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1 AV2 – Anatomia Patológica II – Prof.ª Maria Clara – Fernanda Pereira - 4º período – 2021.1 25/05/2021 Mama - aspectos geras A mama é uma glândula sudooripara modificada. Para que apresente os ductos que reservam o leite materno na lactação. Glândula sudorípara modificada Formada por um sistema de ductos ramificados que tem origem no mamilo (ducto coletor, maior ducto). A ramificação vai formando ducto cada vez menores, até o menor ducto que é o ducto terminal. Sistema de ductos que se estendem por um estroma fibrogorduroso (tecido gorduroso e colágeno). A mama só atinge a maturidade após a puberdade (lóbulos). Os hormônios sexuais femininos é que vão promover a ramificação final desse sistema de ductos até que formem os ductos terminais, que vão se agrupar em pequenas unidades (lóbulos mamários). - Lóbulo é um grupamento de ductos terminais. Quando se estuda a mama, em termo de anatomia, os grupamentos de ductos são divididos em 2 grupos de unidades: - Unidade terminal ducto lobular (UTDL): formado por um lóbulo e uma porção secretora que o ducto terminal tem. - Grandes ductos: ducto coletor e o seio lactífero, além do ducto segmentar, vem direto dos mamilos. O ducto subsegmentar conecta esses dois grupos. A maioria dos cistos, hiperplasias e carcinomas, vem da UTDL. Mas, tem pacientes que tem papiloma, ectasia, abscesso da mama, então a origem dessas lesões é nos grandes ductos. Por isso, que é subdividido e classificado esses dois grupos, para facilitar os estudos de doenças. Histologia Mama Ductos e lóbulos são revestidos por 2 tipos de células epiteliais: - Células luminais colunares: são as células que ficam mais para dentro, tanto do ducto quanto do lóbulo mamário. São células voltadas para o centro da glândula mamária, são células colunares que tanto secretam quanto absorvem fluidos. - Células mioepiteliais: ficam na camada mais periférica, na camada mais externa, podem ser redondas quanto alongadas. A função delas é contrair o ducto mamário, fazendo com que ele elimine o seu conteúdo. A mama é, predominantemente, composta pelo parênquima - tecidos conjuntivos (colágeno tipo IV) e adiposo. Então, a mama é um órgão glandular que se apoia sobre um tecido fibrogorduroso. Mamilo O mamilo é exposto ao meio externo. E, por causa disso seu revestimento é diferente. Epitélio escamoso estratificado não queratinizado Tecido conjuntivo denso Fibras musculares (papel de eliminação do leite na lactação) Na aréola, ao redor do mamilo, se encontram glândulas sebáceas que tem o formato de pequenas nodulações que são os tubérculos de Montgomery. Esses tubérculos podem ficar mais proeminentes na gravidez. Neoplasias da mama MÓDULO V 2 AV2 – Anatomia Patológica II – Prof.ª Maria Clara – Fernanda Pereira - 4º período – 2021.1 Figura 1: Histologia da mama. Neoplasia da mama Lesão benigna que é o fibroadema. Lesão de múltiplos aspectos tumor de Phyllodes. Neoplasias malignas mais comuns: carcinoma ductal e carcinoma lobular. Entidade clinico patológicas relacionadas com as neoplasias malignas: doença de Paget. Fibroadenoma Tumor mamário mais frequente em mulheres com menos de 30 anos Neoplasia Benigna da mamãe, muito frequente em mulheres jovens Macroscopia: Nódulos únicos, bem delimitados, com consistência elásticos, coloração, em geral, pardo clara, e lobulados com pequenas fendas. As estruturas que se proliferam são tanto as glândulas quanto o estroma conjuntivo. Quando se corta o fibroadenoma se vê uma superfície de corte nodulada, com as fendas. O fibroadenoma é uma lesão que vai ser proveniente da UTDL. Microscopia: Crescimento nodular do tecido conjuntivo de sustentação em torno de canalículos epiteliais comprimidos, formando fendas. Aspecto de fendas entre nódulos de tecido fibroso. Tecido conjuntivo estromal pouco celular (prolifera pouco). Figura 2: Macro do fibroadenoma. Lesão única, nodular, bem delimitada, elástica. E, quando você abre visualiza-se uma superfície nodulada e com fendas. As mesmas fendas na micro podem ser visíveis na macro. Pode-se ver um tecido conjuntivo proliferado (rosa), comprimindo os ductos e os lóbulos, formando um aspecto linear e em fenda. Esse tecido conjuntivo é pouco celular (com celularidade baixa). Sem atipias, afinal é uma lesão benigna. Lesão benigna não apresenta ou tem poucas atipias. Tratamento: retira o fibroadenoma e manda a paciente para casa, segue a vida. Sem preocupação com recidiva. Tumor Phyllodes Tem a mesma origem do fibroadenoma, ou seja, vem da proliferação tanto de elementos epiteliais quanto do estroma de colágeno. O problema do tumor 3 AV2 – Anatomia Patológica II – Prof.ª Maria Clara – Fernanda Pereira - 4º período – 2021.1 Phyllodes é que são lesões com um comportamento variado (border line, maligno, benigno). Neoplasia de elementos epiteliais e do estroma Comportamento variável Apenas 20% são malignos. Podem recorrer, dando um trabalho. Tratamento maior. Tumores Phyllodes malignos São grandes, maiores de 4 cm. Lesões de crescimento rápido. Contagem mitótica maior que 10 por campo de grande aumento. Maior incidência na quinta década de vida Lesões maiores e crescimento rápido Macroscopia: Firmes, superfície heterogênea pode ter fendas com estruturas foliáceas e/ou áreas císticas. Figura 3: Tumor Phyllodes benigno. Área cística, área sólida com nodulações, fendas com estruturas foliáceas (“lembra uma folha”). Microscopia: Alta celularidade do estroma (muito núcleo no tecido conjuntivo), epitélio faz projeções tipo dedo de luva no interior de espaços císticos, proliferação conjuntiva fibrosa ou com áreas mixóides (mais mucosas, mais frouxo, mais hialinizado). O problema é que pode ocorrer projeções para o parênquima vizinho. Tratamento tanto do benigno quanto maligno: tirar o seguimento com margem cirúrgica porque tem chance de recidiva. Dependendo do estadiamento da lesão é necessário dar seguimento com outras abordagens. Figura 4: Tumor Phyllodes - projeção em dedo de luva e o estroma hipercelular. Carcinomas da mama Neoplasias malignas mais comuns da mama Principal causa de morte por câncer nas mulheres Exame físico: durante a palpação notar presença de nodulações na mama. Mamografia de rotina com achados anormais: aumento de densidade, calcificações, alterações do parênquima da mama, nodulações. Fatores de risco: Idade (incomum antes dos 25 anos); Estilo de vida; História familiar de câncer de mama em parente de primeiro grau (desenvolvimento de neoplasia antes da menopausa, sinal de alerta muito grande, indica herança familiar genética que herdam a mutação de dois genes BRCA1/BRCA2); Síndromes genéticas (síndrome de Lifraumeni é uma síndrome que acontece no sexo feminino, autossômica dominante, em que a paciente tem uma mutação no P53 – gene guardião – e, por causa disso ela é sujeita a ter diversos tipos de câncer); Hiperplasia atípica da mama (descarga hormonal, se tem atipia para acumular câncer só precisa de um pouco mais de mutação)); Estimulação estrogênica prolongada (menarca precoce, menopausa prolongada, reposição hormonal de estrogênio sem a progesterona faz crescer o câncer de mama); História da câncer de ovário ou endométrio (neoplasias que também estão ligadas a estimulação estrogênica); Exposição a radiação; Carcinomas da mama - Classificação Divididos quanto a 3 parâmetros: 4 AV2 – Anatomia Patológica II – Prof.ª Maria Clara – Fernanda Pereira - 4º período – 2021.1 A expressão genomicas esta relacionada diretamente a fatores prognósticos, levando em consideração se a neoplasia tem receptores para estrogênio, receptores para a progesterona e se ela tem mutação em um gene chamado Her2/Neu. Isso é identificado com imuno- histoquímica!!!A paciente do grupo luminal é o que tem receptor e estrogênio e progesterona positivose e o Her2 negativo. A mulher que é Her2/Neu tem receptore de estrogenio negativo, receptores de progesterona negativo e Her2 positivo. A mulher que tem expressão gÊnica basal é triplo negativo, não tem mutação Her2, não tem receptor de estrogenio nem progesterona. A determinação da expressão gênica vai ajudar na determinação dos medicamentos que podem ajudar. A mulher que tem basal vai ter uma resposta muito ruim à medicamentos, ela não vai se beneficiar com nenhum dos medicamentos que tem, então o prognóstico vai ser ruim. A medicação trsnstusunabe vai atingir a mutação do Her2/Neu. A paciente que tem estrogênio e progesterona positivo se beneficia do tamoxifeno. Carcinomas “in situ” Proliferação epitelial maligna que é restrita a membrana basal. Na mama, se fala que é uma proliferação epitelial maligna restrita aos ductos e dúctulos mamários. Não invade o estroma. Como suspeita na clinica que a paciente tem carcinoma “in situ”? Suspeita clínica: observação na macroscopia de microcalcificações agrupadas e distribuição segmentar Podem ser de origem: lobular ou ductal. Os ductais são sempre os mais comuns tanto para o carcinoma invasor quanto para o carcinoma in situ. Figura 5: Carcinoma ductal “in situ” de alto grau com necrose no centro. No estroma não se observa invasão. O prognóstico é muito melhor do “in situ”. Figura 6: Forma "in situ" e forma invasora do carcinoma ductal. Não é incomum você ter carcinoma invasivo e carcinoma “in situ” em uma mesma peça cirúrgica. Assim, é recomendado fazer a retirada de um seguimento da mama, e vai acompanhar. Porque pode ser que ela tenha um carcinoma invasor. Carcinoma invasor Neoplasias malignas que infiltra o estroma. Pode coexistir com o carcinoma in situ. O carcinoma invasor é dividido em: ductais (mais comum, comportamento agressivo), lobulares (corresponde a 10%) e em subtipos especiais (mucinoso, medular, tubular, doença de Paget, carcinoma inflamatório). Os subtipos especiais, em geral, possuem um prognóstico melhor, com exceção do carcinoma metaplásico da mama. Carcinoma ductal invasor Corresponde à neoplasia mais comum da mama, 75% dos cânceres de mama. Grupo heterogêneo de lesões. Definição: é uma neoplasia que não tem características suficientes para se enquadrar em um subtipo especial. 5 AV2 – Anatomia Patológica II – Prof.ª Maria Clara – Fernanda Pereira - 4º período – 2021.1 Ele não é lobular, mas ele também não tem nenhuma outra característica. Comportamento mais agressivo. Sobrevida em 5 anos de 60% de todos os pacientes diagnosticados com carcinoma ductal invasor. Na clínica: Massa palpável, endurecida Na mamografia: densidade irregular, microcalcificações frequentes e presença de lesões irregulares, hiper densas que vão aparecer com uma area esbranquiçada na mamografia da paciente. Macroscopia: endurecido, amarelado ou brancacento, possui trabéculas que se irradiam do centro da lesão. Podem ser pétreas (bem duro). Relativamente, bem individualizados. Figura 7: Carcinoma ductal invasor. Microscopia: estruturas glandulares, ninhos sólidos, ilhotas, trabéculas, células pequenas, regulares, células epiteliais grandes e irregulares. Microscopia muito heterogênea. Observar três parâmetros para classificar um carcinoma ductal invasor: pleomorfismo nuclear (núcleo grande, pequeno, tortuosa, relação núcleo citoplasma), formação tubular (fórmula glândula, sim ou não. Formar glândula seria bom porque ele tem uma diferenciação próxima da mama) e índice mitótico (quanto de mitose). Observando esses parâmetros pode-se determinar os graus de classificação do carcinoma ductal invasor, que varia de 1 a 3. Em que o grau 1 é o melhor e o grau 3 o pior. Figura 8: Carcinoma invasor ductal Tratamento mastectomia, quimio adjuvante ou neoadjuvante, radioterapia. Se o carcinoma chegar na pele pode provocar alterações na pele. Carcinoma lobular invasor Neoplasia maligna que representa cerca de 10% dos carcinomas invasores da mama Bom prognóstico Sobrevida em 10 anos 80-90% Tendência a bilateralidade: ou seja, tende a acometer mama direita e esquerda Taxa elevada de recidiva tardia (depois de 10 anos) Clínica: massa palpável ou lesão difusa Difícil de detectar na mamografia porque a fibrose e as cicatrizes também aparecem com o mesmo aspecto. Macroscopia: firmes, estrelados ou uma mama que é difusamente espessada (espessamentos difusos da mama). Quando faz o segmento da mama tem que pintar a margem para saber se tem doença na margem, porque se tiver tem que tirar mais. Figura 9: Área pardo clara é mais espessa. • Microscopia: tem o padrão de células pequenas e homogêneas, com crescimento difuso, infiltrando o estroma. Fila indiana (uma célula atras da outra) ou 6 AV2 – Anatomia Patológica II – Prof.ª Maria Clara – Fernanda Pereira - 4º período – 2021.1 podem crescer em um formato concêntrico com padrão em alvo. 60% tem Carcinoma ”in situ” em conjunto, ou seja, lesão invasora e “in situ”. Figura 10: Carcinoma lobular invasor em fila indiana. Figura 11: Carcinoma lobular invasor com padrão em alvo. Esvaziamento axilar: tirar a cadeia linfonodal axilar, quando há metástase. Doença de Paget do mamilo Entidade clínica patológica Macroscopia: Lesão eczematosa do mamilo (lesão vermelha e descamativa). Causa: disseminação intraepidérmica de carcinoma invasor subjacente Doenças localizadas (exemplo: câncer crescendo só em baixo do mamilo) ou primeira manifestação do câncer de mama. PS.: Existe a doença de Paget da coluna, mas ela não tem nenhuma relação com a clínica. Figura 12: Doença de Paget do mamilo. Diagnóstico diferencial da doença de Paget no mamilo: melanoma (disseminação pagetóide, pode ter pigmento da melanina, ficando escuro). Microscopia: epitélio pavimentoso estratificado ceratinizado com células grandes, núcleos vesiculosos, nucléolos evidentes e citoplasma claro infiltrando a região. Imuno-histoquimica para a mama e para melanoma. Carcinoma invasor - fatores prognósticos Envolvimento axilar: importante saber se tem, quantos linfonodos foram acometidos para determinar o prognóstico. Normalmente, linfonodo acometido indica 10 anos a menos de vida. Tamanho do tumor: quanto maior mais a chance de metástase. Se consegue sentir com a mao já é grande o suficiente para ser ruim. Tipo histológico: ductal e metaplásico: ruim, lobular: bom, subtipos especiais: bastante favorável. Grau histológico: quanto mais alto o grau pior para a paciente Receptores hormonais: positivo indica que é bom para a paciente. Medicamentos tem eficácia. Her2/Neu amplificado/superexpresso: indica que se pode usar o medicamento. Quimioterapia vermelha: antraciclina Quimioterapia branca: taxanos Índice de proliferação: tem quanto de mitose? Muita ou pouca? Paciente com índice mitótico com mais de 10% tem uma resposta melhor (medicamento inibidor da aromatase, mais célula ele vai matar) Invasão angiolinfática: tumor no vaso → metástase→ pior muito o prognóstico. Linfonodo sentinela 7 AV2 – Anatomia Patológica II – Prof.ª Maria Clara – Fernanda Pereira - 4º período – 2021.1 Corante azul cora os linfonodos. Azul de toluidina Congela Visualiza metástase por técnica de coloração. A macrometástase pode ser percebida ao olho nu. Grau histológico do carcinoma Variável de 1 a 3. Grau 1: pontuaram entre 3 e 5 nos parametros. Tem prognóstico melhor. Grau 2: pontuaram 6 e 7. Pode ser prognóstico ruim ou bom. Grau 3: ponturam entre 8 e 9. Pior prognóstico.
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