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Transporte público

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O transporte público e o exercício da democratização no Brasil
	Em 2013, a Revolta dos 20 centavos ocorreu, inicialmente, por causa do aumento da passagem do transporte público em todo o Brasil, medida que impactaria diretamente cidadãos que dependiam deste. Paralelamente ao país daquela época, hodiernamente, essa luta por conquistas sociais ainda é necessária, haja vista que o acesso pleno aos coletivos públicos não é efetivado e, tampouco, é de qualidade satisfatória para todos. Nesse viés, foge do ideal democrático brasileiro no que tange o direito ao transporte, previsto na Constituição Federal de 1988 (CF-88) em seu Artigo 6, tanto pelo baixo investimento governamental, quanto pela romantização de veículos privados na sociedade. 
	Sob essa premissa, vale ressaltar a importância dos transportes públicos para a população em geral. Isso porque, majoritariamente, pessoas com baixo poder aquisitivo utilizam tais meios para se dirigirem para outros locais, seja internamente, dentro das cidades, seja para distâncias mais longas. Por essa razão, o mau gerenciamento dos coletivos prejudica de diversas formas o funcionamento das cidades, como é o caso dos preços elevados das passagens de ônibus, o que limita o direito de ir e vir do cidadão. Consequentemente, concretiza-se, de forma nítida, o conceito de “Subcidadania” do sociólogo Jessé de Souza, o qual prevê o tangenciamento de direitos básicos a determinados grupos sociais. Logo, como alternativa democrática, investimentos governamentais são necessários para reverter esse óbice. 
	Outrossim, com a abertura ao capital estrangeiro, no governo de Juscelino Kubitschek, e o apoio ao modelo rodoviário desde 1950, a compra de veículos particulares aumentou exponencialmente. Assim, possuir transporte individual virou, cada vez mais, sinônimo de “status” social elevado, causando inchaço nas cidades e dificultando o tráfego de coletivos públicos. Com isso, estes perderam o protagonismo, lastimavelmente, para locomotivas mais caras e mais poluentes, fator que gera, agora, descrédito, procedendo para os seus sucateamentos. No entanto, o que passa despercebido pela população são os benefícios trazidos ao utilizá-los, tanto socioeconômicos, quanto ambientais, ao passo que seria mais vantajoso aderir a essa proposta. Dito isso, esclarecer tais pontos civilmente é crucial para o exercício da democracia. 
	Partindo dos pressupostos anteriores, evidencia-se, portanto, a necessidade de contornar esse quadro não democrático. Para isso, cabe ao Governo Federal, em conjunto com a União, direcionar parte do Produto Interno Bruto para a reestruturação do sistema de transporte – a começar pelo barateamento das passagens –, a fim de garantir o direito previsto pela CF-88 e construir uma imagem positiva destes, atraindo, assim, mais adeptos. Ademais, urge às instituições de ensino mostrar os impactos da frota de veículos individuais no meio ambiente e na vida das pessoas, por intermédio das disciplinas de Química e de Sociologia, com o intuito de estimular os alunos a mudarem de opinião e exercerem seu direito democrático. Enfim, poder-se-á encerrar a luta iniciada em 2013 e caminhar para um país mais integrado.

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