICOS E PARADIDÁTICOS 2.4 UNIDADE TEMÁTICA - GRANDEZAS E MEDIDAS As medidas quantificam grandezas do mundo físico e são fundamentais para a compreensão da realidade. Assim, a unidade temática Grandezas e medidas, ao propor o estudo das medidas e das relações entre elas – ou seja, das relações métricas –, favorece a integração da Matemática a outras áreas de conhecimento, como Ciências (densidade, grandezas e escalas do Sistema Solar, energia elétrica etc.) ou Geografia (coordenadas geográficas, densidade demográfica, escalas de mapas e guias etc.). Essa unidade temá- tica contribui ainda para a consolidação e ampliação da noção de número, a aplicação de noções geométricas e a construção do pensamento algébrico. No Ensino Fundamental – Anos Finais, a expectativa é a de que os alunos reconhe- çam comprimento, área, volume e abertura de ângulo como grandezas associadas a figuras geométricas e que consigam resolver problemas envolvendo essas grandezas com o uso de unidades de medida padronizadas mais usuais. Além disso, espera-se que estabeleçam e utilizem relações entreessas grandezas e entre elas e grandezas não geométricas, para estudar grandezas derivadas como densidade, velocidade, energia, potência, entre outras. Nessa fase da escolaridade, os alunos devem determinar expressões de cálculo de áreas de quadriláteros, triângulos e círculos, e as de volumes de prismas e de cilindros. Outro ponto a ser destacado refere-se à introdução de medidas de capacidade de armazenamento de computadores como grandeza associada a demandas da sociedade moderna. Nesse caso, é importante destacar o fato de que os prefixos utilizados para byte (quilo, mega, giga) não estão associados ao sistema de numeração decimal, de base 10, pois um quilobyte, por exemplo, corresponde a 1024 bytes, e não a 1000 bytes. 2.5 UNIDADE TEMÁTICA - PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA A incerteza e o tratamento de dados são estudados na unidade temática Probabili- dade e estatística. Ela propõe a abordagem de conceitos, fatos e procedimentos presentes em muitas situações- -problema da vida cotidiana, das ciências e da tecnologia. Assim, todos os cidadãos precisam desenvolver habilidades para coletar, organizar, representar, interpretar e analisar dados em uma variedade de contextos, de maneira a fazer julgamentos bem fundamentados e tomar as decisões adequadas. Isso inclui raciocinar e utilizar concei- tos, representações e índices estatísticos para descrever, explicar e predizer fenômenos. Merece destaque o uso de tecnologias – como calculadoras, para avaliar e compa- rar resultados, e planilhas eletrônicas, que ajudam na construção de gráficos e nos cálculos das medidas de tendência central. A consulta a páginas de institutos de pesquisa – como a do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – pode oferecer contextos po- tencialmente ricos não apenas para aprender conceitos e procedimentos estatísticos, mas também para utilizá-los com o intuito de compreender a realidade. 97UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES No Ensino Fundamental – Anos Finais, o estudo deve ser ampliado e aprofundado, por meio de atividades nas quais os alunos façam experimentos aleatórios e simulações para confrontar os resultados obtidos com a probabilidade teórica – probabilidade frequentista. A progressão dos conhecimentos se faz pelo aprimoramento da capacidade de enumeração dos elementos do espaço amostral, que está associada, também, aos problemas de contagem. Ainda no Ensino Fundamental – Anos Finais, a expectativa é que os alunos saibam planejar e construir relatórios de pesquisas estatísticas descritivas, incluindo medidas de tendência central e construção de tabelas e diversos tipos de gráficos. Esse planejamento inclui a definição de questões relevantes e da população a ser pesquisada, a decisão sobre a necessidade ou não de usar amostra e, quando for o caso, a seleção de seus elementos por meio de uma adequada técnica de amostragem. Cumpre destacar que os critérios de organização das habilidades na BNCC (com a explicitação dos objetos de conhecimento aos quais se relacionam e do agrupamento desses objetos em unidades temáticas) expressam um arranjo possível (dentre outros). Portanto, os agrupamentos propostos não devem ser tomados como modelo obrigatório para o desenho dos currículos. Essa divisão em unidades temáticas serve tão somente para facilitar a compreensão dos conjuntos de habilidades e de como eles se inter-relacio- nam. Na elaboração dos currículos e das propostas pedagógicas, devem ser enfatizadas as articulações das habilidades com as de outras áreas do conhecimento, entre as unidades temáticas e no interior de cada uma delas. Na definição das habilidades, a progressão ano a ano se baseia na compreensão e utilização de novas ferramentas e também na complexidade das situações-problema pro- postas, cuja resolução exige a execução de mais etapas ou noções de unidades temáticas distintas. Os problemas de contagem, por exemplo, deve, inicialmente, estar restritos àque- les cujas soluções podem ser obtidas pela descrição de todos os casos possíveis, mediante a utilização de esquemas ou diagramas, e, posteriormente, àqueles cuja resolução depende da aplicação dos princípios multiplicativo e aditivo e do princípio da casa dos pombos. Outro exemplo é o da resolução de problemas envolvendo as operações fundamentais, utilizando ou não a linguagem algébrica. Dando continuidade, no item 4.2.1.2 MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL - ANOS FINAIS: UNIDADES TEMÁTICAS, OBJETIVOS DE CONHECIMENTO E HABILI- DADE, documento da BNCC (BRASIL, 2018, p. 298-299). 98UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES Sendo assim, apresentaremos na íntegra as informações (BRASIL, 2018, p. 298-299): Para o desenvolvimento das habilidades previstas para o Ensino Fundamental – Anos Finais, é imprescindível levar em conta as experiências e os conhecimentos matemáticos já vivenciados pelos alunos, criando situações nas quais possam fazer observações sistemáti- cas de aspectos quantitativos e qualitativos da realidade, estabelecendo inter-relações entre eles e desenvolvendo ideias mais complexas. Essas situações precisam articular múltiplos aspectos dos diferentes conteúdos, visando ao desenvolvimento das ideias fundamentais da matemática, como equivalência, ordem, proporcionalidade, variação e interdependência. Da mesma forma que na fase anterior, a aprendizagem em Matemática no Ensino Fundamental – Anos Finais também está intrinsecamente relacionada à apreensão de signi- ficados dos objetos matemáticos. Esses significados resultam das conexões que os alunos estabelecem entre os objetos e seu cotidiano, entre eles e os diferentes temas matemáticos e, por fim, entre eles e os demais componentes curriculares. Nessa fase, precisa ser destacada a importância da comunicação em linguagem matemática com o uso da linguagem simbólica, da representação e da argumentação. Além dos diferentes recursos didáticos e materiais, como malhas quadriculadas, ábacos, jogos, calculadoras, planilhas eletrônicas e softwares de geometria dinâmica, é importante incluir a história da Matemática como recurso que pode despertar interesse e representar um contexto significativo para aprender e ensinar Matemática. Entretanto, esses recursos e materiais precisam estar integrados a situações que propiciem a reflexão, contribuindo para a sistematização e a formalização dos conceitos matemáticos. A leitura dos objetos de conhecimento e das habilidades essenciais de cada ano nas cinco unidades temáticas permite uma visão das possíveis articulações entre as habilidades indicadas para as diferentes temáticas. Entretanto, recomenda-se que se faça também uma leitura (vertical) de cada unidade temática, do 6º ao 9º ano, com a finalidade de identificar como foi estabelecida a progressão das habilidades. Essa maneira é conveniente para comparar as habilidades de um dado tema a ser efetivadas em um dado ano escolar com as aprendizagens propostas em anos anteriores e também para reconhecer em que medida elas se articulam com as indicadas para os anos posteriores, tendo em vista que as noções matemáticas são retomadas ano a ano, com ampliação e aprofundamento crescentes. Cumpre também considerar que, para a aprendizagem de certo conceito ou pro- cedimento, é fundamental haver um contexto significativo para os alunos, não necessaria- mente do cotidiano, mas também de outras áreas do conhecimento e da própria história da Matemática. No entanto, é necessário que eles desenvolvam a capacidade de abstrair o contexto, apreendendo relações e significados, para aplicá-los em outros contextos. Para 99UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES favorecer essa abstração, é importante que os alunos reelaborem os problemas propostos após os terem resolvido. Por esse motivo, nas diversas habilidadesrelativas à resolução de problemas, consta também a elaboração de problemas. Assim, pretende-se que os alunos formulem novos problemas, baseando-se na reflexão e no questionamento sobre o que ocorreria se alguma condição fosse modificada ou se algum dado fosse acrescentado ou retirado do problema proposto. Além disso, nessa fase final do Ensino Fundamental, é importante iniciar os alunos, gradativamente, na compreensão, análise e avaliação da argumentação matemática. Isso envolve a leitura de textos matemáticos e o desenvolvimento do senso crítico em relação à argumentação neles utilizada. Para saber mais sobre as Unidades temáticas, objetivos de conhecimento e habilidade da Matemática do 6º ao 9º ano, acesse o link abaixo, na página 300-319. Link de Acesso: https://www.alex.pro.br/BNCC%20Matem%C3%A1tica.pdf Fonte: BRASIL, Base Nacional Comum Curricular. MATEMÁTICA. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2018. Disponível em: https://www.alex.pro.br/BNCC%20Matem%C3%A1tica.pdf Acesso em: 15 maio 2021. https://www.alex.pro.br/BNCC%20Matem%C3%A1tica.pdf https://www.alex.pro.br/BNCC%20Matem%C3%A1tica.pdf 100UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES Caro(a) acadêmico(a) dando continuidade a abordagem da BNCC agora no item 5. ETAPA DO ENSINO MÉDIO, documento da BNCC (BRASIL, 2018, p. 461-579). Sendo assim, apresentaremos na íntegra as informações (BRASIL, 2018, p. 461-579): O Ensino Médio é a etapa final da Educação Básica, direito público subjetivo de todo cidadão brasileiro. Todavia, a realidade educacional do País tem mostrado que essa etapa representa um gargalo na garantia do direito à educação. Para além da necessida- de de universalizar o atendimento, tem-se mostrado crucial garantir a permanência e as aprendizagens dos estudantes, respondendo às suas demandas e aspirações presentes e futuras. (BRASIL, 2018). Sendo assim, a BNCC do Ensino Médio se organiza em continuidade ao proposto para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, centrada no desenvolvimento de compe- tências e orientada pelo princípio da educação integral. Portanto, as competências gerais da Educação Básica orientam igualmente as aprendizagens dessa etapa, como ilustrado no esquema a seguir, sejam as aprendizagens essenciais definidas nesta BNCC, sejam aquelas relativas aos diferentes itinerários formativos – cujo detalhamento é prerrogativa dos diferentes sistemas, redes e escolas, conforme previsto na Lei nº 13.415/2017. FIGURA 1 - COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA - ENSINO MÉDIO Fonte: BNCC (2018, p. 469). 101UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES As aprendizagens essenciais definidas na BNCC do Ensino Médio estão organi- zadas por áreas do conhecimento (Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Ciências Humanas e Sociais Apli- cadas), conforme estabelecido no artigo 35-A da LDB. Desde que foram introduzidas nas DCNEM/1998 (BRASIL, 1998), as áreas do conhecimento têm por finalidade integrar dois ou mais componentes do currículo, para melhor compreender a complexa realidade e atuar nela. O Parecer CNE/CP nº 11/2009 realiza essa organização: [...] não exclui necessariamente as disciplinas, com suas especificidades e saberes próprios historicamente construídos, mas, sim, implica o fortaleci- mento das relações entre elas e a sua contextualização para apreensão e intervenção na realidade, requerendo trabalho conjugado e cooperativo dos seus professores no planejamento e na execução dos planos de ensino. (BRASIL, 2009, online). Na BNCC, para cada área do conhecimento, são definidas competências especí- ficas, articuladas às respectivas competências das áreas do Ensino Fundamental, com as adequações necessárias ao atendimento das especificidades de formação dos estudantes do Ensino Médio. Essas competências específicas de área do Ensino Médio também devem orientar a proposição e o detalhamento dos itinerários formativos relativos a essas áreas. Relacionadas a cada uma dessas competências, são descritas habilidades a ser desenvolvidas ao longo da etapa, além de habilidades específicas de Língua Portuguesa – componente obrigatório durante os três anos do Ensino Médio, da mesma maneira que Mate- mática (LDB, Art. 35-A, § 3º). Todas as habilidades da BNCC foram definidas tomando-se como referência o limite de 1.800 horas do total da carga horária da etapa (LDB, Art. 35-A, § 5º). Assim, as competências e habilidades da BNCC constituem a formação geral básica. Os currículos do Ensino Médio são compostos pela formação geral básica, articulada aos itinerários formativos como um todo indissociável, nos termos das DCNEM/2018 (Parecer CNE/CEB nº 3/2018 e Resolução CNE/CEB nº 3/2018). (BRASIL, 2018). A progressão das aprendizagens essenciais do Ensino Fundamental para o Ensino Médio, segundo a BNCC tem: o objetivo de consolidar, aprofundar e ampliar a formação integral, aten- de às finalidades dessa etapa e contribui para que os estudantes possam construir e realizar seu projeto de vida, em consonância com os princípios da justiça, da ética e da cidadania. (BRASIL, 2018, p. 471, grifo do autor). Na área de Matemática, no Ensino Fundamental, centra-se na compreensão de conceitos e procedimentos em seus diferentes campos e no desenvolvimento do pen- samento computacional, visando à resolução e formulação de problemas em contextos diversos. No Ensino Médio, na área de Matemática e suas Tecnologias, os estudantes devem consolidar os conhecimentos desenvolvidos na etapa anterior e agregar novos, ampliando o leque de recursos para resolver problemas mais complexos, que exigem maior reflexão e abstração. Também devem construir uma visão mais integrada da Matemática, da Matemática com outras áreas do conhecimento e da aplicação da Matemática à realidade. 102UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES Dando continuidade no item 5. A ETAPA DO ENSINO MÉDIO, subitem Currículos: BNCC e itinerários, documento da BNCC (BRASIL, 2018, p. 475-579). Sendo assim, apresentaremos na íntegra as informações (BRASIL, 2018, p. 475-579): As recentes mudanças na LDBEN, em função da Lei n. 13.415/2017, substituem o modelo único de currículo do Ensino Médio por um modelo diversificado e flexível: O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum Curricular e por itinerários formativos, que deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino, a saber: I – linguagens e suas tecnologias; II – matemática e suas tecnologias; III – ciências da natureza e suas tecnologias; IV – ciências humanas e sociais aplicadas; V – formação técnica e profissional (LDBEN, Art. 36; ênfases adicionadas). Para saber mais a BNCC na discussão do projeto de vida e as tecnologias digitais e computação para o Ensino Médio, acesse o link abaixo, nas páginas 472-475. Link de Acesso: https://www.alex.pro.br/BNCC%20Matem%C3%A1tica.pdf Fonte: BRASIL, Base Nacional Comum Curricular. MATEMÁTICA. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2018. Disponível em: https://www.alex.pro.br/BNCC%20Matem%C3%A1tica.pdf Acesso em: 15 maio 2021. https://www.alex.pro.br/BNCC%20Matem%C3%A1tica.pdf https://www.alex.pro.br/BNCC%20Matem%C3%A1tica.pdf 103UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES Nesse contexto, é necessário reorientar currículos e propostas pedagógicas – com- postos, indissociavelmente, por formação geral básica e itinerário formativo (Resolução CNE/CEB n. 3/2018, Art. 10). Nesse processo de reorientação curricular, é imprescindível aos sistemas de ensino, às redes escolares e às escolas: ● orientar-se pelas competênciasgerais da Educação Básica e assegurar as compe- tências específicas de área e as habilidades definidas na BNCC do Ensino Médio em até 1.800 horas do total da carga horária da etapa, o que constitui a formação geral básica, nos termos do Artigo 11 da Resolução CNE/CEB n. 3/2018; ● orientar-se pelas competências gerais da Educação Básica para organizar e propor itinerários formativos (Resolução CNE/CEB n. 3/2018, Art. 12), conside- rando também as competências específicas de área e habilidades no caso dos itinerários formativos relativos às áreas do conhecimento. Assim, na formação geral básica, os currículos e as propostas pedagógicas devem garantir as aprendizagens essenciais definidas na BNCC. Conforme as DCNEM/2018, devem contemplar, sem prejuízo da integração e articulação das diferentes áreas do conhecimento, estudos e práticas de: I - língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas, também, a uti- lização das respectivas línguas maternas; II - matemática; III - conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil; IV - arte, especialmente em suas expressões regionais, desenvolvendo as linguagens das artes visuais, da dança, da música e do teatro; V - educação física, com prática facultativa ao estudante nos casos previstos em Lei; VI - história do Brasil e do mundo, levando em conta as contribuições das di- ferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia; VII - história e cultura afro-brasileira e indígena, em especial nos estudos de arte e de literatura e história brasileiras; VIII - sociologia e filosofia; IX - língua inglesa, podendo ser oferecidas outras línguas estrangeiras, em caráter optativo, preferencialmente o espanhol, de acordo com a disponibili- dade da instituição ou rede de ensino. (BRASIL, 2018) Os itinerários formativos – estratégicos para a flexibilização da organização cur- ricular do Ensino Médio, pois possibilitam opções de escolha aos estudantes – podem ser estruturados com foco em uma área do conhecimento, na formação técnica e profissional ou, também, na mobilização de competências e habilidades de diferentes áreas, compondo itinerários integrados, nos seguintes termos das DCNEM/2018: 104UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES I – linguagens e suas tecnologias: aprofundamento de conhecimentos estru- turantes para aplicação de diferentes linguagens em contextos sociais e de trabalho, estruturando arranjos curriculares que permitam estudos em línguas vernáculas, estrangeiras, clássicas e indígenas, Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), das artes, design, linguagens digitais, corporeidade, artes cênicas, roteiros, produções literárias, dentre outros, considerando o contexto local e as possibilidades de oferta pelos sistemas de ensino; II – matemática e suas tecnologias: aprofundamento de conhecimentos es- truturantes para aplicação de diferentes conceitos matemáticos em contextos sociais e de trabalho, estruturando arranjos curriculares que permitam estu- dos em resolução de problemas e análises complexas, funcionais e não-li- neares, análise de dados estatísticos e probabilidade, geometria e topologia, robótica, automação, inteligência artificial, programação, jogos digitais, siste- mas dinâmicos, dentre outros, considerando o contexto local e as possibilida- des de oferta pelos sistemas de ensino; III – ciências da natureza e suas tecnologias: aprofundamento de conheci- mentos estruturantes para aplicação de diferentes conceitos em contextos sociais e de trabalho, organizando arranjos curriculares que permitam es- tudos em astronomia, metrologia, física geral, clássica, molecular, quântica e mecânica, instrumentação, ótica, acústica, química dos produtos naturais, análise de fenômenos físicos e químicos, meteorologia e climatologia, mi- crobiologia, imunologia e parasitologia, ecologia, nutrição, zoologia, dentre outros, considerando o contexto local e as possibilidades de oferta pelos sis- temas de ensino; IV – ciências humanas e sociais aplicadas: aprofundamento de conhecimen- tos estruturantes para aplicação de diferentes conceitos em contextos sociais e de trabalho, estruturando arranjos curriculares que permitam estudos em relações sociais, modelos econômicos, processos políticos, pluralidade cultu- ral, historicidade do universo, do homem e natureza, dentre outros, conside- rando o contexto local e as possibilidades de oferta pelos sistemas de ensino; V – formação técnica e profissional: desenvolvimento de programas educa- cionais inovadores e atualizados que promovam efetivamente a qualificação profissional dos estudantes para o mundo do trabalho, objetivando sua ha- bilitação profissional tanto para o desenvolvimento de vida e carreira quanto para adaptar-se às novas condições ocupacionais e às exigências do mundo do trabalho contemporâneo e suas contínuas transformações, em condições de competitividade, produtividade e inovação, considerando o contexto local e as possibilidades de oferta pelos sistemas de ensino. ( BRASIL, 2018, online). Assim, a oferta de diferentes itinerários formativos pelas escolas deve considerar a realidade local, os anseios da comunidade escolar e os recursos físicos, materiais e humanos das redes e instituições escolares de forma a propiciar aos estudantes possibi- lidades efetivas para construir e desenvolver seus projetos de vida e se integrar de forma consciente e autônoma na vida cidadã e no mundo do trabalho. Para tanto, os itinerários devem garantir a apropriação de procedimentos cognitivos e o uso de metodologias que favoreçam o protagonismo juvenil, e organizar-se em torno de um ou mais dos seguintes eixos estruturantes fundamentados na Resolução CNE/CEB n. 3/2018, Art. 12, § 2º: I – investigação científica: supõe o aprofundamento de conceitos fundantes das ciências para a interpretação de ideias, fenômenos e processos para se- rem utilizados em procedimentos de investigação voltados ao enfrentamento de situações cotidianas e demandas locais e coletivas, e a proposição de intervenções que considerem o desenvolvimento local e a melhoria da quali- dade de vida da comunidade; 105UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES II – processos criativos: supõem o uso e o aprofundamento do conhecimento científico na construção e criação de experimentos, modelos, protótipos para a criação de processos ou produtos que atendam a demandas para a resolu- ção de problemas identificados na sociedade; III – mediação e intervenção sociocultural: supõem a mobilização de conheci- mentos de uma ou mais áreas para mediar conflitos, promover entendimento e implementar soluções para questões e problemas identificados na comunidade; IV – empreendedorismo: supõe a mobilização de conhecimentos de diferen- tes áreas para a formação de organizações com variadas missões voltadas ao desenvolvimento de produtos ou prestação de serviços inovadores com o uso das tecnologias. (BRASIL, 2018, online) O conjunto dessas aprendizagens (formação geral básica e itinerário formativo) deve atender às finalidades do Ensino Médio e às demandas de qualidade de formação na contemporaneidade, bem como às expectativas presentes e futuras das juventudes. Além disso, deve garantir um diálogo constante com as realidades locais – que são diversas no imenso território brasileiro e estão em permanente transformação social, cultural, política, econômica e tecnológica –, como também com os cenários nacional e internacional. Por- tanto, essas aprendizagens devem assegurar aos estudantes a capacidade de acompanhar e participar dos debates que a cidadania exige, entendendo e questionando os argumentos que apoiam as diferentes posições. Para que a organização curricular a ser adotada – áreas, interáreas, componen-tes, projetos, centros de interesse etc. – responda aos diferentes contextos e condições dos sistemas, das redes e das escolas de todo o País, é fundamental que a flexibilidade seja tomada como princípio obrigatório. Independentemente da opção feita, é preciso destacar a necessidade de “romper com a centralidade das disciplinas nos currículos e substituí-las por aspectos mais globalizadores e que abranjam a complexidade das relações existentes entre os ramos da ciência no mundo real” (Parecer CNE/CEB n. 5/2011). Para tanto, é fundamental a adoção de tratamento metodológico que favoreça e esti- mule o protagonismo dos estudantes, como também a Resolução CNE/CEB n. 3/2018, do Art. 7, § 2º, diz que: [...] evidencie a contextualização, a diversificação e a transdisciplinaridade ou outras formas de interação e articulação entre diferentes campos de saberes específicos, contemplando vivências práticas e vinculando a educação esco- lar ao mundo do trabalho e à prática social e possibilitando o aproveitamento de estudos e o reconhecimento de saberes adquiridos nas experiências pes- soais, sociais e do trabalho (BRASIL, 2018, online) 106UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES 106 Para saber mais sobre o Ensino Médio e as mudanças acesse o Portal do MEC, link abaixo: Link de Acesso: http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=40361 Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Novo Ensino Médio - perguntas e respostas. 2021. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=40361. Acesso em: 15 maio 2021. http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=40361 http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=40361 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 3 AVALIAÇÕES TÓPICO UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES Tratar do conceito de avaliação e no que ele deve expressar atualmente é reforçar a ideia de que o processo avaliação subsidie todo o processo educativo, ou seja, a avaliação escolar é uma parte integrante do processo de ensino e aprendizagem e não uma etapa isolada. (LIBÂNEO, 2013). Não deve ser entendida como elemento que ocorra somente no final de uma unidade de ensino ou de um período letivo, mas, como elemento presente desde o planejamento do professor, ou seja, “ela só faz sentido na medida em que serve para diagnóstico da execução e dos resultados que estão sendo buscados e obtidos. A avaliação é um instrumento auxiliar da melhoria dos resultados”. (LUCKESI, 2008, p. 150). A avaliação foi instituída no Brasil a partir da década de 60 com a Lei n. 4.024/61 e era denominada exames escolares, foi tida como obrigatória para verificação dos conheci- mentos e desempenho dos alunos, servia apenas para classificar. No início da década de 70 a Lei n. 5.692/71 redefiniu o termo passando para aferição do aproveitamento escolar e, somente com a Lei n. 9.394/96 é que o termo avaliação da aprendizagem passou a ser usado, surgiu assim um novo olhar para avaliação, com o sentido de apropriar-se do saber, onde avaliar se caracteriza pelo diagnóstico e inclusão, permitindo assim que o desen- volvimento da aprendizagem do aluno seja acompanhado e orientado pelo processo da avaliação (LUCKESI, 2008). No Art. 24 V o rendimento escolar será observado com os seguintes critérios: a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalên- cia dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado; d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplina- dos pelas instituições de ensino em seus regimentos; [...] (BRASIL, 1996, online). 108UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES Assim, a legislação buscou nortear quais seriam as principais normas que serviriam de parâmetro para os professores em relação à estrutura e funcionamento da Educação Básica; não sendo apenas em relação à avaliação, mas com o processo escolar num todo. De acordo com Santos (2020, p. 30-31) “Na política nacional, percebe-se um enga- jamento nas tendências avaliativas atuais que denotam um processo de avaliação centrado nas capacidades dos alunos e em suas aquisições”. Portanto, ainda que seja avaliado o aluno em sua integralidade junto às aquisições, enfatizando-se suas aprendizagens pro- cessuais, e não somente uma etapa do ensino escolar. O texto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN/1996 é caracterizado pela generalidade, dando aos profissionais da educação, inclusive aos pro- fessores, um amplo espaço para agir de acordo com sua realidade – e criatividade. É inegável, contudo, que ele oferece pistas mais palpáveis com relação ao modo como agir em situações de avaliação, por exemplo, o texto deixa claro que os aspectos qualitativos (avaliação formativa) devem prevalecer sobre os quantitativos (avaliação somativa), com ambos caminhando em conjunto. Para saber mais sobre as modalidades de avaliação (diagnóstica, formativa e somativa) indicamos a leitura do livro “Avaliação, educação e sociedade” da autora Camila Casteliano Pereira dos Santos, de 2020. Você estudante irá encontrá-lo na biblioteca virtual. Boa leitura! Fonte: SANTOS, C. C. P. dos. Avaliação, educação e sociedade. Curitiba: Contentus, 2020. Disponível em: https://plataforma.virtual.com.br/. Acesso em: 8 set. 2021. https://plataforma.virtual.com.br/ 109UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES Assim, articulada para suprir as demandas da Prova Brasil e do Programa Interna- cional de Avaliação de Estudantes (PISA), a avaliação na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) contempla a organização curricular por competências. Essas competências expressas nos modelos de educação da década de 1970 e 1980 já direcionavam a escola ao ensino voltado para o trabalho. O controle expresso pelo documento sobre a organização curricular é feito a partir de constituição das aprendizagens mediante as competências enumeradas para que cada etapa da educação seja alcançada. (SANTOS, 2020). Segundo a BNCC: [...] construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa de processo ou de resultado que levem em conta os contextos e as condições de aprendiza- gem, tomando tais registros como referência para melhorar o desempenho da escola, dos professores e dos alunos. (BRASIL, 2018, p. 15). Você sabia que o sistema de avaliação nacional da educação básica engloba provas padronizadas aplicadas em todo território nacional, sendo elas: Provinha Brasil, Prova Brasil, Sistema de Avaliação da Educação Bá- sica (Saeb), Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). Estas são as avaliações externas realizadas por agentes externos à escola, geralmente aplicada em larga escala, no qual é uma ferramenta que fornece elementos para a formulação e o monitoramento de políticas públicas, bem como o redirecionamento de práticas pedagógicas. Fonte: A autora (2021). 110 CONSIDERAÇÕES FINAIS UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES Prezado(a) acadêmico(a), Chegamos ao final da Unidade IV da disciplina de Metodologia do Ensino da Matemáti- ca. Nesta última unidade, intitulada “POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁ- TICA E AS AVALIAÇÕES”, estudamos sobre Políticas Públicas para o Ensino da Matemática. Ao longo da unidade abordamos o campo deestudo da Base Nacional Comum Cur- ricular para a Área de Matemática, e por fim, estabelecemos a importância das avaliações. Assim, convidamos você, acadêmico(a) interessado(a), a consultar as indicações de leitura complementar, filmes e as referências, de modo a aprofundar seu conhecimento. Boa leitura! 111 MATERIAL COMPLEMENTAR UNIDADE 4 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA E SUAS AVALIAÇÕES LIVRO Título: Avaliação em matemática: História e perspectivas atuais Autor: Wagner Rodrigues Valente (Org.). Editora: Papirus. Sinopse: O livro percorre o trajeto seguido pela avaliação esco- lar em matemática no país, desde os tempos do Brasil Império até os mais recentes exames promovidos por órgãos oficiais. Os resultados de pesquisas desse grupo de autores permitem ao leitor conhecer os processos, e as modificações ao longo do tempo, dos exames preparatórios – ritual de passagem que faz parte da história de nosso último século. A obra também faz uma reflexão sobre as práticas pedagógicas evidenciadas pelas provas de admissão ao ensino secundário, desde a época de sua instituição até sua extinção na década de 1970. Além disso, traz uma análise das concepções docentes a respeito desse tema – causa de tanta controvérsia entre professores e alunos – e, finalmente, discute exames como Saeb, Enem, Provão e Sinaes, apontando novas perspectivas para a avaliação escolar em matemática. - Papirus Editora. FILME / VÍDEO Título: PI Ano: 1998 Sinopse: Max é gênio da computação e matemática, mas vive escondido porque a luz do Sol lhe causa fortes dores de ca- beça. Sozinho constrói um supercomputador que permite a descoberta do número pi completo. A partir disso ele percebe que todos os eventos se repetem num determinado espaço de tempo e passa a especular as tendências no mercado de bolsa de valores. A descoberta chega até uma seita e representantes de Wall Street passam a cobiçar os conhecimentos de Max. 112 ALMEIDA, L. W. de.; VERTUAN, R. E. Modelagem matemática na educação básica. São Paulo: Contexto, 2012. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/. Acesso em: 8 set. 2021. ANDRADE, L. de. Etnomatemática: a matemática na cultura indígena. Trabalho de Conclu- são de Curso (Licenciatura em Matemática) - Departamento de Matemática, Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2008. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/ bitstream/handle/123456789/96632/Leila_de_Andrade.pdf. Acesso em: 15 maio 2021. AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Mo- raes, 1982. BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997. BASSANEZI, R. C. Ensino-aprendizagem com modelagem matemática: uma nova estra- tégia. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2014. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/. Acesso em: 8 set. 2021. BAUM, W. M. Compreender o behaviorismo: comportamento, cultura e evolução. Porto Alegre: Artmed, 2005. BIEMBENGUT, M. 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Atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, observadas as altera- ções introduzidas na LDB pela Lei nº 13.415/2017. Diário Oficial da União, Brasília, 21 de novembro de 2018, Seção 1, p. 49. BRASIL. Conselho Pleno. Parecer CNE nº 11, de 30 de junho de 2009. Proposta de expe- riência curricular inovadora do Ensino Médio. Diário Oficial da União, Brasília, 25 de agosto de 2009, Seção 1, p. 11. BRASIL. Lei n. 12,796, de 4 de abril de 2013. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências. BRASIL. Lei n. 13.415, de fevereiro de 2017. Altera as Leis n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e o Decreto-Lei nº 236, de 28 de fevereiro de 1967; revoga a Lei nº 11.161, de 5 de agosto de 2005; e institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. BRASIL. Lei n. 4.024, de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. BRASIL. Lei n. 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras providências. 114 BRASIL. Lei n. 9,394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. 2021. 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Sendo assim, caro(a) acadêmico(a), chegamos ao final dos nossos estudos rela- cionados a essa temática, mas reforço o que disse inicialmente, o texto apresentado não esgota todas as possibilidades de pensar e refletir acerca das temáticas abordadas. Espero que tenha lhe oportunizado momentos importantes e oportunos para a compreensão das análises realizadas ao longo da disciplina. Desejo a você, estudante, sucesso e inúmeras realizações profissionais. Até breve! Professora Genildade Lourdes Maurício Guimarães CONCLUSÃO GERAL ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE Praça Brasil , 250 - Centro CEP 87702 - 320 Paranavaí - PR - Brasil TELEFONE (44) 3045 - 9898 Shutterstock Site UniFatecie 3: Botão 11: Botão 10: Botão 9: Botão 8: Unidade 1: Unidade 2: Unidade 3: Unidade 4: