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1 Clínica Médica Tuberculose Arthur Linhares de Almeida : 201910865 : UniFOA Introdução → ag etiológico – Mycobacterium tuberculosis → acomete mais frequentemente os pulmões, mas 1/3 dos casos são em outros órgãos → curável na grande maioria dos casos se adequadamente tratada → se não tratada pode ser fata em 5a em até 65% dos casos → transmissão – disseminação aérea de aerossóis por pacientes com TB pulmonar infecciosa Epidemiologia → OMS estimou 9 milhões de casos novos no mundo em 2013; 1,1 milhão destes casos foram associados à infecção pelo HIV, e 78% desses casos associados ao HIV ocorreram na África → ocorre subnotificação → final da década de 80 e início de 90 houve aumento do número de casos em países industrializados e teve grande relação com aumentos dos casos de HIV 2 Clínica Médica Da exposição à infecção → mais comumente transmitido de pessoa com TB pulmonar infecciosa por núcleos de gotículas (q são aerolizados por tosse espirro ou fala); pode haver até 3mil núcleos infecciosos por episódio de tosse → podem permanecer suspensas no ar durante várias horas e alcançar vias aéreas terminais se inaladas → outras vias de transmissão (ex.: pele ou placenta) são incomuns → risco de transmissão e subsequente aquisição da infecção é determinado principalmente por fatores exógenos → a probabilidade de transmissão depende de fatores como: probabilidade de contato com uma pessoa que apresenta a forma infecciosa, intimidade e duração desse contato, o grau de infectividade do caso e o ambiente compartilhado no contato → qnd o escarro apresenta BAAR visíveis à microscopia (esfregaço positivo) existe maior chance de transmissão; pacientes mais infectantes normalmente apresentam doença pulmonar cavitaria e menos comumente TB laríngea → no geral não são infecciosos os pacientes com TB pulmonar negativa e TB extrapulmonar Da infecção à doença → o risco de desenvolver a doença após ter sido infectado depende, em grande parte de fatores endógenos, como as defesas imunológicas inatas e não imunológicas do indivíduo TB Primária → doença clínica q ocorre diretamente após a infecção → ocorrência comum em crianças nos primeiros anos de vida e em indivíduos imunocomprometidos → pode ser gave e disseminada, mas não está associada a alto nível de transmissibilidade TB Secundária → qnd a infecção é adquirida em pacientes com mais idade é provável que o sist. imune por ser maduro possa conter pelo menos temporariamente o M. tuberculosis → qnd bacilos latentes se reativam produzem a TB secundária/pós-primária → costuma ser mais infectante que a primária por produzir cavitação Evolução e Reinfecção → estima-se que até 10% dos indivíduos infectados acabarão desenvolvendo doença ativa durante a sua vida – metade deles durante os primeiros 18 meses após a infecção; risco mt maior entre indivíduos infectados pelo HIV → em áreas com altas taxas de transmissão de TB é comum a reinfecção de um indivíduo previamente infectado podendo favorecer o desenvolvimento da doença Distribuição → incidência é mais alta em homens no final da adolescência e início da vida adulta → incidência em mulheres atinge valor máximo dos 25-34a; sendo q nesse grupo a taxa em mulheres pode ser mais alta q as dos homens, oposto doq ocorre em idades mais avançadas Condições que Favorecem o Desenvolvimento da Doença Ativa → fator de risco mais potente para a TB entre indivíduos infectados é claramente a coinfecção pelo HIV, q suprime a imunidade celular → outros fatores que favorecem: silicose, insuf renal crônica, uso de drogas intravenosas, derivação jejunoileal, período pós-transplante História natural da doença → qnd não tratada é frequentemente fatal → cerca de 1/3 dos pacientes morriam no período de 1 ano após o diagnóstico, e mais de 50%, em 5 anos → a taxa de mortalidade de 5 anos entre os casos com esfregaço de escarro positivo foi de 65% 3 Clínica Médica → entre os sobreviventes dps de 5 anos, cerca de 60% sofreram remissão espontânea, enquanto o restante ainda excretava o bacilo de TB → com tratamento adequado há grande probabilidade de cura, porém com uso inadequado das drogas houve um aumento de casos de infectantes crônico, apesar de ter reduzido a mortalidade Patogênese e imunidade → M. tuberculosis infecta o organismo e entra nos macrófagos pela fagocitose; a partir daí, ele inibe a maturação do fagossomo e a formação do fagolisossomo, permitindo sua multiplicação dentro desta cel incontroladamente, protegida da ação dos lisossomos; logo a infecção primária ocorre ao primeiro contato com o BK, havendo uma reação do sist. imunológico do indivíduo, particularmente por meio da fagocitose, como forma de controlar a infecção → porém, essa mesma resposta Th1 q estimula os macrófagos e destrói micobactérias, gera a formação de granuloma e necrose caseosa → a infecção pelo M. tuberculosis cursa em etapas, desde a infecção inicial, com ataque aos macrófagos, à ativação de cels Th1; essas cels T tanto controlam a infecção ao hospedeiro, como tbm são causa do dano causada pela doença, gerando granuloma e cavitação → há então posterior ativação dos receptores da imunidade inata, iniciando e aumentando este tipo de resposta ao bacilo; uma resposta Th1 é montada após 3sem, e essa resposta Th1 irá produzir o IFN-gama; este, por sua vez, através de um conjunto de processos, estimula a destruição do macrófago infectado, destruindo organelas danificadas e patógenos intracelulares, como M. tuberculosis Reatividade do Teste Cutâneo → com o aparecimento da imunidade desenvolve-se juntamente hipersensibilidade tardia ao M. tuberculosis; essa reatividade é a base do teste cutâneo → pode ser detectada reatividade em indivíduos assintomáticos → essa reatividade se dá pelos linfócitos TCD4+ previamente sensibilizados que são atraídos ao local da reatividade → teste positivo não garante proteção contra reativação - indivíduos com teste cutâneo positivo são menos suscetíveis a uma nova infecção pelo M. tuberculosis, mas ainda são sujeitos a uma nova reativação Manifestações Clínicas → classificada em pulmonar, extrapulmonar ou ambas TB Pulmonar 1ária → grande porcentagem de casos no adulto resulta de infecção recente e não de reativação → ocorre pouco dps da infecção inicial pelo bacilo → pode ser assintomática ou pode estar com febre e, ocasionalmente, dor torácica pleurítica → em áreas de alta transmissão da TB, essa forma de doença é frequentemente observada em crianças 4 Clínica Médica → como a maior parte do ar inspirado se distribui nas regiões média e inferior dos pulmões, essas áreas geralmente estão mais acometidas na TB primária → a lesão q se forma após a infecção inicial (nódulo de Ghon) é geralmente periférica e acompanhada de linfadenopatia hilar ou paratraqueal transitória, q pode ou não ser visível na radiografia de tórax RX de tórax mostrando aumento de linfonodo hilar direito com infiltração para o tecido pulmonar circundante → na maioria dos casos, a lesão cicatriza espontaneamente e torna-se evidente apenas na forma de um pqn nódulo calcificado → o nódulo de Ghon, com ou sem reação pleural, espessamento e linfadenopatia regional subjacente, é chamado complexo de Ghon Evolução da TB primária → em crianças ou em imunocomprometidos pode evoluir rapidamente para doença clínica → cavitação – em casos graves o sítio primário aumenta rapidamente, sua parte central sofre necrose e verifica-se cavitação → derrame pleural – devido à penetração de bacilos no espaço pleural a partir de foco subpleural → linfonodomegalia – podem comprimir brônquios → bronquiectasia – se desenvolve em qlqr segmento/lobo lesionadopor pneumonia caseosa progressiva → disseminação hematogênica – na ausência de resposta imune adquirida suficiente, q em geral consegue conter a infecção pode ocorrer doença disseminada miliar RX de tórax mostrando infiltrados miliares bilaterais em uma criança Doença pós-primária / reativação / secundária ou TB Tipo Adulto → localiza-se, geralmente, nos segmentos apicais e posteriores dos lobos superiores, onde a tensão de oxigênio média consideravelmente mais alta (em comparação com a das regiões inferiores) favorece o crescimento das micobactérias → a extensão do comprometimento do parênquima pulmonar varia acentuadamente, desde infiltrados pqns até doença extensa → com a formação de cavidades, o conteúdo necrótico liquefeito é, em última análise, liberado nas vias respiratórias e pode sofrer disseminação broncogênica, resultando em lesões-satélite dentro dos pulmões, q, por sua vez, podem sofrer cavitação 5 Clínica Médica RX de tórax mostrando infiltrado de lobo superior direito e uma cavidade com nível ar-líquido TC mostrando uma grande cavidade no pulmão direito Clínica → no início da evolução da doença, os sinais e sintomas são inespecíficos e insidiosos → febre diurna → sudorese noturna → tosse – com frequência, inicialmente improdutiva e limitada à manhã e, mais tarde, acompanhada da produção de secreção brônquica purulenta, algumas vzs com estrias de sangue → hemoptise em 20-30% dos casos → dor torácica pleurítica → a doença extensa pode produzir dispneia e, em casos raros, SARS Exame Físico → estertores nas áreas acometidas durante a inspiração, particularmente após a tosse → pode aparecer roncos se obstrução brônquica Exame Laboratorial → anemia discreta → leucocitose → trombocitose → VHS ou PCR ligeiramente elevada TB Extrapulmonar → da maior para menor frequência: • linfonodos • pleura • trato geniturinário • osso e articulações • meninges • peritônio • pericárdio TB nos linfonodos / linfadenite tuberculosa → apresentação mais comum da TB extrapulmonar tanto em pacientes soronegativos para HIV qnt em infectados por HIV → clínica - tumefação indolor dos linfonodos, em geral em locais supraclaviculares e cervicais posteriores (afecção historicamente denominada escrófula) → diagnóstico – biópsia por aspiração com agulha fina linfadenite tuberculosa acometendo linfonodos cervicais 6 Clínica Médica TB pleural → derrame pleural isolado em geral reflete infecção primária recente, e o acúmulo de liq no espaço pleural representa uma resposta de hipersensibilidade aos antígenos micobacterianos → a doença pleural tbm pode resultar da disseminação parenquimatosa contígua, como em mts casos de pleurite q acompanha a doença primária TB esquelética → a patogênese está relacionada com a reativação de focos hematogênicos ou com a disseminação a partir de linfonodos paravertebrais adjacentes → mal de Pott – acomete frequentemente dois ou mais corpos vertebrais adjacentes → na doença avança, o colapso dos corpos vertebrais resulta em cifose (giba) TC demonstrando a destruição do pedículo direito da T10 devido ao mal de Pott Diagnóstico → RX de tórax com infiltrados no lobo superior com cavidades → BAAR (bacilo ácido-álcool resistente) esfregaço de escarro expectorado; duas amostras colhidas em dias consecutivos de manhã; deve ser colhido escarro e não cuspe; caso paciente não apresente tosse produtiva pode-se fazer nebulização para liberação do escarro → tecnologia de amplificação do ácido nucleico – possibilita o diagnóstico rápido de TB com alta especificidade e sensibilidade e tem grande utilidade qnd BAAR é negativo → cultura de micobactérias – diagnóstico definitivo → teste cutâneo com PPD tuberculina – utilizado na triagem e mede a resposta à estimulação antigênica por cels T q residem na pele, e não a resposta das cels T de memória recirculantes Tratamento → alvos do tratamento: • evitar a morbidade e morte ao curar a TB enquanto evita o surgimento de resistência ao fármaco • interromper a transmissão, tornando os pacientes não infecciosos (em média após 15 dias de tratamento) → primeira linha • RIPE – Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol • esquema terapêutico de escolha para praticamente todas as formas de TB suscetível ao fármaco em adultos consiste em uma fase inicial de 2m de RIPE, seguida de uma fase de continuação de 4m de Rifampicina e Isoniazida (RI) Observações do Tratamento → tratamento deve ser supervisionado → fatores inerentes ao paciente e ao médico podem ser responsáveis pela ineficácia do tratamento → avaliação bacteriológica por cultura e/ou microscopia de esfregaço é essencial para a monitoração da resposta ao tratamento da TB → o peso do paciente deve ser monitorado regularmente, e a dosagem do fármaco, ajustada caso haja qlqr mudança de peso significativa 7 Clínica Médica → os pacientes com doença pulmonar devem fazer um exame de escarro a cada mês até q as culturas se tornem negativas para possibilitar detecção precoce da falha do tratamento → durante o tratamento, os pacientes devem ser monitorados qnt à toxicidade farmacológica → com o esquema recomendado, mais de 80% dos pacientes terão culturas de escarro negativas no final do segundo mês de tratamento → qnd as culturas de escarro do paciente permanecem positivas em ≥ 3 meses, a falha de tratamento e a resistência a fármacos ou má adesão ao esquema são prováveis, e os testes de resistência aos fármacos devem orientar a escolha da melhor opção de tratamento alternativo → uma amostra de escarro deve ser coletado ao final do tratamento para documentar a cura → se as culturas de micobactérias não forem viáveis, então o monitoramento por exame de esfregaço de BAAR deve ser realizado em 2, 5 e 6 meses Prevenção → vacinação com BCG → aplicada ao nascimento → a resposta tecidual local começa 2-3sem após a vacinação, com formação de cicatriz e cicatrização em 3m → medidas de higiene → tratamento precoce de infectados
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