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ANESTESIOLOGIA

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Avaliação pré-anestésica e risco anestésico 
(Aula 02/03) 
 
 
 
 
 
 
 
Conceitos 
 
 Analgesia: Ausência de dor; 
 Ansiolítico: Diminuição de ansiedade / reações brutas (ex: gato 
com medo) – paciente continua acordado!; 
 Tranquilizante: Diminui a resposta do paciente – menos intensa 
e mais utilizada que ansiolíticos; 
 Sedativo: Dorme mas mantém sensibilidade a dor (ex: radiografia 
de crânio); 
 Anestesia geral: Uso de anestésicos até a perda da consciência, 
relaxamento e analgesia – aumento da mortalidade; 
 Anestesia balanceada: Anestesia geral mais segura; 
 Anestesia locorregional: Analgesia, relaxamento e 
inconsciência de locais ou regiões (ex: peridural) 
 TIVA: Anestesia total intravenosa – utilização de medicamentos 
intravenosos ao invés de inalatórios. Não é mais segura, é muito 
trabalhosa (utilização de muitas bombas de infusão) mas faz 
menos mal para o veterinário (por não ser inalatória); 
 PIVA: TIVA + Anestesia inalatória – beneficiada pelas duas 
técnicas e é a mais recente. 
 
 
 
 
 
 
 
Anestesia 
Analgesia 
Relaxamento muscular 
Inconsciência 
 
 
Fases da anestesia 
 
1. Anamnese: Inclui identificação do animal (nome, raça, idade, 
espécie, sexo e peso) e o histórico do animal (afecção principal – 
motivo pelo qual será anestesiado, antecedentes mórbidos, 
histórico familiar, sinais e sintomas, medicação utilizada e 
comportamento; 
2. Exame físico pré-anestésico: Inspeção – estado geral/score 
corporal, lesões ou afecções, mucosas, sinais e sintomas, 
auscultação cardíaca e pulmonar, palpação (avaliar hidratação 
do paciente, edema, etc); 
3. Exames complementares: Hemograma, bioquímicos, urinálise, 
ultrassom, ecocardiograma, eletrocardiograma, radiografia, 
tomografia, entre outros – Depende do histórico do paciente, 
do procedimento, de fatores predisponentes (raça, idade, 
etc) e dos fármacos que serão utilizados!; 
4. Planejamento 
5. MPA: Medicação pré-anestésica; 
6. Indução 
7. Intubação 
8. Manutenção anestésica 
9. Monitoração: Monitoração dos parâmetros vitais durante todo o 
procedimento; 
10. Recuperação anestésica: Obrigação do anestesista esperar o 
animal voltar da anestesia e avaliar os parâmetros antes de dar 
alta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Risco anestésico (American Society of Anesthesiology) – 
“ASA” 
 
 ASA I: Animais sadios sem doença detectável (cirurgia eletiva); 
 ASA II: Doença sistêmica leve a moderada completamente 
controlada (ex: anemia discreta, diabético controlado, etc) 
 ASA III: Doença sistêmica moderada a grave, porém não 
incapacitante (ex: hipertenso, doente renal não insuficiente, etc) 
 ASA IV: Doença incapacitante que oferece risco constante a vida 
(ex: insuficiente renal) 
 ASA V: Associação de doenças incapacitantes onde está certo o 
óbito sem cirurgia e pequenas chances com cirurgia (ex: piometra 
com choque séptico). 
 E: Emergência, onde não é possível avaliar adequadamente o 
paciente por estar correndo risco de vida eminente (ex: atropelado 
com sangramento. 
 
EXEMPLOS: 
 
1. Obeso mórbido: ASA III – Doença com sintomatologia presente (Falta de 
ar, etc); 
2. Animais com infecção e febre – ASA III – Doença com sintomatologia 
presente; 
3. Animal levou um tiro e está com sangramento, mas clinicamente bem, 
PAS estável, órgãos protegidos – ASA E III – Sem tempo para fazer 
exames prévios, mas paciente está estável; 
4. DRC: ASA IV – Tem que ter insuficiência em algum órgão ou sistema; 
 
Esclarecimento dos proprietários – escolha de conduta 
 
 Não existe procedimento anestésico sem risco 
(hipersensibilidade, idiossincrasia, erro humano por negligência, 
imperícia ou imprudência); 
 Alterações possíveis no preparo do paciente ou no procedimento 
cirúrgico; 
 Contra-indicação do procedimento. 
 
 
 
Preparo do paciente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fórmula para fluidoterapia: Qm = 2 x Peso x Tph 
 
 
 
 Sangramento ativo: Qm = 2 x Peso x Tph + 3 x volume de sangue 
perdido 
 
 
 
Preparo do 
paciente 
Estabilização 
do paciente 
 Hidratação do paciente* 
 Reposição de eletrólitos 
 Transfusão sanguínea 
Jejum 
 Risco de pneumonia aspirativa 
 Desconforto intestinal 
 Alteração do fluxo sanguíneo 
intestinal 
 Varia de acordo com raça, idade, 
espécie e tamanho – animais jovens 
fazem menor tempo de jejum (risco 
de hipoglicemia) 
Tempo de jejum hidríco 
 
 
Adequação de doses 
(Aula 09/03) 
 Sobredose absoluta: Imprudência, imperícia ou negligência – 
Quando é administrado uma dose maior que a indicada na 
literatura, dose superior a que é recomendada para a espécie ou 
para o efeito desejado – ERRO. 
 Sobredose relativa: Imprudência, imperícia, negligência ou 
fatalidade – Dentro das doses indicadas na literatura (que serve 
para pacientes saudáveis) mas não para pacientes específicos 
(avaliação pré-anestésica inadequada ou idiossincrasia), ou seja, 
não considera questões específicas do paciente – anestesista 
deve adequar a dose em pacientes debilitados. 
 
Cálculo de doses 
Q(ml) = P (kg) x D (mg/kg) ÷ [ ] do fármaco (mg/ml) 
 
 % = gramas / 100ml 
Ex: 0,2% = 0,2g / 100ml 
0,2g = 200mg, portanto 200mg/100ml 
200mg ____________ 100ml 
 Xmg ____________ 1ml 
 X = 2 mg ou seja, 0,2% = 2mg/ml 
 
Medicação pré-anestésica (MPA) 
 
 Antecede a anestesia; 
 Objetivos: facilitar a contenção (tricotomia, acesso venoso, assepsia, + 
segurança); potencializa fármacos anestésicos (diminui a quantidade de 
anestésicos e os efeitos colaterais); tranquilidade e segurança durante a 
indução (diminuí excitação), manutenção e recuperação; diminui efeitos 
indesejados de outros fármacos; modula efeitos do sistema nervoso 
autônomo (ex: paciente bradicárdico – atropina). 
 
 
1. Anticolinérgicos (antagonista muscarínico) 
 
 Competição com acetilcolina pelo receptor colinérgico muscarínico; 
 Função: controle do parassimpático (corta). 
 
 
 
 
 
 
 
 
INDICAÇÃO CONTRA-INDICAÇÃO 
Bradiarritima Taquiarritima 
Hipermotilidade vesical Hipomotilidade gastrointestinal 
Inibir efeitos de fármacos 
parassimpatomiméticos 
Secreções viscosas (infecção respiratória, 
secreções salivares e lacrimais) 
 
 
 
 Atropina: Alta biodisponibilidade; 50% de metabolização hepática; 
excreção renal; fármaco de escolha para todos os sistemas em 
pequenos animais EXCETO em quadros abdominais; não utilizar em 
grandes animais. 
 Escopolamina: Alta biodisponibilidade; 50% de metabolização hepática; 
excreção renal; fármaco de escolha para quadros abdominais em 
pequenos animais; fármaco de escolha para grandes animais. 
 
 
 
 
 
Efeitos 
sistêmicos 
Cardiovasculares 
Respiratórios 
Gastrointestinal 
Diminui expectoração mas 
aumenta viscosidade, agrava 
infecção respiratória, 
broncodilatação 
Taquicardia e aumento do 
débito cardíaco 
Redução de motilidade e de 
secreções salivares 
2. Tranquilizantes (neurolépticos) 
 
 Alta biodisponibilidade; 
 Rápida absorção via oral; 
 Metabolização hepática; 
 Excreção urinária e biliar. 
 
EFEITOS DESEJÁVEIS EFEITOS INDESEJÁVEIS 
MECANISMO DE AÇÃO: INIBIDOR 
DE RECEPTOR H1 
MECANISMO DE AÇÃO: INIBIDOR DE 
RECEPTOR α ADRENÉRGICO 
Tranquilização (contenção, + seguro) Hipotensão (idosos, neonatos, DRC, hepatopatas) 
Antiemético Hipotermia 
Anti-histamínico (diminui a possibilidade de 
reação alérgica) 
Diminuição do hematócrito 
 Esplenomegalia 
MECANISMO DE AÇÃO: INIBIDOR 
COLINÉRGICO 
Diminuição do limiar convulsivo (neuropata) 
Reduz salivação e secreções 
Priaprismo (equídeo – atividade reprodutiva) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fenotiazínicos 
Acepromazina (melhor tranquilizante; + hipotensor) 
Clorpromazina (melhor antiemético) 
Levomepromazina (melhor anti-histamínico) 
 
3. Benzodiazepínicos 
 
 Alta biodisponibilidade por diversasvias de administração; 
 Alta absorção; 
 Mecanismo de ação: agonista de recepetores gabaérgicos 
(neurotransmissor inibitório); 
 Metabolização hepática – presença de metabólitos ativos (diazepam e 
zolazepam); 
 Excreção urinária – ausência de metabólitos ativos (midazolam). 
 
CARACTERÍSTICAS E 
EFEITOS DESEJÁVEIS 
CARACTERÍSTICAS E 
EFEITOS INDESEJÁVEIS 
Sedativo Efeito paradoxal (contrário do que se espera – por 
exemplo quando associado a algum anestésico geral) 
Relaxante muscular Depressão respiratória (mais potente em filhotes 
– cianose) 
Anti-convulsivante 
Anti-emético (vômito agudo – exemplo: 
quimioterapia) 
Mínimas alterações hemodinâmicas 
(seguro para cardiopatas) 
 
 
 Diazepam: Melhor anticonvulsivante; mais utilizado; presença de 
metabólitos ativos; mais hepatotóxico (passa de 3 a 4x no fígado para 
metabolizar), utilizados em anestesias intravenosas mais longas; 
 Midazolam: Mais potente e seguro (MPA mais segura sem entubar); 
mais propenso a surgir efeito paradoxal; ausência de metabólitos ativos; 
menos hepatotóxico (passa 1x no fígado para metabolizar); 
 Zolazepam: Mais potente; só disponível em associação a tiletamina. 
 
Diazepam x Midazolam 
 
O midazolam é mais potente, mais seguro, menos hipotensor, menos 
hepatotóxico, possui menor período hábil e é pior anti convulsivante que 
o diazepam. 
 
 
 
 
 Antagonista benzodiazepínico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. α2 agonistas (Aula 16/03) 
 
 Receptor pré-sináptico; 
 Função: interromper o estímulo; 
 Rápida aborsção; 
 Metabolização hepática e excreção renal. 
 
 
Liberação de noradrenalina pelos receptores pós-sinápticos (α1 / β1 / β,2) 
 
 
 
Breca o estímulo 
 
 
 
 
 
Flumazenil 
Corta 100% do efeito 
Não deve ser utilizado em uso crônico – maior risco de convulsão 
Intoxicação aguda – reversão imediata dos efeitos do benzodiazepínico 
Administração IV 
α2 agonistas 
 
Mecanismo 
fisiológico 
 
 
 
 
Liberação de noradrenalina pelos receptores pós-sinápticos (α1 / β1 / β,2 ) 
 
 
 
Diminui ou breca de forma importante a liberação de noradrenalina no corpo 
 
 
 
Menos noradrenalina = menos atividade do sistema nervoso simpático 
 
 
 
Alteração de parâmetros vitais (Bradicardia, bradipneia/apneia, hipotensão) 
 
 Vantagem: noradrenalina produz DOR – menos noradrenalina surte 
efeito analgésico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fármacos α2 agonistas 
 
 
 
EFEITOS DESEJÁVEIS EFEITOS INDESEJÁVEIS 
Melhor sedativo Diminuição de ADH – poliúria (aumenta desidratação) – nefrotóxio – 
tomar cuidado com jejum hídrico e fluido IV (risco de virar doente renal) 
Melhor relaxante muscular Hiperglicemia (diminuição de noradrenalina – diminuição de produção de 
insulina pelo pâncreas – diabéticos que dependem 100% de insulina éxogena 
aplicada pelo tutor podem utilizar esse fármaco, mas diabéticos que ainda 
produzem insulina mas em pouca quantidade e tutor aplica o restante, não podem 
tomar – risco de cetoacidose) 
Analgesia visceral discreta (melhor 
analgésico) 
Aumenta (corpo estranho perfurante – risco de perfurar /intussuscepção – 
risco de aumentar – isquemia) e reduz (gato com megacolon – fecaloma) 
motilidade intestinal 
Ação simpatolítica (diminuição de noradrenalina – breca efeitos do sistema 
nervoso simpático): 
 Bradicardia; 
 Bloqueio atrioventricular (coração bate mais lentamente); 
 Inotropismo negativo (coração batendo mais fraco); 
 Hipertensão arterial fugaz; 
 Hipotensão arterial; 
 Depressão respiratória (broncoconstrição); 
 Salivação; 
 Êmese (aumento da motilidade intestinal – compressão do estômago 
– vômito). 
 
Eu não uso quando eu quero, eu uso quando eu preciso: 
 Pacientes refratários a opióides (dor crônica); 
 Anestesia injetável (IM) – não tem como fazer sem α2 agonista (mais 
barato) 
 
 Xilazina: Mais utilizada (mais barata); pequenos e grandes animais; 
efeito sedativo mais prolongado que analgésico; menos específica – se 
liga a receptores alfa 1 adrenérgicos primeiro (vasoconstrição – aumento 
de pressão) e depois a alfa 2 (bloqueio da noradrenalina – queda brusca 
de pressão) – problema para pacientes cardiopatas – podem não 
aguentar. – ÚNICO FÁRMACO QUE DECLARADAMENTE AUMENTA 
O RISCO ANESTÉSICO. 
 
 Detomidina: Apenas grandes animais; mais potente sedativo e 
analgésico; mais específica (mais segura – maior estabilidade 
hemodinâmica); 
 
 
 
 
 
 
 Dexmedetomidina: Apenas pequenos animais; mais cara; melhor 
analgésico; mais específica (mais segura) – se liga em receptores alfa 1 
mas é quase zero – evita queda brusca da pressão e se liga em todos 
os alfa 2 (a,b,c,d) – principalmente em alfa 2 a que também faz 
vasoconstrição – pressão estável na anestesia. 
 
 
 Antagonista α2 agonista 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Opióides 
 
 Opióide – Parecido com o que tinha no ópio – produzido sinteticamente; 
 Opiáceo – O que tinha no ópio – saiu da planta; 
 Corpo produz endomorfina/endorfina que funciona como auto defesa de 
dores fisiológicas; 
 Utiliza-se em todos os pacientes e o grupo mais importante de mpa; 
 Mecanismo de ação: controla canais iônicos (abertura de canais de K e 
fechamento de canais de Ca) nas sinapses de interneurônios medulares e no 
cérebro. Essas sinapses tem receptores de opióides controlando os 
estímulos elétricos. 
Estímulo doloroso bem forte Sinapses Troca de íons controlada 
pelos opióides Impulso não chega no cérebro Sem dor 
 
Ioimbina 
Melhor efeito sobre Xilazina 
Atipamazole 
Melhor efeito sobre Dexmedetomidina e Detomidina 
Excitação, mioclonia e taquicardia 
Menos efeitos colaterais 
Efeito imediato 
 
 
Classificação 
Tipo Função 
Agonista Estimula o receptor – 1 ou mais. Se 
for 1 – é específico. 
Agonistas parciais Baixo estímulo do receptor – menor 
que o endógeno 
Agonista-Antagonista Estimula um receptor e inibe outro 
Antagonistas Inibem a ação dos receptores 
 
 
Tipo de receptor Principais efeitos Agonistas Antagonistas 
µ (mu ou mi)  Analgesia 
 Depressão 
respiratória 
 Euforia 
 Dependência física 
 Codeína 
 Petidina 
 Tramadol 
 Morfina 
 Buprenorfina 
 Metadona 
 Fentanil 
 Butorfanol 
 Naloxona 
 Nalbufina 
K (kappa)  Analgesia 
 Miose 
 Sedação 
 Disforia 
 Butorfanol 
 Codeina 
 Petidina 
 Morfina 
 Fentanila 
 Nalbufina 
 Buprenorfina 
 Naloxona 
 
 
 Ex: Petidina é agonista (estimula os dois). Tramadol é mu agonista 
(estimula só mu); Buprenorfina é um agonista mu e antagonista kappa 
 
EFEITOS DESEJÁVEIS EFEITOS INDESEJÁVEIS 
Analgesia (melhor de todos) Depressão respiratória (limitante – qual usar? / 
anestesia inalatória é mais seguro usar porque o 
paciente está entubado e recebendo a oxigenação 
necessária, já na anestesia injetável deve-se ponderar o 
uso pelo risco de falta de oxigenação – utiliza-se um 
opióide fraco associado a um alfa 2 agonista) 
Sedação Excitação, euforia, disforia 
Potencializa anestésicos (MPA 
analgésico – utiliza menos anestésico – menos 
efeitos colaterais) 
Bradicardia (opióides fortes) 
 Hipotensão (opióides que liberam histamina – 
vasodilatação, mas não é uma hipotensão importante se 
não for IV, se for IV tem que ser lento) 
Ofegante (centro termorregulador – simula febre) 
Náusea/êmese 
Constipação (uso prolongado) 
 
 
 
 
 Cão: 70% receptores mu e 20% receptores kappa; 
 Todo medicamento que age só em kappa é considerado um opióide 
fraco; 
 Todo medicamento que age só em mu deve-se saber a potência para 
saber se é um opióide forte ou fraco; 
 Emergência: só utilizo um opióide agonista-antagonista fraco se eu tiver 
certeza que não vou precisar de um opióide forte depois - ex: apliquei 
butorfanol – bloqueia mu e estimula kappa – preciso aplicar morfina – 
não vai ter um bom efeito analgésico em mu – quanto maior a dose da 
morfina maior osefeitos colaterais; 
 Procedimentos cirúrgicos que causam muita dor – não usar agonista-
antagonista. 
 
 
 
 
Principais opióides utilizados 
Fármacos Período hábil Potência Importante 
Butorfanol 2 a 3 h 0,05 (FRACO) Dose teto (não responde ao aumento de dose), 
sedação, agonista-antagonista, estabilidade 
respiratória, bom em cólica – bom para procedimentos 
ambulatoriais e cirurgias de pequeno porte. 
Petidina 2 h (não deve reaplicar – 
norpetidina – neurotóxico) 
0,1 (FRACO) Sedação (uma das melhores), libera histamina (mais 
alergênica do que todos os opióides) - procedimentos 
rápidos e que doem pouco e quando o paciente não 
tem nenhuma alergia (asma), mastocitoma (masto tem 
histamina dentro) ou gastrite (histamina irrita mais 
ainda o estômago). 
Tramadol 8 a 12 h (mais utilizado 
para pós-operatório) 
0,2 a 1,0 (FRACO) Ação mista – agonista fraco, o menos alergênico de 
todos e funciona também como anti-depressivo (não 
aplicar em pacientes que tomam anti-depressivo). 
Morfina 4 h (posso reaplicar) 1,0 (FORTE) Libera histamina (evitar em pacientes alérgicos, com 
gastrite ou masto); Problema: causa muito vômito – se 
paciente não estiver com muita dor, não é utilizada 
como MPA. 
Metadona 8h 2,0 (FORTE) Metabolização incerta – não sabemos quanto tempo 
exato. Utilizada como MPA ou como analgesia de 
resgate (quando o paciente já toma algum 
medicamento para dor mas ainda está com dor) e não 
medicação de horário. 
Fentanil 30 a 40 min 80 a 100 (FORTE) Bradicardia, piora da respiração – deve ser aplicado 
diluído e muito lento. Utilizado em picos de dor durante 
cirurgias rápidas ou em infusão contínua em cirurgias 
doloridas e demoradas. 
 
 
 
 Opióides antagonista 
 
 
 
 
 
 
6. Miorrelaxante de ação central 
 
 Éter Guiceril Guaiacol / Guaiafenesina: Mais utilizado em equinos; 
raramente em bovinos; pode ser utilizado via oral em tratamentos 
clínicos; na anestesia – IV – em concentração de 5% ou 10% na glicose; 
cuidado na hora de diluir – risco de flebite/hemólise; metabolização 
hepática e excreção renal; 
 Mecanismo de ação: Não é totalmente esclarecido - agonista de 
receptor de glicina (neurotransmissor inibitório) e atua em células de 
Renshaw (responsável pelos reflexos); 
 Efeitos sistêmicos: Relaxante muscular, analgesia e sedação discretas, 
discreta depressão respiratória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Naloxona 
Antagonista puro 
Utilizado no tratamento de overdose 
Corta na hora o efeito do opióide, inclusive o efeito 
analgésico 
 
Cálculos 
 
1. Qual o volume de acepromazina 0,2% em um cão de 10 kg sabendo que 
a dose é a 0,1 mg/kg? 
 
 Concentração em % é só multiplicar por 10 = 2 
 
Q(ml) = P (kg) x D (mg/kg) ÷ [ ] do fármaco (mg/ml) 
Q = 10 x 0,1 ÷ 2 
Q = 0,5 ml 
 
2. Qual o volume de diazepam 10mg/2ml em um cão de 15 kg sabendo 
que a dose é 0,2 mg/kg? 
 
 10 mg em 2 ml, 10 ÷ 2 = 5 mg/ml 
Q = P x D ÷ [ ] 
Q = 15 x 0,2 ÷ 5 
Q = 0,6 ml 
 
3. Qual o volume de atropina 0,25 mg/ml em um cão 25 kg sabendo que a 
dose é 0,044 mg/kg? 
Q = P x D ÷ [ ] 
Q = 25 x 0,044 ÷ 0,25 
Q = 4,4 ml 
 
 
 
 
 
 
 
Anestésicos parenterais 
(Aula 23/03) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1) Anestesia geral intravenosa 
 
 Deprimem o sistema nervoso central de forma generalizada causando 
hipnose, relaxamento muscular e analgesia (poder de analgesia bem 
reduzido, por isso todo paciente submetido a procedimentos cirúrgicos precisam de 
opióide); 
 Realizados via intravenosa obrigatoriamente – não preciso esperar o 
tempo de absorção; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anestésicos 
parenterais 
Anestésico 
dissociativo 
Anestésico 
geral 
intravenoso 
Barbitúricos 
Não 
Barbitúricos 
Dissociativos 
Tiopental 
Propofol 
Etomidato 
 
Cetamina / Quetamina 
Tiletamina 
 
Injetáveis - não 
incluem anestésicos 
inalatórios 
 
 
A) Barbitúricos: Tiopental 
 
 Somente IV – sempre conferir o acesso!! 
 Se for aplicado fora da veia, pode causar dor, flebite e até necrose do 
local – caso aconteça, injetar soro fisiológico no mesmo local para diluir 
o medicamento e evitar a necrose; 
 Via oral e via retal: não utilizado mais; 
 Mais caro; 
 Depressor do SNC: causa excitação para depois relaxar – se for 
aplicado lentamente vai excitar muito; 
 Calcula a dose e 1/3 dessa dose deve ser feita mais rápido – maior 
concentração cerebral, indução e recuperação mais rápidas; 
 Paciente com pH normal: 61% de medicação não ionizada (fração ativa 
do fármaco); 
 Se o paciente estiver com o pH sanguíneo diminuído por algum motivo 
(acidose metabólica, lactato alto, dispneia) – potencializa o efeito 
anestésico e sobe para 90% da fração ionizada – nesse caso, devemos 
diminuir muito a dose do anestésico; 
 Verificar proteína do paciente a partir de exames laboratoriais – parte do 
anestésico de liga na proteína e não funciona: se a proteína estiver 
baixa, o fármaco vai ficar livre na corrente sanguínea potencializando 
seu efeito; 
 Farmacocinética: Tem alta lipossolubilidade – sendo assim, quando o 
fármaco chega no cérebro (órgão gorduroso e vascularizado, mas 
pequeno) ele é redistribuído pelo corpo – redistribuição para o terceiro 
espaço (gordura) e o paciente acorda, sendo necessário reaplicar. Em 
cada reaplicação, essa redistribuição ocorre de forma mais lenta 
causando um efeito acumulativo e a cada vez que é reaplicado, o efeito 
do anestésico dura mais. Toda esse anestésico estocado na gordura 
corporal é metabolizado exclusivamente pelo fígado = hepatotóxico. 
 Mecanismo de ação: Estimulação de receptores gaba: 
neurotransmissor inibitório estimulado por um anestésico geral = 
paciente dorme. Tiopental é o maior depressor do SNC; Altera canais 
iônicos (K, Ca, Na) reduzindo ainda mais a atividade cerebral; Redução 
da ligação de acetilcolina (responsável pelo tônus muscular) nos 
receptores colinérgicos nicotínicos da musculatura = melhor relaxante 
muscular. 
 
 
 
 
 
EFEITOS SISTÊMICOS 
Sistema Cardiovascular  Arritmias ventriculares; 
 Redução do retorno venoso; 
 Redução do débito cardíaco. 
Não utilizar em pacientes debilitados ou 
hipovolêmicos – alta mortalidade. 
Sistema Respiratório  Depressão dose-dependente; 
 Reduz taquipneia respiratória. 
(Paciente saudável consegue compensar, 
paciente debilitado não) 
 
Sistema Nervoso Central  Neuroproteção – pacientes em 
como induzido; 
 Reduz ou não afeta a PIC (pressão 
intracraniana); 
 Reduz metabolismo cerebral. 
  Hepatotóxico e nefrotóxico. 
 
 
 Usos terapêuticos: Indução anestésica (+ rápido); anestesia de curta 
duração (sem efeito analgésico); eutanásia (paciente deprime mais 
rápido e relaxa completamente – não tem tremor muscular); 
anticonvulsivante (pacientes refratários ao diazepam e ao propofol); 
neuroproteção (coma induzido, trauma cranicoencefálico em pacientes 
alérgicos ao propofol ou com tremores musculares). 
 
Exemplo: paciente atropelado com trauma craniano e hemorragia ativa: PIC 
sobe por causa do edema e PAM cai por conta da hemorragia = diminuição 
da PPC. Realizar fluidoterapia e transfusão para melhorar a PAM, melhorando 
assim a PPC; para o edema cerebral, podemos utilizar manitol ou hipertônica; 
se mesmo assim a PIC continuar alta, teremos que reduzir o consumo de 
oxigênio do cérebro – anestesiando o paciente – coma induzido 
(propofol/tiopental) e manutenção do coma com fenobarbital/benzodiazepínicos 
até reduzir o edema. 
PPC = Pressão de Perfusão Cerebral (quantidade de sangue e de oxigênio que chega no cérebro) 
PAM = Pressão Arterial Media 
PIC = Pressão Intracraniana 
 
PPC = PAM - PIC 
 
PROTOCOLOS 
Protocolo A (sem MPA) Tiopental isolado – 25mg/kg IV 
Protocolo B (com MPA) Acepromazina 0,1 mg/kg IM + Petidina 2 
mg/kg IM 
+ 
Tiopental 12,5 mg/kg IV 
 
Protocolo C (MPA + 
benzodiazepínico na indução) 
Acepromazina 0,1 mg/kg IM + Tramadol 2 
mg/kg IM 
+ 
Tiopental6,25 mg/kg IV + Diazepam 0,2 
mg/kg ou Midazolam 0,5 mg/kg IV 
Tiopental não é o anestésico de escolha para a maioria dos procedimentos, 
se for necessário utilizá-lo escolher sempre o protocolo com A MENOR 
DOSE POSSÍVEL – Minimizar os efeitos sistêmicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B) Não Barbitúricos 
 
PROPOFOL 
 
 Fórmula: Cuidado com crescimento bacteriano (contaminação) – 
sempre armazenar na geladeira. Recomendações ANVISA: quando for 
ampola, utilizar 1 por paciente e jogar fora o que sobrou; frasco com 
borracha na tampa: pode utilizar para mais pacientes desde que seja 
aberto e utilizado no mesmo dia. 
 Via de administração: Exclusivamente IV, mas se acontecer um 
acidente extravascular causa muita dor mas não prejudica o paciente. 
 Alta ligação proteica – 97% a 98%, ou seja, apenas 2% não funciona; 
mesmo se não tiver proteína suficiente, ele funciona muito bem livre na 
circulação – por isso, sempre fazer bem lento (pouca excitabilidade) – 
dose pode mudar dependendo do paciente. 
 Rápida distribuição e depuração – vai para o cérebro (gordura) e depois 
é redistribuído para os músculos (segundo espaço) e é eliminado em 
uma velocidade constante – indução e recuperação anestésica curtas 
(não tem efeito acumulativo) – possível ser utilizado em infusão 
contínua. 
 Metabolização: Hepática, renal, pulmonar, intestinal, proteínas 
plasmáticas = menos hepatotóxico. 
 Excreção: Renal (eliminado de uma forma inativada – menos 
nefrotóxico) e pequena excreção biliar (porém é reabsorvido pelo 
intestino – reciclagem enterro-hepática). 
 Felinos: Em doses repetidas ou infusão contínua ocorre lesão de 
hemácias e dificuldade de metabolização – lesão hepática. 
 Mecanismo de ação: Agonista gabaérgico (parecido com tiopental, 
exceto que não bloqueia canais iônicos e não relaxa musculatura tão 
bem). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EFEITOS SISTÊMICOS 
Sistema Cardiovascular Extremamente depressor – diminui bem 
pouco a frequência cardíaca mas causa 
muita hipotensão devido a depressão 
miocárdica – não utilizar em cardiopatas 
graves. 
Sistema Respiratório Depressão generalizada – dose 
dependente (quanto maior a dose maior a 
depressão) e velocidade dependente 
(fazer lento desde o começo, se fizer 
rápido animal entra em apneia – 
necessidade de entubar). 
  Hepatotoxicidade e nefrotoxicidade 
reduzida em cães; 
 Hepatotoxicidade moderada em 
gatos. 
 
 Usos terapêuticos: Indução anestésica em cirurgias longas, com MPA 
e entubado (+ utilizado); anestesia de curta duração e sem efeito 
analgésico; anestesia intravenosa total (TIVA) em infusão contínua + 
midazolan e fentanil (ventilação mecânica) – retorno anestésico mais 
tranquilo. 
 
PROTOCOLOS (sempre com MPA) 
Protocolo A Acepromazina 0,1 mg/kg IM + Petidina 2 
mg/kg IM 
+ 
Propofol 5 a 8 mg/kg IV 
Protocolo B (MPA + quetamina*) Acepromazina 0,1 mg/kg IM + Tramadol 2 
mg/kg IM 
+ 
Propofol 2 mg/kg IV + quetamina 2 mg/kg 
IV 
 
*Quetamina aumenta pressão – pressão estável mas 
somente deve ser utilizado em pacientes que podem 
tomar quetamina (depressor respiratório – apneia em 
dose alta) 
 
 
 
 
 
 
ETOMIDATO 
 
 Via de administração: Exclusivamente IV – dor a aplicação; 
 Ligação proteica de 75% - menor oscilação de dose; 
 Metabolização: Hepática e proteína plasmática – mais hepatotóxico que 
propofol. 
 Excreção: Renal (maior parte metabolizado, então é menos nefrotóxico) 
e biliar (13% - sobrecarrega menos o rim); 
 Não possui efeito acumulativo – metabolizado e excretado na hora. 
 Mecanismo de ação: Não é completamente esclarecido; aumenta 
número de receptores gaba. 
 Anestésico geral + seguro mas não é o melhor – alta excitabilidade ao 
dormir e acordar. 
 
EFEITOS SISTÊMICOS 
Sistema Cardiovascular Muito bom, não altera nenhuma variável 
do sistema cardiovascular (FC, pressão, 
débito cardíaco, resistência vascular 
periférica e contratilidade cardíaca) – não 
sensibiliza miocárdio e catecolaminas 
(minimiza a chance do paciente de 
apresentar arritmia durante o 
procedimento). 
Sistema Respiratório  Dose terapêutica: taquipnéia e 
redução do volume corrente; 
 Dose elevada: depressão 
respiratória por pouco tempo. 
Sistema Nervoso Central  Reduz metabolismo (proporcional 
ao fluxo sanguíneo – não altera 
muito); 
 Reduz pressão intracraniana 
 Reduz fluxo sanguíneo cerebral. 
Sistema Endócrino Reduz muito o cortisol sistêmico 
(simulação de hipoadrenocorticismo); se 
for utilizado em infusão contínua inibe a 
síntese de cortisol – alta mortalidade. 
 
 Usos terapêuticos: Indução anestésica em cardiopatas (com MPA e 
anestesia inalatória); manutenção anestésica por períodos curtos (não é 
muito útil por causa da excitabilidade); não é empregado em infusão 
contínua prolongada (mioclonias, vômito e hipoadrenocorticismo). 
 
PROTOCOLOS 
Protocolo* Tramadol 2 mg/kg IM 
+ 
Etomidato 1 a 2 mg/kg IV + Midazolam 0,5 
mg/kg IV 
Uso em cardiopatas – como MPA só deve se utilizar 
opióides e benzodiazepínicos. 
 
Resumo: 
Cardiopatas – Etomidado 
Pacientes com convulsão arresponsiva ao uso de diazepam e propofol – 
Tiopental 
Pacientes com trauma cranioencefálico – Tiopental 
Todo o resto – Propofol 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estágios e planos anestésicos 
 
 Avaliação de profundidade anestésica: quando devo parar ou quando 
devo aumentar o anestésico; 
 É dividido em: Estágio I, Estágio II, Estágio III (e esse é dividido em 
plano 1, 2, 3 e 4) e Estágio IV. 
 Em cães: 
 
Estágio 1: Animal excitado e consciente; paciente acordado e agitado; pupila 
dilatada. 
Estágio 2: Animal agitado e inconsciente (pedalando, tentando levantar). 
 
Plano 1: Reflexo palpebral normal; posição do globo ocular normal; perda 
parcial de reflexo pedal; não dá para realizar nenhum procedimento nesse 
plano. 
Plano 2: Perda parcial do reflexo palpebral (piscando lentamente); olho 
rotacionado (parte branca aparecendo); perda de reflexo laringotraqueal (em 
cães, esse é o plano que é possível entubar); pode-se realizar procedimentos 
que não causem dor. 
Plano 3: Posição do globo ocular normal; perda completa de reflexo palpebral; 
pupila em miose. – Plano mais profundo que podemos chegar, se passar disso 
existe risco de óbito. 
Plano 4: Mais profundo do ideal; sem reflexo palpebral; globo ocular 
centralizado; midríase; risco de vida: se passar da dose e não reverter a tempo, 
animal vem a óbito (se acontecer, fazer fluidoterapia para aumentar o DC e a 
taxa de metabolizição, aumentas a PAS, etc). 
 
Estágio IV: Pré-óbito, paciente está tão deprimido que é irreversível e com 
certeza vem a óbito – choque bulbar. 
 
 
 
 
 
 
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III
 
 
 
 
 O plano anestésico é o 3, mas se ocorrer alguma complicação cirúrgica 
(ex: hemorragia causando hipotensão, dificuldade respiratório pelo 
aumento de gás carbônico), o paciente pode aprofundar até o 4 plano e 
correr risco de vida. 
 Podemos aprofundar até o plano 2 e utilizar alguma infusão com opióide 
ou realizar anestesia local – nesse caso, é chamada de anestesia 
balanceada. 
 Sempre avaliar a dor do paciente para não realizar uma quantidade de 
anestésico alta em algum momento de dor “passageira” (pinça no 
pedículo em uma OSH) para que o paciente não aprofunde muito 
quando a dor passar. 
 Realizar sempre exame físico no paciente. 
 
 
 
 
 Em felinos: 
 
Estágio I e II: igual ao dos cães; 
 
Plano 1: todos os reflexados preservados; sai da midríase; 
Plano 2: perde apenas o reflexo pedal; 
Plano 3: Perda parcial do reflexo palpebral (piscando lentamente); olho 
rotacionado (parte branca aparecendo); perda parcial de reflexo larigontraqueal 
– permite entubação. Gatos fazem laringoespasmo – para entubar, podemos 
utilizarlidocaína (anestésico local) antes de entubar. 
Plano 4: igual ao dos cães; 
 
Estágio IV: igual ao dos cães. 
 
 
 
 
 
 
Anestésicos parenterais 
(Aula 30/03) 
 
 
2) Anestesia dissociativa 
 
 Mais prático porém menos seguro; 
 Fisiologia: 
 
Informação chega ao tronco cerebral (sistema nervovo autônomo) por meio de pares 
 
cranianos ou pela medula ativa o SNA (taquipneia, taquicardia, etc) chega 
 
ao córtex cerebral (responsável pela percepção) percepção do que acontece 
 
volta ao tronco cerebral medula. (Ex: tomar um susto) 
 Simula uma dissociação (desativação) cortico-medular por interrupção de 
impulsos do SNC e depressão seletiva de várias áreas do córtex 
cerebral; 
 Dissocia parte do tronco cerebral em relação ao córtex cerebral – corta 
comunicação – não é uma depressão generalizada; 
 Informação chega ao tronco cerebral, mas não chega ao córtex – sem 
percepção – sem dor; 
 Não é ideal para cirurgias com muito estímulo doloroso (mastectomia, 
OSH, cirurgias ortopédicas) porque esse bloqueio tem um limite – a 
informação chega ao córtex então o animal tem a percepção de dor, 
mas não volta ao tronco, então o animal não se movimenta; 
 Catalepsia: Incapacidade de se movimentar independente da 
consciência; 
 Analgesia somática superficial: anestesia superficialmente pele, 
músculos e osso mas não anestesia vísceras; 
 Depressão de áreas específicas sem a certeza da perda total da 
consciência; 
 Mantem reflexos oculopalpebrais e laringotraqueais; 
 
 
 Pacientes epiléticos: convulsionam quando usado anestesia 
dissociativas, mesmo que nunca tenham demonstrado antes – não 
causa epilepsia, apenas evidencia em pacientes que já eram epiléticos 
assintomáticos; 
 Fase A: Excitação/agitação; salivação; midríase; hiperatividade; 
consciência. 
 Fase B: Inconsciência; incoordenação; 
 Fase C: Analgesia/amnesia; não se movimenta; rigidez muscular (por 
isso deve-se associar um relaxante muscular – benzodiazepínicos); 
 A recuperação anestésica é a pior de todas as anestesias; 
 Quanto mais alta a dose e quando mais rápida a administração, pior 
são os efeitos colaterais – muita rigidez muscular, hipersalivação e 
convulsões; 
 Ideal é aplicação intramuscular: absorção mais lenta; 
 As reações psicológicas indesejáveis dependem da severidade e de 
fatores como idade (animais muito jovens ou muito idosos acordam pior), dose, 
susceptibilidade psicológica (animais muito agitados/bravos acordam piores e 
com dificuldade para manuseio) e fármacos concomitantes (quanto mais 
tranquilizantes for utilizado como acepromazina xilazina e benzodiazepínicos, melhor a 
recuperação do paciente); 
 Muito utilizado em silvestres – dardos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUETAMINA 
 
 Anestésico dissociativo mais utilizado; 
 2 tipos: racêmicos (presença dos 2 isômeros – Cetamina S + e Cetamina 
R -) e Cetamina S+; 
 Pode ser administrada por qualquer via: IV, IM (dolorida mas não causa 
necrose e nem edema), SC, VO, retal e nasal; 
 Curto período de latência – IV entre 30 a 90 segundos e IM 2 a 5 
minutos; 
 Metabolização hepática: metabolização mais difícil de todos os 
anestésicos: é complexa (vários procedimentos metabólicos simultâneos) e 
multifásica (passa várias vezes pelo fígado); 
 É excretado grande parte em sua forma ativa, e por isso hepatotóxica e 
muito nefrotóxica; 
 Produz metabólitos ativos: Norcetamina – paciente não está nem 
completamente acordado nem completamente dormindo (fica com a cabeça 
balançando) – e é neurotóxica; 
 Não deve ser utilizada em hepatopatas, nefropatas e neuropatas; 
 Causa muita depressão em fetos – alta mortalidade (depressão 
respiratória, dificuldade de sucção); 
 Metabolização pouca efetiva em gatos – 87% é excretada ativamente na 
urina e 5% é reabsorvida (pode ser um doente renal mais cedo caso precise ser 
anestesiado várias vezes); 
 Mecanismo de ação: Não está completamente compreendido - 
dissociação corticomedular; bloqueia receptores muscarínicos no SNC – 
ativação do hipocampo e depressão tálamo-cortical podendo causar 
convulsões (deve-se associar um benzodiazepínico); potencializa receptores 
GABA; mais importantes (implicações com o tráfico de quetamina para uso 
humano): 
 
 
 
 
 Inibe a recaptação de serotonina, dopamina e noradrenalina, ou 
seja, aumento seus efeitos (sensação de prazer e hipertonicidade 
muscular); 
 Inibem os receptores N-metil D-Aspartato (canais de cálcio); 
 Lesa o SNC: Sinais de demência e Alzheimer; 
 
 
 Tratamento para dor crônica, dar uma subdose de quetamina – melhor 
substância quando o opióde não funciona sem efeitos colaterais 
reconhecidos – realizar de forma não continuada; 
 Quetamina S+: Efeito anestésico e analgésico 4x maior que a 
quetamina racêmica; menos efeitos colaterais; melhor tratamento para 
dor crônica; melhor recuperação anestésica em equinos; mais cara mas 
tende a abaixar o valor em 2 anos – quando cair a patente. 
 Uso terapêutico: Contenção de animais domésticos bravos, contenção 
de animais selvagens e indução anestésica (antes de leva-lo para anestesia 
inalatória ou injetável); 
 Sempre que possível deve-se associar a tranquilizantes e nunca deve 
ser administrado sem sedativos, miorrelaxantes e opióides; 
 Deve-se associar a opióides FRACOS porque esses animais não estão 
sob oxigenioterapia, portanto não podemos deprimir muito o sistema 
respiratório, exemplos: quetamina + xilazina/dexmedetomidina (α 2 
agonista) ; quetamina + diazepam (benzodiazepínicos) ; quetamina + 
petidina/tramadol/butorfanol (opióides). 
 
EFEITOS SISTÊMICOS 
Sistema Cardiovascular  Taquicardia intensa; 
 Aumento da contratilidade cardíaca; 
 Aumento da PAS; 
 Aumento do DC; 
 Aumento do consumo de O2 do miocárdio (aumenta as 
chances de arritmias). 
Sistema Respiratório  Depressão dose-dependente; 
 Inspiração apnêustica (puxa o ar e prende o ar com tórax cheio – 
número baixo de respiração por segundo, mas não fica cianótico); 
 Não deprime reflexo laringotraqueal (não da pra entubar só com 
quetamina). 
Outros  Analgesia somática (não tira dor visceral); 
 Rigidez muscular; 
 Preservação de reflexos (animal pisca); 
 Salivação; 
 Excitação (principalmente na recuperação); 
 Redução do limiar convulsivo; 
 Aumenta a PIC e PIO (aumento da pressão ocular – piora 
glaucoma – não é ideal para cirurgias oftalmológicas); 
 Atravessa barreira hemato-encefálica e placentária 
(depressão fetal – alta mortalidade). 
 
 
 
 
 
 
 
 Associações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Efeitos deletérios x MPA para associação 
Efeito simpatomimético Efeito simpatolítico – α2 agonista 
Efeito excitatório/pró-convulsivante Efeito sedativo/tranquilizante/anticonvulsivante – 
α2 agonista/tranquilizantes/benzodiazepínicos 
Rigidez muscular Relaxante muscular – benzodiazepínicos, α2 
agonista, miorrelaxantes 
Analgesia somática discreta Bom analgésico/ analgesia visceral – opióides/ α2 
agonista 
Indução anestésica 
Quetamina 5 mg/kg IV + Diazepam 0,5 mk/kg IV 
Quetamina 5 mg/kg IV + Midazolam 0,5 mk/kg IV 
Contenção química 
Quetamina 10-15 mg/kg IM + Diazepam 0,5 mk/kg IM 
Quetamina 10-15 mg/kg IM + Xilazina 0,5 mk/kg IM 
Melhor anestesia dissociativa para cirurgias: 
associação de medicamento dissociativo + um α 2 
agonista + um benzoadiazepínico + um opióide 
fraco.Se não for para cirurgia: retiramos o α 2 
agonista. 
 
 
 Anestesia cara: primeiro grupo que é retirado é o opióide e o segundo é 
o benzodiazepínico; 
 Quetamina + Xilazina: protocolo mais barato e mais utilizado, mas não é 
o ideal; 
 Para gatos: Quetamina + Acepromazina + Tramadol – NÃO É O IDEAL. 
Não tem relaxante muscular e nem sedativo – probabilidade de 
convulsão. 
 
TILETAMINA 
 
 Muito parecido com a quetamina; 
 Maispotente e pode dar convulsão em 100% dos casos – sempre 
associada a zolazepam (benzodiazepínico); 
 Já vem no frasco os dois juntos, só diluir em água de injeção; 
 Vias de administração: IV, IM, SC, VO, retal e nasal 
 Latência: IV de 30 a 90 segundos e IM de 5 a 12 minutos; 
 Metabolização hepática; em cães, a tiletamina é metabolizada em até1/2 
horas e o zolazepam em 1 hora – paciente tem péssima recuperação 
anestésica; 
 Em gatos, a tiletamina é metabolizada em até 2,5 horas e o zolazepam 
4,5 horas – boa recuperação anestésica; 
 Hepatotoxicidade e nefrotoxicidade é igual a quetamina; 
 Maiores diferenças: mais potente, melhor analgésico mas em cães é 
necessário associar outro sedativo para melhor recuperação anestésica; 
 Associações: igual a quetamina. 
 
 
 
 Se ele estiver com dor e anestesiado – presença de reflexo palpebral e 
tônus de mandíbula – se perder, animal está muito aprofundado; 
 Córnea deve estar sempre úmida; 
 FC e FR – oscila de aumentada a normal, se estiver diminuindo ele está 
muito aprofundado; 
 São os 5 principais sinais de que o animal está muito aprofundado: 
PERDA DE REFLEXO PALPEBRAL, PERDA DE TÔNUS 
MANDIBULAR, CÓRNEA SECA E DIMINUIÇÃO DA FC E FR. 
 Como saber se o animal está sentindo dor durante a cirurgia: assim que 
anestesiar, antes de começar a cirurgia, mensurar FC (ex: 120) e FR (ex: 
30) e calculo 20% a mais (FC de 144 e FR de 36) – se passar desses 
valores, animal está sentindo dor. 
 
 
 
Anestesia Inalatória 
 
(Aula 06/04) 
 
 
 Seu surgimento proporcionou mais segurança nos procedimentos 
cirúrgicos; 
 Obtida através da absorção de um anestésico inalatório pela via 
respiratória, passando para a corrente circulatória e atingindo o SNC, 
produzindo anestesia geral; 
 
 
 
 
 
 
 As membranas alverolar e hematoencefálica são semipermeáveis; 
 O aparelho envia certa porcentagem de anestésico até todos estarem 
com a mesma concentração – do mais concentrado para o menos 
concentrado; 
 Exemplo: Aparelho envia 2% de anestésico para os alvéolos – alvéolos 
ficam com 1,2% de anestésico e o restante vai para a circulação 
sanguínea que fica com 0,5% de anestésico e o restante vai para o 
cérebro que fica com 0,2% de anestésico; 
 Esse processo se repete até todos ficarem com a mesma concentração 
de anestésico – mecanismo de difusão; 
 Concentração de manutenção – quando aumenta o estímulo doloroso 
deve-se aumentar a quantidade de anestésico; 
 A porcentagem de anestésico é proporcional ao estímulo doloroso da 
cirurgia – cuidado para não aprofundar demais o paciente; 
 Variação de plano anestésico varia mais com o que é colocado no 
aparelho do que da metabolização do anestésico; 
 Anestesia inalatória + local: pouca quantidade de anestésico inalatório (o 
suficiente para manter o paciente quieto) e analgesia é feita localmente; 
 Vantagens: Tempo não é limitante; via de administração e eliminação 
(quase todo é eliminado pela expiração – aguenta cirurgias mais longas); pouco 
metabolizados; manutenção da anestesia no plano desejado; facilidade 
de controle da anestesia; obrigatoriedade do fornecimento de oxigênio 
(posso usar doses maiores de fármacos que deprimem a respiração – ex: opióides 
fortes - porque o paciente tolera melhor); rápida indução e recuperação; 
APARELHO ALVÉOLOS SANGUE SNC 
MEMBRANA ALVEOLAR 
MEMBRANA 
HEMATOENCEFÁLICA 
EX: ISO 
 
 Características desejáveis: Pouco metabolizado (não prejudica outros órgãos); 
não irritante a mucosa; não inflamável (éter) ou explosivo (clorofórmio); não 
é nefrotóxico nem hepatotóxico; não sensibiliza o miocárdio a ação das 
catecolaminas (não aumenta a chance de arritmias); odor agradável; *baixo 
coeficiente de solubilidade no sangue e na gordura*; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fazer a manutenção anestésica considerando o estímulo doloroso do 
paciente e o nível de solubilidade do fármaco; 
 Quanto mais rápido o efeito do anestésico, mais preciso temos que ser; 
 Isofluorano, Sevofluorano, Enfluorano (não existe mais), metoxifluorano 
(não existe mais) e halotano (muito tóxico para os veterinários - em breve também 
não vai existir); 
 Farmacocinética: Puxa o O2 com o anestésico, cai na corrente 
sanguínea e chega rapidamente no cérebro (bem vascularizado); aos 
poucos alcança os músculos e os órgãos menos vascularizados (tendões, 
ossos, etc); quando chega na fase de manutenção anestésica (concentração 
igual nos órgãos) o anestésico não é mais absorvido; 
 CAM: Concentração alveolar mínima – é a concentração de anestesia 
inalatória necessária para 50% dos pacientes reclamarem de um 
estímulo cirúrgico semelhante a um corte na pele; 50% dos pacientes 
sentindo dor não é bom – multiplicar o valor da CAM por 1,5 para chegar 
a quantidade ideal de anestésico para 95% dos pacientes não sentirem 
dor ao início da anestesia; se não tiver o valor da CAM a anestesia fica 
mais arriscada – ex: animais silvestres. 
AGENTE 
ESPÉCIE Halotano Isofluorano Sevofluorano 
Homem 0,77 1,15 1,70 
Cão 0,87 1,41 2,10 
Gato 0,82 1,63 --- 
Cavalo 0,90 1,55 2,31 
Porco 1,25 1,45 --- 
 
Quanto mais solúvel um anestésico 
inalatório, mais lento para dormir e mais 
lento para acordar. 
Halotano: mais solúvel = mais lento; Sevofluorano: menos solúvel = 
mais rápido; Isofluorano: intermediário 
 
 A potência do anestésico depende do valor da CAM (quanto maior a 
CAM, mais fraco o anestésico) e a velocidade depende da solubilidade 
(quando mais solúvel, mais lento); 
 O halotano é potente porque tem a menor CAM e é o mais lento porque 
é o mais solúvel; 
 O sevofluorano é o mais fraco porque tem a maior CAM e é o mais 
rápido porque é o menos solúvel; 
 O isofluorano tem potência intermediária porque tem uma CAM 
intermediária e tem uma velocidade intermediária porque tem uma 
solubilidade intermediária; 
 
FATORES QUE DIMINUEM A CAM FATORES QUE AUMENTAM A CAM 
Hipotermia (< 36 C no cão) Hipertermia 
Acidose metabólica Estimulantes do SNC (anfetaminas, broncodilatadores) 
Hipotensão (Pa < 50 mmHg) 
Gestação 
Idade avançada 
PaO2 menor que 40 mmHg 
PaCO2 maior que 95 mmHg 
Fármacos que deprimem o SNC (MPA, anestésicos 
injetáveis) 
Uso de opióides no transopertatório 
 
 Pacientes debilitados: começar com o valor da CAM sem multiplicar por 
1,5 para ver como o paciente reage e avaliar a dor; 
 Metabolização: quanto mais tempo o paciente fica anestesiado, maior a 
taxa de metabolização; 
 
 
 
 Ácido trifluoracético: Ácido produzido pelo halotano e pelo isofluorano 
que traz muitos problemas para a saúde do veterinário (aumenta a 
incidência de câncer, alterações em esperma, teratogênese, aborto); 
 Halotano tem a maior taxa de metabolização hepática e de produção 
desse ácido: é o mais hepatotóxico; 
 Sevofluorano não produz esse ácido, então é mais seguro para o 
veterinário, porém tem uma taxa de metabolização hepática 
intermediária; 
 Isofluorano produz esse ácido em menor quantidade, sendo menos 
tóxico para o veterinário e tem a menor taxa de metabolização – é o 
menos hepatotóxico de todos; 
 Mecanismo de ação: Ainda não é muito esclarecido – tem principal 
local de ação nas sinapse; alteram propriedade das membranas, canais 
iônicos e liberação e recaptação de neurotransmissores; facilitam 
sistemas inibitórios centrais – ex: Gaba; 
 
 
 
 
 
 
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Halotano Sevofluorano Isofluorano
Metabolização Hepática
Mínima Máxima
Váriável Halotano Isofluorano Sevofluorano 
SNC 
(Se aumenta a PIC, 
diminui a oxigenação 
cerebral – pior para 
pacientes neurológicos - 
ex: hidrocefalia) 
Aumenta a PIC PIC estável Pequeno aumento da 
PIC 
Sistema 
Cardiovascular 
 
**Para a maioria das 
doenças cardíacas e 
circulatórias, o 
SEVOFLUORANO é 
melhor, exceto em casos 
que precisam 
vasodilatador – ex: ICC** 
 Frequência 
normal ou 
baixa; 
 Reduz PAS; 
 Reduz DC; 
 Deprimemiocárdio; 
 Pouco 
vasodilatador; 
 Arritmogênico; 
 
(Não se usa em cardiopatas) 
 FC normal; 
 Reduz PAS; 
 Mínima 
redução de DC; 
 Mínima 
depressão 
miocárdica; 
 Muito 
vasodilatador**; 
 Não 
arritmogênico; 
 FC aumentada; 
 Reduz PAS; 
 Mínima 
redução de DC; 
 Mínima 
depressão 
miocárdica; 
 Pouco 
vasodilatador**; 
 Não 
arritmogênico; 
Sistema 
respiratório 
 Hipoventilação; 
 FR aumentada 
e baixo volume 
corrente; 
 Odor razoável; 
 Mínima 
depressão; 
 FR normal; 
 Odor pungente 
(irrita as mucosas) 
 Mínima 
depressão; 
 FR normal; 
 Odor 
agradável; 
Hepatotoxicidade Alta Pouca Mínima (não produz o 
ácido trifluoracético, melhor 
escolha para hepatopatas) 
Nefrotoxicidade Alta Mínima (menos nefrotóxico 
de todos) 
Mínima 
Teratogênese 
 
(Formação e 
desenvolvimento no 
útero de anomalias que 
levam a malformação) 
Sim e induz aborto Sugere mínimos 
efeitos 
Sugere mínimos 
efeitos 
Velocidade de 
indução e 
recuperação 
Lenta Intermediária Rápida 
 
 Sevofluorano: melhor escolha para indução na máscara, para 
hepatopatas e para a maioria das alterações hemodinâmicas; 
 Isofluorano: melhor para todo o resto e é mais barato; 
 Risco de exposição para a equipe cirúrgica: Cefaléia, náusea, fadiga 
e irritabilidade (riscos menos graves); alta incidência de aborto, anomalias 
congênitas, tumores, doenças hepáticas (riscos mais graves); 
 Cuidados para reduzir a poluição: Cuff, uso mínimo de máscaras e 
sistemas abertos, evitar vazamentos, sistemas antipoluentes. 
 
 
Anestesia em equinos 
 
(Aula 20/04) 
 
 
 Avaliação pré anestésica em equinos: avaliar estado geral do paciente e 
estabilizar antes de anestesiar; 
 Animal em decúbito lateral – piora da respiração, comprime musculatura 
e motilidade ruim; animais pode vir a óbito em 48 horas; decúbito 
esternal em equinos é essencial; 
 Sempre confirmar diagnóstico antes da cirurgia; 
 
HIDRATAÇÃO 
 Cristalóide: É o Ringer Lactato. Utilizada na maioria dos casos com 
cateter mais grosso (14) fixado na jugular e posicionado no sentido do 
vaso (cabeça-coração) e realizado lentamente. Para diminuir o tempo, 
podemos realizar bilateralmente (é realizado em média 20L). 
 Hipertônica: Utilizada em casos graves em que o animal pode vir a 
óbito em pouco tempo (ex: cólica estrangulativa). É uma solução rica em sal, 
feita na dose de 2 a 4 ml/kg que aumenta a volemia e estabiliza a 
pressão rapidamente para que o animal suporte a anestesia. Essa 
solução não hidrata, a hidratação é feita durante a cirurgia com RL. 
 
PREPARO PRÉ-ANESTÉSICO 
 
 Jejum: Ideal de 24 horas sólido e 6 horas de jejum hídrico; 
 Jejum mínimo (cirurgias emergenciais): 4 a 8 horas de jejum sólido; 
 Em casos de cólica – realizar lavagem estomacal sempre. Risco de 
refluxo; 
 Em casos de cirurgias emergenciais de animais que estão de jejum 
menos de 4 horas – realizar lavagem estomacal; 
 Refluxo: ideia de prognóstico. Sangue, cheiro podre forte, presença de 
mucosa do estômago, etc. Dependendo do aspecto que vier, a cirurgia 
nem é realizada. 
 Mucosas e TPC: Quando estiver hiperêmica ou congesta, significa que 
a inflamação está se espalhando pelo corpo – efeito sistêmico. 
Anestesia com instabilidade de PAS: 
 
Inflamação Vasodilatação PAS. 
 
 
 
 Paracentese abdominal: Líquido amarelo lúcido – normal. Se o líquido 
está turvo (eliminação de proteína de dentro do vaso) – vasculite – 
inflamação importante no abdômen. Líquido avermelhado – inflamação 
ainda pior (eliminação de hemácias). Capim na cavidade abdominal – 
rompimento de alça intestinal ou de estômago (eutanásia); 
 Tomar cuidado para não bater o cateter no intestino. 
 
INTENSIDADE DA DOR E RESPOSTA AOS ANALGÉSICOS 
 
 Quanto mais dor, pior o prognóstico; 
 Escopolamina (buscopam): Utilizado em animais com cólica e com 
hipermotilidade. Prognóstico bom e dificilmente é caso cirúrgico; 
 AINES (flunixin meglumine) + dipirona (em alguns casos): Utilizado quando 
o animal não responde a escopolamina e quando não tem 
hipermotilidade. Chance razoável de ser caso cirúrgico e o prognóstico é 
bom; 
 Xilazina: Utilizada quando não responde ao AINE. Prognóstico 
reservado; 
 Morfina: Utilizada quando não responde a xilazina. Prognóstico 
reservado a ruim. 
 
HIGIENIZAÇÃO E PREPARAÇÃO DO PACIENTE 
 
 Lavar abdômen e a boca (diminuir o risco de pneumonia aspirativa na hora de 
entubar); 
 Realizar tricotomia e antissepsia prévia no abdômen: não ter que lavar 
na mesa cirúrgica diminuindo assim a contaminação; 
 Clorexidina ou iodo; 
 Quando animal fica de barriga pra cima muito tempo, o abdômen fica 
distendido – obstrução da válvula íleocecocólica – não consegue drenar 
gás do intestino, atrapalhando a respiração do animal, comprimindo 
veias e artérias diminuindo o débito cardíaco – risco de óbito. 
 Em cirurgias eletivas, fazer o levantamento de informações para decidir 
qual anestesia realizar – exame clínico (anamnese, exame físico e 
complementares); 
 Avaliação de características físicas/comportamentais: em animais 
agressivos/agitados, fixar cateter antes de entrar na sala de preparo 
(risco de acidentes) e quando necessário, fazer uma sedação leve. 
 
 
MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA 
 
 Muito importante: animal tem que estar bem sedado e com a 
musculatura bem relaxa antes de ser anestesiado – risco de tentar 
resistir a anestesia e se machucar. 
 
ANTICOLINÉRGICOS 
 
 Escopolamina IM 15 minutos antes da cirurgia; 
 Utilizado apenas para reduzir a motilidade e no tratamento de 
bradiarritimas; 
 
TRANQUILIZANTES 
 
 Acepromazina 0,1 mg/kg IV; 
 Pouco utilizado; 
 Não utilizar em casos de hipotensão, hipotermia e animais epiléticos 
(diminui o limiar convulsivo); 
 Diminui o hematócrito e causa priapismo; 
 Os outros tranquilizantes não são utilizados porque causam muito efeito 
extrapiramidal. 
 
α2 AGONISTAS 
 
 Xilazina 0,5 mg/kg a 1 mg/kg IV ou Detomidina (melhor e mais utilizada) 
0,02 mg/kg a 0,04 mg/kg IV; 
 Não utilizados somente em potros muito pequenos (até 100 kg) e em 
animais hipotensos; 
 Mais utilizados por serem bons sedativos, relaxantes musculares e ter 
bom efeito analgésico; 
 Efeitos indesejáveis: bradicardia, redução de débito cardíaco, depressão 
respiratória, hipertensão seguida de hipotensão; 
 
 
 
 
 
OPIÓIDES 
 
 É utilizado sempre; 
 Efeitos colaterais menores e efeitos benéficos maiores; 
 Fentanil não é utilizado em equinos; 
 Opióides fracos de escolha em equinos: petidina (nunca deve ser feita IV 
– causa síncope) e tramadol; 
 Opióides fortes de escolha em equinos: Morfina (mais utilizado – não 
causa vômitos em equinos) e metadona (poucos estudos); 
 Cuidado com depressão respiratória e excitação. 
 
ADJUVANTES DE INDUÇÃO 
 
 Aplicados junto com o anestésico. 
 
BENZODIAZEPÍNICOS 
 
 É utilizado sempre; 
 Potencializa os efeitos do α2 agonistas – melhora o relaxamento 
muscular e a sedação; 
 Midazolam: utilizados em pacientes mais críticos e com dificuldade de 
metabolização; 
 Diazepam: possui metábolitos ativos – utilizados em pacientes 
saudáveis. 
 
MIORRELAXANTE DE AÇÃO CENTRAL 
 É o mais utilizado e o mais seguro na hora da queda do animal; 
 Guaifenesina / Éter Gliceril Guaiacol (EGG); 
 Concentração: Ideal é a de 5%, mas pode ser utilizada de 10% e 
15% - não pode passar de 15% - causa flebite e hemólise; 
 Dose: 50 a 100 mg/kg por infusão exclusivamente IV. 
 
 
 
 
 
SEDAÇÃO 
 
 O animal precisa estar completamente sedado antes de aplicar o 
anestésico; 
 Se a MPA não for suficiente, deve-se potencializar os fármacos 
utilizados; 
 Risco de excitação: animal pode se jogar em cima de alguém ou se 
machucar; 
 Sinais de que a sedação foi efetiva: animal abaixa a cabeça, abre as 
patas traseiras e não faz a troca de apoio; 
 Pode ter o relaxamentodo pênis. 
 
 
 
RESUMO 
 
Opióides: Utilizar SEMPRE. 
 
 
Benzodiazepínicos: Utilizar SEMPRE 
 
 
 
Miorrelaxantes: Utilizar SEMPRE 
 
α2 agonistas: Quase sempre, EXCETO em potrinhos e ou hipotensos 
 
Anticolinérgicos: Utilizar em casos de hipermotilidade e bradiarritmia 
 
Tranquilizantes: Tomar cuidado com efeitos adversos 
Dor fraca: Petidina e Tramadol 
Dor forte: Morfina e Metadona 
Dificuldade metabólica: Midazolam 
Resto: Diazepam 
EGG 
Detomidina (melhor) e Xilazina 
Escopolamina 
Acepromazina 
 
INDUÇÃO ANESTÉSICA 
 
 Indução rápida e suave – SEMPRE IV; 
 Relaxamento muscular adequado – importância dos adjuvantes; 
 Local tranquilo (sem estresse) e acolchoado (para que o animal não se 
machuque na queda); 
 Acompanhar o animal na queda – quando o animal começar a cair, 
deve-se prensá-lo na parede (escápula e crista do íleo) para evitar que ele 
caia girando e assim frature algum membro e deve-se levantar a cabeça 
pelo cabresto – assim o animal irá escorregar pela parede a parte de 
trás primeiro, evitando que bata a cabeça no chão. 
 
QUETAMINA 
 
 A mais utilizada – melhor escolha; 
 Causa hipertonia muscular que pode ser amenizada na MPA 
(miorrelaxantes, benzodiazepínicos e α2 agonistas); 
 A quetamina estabiliza o sistema cardiovascular do animal, 
amenizando os efeitos colaterais do α2 agonista; 
 Padrão respiratório apnêustico, taquicardia, aumento da PAS e do 
débito cardíaco; 
 Dose: 2 – 3 mg/kg IV; 
 Só não é utilizada em animais com alterações neurológicas. 
 
TIOPENTAL 
 
 Utilizado para animais com alterações neurológicas; 
 Muitos efeitos colaterais: intensa depressão do sistema 
cardiovascular e apneia transitória; 
 Tem bom relaxamento muscular mas a queda é muito brusca porque 
induz muito rápido – cuidado com acidentes; 
 Dose: 6 a 12 mg/kg. 
 
 
 
 
 
PROPOFOL 
 
 Pouco utilizado porque tem efeitos colaterais difíceis de reverter; 
 Dose dependente: cavalo deve ser induzido de forma rápida, mas o 
propofol quando feito muito rápido faz animal cair em apneia; 
 Deve ter habilidade para entubação; 
 Dose: 2 mg/kg. 
 
ETOMIDATO 
 
 Não utilizado. 
 
ANESTESIA INALATÓRIA 
 
 Intubação: Posicionamento da cabeça – deve-se esticar a cabeça 
do cavalo, se estiver dobrado a sonda vai para o esôfago. 
 Planos anestésicos: 1˚plano: nistagmo e pisca voluntariamente – 
se tentar entubar ou causar algum estímulo doloroso, animal se 
mexe e pode machucar alguém; 2˚plano: tem reflexo palpebral mas 
não pisca sozinho, pisca lentamente se é estimulado – intubação; 
3˚plano: perde bastante reflexo palpebral, miose e rotação parcial do 
globo ocular; 4˚plano: midríase e sem nenhum reflexo. 
 Tomar cuidado com o posicionamento das patas – membros que 
estão em cima colocados para frente e membros que estão embaixo 
colocados para trás e colocar uma almofada no meio. Membros mal 
posicionados começam a formigar e podem causar sérias lesões 
musculares e até necrose do nervo. 
 
HALOTANO 
 
 Tem mais efeitos colaterais, porém o paciente acorda de forma mais 
lenta. 
 
 
 
 
ISOFLUORANO 
 
 Mais utilizado e mais seguro; 
 É mais fraco e mais rápido, ou seja, animal dorme mais rápido e 
acorda mais rápido; 
 Ás vezes é necessário sedar o animal para que ele acorda de forma 
menos brusca. 
 
ADJUVANTES NA ANALGESIA 
 
 Opióides: não é tão efetivo no trans-operatório quanto em pequenos 
animais e existem teorias de que piora o prognóstico; 
 Lidocaína: feito uma dose na veia + infusão contínua na cirurgia. 
Diminui em 25% a quantidade de isofluorano utilizada, deixa a anestesia 
mais estável (melhora de PAS) e melhora o prognóstico. 
 
ADJUVANTES NO TRATAMENTO DA HIPOTENSÃO E 
MONITORIZAÇÃO 
 
 Praticamente em todas as anestesias, ocorrem queda da PAS; 
 Hipertônica: Utilizada quando o animal está hipovolêmico; 
 Dobutamina: Animal está hidratado; 0,5 a 5 mcg/kg/min; causa 
bradicardia ou taquicardia associado a arritmias; inotropismo positivo; 
 Efedrina: Utilizado quando a dobutamina não funciona; 0,06 mg/kg; 
mais efetivo em vasodilatação; aumenta o retorno venoso. 
 Medir a PAS durante a anestesia é fundamental – principal complicação; 
 Pressão invasiva: cateter na artéria conectado a um equipo com SF – 
esfigmomanômetro; 
 ECG: frequência cardíaca e ritmo (monitorar arritmias); *obrigatório* 
 Pressão arterial média: entre 60 a 90 mmHg – é o parâmetro mais 
importante. O primeiro sinal que o cavalo está acordando é a 
hipertensão e nistagmo; se o cavalo está muito aprofundado, causa 
hipotensão arterial; *obrigatório* 
 Oximetria: quantidade de oxigênio no sangue – 92% a 98%; *obrigatório* 
 Capnografia: CO2 da respiração. Monitora depressão respiratória; 
 Hemogasometria: diagnóstico de disfunções respiratórias e equilíbrio 
ácido-base; 
 
 Eletrólitos: cálcio e potássio – se houver necessidade de repor; 
 Observar cirurgia e complicações – isquemia, necrose, risco de 
reperfusão e infecção – complicações que desestabilizam a anestesia – 
liberação de toxinas e bactérias – risco de morte súbita ou eutanásia. 
 
RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA 
 
 Piso não escorregadio e chão e paredes acolchoados; 
 Ambiente tranquilo para que ele não assuste; 
 Ajuda para levantar (duas argolas); 
 Recuperação excitada – sedar novamente; 
 Sonda nasotraqueal para continuar oxigenando o animal; 
 Principais complicações pós anestésicas: miopatias pós-anestésicas e 
neuropatias compressivas que podem acontecer quando o animal tenta 
levantar e fica caindo; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anestesia locorregional em pequenos animais 
 
(Aula 27/04 e 04/05) 
 
 Requisitos: Bloqueio reversível (sem sequelas), menor resposta 
inflamatória possível, boa difusibilidade (se espalha mais facilmente)*, baixa 
toxicidade sistêmica (todo anestésico local é neurotóxico e cardiotóxico - 
administrar abaixo da dose tóxica), compatível a utilização de vasos 
constritores como adrenalina (vantagens: pode utilizar volumes maiores, tem 
menos chances de intoxicar e bloqueio dura mais tempo). 
* 
 
 
 
 
 
 
 Tempo de bloqueio = tempo que o fármaco demora para ser absorvido e 
cair na corrente sanguínea; 
 Mecanismo de ação: a forma molecular do fármaco é responsável por 
penetrar no nervo mas a forma ionizada dessa porção que penetrou o 
nervo que se liga aos receptores de canais de sódio bloqueando a 
condução nervosa; 
 Farmacocinética: Absorção: depende da vascularização – quanto mais 
vascularizada mais rápido é absorvido e maior o risco de toxicidade; 
depende do pH – pH normal é levemente alcalino e anestésico local 
também é alcalino, portanto, não ioniza e penetra completamente no 
nervo. Anestesia local não penetra em tecido inflamado (bloqueio 
parcial) porque é muito vascularizado (absorve mais rápido) e o pH de 
tecido inflamado é ácido, então boa parte do anestésico é ionizado. 
Associação com vasoconstritores (não se deve utilizar): Cardiopatas 
ou animais hemodinamicamente comprometidos (por exemplo, 
hipertensos – vasoconstrição aumenta ainda mais a PAS), diabéticos 
(aumenta a glicemia), em extremidades (como dedo, orelha, rabo – 
áreas de pouca circulação sanguínea pode induzir a gangrena, ou seja, 
prejudica a perfusão sanguínea necrosando o local), circulação terminal 
(borda de ferida) e feridas muito extensas (quando tem acometimento de 
circulação – pobre em vascularização – risco de necrose). 
Endoneuro 
Perineuro 
Epineuro 
 Administração ideal: entre o epineuro 
e o perineuro; 
 Dentro do nervo mas fora do fascículo; 
 Se for administrado anestésico ao lado 
do nervo precisa atingir até ¾ da 
circunferência do nervo, se não ocorre 
apenas o bloqueio parcial; 
 Quanto melhor a difusibilidade do 
nervo melhor é o bloqueio. 
 
CLORIDRATO DE TETRACAÍNA 
 
 Ametocaína, pantocaína, decicaína; 
 Mais potentee mais tóxico – não se deve injetar, uso tópico; 
 Lento início de ação; 
 Mais utilizado como colírio anestésico; 
 Dose máxima permitida: 1mg/kg – TOMAR CUIDADO COM 
TOXICIDADE. 
 
CLORIDRATO DE LIDOCAÍNA 
 
 Xilocaína, liquocaína e anestacon; 
 Período hábil de 40 a 90 min – ideal para quase todos os 
procedimentos mais rápidos (castração, cirurgia ortopédica pequena, 
procedimentos ambulatoriais); 
 Rápido ínicio de ação; 
 Alto poder de difusibilidade (espalha bem); 
 Solução para anestesias infiltrativas e perineurais e solução em gel e 
pomadas tópicas; 
 Dose máxima: 7 mg/kg ou 9 mg/kg com vasoconstritor). 
 
CLORIDRATO DE BUPIVACAÍNA 
 
 Marcaína, carbostesin, neocaína; 
 3 a 4 vezes mais potente que a lidocaína; 
 Longa duração (180 – 500 min) – melhor escolha para cirurgias mais 
longas; 
 Latência de até 30 min; 
 Baixa difusibilidade (não espalha bem); 
 Mais cardiotóxica – maior risco para o paciente (se pegar um vaso 
sanguíneo, pode causar arritmias ou até PCR); 
 Dose máxima: 2 a 4 mg/kg. 
 
 
 
 
 
ROPIVACAÍNA 
 
 Naropin; 
 Duração semelhante a bupivacaína; 
 Mais segura (principalmente em cesaria, porque se liga quase completamente a 
proteína plasmática – baixa concentração fetal – diminui as chances de morte 
fetal); 
 Toxicidade reduzida no SNC; 
 Bom bloqueio sensitivo e leve bloqueio motor (não é ideal para 
procedimentos ortopédicos). 
 
PREPARAÇÃO DO PACIENTE 
 
 Avaliação pré-anestésica; 
 Jejum alimentar e hídrico (MPA, anestesia – raramente o paciente estará 
acordado); 
 Assepsia nos pontos de inserção da agulha – risco de infecção grave; 
 Utilização de material estéril; 
 Estabelecer acesso venoso (caso ocorra alguma complicação); 
 Sedação adequada – manuseio mais seguro; 
 Material para pronto atendimento em caso de complicações. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS TÉCNICAS ANESTÉSICAS 
 
ANESTESIAS TÓPICAS 
 
 Só funciona em feridas abertas e mucosas (oculares, nasais, orais, etc) – 
não funciona em pele íntegra; 
 Lidocaína de 4 a 10% (menos do que isso o efeito é bem fraco), tetracaína 
1 a 2% e colírio a 0,5%; 
 Para pele íntegra – pomadas com enzimas (hialuronidase). 
 
 
 
 
 
ANESTESIAS INFILTRATIVAS 
 
 Infiltração subcutânea: não mira no nervo. Utilizada para 
procedimentos simples no subcutâneo (ex: retirada de verruga, biópsia de 
pele, etc); 
 Infiltração profunda: atinge a musculatura; 
 Infiltração testicular: no testículo (orquiectomia); 
 Vantagem: não precisa de grande conhecimento anatômico e baixo 
índice de erro; 
 Desvantagem: utiliza muito anestésico. 
 
ANESTESIAS PERINEURAIS 
 
 Mira no nervo – precisa de grande conhecimento anatômico; 
 Infraorbitário: dentro do forâme. Referência: na linha vertical do 4˚ 
pré-molar superior – bloqueia a maxila do paciente (se for bilateral, 
precisa anestesiar dos dois lados). Ex: maxilectomia, nosectomia, biópsias, 
trepanação, etc; 
 Nervo mentoniano: Referência: atrás do canino inferior – bloqueia o 
queixo do paciente (é um ramo do mandibular). Ex: pequenos tumores 
rostrais, extração dentária, cirurgias de gengiva, sutura de lábio 
inferior, etc; 
 Mandibular: sai da base do crânio. Deve-se fazer o bloqueio antes 
desse nervo entrar na mandíbula – parte sublingual beirando a 
mandíbula direcionando a agulha para o forâme. Ex: procedimentos 
odontológicos, mandilectomia, retirada de tumores orais, etc; 
 Bloqueio do plexo braquial: membro torácico. Presença de 4 
nervos: Radial, mediano, ulnar e músculo cutâneo – responsáveis 
pela pata do paciente e todos eles passam juntos pela borda da 1ª 
costela. Como identificar o local correto para aplicação do fármaco: 
com um dedo, palpamos o pulso da artéria axilar e com o outro 
pressionamos a articulação escápulo-umeral até encostar na costela 
– contornar até saltar uma gordura e quando identificar essa gordura, 
apertar: se estiver no lugar certo, o pulso da artéria axilar vai 
desaparecer. Feito esse bloqueio no lugar certo (cuidado para não pegar 
algum vaso sanguíneo – aspirar antes de aplicar), os 4 nervos são 
anestesiados. Ex: cirurgias ortopédicas, oncológicas, ambutação de 
membro, etc. 
 
 
 
 
ANESTESIAS INTRAVENOSAS (BIER) 
 
 Cateter com PRN fixado na pata normalmente e manter o garrote 
bem apertado > tira um pouco de sangue e injeta lidocaína no lugar 
(mesmo volume que é retirado de sangue é injetado o fármaco) > do 
garrote para baixo fica anestesiado > fármaco sai de dentro da veia e 
atinge o nervo; 
 O garrote só pode ser retirado quando acabar a cirurgia, porém não 
pode ser antes que 30 min (fármaco ainda vai estar na veia e pode intoxicar o 
paciente se cair na corrente sanguínea) e nem depois que 1 hora e meia 
(risco de gangrena); 
 Vascularização preservada; 
 Limitação de tempo; 
 Membro torácico ou pélvico; 
 Ex: amputação de dígito, osteossíntese de dígito, amputações 
distais, etc. 
 
ANESTESIA EPIDURAL 
 
 Espaço entre o osso e a dura máter é o espaço epidural. É composto 
de gordura (amortecimento – evitar que a medula bata no osso) e vasos 
sanguíneos; 
 Anestésico não ultrapassa as meninges portanto não anestesia a 
medula; 
 Sai pelo forâme intravertebral e bloqueia a raiz nervosa; 
 Anestesia o tronco do sistema nervoso simpático; 
 Normalmente associa o anestésico local com algum opióide; 
 Indicações: tratamento de dor radicular aguda ou crônica (bloqueia toda a 
comunicação nervosa da região), reduz mortalidade e morbidade dos 
pacientes, reduz efeito sistêmico dos fármacos (administração de doses 
menores e que duram mais), analgesia contínua, redução de custos; 
 Efeitos adversos: Cardiovasculares (bradicardia e hipotensão – prevalece 
o parassimpático), respiratórios (depressão respiratória), gastrointestinais 
(hiperperistalse intestinal, náuseas, vômitos); 
 Se o animal depende do sistema simpático para ficar vivo, não 
realizar (ex: hemorragia, cardiopata); 
 
 
 Contra-indicações: Deformidade da coluna vertebral (fusão de 
vértebra, fratura), infecções no local da punção (piodermite – bactérias 
resistentes por uso prolongado de antibiótico levando essas bactérias para a 
meninge causando meningite), hipovolemia (pacientes compensam essa 
hipovolemia porque o paciente depende do sistema nervoso simpático para 
compensar), choque circulatório (depende do simpático para compensar), 
septicemia/bacteremia (pode pegar um vaso na hora da punção e vai vazar 
sangue contaminado – alto risco de infecção – ex: piometra), doenças 
neurológicas centrais (porque a anestesia epidural mexe com a PIC - ex: 
cinomose, MEG, hidrocefalia), coagulopatias (alterações primárias de 
coagulação como erlichia e babesia), heparinizações plenas com alteração 
no coagulograma (uso de heparina – não consegue conter sangramento); 
 Pulsão em cães e gatos é realizada no espaço lombo-sacro - 7ª 
vértebra lombar e 1ª vértebra sacral – em cães a medula acaba em 
L6 - + seguro – palpar a crista do íleo e o próximo espaço 
intervertebral que tiver é o espaço lombo-sacro; 
 Em gatos pode lesar a medula, então pode-se pulsionar no espaço 
sacrococcígea – entre o sacro e o rabo; 
 O ligamento amarelo ou ligamento flavum (bem fibroso) é o que une 
uma vértebra a outra e quando rompe esse ligamento estamos no 
espaço epidural; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pele subcutâneo ligamento supra espinhoso ligamento inter 
espinhoso ligamento amarelo ou ligamento flavum 
 
COMO SABER SE A 
PULSÃO ESTÁ NO 
LUGAR CERTO? 
Ausência de líquor e sangue 
Perda de resistência 
Seringa de vidro com 0,5 
ml de ar, se o ar descer 
sozinho está no lugar 
certo 
Deixa 0,5 ml de ar entre o 
medicamento e o embolo 
da seringa – injeto – se a 
bolha de ar não achatar 
está no lugar certo 
Deep infusion: monta 
uma SF com equipo 
aberto e entra com a 
agulha já conectada ao 
equipo – a hora queentrar no espaço epidural 
o soro começa a pingar 
(+ utilizada) 
Gota pendente 
Enche a agulha de soro e deixa uma bolha de ar bem 
alta – a hora que acertar o espaço a gota é aspirada 
para dentro (mas não é 100% de acerto) 
Assobiar aspirativo 
Serve para grandes porque a 
pressão negativa é grande – 
entra com a agulha e a hora 
que entrar faz um barulho 
 
 COMO CALCULAR A DOSE E O VOLUME DA EPIDURAL? 
 
 Lidocaína + morfina: cirurgias rápidas de até 1h30min; 
 Bupivacaína + morfina: cirurgias mais longas; 
 Morfina dá boa analgesia para o pós operatório; 
 
Exemplos: Osteossíntese rápida de até 1 hora em um cachorro de 8 kg: 
 Protocolo: lidocaína 2% na dose 4 mg/kg e morfina 10 mg/ml na dose 
0,1 mg/kg 
 
Q (ml) = P (kg) X D (mg/kg) ÷ [ ] (mg/ml) sendo a [ ] da lidocaína = 2% x 10 = 20 
mg/ml 
 
Qlidocaína = 8 x 4 ÷ 20 = 1,6 ml 
Qmorfina = 8 x 0,1 ÷ 10 = 0,08 ml 
1,6 + 0,08 = 1,68 ml 
 
Vt para preencher a coluna do animal = 0,26 a 0,33 ml/kg 
Depende do local a ser operado, se for mais para trás (rabo, pata, vulva) eu 
uso 0,26 ml/kg e se eu quero operar abdômen eu uso 0,33 ml/kg 
 
Vt = Vepidural + P 
Vt = 0,26 x 8 = 2,08 mL para preencher o espaço 
 
Sendo assim, preciso aplicar o 1,68 ml + 0,4 ml de SF 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cadela de 15 kg que vai fazer uma cirurgia abdominal: 
 Protocolo: Bupivacaína 0,5% na dose 1 mg/kg + morfina 10 mg/ml na 
dose 0,1 mg/kg 
Q = P x D ÷ [ ] 
Qbupivacaína = 15 x 1 ÷ 5 = 3 ml 
Qmorfina = 15 x 0,1 ÷ 10 = 0,15 ml 
3 + 0,15 = 3,15 ml 
 
Vt = Vepidural + P 
Vt = 0,33 x 15 = 4,95 ml 
 
Sendo assim, preciso aplicar o 3,15 ml + 1,8 ml de SF 
 
 
 
 
 
Anestesia locorregional em grandes animais 
 
(Aula 01/06) 
 
 
EQUINOS 
 
 
 
 
ANESTESIAS DA CABEÇA 
 
 Supraorbitário: Forame acima do globo ocular. É realizado cerca de 2/3 
ml e é utilizado uma agulha pequena (20x5,5) porque se for uma agulha 
vai ser intraocular. Utilizado para procedimentos na região da testa do 
cavalo (sutura, biópsia, corpo estranho, etc); 
 Infraorbitário: Forame infraorbitário localizado na linha da crista fácil. É 
realizado um volume maior de anestésico (cerca de 10 ml) porque é 
inserida a agulha contra a gravidade. Utilizado para procedimentos na 
frente ou na maxila do cavalo (nariz, lábio superior, extração dentária, 
trepanação, tumores, etc); 
 Mentoniano: Forame localizado na região mais estreita da mandíbula. 
Utilizado para traumas por mordedura, laceração de lábio, picada de 
cobra, tumor, etc; 
 Para cirurgias de pálpebra: Realize o bloqueio supraorbitário + 3 
botões no subcutâneo (1 em cada canto superior e outro no meio 
embaixo do olho) com agulha de insulina e com cerca de 1 ml de 
anestésico. Animal não sente dor mas continua piscando – para perder o 
movimento: realizar uma linha de infiltração no subcutâneo na região 
temporal e na região do recesso cordoal; 
 Cirurgias oftálmicas: Realizado o bloqueio retro bulbar – entra com a 
agulha atrás do arco zigomático. Utilizado para tratamentos de úlcera, 
enucleação, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
ANESTESIA EPIDURAL 
 
 Realizada entre as 1ª e 2ª coccígea ou entre sacrococcígea e o rabo; 
 Utilizada apenas para procedimentos de períneo (anus, vulva, manobras 
obstétricas, retirada de tumores, etc); 
 Utilizado de 5 (animais menores) a 10 ml (animais maiores); 
 Epidural em grandes animais não anestesia abdômen e membros – 
animal não pode cair; 
 Máximo ideal de bloqueio: metade da distância entre a base do rabo e o 
calcâneo. 
 
ANESTESIA PARA ORQUIECTOMIA 
 
 Anestesia mais realizada a campo; 
 Realiza no subcutâneo do testículo (injeta a agulha e vai tirando conforme for 
aplicando) e intratesticular (antes de tirar completamente a agulha, injeta o restante 
do fármaco dentro do testículo); 
 Faz nos dois lados; 
 5 ml no subcutâneo + 5 ml intratesticular. 
 
ANESTESIA DOS MEMBROS 
 
 Importante para fazer diagnóstico de claudicação; 
 Fazer sempre dos dois lados (lateral e medial); 
 Bloqueio digital-palmar (membros torácicos) e digital-plantar (membros 
pélvicos): bloqueia a região dos talões e navicular. Sentir o pulso da 
artéria digital (palmar ou plantar) e mirar a agulha nela. A direção da 
ponta da agulha deve estar virada para o casco. Quanto mais preciso, 
menos volume de anestésico será utilizado; 
 Abaxial do sesamóide: bloqueia a região da falange distal e 
interfalangiana distal. Passar o dedo na altura do boleto e sentir o nervo 
no subcutâneo e bate a agulha mirando esse nervo; 
 
 
 
 
 
 Quatro pontos baixos (membros torácicos) ou seis pontos baixos 
(membros pélvicos): bloqueia a região da quartela inteira, articulações 
interfalangianas e uma parte do boleto. Quatro pontos baixos – entrar 
com a agulha nos dois “sulcos” entre os tendões flexores e suspensor do 
boleto e entre suspensor do boleto e terceiro metacarpiano. Seis pontos 
baixos – além desses quatro pontos, fazer lateral e medial dos tendões 
extensores. Entrar com a agulha de lado Usado para diagnóstico de 
doença do navicular, procedimentos no casco, etc; 
 Quatro pontos altos (membros torácicos) ou seis pontos altos 
(membros pélvicos): bloqueia o terço da canela para baixo. Entrar com a 
agulha lateral para bloquear o 1˚ nervo, girar a agulha para desviar do 
osso e bloquear o 2˚ nervo. Utilizado em cirurgias de ligamento, tendão, 
etc. 
 
RUMINANTES 
 
ANESTESIA PARA DESCORNA 
 
 Remoção de chifre; 
 Região com muitos nervos; 
 É feito uma infiltração em volta do chifre: entra com a agulha no 
subcutâneo e faz o bloqueio ao redor de todo o chifre; 
 Pode-se fazer também um bloqueio na região temporal para diminuir as 
chances de dor, mas não é obrigatório. 
 
ANESTESIA PARA PROCEDIMENTOS OCULARES 
 
 Realiza o bloqueio na região temporal para sinesia (parada de movimento) 
de pálpebra; 
 É utilizado agulhas específicas de até 15 cm; 
 Bloqueio retrobulbar: Colocar o dedo no olho do paciente e entrar com 
a agulha no canto medial, contornando o globo ocular até estar atrás do 
olho. Faz uma linha em cima do olho e outra embaixo. 
 
 
 
 
 
 
ANESTESIA LOCAL INFILTRATIVA (procedimentos abdominais) 
 
 Cesárias, procedimentos em abomaso, etc; 
 Linha de incisão: primeiro faz um botão anestésico e depois, faz uma 
linha no subcutâneo no lugar que será feita a incisão (vazio do flanco). 
Vai injetando anestésico na musculatura e tirando a agulha, injetando e 
tirando – 3 planos: subcutâneo, musculatura superficial e musculatura 
profunda. O tamanho depende da cirurgia a ser realizada mas sempre 
fazer nesses 3 planos. Desvantagem: como anestesia a musculatura no 
local da incisão, podem ocorres problemas na hora da sutura; 
 Retângulo: Ao invés de fazer na linha de incisão, faz um retângulo em 
volta do local da incisão. Em 3 planos também. Vantagem: não altera a 
anatomia. Desvantagem: utiliza muito anestésico e corre risco de 
intoxicação; 
 L Invertido: Agulhas próprias e técnica mais utilizada. Em 3 planos 
também. Faz um L invertido ao redor do local da incisão. 
 Técnica paravertebral: É a melhor técnica mas não é a mais utilizada 
(poucas pessoas conhecem). Pulsionar paralelo a coluna entrando com a 
agulha e bloqueando na saída da raiz nervosa. Faz 3 administrações – 
entre T13 e L1, L1 e L2 e L2 e L3. Mais econômica, menor risco para o 
paciente e que causa menos dor. Feita com agulha 40x12. Pode 
também fazer em cima e embaixo do processo transverso (L2 e L4) – ai 
faz 6 aplicações. Desvantagem: não é possível fazer em animais obesos 
e nem em gado de corte – dificuldade em localizar as vértebras. 
 
PERINEURAL (flancos) 
 
 Se um dos bloqueios falhar, é porque o animal tem um ramo de nervo 
torácico longo ou de nervo torácico esternal chegando no abdômen; 
 Faz uma linha bloqueando esses nervos atrás do cotovelo. 
 
EPIDURAL 
 
 Realizada entre a 1ª e 2ª coccígea; 
 Agulha

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