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Livro Ginastica

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GINÁSTICA
Daiana Rodrigues de Lima Braga 
Simone Romani
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Curitiba
2020
Ginástica
Daiana Rodrigues de Lima Braga 
Simone Romani
Ficha Catalográfica elaborada pela Editora Fael.
B813g Braga, Daiana Rodrigues de Lima
Ginástica / Daiana Rodrigues de Lima Braga, Simone Romani. – 
Curitiba: Fael, 2020.
243 p. il.
ISBN 978-65-86557-21-3
1. Educação física I. Romani, Simone II. Título
CDD 796
Direitos desta edição reservados à Fael.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.
FAEL
Direção Acadêmica Francisco Carlos Sardo
Coordenação Editorial Angela Krainski Dallabona
Revisão Editora Coletânea
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Imagem da Capa Shutterstock.com/Victoria VIAR PRO
Arte-Final Evelyn Caroline Betim Araujo
Sumário
Carta ao Aluno | 5
1. História e evolução da ginástica | 7
2. Fundamentos teóricos metodológicos 
da ginástica pedagógica | 27
3. Estudo das capacidades físicas | 45
4. Utilização dos movimentos e materiais 
próprios da educação física na elaboração 
das atividades ginásticas | 63
5. Ginástica dentro do contexto educacional, 
terminologia das habilidades gímnicas, exercícios e 
vivências pedagógicas na ginástica escolar | 81
6. Ginástica esportiva competitiva – 
modalidades, história e conceitos | 101
7. Fundamentos e procedimentos de ensino-
aprendizagem das ginásticas | 129
8. Preparação de ginastas: análise e técnicas de 
execução de práticas de aperfeiçoamento | 151
9. Ginástica: formação e treinamento do ginasta e 
organização de eventos de competição | 175
10. Ginástica não competitiva e ginástica de academia: 
fundamentos e tendências ao longo da história | 195
Gabarito | 215
Referências | 231
Prezado(a) aluno(a),
É um prazer tê-lo por aqui. Essa obra foi pensada para você, 
contemplando suas especificidades e necessidades, sendo um mate-
rial compacto, completo e complexo que exige um profissional 
em formação comprometido com seus afazeres acadêmicos. Esse 
material é fruto do esforço de um coletivo altamente qualificado e 
que garante a você a construção de uma experiência por meio do 
conteúdo vivo, e que substancia uma formação complexa e sufi-
cientemente capaz de atender às demandas do mundo do trabalho. 
O livro foi divido em dez capítulos, que contam com recursos os 
quais possibilitam o suporte teórico necessário para o alcance da 
formação básica e geral esperada a um profissional da Educação 
Física, o que garante uma práxis dotada de sentido e significado, 
seja na área da iniciação esportiva, no treinamento e ginástica ou 
ainda na vivência das ginásticas de academia. Não é maravilhoso? 
Portanto, aproveite! Esgote esse material e utilize-se dele para 
basear suas atividades pedagógicas/profissionais, inserindo-se no 
mundo do trabalho de forma efetiva e contextualizada.
Carta ao Aluno
1
História e evolução 
da ginástica 
De acordo com a bibliografia, a ginástica começou na Pré-
-história, foi reconhecida na Antiguidade, ficou estagnada na 
Idade Média, foi firmada na Idade Moderna e sistematizada 
no início da Idade Contemporânea. Cabe ressaltar que os ter-
mos educação física e ginástica foram usados como sinônimos 
durante certo período.
Neste capítulo, apontaremos o caminho percorrido pela 
ginástica até sua inclusão na escola. Veremos que ela foi inserida 
na educação física por meio dos PCNs e atualizada pela BNCC, 
fazendo parte dos conteúdos essenciais a serem trabalhados na 
educação física escolar. O propósito deste capítulo é conhecer 
a história da ginástica e sua origem no mundo, identificar o pri-
meiro conceito de ginástica e reconhecer a história da ginástica 
na no Brasil e sua inclusão na escola.
Ginástica
– 8 –
1.1 A história da ginástica e sua origem no mundo
De acordo com Ayoub (2003), a palavra ginástica se originou do grego 
gymnastiké, que consiste na arte de tonificar o corpo e dar-lhe agilidade. 
Esse termo retrata aspectos históricos ao enfatizar os exercícios físicos pra-
ticados pelo homem no decorrer do tempo. A autora fala sobre as condi-
ções de vida na época, em que era preciso conseguir alimentos, fugir das 
intempéries e sobreviver aos perigos das feras; por esse motivo, o homem 
naturalmente precisava correr, saltar, arremessar, mergulhar, lutar e escalar.
Na Pré-história, a ginástica era uma forma de exercitação espontânea e 
ocasional, que tinha caráter natural, utilitário, guerreiro, ritualístico e recre-
ativo objetivando a luta pela vida (OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012).
Figura 1.1 – Homens pré-históricos caçando um mamute
Fonte: Shutterstock.com/Esteban De Armas
Na Antiguidade, a ginástica era manifestada por meio de exercícios 
físicos, massagens e movimentações respiratórias. Os chineses tnham uma 
educação organizada, e seus exercícios englobavam os princípios morais e 
religiosos; foi com sacerdotes e filósofos que a prática metódica de exer-
cícios se tornou fundamental para eles. A arte marcial mais antiga e mais 
conhecida do povo chinês é o Kung Fu1, seno um protocolo de exercícios 
muito respeitado.
1 Uma seita religiosa chinesa chamada Tao-tse criou e passou a praticar a ginástica médica 
(terapêutica e higiênica), que passou a ser conhecida como Kung Fu, baseado na ginástica 
– 9 –
História e evolução da ginástica 
Figura 1.2 – Kung Fu
Fonte: Shutterstock.com/Terd486
Por meio dos livros sagrados do bramanismo, como Vedas, foi pos-
sível conhecer mais sobre os hindus e saber que eles praticavam exercí-
cios respiratórios, massagens, ioga etc. De acordo com Ribeiro (2017), os 
Vedas são considerados os primeiros registros da civilização hindu, além 
de serem os livros mais sagrados da Índia. Trata-se de uma série de escri-
tos originais sobre os ensinamentos do povo, com conhecimentos espiri-
tuais sobre a vida em todos os aspectos.
O bramanismo é uma tradicional filosofia da Índia, prática conside-
rada uma vertente religiosa e intimamente relacionada à cultura e à his-
tória indiana desde o segundo milênio antes de Cristo. Com o passar do 
tempo, foi sofrendo alterações e adquirindo novas características: “O hin-
duísmo se confunde com o bramanismo, nome que advém de Brâman, 
manifestação impessoal do ser supremo, a essência do ideal e a alma do 
todo. Porém, Brâman é inatingível para os indianos, que procuram adorar 
a personificação de suas ramificações” (GUERRIERO, 2001, p. 45).
Dentro da tradição védica surge uma infinidade de deuses e semi-
deuses que são adorados por diferentes correntes. Todas elas con-
servam algumas características básicas do bramanismo, como por 
terapêutica que utilizava os exercícios de acordo com a doença a ser tratada. Além das 
práticas físicas, existia o aspecto religioso, que tratava as enfermidades do corpo e da alma 
(SILVA, 2015, p. 14).
Ginástica
– 10 –
exemplo, a questão da salvação. Cada entidade viva é um atman 
originário de Brâman, que um dia, depois de atingida a perfeição, 
deve retornar e se fundir novamente a ele. O atman deve vencer 
a tentação da matéria. Para isso são necessárias muitas vidas. É 
no transcurso de repetição nascimento-morte, denominado de 
samsara, que as pessoas procuram chegar à perfeição e salvação 
através do exercício de rígidas disciplinas espirituais. O objetivo 
maior é atingir moksa, a libertação do ciclo de nascimentos e mor-
tes do mundo material. A partir dessa regra básica, os caminhos 
encontrados pelas diferentes correntes são vários. (GUERRIERO, 
2001, p. 45)
No Oriente Próximo, os exercícios ginásticos eram praticados por 
diferentes povos, como egípcios, caldeus, assírios, hebreus, medos, per-
sas, fenícios e insulares. Vale destacar que, no Egito, os exercícios e a 
dança foram de grande expressão tanto no aspecto religioso quanto no 
militar. No sentido religioso, desenvolveram a arte da luta e para entender 
melhor a técnica dos golpes, desenhando em tumbas cenas representadas 
por lutadores.Sob o ponto de vista militar, praticavam corrida com car-
roça de combate de duas rodas, geralmente puxadas por cavalos, e arre-
messavam lanças, corriam. As práticas corporais eram essenciais para o 
povo egípcio, tanto que o herdeiro do trono praticava os exercícios com 
os membros na nobreza. Sempre que era feito um juramento em nome 
do Faraó, usava-se a frase “Vida, saúde, força!”.
1.1.1 Grécia antiga: primeiro conceito de ginástica
O primeiro conceito de ginástica foi definido na Grécia Antiga. 
Os exercícios deveriam ser praticados com o corpo despido e coberto 
com óleo, orientados por mestres e filósofos e desenvolvidos a partir de 
seu método: orquestrica e palestrica2. Os locais para as práticas gregas 
eram conhecidos como estádio, palestra, hipódromo e ginásio. O estádio 
era o local onde se realizavam as corridas de velocidade e resistência, os 
saltos e arremessos; a palestra era destinada às lutas; o hipódromo era o 
2 Orquestrica era a formação cultural e moral dos jovens. Atitudes por meio de gestos, mú-
sica, caráter, dignidade, danças rítmicas. Palestrica era o preparo de atletas para os jogos 
públicos, em diversas modalidades de exercícios físicos realizados nos ginásios (DELGA-
DO, 2012).
– 11 –
História e evolução da ginástica 
local em que aconteciam as corridas a cavalo e de carro; por fim, o giná-
sio era o espaço destinado à prática de ginástica e jogos, englobando, às 
vezes, a educação intelectual.
É importante salientar que a cultura física era acentuada entre os gre-
gos, sendo comum a prática conjunta de exercícios físicos entre amigos, 
em casa e em ginásios; essa ação exercia um papel físico et social, tanto 
que a vida atlética dos cidadãos gregos se estendida até a velhice (BER-
TONI; PEREIRA; PALMA, [2012]).
Figura 1.3 – Soldados espartanos (Grécia)
Fonte: Shutterstock.com/Baurz1973
Em Roma, os exercícios físicos eram vistos apenas como um meca-
nismo para capacitar as tropas. Os guerreiros eram muito habilidosos, sal-
tavam, corriam, lutavam, nadavam, arremessavam lanças, transportavam 
pesos etc. Cidadãos de diferentes idades praticavam exercícios físicos 
todos os dias no campo de Marte, localizado às margens do Tibre. Cons-
truíram ilustres circos (Máximus) e anfiteatros (Coliseu), nos quais reali-
zavam lutas de gladiadores, jogos e competições.
Uma das contribuições romanas foram as termas (casas de banho), 
que difundiram por todo o império o hábito higiênico de tomar banho. As 
principais dependências das termas eram piscinas quentes e frias, vesti-
ários, salas de ar quente ou morno, salas de massagem, leitura, refeição, 
jogos sociais e desportivos. Os romanos fizeram do ato de tomar banho, 
um ritual: despir-se, banhar-se, transpirar, receber massagem e descansar; 
para isso, tiveram de construir ambientes separados para cada etapa. As 
Ginástica
– 12 –
termas continham um pátio (Palaestra), que era um jardim ao ar livre para 
a prática de exercícios físicos, algumas vezes construído no interior das 
termas e em outros do lado de fora.
Figura 1.4 – Termas romanas
Fonte: Shutterstock.com/Evannovostro
Na Idade Média, houve a queda do império romano e a ascensão do 
cristianismo. A ginástica ou o exercício físico passaram por um período 
de decadência, sendo apenas um privilégio da nobreza. As atividades físi-
cas e lutas passaram a ter objetivos voltados para os dogmas da igreja, 
sofrendo forte influência do cristianismo, sendo o corpo considerado um 
instrumento do pecado, de modo que, quanto menos ativo fosse, melhor 
(BERTONI; PEREIRA; PALMA, [2012]).
A principal característica da época era um castelo forte, com algumas 
habitações e terras cultivadas a seu redor, o que constituía um feudo, nos 
quais as práticas físicas se baseavam em caça, pesca, lutas, arremessos, 
danças e jogos. Desde pequeno, o homem se preparava para se tornar um 
cavaleiro. Na juventude, por meio de uma cerimônia cívica e espiritual, 
ele recebia as armas de cavaleiro. Até chegar a esse momento, deveria ter 
passado muitos anos se formando em prática de lutas, arremessos, levan-
tamento de pesos, boas maneiras, conhecimento de leis, práticas religiosas 
etc. Na idade média, a cavalaria era representada por guerreiros que culti-
vavam o ideal de defender a pátria e os fracos.
– 13 –
História e evolução da ginástica 
Figura 1.5 – Cavaleiro da Idade Média
Fonte: Shutterstock.com/lynea
1.1.2 A construção histórica da 
ginástica no Renascimento
Renascimento foi o nome usado para indicar um período importante 
da história europeia que se iniciou com a transição da Idade Média para a 
Idade Moderna. No período de 1400 a 1727, a ginástica surgiu em vários 
países para ajudar a recuperar o corpo debilitado pelas guerras e pelos 
longos períodos de jejum (OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012).
Foi o momento de transformações e do despertar cultural e ideoló-
gico, que serviu para liberar as artes e as ciências. A beleza corporal deu 
Ginástica
– 14 –
lugar a notáveis artistas, como Leonardo da Vinci, que criou as regras 
proporcionais do corpo humano que são utilizadas até hoje.
Figura 1.6 – Desenho de Leonardo da Vinci sobre a anatomia humana
Fonte: Shutterstock.com/Jackie Niam
O movimento chamado Iluminismo surgiu na Inglaterra no século 
XVII e deu origem a novas ideias. Os livros apontam como destaque para 
essa época os educadores Jean-Jacques Rousseau e Johann Pestalozzi. De 
acordo com Rousseau, pensar dependia de retirar energia do corpo em 
movimento; já Pestalozzi focou sua atenção n a execução correta dos exer-
cícios e ficou conhecido por ser o precursor da escola primária popular.
Figura 1.7 – Síntese da ginástica em cada período histórico
Fonte: elaborada pela autora.
– 15 –
História e evolução da ginástica 
1.2 A ginástica na Idade Contemporânea
Foi nesse tempo que ocorreu o amadurecimento da educação física 
escolar, o aparecimento do esporte moderno e a sistematização da ginás-
tica, pois reis, pensadores e políticos manifestaram grande interesse na 
educação. Foi no século XIX que os países europeus estruturaram seus 
sistemas nacionais de educação e ocorreu o desenvolvimento da educação 
pública estatal, assim como o início da educação nacional.
Na ginástica alemã, o incentivo determinante para a implantação 
das bases foi fruto da pedagogia. Inicialmente, Johann Bernard Basedow 
abriu as portas para a educação física escolar em sua instituição chamada 
Philanthropinum3. Foi igualmente decisiva a influência do genebrino Jean 
Jacques Rousseau, que muito acentuou a tendência humanista do Philan-
thropinum ao escrever a obra Emílio, em 1762, baseada em uma educação 
natural para o educando.
A escola de Basedow iniciou o primeiro programa moderno de edu-
cação física, dando grande ênfase à saúde, contemplando atividades seme-
lhantes às praticadas na Grécia Antiga, como corridas, saltos, arremessos 
e lutas. Outra grande influência veio do suíço Cristoph Friedrich Guts 
Muths, que assumiu as aulas de ginástica em 1784 o instituto educacional 
(semelhante ao Philanthropinum). Ele dividiu as atividades de ginástica 
natural em três classes: exercícios ginásticos, trabalhos manuais e jogos 
sociais. Guts Muths era admirador de Rousseau, então sua ginástica abar-
cava todas as variações de exercícios corporais seguindo os exemplos da 
educação natural proposta pelo filósofo. A ginástica era incluída entre os 
deveres fundamentais da vida humana, lembrando os princípios da edu-
cação grega.
Na nova ginástica alemã, em 1842o governo prussiano reconheceu 
oficialmente a educação física como uma função do Estado. Inicialmente, 
foi adotado o método de Friedrich Ludwig Jahn, o idealizador da ginás-
tica artística e conhecido como o pai da ginástica. Ele a defendia como 
3 Em 1774 nasceu o Philanthropinum, a primeira escola moderna de cunho democrático, 
pois seus alunos derivavam de todas as camadas sociais. Além disso, incluiu a ginástica 
no currículo, tendo a mesma importância das matérias chamadas teóricas ou intelectuais 
(MARINHO, 1980).Ginástica
– 16 –
um método para todos, independentemente da classe social. Além disso, 
contribuiu para a evolução e a organização da ginástica artística na Ale-
manha, criando e fabricando aparelhos específicos que mais tarde deram 
origem aos modernos objetos dessa modalidade: cavalo com alças, barras 
horizontais e paralelas, trave e saltos (FIORIN, 2002; DUARTE, 2004).
Figura 1.8 – Um dos aparelhos criados por Jahn
Fonte: https://www.efdeportes.com/
Após o fracasso em adotar a ginástica de Jahn, Adolph Spiess foi con-
vidado para inserir seu método nas escolas, tendo estudado e trabalhado 
em escolas suíças que tinham influência de Pestalozzi. Ele enfatizava a 
disciplina, e, embora seu método aspirasse um desenvolvimento corporal 
eficiente e completo, esses objetivos eram alcançados por meio de sub-
missão, treino da memória e respostas rápidas ao comando. Foi assim, do 
século XIX até a primeira metade do século XX, que houve a difusão do 
método ginástico que favoreceu o desenvolvimento da educação física na 
Alemanha, no restante da Europa e na América.
É importante ressaltar que a ginástica de Jahn perdeu seu lugar atra-
vés do bloqueio ginástico. De acordo com Mazo e Lyra (2010, p. 04), ele 
criou o termo turnen (ginástica alemã), “uma prática corporal que envol-
via exercícios e jogos gímnicos que seriam praticados em um turnplatz 
(campo de ginástica)”. A ginástica de Jahn estava diretamente associada 
à ideia de reunir o povo na luta, pois os exercícios ginásticos estavam 
sujeitos ao propósito militar e à conscientização de ser um povo alemão, 
– 17 –
História e evolução da ginástica 
por isso a obra-prima de Jahn não deve ser considerada a arte alemã de 
ginástica, e sim a compreensão da germanidade (TESCHE, 1996).
O método criado e usado por Jahn e seus instrutores propagava o 
nacionalismo severo, o que acabou resultando em um homicídio envol-
vendo essa doutrina. Por esse motivo, em 1819, Jahn foi preso, conside-
rado coautor do crime. Em virtude disso, seu centro gímnico foi fechado, 
seus aparelhos foram destruídos e os ginastas foram perseguidos. Esse 
período ficou conhecido como bloqueio ginástico, já que a prática de 
ginástica foi proibida.
O bloqueio ginástico durou 22 anos (de 1820 a 1842), mas, apesar 
de ter sido proibida, a ginástica continuou sua evolução. Os seguidores 
de Jahn migraram para outras regiões da Europa, difundindo a ginástica e 
treinando em lugares secretos. Eles modificaram os aparelhos para cabe-
rem nesses locais e, quando o bloqueio acabou, a modalidade já estava 
com movimentos mais complexos, visando ao desempenho desportivo.
O método natural de Georges Hébert era composto por exercícios 
físicos naturais e utilitários. Ele tinha alto posto militar na marinha e 
desenvolveu o sistema para aplicar como treinamento para militares. Teve 
uma grande contribuição para a organização das aulas educação física, 
dividindo os exercícios naturais em dez grupos: marchar, correr, quadru-
pedar, trepar ou escalar, saltar ou saltitar, equilibrar, lançar ou arremes-
sar, levantar ou transportar, defesa e exercícios na água, todos realizados 
ao ar livre durante 50 minutos e de maneira contínua.
Foi na Dinamarca, considerada na época a metrópole intelectual 
dos países nórdicos, onde mais se ampliaram as ideias de Guts Muths, 
inicialmente com ele e seguido de Franz Nachtegall. Em 1799, fundou 
o próprio instituto de ginástica e em 1828 ela foi inserida como compo-
nente obrigatório nas escolas, fazendo que o país ficasse décadas à frente 
de outros europeus.
Em 1799 chegou a Copenhague o sueco Pedro Enrique Ling4, que, no 
Instituto de Nachtegall, entrou em contato com as ideias de Guts Muths. 
4 Em 1813, Ling conseguiu autorização do Rei Carlos XIII para fundar o Real Instituto 
Central de Ginástica de Estocolmo (hoje Escola Superior de Ginástica e Esporte), ins-
tituição que dirigiu até o fim da vida. Ling se preocupou com a execução correta dos 
Ginástica
– 18 –
O filho de Ling, Hjalmar Ling, foi seu principal seguidor, sistematizando 
a obra do pai e se destacando como o legítimo inventor da educação física 
escolar sueca, pois o pai não havia envolvido as crianças em suas pesquisas.
A ginástica francesa marcou a chegada do militar espanhol Dom 
Francisco Amoros y Ondeano, que em 1816 adquiriu cidadania francesa. 
Ele ficou conhecido por ser o “pai da ginástica francesa”, pois a introduziu 
no país. É de fundamental importância o estudo dessa escola, uma vez que 
foi dela que chegaram os primeiros estímulos que constituíram os alicerces 
da educação física brasileira. A ginástica amorosiana ficou conhecida por 
seu marcante espírito militar, não como um método de ginástica escolar.
No fim do século, sob a influência de Pierre de Coubertin, foi iniciada 
uma campanha para a criação de uma legítima educação física escolar 
francesa. A fundamentação no método francês era voltada para as ciên-
cias médicas, como fisiologia e anatomia, tendo apoio na mecânica. Uma 
sessão desse método compreendia três partes: preparatória, lição e volta 
à calma.
A preparatória era feita com flexão de braços, pernas, tronco, com-
binados, assimétricos e caixa torácica. A lição propriamente dita compre-
endia exercícios grupados, como marchar, equilibrar, saltar, transportar, 
correr, lançar, atacar e se defender. Já volta à calma incluía a marcha lenta 
com exercícios respiratórios. Assinala-se, ainda, a presença de Phoktion 
Heinrich Clias, que, em 1829, criou a calistenia5, de grande repercussão 
no Brasil.
No movimento esportivo inglês, a história da civilização ocidental foi 
moldada a partir da revolução francesa e quando a Inglaterra passou pelo 
processo de sediar a Revolução Industrial, em 1760. As mudanças causa-
das pelo crescimento da população nas fábricas induziram gradativamente 
exercícios, emprestando-lhes um espírito corretivo, como já o havia feito Pestalozzi. Com 
a ideia de conferir uma finalidade corretiva aos exercícios, ele acabou cimentando as bases 
da ginástica sueca (DELGADO, 2012).
5 Calistenia é uma série de exercícios ginásticos localizados, com fins corretivos, 
fisiológicos e pedagógicos, que pode integrar perfeitamente qualquer sistema gi-
nástico. Objetivando melhorar a forma física da população, foi introduzida nas 
escolas americanas em 1860 por Dio Lewis (DODÔ; REIS, 2014).
– 19 –
História e evolução da ginástica 
à intercessão do Estado na educação. O Ato de Educação de 1870 formou 
a base da educação primária mantida pelo Estado, e em 1876 foi introdu-
zida a obrigatoriedade escolar. O movimento esportivo inglês do século 
XIX formou o outro pilar da sistematização da moderna educação física e 
guarda relação com as transformações socioeconômicas produzidas pela 
revolução a partir de 1760.
A Inglaterra foi uma das precursoras em acolher o esporte como um 
meio para a educação. Surpreendentemente, o sistema ginástico do sueco 
Ling foi o modelo escolhido, não o das escolas públicas. Seu sistema 
ginástico foi incorporado na Inglaterra de 1840 e 1850. A importância 
dada ao esporte ficou reservada à Inglaterra até se realizar a I Lingíada6 
(1939), quando as escolas passaram a sofrer influências mútuas.
Figura 1.9 – Primeira Lingiada (1939)
Fonte: http://omar.pro.br
O método de educação física desportiva generalizada tem como 
característica principal a prática do desporto por todos, indistintamente, 
enfatizando a prática. Em outras palavras, a valorização da prática e a 
cooperação dos participantes entre si é mais importante do que a vitória 
6 As Lingíadas foram grandes festivais internacionais de ginástica criadas em come-
moração aos 100 anos da morte do sueco Pedro Henrique Ling que dividiu a ginástica 
em categorias.
Ginástica
– 20 –
dos mais hábeis. As atividades lúdicas ao livre (pequenos jogos) foram 
bastante empregadas nesse método. Cabe destacar que, pela utilização de 
diversos tipos de jogos e pela prática esportiva regida por esse método, as 
formas de trabalho com os alunos sãomuito importantes. Sobre isso pode-
-se dizer que existem três tipos:
1. individual – considerada a forma que permite o desenvolvi-
mento da personalidade, priorizando a realização da atividade 
pelo próprio aluno, respeitando seu ritmo;
2. em pequenos grupos – a característica principal é a formação 
de grupos que não excedam cinco participantes. É bastante utili-
zada para o desenvolvimento da cooperação e o auxílio mútuo.
3. em grandes grupos – é normalmente empregada após o uso das 
outras duas formas e pode ser dividida de dois modos: relação 
direta entre os alunos e relação com os adversários. A primeira 
é usada, por exemplo, quando os praticantes são posicionados 
em círculo e as ações desenvolvidas por todos são similares; já 
segunda é usada geralmente nos esportes em que um grupo fica 
na defesa e o outro grupo fica no ataque. Esse método é bastante 
utilizado nas modalidades de quadra, e os objetivos são orientar 
o preparo moral e a busca pelos desempenhos físico e esportivo.
1.3 História da ginástica no Brasil
As ginásticas foram introduzidas no Brasil na metade do século 
XVIII, com o intuito de preparar fisicamente os soldados da Corte. O 
método ginástico Alemão foi o primeiro sistema implementado no país, 
no século XIX. (MARINHO, 1981). A inserção do sistema alemão no 
Brasil resultou da grande quantidade de imigrantes fugidos da guerra que 
aqui se intalaram e tinham por hábito praticar a ginástica. Com a reforma, 
“houve recomendação para que a ginástica fosse obrigatória, para ambos 
os sexos, e que fosse oferecida para as escolas normais” (DARIDO; SAN-
CHEZ NETO, 2005, p. 2). Porém, até 1930, apenas as escolas militares, as 
escolas da corte imperial e a capital da República foram as que aderiram, 
apesar das leis propostas pela reforma.
– 21 –
História e evolução da ginástica 
Ainda nessa época, a educação brasileira passava por forte influ-
ência do movimento escola-novista, o qual demonstrou que a educação 
física era importante para o desenvolvimento integral do indivíduo. Dessa 
forma, foi possível, na III Conferência Nacional de Educação (1929), que 
profissionais da educação discutissem os problemas relativos ao ensino da 
educação física. A educação física ensinada na época baseava-se no movi-
mento ginástico europeu, do qual faziam parte o sueco, o alemão e, mais 
tarde, o francês – estes se apoiavam em princípios biológicos.
O método francês começa a ganhar espaço na escola em 1920, e 
“vários estados da federação começam a realizar suas reformas educacio-
nais e incluem a educação física, com o nome mais freqüente de ginástica” 
(DARIDO; SANCHEZ NETO, 2005, p. 2). Este método se torna obriga-
tório até 1960, quando o esporte começa a ser inserido no espaço esco-
lar. Além disso, a terminologia mais utilizada agora passa a ser educação 
física, enquanto as ginásticas vão deixando de ser conhecidas como edu-
cação física para se tornar um conteúdo da educação física.
De acordo com Mazo e Lyra (2010), em 1951 foi realizado o primeiro 
campeonato brasileiro de ginástica na cidade de São Paulo. Foi neste período 
que a Confederação Brasileira de Desportos filiou-se à Federação Internacio-
nal de Ginástica (FIG). Após 27 anos (1951 a 1978), no dia 25 de novembro 
de 1978, foi criada a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).
Ainda, é importante falarmos sobre a estrutura organizacional da 
ginástica, em nível mundial, pra melhor compreendê-la. A Federação 
Internacional de Ginástica (FIG) é a organização mais conhecida e mais 
antiga de ginástica, sendo também a maior influência mundial, com sede 
na capital olímpica de Lausanne (SUI). Uma de suas características é a 
coexistência de modalidades competitivas e demonstrativas em uma 
mesma federação.
A FIG é o órgão responsável pelas modalidades gímnicas de compe-
tição nos jogos olímpicos; sendo originada nas Federações Europeias de 
Ginástica (FEG). Ela é encarregada por orientar, regulamentar, difundir 
e promover os eventos de ginástica mundialmente, regendo a ginástica 
moderna e agrupando seis modalidades de ginástica: artística, rítmica, 
aeróbica, de trampolim, acrobática, para todos e parkour.
Ginástica
– 22 –
A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) é a maior entidade 
superior do esporte no Brasil e atualmente tem sede em Aracaju (Sergipe), 
administrando todas as disputas de nível nacional e apoiando atletas, téc-
nicos e árbitros em competições internacionais. Além disso, são de res-
ponsabilidade da federação as apresentações dos ginastas brasileiros na 
Gymnaestrada, evento no qual são exercidos os princípios da ginástica 
para todos (GPT). As outras ginásticas envolvidas são aquelas regidas pela 
FIG tanto na categoria júnior quanto na sênior.
A missão da CBG é administrar, fomentar e expandir a prática da ginás-
tica em todo o território nacional, contribuindo para o desenvolvimento da 
cidadania e da ginástica brasileira ao nível de excelência esportiva mundial. 
Sua visão é disseminar a paixão pela ginástica, conquistando resultados que 
evidenciem o talento brasileiro e elevem o País à condição de potência global 
do esporte. Os valores da CBG são ética, transparência, cooperação, respeito, 
gestão por competência, valorização dos colaboradores, imparcialidade e 
senso de justiça, trabalho com eficiência, eficácia e efetividade, superação, 
equilíbrio e perseverança. Ela agrupa as seguintes modalidades de ginástica: 
acrobática, aeróbica, artística, rítmica, trampolim e ginástica para todos.
Quadro 1.1 – Diferenças entre FIG e CBG
FEDERAÇÃO 
INTERNACIONAL 
DE GINÁSTICA
CONFEDERAÇÃO 
BRASILEIRA DE 
GINÁSTICA
FIG SIGLA CBG
Maior influência na ginástica 
mundial INFLUÊNCIA
Maior entidade superior de 
ginástica no Brasil
Lausanne – Suíça SEDE Aracaju, Sergipe – Brasil
Orientar, regulamentar, difun-
dir e promover os eventos de 
ginástica mundialmente
RESPONSA-
BILIDADE
Administrar, fomentar e 
expandir a prática da ginástica 
em todo o território nacional 
Ginástica acrobática, aeró-
bica, artística, rítmica, tram-
polim e ginástica para todos
MODALIDADES
Ginástica artística, rítmica, 
aeróbica, trampolim, acrobática, 
ginástica para todos e parkour
Fonte: elaborada pela autora.
– 23 –
História e evolução da ginástica 
1.4 Inclusão da ginástica na escola
Durante muito tempo, a ginástica foi tratada como sinônimo de edu-
cação física, inclusive no Brasil, sobretudo por sua presença praticamente 
exclusiva de exercitação sistematizada no contexto escolar. No final da 
década de 60, a educação física passa a ser nomenclatura mais usual, tor-
nando a ginástica como um conteúdo da educação física.
Nesse sentido, cabe falar rapidamente sobre a história da educação 
física na escola. Em 1922, foi fundado o Centro Militar de Educação 
Física no Rio de Janeiro, do qual originou a escola de educação física do 
exército (EsEFEx). Os cursos desta escola eram oferecidos para militares, 
podendo ser realizados eventualmente por civis. Nas décadas de 20 e 30, 
houve muitas propostas para criação de cursos, mas o primeiro programa 
de educação física no Brasil foi criado em 1931 (na Escola de Educação 
Física do Estado de SP), mas só começou a funcionar em 1934. A fina-
lidade deste curso era formar dois tipos de profissionais: o instrutor de 
ginástica e o professor de educação física.
Até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 
1961, ocorreram grandes discussões sobre o sistema de ensino brasileiro, 
ficando determinada nesta lei a obrigatoriedade da educação física para o 
ensino primário e médio. Desse modo, o esporte passou a ganhar espaço 
nas aulas de educação física por meio da introdução do Método Despor-
tivo Generalizado, o qual foi um contraponto aos antigos métodos de 
ginástica tradicional juntamente com a tentativa de incorporar o esporte 
aos objetivos pedagógicos escolares.
Este modelo esportivista começou a ser contestado no Brasil, dessa 
forma, iniciando-se uma grande crise de identidade no próprio discurso 
da educação física, originandouma mudança significativa nas políticas 
educacionais – a educação física escolar, que antes era voltada para a esco-
laridade de quinta a oitava séries do primeiro grau, passou a ser priorizada 
também de primeira a quarta série e na pré-escola, enfatizando o desen-
volvimento psicomotor do aluno; com isso, retirou-se da escola o papel 
de promover os esportes de alto rendimento. Esta lei foi atualizada pela 
LDB de 1996, alterada pela Lei n. 10.328, de 12 de dezembro de 2001 e 
complementada em 1º de dezembro de 2003, pela Lei n. 10.793. Estas, por 
Ginástica
– 24 –
sua vez, foram atualizadas por meio da Base Nacional Comum curricular, 
em 2017. 
Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), na unidade temática 
de ginástica, são adotadas atividades práticas propostas por meio das ginás-
ticas: geral, de condicionamento físico e de conscientização corporal. Na 
ginástica geral ou ginástica para todos são abordadas as práticas corporais 
que procuram explorar as possibilidades acrobáticas e expressivas do corpo, 
a interação social, o compartilhamento do aprendizado e a não competitivi-
dade, podendo ser praticadas de maneira individual ou coletiva.
As ginásticas de condicionamento físico são caracterizadas por exer-
cícios que buscam melhorar o rendimento, a condição física individual 
ou a mudança da composição corporal. São planejadas normalmente com 
movimentos, frequência e intensidades predefinidas, com sessões para um 
público específico.
Por fim, as ginásticas de conscientização corporal são formadas por 
movimentos lentos e suaves que buscam a conscientização da respiração e 
da postura para obter melhor percepção corporal. Algumas dessas práticas 
vêm da cultura oriental e tem origem milenar. “Todas as práticas corporais 
podem ser objeto do trabalho pedagógico em qualquer etapa e modalidade 
de ensino. Em Ginásticas, a organização [...] se dá com base na diversi-
dade dessas práticas e nas suas características” (BRASIL, 2017, p. 219).
1.5 Considerações
A partir dessa breve revisão, percebemos a importância de abordar 
alguns momentos históricos referentes às ginásticas, especialmente sobre 
a evolução de sua prática, que fazem parte dos conteúdos da educação 
física na atualidade, lembrando que por muito tempo os termos educação 
física e ginástica foram usados como sinônimos. Para o profissional de 
educação física em formação acadêmica, conhecer a história das ginásti-
cas é fundamental para a atuação profissional, pois é dentro do espaço de 
atuação que podem compartilhar e aprimorar esse conhecimento.
Houve um tempo em que a ginástica esteve muito presente na educa-
ção, especialmente no início do século passado, quando era influenciada 
– 25 –
História e evolução da ginástica 
pelos sistemas europeus, que a utilizavam para desenvolver qualidades 
físicas e morais. Com o tempo, a prática foi perdendo espaço por causa da 
esportivização da disciplina, que passou a enfatizar a aprendizagem do 
gesto esportivo de determinadas modalidades, assim como suas regras e 
formas de competir.
Atualmente, a BNCC propõe a ginástica como uma unidade temática 
a ser trabalhada ao longo do período escolar, classificando-a em ginástica 
geral, de condicionamento físico e de conscientização corporal. De acordo 
com a BNCC, é uma prática que envolve movimentos de força, flexibilidade 
e coordenação motora (BRASIL, 2017). Nesse sentido, acreditamos que as 
propostas metodológicas surgidas a partir da ginástica para todos (ginástica 
geral) possivelmente sejam as mais adequadas aos objetivos da escola.
 Saiba mais
Conheça mais a respeito da chegada da ginástica no Brasil, que foi 
implantada e disseminada, especialmente no Rio Grande do Sul, por 
Georg Black. 
MAZO, J. Z.; LYRA, V. B. Nos rastros da memória de um “Mestre de 
Ginástica”. Motriz, Rio Claro, v. 16, n. 4, p. 967-976, out./dez. 2010. Dis-
ponível em: <https://www.scielo.br/pdf/motriz/v16n4/a17v16n4.pdf>. 
Acesso em: 2 maio 2020.
Saiba mais sobre a ginástica brasileira: acesse história, missão, valores e 
modalidades da CBG.
CBG – CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GINÁSTICA. C2020. Dis-
ponível em: <https://www.cbginastica.com.br>. Acesso em: 4 maio 2020.
Atividades
1. Onde surgiu e o que significa a palavra ginástica?
2. Qual é a contribuição mais famosa dos chineses para a ginástica 
e no que consiste a técnica?
Ginástica
– 26 –
3. Quais são os tipos de ginástica que surgiram a partir da Idade 
Contemporânea? O que foram as Lingíadas?
4. O que diz a BNCC sobre a ginástica escolar?
2
Fundamentos teóricos 
metodológicos da 
ginástica pedagógica 
A palavra método é empregada para designar formas de 
organização, utilizada frequentemente para atingir objetivos. No 
caso da ginástica, o método precisa ser classificado para poder 
ser aplicado. Os objetivos deste capítulo são: conhecer os funda-
mentos teóricos metodológicos da ginástica; reconhecer a classi-
ficação da ginástica; identificar quais métodos podem ser empre-
gados na ginástica escolar.
Ginástica
– 28 –
2.1 Fundamentos teóricos da ginástica
Para entender melhor os métodos da ginástica, será preciso falar um 
pouco dos seus campos de atuação. Com o passar dos anos, devido ao 
grande alcance da ginástica, foram criadas diversas modalidades com 
objetivos diferentes, expandindo, dessa forma, seu leque de utilização.
Essas modalidades foram divididas em cinco grupos de atuação: ginás-
ticas de condicionamento físico (para não atletas e atletas); ginásticas de 
competição (abarca as modalidades para provas); ginásticas fisioterápicas 
(para tratamento de doenças); ginástica formativa (reúne técnicas de ginásti-
cas para a consciência corporal) e a ginástica geral (responsável pelo desen-
volvimento do sujeito em seus aspectos motor, cognitivo e social).
A FIG (Federação Internacional de Ginástica) é a organização mais 
conhecida e mais antiga de ginástica, sendo, também, a maior influência 
na ginástica mundial. “A FIG governa oito esportes: Ginástica para Todos, 
Ginástica Artística para Homens e Mulheres, Ginástica Rítmica, Trampo-
lim [...], aeróbica, acrobacia e parkour”. (FIG, 2020, [s.p.])1
2.2 Classificação da ginástica
Antes de tudo, para fins de estudo, é necessário distinguir exercício 
físico de atividade física. Exercício físico é uma atividade realizada siste-
maticamente com movimentados orientados por um profissional da área 
de Educação Física. Já a atividade física é um conjunto de ações praticado 
pela pessoa que correspondem às atividades desempenhadas no dia a dia.
A classificação da ginástica serve para organizar os grupos, visto ser 
grande o número de modalidades que surgiram no decorrer do tempo e de 
pesquisas sobre o tema. Sinteticamente, falaremos dos cinco grupos de 
atuação das ginásticas citados anteriormente. As ginásticas de condicio-
namento físico podem ser praticadas ao ar livre, tomando-se o cuidado de 
verificar sua duração, intensidade e frequência. Além disso, são as mais 
procuradas nas academias quando se quer adquirir melhor forma física e 
bem-estar geral. As ginásticas de competição compreendem competições 
1 Veja mais em: https://www.gymnastics.sport/site/about.php=
– 29 –
Fundamentos teóricos metodológicos da ginástica pedagógica 
preestabelecidas tanto para homens como para mulheres com o intuito de 
determinar um ganhador. As ginásticas fisioterápicas utilizam os exercí-
cios físicos para prevenir e tratar doenças. Já a ginástica formativa con-
tribui para o indivíduo conhecer os benefícios da atividade física, sendo 
motivado a incluir essa prática no seu cotidiano a fim de ter um modo de 
vida mais saudável. Por fim, a ginástica geral passou a ser chamada assim 
a partir de 1984 para indicar as atividades gímnicas não competitivas. A 
partir de 2007, a FIG passou a usar o termo GPT (ginástica para todos) 
por acreditar que seria mais bem compreendida no mundo todo. No Brasil 
podem ser encontradas as duas terminações: ginástica geral (GG) e ginás-
tica para todos (GPT).
Figura 2.1 – Esquemade classificação das ginásticas
Fonte: elaborada pela autora.
A seguir, nos deteremos especificamente nas ginásticas de condicio-
namento físico, ginásticas de competição e ginásticas fisioterápicas.
2.2.1 Ginásticas de condicionamento físico
As ginásticas de condicionamento físico são as mais procuradas nas 
academias, tanto por atletas como por não atletas, seja para auxiliar na 
manutenção da saúde ou para adquirir melhor aptidão física2. Sua prática 
contínua oportuniza diversos benefícios para os sistemas cardiovascular, 
2 A aptidão física ou condição física é formada, principalmente, pelos seguintes compo-
nentes: resistência aeróbica, resistência muscular localizada, força muscular, flexibilidade 
e composição corporal. Logo, para um indivíduo possuir uma boa condição física, é neces-
sário que os seus componentes sejam desenvolvidos harmoniosamente. Não basta apenas 
desenvolver um ou dois parâmetros, mas, sim, todos de forma equilibrada. (DELGADO, 
2012, p. 51).
Ginástica
– 30 –
respiratório, para o cérebro – produzindo hormônios que dão a sensação 
de bem-estar geral –, com isso, aumentando a autoconfiança e bom humor 
e diminuindo, principalmente, a ansiedade. No entanto, é preciso traçar 
um objetivo e fazer um plano de treinamento para alcançar esses resulta-
dos, o qual, geralmente, é elaborado com a união do trabalho aeróbico e 
do muscular.
Nesta seção, falaremos das ginásticas que fazem parte do condi-
cionamento físico. São elas: ginástica calistênica, aeróbica, localizada 
e musculação.
2.2.1.1 Ginástica calistênica
Foi por meio dela que se desenvolveu a ginástica moderna com fun-
damentos específicos destinados a obesos, crianças, sedentários, idosos e 
mulheres. A ginástica calistênica era composta por exercícios que usam 
o peso do próprio corpo, tais como flexões, abdominais, agachamentos e 
assim por diante.
Estudos apontam que Christian Carl André foi quem colocou em prá-
tica a calistenia na escola Salzman, em 1785, para os dias em que não era 
possível fazer a ginástica ao ar livre, em função do clima. Já Catharine 
Beecher, em 1828, fundou a mais famosa escola de educação superior para 
mulheres dos Estados Unidos. Sua ideia era a de que a Educação Física e a 
moral tinham a mesma importância que a intelectual. Em 1832, abriu uma 
nova escola em Ohio.
Nessas duas escolas, ela desenvolveu exercícios de calistenia para 
mulheres, movimentos simples acompanhados de música. O suíço Phokion 
Heinrich Clias, professor de ginástica, publicou, em 1929, o livro “Caliste-
nia: exercícios para beleza e força”, no qual descreveu um método próprio 
que misturava suas ideias com o pensamento de Pestalozzi e a ginástica de 
Guts Muths, propondo exercícios ritmados e sem aparelhos manuais.
O doutor e professor de medicina Dioclesian Lewis propôs um sis-
tema de ginástica para auxiliar os americanos a melhorar sua condição 
física. Seu sistema preocupava-se com as pessoas obesas, as muito magras 
e fracas, como os jovens e mulheres de todas as idades que careciam de 
exercícios regulares. Sua ginástica combinava os exercícios de calistenia 
– 31 –
Fundamentos teóricos metodológicos da ginástica pedagógica 
com exercícios livres. Logo, a nova ginástica de Lewis se popularizou no 
mundo e foi implantada em outras escolas.
O americano de origem sueca, doutor William Skarstron, era um 
estudioso da Educação Física e aliou a calistenia a suas pesquisas, criando 
o plano Skarstron. Seu método combinava exercícios simples com a arte, 
objetivando exercitar todo o corpo da mulher e do homem. Para isso, criou 
um treino para braços, pernas e tronco, que poderiam ser feitos individual-
mente ou combinados, e dividiu seu plano em oito grupos.
Logo a calistenia foi lançada na América do Sul, chegando ao Bra-
sil em 1893, no Rio de Janeiro, através da ACM (Associação Cristã de 
Moços). Os professores de ginástica trabalhavam especificamente com o 
sexo masculino. Nos anos 1980, chegou ao Rio de Janeiro e a São Paulo 
a ginástica aeróbica, que logo tomou conta das academias, executada com 
ritmos musicais extremamente rápidos e de alto impacto. Em seguida, 
chegou a ginástica localizada, que aliou a teoria da musculação com exer-
cícios de calistenia.
2.2.1.2 Ginástica aeróbica
Essa ginástica constitui-se enquanto um trabalho aeróbico que usa 
movimentos variados e repetidos de braços e pernas com um ritmo de 
música acelerado, aumentando, consideravelmente, o ritmo cardíaco e 
respiratório. No final dos anos 1960, o doutor Kenneth Cooper desenvol-
veu uma avaliação que media a condição cardiovascular dos militares, 
conhecido como teste dos doze minutos. O teste correspondia à distância 
percorrida, correndo ou caminhando durante referido tempo.
Nos anos 1970, Jack Sonensen desenvolveu um programa denomi-
nado aerobic dancing, que dividia a aula a fim de trabalhar o aquecimento, 
a flexibilidade, a dança aeróbica e o esfriamento. A parte principal da 
aula durava entre 15 e 30 minutos, contendo pequenas coreografias com 
música, sem interrupção. No entanto, quem fundamentou pedagógica e 
fisiologicamente esta prática foi a doutora Phillys C. Jacobson, nomeada 
hookes on aerobics.
No final da década de 1980, a ginástica aeróbica transformou-se 
num esporte competitivo. Em 1994, a FIG organizou campeonatos mun-
Ginástica
– 32 –
diais. O primeiro campeonato oficial foi em 1995, na França, no qual 
participaram 34 países.
A ginástica aeróbica tradicional (GAT) é uma aula de ginástica mis-
turada com passos de dança, realizada em grupos, geralmente praticada 
nas academias, com músicas organizadas pelo professor. Apontada como 
ginástica aeróbica (com variações como cardiofunk, aeroaxé, mixdance, 
etc.), condiz com os exercícios chamados aeróbicos que procuram apri-
morar o sistema cardiorrespiratório.
As práticas esportivas regulares (andar de bicicleta, correr, caminhar, 
dentre outras) também são consideradas exercícios aeróbicos. As ativi-
dades aeróbicas produzem benefícios fisiológicos, psicológicos e moto-
res, além de vantagens como: diminuir o percentual de gordura corporal; 
melhorar a autoestima; aliviar o estresse, etc. Para obter os benefícios, é 
importante verificar a frequência, a intensidade e a duração da aula, assim 
como verificar se os exercícios são de baixo, médio ou alto impacto.
2.2.1.3 Ginástica localizada
Essa ginástica é uma sequência de exercícios organizados para gru-
pos musculares diferentes, praticados com um número variado de repe-
tições, com o objetivo de melhorar a resistência muscular localizada. 
Ela se originou da ginástica praticada na academia a partir de 1930, no 
Rio de Janeiro, com a professora Gretch Hillefeld, que se baseava no 
método ginástico analítico e o adaptava para os brasileiros. Uma aula 
de ginástica localizada é composta pelo aquecimento, parte principal e 
volta à calma.
O aquecimento é composto por exercícios de baixa intensidade e 
de alongamentos, tem duração de 5 a 10 minutos. Busca-se enfatizar, no 
aquecimento, os músculos que serão trabalhados na aula. Já a parte prin-
cipal tem a duração de 30 a 40 minutos, durante os quais são trabalhados 
os membros superiores, inferiores e tórax. Por fim, são feitos os exercícios 
de solo, com os quais, geralmente, são trabalhados os abdominais e os 
glúteos. E a volta à calma é o relaxamento/alongamento final da aula, que 
dura cerca de 5 a 10 minutos, a fim de baixar os batimentos cardíacos e 
relaxar os músculos trabalhados.
– 33 –
Fundamentos teóricos metodológicos da ginástica pedagógica 
2.2.1.4 Musculação
A musculação teve origem com Weber, em 1846, fazendo uma rela-
ção entre a força muscular e a seção transversa do músculo. Sua finali-
dade é o desenvolvimento muscular, geralmente almejando a tonificação 
e a força. Assim sendo, são usadas sobrecargas por meio de aparelhos de 
musculação e pesos livres como barras, halteres, caneleiras, entre outros.
Para iniciar um treinamento de musculação, é preciso, primeiramente, 
fazer uma avaliação físicapara verificar qual o tipo de treino que precisa 
ser aplicado. Geralmente, é feito um período de adaptação (mudanças 
de série, repetições e cargas), depois é montado um treino conforme o 
objetivo da pessoa. São aplicados treinamentos diferentes para iniciantes, 
intermediários e avançados.
Figura 2.2 – Resumo das ginásticas de condicionamento físico
Fonte: elaborada pela autora.
2.2.2 Ginásticas de competição
A ginástica de competição também é conhecida como desportiva. 
A Federação Internacional de Ginástica, que rege a ginástica moderna, 
agrupa seis modalidades diferentes na ginástica de competição: ginástica 
Ginástica
– 34 –
artística; ginástica rítmica; ginástica de trampolim; ginástica acrobática; 
ginástica aeróbica; e parkour. Lembrando que a entidade também é res-
ponsável pela ginástica para todos, porém trata-se de uma modalidade sem 
fins competitivos, como veremos nos tópicos a seguir.
2.2.2.1 Ginástica artística (GA)
De acordo com a FIG, a ginástica artística é definida como um 
conjunto de exercícios sistematizados para competição, que envolvem 
força, agilidade e flexibilidade. A ginástica pode ser entendida como uma 
forma particular de se exercitar, na qual são abertas várias possibilida-
des de práticas que podem ocasionar profundas experiências corporais, 
enriquecedoras especial-
mente pela cultura cor-
poral das crianças.
A GA é dividida em 
dois grupos: esporte e ati-
vidade física. No primeiro 
caso, é usada como um 
esporte olímpico de alto 
nível, com regras norma-
tizadas pela FIG. Já no 
segundo caso, é usada para 
desenvolver habilidades 
motoras mediante um tra-
balho corporal que per-
mite que os participantes 
tomem consciência de 
suas potencialidades de 
um modo geral.
Em 1824, com a 
colonização alemã no Rio 
Grande do Sul, a ginástica 
olímpica (nomenclatura 
usada) chegou ao Brasil. 
O estado foi pioneiro e 
Figura 2.3 – Ginástica artística – argolas
Fonte: Shutterstock.com/Leonard Zhukovsky
– 35 –
Fundamentos teóricos metodológicos da ginástica pedagógica 
fundou uma Federação de Ginástica (Federação Riograndense de Ginás-
tica), iniciando, dessa forma, a prática no Brasil.
Na escola, a ginastica artística deve ser abordada de forma pedagó-
gica, recreativa e não competitiva. Ela deve ser inserida aos conteúdos das 
aulas de Educação Física. Dentre os benefícios dessa prática está o desen-
volvimento das qualidades físicas, motoras, afetivas e sociais. Nos próxi-
mos capítulos, aprofundaremos o assunto a respeito das provas masculinas 
e femininas de GA disputadas numa olimpíada, bem como os aparelhos 
usados nessa modalidade.
2.2.2.2 Ginástica rítmica
Surgida no século XVI, precisou de mais de duzentos anos para 
se tornar um conjunto com movimentos de dança a ser ensinado como 
esporte na antiga União Soviética. A ginástica rítmica é uma modalidade 
exclusivamente feminina e reúne diferentes passos de dança combina-
dos com o manuseio de equipamentos manuais (arco, bola, corda, fita e 
maças). Ela se tornou um 
esporte olímpico em 1996.
De acordo com a FIG, 
nas competições de ginástica 
rítmica, as provas podem ser 
disputadas individualmente 
ou em conjunto. Tanto nas 
provas individuais como 
nas provas em conjunto há 
um tempo estipulado (1’15-
1’30’’ individual e 2’15’’-2’30’’ no conjunto); lembrando que os conjuntos 
são formados por cinco atletas. São disputadas duas provas: na primeira, 
cinco atletas utilizam o mesmo aparelho; na segunda, são usados dois 
aparelhos diferentes (2-3). Também será possível ver mais sobre a GR nos 
próximos capítulos deste livro.
2.2.2.3 Ginástica de trampolim
A ginástica de trampolim foi criada em 1936 pelo ginasta estaduni-
dense George Nissen, foi reconhecida como modalidade esportiva nesse 
Figura 2.4 – Sequência de ginástica rítmica
Fonte: Shutterstock.com/pikepicture
Ginástica
– 36 –
mesmo período. Ainda 
nessa época, o trampolim 
foi introduzido nas esco-
las de Educação Física, 
em universidades e em 
treinamentos militares. 
Sendo normatizado pela 
FIG, o trampolim con-
siste em liberdade, voo 
e espaço. Pode ser usado 
um ou dois trampolins 
para um ou dois atletas 
executarem uma série de 
dez elementos, deman-
dando movimentos cor-
porais bem precisos.
As competições 
podem ser individuais 
ou sincronizadas, tanto 
para homens como para 
mulheres. De acordo com 
a FIG (2020c, [s.p.])3, os 
atletas usam o trampolim 
para se lançarem a alturas que podem ultrapassar dez metros. O trampolim 
representa o mais próximo que o homem chega de voar sozinho, pois não 
há dispositivos tecnológicos presos ao corpo. Portanto, um erro que acabe 
em queda pode encerrar a carreira do atleta.
A ginástica de trampolim é dividida em quatro categorias: trampolim 
individual, trampolim sincronizado, duplo mini trampolim e tumbling4. 
Os melhores ginastas geralmente se especializam em duas dessas quatro 
3 É possível saber mais em: https://www.gymnastics.sport/site/pages/disciplines/ele-dmt.php.
4 Nesta prova, o ginasta executa quatro passadas com oito elementos acrobáticos em cada 
uma, sendo duas passadas na preliminar e duas na final. O ritmo deve ser mantido durante 
toda a execução, numa pista de 26 m. Ver mais em: http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.
br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=165.
Figura 2.5 – Trampolim acrobático
Fonte: https://osolimpicos.wordpress.com/tag/
trampolim/
– 37 –
Fundamentos teóricos metodológicos da ginástica pedagógica 
modalidades. O trampolim se tornou um esporte olímpico em 2000, por-
tanto os Jogos Olímpicos significam o auge para esse tipo de ginástica.
2.2.2.4 Ginástica acrobática
A acrobacia se desenvolveu com o surgimento do circo, no século 
VIII, porém as primeiras competições desse esporte aconteceram somente 
no século XX, sendo a primeira em 1973, ano em que foi criada a Fede-
ração Internacional de Esportes Acrobáticos (IFSA). Em 1998, a IFSA 
(federação que regia as acrobacias) foi extinta e a modalidade foi adotada 
pela FIG com o objetivo de unir todas as disciplinas de ginástica e fazer 
com que as acrobacias se tornassem um esporte olímpico.
Em 1999, ocorreu o 16º Campeonato Mundial, o primeiro da era 
FIG, que ocorreu em Ghent, na Bélgica. Desde 2007, essa modalidade é 
conhecida como ginástica acrobática. O objetivo é a cooperação através 
do trabalho em conjunto. A equipe de acrobatas deve executar três séries 
de equilíbrio, dinâmica e combinada.
Conforme a FIG 
(2020a, [s.p.])5, os ginas-
tas atuam em pares, trios 
ou grupos. As apresen-
tações combinam arte 
e habilidade, os ginas-
tas executam elementos 
estáticos (equilíbrios e 
retenções) e elementos 
dinâmicos (elevadores, 
arremessos com camba-
lhotas, dentre outros). 
Os exercícios em grupo 
devem incluir pirâmides humanas e os exercícios em pares devem conter, 
pelo menos, seis elementos de equilíbrio do parceiro. A ginástica acrobá-
tica competitiva possui cinco formações: par feminino e par masculino, 
5 O processo é explicado em https://www.gymnastics.sport/site/pages/disciplines/hist-a-
cro.php.
Figura 2.6 – Equipe de ginástica acrobática
Fonte: Shutterstock.com/Cherednychenko Ihor
Ginástica
– 38 –
par misto (masculino e feminino), grupo feminino (três mulheres) e grupo 
masculino (quatro homens). Cada par ou grupo realiza três rotinas: equilí-
brio, dinâmico e combinado.
2.2.2.5 Ginástica aeróbica
Como vimos anteriormente, a ginástica aeróbica é, também, uma 
modalidade de condicionamento físico criada pelo médico cardiologista 
americano Kenneth Cooper e, mais tarde, difundida comercialmente por 
Jane Fonda, tornando-se a popular fitness aerobics. Na década de 1980, 
a ginástica aeróbica apareceu como uma forma de prática de exercícios 
físicos, direcionada para o público em geral.
Mais tarde, tornou-se um esporte de competição que foi introduzido 
pela FIG em campeonatos mundiais. De acordo com a FIG (2020b, [s.p.])6, 
a ginástica aeróbica competitiva oferece várias plataformas para mostrar 
a variedade e a criatividade da disciplina. Os ginastaspodem competir de 
forma individual, em pares mistos ou trios, também em grupos de cinco ou 
no caso de dança aeróbica e etapa aeróbica, com equipes de oito ginastas. 
Em todas as categorias, o movimento deve ser contínuo abarcando todo o 
espaço da competição, incluindo movimentos aéreos e no chão, acompa-
nhados por música.
Figura 2.7 – Equipe de ginástica aeróbica
Fonte: https://www.cbde.org.br
6 Mais informações em: https://www.gymnastics.sport/site/pages/disciplines/pres-aer.php.
– 39 –
Fundamentos teóricos metodológicos da ginástica pedagógica 
2.2.2.6 Ginástica para todos (GPT) ou ginástica geral (GG) 
A ginástica para todos é considerada a união das ginásticas que com-
preende o conhecimento teórico e prático no contexto escolar. Inicialmente 
chamada de ginástica geral, surgiu na Europa como uma manifestação 
popular visando à participação de um vasto número de simpatizantes, sem 
antes haver uma sistematização para a sua prática. A partir daí, surgiram 
encontros e festivais para as demonstrações de ginástica que culminaram 
na formalização de sua prática pela FIG.
De acordo com Stanquevisch (2004, p. 51), uma das principais carac-
terísticas que diferem a “ginástica geral das demais modalidades gímni-
cas de competição é a amplitude de possibilidades que ela tem e que não 
limita a participação, seja por idade, sexo ou condição física do prati-
cante”. Atualmente, a nomenclatura oficial dessa modalidade é ginástica 
para todos. O conteúdo mais detalhado a respeito pode ser encontrado no 
capítulo cinco deste livro, no qual há um tópico inteiro a respeito.
Figura 2.8 – Equipe nacional de ginástica geral da Dinamarca
Fonte: Vibeke Green (2014)
2.2.3 Ginásticas fisioterápicas
Especialmente a partir da Segunda Guerra Mundial, de acordo com 
Santos (1998), o exercício físico vem sendo ministrado como meio de 
Ginástica
– 40 –
recuperação dos diversos tipos de consequências pós-operatórias, mus-
culares e osteoarticulares, além de prevenir lesões corporais. Dentre elas, 
podemos citar a ginástica laboral a ginástica corretiva (RPG) a ginástica 
oriental a hidroterapia e o pilates.
A ginástica laboral foi criada em 1925 por operários poloneses e 
alastrou-se por diversos países da Europa até chegar ao Japão e, após a 
Segunda Guerra Mundial, difundiu-se pelo mundo. É definida como exer-
cícios físicos realizados no ambiente de trabalho durante o horário de 
expediente, a fim de evitar doenças ocupacionais e lesões por esforços 
repetitivos. Consiste em alongamentos e exercícios de relaxamento mus-
cular praticados em grupos, moldados conforme a função exercida por 
cada setor.
A ginástica corretiva (RPG) é conhecida, também, como cinesiote-
rapia e possui exercícios que têm a finalidade de corrigir defeitos posturais 
e desvios da coluna vertebral. É ministrada por fisioterapeutas, fisiatras e 
professores de Educação Física especializados.
A ginástica oriental faz uso de exercícios lentos, enfatizando a res-
piração. Ela reúne técnicas que buscam o equilíbrio dos chacras junto ao 
da energia cósmica.
A hidroterapia é uma ginástica individualizada, com exercícios 
específicos para cada lesão, que são realizados na água. Ela reabilita pato-
logias clínicas, como a reumatologia, ortopedia, lesões pulmonares, para-
lisia cerebral entre outras.
O pilates é um método de reabilitação e condicionamento físico 
geral, que foi criado na Alemanha, na década de 1920, por Joseph Pila-
tes, que passou por vários problemas de saúde na infância. Para buscar 
superá-los, ele estudou anatomia, fisiologia e medicina até desenvolver 
esse método de exercícios físicos. Durante a Segunda Guerra Mundial, 
trabalhou como enfermeiro e, nesse período, usou a técnica para aju-
dar na reabilitação dos feridos em combate. O método pilates combina 
movimentos corporais com a respiração, melhorando, desse modo, a 
postura, já que os exercícios trabalham, principalmente, os músculos 
abdominais e das costas.
– 41 –
Fundamentos teóricos metodológicos da ginástica pedagógica 
Figura 2.9 – Esquema das ginásticas fitoterápicas
Fonte: elaborada pela autora.
2.3 Métodos teórico-práticos da ginástica escolar
A ginástica faz parte dos conteúdos da cultura corporal de movi-
mento. Desse modo, é importante que os alunos a experimentem nas aulas 
de Educação Física escolar, pois ela produz experiências que possibilitam 
uma educação para a formação humana.
Ao ser abordada no espaço escolar, ela pode favorecer o aprendizado 
a partir de movimentos já conhecidos pelos alunos, desenvolvendo, assim, 
a autonomia por meio da relação reflexiva com o cotidiano. A metodo-
logia estabelecida apontará o caminho para que a ginástica faça sentido 
na vida do aluno, contribuindo para sua formação. Ela deve ser organi-
zada segundo as habilidades fundamentais de caminhar, correr, saltar, etc. 
Nesse sentido, pode propiciar o desenvolvimento de habilidades motoras 
diversas, bem como de condicionamento físico.
Como estratégia pedagógica, Betti e Zuliani (2002) destacam que a 
escolha dos conteúdos específicos da ginástica a serem praticados na aula 
Ginástica
– 42 –
de Educação Física precisa corresponder aos princípios metodológicos 
gerais, tais como princípio da inclusão, da diversidade, da complexidade 
e da adequação ao aluno.
As ginásticas, de modo geral, são técnicas de trabalho corporal 
que assumem um caráter individualizado com diversas finalidades. Elas 
podem ser utilizadas como preparação para outras modalidades, também 
como técnicas de relaxamento e para manter ou recuperar a saúde. Além 
disso, podem ser aproveitadas de forma recreativa e de competição.
Atualmente, existem várias técnicas de ginástica que trabalham o 
corpo de modo diferente das ginásticas tradicionais (exercícios rígidos, 
mecânicos e repetitivos), visando à percepção do próprio corpo: ter cons-
ciência da respiração, perceber o relaxamento e tensão dos músculos, sen-
tir as articulações da coluna vertebral.
Oliveira (2007) propõe uma estruturação para a aula de ginástica esco-
lar. Inicialmente, é possível fazer jogos e brincadeiras para a integração do 
grupo. Logo após, apresentar o tema da aula, explorando a ginástica con-
forme os objetivos do grupo. A prática deve envolver elementos gímnicos 
como saltar, equilibrar, girar, rolar, entre outros. Por fim, é importante 
propiciar tarefas em pequenos grupos, explorando movimentos diversos, 
com ou sem materiais, que evoluam para apresentações, entre os grupos, 
sobre os trabalhos que foram realizados.
Figura 2.10 – Ginástica escolar
Fonte: Shutterstock.com/New Africa
– 43 –
Fundamentos teóricos metodológicos da ginástica pedagógica 
 Saiba mais
BORGES, P. J. de M. Ginástica na escola: proposta de um instrumento 
de avaliação. Efdeportes. Disponível em: https://www.efdeportes.com/
efd185/ginastica-na-escola-proposta-de-avaliacao.htm. Acesso em: 19 
jul. 2020.
MARCASSA, L. Metodologias do ensino da ginástica: novos olhares, 
novas perspectivas. Pensar a prática. 2004. Disponível em: https://revis-
tas.ufg.br/fef/article/view/94/89. Acesso em: 19 jul. 2020.
Atividades
1. Quais são os cinco grupos de atuação das ginásticas? Sintetize 
cada uma delas.
2. O que é FIG e quais modalidades são reconhecidas por ela?
3. Quais modalidades da ginástica são de condicionamento físico? 
Descreva a ginástica calistênica.
4. Descreva a estrutura de aula de ginástica escolar proposta por 
Nara Oliveira.
3
Estudo das 
capacidades físicas 
O estudo das capacidades físicas é importante para anali-
sar o funcionamento da ginástica e as capacidades implicadas na 
preparação de uma aula com esse conteúdo, a fim de ser melhor 
aproveitado nas aulas de educação física. Os objetivos deste 
capítulo são: conhecer e conceituar as capacidades físicas; dife-
renciar e reconhecer as capacidades físicas na ginástica; entender 
e apontar de que modo as capacidades físicas podem ser usadas 
na escola.
Ginástica
– 46 –
3.1 Capacidades físicas – conceitos
As capacidades físicas (tambémconhecidas como habilidades ou 
valências físicas) incluem desde os movimentos simples até os mais com-
plexos. As habilidades podem ser desenvolvidas por qualquer sujeito, 
porém dependem das características hereditárias do organismo de cada 
um, as quais determinam seus potenciais e possíveis limites. As capaci-
dades físicas ou motoras podem ser divididas em três grupos: primeiro – 
força, velocidade, resistência e potência; segundo – coordenação motora, 
flexibilidade corporal, equilíbrio motor; terceiro – orientação cinestésica, 
espaço temporal, estruturação do esquema corporal, expressão corporal. 
Neste capítulo, abordaremos as capacidades do primeiro e do segundo 
grupo. Para melhor entendê-las, veremos, a seguir, o conceito, bem como 
exemplos de cada uma.
a) Força: de acordo com 
Tubino (1992), força é a 
capacidade dos músculos 
ou grupamento muscular 
de vencer uma resistên-
cia, exercendo esforço na 
ação de empurrar ou ele-
var. Hertogh et al. (1994) 
afirmam que o trabalho 
de força é essencial para 
obter um nível alto no 
desempenho dos movi-
mentos, nas ginásticas de 
competição. De acordo 
com o tipo de treino mus-
cular, a força pode ser 
estática ou isométrica, 
dinâmica ou isotônica 
 e explosiva (quando 
há um esforço máximo 
numa determinada unidade de tempo). A seguir, podemos ver 
um exemplo de força estática de um ginasta.
Figura 3.1 – Força estática de um ginasta
Fonte: Shutterstock.com/ KELENY
– 47 –
Estudo das capacidades físicas 
b) Velocidade: é a qualidade específica do músculo e das coordena-
ções neuromusculares que possibilita a realização de uma sequ-
ência rápida de gestos (FAUCONNIER apud TUBINO, 1992). 
Ela pode ser classificada em três tipos: velocidade de desloca-
mento (capacidade máxima de se mover de um ponto ao outro); 
velocidade de reação (rapidez para responder a um estímulo 
visual, auditivo ou tátil); velocidade de membros (habilidade de 
mover membros superiores e/ou inferiores o mais rápido possí-
vel). Na imagem abaixo temos um exemplo de velocidade. 
Figura 3.2 – Corrida de aproximação da mesa de salto
Fonte: Elaborado pelo autor.
c) R e s i s t ê n c i a : 
de acordo com 
Guedes e Gue-
des (1995), 
resistência é a 
capacidade de 
um grupo mus-
cular execu-
tar contrações 
repetitivas por 
um período 
de tempo sufi-
ciente para cau-
sar fadiga muscular, sem que ocorra perda aparente da eficiência do 
movimento. Existem diferentes tipos de resistência, a saber: resis-
tência aeróbia, anaeróbica e resitência muscular localizada (RML). 
 Na imagem abaixo pode ser visto um exemplo.
Figura 3.3 – Resistência muscular
Fonte: Shutterstock.com/ Anatoliy Karlyuk
Ginástica
– 48 –
d) Potência: Fleck 
e Kraemer 
(1999) definem 
potência como 
a velocidade 
em que o tra-
balho é desem-
penhado. Isso 
significa que o 
treinamento da 
potência é um 
aperfeiçoamento das capacidades de força e velocidade. Ela 
ainda é conhecida como força explosiva (força máxima exercida 
e velocidade de execução num determinado movimento), como 
pode ser visto no exemplo a seguir.
e) Coordenação: é a capa-
cidade de realizar ações 
motoras complexas, com 
o mínimo de esforço. 
Para Tubino (1992), 
coordenação é a quali-
dade física que integra a 
consciência e a execução, 
a fim de melhorar a aqui-
sição de ações muscula-
res e, assim, realizar uma 
sequência de movimen-
tos de forma eficiente e 
econômica. A coorde-
nação pode ser divida 
em coordenação motora 
grossa (nadar, correr) e 
coordenação motora fina 
(escrever, recortar). 
Figura 3.5 – Coordenação motora
Fonte: Shutterstock.com/Fabrizio Carabelli
Figura 3.4 – Potência
Fonte: Shutterstock.com/Artur Didyk
– 49 –
Estudo das capacidades físicas 
f) Flexibilidade: é a capa-
cidade de amplitude do 
movimento, é a extensão 
do músculo. Ou seja, é a 
capacidade que o mús-
culo possui de relaxar à 
medida que é alongado. 
A flexibilidade envolve 
o movimento articular e 
o alongamento muscular. 
Ela pode ser dividida em 
dois tipos: flexibilidade 
corporal geral, que é a 
habilidade de movimen-
tos fundamentais do sis-
tema articular corporal 
(articulações escapulares, 
coxofemorais e da coluna 
vertebral); flexibilidade 
específica, que é a habi-
lidade de movimento de certas articulações (KRAHENBUHL; 
MARTIN, 1977). A flexibilidade muscular é bastante aprovei-
tada para a ginástica, no meio esportivo, pois previne lesões e 
melhora o desempenho atlético (MACIEL; CÂMARA, 2008). 
g) Equilíbrio: é 
a competên-
cia para sus-
tentar o corpo 
parado contra a 
força da gravi-
dade. Ele pode 
ser: estático 
(quando uma 
posição é man-
tida); dinâmico 
(acontecendo 
Figura 3.6 – Flexibilidade
Fonte: Shutterstock.com/DardaInna
Figura 3.7 – Equilíbrio
Fonte: Shutterstock.com/Air Images
Ginástica
– 50 –
durante o movimento); recuperado (quando se perde a estabi-
lidade e se consegue reavê-la). (TUBINO, 1992). O equilíbrio 
é uma das habilidades motoras essenciais, pois dependemos 
dele diariamente para realizar atividades simples, como ficar em 
pé, subir numa cadeira, equilibrar-se em uma das pernas, como 
podemos ver na imagem a seguir.
3.2 As capacidades físicas nas ginásticas
Conforme foi visto anteriormente, as capacidades físicas podem ser 
entendidas como as qualidades físicas e motoras de cada indivíduo, de 
acordo com o seu esforço. E a ginástica funciona como um tipo de ferra-
menta para desenvolvê-las. Um dos principais componentes a serem tra-
balhados nas modalidades gímnicas é a perfeição das técnicas a fim de 
obter altos níveis de rendimento. Portanto, faz-se necessário um trabalho 
em conjunto com as capacidades físicas que são requisitadas nas diferen-
tes modalidades esportivas de ginástica.
De acordo com Canalda (1998), para obter o desenvolvimento ade-
quado das capacidades físicas, é preciso estabelecer um treinamento base-
ado nos exercícios específicos de cada modalidade, pois, dessa maneira, é 
possível alcançar um melhor rendimento do atleta tanto individualmente 
quanto em grupo. Também conhecidas como requisitos motores, “as capaci-
dades físicas de resistência, força, velocidade, flexibilidade e coordenativas 
representam as condições físicas centrais para o aprendizado e realização de 
movimentos corporais relacionados ao esporte” (WEINECK, 1999, p. 131).
Nesse sentido, percebemos que o desenvolvimento de apenas uma 
capacidade física é praticamente impossível, visto que há sempre mais 
de uma sendo requisitada na execução de um movimento. Partindo dessa 
afirmação, veremos, a seguir, as capacidades físicas utilizadas numa deter-
minada modalidade gímnica. Para exemplificar, escolhemos a modalidade 
ginástica artística (GA).
A ginástica artística pode ser abordada como: conteúdo na disciplina de 
educação física escolar; atividade extracurricular; em clubes; em academias; 
como esporte de alto rendimento. A partir do conhecimento das capacidades 
motoras específicas para o esporte é possível identificar as capacidades físi-
– 51 –
Estudo das capacidades físicas 
cas importantes a serem desenvolvidas no treino na GA. Devido à grande 
diversidade de movimentos, a GA precisa reunir capacidades físicas como 
força, flexibilidade, resistência, velocidade e coordenação.
Nesse sentido, primeiramente, é importante trabalhar a força, pois, 
conforme o aparelho a ser usado, pode ser requerida uma força máxima ou 
explosiva para que o exercício seja executado corretamente. Além disso, é 
importante que o ginasta tenha boa capacidade de resistir à fadiga, já que 
os movimentos devem ser realizados em sequência, pois a GA combina 
exercícios dinâmicos e estáticos complexos, exigindo bastante força. 
Conforme vimos, a força pode ser definida como a capacidade do 
músculo de vencer uma resistência, realizando esforço na ação de empur-
rar ou elevar. Os tipos de força são: força explosiva (o sistema neuro-
muscular produz a maior elevação de força por unidade de tempo); força 
máxima (o sistema neuromuscular produz a maior força por meio de uma 
contração voluntáriamáxima); Capacidade de resistir à fadiga (o sistema 
neuromuscular continua produzindo tensão em fadiga).
A outra capacidade física fundamental a ser trabalhada na GA é a 
flexibilidade, a qual pode ser definida como a capacidade do músculo 
relaxar enquanto é alongado. A maior parte dos elementos técnicos de 
ginástica requer uma boa amplitude de movimento e, caso o atleta não 
consiga atingir a amplitude determinada para certo movimento, ele per-
derá pontos. 
Quadro 3.1 – Tipos de flexibilidade
Flexibilidade geral – flexibilidade 
dos principais sistemas articulares 
(ombros, quadris, coluna).
Flexibilidade específica – flexibili-
dade em determinadas articulações.
Flexibilidade ativa – maior ampli-
tude de movimento atingida pela 
contração do músculo agonista e 
relaxamento do antagonista.
Flexibilidade passiva – maior 
amplitude de movimento atingida 
com o auxílio de forças externas.
Flexibilidade Estática – manutenção do estado de alongamento por um 
determinado período.
Fonte: elaborado pela autora.
Ginástica
– 52 –
Veja a seguir um exemplo de atividades de fortalecimento muscular 
e de flexibilidade para as principais ações motoras presentes no movi-
mento de abertura e fechamento num exercício de GA.
Quadro 3.2 – Atividades de fortalecimento muscular e de flexibilidade
Abertura Fechamento
Flexibilidade Força Flexibilidade Força
Fonte: elaborada pela autora.
A capacidade física resistência é importante em vários aspectos na 
GA. A modalidade possui aparelhos femininos e masculinos, no quais são 
exigidos elementos de força explosiva, força máxima e velocidade. Além 
disso, são realizados em sequência, com um curto período para a recu-
peração e, por esse motivo, é fundamental que o ginasta possua uma boa 
resistência muscular e boa resistência aeróbica e anaeróbica. É importante 
lembrar que a resistência pode ser definida como a capacidade que um 
grupo muscular tem de ficar contraído por tempo suficiente para causar 
fadiga muscular, porém sem perder a eficiência do movimento.
Quadro 3.3 – Principais tipos de resistência
Resistência 
anaeróbica Resistência aeróbica
Resistência muscular 
localizada
Quando é realizada 
uma atividade de alta 
intensidade num curto 
período de tempo.
Habilidade de susten-
tar esforços intensos 
de grande duração 
sem um alto acúmulo 
de ácido lático.
Nota sobre ácido 
lático: O músculo pro-
duz ácido lático no
Quando é realizada a 
repetição de um movi-
mento no maior tempo 
possível, não compro-
metendo sua eficácia.
– 53 –
Estudo das capacidades físicas 
Resistência 
anaeróbica Resistência aeróbica
Resistência muscular 
localizada
organismo a partir da 
glicose. Quando a pes-
soa não está bem con-
dicionada fisicamente, 
ela acumulará mais 
ácido lático no mús-
culo, dessa forma pro-
vocando dores muscu-
lares. Ou seja, quanto 
mais trabalhada for 
a musculatura, mais 
rápido o ácido lático 
será eliminado, tor-
nando o treino mais 
eficiente.
Fonte: elaborado pela autora.
A velocidade na ginástica artística é importante de acordo com as 
formas de demonstração: velocidade de ação, velocidade de frequência e 
resistência de velocidade rápida. O ginasta necessita executar vários movi-
mentos com potência, num curto período de recuperação. Tais movimen-
tos são, geralmente, precedidos de corrida. A velocidade pode ser definida 
como a qualidade específica do músculo, o qual possibilita a realização de 
uma sequência rápida de gestos.
Quadro 3.4 – Tipos de velocidade
Formas de manifestação pura: Formas de manifestação complexa:
Velocidade de reação
Velocidade de ação
Velocidade de frequência
Velocidade de força
Resistência de força rápida
Resistência de velocidade máxima
Fonte: elaborado pela autora.
Ginástica
– 54 –
Por fim, a coordenação motora é um requisito essencial para que 
o ginasta tenha um bom desempenho e evolua na técnica. “A coordenação 
motora é primordial para a perfeita execução das diferentes habilidades técni-
cas da GA durante as competições e os treinamentos” (TRICOLI; SERRÃO, 
2005, p. 148). Como já visto, a coordenação motora pode ser definida como 
a capacidade de realizar ações motoras complexas com o mínimo de esforço.
Quadro 3.5 – Capacidades coordenativas
Tipos de capacidades coordenativas conforme Weineck (1999)
Para conduzir um movimento são 
necessárias as capacidades de:
Para se adaptar um movimento 
a uma situação ambiental são 
necessárias as capacidades de:
acoplamento, diferenciação, 
equilíbrio, orientação, ritmo.
equilíbrio, orientação, 
ritmo, reação, mudança.
Fonte: elaborado pela autora.
3.3 Capacidades físicas e sua utilização na escola
Com relação às capacidades físicas e sua utilização na escola, é 
importante citar as ações naturais básicas que compõem o movimento 
humano, tais como andar, correr, saltar, girar, rolar, etc. Desse modo, ao 
descrever um movimento ou ação para poder alcançar determinado obje-
tivo, será preciso observar três fatores: a posição inicial, a execução e a 
posição final. A posição inicial é a descrição do posicionamento estático 
do indivíduo antes de ele iniciar o deslocamento. Na fase de execução, 
é importante usar a informação correta para que o ginasta tenha claro o 
número de repetições, o tempo de duração, dentre outros. A posição final 
expõe o posicionamento do indivíduo ao concluir o deslocamento.
Para falarmos sobre a utilização das capacidades físicas, daremos o 
exemplo do movimento do salto sobre a mesa da ginástica artística1. 
Após realizar uma corrida de aproximação, de forma a ganhar velocidade, 
o ginasta deve se impulsionar no trampolim e em seguida tocar a mesa 
1 Para saber mais sobre este salto, acesse: http://www.dicionarioolimpico.com.br/ginasti-
ca-artistica/cenario/salto-sobre-a-mesa.
– 55 –
Estudo das capacidades físicas 
com as duas mãos simul-
taneamente. Utilizando 
um movimento de impul-
são, o atleta se afasta da 
mesa e realiza o salto pro-
priamente dito, que pode 
conter rotações simples 
ou múltiplas em torno dos 
eixos corporais.
O ginasta deve fina-
lizar o salto com uma aterrissagem sobre os dois pés, de frente ou de 
costas para o aparelho, o mais próximo possível da área demarcada no col-
chão de aterrissagem. Na imagem a seguir, pode ser vista uma sequência 
do salto sobre o cavalo na GA.
Nas aulas de ginástica, é importante demonstrar, também, as posições 
básicas do corpo, nomeando-as para que os alunos possam visualizar e 
memorizar os movimentos de maneira mais correta. A posição anatômica, 
assim como os movimentos articulares2, são os mais usados, principal-
mente na orientação do aquecimento.
Quadro 3.6 – Posição anatômica
Posição anatômica: em pé, tronco 
ereto, membros superiores ao 
longo do corpo, olhos voltados 
para a frente.
Fonte: elaborado pela autora com elementos de Shutterstock.com/AV-Art
2 Referem-se às posições das articulações conforme o movimento aplicado.
Figura 3.8 – Salto sobre cavalo
Fonte: Shutterstock.com/Lagartija de colores
Ginástica
– 56 –
Quadro 3.7 – Movimentos articulares mais utilizados
Extensão: quando aumenta o 
ângulo da articulação de um seg-
mento do corpo, distanciando suas 
partes.
Flexão: quando diminui o ângulo 
da articulação de um segmento cor-
poral, aproximando as suas partes.
Rotação: movimentos em torno do 
eixo longitudinal do segmento.
Pronação: rotação interna do ante-
braço.
Supinação: rotação externa do 
antebraço.
Inversão: elevação da borda 
medial do pé.
Eversão: elevação da borda lateral 
do pé.
Dorsiflexão: movimentação do 
peito do pé em direção à canela.
Flexão plantar: movimentação da 
sola do pé para baixo (apontar os 
dedos).
Fonte: elaborado pela autora com elementos de Shutterstok.com/Auttapon Wongtakeaw.
– 57 –
Estudo das capacidades físicas 
Cabe salientar, também, as formas como os alunos podem ficar dis-
postos no espaço físico, tais como: em colunas, fileiras e diagonal. Nas 
imagens a seguir há exemplos de cada uma das formas.
Quadro 3.8 – Formas como os alunos podem ficar dispostos no espaço

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