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Anestesiologia Avaliação e Preparo pré-anestésico e Riscos Anestésicos 05.08 Introdução: ● Anestesia = “insensibilidade” ○ Protocolo anestésico (associação de medicamentos) ■ analgesia ■ relaxamento muscular ■ inconsciência ● Conceitos: ○ analgesia (tirar dor) ○ ansiolítico (tira a ansiedade) ○ tranquilizante (diminui a atividade) ○ sedativo (inconsciente e têm dor) ○ anestesia geral (depressão geral SNC) → quase não se faz mais ○ anestesia locorregional (inconsciência de uma parte do corpo - evitar estímulos visuais) ○ anestesia balanceada (depressão não tão profunda do SNC) → mais segura que a geral ○ TIVA (Anestesia Geral Intravenosa - vários fármacos em várias bombas de infusão, não usa anestesia inalatória) → prejudica menos o anestesista por inalar menos fármacos ○ PIVA (Anestesia Intravenosa Parcial - usa inalatória em pequena concentração) Fases da Anestesia - Responsabilidade: 1. Anamnese → o anestesista deve saber todas as informações pelo prontuário e é obrigado a conversar com o proprietário antes da cirurgia 2. Exame físico pré-anestésico → ex.: auscultação 3. Exames complementares → fazer todos sempre (achados de exames) 4. Planejamento e material → deixar tudo pronto para a anestesia 5. MPA (preparo do paciente) → ainda não dormiu 6. Indução → quando o paciente fica inconsciente 7. Intubação 8. Manutenção anestésica 9. Monitoração 10. Recuperação anestésica → pós e tutor DEVE ter contato com o anestesista até 24h após a cirurgia (internação = não é mais responsabilidade do anestesista) Avaliação Pré-anestésica: ● Identificação do animal: ○ nome, espécie, raça, sexo, idade, peso ● Histórico/anamnese: ○ afecção principal ou procedimento cirúrgico ○ afecções concomitantes e antecedentes mórbidos ○ histórico familiar ○ sinais e sintomas ○ medicações utilizadas (metabolização, quimioterápicos) → ex.: ATB, AIE/AINE... ○ comportamento ● Exame físico: ○ inspeção → estado geral/escore corporal, lesões ou afecções superficiais, mucosas, sinais e sintomas que devemos reportar sempre (dispnéia, disúria, diarreia e êmese) ○ auscultação cardíaca (acompanhada do pulso para saber qual a força normal e checar durante a anestesia, frequência e ritmo) e pulmonar ○ palpação → região anatômica para anestesia local Não anestesiar pacientes desidratados ● Exames complementares: ○ exames laboratoriais (hemograma, bioquímico, urinálise), RX, USG, eletrocardiograma, ecocardiograma, outros (microbiológico, fezes, tomografia, RM, etc) ○ posso anestesiar um paciente sem exames complementares prévios à cirurgia? ■ SIM → depende do estado de saúde do paciente e da complexidade, comprometimento e urgência do procedimento ○ quais critérios para a escolha dos exames? ■ sinais ou sintomas reportados em anamnese ou exame físico (devem estar compatíveis com os resultados dos exames) → suspeitas ■ procedimento cirúrgico (ex.: esplenectomia = TP e TTPA, sangramento importante) ■ fármacos que estão sendo ou serão utilizados (ex.: doxorrubicina [CMO dilatada] = fazer eco antes, antiinflamatórios = função renal) ■ fatores predisponentes (raça, idade, sexo, antecedentes mórbidos, antecedentes familiares) ■ casuística (ex.: hemoparasitoses) ● localidade! Termos em que o proprietário assume a responsabilidade ou riscos dos procedimentos não valem! Ele não têm propriedade para avaliar e julgar Termos de insuficiência financeira em casos de urgência valem! Ex.: caso de piometra e o tutor não pode pagar (prolongar a data da cirurgia) Risco Anestésico (American Society of Anesthesiology): * PROVA ● ASA I → animais completamente saudáveis ou cirurgias de pequeno porte em pacientes sem doença sistêmica (ex.: castração de um paciente jovem e completamente saudável) ● ASA II → animais com doenças leve a moderada, mas está completamente controlada (animal sem sintomas, ex.: diabético que toma insulina e não têm hiperglicemia e sintomas) ● ASA III → paciente com doença moderada a grave que não está controlado mas não representa risco iminente de óbito (ex.: diabético sem controle, doente renal nos primeiros estágios, hepatopata nos primeiros estágios, cardiopata nos primeiros estágios) ● ASA IV → paciente que já têm uma doença incapacitante, representa risco iminente de óbito (ex.: cardiopata com edema pulmonar, cirrótico, renal estágio IV) ● ASA V → paciente que poderá morrer dentro de 24h, operando ou não (ex.: anúria, edema pulmonar que não responde, choque) ● E → emergência que não está baseada em exames complementares (não teve tempo de fazer), quando o paciente corre risco iminente de vida (ex.: torção gástrica, atropelamento…) → só após o III, IV ou V Deve ser registrado no prontuário Esclarecimento dos proprietários: ● Escolha da conduta ○ Não existe procedimento anestésico sem risco ■ hipersensibilidade (choque anafilático → muito raro) ■ idiossincrasia → responde mal à uma medicação, reação adversa não esperada, reação adversa exagerada (depende do indivíduo) ■ erro humano (imprudência, imperícia, negligência) ○ alterações no preparo do paciente ○ alterações do procedimento cirúrgico ○ contra-indicação do procedimento cirúrgico Preparo do Paciente: ● Estabilização do paciente ○ hidratação do paciente (quantidade mínima de soro para uma cirurgia) ■ Quantidade mínima → Qm = P x 2 x Tph (tempo de privação hídrica em casa + cirurgia) ● Tph = pré + transoperatório ■ Reposição (sangramento) → sangue perdido x 3 (ringer lactato) ● Jejum ○ gases → cólica/desconforto intestinal ○ vômito → pneumonia aspirativa ○ alteração do fluxo intestinal: ■ anestésicos são lipofílicos e agem no cérebro (órgão com maior percentual de concentração de gordura) → se o animal comeu antes, precisa administrar mais anestésicos para que ele adormeça e assim que a gordura for absorvida pelo organismo, os anestésicos irão para o cérebro, aprofundando mais ainda o paciente Exemplo: Qm = 4x2x8 = 64ml Sangue x 3 = 10x3 = 30ml 64 + 30 = 94ml * se a reposição for com sangue, repor a mesma quantidade Jejum nas diferentes espécies: ● Cães de médio e grande porte → 8 a 12h sólido e hídrico ● Cães pequeno porte e gatos → 6h sólido e 4h hídrico ● Filhotes → 4h sólido e 2h hídrico ● Neonatos → não fazem jejum ● Equinos adultos → 24h sólido e 6h hídrico ● Potros → 8 a 12h sólido e hídrico ● Bovinos → 48h sólido e 6 a 12h hídrico ● Novilhos e pequenos ruminantes → 12 a 18h sólido e 4 a 6h hídrico Jejum prolongado: - edema cerebral leve - hipoglicemia (não fazer a cirurgia por complicações = remarcar) Adequação de Doses: ● Sobredose absoluta: ○ imprudência, imperícia ou negligência ○ dose acima dos recomendados para a espécie ou para o efeito desejado ● Sobredose relativa: ○ imprudência, imperícia, negligência ou fatalidade ○ dentro das doses recomendadas na literatura, mas não pacientes específicos (avaliação pré anestésica ruim ou idiossincrasia) ○ baseada em experiências prévias ■ doses na literatura são para animais saudáveis ○ pacientes mais debilitados precisam de doses mais baixas de medicação ■ ex.: gestantes, choque = abaixar a dose Cálculo de doses (essencial): ● Q (ml) = P (kg) x D (mg/kg) = 10 kg x 0,1 mg/kg = 1 ml ● [] fármaco (mg/ml) 2 mg/ml ● % = gramas/100 ml ● ex.: 0,2% = 0,2 g/100ml ● 0,2g = 200 mg, portanto 200 mg/100ml ■ 200 mg ------------ 100 ml ■ x (mg) -------------- 1 ml ■ x = 2 mg ○ ou seja, 0,2 % = 2 mg/ml % x 10 = mg/ml Exercício: ● Qual o volume de diluição ao construir uma solução a 2,5% com 1g de Tiopental sódico? ● Qual a quantidade de Eter gliceril guaiacol em 500 ml de uma solução a 5%? Medicações Pré-anestésicas i: Tranquilizantes e Anticolinérgicos 12.08 Medicação Pré-Anestésica (MPA): ● Conceito: ○ É tudo aquilo que se aplica no paciente com o intuito de tornar a anestesia mais eficaz e segura ■ diminuição da aplicação de anestesia geral ■ modulação do sistema nervoso autônomo → ex.: diminuição da motilidade intestinal (intussuscepção),aumento da FC, etc. ● Grupos de fármacos: ○ Tranquilizantes ○ Anticolinérgicos ○ Benzodiazepínicos ○ Alfa2-agonistas ○ Opióides ○ Miorrelaxantes de Ação Central (mais usados em grandes animais) Associações podem ser feitas: - adequar para cada caso (ex.: idosos, hepatopatas, cardíacos, nefropatas, etc.) - interpretar os efeitos desejáveis e indesejáveis de cada fármaco Grupos de Fármacos Pré-Anestésicos e Seus Efeitos: ● Tranquilizantes: ○ Bloqueia receptores alfa1-adrenérgico = vasodilatação ○ ANIMAIS SAUDÁVEIS!! (não usar em: idosos, neonatos, cardiopatas, neuropatas, hepatopatas, nefropatas, anêmicos, etc.) ○ Desejáveis → tranquilização, antiemético, antialérgico ○ Indesejáveis → hipotensão, hipotermia, diminui limiar convulsivo, diminui hematócrito, esplenomegalia (hemácias migram para o baço) e priapismo (garanhões: ereção sem retorno = ruptura da musculatura = amputação de pênis) ○ Medicamentos ■ fenotiazínicos ● acepromazina = acepran (tranquilizante), clorpromazina = amplictil (antiemético), levomepromazina (antialérgico) ■ butirofenonas (não usado em pequenos, muito usado em silvestres → tempo prolongado) ● azaperone e droperidol ● Anticolinérgicos: ○ Modula o sistema nervoso autônomo = ação parassimpatolítica (antagonista competitivo dos receptores muscarínicos) → parassimpático para de funcionar ○ Ação 100% visceral ○ Efeitos colaterais → taquicardia, queda da motilidade visceral ○ Indicação → tratar bradiarritmias (FC mais baixa), hipermotilidade/cólicas (diminui a motilidade), associar a fármacos que ativam o parassimpático (ex.: imizol) ○ Contraindicação → taquiarritmias e hipomotilidade ○ Medicamentos ■ atropina (usar para alterações de órgãos fora do abdômen) → dá taquicardia, dilatação da pupila ■ escopolamina = buscopan (usar para alterações de órgãos dentro abdômen) → grandes animais só pode usar esse ■ glicopirrolato (não têm no brasil) Casos Clínicos: 1. Gata com tumor de mama, 6 anos, peso 4 kg, cirurgia dura 2h, sangramento na cirurgia +/- 10 ml, jejum hídrico de 6h, exames pré operatórios normais ○ ASA II ○ Mínimo de fluido no dia da ciru: ■ 2 x P (4) x Tph (6h+2h) = 2 x 4 x 8 = 64 ml ■ sangramento x 3 (RL) = 10 x 3 = 30 ● 64 ml + 30 ml = 94 ml ○ MPA → tranquilizante (acepran) 2. Cão de 20 kg, epiléptico, com fratura de fêmur, cirurgia dura 3h, sinais de hipovolemia, hematócrito bom, jejum hídrico de 12h, sangramento na cirurgia +/- 40 ml ○ ASA III E ○ Mínimo de fluido no dia da ciru → fazer a fluido antes da ciru (ele se torna ASA II): ■ 2 x 20 x 15 = 600 ml ■ 40 x 3 = 120 ml ● 120 ml + 600 ml = 720 ml ○ MPA → nenhum dos estudados Após re-hidratar o animal, para calcular o volume de fluído transoperatório o tempo de jejum hídrico vai para 3h (resultado = 120ml) 3. Um cão de 10 kg asmático, com piometra, sangramento estimado de 5ml, ciru de 1h, jejum hídrico de 4h, exames pré operatórios indicaram azotemia ○ ASA III (se for azotêmico por ser doente renal a ASA é IV) ○ Mínimo de fluido no dia da ciru: ■ 2 x 10 x 5 = 100 ml ■ 5 x 3 = 15 ml ● 100 + 15 = 115ml ○ MPA → escopolamina (dentro do abdômen) 4. Mastocitoma pequeno em um cão com todos os exames pré-operatório normais ○ ASA II ○ MPA → levomepromazina = antihistamínico (o mastocitoma é um tumor de mastócitos que liberam histamina) ● Cálculos de dose: ○ Acepran 0,2% (x10 = 2 mg/ml), P = 10 kg, dose = 0,1mg/kg → 0,5 ml ○ Clorpromazina 25mg/5ml, P = 15 kg, dose 0,5mg/kg → 1,5 ml Medicações Pré-anestésicas ii: Benzodiazepínicos e Alfa2-agonistas 19.08 ● Benzodiazepínicos: ○ Desejáveis → efeito sedativo, miorrelaxantes, anticonvulsivante, antiemético potente, mínimas alterações hemodinâmicas (pressão e FC) ○ Indesejáveis → exitação, efeito paradoxal (efeito diferente do esperado, chances maiores em aplicações IV do que IM, dose dependentes), depressão respiratória (mais potente em filhotes) ○ Segundo grupo mais seguro de MPA ○ Rápida absorção e alta biodisponibilidade por diversas vias de administração ○ Também pode ser usado (em doses baixas) em casos de distúrbios de comportamento → ansiedade ○ Metabolização hepática ■ Presença de metabólitos ativos ● Diazepam, Zolazepam → 4 passagens hepáticas para ser inativada, moléculas são eliminadas pelo rim (leve lesão no cão e graves lesões nos gatos e hepato/nefropatas) ■ Ausência de metabólitos ativos (fácil) ● Midazolam (Dormonid) → não deixa nenhum resquício hepático ou renal ■ Eliminação pela urina ● Metabólitos inativos ○ Excita ao invés de acalmar (em primatas têm efeito ansiolítico - Rivotril) → atinge algumas áreas cerebrais antes do que outras ■ Usam como adjuvante do anestésico geral (vai na mesma seringa) → usa-se assim para que o animal não fique excitado, já que está aprofundando na anestesia ○ Mecanismo de ação: ■ Agonista de receptores Gabaérgicos ● simulam aumento do GABA → abre os canais de cloro (Cl-) → hiperpolarização da célula → células demoram mais para responder aos estímulos (estímulos pequenos não geram nenhum tipo de reação no paciente) ● age principalmente no SNC e musculatura ○ Medicações: ■ Diazepam ● presença de metabólitos ativos (hepatotóxico) ● melhor anticonvulsivante ● mais utilizado ■ Midazolam ● não têm metabólitos ativos (não é hepatotóxico → filhotes e hepatopatas) ● mais frequente surgir efeito paradoxal ● mais potente e seguro que o diazepam ■ Zolazepam ● mais potente ● só disponível em associação com tiletamina ○ Flumazenil → antagonista: ■ usado quando há erro de dose na medicação, corta o efeito do benzodiazepínico ■ não deve ser empregado em animais submetidos ao uso crônico ■ reversão imediata dos efeitos produzidos pelos BZD ■ administração IV Diferença entre os dois, cai em prova: Diazepam → hepatotóxico, dura mais tempo, menos potente e melhor anticonvulsivante Midazolam → mais seguro pro paciente (hemodinâmica e excreção), dura menos tempo (15 min), mais potente ● Alfa2-agonistas: ○ Desejáveis → sedação (mais potente de todos), relaxamento muscular (segundo mais potente), analgesia visceral discreta ○ Indesejáveis → diminuição de ADH (PU), hiperglicemia, aumento e redução da motilidade intestinal, ação simpatolítica (bradicardia, BAVs, inotropismo negativo, hipertensão arterial fugaz, hipotensão arterial, depressão respiratória, salivação, êmese) ○ Rápida absorção, metabolização hepática, excreção renal ○ Usar apenas quando necessário (depende da modalidade anestésica - inalatória ou injetável): ■ quando se faz anestesia injetável IM que não pode usar opióides em dose alta → usa alfa2-agonista por ser o segundo grupo de analgésico ■ anestesia inalatória em pacientes com dores crônicas que não respondem aos opióides → faz opióide e avalia se responde ou não, ou quando já sabe que ele não responde aos opióides ● associação de opióides e alfa2-agonista ○ Único grupo de MPA associado a risco real de óbito ○ Anestesia muscular em doses baixas (cetamina + diazepam + xilazina) → animal sente a dor da cirurgia e os riscos são muito maiores!! ■ fazer apenas em procedimentos pouco invasivos ■ castrações muito baratas (economizam no custo do procedimento → reutilização de material, fios não cirúrgicos, anestésicos baratos em doses baixas, etc) ○ Quando se usa propofol, dispensa o uso dessa classe ○ Mecanismo de ação ■ FB negativo → diminui a produção de noradrenalina (simula que há excesso) ■ diminui a FC e a pressão arterial (a noradrenalina se liga nos receptores B1) → desaba repentinamente (cuidado com cardiopatas) ■ oferece muitos efeitos colaterais ○ Alterações na PAS: ■ detomidina → menor oscilação na PAS (maior seletividade pelos receptores alfa2) ■ dexmedetomidina → oscilação na PAS é significamente menor Xilazina Detomidina Dexmedetomidina ○ Medicações: ■ Xilazina ● usada em grandes e pequenos → o pior de todos ● ruminantes aceitam bem → sedação + anestesia local ● mais empregado no Brasil ● efeito sedativo mais prolongado do que o analgésico ● menor seletividade alfa2/alfa1 → aumento e queda depressão muito grande ■ Detomidina ● só empregado em equinos ● mais potente sedativo e analgésico ● menor ataxia ● maior seletividade alfa2/alfa1 → menor queda e aumento da pressão ■ Dexmedetomidina (melhor, porém mais caro) ● maior potência ● maior seletividade alfa2/alfa1 ● mais seguro ○ Antagonistas alfa2-agonistas: ■ Ioimbina ● reversor mais empregado no Brasil ● melhor efeito sobre a xilazina (menor reversão na detomidina e na dexmedetomidina) ● excitação e mioclonia ● taquicardia ■ Atipamezole ● melhor efeito sobre os outros alfa2-agonistas (detomidina e dexmedetomidina) ● menos efeitos colaterais ● efeito imediato Proprietário com pouco dinheiro (castrações): - anestesiar com alfa2-agonistas (cetamina + diazepam + xilazina) - associar com uma anestesia local (epidural) - dá para anestesiar sem anestesista Medicações Pré-anestésicas iii: Opióides e Miorrelaxantes de Ação Central 26.08 ● Opióides: ○ Opióides X Opiáceos ■ Opióides → sintético ○ Hoje, não se faz mais uma anestesia sem opióides (estão tentando proibir o uso - vício humano) ○ 5000 a.C. ○ Frederick Sertürner Alcalóides % presente no ópio Principal uso na clínica Morfina 10 analgésico Codeína 0,5 antitussígeno Tebaina 0,2 - Papaverina 1,0 Relaxante da musculatura lisa arterial Noscapina 6,0 Estimulante do centro respiratório ○ Morfina: ■ é usada como base para determinar padrão de potência dos opióides ● ex.: potência 2 (2x mais potente que a morfina), 0.2 (um décimo da potência da morfina), etc ○ São produzidos naturalmente pelo organismo → auto-defesa contra dor fisiológica (ex.: atrito das articulações por conta do peso corporal) ■ atividade física → maior produção dos opióides para suportar as “dores” do exercício, a concentração fisiológica aumenta ■ cada parte do corpo reage melhor a tipos de opióides específicos ○ Mecanismo de ação: ■ Opióides funcionam como porteiros dos canais iônicos (fecha ou abre canais iônicos para diminuir o estímulo doloroso) dos neurônios → interneurônios (onde têm sinapses) ● ação pré-sináptica no aferente primário ○ abertura dos canais de K ○ fechamento dos canais de Ca ● hiperpolarização pós-sináptica (reduz a velocidade e intensidade dos estímulos) ○ abertura dos canais de K (hiperpolarização das células) ● desinibição em circuito de 2 neurônios inibitórios ○ neurônios Gabaérgicos e Opioidérgicos ■ Canais iônicos mais importantes (90%) → cérebro e medula ● M (mu) ● K (capa) ● outros receptores → maior efeito colateral São depressores do SNC: ○ Classificação: ■ agonistas → estimulam M e/ou K ● mais efeito colateral, mas pode usar outros fármacos depois para aumentar a analgesia conforme necessário (porque não inibe nada, apenas estimula) ● animais com muita dor ■ agonistas-antagonistas (menos efeitos colaterais) → estimula um e inibe outro ● mais seguro, mas não pode associar fármacos (não usar quando não se sabe se vai precisar aumentar a dose analgésica depois) ● quando se sabe que não vai precisar usar nada mais forte depois (ex.: retirada de pontos) ● ex.: buprenorfina (estimula M e inibe o K), butorfanol (estimula K e inibe o M) ■ antagonistas → inibem a ação dos opióides ● corta o efeito ○ importância da classificação: ■ cão (receptores = 70% M, 20% K e 10% muitos outros) ● agonista-antagonista → saber qual usar para conseguir controlar a dor de primeira (não funciona se misturar os dois tipos) ■ uso em animais que não sentem dor antes (M e K não estão expostos) → muitos efeitos colaterais (se ligam nos outros receptores) ● se o animal já chegar sentindo dor, não há tantos efeitos colaterais na aplicação Tipo de receptor Principais efeitos Agonistas Antagonistas µ (mu ou mi) Analgesia supraespinhal Depressão respiratória Euforia Dependência física Codeína Petidina Tramadol Morfina Buprenorfina Metadona Fentanil Butorfanol Nalbufina Naloxona Κ (kappa) Analgesia espinhal Miose Sedação Disforia Butorfanol Codeína Petidina Morfina Fentanila Nalbufina Buprenorfina Naloxona δ (delta) Analgesia espinhal Depressão respiratória Redução da motilidade gástrica Petidina Morfina Metadona Fentanila Naloxona ○ Desejáveis → analgesia, sedação, potencializa alnagésicos ○ Indesejáveis → depressão respiratória , excitação/euforia/disforia (sensação de bem-estar), bradicardia (estímulo vagal), hipotensão (histamina), ofegante (centro termorregulador), náusea e êmese, constipação (associar com laxante) ○ Cuidado com a depressão respiratória!!! ■ quanto mais forte, mais deprime a respiração → não dá para fazer cirurgia que dói muito sem entubar e oxigenação ■ alguns anestesistas/MV usam doses mais baixas de opióides para o animal sentir um pouco de dor, assim aumenta a FR e compensar a depressão respiratória ■ suporte de oxigênio → 5x mais do que na atmosfera (retirar gradativamente para não descompensar) ○ Principais opióides utilizados ■ Fracos → procedimentos que não envolvem muita dor ■ Fortes → procedimentos que envolvem muita dor Fármacos P. hábil Potência Importante butorfanol (fraco) 2 a 3 h 0,05 dose teto, sedação, agonista-antagonista, estabilidade respiratória, bom em cólica petidina (fraco) 2 h 0,1 Sedação, libera histamina, norpetidina tramadol (fraco) 8 a 12 h 0,2 a 1,0 Ação mista (antidepressivo também), muito usado em pós operatório morfina (forte) 4 h 1,0 Libera histamina metadona (forte) 8h ? 2,0 Metabolização incerta fentanil (forte) 30 a 40 min 80 a 100 bradicardia (usar quando a dor é muito forte no transoperatório - associação) ○ Particularidades das medicações: ■ Butorfanol (caro) → ambulatório, pouca dor, procedimentos rápidos e previsíveis, seguro e não pode associar ■ Petidina → ambulatório, pouca dor no início que pode complicar (imprevisível), não deve ser feito IV, não pode aplicar mais de uma vez (metabólito neurotóxico - norpetidina) ● libera muita histamina → não dar em animais com gastrite ou qualquer tipo de alergia, não fazer IV ■ Tramadol → opção para os casos que não podem usar petidina, não seda tão bem quanto a petidina, só deve ser usado com cuidado em pacientes que estão tomando antidepressivo (síndrome serotoninérgica) ■ Morfina → também libera histamina (piora quadros de alergia), é bastante pró emética (por isso a maioria prefere metadona, cuidado na MPA), se tiver dor prévia é mais difícil de vomitar ■ Metadona → resgate (aplicar somente quando o animal têm dor), muito usada em pacientes oncológicos ■ Fentanil → transoperatório, deve ser feito em infusão contínua ou muito lenta (bradicardia) ○ opióides antagonistas: ■ corta o efeito analgésico também ■ antagonista puro ■ utilizado no tratamento de overdose ■ ausência de efeitos deletérios e analgésicos também ○ Quando usar: ■ sempre ● Miorrelaxantes de Ação Central: ○ Desejáveis → relaxamento muscular, analgesia muito discreta, sedação discreta ○ Indesejáveis → discreta depressão respiratória (mais importante no potro ou em overdose) ○ Éter Gliceril Guaiacol (EGG)/Guaifenesina: ■ mais empregado em equinos (evita fraturas no pós operatório) ● venda por Kg → pedir para fracionar em 25g e 50g (% = g-100ml) ○ 25g + 250ml = 10%; 25g + 500ml = 5% ○ 50g + 500ml = 10%; 50g + 1000ml = 5% ■ menos frequente em cães, bovinos e suínos ■ usado por VO em alguns tratamentos ■ na anestesia por IV ● concentração 5 a 10% → diluir em glicose 5% ● flebite (destruição do vaso - deformidades) e hemólise (anemia e mioglobinúria) → quando feita na concentração errada ■ metabolização hepática ■ excreção renal ■ mecanismo de ação ● não totalmente esclarecidos ● agonista de receptores de glicina ● atuação sobre as células de renshaw ● cadela com piometra = buscopan + metadona Aula Prática Hovet (não fui) 02.09 Anestesia Dissociativa 09.09 Classificação: ● Dissociativos ou derivados da feniciclina ○ Cetamina ou quetamina ○ Tiletamina *Anestesia com dardo (silvestres) → cetamina ou tiletamina (para animais maiores -volume menor) Nunca usar apenas cetamina na anestesia,associar com: - analgesia - miorrelaxantes - sedativos Introdução à Anestesia Dissociativa: ● Conceito ○ Catalepsia, analgesia superficial, depressão sem perda total da consciência mantendo os reflexos oculares e laringotraqueal ○ desconecta o córtex do tronco cerebral → têm reflexo, mas não têm consciência (não reconhece o estímulo e não lembra) ■ córtex cerebral (movimentos voluntários), tronco cerebral (movimentos involuntários e automáticos) ○ se o estímulo for muito forte, o organismo consegue fazer a comunicação entre córtex e tronco ■ catalepsia → têm consciência, mas o corpo não responde (não consegue se mexer) ○ a monitoração deve ser realizada pelos parâmetros fisiológicos (FC e FR) para avaliar se o animal está sentindo dor → cuidado para não intervir apenas quando o animal se mexer de dor ○ usada apenas para procedimentos com pouca dor ○ o córtex aumenta sua atividade (porque o tronco encefálico não responde) → quando o animal volta da anestesia (a comunicação se reestabelece), ele volta com aumento de atividade cerebral em excesso = convulsão ● Medicações: ○ Quetamina ou cetamina ○ Tiletamina ● Estágios: ○ Fase A → salivação, midríase, hiperatividade, sem perder consciência ○ Fase B → inconsciência, incoordenação ○ Fase C (fase em que se opera) → analgesia amnésica, hipertonia muscular (rigidez muscular - associar com miorrelaxantes ou alfa-2 agonistas) ■ a fase C têm pouca duração e o animal começa a regredir de fase ● Recuperação anestésica → cuidado com o comportamento do animal anestesiado (agressivos, traumatizados, medrosos, etc) ○ Reações psicológicas indesejáveis (sensação ruim): ■ podem variar quanto à severidade ■ podem interferir → idade, dose, susceptibilidade psicológica e fármacos concomitantes ○ Altas doses e administração rápida, levam a maior incidência de efeitos colaterais: ■ hipertonia muscular, hipersalivação e convulsão ■ melhor fazer IM (absorção lenta) ○ Associação com (tranquilizantes) acepromazina, xilazina ou benzodiazepínicos diminuem a incidência desses efeitos Quetamina/Cetamina - farmacocinética: ● Formulação: ○ Forma racêmica → mais barato ■ misturas das isoformas Cetamina S (+) e Cetamina R (-) ■ isômero que faz bem S (+), isômero que faz mau R (-) ○ Cetamina S (+) → mais caro e seguro ■ Daqui 3 anos, cairá a patente, portanto aparecerá vários medicamentos de outras marcas por um preço mais acessível ■ Efeito analgésico-anestésico de 2 a 4 vezes maior do que a quetamina racêmica ■ Doses equipotentes causam menos efeitos colaterais que a quetamina racêmica ■ Maior afinidade por receptores NMDA do que a quetamina R (-) ■ Equinos tratados com quetamina S (+) apresentam recuperação anestésica mais rápida e menor ocorrência de efeitos deletérios ● Vias de administração ○ IV, IM (dor à aplicação intramuscular, mas sem edema ou necrose), SC, VO, retal, nasal ○ Latência (tempo de ação) - decúbito lateral ■ IV → 30 a 90 s ■ IM → 2 a 5 min ● Metabolização hepática → mais difícil dos anestésicos ○ Muito complexa - multifásica ■ metabolismo oxidativo ○ Produz muitos metabólitos ativos ■ Norcetamina ● ⅓ a ⅕ da potência da cetamina ● no pós fica balançando a cabeça ● produz muita depressão em fetos → dificuldade de respirar e reflexo de sucção (nunca usar para cesária) ● neurotóxica → não pode ter qualquer alteração cerebral ● nefrotóxica → não pode ter qualquer alteração renal (gatos) ○ A metabolização é pouco efetiva em gato ○ Não usar em hepatopatas ● Eliminação ○ Renal ■ em gatos → 87% inalterada na urina, reabsorção de até 5% ■ evitar ao máximo usar em gatos, apenas quando são muito bravos em subdoses para conseguir anestesiar com outros fármacos ● Mecanismo de ação ○ Não está completamente compreendida ■ dissociação corticomedular ○ Inibem a recaptação de serotonina, dopamina e noradrenalina ■ sensação de prazer e hipertonicidade muscular ○ Inibem os receptores NMDA (N-metil D-Aspartato) ■ Canais de cálcio ■ animais com muita dor ativam esses canais de Ca (múltiplas fraturas, dor durante o operatório, artrites, hérnias, etc) e acabam desenvolvendo dor crônica para o resto da vida ● analgésico + dose baixa de cetamina (não haverá a herança de dor crônica pós doença/trauma/procedimento) ○ Bloqueia receptores muscarínicos no SNC ■ Quetamina: ECG → ativação do hipocampo e depressão tálamo cortical (convulsões) ○ Potencializa os receptores GABA ○ Agonistas de receptores opióides ■ principalmente sigma ● disforia ● Efeitos sistêmicos: ○ Por diminuir recaptação de noradrenalina, a quetamina têm um efeito simpatomimético importante ■ potencializa o SN simpático → FR, FC, PAS, DC aumentam, aumento da contratilidade cardíaca, aumento de consumo de O2 do miocárdio (arritmias) ■ S cardiovascular ● taquicardia intensa ● aumento da contratilidade cardíaca ● aumento da PA ● aumento do DC ● cuidado → aumento do consumo de O2 do miocárdio (arritmias) ■ S respiratório ● depressão dose-dependente ● inspiração apnêustica → o animal inspira e não expira durante mais ou menos 40 s, não há cianose ● não deprime reflexo laringotraqueal ■ outros ● preservação dos reflexos protetores ● salivação → braquicefálicos (perigoso por obstrução do palato mole) ● analgesia somática ● excitação ● redução do limiar convulsivo ● aumento da PIC e PIO ● atravessa a barreira hematoencefálica e placentária ● Uso terapêutico ○ contenção química de animais domésticos bravos ○ contenção química de animais selvagens ○ indução anestésica Sempre que possível devem ser associados a tranquilizantes, e nunca deve ser feita sem analgésicos, sedativos e miorrelaxantes Protocolo de anestesia dissociativa para pacientes saudáveis e procedimentos pouco dolorosos: Quetamina + Xilazina/dexmedetomidina (alfa-2 agonista) + diazepam + tramadol/petidina Se a cirurgia doer muito: anestesia local Simpatomimética alfa-2 agonísta (parassimpatomimético) Hipertonicidade muscular alfa-2 agonístas benzodiazepínicos miorrelaxantes de ação central Excitação Tranquilizantes alfa-2 agonístas benzodiazepínicos Analgesia somática discreta Opióides alfa-2 agonístas ● Associações anestésicas ○ indução anestésica (quando vai para a anestesia inalatória) ■ Quetamina 5 mg/Kg IV ■ Diazepam 0,5 mg/Kg IV ● OU ■ Quetamina 5 mg/Kg IV ■ Midazolam 0,5 mg/Kg IV ○ contenção química (quando não vai para anestesia inalatória) ■ Quetamina 10 - 15 mg/Kg IM ■ Diazepam 0,5 mg/Kg IM ● OU ■ Quetamina 10 - 15 mg/Kg IM ■ Xilazina 0,5 - 2 mg/Kg IM Cloridrato de Tramadol = 2 mg/Kg Acepromazina = 0,04 a 0,1 mg/Kg Tiletamina - farmacocinética: ● Formulação: ○ exclusivamente associado ao zolazepam (porque tiletamina pura têm como efeito convulsões com risco de óbito) → associada é o dissociativo mais forte que a Cetamina e o benzodiazepínico evita a convulsão ● Vias de administração ○ IV, IM, SC, VO, retal e nasal ○ Latência: ■ IV → 30 a 90 s ■ IM → 5 a 12 min ● Metabolização ○ no cão a tiletamina dura mais que o zolazepam → acordam muito agitados (não usa em cães) ○ no gato o zolazepam dura mais tempo que a tiletamina → acordam mais calmos ○ hepática → hepatotóxica ○ nefrotóxica igual a cetamina → excreção renal ● Anestésico ruim ● Diferenças da Cetamina ○ tiletamina ■ mais potente ■ maior analgesia ■ excita muito os cães → usar outros sedativos (alfa-2 agonista) ● Não dispensa o uso de opióides → não é analgésico ● Monitoração ○ globo ocular ■ reflexo palpebral ■ nistagmo ■ lacrimejamento → têm que lacrimejar ○ FR e mucosas ○ FC e TPC ○ Pressão arterial * Se os parâmetros aumentam mais de 20% quer dizer que ele está sentindo dor Anestesia dissociativa - Quetamina: - muito importante para dor crônica → fármaco mais usado para isso - útil para contenção química - interação com receptores opióides do SNC e espinhais - pacientes saudáveis - para cirurgias que doem pouco (ex,: castração de macho)→ aumento de parâmetros = dor - anestesia local em castração de fêmea - lidocaína na base do ligamento do pedículo Anestesia Geral Intravenosa16.09 Classificação: ● Depressão generalizada do SNC capaz de produzir hipnose e relaxamento muscular de forma reversível ● Anestesia geral exclusivamente intravenosa ○ Barbitúricos ■ Tiopental ○ Não Barbitúricos ■ Propofol (Alquil-fenóis) ■ Etomidato (Imidazólicos) Introdução à Anestesia Intravenosa: ● Depressão total to SNC → diferente das dissociativas que apenas desconecta o córtex do tronco cerebral (os impulsos continuam o mesmo) ● Distribuição rápida e duração de 10 min em média ● Não têm efeito analgésico → sempre associar à opióides ● Cálculo de dose sempre será aproximado para esses fármacos → aplicar e observar o efeito do paciente → efeito dose dependente ● O efeito não pode ser revertido de forma rápida, não têm antagonista → não pode passar da dose nunca (limiar de óbito é baixo) → SEMPRE administrações lentas ● Vantagens ○ praticidade de aplicação ○ não precisa de aparelhagem da anestesia inalatória → aparelhagem específica ○ preço razoável ● Para pequenos procedimentos ambulatoriais → MPA + Anestesia geral IV ○ não precisa utilizar a inalatória Fármacos: ● Tiopental (barbitúricos): ○ não se usa como anestésico geral → menos usado de todos os anestésicos ○ hipnótico ○ depressão do SNC → interferência na passagem dos impulsos para córtex cerebral → diminui muito o metabolismo cerebral (bom para trauma craniano → pois diminui a oxigenação cerebral) ○ Mecanismo de ação ■ Gaba → efeito gabamimético (sedativo e hipnótico) ○ uso terapêutico ○ se fizer fora da veia o tecido adjacente necrosa na hora → se acontecer, injetar soro para diluir ○ características: ■ indução muito rápida → 10 a 20 s ■ curta duração → 10 a 15 min (sem efeito analgésico) ■ anticonvulsivante → crises convulsivas refratárias ao diazepam e propofol ■ neuroproteção → coma induzido (quando o paciente não pode usar propofol), trauma cranioencefálico (reduz a PIC) ■ cruzam rapidamente a barreira hematoencefálica e placentária → mata os filhotes na hora ■ são altamente lipossolúveis ■ absorção máxima ocorre 30 s após a aplicação → monitorar até 30s (não fica pior do que nesse período) ■ apresentam efeito cumulativo ○ Por que não usamos tanto? ■ metabolização hepática muito lenta (5%/hora) ● ação ultra curta porque é redistribuído (anestésico vai para a gordura do corpo) com rapidez, ou seja, o fármaco fica acumulado na gordura do corpo (abdominal) → a cada dose que se faz a mais, o paciente acumula mais fármaco no corpo, assim demorando mais para acordar da anestesia ● animais obesos → não usar ■ excitação em doses pequenas/depressão em doses grandes ● um terço a metade da dose injetada rapidamente → evita a parte de euforia ■ depressão respiratória ■ depressão cardiovascular central e periférica ■ diminuição do metabolismo basal = queda da temperatura ■ sequestro esplênico das hemácias ■ depressão da motilidade intestinal ■ diminuição do fluxo plasmático renal e filtração glomerular ○ Quando usar? ■ epilépticos que não respondem a propofol e diazepam ■ equinos epilépticos ■ eutanásia → não causa reação alguma durante o procedimento (com propofol gera tremor, porém é a mesma coisa para o animal) ■ induzir o coma quando o paciente não pode usar propofol (alérgicos) ○ Protocolos ■ Protocolo A: sem MPA → evitar sempre ● Tiopental isolado - 25 mg/Kg IV ■ Protocolo B: com MPA ● Acepromazina - 0,05 mg/Kg IM ● Petidina - 2 mg/Kg IM ○ Prova: ■ para que é usado ■ metabolização (só no fígado) ■ acorda por redistribuição e não por metabolização ■ depressor cardiovascular, respiratório, intestinal e renal ● Propofol (não barbitúricos): ○ curto tempo de ação ○ recuperação rápida ○ nunca fazer rápido → SEMPRE infusão lenta ○ via de administração ■ IV → acidente extravascular = dor ○ rápida distribuição e depuração ■ indução e recuperação anestésica curta ■ primeiro vai para o cérebro → depois é redistribuído para os músculos (metabolização em uma velocidade constante - infusão contínua) ○ metabolização ■ vários sítios → agride menos o fígado (mais adequado para os hepatopatas) ● hepática ● renal ● pulmonar ● intestinal ● proteínas plasmáticas ■ gatos (slides) ● não metaboliza tão bem ● se anestesiar por mais de 4h = lesão oxidativa nas hemácias, recuperação prolongada ○ Mecanismo de ação ■ agonista gabaérgico ■ agonista glicinérgico ○ Efeitos ■ sistema cardiovascular (ruim para cardiopatas ou hemodinamicamente instáveis) ● mínima alteração na FC ● hipotensão arterial ● depressão miocárdica ■ sistema respiratório → SEMPRE ter uma sonda para intubar por perto ● depressão generalizada → dose dependente e muito velocidade dependente ○ sempre pode fazer apnéia → intubar e ventilar (se não for por excesso de dose, ele volta a respirar sozinho) ○ para diminuir a chance de dar apnéia → fazer muito lento (têm a fase excitatória) ○ sempre verificar a respiração ■ hepatotoxicidade e nefrotoxicidade reduzida em cães ■ hepatotoxicidade moderada em gatos ■ aprofunda mais tranquilo e acorda mais tranquilo ■ tirando cardiopatas ou hemodinamicamente instáveis SEMPRE usamos propofol ○ Usos → não usar para cirurgias, apenas para pequenos procedimentos ambulatoriais, para levar para anestesia inalatória, ou infusão contínua em TIVA (associações) ○ Indução anestésica ○ Anestesia de curta duração → desprovido de efeito analgésico ○ Anestesia intravenosa total (TIVA) ■ infusão contínua → não possui efeito acumulativo ■ mais complicada para fazer → usa-se em média 6 anestésicos diferentes para essa modalidade ○ Retorno mais tranquilo ○ Protocolos (sempre com MPA) ■ Protocolo A - com MPA ● Acepromazina - 0,05 mg/Kg IM ● Petidina - 2 mg/Kg IM ○ + Propofol - 5 a 8 mg/Kg IV ■ Protocolo B - com MPA + quetamina ● acepromazina - 0,05 mg/Kg IM ● tramadol - 2 mg/Kg IM ○ + propofol 3 mg/kg IV e quetamina 1 mg/Kg IV Propofol sem MPA (a dose fica MUITO alta): Dose = 10 a 20 mg/Kg ○ Prova ■ metabolização em vários sitios → bom para hepatopata ■ pode fazer infusão contínua → não é cumulativo ■ indução e recuperação confortáveis ■ baixa hepatotoxicidade e nefrotoxicidade ■ importante depressão cardiovascular ■ depressão respiratória dose-dependente, mas principalmente velocidade dependente ● Etomidato (não barbitúrico): ○ não possui efeito acumulativo ○ via de administração ■ exclusivamente IV = dor a aplicação (sempre) → não vê tanto nos animais por conta da MPA ○ metabolização ■ hepática (usar propofol em hepatopatas) ■ proteínas plasmáticas ○ mecanismo de ação ainda não está completamente esclarecido ○ aumenta o número de receptores GABA disponíveis ■ provavelmente desloca inibidores endógenos ○ efeitos ■ sistema cardiovascular (seguro) ● não antera FC, PA, resistência vascular periférica, DC, contratilidade cardíaca ● não sensibiliza o miocárdio a catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) → menos chances de arritmias ■ sistema respiratório (seguro) ● dose terapêutica → taquipnéia e redução do volume corrente ● doses elevadas → depressão respiratória por 10 min ■ sistema endócrino ● reduz a cortisolemia (cortisol) por até 6h → morte por deficiência de cortisol (por isso não se faz infusão contínua) → se tiver hipoadreno, têm que dar corticóide antes ● inibe a síntese de cortisol com uso prolongado → alta mortalidade em pacientes sedados por 5 dias ○ Indução anestésica de escolha em cardiopatas ou hemodinamicamente instáveis ○ Não usa em procedimentos ambulatoriais ■ o animal têm muito tremor → ruim para o proprietário ■ sempre associamos com midazolam → facilita na intubação também ○ Manutenção anestésica por períodos curtos ■ 10-15 min ■ pobre miorrelaxamento (associar midazolam sempre) → difícil de intubar (usado como pré para a anestesia inalatória) ○ Embora não possua efeito acumulativo não é empregado em infusão contínua prolongada ■ mioclonias, vômito e hipoadrenocorticismo ○ Protocolo ■ Tramadol - 2mg /Kg IM (se for um procedimento que envolva muita dor, usar um opióide mais forte - metadona por exemplo) ● + Etomidato - 1 a 2 mg/Kg IV ● Midazolam- 0,5 mg/Kg IV ○ Desconforto na hora de dormir e despertar ■ vômito, alucinação, difícil pós operatório ○ Prova ■ indução de pacientes cardiopatas e hemodinamicamente instáveis ■ associar midazolam na mesma seringa → mioclonia ■ não usar de forma repetida para não dar hipoadreno Tiopental (barbitúrico) Propofol (não barbitúrico) Etomidato (não barbitúrico) Quando usar (indução) - Equinos epilépticos - Epilépticos que não respondem ao Diazepam e Propofol - Indução do coma quando o paciente não pode usar propofol (alérgicos) - Eutanásia - Sempre (menos em cardiopatas/hemodinamicamente instáveis) - Associações na TIVA - Pequenos procedimentos ambulatoriais - Cardiopatas - Pacientes hemodinamicamente instáveis Efeitos - Depressão cardiovascular e respiratório - Cumulativo (lipossolúvel, não fazer infusão contínua) - Importante depressão cardiovascular - Depressão respiratória dose e velocidade dependente - Não cumulativo (infusão contínua) - Não cumulativo - Hipocortisolemia (não fazer infusão contínua, nem doses repetidas) - Pobre miorrelaxante (associar midazolam) Contraindi- cações - Hepatopatas - Obesos - Não há muitas por ter metabolização em vários sítios -Cardiopatas/hemodinamicamente instáveis - Hepatopatas Recuperação - Lenta (acorda por redistribuição) - Rápida e confortável - Muito desconfortável Casos Clínicos (MPA + geral) ● Paciente com hemorragia, PA boa, hemodinamicamente estável, precisa entrar para laparotomia (pouca dor) ○ MPA = tramadol/petidina ○ anestesia = propofol (não precisa usar benzo com propofol pq são mt parecidos) ● Paciente saudável, castração conveniência, fêmea (dor) ○ MPA = acepromazina, metadona ○ anestesia = propofol ○ dá para fazer com epidural também (morfina) Aula Prática Hovet 23.09 Prova Teorica - N1 30.09 Anestesia Geral Inalatória 07.10 Introdução: ● Definição: ○ é aquela obtida através da absorção de um anestésico inalatório pela via respiratória, passando para a corrente circulatória e atingindo o SNC, produzindo anestesia geral ● Uso: ○ para cirurgias mais demoradas e complexas ○ mais segura, porém mais difícil de fazer ● Funcionamento: ○ Divisão por compartimentos: ■ Aparelho de anestesia ● conexão do aparelho com o animal intubado ● 2% de anestésico ■ Alvéolos ● 1,2% de anestésico no alvéolo (porque o pulmão já está preenchido por ar atmosférico) na 1ª inspiração ● 1,5% de anestésico na 2ª inspiração ● e assim vai até chegar nos 2% igual na máquina (entrou em equilíbrio) ■ Sangue ● 0,6% de anestésico ● 0,8% de anestésico na 2ª inspiração ● e assim vai até chegar nos 2% igual na máquina (entrou em equilíbrio) ■ SNC ● 0,2% de anestésico ● 0,4% de anestésico na 2ª inspiração ● e assim vai até chegar nos 2% igual na máquina (entrou em equilíbrio) Os valores da concentração de anestésico colocados na máquina tendem a entrar em equilíbrio com a concentração no corpo do animal ● Vantagens: ○ é possível regular a concentração de anestésico no corpo do animal ○ controle maior na profundidade da anestesia → dá para aprofundar mais quando há muita dor em algum momento da cirurgia e superficializar em momentos que doem menos ○ se pode adequar a concentração dependendo da necessidade daquele indivíduo → raças que sentem menos ou mais dor (ex.: Pitbull sente menos dor do que outras raças) ○ slides: ■ tempo não é limitante ■ via de administração e eliminação ■ pouco metabolizados ■ manutenção da anestesia no plano desejado ■ facilidade de controle da anestesia ■ obrigatoriedade do fornecimento de oxigênio → pode-se deprimir a respiração (de forma segura, já que ele está recebendo mais oxigênio - pode chegar até 100%) ■ rápida indução e recuperação ● Características desejáveis: ○ pouco metabolizado ○ não serem irritantes à mucosa (sevoflurano não é, o isoflurano irrita a mucosa) ○ não inflamável (éter) ou explosivo (clorofórmio) ○ baixo coeficiente de solubilidade no sangue e gordura ○ não nefro ou hepatotóxico ○ não sensibilizar o miocárdio à ação das catecolaminas ○ odor agradável ● Fármacos: ○ halotano → quase não usado mais ○ isoflurano ○ sevoflurano *PROVA ● Coeficiente de solubilidade ○ quanto mais solúvel no sangue for o anestésico inalatório, mais lento para dormir mais lento para acordar ■ a parte que dissolveu no sangue não passa para o cérebro ■ o que não dissolveu = microbolhas → passa para o cérebro ○ saturação da solução → grande quantidade, perde capacidade de dissolução ○ aplicabilidade ■ halotano (muito solúvel) → aprofunda e superficializa de forma lenta ● ex.: bom para cirurgias em cavalos - precisa ter tempo para prepará-lo para o pós operatório ● o anestesista precisa antecipar a cirurgia ● mais fácil para anestesiar = pior rendimento ■ isoflurano (meio termo) ● mais fácil para manejar na cirurgia ■ sevoflurano (pouco solúvel) → aprofunda e superficializa rapidamente ● ex.: o animal sente dor na cirurgia e vc aumenta o anestésico, se o animal não parou de sentir quer dizer que precisa aumentar mais a concentração ● mais sensível e difícil de anestesiar → precisa estar 100% do tempo atento à anestesia ● melhor para o paciente = maior rendimento ● Concentração alveolar mínima (CAM %): ○ é a concentração de anestésico necessária para que 50% dos pacientes não manifestem dor evidente à exposição de dor mínima (incisão de pele) ○ aplicabilidade: ■ saber qual é a dose inicial para aquela espécie em específico (referência) → diminui risco de dor e morte ■ aumenta muito a segurança anestésica ■ para calcular → CAM para a espécie vezes 1,5 ○ fatores que diminuem a CAM (cai em prova de residência) → quando tiver um paciente muito debilitado, começar com a CAM mínima: ■ Hipotermia ■ Acidose metabólica ■ hipotensão (Pa < 50mmHg) ■ gestação ■ idade avançada ■ PaO2 menor que 40mmHg ■ PaCO2 maior que 95mmHg ■ Fármacos que deprimem o SNC (MPA, anestésicos injetáveis) ■ Uso de opióides no transoperatório ○ Fatores que aumentam a CAM: ■ hipertermia ■ estimulantes do SNC (anfetaminas) ○ Sevoflurano têm a maior CAM (menos pontente) - mais rápido (menor solubilidade) - metabolização intermediária (menos tóxico) ○ Isoflurano têm CAM intermediária (potência intermediária) - velocidade intermediária - menos metabolizado (toxicidade intermediária) ○ Halotano têm a menor CAM (mais potente) - mais devagar (maior solubilidade) - mais metabolizado ( + tóxico) ○ Quanto maior a CAM, menor a potência ● Ácido trifluoracético ○ ácido tóxico → é um metabólito das anestesias inalatórias resultante da sua metabolização hepática ○ responsável pela maioria das doenças dos médicos veterinários ■ aumenta câncer, quadros depressivos, doenças imunomediadas, teratogênicos em terço inicial de gestação (má formação fetal) ○ halotano é o anestésico que mais produz esse ácido ○ sevoflurano é melhor para hepatopatas por não formar o ácido trifluoracético ● Mecanismo de ação → não se sabe, várias teorias (7) ○ encéfalo e medula espinhal ○ principal local de ação: sinapses ○ alteram: ■ propriedades das membranas ■ atividade de receptores e canais iônicos ■ liberação e recaptação de neurotransmissores ● Comparação entre os anestésicos inalatórios ○ halotano ■ ruim para SCV - deprime ■ extremamente depressor respiratório ■ muito hepatotóxico ■ muito nefrotóxico ■ teratogênico e induz aborto ○ isoflurano ■ deprime menos o SCV ■ é mais vasodilatador do que o sevoflurano (bom para ICC) → maior diferença entre eles, o resto são iguais ■ iso e sevo deprimem a respiração de forma parecida, sevo é melhor porque não irrita a mucosa e o odor é bom (melhor para o paciente) ■ hepatotoxicidade intermediária ■ nefrotoxicidade igual ao sevo ○ sevoflurano ■ deprime menos o SCV ■ menos hepatotóxico ● Resumo: ○ Quando o sevo têm vantagem sobre o iso: ■ indução na máscara → rápido e odor bom ■ hepatopatas ■ cardiopatas ou hemorragias, exceto as cardiopatias onde vasodilatar seja vantajoso (ICC) → vasodilatação maior do que o iso ○ Usar o iso (mais barato) quando nãoprecisa usar o sevo ○ Halotano não é mais usado ■ sem vantagem nenhuma ■ muito ruim ● Riscos da exposição aos anestésicos inalatórios ○ cefaléia, náusea, fadiga e irritabilidade ○ prevalência de abortos, anomalias congênitas, tumores, doenças hepáticas ● Cuidados para reduzir a poluição ○ sistema anti poluente do ambiente (na veterinária deve-se pedir junto com a máquina) → faz exaustão dos anestésicos ○ Cuff ○ uso mínimo de máscara e sistemas abertos ○ evitar vazamentos ○ sistemas antipoluentes Estágios e Planos Anestésicos Aparelhos e Circuitos Anestésicos 14.10 Estágios e Planos Anestésicos: ● Qualquer anestésico, tanto inalatório quanto injetável, antes do animal acalmar ele vai excitar: ○ Primeiro estágio → consciente, agitado, com todos os reflexos presentes e as pupilas dilatadas. ○ Segundo estágio → perde a consciência, mas continua agitado (pedalando , uivando , tenta se mexer, mas se arrasta) e todos os reflexos ainda estão presentes. ○ Terceiro estágio (é dividido em 4 planos)→ quando o animal acalma. ○ Quarto estágio → não há mais nenhum reflexo, pupila dilatada e o animal entra em apnéia ● O ideal é que o animal esteja no 3° estágio e não ultrapasse o 3° plano ● Caninos: ○ Primeiro plano → pode ou não perder o reflexo podal (o animal puxa a pata mas não aparenta sentir dor) ○ Segundo plano → perda do reflexo podal, olho rotacionado, reflexo palpebral lentificado e começa a perder o reflexo laringotraqueal, relaxamento da mandíbula ○ Terceiro plano → centralização do olho, miose, sem reflexo palpebral e sem reflexo laringotraqueal ○ Quarto plano → midríase, perda de todos os reflexos (neste plano a maioria dos animais consegue voltar, mas alguns podem vir a óbito - choque, perda de toda a atividade cerebral) ● Felinos: ○ Primeiro plano → o animal fica mais calmo sem perder nenhum reflexo ○ Segundo plano → pode ou não perder o reflexo podal ○ Terceiro plano → perda do reflexo laringotraqueal (cuidado, gatos perdem parcialmente esse reflexo, para entubar deve-se aplicar lidocaína em spray na glote), reflexo palpebral lentificado, globo ocular rotacionado, relaxamento da mandíbula ○ Quarto plano → midríase, perda de todos os reflexos e apnéia * No gato, a intubação é feita na transição do 2° para o 3° plano com o uso de lidocaína * O tônus de mandíbula é muito importante em gatos, o primeiro sinal de superficialização para essa espécie é a rigidez mandibular Aparelhos e Circuitos Anestésicos: ● Funções: ○ distribuir concentração adequada e segura de oxigênio para o paciente ○ distribuir gases ou vapores anestésicos para o paciente ○ remover o dióxido de carbono (CO2) exalado pelo paciente ● Componentes: ○ cilindros com gases ○ válvula redutora ○ mangueira/chicote ○ fluxômetro ○ vaporizador ■ universal ■ calibrado ○ sistema respiratório ● Cilindros com gases ○ padronização de cores ■ verde = oxigênio ■ azul = óxido nitroso ■ verde/cinza claro = ar comprimido ■ amarelo = outros componentes ● Válvula redutora ○ reduz a pressão dos gases dentro do cilindro para valores utilizáveis pelos aparelhos anestésicos ○ monitora o consumo dos gases ● Mangueira/chicote ○ conectar a válvula redutora ao aparelho anestésico ● Fluxômetro ○ mensura e controla o fluxo de gases, onde deve-se ter um fluxômetro para cada gás empregado ● Vaporizadores ○ converte o líquido anestésico em vapor, além de controlar a concentração administrada ■ Universal (mais barato e menor manutenção) → não é específico para o agente empregado e não demonstra a concentração administrada ■ Calibrado (caro e necessita manutenção intensa) → é específico para cada agente anestésico, e demonstra a concentração empregada, onde a característica importante é o sistema interno de compensação de alterações térmicas ● Sistemas anestésicos ○ Sistema aberto ■ não utiliza equipamentos específicos ● máscara com algodão embebido ● caixa ou cuba de indução ● Classificação dos sistemas respiratórios ○ Avalvulares (“Mapleson”) ■ sistema respiratório sem absorvedor de CO2 ● traquéias corrugadas ● orifício de alívio ● balão reservatório ○ Valvulares (mais utilizado) ■ sistema respiratório com absorvedor de CO2 circular ● válvula unidirecional inspiratória → responsável pelo direcionamento de gases frescos em direção ao paciente, além de evitar que o volume expirado retorne ● traquéias corrugadas → condução dos gases, adequar sempre ao tamanho do paciente (redução de resistência) ● válvula unidirecional expiratória → direciona os gases expirados (também há anestésico) para o aparelho e evita que este retorne para o paciente ● válvula de alívio (Pop-off) → alivia o excesso de gases no circuito e altera o grau de reaproveitamento dos gases expirados ○ sistema semi-fechado → a válvula de alívio fica aberta, sendo indicado durante a indução anestésica, porém não reaproveita os gases expirados ○ sistema fechado → a válvula fica fechada a maior parte do tempo proporcionando maior reaproveitamento dos gases expirados, sendo indicado para manutenção anestésica ● balão reservatório → reservatório de oxigênio e anestésico, monitora a amplitude e frequência da respiração, proporciona ventilação manual assistida e controlada do paciente, o tamanho do balão deve ser no mínimo de 3 a 5 vezes o volume corrente do paciente ● canister com cal sodada ou baritada → canister é o nome do reservatório que contém os grânulos (cal sodada é o mais utilizado), reabsorve o CO2 expirado, aquece e umidifica os gases Particularidades da Anestesia de Equinos 21.10 Introdução: ● EGG → único anestésico específico para os equinos ● Quadros de cólica grave → maior complexidade ● Precisa ficar de pé no pós operatório → animais extremamente pesados, compressão de estruturas ○ Se não houver chances do animal levantar, não há possibilidade de realizar a cirurgia ○ Reposicionamento anatômico (colocá-lo em decúbito esternal) Pré-Anestésico: ● Hidratação: ○ Cristalóide (RL) – primeira escolha, usar SEMPRE ■ Hidratação lenta → precisa ser mais rápido, animal não têm tempo ■ Edema ■ Hemodiluição ○ Hipertônica → usar em casos de emergência (vai mais rápido - restabelecimento da volemia) ■ Expansor plasmático ■ Desidratação extravascular ■ Mantem a volemia durante 1h → EMERGÊNCIA (situações que precisa melhorar rapidamente) ● Jejum ideal de 24h sólido e 6h hídrico: ○ Jejum mínimo → 4 a 8h sólido ○ Lavagem estomacal ■ prevenção de ruptura de estômago quando o animal cai no chão ● Mucosas e TPC: ○ Hiperêmica na foto (mais pálida em estado normal) ○ Mucosas hiperêmicas = inflamação = dificuldades anestésicas ■ Sistema cardiovascular ● Paracentese abdominal: ○ Presença de fibras (ruptura) ■ eutanásia ○ Diz o nível de inflamação → dificuldades anestésicas ● Palpação retal: ○ Indica alterações importantes para a anestesia ■ Cólica - muita dor ○ O quadro nos diz o quanto é necessário se usar de analgésico Intensidade da dor e Resposta aos Analgésicos: ● Escopolamina ○ cólicas hipertônicas ○ se responder bem a esse medicamento, a cirurgia pode ser adiada → caso clínico ● AINES (Flunixin meglumine - Banamine) ○ não respondeu à escopolamina (pode associar com dipirona) ○ cólicas hipotônicas ○ se melhorar, o prognóstico ainda é bom ● Alfa2-agonista ○ usar se não melhora com AINE ○ Xilazina ■ escolha por durar menos tempo (40 min) → mascara a dor por menos tempo e ajuda a diagnosticar ○ se melhorar, prognóstico reservado ● Opióides ○ usar se não melhora com Alfa2 ○ Butorfanol (cavalos com menos dor) ou Morfina (cavalos com muita dor) ○ prognóstico ruim (provavelmente é uma cólica estrangulativa) Higienização do paciente: ● Demora muito tempo para preparar um cavalo para a cirurgia ○ Lavar e limpar antes de entrar no centro cirúrgico → otimização de tempo ● Lavar a boca → entubar ● Tricotomia e antissepsia ● Se demorar muito (animal em decúbito dorsal): ○ Dispnéia - apnéia por distensão de estruturas abdominais (gases e alimento) Exame Clínico: ● Anamnese ○ Medicaçõesque já foram administradas (muito comum dar em haras) ● Ex. físico ○ Paracentese, ausculta cardíaca, respiratória e intestinal ● Complementares ○ Emergência → não dá tempo de fazer ○ Exames pré-operatórios em casos não emergenciais ● Avaliação das características físicas e comportamentais ○ Animais bravos → sedar antes de qualquer procedimento ou transporte até o centro Medicações Pré-Anestésicas (prova): ● Tranquilizantes: ○ Só pode usar Acepromazina (quase não é mais usado) ■ Efeito tranquilizante discreto ■ Efeito extrapiramidal por bloqueio de dopamina ● não pode andar se fizer IV, perde o equilíbrio ■ Efeitos exclusivos dos cavalos → Priapismo e ataxia ■ Desejáveis → tranquilização, antiemético, antialérgico ■ Indesejáveis → hipotensão, hipotermia, diminui limiar convulsivo, diminui hematócrito, esplenomegalia (hemácias migram para o baço) e priapismo (garanhões: ereção sem retorno = ruptura da musculatura = amputação de pênis) ● Anticolinérgicos: ○ Escopolamina (IM) → única medicação que pode usar ■ Efeito discreto ■ Usar para: ● Tratamento ou prevenção de bradiarritmias (BAVs) - 3% têm BAVs assintomática ● Redução da motilidade intestinal ■ Efeitos colaterais → taquicardia, queda da motilidade visceral ■ Indicação → tratar bradiarritmias (FC mais baixa), hipermotilidade/cólicas (diminui a motilidade), associar a fármacos que ativam o parassimpático (ex.: imizol) ■ Contraindicação → taquiarritmias e hipomotilidade ● Benzodiazepínicos: ○ Usar SEMPRE ○ Diazepam ou Midazolam (usar quando há problemas com metabolização) ■ Junto com o fármaco de indução ○ Desejáveis → efeito sedativo, miorrelaxantes, anticonvulsivante, antiemético potente, mínimas alterações hemodinâmicas (pressão e FC) ○ Indesejáveis → exitação, efeito paradoxal (efeito diferente do esperado, chances maiores em aplicações IV do que IM, dose dependentes), depressão respiratória (mais potente em filhotes) ○ Segundo grupo mais seguro de MPA ○ ● Alfa2-agonista: ○ MPA mais importante para o equino ○ Xilazina (usar só quando não der para comprar detomidina) ou detomidina (sempre melhor) ■ só não usa quando: ● é potro muito novo ● o animal já está deitado ■ Facilita a queda e aumenta a segurança (cuidados no tombo) → sedação, relaxamento muscular, analgesia visceral e ataxia ■ Bradicardia, redução do débito cardíaco, depressão respiratória, hipertensão seguida de hipotensão ■ Desejáveis → sedação (mais potente de todos), relaxamento muscular (segundo mais potente), analgesia visceral discreta ■ Indesejáveis → diminuição de ADH (PU), hiperglicemia, aumento e redução da motilidade intestinal, ação simpatolítica (bradicardia, BAVs, inotropismo negativo, hipertensão arterial fugaz, hipotensão arterial, depressão respiratória, salivação, êmese) ● Opióides: ○ muito parecido com pequenos ○ petidina e tramadol para dor fraca ○ butorfanol e morfina para dor forte ○ fentanil = bradicardia (não recomendado) ○ usa mais morfina que metadona (cavalos não vomitam, então pode dar morfina) ○ petidina não pode ser usado IV, têm que ser IM (histamina) ○ mais utilizados → petidina e morfina ○ sempre usar ● EGG: ○ Relaxamento muscular → aumenta a segurança da anestesia mas não é obrigatório ○ Desejáveis → relaxamento muscular, analgesia muito discreta, sedação discreta ○ Indesejáveis → discreta depressão respiratória (mais importante no potro ou em overdose) ○ Éter Gliceril Guaiacol (EGG)/Guaifenesina ● Resumo: ○ SEMPRE → opióides, benzodiazepínicos e miorrelaxante (EGG) ○ QUASE SEMPRE → alfa2-agonísta (menos potros e animais deitados) ○ BAVs e hipermotilidade → escopolamina ○ Tranquilizantes (animais agitados) → cuidado com hipotensão, hipotermia, diminui limiar convulsivo, diminui hematócrito, esplenomegalia (hemácias migram para o baço) e priapismo (garanhões: ereção sem retorno = ruptura da musculatura = amputação de pênis) R$ 500 de gasto mínimo sem soro Saber prognóstico dependendo da analgesia ● Como saber se a MPA funcionou → pronto para aumentar o fármaco de indução: ○ abertura do quadrilátero de apoio ○ cabeça baixa ○ se ele não fizer isso = aumentar a dose ■ evita acidentes Indução Anestésica: ● Indução rápida e suave ○ sempre intravenosa ● Relaxamento muscular adequado ○ importância dos adjuvantes → 3 tipos de relaxantes diferentes ● Local tranquilo e acolchoado ● Acompanhamento do animal ○ deixá-lo encostado na parede → não deixa que ele rode para cair no chão ○ ideal é que o cavalo sente antes de tombar → levantar a cabeça do animal ● Indução: ○ Quetamina - principal anestésico de indução para os equinos (é o melhor) - prova ■ pois usa-se alfa2 agosnista, melhora a hemodinâmica ■ não fazer em epilépticos e/ou trauma craniano ○ Tiopental ○ Propofol ● Quetamina: ○ Efeitos ■ Hipertonia muscular (benzodiazepínicos + alfa2-agonistas) ■ Padrão respiratório apnêustico ■ Taquicardia ■ Aumento da PA e DC ○ Dose → 2,0-3,0 mg/kg IV ● Tiopental sódico: ○ Efeitos ■ Intensa depressão cardiovascular e apnéia transitória ■ Bom relaxamento muscular ■ Queda brusca ■ Recomendado somente para animais hígidos ○ Dose → 6-12 mg/kg ○ usa para os que não podem usar quetamina ■ epiléptico e trauma craniano ● Propofol ○ Efeitos ■ Bolus/infusão contínua ■ Ausência de excitação (sedativos) ■ Miorrelaxante moderado e ausência de analgesia ■ Depressão respiratória ■ Hipotensão arterial ○ Dose → 2 mg/kg ○ Não é tão utilizado por ser necessária a indução lenta para não causar apnéia, mas o equino precisa de indução rápida para cair no chão ■ USA → entuba com endoscópio/endoscopia (estrutura diferenciada) ■ BR → traqueostomia ● Etomidato??? ○ Teoricamente a principal indicação é para cardiopatas ○ Poucos relatos de sucesso ■ Muitos acidentes nas induções anestésicas ■ Mioclonias ■ Difícil intubação ○ NÃO FAZER ● Primeiro plano: ○ Nistagmo ■ cuidado → ainda consegue dar coice ● Segundo plano: ○ Para o nistagmo ○ Leve redução do estímulo palpebral ● Terceiro plano: ○ Reflexo corneal ○ Miose ○ Perde reflexo palpebral ● Quarto plano: ○ Perde reflexo corneal ○ Midríase Planos Anestésicos: Anestesia Inalatória: ● Intubação ○ Feita por posicionamento de cabeça → esticar bastante a cabeça ● Equipamentos ○ Igual ao de pequenos, em proporções maiores ● Posicionamento: ○ Cuidado com os membros → acolchoamento (diminuição da compressão) + afastar os membros (um para frente e outro para trás, abrir os membros que estão em baixo) ● Halotano ○ Coeficiente de solubilidade -2,3 ○ CAM - 0,87 ○ Maior sensibilização ● Isoflurano ○ Coeficiente de solubilidade -1,4 ○ CAM - 1,2 ○ Recuperação mais brusca Adjuvantes na Analgesia: ● Opióides trans-operatórios → não é bom para equinos ○ efetividade duvidosa ○ provável piora do prognóstico ○ para evitar → fazer infusão (IV) contínua de lidocaína diluída no soro (diminuí o uso de anestésico em 25%, efeito benéfico no intestino) ● Lidocaína ○ Dose de carregamento (1 mg/kg) ○ Infusão (0,5 mg/kg/min) ○ Reduz 25% ○ Estabilidade pressórica ● Principal complicação transoperatória em equinos- prova: ○ Hipotensão arterial ○ 95% das vezes ○ Animal hipotenso no transoperatório que não tomou hipertônica ■ dar hipertônica ■ se continuar hipotenso → dobutamina (é melhor) ou efedrina Adjuvantes no Tratamento da Hipotensão Arterial: ● Hipertônica (7,5%) ○ 4 mL/kg ○ Aumenta sobrevida em cólicas ○ Expansão plasmática ● Dobutamina ○ 0,5 a 5 mcg/kg/min ○ Bradicardia ou taquicardia associado a arritmias ○ Inotropismo positivo ● Efedrina ○ 0,06 mg/kg ○ mais efetivo em vasodilatação ○ aumenta o retorno venoso Monitorização: ● ECG - ecocardiograma (obrigatório) ○ Arritmias ● Pressão arterial média (obrigatório) ○ 60 a 90 mmHg - saber (igual para todas as espécies) ■ Se passar de 90 mmHg = DOR ○ Hipotensão ○ Hipertensão ● Oximetria (obrigatório) ○ 92 a 98% ● Capnografia (mede CO2 na respiração) ○ depressão respiratória ● Hemogasometria ○ equilíbrio ácido base ○ disfunção respiratória ● Eletrólitos ○ Ca e K MONITORIZAÇÃO: PRESSÃO ARTERIAL É OBRIGATÓRIOE O MAIS IMPORTANTE (pressão arterial média) Monitoramento de todos os parâmetros = melhor Fatores inflamatórios = prejudicam o coração, dificultam a anestesia. Ficar atento ao procedimento: Bactérias intestinais presentes na circulação (necrose, inflamações severas)→ miocardite, animal descompensa Recuperação anestésica: ● Piso não escorregadio e acolchoado ● Posicionamento ● Ambiente tranqüilo ● Ajuda para levantar ● Recuperação excitada = sedar novamente ● Sonda Nasotraqueal (não vende no brasil) - ideal é oxigenar no pós operatório ● PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES SÃO MIOPATIAS PÓS-ANESTÉSICAS E NEUROPATIAS COMPRESSIVAS POR TRAUMAS OU DECÚBITO PROLONGADO ○ Ideal é levantar em 1h ○ Estimular o animal para acordar e levantar ■ Coisas que fazem barulho e não machuquem ● Ajudar a levantar prendendo com cabresto e uma corda no rabo (roldanas) Possibilidades a Campo (não cai em prova): ● Xilazina ( 1 mg/kg) + Petidina (1 mg/kg) E Quetamina (2 mg/kg) + Diazepam (0,1 mg/kg) → procedimento curto (castração, sutura, imobilização) ○ Período hábil: 15 a 20 minutos ○ Reaplicações (1x): meia dose de quetamina e diazepam (+ 10 min) ○ Recuperação suave em 45 minutos ○ diazepam (0,1 mg/Kg): 5 minutos ● Xilazina ( 1 mg/kg) + Tramadol (1 mg/kg) E Tiletamina/Zolazepam (1,5 mg/kg) ○ NÃO FAZER → não pode reaplicar ○ Período hábil: 25 a 35 minutos ○ Reaplicações: depressão respiratória ○ Recuperação mais agitada em 1 hora ● Xilazina (500 mg) + EGG (50g) + Quetamina (2000 mg)/Litro ○ Triple triple ○ Diluído no soro (RL), abre tudo e monitora → infusão contínua com ele deitado ○ Mais de uma hora ○ Decúbito → 1 a 2 ml/kg, rápido ○ Proporciona manutenção com a solução ■ 2,2 ml/kg/h ■ Boa recuperação ○ Cuidado com bradicardia e depressão respiratória ○ Monitoração: ■ Globo ocular ● reflexo palpebral ● nistagmo ● lacrimejamento ■ Frequência e amplitude respiratória ● mucosas ■ Frequência e ritmo cardíaco ● TPC ■ PA Anestesia Dissociativa - considerações finais: ● Procedimentos com tempo de duração inferior a 1h ● Sempre associado a potentes relaxantes musculares ● Sempre que possível suplementar oxigênio com ventilação assistida Prova: ● Visão voltada para equinos ● Efeitos desejáveis e indesejáveis ● Risco e ASA não cai ● Planos anestésicos ● Anestésicos inalatórios ○ Coeficiente de solubilidade ○ Cam ○ Metabolização ○ Diferenças ● Prognóstico equinos ● Medicações para equinos ● Complicações ● Não cai anestesia injetável a campo Aula Prática Hovet 28.10 Prova Teorica - N1 04.11 Anestésicos Locais e Anestesia Locorregional em Cães e Gatos 11.11 Mecanismo de Ação: ● Porção não ionizável → responsável pela penetração ● Porção ionizável → se liga aos receptores proteicos nos canais de sódio e impede o influxo do fármaco de modo a bloquear a condução nervosa Farmacocinética: ● Locais muito vascularizados → a anestesia dura menos ○ absorção do anestésico pelo sistema vascular → mais perigoso haver intoxicação ○ maior tempo de ação em locais poucos vascularizados = absorção lenta ● Tecidos inflamados ○ anestésico não pega muito bem nesses tecidos → tecido inflamado é ácido e o anestésico é alcalino ■ alcalino + ácido = molécula ionizada (não penetra no tecido) ○ bloqueio à distância do local inflamado ○ também não funciona com traumas recentes (48h com AI) ● Associação com vasoconstritores: ○ benefícios: ■ menor chance de intoxicação ■ o bloqueio dura mais tempo ■ possibilita aumentar o volume que pode ser usado ○ quando não se pode usar (risco de óbito/lesão definitiva): ■ cardiopata grave e hipertenso (vasoconstritor é adrenalina) ■ diabético (vasoconstritor é um fator de resistência à insulina - induz cetoacidose diabética) ■ não pode usar em extremidade (necrose do tecido) ■ em feridas com vascularização terminal (vasoconstrição na vascularização dos bordos da ferida = necrose) ■ em feridas muito extensas com acometimento vascular (necrose) Fármacos: ● Cloridrato de Tetracaína (Ametocaína, Pantocaína, Decicaína) ○ extremamente potente e tóxica ○ demora muito para agir ○ apenas anestésico local tópico → colírio ou pomada ■ muito utilizada para bloqueio oftálmico ● curetagem/cauterização química para tratamento de úlcera de córnea → associar com o colírio de Tetracaína ○ dose máxima permitida = 1 mg/kg ■ animais com menos de 1 kg = UMA GOTA POR PACIENTE (fazer o procedimento em duas etapas, um olho de cada vez) ● Cloridrato de Lidocaína (Xilocaína, Liquocaína, Anestacon) ○ Rápido início de ação ○ Latência curta ○ Tempo de ação de até 2h ○ Difunde bem ■ difunde = espalha pelo tecido e atinge o nervo (diminui a chance de erro e aumenta a chance de efetividade da anestesia) ● feito para ser injetado no nervo (não injetar quando for muito difícil de empurrar o êmbolo) ● injetar em volta de pelo menos ¾ do nervo inteiro para que o anestésico funcione ○ Injetável ■ concentração de 0,5 a 2% ○ Tópico ■ concentração de 4 a 10% ○ Dose máxima permitida → 7 mg/kg (9 mg/kg associado a adrenalina) ■ mais do que isso pode intoxicar o animal ○ Anestésico local não funciona em pele íntegra ■ Enla → única pomada que possui uma enzima que aumenta o grau de penetração ● Cloridrato de Bupivacaína (Marcaína, Carbostesin, Neocaína) ○ 3 a 4 vezes mais potente que a lidocaína ○ dura mais tempo ■ 180-500 min ○ mais tóxica → principalmente cardiotóxica (arritmia) ■ usar apenas quando precisa ○ concentrações usadas ■ 0,25%, 0,375%, 0,5%, 0,75% ○ Dose máxima permitida 2-4 mg/kg ● Cloridrato de Ropivacaína (Naropin) ○ Anestésico local mais moderno da veterinária ○ Mais seguro que Bupivacaína (mais caro) → chance de óbito é quase 0% ○ Não relaxa tão bem a musculatura ○ Usar para cesária em filhotes que têm grau de sofrimento fetal → menor toxicidade fetal ■ apgar melhor, reflexo de sucção mais cedo Preparação do Paciente: ● Avaliação pré-anestésica ● Jejum alimentar e hídrico ● Antissepsia nos pontos de inserção da agulha ● Utilização de material estéril ● Estabelecer um acesso venoso ● Sedação adequada do paciente → evitar lesões ● Possuir material para pronto atendimento em casos de complicação Classificação das Técnicas Anestésicas: ● Anestesias tópicas: ○ feridas abertas, olhos, mucosas orais e nasais ○ lidocaína de 4-10% ○ tetracaína de 1-2% e colírio a 0,5% ○ aplicabilidade: ■ sutura ● colocar o anestésico local dentro da ferida e injetar com a agulha por dentro da ferida → evita que o paciente sinta dor na anestesia ■ colírio ■ fixação de sonda uretral → anestesia com solução em gel pela mucosa (suturar de dentro para fora) ■ gel de lidocaína para retirar sonda uretral ● Anestesia infiltrativa (não é preciso atingir o nervo, infusão no tecido): ○ botões intradérmicos ○ infiltrações subcutâneas ○ infiltração profunda (musculatura) ○ intratesticular ○ vantagens: ■ precisa saber pouca anatomia ■ menos falhas ○ desvantagens: ■ gasta mais anestésico, mais caro ● Bloqueio intercostal: ○ aplicabilidade ■ mastectomia, toracotomia, drenagem de tórax, fratura de costela, etc ○ o nervo passa grudado por trás da costela ○ no mínimo 5 pontos ■ a costela do procedimento + 2 craniais + 2 caudais ○ 0,2 ml por costela ● Anestesias perineurais: ○ bloqueios de nervos pré-selecionados específicos (saber exatamente onde aquele nervo inerva e sua anatomia) ■ exemplo: bloqueio de nervo ulnar ○ emergência de forames ○ grandes nervos e suas ramificações ○ alta precisão ○ conhecimento anatômico e muita prática do anestesista ○ volumes baixos de anestésicos ■ mais seguro ○ principais bloqueios perineurais (técnicas fáceis): ■ infraorbitário ● forame fica na linha do 4° pré molar superior ● precisa tampar o forame com o dedo na hora de injetar (para que ele não saia) ■ mentoniano ● caudal ao canino ● usado muito para gatos com disjunção de mandíbula ■ mandibular ● forame por dentro da mandíbula ● técnica intraoral → % de erro maior ● extraoral (palpa por dentro da boca e direciona a agulha por fora da cavidade oral) ● usado para qualquer procedimentoem mandíbula ● Bloqueio de plexo braquial: ○ inervação dos membros torácicos ○ junção de todos os nervos = próximo à primeira costela → lugar certo para injetar o anestésico ■ dá para palpar o nervo na 1ª costela, quando esse nervo é pressionado, o pulso da artéria axilar para ○ injetar em três etapas ● Anestesia intravenosa Bier: ○ técnica muito usada ○ fixação de veia com PRN ○ garrote forte na altura do cotovelo ou da tíbia ○ tira um pouco de sangue e injeta anestésico (troca de sangue por anestésico local) ○ vai anestesiar toda a porção até o garrote ○ limitações: ■ não pode tirar o garrote com menos de 30 min ■ só pode operar por no máximo 1h30min para não causar isquemia no membro ○ amputação de dígito, osteossíntese... ● Anestesia epidural/extradural/peridural: ○ o anestésico não vai para a medula ■ ele vai fora da dura-máter → não deve vir líquor ■ injeta por fora das meninges ■ sai pelos forames intervertebrais e anestesia os nervos que estão saindo da coluna (não bloqueia a medula) ○ não deve ser tão profunda ○ vantagens: ■ ótima analgesia ■ mais segura (menor tempo de internação) → reduz morbidade e mortalidade ■ reduz efeitos sistêmicos de fármacos (diminui a quantidade do fármaco) → bom para quando precisa de analgesia contínua ○ efeitos cardiovasculares: ■ bradicardia e hipotensão ○ efeitos respiratórios: ■ depressão respiratória ○ efeitos gastrointestinais: ■ hiperperistaltismo intestinal, náuseas e vômitos ○ quando não fazer: ■ deformidade da coluna vertebral ■ infecções no local da punção → dermatites ■ hipovolemia ■ choque circulatório ■ sepse/bacteremia ■ doenças neurológicas centrais ■ coagulopatias ■ heparinização plenas com alteração no coagulograma Ligamento amarelo/flavum: quando passa por ele, sente a agulha crepitar (agulha atravessando o ligamento) Como saber que a agulha está no lugar certo: - perda de resistência (vácuo) → conectar um equipo com soro na agulha, se o soro descer, está no lugar certo (melhor técnica) - gota pendente → colocar uma gota de soro na agulha, quando acerta o espaço da epidural, a gota desce (pode ter falha com pequenos e sem falhas para equinos e ruminantes) - assobiar aspirativo (bovinos) - punção sangue e/ou líquor → não pode vir nada quando aspira L7-S1 Gato → a medula vai até a S2 (maior chance de punção de medula), lugar mais seguro é o sacro-coccígeo (porém é mais difícil) ● Cálculo de epidural (Vt = 0,3 ml/kg): ○ Lidocaína, [] 2%, 4 mg/kg + Morfina, [] 10 mg/ml, 0,1 mg/kg → animal de 10 kg ■ Ql = 2 ml ■ Qm = 0,1 ml ● Qm + Ql = 2,1 ml ● o animal precisa de um volume total de 3 ml, então deve-se adicionar 0,9 ml de solução fisiológica aos fármacos ○ Bupivacaína, [] 0,5%, 1 mg/kg + Morfina, [] 10 mg/ml, 0,1 mg/kg → animal de 15 kg ■ Qb = 3 ml ■ Qm = 0,15 ml ● Qm + Ql = 3,15 ml ● o animal precisa de um volume total de 4,5 ml, então deve-se adicionar 1,35 ml de solução fisiológica aos fármacos * O volume pode varias 10% (volumes maiores fazem com que o anestésico atinja maior extensão): animais com colunas longas, animais que precisam de anestesia somente em MP * O PESO PARA O CÁLCULO DEVE SER FEITO COM O PESO IDEAL DO ANIMAL, E NÃO PELO PESO REAL!!!! Aula Prática Hovet 18.11 Anestesia Locorregional em Equinos e Ruminantes 25.11 EQUINOS Bloqueio Supraorbitária: ● Utilizado para procedimentos dolorosos em topografia de osso craniano frontal ● Bloqueia o músculo oblíquo da testa ● Entrar pouco com a agulha para não perfurar o olho CUIDADO! Bloqueio Infraorbitário: ● Bloqueia região lateral do crânio ● Trepanação (sinusite) Bloqueio Mentoniano: ● Procedimentos em mandíbula Anestesias para Cirurgias Palpebrais: ● Cirurgias oftalmológicas → retirada de tumor, inserção de sonda de lavagem enucleação... Anestesia Epidural: ● Cirurgias de períneo (reconstrução vulvar, plastia, sutura, retirada de tumor, distocias…) Anestesia para Orquiectomia: ● Intratesticular Anestesia dos Membros: ● Bloqueio do nervo digital palmar/plantar: ○ talão e navicular ○ não serve para cirurgia, apenas diagnóstico ● Bloqueio do nervo abaxial do sesamóide: ○ parte posterior do casco e solo ○ neurectomia do digital/cirurgias ● Bloqueiode 4 pontos baixos: ○ nervos digitais palmares/plantares ○ nervos metacarpianos/metatarsianos ● Bloqueio 4 pontos altos: ○ nervos digitais palmares/plantares ○ nervos metacarpianos/metatarsianos RUMINANTES Anestesia infiltrativa de corno: ● Descorna: ○ infiltra em volta do ramo cornoal Anesesia Para procedimentos em Globo Ocular: ● Bloqueio retrobulbar ○ carcinoma de 3ª palpebra Membros: ● Amputação de dígito ● remoção de hiperplasia interdigital ● Anestesia de bier (garrote no local mais fino do membro) Flanco: ● L invertido ● Paravertebral ○ Menos traumático N2 - 02.12
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