Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

GINÁSTICA
Daiana Rodrigues de Lima Braga 
Simone Romani
E
d
u
ca
çã
o
G
IN
Á
S
T
IC
A
D
ai
an
a 
R
od
rig
ue
s 
d
e 
Li
m
a 
B
ra
g
a 
S
im
on
e 
R
om
an
i
Curitiba
2020
Ginástica
Daiana Rodrigues de Lima Braga 
Simone Romani
Ficha Catalográfica elaborada pela Editora Fael.
B813g Braga, Daiana Rodrigues de Lima
Ginástica / Daiana Rodrigues de Lima Braga, Simone Romani. – 
Curitiba: Fael, 2020.
243 p. il.
ISBN 978-65-86557-21-3
1. Educação física I. Romani, Simone II. Título
CDD 796
Direitos desta edição reservados à Fael.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.
FAEL
Direção Acadêmica Francisco Carlos Sardo
Coordenação Editorial Angela Krainski Dallabona
Revisão Editora Coletânea
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Imagem da Capa Shutterstock.com/Victoria VIAR PRO
Arte-Final Evelyn Caroline Betim Araujo
Sumário
Carta ao Aluno | 5
1. História e evolução da ginástica | 7
2. Fundamentos teóricos metodológicos 
da ginástica pedagógica | 27
3. Estudo das capacidades físicas | 45
4. Utilização dos movimentos e materiais 
próprios da educação física na elaboração 
das atividades ginásticas | 63
5. Ginástica dentro do contexto educacional, 
terminologia das habilidades gímnicas, exercícios e 
vivências pedagógicas na ginástica escolar | 81
6. Ginástica esportiva competitiva – 
modalidades, história e conceitos | 101
7. Fundamentos e procedimentos de ensino-
aprendizagem das ginásticas | 129
8. Preparação de ginastas: análise e técnicas de 
execução de práticas de aperfeiçoamento | 151
9. Ginástica: formação e treinamento do ginasta e 
organização de eventos de competição | 175
10. Ginástica não competitiva e ginástica de academia: 
fundamentos e tendências ao longo da história | 195
Gabarito | 215
Referências | 231
Prezado(a) aluno(a),
É um prazer tê-lo por aqui. Essa obra foi pensada para você, 
contemplando suas especificidades e necessidades, sendo um mate-
rial compacto, completo e complexo que exige um profissional 
em formação comprometido com seus afazeres acadêmicos. Esse 
material é fruto do esforço de um coletivo altamente qualificado e 
que garante a você a construção de uma experiência por meio do 
conteúdo vivo, e que substancia uma formação complexa e sufi-
cientemente capaz de atender às demandas do mundo do trabalho. 
O livro foi divido em dez capítulos, que contam com recursos os 
quais possibilitam o suporte teórico necessário para o alcance da 
formação básica e geral esperada a um profissional da Educação 
Física, o que garante uma práxis dotada de sentido e significado, 
seja na área da iniciação esportiva, no treinamento e ginástica ou 
ainda na vivência das ginásticas de academia. Não é maravilhoso? 
Portanto, aproveite! Esgote esse material e utilize-se dele para 
basear suas atividades pedagógicas/profissionais, inserindo-se no 
mundo do trabalho de forma efetiva e contextualizada.
Carta ao Aluno
1
História e evolução 
da ginástica 
De acordo com a bibliografia, a ginástica começou na Pré-
-história, foi reconhecida na Antiguidade, ficou estagnada na 
Idade Média, foi firmada na Idade Moderna e sistematizada 
no início da Idade Contemporânea. Cabe ressaltar que os ter-
mos educação física e ginástica foram usados como sinônimos 
durante certo período.
Neste capítulo, apontaremos o caminho percorrido pela 
ginástica até sua inclusão na escola. Veremos que ela foi inserida 
na educação física por meio dos PCNs e atualizada pela BNCC, 
fazendo parte dos conteúdos essenciais a serem trabalhados na 
educação física escolar. O propósito deste capítulo é conhecer 
a história da ginástica e sua origem no mundo, identificar o pri-
meiro conceito de ginástica e reconhecer a história da ginástica 
na no Brasil e sua inclusão na escola.
Ginástica
– 8 –
1.1 A história da ginástica e sua origem no mundo
De acordo com Ayoub (2003), a palavra ginástica se originou do grego 
gymnastiké, que consiste na arte de tonificar o corpo e dar-lhe agilidade. 
Esse termo retrata aspectos históricos ao enfatizar os exercícios físicos pra-
ticados pelo homem no decorrer do tempo. A autora fala sobre as condi-
ções de vida na época, em que era preciso conseguir alimentos, fugir das 
intempéries e sobreviver aos perigos das feras; por esse motivo, o homem 
naturalmente precisava correr, saltar, arremessar, mergulhar, lutar e escalar.
Na Pré-história, a ginástica era uma forma de exercitação espontânea e 
ocasional, que tinha caráter natural, utilitário, guerreiro, ritualístico e recre-
ativo objetivando a luta pela vida (OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012).
Figura 1.1 – Homens pré-históricos caçando um mamute
Fonte: Shutterstock.com/Esteban De Armas
Na Antiguidade, a ginástica era manifestada por meio de exercícios 
físicos, massagens e movimentações respiratórias. Os chineses tnham uma 
educação organizada, e seus exercícios englobavam os princípios morais e 
religiosos; foi com sacerdotes e filósofos que a prática metódica de exer-
cícios se tornou fundamental para eles. A arte marcial mais antiga e mais 
conhecida do povo chinês é o Kung Fu1, seno um protocolo de exercícios 
muito respeitado.
1 Uma seita religiosa chinesa chamada Tao-tse criou e passou a praticar a ginástica médica 
(terapêutica e higiênica), que passou a ser conhecida como Kung Fu, baseado na ginástica 
– 9 –
História e evolução da ginástica 
Figura 1.2 – Kung Fu
Fonte: Shutterstock.com/Terd486
Por meio dos livros sagrados do bramanismo, como Vedas, foi pos-
sível conhecer mais sobre os hindus e saber que eles praticavam exercí-
cios respiratórios, massagens, ioga etc. De acordo com Ribeiro (2017), os 
Vedas são considerados os primeiros registros da civilização hindu, além 
de serem os livros mais sagrados da Índia. Trata-se de uma série de escri-
tos originais sobre os ensinamentos do povo, com conhecimentos espiri-
tuais sobre a vida em todos os aspectos.
O bramanismo é uma tradicional filosofia da Índia, prática conside-
rada uma vertente religiosa e intimamente relacionada à cultura e à his-
tória indiana desde o segundo milênio antes de Cristo. Com o passar do 
tempo, foi sofrendo alterações e adquirindo novas características: “O hin-
duísmo se confunde com o bramanismo, nome que advém de Brâman, 
manifestação impessoal do ser supremo, a essência do ideal e a alma do 
todo. Porém, Brâman é inatingível para os indianos, que procuram adorar 
a personificação de suas ramificações” (GUERRIERO, 2001, p. 45).
Dentro da tradição védica surge uma infinidade de deuses e semi-
deuses que são adorados por diferentes correntes. Todas elas con-
servam algumas características básicas do bramanismo, como por 
terapêutica que utilizava os exercícios de acordo com a doença a ser tratada. Além das 
práticas físicas, existia o aspecto religioso, que tratava as enfermidades do corpo e da alma 
(SILVA, 2015, p. 14).
Ginástica
– 10 –
exemplo, a questão da salvação. Cada entidade viva é um atman 
originário de Brâman, que um dia, depois de atingida a perfeição, 
deve retornar e se fundir novamente a ele. O atman deve vencer 
a tentação da matéria. Para isso são necessárias muitas vidas. É 
no transcurso de repetição nascimento-morte, denominado de 
samsara, que as pessoas procuram chegar à perfeição e salvação 
através do exercício de rígidas disciplinas espirituais. O objetivo 
maior é atingir moksa, a libertação do ciclo de nascimentos e mor-
tes do mundo material. A partir dessa regra básica, os caminhos 
encontrados pelas diferentes correntes são vários. (GUERRIERO, 
2001, p. 45)
No Oriente Próximo, os exercícios ginásticos eram praticados por 
diferentes povos, como egípcios, caldeus, assírios, hebreus, medos, per-
sas, fenícios e insulares. Vale destacar que, no Egito, os exercícios e a 
dança foram de grande expressão tanto no aspecto religioso quanto no 
militar. No sentido religioso, desenvolveram a arte da luta e para entender 
melhor a técnica dos golpes, desenhando em tumbas cenas representadas 
por lutadores.Sob o ponto de vista militar, praticavam corrida com car-
roça de combate de duas rodas, geralmente puxadas por cavalos, e arre-
messavam lanças, corriam. As práticas corporais eram essenciais para o 
povo egípcio, tanto que o herdeiro do trono praticava os exercícios com 
os membros na nobreza. Sempre que era feito um juramento em nome 
do Faraó, usava-se a frase “Vida, saúde, força!”.
1.1.1 Grécia antiga: primeiro conceito de ginástica
O primeiro conceito de ginástica foi definido na Grécia Antiga. 
Os exercícios deveriam ser praticados com o corpo despido e coberto 
com óleo, orientados por mestres e filósofos e desenvolvidos a partir de 
seu método: orquestrica e palestrica2. Os locais para as práticas gregas 
eram conhecidos como estádio, palestra, hipódromo e ginásio. O estádio 
era o local onde se realizavam as corridas de velocidade e resistência, os 
saltos e arremessos; a palestra era destinada às lutas; o hipódromo era o 
2 Orquestrica era a formação cultural e moral dos jovens. Atitudes por meio de gestos, mú-
sica, caráter, dignidade, danças rítmicas. Palestrica era o preparo de atletas para os jogos 
públicos, em diversas modalidades de exercícios físicos realizados nos ginásios (DELGA-
DO, 2012).
– 11 –
História e evolução da ginástica 
local em que aconteciam as corridas a cavalo e de carro; por fim, o giná-
sio era o espaço destinado à prática de ginástica e jogos, englobando, às 
vezes, a educação intelectual.
É importante salientar que a cultura física era acentuada entre os gre-
gos, sendo comum a prática conjunta de exercícios físicos entre amigos, 
em casa e em ginásios; essa ação exercia um papel físico et social, tanto 
que a vida atlética dos cidadãos gregos se estendida até a velhice (BER-
TONI; PEREIRA; PALMA, [2012]).
Figura 1.3 – Soldados espartanos (Grécia)
Fonte: Shutterstock.com/Baurz1973
Em Roma, os exercícios físicos eram vistos apenas como um meca-
nismo para capacitar as tropas. Os guerreiros eram muito habilidosos, sal-
tavam, corriam, lutavam, nadavam, arremessavam lanças, transportavam 
pesos etc. Cidadãos de diferentes idades praticavam exercícios físicos 
todos os dias no campo de Marte, localizado às margens do Tibre. Cons-
truíram ilustres circos (Máximus) e anfiteatros (Coliseu), nos quais reali-
zavam lutas de gladiadores, jogos e competições.
Uma das contribuições romanas foram as termas (casas de banho), 
que difundiram por todo o império o hábito higiênico de tomar banho. As 
principais dependências das termas eram piscinas quentes e frias, vesti-
ários, salas de ar quente ou morno, salas de massagem, leitura, refeição, 
jogos sociais e desportivos. Os romanos fizeram do ato de tomar banho, 
um ritual: despir-se, banhar-se, transpirar, receber massagem e descansar; 
para isso, tiveram de construir ambientes separados para cada etapa. As 
Ginástica
– 12 –
termas continham um pátio (Palaestra), que era um jardim ao ar livre para 
a prática de exercícios físicos, algumas vezes construído no interior das 
termas e em outros do lado de fora.
Figura 1.4 – Termas romanas
Fonte: Shutterstock.com/Evannovostro
Na Idade Média, houve a queda do império romano e a ascensão do 
cristianismo. A ginástica ou o exercício físico passaram por um período 
de decadência, sendo apenas um privilégio da nobreza. As atividades físi-
cas e lutas passaram a ter objetivos voltados para os dogmas da igreja, 
sofrendo forte influência do cristianismo, sendo o corpo considerado um 
instrumento do pecado, de modo que, quanto menos ativo fosse, melhor 
(BERTONI; PEREIRA; PALMA, [2012]).
A principal característica da época era um castelo forte, com algumas 
habitações e terras cultivadas a seu redor, o que constituía um feudo, nos 
quais as práticas físicas se baseavam em caça, pesca, lutas, arremessos, 
danças e jogos. Desde pequeno, o homem se preparava para se tornar um 
cavaleiro. Na juventude, por meio de uma cerimônia cívica e espiritual, 
ele recebia as armas de cavaleiro. Até chegar a esse momento, deveria ter 
passado muitos anos se formando em prática de lutas, arremessos, levan-
tamento de pesos, boas maneiras, conhecimento de leis, práticas religiosas 
etc. Na idade média, a cavalaria era representada por guerreiros que culti-
vavam o ideal de defender a pátria e os fracos.
– 13 –
História e evolução da ginástica 
Figura 1.5 – Cavaleiro da Idade Média
Fonte: Shutterstock.com/lynea
1.1.2 A construção histórica da 
ginástica no Renascimento
Renascimento foi o nome usado para indicar um período importante 
da história europeia que se iniciou com a transição da Idade Média para a 
Idade Moderna. No período de 1400 a 1727, a ginástica surgiu em vários 
países para ajudar a recuperar o corpo debilitado pelas guerras e pelos 
longos períodos de jejum (OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012).
Foi o momento de transformações e do despertar cultural e ideoló-
gico, que serviu para liberar as artes e as ciências. A beleza corporal deu 
Ginástica
– 14 –
lugar a notáveis artistas, como Leonardo da Vinci, que criou as regras 
proporcionais do corpo humano que são utilizadas até hoje.
Figura 1.6 – Desenho de Leonardo da Vinci sobre a anatomia humana
Fonte: Shutterstock.com/Jackie Niam
O movimento chamado Iluminismo surgiu na Inglaterra no século 
XVII e deu origem a novas ideias. Os livros apontam como destaque para 
essa época os educadores Jean-Jacques Rousseau e Johann Pestalozzi. De 
acordo com Rousseau, pensar dependia de retirar energia do corpo em 
movimento; já Pestalozzi focou sua atenção n a execução correta dos exer-
cícios e ficou conhecido por ser o precursor da escola primária popular.
Figura 1.7 – Síntese da ginástica em cada período histórico
Fonte: elaborada pela autora.
– 15 –
História e evolução da ginástica 
1.2 A ginástica na Idade Contemporânea
Foi nesse tempo que ocorreu o amadurecimento da educação física 
escolar, o aparecimento do esporte moderno e a sistematização da ginás-
tica, pois reis, pensadores e políticos manifestaram grande interesse na 
educação. Foi no século XIX que os países europeus estruturaram seus 
sistemas nacionais de educação e ocorreu o desenvolvimento da educação 
pública estatal, assim como o início da educação nacional.
Na ginástica alemã, o incentivo determinante para a implantação 
das bases foi fruto da pedagogia. Inicialmente, Johann Bernard Basedow 
abriu as portas para a educação física escolar em sua instituição chamada 
Philanthropinum3. Foi igualmente decisiva a influência do genebrino Jean 
Jacques Rousseau, que muito acentuou a tendência humanista do Philan-
thropinum ao escrever a obra Emílio, em 1762, baseada em uma educação 
natural para o educando.
A escola de Basedow iniciou o primeiro programa moderno de edu-
cação física, dando grande ênfase à saúde, contemplando atividades seme-
lhantes às praticadas na Grécia Antiga, como corridas, saltos, arremessos 
e lutas. Outra grande influência veio do suíço Cristoph Friedrich Guts 
Muths, que assumiu as aulas de ginástica em 1784 o instituto educacional 
(semelhante ao Philanthropinum). Ele dividiu as atividades de ginástica 
natural em três classes: exercícios ginásticos, trabalhos manuais e jogos 
sociais. Guts Muths era admirador de Rousseau, então sua ginástica abar-
cava todas as variações de exercícios corporais seguindo os exemplos da 
educação natural proposta pelo filósofo. A ginástica era incluída entre os 
deveres fundamentais da vida humana, lembrando os princípios da edu-
cação grega.
Na nova ginástica alemã, em 1842o governo prussiano reconheceu 
oficialmente a educação física como uma função do Estado. Inicialmente, 
foi adotado o método de Friedrich Ludwig Jahn, o idealizador da ginás-
tica artística e conhecido como o pai da ginástica. Ele a defendia como 
3 Em 1774 nasceu o Philanthropinum, a primeira escola moderna de cunho democrático, 
pois seus alunos derivavam de todas as camadas sociais. Além disso, incluiu a ginástica 
no currículo, tendo a mesma importância das matérias chamadas teóricas ou intelectuais 
(MARINHO, 1980).Ginástica
– 16 –
um método para todos, independentemente da classe social. Além disso, 
contribuiu para a evolução e a organização da ginástica artística na Ale-
manha, criando e fabricando aparelhos específicos que mais tarde deram 
origem aos modernos objetos dessa modalidade: cavalo com alças, barras 
horizontais e paralelas, trave e saltos (FIORIN, 2002; DUARTE, 2004).
Figura 1.8 – Um dos aparelhos criados por Jahn
Fonte: https://www.efdeportes.com/
Após o fracasso em adotar a ginástica de Jahn, Adolph Spiess foi con-
vidado para inserir seu método nas escolas, tendo estudado e trabalhado 
em escolas suíças que tinham influência de Pestalozzi. Ele enfatizava a 
disciplina, e, embora seu método aspirasse um desenvolvimento corporal 
eficiente e completo, esses objetivos eram alcançados por meio de sub-
missão, treino da memória e respostas rápidas ao comando. Foi assim, do 
século XIX até a primeira metade do século XX, que houve a difusão do 
método ginástico que favoreceu o desenvolvimento da educação física na 
Alemanha, no restante da Europa e na América.
É importante ressaltar que a ginástica de Jahn perdeu seu lugar atra-
vés do bloqueio ginástico. De acordo com Mazo e Lyra (2010, p. 04), ele 
criou o termo turnen (ginástica alemã), “uma prática corporal que envol-
via exercícios e jogos gímnicos que seriam praticados em um turnplatz 
(campo de ginástica)”. A ginástica de Jahn estava diretamente associada 
à ideia de reunir o povo na luta, pois os exercícios ginásticos estavam 
sujeitos ao propósito militar e à conscientização de ser um povo alemão, 
– 17 –
História e evolução da ginástica 
por isso a obra-prima de Jahn não deve ser considerada a arte alemã de 
ginástica, e sim a compreensão da germanidade (TESCHE, 1996).
O método criado e usado por Jahn e seus instrutores propagava o 
nacionalismo severo, o que acabou resultando em um homicídio envol-
vendo essa doutrina. Por esse motivo, em 1819, Jahn foi preso, conside-
rado coautor do crime. Em virtude disso, seu centro gímnico foi fechado, 
seus aparelhos foram destruídos e os ginastas foram perseguidos. Esse 
período ficou conhecido como bloqueio ginástico, já que a prática de 
ginástica foi proibida.
O bloqueio ginástico durou 22 anos (de 1820 a 1842), mas, apesar 
de ter sido proibida, a ginástica continuou sua evolução. Os seguidores 
de Jahn migraram para outras regiões da Europa, difundindo a ginástica e 
treinando em lugares secretos. Eles modificaram os aparelhos para cabe-
rem nesses locais e, quando o bloqueio acabou, a modalidade já estava 
com movimentos mais complexos, visando ao desempenho desportivo.
O método natural de Georges Hébert era composto por exercícios 
físicos naturais e utilitários. Ele tinha alto posto militar na marinha e 
desenvolveu o sistema para aplicar como treinamento para militares. Teve 
uma grande contribuição para a organização das aulas educação física, 
dividindo os exercícios naturais em dez grupos: marchar, correr, quadru-
pedar, trepar ou escalar, saltar ou saltitar, equilibrar, lançar ou arremes-
sar, levantar ou transportar, defesa e exercícios na água, todos realizados 
ao ar livre durante 50 minutos e de maneira contínua.
Foi na Dinamarca, considerada na época a metrópole intelectual 
dos países nórdicos, onde mais se ampliaram as ideias de Guts Muths, 
inicialmente com ele e seguido de Franz Nachtegall. Em 1799, fundou 
o próprio instituto de ginástica e em 1828 ela foi inserida como compo-
nente obrigatório nas escolas, fazendo que o país ficasse décadas à frente 
de outros europeus.
Em 1799 chegou a Copenhague o sueco Pedro Enrique Ling4, que, no 
Instituto de Nachtegall, entrou em contato com as ideias de Guts Muths. 
4 Em 1813, Ling conseguiu autorização do Rei Carlos XIII para fundar o Real Instituto 
Central de Ginástica de Estocolmo (hoje Escola Superior de Ginástica e Esporte), ins-
tituição que dirigiu até o fim da vida. Ling se preocupou com a execução correta dos 
Ginástica
– 18 –
O filho de Ling, Hjalmar Ling, foi seu principal seguidor, sistematizando 
a obra do pai e se destacando como o legítimo inventor da educação física 
escolar sueca, pois o pai não havia envolvido as crianças em suas pesquisas.
A ginástica francesa marcou a chegada do militar espanhol Dom 
Francisco Amoros y Ondeano, que em 1816 adquiriu cidadania francesa. 
Ele ficou conhecido por ser o “pai da ginástica francesa”, pois a introduziu 
no país. É de fundamental importância o estudo dessa escola, uma vez que 
foi dela que chegaram os primeiros estímulos que constituíram os alicerces 
da educação física brasileira. A ginástica amorosiana ficou conhecida por 
seu marcante espírito militar, não como um método de ginástica escolar.
No fim do século, sob a influência de Pierre de Coubertin, foi iniciada 
uma campanha para a criação de uma legítima educação física escolar 
francesa. A fundamentação no método francês era voltada para as ciên-
cias médicas, como fisiologia e anatomia, tendo apoio na mecânica. Uma 
sessão desse método compreendia três partes: preparatória, lição e volta 
à calma.
A preparatória era feita com flexão de braços, pernas, tronco, com-
binados, assimétricos e caixa torácica. A lição propriamente dita compre-
endia exercícios grupados, como marchar, equilibrar, saltar, transportar, 
correr, lançar, atacar e se defender. Já volta à calma incluía a marcha lenta 
com exercícios respiratórios. Assinala-se, ainda, a presença de Phoktion 
Heinrich Clias, que, em 1829, criou a calistenia5, de grande repercussão 
no Brasil.
No movimento esportivo inglês, a história da civilização ocidental foi 
moldada a partir da revolução francesa e quando a Inglaterra passou pelo 
processo de sediar a Revolução Industrial, em 1760. As mudanças causa-
das pelo crescimento da população nas fábricas induziram gradativamente 
exercícios, emprestando-lhes um espírito corretivo, como já o havia feito Pestalozzi. Com 
a ideia de conferir uma finalidade corretiva aos exercícios, ele acabou cimentando as bases 
da ginástica sueca (DELGADO, 2012).
5 Calistenia é uma série de exercícios ginásticos localizados, com fins corretivos, 
fisiológicos e pedagógicos, que pode integrar perfeitamente qualquer sistema gi-
nástico. Objetivando melhorar a forma física da população, foi introduzida nas 
escolas americanas em 1860 por Dio Lewis (DODÔ; REIS, 2014).
– 19 –
História e evolução da ginástica 
à intercessão do Estado na educação. O Ato de Educação de 1870 formou 
a base da educação primária mantida pelo Estado, e em 1876 foi introdu-
zida a obrigatoriedade escolar. O movimento esportivo inglês do século 
XIX formou o outro pilar da sistematização da moderna educação física e 
guarda relação com as transformações socioeconômicas produzidas pela 
revolução a partir de 1760.
A Inglaterra foi uma das precursoras em acolher o esporte como um 
meio para a educação. Surpreendentemente, o sistema ginástico do sueco 
Ling foi o modelo escolhido, não o das escolas públicas. Seu sistema 
ginástico foi incorporado na Inglaterra de 1840 e 1850. A importância 
dada ao esporte ficou reservada à Inglaterra até se realizar a I Lingíada6 
(1939), quando as escolas passaram a sofrer influências mútuas.
Figura 1.9 – Primeira Lingiada (1939)
Fonte: http://omar.pro.br
O método de educação física desportiva generalizada tem como 
característica principal a prática do desporto por todos, indistintamente, 
enfatizando a prática. Em outras palavras, a valorização da prática e a 
cooperação dos participantes entre si é mais importante do que a vitória 
6 As Lingíadas foram grandes festivais internacionais de ginástica criadas em come-
moração aos 100 anos da morte do sueco Pedro Henrique Ling que dividiu a ginástica 
em categorias.
Ginástica
– 20 –
dos mais hábeis. As atividades lúdicas ao livre (pequenos jogos) foram 
bastante empregadas nesse método. Cabe destacar que, pela utilização de 
diversos tipos de jogos e pela prática esportiva regida por esse método, as 
formas de trabalho com os alunos sãomuito importantes. Sobre isso pode-
-se dizer que existem três tipos:
1. individual – considerada a forma que permite o desenvolvi-
mento da personalidade, priorizando a realização da atividade 
pelo próprio aluno, respeitando seu ritmo;
2. em pequenos grupos – a característica principal é a formação 
de grupos que não excedam cinco participantes. É bastante utili-
zada para o desenvolvimento da cooperação e o auxílio mútuo.
3. em grandes grupos – é normalmente empregada após o uso das 
outras duas formas e pode ser dividida de dois modos: relação 
direta entre os alunos e relação com os adversários. A primeira 
é usada, por exemplo, quando os praticantes são posicionados 
em círculo e as ações desenvolvidas por todos são similares; já 
segunda é usada geralmente nos esportes em que um grupo fica 
na defesa e o outro grupo fica no ataque. Esse método é bastante 
utilizado nas modalidades de quadra, e os objetivos são orientar 
o preparo moral e a busca pelos desempenhos físico e esportivo.
1.3 História da ginástica no Brasil
As ginásticas foram introduzidas no Brasil na metade do século 
XVIII, com o intuito de preparar fisicamente os soldados da Corte. O 
método ginástico Alemão foi o primeiro sistema implementado no país, 
no século XIX. (MARINHO, 1981). A inserção do sistema alemão no 
Brasil resultou da grande quantidade de imigrantes fugidos da guerra que 
aqui se intalaram e tinham por hábito praticar a ginástica. Com a reforma, 
“houve recomendação para que a ginástica fosse obrigatória, para ambos 
os sexos, e que fosse oferecida para as escolas normais” (DARIDO; SAN-
CHEZ NETO, 2005, p. 2). Porém, até 1930, apenas as escolas militares, as 
escolas da corte imperial e a capital da República foram as que aderiram, 
apesar das leis propostas pela reforma.
– 21 –
História e evolução da ginástica 
Ainda nessa época, a educação brasileira passava por forte influ-
ência do movimento escola-novista, o qual demonstrou que a educação 
física era importante para o desenvolvimento integral do indivíduo. Dessa 
forma, foi possível, na III Conferência Nacional de Educação (1929), que 
profissionais da educação discutissem os problemas relativos ao ensino da 
educação física. A educação física ensinada na época baseava-se no movi-
mento ginástico europeu, do qual faziam parte o sueco, o alemão e, mais 
tarde, o francês – estes se apoiavam em princípios biológicos.
O método francês começa a ganhar espaço na escola em 1920, e 
“vários estados da federação começam a realizar suas reformas educacio-
nais e incluem a educação física, com o nome mais freqüente de ginástica” 
(DARIDO; SANCHEZ NETO, 2005, p. 2). Este método se torna obriga-
tório até 1960, quando o esporte começa a ser inserido no espaço esco-
lar. Além disso, a terminologia mais utilizada agora passa a ser educação 
física, enquanto as ginásticas vão deixando de ser conhecidas como edu-
cação física para se tornar um conteúdo da educação física.
De acordo com Mazo e Lyra (2010), em 1951 foi realizado o primeiro 
campeonato brasileiro de ginástica na cidade de São Paulo. Foi neste período 
que a Confederação Brasileira de Desportos filiou-se à Federação Internacio-
nal de Ginástica (FIG). Após 27 anos (1951 a 1978), no dia 25 de novembro 
de 1978, foi criada a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).
Ainda, é importante falarmos sobre a estrutura organizacional da 
ginástica, em nível mundial, pra melhor compreendê-la. A Federação 
Internacional de Ginástica (FIG) é a organização mais conhecida e mais 
antiga de ginástica, sendo também a maior influência mundial, com sede 
na capital olímpica de Lausanne (SUI). Uma de suas características é a 
coexistência de modalidades competitivas e demonstrativas em uma 
mesma federação.
A FIG é o órgão responsável pelas modalidades gímnicas de compe-
tição nos jogos olímpicos; sendo originada nas Federações Europeias de 
Ginástica (FEG). Ela é encarregada por orientar, regulamentar, difundir 
e promover os eventos de ginástica mundialmente, regendo a ginástica 
moderna e agrupando seis modalidades de ginástica: artística, rítmica, 
aeróbica, de trampolim, acrobática, para todos e parkour.
Ginástica
– 22 –
A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) é a maior entidade 
superior do esporte no Brasil e atualmente tem sede em Aracaju (Sergipe), 
administrando todas as disputas de nível nacional e apoiando atletas, téc-
nicos e árbitros em competições internacionais. Além disso, são de res-
ponsabilidade da federação as apresentações dos ginastas brasileiros na 
Gymnaestrada, evento no qual são exercidos os princípios da ginástica 
para todos (GPT). As outras ginásticas envolvidas são aquelas regidas pela 
FIG tanto na categoria júnior quanto na sênior.
A missão da CBG é administrar, fomentar e expandir a prática da ginás-
tica em todo o território nacional, contribuindo para o desenvolvimento da 
cidadania e da ginástica brasileira ao nível de excelência esportiva mundial. 
Sua visão é disseminar a paixão pela ginástica, conquistando resultados que 
evidenciem o talento brasileiro e elevem o País à condição de potência global 
do esporte. Os valores da CBG são ética, transparência, cooperação, respeito, 
gestão por competência, valorização dos colaboradores, imparcialidade e 
senso de justiça, trabalho com eficiência, eficácia e efetividade, superação, 
equilíbrio e perseverança. Ela agrupa as seguintes modalidades de ginástica: 
acrobática, aeróbica, artística, rítmica, trampolim e ginástica para todos.
Quadro 1.1 – Diferenças entre FIG e CBG
FEDERAÇÃO 
INTERNACIONAL 
DE GINÁSTICA
CONFEDERAÇÃO 
BRASILEIRA DE 
GINÁSTICA
FIG SIGLA CBG
Maior influência na ginástica 
mundial INFLUÊNCIA
Maior entidade superior de 
ginástica no Brasil
Lausanne – Suíça SEDE Aracaju, Sergipe – Brasil
Orientar, regulamentar, difun-
dir e promover os eventos de 
ginástica mundialmente
RESPONSA-
BILIDADE
Administrar, fomentar e 
expandir a prática da ginástica 
em todo o território nacional 
Ginástica acrobática, aeró-
bica, artística, rítmica, tram-
polim e ginástica para todos
MODALIDADES
Ginástica artística, rítmica, 
aeróbica, trampolim, acrobática, 
ginástica para todos e parkour
Fonte: elaborada pela autora.
– 23 –
História e evolução da ginástica 
1.4 Inclusão da ginástica na escola
Durante muito tempo, a ginástica foi tratada como sinônimo de edu-
cação física, inclusive no Brasil, sobretudo por sua presença praticamente 
exclusiva de exercitação sistematizada no contexto escolar. No final da 
década de 60, a educação física passa a ser nomenclatura mais usual, tor-
nando a ginástica como um conteúdo da educação física.
Nesse sentido, cabe falar rapidamente sobre a história da educação 
física na escola. Em 1922, foi fundado o Centro Militar de Educação 
Física no Rio de Janeiro, do qual originou a escola de educação física do 
exército (EsEFEx). Os cursos desta escola eram oferecidos para militares, 
podendo ser realizados eventualmente por civis. Nas décadas de 20 e 30, 
houve muitas propostas para criação de cursos, mas o primeiro programa 
de educação física no Brasil foi criado em 1931 (na Escola de Educação 
Física do Estado de SP), mas só começou a funcionar em 1934. A fina-
lidade deste curso era formar dois tipos de profissionais: o instrutor de 
ginástica e o professor de educação física.
Até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 
1961, ocorreram grandes discussões sobre o sistema de ensino brasileiro, 
ficando determinada nesta lei a obrigatoriedade da educação física para o 
ensino primário e médio. Desse modo, o esporte passou a ganhar espaço 
nas aulas de educação física por meio da introdução do Método Despor-
tivo Generalizado, o qual foi um contraponto aos antigos métodos de 
ginástica tradicional juntamente com a tentativa de incorporar o esporte 
aos objetivos pedagógicos escolares.
Este modelo esportivista começou a ser contestado no Brasil, dessa 
forma, iniciando-se uma grande crise de identidade no próprio discurso 
da educação física, originandouma mudança significativa nas políticas 
educacionais – a educação física escolar, que antes era voltada para a esco-
laridade de quinta a oitava séries do primeiro grau, passou a ser priorizada 
também de primeira a quarta série e na pré-escola, enfatizando o desen-
volvimento psicomotor do aluno; com isso, retirou-se da escola o papel 
de promover os esportes de alto rendimento. Esta lei foi atualizada pela 
LDB de 1996, alterada pela Lei n. 10.328, de 12 de dezembro de 2001 e 
complementada em 1º de dezembro de 2003, pela Lei n. 10.793. Estas, por 
Ginástica
– 24 –
sua vez, foram atualizadas por meio da Base Nacional Comum curricular, 
em 2017. 
Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), na unidade temática 
de ginástica, são adotadas atividades práticas propostas por meio das ginás-
ticas: geral, de condicionamento físico e de conscientização corporal. Na 
ginástica geral ou ginástica para todos são abordadas as práticas corporais 
que procuram explorar as possibilidades acrobáticas e expressivas do corpo, 
a interação social, o compartilhamento do aprendizado e a não competitivi-
dade, podendo ser praticadas de maneira individual ou coletiva.
As ginásticas de condicionamento físico são caracterizadas por exer-
cícios que buscam melhorar o rendimento, a condição física individual 
ou a mudança da composição corporal. São planejadas normalmente com 
movimentos, frequência e intensidades predefinidas, com sessões para um 
público específico.
Por fim, as ginásticas de conscientização corporal são formadas por 
movimentos lentos e suaves que buscam a conscientização da respiração e 
da postura para obter melhor percepção corporal. Algumas dessas práticas 
vêm da cultura oriental e tem origem milenar. “Todas as práticas corporais 
podem ser objeto do trabalho pedagógico em qualquer etapa e modalidade 
de ensino. Em Ginásticas, a organização [...] se dá com base na diversi-
dade dessas práticas e nas suas características” (BRASIL, 2017, p. 219).
1.5 Considerações
A partir dessa breve revisão, percebemos a importância de abordar 
alguns momentos históricos referentes às ginásticas, especialmente sobre 
a evolução de sua prática, que fazem parte dos conteúdos da educação 
física na atualidade, lembrando que por muito tempo os termos educação 
física e ginástica foram usados como sinônimos. Para o profissional de 
educação física em formação acadêmica, conhecer a história das ginásti-
cas é fundamental para a atuação profissional, pois é dentro do espaço de 
atuação que podem compartilhar e aprimorar esse conhecimento.
Houve um tempo em que a ginástica esteve muito presente na educa-
ção, especialmente no início do século passado, quando era influenciada 
– 25 –
História e evolução da ginástica 
pelos sistemas europeus, que a utilizavam para desenvolver qualidades 
físicas e morais. Com o tempo, a prática foi perdendo espaço por causa da 
esportivização da disciplina, que passou a enfatizar a aprendizagem do 
gesto esportivo de determinadas modalidades, assim como suas regras e 
formas de competir.
Atualmente, a BNCC propõe a ginástica como uma unidade temática 
a ser trabalhada ao longo do período escolar, classificando-a em ginástica 
geral, de condicionamento físico e de conscientização corporal. De acordo 
com a BNCC, é uma prática que envolve movimentos de força, flexibilidade 
e coordenação motora (BRASIL, 2017). Nesse sentido, acreditamos que as 
propostas metodológicas surgidas a partir da ginástica para todos (ginástica 
geral) possivelmente sejam as mais adequadas aos objetivos da escola.
 Saiba mais
Conheça mais a respeito da chegada da ginástica no Brasil, que foi 
implantada e disseminada, especialmente no Rio Grande do Sul, por 
Georg Black. 
MAZO, J. Z.; LYRA, V. B. Nos rastros da memória de um “Mestre de 
Ginástica”. Motriz, Rio Claro, v. 16, n. 4, p. 967-976, out./dez. 2010. Dis-
ponível em: <https://www.scielo.br/pdf/motriz/v16n4/a17v16n4.pdf>. 
Acesso em: 2 maio 2020.
Saiba mais sobre a ginástica brasileira: acesse história, missão, valores e 
modalidades da CBG.
CBG – CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GINÁSTICA. C2020. Dis-
ponível em: <https://www.cbginastica.com.br>. Acesso em: 4 maio 2020.
Atividades
1. Onde surgiu e o que significa a palavra ginástica?
2. Qual é a contribuição mais famosa dos chineses para a ginástica 
e no que consiste a técnica?
Ginástica
– 26 –
3. Quais são os tipos de ginástica que surgiram a partir da Idade 
Contemporânea? O que foram as Lingíadas?
4. O que diz a BNCC sobre a ginástica escolar?
2
Fundamentos teóricos 
metodológicos da 
ginástica pedagógica 
A palavra método é empregada para designar formas de 
organização, utilizada frequentemente para atingir objetivos. No 
caso da ginástica, o método precisa ser classificado para poder 
ser aplicado. Os objetivos deste capítulo são: conhecer os funda-
mentos teóricos metodológicos da ginástica; reconhecer a classi-
ficação da ginástica; identificar quais métodos podem ser empre-
gados na ginástica escolar.
Ginástica
– 28 –
2.1 Fundamentos teóricos da ginástica
Para entender melhor os métodos da ginástica, será preciso falar um 
pouco dos seus campos de atuação. Com o passar dos anos, devido ao 
grande alcance da ginástica, foram criadas diversas modalidades com 
objetivos diferentes, expandindo, dessa forma, seu leque de utilização.
Essas modalidades foram divididas em cinco grupos de atuação: ginás-
ticas de condicionamento físico (para não atletas e atletas); ginásticas de 
competição (abarca as modalidades para provas); ginásticas fisioterápicas 
(para tratamento de doenças); ginástica formativa (reúne técnicas de ginásti-
cas para a consciência corporal) e a ginástica geral (responsável pelo desen-
volvimento do sujeito em seus aspectos motor, cognitivo e social).
A FIG (Federação Internacional de Ginástica) é a organização mais 
conhecida e mais antiga de ginástica, sendo, também, a maior influência 
na ginástica mundial. “A FIG governa oito esportes: Ginástica para Todos, 
Ginástica Artística para Homens e Mulheres, Ginástica Rítmica, Trampo-
lim [...], aeróbica, acrobacia e parkour”. (FIG, 2020, [s.p.])1
2.2 Classificação da ginástica
Antes de tudo, para fins de estudo, é necessário distinguir exercício 
físico de atividade física. Exercício físico é uma atividade realizada siste-
maticamente com movimentados orientados por um profissional da área 
de Educação Física. Já a atividade física é um conjunto de ações praticado 
pela pessoa que correspondem às atividades desempenhadas no dia a dia.
A classificação da ginástica serve para organizar os grupos, visto ser 
grande o número de modalidades que surgiram no decorrer do tempo e de 
pesquisas sobre o tema. Sinteticamente, falaremos dos cinco grupos de 
atuação das ginásticas citados anteriormente. As ginásticas de condicio-
namento físico podem ser praticadas ao ar livre, tomando-se o cuidado de 
verificar sua duração, intensidade e frequência. Além disso, são as mais 
procuradas nas academias quando se quer adquirir melhor forma física e 
bem-estar geral. As ginásticas de competição compreendem competições 
1 Veja mais em: https://www.gymnastics.sport/site/about.php=
– 29 –
Fundamentos teóricos metodológicos da ginástica pedagógica 
preestabelecidas tanto para homens como para mulheres com o intuito de 
determinar um ganhador. As ginásticas fisioterápicas utilizam os exercí-
cios físicos para prevenir e tratar doenças. Já a ginástica formativa con-
tribui para o indivíduo conhecer os benefícios da atividade física, sendo 
motivado a incluir essa prática no seu cotidiano a fim de ter um modo de 
vida mais saudável. Por fim, a ginástica geral passou a ser chamada assim 
a partir de 1984 para indicar as atividades gímnicas não competitivas. A 
partir de 2007, a FIG passou a usar o termo GPT (ginástica para todos) 
por acreditar que seria mais bem compreendida no mundo todo. No Brasil 
podem ser encontradas as duas terminações: ginástica geral (GG) e ginás-
tica para todos (GPT).
Figura 2.1 – Esquemade classificação das ginásticas
Fonte: elaborada pela autora.
A seguir, nos deteremos especificamente nas ginásticas de condicio-
namento físico, ginásticas de competição e ginásticas fisioterápicas.
2.2.1 Ginásticas de condicionamento físico
As ginásticas de condicionamento físico são as mais procuradas nas 
academias, tanto por atletas como por não atletas, seja para auxiliar na 
manutenção da saúde ou para adquirir melhor aptidão física2. Sua prática 
contínua oportuniza diversos benefícios para os sistemas cardiovascular, 
2 A aptidão física ou condição física é formada, principalmente, pelos seguintes compo-
nentes: resistência aeróbica, resistência muscular localizada, força muscular, flexibilidade 
e composição corporal. Logo, para um indivíduo possuir uma boa condição física, é neces-
sário que os seus componentes sejam desenvolvidos harmoniosamente. Não basta apenas 
desenvolver um ou dois parâmetros, mas, sim, todos de forma equilibrada. (DELGADO, 
2012, p. 51).
Ginástica
– 30 –
respiratório, para o cérebro – produzindo hormônios que dão a sensação 
de bem-estar geral –, com isso, aumentando a autoconfiança e bom humor 
e diminuindo, principalmente, a ansiedade. No entanto, é preciso traçar 
um objetivo e fazer um plano de treinamento para alcançar esses resulta-
dos, o qual, geralmente, é elaborado com a união do trabalho aeróbico e 
do muscular.
Nesta seção, falaremos das ginásticas que fazem parte do condi-
cionamento físico. São elas: ginástica calistênica, aeróbica, localizada 
e musculação.
2.2.1.1 Ginástica calistênica
Foi por meio dela que se desenvolveu a ginástica moderna com fun-
damentos específicos destinados a obesos, crianças, sedentários, idosos e 
mulheres. A ginástica calistênica era composta por exercícios que usam 
o peso do próprio corpo, tais como flexões, abdominais, agachamentos e 
assim por diante.
Estudos apontam que Christian Carl André foi quem colocou em prá-
tica a calistenia na escola Salzman, em 1785, para os dias em que não era 
possível fazer a ginástica ao ar livre, em função do clima. Já Catharine 
Beecher, em 1828, fundou a mais famosa escola de educação superior para 
mulheres dos Estados Unidos. Sua ideia era a de que a Educação Física e a 
moral tinham a mesma importância que a intelectual. Em 1832, abriu uma 
nova escola em Ohio.
Nessas duas escolas, ela desenvolveu exercícios de calistenia para 
mulheres, movimentos simples acompanhados de música. O suíço Phokion 
Heinrich Clias, professor de ginástica, publicou, em 1929, o livro “Caliste-
nia: exercícios para beleza e força”, no qual descreveu um método próprio 
que misturava suas ideias com o pensamento de Pestalozzi e a ginástica de 
Guts Muths, propondo exercícios ritmados e sem aparelhos manuais.
O doutor e professor de medicina Dioclesian Lewis propôs um sis-
tema de ginástica para auxiliar os americanos a melhorar sua condição 
física. Seu sistema preocupava-se com as pessoas obesas, as muito magras 
e fracas, como os jovens e mulheres de todas as idades que careciam de 
exercícios regulares. Sua ginástica combinava os exercícios de calistenia 
– 31 –
Fundamentos teóricos metodológicos da ginástica pedagógica 
com exercícios livres. Logo, a nova ginástica de Lewis se popularizou no 
mundo e foi implantada em outras escolas.
O americano de origem sueca, doutor William Skarstron, era um 
estudioso da Educação Física e aliou a calistenia a suas pesquisas, criando 
o plano Skarstron. Seu método combinava exercícios simples com a arte, 
objetivando exercitar todo o corpo da mulher e do homem. Para isso, criou 
um treino para braços, pernas e tronco, que poderiam ser feitos individual-
mente ou combinados, e dividiu seu plano em oito grupos.
Logo a calistenia foi lançada na América do Sul, chegando ao Bra-
sil em 1893, no Rio de Janeiro, através da ACM (Associação Cristã de 
Moços). Os professores de ginástica trabalhavam especificamente com o 
sexo masculino. Nos anos 1980, chegou ao Rio de Janeiro e a São Paulo 
a ginástica aeróbica, que logo tomou conta das academias, executada com 
ritmos musicais extremamente rápidos e de alto impacto. Em seguida, 
chegou a ginástica localizada, que aliou a teoria da musculação com exer-
cícios de calistenia.
2.2.1.2 Ginástica aeróbica
Essa ginástica constitui-se enquanto um trabalho aeróbico que usa 
movimentos variados e repetidos de braços e pernas com um ritmo de 
música acelerado, aumentando, consideravelmente, o ritmo cardíaco e 
respiratório. No final dos anos 1960, o doutor Kenneth Cooper desenvol-
veu uma avaliação que media a condição cardiovascular dos militares, 
conhecido como teste dos doze minutos. O teste correspondia à distância 
percorrida, correndo ou caminhando durante referido tempo.
Nos anos 1970, Jack Sonensen desenvolveu um programa denomi-
nado aerobic dancing, que dividia a aula a fim de trabalhar o aquecimento, 
a flexibilidade, a dança aeróbica e o esfriamento. A parte principal da 
aula durava entre 15 e 30 minutos, contendo pequenas coreografias com 
música, sem interrupção. No entanto, quem fundamentou pedagógica e 
fisiologicamente esta prática foi a doutora Phillys C. Jacobson, nomeada 
hookes on aerobics.
No final da década de 1980, a ginástica aeróbica transformou-se 
num esporte competitivo. Em 1994, a FIG organizou campeonatos mun-
Ginástica
– 32 –
diais. O primeiro campeonato oficial foi em 1995, na França, no qual 
participaram 34 países.
A ginástica aeróbica tradicional (GAT) é uma aula de ginástica mis-
turada com passos de dança, realizada em grupos, geralmente praticada 
nas academias, com músicas organizadas pelo professor. Apontada como 
ginástica aeróbica (com variações como cardiofunk, aeroaxé, mixdance, 
etc.), condiz com os exercícios chamados aeróbicos que procuram apri-
morar o sistema cardiorrespiratório.
As práticas esportivas regulares (andar de bicicleta, correr, caminhar, 
dentre outras) também são consideradas exercícios aeróbicos. As ativi-
dades aeróbicas produzem benefícios fisiológicos, psicológicos e moto-
res, além de vantagens como: diminuir o percentual de gordura corporal; 
melhorar a autoestima; aliviar o estresse, etc. Para obter os benefícios, é 
importante verificar a frequência, a intensidade e a duração da aula, assim 
como verificar se os exercícios são de baixo, médio ou alto impacto.
2.2.1.3 Ginástica localizada
Essa ginástica é uma sequência de exercícios organizados para gru-
pos musculares diferentes, praticados com um número variado de repe-
tições, com o objetivo de melhorar a resistência muscular localizada. 
Ela se originou da ginástica praticada na academia a partir de 1930, no 
Rio de Janeiro, com a professora Gretch Hillefeld, que se baseava no 
método ginástico analítico e o adaptava para os brasileiros. Uma aula 
de ginástica localizada é composta pelo aquecimento, parte principal e 
volta à calma.
O aquecimento é composto por exercícios de baixa intensidade e 
de alongamentos, tem duração de 5 a 10 minutos. Busca-se enfatizar, no 
aquecimento, os músculos que serão trabalhados na aula. Já a parte prin-
cipal tem a duração de 30 a 40 minutos, durante os quais são trabalhados 
os membros superiores, inferiores e tórax. Por fim, são feitos os exercícios 
de solo, com os quais, geralmente, são trabalhados os abdominais e os 
glúteos. E a volta à calma é o relaxamento/alongamento final da aula, que 
dura cerca de 5 a 10 minutos, a fim de baixar os batimentos cardíacos e 
relaxar os músculos trabalhados.
– 33 –
Fundamentos teóricos metodológicos da ginástica pedagógica 
2.2.1.4 Musculação
A musculação teve origem com Weber, em 1846, fazendo uma rela-
ção entre a força muscular e a seção transversa do músculo. Sua finali-
dade é o desenvolvimento muscular, geralmente almejando a tonificação 
e a força. Assim sendo, são usadas sobrecargas por meio de aparelhos de 
musculação e pesos livres como barras, halteres, caneleiras, entre outros.
Para iniciar um treinamento de musculação, é preciso, primeiramente, 
fazer uma avaliação físicapara verificar qual o tipo de treino que precisa 
ser aplicado. Geralmente, é feito um período de adaptação (mudanças 
de série, repetições e cargas), depois é montado um treino conforme o 
objetivo da pessoa. São aplicados treinamentos diferentes para iniciantes, 
intermediários e avançados.
Figura 2.2 – Resumo das ginásticas de condicionamento físico
Fonte: elaborada pela autora.
2.2.2 Ginásticas de competição
A ginástica de competição também é conhecida como desportiva. 
A Federação Internacional de Ginástica, que rege a ginástica moderna, 
agrupa seis modalidades diferentes na ginástica de competição: ginástica 
Ginástica
– 34 –
artística; ginástica rítmica; ginástica de trampolim; ginástica acrobática; 
ginástica aeróbica; e parkour. Lembrando que a entidade também é res-
ponsável pela ginástica para todos, porém trata-se de uma modalidade sem 
fins competitivos, como veremos nos tópicos a seguir.
2.2.2.1 Ginástica artística (GA)
De acordo com a FIG, a ginástica artística é definida como um 
conjunto de exercícios sistematizados para competição, que envolvem 
força, agilidade e flexibilidade. A ginástica pode ser entendida como uma 
forma particular de se exercitar, na qual são abertas várias possibilida-
des de práticas que podem ocasionar profundas experiências corporais, 
enriquecedoras especial-
mente pela cultura cor-
poral das crianças.
A GA é dividida em 
dois grupos: esporte e ati-
vidade física. No primeiro 
caso, é usada como um 
esporte olímpico de alto 
nível, com regras norma-
tizadas pela FIG. Já no 
segundo caso, é usada para 
desenvolver habilidades 
motoras mediante um tra-
balho corporal que per-
mite que os participantes 
tomem consciência de 
suas potencialidades de 
um modo geral.
Em 1824, com a 
colonização alemã no Rio 
Grande do Sul, a ginástica 
olímpica (nomenclatura 
usada) chegou ao Brasil. 
O estado foi pioneiro e 
Figura 2.3 – Ginástica artística – argolas
Fonte: Shutterstock.com/Leonard Zhukovsky
– 35 –
Fundamentos teóricos metodológicos da ginástica pedagógica 
fundou uma Federação de Ginástica (Federação Riograndense de Ginás-
tica), iniciando, dessa forma, a prática no Brasil.
Na escola, a ginastica artística deve ser abordada de forma pedagó-
gica, recreativa e não competitiva. Ela deve ser inserida aos conteúdos das 
aulas de Educação Física. Dentre os benefícios dessa prática está o desen-
volvimento das qualidades físicas, motoras, afetivas e sociais. Nos próxi-
mos capítulos, aprofundaremos o assunto a respeito das provas masculinas 
e femininas de GA disputadas numa olimpíada, bem como os aparelhos 
usados nessa modalidade.
2.2.2.2 Ginástica rítmica
Surgida no século XVI, precisou de mais de duzentos anos para 
se tornar um conjunto com movimentos de dança a ser ensinado como 
esporte na antiga União Soviética. A ginástica rítmica é uma modalidade 
exclusivamente feminina e reúne diferentes passos de dança combina-
dos com o manuseio de equipamentos manuais (arco, bola, corda, fita e 
maças). Ela se tornou um 
esporte olímpico em 1996.
De acordo com a FIG, 
nas competições de ginástica 
rítmica, as provas podem ser 
disputadas individualmente 
ou em conjunto. Tanto nas 
provas individuais como 
nas provas em conjunto há 
um tempo estipulado (1’15-
1’30’’ individual e 2’15’’-2’30’’ no conjunto); lembrando que os conjuntos 
são formados por cinco atletas. São disputadas duas provas: na primeira, 
cinco atletas utilizam o mesmo aparelho; na segunda, são usados dois 
aparelhos diferentes (2-3). Também será possível ver mais sobre a GR nos 
próximos capítulos deste livro.
2.2.2.3 Ginástica de trampolim
A ginástica de trampolim foi criada em 1936 pelo ginasta estaduni-
dense George Nissen, foi reconhecida como modalidade esportiva nesse 
Figura 2.4 – Sequência de ginástica rítmica
Fonte: Shutterstock.com/pikepicture
Ginástica
– 36 –
mesmo período. Ainda 
nessa época, o trampolim 
foi introduzido nas esco-
las de Educação Física, 
em universidades e em 
treinamentos militares. 
Sendo normatizado pela 
FIG, o trampolim con-
siste em liberdade, voo 
e espaço. Pode ser usado 
um ou dois trampolins 
para um ou dois atletas 
executarem uma série de 
dez elementos, deman-
dando movimentos cor-
porais bem precisos.
As competições 
podem ser individuais 
ou sincronizadas, tanto 
para homens como para 
mulheres. De acordo com 
a FIG (2020c, [s.p.])3, os 
atletas usam o trampolim 
para se lançarem a alturas que podem ultrapassar dez metros. O trampolim 
representa o mais próximo que o homem chega de voar sozinho, pois não 
há dispositivos tecnológicos presos ao corpo. Portanto, um erro que acabe 
em queda pode encerrar a carreira do atleta.
A ginástica de trampolim é dividida em quatro categorias: trampolim 
individual, trampolim sincronizado, duplo mini trampolim e tumbling4. 
Os melhores ginastas geralmente se especializam em duas dessas quatro 
3 É possível saber mais em: https://www.gymnastics.sport/site/pages/disciplines/ele-dmt.php.
4 Nesta prova, o ginasta executa quatro passadas com oito elementos acrobáticos em cada 
uma, sendo duas passadas na preliminar e duas na final. O ritmo deve ser mantido durante 
toda a execução, numa pista de 26 m. Ver mais em: http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.
br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=165.
Figura 2.5 – Trampolim acrobático
Fonte: https://osolimpicos.wordpress.com/tag/
trampolim/
– 37 –
Fundamentos teóricos metodológicos da ginástica pedagógica 
modalidades. O trampolim se tornou um esporte olímpico em 2000, por-
tanto os Jogos Olímpicos significam o auge para esse tipo de ginástica.
2.2.2.4 Ginástica acrobática
A acrobacia se desenvolveu com o surgimento do circo, no século 
VIII, porém as primeiras competições desse esporte aconteceram somente 
no século XX, sendo a primeira em 1973, ano em que foi criada a Fede-
ração Internacional de Esportes Acrobáticos (IFSA). Em 1998, a IFSA 
(federação que regia as acrobacias) foi extinta e a modalidade foi adotada 
pela FIG com o objetivo de unir todas as disciplinas de ginástica e fazer 
com que as acrobacias se tornassem um esporte olímpico.
Em 1999, ocorreu o 16º Campeonato Mundial, o primeiro da era 
FIG, que ocorreu em Ghent, na Bélgica. Desde 2007, essa modalidade é 
conhecida como ginástica acrobática. O objetivo é a cooperação através 
do trabalho em conjunto. A equipe de acrobatas deve executar três séries 
de equilíbrio, dinâmica e combinada.
Conforme a FIG 
(2020a, [s.p.])5, os ginas-
tas atuam em pares, trios 
ou grupos. As apresen-
tações combinam arte 
e habilidade, os ginas-
tas executam elementos 
estáticos (equilíbrios e 
retenções) e elementos 
dinâmicos (elevadores, 
arremessos com camba-
lhotas, dentre outros). 
Os exercícios em grupo 
devem incluir pirâmides humanas e os exercícios em pares devem conter, 
pelo menos, seis elementos de equilíbrio do parceiro. A ginástica acrobá-
tica competitiva possui cinco formações: par feminino e par masculino, 
5 O processo é explicado em https://www.gymnastics.sport/site/pages/disciplines/hist-a-
cro.php.
Figura 2.6 – Equipe de ginástica acrobática
Fonte: Shutterstock.com/Cherednychenko Ihor
Ginástica
– 38 –
par misto (masculino e feminino), grupo feminino (três mulheres) e grupo 
masculino (quatro homens). Cada par ou grupo realiza três rotinas: equilí-
brio, dinâmico e combinado.
2.2.2.5 Ginástica aeróbica
Como vimos anteriormente, a ginástica aeróbica é, também, uma 
modalidade de condicionamento físico criada pelo médico cardiologista 
americano Kenneth Cooper e, mais tarde, difundida comercialmente por 
Jane Fonda, tornando-se a popular fitness aerobics. Na década de 1980, 
a ginástica aeróbica apareceu como uma forma de prática de exercícios 
físicos, direcionada para o público em geral.
Mais tarde, tornou-se um esporte de competição que foi introduzido 
pela FIG em campeonatos mundiais. De acordo com a FIG (2020b, [s.p.])6, 
a ginástica aeróbica competitiva oferece várias plataformas para mostrar 
a variedade e a criatividade da disciplina. Os ginastaspodem competir de 
forma individual, em pares mistos ou trios, também em grupos de cinco ou 
no caso de dança aeróbica e etapa aeróbica, com equipes de oito ginastas. 
Em todas as categorias, o movimento deve ser contínuo abarcando todo o 
espaço da competição, incluindo movimentos aéreos e no chão, acompa-
nhados por música.
Figura 2.7 – Equipe de ginástica aeróbica
Fonte: https://www.cbde.org.br
6 Mais informações em: https://www.gymnastics.sport/site/pages/disciplines/pres-aer.php.
– 39 –
Fundamentos teóricos metodológicos da ginástica pedagógica 
2.2.2.6 Ginástica para todos (GPT) ou ginástica geral (GG) 
A ginástica para todos é considerada a união das ginásticas que com-
preende o conhecimento teórico e prático no contexto escolar. Inicialmente 
chamada de ginástica geral, surgiu na Europa como uma manifestação 
popular visando à participação de um vasto número de simpatizantes, sem 
antes haver uma sistematização para a sua prática. A partir daí, surgiram 
encontros e festivais para as demonstrações de ginástica que culminaram 
na formalização de sua prática pela FIG.
De acordo com Stanquevisch (2004, p. 51), uma das principais carac-
terísticas que diferem a “ginástica geral das demais modalidades gímni-
cas de competição é a amplitude de possibilidades que ela tem e que não 
limita a participação, seja por idade, sexo ou condição física do prati-
cante”. Atualmente, a nomenclatura oficial dessa modalidade é ginástica 
para todos. O conteúdo mais detalhado a respeito pode ser encontrado no 
capítulo cinco deste livro, no qual há um tópico inteiro a respeito.
Figura 2.8 – Equipe nacional de ginástica geral da Dinamarca
Fonte: Vibeke Green (2014)
2.2.3 Ginásticas fisioterápicas
Especialmente a partir da Segunda Guerra Mundial, de acordo com 
Santos (1998), o exercício físico vem sendo ministrado como meio de 
Ginástica
– 40 –
recuperação dos diversos tipos de consequências pós-operatórias, mus-
culares e osteoarticulares, além de prevenir lesões corporais. Dentre elas, 
podemos citar a ginástica laboral a ginástica corretiva (RPG) a ginástica 
oriental a hidroterapia e o pilates.
A ginástica laboral foi criada em 1925 por operários poloneses e 
alastrou-se por diversos países da Europa até chegar ao Japão e, após a 
Segunda Guerra Mundial, difundiu-se pelo mundo. É definida como exer-
cícios físicos realizados no ambiente de trabalho durante o horário de 
expediente, a fim de evitar doenças ocupacionais e lesões por esforços 
repetitivos. Consiste em alongamentos e exercícios de relaxamento mus-
cular praticados em grupos, moldados conforme a função exercida por 
cada setor.
A ginástica corretiva (RPG) é conhecida, também, como cinesiote-
rapia e possui exercícios que têm a finalidade de corrigir defeitos posturais 
e desvios da coluna vertebral. É ministrada por fisioterapeutas, fisiatras e 
professores de Educação Física especializados.
A ginástica oriental faz uso de exercícios lentos, enfatizando a res-
piração. Ela reúne técnicas que buscam o equilíbrio dos chacras junto ao 
da energia cósmica.
A hidroterapia é uma ginástica individualizada, com exercícios 
específicos para cada lesão, que são realizados na água. Ela reabilita pato-
logias clínicas, como a reumatologia, ortopedia, lesões pulmonares, para-
lisia cerebral entre outras.
O pilates é um método de reabilitação e condicionamento físico 
geral, que foi criado na Alemanha, na década de 1920, por Joseph Pila-
tes, que passou por vários problemas de saúde na infância. Para buscar 
superá-los, ele estudou anatomia, fisiologia e medicina até desenvolver 
esse método de exercícios físicos. Durante a Segunda Guerra Mundial, 
trabalhou como enfermeiro e, nesse período, usou a técnica para aju-
dar na reabilitação dos feridos em combate. O método pilates combina 
movimentos corporais com a respiração, melhorando, desse modo, a 
postura, já que os exercícios trabalham, principalmente, os músculos 
abdominais e das costas.
– 41 –
Fundamentos teóricos metodológicos da ginástica pedagógica 
Figura 2.9 – Esquema das ginásticas fitoterápicas
Fonte: elaborada pela autora.
2.3 Métodos teórico-práticos da ginástica escolar
A ginástica faz parte dos conteúdos da cultura corporal de movi-
mento. Desse modo, é importante que os alunos a experimentem nas aulas 
de Educação Física escolar, pois ela produz experiências que possibilitam 
uma educação para a formação humana.
Ao ser abordada no espaço escolar, ela pode favorecer o aprendizado 
a partir de movimentos já conhecidos pelos alunos, desenvolvendo, assim, 
a autonomia por meio da relação reflexiva com o cotidiano. A metodo-
logia estabelecida apontará o caminho para que a ginástica faça sentido 
na vida do aluno, contribuindo para sua formação. Ela deve ser organi-
zada segundo as habilidades fundamentais de caminhar, correr, saltar, etc. 
Nesse sentido, pode propiciar o desenvolvimento de habilidades motoras 
diversas, bem como de condicionamento físico.
Como estratégia pedagógica, Betti e Zuliani (2002) destacam que a 
escolha dos conteúdos específicos da ginástica a serem praticados na aula 
Ginástica
– 42 –
de Educação Física precisa corresponder aos princípios metodológicos 
gerais, tais como princípio da inclusão, da diversidade, da complexidade 
e da adequação ao aluno.
As ginásticas, de modo geral, são técnicas de trabalho corporal 
que assumem um caráter individualizado com diversas finalidades. Elas 
podem ser utilizadas como preparação para outras modalidades, também 
como técnicas de relaxamento e para manter ou recuperar a saúde. Além 
disso, podem ser aproveitadas de forma recreativa e de competição.
Atualmente, existem várias técnicas de ginástica que trabalham o 
corpo de modo diferente das ginásticas tradicionais (exercícios rígidos, 
mecânicos e repetitivos), visando à percepção do próprio corpo: ter cons-
ciência da respiração, perceber o relaxamento e tensão dos músculos, sen-
tir as articulações da coluna vertebral.
Oliveira (2007) propõe uma estruturação para a aula de ginástica esco-
lar. Inicialmente, é possível fazer jogos e brincadeiras para a integração do 
grupo. Logo após, apresentar o tema da aula, explorando a ginástica con-
forme os objetivos do grupo. A prática deve envolver elementos gímnicos 
como saltar, equilibrar, girar, rolar, entre outros. Por fim, é importante 
propiciar tarefas em pequenos grupos, explorando movimentos diversos, 
com ou sem materiais, que evoluam para apresentações, entre os grupos, 
sobre os trabalhos que foram realizados.
Figura 2.10 – Ginástica escolar
Fonte: Shutterstock.com/New Africa
– 43 –
Fundamentos teóricos metodológicos da ginástica pedagógica 
 Saiba mais
BORGES, P. J. de M. Ginástica na escola: proposta de um instrumento 
de avaliação. Efdeportes. Disponível em: https://www.efdeportes.com/
efd185/ginastica-na-escola-proposta-de-avaliacao.htm. Acesso em: 19 
jul. 2020.
MARCASSA, L. Metodologias do ensino da ginástica: novos olhares, 
novas perspectivas. Pensar a prática. 2004. Disponível em: https://revis-
tas.ufg.br/fef/article/view/94/89. Acesso em: 19 jul. 2020.
Atividades
1. Quais são os cinco grupos de atuação das ginásticas? Sintetize 
cada uma delas.
2. O que é FIG e quais modalidades são reconhecidas por ela?
3. Quais modalidades da ginástica são de condicionamento físico? 
Descreva a ginástica calistênica.
4. Descreva a estrutura de aula de ginástica escolar proposta por 
Nara Oliveira.
3
Estudo das 
capacidades físicas 
O estudo das capacidades físicas é importante para anali-
sar o funcionamento da ginástica e as capacidades implicadas na 
preparação de uma aula com esse conteúdo, a fim de ser melhor 
aproveitado nas aulas de educação física. Os objetivos deste 
capítulo são: conhecer e conceituar as capacidades físicas; dife-
renciar e reconhecer as capacidades físicas na ginástica; entender 
e apontar de que modo as capacidades físicas podem ser usadas 
na escola.
Ginástica
– 46 –
3.1 Capacidades físicas – conceitos
As capacidades físicas (tambémconhecidas como habilidades ou 
valências físicas) incluem desde os movimentos simples até os mais com-
plexos. As habilidades podem ser desenvolvidas por qualquer sujeito, 
porém dependem das características hereditárias do organismo de cada 
um, as quais determinam seus potenciais e possíveis limites. As capaci-
dades físicas ou motoras podem ser divididas em três grupos: primeiro – 
força, velocidade, resistência e potência; segundo – coordenação motora, 
flexibilidade corporal, equilíbrio motor; terceiro – orientação cinestésica, 
espaço temporal, estruturação do esquema corporal, expressão corporal. 
Neste capítulo, abordaremos as capacidades do primeiro e do segundo 
grupo. Para melhor entendê-las, veremos, a seguir, o conceito, bem como 
exemplos de cada uma.
a) Força: de acordo com 
Tubino (1992), força é a 
capacidade dos músculos 
ou grupamento muscular 
de vencer uma resistên-
cia, exercendo esforço na 
ação de empurrar ou ele-
var. Hertogh et al. (1994) 
afirmam que o trabalho 
de força é essencial para 
obter um nível alto no 
desempenho dos movi-
mentos, nas ginásticas de 
competição. De acordo 
com o tipo de treino mus-
cular, a força pode ser 
estática ou isométrica, 
dinâmica ou isotônica 
 e explosiva (quando 
há um esforço máximo 
numa determinada unidade de tempo). A seguir, podemos ver 
um exemplo de força estática de um ginasta.
Figura 3.1 – Força estática de um ginasta
Fonte: Shutterstock.com/ KELENY
– 47 –
Estudo das capacidades físicas 
b) Velocidade: é a qualidade específica do músculo e das coordena-
ções neuromusculares que possibilita a realização de uma sequ-
ência rápida de gestos (FAUCONNIER apud TUBINO, 1992). 
Ela pode ser classificada em três tipos: velocidade de desloca-
mento (capacidade máxima de se mover de um ponto ao outro); 
velocidade de reação (rapidez para responder a um estímulo 
visual, auditivo ou tátil); velocidade de membros (habilidade de 
mover membros superiores e/ou inferiores o mais rápido possí-
vel). Na imagem abaixo temos um exemplo de velocidade. 
Figura 3.2 – Corrida de aproximação da mesa de salto
Fonte: Elaborado pelo autor.
c) R e s i s t ê n c i a : 
de acordo com 
Guedes e Gue-
des (1995), 
resistência é a 
capacidade de 
um grupo mus-
cular execu-
tar contrações 
repetitivas por 
um período 
de tempo sufi-
ciente para cau-
sar fadiga muscular, sem que ocorra perda aparente da eficiência do 
movimento. Existem diferentes tipos de resistência, a saber: resis-
tência aeróbia, anaeróbica e resitência muscular localizada (RML). 
 Na imagem abaixo pode ser visto um exemplo.
Figura 3.3 – Resistência muscular
Fonte: Shutterstock.com/ Anatoliy Karlyuk
Ginástica
– 48 –
d) Potência: Fleck 
e Kraemer 
(1999) definem 
potência como 
a velocidade 
em que o tra-
balho é desem-
penhado. Isso 
significa que o 
treinamento da 
potência é um 
aperfeiçoamento das capacidades de força e velocidade. Ela 
ainda é conhecida como força explosiva (força máxima exercida 
e velocidade de execução num determinado movimento), como 
pode ser visto no exemplo a seguir.
e) Coordenação: é a capa-
cidade de realizar ações 
motoras complexas, com 
o mínimo de esforço. 
Para Tubino (1992), 
coordenação é a quali-
dade física que integra a 
consciência e a execução, 
a fim de melhorar a aqui-
sição de ações muscula-
res e, assim, realizar uma 
sequência de movimen-
tos de forma eficiente e 
econômica. A coorde-
nação pode ser divida 
em coordenação motora 
grossa (nadar, correr) e 
coordenação motora fina 
(escrever, recortar). 
Figura 3.5 – Coordenação motora
Fonte: Shutterstock.com/Fabrizio Carabelli
Figura 3.4 – Potência
Fonte: Shutterstock.com/Artur Didyk
– 49 –
Estudo das capacidades físicas 
f) Flexibilidade: é a capa-
cidade de amplitude do 
movimento, é a extensão 
do músculo. Ou seja, é a 
capacidade que o mús-
culo possui de relaxar à 
medida que é alongado. 
A flexibilidade envolve 
o movimento articular e 
o alongamento muscular. 
Ela pode ser dividida em 
dois tipos: flexibilidade 
corporal geral, que é a 
habilidade de movimen-
tos fundamentais do sis-
tema articular corporal 
(articulações escapulares, 
coxofemorais e da coluna 
vertebral); flexibilidade 
específica, que é a habi-
lidade de movimento de certas articulações (KRAHENBUHL; 
MARTIN, 1977). A flexibilidade muscular é bastante aprovei-
tada para a ginástica, no meio esportivo, pois previne lesões e 
melhora o desempenho atlético (MACIEL; CÂMARA, 2008). 
g) Equilíbrio: é 
a competên-
cia para sus-
tentar o corpo 
parado contra a 
força da gravi-
dade. Ele pode 
ser: estático 
(quando uma 
posição é man-
tida); dinâmico 
(acontecendo 
Figura 3.6 – Flexibilidade
Fonte: Shutterstock.com/DardaInna
Figura 3.7 – Equilíbrio
Fonte: Shutterstock.com/Air Images
Ginástica
– 50 –
durante o movimento); recuperado (quando se perde a estabi-
lidade e se consegue reavê-la). (TUBINO, 1992). O equilíbrio 
é uma das habilidades motoras essenciais, pois dependemos 
dele diariamente para realizar atividades simples, como ficar em 
pé, subir numa cadeira, equilibrar-se em uma das pernas, como 
podemos ver na imagem a seguir.
3.2 As capacidades físicas nas ginásticas
Conforme foi visto anteriormente, as capacidades físicas podem ser 
entendidas como as qualidades físicas e motoras de cada indivíduo, de 
acordo com o seu esforço. E a ginástica funciona como um tipo de ferra-
menta para desenvolvê-las. Um dos principais componentes a serem tra-
balhados nas modalidades gímnicas é a perfeição das técnicas a fim de 
obter altos níveis de rendimento. Portanto, faz-se necessário um trabalho 
em conjunto com as capacidades físicas que são requisitadas nas diferen-
tes modalidades esportivas de ginástica.
De acordo com Canalda (1998), para obter o desenvolvimento ade-
quado das capacidades físicas, é preciso estabelecer um treinamento base-
ado nos exercícios específicos de cada modalidade, pois, dessa maneira, é 
possível alcançar um melhor rendimento do atleta tanto individualmente 
quanto em grupo. Também conhecidas como requisitos motores, “as capaci-
dades físicas de resistência, força, velocidade, flexibilidade e coordenativas 
representam as condições físicas centrais para o aprendizado e realização de 
movimentos corporais relacionados ao esporte” (WEINECK, 1999, p. 131).
Nesse sentido, percebemos que o desenvolvimento de apenas uma 
capacidade física é praticamente impossível, visto que há sempre mais 
de uma sendo requisitada na execução de um movimento. Partindo dessa 
afirmação, veremos, a seguir, as capacidades físicas utilizadas numa deter-
minada modalidade gímnica. Para exemplificar, escolhemos a modalidade 
ginástica artística (GA).
A ginástica artística pode ser abordada como: conteúdo na disciplina de 
educação física escolar; atividade extracurricular; em clubes; em academias; 
como esporte de alto rendimento. A partir do conhecimento das capacidades 
motoras específicas para o esporte é possível identificar as capacidades físi-
– 51 –
Estudo das capacidades físicas 
cas importantes a serem desenvolvidas no treino na GA. Devido à grande 
diversidade de movimentos, a GA precisa reunir capacidades físicas como 
força, flexibilidade, resistência, velocidade e coordenação.
Nesse sentido, primeiramente, é importante trabalhar a força, pois, 
conforme o aparelho a ser usado, pode ser requerida uma força máxima ou 
explosiva para que o exercício seja executado corretamente. Além disso, é 
importante que o ginasta tenha boa capacidade de resistir à fadiga, já que 
os movimentos devem ser realizados em sequência, pois a GA combina 
exercícios dinâmicos e estáticos complexos, exigindo bastante força. 
Conforme vimos, a força pode ser definida como a capacidade do 
músculo de vencer uma resistência, realizando esforço na ação de empur-
rar ou elevar. Os tipos de força são: força explosiva (o sistema neuro-
muscular produz a maior elevação de força por unidade de tempo); força 
máxima (o sistema neuromuscular produz a maior força por meio de uma 
contração voluntáriamáxima); Capacidade de resistir à fadiga (o sistema 
neuromuscular continua produzindo tensão em fadiga).
A outra capacidade física fundamental a ser trabalhada na GA é a 
flexibilidade, a qual pode ser definida como a capacidade do músculo 
relaxar enquanto é alongado. A maior parte dos elementos técnicos de 
ginástica requer uma boa amplitude de movimento e, caso o atleta não 
consiga atingir a amplitude determinada para certo movimento, ele per-
derá pontos. 
Quadro 3.1 – Tipos de flexibilidade
Flexibilidade geral – flexibilidade 
dos principais sistemas articulares 
(ombros, quadris, coluna).
Flexibilidade específica – flexibili-
dade em determinadas articulações.
Flexibilidade ativa – maior ampli-
tude de movimento atingida pela 
contração do músculo agonista e 
relaxamento do antagonista.
Flexibilidade passiva – maior 
amplitude de movimento atingida 
com o auxílio de forças externas.
Flexibilidade Estática – manutenção do estado de alongamento por um 
determinado período.
Fonte: elaborado pela autora.
Ginástica
– 52 –
Veja a seguir um exemplo de atividades de fortalecimento muscular 
e de flexibilidade para as principais ações motoras presentes no movi-
mento de abertura e fechamento num exercício de GA.
Quadro 3.2 – Atividades de fortalecimento muscular e de flexibilidade
Abertura Fechamento
Flexibilidade Força Flexibilidade Força
Fonte: elaborada pela autora.
A capacidade física resistência é importante em vários aspectos na 
GA. A modalidade possui aparelhos femininos e masculinos, no quais são 
exigidos elementos de força explosiva, força máxima e velocidade. Além 
disso, são realizados em sequência, com um curto período para a recu-
peração e, por esse motivo, é fundamental que o ginasta possua uma boa 
resistência muscular e boa resistência aeróbica e anaeróbica. É importante 
lembrar que a resistência pode ser definida como a capacidade que um 
grupo muscular tem de ficar contraído por tempo suficiente para causar 
fadiga muscular, porém sem perder a eficiência do movimento.
Quadro 3.3 – Principais tipos de resistência
Resistência 
anaeróbica Resistência aeróbica
Resistência muscular 
localizada
Quando é realizada 
uma atividade de alta 
intensidade num curto 
período de tempo.
Habilidade de susten-
tar esforços intensos 
de grande duração 
sem um alto acúmulo 
de ácido lático.
Nota sobre ácido 
lático: O músculo pro-
duz ácido lático no
Quando é realizada a 
repetição de um movi-
mento no maior tempo 
possível, não compro-
metendo sua eficácia.
– 53 –
Estudo das capacidades físicas 
Resistência 
anaeróbica Resistência aeróbica
Resistência muscular 
localizada
organismo a partir da 
glicose. Quando a pes-
soa não está bem con-
dicionada fisicamente, 
ela acumulará mais 
ácido lático no mús-
culo, dessa forma pro-
vocando dores muscu-
lares. Ou seja, quanto 
mais trabalhada for 
a musculatura, mais 
rápido o ácido lático 
será eliminado, tor-
nando o treino mais 
eficiente.
Fonte: elaborado pela autora.
A velocidade na ginástica artística é importante de acordo com as 
formas de demonstração: velocidade de ação, velocidade de frequência e 
resistência de velocidade rápida. O ginasta necessita executar vários movi-
mentos com potência, num curto período de recuperação. Tais movimen-
tos são, geralmente, precedidos de corrida. A velocidade pode ser definida 
como a qualidade específica do músculo, o qual possibilita a realização de 
uma sequência rápida de gestos.
Quadro 3.4 – Tipos de velocidade
Formas de manifestação pura: Formas de manifestação complexa:
Velocidade de reação
Velocidade de ação
Velocidade de frequência
Velocidade de força
Resistência de força rápida
Resistência de velocidade máxima
Fonte: elaborado pela autora.
Ginástica
– 54 –
Por fim, a coordenação motora é um requisito essencial para que 
o ginasta tenha um bom desempenho e evolua na técnica. “A coordenação 
motora é primordial para a perfeita execução das diferentes habilidades técni-
cas da GA durante as competições e os treinamentos” (TRICOLI; SERRÃO, 
2005, p. 148). Como já visto, a coordenação motora pode ser definida como 
a capacidade de realizar ações motoras complexas com o mínimo de esforço.
Quadro 3.5 – Capacidades coordenativas
Tipos de capacidades coordenativas conforme Weineck (1999)
Para conduzir um movimento são 
necessárias as capacidades de:
Para se adaptar um movimento 
a uma situação ambiental são 
necessárias as capacidades de:
acoplamento, diferenciação, 
equilíbrio, orientação, ritmo.
equilíbrio, orientação, 
ritmo, reação, mudança.
Fonte: elaborado pela autora.
3.3 Capacidades físicas e sua utilização na escola
Com relação às capacidades físicas e sua utilização na escola, é 
importante citar as ações naturais básicas que compõem o movimento 
humano, tais como andar, correr, saltar, girar, rolar, etc. Desse modo, ao 
descrever um movimento ou ação para poder alcançar determinado obje-
tivo, será preciso observar três fatores: a posição inicial, a execução e a 
posição final. A posição inicial é a descrição do posicionamento estático 
do indivíduo antes de ele iniciar o deslocamento. Na fase de execução, 
é importante usar a informação correta para que o ginasta tenha claro o 
número de repetições, o tempo de duração, dentre outros. A posição final 
expõe o posicionamento do indivíduo ao concluir o deslocamento.
Para falarmos sobre a utilização das capacidades físicas, daremos o 
exemplo do movimento do salto sobre a mesa da ginástica artística1. 
Após realizar uma corrida de aproximação, de forma a ganhar velocidade, 
o ginasta deve se impulsionar no trampolim e em seguida tocar a mesa 
1 Para saber mais sobre este salto, acesse: http://www.dicionarioolimpico.com.br/ginasti-
ca-artistica/cenario/salto-sobre-a-mesa.
– 55 –
Estudo das capacidades físicas 
com as duas mãos simul-
taneamente. Utilizando 
um movimento de impul-
são, o atleta se afasta da 
mesa e realiza o salto pro-
priamente dito, que pode 
conter rotações simples 
ou múltiplas em torno dos 
eixos corporais.
O ginasta deve fina-
lizar o salto com uma aterrissagem sobre os dois pés, de frente ou de 
costas para o aparelho, o mais próximo possível da área demarcada no col-
chão de aterrissagem. Na imagem a seguir, pode ser vista uma sequência 
do salto sobre o cavalo na GA.
Nas aulas de ginástica, é importante demonstrar, também, as posições 
básicas do corpo, nomeando-as para que os alunos possam visualizar e 
memorizar os movimentos de maneira mais correta. A posição anatômica, 
assim como os movimentos articulares2, são os mais usados, principal-
mente na orientação do aquecimento.
Quadro 3.6 – Posição anatômica
Posição anatômica: em pé, tronco 
ereto, membros superiores ao 
longo do corpo, olhos voltados 
para a frente.
Fonte: elaborado pela autora com elementos de Shutterstock.com/AV-Art
2 Referem-se às posições das articulações conforme o movimento aplicado.
Figura 3.8 – Salto sobre cavalo
Fonte: Shutterstock.com/Lagartija de colores
Ginástica
– 56 –
Quadro 3.7 – Movimentos articulares mais utilizados
Extensão: quando aumenta o 
ângulo da articulação de um seg-
mento do corpo, distanciando suas 
partes.
Flexão: quando diminui o ângulo 
da articulação de um segmento cor-
poral, aproximando as suas partes.
Rotação: movimentos em torno do 
eixo longitudinal do segmento.
Pronação: rotação interna do ante-
braço.
Supinação: rotação externa do 
antebraço.
Inversão: elevação da borda 
medial do pé.
Eversão: elevação da borda lateral 
do pé.
Dorsiflexão: movimentação do 
peito do pé em direção à canela.
Flexão plantar: movimentação da 
sola do pé para baixo (apontar os 
dedos).
Fonte: elaborado pela autora com elementos de Shutterstok.com/Auttapon Wongtakeaw.
– 57 –
Estudo das capacidades físicas 
Cabe salientar, também, as formas como os alunos podem ficar dis-
postos no espaço físico, tais como: em colunas, fileiras e diagonal. Nas 
imagens a seguir há exemplos de cada uma das formas.
Quadro 3.8 – Formas como os alunos podem ficar dispostos no espaçofísico
Em colunas: quando ficam um 
atrás do outro.
Em fileiras: quando ficam dispos-
tos um ao lado do outro.
Em diagonal: quando se posicio-
nam obliquamente em relação a 
uma linha de referência.
Fonte: elaborado pela autora. Shutterstock.com/Sergey Novikov
Nas aulas de ginástica, todas essas formas são comumente usadas 
numa sequência pedagógica, que é definida como um conjunto de movi-
mentos que busca um objetivo. Ela é dividida em estágios de desenvolvi-
Ginástica
– 58 –
mento, portanto precisa ser ensinada partindo do movimento mais simples 
para o mais complexo. Nesse sentido, as capacidades físicas colaboram 
para o desenvolvimento de tais movimentos.
Para trabalhar as capacidades físicas será preciso aplicar atividades 
que não causem uma sobrecarga no organismo e que estimulem seu desen-
volvimento. Para isso, é importante avaliar se os exercícios aplicados na 
aula de ginástica condizem com a idade cronológica e maturacional do 
aluno. Veja a seguir o exemplo de um programa de jogos de condicio-
namento físico proposto por Moreno (2002) e Silva (2002). Esses jogos 
podem facilmente ser adaptados para serem utilizados numa sequência 
pedagógica de uma aula de ginástica escolar, que busca trabalhar as capa-
cidades físicas dessa modalidade.
Quadro 3.9 – Exemplo de programa de jogos de condicionamento físico
Fortalecimento 
em duplas 
e em trios
1) Dois a dois, de mãos dadas, um de frente para o outro. Devem 
se agachar e levantar lentamente sem perder o equilíbrio.
2) Carrinho de mão: em duplas, um segura os pés do outro e 
caminha com as mãos no chão para chegar até o ponto deter-
minado.
3) Corrida da cadeirinha: em trios, dois irão entrelaçar os bra-
ços para formar uma cadeirinha, enquanto o terceiro senta 
nos braços (cadeirinha). Estes devem correr, carregando o 3º 
aluno até a linha de chegada. Podem ir alternando quem está na 
cadeirinha, até que todos possam ser carregados.
Velocidade 
de reação
1) Em duplas: deverão tentar tocar no tornozelo um do outro. 
O que conseguir tocar o tornozelo do colega três vezes será o 
vencedor.
2) Em duplas: cada dupla ganhará um balão que deve ser amar-
rado com um barbante na perna de um dos integrantes da dupla. 
O objetivo é estourar o balão das outras duplas, sem que estou-
rem o próprio. A dupla que tiver o balão estourado não poderá 
estourar o dos outros.
3) Em duplas: de mãos dadas, os alunos deverão tentar pisar no 
pé um do outro. Aquele que conseguir pisar mais vezes no pé 
do colega durante um minuto será o vencedor.
– 59 –
Estudo das capacidades físicas 
 Equilíbrio
1) Aluno na posição em pé e com os braços abertos. Deverá 
elevar uma das pernas estendida para trás, flexionando o tronco 
à frente, ficando na posição de “avião”.
2) Permanecer em cima de um objeto (pode ser uma lata) equi-
librando-se, flexionando a perna de apoio e estendendo a outra 
perna para a frente.
3) Caminhar sobre uma trave ou qualquer outra superfície 
estreita sem perder o equilíbrio.
Ritmo
1) Dança do cossaco: os alunos deverão apresentar os movi-
mentos por um tempo determinado, sem errar. A execução da 
dança é tocar com as mãos nos pés opostos (mão direita – pé 
esquerdo / mão esquerda – pé direito) sendo uma vez pela 
frente e outra vez pelas costas.
2) Corrida no baile: em duplas, os alunos deverão caminhar 
um de frente para o outro com as mãos no ombros do colega, 
combinando as passadas.
3) Em duplas: um determina o ritmo com palmas e o outro 
deverá marchar no ritmo proposto pelo colega. Quando este 
se ajustar ao ritmo, seu colega o altera novamente para que o 
outro tenha que se ajustar ao ritmo das palmas.
Coordenação
1) Em duplas: um aluno deve conduzir uma bola entre cones 
dominando-a. Ao final do trajeto, ele deverá passá-la ao com-
panheiro, que continuará o exercício.
2) Na quadra ou numa área ampla, dois alunos trocam passes 
altos. Ao sinal do professor, o aluno que realizou o passe exe-
cutará um rolamento para frente antes de receber o passe do 
companheiro, tentando evitar que a bola toque no chão.
3) Conduzir uma bola de futsal com os pés, ao mesmo tempo 
em que quica uma bola de basquete.
Resistência
1) Em duplas: trocam passes curtos; ao sinal do professor, o 
aluno que está de posse da bola executa um passe longo para 
que seu colega corra tentando dominá-la.
2) Na quadra: o professor coloca diversas bolas do lado oposto.
Ginástica
– 60 –
O aluno corre até as bolas, pega uma e volta, conduzindo-a. Ele 
repete a ação até que consiga levar todas as bolas para o lado 
onde começou.
3) Em trios: dois alunos trilham uma corda enquanto o outro 
pula um número determinado de saltos.
Velocidade
1) Duas colunas: o professor fica entre as colunas com uma 
bola nas mãos. Ele jogará a bola à frente enquanto os primeiros 
alunos das colunas correrão para tentar pegá-la.
2) Em duplas: um fica agachado e à frente, o outro, que está 
atrás, a qualquer momento pode saltar por cima do compa-
nheiro e inicia uma corrida. O companheiro deverá tentar 
alcançá-lo, tocando-o antes de ele chegar ao final.
3) Em duplas, estando um à frente do outro: o da frente fica 
com as pernas afastadas, olhando para a frente. O aluno que 
está atrás joga uma bola entre as pernas do companheiro. Assim 
que a bola passar por baixo das pernas, este deverá correr para 
pegá-la antes que ela chegue à linha final.
Flexibilidade
1) Sentados no chão: com as pernas unidas e estendidas, o 
aluno deverá realizar uma flexão do tronco à frente, tentando 
alcançar as mãos na ponta dos pés.
2) Sentados no chão: com as pernas afastadas, o aluno deverá 
realizar uma flexão do tronco à frente com as mãos apoiadas na 
nuca, tentando tocar os cotovelos no solo.
3) Repetir o exercício anterior, porém realizando a flexão sobre 
uma das pernas (direita ou esquerda). O aluno deverá alcançar 
com a mão esquerda o pé direito e com a mão direita o pé 
esquerdo.
Fonte: elaborado pela autora.
De acordo com o que foi visto neste capítulo, percebemos o quanto é 
importante estudar as capacidades físicas a fim de trabalhá-las da melhor 
forma, buscando sempre o desenvolvimento e o aprimoramento dos movi-
mentos dos alunos nas aulas de ginástica.
– 61 –
Estudo das capacidades físicas 
 Saiba mais
BORTOLETO. M. A. C. et al. Ginástica: movendo pessoas, construindo 
cidadania. Campinas: UNICAMP/FEF; SESC, 2014. Disponível em: 
https://www.fef.unicamp.br/fef/sites/uploads/posgraduacao/ebook-
-vii-forum-gg-outubro-2014.pdf. Acesso em: 22 jul. 2020. 
TREINO em foco. Principais valências físicas – Força / Resistência / 
Velocidade – 
Treino Físico nos Esportes #1. 2016. (23m.45s). Disponível em:
h t t p s : / / w w w . y o u t u b e . c o m / w a t c h ? v = T D 8 E R _
Q8zCY&list=RDCMUCw-hc7ZJummS0AvWyjUX56A&start_
radio=1&t=76. Acesso em: 22 jul. 2020.
Atividades
1. O que são capacidades físicas?
2. As capacidades físicas estão divididas em três grupos. Quais 
fazem parte do primeiro grupo? Sintetize cada uma delas.
3. Quais são os componentes da força? Defina cada um.
4. Quanto ao espaço físico, quais são as formas mais comumente 
usadas para a organização dos alunos? Descreva cada uma delas.
4
Utilização dos 
movimentos e 
materiais próprios 
da educação física 
na elaboração das 
atividades ginásticas 
Neste capítulo, você conhecerá a utilização de movimentos 
e materiais próprios da educação física para a sistematização da 
ginástica. Para isso, estudaremos a terminologia dos movimen-
tos ginásticos e, com o intuito de exemplificá-los, usaremos as 
modalidades de ginástica circense e de ginástica rítmica. Fare-
mos uma síntese a respeito de cada modalidade para elucidar 
como elas podem ser usadas nas aulas de educação física. Os 
objetivos deste capítulo são: aprender e conceituar os movimen-
tos corporais relativos à ginástica; entender o funcionamento e 
estrutura da ginástica na escola; conhecer e identificar os apare-
lhos e materiais alternativos de ginástica.
Ginástica
– 64 –
4.1 Terminologia dos movimentosde ginástica
A terminologia refere-se à nomenclatura técnica utilizada para os 
movimentos de ginástica, conforme nos mostra a literatura de anatomia, 
biomecânica e de treinamento desportivo. Além disso, você pode ver mais 
informações sobre a terminologia dos movimentos corporais nos próxi-
mos capítulos deste livro. A seguir, elaboraremos um quadro para definir 
cada movimento.
Quadro 4.1 – Definição de movimentos de ginástica
Posição 
grupada
Inclinação do tronco para frente, flexionando as arti-
culações do quadril. MMSS1 à frente do corpo, com 
semiflexão dos cotovelos e mãos apoiadas na parte 
anterior ou posterior dos joelhos, e MMII2 com fle-
xão total dos joelhos, próximos ao tronco.
Posição carpada
Flexão do quadril com tronco inclinado para frente. 
MMSS estendidos à frente com as mãos em direção 
aos pés, e MMII com extensão dos joelhos unidos à 
frente do corpo.
Posição 
afastada
Tronco ereto, MMSS estendidos ao longo do corpo. 
Estender e afastar lateralmente os MMII, o que pode 
ser realizado de duas formas: com afastamento ante-
roposterior ou afastamento lateral.
Posição 
afastada-
carpada
Extensão e afastamento lateral dos MMII. Flexionar 
o tronco para frente (a partir da flexão do quadril) 
enquanto os MMSS ficam estendidos e afastados 
lateralmente em direção aos pés.
Posição celada
Hiperextensão da coluna vertebral, MMSS hiperes-
tendidos ao longo do corpo, com MMII unidos e 
estendidos.
Fonte: elaborado pela autora.
1 MMSS – Membros Superiores.
2 MMII – Membros Inferiores.
– 65 –
Utilização dos movimentos e materiais próprios da educação física na elaboração das 
atividades ginásticas
De acordo com Gallardo (1993), os movimentos ginásticos, assim 
como os esportivos, evoluíram dos movimentos naturais ou de habilidades 
específicas do ser humano, os quais se caracterizam por estarem presentes 
no homem, independente do ambiente e do nível social e cultural, ser-
vindo de base para adquirir habilidades originadas culturalmente.
Isso significa que esses movimentos naturais ou específicos, quando 
avaliados e modificados com a finalidade de melhorar o movimento, pas-
sam a ser movimentos construídos culturalmente. Vejamos, por exemplo, 
o movimento do salto: ele foi estudado, modificado e melhorado com o 
passar dos anos para conseguir se adequar às finalidades de cada esporte 
em que aparece, seja no salto em altura do atletismo, no bloqueio do volei-
bol ou no salto sobre a mesa na GA, saltos de dança usados em todas as 
modalidades gímnicas, entre outros. Veja a seguir a classificação de Sey-
bold (1994) para os exercícios naturais, artificiais, sintéticos e analíticos.
Quadro 4.2 – Classificação de Seybold (1994) para os exercícios naturais, artificiais, 
sintéticos e analíticos
Exercícios naturais São próprios da evolução humana, como andar, saltar, correr, etc.
Exercícios 
artificiais ou 
construídos
São aplicados para um determinado objetivo. 
Por exemplo: reabilitação motora.
Exercícios 
sintéticos
Envolvem grande grupo de massa muscular 
simultaneamente, relacionando-os com os movi-
mentos naturais. É predominante, ainda, nas ati-
vidades aeróbicas (cardiovasculares). Envolve a 
ação de três ou mais articulações e suas sinergias.
Exercícios 
analíticos
Envolve tanto os pequenos como os grandes gru-
pos musculares. Concentra-se num determinado 
segmento corporal e associa-se aos movimentos 
artificiais com características neuromusculares 
(anaeróbicas). Envolve a ação de uma ou duas 
articulações e suas sinergias.
Fonte: elaborado pela autora.
Ginástica
– 66 –
Cabe lembrar que os elementos corporais da ginástica incluem: pas-
sos, corridas, saltos, saltitos, giros, equilíbrios, ondas, poses, marcações, 
balanceamentos. Já os exercícios acrobáticos incluem: rotações (no solo, 
no ar, em aparelhos), apoios (no solo, em aparelhos), reversões (no solo, 
em aparelhos), suspensões (em aparelhos), pré-acrobáticos (com apare-
lhos ou sem aparelhos).
4.2 Funcionamento e estrutura 
da ginástica escolar
Nesta seção, estudaremos o funcionamento e a estrutura da ginástica 
escolar. Sabendo que ela possui muitas modalidades, escolhemos a ginás-
tica circense para exemplificar melhor a utilidade na escola. Para isso, 
iniciaremos o tópico abordando alguns aspectos históricos a respeito.
A ginástica circense é culturalmente baseada no circo, que tem seus 
primeiros registros históricos datados de 4 mil anos a.C., na China, por meio 
de pinturas antigas com imagens de contorcionistas, equilibristas e acroba-
tas. Com essas atividades, especialmente da acrobacia, os guerreiros trei-
navam suas capacidades físicas, tais como força, agilidade e flexibilidade.
De acordo com Querubim (2003), a palavra circus (de origem latina) 
era atribuída ao lugar em que aconteciam as competições romanas. Por 
um longo período, foram realizados espetáculos nos picadeiros (arena 
do circo), usando-se, também, animais. Com o passar do tempo, os artis-
tas começaram a ser inseridos nas apresentações. Dessa maneira, foram 
acrescentando-se outras atividades como as apresentações acrobáticas 
(com uma diversidade de movimentos), malabarismos, contorcionismos, 
além de brincadeiras engraçadas.
O circo, conforme conhecemos, apareceu no final do século XIX. 
As trupes3 instalavam-se nas periferias das cidades e ali realizavam seus 
espetáculos. Estendiam uma lona para se proteger do tempo, também para 
poder cobrar a entrada das pessoas, pois essa era a fonte de renda dos 
artistas. As atividades circenses chegaram ao Brasil com os ciganos, que 
3 De acordo com Torres (1998), trupe era um grupo formado por artistas, palhaços, ilusio-
nistas, equilibristas, dentre outros, que se apresentavam em praças e nas ruas da Europa.
– 67 –
Utilização dos movimentos e materiais próprios da educação física na elaboração das 
atividades ginásticas
deixaram a Europa trazendo apresentações de domadores de ursos e leões, 
cavalos, ilusionismo, equilibristas, etc. Eles viajavam e se instalavam 
com o circo de cidade em cidade, adaptando seus shows de acordo com o 
público de cada lugar.
Nos anos 1980, foi criada a Escola Nacional de Circo, no Rio de 
Janeiro, na qual jovens de diferentes classes sociais puderam ter acesso às 
técnicas circenses. Com essas ações, verificou-se uma mudança no circo 
que abriu espaço para o circo contemporâneo ou novo circo. Existem, 
ainda, mais de dois mil circos espalhados pelo Brasil; um dos primeiros 
foi o Circo Spacial, que ainda continua vivo, com uma enorme estrutura 
física4 (CASTRO, 2005). Nesse sentido, vamos conferir como a ginástica 
está inserida em tal ambiente.
A ginástica pode ser vista no circo por meio de vários movimen-
tos: cambalhotas, equilibrismo, contorcionismo, acrobacias, na força e 
flexibilidade no trapézio, na coordenação do malabarista, etc. Diante 
dessas explanações, pode haver o seguinte questionamento: como as 
atividades circenses podem ser inseridas numa aula de educação física 
escolar? De acordo com Duprat e Bortoleto (2007), a atividade circense 
reúne inúmeras ideias de cunho educativo, isso significa que ela pode 
ser abordada tanto na educação física como em outras disciplinas no 
espaço escolar.
Desse modo, para que o professor de educação física possa introduzir 
a ginástica circense em suas aulas, ele deve, primeiramente, conhecer a 
realidade da escola e dos alunos com os quais irá trabalhar, avaliando suas 
possibilidades e limites quanto às atividades. Após esse estudo inicial, 
também deverá planejar sua aula escolhendo os exercícios e materiais que 
poderão ser utilizados. As atividades lúdicas e motoras devem ser prio-
rizadas, procurando usar materiais que não ofereçam perigo aos alunos.
Os materiais mais usados nessas aulas são bolas e arcos, pois, com 
eles, os alunos podem realizar movimentos de lançar, girar, equilibrar, 
conduzir, golpear, etc. Um exemplo de atividade para as aulas de ginástica 
circense é o malabarismo (capacidade de manipular um ou mais objetos), 
4 Confira mais informaçõessobre o Spacial em: CIRCO Spacial. A história. Disponível 
em: http://www.spacial.com.br/historia. Acesso em: 31 jul. 2020. 
Ginástica
– 68 –
no qual podem ser usadas bolas pequenas (de tênis), que geralmente a 
escola possui, ou até mesmo bolas feitas de meias de nylon. Essa atividade 
não oferece grandes riscos e as bolas podem ser confeccionadas pelos pró-
prios alunos durante a aula (AYALA, 2008). Na imagem abaixo, podemos 
ver um exemplo malabarismo com bolas.
Figura 4.1 – Malabarismo com bolas
Fonte: Shutterstock.com/Marina Lohrbach
Outro exemplo de ginástica circense a ser trabalhada nas aulas é a 
acrobacia. Trata-se de um jogo de equilíbrio que pode ser feito usando 
as mãos e os pés (em pares ou em grupo). Ela pode ser desenvolvida no 
solo, no ar ou em aparelhos específicos. De acordo com a estrutura da 
escola, podem ser desenvolvidas acrobacias com tecidos presos no teto 
de uma sala, ginásio ou em árvores. No subitem a seguir pode ser visto 
mais informações a respeito da fixação, material, cuidados e movimen-
tos no tecido acrobático.
– 69 –
Utilização dos movimentos e materiais próprios da educação física na elaboração das 
atividades ginásticas
4.2.1 Tecido acrobático
De acordo com Batista (2003), Calça e Bortoletto (2006), o tecido 
acrobático ou aéreo é uma modalidade aérea circense que foi se desen-
volvendo nos últimos anos. Desiderio (2003) expõe que não se sabe ao 
certo quem inventou o tecido, mas suspeita que seja uma extensão do 
trabalho com corda lisa. O autor esclarece que alguns relatos indicam 
que foi na França, nos anos de 1980, que o tecido acrobático foi apri-
morado, após pesquisas com diferentes materiais, por meio das quais se 
chegou à utilização de um material bastante resistente e com elasticidade 
chamado de liganete.
O mais importante em relação ao material é que ele suporte o peso do 
praticante em até quatro vezes. O tecido deve ser utilizado dobrado, por-
tanto, precisa ter duas vezes a altura do espaço, mais dois metros de sobra 
de tecido. Por exemplo: se o espaço tem 6 metros de altura, será preciso 
usar doze metros de tecido mais uns dois metros de sobra. Na imagem a 
seguir, pode ser verificado o tecido fixado no teto de um ambiente fechado.
Figura 4.2 – Tecido acrobático
Fonte: Shutterstock.com/Svetlanistaya
No que se refere à forma de fixar (amarrar) o tecido, bem como 
a altura, pode haver variações. Tais fatores determinarão os tipos de 
travas (ou chaves), truques e quedas que poderão ser executados. O 
Ginástica
– 70 –
tecido acrobático é fixado no teto ou em alguma estrutura interna do 
ambiente, geralmente a uma altura acima dos quatro metros até, apro-
ximadamente, doze metros. Existem várias formas de ancorar o tecido 
no teto, porém nunca pendure no teto de gesso, pois não fornece sus-
tentação alguma. Os tecidos devem estar em locais onde não corram o 
risco de se soltar.
No Brasil, os equipamentos de ancoragem seguem as normas da 
ABNT e possuem certificações para a segurança dos praticantes, lem-
brando que cada equipamento tem seus pré-requisitos de material e de 
carga suportada. Veja a seguir imagens dos equipamentos com a descrição 
de cada um.
Figura 4.3 – Equipamentos de ancoragem
Fonte: Elaborado pelo autor.
Quadro 4.3 – Descrição dos equipamentos de ancoragem
Mosquetão
Existem alguns tipos de mosquetão: com 
trava automática, trava simples e trava 
manual. Será preciso usar dois mosquetões. 
Normalmente, é utilizado mosquetão de alu-
mínio de, pelo menos, 28 kN (1 kN equivale 
a 100 kgf – Kilograma Força. Ou seja, um 
mosquetão com carga de ruptura de 28 kN 
suportaria 2800 kg).
– 71 –
Utilização dos movimentos e materiais próprios da educação física na elaboração das 
atividades ginásticas
Destorcedor ou giro
Geralmente, é feito de aço, com 22 a 24 kN. 
O destorcedor garante a rotação do tecido, 
ou seja, serve para não deixar o tecido ficar 
torcido.
Anelão com orelha ou Freio 8
É nele que o tecido será preso. No Brasil, o 
anelão com orelha é difícil de ser encontrado, 
mas pode ser utilizado o freio 85 (foto ao 
lado). Normalmente, é usado o freio 8 de alu-
mínio, de pelo menos 40 kN.
Fonte: elaborado pela autora.
Além da importância da fixação e da escolha do tecido, também é 
fundamental que o chão seja revestido de material macio ou com o col-
chão de alta densidade para amortecer quedas que possam vir a ocorrer, 
especialmente com iniciantes. As restrições variam de acordo com a capa-
cidade de cada um de subir no tecido com segurança e sustentar o peso do 
próprio corpo, sempre com a ajuda de um professor.
Cabe ressaltar que um trabalho de iniciação, nessa modalidade, deve 
ser realizado a poucos metros de altura, perto do colchão, e ir subindo gra-
dativamente, conforme o aluno vai adquirindo maior confiança e técnica. 
De acordo com Bortoleto e Machado (2003), o tecido é um dos apare-
lhos aéreos de mais fácil aprendizado, especialmente porque o material se 
molda ao corpo, adaptando-se às características do aluno. 
5 Veja, no link do vídeo destacado a seguir a forma correta de encaixar o tecido no freio 8.
Fonte: AKROHOLIC. Como prender o tecido no freio 8. 2018. (46s) Disponível em: ht-
tps://www.youtube.com/watch?v=9crT31AuBng&feature=youtu.be. Acesso: 31 jul. 2020. 
Ginástica
– 72 –
4.2.2 Acrobacia em dupla
A acrobacia em dupla é caracterizada pela execução de exercícios de 
força, equilíbrio, flexibilidade e agilidade, os quais podem ser realizados 
por homens e mulheres, em duplas ou em grupos. Além disso, ela engloba 
vários movimentos de solo da ginástica artística, tais como os movimen-
tos isolados (a acrobacia em si) que são compostos por mortais, muitos 
deles impulsionados pelo parceiro (exercícios dinâmicos), por equilíbrios 
e força (exercícios estáticos) e por exercícios individuais (saltos, giros, 
equilíbrios, etc). Na acrobacia em dupla, temos o volante e a base. O 
volante executa os equilíbrios e os mortais e a base sustenta os equilíbrios 
e lançamentos do volante, partindo de posições diferentes.
Quadro 4.4 – Exercício acrobático do aviãozinho
Aquele que será a base apoiará os pés entre 
a cintura e as pernas do volante. Estando 
apoiado, o volante se lançará para a frente, 
enquanto a base estica as pernas. Depois de 
estarem equilibrados, soltarão as mãos, ficando 
na posição conhecida como aviãozinho.
Veja mais exemplos de acrobacia em dupla 
na figura ao lado.
Fonte: elaborado pela autora. Shutterstock.com
Quadro 4.5 – Plano de aula
PLANO DE AULA
Nome da escola: 
Nível de Ensino: Fundamental – Anos iniciais.
Turma: Mista
Número de alunos: 30
Duração: 45 minutos
Disciplina: Educação Física
– 73 –
Utilização dos movimentos e materiais próprios da educação física na elaboração das 
atividades ginásticas
UNIDADE TEMÁTICA
Ginástica Circense:
Acrobacia em duplas
OBJETIVO GERAL: apresentar a ginástica circense, trabalhando alguns movi-
mentos acrobáticos em dupla.
CONTEÚDO 
PROGRA-
MÁTICO
PROCEDIMENTOS MATERIAL AVALIAÇÃO
*Acrobacia em 
dupla.
Parte inicial: (5 min.) 
pode escolher uma ati-
vidade que contemple o 
aquecimento e alonga-
mento.
Parte principal: (30 
minutos). Abaixo seguem 
dois exemplos, mas você 
deverá preparar de 8 a 10 
exercícios para este perí-
odo de aula.
1. Em dupla, um de 
frente para o outro e de 
mãos dadas: aproximar 
os pés e inclinar seus 
corpos de forma ereta, 
para trás, equilibrando-
-se um no outro.
2. Em dupla, um aluno 
deita no chão (num col-
chonete) em decúbito 
dorsal (de costas), com 
os joelhos flexionados. 
O outro se apoiará de 
forma ereta em seus joe-
lhos e em suas mãos.
*Colchonetes
*Quadra
Parte final: (5 
min.). Aqui é 
apenas um exem-
plo. Você pode 
escolher a ava-
liação que fique 
de acordo com a 
sua aula. Relaxa-
mento e roda de 
conversa, ava-
liando:
1 – o que pode 
melhorar.
2 – o que pode 
ser usado nova-
mente.
Fonte: elaborado pela autora.
Ginástica
– 74 –
4.2 Aparelhos e materiais 
alternativos de ginástica
Atualmente, a ginástica está presente em quase todasas manifesta-
ções da cultura corporal de movimento existentes nas escolas, pois os alu-
nos correm, andam, saltam, lançam, arremessam, dentre outros. 
Figura 4.4 – Características da ginástica escolar
Fonte: elaborada pela autora.
Assim como vimos no tópico anterior, a ginástica possui vários apa-
relhos e, como forma de delimitação, será usado o exemplo de ginástica 
rítmica, pois é uma modalidade que possibilita a utilização de diversos 
materiais alternativos nas aulas de educação física escolar, especialmente 
ao trabalhar com a unidade temática de ginástica. Para isso, falaremos 
brevemente sobre os aspectos históricos dessa modalidade, pois seu apro-
fundamento se dará nos próximos capítulos.
Na atualidade, a ginástica rítmica é reconhecida mundialmente como 
um esporte estritamente feminino e pode ser apresentada em grupos de 
– 75 –
Utilização dos movimentos e materiais próprios da educação física na elaboração das 
atividades ginásticas
cinco ginastas ou individualmente. A GR é uma modalidade que faz parte 
das olimpíadas, na qual a(s) ginasta(s) apresenta(m) uma sequência core-
ográfica de movimentos corporais harmonicamente ritmados e programa-
dos, fazendo uso de aparelhos. As exibições são uma sincronização de 
ritmo, misturando dança, música e movimento, usando apenas um dos 
aparelhos manuais.
A GR teve origem nas escolas europeias no século XIX, com o peda-
gogo Émile Jacques-Dalcroze6. Ela podia ser vista em vários países, porém 
seu início se deu na Alemanha, baseada nos estudos de Basedow e Salz-
mann, os quais se inspiravam na proposta de educação do genebrino Rous-
seau, que defendia que o exercício devia fazer parte da formação humana.
A denominação de GR é recente (século XXI), sofrendo influência 
da arte, da música, da dança e do teatro. Muitos estudiosos a pesquisa-
ram, mas foi Rudolf Bode quem a criou. Ele desenvolveu um conjunto de 
exercícios incorporados à dança. As principais características do sistema 
de Bode era a união dos movimentos e a fluência do ritmo (SAUR, 1980).
O professor alemão 
Heinrich Medau, presi-
dente da federação de 
ginástica alemã (Deuts-
che Gymnastikbud) e 
grande pesquisador do 
movimento e da música, 
incluiu aparelhos manu-
ais ao conjunto de exercí-
cios criados por Bode, os 
quais deveriam seguir um ritmo musical ao serem realizados e que, de 
acordo com Medau, refinariam a expressão do movimento. Os aparelhos 
manuais são: bolas, fitas, arcos, cordas e maças (VELARDI, 1999).
6 Émile Jacques-Dalcroze (Viena, 6 de julho de 1865 – Genebra, 1 de julho de 1950) foi 
o criador de um sistema de ensino de música baseado no movimento corporal expressivo, 
que se tornou mundialmente difundido a partir da década de 1930. A pedagogia criada por 
Dalcroze foi, inicialmente, conhecida como ginástica rítmica e, posteriormente, rítmica ou 
euritimia. (Fonte: WIKIPÉDIA. Émile Jacques-Dalcroze. Disponível em: https://pt.wiki-
pedia.org/wiki/%C3%89mile_Jaques-Dalcroze . Acesso em: 31 jul. 2020.)
Figura 4.5 – Aparelhos manuais de GR
Fonte: Shutterstock.com/Peyker
Ginástica
– 76 –
Trabalhar com a 
ginástica rítmica nas aulas 
de educação física escolar 
é uma ótima oportuni-
dade para os alunos expe-
rimentarem a diversidade 
de movimentos que a 
modalidade oferece. Ela 
ainda estimula o desen-
volvimento das capacida-
des motoras, melhorando 
a aprendizagem e a flexi-
bilidade corporal. Veja, a 
seguir, alguns exemplos 
de ginástica rítmica indi-
vidual e em grupos.
Gaio (2007) con-
tribuiu para a GR por 
meio do seu projeto cha-
mado Ginástica Rítmica 
Popular. Ela propôs um 
trabalho com a GR nas 
aulas de educação física 
que fizesse uso de mate-
riais alternativos a fim 
de oportunizar a sua prá-
tica para os alunos em 
idade escolar. Exemplo 
de materiais alternati-
vos: fitas elaboradas com 
papel laminado, bolas 
feitas com meias e jor-
nais, entre outros.
De acordo com a 
autora, a ginástica rítmica popular “visa propiciar pedagogicamente às 
Figura 4.6 – Ginástica rítmica individual com fitas
Fonte: Shutterstock.com/Artur Didyk
Figura 4.7 – Ginástica rítmica individual com bola
Fonte: Shutterstock.com/Artur Didyk
Figura 4.8 – Ginástica rítmica individual com corda
Fonte: Shutterstock.com/BlueOrange Studio
– 77 –
Utilização dos movimentos e materiais próprios da educação física na elaboração das 
atividades ginásticas
crianças a oportunidade 
de vivenciarem as ativi-
dades motoras baseadas 
na modalidade, onde o 
importante é participar, 
podendo até compe-
tir e quem sabe vencer” 
(GAIO, 2007, p. 52). 
Nesse projeto, surgiram 
os princípios norteado-
res para ginástica rítmica 
popular da autora, os 
quais serão citados resu-
midamente a seguir.
Quadro 4.6 – Princípios norteadores para a ginástica rítmica popular
1. Os movimentos corporais são construídos a partir dos movimentos 
naturais que as crianças apresentam.
2. Os aparelhos são utilizados sem a obrigatoriedade de seguir as nor-
mas de cor, peso e tamanho, bem como os movimentos fundamentais 
não possuem regras.
3. O professor deve incentivar e orientar os alunos na criação e explo-
ração de seus próprios aparelhos e de possibilidades de manuseio e 
movimento.
4. Deve ser proporcionada a oportunidade de identificar as diversas for-
mas que se tem de usar o corpo no solo, de modo a produzir movimentos 
acrobáticos e pré-acrobáticos.
5. A presença do lúdico e a não descaracterização da modalidade.
6. Presença de atividades ritmadas, baseadas em: canto, mímica e brin-
cadeiras.
7. Vivenciar a modalidade por um grupo amplo, composto por pes-
soas de qualquer sexo, apresentando deficiências ou não, visando a um 
ambiente de igualdade e inclusão social.
Fonte: Gaio (2007).
Figura 4.9 – Ginástica rítmica em conjunto com arcos
Fonte: Shutterstock.com/katatonia82
Ginástica
– 78 –
Portanto, nas aulas 
de educação física escolar, 
quando o assunto é GR, os 
alunos podem ser incen-
tivados a experimentar 
e inventar movimentos, 
elaborando seus próprios 
materiais para estimular a 
capacidade de imaginação 
e criação. Veja no qua-
dro, a seguir, a proposta 
de Toledo (2009) para a 
construção de aparelhos 
tradicionais de GR.
Quadro 4.7 – Construção de aparelhos tradicionais da GR
Arco
Sua confecção pode ser feita a partir de conduítes (canos de 
PVC) de 80 a 90cm de diâmetro, unindo suas pontas com uma 
fita adesiva, como, também, substituído pelo bambolê, mate-
rial barato e que muitas escolas possuem.
Bola
A confecção de bolas pode ser feita com meias preenchidas 
por folhas de jornal (várias camadas) com seu acabamento 
feito por bexigas. Ainda é possível encher uma bexiga com 
areia ou painço, envolvendo-a com jornal e fita crepe ou fita 
adesiva larga. Nesse caso, é importante que o peso da bola 
não exceda 400 gramas (peso oficial da bola de GR).
Corda
A corda é um aparelho bastante encontrado nas escolas. Para 
sua adaptação, são sugeridas as cordas feitas de folhas de 
jornal enrolado e torcido, envolvidas com fita adesiva larga. 
Outra opção é fazer tranças de barbante grosso, de elástico ou 
de tecidos velhos (lençóis e toalhas cortados em tiras).
Fita
Esse aparelho é composto por uma parte rígida, comprida e 
cilíndrica, de uns 35cm, chamada de estilete. Sua outra parte 
é flexível, de tecido (cetim, seda, etc.) de aproximadamente 
7cm de largura com 5 ou 6m de comprimento, nas medidas
Figura 4.10 – Ginástica rítmica em conjunto com 
maças
Fonte: Shutterstock.com/SeventyFour
– 79 –
Utilização dos movimentos e materiais próprios da educação física na elaboração das 
atividades ginásticas
oficiais. Entretanto, para o público infantil, recomenda-se que 
o comprimento do tecido seja de 3 a 5m, dependendo da esta-
tura da criança. A ligação entre o estilete e o tecido é feita por 
uma peça chamada de girador e por um pequeno gancho. A 
adaptação desse aparelho pode ser feita do seguinte modo: para 
substituir o estilete, pode-se usar o cabinho de um mata-moscas 
(sem a parte de borracha), uma canaleta de pasta escolar, um 
pedaço de bambufino e cortado no tamanho do estilete, ou 
mesmo a parte de madeira reta do cabide. O girador pode ser 
feito com um pequeno parafuso com a ponta em círculo (que 
pode ser encontrado nas lojas de material de construção) ou um 
pedaço de arame fino, em conjunto com uma peça que é utili-
zada para pesca (chamada snap com girador). Já o tecido da fita 
pode ser feito de tiras de pano velho, como lençóis ou toalhas 
de mesa, TNT, papel crepom ou jornal.
Maças
As maças são utilizadas sempre em pares e podem ser fei-
tas de madeira, borracha ou microfibra. Elas se assemelham 
aos malabares, e cada uma delas é composta pela cabeça (que 
parece uma bolinha), pescoço (parte alongada e cilíndrica) e 
corpo, que é a parte cilíndrica, porém mais larga que o pes-
coço. Ela pode ser adaptada por garrafas pets de 600ml com 
água ou outros materiais, como pedrinhas ou grãos, variando 
o peso de acordo com a idade e habilidade das crianças.
Fonte: Toledo (2009).
 Saiba mais
GAIO, R. Ginástica rítmica: da iniciação ao alto nível. 2008 (livro).
SANTOS, S. P. et al. Contribuições da aula de ginástica artística para 
odesenvolvimento das habilidades fundamentais. 2015. (artigo). Dis-
ponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/
view/8640871/8408. Acesso em: 30 jul. 2020.
Ginástica
– 80 –
Atividades
1. Cite as posições dos movimentos ginásticos e descreva a posi-
ção carpada.
2. O que são exercícios naturais, artificiais, sintéticos e analíticos?
3. Descreva o exercício acrobático do aviãozinho.
4. Qual a proposta da ginástica rítmica popular?
5
Ginástica dentro do 
contexto educacional, 
terminologia das 
habilidades gímnicas, 
exercícios e vivências 
pedagógicas na 
ginástica escolar
Veremos, a seguir, que a ginástica está inserida no contexto 
escolar como uma das unidades temáticas fundamentais a serem 
trabalhadas nas aulas de educação física escolar. Os objetivos 
deste capítulo são: conhecer o campo de atuação da ginástica 
para todos; aprender sobre a terminologia das habilidades gímni-
cas; reconhecer os aspectos pedagógicos da ginástica na escola.
Ginástica
– 82 –
5.1 Ginástica para todos (GPT)
Para entendermos melhor este tópico, é importante relembrar alguns 
aspectos históricos sobre a ginástica para todos (GPT). Vejamos:
 2 1950 – foi criada a Gymnaestrada, que é o festival oficial da 
Federação Internacional de Ginástica (FIG); 
 2 1953 – a Gymnaestrada foi realizada pela primeira vez;
 2 1978 – ela obteve destaque e, por isso, em 1979, a comissão foi 
transformada em Comissão Especializada em Gymnaestrada e 
Ginástica Geral. De acordo com Santos (2001), foi a primeira 
vez que a ginástica geral foi usada oficialmente com este nome 
para designar as atividades gímnicas de demonstração;
 2 1984 – a FIG criou o Comitê Técnico de Ginástica Geral, pas-
sando a usar o termo “ginástica geral” para indicar as atividades 
de ginástica não competitivas;
 2 2007 – o que era conhecido como ginástica geral passou a ser 
chamado pela FIG de Ginástica para Todos (GPT).
Conforme pode ser visto na página eletrônica da FIG (S.d.), a justi-
ficativa para a nova denominação é a de que “o novo nome proporciona 
um entendimento imediato de que a modalidade oferece uma ampla gama 
de atividades e é de fato para todas as idades, habilidades, gêneros e cul-
turas”. Souza e Ayoub (2012) afirmam que a ginástica para todos (GPT) 
é considerada uma manifestação da cultura corporal, a qual se utiliza das 
diversas modalidades de ginástica (artística, rítmica, acrobática, etc.) 
agregando outras formas de expressão corporal, tais como dança, folclore, 
jogos, teatro, de maneira criativa, conforme as características do grupo 
social, colaborando, dessa forma, com a integração dos participantes.
De acordo com a Federação Internacional de Ginástica (FIG), 
apesar de ser conhecida por meio de seus campeonatos mundiais e por 
ser destaque nos Jogos Olímpicos, a ginástica é muito mais do que um 
esporte competitivo de alto nível, ela é a base de todos os esportes. Além 
disso, é uma atividade que pode ser praticada por todos, jovens e idosos, 
independente de raça, crença ou capacidade. Ainda segundo a FIG, os 
– 83 –
Ginástica dentro do contexto educacional, terminologia das habilidades gímnicas, 
exercícios e vivências pedagógicas na ginástica escolar 
quatro princípios da ginástica para todos são: diversão, fitness, funda-
mentos e amizade.
Por meio de dois eventos – The World Gymnaestrada e The World 
Gym for Life Challenge –, a FIG oferece oportunidades para que todos 
possam se apresentar e explorar as infinitas possibilidades da ginástica. A 
ginástica para todos é o centro destes dois eventos, os quais são exclusivos 
da FIG e abertos a participantes de todas as faixas. Ambos são realizados 
de quatro em quatro anos, alternados para garantir que haja um evento 
internacional a cada dois anos.
De acordo com Santos (2001), a ginástica para todos é uma ferra-
menta importante para a educação, pelas diversas possibilidades expres-
sivas, pela globalidade dos gestos e pela facilidade de incorporá-la aos 
processos educacionais. Para Nunomura e Tsukamoto (2009), pode-se 
dizer que a GPT possui diversidade em alguns aspectos predeterminados, 
de modo que não se pode afirmar que qualquer coisa é GPT. Segundo os 
autores, é importante que a ginástica, ao ser abordada na escola, possua 
as seguintes características: base na ginástica; composição coreográfica; 
estímulo à criatividade; número indefinido de participantes; liberdade da 
vestimenta; uso de materiais; diversidade musical; inserção de elementos 
da cultura; não competitividade; favorecimento da inclusão e prazer pela 
prática. Vejamos, a seguir, um resumo de algumas destas características.
a) Base na ginástica: a GPT faz parte do universo ginástico. Seus 
movimentos foram se constituindo por meio da história da 
ginástica, especialmente após o Renascimento, período no qual 
surgiram os métodos europeus de ginástica nomeados de ginás-
ticas científicas. Esses movimentos se apresentam nas diversas 
modalidades de ginástica, as quais têm seus fundamentos nas 
habilidades motoras básicas dos indivíduos, com características 
e nomenclaturas próprias de cada modalidade gímnica.
b) Composição coreográfica e escolha da música: as composi-
ções devem ter início, meio e fim. Na composição, são usados 
movimentos ginásticos organizados de forma harmoniosa e 
lógica que culminarão na apresentação das coreografias. Já na 
escolha da música para compor a coreografia, podem ser utili-
Ginástica
– 84 –
zados diversos estilos musicais, os quais podem ser escolhidos 
de acordo com a cultura e preferência do grupo, com o tema da 
coreografia e a relação que o grupo pretende estabelecer com o 
evento em que irá participar.
c) Espaço na composição coreográfica: além de pensar na 
música para a composição, deve-se pensar no espaço, isto é, 
em como ele será ocupado na apresentação. Santos (2001) lem-
bra que a distribuição dos movimentos durante a coreografia 
de ginástica deve buscar a ocupação do espaço da forma mais 
ampla possível, procurando ocupar o espaço tridimensional 
(altura, largura e profundidade), diferentes níveis (alto, médio, 
baixo) e diferentes direções (frente, trás e diagonais), alterando 
essas variáveis espaciais durante a apresentação. O autor pon-
tua, ainda, que essas variações podem ser obtidas por meio de 
diferentes formações, tais como: linhas retas ou curvas, em 
formatos geométricos, dando-se atenção à transição de uma 
para a outra.
d) Material na GPT: por ter características livres, essa ginástica 
não utiliza nenhum tipo de aparelho (somente os elementos cor-
porais). Porém, é possível usar aparelhos de outra modalidade 
de ginástica, como da ginástica rítmica, entre outros.
e) Estímulo à criatividade: como essa ginástica não tem elemen-
tos obrigatórios, o que se vê é a participação de todos, dessa 
forma destaca-se a criatividade. Ela pode acontecer por meio da 
escolha da músicae dos movimentos, dos materiais, figurino, 
cenário, entre outros.
f) Número indefinido de participantes: diferentemente das 
outras modalidades de ginástica, a GPT não tem um número de 
participantes determinado. O que vai definir esse número é o 
espaço físico da apresentação e seu objetivo. Esse grupo pode 
variar entre poucas pessoas ou grande número de pessoas.
g) Liberdade da vestimenta: a GPT não precisa ter um uniforme 
oficial. A escolha da vestimenta dependerá do tema escolhido 
para a apresentação e, por consequência, combinar com a core-
– 85 –
Ginástica dentro do contexto educacional, terminologia das habilidades gímnicas, 
exercícios e vivências pedagógicas na ginástica escolar 
ografia, colaborando, assim, para a mobilidade dos movimentos 
e para a sua compreensão.
h) Inserção dos elementos da cultura: são fundamentais nas rela-
ções humanas e na identidade do grupo, comunidade ou nação. 
Na GPT, eles podem ser vistos por meio de apresentações 
de coreografias. Conforme afirmam Nunomura e Tsukamoto 
(2009), nas coreografias podem ser observados movimentos 
que identificam um grupo em relação a seus costumes, cultura 
e, ainda, a uma determinada região. Estes elementos da cultura 
estão presentes na arte (dança, teatro, artes plásticas, música), 
no folclore e costumes (comidas, vestimentas, gestos, etc.), bem 
como em diversas manifestações da cultura corporal (jogos, 
esportes, lutas, danças).
Agora falaremos sobre o maior evento da GPT na esfera mundial, 
conhecido como Gymnaestrada. Nesse festival, grupos do mundo todo 
se encontram para fazer apresentações das mais diversas manifestações 
de ginástica. A ideia do evento é a de confraternização (sem competição), 
na qual os ginastas se apresentam entre eles. A denominação de Gym-
naestrada foi criada pela união das palavras Gymna (ginástica) e Strada 
(caminho). Dessa forma, o objetivo do evento é simbolizar o caminho da 
ginástica, representando todas as suas possibilidades gímnicas. Esse festi-
val foi idealizado pelo presidente da Federação Internacional de Ginástica 
(FIG), que pensou num evento que pudesse integrar as diferentes modali-
dades de ginástica, porém sem a pressão da competitividade dos campe-
onatos oficiais.
O evento foi inspirado nas Lingíadas, que abordaremos a seguir, 
sendo que o primeiro encontro ocorreu em 1953, na Holanda, rece-
bendo o nome de Festival Internacional de Ginástica Geral. Desde 
aquela época, os eventos acontecem de quatro em quatro anos em 
diversos países Europeus. A Gymnaestrada conta com a participação 
efetiva e a interação entre os grupos, que são bastante diversificados. 
Neles podem ser encontrados atletas, crianças, jovens, adultos, idosos 
e pessoas com deficiência, visto que a base desses encontros é a inclu-
são e a diversidade de movimentos. Nesse sentido, não existe premia-
ção, apenas a alegria de poder participar e representar o seu país, tendo 
Ginástica
– 86 –
como propósito maior a união dos povos. O ideal da Gymnaestrada é: 
“Vence quem participa!” O evento acontece no verão europeu, geral-
mente em julho, e dura cerca de sete dias, sendo organizado comove-
mos a seguir.
Quadro 5.1 – Organização da Gymnaestrada
Cerimônia de abertura Realizada, geralmente, em um estádio, dependendo do número de participantes.
Apresentações 
de pequenos e 
grandes grupos
Realizadas no local oficial do evento e 
em outros locais, como praças e ruas; 
elas ocorrem durante todos os dias do 
evento.
Espetáculos de GPT por 
nações – noites nacionais
Os países organizam seus grupos para 
apresentações diversas da sua cultura local.
Espetáculo de GPT 
de gala da FIG 
Na noite de gala, grupos de ginástica do 
mundo todo são convidados pela FIG para 
fazer as suas apresentações.
Fórum de instrutores Reunião com os técnicos para resoluções gerais e troca de informações com a FIG.
Evento social para os 
participantes ativos
Encontro dos participantes que estão 
cadastrados na FIG por meio de suas con-
federações nacionais.
Cerimônia de 
encerramento
Geralmente acontece no mesmo local 
da abertura, é, também, nesse momento, 
anunciada a cidade que sediará o pró-
ximo evento. 
Fonte: elaborado pela autora.
De acordo com a história, a Gymnaestrada surgiu no século XIX, na 
Europa, ficando conhecida pelos seus eventos com diferentes modalidades 
de ginástica. O primeiro país europeu a sediar o festival foi a Suécia, mas 
o evento recebeu o nome de Lingíada, para homenagear Pehr Henrik Ling, 
criador da escola sueca de ginástica. Ocorreu em Estocolmo no período 
de 20 a 28 de julho de 1939. Caracterizava-se por não ser de competição e 
contou com 7.500 participantes de 37 países europeus. 
– 87 –
Ginástica dentro do contexto educacional, terminologia das habilidades gímnicas, 
exercícios e vivências pedagógicas na ginástica escolar 
Figura 5.1 – Antigas Lingíadas
Fonte: Ginástica para todos.
As Lingíadas influenciaram Nicolas Cuperus, então presidente da FIG, 
a pensar num festival que traduzisse seus princípios. Entretanto, ele não 
sobreviveu para ver seu sonho concretizado: a primeira Gymnaestrada. Ela 
foi realizada em Roterdã (Holanda), em 1953, promovida pelo presidente 
Johannes Heinrich Francois Sommer, seguindo a filosofia de Cuperus.
Em 1979, foi criada pela FIG a Comissão de Trabalho de Ginástica 
Geral e, em 1984, surgiu o Comitê Técnico de Ginástica Geral, favore-
cendo o desenvolvimento dessa modalidade e permitindo que sua prática 
não fosse competitiva. Conforme vimos anteriormente, em 2007, a FIG 
alterou o nome de ginástica geral (GG) para ginástica para todos (GPT), 
indicando tal modalidade como base de todas as atividades gímnicas. 
Além disso, a FIG atribuiu três conceitos fundamentais para o desenvol-
vimento da GPT: informação, formação e prática, os quais representam, 
também, os valores da Gymnaestrada. A título de exemplo da magnitude 
do evento, a XIV Gymnaestrada Mundial, ocorrida em Lausanne (Suíça), 
em 2011, contou com a participação de mais de vinte mil atletas e a pre-
sença de 55 países, como pode ser visto na imagem a seguir.
Ginástica
– 88 –
Figura 5.2 – Abertura da Gymnaestrada de 2011
Fonte: Ginástica para todos.
Por ser a Gymnaestrada o maior evento mundial de GPT e por 
ter aumentado consideravelmente o número de participantes a cada 
evento, em 2015, alguns momentos foram transmitidos pela TV, algo 
jamais imaginado. A XV Gymnaestrada Mundial foi realizada em Hel-
sinque, na Finlândia, e contou com a participação de 381 brasileiros 
de 15 grupos. 
Figura 5.3 – Grupo de GPT do Brasil
Fonte: A voz da Serra.
– 89 –
Ginástica dentro do contexto educacional, terminologia das habilidades gímnicas, 
exercícios e vivências pedagógicas na ginástica escolar 
As primeiras participações do nosso país na Gymnaestrada se 
deram pelo trabalho da professora Ilona Peuker, uma húngara que che-
gou ao Brasil em 1953 e, na cidade do Rio de Janeiro, começou minis-
trar cursos de ginástica moderna. Ela possuía uma bagagem acerca da 
modalidade obtida na Hungria e na Áustria. Peuker fundou um grupo 
de ginástica que representou o Brasil nos anos de 1957, 1965 e 1969. 
No ano de 1957, em Zagreb (Iugoslávia), foi a estreia do Brasil na 
segunda edição da Gymnaestrada. Desde então, só não participamos 
em 1961, no evento de Sttutgart (Alemanha). Atualmente, existem 
muitos grupos de GPT no Brasil, localizados, principalmente, nas regi-
ões sudeste, em São Paulo e no Rio de Janeiro, e na região Sul, no Rio 
Grande do Sul e no Paraná.
5.2 Terminologia das habilidades gímnicas
As habilidades gímnicas são formadas pelos movimentos de loco-
moção, estabilização e manipulação. O homem utiliza sua mobilidade 
para se deslocar de um lugar ao outro. A esse movimento é dado o nome 
de locomoção, formado pelas habilidades básicas de andar, correr, saltar, 
rolar e quadrupedar.
De acordo com Tani (1988), andar é o primeiro padrão de movi-
mento humano, o qual acontece em dois estágios: alternando-se a ação 
da perna e as fases de apoio. O pesodo corpo é transferido de uma perna 
a outra, tendo sempre um dos pés em contato com o solo. O referido 
autor diz que correr é uma extensão natural do andar, a qual é formada 
por uma fase de apoio e uma aérea. Para ele, saltar significa impulsio-
nar o corpo para frente e para cima, usando o movimento de uma ou de 
ambas as pernas, sendo auxiliado pelos braços na fase de impulso, voo 
e aterrissagem.
Observemos a colaboração de outros autores sobre as habilidades de 
rolar e quadrupedar. Segundo o Coletivo de autores (1992), rolar é dar 
voltas sobre o eixo do próprio corpo, ou seja, fazer movimentos ao redor 
de si mesmo. Para Palláres (1983), quadrupedar é andar de quatro apoios, 
isto é, andar com os dois pés e as duas mãos no solo.
Ginástica
– 90 –
Quadro 5.2 – Definição de estabilização e manipulação 
Estabilização é a habilidade de manuten-
ção do corpo, na medida em que ele se 
mantém parado, na posição estática con-
tra a força gravitacional. O centro de massa 
pode ser definido como o ponto de equilí-
brio do corpo, no qual toda a massa corporal 
está distribuída de forma igual. Além disso, 
é o ponto em torno do qual o corpo gira e 
o ponto de intersecção dos três eixos cor-
porais primários (plano sagital ou mediano, 
frontal ou coronal e transversal ou horizon-
tal). Um exemplo muito utilizado de estabi-
lização na ginástica é a parada de mãos, na 
qual o praticante pode ser auxiliado por um 
colega ou pelo professor, conforme mostra 
a figura ao lado.
As habilidades de mani-
pulação podem ser abor-
dadas de diversas manei-
ras na ginástica. Contudo, 
seu foco é a ginástica 
rítmica, pois a caracterís-
tica principal desta moda-
lidade concentra-se na 
manipulação de aparelhos. 
Elas também podem ser 
trabalhadas na modalidade 
de ginástica para todos 
(GPT), usando materiais 
de outras modalidades de 
forma criativa, conforme a 
figura ao lado.
Fonte: elaborado pela autora. 
– 91 –
Ginástica dentro do contexto educacional, terminologia das habilidades gímnicas, 
exercícios e vivências pedagógicas na ginástica escolar 
São habilidades de manipulação: balancear, circundar, lançar, quicar, 
prensar, rotação, movimento em oito, pequenos círculos e molinetes, bati-
das, dobrar, espirais, equilibrar, rolar, movimentos assimétricos, serpen-
tinas, formar figuras e envolver o corpo. A seguir, veremos exemplos de 
algumas destas habilidades de manipulação na ginástica rítmica, também 
chamadas de manejo.
Quadro 5.3 – Habilidades de manipulação na ginástica rítmica
Envolver no corpo – o aparelho 
deve envolver o corpo ou um seg-
mento corporal.
Molinete – combinação de dois 
pequenos oitos, realizados simul-
taneamente. Cada aparelho é mani-
pulado por um segmento corporal.
Movimento assimétrico – os 
movimentos são possíveis apenas 
se forem realizados com dois apa-
relhos ao mesmo tempo. Cada um 
deles executa um movimento dife-
rente, em planos diferentes.
Ginástica
– 92 –
Prensar – ação de posicionar o 
aparelho entre dois segmentos cor-
porais e o solo.
Serpentinas – movimento contí-
nuo em zigue-zague que é dese-
nhado no ar pelo aparelho (ser-
pente).
Formar figuras – desenhos reali-
zados com os aparelhos flexíveis 
(fitas e cordas).
Fonte: elaborada pela autora.
Algumas atividades traduzem historicamente ações que foram cultu-
ralmente criadas, por isso é importante que elas estejam inseridas em todos 
os ciclos na escola, de forma a aumentar os seus níveis de complexidade. 
Desse modo, é importante sempre trabalhar na ginástica os movimentos 
fundamentais, que são: saltar, balançar/embalar, rolar/girar, equilibrar e 
trepar. Veja, a seguir, exemplos de cada um destes fundamentos.
– 93 –
Ginástica dentro do contexto educacional, terminologia das habilidades gímnicas, 
exercícios e vivências pedagógicas na ginástica escolar 
Quadro 5.4 – Movimentos fundamentais
Saltar
Balançar/Embalar
Rolar
Equilibrar
Ginástica
– 94 –
Trepar
Fonte: elaborado pela autoracom elementos de Shutterstock.com
5.3 Aspectos pedagógicos da ginástica na escola
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2017), 
a educação física é o componente curricular que tematiza as práticas cor-
porais em suas diversas formas de expressão e significação social, nas 
quais o movimento humano está inserido no âmbito da cultura corporal no 
decorrer da história. Dessa forma, é possível assegurar aos alunos, durante 
as aulas, o conhecimento de movimentos diversos que ampliem os cuida-
dos consigo mesmo e com os outros, proporcionando o desenvolvimento 
da autonomia e favorecendo sua inserção e participação em sociedade. É 
importante salientar que a educação física na escola proporciona diversas 
possibilidades no que se refere à cultura corporal de movimentos, enrique-
cendo a experiência dos indivíduos na educação básica.
Esse universo compreende saberes corporais, experiências esté-
ticas, emotivas, lúdicas e agonistas, que se inscrevem, mas não 
se restringem, à racionalidade típica dos saberes científicos que, 
comumente, orienta as práticas pedagógicas na escola. Experi-
mentar e analisar as diferentes formas de expressão que não se 
alicerçam apenas nessa racionalidade é uma das potencialidades 
desse componente na Educação Básica. Para além da vivência, a 
– 95 –
Ginástica dentro do contexto educacional, terminologia das habilidades gímnicas, 
exercícios e vivências pedagógicas na ginástica escolar 
experiência efetiva das práticas corporais oportuniza aos alunos 
participar, de forma autônoma, em contextos de lazer e saúde. Há 
três elementos fundamentais comuns às práticas corporais: movi-
mento corporal como elemento essencial; organização interna (de 
maior ou menor grau), pautada por uma lógica específica; e pro-
duto cultural vinculado com o lazer/entretenimento e/ou o cuidado 
com o corpo e a saúde. (BRASIL, 2017, p. 2015)
Nesse sentido, essas práticas são diferentes das atividades realizadas 
no dia a dia, como as praticadas no trabalho, em casa, etc. Conforme mos-
tra a BNCC (2017), as práticas corporais são tematizadas em seis unidades 
diferentes, a saber: brincadeiras e jogos, esportes, ginásticas, danças, lutas 
e práticas corporais de aventura.
Desse modo, trataremos especificamente da unidade temática 
ginástica. Nesta unidade temática, são abordadas práticas diferentes 
de ginástica, as quais já foram estudadas nos capítulos anteriores, tais 
como: ginástica geral, ginásticas de condicionamento físico e ginásticas 
de conscientização corporal. De acordo com a BNCC, a “GPT reúne 
práticas corporais, tendo como elemento organizador a exploração das 
possibilidades acrobáticas e expressivas do corpo, interação social, com-
partilhamento do aprendizado e a não competitividade” (BRASIL, 2017, 
p. 175). A proposta da BNCC, no Ensino Fundamental, para a unidade 
temática de ginástica é: Para os anos iniciais – dois blocos (1º e 2º anos 
e 3º ao 5º ano), tendo como objeto de conhecimento a ginástica geral, 
para todos os anos iniciais. Para os anos finais – dois blocos (6º e 7º 
anos – ginástica de condicionamento físico) e (8º e 9º anos – ginástica de 
condicionamento físico e ginástica de conscientização corporal). Para a 
Educação Infantil e o Ensino Médio não há um objeto de conhecimento 
para cada unidade temática.
De acordo com Betti e Zuliani (2002), a escolha da ginástica como 
conteúdo na aula de educação física deve ter uma estratégia pedagógica 
que siga os princípios metodológicos gerais, tais como: princípio da inclu-
são; da diversidade; da complexidade e da adequação ao aluno.
No princípio da inclusão, as estratégias devem ser focadas na 
inclusão de todos. Já, no princípio da diversidade, os conteúdos devem 
buscar usar a variedade de movimentos e suas combinações que fazem 
Ginástica
– 96 –
parte da cultura corporal. No princípio da complexidade, é importante 
abordar conteúdos que trabalhem desde as habilidades motoras funda-
mentais até as habilidades especializadas, ou seja, buscar abordar as ati-
vidades ginásticas maissimples, evoluindo para as mais complexas. Por 
fim, no princípio da adequação ao aluno, é fundamental observar as 
características e capacidades do educando em todas as fases do processo 
de ensino e aprendizagem. Ayoub (2001) colabora ao pontuar alguns 
objetivos pedagógicos para a ginástica no contexto escolar: não focar 
na competição, mas, sim, no divertimento; proporcionar a integração, 
expressividade, prazer e criatividade; buscar demonstrar as várias moda-
lidades de ginástica, procurando usar diversos materiais, vestimentas, 
músicas, etc.
É interessante que no processo de ensino aprendizagem da ginástica 
escolar sejam exploradas as habilidades de movimento já existentes e 
conhecidas entre os alunos e, a partir daí, ampliar seus conhecimentos 
motores. Cabe ao profissional de educação física observar a realidade na 
qual está inserido para poder refletir sobre a melhor forma de oferecer essa 
disciplina. Caetano et al. (2015) afirmam que a utilização de métodos e 
aparelhos diversificados nas aulas, juntamente com o desafio de executar 
alguns movimentos de ginástica, influenciam positivamente na motivação 
de seus praticantes.
Zabala (1998), baseado na classificação de Coll1, expõe que os con-
teúdos podem ser apresentados em três dimensões: conceitual, procedi-
mental e atitudinal. A primeira (o que se deve saber) está ligada a fatos, 
conceitos e princípios da educação física, isto é, entender por que rea-
lizamos tais atividades, quais as mudanças provocadas por elas, etc. A 
segunda (o que se deve saber fazer) busca o aprendizado e execução de 
novas habilidades motoras individualmente e em grupo, as quais propor-
cionam a criação de novas atividades, entre outras. Já a terceira (como 
se deve ser) está centrada em normas, valores e atitudes. É possível tra-
1 A classificação triádica dos conteúdos de aprendizagem foi descrita por Coll (1986) e, 
desde então, desenvolvida por vários pensadores da área, entre eles Coll et al. (1998), 
Zabala (1998) e Pozo e Gómez Crespo (2009). (FRASSON et al., 2019, p. 307)
– 97 –
Ginástica dentro do contexto educacional, terminologia das habilidades gímnicas, 
exercícios e vivências pedagógicas na ginástica escolar 
balhá-la por meio de leituras e reflexões sobre temas atuais que podem 
aparecer durante as aulas. Essas dimensões têm por finalidade alcançar 
os objetivos educacionais.
De acordo com as informações acima, veremos, agora, como pode-
mos estruturar uma aula de ginástica escolar. Ao elaborá-la, devemos 
pensar de que maneira podemos desenvolver os conteúdos que estamos 
planejando. É importante considerar as atividades mais conhecidas pelos 
alunos, pois serão mais facilmente compreendidas entre eles, gerando, 
portanto, maior participação e interesse na aula.
É interessante que a aula possua três momentos: aquecimento/alon-
gamento; parte principal/desenvolvimento e volta à calma/parte final. A 
duração dos períodos nas escolas gira em torno dos 45 minutos, em algu-
mas um pouco mais, podendo chegar a uma hora. Vejamos, a seguir, uma 
estrutura de aula de ginástica proposta por Ayoub (2003).
Quadro 5.5 – Estrutura de uma aula de ginástica
1º momento 2º momento 3º momento
Possibilitar aos alu-
nos a exploração do 
assunto que será tra-
balhado na aula, pro-
porcionando diferen-
tes ações.
Dar dicas para que os 
alunos possam criar 
alternativas de resolu-
ção para os problemas 
apresentados, ofere-
cendo recursos mate-
riais como jornais, 
tecidos, etc.
Buscar desenvolver 
o trabalho de forma 
lúdica, finalizando 
com uma roda de con-
versa sobre os conteú-
dos apresentados.
Fonte: Ayoub (2003).
Os grupos de alunos encontrados na escola têm características bem 
heterogêneas, portanto cabe ao professor um olhar mais atento para 
verificar qual será a melhor forma de trabalhar o conteúdo de ginástica 
com cada grupo – não existem modelos ou receitas prontas. A seguir 
veremos outro exemplo de estruturação de aula de ginástica proposta 
por Oliveira (2007).
Ginástica
– 98 –
Quadro 5.6 – Estrutura de uma aula de ginástica
1º momento 2º momento 3º momento 4º momento:
Integração do 
grupo por meio 
de atividades 
lúdicas.
Apresentação 
do tema da aula 
ligado ao propó-
sito do grupo.
D e s e n v o l v i -
mento de ele-
mentos da 
ginástica, tais 
como sal-
tar, equilibrar, 
balançar, girar, 
rolar, trepar, etc.
Tarefas em 
pequenos gru-
pos, usando ou 
não materiais, 
porém que con-
tribuam para 
que consigam 
construir uma 
minicoreogra-
fia. Finalização: 
apresentação da 
minicoreografia 
aos colegas dos 
outros grupos.
Fonte: Oliveira (2007).
Ainda pode ser explorada a construção de materiais pelos próprios alu-
nos, tais como: balanços, pernas-de-pau, túneis de tecido. Também é pos-
sível utilizar os que geralmente têm na escola, como pneus, bolas, cordas, 
etc., os quais são uma maneira de trabalhar com a ginástica escolar. A seguir, 
veremos um exemplo de plano de aula de ginástica elaborado pela autora2.
Quadro 5.7 – Sugestão de plano de aula
PLANO DE AULA
Nome da escola:
Faixa etária:
Sexo:
Número de alunos:
Local:
Duração:
Disciplina: Educação Física
2 Este é apenas um exemplo de plano de aula. Pode ser adequado para cada público diferente.
– 99 –
Ginástica dentro do contexto educacional, terminologia das habilidades gímnicas, 
exercícios e vivências pedagógicas na ginástica escolar 
Unidade temática: ginástica
Tema Específico: ginástica para todos (GPT)
Objetivos gerais: conhecer e experimentar as habilidades de ginástica – equilíbrio, 
salto e rolo.
OBJETIVO GERAL: apresentar a ginástica circense, trabalhando alguns movi-
mentos acrobáticos em dupla.
CONTEÚDO 
PROGRA-
MÁTICO
DURAÇÃO PROCEDIMENTOS MATERIAL AVALIAÇÃO
* Equilibrar, 
saltar e rolar.
45 minutos. Parte inicial: aque-
cimento (5 min.). No 
pátio ou na quadra, 
propor a brincadeira 
de pega-pega para 
se aquecerem.
Parte principal: 
30 minutos.
Circuito de GPT.
1. Equilíbrio – 
caminhar por cima 
do banco sueco e 
saltar ao descer.
2. Salto – pular 
por cima da corda 
distante do chão 
(arrumar a altura 
conforme a idade).
3. Rolar – fazer o 
rolinho/cambalhota 
no colchonete.
*Colcho-
netes
*Quadra
*Banco 
sueco
*Corda
Parte final: 
10 min. 
Relaxamento 
e roda de 
conversa, 
avaliando:
1. o que pode 
melhorar.
2. o que pode 
ser usado 
novamente.
Fonte: elaborado pela autora.
Ginástica
– 100 –
 Saiba mais
AYOUB, E. Ginástica Geral e Educação Física escolar. Campinas: Uni-
camp, 2003. 
FEDERATION Internacionale de Gymnastique. Gymnastics for all. 
Disponível em:
https://www.gymnastics.sport/site/pages/disciplines/pres-gfa.php 
Acesso em: 26 jul. 2020.
Atividades
1. Quais são os princípios da ginástica para todos e qual o nome 
dos dois principais eventos de GPT?
2. Defina o que é a Gymnaestrada.
3. Conceitue locomoção, estabilização e manipulação.
4. Qual a proposta da BNCC para a educação física escolar (no 
Ensino Fundamental) quanto à unidade temática de ginástica?
6
Ginástica esportiva 
competitiva – 
modalidades, história 
e conceitos 
Pelo expressivo alcance da ginástica no decorrer dos tem-
pos, foram elaboradas várias modalidades da ginástica, com 
objetivos diversificados e demonstrando as possibilidades de 
utilização (AYOUB, 2012). Sua manifestação mais expres-
siva é a ginástica competitiva, é regulamentada pela Federação 
Internacional de Ginástica e possui algumas divisões que serão 
abordadas a seguir.
Ginástica
– 102 –
6.1 Ginástica Aeróbica Esportiva (GAE) 
A ginástica aeróbia é uma modalidade esportiva que aprecia o ritmo, 
movimento e cooperação, ofertando o desenvolvimento motor, afetivo-
-social e cognitivo, consistindo como conhecimento fértil na educação 
física escolar. Essa modalidade atingiu seu auge em 1980, quando vários 
atletas conquistaram títulos internacionais. Cooper (1970) defende a 
importância dos exercícios aeróbicos para a melhoria da saúde física e 
combate ao sedentarismo e estresse ocasionado pela vida moderna. Esse 
mesmo autor definiu o termoaeróbico e sua relação com atividades do 
coração e pulmões por um período longo para produzir alterações benéfi-
cas ao organismo.
Em 1970, ele apresentou uma síntese de seus estudos referentes à 
ginástica aeróbica que ganha expressividade e adeptos, Jacki Sorensen 
elabora as primeiras sessões de aula, contendo o momento do aqueci-
mento, flexibilidade, rotinas de dança aeróbica e alongamento, configu-
rando-se como uma inovação ao combinar dança e música. Ao final da 
década de 1970, Phillys C. Jacobson elaborou a obra denominada Hooke-
don aerobics, estruturada em aspectos fisiológicos e pedagógicos do tra-
balho, individualizado o condicionamento físico no intuito de aprimorar 
a condição física dos participantes de todas faixas etárias (GUISELINI; 
BARBANTI, 1985).
A ginástica aeróbica é regulamentada pela FIG e sofre mudanças 
a cada quadriênio. Nessa modalidade, os atletas apresentam uma rotina 
coreografada no tempo de 1 minuto e 45 segundos (1’45’’), com tolerância 
máxima de cinco segundos a mais ou a menos para o término da rotina. 
Geralmente, as rotinas apresentam combinações complexas, advindas da 
dança aeróbia, contemplando movimentos específicos da modalidade, 
compondo as famílias obrigatórias do movimento. Essa ginástica conta 
com provas individuais (masculina e feminina), dupla mista, trios e equi-
pes formadas por seis e oito atletas.
O(s) ginasta(s) precisa(m) demonstrar competências físicas como 
resistência muscular, flexibilidade, coordenação, agilidade e força de 
explosão por meio de padrões de movimentos contínuos. De acordo com a 
Confederação Brasileira de Ginástica, deve-se combinar a dança aeróbica 
– 103 –
Ginástica esportiva competitiva – modalidades, história e conceitos 
com padrões de movimento dos braços, corroborados com a música, no 
intuito de elaborar sequencias rítmicas, de caráter dinâmico e contínuo, 
apresentando movimentos de alto e baixo impacto (CBG, 2005). A apre-
sentação é executada em uma área de 7m² demarcada e acompanhada por 
música adequada.
6.1.1 Competições
As competições para iniciantes contam com apresentações que podem 
acontecer na quadra esportiva ou em um espaço de dança. A competição, 
na categoria adulta, conta com os elementos destacados a seguir.
 2 Doze elementos de dificuldade que podem variar entre letra A 
(0,10) e letra F (0,60), em que A apresenta menor dificuldade e 
vai aumentando de 0,10 em 0,10 até os elementos de letra F, que 
são os de maior dificuldade.
 2 O(s) participante(s) precisa(m) apresentar ao menos um ele-
mento de cada família a seguir:
 2 força dinâmica – família das flexões de braços, quedas 
livres, círculos de pernas cortadas;
 2 flexões de braços;
 2 quedas livres;
 2 força estática – família dos esquadros;
 2 pranchas;
 2 força explosiva – família dos saltos;
 2 flexibilidade – família da flexibilidade e variações.
A GAE contempla sete passos básicos e quatro grupos de elementos, 
são eles: a marcha (movimento tradicional de baixo impacto); corrida ou jog 
(marcha de alto impacto); elevação de joelho (a flexão de joelhos deve ser 
de, no mínimo, 90 graus); chute alto (em qualquer altura, deve ser executado 
pelo quadril – sendo de alto ou baixo impacto); polichinelo (passo básico 
de alto impacto); afundo ou lunge (movimento de alto ou baixo impacto 
em que as pernas são afastadas, dando toque para trás, lado ou frente, com 
Ginástica
– 104 –
a ponta dos pés); chutinho ou skip (flexão da articulação do quadril, com 
joelhos estendidos e o pé da perna elevada abaixo da linha do quadril).
6.1.2 Avaliações e arbitragem
Na ginástica aeróbica, a avaliação é realizada por três bancas, que 
avaliam a dificuldade, a perspectiva técnica e o perfil artístico. Assim, o 
árbitro chefe analisa o valor atribuído por cada árbitro acerca de todos os 
méritos e faz as deduções para as rotinas que apresentam irregularidade. 
Soma-se as médias das três bancas e das deduções do árbitro chefe, com-
pondo a nota final do ginasta. Os critérios de arbitragem são definidos 
pelas seguintes bancas:
 2 artística – considera a composição coreográfica, o equilíbrio, 
a multiplicidade, o posicionamento no espaço e a integração 
dos movimentos com a música, e a adequação da coreografia ao 
competidor, observando a originalidade, natureza e encanto. A 
nota máxima, nesse critério, é 10 pontos;
 2 execução – aprecia a perfeição dos movimentos coreográficos, 
tendo pontos deduzidos em caso de erros. A nota máxima, nesse 
critério, é 10 pontos;
 2 dificuldade – mensura a legitimidade dos elementos de força, 
saltos, flexibilidade e equilíbrios apresentados; de acordo com a 
apresentação será dada a pontuação de dificuldade.
6.2 Ginástica acrobática
A acrobacia foi desenvolvida em meados do século VII, em decor-
rência da criação do circo. No entanto, enquanto modalidade da ginástica, 
essa prática é recente. As primeiras competições mundiais remetem ao 
ano de 1973, em que foi criada a Federação Internacional de Esportes 
Acrobáticos (IFSA). A ginástica acrobática compõe o programa dos Jogos 
Mundiais, competição organizada pelo Comitê Olímpico Internacional, 
realizados sempre um ano após as Olimpíadas. Em 1998, a IFSA foi inte-
grada à Federação Internacional de Ginástica (FIG).
– 105 –
Ginástica esportiva competitiva – modalidades, história e conceitos 
Figura 6.1 – Ginástica acrobática
Fonte: Shutterstock.com/ Vladimir Vasiltvich
Na ginástica acrobática, o praticante deve apresentar competências 
como força, coordenação, flexibilidade, equilíbrio e, ainda, as exigências 
técnicas de salto. A ginástica acrobática exige grande competência física 
e técnica que combina poder, força, destreza e, ainda, uma boa expressão 
artística e musical. Trata-se de uma modalidade não olímpica, praticada 
com fundo musical, em pares (masculino, feminino ou misto) e grupos de 
ginastas (sendo que os trios são femininos e os quartetos são masculinos).
As rotinas artísticas possuem acompanhamento musical, em que são 
expressos os movimentos do corpo em perfeita sincronia com a música. 
No formato de pares ou grupos, as ginastas apresentam características sin-
gulares, sejam relacionadas à idade ou à composição, a eles são emprega-
das diferentes denominações, como vemos a seguir. 
1. Bases: ginasta mais velho do par ou grupo, mais altos e mais 
fortes que podem dar suporte ao volante.
2. Intermédio: é o ginasta que fica no meio, dando suporte e 
execução às posições intermédias, sendo mais leve e menor 
que a base.
Ginástica
– 106 –
3. Volante: é o elemento do par ou grupo, mais novo e leve, que 
contribui para o trabalho em conjunto, dando mais longevidade 
a participação esportiva.
Figura 6.2 – Posições das ginastas na ginástica acrobática
Base
Intermédio
Volante
Fonte: acervo da autora. 
Almeida (1994) afirma que a diferença entre o peso corporal da base 
e dos demais ginastas seja, minimamente, de 15kg, uma vez que ela pode 
minimizar os riscos de lesões dos praticantes. Assim, nas competições, os 
atletas são divididos em categorias, tendo como critério o ano de nascimento. 
A estatura dos ginastas é um determinante na atribuição de funções específi-
cas a cada um. Nessa perspectiva, Ayoub (2003) argumenta que a pessoa de 
– 107 –
Ginástica esportiva competitiva – modalidades, história e conceitos 
menor estatura do par/grupo não pode ser menor que o ponto supraesternal 
do seu parceiro (par) e do parceiro mais próximo ao seu tamanho (grupo).
6.2.1 Composição de pares ou grupos
De acordo com código de pontuação estabelecido pela FIG, a ginás-
tica acrobática pode apresentar a composição dos pares/grupos, da forma 
explicitada a seguir.
 2 Em duplas: formada por volante e base, o primeiro realiza equi-
líbrios e os mortais, e a base sustenta os movimentos do volante, 
partindo de posições diferenciadas.
 2 Em trios: formada por volante, intermediário e a base, o volante 
realiza equilíbrios e os mortais, o intermediário sustenta o 
volante junto à base nos equilíbrios e contribuicom ela, lan-
çando o volante nos mortais. Os intermédios também atuam 
junto à base, auxiliando-a na posição de “base”.
 2 Em quarteto: composta por um volante, dois intermediários e 
a base, o volante realiza equilíbrios e mortais, os intermediários 
dão suporte ao volante junto à base nos equilíbrios e contribuem 
com a base para lançar o volante nos mortais. O intermediário 
pode ser lançado para o mortal junto com o volante.
 2 Em pares mistos: a base é o ginasta masculino e o volante é a 
ginasta feminina.
 2 Os trios são formados por ginastas femininas, e os quartetos são 
formados por ginastas masculinos.
Nesse sentido, a ginástica acrobática contempla algumas manifesta-
ções quanto à sua prática.
 2 Exercícios individuais – compostos por exercícios individu-
ais (relacionados ao equilíbrio, de flexibilidade, coreográficos 
e acrobáticos).
 2 Exercícios de pares – podem ser mistos, masculinos ou femininos.
 2 Exercícios de grupos – podem ser mistos, só femininos (trios), 
só masculinos (quadras) ou com mais de cinco elementos.
Ginástica
– 108 –
 2 Exercícios combinados – podem englobar todos os outros 
antes citados.
As pirâmides humanas, ao serem executadas na perspectiva coope-
rativa, como em apresentações, por exemplo, poderão ser realizadas em 
qualquer quantidade de pessoas, independentemente de especificidades 
relacionadas ao sexo, idade ou estatura.
6.2.2 Exercícios obrigatórios da ginástica acrobática
Os exercícios obrigatórios que compõem as séries de ginástica acro-
bática são acompanhados de música e coreografia, sendo apresentados em 
um tablado de 12x12m. As séries devem ser executadas dentro de um 
tempo máximo de dois minutos e trinta segundos (não sendo estipulado 
um tempo mínimo) para séries estáticas e dinâmicas. São três minutos em 
séries combinadas, realizadas com música, sem letra. No entanto, a voz 
pode ser utilizada como instrumento. Merida (2009) defende a classifica-
ção dos exercícios de ginástica acrobática das formas colocadas adiante:
 2 elementos individuais – são movimentos que cada ginasta pre-
cisa executar durante a série: tumbling (acrobacias); flexibili-
dade; equilíbrio (por dois segundos); coreográficos;
 2 exercícios estáticos – são as pirâmides estáticas, em que os ginas-
tas sustentam o contato na duração da figura (três segundos);
 2 exercícios dinâmicos – são as pirâmides dinâmicas, que apre-
sentam fases de voo, lançamentos e recepções. Os ginastas apre-
sentam a variedade de rotações (frente, trás, piruetas) e posi-
ções singulares (grupado, carpado, estendido). Ayoub (2003) 
apresenta cinco categorias de elementos – de um parceiro para 
o outro; do chão para o parceiro e vice-versa; do parceiro para o 
chão após rápido contato com parceiro; do chão, com assistência 
do parceiro, para o chão novamente;
 2 exercícios combinados – formado por elementos individuais e 
pela combinação de exercícios estáticos e dinâmicos. São eles:
1. monte – elemento técnico em que os ginastas sobem sobre 
os parceiros, podendo descrever uma fase de voo ou utili-
– 109 –
Ginástica esportiva competitiva – modalidades, história e conceitos 
zando o corpo do parceiro como apoio para subida, sem a 
perda de contato;
2. Desmonte: elemento técnico em que os ginastas perdem o 
contato com o parceiro, existindo uma fase de voo entre a 
projeção e a recepção, em um desmonte efetivo e evitando 
o risco de queda (ALMEIDA, 1994).
 2 pirâmide – possui classificação, tendo como critério a altura, 
sendo classificada como pirâmide de solo (o ponto de apoio 
do volante é inferior à cintura da base); meia-altura (o apoio 
do volante está na cintura da base); primeira altura (o ponto de 
apoio do volante está na linha dos ombros da base); uma altura e 
meia (somente trios e quartetos, são figuras em que o atleta está 
com seu ponto de apoio na linha da cintura e outro na linha dos 
ombros); segunda altura (somente trios e quartetos, o volante 
tem seu apoio nos ombros da base); duas alturas e meia (trios e 
quartetos, um apoio na linha da cintura e os outros na linha dos 
ombros); terceira altura (quartetos, os intermediários e volante 
estão com os pontos de apoio na linha dos ombros).
Quadro 6.1 – Pirâmides
Cinco elementos Seis elementos
Fonte: Shutterstock.com/ dashkinson
Ginástica
– 110 –
A segurança é um fator essencial para minimizar lesões e quedas 
maiores. Assim, professores e praticantes devem estar atentos a algu-
mas situações: aferir se pegadas, lançamentos e suportes correspondem 
ao nível técnico do ginasta; execução de técnicas coerentes a cada movi-
mento; auxílio da base nas aterrissagens ou quedas; se necessário, o pro-
fessor deverá fornecer a ajuda manual, geralmente do volante; se necessá-
rio, recrutar materiais de auxílio (cinto e colchões de proteção).I
6.3 Ginástica artística
Trata-se de modalidade competitiva que possui um código de regula-
mentação elaborado pela FIG, que vem se popularizando de forma expres-
siva no Brasil, sendo amplamente divulgada pela mídia. Nesse contexto, 
pela propagação da mídia, houve a necessidade de resolver um impasse, que 
seria a denominação correta da modalidade, ginástica artística ou olímpica. 
A FIG, por meio de uma assembleia realizada em 2006, formalizou a sua 
nomenclatura, à qual vários países aderiram: Ginástica Artística (GA).
A base gímnica são os elementos corporais, mas a ginástica artística 
propõe a execução desses elementos sobre aparelhos específicos. Eles são 
utilizados em competições oficiais e na preparação de alto rendimento. 
Tais aparelhos também podem ser adaptados para o contexto escolar ou, 
ainda, para iniciações esportivas. Nunomura e Tsukamoto (2009) defen-
dem a relevância da ginástica masculina no cenário mundial e, nesse con-
texto, lembram o potencial da modalidade para favorecer o processo de 
desenvolvimento de crianças e jovens, por solicitar capacidades condi-
cionais e coordenativas. Arthur Zanetti, ginasta brasileiro, é destaque nas 
argolas e foi campeão nas Olimpíadas de Londres (2012).
A ginástica artística inicia-se na Alemanha (XIX), onde o professor 
alemão Johann Friedrich, considerado o pai da ginástica, cria um espaço 
para a prática de ginástica ao ar livre, na floresta de Hasenheide, que, 
posteriormente, influenciou os aparelhos sofisticados da ginástica na atu-
alidade. Nesse espaço livre, era praticada a ginástica alemã ao ar livre. 
Nessa vivência, surgem as barras paralelas, com o intuito de fortalecer os 
membros superiores e corpo em exercícios de volteio (giros no cavalo). 
No Brasil, a ginástica artística, herança alemã, foi desenvolvida, principal-
– 111 –
Ginástica esportiva competitiva – modalidades, história e conceitos 
mente, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, sendo criada, em 1895, 
a liga de ginástica do Rio Grande do Sul. Os campeonatos brasileiros 
tiveram início em 1951 e, no ano seguinte, a modalidade foi reconhecida 
como esporte olímpico.
6.3.1 Ginástica artística feminina
A ginástica artística feminina é composta das seguintes provas: mesa 
de salto, barras paralelas assimétricas, trave de equilíbrio e solo.
 2 Mesa de salto (ou salto sobre a mesa): é uma prova rápida 
(50s), em que são realizados dois saltos diretos pela ginasta, 
antecedidos por uma corrida de 25 metros que chega a um tram-
polim de impulso e, em seguida, na mesa de saltos, que possui 
altura de 1,25m e largura de 95cm. O salto é concebido como 
um evento de explosão muscular, que conta com uma margem 
mínima de erros.
Figura 6.3 – Mesa de salto
Fonte: acervo da autora.
 2 Barras paralelas assimétricas: formadas por 2 barrões (supe-
rior e inferior) que contam com 2,45m para o barrote superior. 
A barra inferior é regulável e pode ficar até 1,70m do solo. A 
Ginástica
– 112 –
extensão entre as duas deve ser de, no mínimo, 1,30m e de, no 
máximo, 1,80m. Nesse aparelho, são comuns exercícios de sus-
pensão e voo, sendo uma posição passageira aos movimentos de 
base. A ginasta toca as barras, girando e executando movimentosde forma elegante e harmônica.
Figura 6.4 – Barras paralelas assimétricas
Fonte: acervo da autora.
 2 Trave de equilíbrio: confeccionada em madeira, acolchoada 
com espuma e acabamento em couro ou sintético, tem 5m de 
comprimento por 10cm de largura e fica a 1,25m do solo. A 
ginasta pode iniciar a sequência na trave parada ou em movi-
mento. A sua sequência deve ter duração entre 70 a 90 segundos 
e deve realizar movimentos em toda a dimensão do aparelho.
Figura 6.5 – Trave de equilíbrio
Fonte: acervo da autora.
– 113 –
Ginástica esportiva competitiva – modalidades, história e conceitos 
 2 Solo: o espaço em que a ginasta realiza a sua sequência é deno-
minado tablado e conta com área interna que mede 12 x 12m 
na qual a ginasta deve executar a sua série. Os movimentos são 
executados com música e podem durar de 70 a 90 segundos.
Figura 6.6 – Solo
Fonte: acervo da autora.
6.3.2 Aparelhos da ginástica artística masculina
A ginástica artística masculina é composta de seis provas: solo, cavalo 
com alças, argolas, mesa de salto, barras paralelas simétricas e barra fixa.
 2 Solo: Ayoub (2003) refere-se à ginástica de solo enquanto uma 
série de exercícios que são executados em uma área quadrada 
(12m x 12m), contando com 1m de faixa de segurança. A apre-
sentação tem duração de 50 a 70 segundos, os exercícios pre-
cisam explorar a velocidade, flexibilidade, força e equilíbrio 
durante toda sua execução.
 2 Cavalo com alças: com acabamento em couro e dimensões 
de 1,60m de comprimento, 35cm a 37cm de largura e 1,15m 
de altura, apresenta duas alças de madeira de 12cm de altura, 
posicionadas a uma distância de 40cm a 45cm uma da outra. O 
ginasta segura nas alças e realiza movimentos de balanços circu-
lares, de tesoura e com as pernas juntas (volteio).
Ginástica
– 114 –
Figura 6.7 – Cavalo com alças
Fonte: acervo da autora.
 2 Argolas: são aros feitos de madeira ou fibra, apresentam 18cm 
de diâmetro, suspensas por correias de uma altura de 5,50m, a 
2,55m do solo e 50cm de distância entre si. A prova contempla 
exercícios de impulso, força e flexibilidade.
Figura 6.8 – Argolas
Fonte: acervo da autora.
 2 Mesa de salto: prova mais rápida da GA, durando aproximada-
mente 50 segundos. A prova inclui apenas o momento de dois 
saltos ao qual o ginasta tem direito, em uma pista de corrida de 
– 115 –
Ginástica esportiva competitiva – modalidades, história e conceitos 
25m, que termina em um trampolim de impulso e finalizando 
na mesa de saltos. A mesa possui altura de 1,35m e largura de 
95cm. O salto é um evento de explosão muscular, sendo uma 
execução com uma margem mínima de erros.
 2 Barras paralelas simétricas: duas barras de madeira (ou fibra), 
com 3,50m de comprimento, dispostas a uma distância de 42 a 
52cm, a uma altura de 2m. Os exercícios são diversos movimen-
tos baseados em largadas e balanços.
Figura 6.9 – Barras paralelas simétricas
Fonte: acervo da autora.
 2 Barra fixa: feita de aço polido, tem 2,40m de comprimento 
por 2,8cm de diâmetro e fica a 2,55m de altura. São realizados 
diversos exercícios contínuos no aparelho, essencialmente 
balanço e retomadas.
Figura 6.10 – Barra fixa
Fonte: acervo da autora.
Ginástica
– 116 –
A ginástica artística pode servir enquanto prática de iniciação para 
todos os praticantes em vários espaços, como clubes, academias, esco-
las de esportes e, ainda, como atividades extracurriculares. Na pers-
pectiva do alto rendimento, a estrutura e condições adequadas para a 
realização da prática são determinantes, no entanto a determinação, 
dedicação e vontade também devem ser consideradas para o desenvol-
vimento dessa modalidade.
O sistema de avaliação da ginástica artística é realizado por meio de 
notas, sendo que cada prova determina a quantidade de árbitros que irão 
avaliar o atleta. No solo, por exemplo, a arbitragem é composta por oito 
árbitros divididos em dois grupos. No grupo A (formado por dois árbi-
tros), é pontuado o valor da série apresentada que deve conter elementos 
acrobáticos (como apoios invertidos, elementos de voo, saltos, giros, entre 
outros). Os outros seis árbitros formam o grupo B, sendo especialistas em 
execução, e sua principal função é anotar os erros, descontando pontos 
pelas falhas cometidas, que contemplam desde o tempo de apresentação 
até as falhas técnicas resultado de desequilíbrios, quedas ou execução fora 
da área de competição.
Os dois grupos atribuem notas simultaneamente, de forma que o 
grupo A faz a “nota de partida”, valorando os elementos apresentados, 
e o grupo B analisa os movimentos realizados, observando a sua execu-
ção e erros. Assim, para cada erro computado, são realizados descontos 
previstos na tabela da FIG. Dessa forma, a nota parte de 10 e, de acordo 
com a execução, são deduzidos pontos, chegando-se à pontuação final 
do ginasta. Em resumo, por meio da soma da nota de partida (grupo A) 
e da nota de execução (grupo B), chega-se à nota final da apresentação 
do ginasta.
6.4 Ginástica rítmica
Modalidade reconhecida pela FIG, é entendida como um conjunto 
de evoluções que contemplam a utilização do espaço e do ritmo em que 
se manipula aparelhos manuais (BOBO; SIERRA, 1998). A Ginástica 
Rítmica (GR) é uma modalidade competitiva que contempla elementos 
relacionados à ginástica, à acrobacia e ao manuseio dos aparelhos oficiais, 
– 117 –
Ginástica esportiva competitiva – modalidades, história e conceitos 
como bola, arco, corda, maça e fitas, de forma contextualizada e realizada 
com acompanhamento musical (TOLEDO, 2001). É regulamentada pela 
FIG e seu código de pontuação é atualizado a cada quatro anos, após o 
ciclo olímpico.
Essa modalidade é feminina e, em competições oficiais, é realizada 
de forma individual ou em conjunto – com cinco ginastas. No entanto, na 
iniciação esportiva ou, ainda, no ambiente escolar, os conjuntos podem 
variar. Essa modalidade também é muito requisitada para apresentações 
em eventos festivos. Na escola, a GR pode ser praticada por ambos os 
sexos, já que se pretende proporcionar a vivência a todos, como sendo um 
dos princípios da inclusão. Em muitos países da Europa e Ásia, a ginástica 
rítmica masculina já é praticada a partir de algumas variações com relação 
à feminina.
Toledo (2001) cita elementos fundamentais a essa prática. O primeiro 
deles é a sua contribuição para a evolução de habilidades motoras e capa-
cidades físicas, como saltar, girar, equilibrar, ondular, bem como a coor-
denação, a flexibilidade, força e agilidade. Pode-se apresentar a relevância 
para o desenvolvimento rítmico, estético e artístico, contemplando o pro-
cesso de criação, a fluência do movimento e a expressividade corporal.
A história da Ginástica Rítmica merece destaque por apresentar 
um percurso histórico no qual vai se constituindo enquanto modalidade, 
caracterizando-se quanto ao seu estilo e, ainda, incorporando aparelhos à 
sua modalidade. Assim, a GR é bem complexa e relaciona-se com a dança, 
com manifestações rítmicas expressivas, com o balé e, ainda, com a ginás-
tica natural (LLOBET, 1998). A constituição da GR não nasceu pronta. 
Historicamente, teve influência da dança, música, teatro e pedagogia, con-
tribuindo com características para o seu desenvolvimento.
Para Peuker (1973), a GR nasceu a partir de um processo de renova-
ção da ginástica, fruto do pensamento de vários autores: na área educacio-
nal, com o pedagogo Rosseau (1712-1778), por exemplo. Na perspectiva 
da arte cênica, o autor aponta Delsarte, a ginástica expressionista e a sua 
manifestação baseada em aspectos emocionais. Daí a associação dessa 
ginástica à questão feminina, por contribuir para a graça e beleza na exe-
cução de movimentos.
Ginástica
– 118 –
Na perspectiva da dança, Noverre (1727-1810) se preocupou com ideia 
virtuosa do balé clássico, já Laban (1898-1927) traz uma contribuição vir-
tuosa e rígida a respeito do mesmo assunto. Duncan (1898-1927) acrescenta 
na modalidade, inspirando-se em movimentos naturais de liberação docorpo e emoção. Já na área da música, Dalcroze (1865-1950) cooperou com 
a relação entre o ritmo ginástico, musical e possibilidades de alternância. 
Rudolf Bode (1881-1970) estabeleceu os princípios da GR com os trabalhos 
de expressão e rítmicos com o manuseio de aparelhos (bola).
Heinrich Medau (1890-1974), conhecido como pai da ginástica rít-
mica, introduziu os demais aparelhos manuais para aprimorar seu sentido 
rítmico, trabalhando com bastão, arcos, cordas. Tubino (1992) afirma que, 
no início dos jogos olímpicos, era proibida a participação de mulheres e 
elas não podiam assistir às competições. Apenas em 1920, contrariando os 
princípios do Barão de Cobertin (criador dos jogos olímpicos), as mulhe-
res começaram a participar. Mediante as ações de repúdio, surgiram as 
modalidades esportivas para prática feminina e, como resultado desse pro-
cesso, a ginástica rítmica e o nado sincronizado, por exemplo.
Nesse contexto, muitas escolas inovaram a forma como praticavam 
os exercícios de ginástica e a relação entre música e ritmo que vinham se 
popularizando. Em 1946, surgiu a denominação Ginástica Rítmica, tendo 
como foco a competição, que teve o primeiro torneio mundial em 1963, já 
com os aparelhos conhecidos atualmente, exceto fita e maças. Em 1984, 
a GR estreou nos Jogos Olímpicos e só em 1996 foram introduzidas as 
provas de grupo. 
No âmbito brasileiro, temos três referências: Margaret Froehlich 
(1953-1954), nascida na Áustria, ministrou aula em cursos de aperfeiço-
amento técnico em Santos. Erica Saur era conhecedora do assunto e tor-
nou-se professora da UFFRJ. Ilona Peuker, húngara, radicou-se no Brasil, 
sendo convidada a trabalhar na UFFRJ, como referência para muitas ex-
-ginastas que deram seguimento ao seu trabalho aqui no Brasil.
Na década de 1950, Peuker lecionou em cursos no Rio de Janeiro e 
liderou a primeira equipe de ginástica rítmica brasileira, o Grupo Unido 
de Ginastas. A Confederação Brasileira de Ginástica foi fundada em 1978, 
sendo um passo substancial ao desenvolvimento da modalidade. Nesse 
– 119 –
Ginástica esportiva competitiva – modalidades, história e conceitos 
contexto, ocorreu a inclusão da ginástica rítmica em alguns cursos de 
graduação e a sua prática em alguns clubes. A região sul é destaque na 
ginástica rítmica no país, tendo como referência, no Paraná, o Centro de 
Treinamento em Londrina.
Nos últimos anos, tal ginástica ganhou expressividade no âmbito bra-
sileiro, o país apresenta uma equipe mais hegemônica e de maior expres-
são nas Américas, sobretudo nas provas em conjunto. Os resultados da 
equipe de ginástica rítmica brasileira, nas quatro edições dos Jogos Pana-
mericanos, foram suficientes para a classificação para as três últimas edi-
ções dos Jogos Olímpicos.
6.4.1 Provas da ginástica rítmica
O espaço oficial onde é realizada a apresentação tem dimensões 
de 13m x 13m, pode ser fixado em uma quadra ou um espaço livre que 
garanta a integridade dos praticantes. A GR é composta de dois tipos de 
competições, como veremos a seguir.
1. Conjunto: as apresentações são realizadas em equipe, as séries 
são formadas por cinco aparelhos iguais (exemplo: cinco arcos) 
ou uma série com aparelhos singulares, na proporção de três para 
dois (exemplo: três arcos e duas bolas), selecionados antes da 
competição. As equipes são formadas por cinco ginastas oficiais 
e uma reserva por categoria. As séries têm duração de 2 minutos 
e 15 segundos (2’15’’) a 2 minutos e 30 segundos (2’30’’).
2. Individual: prova realizada por uma ginasta, que executa uma 
série com um aparelho, com duração de 1 minuto e quinze 
segundos (1’15’’) a 1 minuto e trinta segundos (1’30’’).
6.4.2 Aparelhos da ginástica rítmica
A Ginástica Rítmica conta com aparelhos que o ginasta precisa 
conhecer e dominar em seus movimentos. Esses aparelhos contam com 
especificidades que tornam os movimentos gímnicos mais graciosos e 
belos. A seguir são apresentados os aparelhos pertencentes a essa modali-
dade e suas especificidades. 
Ginástica
– 120 –
 2 Bola: confeccionada em borracha 
ou sintético, com dimensões entre 
18 e 20cm de diâmetro e um peso 
mínimo de 400g. Esse aparelho 
possibilita a realização de lança-
mento e recuperação, rolamentos 
(corpo e solo), quicadas, movi-
mentos em oito, circunduções e 
equilíbrio instável.
 2 Arco: o diâmetro interno de um 
arco varia entre 80 e 90cm, o apa-
relho é confeccionado em madeira 
ou plástico e pesa, no mínimo, 
300g. Os movimentos fundamen-
tais são: rotação (ao redor de uma 
parte do corpo ou no próprio eixo), 
rolamentos (corpo e solo), passa-
gem por dentro e lançamentos e 
recuperação.
 2 Corda: tamanho proporcional à 
estatura do atleta que a manuseia, pode ser confeccionada em 
linho ou sintético. Nas coreografias, pode ser manuseada aberta 
ou dobrada e sempre em apoio nas mãos. A corda é o apare-
lho que recruta maior 
preparação física da 
ginasta, exigindo sal-
tos amplos e de veloci-
dade. A partir de 2021, 
não fará mais parte do 
programa oficial da 
GR, mas continuará 
sendo utilizada nas 
categorias de base.
Figura 6.11 – Bola
Fonte: acervo da autora.
Figura 6.12 – Arco
Fonte: acervo da autora. 
Figura 6.13 – Corda
Fonte: acervo da autora.
– 121 –
Ginástica esportiva competitiva – modalidades, história e conceitos 
 2 Fita: feita de cetim, 
com dimensões de 4 a 
6cm de largura, tendo 
6m de comprimento. 
Cada fita possui um 
estilete (material sinté-
tico ou madeira) cujo 
diâmetro não é supe-
rior a 1cm, e o com-
primento pode variar 
entre 50 a 60cm. A 
fita é o aparelho mais 
plástico de todos e o 
de mais complexa execução, sendo considerado o de mais difícil 
controle, uma vez que está sujeito a condições ambientais, como 
corrente de ar. Dentro os movimentos técnicos da fita, destacamos: 
serpentinas, espirais, passagem por dentro e por cima do desenho 
da fita, escapadas, lançamentos e recuperação.
 2 Maças: confeccionadas em madeira ou 
material sintético, pesam 150g. Suas 
dimensões variam de 40 a 50cm, e a 
cabeça deve medir, no máximo, 3cm. 
Trata-se um de um aparelho muito dinâ-
mico e exige a habilidade simultânea das 
duas mãos. Os movimentos técnicos das 
maças são: pequenos círculos, molinetes, 
assimétricos, balanceios, circunduções, 
lançamentos e recuperação.
6.4.3 Elementos corporais da GR
Os elementos corporais são estruturantes da série da atleta, pois, junto 
aos aparelhos, vão compor a complexidade da modalidade (AGOSTINI; 
NOVIKOVA, 2015). Para que haja domínio do aparelho, é necessário, 
também, domínio corporal. Nessa perspectiva, espera-se que, no início, 
Figura 6.14 – Fita
Fonte: acervo da autora. 
Figura 6.15 – Maças
Fonte: acervo da autora. 
Ginástica
– 122 –
a prática da ginástica contemple o ensino desses elementos e o desenvol-
vimento das capacidades físicas para a execução. O desenvolvimento dos 
elementos pode ser realizado de forma isolada e, depois, com o manejo 
dos aparelhos. Os elementos corporais contemplam saltos, equilíbrio e 
rotações/pivôs.
 2 Saltos: são realizados mediante o impulso, os pés perdem o 
contato com o solo em suspensão por um tempo mínimo, sendo 
caracterizados pela amplitude, altura e forma. A realização des-
ses movimentos requer potência muscular e impulsão.
1. Impulsão – momento em que o corpo está no solo e força a 
sua projeção no ar;
2. Fase aérea – momento em que o corpo faz movimentos no ar;
3. Aterrissagem – momento de contato do corpo com o solo.
 2 Equilíbrio: exercícios de manu-
tenção e controle do centro de 
gravidade em posturas estáti-
cas, dinâmicas, recuperadas ou 
a combinação delas. Esse ele-
mento deve ser realizado com pé 
inteiro, meia ponta ou, ainda, de 
joelhos, por dois segundos, não 
sendo obrigatório, mas tendo 
forma definida, fixa ampla. Os 
movimentos mais comuns são: 
arabesque, atitude, grandecart, 
prancha (avião) e passe. São 
fases do equilíbrio:
1. Preparatória: posição de 
equilíbrio;
2. Principal: figura;
3. Final: saída do equilíbrio.
Figura 6.16 – Sequência domovimento arabesque
Fonte: acervo da autora.
– 123 –
Ginástica esportiva competitiva – modalidades, história e conceitos 
 2 Rotações/pivôs: identificados como rotações em torno do eixo 
longitudinal, partindo de uma posição de preparação, comple-
tando a rotação mínima de 360º e apresentando uma forma defi-
nida e fixa ao final. Essa execução é feita a meia-ponta. Dentre 
as fases, podemos indicar:
1. Preparatória – preparação do corpo para realização da rotação;
2. Principal – execução do movimento;
3. Final – fim da rotação, em que a perna que estava no ar 
chega ao solo.
6.4.4 Composição das notas para 
individuais e conjuntos
Em consonância com o código de pontuação vigente, que sofre alte-
rações a cada ciclo olímpico, na atualidade, é composta por duas bancas:
1. Dificuldade (D) – inclui a avaliação do conteúdo técnico do 
exercício, valor dos elementos que compõe a série). Quatro árbi-
tros avaliam isoladamente a dificuldade, a nota final é a soma 
dessas médias, isolando as duas notas intermediárias;
2. Execução (E) – momento em que a ginasta é avaliada pelo 
júri, levando em consideração a correção artística, técnica e 
formal dos elementos realizados durante a série, tendo como 
base o código de pontuação adotado para a competição). Os 
cinco árbitros avaliam a série de forma individual e a nota 
final será a média das três notas intermediárias atribuídas 
pelos árbitros.
Essa modalidade é de extrema relevância para o desenvolvimento 
motor da criança, a GR ofertando inúmeras probabilidades de criação, 
construção, desconstrução e reconstrução dos conceitos corporais da 
criança (AGOSTINI e NOVIKOVA, 2015). A GR proporciona momentos 
lúdicos e de descobertas para todos, independentemente da idade, gênero, 
classe social ou nível de preparo físico.
Ginástica
– 124 –
6.5 Ginástica de trampolim
A ginástica de trampolim é a modalidade esportiva menos popular, 
no entanto é bastante expressiva na arte circense e faz parte do programa 
olímpico. Ainda assim, o trampolim é mais utilizado para auxiliar o apren-
dizado de exercícios que possuam fase aérea (como mortais). Ele é encon-
trado em outros espaços, como áreas de lazer, shoppings, sendo comu-
mente conhecido como cama elástica. Esse tipo de ginástica proporciona 
ao indivíduo o desenvolvimento da coordenação motora, da consciência 
cinestésica, bem como autoconfiança e autoestima. Mediante todos esses 
benefícios, a GTR tem sido estudada como possibilidade de intervenção 
terapêutica para crianças com deficiência.
O trampolim foi utilizado na Idade Média por acrobatas de circo 
que usavam tábuas flexíveis nas suas apresentações. Os trapezistas 
também utilizavam saltos a partir do impulso em redes de segurança. 
Apesar de essa não ser necessariamente a gênese de tal ginástica, já 
havia representações de uma “cama de pular” como entretenimento 
para as plateias.
Mais comum na realidade circense, onde se desenvolveu a princípio, 
o trampolim teve como precursor o artista Du Trampolin, que utilizou a 
rede de segurança do trapézio como forma de propulsão e aparelho para 
decolagem, experimentou-a com diferentes sistemas de suspensão, redu-
zindo a rede a uma dimensão propícia à performance individual. Enquanto 
esporte, contudo, foi criado por Geoge Nissen, somente em 1936, e rapi-
damente foi introduzido enquanto modalidade esportiva em vários progra-
mas de formação em educação física.
As primeiras competições internacionais de ginástica de trampolim 
foram sediadas em Londres, em 1964 e 1965. A partir daí, mais de 54 
países participaram dos campeonatos mundiais, realizados a cada biênio. 
Essa modalidade chegou ao Brasil em 1975, com José Martins de Oli-
veira Filho (professor). Os campeonatos regionais e nacionais se tornaram 
recorrentes. Em 1990, o Brasil participou pela primeira vez de um campe-
onato mundial, na Alemanha. Desde então, a modalidade vem crescendo 
a cada campeonato mundial, conquistando posições relevantes no trampo-
lim acrobático, contando com seis participações.
– 125 –
Ginástica esportiva competitiva – modalidades, história e conceitos 
Nos EUA, os professores de educação física identificaram, por meio 
de observações, os benefícios que a prática da modalidade traz aos seus 
praticantes e, então, por esse motivo, foi inserida na educação física 
escolar. Essa ginástica se tornou modalidade olímpica em 1997, e seu 
reconhecimento como modalidade esportiva ocorreu em 1998. A FIG 
oportunizou a sua estreia nos jogos olímpicos de Sydney (no ano 2000).
O primeiro atleta brasileiro a se destacar na modalidade foi Rodolfo 
Rangel, ao conquistar o 1º lugar na prova de duplo minitrampolim, no 
campeonato mundial em Nova Zelândia, com um novo recorde no apare-
lho. Em 2001, foi realizado o I Campeonato Sul-Brasileiro de Trampolim 
Acrobático, na cidade de Canoas. Esse evento promoveu a participação 
das categorias pré-infantil, infantil e a elite, representada pelos melhores 
atletas em nível internacional.
6.5.1 Ginástica de trampolim – provas
A Confederação Brasileira de Ginástica considera, na ginástica de 
trampolim, as seguintes provas e aparelhos que podem ser disputados 
separadamente por ambos os sexos.
 2 Trampolim individual: única categoria olímpica, conta com 
a realização de movimentos em uma cama elástica que mede 
5m x 3m x 1,15m. Nele, o ginasta adquire altura de cerca de 5 
a 6m e estabilidade com saltos preliminares. Em seguida, são 
executados vinte elementos técnicos, ininterruptamente, em 
duas séries, dez na preliminar e dez concluindo a série (que 
podem ser igual a uma da série preliminar).
Figura 6.17 – Trampolim individual
Fonte: acervo da autora.
Ginástica
– 126 –
 2 Trampolim sincronizado: segue a mesma dinâmica do tram-
polim individual, mas é realizado ao por dois ginastas saltando 
ao mesmo tempo, em trampolins distintos, paralelamente a uma 
distância de 2 metros.
Figura 6.18 – Trampolim sincronizado
Fonte: acervo da autora.
 2 Duplo minitrampolim: após uma corrida, o ginasta faz a aproxi-
mação, salta no aparelho, que é menor, e faz a sequência. Durante 
a apresentação, o ginasta executa quatro passadas, dois elementos 
técnicos, duas passadas diferentes na preliminar e na final.
Figura 6.19 – Duplo minitrampolim
Fonte: acervo da autora.
 2 Tumbling: trata-se de uma prova executada em uma pista de 
26m em que o ginasta executa quatro passadas (oito elementos 
em cada passada), sendo duas no início e duas no final. O ritmo 
é indispensável durante toda a execução.
– 127 –
Ginástica esportiva competitiva – modalidades, história e conceitos 
Figura 6.20 – Tumbling
Fonte: acervo da autora.
Os saltos no trampolim se apresentam em três fases: a primeira delas 
é a impulsão; a segunda é a fase de acrobacia; a terceira é a aterrissagem. 
As formas de aterrissagens no trampolim são em pé, sentado, em decúbito 
dorsal (de costas), em decúbito ventral (frontal ou facial).
6.5.2 Critérios de avaliação
A arbitragem considera três critérios na avaliação. O primeiro deles 
é a execução técnica, avaliada por cinco árbitros (no trampolim sincro-
nizado, são quatro), a avaliação parte da nota 10 e sofre deduções, con-
siderando a qualidade técnica do movimento. A nota final de execução 
desconsidera a maior e a menor nota e somam-se as três centrais.
O segundo critério a ser analisado é a dificuldade de realização 
dos elementos, avaliada por dois árbitros. Cada elemento tem seu valor 
de dificuldade e a nota final é obtida de acordo com o apresentado para 
cada prova. 
O terceiro critério de análise da modalidade é reservado ao trampo-
lim sincronizado, os três árbitros avaliam a sincronia dos ginastas para 
se chegar à nota. Dessa forma, são eliminadas a maior e a menor nota e 
multiplica por dois a nota restante. A nota final é resultado da soma de 
todos esses critérios.
Ginástica
– 128 –
Atividades
1. Quais são as ginásticas competitivas? Aponte duas característi-
cas que essas modalidades possuem em comum.
2. Descreva como é realizadaa avaliação das provas de ginástica 
aeróbica.
3. A ginástica rítmica é praticada por qual público em competições 
oficiais (FIG)? Quais são os aparelhos da ginástica rítmica?
4. O que é a ginástica artística? Quais são os aparelhos específicos 
para homens e para mulheres?
5. Quais são as principais provas da ginástica de trampolim?
6. Qual é a importância da Confederação Brasileira de Ginástica 
para as ginásticas esportivas de competição?
7
Fundamentos e 
procedimentos de 
ensino-aprendizagem 
das ginásticas
O presente capítulo permeia os fundamentos básicos rela-
cionados à prática da ginástica, contemplando os conhecimentos 
comuns a suas modalidades. Nesse contexto, serão apresentadas 
as possibilidades de ensino-aprendizagem, tendo como eixo de 
reflexão a iniciação esportiva e a formação do ginasta em uma 
perspectiva geral. Por fim, serão apresentadas possibilidades 
metodológicas de trabalho no que se refere ao processo de ensino-
-aprendizagem em cada modalidade das ginásticas competitivas.
Ginástica
– 130 –
7.1 Posicionamentos do corpo
A nomenclatura oficial relacionada aos posicionamentos corporais é 
de extrema relevância para o processo de ensino-aprendizagem da ginás-
tica. As terminologias apresentadas a seguir consideram os conhecimentos 
anatômicos e biomecânicos e devem ser aplicadas pelo professor/treinador 
em suas aulas. Para tanto, é necessário conhecer também algumas siglas 
amplamente utilizadas em materiais didáticos, planos de aula e outras pro-
duções inerentes à prática profissional.
7.1.1 Posição fundamental: em pé, com o tronco 
ereto, os membros superiores ao longo do corpo no 
prolongamento e o olhar voltado para o horizonte
Figura 7.1 – Posicionamento anatômico
Fonte: Shutterstock.com/AV-Art
– 131 –
Fundamentos e procedimentos de ensino-aprendizagem das ginásticas
Nem sempre estamos em posicionamento anatômico ou nos movi-
mentamos e nos posicionamos constantemente; e na ginástica não é 
diferente. A nomenclatura traz formas de identificar os membros tam-
bém por siglas presentes em vários materiais didáticos e acadêmicos 
na descrição de movimentos da ginástica. Espera-se que o professor/
treinador tenha conhecimento tanto para compreender as posições em 
seu material de referência como para facilitar o processo de ensino-
-aprendizagem dos movimentos.
Quadro 7.1 – Nomenclatura: sigla e imagem dos membros 
Nomenclatura Sigla Imagem
Membro superior MS Imagem
Membros superiores MMSS Imagem
Membro inferior MI Imagem
Membros inferiores MMII Imagem
Fonte: elaborado pela autora.
Os membros podem estar ao longo do corpo, estendidos naturalmente 
ou em afastamento anteroposterior (afastamento de MMII, estando um pé 
a frente e outro atrás do corpo). Já os MMII podem estar em afastamento 
lateral (pés afastados a uma distância equivalente à linha dos ombros); em 
grande afastamento lateral (distância superior ao afastamento lateral); em 
afastamento anteroposterior (afastamento de MMII, estando um pé a frente 
e outro atrás do corpo); e em afundo (variação do afastamento lateral ou 
anteroposterior, com um dos MMII em semiflexão – menor do que 90°).
7.2 Terminologia dos movimentos 
fundamentais da ginástica
Podemos identificar algumas nomenclaturas estruturantes da ginás-
tica, seja qual for a modalidade esportiva, podendo sofrer variações ou 
combinações recorrentes da criatividade ou da intencionalidade.
 2 Saltar: locomoção explosiva e dinâmica, com ou sem desloca-
mento inicial (corrida), em que há perda total do contato dos pés 
Ginástica
– 132 –
com o solo e uma fase aérea pronunciada, podendo o impulso se 
dar com um ou os dois pés.
 2 Saltitar: ação feita com ou sem deslocamento inicial, com 
perda momentânea do contato dos pés com o solo; a fase aérea é 
menor, e a retomada ao solo é feita com a parte anterior dos pés.
 2 Alternado: movimento realizado de forma alternada.
 2 Simultâneo: movimento realizado ao mesmo tempo.
 2 Assimétrico: movimento transcorre ou é feito em sentidos opos-
tos, estando ou não no mesmo plano.
 2 Inclinação: fluxo que afasta os segmentos do esqueleto axial da linha 
mediana do corpo, estando obliquamente em relação ao plano frontal.
 2 Equilíbrio: ação de permanecer ou se deslocar em uma super-
fície delimitada contra a ação da gravidade, sendo resultado do 
movimento muscular em contração no intuito de manter deter-
minada posição ou postura; o equilíbrio pode ser estático (sem 
locomoção) solicitado em movimentos como avião, ponte, vela 
e bandeira; já o equilíbrio dinâmico (com locomoção) é solici-
tado em ações como saltar e correr.
 2 Rotações: elementos realizados em torno dos eixos transversal 
ou longitudinal do corpo, com ou sem apoio no solo; os pivôs são 
realizados sobre o apoio nas pontas dos pés, podendo ser execu-
tados com a perna livre em várias alturas, posições e amplitudes; 
rolamentos são exemplos de rotação em que o ginasta utiliza o 
solo como base para a execução do giro no eixo corporal. No 
caso da ginástica rítmica, as rotações precisam ser acompanha-
das da manipulação de algum aparelho.
 2 Movimentos locomotores: andar, correr, saltar, saltitar, engati-
nhar, marchar, trotar, rastejar, rolar, subir, escalar, nadar.
 2 Movimentos manipulativos: apoiar, pegar, apreender, lançar, 
arremessar, passar, receber, bater, rebater, carregar, quicar.
 2 Movimentos estabilizadores: flexionar, estender, abduzir, adu-
zir, rotacionar, girar, alongar.
– 133 –
Fundamentos e procedimentos de ensino-aprendizagem das ginásticas
7.3 Movimentos corporais na 
execução de atividades
Os movimentos corporais básicos remetem aos movimentos natu-
rais dos seres humanos, condicionados pelo ambiente que os cerca, como 
andar, correr, saltar, saltitar, girar, rolar, realizar extensão e flexão; já os 
movimentos mais complexos são elaborados conscientemente, conside-
rando ritmo, forma e intensidade no alcance de um objetivo. Para descre-
ver um movimento, deve-se levar em consideração três fatores: posição 
inicial (posição estática do indivíduo antes de iniciar a deslocação; em 
caso de uso de aparelhos, a posição antes de iniciar a execução), execução 
(ato ou atividade com número de repetições e tempo de duração ou deslo-
camento) e posição final (ao fim do deslocamento, posição estática).
No caso de execuções em conjunto, a situação do corpo em referência 
ao espaço físico também recebe terminologia específica; assim, identifica-
-se o posicionamento em colunas (os indivíduos ficam um atrás do outro), 
fileiras (os indivíduos ficam um ao lado do outro), longitudinal (disposi-
ção no sentido do comprimento, tudo é relativo a ele) e transversal (distri-
buição no sentido da largura, tudo é relativo a ela).
7.4 Aprendizagens na ginástica
A iniciação nas ginásticas tem sido amplamente discutida no âmbito 
da iniciação esportiva, sendo observado que os alunos repetem incessan-
temente sequências orientadas pelo professor, reduzindo a motivação para 
a realização da prática. Os métodos tradicionais de ensino tendem a res-
tringir as aprendizagens, impossibilitando ao praticante a apreensão do 
conhecimento teórico de forma satisfatória. Assim, os iniciantes ficam 
limitados à apresentação do professor e reduzidos a executantes de gestos 
e técnicas de maneira mecânica e automatizada.
Greco e Brenda (2001) afirmam que é destinado muito tempo ao 
ensino da técnica, tornando a aula pouco atraente e limitando a prática a um 
conjunto de ações mecânicas sem a preocupação de desenvolver a capaci-
dade de autonomia em relação ao movimento. A metodologia de ensino 
da ginástica deve privilegiar a formação de alunos críticos, despertando o 
Ginástica
– 134 –
gosto pela prática esportiva, considerando a modalidade em sua perspec-
tiva global. Assim, a iniciação esportiva se torna um campo fértil para as 
aprendizagens em harmonia com o desenvolvimento integrado e simultâ-
neo das capacidades coordenativas, técnicas, físicas, sociais e psicológicas.
A perspectiva pedagógica de ensinodas ginásticas deve considerar 
que o movimento é uma relação do homem com o mundo, sendo o princi-
pal foco da iniciação possibilitar ao educando a aquisição de competências 
para agir. A aula deve ser um espaço aberto às experiências de aprendiza-
gem, dando ao praticante a mínima autonomia para se movimentar. O foco 
da aprendizagem precisa estar no aprendente, que é o centro do processo; 
partindo desse foco, as decisões pedagógicas devem ser tomadas coletiva-
mente, considerando as aspirações de alunos e professores.
As sequências da ginástica são uma sucessão de deslocações que se 
ligam e devem ser realizadas de forma harmoniosa, recrutando os funda-
mentos básicos da ginástica somados às habilidades motoras. Nesse sen-
tido, as sequências pedagógicas devem contemplar a sucessão de movi-
mentos naturais ou construídos visando a um objetivo específico. A ordem 
deles deve se dar de acordo com a importância ou a dificuldade, então a 
sequência pedagógica deve ir do simples para o mais complexo, consi-
derando os estágios de desenvolvimento. Nesse contexto, cabe ao aluno 
imaginar a ação, tentar, experimentar, imitar, descobrir, constatar, avaliar e 
selecionar como o movimento deve ser feito. Já ao professor cabe orientar, 
incentivar, ajudar (se necessário), apreciar e corrigir.
A metodologia de aprendizagem da ginástica precisa privilegiar o 
prazer de aprender, e o planejamento elaborado pelo professor precisa 
favorecer a aprendizagem e a aquisição de habilidades por parte do ini-
ciante. A aula deve ter sentido e significado para o praticante, dando a 
possibilidade de resolver problemas relacionados à prática, fazendo que 
o conhecimento trabalhado seja relevante para a formação tanto esportiva 
quanto humana. As aprendizagens precisam proporcionar aos alunos a 
superação de limites, com conhecimentos que serão capazes de formá-los 
para a modalidade.
No âmbito esportivo, e consequentemente na perspectiva do treina-
mento desportivo, a iniciação é fundada nas especificidades de formação 
– 135 –
Fundamentos e procedimentos de ensino-aprendizagem das ginásticas
do indivíduo que poderá se tornar atleta, e a ginástica toma uma concepção 
mais singular, voltada para competições e performance. Os treinamentos 
têm como foco as competições, e a figura do professor toma a perspectiva 
de treinador, cabendo a ele ordenar a execução de movimentos baseados 
em seus conhecimentos.
Mesmo nesse contexto, as aulas não precisam ser concebidas de 
forma fechada, e o movimentar deve ser aperfeiçoado tendo como foco 
a modalidade, os exercícios fragmentados e executados metodicamente 
para a fixação do gesto técnico. Aulas seletivas requerem um número 
reduzido de alunos, com regras rígidas que devem ser seguidas; o foco é 
a especialização, a preparação que leva em consideração a classificação e, 
sobretudo, a necessidade de vencer. Espera-se que as aulas de ginástica, 
ainda que na perspectiva da performance, considerem as especificidades e 
a bagagem dos alunos – não que se deva negar a técnica, mas que haja uma 
ressignificação dela e que o ginasta compreenda o porquê de cada etapa 
do treinamento e o quanto é importante para a formação e o treinamento.
7.4.1 Fases de iniciação em ginástica
As fases da iniciação da ginástica apresentam algumas peculiarida-
des. Na etapa pré-escolar, os estágios identificados são inicial, elementar e 
maduro, compreendendo a faixa etária de 2 anos a 6 anos de idade. Na fase 
escolar, identificada como movimentos especializados, a faixa etária vai 
dos 7 anos até a vida adulta. A aprendizagem é um processo caracterizado 
pela transformação progressiva das capacidades dos indivíduos e precisa 
acontecer por etapas de familiarização e iniciação (CAÇOLA, 2007).
Nessa perspectiva, a familiarização é o contato inicial do aluno com 
elementos de aprendizagem, que pode ser trabalhada tendo como base três 
métodos: parcial (ensino por partes ou fundamentos, em que a aprendiza-
gem ocorre do agrupamento do todo), global (proporcionando a aprendi-
zagem de um modo geral, em que o início se dá pelo todo) e misto (junção 
dos métodos anteriores, que possibilita a prática de exercícios isolados 
e a iniciação de elementos já incorporados). O método global define a 
tentativa de execução completa do movimento e deve ser utilizado con-
siderando que o método parcial é a decomposição do exercício em dife-
Ginástica
– 136 –
rentes fases. Assim, cada etapa necessita de qualidades diferentes, como 
velocidade, força, sustentação e posições, que podem ser exploradas em 
atividades que apresentem a necessidade de compreender as sequências de 
forma lenta e especificada que geralmente compõem as etapas didáticas de 
movimentos rápidos e complexos.
O método global se caracteriza pela execução do elemento como um 
todo; após esse feito, há a promoção da correção, motivando o praticante e 
permitindo a agilidade no processo de ensino-aprendizagem. Há o risco de 
adquirir vícios de execução, uma vez que o aprendiz realiza o movimento 
em sua forma total, sem divisão em fases (MAGILL, 2005). As tarefas 
motoras mais simples não necessitam de ajustamentos profundos; quando 
os movimentos são considerados complexos, deve-se utilizar a ação repe-
titiva e progressiva, primeiramente em sua totalidade e em seguida por 
partes, para que haja a compreensão e a assimilação do movimento em 
sua complexidade.
Magill (2005) apresenta vantagens e desvantagens dos métodos de 
ensino-aprendizagem das ginásticas e suas aplicabilidades, em que o pro-
fessor deve eleger o mais coerente em relação aos objetivos almejados 
para o ensino da modalidade; para tanto, deve ter conhecimento e sensibi-
lidade para recrutar os métodos adequados para cada situação. O processo 
de ensino-aprendizagem na ginástica deve contar, de início, com ativida-
des diversificadas em uma perspectiva lúdica.
Na sequência, deve-se apresentar a execução do movimento de forma 
correta, possibilitando à criança compreender o exercício, uma vez que ela 
pode se tornar um atleta de alto rendimento ou um adulto com consciên-
cia corporal satisfatória. O processo de ensino-aprendizagem da ginástica 
deve levar em consideração fatores determinantes, como particularidade 
dos exercícios, capacidade dos alunos, conhecimento do professor, otimi-
zação do momento de aprender e orientação do processo de ensino (infor-
mação, operação, controle e correção).
O processo de ensino-aprendizagem da ginástica pode ser muito efi-
ciente, atendendo às etapas que podem propiciar êxito na construção desse 
conhecimento. A primeira é o período preparatório do trabalho, com prepa-
ração teórico-metodológica, determinação dos objetivos de ensino, inves-
– 137 –
Fundamentos e procedimentos de ensino-aprendizagem das ginásticas
tigação das estruturas motoras e das técnicas de ensino. Esse momento 
remete ao período que compreende o planejamento do professor/treinador, 
no qual ele estabelece suas intencionalidades quanto ao plano de trabalho, 
pensando “a quem ensinar”.
A segunda é o período básico, com preparação física e técnica para o 
estabelecimento inicial do hábito motor com trabalho postural, avaliação 
do nível de preparo do aluno e preparação motora preliminar. Remete à 
formação voltada para o preparo do indivíduo, pensando a postura, o pre-
paro físico e a preparação motora, compreendendo uma anamnese e um 
momento de formação e aprimoramento de competências gerais. As pre-
parações física e técnica desses aspectos são substanciais para o desenvol-
vimento do possível atleta, sendo a base para atividades mais específicas.
A terceira é o período final do ensino, com fortalecimento e apri-
moramento de hábitos motores, estabilização de hábitos da técnica do 
exercício, execução de exercícios em combinações e aperfeiçoamento 
por meio da execução da técnica correta, levando-se em conta as capaci-
dades físicas necessárias para tal. Nesse momento, as estruturas motoras 
estão prontas para a realização de movimentos específicos,compreen-
dendo técnica, possibilidades de execução e aperfeiçoamento. Ao chegar 
a essa etapa, o praticante já internalizou a execução do movimento com 
suas especificidades.
Outros métodos de ensino podem ser eficazes na iniciação em ginás-
tica, e a explicação verbal é a primeira delas, pois desperta atenção e 
interesse, com a demonstração do movimento que apreende a atenção no 
campo visual, a análise de possíveis erros na execução e a tentativa de 
execução completa pelo aprendiz. O professor precisa avaliar as capacida-
des dos alunos, considerando suas experiências e as exigências técnicas, 
físicas e de criação. É necessário que o treinador subdivida o processo 
de aprendizagem, analisando as etapas mais importantes e valorizando as 
melhores formas de execução técnica dentro do padrão de cada elemento.
Outra categoria não menos importante é o treinamento como con-
dição básica para se obter resultados, uma vez que garante a melhoria 
da execução técnica, criando possibilidades de superação de deficiências 
relacionadas ao condicionamento físico e aprimorando as resistências 
Ginástica
– 138 –
física, técnica e de postura. Mais habilidades devem ser desenvolvidas, 
como a execução do máximo de elementos com o mínimo de tempo e 
esforço, bem com a aquisição do automatismo.
7.5 Possibilidades pedagógicas no 
trabalho com a ginástica
Apresentaremos possibilidades pedagógicas de trato dos conheci-
mentos relacionados à ginástica em sua perspectiva competitiva, levan-
tando elementos para que o professor/treinador possa refletir sobre sua 
postura pedagógica e a construção de suas aulas. Entendemos que, inde-
pendentemente do espaço de atuação desses profissionais, deve-se levar 
em conta a intencionalidade educativa como norteadora da prática educa-
cional. Aqui, mostraremos algumas possibilidades de reflexão sobre a prá-
tica, indicando uma perspectiva de intervenção crítica, atuante e efetiva.
7.5.1 Ginástica acrobática
Em uma perspectiva competitiva, espera-se que as turmas sejam for-
madas de acordo com o nível de habilidades dos participantes, não tendo 
como base a idade cronológica (MERIDA, 2008). Nos eventos compe-
titivos, existe uma flexibilidade quanto à idade dos integrantes de uma 
equipe, uma vez que no trabalho em grupos os ginastas têm capacidades 
físicas distintas e contribuem qualitativamente para o desempenho cole-
tivo. Piccolo e Toledo (2014) afirmam que as turmas devem ser formadas 
com base em critérios avaliativos, e não em um critério isolado. Há a 
necessidade de uma diagnose, seguida de uma avaliação processual, para 
definir a turma mais adequada ao desempenho.
Em um contexto de iniciação esportiva ou de um período alheio ao 
circuito de competições, é interessante que duplas e quartetos sejam tro-
cados com frequência, para que ocorram os estímulos necessários para a 
evolução da equipe; já em períodos competitivos não é indicada a troca 
de parceiros, para automatizar as execuções e permitir o aprimoramento 
da coordenação coletiva. Piccolo e Toledo (2014) propõem uma de aula 
de ginástica acrobática como resultado de elementos essenciais para a boa 
– 139 –
Fundamentos e procedimentos de ensino-aprendizagem das ginásticas
formação de um ginasta e ressaltam que esses elementos não são fixos 
nem cronológicos, mas que precisam estar presentes na aula.
Figura 7.2 – Aulas de ginástica acrobática
Fonte: adaptado de Merida (2014, p. 55).
A duração de cada momento deve ser adaptada à realidade da aula, 
ao nível de habilidade da turma, ao objetivo da aula e de acordo com a 
organização do professor. Os conteúdos devem contemplar a base motora 
comum a qualquer modalidade da ginástica competitiva, contando com 
ações musculares, padrões de movimentos relacionados à ginástica, ações 
motoras, habilidades temáticas e categorias de movimentos (NUNO-
MURA; TSUKAMOTO, 2005). Nesse contexto, os fundamentos da 
modalidade devem ser ensinados, como exercícios de tumbling (sequ-
ência de elementos acrobáticos executados pelo ginasta, como o mortal 
para trás), exercícios individuais (contemplando força, equilíbrio e flexi-
bilidade), figuras acrobáticas (estáticas: posições de base, intermediário e 
volante devem ser mantidas por 4 segundo, havendo troca de posições), 
lançamento dinâmico (cinco possibilidades de movimentos coletivos exe-
cutados em sequência) (MERIDA, 2008).
Ginástica
– 140 –
Os exercícios pré-acrobáticos ou educativos devem ser contempla-
dos, introduzindo a familiarização com novos movimentos; exercícios de 
expressão são essenciais e substanciam a execução de coreografias. Nessa 
perspectiva, jogos, brincadeiras e outras possibilidades de expressão cor-
poral são importantes e possibilitam a aprendizagem significativa. Os 
conhecimentos relacionados a regras e normas de competições são essen-
ciais para o desempenho qualitativo do ginasta em competições.
A criação coreográfica no contexto brasileiro também é atribuída ao 
professor/treinador, que precisa escolher uma música que tenha corres-
pondência com a coreografia elaborada, bem como promover a escolha 
coletiva com os atletas que vão executar a série. Deve-se estimular a cria-
ção coreográfica, direcionando-a com roteiros de critérios claros e estabe-
lecendo uma regularidade no treino das coreografias.
As técnicas de ensino da ginástica acrobática devem ser as mais varia-
das possíveis, levando em consideração a produção acadêmica da área e 
a experiência do professor/treinador. Merida (2014) aponta as estratégias 
mais utilizadas nas aulas: procedimentos relacionados a especificidades 
do aluno, vivência de todas as figuras, evolução da complexidade, apre-
sentação de vídeos e de imagens, exercícios individuais e por demonstra-
ção, atividades metodologias diversificadas e auxílio na execução.
Destaca-se, ainda, o método global, em que há a execução completa 
do exercício proposto após explicação verbal e demonstração, sendo pro-
pícia para movimentos simples. Em etapas, prevê a execução sucessiva do 
exercício preparatório de complexidade crescente, sendo mais indicado ao 
ensino de movimentos complexos. Já o método das partes indica a divisão 
da atividade em três partes executadas separadamente, indicado para exer-
cícios de alta complexidade e de caráter dinâmico (ALMEIDA, 1994).
O professor/técnico deve apresentar o movimento de várias maneiras, 
no intuito de promover a aprendizagem e atingir os resultados esperados. 
O profissional deve flexibilizar os momentos de aprendizagem, promo-
vendo um espaço fértil para a aprendizagem, oferecendo as mais variadas 
atividades para o alcance desse objetivo.
Merida (2014) apresenta um exemplo de aula de ginástica acrobática, 
defendendo que deve contemplar uma estrutura que aborde tudo o que 
– 141 –
Fundamentos e procedimentos de ensino-aprendizagem das ginásticas
foi trabalhado até o momento. Espera-se que o professor/treinador com-
preenda os conhecimentos tratados como suporte para sua prática peda-
gógica. Assim, o exemplo a seguir busca associar os conhecimentos, a 
postura e a organização esperados.
Considerando uma turma intermediária, que treina 10 horas semanal-
mente, cada aula durando 2 horas, com 19 alunos (um quarteto, três trios e 
três duplas). É interessante que o encontro tenha início com uma conversa, 
em que o professor recapitule as realizações anteriores, relacionando os 
conhecimentos com os objetivos da aula. Em seguida, devem ser feitos 
aquecimento e alongamento inicial, com duração de 20 minutos – uma 
opção é o pega-pega, em que o professor/treinador escolhe dois pegadores 
e os demais são os fugitivos.
A atividade deve ser realizada no tablado, dividida em etapas:
1ª etapa: Circundução de pescoço (20 repetições); 2ª etapa: Circun-
dução de ombros (20 repetições); 3ª etapa: Circundução de quadril 
(20 repetições); 4ª etapa: Circundução de punhos e tornozelos (20 
repetições); 5ª etapa: Alongamento de cadeia posterior (fecha-
mento de tronco e MMII unidos – 30 segundos); 6ª etapa: Alonga-mento de parte interior dos MMII (fechamento de tronco e MMII 
afastados lateralmente– 30 segundos); 7ª etapa: Alongamento de 
ombros, abdômen e lombar (ponte – 30 segundos). (MERIDA, 
2014, p. 90-91)
A cada vez que um aluno for pego, ele deve executar o movimento 
exigido naquela etapa, e os que não forem pegos e os pegadores devem 
realizar o movimento no fim de cada fase, com duração de 2 minutos. O 
terceiro momento da aula pode ter atividades posturais e rítmicas, con-
templando poses variadas ao som da música escolhida pelo professor/
treinador, incentivando a composição coreográfica. A quarta fase remete 
à preparação física e deve ter duração de 20 minutos, sendo fruto de uma 
análise de longo prazo acerca das especificidades de cada atleta, portanto, 
individualizada (bases e volantes). São necessários, ainda, exercícios 
intermediários, comuns a todos, e cabe ao professor/treinador organizá-
-los de acordo com as necessidades da aula.
O quarto momento é destinado à prática de exercícios individuais, 
com duração de cerca de 15 minutos, em que os exercícios são executados 
preferencialmente em forma de circuito. As estações devem contemplar 
Ginástica
– 142 –
exercícios referentes a força, equilíbrio, flexibilidade, tumbling (chamada, 
rodante, saltos, reversão, entre outros), saltos (jeté, tesoura, carpado); cada 
uma deve ser realizada em duplas, trios ou quartetos, para que o treino em 
grupos proporcione maior sincronia de movimento. No caso de as equipes 
já terem coreografias, em cada parte devem ser contemplados movimentos 
no circuito, tornando-o mais específico.
O quinto momento, com aproximadamente 25 minutos, remete à 
vivência de figuras acrobáticas, de equilíbrio e dinâmicas, que devem ser 
ensinadas de acordo com as especificidades dos ginastas, do técnico, do 
conteúdo, da fase de aprendizagem, levando em consideração o grau de 
dificuldade do movimento. O sexto momento tem duração de cerca de 20 
minutos e é destinado à coreografia, que a princípio promove a criação em 
duplas, trios ou quartetos. Após essa construção, o período deve ser utili-
zado para treinar, aperfeiçoar, corrigir ou alterar as coreografias.
Por fim, deve ser realizado o alongamento, que pode ser utilizado 
apenas para esse fim ou para aumentar a flexibilidade por meio da técnica 
de forças opostas (MERIDA, 2014). Uma aula sistematizada permite ao 
professor/treinador manifestar sua intencionalidade pedagógica e com sua 
estruturação privilegiar elementos que sejam importantes para a formação 
e a preparação dos ginastas.
7.5.2 Ginástica artística
A ginástica artística (GA) conta com uma gama de possibilidades, 
sendo uma prática que proporciona um relevante nível de percepção cor-
poral, ampliando a bagagem motora do praticante e podendo promover o 
aperfeiçoamento de habilidades. A prática dessa modalidade pode facilitar 
o desempenho motor, permitir a expressão corporal, oferecendo domínio 
do movimento, sendo essencial e de grande relevância na formação de 
crianças (PICCOLO; SCHIAVON, 2014). Para além da iniciação espor-
tiva, a GA pode ser trabalhada na escola, e, apesar de contar com apare-
lhos que não estão presentes nesse ambiente, pode promover espaços de 
efetiva formação, tendo como base os movimentos acrobáticos no solo.
A GA é uma modalidade coordenativa e com movimentos singulares 
capazes de proporcionar vivências que promovam diversas possibilidades 
– 143 –
Fundamentos e procedimentos de ensino-aprendizagem das ginásticas
corporais. O processo de ensino precisa considerar as capacidades e as 
possibilidades de desempenho dos ginastas. Piccolo e Schiavon (2014) 
elaboraram uma possibilidade metodológica que pode ser aplicada tanto 
na iniciação esportiva quanto na ginástica artística escolar, fundamentada 
no referencial teórico de que podemos pensar possibilidades de ensino-
-aprendizagem da modalidade.
Essa corrente teórica prevê um trabalho baseado na implementação 
de um projeto no qual se desenvolve o método que permite explorar os 
movimentos da criança, buscando possibilidades de expressão. Cada aula 
precisa ter no mínimo três momentos que devem substanciar uma aprendi-
zagem efetiva e que de fato contribua para a formação do ginasta.
O primeiro momento compõe um espaço de exploração dos movi-
mentos corporais, de acordo com um tema ou material, de forma indivi-
dual, no qual o indivíduo se baseia apenas nos conhecimentos que já tem 
por meio de sua própria exploração. Nessa atividade, o professor conhece 
os alunos, suas potencialidades e suas capacidades, explorando criativi-
dade, iniciativa individual, entre outras competências. Esse movimento 
pode ser exemplificado com a promoção do contato da criança com algum 
material característico da GA, indagando qual é sua funcionalidade e 
como pode ser utilizado, possibilitando a ampliação do repertório motor.
O segundo momento deve ser baseado nessa construção, levando em 
consideração os elementos fornecidos, que são fundamentados nos obje-
tivos da aula e nas observações realizadas pelos alunos; partindo disso, 
o professor pode indicar variadas formas de ação motora. Com base em 
Vygotsky, Piccolo e Schiavon (2014) afirmam que as pistas oferecidas 
devem propiciar o aprofundamento do repertório dos alunos, que vão 
associar os conhecimentos prévios deles ao novo, solucionando proble-
mas – o que é aprendido se torna uma etapa superada.
O terceiro momento é oferecido quando os alunos já realizaram todas 
as possibilidades de movimentos propostos, cabendo ao professor realizar 
a dinamização da aula, intervindo para contemplar as metas estabelecidas. 
Caso os alunos não tenham avançado conforme o esperado, o professor/
treinador deve promover intervenções para que isso aconteça, sendo, por-
tanto, um momento de ampliação dos conhecimentos. Os alunos podem 
Ginástica
– 144 –
imitar os gestos ensinados de forma referencial para a construção de seu 
conhecimento. Nas próximas aulas, esses movimentos imitados podem ser 
realizados nos primeiros momentos, como um conhecimento já desenvol-
vido, sendo substancial que qualquer conhecimento passe pela imagina-
ção, formando os conceitos subjetivos.
A combinação de elementos executados em uma sequência de movi-
mentos, de aprimorar capacidades físicas e habilidades motoras para cada 
exercício aprendido, proporciona oportunidades de exploração. O profes-
sor/treinador deve estimular a curiosidade dos alunos por meio de análise, 
experimento, desenho, entre outros.
Nunomura e Tsukamoto (2005) defendem que o processo de ensino-
-aprendizagem da ginástica artística deve passar por alguns passos. O pri-
meiro deles remete à prática, em que devem ser privilegiados temas simples, 
em ambientes diferenciados, com a execução de movimentos individuais e 
em duplas. O segundo passo diz respeito à sequência, em que se deve ini-
ciar a união entre habilidades de uma mesma categoria e temas ou ambientes 
diferenciados, praticado individualmente ou em pequenos grupos. O terceiro 
passo tem relação com performance, em que a criação e o fruir são contempla-
dos, iniciando de forma individual, depois em trios e assim sucessivamente.
Tanto Piccolo e Schiavon (2014) quanto Nunomura e Tsukamoto 
(2005) defendem a presença da GA no contexto escolar como uma prática 
de extrema relevância para o desenvolvimento de habilidades de crianças 
nessa etapa de formação. Os autores indicam que não há a necessidade de 
usar recursos rebuscados, materiais ou aparelhos para trabalhar a moda-
lidade; alguns processos adaptados para esse fim e a experimentação são 
protagonistas quanto se pensa a GA na escola. Para que ocorra o pleno 
desenvolvimento do praticante na escola ou na iniciação esportiva, a 
criança precisa dar sentido e significado ao conhecimento que está viven-
ciando: para se incorporar um movimento, é necessário experimentá-lo e 
construir possibilidades de experimentação e de construção.
7.5.3 Ginástica de trampolim
A ginástica de trampolim permeia a área da iniciação esportivae, 
de forma mais efetiva, o mundo da competição, sendo pouco pensada no 
– 145 –
Fundamentos e procedimentos de ensino-aprendizagem das ginásticas
ambiente escolar. Há de se considerar os esforços de vários estudiosos em 
popularizar essa modalidade tanto na escola quanto em clubes e espaços 
de iniciação esportiva, respeitando as especificidades da modalidade, seu 
desenvolvimento, a segurança necessária e, sobretudo, o trato pedagógico.
Merida e Toledo (2014) reconhecem o desafio pedagógico dessa moda-
lidade, tendo de adequar a estrutura da aula aos objetivos estabelecidos, uti-
lizando os elementos estruturantes escolhidos pelo professor/treinador de 
forma coesa e coerente com o perfil do grupo. O profissional deve identifi-
car o conteúdo e os métodos mais efetivos para a ginástica de trampolim na 
elaboração de um plano adequado aos alunos e a suas especificidades.
Nesse contexto, o objetivo de ensino em uma perspectiva pedagógica 
de esporte deve possibilitar a vivência de experiências singulares de movi-
mentos que só são realidade em um trampolim. Também deve ser contem-
pladas as formas de criação e de compartilhamento dos conhecimentos 
entre os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, em que o prin-
cipal foco é a formação humana (MERIDA; TOLEDO, 2014). As aulas 
devem permitir a vivência de diferentes possibilidades de se movimentar 
e saltar sobre o trampolim, aprendendo elementos técnicos relacionados 
à modalidade.
Os objetivos específicos devem permear elementos relacionados ao 
perfil do grupo, considerando idade, experiências, vivências, espaço físico 
e recursos, por fim relacionados a aspectos institucionais, como clubes e 
escolas. Os conteúdos devem estar ligados a adaptação ao aparelho (movi-
mento de cessar o impulso da rede do trampolim e saltos), com exercícios 
que deem ao aluno a possibilidade de coordenar o impulso e a ação do 
aparelho, com segurança ao executante ao saltar no trampolim acrobático 
(BROCHADO; BROCHADO, 2005). Os saltos na ginástica de trampolim 
podem ser classificados em cinco tipos: sentado, com rotação simples, 
verticais com ou sem giros, com rotações múltiplas e combinados.
A metodologia de ensino deve ser determinada levando em considera-
ção a relação entre objetivo e conteúdo, pensando meios de alcançar obje-
tivos gerais e específicos. Assim, prevê ações a serem executadas pelo pro-
fessor e pelos alunos, viabilizando a formação em uma perspectiva humana 
e cidadã (MERIDA; TOLEDO, 2014). Partindo desses elementos, o profes-
Ginástica
– 146 –
sor/treinador elabora suas metodologias com base em um único método, por 
contemplar objetivos, concepções de ensino e de mundo ou pode variar de 
acordo com objetivos, desenvolvimento das aulas, ênfase na aprendizagem 
dos alunos ou outros detalhes, de acordo com variadas especificidades. Pic-
colo (1995) e Velardi (1997) apresentam uma proposta metodológica base-
ada em momentos, que proporciona ao aluno expressar habilidades e expe-
riências motoras, solucionar problemas mediados pelo professor, vivenciar 
e aprender o movimento gímnico em uma perspectiva técnica.
No primeiro momento, o objetivo é o contato com o tema, sem inter-
ferência do professor, em que ele explora, observa e avalia as potenciali-
dades de execução, as experiências dos alunos, a organização do espaço 
e o desenvolvimento do tema da aula. Nesse momento, o aluno explora 
possibilidades de movimentos, utilizando materiais e recrutando experi-
ências de suas vivências anteriores.
O segundo período tem como objetivo possibilitar análises de proble-
mas contidos nas próprias tarefas, construindo conceitos. A interferência 
do docente é essencial para apresentar possibilidades ao aluno, formu-
lando respostas em que o meio é mediador do processo. O aluno reflete 
sobre a situação contextualizada, considerando seus conhecimentos pré-
vios, a mediação externa e a exploração do meio ambiente e social.
Na terceira fase, o objetivo é propor atividades inéditas, tendo como 
recurso a imitação e substanciando uma aprendizagem complexa. O pro-
fessor deve sugerir atividades coerentes, em uma perspectiva lúdica e esti-
mulante. Cabe ao aluno redimensionar os conhecimentos abordados, ela-
borando conceitos e execuções complexas, compreendendo a lógica dos 
momentos anteriores (MERIDA; TOLEDO, 2014).
A metodologia deve ser envolvida por ludicidade; independente-
mente da escolha metodológica, espera-se que a aula de trampolim seja 
dinâmica e conte com estratégias que permitam ao aluno o maior tempo 
de vivência no aparelho. É interessante organizar atividades de solo, brin-
cadeiras, jogos e circuitos para quando o aluno não estiver no trampo-
lim. A quantidade de trampolins na maioria das vezes não corresponde ao 
número de alunos, portanto o tempo de permanência neles deve ser curto, 
mas todos devem passar por eles muitas vezes na aula.
– 147 –
Fundamentos e procedimentos de ensino-aprendizagem das ginásticas
Merida e Toledo (2014) sugerem que o professor tenha alguns conhe-
cimentos antes de iniciar o trabalho com a ginástica de trampolim, como a 
necessidade de ensinar os elementos viáveis de acordo com as condições 
materiais e humanas, não permitir que os alunos saltem sem seres assisti-
dos de perto, uma vez que há risco de queda, assim como não permitir a 
execução de saltos mais complexos no início das aulas. Há a necessidade 
de motivação entre professores e alunos; independentemente do nível 
de rendimento, devem ser oferecidas possibilidades de criação de séries 
livres, contemplando movimentos já apreendidos. Por fim, a preparação 
física merece lugar de destaque, sendo desenvolvida de forma lúdica no 
decorrer das aulas.
Nesse contexto, apresentamos uma possibilidade de aula com dura-
ção de 1 hora, tendo como conteúdo o mortal para frente e estabelecendo 
como objetivo compreender os aspectos fundamentais para a realização 
do movimento. Primeiramente, deve acontecer uma conversa sobre o tema 
da aula; em seguida, deve-se propor um aquecimento com uma atividade 
lúdica, como um “pique-ginastica”, em que os alunos devem, na situação 
de perigo, posicionar-se de acordo com algum movimento gímnico. Após 
isso, pode-se propor um alongamento em duplas.
A primeira atividade é “mestre mandou”, em que um aluno no tram-
polim deve realizar o rolamento de frente; os demais no solo também rea-
lizam a execução, fazendo um rodízio até que todos façam a atividade no 
trampolim. Na segunda parte, o professor questiona os alunos quanto à 
atividade anterior e, de acordo com as respostas, apresenta possibilidades 
para a execução do mortal de frente. No terceiro momento, é apresentado 
o educativo relacionado ao mortal de frente em trios, com um aluno posi-
cionado de cada lado do executante, dando o suporte necessário. Todo o 
grupo deve realizar a atividade no solo e no trampolim acrobático com o 
auxílio do professor.
Em seguida, deve ocorrer a preparação física com foco em exercícios 
abdominais – sempre que possível em uma perspectiva lúdica. Por fim, deve 
ser realizada uma conversa, na qual o professor resgata os momentos da 
aula, as técnicas de movimento e os pontos mais importantes. Os alunos 
devem participar de forma efetiva desse momento, demonstrando interesse.
Ginástica
– 148 –
7.5.4 Ginástica rítmica
A ginástica rítmica (GR) conta com vários estudos quando o assunto 
é sobre propostas pedagógicas de ensino ou aperfeiçoamentos. Pereira 
(1999), Laffranchi (2001), Toledo (2014) e Paoliello e Toledo (2010) con-
templam em suas pesquisas essa temática na perspectiva de fundamentos, 
métodos, estratégias de ensino e até possibilidades de atividades. Toledo 
(2014) afirma que essas publicações partem de uma perspectiva pautada 
nos eventos da área e que é necessário um olhar pedagógico com relação 
à prática do professor, e que o processo de ensino-aprendizagem deve ser 
fundamentado no educar para a autonomia.
Nesse contexto, Toledo (2014) apresenta os elementos necessários 
ao ensino da ginásticaem uma perspectiva crítica. O primeiro deles é a 
rigorosidade metódica, em que o professor é autoridade no processo de 
ensino-aprendizagem, mas não autoritário, e os conteúdos não devem ser 
um conhecimento imutável – o aluno deve se posicionar, apresentar possi-
bilidades críticas e criativas, sempre reinventando os movimentos. O pro-
fissional deve ter a diretividade dos processos, proporcionando momentos 
de criação de movimentos, considerando as experiências dos alunos e pro-
movendo momentos de escolhas quanto a movimentos, músicas, coreo-
grafias, materiais ou aparelhos, tornando a prática mais significativa para 
o praticante.
O processo de ensino-aprendizagem exige pesquisa, por isso a forma-
ção continuada de um professor/formador é determinante para que a prá-
tica seja efetiva. Toledo (2014) prevê que o profissional realize atividades 
investigativas sobre GR em sites, blogs, vídeos, bancos de dados, cursos a 
distância. O respeito e a consideração aos conhecimentos prévios dos alu-
nos, bem como o estímulo à criticidade e o apreço pela ética e pela estética 
devem nortear a prática, concebendo os elementos como essenciais a sua 
práxis no ambiente escolar ou no campo esportivo.
Uma aula que tenha como temática a GR e que se proponha a ser 
crítica e de fato contribuir para a formação dos ginastas não pode ser 
engessada e aplicada a qualquer público; no entanto, alguns momentos 
são essenciais para que contemple os objetivos estabelecidos. O primeiro 
deles é o momento inicial, com uma fala que pode ser uma roda de con-
– 149 –
Fundamentos e procedimentos de ensino-aprendizagem das ginásticas
versa, na qual são relembrados momentos dos encontros anteriores e apre-
sentadas as perspectivas para o atual momento. Em seguida, são realizadas 
atividades, preferencialmente de caráter lúdico, que devem ser escolhidas 
considerando o tema da aula e com objetivo voltado a aquecimento e alon-
gamento; em caso de iniciação esportiva, também pode contar com ativi-
dades de preparação física.
O segundo momento deve ser voltado, a princípio, para uma expe-
rimentação orientada, em que os alunos demonstram suas percepções 
sobre o conteúdo a ser apreendido. Aos poucos, o professor faz interven-
ções, direcionado para a sistematização do conhecimento. Em seguida, 
apresenta o conceito esperado e as possibilidades, e a turma tende a 
vivenciá-las de forma orientada, conhecendo e dominando o gesto téc-
nico do movimento.
Ao fim desse momento, deve-se destinar um período para que os 
ginastas aprimorem seus movimentos e séries, incorporando as lições 
apreendidas na aula, quando podem também criar coreografias usando 
esses conhecimentos. No caso de turmas de iniciação esportiva, espera-
-se que essa etapa seja destinada ao treino em grupos ou individualmente, 
mas tendo como foco o aprimoramento do gesto técnico e a preparação de 
apresentações para competições.
Por fim, deve acontecer a desaceleração da aula, com atividades rela-
cionadas a alongamento e relaxamento, e a promoção de uma segunda 
roda de conversa. Esse momento tem por finalidade a reflexão coletiva 
sobre a aula, seus momentos, como eles contribuíram para a formação, 
o que foi possível aprender, quais foram as dificuldades apresentadas e 
outros fatores que irão subsidiar os próximos planejamentos, conside-
rando uma perspectiva crítica e reflexiva de ensino-aprendizagem. Nesse 
momento, os alunos falam de suas impressões e perspectivas, que também 
são categorias de avaliação que o professor/treinador deve considerar na 
elaboração de suas intervenções.
Atividades
1. Cite as terminologias dos movimentos fundamentais da ginástica:
Ginástica
– 150 –
2. Diferencie os movimentos fundamentais da ginástica: equilíbrio 
e rotação:
3. Quais são as fases de iniciação da ginástica? Escreva sobre elas:
4. Quais são os passos de uma aula de ginástica acrobática apresen-
tados por Merida (2014)?
5. Elabore um plano de aula de ginástica rítmica para uma turma 
de iniciação esportiva com oito meninas de 12 anos de idade. 
Considere os passos necessários para uma aula pedagogica-
mente sistematizada.
8
Preparação de ginastas: 
análise e técnicas de 
execução de práticas 
de aperfeiçoamento 
Ao iniciar o trabalho com a ginástica, é necessário que a 
metodologia contemple o despertar da curiosidade e o interesse 
pela modalidade. Nesse sentido, as atividades desenvolvidas 
precisam ter um caráter lúdico e prazeroso, mas que não dei-
xem de lado os fundamentos principais. Para tanto, é necessário 
conhecer as posturas básicas do corpo na execução de exer-
cícios e o procedimento metodológico mais adequado para o 
ensino desses movimentos.
Ginástica
– 152 –
8.1 Posturas corporais básicas
 2 Estendido: quando tronco, braços e penas se encontram estendidos.
 2 Grupado: as pernas unidas ao tronco flexionado sobre elas 
ou vice-versa, formando um ângulo de 45 graus, aproximada-
mente, na articulação do quadril; os membros superiores abra-
çam o tronco.
 2 Carpado: as pernas unidas, com o tronco flexionado sobre elas 
ou vice-versa, formando um ângulo de 45 graus, aproximada-
mente, na articulação do quadril; os braços estendidos.
 2 Afastado: pernas estendidas e afastadas, com tronco semifle-
xionado entre elas e/ou ereto, braços elevados e/ou na altura 
dos ombros.
Figura 8.1 – Posturas corporais básicas
Fonte: Soler (1982).
8.2 Movimentos básicos da ginástica 
e metodologia de ensino
Existem movimentos básicos que todo ginasta deve aprender, abor-
dados na iniciação esportiva. Cabe ao professor substanciar uma prática 
consciente, promovendo a compreensão do movimento e de sua execução 
e potencializando o processo de ensino-aprendizagem.
 2 Rolamento para frente grupado: é iniciado em pé, com as per-
nas unidas; em seguida elas são flexionadas, e as mãos devem 
– 153 –
Preparação de ginastas: análise e técnicas de execução de práticas de aperfeiçoamento 
ser apoiadas no solo, impulsionando o tronco com os pés e as 
pernas, rolando sobre as costas em posição grupada, finalizando 
em pé. O processo pedagógico pode seguir a seguinte sequên-
cia: rolar (partindo do carrinho de mão, em duplas, em que um 
segura as pernas do outro, que se desloca para a frente com as 
mãos); rolar iniciando ajoelhado sobre um plano elevado (em 
cima de um colchão dobrado); rolar diretamente sobre o col-
chão, finalizando em pé.
Figura 8.2 – Rolamento para frente grupado
Fonte: Soler (1982).
Após o aluno ter conhecimento e realizar uma boa execução do 
movimento para frente grupado, o professor pode contemplar 
variações, como o rolamento tendo início na posição em pé ou 
a finalização com a elevação em uma perna, aumentando o grau 
de dificuldade. Outras possibilidades também podem ser estimu-
ladas, como rolamento com salto de meio giro, com as pernas 
estendidas ou saltado (pequena corrida que antecede a chamada 
com os pés juntos à impulsão dos membros inferiores). É inte-
ressante que o estudante, ao dominar o movimento, possa criar 
outras possibilidades partindo do que foi apresentado, e que o 
professor tenha a sensibilidade de promover essa liberdade.
Alguns cuidados devem ser tomados ao pensar o processo de 
ensino-aprendizagem desse movimento, e os principais erros 
devem ser corrigidos no intuito de evitar acidentes e melhorar 
a eficiência de execução do exercício. Durante o movimento, 
Ginástica
– 154 –
a cabeça elevada deve ser ajustada; a ação correta do rola-
mento deve ser com o queixo encostado no peito – é interes-
sante pedir ao aluno que coloque um papel ou lenço sob o 
queixo, segurando-o durante o movimento. Os joelhos afasta-
dos devem ser arrumados colocando-se um objeto leve entre 
eles. O corpo não grupado pode ser corrigido solicitando ao 
aluno que abrace as pernas e realize a balancinha (balanceio 
parecido com uma gangorra).
 2 Rolamento para trás grupado: conhecido como essencial para 
a execução de elementos de maior complexidade, inicia-se na 
posição em pé, flexionando as pernas e rolandopara trás com 
o corpo grupado, apoiando as mãos no solo ao lado da cabeça 
com os dedos voltados para trás e os polegares voltados para os 
ouvidos. No ato de rolar, o ginasta deve empurrar o solo com as 
mãos até a posição agachada.
O processo pedagógico do movimento deve começar com uma 
atividade educativa ou que faça alusão ao rolamento para trás, 
conhecido como balancinha. Em seguida, deve ser contemplada 
a aprendizagem da posição das mãos, sendo um determinante 
para a execução satisfatória. Em seguida, rolar a partir da posição 
deitada, sobre um plano inclinado (pode ser um banco sueco). A 
atividade pode ser dificultada, sendo requisitado ao educando 
que role partindo da posição sentada sobre o plano inclinado e, 
por fim, partindo da posição em pé.
Figura 8.3 – Rolamento para trás grupado
Fonte: Soler (1982, p. 15).
– 155 –
Preparação de ginastas: análise e técnicas de execução de práticas de aperfeiçoamento 
Após a execução correta do movimento, o professor deve propor 
algumas variações, o que proporciona uma ampliação do reper-
tório de movimentos corporais do executante. Deve ser reali-
zado o rolamento da posição sentada com as pernas estendidas, 
para a posição de equilíbrio, carpado e concluído com o afasta-
mento de pernas.
Entre os principais erros de execução, o treinador deve observar 
se há extensão de cabeça e, se existir, buscar formas de repousá-
-la no esterno. Outra falha comum é o afastamento dos joelhos 
do peito, que pode ser ajustada realizando o movimento de 
balança para trás na posição grupada. O posicionamento incor-
reto das mãos, devido ao afastamento dos cotovelos, deve ser 
arrumado solicitando ao executante que aperte o cotovelo pró-
ximo ao ouvido ao executar o rolamento.
 2 Parada de três apoios (ou parada de cabeça): exercício de 
apoio invertido, que se inicia apoiando as mãos e a parte ante-
rior da cabeça no solo, formando um triângulo. O executante se 
coloca em posição invertida com o corpo ligeiramente oblíquo.
Figura 8.4 – Parada de três apoios
Fonte: Soler (1982, p. 19).
É necessário identificar os possíveis erros cometidos durante a 
execução. O primeiro deles é apoiar a cabeça, e não a testa, no 
Ginástica
– 156 –
início da execução da parada de três apoios; isso deve ser ajus-
tado lembrando ao aluno que ele deve apoiar a testa, formando 
um triângulo. Outro problema comum é a não distribuição 
equivalente do peso do corpo em três apoios, cuja correção con-
siste em orientar a contração muscular de glúteo e abdômen. Há, 
ainda, a falha recorrente de deixar os cotovelos deslocados para 
os lados (abertos); a correção consiste em demonstrar a necessi-
dade do posicionamento correto do cotovelo para a estabilidade 
do movimento.
 2 Parada de mãos (ou parada de dois): diferencia-se da parada 
de três apenas pelo posicionamento das mãos, e não do apoio 
da cabeça no solo, definindo-se por manter o equilíbrio estático 
sobre elas, com os braços paralelos e estendidos, formando uma 
linha reta perpendicular ao chão.
Na parada de mãos, os erros mais cometidos 
estão relacionados ao passo de chamada curto, 
que deve ser corrigido orientando o executante 
a se afastar um pouco mais do apoio vertical. 
O segundo problema é a posição afastada das 
mãos, que devem ser posicionadas no solo 
seguindo a linha dos ombros. O terceiro erro 
recorrente está relacionado à flexão dos coto-
velos na execução do movimento, para o qual 
se deve orientar quanto à posição correta, que 
remete a empurrar o solo. Uma atividade que 
pode ser proposta é a execução do movimento 
em frente a uma parede, com o auxílio do pro-
fessor, procurando o alinhamento dos ombros 
na vertical.
Os dois movimentos são mais complexos que os rolamentos, e 
para sua execução o aluno deve saber realizar os rolamentos para 
frente e para trás, apresentar habilidades motoras gerais e ter uma 
formação corporal mínima. Partindo dessas condições, o professor 
pode começar o processo pedagógico, em que o aluno ajoelhado 
apoia as mãos e o terço anterior da cabeça no colchão, formando 
Figura 8.5 – 
Parada de dois 
apoios
Fonte: Soler 
(1982, p. 19).
– 157 –
Preparação de ginastas: análise e técnicas de execução de práticas de aperfeiçoamento 
um triângulo (equilátero). Nessa situação, o ginasta deve tentar se 
equilibrar, apoiando os joelhos no cotovelo (popular elefantinho), 
e com ajuda fazer um pequeno pino de cabeça; em três apoios e 
próximo a uma parede ou a um colega, executar a parada de três 
apoios e estender os membros inferiores (MMII) gradativamente 
até conseguir o equilíbrio e a subida de forma completa.
Já o processo pedagógico da parada de mãos consiste em car-
rinho de mão e chutes com as pernas flexionadas. Sem se des-
locar, apoiar as mãos no solo à frente do corpo, na largura dos 
ombros, com os braços estendidos, uma perna em frente à outra, 
flexionando um pouco a perna da frente e lançando a perna de 
trás estendida para o alto, com a outra perna lançada logo após 
a primeira. A perna que foi laçada primeiro desce na frente, em 
direção ao solo, acompanhada logo a seguir da outra. O movi-
mento se assemelha ao de uma tesoura com as pernas no ar. O 
aluno deve dar sucessivos “chutes” alternados com as pernas e 
os braços estendidos.
Na parada com apoio na parede ou com o suporte de um colega, 
é importante ajudar a chegar na posição invertida, conduzindo-o 
pela coxa lançada. Ao estar na posição de apoio invertido, a sus-
tentação deve ser feita segurando-se com ambas as mãos no tor-
nozelo do aluno, pedindo que abaixe a cabeça e encaixe o qua-
dril para a perfeita execução do movimento. Em seguida, deve 
soltar uma das pernas e depois a outra, para que volte à posição 
em pé ou que coloque o queixo no peito e abaixe um pouco os 
braços, fazendo um rolamento e voltando à posição em pé. O 
ideal é que duas pessoas façam a ajuda, cada uma apoiando um 
lado, segurando no tornozelo e no quadril. Caso o indivíduo não 
consiga lançar as pernas, o apoiador deve ajudá-lo a levantar 
e em seguida dar o apoio normalmente; por fim, a parada com 
apoio e sobre aparelhos.
 2 Estrela (roda): classificada como elemento de ligação, sendo 
um dos mais executados entre as crianças e, portanto, mais 
conhecidos. Parte da posição em pé, com os braços elevados, 
dando um passo à frente, flexionando-se a perna de impulsão, 
Ginástica
– 158 –
apoiando as mãos no solo na mesma direção do pé que está à 
frente impulsionando a outra perna, passando pelo apoio inver-
tido, mantendo as pernas afastadas até a perna de elevação tocar 
o solo.
Figura 8.6 – Estrela
Fonte: Soler (1982, p. 25).
O processo pedagógico da estrela consiste em, primeiramente, 
ultrapassar um plano elevado, apoiando as mãos com os braços 
estendidos e as pernas alternadas, ultrapassando o plano ele-
vado, mantendo os braços estendidos. Em seguida, executar a 
roda sobre um círculo traçado no solo com 1,20 metro de diâme-
tro, aumentando gradativamente. Outra opção é ultrapassar uma 
corda inclinada, apoiando as mãos do outro lado dela, lançando 
as pernas alternadamente. Para ajudar na execução da estrela, 
pode-se auxiliar o executante com a tomada cruzada pelas 
costas. A estrela pode proporcionar ao ginasta variações desse 
movimento, como a realização com a junção das pernas, com 
um quarto de volta, com uma mão e precedida por uma corrida 
ou por um voo.
Alguns erros podem acontecer em decorrência da execução do 
movimento, como passo muito curto; o professor pode corrigir 
o movimento orientando o aluno a dar um passo de chamada 
maior no plano horizontal. Outra falha facilmente identificada 
é o posicionamento de mãos e pés não alinhados na mesma 
direção, cuja correção pode ser feita executando a estrela sobre 
uma linha.
– 159 –
Preparação de ginastas: análise e técnicas de execução de práticas de aperfeiçoamento 
 2 Rodante (ou rodada): consiste em uma corrida suave com pré-
-salto baixo e longo, movimento simultâneo, de braços abaixo, à 
frente e acima, até ficarem estendidosao alto com os ombros em 
posição alongada. O braço oposto à perna de chamada fica mais 
alto, o outro mais recuado, e por baixo daquele ambas as mãos 
viradas para o lado da perna de chamada. O passo da chamada 
deve ser longo e a colocação das mãos bastante à frente, com 
junção das pernas logo após a passagem na vertical. Os braços 
ficam estendidos, com os ombros alongados e os pulsos esten-
didos para dar impulsão de braços e voo antes de tocar o chão; 
a chegada se dá com os pés juntos, virada para o lado da corrida 
com uma ligeira flexão de joelhos.
Figura 8.7 – Rodante
Fonte: Soler (1982, p. 31).
O processo pedagógico do rodante consiste em, primeiramente, 
executar a parada de mãos (ligeiramente afastadas) contra uma 
parede. Em seguida, realizar a estrela apoiando a mão cor-
respondente à perna de impulsão na extremidade do plinto e 
a segunda mão no plano inferior. Depois disso, a realização 
da estrela com um quarto de giro, com junção das pernas na 
posição vertical e execução completa do rodante com ajuda. 
Levando-se em consideração a complexidade do movimento, 
são possíveis duas variações: rodante curta, em que a projeção 
do centro de gravidade fica atrás dos pés no momento da che-
gada e o corpo fica em desequilíbrio para trás; e rodante com-
prido, em que a posição do centro de gravidade fica à frente 
dos pés no momento da chegada, provocando uma impulsão 
para cima.
Ginástica
– 160 –
8.3 Possibilidades diversificadas de movimentos 
gímnicos: ênfase na ginástica artística
 2 Reversão ou salto com as mãos: inicia-se o impulso com os 
dois pés e finaliza-se também com os dois pés.
Figura 8.8 – Reversão ou salto com as mãos
Fonte: Soler (1982, p. 33).
 2 Reversão com as pernas alternadas: inicia-se com o impulso 
de um pé e finaliza-se com os dois pés.
Figura 8.9 – Reversão com as pernas alternadas
Fonte: Soler (1982, p. 38).
 2 Reversão com as pernas afastadas: inicia-se com o impulso 
em um pé e finaliza-se com as pernas separadas.
Figura 8.10 – Reversão ou salto com as mãos
Fonte: Soler (1982, p. 40).
– 161 –
Preparação de ginastas: análise e técnicas de execução de práticas de aperfeiçoamento 
 2 Flic-flac: a posição inicial é de costas para o plano em que se 
executará o exercício; há flexão dos joelhos para se ter a extensão 
explosiva dos pés, dos joelhos e do quadril. Em seguida, há o 
impulso para trás e para cima até chegar à posição de apoio inver-
tido com os braços e os ombros estendidos, possibilitando o apoio 
invertido, que fará a repulsão de braços para a chegada ao solo.
Figura 8.11 – Flic-flac
Fonte: Soler (1982, p. 44)
 2 Mortal para frente grupado: inicia-se com a impulsão no solo 
com ambos os pés, em uma posição projetada para frente; há a 
fase de voo com a elevação do quadril, levando os ombros aos 
joelhos, executando um giro grupado no ar. Há o término da fase 
de voo e o início da extensão dos braços, das pernas e do quadril 
para a finalização em pé.
Figura 8.12 – Mortal para frente grupado
Fonte: Soler (1982, p. 47).
 2 Mortal para trás grupado: inicia-se na posição em pé, impul-
sionando com ambos os pés e lançando os braços para cima até a 
Ginástica
– 162 –
articulação dos ombros; no ápice ascendente, leva-se os joelhos 
ao peito, grupando e girando o corpo para trás e estendendo para 
finalizar em pé.
Figura 8.13 – Mortal para trás grupado
Fonte: Soler (1982, p. 48).
Os exercícios acrobáticos apresentados são indispensáveis para a 
composição coreográfica de ginástica, sobretudo artística, pela veloci-
dade que podem proporcionar. Esses movimentos possibilitam a ligação 
com outros elementos e variações, como sem as mãos, com uma mão 
ou sem sequência acrobática, privilegiando a pontuação final de acordo 
com a dificuldade de execução. Os movimentos apresentados até aqui são 
importantes para compor uma sequência mista de exercícios que podem 
ser aplicados desde a iniciação, sendo, por exemplo, uma sequência mista 
para solo composta de estrela, salto afastado, rolamento para trás e finali-
zação com avião.
Apesar de extensa, a montagem coreográfica em ginástica artística 
não é difícil. Em sua elaboração, devem ser considerados elementos 
ginásticos, acrobáticos, sequências coerentes e escolha da música. Outro 
passo importante é observar as exigências do código de pontuação, no 
caso de ginastas em fase de aperfeiçoamento ou em alto nível. A criação 
coreográfica está presente na ginástica artística desde a iniciação, com a 
elaboração de coreografias rudimentares, contando com exercícios acro-
báticos isolados, equilíbrios simples e pequenos saltos.
Com a evolução do ginasta, a execução vai se tornando mais com-
plexa, à medida que são acrescidas pequenas ligações acrobáticas e saltos 
– 163 –
Preparação de ginastas: análise e técnicas de execução de práticas de aperfeiçoamento 
de maior amplitude e valor. Assim, cabe ao professor conhecer diferen-
tes procedimentos metodológicos de criação coreográfica e atividades 
alternativas para a elaboração efetiva de treinamento nos âmbitos físico 
e desportivo relacionado a essa modalidade. O processo de aprendizagem 
não deve se reduzir apenas às coreografias, mas sim abordar a gama de 
atividades e suas variações, que podem ser aplicadas ao treinamento ou à 
educação física escolar.
8.4 Preparação e treinamento de ginastas: 
um olhar sobre a periodização
Consideraremos o termo treinamento como um conjunto planejado e 
organizado de meios para conduzir um ginasta ao pleno desenvolvimento 
de suas capacidades físicas, técnicas e psicológicas, visando à máxima 
performance durante as competições (FONSECA, 2011). Assim, existe a 
necessidade de elaboração de um planejamento sistemático, prevendo as 
atividades a serem desenvolvidas tendo em vista um objetivo predetermi-
nado. Essa organização deve ser conduzida por princípios científicos, para 
garantir modificações que vão interferir no rendimento do ginasta. A per-
formance esperada deve contemplar as formas física, técnica e psicológica 
com máxima eficiência, também ligada à capacidade individual de absor-
ção do treinamento e à predisposição genética.
Um campeão em ginástica precisa ter corpo, mente e aptidões psi-
comotoras essenciais ao esporte (TUBINO, 1984). A performance ideal 
somente será alcançada se estabelecida a relação entre treinamento com-
pleto e eficiente ao indivíduo com potencialidades físicas mais favoráveis 
à modalidade. O treinamento de alto rendimento é um processo complexo 
que envolve vários fatores e situações de trabalho, tendo com gênese o 
relacionamento humano, em que todas as especificidades do sujeito devem 
ser consideradas, sejam capacidades, sejam limitações. Requer planeja-
mento e sistematização orientados por princípios científicos e pela experi-
ência adquirida pelo treinador em suas práticas, resultando no crescimento 
qualitativo do praticante.
Cabe ao professor objetivar o maior rendimento, identificando e mobi-
lizando o potencial de cada indivíduo para possibilitar seu desenvolvimento. 
Ginástica
– 164 –
Para atingir o alto nível de performance, o ginasta deve ser submetido a car-
gas elevadas de treinamento, com muita disciplina, fazendo dele uma parte 
efetiva de sua vida. Ao elaborar um treino, o profissional deve definir objeti-
vos e métodos que serão utilizados para atingir os objetivos, que devem ser 
pensados para além de competições, para a vida, para as relações que vão se 
estabelecer na manutenção de uma vida saudável física e psicologicamente, 
levando em consideração os objetivos psicomotores, cognitivos e afetivos.
Os objetivos psicomotores contemplam o desenvolvimento dos condi-
cionantes da performance, como qualidades físicas imprescindíveis à prática 
da ginástica e o aprimoramento das técnicas de execução de movimentos 
corporais ou manuseio de aparelhos. Já o objetivo cognitivo visa propor-
cionar a aprendizagem dos conteúdos de ordem técnica e tática substanciais 
para a ginástica, proporcionando ao executante entendimento domovi-
mento que está sendo realizado e a possibilidade de execução com maior 
eficiência. Os objetivos afetivos envolvem o desenvolvimento dos fatores 
emocionais do ginasta, sendo determinantes da performance, como obsti-
nação, coletividade, autoconfiança, autodomínio e foco (WEINECK,1999).
Partindo desses objetivos, determinam-se os métodos de trabalho 
para o alcance deles, com procedimentos práticos, como atividades desen-
volvidas para essa finalidade. Toda e qualquer prática de treinamento 
repousa sob os princípios científicos do treinamento desportivo em busca 
do alto rendimento desportivo, que devem estar inter-relacionados para a 
construção de uma base sólida de preparação integral de um ginasta, com 
subsídios técnicos para o desenvolvimento dos processos de treino.
Os princípios científicos do treinamento se fundamentam nas ciên-
cias pedagógicas e biológicas, em que a utilização dos princípios facilita 
a seleção de conteúdos, métodos e formas de organização do treinamento 
desportivo (GOMES, 1999). Os princípios são comuns a todas as moda-
lidades esportivas e finalidades, determinando o programa e o método 
recrutado para a organização do treinamento, fornecendo ao professor 
parâmetros para a elaboração de planejamentos.
Para a prática da ginástica, é possível identificar seis princípios de 
treinamento necessários a seu pleno desenvolvimento e ao alcance de 
objetivos de alto rendimento (LAFFRANCHI, 2005):
– 165 –
Preparação de ginastas: análise e técnicas de execução de práticas de aperfeiçoamento 
1. individualidade biológica – explica a diversidade existente 
entre os seres humanos e garante que cada pessoa é singular, 
biologicamente falando; a diferença tem origem no conjunto 
de características reveladas pelo genótipo (carga genética 
transmitida à pessoa até o nascimento) acrescidas pelo fenó-
tipo (características adquiridas por meio da interação do indi-
víduo com o ambiente).
Deve-se selecionar ginastas considerando seu genótipo e seu 
desenvolvimento no treinamento para otimizar o fenótipo, 
pois apenas o genótipo não é capaz de garantir performances 
excepcionais. Nesse contexto, os atletas de maior rendimento 
esportivo são aqueles que apresentam baixa estatura, baixo peso 
corporal e corpo relativamente forte, que permite maior proxi-
midade com o centro de gravidade e a consequente execução de 
movimentos com maior facilidade (ver mais sobre a questão do 
fenótipo adequado para a prática esportiva da ginástica no Capí-
tulo 9). É necessário haver um treinamento efetivo, com meto-
dologias que possibilitem a adaptação orgânica para a garantia 
de resultados desportivos.
2. adaptação – relaciona-se à capacidade de resposta do ginasta 
aos estímulos que recebe, possibilitando a construção de rela-
ções que garantem ao organismo contínuas adaptações a novas 
situações. O desempenho significativo é resultado de planeja-
mento, em que o atleta tenta se adaptar às exigências do des-
porto; assim, quanto maior é o grau de adaptação, melhor é o 
desempenho (BOMPA, 2002). O treinamento físico é capaz de 
quebrar o equilíbrio do organismo e promover modificações 
relevantes ao desenvolvimento, e as respostas são sempre pro-
porcionais a intencionalidade do estímulo. Portanto, é necessá-
rio que o treinador dose o estímulo para que ele seja efetivo, 
pois se for leve não causará mudanças e se for muito forte pode 
gerar lesões.
3. sobrecarga – estímulos que produzem desgastes no organismo 
e, após o término do trabalho, têm por objetivo restabelecer a 
homeostase; o tempo de recuperação é diretamente proporcional 
Ginástica
– 166 –
à intensidade do estímulo ou à carga de trabalho aplicada. O 
organismo deve se restituir do desgaste provocado pela ativi-
dade física garantindo a homeostase e se preparando para sofrer 
cargas mais intensas de trabalho, que devem ser aplicadas no 
ápice do período de estruturação, elevando o limite de adaptação 
do ginasta e garantindo sua evolução (DANTAS, 1985). Essa 
evolução esportiva está ligada à correta relação entre as cargas 
de treino aplicadas e as pausas entre as sessões e o treinamento 
– o comportamento biológico normal deve ter equilíbrio entre o 
gasto e a reposição energética. O princípio da sobrecarga pode 
ser aplicado sobre duas variantes do treinamento: volume (quan-
tidade) e intensidade (qualidade). Laffranchi (2005) apresenta 
na ginástica rítmica o volume como a quantidade de repetições 
de determinado movimento e a intensidade como a quantidade 
de execuções perfeitas do movimento.
4. interdependência (volume-intensidade) – remete à relação entre 
duas variáveis do treinamento (volume e intensidade), indispen-
sáveis para a evolução do processo de treinamento. A sobrecarga 
é fundamental para o desenvolvimento do ginasta, resultante de 
um volume e de uma intensidade de trabalho, em que a predomi-
nância deve ser determinada pela periodização do treinamento. 
Tubino (1984) afirma que, para um treinamento ser eficiente, 
deve-se saber que nenhum organismo suporta a execução de um 
trabalho intenso por muito tempo, portanto é necessário dosar a 
intensidade dos estímulos, aplicando a carga sobre apenas uma 
das variáveis, considerando o objetivo e o nível de treinamento do 
ginasta. Na periodização de treinamento, cada etapa tem objeti-
vos a serem alcançados; partindo deles, recruta-se a variável a ser 
aplicada e a sobrecarga de estímulos, visando de forma progres-
siva à melhor performance em determinando período, que poderá 
culminar com as competições (DANTAS, 1985).
Progressão no volume: aumento do número de repetições de 
elementos isolados de uma composição, aumento do número de 
repetições de partes de uma composição, aumento do número de 
exercícios utilizados na preparação física, maior duração do traba-
– 167 –
Preparação de ginastas: análise e técnicas de execução de práticas de aperfeiçoamento 
lho da preparação física, maior diversificação dos elementos cor-
porais e do aparelho, aumento das horas diárias de treinamento.
Progressão na intensidade: execução de repetições de elementos 
isolados das coreografias de forma precisa, aumento do número 
de repetições de exercícios inteiros, execução de exercícios de 
forma precisa, aumento da velocidade de execução da prepa-
ração física, execução sem falhas dos elementos utilizados na 
composição, redução de intervalos entre os exercícios inteiros.
5. princípio da continuidade – explica a necessidade de sistema-
tizar o treinamento, evitando interrupções no trabalho desenvol-
vido. Como o treinamento prevê aplicação progressiva de car-
gas de trabalho que deverão ser assimiladas pelo organismo, é 
necessário que haja continuidade, para que tenha efeito. A pausa 
é interessante para a recuperação do organismo em relação aos 
estímulos durante o trabalho; nesse sentido, sono, alimentação 
e descanso são fundamentais. Esse intervalo deve ser propor-
cional à intensidade do estímulo aplicado, no entanto Fortaleza 
(2001) afirma que uma pausa superior a 48 horas pode compro-
meter o sucesso do treinamento e levar à involução do estado 
físico. Assim, para que o princípio da continuidade atinja plena 
eficiência, é necessário aplicar uma nova carga antes que o orga-
nismo alcance o nível de homeostase inicial.
6. princípio da especificidade – explica a necessidade de planeja-
mento do treino obedecendo aos objetivos específicos da perfor-
mance desportiva, contemplando as qualidades físicas, o sistema 
energético dominante, a coordenação e o gesto técnico exigido 
para a modalidade. Um treino específico é efetivo no organismo, 
pois ele sempre se adapta ao estímulo oferecido. O princípio da 
especificidade é determinante na obtenção de grandes perfor-
mances e deve ser voltado para a prática específica.
8.4.1 Componentes do treinamento desportivo
O treinamento desportivo de rendimento é composto por quatro 
preparações fundamentais (física, técnica, tática, intelectual e psicoló-
Ginástica
– 168 –
gica), que devem ser controladas considerandouma adequação de fatores 
influenciadores que podem intervir no sucesso do treino: materiais des-
portivos, espaço, clima e outros. A organização de um treinamento deve 
ser fundamentada na união e na harmonização dos trabalhos planejados 
no âmbito das quatro preparações; essa sincronia é importante no treina-
mento, e é muito difícil determinar de forma precisa os limites de cada 
uma das vertentes da preparação (TUBINO, 1984). Os componentes pre-
cisam ser desenvolvidos de forma interrelacionada, considerando a impor-
tância da correlação entre os treinamentos físico e técnico.
8.4.1.1 Preparação física
É um dos componentes do treinamento que visa ao desenvolvimento 
das qualidades físicas básicas do desporto, sendo de grande relevância 
no alto rendimento, evidenciando expressivos resultados em competições 
e qualificando as execuções (LEBRE, 1997). Na ginástica, a preparação 
física é dividida em dois aspectos: física geral, destinada ao desenvol-
vimento do potencial do ginasta no conjunto das qualidades físicas de 
base; e física específica, destinada tanto ao desenvolvimento das qualida-
des físicas particulares da modalidade como da melhoria da qualidade de 
execução dos elementos corporais (BROCHADO; BROCHADO, 2005).
O planejamento da preparação física para uma temporada exige a 
identificação de qualidades físicas e a adequação do trabalho dessas com-
petências aos objetivos formulados para cada etapa do treinamento. Esse 
exercício é importante pois, apesar de trabalhar todo o potencial do ginasta 
por meio de um condicionamento físico global, aumentando a capacidade 
fisiológica do treinamento, é necessário direcionar a preparação física para 
as principais valências da modalidade, garantindo o princípio da espe-
cificidade (MONTEIRO, 2000). A preparação física deve garantir que o 
ginasta tenha um ganho substancial nas qualidades físicas desejadas, com 
um trabalho voltado aos movimentos específicos do esporte como meio 
de treinamento.
As qualidades físicas essenciais ao desenvolvimento são coordena-
ção, ritmo, equilíbrio, resistência (anaeróbica, muscular localizada e aeró-
bica), agilidade e força explosiva (LISITSKAYA, 1995). A preparação 
física geral deve complementar o trabalho desenvolvido pela preparação 
– 169 –
Preparação de ginastas: análise e técnicas de execução de práticas de aperfeiçoamento 
física específica, dividida em quatro grupos de treino que visam desenvol-
ver qualidades físicas específicas: treino de flexibilidade, de resistência 
muscular localizada, de resistência aeróbica e de potência. Já a preparação 
física específica sofre alterações conforme a modalidade da ginástica, que 
contempla as especificidades da prática no intuito de facilitar a assimila-
ção de fundamentos singulares, pensado sua execução correta e postura 
(LISITSKAYA, 1995).
8.4.1.2 Preparação técnica
Visa à realização dos movimentos ginásticos com a máxima eficiên-
cia e o mínimo esforço (DANTAS, 1985). Para um ginasta atingir o êxito, 
é preciso que ele domine o gesto técnico, desempenhando de forma efi-
ciente e virtuosa um exercício. Quanto maior é a perfeição técnica, menor 
é a energia recrutada para atingir o objetivo; assim, é imprescindível a 
relação entre a excelência da técnica corporal e, em caso de manuseio de 
aparelhos, a apresentação de seu manejo de forma eficiente. Essa relação 
tem sido cada vez mais observada nas avaliações em provas de competi-
ção, sendo a execução um determinante do nível de dificuldade do exer-
cício apresentado.
No caso da realização de coreografias, em seu treinamento alguns 
movimentos são mais complexos que outros, sendo necessário compre-
endê-los desde sua execução técnica até sua integralidade, treinado com 
regularidade e até mesmo fragmentado em movimentos isolados, no 
caso de o ginasta executá-los com erros de forma frequente. O desen-
volvimento mais recomendado da técnica é o do ensino parcial, em que 
primeiramente são instituídos os exercícios mais complexos e poste-
riormente articulados para a execução do movimento completo. Assim, 
pode-se considerar a possibilidade de concentrar a atenção do ginasta 
no movimento em destaque, seu aperfeiçoamento mais detalhado, exe-
cutando-o repetidamente, observando o que não foi assimilado e cor-
rigindo, eliminando a possibilidade de surgimento de erros estáveis 
(LISITSKAYA, 1995).
Para o alcance da perfeição do gesto técnico na execução dos movi-
mentos é necessário que o ginasta realize inúmeras repetições e faça exte-
nuantes correções de cada erro (LISITSKAYA, 1995). O exercício inteiro 
Ginástica
– 170 –
define a composição em sua totalidade, em que os movimentos estão inter-
ligados, geralmente resultados de uma série de 7 a 15 elementos de uma 
composição executados sem interrupção. Ao realizar a preparação técnica, 
calculam-se as cargas que serão aplicadas nas repetições dos exercícios, 
de forma que o trabalho apresente homogeneidade e continuidade de apli-
cação de cargas de treinos, visando ao pico de performance durante as 
competições. A melhoria do desempenho é resultado direto da quantidade 
de trabalho realizado pelo ginasta, sendo necessário o aumento gradual da 
carga de treinamento.
8.4.1.3 Preparação tática
Tem como foco a vitória nas competições, considerando as quali-
dades individuais dos ginastas e as condições das equipes adversárias 
(DANTAS, 1985). Alguns fatores são essenciais para o planejamento da 
preparação tática, entre eles a escolha da música, conforme a necessidade 
da modalidade, a composição dos exercícios, a vestimenta, o penteado e 
a maquiagem, os aparelhos utilizados e o plano de aquecimento antes da 
competição. No caso da ginástica rítmica, a montagem coreográfica é um 
dos principais fatores da preparação tática, cujo sucesso está relacionado 
à criação contínua de movimentos originais, ressaltando as qualidades do 
ginasta e a execução de movimentos. Outro elemento importante é anali-
sar o adversário ou as equipes adversárias, considerando seus pontos for-
tes e fracos em competições ou vídeos, para encontrar estratégias para 
efetivar a performance do atleta (DANTAS, 1985).
8.4.1.4 Preparação intelectual e psicológica
 Ao considerar o atleta em sua integralidade, torna-se evidente a 
necessidade de contemplar algo além das preparações física, técnica e 
tática (DANTAS, 1985). O processo de treinamento é desgastante devido 
às horas de treino e tem como foco o aprimoramento do condicionamento 
nos âmbitos físico, técnico e tático, no entanto os resultados estão intima-
mente ligados às condições psicológicas e intelectuais.
A maioria dos ginastas sofre pressões e ansiedade advindas do com-
promisso de vencer, e isso reflete de forma expressiva na performance 
desportiva, o que pode resultar na inibição de rendimento. O treinador 
– 171 –
Preparação de ginastas: análise e técnicas de execução de práticas de aperfeiçoamento 
precisa promover ações para o atleta responder positivamente aos estímu-
los psicológicos que estarão presentes no treinamento e nas competições, 
conduzindo-o ao máximo de suas capacidades, considerando-o um ser em 
potencial e sujeito aos próprios motivos e emoções. Preparar um ginasta 
para competições é um trabalho árduo e exige essa organização intelectual 
e psicológica (MONTEIRO, 2000).
A preparação intelectual está diretamente relacionada ao nível pré-
vio do ginasta, de sua motivação e de seu preparo físico. O entendi-
mento do treinamento é imprescindível para que o rendimento do atleta 
seja melhor e mais eficiente; para tanto, é necessário que passe por uma 
formação teórica, compreendendo os tipos de preparação física e seus 
benefícios, tendo consciência das exigências das composições, das fal-
tas e da necessidade de satisfazer às necessidades da modalidade. Já a 
preparação psicológica contribui para o estabelecimento dos objetivos 
da preparação intelectual, proporcionando condições mentais para que 
o atleta suporte o treinamento e esteja apto para atingir o máximo de 
suaspotencialidades por meio da mobilização para participar de compe-
tições, atingindo o êxito esperado.
O desenvolvimento do ginasta deve ser guiado pelo psicológico 
esportivo sem deixar de considerar a importância do trabalho em conjunto 
com o técnico, que deve ser o grande motivador do treinamento, realçando 
as qualidades e as atuações (TUBINO, 1984). Pelo mesmo motivo, o trei-
nador deve ser exigente e rígido nos momentos em que o atleta se mostrar 
apático ou indiferente ao treinamento.
8.4.2 Periodização do treinamento
Ao considerar o treinamento desportivo como um conjunto planejado 
e organizado de meios e procedimentos para conduzir o ginasta ao desen-
volvimento pleno de suas capacidades para o sucesso durante as compe-
tições, é necessário definir o planejamento, a organização de atividades 
e o tempo para a execução. A periodização requer a divisão do tempo 
de treinamento, contemplando as fases ou os períodos, de forma clara e 
objetiva, apresentando metas que são, na maioria das vezes, as próprias 
competições (OLBRECHT, 2000).
Ginástica
– 172 –
O objetivo central da periodização é racionalizar o treinamento, para 
que por meio dele os ginastas atinjam o pico de suas formas física e técnica 
durante as competições (MONTEIRO, 2000). Para tanto, é necessário 
planejar e avaliar todas as atividades desenvolvidas no ginásio, mantendo 
o controle sob as variáveis que possam interferir no rendimento dos atle-
tas. O foco do programa de treinamento deve se basear no desempenho do 
ginasta em competições e seu progresso nas fases do treinamento, consi-
derando o calendário de competições. O plano precisa ser simples e flexí-
vel, podendo ser modificado conforme o nível e o desempenho do ginasta 
(BOMPA, 2002).
A periodização deve apresentar tempo delimitado para o preparo de 
um atleta ou de uma equipe, devendo ser dividido em objetivos especí-
ficos a serem alcançados. Cabe ao treinador a elaboração de uma escala 
progressiva de metas, permitindo que os ginastas consigam os melhores 
resultados para a competição desejada. A relação entre o tempo e o obje-
tivo está diretamente ligada ao sucesso de um treinamento de alto rendi-
mento; assim, deve-se partir do calendário anual de competições, selecio-
nando a de maior importância, e em seguida determinado as secundárias, 
que serão preparatórias. O tempo de periodização deve ser determinado 
pela data da competição-alvo, considerando que a ginástica em qualquer 
de suas modalidades prevê um período prolongado de preparação física, 
técnica e tática, e a estruturação da periodização simples ou dupla garante 
uma preparação aprofundada e produtiva aos ginastas.
A periodização pode ser feita de duas formas: simples, que requer a 
existência de apenas uma competição-alvo durante a temporada anual, e 
dupla, que exige dois períodos de competição no ano. Nesse contexto, a 
periodização anual define o número de períodos competitivos, sendo divi-
didos em preparatório, competitivo e transitório.
Quadro 8.1 – Periodização simples
Fonte: adaptado de Bompa (2002).
– 173 –
Preparação de ginastas: análise e técnicas de execução de práticas de aperfeiçoamento 
Quadro 8.2 – Periodização dupla
Observação: : semana da competição-alvo
Fonte: adaptado de Bompa (2002).
8.4.2.1 Período preparatório
Constitui a fase mais extensa da periodização, tendo como foco o 
aumento dos níveis de possibilidades funcionais do organismo e das qua-
lidades físicas necessárias ao desporto, desenvolvendo uma base despor-
tiva sólida para a aquisição da forma competitiva. A esse período é desti-
nado 60% do tempo disponível, sendo de cinco a sete meses (periodização 
simples), reintegrado após o primeiro período de competição (no caso 
da periodização dupla), durando em torno de quatro meses. O período 
preparatório é dividido em básico (para formar uma base física e técnica 
forte, que irá sustentar todo o treinamento) e específica (para desenvolver 
a forma competitiva do ginasta por meio da assimilação e do aperfeiço-
amento dos elementos técnicos da modalidade). No período específico, 
os atletas devem estar preparados para participar das apresentações e das 
competições secundárias, visando à familiarização com o ambiente de dis-
puta, que contribuirá para a aquisição das condições exigidas para uma 
participação efetiva na competição-alvo.
8.4.2.2 Período competitivo
É o momento da participação na competição principal, apresentando a 
forma desportiva alcançada e aperfeiçoando as qualidades físicas e técnicas 
de alta intensidade, corrigindo e controlando as possíveis falhas do ginasta. 
Deve-se dar continuidade ao preparo físico, durando de dois a quatro meses, 
a depender do tipo de periodização. Ao fim dessa etapa, que deve coincidir 
com a prova principal, espera-se que o ginasta ou a equipe alcancem o ápice 
das formas física e técnica com excelente rendimento competitivo.
Ginástica
– 174 –
8.4.2.3 Período transitório
Deve proporcionar recuperação física e mental dos ginastas após os 
esforços a que se submeteram durante a competição. Nessa fase há uma 
perda inevitável de desempenho, uma vez que é necessário reduzir a inten-
sidade e o volume do treinamento; no entanto, essa recuperação precisa 
ser ativa, para não diminuir completamente a condição física. Esse perí-
odo dura de quatro a seis semanas, variando de acordo com o calendário 
da temporada seguinte, em que o ginasta pode iniciar os treinos com uma 
capacidade física melhor do que a apresentada.
Atividades
1. Escolha um movimento da ginástica e descreva sua execução, 
em termos técnicos e com sequência didática para seu ensino:
2. Quais são os fundamentos do treinamento desportivo? Des-
creva-os:
3. Explique o princípio científico do treinamento de individuali-
dade biológica:
4. Quais são os períodos ou as etapas da periodização? Caracterize-os:
5. Esquematize uma periodização para um ginasta, na ginástica 
artística modalidade solo, que terá sua competição-alvo no fim 
de um semestre. Considere a prescrição de exercícios para cada 
uma das três etapas da periodização:
9
Ginástica: formação 
e treinamento do 
ginasta e organização 
de eventos de 
competição
9.1 Formação do ginasta e 
treinamento de longo prazo
O treinamento de longo prazo conta com três momentos, 
tendo como principal objetivo a formação gradual do atleta de 
alto rendimento, proporcionando estímulos à idade biológica e 
respeitando as fases de desenvolvimento fisiológico e maturacio-
nal (WEINECK, 1999). Nesse contexto, para que o atleta atinja 
a formação adequada para participar de competições internacio-
nais, espera-se que ele tenha de 8 anos a 12 anos de treinamento, 
com o desenvolvimento de uma base motora e de seus funda-
Ginástica
– 176 –
mentos desde a infância. Essa capacitação precisa ser estruturada e siste-
matizada, levando em consideração as exigências individuais, seu estágio 
de desenvolvimento e as exigências da modalidade esportiva, garantindo 
o rendimento de alto nível.
É necessário considerar as fases de crescimento de crianças e ado-
lescentes, pois um treinamento intenso e altamente específico leva à 
conquista de resultados imediatos, mas pode acarretar consequências no 
longo prazo.
Na tentativa de obter resultados rápidos, treinadores expõem as 
crianças a treinamentos intensivos e altamente específicos sem se 
preocuparem em desenvolver uma boa base. É como tentar cons-
truir um arranha-céu sem fundação. Obviamente esse erro de cons-
trução resultaria no colapso do prédio. (BOMPA, 2000, p. 02)
Os jovens desportistas que são submetidos a estímulos intensos, 
grandes cargas de treinamento e forte participações em competições já 
alcançaram altos padrões de rendimento esportivos. No entanto, têm a 
possibilidade de chegar à perfeição no desporto praticamente anulada na 
possibilidade de concretização das capacidades individuais. Deve-se pla-
nejar uma preparação plurianual, relacionada à faixa etária na qual o atleta 
vai se apresentar, focando esses resultados.
Existemdiversos modelos de programas de treinamento de longo 
prazo, mas o mais utilizado é divido em três fases. Bompa (2002) apre-
senta a formação básica (geral ou de iniciação), que deve ter como foco o 
desenvolvimento de capacidades relacionadas a coordenação, recrutando 
a realização de movimentos, materiais e métodos, enfatizando a evolução 
multilateral e estabelecendo um amplo repertório de habilidades moto-
ras básicas. A segunda fase, compreendida como formação específica, dá 
ênfase a uma única modalidade e um objetivo gradual visando à maximi-
zação do desempenho esportivo.
A terceira fase remete à concretização das capacidades individuais, 
possibilitando o aumento da carga de treinamento, e tem como foco a per-
formance e a melhoria dos resultados esportivos, mantendo a excelência 
do desempenho pelo maior período possível. Para Bompa (2000), cada 
modalidade tem especificidades e exige o trabalho de determinadas capa-
cidades físicas, técnicas e táticas.
– 177 –
Ginástica: formação e treinamento do ginasta e organização de eventos de competição
Quadro 9.1 – Idade de iniciação esportiva, treinamento avançado e alto rendimento de 
diferentes modalidades
Modalidades 
Esportiva
Com ênfase 
na técnica 
(ginástica 
artística)
Força com 
ênfase da 
velocidade 
(Sprint, 
saltos)
Força com 
ênfase da 
resistência 
(remo)
Natação
Treinamento 
de iniciantes 5-7 anos 8-10 anos 10-12 anos Aprox. 6 anos
Treinamento 
Adiantados
Aprox. 
10 anos 13-14 anos 14 anos Aprox. 9 anos
Treinamento 
Alto-Rendimento
13-15 anos 
(feminino)
18-20 anos 
(masculino)
Aprox. 
18 anos
Aprox. 
18 anos
Aprox. 
14 anos
Fonte: adaptado de Hare (1976) apud Weineck (1999, p. 60).
O tratamento dado a cada fase do treinamento de longo prazo tem dura-
ção definida de acordo com as especificidades da modalidade, mediante os 
recursos disponíveis e considerando a individualidade dos atletas que parti-
ciparão do processo de formação. Esses indivíduos são dotados de objetivos, 
desejos, condições socioeconômicas, idade, tempo de inserção no esporte, 
fase maturacional, entre outras variáveis. Dantas (2006) afirma que não há 
um modelo para a ginástica, havendo várias possibilidades que envolvem a 
condição técnica e as metodologias aplicadas a cada modalidade.
A Federação Internacional de Ginástica (FIG) recomenda o Manual 
Age group development and competiton program for men’s artistic gym-
nastics, em que Fink e Hofmann abordam possibilidades de treinamento. 
Em âmbito brasileiro, Laffranchi (2005) apresenta um trabalho bem com-
pleto na obra Planejamento, aplicação e controle da preparação técnica da 
Ginástica Rítmica: análise do rendimento técnico alcançado nas tempo-
radas de competições, relacionada ao treinamento da ginástica rítmica em 
uma perspectiva completa e contextualizada, que se constitui como proposta 
efetiva de treinamento. Essas obras devem ser visitadas e consideradas por 
apresentarem propostas sistematizadas de treinamento gímnico.
Ginástica
– 178 –
A partir dos elementos apresentados, treinadores ou equipes espor-
tivas montam suas perspectivas de periodização. O modelo proposto 
por Smolevskiy e Gaverdovskiy (1996) é baseado na seguinte sequên-
cia: busca e seleção de talentos, elaboração de etapas e programação de 
resultados. Nesse contexto, foram elaboradas cinco etapas de formação de 
ginastas, sendo a preparação inicial de 5 anos a 8 anos de idade, prepara-
ção especializada de 8 anos a 12 anos, aperfeiçoamento esportivo de 13 
anos a 14 anos e altos resultados entre 15 anos e 19 anos.
É necessário estabelecer a busca gradual da complexidade dos 
conteúdos, com proporção em intensidade e volume dos treinos, até o 
alcance do alto rendimento, finalizando a carreira esportiva após os 20 
anos. Na ginástica, os atletas são mais novos quando comparados aos de 
outras modalidades, sendo essencial o respeito às fases de desenvolvi-
mento maturacional e de crescimento, em que crianças e adolescentes vão 
avançando progressivamente. Tsukamoto, Carrara e Nunomura (2011) 
apresentam os seguintes estágios de formação:
 2 0 ano a 6 anos – o foco é o desenvolvimento de capacidades 
motoras de forma lúdica e desafiadora, estimulando o controle 
corporal, o contato com aparelhos, a socialização, a criativi-
dade e outras competências. Deve ser ofertado amplo repertório 
básico, como andar, correr e rolar, devendo-se propor atividades 
apropriadas à evolução;
 2 6 anos a 7 anos – o prazer, o condicionamento e os funda-
mentos devem ser contemplados, havendo a continuidade do 
desenvolvimento das capacidades motoras básicas e iniciando 
a introdução de algumas habilidades específicas da ginástica. 
Nessa etapa, é preciso estimular o respeito, o convívio social e 
a diversão, dando ênfase às normas de segurança, não focando 
a prática competitiva nem enfatizando aspectos classificatórios 
e evitando o treinamento excessivo de habilidades da ginástica;
 2 8 anos a 9 anos – momento de construção das habilidades da 
ginástica, que se inicia com o direcionamento a alguma modali-
dade gímnica, de acordo com o interesse da criança, mas não se 
dedicando exclusivamente a ela. As capacidades globais devem 
– 179 –
Ginástica: formação e treinamento do ginasta e organização de eventos de competição
ser estimuladas, e há a necessidade de aprimoramento de força, 
coordenação, agilidade, equilíbrio e flexibilidade. O desenvolvi-
mento de movimentos básicos a todas as ginásticas deve ser esti-
mulado, com inserção de grandes aparelhos e aparelho manuais, 
para que a criança os conheça e demonstre interesse por uma 
modalidade que se adeque às habilidades dela. A competição 
não deve ser o foco, mas a participação em disputas menos for-
mais deve estar presentes no fim desse estágio;
 2 9 anos a 11 anos – acontece a especialização em uma ginástica, 
em que a criança avança no treinamento de acordo com a moda-
lidade adequada. No caso da artística, o treino é estruturado para 
a execução de aparelhos próprios, sendo essenciais o prazer e 
a diversão. As capacidades motoras são especificadas, estimu-
lando o desenvolvimento de orientação espacial, velocidade, 
agilidade, potência e flexibilidade na puberdade. A participação 
em competições é mais comum, mas o mais importante é a supe-
ração individual, e os eventos devem ser adequados ao nível de 
habilidade do ginasta. O programa de treinamento precisa ser 
ajustado às necessidades da criança, que deve aprender a reco-
nhecer suas potencialidades e seus limites;
 2 11 anos a 13 anos – torna-se um competidor consistente, que 
se compromete com a atividade. Os fundamentos são consoli-
dados e a ênfase é na performance, buscando nível relevante de 
complexidade. O ginasta está passando pela puberdade, então 
pode haver oscilação em sua performance. Nessa fase também 
se iniciam as competições de nível internacional, regulamenta-
das pela FIG. A exigência de resultados é prevista para o fim 
dessa etapa;
 2 14 anos a 18 anos (ou mais) – o ginasta já é independente e 
se dedica ao aperfeiçoamento constante do gesto técnico e de 
alta dificuldade. A conquista de resultados e o conhecimento das 
regras inerentes às competições, regulamentos técnicos, código 
de pontuação são importantes. É necessário um trabalho inter-
disciplinar, no intuito de garantir um bom rendimento;
Ginástica
– 180 –
 2 a partir dos 16 anos – há excelência internacional, com nível 
de rendimento mais expressivo, maiores níveis de dificuldade da 
ginástica global, em que o ginasta atrai a atenção da mídia e de 
patrocinadores. Deve apresentar séries independentes, com con-
trole do gesto técnico, adaptando-se às adversidades, refinando 
a concentração mental e a habilidade de trabalhar em equipe, 
mantendo o equilíbrio entre a vida pessoal e a carreira esportiva.
Essa proposta é apenas uma alternativa de sistematização que 
garante o mínimo de tempo de cada fase, procurando não adentrar pre-
cocemente os estágios de desenvolvimento; porém esse processo é fle-
xível. O maisimportante nessa organização é a necessidade do aluno, 
respeitando seu crescimento e seu desenvolvimento. Assim, podemos 
caracterizar as fases 1 a 3 como formação básica geral ou iniciação, 
as fases 4 e 5 relacionadas à formação específica e as fases 6 e 7 como 
período de alto rendimento.
9.2 Formação precoce de ginastas
Para Kunz (1994), a especialização precoce é o processo em que a 
criança é introduzida antes da fase da puberdade a um treino planejado e 
organizado, em volume mínimo de três sessões semanais, com objetivo 
de gradual aumento de rendimento, além de participação periódica em 
competições esportivas. Nessa perspectiva,
atividades esportivas realizadas por crianças com menos de 12 
anos de idade, com periodicidade superior a 3 sessões semanais, 
carga horária superior a 2 horas por sessão, competições frequen-
tes e principalmente metodologia voltada para melhoria sistemá-
tica de rendimento. (DARIDO; FARINHA, 1995, p. 59)
Esse treinamento contempla uma concepção intensa, caracterizada 
por baixa idade de introdução, especialização antecipada em um único 
esporte, envolvimento precoce em treinamentos de alta intensidade com 
foco em performance e envolvimento prematuro em competições esporti-
vas. Essa especialização é o treinamento direcionado para as capacidades 
técnico-táticas, orgânico-funcionais e neuromusculares, com o fim de 
alcançar um rendimento elevado.
– 181 –
Ginástica: formação e treinamento do ginasta e organização de eventos de competição
A prática prevê a exigência adiantada da execução de gesto técnico 
com perfeição e eficiência em uma modalidade singular, dando maior 
ênfase à performance do que ao prazer pela prática. Assim, atropela-se uma 
sequência pedagógica que possibilita ao indivíduo a vivência do esporte em 
sua pluralidade de sentidos, sobrepondo as fases de treinamento. Nesse con-
texto, quando a criança se especializa em um esporte antes de ter passado 
por uma formação completa e adequada mediante uma base multilateral, há 
desequilíbrio intenso nos sistemas interno e externo ao indivíduo.
Espera-se que um atleta inicie o processo de especialização somente 
depois de ter vivenciado, por vários anos, atividades completas e participado 
de eventos esportivos, apresentando performance razoável. A diversificação 
esportiva antes da especialização também é importante, contribuindo para 
a ampliação máxima do repertório motor e trazendo outros benefícios da 
prática de diversas modalidades esportivas. Essa variedade dá suporte para 
que o atleta aumente suas chances de sucesso na especialização escolhida.
Jayanthi et al. (2013) consideram que não há estudo suficiente para 
afirmar a teoria de que a diversificação esportiva e a especialização são 
mais eficientes do que a especialização precoce; no entanto, ela diminui 
riscos de lesão, eleva o aproveitamento da modalidade e garante a lon-
gevidade da carreira esportiva. E há uma tendência cada vez mais efe-
tiva de antecipar o treino especializado para atletas de alto rendimento. 
Assim, há consenso na literatura entre a idade de especialização e a idade 
da primeira categoria federada competitiva da modalidade: a maioria dos 
clubes começa o processo de especialização até 24 meses antes da pri-
meira categoria competitiva federada.
A ginástica artística é um dos esportes mais precoces, apresentando 
a primeira categoria competitiva a partir de 7 anos de idade (FIG, 2013). 
Nunomura e Oliveira (2014, p. 314) desenvolveram uma pesquisa em que 
entrevistaram treinadores brasileiros e mediante esses dados afirmam que 
talentos podem ser detectados antes: “os entrevistados apontaram a idade 
cronológica, entre 4 e 6 anos, como um fator norteador do processo de 
detecção, tornando-se um pré-requisito na maioria dos casos”.
A especialização precoce tem sido analisada como tendência que 
garante altos resultados; assim, os clubes seguem essa perspectiva gra-
Ginástica
– 182 –
dual e ascendente de conquista para cada etapa, evoluindo de acordo com 
o que prevê a literatura. No entanto, é percebida a tendência imediatista 
de exigir resultados de rendimento antes mesmo da terceira etapa, como 
podemos perceber na Quadro 9.2.
Quadro 9.2 – Delimitação das etapas de preparação desportiva
DESPORTO 1ª ETAPA 2ª ETAPA 3ª ETAPA
Ginástica Artís-
tica (fem./masc) 6-8 / 8-10 anos 9-10 / 11-13 anos
11-13 / 14-15 
anos
Ginástica Rítmica 6-8 anos 9-10 anos 11-13 anos
Fonte: adaptado de Cafruni, Marques e Gaya (2006).
Alguns treinadores têm privilegiado o alto rendimento antes mesmo 
da terceira etapa, o que remonta a uma perspectiva imediatista de ren-
dimento e resultados esportivos. As motivações pelo processo de espe-
cialização precoce no âmbito esportivo são várias, envolvendo espaço 
sociocultural ou particular à sociedade ao redor. O apoio dos pais é deter-
minante para o início de uma prática esportiva, mas é a figura do treinador 
que aparece como funcional influenciadors para direcionar ao treinamento 
intenso e específico (BAXTER-JONES; MAFFULLI; TOYA, 2003).
A relação entre família, técnico e criança é de maior relevância, por 
serem os principais envolvidos no processo de formação esportiva; por-
tanto, exercem pressão e desejo, tantos os pais quanto os treinadores e 
dirigentes, em busca da vitória. Nos Estados Unidos, a especialização pre-
coce é uma realidade por oportunizar bolsas de estudos em universidades, 
então muitos pais investem na carreira esportiva dos filhos, garantindo um 
estudo futuro (MALINA, 2010).
Nunomura e Oliveira (2014) apresentam, por meio de entrevistas 
com técnicos da ginástica artística, que os argumentos que fundamentam 
a especialização precoce são o regulamento das federações e confedera-
ções que estimulam a prática, a pressão das instituições por resultados e 
a identificação de talentos carentes que podem ser um sucesso esportivo. 
Nenhuma pesquisa aponta o desejo da criança como motivador; para elas, 
o mais importante é a prática e a permanência no esporte, portanto a von-
tade surge do desenvolvimento do indivíduo na modalidade.
– 183 –
Ginástica: formação e treinamento do ginasta e organização de eventos de competição
Deve-se considerar que a especialização precoce também pode acon-
tecer em decorrência da vontade dos próprios ginastas. Os aspectos que 
subsidiam o interesse e o desenvolvimento na modalidade permeiam a 
cultura local, as características socioeconômicas, o sistema político, as 
características da modalidade, o ambiente familiar, a escola, os fatores 
biológicos e ambientais e os desejos e as necessidades da criança. É neces-
sário conceber a complexidade do fenômeno da especialização precoce e 
todos os elementos para pensar seus pontos positivos e negativos.
Os aspectos negativos são, na maioria das vezes, de ordem física e/ou 
psicológica, como aumento do risco de lesões por sobrecarga em crianças em 
fase de desenvolvimento, altos níveis de estresse, possível atraso na menarca, 
risco de distúrbios alimentares, risco de manipulação abusiva de adultos, iso-
lamento social, síndromes de burnout e dropout, entre outros. Os atletas de 
esportes estéticos tendem a uma especialização antecipada, como na ginástica 
artística feminina, com alto risco de sofrerem distúrbios alimentares.
No lado positivo, pode promover a aquisição de habilidades moto-
ras e o favorecimento de oportunidades relacionadas à formação. Darido 
e Farinha (1995) apresentam algumas adaptações fisiológicas interessan-
tes adquiridas na especialização precoce, como hipertrofia do coração, que 
proporciona economia das funções cardiovasculares. Em outra pesquisa, os 
mesmos autores apontam que a carreira iniciada antes tende a se encerrar 
quando o atleta decide se dedicar a outros projetos, mas que a relação com a 
modalidade se mantém, na maioria das vezes, presente na vida do ex-atleta.
No caso da ginástica, a preocupação maior advém das possíveis con-
sequências do treinamento intenso durante o crescimento e o desenvolvi-
mento das crianças. Não existepesquisa científica que comprove efeitos 
negativos do treinamento precoce no crescimento dos seguimentos cor-
porais ou comprometimento endócrino. A estrutura dos ginastas é uma 
condição genética que proporciona a vantagem biomecânica, o que dá 
possibilidade de seleção para o esporte.
Assim, pessoas com baixa estatura apresentam habilidade mais 
expressiva na modalidade pela facilidade em realizar movimentos trans-
versais e longitudinais, adequando-se a alguns aparelhos com mais natura-
lidade. Essa facilidade se dá devido ao indivíduo ter o centro de gravidade 
mais próximo da Terra, o que proporciona mais equilíbrio. Dessa forma, 
Ginástica
– 184 –
no alto rendimento, espera-se que os ginastas que apresentam menores 
alavancas, do ponto de vista biomecânico, tenham vantagem em acro-
bacias complexas, também com mais força relativa e domínio corporal 
(FERREIRA FILHO; NUNOMURA; TSUKAMOTO, 2006).
Figura 9.1 – Esquema sintético do processo de especialização precoce na relação com 
possíveis causas e efeitos
Fonte: Balbino e Paes (2007, p. 87).
9.3 O treinador e suas funções nas 
formações técnica e tática de ginastas
A profissionalização do treinador brasileiro já é uma realidade, sendo 
necessário bacharelado em Educação Física, que habilita o profissional 
– 185 –
Ginástica: formação e treinamento do ginasta e organização de eventos de competição
para atuar na área da iniciação esportiva até o treinamento de alto rendi-
mento. O graduado deve se especializar ou se habilitar em treinamento 
esportivo. Para atuar em competições oficiais nos diferentes níveis espor-
tivos é necessário ter registro no conselho profissional e filiação nas fede-
rações e nas confederações correspondentes à modalidade.
Figura 9.2 – Formação e regulamentação do treinador de ginástica
Fonte: Sampaio (2017).
Espera-se que os treinadores busquem a formação da FIG, conside-
rada uma fonte de conhecimento formal específico da área da ginástica. A 
academia visa à formação, tendo uma base de conhecimentos comuns para 
o desenvolvimento de ginastas de alto rendimento. Esse sistema propor-
ciona três níveis de capacitação, e as federações nacionais contemplam os 
programas específicos de treinamento comuns em sua federação.
9.3.1 Formação de equipes na 
ginástica: artística e rítmica
A ginástica pode ser disputada individualmente, com cada ginasta 
realizando sua série, como no caso da artística e da rítmica. Em uma com-
petição oficial, as séries individuais de uma mesma equipe são somadas 
e constituem a classificação. Na ginástica rítmica, o programa de pro-
vas prevê, além da competição individual, a disputa em conjunto, em 
que cinco ginastas se apresentam juntos. Nos Jogos Olímpicos, os paí-
Ginástica
– 186 –
ses devem apresentar duas séries, cada uma com aparelhos definidos pela 
FIG. A premiação é dada pela soma das notas das duas apresentações.
É importante ressaltar que o regulamento pode variar de acordo com 
a competição; por exemplo, o formato dos Jogos Olímpicos é diferente 
dos Campeonatos Mundiais. As disputas de ginástica aeróbica e acrobá-
tica também são em conjuntos, porém há diferentes possibilidades de for-
mação (duplas, trios, quartetos e quintetos).
9.3.2 Equipes na ginástica artística
Em situação de competição, considera-se uma equipe de ginástica 
artística um grupo de cinco atletas titulares, seja na ginástica feminina, 
seja na masculina. Na fase classificatória, os atletas apresentam séries nos 
aparelhos (não precisam atuar em todos, pois geralmente são especialis-
tas em um), sendo que as notas obtidas (resultado da somatória das três 
melhores) são utilizadas para definir os classificados para as finais.
Sendo assim, nas finais por equipes são apresentadas três séries em 
cada aparelho, ficando a critério do treinador estabelecer quem serão os 
executantes (entre os cinco que competiram a classificatória). A título 
de exemplo, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro foram somadas as 
três melhores notas indi-
viduais em cada aparelho 
(solo, barra fixa, cavalo 
com alças, salto, parale-
las simétricas e argolas) 
da equipe brasileira de 
ginástica artística mas-
culina. A equipe conquis-
tou a 6ª colocação por 
equipe, resultado histó-
rico para a modalidade.
Na ginástica artís-
tica feminina, a primeira 
equipe brasileira teve 
classificação para os 
Figura 9.3 – Equipe brasileira de ginástica artística 
feminina nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 
(2016): Jade, Rebeca, Lorrane, Daniele e Flávia
Fonte: https://www.cbginastica.com.br
– 187 –
Ginástica: formação e treinamento do ginasta e organização de eventos de competição
Jogos Olímpicos em Atenas (2004), e a primeira final por equipes foi 
em Pequim (2008), participando ativamente em Londres (2012) e no Rio 
(2016). Não houve classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, mas 
Flávia Saraiva conquistou uma vaga individual na competição.
A equipe brasileira de ginástica artística masculina alcançou o inédito 
sexto lugar nos Jogos Olímpicos do Rio (2016). Nos Jogos Pan-America-
nos de Lima (2019), a equipe se consagrou campeã, demonstrando uma 
evolução expressiva. No Campeonato Mundial de 2019, apesar de alguns 
percalços, a equipe alcançou a 12ª posição, conquistando a vaga para os 
Jogos Olímpicos de Tóquio.
Figura 9.4 – Equipe de ginastas masculinos no Pan-Americano (2019): Francisco Barreto, 
Arthur Nory, Arthur Zanetti, Caio Sousa e Luis Porto
Fonte: InfoEsporte
A ginástica rítmica é disputada oficialmente por mulheres. Nos Jogos 
Olímpicos, foi introduzida incialmente com provas individuais em Los 
Angeles (1984), mas somente na edição olímpica de Atlanta (1996) o 
conjunto foi inserido no programa. O Brasil tem se destacado internacio-
nalmente na modalidade, em especial nas competições de conjunto. As 
Olimpíadas do Rio (2016) foram marcadas pela classificação das ginastas 
brasileiras tanto na modalidade individual quanto em conjunto, na qual 
finalizaram em 9º lugar. Nos Jogos Pan-Americanos de Lima (2019), o 
Ginástica
– 188 –
conjunto brasileiro conquistou o ouro na série de três arcos e dois pares de 
maças e o bronze na série de cinco bolas. A ginasta Bárbara Domingos foi 
prata na competição individual no aparelho fita.
Figura 9.5 – Conjunto de ginástica rítmica nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (2016): 
Emanuelle Lima, Francielly Machado, Gabrielle Moraes, Jéssica Maier e Morgana Gmach, 
equipe técnica comandada por Camila Ferezin
Fonte: Ricardo Bufolin/CBG
A disputa em conjunto se apresenta sempre de forma muito com-
plexa, em que o êxito individual é necessário e fundamenta o sucesso 
coletivo. Uma equipe pode se classificar ou não pelo mesmo critério de 
avaliação, pelo sucesso ou fracasso em determinada execução, por isso o 
trabalho em equipe deve ser privilegiado como determinante. O treino e 
o time técnico precisam estabelecer diálogo na busca por desenvolver um 
trabalho qualitativo, que alcance resultados na competição.
9.4 Competições de ginástica: 
regionais e mundiais
São considerados eventos da Confederação Brasileira de Ginástica 
(CBG) campeonatos, cursos, festivais, eventos e outros que forem previs-
– 189 –
Ginástica: formação e treinamento do ginasta e organização de eventos de competição
tos em estatuto. As disputas podem ser classificadas em oficiais ou amis-
tosas. Os atos contemplados como oficiais ocorrem em âmbito internacio-
nal, sendo promovidos pela FIG, pelo Comitê Olímpico Brasileiro ou pela 
União Continental à qual a CBG estiver filiada. Já os eventos nacionais 
devem ser promovidos pela CBG, sendo mencionados em seu calendário 
ou divulgados em Nota Oficial da Presidência.
Os amistosos podem ocorrer em nível internacional, promovidos pela 
CBG ou por ela autorizados de acordo com o estatuto e regulamento téc-
nico da FIG, nacional ou regional, promovidos pelas federações estaduais 
e suas filiadas ou vinculadas à CBG. As taxas relacionadas aos eventos 
internacionais, nacionais e regionais devem ser especificadas e anexadas 
aocaderno de encargos. A solicitação para a realização dos amistosos 
deve ser encaminhada com antecedência de seis meses, apresentando o 
local do evento, alimentação, hospedagens, transporte e equipamentos, 
categoria, número de componentes das delegações, programação feral e 
específica e forma de pagamento da taxa fixada. Os eventos regionais 
ou inter-regionais podem ser realizados em clubes, associações e outras 
entidades desportivas.
Os eventos internacionais também podem ser realizados nesses espa-
ços, salvo os aspectos técnicos, devendo ser solicitados por meio das fede-
rações. A CBG detém direitos exclusivos sobre eventos oficiais, venda de 
ingressos e comercialização de produtos (CBG, 2017) e pode transferir os 
direitos ou negociar a participação nos patrocínios com organizadores e 
promotores. Para participar, técnicos e assistentes devem ser registrados 
no Conselho Federal de Educação Física, e o primeiro deve ser bacharel 
em Educação Física ou acadêmico da área.
 As modalidades de ginásticas competitivas contam com categorias 
específicas, identificadas no Quadro 9.3.
Quadro 9.3 – Categorias de competição das modalidades de ginástica 
Pré-
infantil Infantil Infantojuvenil Juvenil Adulto
GA Masculina 9 a 11 anos 11 a 14 anos ---
14 a 15 
anos +15 anos
Ginástica
– 190 –
Pré-
infantil Infantil Infantojuvenil Juvenil Adulto
GA Feminina 9 a 11 anos 11 a 12 anos ---
12 a 15 
anos +15 anos
Ginástica 
aeróbica --- 9 a 10 anos 12 a 14 anos
15 a 17 
anos +18 anos
Ginástica 
rítmica
9 a 10 
anos 11 a 12 anos ---
12 a 15 
anos +15 anos
Ginástica de 
trampolim
9 a 10 
anos 11 a 12 anos
13 a 17 
anos
(júnior)
+17 anos
Ginástica 
acrobática
9 a 10 
anos 11 a 12 anos 12 a 18 anos
13 a 14 
anos
(Interme-
diário)
+15 anos
Fonte: elaborado pela autora.
As principais competições que reúnem os ginastas de todo o mundo 
são Jogos Olímpicos, de quatro em quatro anos; Campeonato Mundial, 
desde 1999 anualmente, exceto nos anos olímpicos; Copa do Mundo, rea-
lizada por temporada, dividida em etapas e durante todo o ano, com final 
que concede o direito de disputar os Jogos Olímpicos.
Em competições regionais é possível identificar os ginastas de maior 
expressão em seus continentes, como Campeonato Africano, realizado a 
cada triênio; Jogos Asiáticos, a cada quatro anos; Campeonato Europeu, 
anualmente, conhecido por seu alto nível; Jogos Pan-Americanos, a cada 
quatro anos; e Jogos Sul-Americanos, a cada quatro anos.
9.5 Principais ginastas: panoramas 
mundial e brasileiro
Existem inúmeros ginastas que deixaram marcas ao longo da história 
em campeonatos mundiais. Podemos citar alguns nomes que apresenta-
ram performances expressivas e encheram de graça o mundo da ginástica.
– 191 –
Ginástica: formação e treinamento do ginasta e organização de eventos de competição
A romena Nádia Comaneci, nascida em 1961, ícone histórico da 
ginástica artística, iniciou sua experiência na ginástica aos 6 anos de idade. 
Três anos depois, tornou-se a mais jovem a ganhar o campeonato romeno 
e foi a dona do primeiro 10 perfeito da história da ginástica, com a nota 
máxima de cada avaliador aos 14 anos de idade, durante as Olimpíadas 
de Montreal (1976) no Canadá, sendo a campeã olímpica mais jovem da 
história da modalidade. Nesse mesmo campeonato, a ginasta foi premiada 
com três medalhas de ouro: na trave, nas barras assimétricas e na con-
corrência geral. Atualmente, administra com o marido Bart Conner (ex-
-ginasta) uma academia de ginástica em Oklahoma, nos Estados Unidos.
Atualmente, a ginasta de destaque mundial é a norte-americana 
Simone Biles, nascida em 1997, especialista em ginástica artística e dona 
de 25 medalhas (19 de ouro), sendo a mais condecorada dos EUA em 
mundiais. Biles conquistou cinco títulos mundiais no individual geral, 
sendo em 2019 a única a conseguir esse feito. Também possui cinco títu-
los na modalidade solo, três na trave de equilíbrio, dois no salto sobre a 
mesa, sendo parte da equipe vencedora no ano passado (a maior meda-
lhista feminina desse campeonato).
Biles foi a primeira a conquistar três campeonatos mundiais conse-
cutivos nas modalidades individual e por equipe. Recebeu cinco medalhas 
olímpicas nos Jogos de 2016. Seu último feito (2019) foi realizar um salto 
triplo-duplo, movimento que envolve três torções e suas voltas comple-
tas antes do pouso, na primeira etapa de sua série, feito que apenas dois 
homens realizaram.
No Brasil, temos várias referências de expressão mundial, mas fala-
remos apenas de alguns. A ginástica teve um avanço expressivo no País a 
partir da década de 1990, com destaques em todas as modalidades e parti-
cipação ativa em Olimpíadas, mundiais e Pan-Americanos.
Daiane dos Santos, nascida em 1983, competiu em provas de ginás-
tica artística e recebeu nove medalhas de ouro em Copas do Mundo, sendo 
a primeira ginasta brasileira a conquistar ouro em um campeonato mun-
dial. Ela compôs a primeira equipe completa a disputar uma Olimpíada, 
na edição de Atenas, depois em Pequim e Londres, sendo a atleta a exe-
cutar movimentos originais, como o duplo twist carpado (Dos Santos I) e 
Ginástica
– 192 –
a evolução dele, o duplo twist esticado (Dos Santos II). Daiane liderou o 
ranking mundial na modalidade solo por muitos anos, ficando em quinto 
lugar nas Olimpíadas de Atenas (2004) e na sexta colocação em Pequim 
(2008), mas não passou da fase eliminatória nos Jogos de Londres.
Outro nome importante na ginástica brasileira é o de Arthur Zanetti, 
nascido em 1990, o primeiro campeão olímpico brasileiro e latino-ameri-
cano na modalidade nos Jogos Olímpicos de Londres (2012). Em outubro 
de 2013, ele conquistou a medalha de ouro nas argolas, sua especialidade, 
no Campeonato Mundial de Ginástica, sendo o primeiro atleta brasileiro 
campeão da modalidade mundial e olímpico. No Pan-Americano de 2015 
(Toronto), Zanetti conquistou a medalha de ouro nas argolas e prata por 
equipes; nas Olimpíadas do Rio de Janeiro (2016), ganhou prata nas argo-
las; e no Pan-Americano de 2019 (Lima) conquistou medalha de ouro por 
equipes. Zanetti está classificado para os Jogos Olímpicos de Tóquio.
Figura 9.6 – Arthur Zanetti nas Olimpíadas do Rio de Janeiro (2016)
Fonte: Shutterstock.com/ Salty View
Daniele Hypólito, nascida em 1984, integrou a equipe brasileira que 
conquistou a inédita 8ª colocação nas Olimpíadas de Pequim (2008) e 
repetiu o resultado na edição do Rio de Janeiro (2016). Ela foi a primeira 
ginasta a conquistar uma medalha no mundial (2001) e no Pan-Americano, 
sendo eleita a atleta do ano por dois anos consecutivos (2001 e 2002). 
Apesar do acidente de ônibus sofrido em 1997 na viagem pela delegação 
– 193 –
Ginástica: formação e treinamento do ginasta e organização de eventos de competição
do Flamengo, no qual sofreu escoriações, não desistiu da carreira e parti-
cipou de três Olimpíadas.
Figura 9.7 – Daniele Hypólito nas Olimpíadas Rio de Janeiro (2016)
Fonte: Shutterstock.com/ Salty View
Irmão de Daniele, Diego Hypólito, nascido em 1986, também percor-
reu um caminho louvável representando a ginástica brasileira, competindo 
pela ginástica artística e sendo bicampeão mundial no solo, no qual é espe-
cialista. Nas Olimpíadas de Pequim (2008), em que foi favorito, acabou 
se desequilibrando e caindo, o que o levou à 6ª colocação. Nos Jogos 
Olímpicos de Londres (2012) sofreu outra queda na fase de classificação.
Nas Olimpíadas de 2016, Diego já não estava entre os favoritos, 
mas conquistou a medalha de prata no solo. Ele trata do acontecido em 
sua autobiografia: “Na primeira Olimpíada, eu caí de bunda no chão. Na 
segunda, eu caí de cara. E, nessa, eu caí de pé” (HYPÓLITO, 2019, p. 
144). Além das medalhas nas Olimpíadas e nos campeonatos mundiais, 
ele tem oito pódios em Jogos Pan-Americanos (cinco de ouro e três de 
pratas) e dezenas em Copas do Mundo.
Diego recebeu 5 medalhas em Campeonatos Mundiais, 69 em Copas 
do Mundo, 8 em Jogos Pan-Americanos e a medalha nos Jogos Olímpicos 
do Rio deJaneiro (2016). Ele terminou seu percurso em competições de 
forma gloriosa, fruto de uma carreira cheia de superações, que podem ser 
conhecidas em seu livro Não existe vitória sem sacrifício: da depressão 
Ginástica
– 194 –
severa à medalha olímpica, a trajetória de superação do mais vitorioso 
ginasta brasileiro.
Figura 9.8 – Diego Hypólito nas Olimpíadas do Rio de Janeiro (2016)
Fonte: Shutterstock.com/Salty View
Seria possível citar vários ginastas que se destacaram e contribuí-
ram para a solidificação da ginástica como esporte no Brasil, como Arthur 
Nory, Jade Barbosa, Adrian Gomes, Bruna Leal, Ethiene Franco, Harumy 
de Freitas, Sérgio Sasaki. Na ginástica rítmica, uma referência é Camila 
Ferezin, ex-ginasta e atual técnica da seleção brasileira.
Atividades
1. O que é o treinamento de longo prazo? Qual é a importância 
desse tipo de prática para a ginástica?
2. Quais são os malefícios da especialização precoce na ginástica?
3. Escolha um ginasta e disserte sobre seu percurso no esporte. 
Considere a iniciação, se seu biótipo é coerente com a moda-
lidade, se obteve expressão mundial e se ainda está envolvido 
com o esporte:
4. Qual é a formação necessária ao técnico da ginástica?
5. Quais são os campeonatos de ginástica com maior expressão 
regional e mundial?
10
Ginástica não 
competitiva e 
ginástica de academia: 
fundamentos e 
tendências ao 
longo da história 
As ginásticas classificadas como não competitivas também 
têm espaço e expressão no âmbito das práticas corporais, propor-
cionando a todas as pessoas a possibilidade de se movimentarem 
sem necessariamente participarem de competições. São inúme-
ras as motivações que levam os indivíduos à prática de ginásticas 
não competitivas: socialização, manutenção de saúde corporal, 
estética ou outras. É importante que o profissional de Educação 
Física compreenda suas especificidades, envolva-se com cada 
modalidade e saiba prescrever a opção mais adequada ao perfil 
do aluno.
Ginástica
– 196 –
10.1 Ginástica para todos
A ginástica para todos (GPT) já foi chamada de ginástica geral e 
apresenta a liberdade como principal característica, opondo-se a outras 
manifestações altamente competitivas. Isso significa que o praticante 
pode ter qualquer idade, optar ou não pelo uso de aparelhos, vesti-
mentas ou estilo musical. Não há um consenso na literatura quanto a 
sua classificação; para alguns, trata-se de uma atividade; para outros, 
modalidade; e há aqueles que afirmam que é uma manifestação da cul-
tura corporal.
De acordo com a Federação Internacional de Ginástica (FIG), a GPT 
é uma atividade que pode ser concebida até mesmo como jogo, não sendo 
competitiva, voltada para o lazer, englobando dança e jogo, a depender 
das referências nacionais ou internacionais. Mais importante que qualquer 
competição, o foco da GPT é o prazer pela prática, sendo bastante abran-
gente e recrutando as mais diversas manifestações (até mesmo folclóricas) 
por meio de exercícios livres e criativos, proporcionando bem-estar físico, 
social e psíquico aos praticantes.
A GPT prevê o respeito a individualidades, autossuperação e elimi-
nação de qualquer limitação à prática, por execução, gênero, idade, ele-
mentos materiais, musicais ou de ordem coreográfica, sempre sem fim 
competitivo (NUNOMURA; TSUKAMOTO, 2009). Assim, a GPT é uma 
manifestação da cultura corporal que reúne um arsenal de fundamentos 
de todas as ginásticas, integradas a outras formas de expressão corporal, 
de maneira livre e criativa, levando em conta as especificidades ineren-
tes ao grupo social ao qual pertencem e promovendo a interação entre os 
participantes. Conceituar a GPT é impossível; no entanto, a gênese dessa 
modalidade são o respeito e apreço pela diversidade.
Mesmo tendo como princípio a socialização e o intercâmbio cul-
tural, a GPT prevê o desenvolvimento de habilidades motoras espe-
cíficas, mas sem a perspectiva tecnicista e considerando o repertório 
de movimentos corporais dos alunos. Deve promover novos desafios 
e experiências que contribuam para a melhoria das habilidades e das 
capacidades físicas e a qualidade da execução, considerando as indivi-
dualidades do praticante.
– 197 –
Ginástica não competitiva e ginástica de academia: fundamentos e 
tendências ao longo da história
10.1.1 Objetivos da GPT
A Confederação Brasileira de Ginástica (c2020) aponta os principais 
objetivos da GPT:
1. oportunizar a participação do maior número de pessoas em ati-
vidades físicas de lazer fundamentadas nas atividades gímni-
cas – ampliar e massificar as práticas relacionadas à ginástica, 
levando em conta todas as faixas etárias e as necessidades espe-
ciais, sendo incorporada como prática do cotidiano, de forma 
prazerosa e reconhecendo sua importância para a melhoria da 
qualidade de vida;
2. integrar várias possibilidades de manifestações corporais às ati-
vidades gímnicas – por ser livre, agrega maior valor à cultura 
corporal como elemento de integração, no intuito de torná-la 
mais prazerosa, permitindo maior aproximação da ginástica e 
ampliação de vivências;
3. oportunizar autossuperação individual e coletiva, sem parâ-
metros comparativos – não se pauta em metodologias de 
comparação ou de modelos de execução; cada treino deve pos-
sibilitar a superação dos próprios limites, melhorando o desem-
penho individual e colaborando para o rendimento em grupo. 
A perspectiva é cooperativa, pois o outro é fundamental para a 
ginástica geral, promovendo a coletividade;
4. oportunizar intercâmbio sociocultural entre os participantes – os 
eventos de GPT possibilitam trocas significativas, apresentando 
diversas manifestações culturais, em que cada grupo propõe a 
socialização de sua vivência, apresentando propostas de traba-
lho para os demais. Todo evento tem como foco a diversidade 
cultural e a possibilidade de construção de materiais e de ele-
mentos corporais gímnicos;
5. manter e desenvolver o bem-estar dos praticantes – eventos de 
ginástica devem proporcionar qualidade de vida, prazer e satis-
fação. A interação deve ser contemplada, estimulando a alegria 
em estar participando, assim os praticantes o concebem como 
Ginástica
– 198 –
uma prática integrante do estilo de vida, otimizando a qualidade 
de vida;
6. oportunizar a valorização do trabalho coletivo sem deixar de 
valorizar a individualidade – a coletividade é essencial tanto na 
construção coreográfica quanto nas apresentações, devendo-se 
considerar os limites e as possibilidades individuais e a qualidade 
do trabalho a ser apresentado. Cada participante deve atuar ativa-
mente durante o processo de construção de uma série, equilibrando 
a adaptação corporal dos elementos de acordo com a habilidade 
e a possibilidade de apresentação. Assim, a ginástica assume a 
característica inclusiva e valorativa das individualidades.
10.1.2 Fundamentos da GPT
Apesar de se tratar de fundamentos, eles não são precisos ou deter-
minados, mas sim características que podem ajudar a compreendê-la. 
Nomura e Tsukamoto (2009) afirmam que não se trata de elementos para 
identificá-la, mas pontos que garantem sua diversidade, e os fundamen-
tos contemplados aqui são concebidos por todas as autoridades teóricas 
desse conhecimento:
1. base na ginástica – os movimentos são compostos por elemen-
tos gímnicos presentes nos diferentes tipos de ginástica, funda-
mentados nas habilidades motoras básicas do ser humano. Têm 
nomenclatura própria, construída ao longo da história da ginás-
tica, inspirada no balé e no circo.
2. composição coreográfica – apresentações da modalidade, com 
os movimentos corporais de forma interligada, em uma perspec-
tiva harmônica e lógica. A composição deve ter início, meio e 
fim contextualizados em uma temática que pode ser abstrata ou 
historiada. Durante a elaboração, o professor deve incentivar a 
participação do grupo na etapa de criação, avaliação e sugestões 
que interfiram no processo de criação.
3. estímulo à criatividade – na GPT não existem rotinas,códigos 
ou elementos obrigatórios, o que prevê a participação de todos, 
– 199 –
Ginástica não competitiva e ginástica de academia: fundamentos e 
tendências ao longo da história
exigindo criatividade, envolve a escolha da música, dos mate-
riais utilizados, da vestimenta, do cenário, dos movimentos e de 
suas combinações.
4. número indefinido de participantes – determinado de acordo 
com o objetivo da apresentação, o espaço físico ou a finalidade esta-
belecida pelo grupo. Pode variar de poucas pessoas até 5 mil, com 
grupos que podem se apresentar em estádios ou palcos ao ar livre.
5. liberdade da vestimenta – não há vestimenta oficial, e a liber-
dade de escolha da roupa é essencial para a prática, proporcionando 
mobilidade e segurança na execução dos movimentos, atendendo 
ao tema escolhido e colaborando para a compreensão estética.
6. diversidade musical – não há restrição musical nem mesmo com 
relação à voz ou estilo, características e duração. Alguns festivais 
determinam o tempo máximo de apresentação, que normalmente 
fica em torno de 5 minutos e facilita a organização do evento. 
Devido às inúmeras possibilidades de escolha, o professor deve 
considerar a cultura e a preferência do grupo, o tema da coreogra-
fia e a relação que se estabelece com o festival. Elementos da cul-
tura são percebidos nas apresentações por meio das coreografias, 
que apresentam as relações humanas e a identidade de um grupo, 
comunidade ou nação. Esses traços culturais são fundamentados 
nas artes, no folclore, nos costumes e em diferentes manifestações 
da cultura corporal, como jogos, esportes, luta e dança.
A GPR é uma manifestação da cultura corporal que tem seus funda-
mentos calcados na ginástica e sua manifestação inclusiva, garantindo a 
participação de todos os grupos. Essa modalidade apresenta contribuições 
expressivas em aspectos afetivos, físicos e cognitivos dos praticantes.
10.1.3 Gymnaestrada
Gymnaestrada é o maior festival de ginástica do mundo, em que gru-
pos se reúnem para apresentar várias manifestações da ginástica. Não há 
competições, o que remete à ideia de uma grande confraternização. O nome 
se refere ao caminho da ginástica. O evento foi idealizado pela Federação 
Ginástica
– 200 –
Internacional de Ginástica com o intuito de reunir todas as manifestações 
artísticas de forma lúdica e interativa, por isso não há premiações e o foco 
é o prazer de representar seu país e promover a união entre os povos com 
a apresentação de trabalhos originais.
Figura 10.1 – Gymnaestrada
Fonte: https://www.wg2019.at/wg2019/en
A máxima desse evento é “vence quem participa”, acontecendo a cada 
quatro anos em julho e durando sete dias, sendo o maior evento mundial. 
Desde 2015, tem a transmissão de alguns momentos pela mídia. A partici-
pação do Brasil no Gymnaestrada começou em 1953, com um grupo que 
foi único grupo até 1969, apresentando coreografias baseadas na ginástica 
moderna feminina, próxima da ginástica rítmica. Apesar das dificuldades 
relacionadas a falta de patrocínio e pouca divulgação da modalidade no País, 
existem muitos grupos de GPT que hoje participam do Gymnaestrada, princi-
palmente em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul e no Paraná.
10.2 História da ginástica de academia
As relações entre a ginástica e a academia se entrelaçam ao longo do 
desenvolvimento da humanidade. Na antiguidade, a ginástica era conce-
bida como prática de exercício, que o homem vem adaptando e criando 
possibilidades para seu desenvolvimento corporal.
10.2.1 Desenvolvimento das academias 
de ginástica no Brasil
O espaço destinado às práticas corporais chamado academia é novo, 
estabelecendo-se no Brasil de forma definitiva apenas no início da década 
– 201 –
Ginástica não competitiva e ginástica de academia: fundamentos e 
tendências ao longo da história
de 1980 (NOBRE, 1999). A ginástica era praticada em clubes, centros 
de fisiculturismo ou institutos de modelação física do Rio de Janeiro na 
década de 1930, e a ACM (Associação Cristã dos Moços) oferecia a moda-
lidade de judô “com outras atividades de ginástica e de práticas esportivas 
típicas dessa entidade filantrópica à época” (CAPINUSSÚ, 2006, p. 61).
Esses espaços foram se situando nas grandes capitais e nas proxi-
midades do litoral, princi-
palmente na Região Sudeste, 
expandido para outros locais 
a partir da década de 1950, 
tendo como principais moti-
vadores o halterofilismo e 
as artes marciais japonesas. 
Com a expressiva divulga-
ção da prática e das acade-
mias de ginástica por meio 
da indústria cinematográ-
fica, em filmes com Arnold 
Schwarzenegger, por exem-
plo, e de competições de 
fisiculturismo, as academias 
foram crescendo aos pou-
cos. O Brasil foi se estabe-
lecendo no cenário mundial 
pela Confederação Brasileira 
de Culturismo (CBC) e com 
a filiação ao International 
Federation of Body Builders 
e outras entidades internacio-
nais da modalidade.
O número de frequentadores das academias aumentou, com foco em 
halterofilismo e fisiculturismo e às vezes nas modalidades de calistenia 
e de lutas. Na década de 1980, a organização foi se modificando, com 
um impulso para as academias de ginástica advindo da ginástica aeró-
bica, tendo como principal divulgadora a atriz Jane Fonda. A incorporação 
Figura 10.2 – Arnold Schwarzenegger
Fonte: RMY Auctions (1974).
Ginástica
– 202 –
da música promoveu o estímulo aos praticantes, gerando um movimento 
expressivo da modalidade, que adentrou a década de 1990.
A aeróbica dos anos 80 foi a mola propulsora das academias […] 
O boom dos anos 80 teve no fechamento do comércio exterior um 
grande obstáculo, pois não tínhamos a tecnologia dos materiais 
esportivos dos grandes centros mundiais, problema que se resolveu 
apenas com a liberação das importações. (NOBRE, 1999, p. 20-21)
O espaço da academia foi se modificando, com a proposta de turmas 
de ginástica com horários e professores fixos. Aos poucos, as salas de hal-
terofilismo foram recebendo máquinas e instrumentos com tecnologias que 
proporcionavam treinos a todos, garantindo segurança durante a execução. 
Esse movimento substanciou o surgimento de salas de musculação, termo 
que substituiu o halterofilismo, visando contemplar um maior número de 
pessoas que não praticavam a modalidade em nível de competição ou para 
ter uma grande hipertrofia muscular. Assim, as academias se adequaram a 
essa nova tendência, acolhendo também o público feminino, que buscava 
uma musculatura definida, tendência de concepção de corpo na época.
Nesse contexto, a ginástica aeróbia se fez presente, popularizando-se 
e tendo como método o treinamento físico, posteriormente sendo espor-
tivizado. Uma manifestação amplamente divulgada entre os métodos de 
exercícios aeróbicos foi a dança aeróbica, idealizada por Jacki Sorensen 
(1979), que combinava música, passos de dança e exercícios calistênicos 
de forma dinâmica. A ginástica aeróbica prometia melhoria do sistema 
cardiovascular, aprimoramento de ritmo, coordenação, equilíbrio e flexi-
bilidade, além da melhoria do condicionamento cardiorrespiratório, sendo 
pouco eficiente no ganho 
de força muscular (COO-
PER, 1972).
Para Guiselini e 
Barbanti (1993), a ginás-
tica aeróbica é um estilo 
coreografado de realizar 
movimentos aeróbicos 
utilizando metodologias 
que contemplam coorde-
Figura 10.3 – Ginástica aeróbica em academias na 
década de 1980
Fonte: http://educacaofisicanilza.com
– 203 –
Ginástica não competitiva e ginástica de academia: fundamentos e 
tendências ao longo da história
nação motora, habilidades motoras e atividades perceptivas. Essa prática 
trata a combinação de habilidades motoras com passos de dança estrutu-
rados, que recrutam atividades perceptivas com relação a corpo, direção, 
tempo e ritmo. Os exercícios são repetições sucessivas em que cada sequ-
ência é composta de oito tempos de cada movimento e oitavas (remetendo 
a frases musicais) que fundamentam as montagens coreográficas.
Nesse contexto, surgiu o termo mundofitness, como um campo 
promissor para os profissionais da Educação Física e para empreende-
dores com interesse em investir em academias. Com a necessidade de 
atender sempre a uma demanda maior de alunos, a ginástica de acade-
mia tende a inovar, criando outras modalidades, como aero-olodum, 
aerobrasil, aerofunk, lambaeróbica, step, steplocal, localizada, alonga-
mento etc. (ANDRADE FILHO, 1998). A ginástica aeróbica também 
tem uma versão voltada à competição, resultado do aumento expressivo 
de sua prática, sendo um estilo coreográfico de movimentos aeróbicos 
contemplando ritmo musical e técnica de ensino e de habilidades moto-
ras e perceptivas.
10.3 Práticas de ginástica na academia
Muitas categorias tendem a surgir ao longo dos anos, prometendo 
práticas corporais inovadoras que em sua maioria têm como referência a 
ginástica e seus movimentos. A ginástica aeróbica deu início a essa cons-
trução, que tende a lançar modalidades que envolvem e convidam as pes-
soas a desenvolverem práticas corporais.
10.3.1 Ginástica localizada
A ginástica localizada como prática de academia surgiu no Rio de 
Janeiro na década de 1930, tendo professores estrangeiros e forte influ-
ência da ginástica rítmica, do balé e da dança moderna. É uma alterna-
tiva efetiva que contribui para a definição muscular e o condicionamento 
físico, podendo ser praticada sem sobrecarga ou com auxílio de equipa-
mentos (halteres, tornozeleiras, bastões, barras). É amplamente ofertada 
nas academias e em espaços de atividades físicas. A musculação tem como 
Ginástica
– 204 –
base a ginástica localizada, no entanto conta com sobrecarga e tem como 
um dos principais objetivos o ganho muscular (OLIVEIRA et al., 2013).
Figura 10.4 – Prática de ginástica localizada
Fonte: Shutterstock.com/ Iryna Inshyna
A ginástica localizada é praticada em séries com repetições e inter-
valos de 40 segundos a 60 segundos, sendo considerada uma atividade 
completa que atinge todos os grupos musculares, levando a uma redução 
significativa de gordura e medidas. Proporciona aumento da disposição e 
redução do estresse, melhora o condicionamento físico, bem como contri-
bui para a melhoria de doenças cardiovasculares, respiratórias e relaciona-
das a obesidade. Também previne doenças e fortalece coração e pulmões; 
se praticada em grupos, ainda promove a socialização.
10.3.2 Jump
O jump consiste em um exercício aeróbico praticado em um mini-
trampolim no qual são feitos movimentos diversificados e de várias inten-
sidades, existindo a possibilidade de realizar coreografias. As aulas são 
extremamente populares e acontecem em grupos, com atividades acom-
panhadas de músicas, caracterizando-se como um exercício dinâmico e 
intenso. São identificadas diversas manifestações de sua prática: body 
jump, body systems, power jump, jump fit, entre outros.
O minitrapolim foi idealizado nos Estados Unidos em 1938, tendo 
sua prática popularizada na década de 1970. O jump é amplamente utili-
– 205 –
Ginástica não competitiva e ginástica de academia: fundamentos e 
tendências ao longo da história
zado por atletas, por proporcionar uma prática variada de exercícios que 
recrutam músculos, otimizando sua resistência. A prática auxilia no equi-
líbrio corpóreo, promove drenagem linfática, contribui para eliminação 
de toxinas, melhora a capacidade cardiovascular, proporciona alto gasto 
calórico, trabalha coordenação motora e equilíbrio, fortalece músculos 
inferiores e tonifica o abdome (GROSSL et al., 2008).
Figura 10.5 – Aula de jump
Fonte: Shutterstock.com/ Giorgio Rossi
Uma aula de jump dura de 45 minutos a 60 minutos, na qual são 
executadas coreografias, saltos diversificados e exercícios inspirados 
na ginástica localizada. O equipamento proporciona amortecimento de 
impacto, minimizando os riscos de lesões, e tem relação com a ginástica 
de trampolim, com as devidas adaptações para realização de exercícios 
físicos na academia.
10.3.3 Step
Conhecida como ginástica do degrau, a modalidade teve origem nos 
EUA, tendo como principal mentora Gin Miller, ex-ginasta e professora 
de aeróbica, que se viu obrigada a seguir um programa de fisioterapia 
para tratar uma lesão no joelho. O tratamento consistia em subir e descer 
escadas, então ela adaptou os movimentos às aulas que dava. A empresa 
Reebok se interessou pelo trabalho e, com apoio de pesquisadores da área 
Ginástica
– 206 –
de motricidade, desenvolveu o banco de step. Essa modalidade propor-
ciona desenvolvimento da coordenação psicomotora, aumenta a resistên-
cia aeróbica e reforça a resistência muscular.
A prática do step é fundamentada no ato de subir e descer do banco de 
step, executando de forma simultânea movimentos de braços com ou sem 
sobrecarga (halteres). À medida que a resistência do praticante aumenta, 
o exercício se complexifica, seja pela subida do banco de step, seja pelo 
nível de dificuldade da coreografia e do ritmo das aulas. A prática exige 
uma atividade cardiovascular intensa, o que possibilita aumento da capa-
cidade cardiovascular e respiratória, com possibilidade efetiva de perda 
de peso.
Figura 10.6 – Aula de step
Fonte: Shutterstock.com/ wavebreakmedia
O movimento relacionado à subida e descida do banco de step pos-
sibilita o fortalecimento de músculos dos membros inferiores e do glúteo, 
sendo uma boa alternativa de prática corporal para indivíduos que pre-
tendem fortalecer e definir essas regiões. Os movimentos precisam ser 
realizados próximos da plataforma, evitando a inclinação, podendo ser 
enriquecidos com exercícios localizados. O step é uma atividade de alta 
intensidade e baixo impacto sobre joelho e tornozelo, no entanto, é neces-
sário realizá-la de forma consciente, mantendo os joelhos fletidos (amor-
tecendo o impacto), pousando o pé no step de forma segura (não apoiando 
a ponta dos pés) e sempre mantendo o ritmo.
– 207 –
Ginástica não competitiva e ginástica de academia: fundamentos e 
tendências ao longo da história
10.3.4 Pilates
Idealizado por Joseph Pilates, ex-ginasta, que, utilizando sua baga-
gem de conhecimentos, propôs a utilização de ginástica e acrobacias que 
deram origem à contrologia, que depois ficou conhecida como método 
Pilates. Essa modalidade consiste em coordenar de forma completa o 
corpo, em conexão com a mente e o espírito, proporcionando o controle 
total por meio da repetição apropriada de forma progressiva e gradual. 
Assim, oferece o domínio da mente sobre o corpo e, a partir disso, a pos-
sibilidade de execução dos movimentos. Pilates também teve influências 
da ioga, do budismo e das artes marciais.
Figura 10.7 – Exercício no cadillac
Fonte: Shutterstock.com/ tommaso lizzul
O pilates contempla alguns princípios básicos, entre eles respiração, 
concentração, controle, alinhamento, centralização e integração dos movi-
mentos, que, se bem executados, não sobrecarregam as articulações ou 
a musculatura, proporcionando consciência corporal e integração entre 
corpo e mente. Joseph Pilates inventou aparelhos para a execução dos 
exercícios, como reformer, cadillac, cadeira wunda e a própria esteira. 
Segundo ele, os dispositivos podem fornecer resistência ou suporte, de 
acordo com a necessidade. O pilates deve ser aplicado por educadores 
físicos ou fisioterapeutas, em aulas de uma hora, podendo combinar exer-
cícios de solo e nos aparelhos.
Ginástica
– 208 –
10.4 Ginástica e saúde
A relação entre ginástica e saúde se estabelece desde a antiguidade, 
com a necessidade da realização de uma prática corporal para a manu-
tenção da saúde, que é tão importante quanto ter um corpo belo. Nessa 
perspectiva, a prática corporal sempre esteve atrelada à ginástica como 
principal manifestação, e por muito tempo foi realizada em ginásios, 
espaços escolares e não escolares. No entanto, as práticas corporais foram 
se intensificando e se classificando em várias modalidades, e a ginástica 
continuou sendo muito solicitada em algumas áreas. Sua prática continua 
sendo sinônimo de saúde corporal em algunsespaços, seja na profilaxia, 
seja na manutenção ou na reabilitação corporal.
10.4.1 Ginástica laboral
Os primeiros registros de ginástica laboral foram realizados na Polônia 
e no Japão, ambos na década de 1920, em que os operários se exercitavam 
em uma pausa adaptada a cada ocupação particular. No Brasil, a prática se 
tornou uma realidade em 1973, quando algumas empresas começaram a 
investir em lazer e esporte, como a fábrica de tecidos Bangu e o Banco do 
Brasil (CONFEF, 2007). Em 1978, a fábrica Fiat de automóveis iniciou o 
programa de ginástica na empresa, fundamentado no princípio da ginástica 
laboral desenvolvido pelo Serviço Social da Indústria (Sesi).
É uma atividade com exercícios específicos de alongamento, fortale-
cimento muscular, coordenação motora e relaxamento. Essa modalidade 
de ginástica pode ser realizada em vários departamentos da empresa, 
tendo como foco a prevenção e a redução dos casos de lesão por esforço 
repetitivo (LER) e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho 
(Dort) (OLIVEIRA, 2006). Os exercícios devem ser realizados no próprio 
espaço profissional em sessões de 5 minutos a 15 minutos.
A ginástica laboral apresenta movimentos efetivos de prevenção e tera-
pia, enfatizando o alongamento e a compensação de estruturas musculares 
recorrentemente utilizadas nas ocupações diárias do trabalhador. Além da 
prevenção de LER e Dort, evita dores na coluna, problemas posturais e difi-
culdades que podem surgir em decorrência da função exercida na jornada de 
trabalho (TRINDADE; ANDRADE, 2003). Pode evitar doenças ocupacio-
– 209 –
Ginástica não competitiva e ginástica de academia: fundamentos e 
tendências ao longo da história
nais, promovendo o bem-estar individual por meio da consciência corporal, 
conhecendo, estimulando e respeitando o próprio corpo.
Pode ser classificada em quatro tipos:
1. preparatória – realizada antes do início do trabalho, propor-
cionando aquecimento e prevenindo possíveis acidentes de tra-
balho. Também conhecida como pré-aplicada, pode preparar o 
indivíduo quanto a velocidade, força, resistência e coordenação 
para o trabalho que será realizado em seguida.
2. compensatória – tem como foco a preparação dos músculos 
que são utilizados com mais frequência durante as atividades 
laborais, relaxando aqueles que estão tensionados durante a 
maior parte da jornada de trabalho. São preparados os grupos 
musculares que se encontram enfraquecidos, fortalecendo-os, e 
os mais solicitados são alongados, buscando a compensação de 
forma equilibrada. Os exercícios são realizados durante o expe-
diente, em uma pausa ativa após as quatro primeiras horas de 
trabalho, avaliando tensões e fortalecendo os músculos.
3. de relaxamento – exercícios específicos de relaxamento indi-
cados para trabalhadores que são submetidos a cargas horárias 
exaustivas desempenhando atividades de cunho intelectual. 
Deve ser realizada ao fim do expediente, proporcionando um 
momento relaxante.
4. corretiva – utiliza exercícios para estabelecer o antagonismo 
muscular, fortalecendo os músculos fracos e alongando os 
encurtados, destinados aos indivíduos com deficiência morfoló-
gica e aplicados a grupos reduzidos. Essa prática combate e ate-
nua más posturas ou costumes do ambiente de trabalho, sendo 
direcionada a times específicos de forma conjunta com medicina 
do trabalho e fisioterapia, recuperando lesões ou limitações e 
melhorando as condições de trabalho.
A ginástica laboral proporciona benefícios para o trabalhador e para 
empresa, por apresentar resultados rápidos e diretos na prevenção de LER 
e Dort, melhorar o relacionamento interpessoal e aliviar dores corporais 
(OLIVEIRA, 2006). Dessa forma, há redução expressiva dos custos com 
Ginástica
– 210 –
assistência médica, diminuição de faltas, alterações no estilo de vida e até 
aumento na produtividade do trabalhador.
Figura 10.8 – Aula de ginástica laboral
Fonte: Shutterstock.com/ Joa Souza
10.4.2 Ginástica para idosos
A população idosa tem crescido mais que qualquer outra faixa etá-
ria, e a idade, na maioria das vezes, vem acompanhada de doenças crôni-
cas. Alguns idosos apresentam dependência funcional em vários níveis, 
e apenas 50% podem ser considerados independentes (FERREIRA et al., 
2012). Nesse contexto, na tentativa de minimizar os declínios acarretados 
pelo envelhecimento, a atividade física se apresenta de forma fundamental 
na prevenção e na promoção da saúde.
A ginástica pode proporcionar melhoria e manutenção das aptidões 
fundamentais dos idosos, contemplando força, agilidade, equilíbrio, fle-
xibilidade, coordenação e resistência, otimizando a capacidade funcional 
desses indivíduos. Os exercícios ainda oferecem reeducação postural, for-
talecimento da musculatura pélvica e relaxamento muscular, proporcio-
nando a melhoria da aptidão funcional dos idosos. A ginástica também 
tem efeito antidepressivo, e sua prática regular estimula a produção de 
endorfinas, que proporcionam sentimento de bem-estar e autoconfiança, 
promovendo entusiasmo e otimismo (GUIMARÃES; CALDAS, 2006).
– 211 –
Ginástica não competitiva e ginástica de academia: fundamentos e 
tendências ao longo da história
Figura 10.9 – Aula de ginástica para idosos
Fonte: Shutterstock.com/ rkl_foto
A ginástica também oferece inúmeros benefícios psicológicos e emo-
cionais, auxiliando o indivíduo a manter o cérebro ativo, assegurando as 
funções cognitivas e prevenindo perda de memória, demência, Alzheimer, 
entre outros.
10.4.3 Hidroginástica
Também conhecida como ginástica aquática, é uma modalidade que 
conta com a ausência da gravidade a seu favor, diminuindo as possibilida-
des de contusão e sendo amplamente indicada para idosos e como ativi-
dade de recuperação motora. A prática tem origem na hidroterapia, que foi 
muito indicada por médicos brasileiros desde 1980, sendo praticada por 
gestantes, idosos e diversos grupos, inclusive quem deseja perder peso. 
Uma aula de hidroginástica tem duração média de 1 hora, dividida em três 
momentos: aquecimento, exercícios de maior intensidade e exercícios de 
relaxamento e volta à calma.
Os movimentos devem ser realizados contra a força exercida pela 
água, de baixo para cima, podendo-se utilizar materiais para o aumento 
dessa resistência (halter, aquatubo, macarrão, caneleira, luva, colete, bola, 
prancha). Essa modalidade conta ainda com música como um diferencial 
na realização das atividades, uma vez que o ritmo é um fator estimulante 
para o praticante.
Ginástica
– 212 –
Figura 10.10 – Aula de hidroginástica
Fonte: Shutterstock.com/ Nomad_Soul
A hidroginástica pode proporcionar inúmeros benefícios, entre eles 
melhoria cardiorrespiratória e vascular, ganho de força e massa magra, aumento 
de coordenação motora e equilíbrio e promoção de prazer e saúde corporal. A 
prática não oferece nenhum risco para a saúde, mas antes de realizá-la é neces-
sário passar por uma avaliação médica (CERRI; SIMÕES, 2007).
10.5 Tendências contemporâneas da ginástica de 
academia e seus impactos nas práticas corporais
A academia de ginástica como um espaço de estímulo às práticas 
corporais vem se reinventando desde sua origem, buscando proporcio-
nar experiências diferenciadas aos frequentadores, no entanto, a essência 
nunca muda: a ginástica. Considerando o contexto histórico atual, perce-
bemos que as aulas coletivas continuam tendo grande expressão e pro-
movem momentos não apenas de treinamento corporal mas também de 
convivência social, sendo um espaço de relacionamento. Assim, a acade-
mia vem se reinventando para atender aos clientes que estão cada dia mais 
comprometido com outras atividades e necessitam da vivência de práticas 
corporais para a manutenção da qualidade de vida.
São inúmeras as modalidades de ginástica na academia e que utilizam 
fundamentos já existentes nesse elemento da cultura corporal, passando 
– 213 –
Ginástica não competitiva e ginástica de academia: fundamentos e 
tendências ao longo da história
por um processo deressignificação. Hoje, o crossfit é a modalidade que 
parece inovar no âmbito fitness.
10.5.1 Crossfit
É um método de treinamento caracterizado pela realização de 
exercícios funcionais de alta intensidade, como agachamentos, arrancos, 
arremessos, desenvolvimentos, exercícios aeróbicos e movimentos da 
ginástica (paralelas, parada de mão, argolas e barras). É uma das modali-
dades de ginástica de academia que mais ganham adeptos, sendo comum 
em vários locais do mundo, desenvolvendo de forma maximizada as três 
vias metabólicas (TIBANA; ALMEIDA; PRESTES, 2015). A prática 
garante o desenvolvimento de resistência cardiorrespiratória, força, vigor, 
potência, velocidade, coordenação, agilidade, equilíbrio e precisão.
Os treinos são organizados iniciando com aquecimento, atividade de 
desenvolvimento ou aprimoramento da força e condicionamento metabó-
lico. O treinamento é chamado de workout of the day (treinamento do dia 
– WOD), atendendo aos três pilares da prescrição que remetem à realiza-
ção de movimentos funcionais de alta intensidade e de forma constante e 
variada. O crossfit vem ganhando milhares de adeptos devido a seu perfil 
desafiador e motivador, acolhendo indivíduos ativos, iniciantes e até atle-
tas (TIBANA; ALMEIDA; PRESTES, 2015).
Figura 10.11 – Aula de crossfit
Fonte: Shutterstock.com/ Syda Productions
Ginástica
– 214 –
Os fundamentos da ginástica são amplamente utilizados na metodo-
logia do crossfit, constituindo seus exercícios e substanciando sua prá-
tica, como o ring dip, que remete ao movimento de flexão dos braços em 
ângulo de 90 graus em argolas, ou o ring muscle-up, movimento realizado 
nas argolas, no qual puxa-se e empurra-se o corpo com os braços.
Poderíamos apresentar aqui diversos exercícios livres ou realizados 
na barra e que remetem à ginástica e são amplamente realizados nas aulas 
de crossfit, o que afirma essa relação de reinvenção ou de utilização de 
movimentos da ginástica na elaboração de novas modalidades corporais.
Atividades
1. Elabore uma definição de ginástica não competitiva:
2. O que é a ginástica para todos? Qual é o principal evento sobre 
essa modalidade?
3. O que é o jump e quais são seus benefícios?
4. Como surgiu o pilates? Ele pode ser praticado por todas as pessoas?
Gabarito
Ginástica
– 216 –
1. História e evolução da ginástica 
1. A palavra ginástica, de acordo com Ayoub (2003), advém do 
grego gymnastiké, que significa a arte de fortificar o corpo e dar-
-lhe agilidade e reflete as perspectivas historicamente direciona-
das à prática da ginástica pelo homem ao longo da história.
2. Kung Fu é a arte marcial mais antiga e mais conhecida do povo 
chinês. Sua técnica determinava a manutenção e as mudanças 
de posturas, os modos de respirar, explicando os vários tipos de 
massagem e indicando os benefícios fisiológicos e curativos de 
cada exercício.
3. Ginástica alemã, nova ginástica alemã, método natural austrí-
aco, método natural de Georges Hébert, ginástica nórdica, ginás-
tica francesa, movimento esportivo inglês e método de educação 
física desportiva generalizada. As Lingíadas foram grandes fes-
tivais internacionais de ginástica criadas em comemoração aos 
100 anos da morte do Sueco Pedro Henrique Ling, que dividiu a 
ginástica em categorias.
4. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) propõe a ginástica 
como uma unidade temática a ser trabalhada ao longo do perí-
odo escolar, classificando-a em ginástia geral, de condiciona-
mento físico e de conscientização corporal.
2. Fundamentos teóricos metodológicos 
da ginástica pedagógica
1. Os grupos de atuação das ginásticas são: as ginásticas de con-
dicionamento físico, de competição, fisioterápicas, formativa 
e geral. Condicionamento físico (para não atletas e atletas) 
podem ser praticadas ao ar livre, tomando-se o cuidado de veri-
ficar sua duração, intensidade e frequência. Além disso, são as 
mais procuradas nas academias quando se quer adquirir melhor 
forma física e bem-estar geral. Ginásticas de competição 
(abarca as modalidades para provas) compreendem as compe-
– 217 –
Gabarito
tições preestabelecidas tanto para homens como para mulheres, 
com o intuito de determinar um ganhador. Ginásticas fisioterá-
picas utilizam exercícios físicos para prevenir e tratar doenças. 
Já a ginástica formativa (reúne técnicas de ginásticas para a 
consciência corporal) contribui para o indivíduo conhecer os 
benefícios da atividade física, sendo, assim, motivado a incluir 
essa prática no seu cotidiano a fim de ter um modo de vida mais 
saudável. Ginástica para todos (responsável pelo desenvolvi-
mento do sujeito em seus aspectos motor, cognitivo e social) diz 
respeito às atividades gímnicas não competitivas.
2. A FIG (Federação Internacional de Ginástica) é a organização 
mais conhecida de ginástica, também é a maior influência na 
ginástica mundial. A FIG é responsável por oito esportes: ginás-
tica para todos, ginástica artística para homens e mulheres, 
ginástica rítmica, trampolim, aeróbica, acrobacia e parkour.
3. As modalidades são: as ginásticas calistênica, aeróbica, localizada 
e musculação. A ginástica calistênica é composta por exercícios 
que usam o peso do próprio corpo, tais como flexões, abdominais, 
agachamentos e assim por diante. Foi por meio dela que se desen-
volveu a ginástica moderna com fundamentos específicos que eram 
destinados a obesos, crianças, sedentários, idosos e mulheres.
4. Oliveira propõe a seguinte estrutura de aula de ginástica escolar: 
1. fazer jogos e brincadeiras de integração; 2. apresentar o tema, 
explorando a ginástica conforme os objetivos do grupo; 3. fazer 
a prática envolvendo os elementos gímnicos de saltar, equilibrar, 
girar, rolar, entre outros. 4. propiciar tarefas em pequenos gru-
pos, explorando movimentos diversos com ou sem materiais; 5. 
finalizar com apresentações entre os grupos sobre os trabalhos 
que foram realizados.
3. Estudo das capacidades físicas
1. As capacidades físicas são também conhecidas como habilida-
des ou valências físicas, incluem desde os movimentos mais 
Ginástica
– 218 –
simples até os mais complexos. Elas podem ser desenvolvidas 
por qualquer sujeito, podendo ser bem-sucedidas ou não. Isso 
irá depender das características hereditárias do organismo de 
cada um.
2. As capacidades físicas que compõem o primeiro grupo são: 
força, velocidade, resistência e potência. A força é a capacidade 
dos músculos de vencer uma resistência, exercendo esforço 
na ação de empurrar. Velocidade é a qualidade específica dos 
músculos que possibilita a realização de uma sequência rápida 
de gestos. Resistência é a capacidade de um grupo muscular 
executar contrações repetidas por um período, causando fadiga 
muscular, porém sem que ocorra a perda da eficiência do movi-
mento. A potência pode ser definida como a velocidade em que 
o trabalho é desempenhado.
3. Força explosiva, força máxima e capacidade de resistir à fadiga. 
Na força explosiva, o sistema neuromuscular produz a maior 
elevação de força por unidade de tempo. Na força máxima, o sis-
tema neuromuscular produz a maior força por meio de uma con-
tração voluntária máxima. Já na capacidade de resistir à fadiga, 
o sistema neuromuscular continua produzindo tensão em fadiga.
4. Os alunos podem estar dispostos no espaço físico em colunas, 
fileiras e na diagonal. Em colunas, quando ficam um atrás do 
outro; em fileiras, quando eles ficam dispostos um ao lado do 
outro. E na diagonal, quando se posicionam obliquamente em 
relação a uma linha de referência.
4. Utilização dos movimentos e 
materiais próprios da educação física na 
elaboração das atividades ginásticas
1. Posição grupada, carpado, afastada, afastada-carpada e celada. 
Posição carpada – Flexão do quadril com tronco inclinado para 
frente. MMSS estendidos à frente com as mãos em direção aos 
pés e MMII com extensão dos joelhos, unidos à frente do corpo.
– 219 –
Gabarito
2. Exercícios naturais: são próprios da evolução humana, como 
andar, saltar, correr, etc. Artificiais:são aplicados para um 
determinado objetivo. Sintéticos: envolvem grande grupo de 
massa muscular simultaneamente, relacionando-os com os 
movimentos naturais. São predominantes nas atividades aeróbi-
cas, envolvendo a ação de três ou mais articulações e suas siner-
gias. Analíticos: envolvem tanto os pequenos como os grandes 
grupos musculares, concentrando-se num determinado segmento 
corporal, e associam-se aos movimentos artificiais anaeróbicos, 
envolvendo a ação de uma ou duas articulações e suas sinergias.
3. Em dupla: um será a base e apoiará os pés entre a cintura e as 
pernas do outro, que será o volante. Quando o volante estiver 
apoiado, vai se lançar para a frente enquanto a base estica as per-
nas. Estando equilibrados, soltarão as mãos ficando na posição 
chamada de aviãozinho.
4. A GR popular busca proporcionar às crianças a oportunidade 
de vivenciar as atividades motoras baseadas na modalidade, na 
qual o importante é participar, podendo até competir e, quem 
sabe, vencer.
5. Ginástica dentro do contexto educacional, 
terminologia das habilidades gímnicas, exercícios 
e vivências pedagógicas na ginástica escolar
1. Segundo a FIG, os quatro princípios da ginástica para todos 
são: diversão, fitness, fundamentos e amizade. Os dois eventos 
principais são: The World Gymnaestrada e The World Gym for 
Life Challenge.
2. A Gymnaestrada é o maior evento da GPT ou GG na esfera 
mundial, no qual grupos de ginástica do mundo todo se encontram 
para fazer apresentações das mais diversas manifestações 
de ginástica. A denominação de Gymnaestrada é a união das 
palavras Gymna (ginástica) e Strada (caminho). Esse festival 
foi idealizado pelo presidente FIG, que pensou num evento para 
Ginástica
– 220 –
integrar as diferentes modalidades de ginástica, porém sem com-
petição, na qual os ginastas se apresentam entre eles com a ideia 
de confraternização.
3. Locomoção é o movimento para se deslocar de um lugar ao 
outro, formado pelas habilidades básicas de andar, correr, sal-
tar, rolar e quadrupedar. Estabilização é a habilidade de manu-
tenção do corpo, mantendo o corpo parado na posição estática 
contra a força da gravidade. Um exemplo de estabilização na 
ginástica é a parada de mãos. Manipulação é a habilidade que 
pode ser abordada nas diversas modalidades de ginástica, mas 
seu foco é na ginástica rítmica, pois, nessa modalidade, a carac-
terística principal é a manipulação de aparelhos.
4. A proposta da BNCC para a ginástica no ensino fundamental é: 
para os anos iniciais, dois blocos (1º e 2º anos e 3º ao 5º ano) e o 
objeto de conhecimento é a ginástica geral, do 1º ao 5º ano. Para 
os anos finais, dois blocos: 6º e 7º anos – ginástica de condi-
cionamento físico; 8º e 9º anos – ginástica de condicionamento 
físico; ginástica de conscientização corporal.
6. Ginástica esportiva competitiva – 
modalidades, história e conceitos
1. São modalidades da ginástica competitiva: ginástica aeróbica 
esportiva (GAE); ginástica acrobática; ginástica artística (femi-
nina e masculina); ginástica rítmica; e ginástica de trampolim. 
Essas modalidades possuem várias características em comum, 
uma delas é serem regulamentadas pela Federação Internacional 
de Ginástica. Elas também contam com competições sistemati-
zadas com a presença de equipe de arbitragem qualificada.
2. Na ginástica aeróbica, a avaliação é realizada por três bancas, 
que avaliam a dificuldade, a perspectiva técnica e o perfil artís-
tico. Assim, o árbitro-chefe analisa o valor atribuído por cada 
árbitro acerca de todos os méritos e faz as deduções para as 
rotinas que apresentam irregularidade. Somam-se as médias das 
– 221 –
Gabarito
três bancas e das deduções do árbitro-chefe, compondo a nota 
final do ginasta. Os critérios de arbitragem são definidos pelas 
seguintes bancas: artística (considera a composição coreográ-
fica, o equilíbrio, a multiplicidade, o posicionamento no espaço 
e a integração dos movimentos com a música, e a adequação 
da coreografia ao competidor, observando originalidade, natu-
reza e encanto. A nota máxima, nesse critério, é de 10 pontos); 
execução (aprecia a perfeição dos movimentos coreográficos, 
tendo pontos deduzidos em caso de erros. A nota máxima, nesse 
critério, é de 10 pontos); dificuldade (mensura a legitimidade 
dos elementos de força, saltos, flexibilidade e equilíbrios apre-
sentados; de acordo com a apresentação, será dada a pontuação 
de dificuldade).
3. A Ginástica Rítmica (GR) é uma modalidade competitiva pra-
ticada em competições oficiais apenas por mulheres, de forma 
individual ou em conjunto. A modalidade contempla elementos 
relacionados à ginástica, à acrobacia e ao manuseio dos apa-
relhos oficiais, como bola, arco, corda, maça e fitas, de forma 
contextualizada e realizada com acompanhamento musical 
(TOLEDO, 2001). 
4. Trata-se de modalidade competitiva que possui um código de 
regulamentação elaborado pela FIG, que vem se popularizando 
de forma expressiva no Brasil, sendo amplamente divulgada 
pela mídia. Nesse contexto, pela propagação da mídia, houve 
a necessidade de resolver um impasse, que seria a denomina-
ção correta da modalidade – ginástica artística ou olímpica. A 
FIG, por meio de uma assembleia realizada em 2006, formali-
zou a sua nomenclatura, à qual vários países aderiram: Ginástica 
Artística (GA). A ginástica artística feminina é composta pelas 
seguintes provas: mesa de salto, barras paralelas assimétricas, 
trave de equilíbrio e solo. A ginástica artística masculina é com-
posta por seis provas: solo, cavalo com alças, argolas, mesa de 
salto, barras paralelas simétricas e barra fixa.
5. A Confederação Brasileira de Ginástica considera, na ginástica de 
trampolim, as seguintes provas e aparelhos que podem ser dispu-
Ginástica
– 222 –
tados separadamente por ambos os sexos: trampolim individual, 
trampolim sincronizado, tumblin e duplo minitrampolim.
6. A Confederação Brasileira de Ginástica é a entidade responsá-
vel pela organização dos eventos esportivos e representação de 
atletas e de líderes da ginástica. Assim, ela rege todas as compe-
tições nacionais e dá suporte aos atletas, técnicos e árbitros em 
competições internacionais, sendo responsável pela distribuição 
dos códigos de pontos de cada modalidade para as federações 
nacionais. Essa incumbência ocorre tanto na categoria júnior 
como na sênior de todas as modalidades esportivas de competi-
ção da ginástica.
7. Fundamentos e procedimentos de 
ensino-aprendizagem das ginásticas
1. Em relação à nomenclatura dos movimentos, podemos identi-
ficar algumas que são estruturantes da ginástica, seja qual for 
sua modalidade esportiva, podendo sofrer variações ou combi-
nações recorrentes da criatividade ou da intencionalidade. São 
elas: saltar, saltitar, alternado, simultâneo, assimétrico, inclina-
ção, equilíbrio, rotações, movimentos locomotores, movimentos 
manipulativos e movimentos estabilizadores.
2. Equilíbrio: é a ação de permanecer ou se deslocar em uma super-
fície delimitada contra a ação da gravidade, sendo resultado do 
movimento muscular em contração, no intuito de manter deter-
minada posição ou postura. O equilíbrio pode ser estático (sem 
locomoção), e é solicitado em movimentos como: avião, ponte, 
vela e bandeira. Já o equilíbrio dinâmico (com locomoção) é 
solicitado em ações como saltar, correr, entre outros.
Rotações: são elementos realizados pelo ginasta em torno 
dos eixos transversal ou longitudinal do corpo, com ou sem 
apoio no solo. Os pivôs, giros são realizados sobre o apoio 
nas pontas dos pés, podendo ser executados com a perna livre, 
em várias alturas, posições e amplitudes. Os rolamentos são 
– 223 –
Gabarito
exemplos de rotação em que o ginasta utiliza o solo como base 
para a execução do giro no eixo corporal. No caso da ginástica 
rítmica, as rotações precisam ser acompanhadas da manipula-
ção de algum aparelho.
3. As fases da iniciação da ginástica apresentam algumas peculiari-
dades: na fase pré-escolar, os estágios identificadossão o estágio 
inicial, o estágio elementar e o estágio maduro, que compreen-
dem a faixa etária de dois a seis anos. Já na fase escolar, também 
identificada como movimentos especializados, a faixa etária 
compreende dos sete anos até a vida adulta. Assim, a aprendi-
zagem é um processo caracterizado pela transformação progres-
siva das capacidades dos indivíduos, que precisa acontecer por 
etapas de familiarização e iniciação (CAÇOLA, 2007).
4. É interessante que a aula tenha início com uma conversa, em 
que o professor deve recapitular as realizações da aula anterior, 
relacionando esses conhecimentos aos objetivos da aula. Em 
seguida, deve ser realizado o aquecimento e o alongamento 
inicial. O terceiro momento da aula contará com atividades 
posturais e rítmicas, contemplando poses variadas ao som 
da música escolhida pelo professor/treinador, incentivando a 
composição coreográfica. O quarto momento remete à prepa-
ração física, sendo fruto de uma análise a longo prazo, sendo 
individualizada (bases e volantes). O quinto momento da aula 
remete à vivência de figuras acrobáticas, de equilíbrio e de 
dinâmicas, que devem ser ensinadas de acordo com as espe-
cificidades dos ginastas, do técnico, do conteúdo, da fase de 
aprendizagem dos alunos e levando em consideração o grau de 
dificuldade do movimento. O sexto momento da aula é desti-
nado à coreografia, que a princípio promove a criação coreo-
gráfica das duplas, trios ou quartetos. Após essa construção, o 
próximo momento deve ser utilizado para treinar, aperfeiçoar, 
corrigir ou alterar as coreografias. Por fim, deve ser realizado 
o alongamento, que pode ser utilizado apenas para esse fim, ou 
ainda, para aumentar a flexibilidade, por meio da técnica de 
forças opostas (MERIDA, 2014).
Ginástica
– 224 –
5. O plano de aula precisa atender o previsto a seguir: 
Estrutura Descrição
Público/Faixa etária Meninas (18 anos)
Quantidade 8 alunas
Objetivo Geral Objetivo central da aula, considerando a pro-posta de uma turma de iniciação esportiva.
Metodologia 
Considerando o previsto nesse capítulo, a aula 
deve contar com alguns momentos (introdu-
ção: apresentação do que vai ser trabalhado; 
desenvolvimento: momento de experimen-
tação e prática; e conclusão: volta à calma e 
análise coletiva do que foi desenvolvido).
Avaliação
Deverá ser descrito como ocorrerá a verifica-
ção de aprendizagem dos alunos, o que será 
considerado enquanto processo de avaliação.
Recursos materiais Descrição de todos os materiais neces-sários para a realização da aula.
Referências Indicação de todo o mate-rial que fundamentou a aula.
O(a) acadêmico(a) poderá escolher o tema da sua aula, desde 
que ele seja coerente com o contexto da iniciação esportiva.
8. Preparação de ginastas: análise e técnicas 
de execução de práticas de aperfeiçoamento
1. O(a) acadêmico(a) pode escolher qualquer movimento da ginás-
tica para realizar a atividade. Segue um exemplo:
Rolamento para frente grupado: é iniciado em pé, com as per-
nas unidas; em seguida elas são flexionadas, e as mãos devem 
ser apoiadas no solo, impulsionando o tronco com os pés e as 
pernas, rolando sobre as costas em posição grupada, finalizando 
em pé. O processo pedagógico pode seguir a seguinte sequên-
– 225 –
Gabarito
cia: rolar (partindo do carrinho de mão, em duplas, em que um 
segura as pernas do outro, que se desloca para a frente com as 
mãos); rolar iniciando ajoelhado sobre um plano elevado (em 
cima de um colchão dobrado); rolar diretamente sobre o col-
chão, finalizando em pé.
Durante o movimento, a cabeça elevada deve ser ajustada; a ação 
correta do rolamento deve ser com o queixo encostado no peito 
– é interessante pedir ao aluno que coloque um papel ou lenço 
sob o queixo, segurando-o durante o movimento. Os joelhos 
afastados devem ser arrumados colocando-se um objeto leve 
entre eles. O corpo não grupado pode ser corrigido solicitando 
ao aluno que abrace as pernas e realize a balancinha (balanceio 
parecido com uma gangorra).
2. 1. Individualidade biológica: explica a diversidade existente 
entre os seres humanos e garante que cada pessoa é singular, 
biologicamente falando; a diferença tem origem no conjunto de 
características reveladas pelo genótipo (carga genética transmi-
tida à pessoa até o nascimento) acrescidas pelo fenótipo (carac-
terísticas adquiridas por meio da interação do indivíduo com o 
ambiente). 2. Adaptação: relaciona-se à capacidade de resposta 
do ginasta aos estímulos que recebe, possibilitando a construção 
de relações que garantem ao organismo contínuas adaptações 
a novas situações. O desempenho significativo é resultado de 
planejamento, em que o atleta tenta se adaptar às exigências do 
desporto; assim, quanto maior é o grau de adaptação, melhor é 
o desempenho. 3. Sobrecarga: estímulos que produzem desgas-
tes no organismo e, após o término do trabalho, têm por obje-
tivo restabelecer a homeostase; o tempo de recuperação é dire-
tamente proporcional à intensidade do estímulo ou à carga de 
trabalho aplicada. 4. Interdependência (volume-intensidade): 
remete à relação entre duas variáveis do treinamento (volume e 
intensidade), indispensáveis para a evolução do processo de trei-
namento. A sobrecarga é fundamental para o desenvolvimento 
do ginasta, resultante de um volume e de uma intensidade de 
trabalho, em que a predominância deve ser determinada pela 
Ginástica
– 226 –
periodização do treinamento. 5. Princípio da continuidade: 
explica a necessidade de sistematizar o treinamento, evitando 
interrupções no trabalho desenvolvido. Como o treinamento 
prevê aplicação progressiva de cargas de trabalho que deverão 
ser assimiladas pelo organismo, é necessário que haja conti-
nuidade, para que tenha efeito. 6. Princípio da especificidade: 
explica a necessidade de planejamento do treino, obedecendo 
aos objetivos específicos da performance desportiva, contem-
plando as qualidades físicas, o sistema energético dominante, a 
coordenação e o gesto técnico exigido para a modalidade.
3. Deve-se selecionar ginastas considerando seu genótipo e seu 
desenvolvimento no treinamento para otimizar o fenótipo, 
pois apenas o genótipo não é capaz de garantir performances 
excepcionais. Nesse contexto, os atletas de maior rendimento 
esportivo são aqueles que apresentam baixa estatura, baixo peso 
corporal e corpo relativamente forte, que permite maior proxi-
midade com o centro de gravidade e a consequente execução 
de movimentos com maior facilidade. É necessário haver um 
treinamento efetivo, com metodologias que possibilitem a adap-
tação orgânica para a garantia de resultados desportivos.
4. Preparação física: visa o desenvolvimento das qualidades físi-
cas básicas do desporto, sendo de grande relevância no alto ren-
dimento, evidenciando expressivos resultados em competições 
e qualificando as execuções; Preparação técnica: visa a reali-
zação dos movimentos ginásticos com a máxima eficiência e o 
mínimo esforço. Para um ginasta atingir o êxito, é preciso que 
ele domine o gesto técnico, desempenhando de forma eficiente 
e virtuosa um exercício. Preparação tática: tem como foco a 
vitória nas competições, considerando as qualidades individu-
ais dos ginastas e as condições das equipes adversárias. Prepa-
ração intelectual e psicológica: ao considerar o atleta em sua 
integralidade, torna-se evidente a necessidade de contemplar 
algo além das preparações física, técnica e tática. O processo de 
treinamento é desgastante devido às horas de treino e tem como 
foco o aprimoramento do condicionamento nos âmbitos físico, 
– 227 –
Gabarito
técnico e tático, no entanto os resultados estão intimamente liga-
dos às condições psicológicas e intelectuais).
5. O(a) acadêmico(a) terá liberdade para realizar essa atividade, e 
ela deverá contemplar alguns pontos. O primeiro deles é a esco-
lha da periodização, na qual o aluno deverá optar pela simples:
O primeiro período é o preparatório, constitui a fase mais 
extensa da periodização, tendo como focoo aumento dos níveis 
de possibilidades funcionais do organismo e das qualidades físi-
cas necessárias ao desporto, desenvolvendo uma base desportiva 
sólida para a aquisição da forma competitiva. O segundo é o 
período competitivo, o momento da participação na competição 
principal, apresentando a forma desportiva alcançada e aperfei-
çoando as qualidades físicas e técnicas de alta intensidade, cor-
rigindo e controlando as possíveis falhas do ginasta. E o terceiro 
é o transitório, em que deve-se proporcionar recuperação física 
e mental dos ginastas após os esforços a que se submeteram 
durante a competição. Nessa fase, há uma perda inevitável de 
desempenho, uma vez que é necessário reduzir a intensidade e o 
volume do treinamento; no entanto, essa recuperação precisa ser 
ativa, para não diminuir completamente a condição física.
As atividades a serem desenvolvidas durante a periodização 
devem ser condizentes com a modalidade solicitada e é escolha 
do(a) acadêmico(a).
9. Ginástica: formação e treinamento do ginasta 
e organização de eventos de competição
1. O treinamento de longo prazo, como o próprio nome já diz, é 
um processo que envolve o atleta durante anos e conta com três 
Ginástica
– 228 –
momentos, tendo como principal objetivo a formação gradual do 
atleta de alto rendimento, proporcionando estímulos à idade bio-
lógica e respeitando as fases de desenvolvimento fisiológico e 
maturacional. Para que o atleta atinja a formação adequada para 
participar de competições internacionais, espera-se que ele tenha 
de 8 anos a 12 anos de treinamento, com o desenvolvimento de 
uma base motora e de seus fundamentos desde a infância. Essa 
capacitação precisa ser estruturada e sistematizada, levando em 
consideração as exigências individuais, seu estágio de desen-
volvimento e as exigências da modalidade esportiva, garantindo 
o rendimento de alto nível. Essa prática deve ser amplamente 
utilizada na ginástica, considerando as especificidades biológi-
cas do atleta, a fim de garantir o seu pleno desenvolvimento e, 
garantindo a descoberta de talentos, elaboração de treinamentos 
e garantia de resultados, o que é essencial, uma vez que os atle-
tas da ginástica atingem a etapa profissional antes em compara-
ção aos atletas de outras modalidades. 
2. Os aspectos negativos são, na maioria das vezes, de ordem física 
e/ou psicológica, como aumento do risco de lesões por sobre-
carga em crianças em fase de desenvolvimento, altos níveis 
de estresse, possível atraso na menarca, risco de distúrbios ali-
mentares, risco de manipulação abusiva de adultos, isolamento 
social, síndromes de burnout e dropout, entre outros. Os atletas 
de esportes estéticos tendem a uma especialização antecipada, 
como na ginástica artística feminina, com alto risco de sofrerem 
distúrbios alimentares.
3. O(a) acadêmico(a) poderá escolher o atleta e dissertar sobre ele 
considerando o seu perfil corporal, sua vivência com relação 
ao treinamento, sua compatibilidade quanto à modalidade que 
vivencia, bem como seu percurso profissional no esporte de 
alto rendimento.
4. A profissionalização do treinador brasileiro já é uma realidade, 
sendo necessário bacharelado em Educação Física, que habilita 
o profissional para atuar na área da iniciação esportiva até o trei-
namento de alto rendimento. O graduado deve se especializar 
– 229 –
Gabarito
ou se habilitar em treinamento esportivo. Para atuar em compe-
tições oficiais nos diferentes níveis esportivos, é necessário ter 
registro no conselho profissional e filiação nas federações e nas 
confederações correspondentes à modalidade.
5. As principais competições que reúnem os ginastas de todo o 
mundo são: os Jogos Olímpicos, de quatro em quatro anos; o 
Campeonato Mundial, desde 1999 anualmente, exceto nos anos 
olímpicos; e a Copa do Mundo, realizada por temporada, divi-
dida em etapas e durante todo o ano, com final que concede o 
direito de disputar os Jogos Olímpicos.
10. Ginástica não competitiva e 
ginástica de academia: fundamentos 
e tendências ao longo da história
1. O(a) acadêmico(a) realizará sua definição sobre a ginástica não 
competitiva e poderá se pautar na sua presença no espaço e 
expressão no âmbito das práticas corporais, capaz de proporcionar 
a todas as pessoas a possibilidade de se movimentar sem necessa-
riamente participar de competições. São inúmeras as motivações 
que levam os indivíduos à prática de ginásticas não competitivas: 
socialização, manutenção de saúde corporal, estética ou outras.
2. A ginástica para todos (GPT) já foi chamada de ginástica geral e 
apresenta a liberdade como principal característica, opondo-se a 
outras manifestações altamente competitivas. Isso significa que 
o praticante pode ter qualquer idade, optar ou não pelo uso de 
aparelhos, vestimentas ou estilo musical. Não há um consenso na 
literatura quanto a sua classificação; para alguns, trata-se de uma 
atividade; para outros, modalidade; e há aqueles que afirmam 
que é uma manifestação da cultura corporal. Gymnaestrada é o 
maior festival de ginástica do mundo, em que grupos se reúnem 
para apresentar várias manifestações da ginástica. Não há com-
petições, o que remete à ideia de uma grande confraternização. 
O nome se refere ao caminho da ginástica.
Ginástica
– 230 –
3. O jump consiste em um exercício aeróbico praticado em um 
minitrampolim, no qual são feitos movimentos diversificados e 
de várias intensidades, existindo a possibilidade de realizar core-
ografias. A prática auxilia no equilíbrio corpóreo, promove dre-
nagem linfática, contribui para eliminação de toxinas, melhora a 
capacidade cardiovascular, proporciona alto gasto calórico, tra-
balha a coordenação motora e o equilíbrio, fortalece músculos 
inferiores e tonifica o abdome.
4. Idealizado por Joseph Pilates, ex-ginasta que, utilizando sua 
bagagem de conhecimentos, propôs a utilização de ginástica e 
acrobacias que deram origem à contrologia, que depois ficou 
conhecida como método Pilates. Essa modalidade consiste 
em coordenar de forma completa o corpo, em conexão com a 
mente e o espírito, proporcionando o controle total por meio da 
repetição apropriada de forma progressiva e gradual. O pilates 
pode ser praticado por todas as pessoas – adultos, gestantes, 
idosos, portadores de doenças crônicas, e traz inúmeros bene-
fícios aos praticantes.
Referências
Ginástica
– 232 –
AGOSTINI, B. R; NOVIKOVA, L. A. Ginástica rítmica: do contexto edu-
cacional à iniciação ao alto rendimento. Várzea Paulista: Fontoura, 2015.
ALMEIDA, A. Ginástica acrobática: iniciação na escola e no clube. 
Revista Horizonte, Portugal, v. 11, n. 62, 1994.
ANDRADE FILHO, C. A. de. O discurso do profissional de ginástica 
em academia no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Gama, 1998.
AYALA, D. J. P. O circo vai à escola: possibilidades de utilizar atividades 
circenses nas aulas de educação física escolar. 2008. Monografia (Licencia-
tura em Educação Física), Universidade de Ponta Porã, Ponta Porã, 2008.
AYOUB, E. A ginástica geral no contexto escolar. In: FÓRUM INTER-
NACIONAL DE GINÁSTICA, 1., 2001, Campinas. Anais... Campinas: 
Sesc/Faculdade de Educação Física/ UNICAMP, 2001.
AYOUB, E. Ginástica geral e educação física escolar. Campinas: Uni-
camp, 2003.
AYOUB, E. Ginástica geral: um fenômeno sociocultural em expansão 
no Brasil. In: ENCONTRO DE GINÁSTICA GERAL, 2012, Campinas. 
Coletânea: textos e sínteses. Campinas: Editora da Unicamp, 2012.
BADILLO, J. J. Concepto y Medida de la Fuerza Explosiva en el Deporte. 
Posibles Aplicaciones al entrenamiento. Entrenamiento Deportivo, 
Tomo XIV, n. 1, p. 5-15, 2000.
BALBINO, H. F; PAES, R. R A pedagogia do esporte e os jogos coletivos. 
In: DE ROSE JR, D. et al. (org.). Esporte e atividade física na infân-
cia e na adolescência: uma abordagem multidisciplinar. Porto Alegre: 
Artmed, 2007.
BATISTA, N. S. O tecido circense como manifestação da cultura cor-
poral: fundamentos técnicos e metodológicos. Monografia. Universidade 
Estadual de Maringá, 2003.BAXTER-JONES, A.D.; MAFFULLI, N.; TOYA STUDY GROUP. Paren-
tal influence on sport participation in elite Young athletes. The Journal 
of Sports Medicine and Physical Fitness, v.43, n.2, p. 250- 255, 2003.
– 233 –
Referências
BERTONI, M. R.; PEREIRA, A. M.; PALMA, Â. T. P. V. O contexto 
histórico: a gênese da ginástica e a consolidação da educação física. 
Laboratório de Pesquisa em Educação Física, Universidade Estadual de 
Londrina, [2012].
BETTI, M.; ZULIANI, L. R. Educação física escolar: uma proposta 
de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e 
Esporte, v. 1, n. 1, p. 73-81, 2002.
BOBO, M.; SIERRA, E. Ximnasia Rítmica Deportiva: adestramento e 
competición. Santiago de Compostela: Lea, 1998.
BOMPA, T. O. Periodização: teoria e metodologia do treinamento. 4.ed. 
São Paulo: Phorte Editora, 2000.
BOMPA, T. O. Treinamento total para jovens campeões. São Paulo: 
Manole, 2002.
BORTOLETO, M. A. C.; MACHADO, G. A. Reflexões sobre o Circo e 
a Educação Física. Revista Corpoconciência, Santo André, n. 12, jul-
-dez. 2003.
BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular. 
Brasília: MEC/SEB, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.
mec.gov.br. Acesso em: 22 abr. 2020.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curricula-
res Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental (Introdução 
aos Parâmetros Curriculares Nacionais). Brasília: MEC/SEF, 1998.
BROCHADO, F. A.; BROCHADO, M. M. V. Fundamentos de ginástica 
artística e de trampolins. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
CAÇOLA, P. A iniciação esportiva na ginástica rítmica. Revista Brasileira 
de Educação Física, Esporte, Lazer e Dança, v. 2, n. 1, p. 9-15, mar. 2007.
CAETANO, A. P. F. et al. Vivenciando ginástica: analisando as preferên-
cias gímnicas na disciplina ginástica geral do curso de educação física da 
Universidade Federal do Ceará. Conexões: revista da Faculdade de Edu-
cação Física da UNICAMP, v. 13, n. especial, p. 197-210, 2015.
Ginástica
– 234 –
CAFRUNI, C.; MARQUES, A.; GAYA, A. Análise da carreira despor-
tiva de atletas das regiões sul e sudeste do Brasil. Estudo dos resultados 
desportivos nas etapas de formação. Revista do Porto em Ciências do 
Desporto, v.6, n.1, p. 55- 64, 2006.
CALÇA, D. H.; BORTOLETO, M. A. C. La tela circense. Revista Zinko-
lika, Barcelona, v. 11, p. 23-24, 2006.
CANALDA, A. Gimnasia Rítmica Deportiva: teoría y práctica. Barce-
lona: Paidotribo, 1998.
CAPINUSSÚ, J. M. Academias de ginástica e condicionamento físico: 
origens. In: DA COSTA, L. (Org.). Atlas do esporte no Brasil. Rio de 
Janeiro: Confef, 2006.
CASTRO, A. V. de. O elogio da bobagem. Rio de Janeiro: Alice de Cas-
tro, 2005.
CERRI, A. S.; SIMÕES, R. Hidroginástica e idosos: por que eles prati-
cam? Movimento, Porto Alegre, v. 13, n. 01, p. 81-92, jan./abr. 2007.
COLETIVO de autores. Metodologia do ensino da educação física. São 
Paulo: Cortez, 1992.
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GINÁSTICA – CBG. Ginástica 
para todos, c2020. Disponível em: https://www.cbginastica.com.br/
ginastica-para-todos. Acesso em: 30 abr. 2020.
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GINÁSTICA. Código de pontu-
ação da federação internacional de ginástica. Tradução em Português, 
[s.l.], 2005.
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GINÁSTICA. Regulamento 
geral, 2018. Disponível em: https://www.cbginastica.com.br/regulamen-
togeral Acesso em: 2 ago. 2020.COOPER, K. The New Aerobics. New 
York: M. Evans and Company, 1970.
CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA – Confef. Ginástica 
laboral: intervenção exclusiva do profissional de educação física. Revista 
Confef, n. 23, p. 12-14, mar. 2007.
COOPER, K. H. Capacidade aeróbica. Rio de Janeiro: Fórum, 1972.
– 235 –
Referências
DANTAS, E. H. M. A prática da preparação física. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Shape, 2006.
DANTAS, E. H. M. A prática da preparação física. Rio de Janeiro: Editora 
Sprint, 1985.
DARIDO, S. C.; FARINHA, F.K. Especialização precoce na natação e seus 
efeitos na idade adulta. Motriz, Rio Claro, v. 1, n. 1,p. 59-70, jun.1995.
DARIDO, S.; NETO L. S. S. O Contexto da Educação Física na Escola. 
In: DARIDO S. C. E RANGEL I. C. A (Coord). Educação física na 
escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, p. 01-24, 2005.
DELGADO, L. de A. Fundamentos metodológicos da ginástica. Barra 
do Corda, 2012.
DESIDERIO, A. Corpos Suspensos – o tecido circense como possibi-
lidade para a educação física escolar. Trabalho de Conclusão de Curso 
(Graduação em Educação Física), Universidade Estadual de Campinas, 
Campinas, 2003.
DODÔ, A. M.; REIS, L. N. Século XIX e o movimento ginástico euro-
peu: o processo de sistematização da ginástica. EFDeportes.com, Buenos 
Aires, ano 18, n. 190, mar. 2014.
DORNELLES, P. G. Distintos destinos: a separação entre meninos e 
meninas na educação física escolar na perspectiva de gênero. Dissertação 
(Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 
Porto Alegre, 2007.
DUARTE, O. A história dos esportes. 4. ed. São Paulo: Editora Senae, 2004.
DUPRAT, R. M.; BORTOLETO, M. A. C. Educação física escolar: pedago-
gia e didática das atividades circenses. RBCE, v. 29, n. 2, p. 171-189, 2007.
FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA (FIG). About Artis-
tic Gymnastics: What everyone should know!. FIG press information 
kit, set. 2013. Disponível em: Acesso: 20 jan. 2020.
FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA (FIG). Estatutos: 
edição 2015. nov., 2014.
Ginástica
– 236 –
FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA. Ginástica 
artística. Disponível em: https://www.gymnastics.sport/site/pages/disci-
plines/pres-mag.php. Acesso em: 26 jul. 2020.
FEDERATION INTERNACIONALE DE GYMNASTIQUE. Acrobatic 
Gymnastics. Disponível em: https://www.gymnastics.sport/site/pages/
disciplines/hist-acro.php. Acesso em: 21 jul. 2020a.
FEDERATION INTERNACIONALE DE GYMNASTIQUE. Aerobic 
Gymnastics. Disponível em: https://www.gymnastics.sport/site/pages/
disciplines/pres-aer.php. Acesso em: 21 jul. 2020b.
FEDERATION INTERNACIONALE DE GYMNASTIQUE. Trampolin 
Gymnastics. Disponível em: https://www.gymnastics.sport/site/pages/
disciplines/ele-dmt.php. Acesso em 21 jul. 2020c.
FERREIRA FILHO, R. A. F.; NUNOMURA, M.; TSUKAMOTO, 
M.H.C. Ginástica artística e estatura:mitos e verdades na sociedade bra-
sileira. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 5, n. 2, p. 
21-31, 2006.
FERREIRA, O. G. L. et al. Envelhecimento ativo e sua relação com a 
independência funcional. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, v. 21, 
n. 3, p. 513-518, jul.-set 2012.
FIORIN, C. M. A ginástica em Campinas: suas formas de expressão da 
década de 20 à década de 70. Dissertação (Mestrado em Educação Física) 
– Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002.
FLECK, S. J. KRAEMER, W. J. Fundamentos do treinamento de força 
muscular. Porto Alegre: Artmed, 1999.
FONSECA, D. A. R. O treino desportivo como fator de desenvolvimento 
motor. EFDeportes, Buenos Aires, ano15, n. 154, marzo 2011. Disponível 
em: https://www.efdeportes.com/efd154/o-treino-desportivo-como-
-desenvolvimento-motor.htm. Acesso em: 5 maio 2020.
FORTALEZA, A. Treinamento desportivo: carga, estrutura e planeja-
mento. São Paulo: Phorte, 2001.
– 237 –
Referências
FRASSON F.; LABURÚ C. E.; ZOMPERO A. de F. Aprendizagem sig-
nificativa conceitual, procedimental e atitudinal: uma releitura da teoria 
Ausubeliana. Revista Contexto & Educação, 34(108), p. 303-318, 2019. 
Disponível em: https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/contextoe-
ducacao/article/view/8840. Acesso em: 26 jul. 2020.
GAIO, R. Ginástica Rítmica Popular: uma proposta educacional. Jun-
diaí: Fontoura, 2007.
GALLARDO, J. S. P. Proposta de uma linha de Ginástica para a Edu-
cação Física Escolar. In: NISTA-PICOLLO, V. L. (Org.). Educação Física 
Escolar: ser... ou não ter? Campinas: Editor Unicamp, 1993. p. 117-136.
GINÁSTICA artística. In: DICIONÁRIO olímpico. Disponível em: 
http://www.dicionarioolimpico.com.br/ginastica-artistica. Acesso em: 23 
jul. 2020.
GOMES, A. C. Treinamentodesportivo: meios e métodos de treinamento. 
Londrina: Editora Treinamento Desportivo, 1999.
GRECO, P.; BENDA, R. Iniciação esportiva universal. Da aprendizagem 
motora ao treinamento técnico. 1. ed. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2001.
GROSSL, T. et al. Determinação da intensidade da aula de Power Jump 
por meio da Freqüência Cardíaca. Revista Brasileira de Cineantropo-
metria e Desempenho Humano, v. 10, p. 129-136, 2008.
GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Exercício físico na promoção da 
saúde. Londrina: Mediograf, 1995.
GUERRIERO, S. O Movimento Hare Krishna no Brasil: uma interpre-
tação da cultura védica na sociedade ocidental. Revista de Estudos da 
Religião, n. 1, p. 44-56, 2001. Disponível em: https://www.pucsp.br/
rever/rv1_2001/p_guerri.pdf. Acesso em: 22 jun. 2020.
GUIMARÃES, J. M. N.; CALDAS, C. P. A influência da atividade física 
nos quadros depressivos de pessoas idosas: uma revisão sistemática. 
Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 9, n. 4, p. 481-92, 2006.
GUISELINI, M.; BARBANTI, V. Exercícios aeróbicos: mitos e verda-
des. São Paulo: CLR Balieiro, 1985.
Ginástica
– 238 –
GUISELINI, M.; BARBANTI, V. J. Fitness: manual do instrutor. São 
Paulo: Clr Balieiro, 1993.
HERTOGH, C. et al. Méthodes de mesure et valeurs de référence de la 
puissance maximale développée lors d’efforts explosifs. Cinesiologie, v. 
XXXIII, n. 157, p. 133-140, 1994.
HYPÓLITO, D. Não existe vitória sem sacrifício: da depressão severa 
à medalha olímpica, a trajetória de superação do mais vitorioso ginasta 
brasileiro. São Paulo: Benvirá, 2019.
JAYANTHI, N. et al. Sport Specialization in young athletes: Evidence-Based 
recommendations. Sports Health, v. 5, n. 3, p. 251-257, may/june 2013.
KATCH, V. L. et al. Fundamentos da fisiologia do exercício. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan. 2005.
KRAHENBUHL, G. S., MARTIN, S. L. Adolescent body size and flexi-
bility. Rese. Ouart, v. 48, n. 4, p. 797-799, 1977.
KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Edi-
tora Unijuí, 1994.
LAFFRANCHI, B. Planejamento, aplicação e controle da preparação 
técnica da ginástica rítmica – Análise do rendimento técnico alcançado 
nas temporadas de competição. Tese (Doutorado) – Universidade do Porto, 
Faculdade de Ciências do Desporto da Educação Física, Porto, Portugal, 
2005. Disponível em: https://cifi2d.fade.up.pt/files/barbara-laffranchi.pdf. 
Acesso em: 2 maio 2020.
LAFFRANCHI, B. Treinamento desportivo aplicado à ginástica rít-
mica. Londrina: Unopar, 2001.
LEBRE, E. A técnica corporal em ginástica rítmica desportiva. Lição de 
síntese das Provas de Agregação para o 5º Grupo. Porto: Faculdade de Ciên-
cias do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto, 1997.
LISITSKAYA, T. S. Gimnasia rítmica: deporte & entrenamiento. Barce-
lona: Editorial Paidotribo, 1995.
LLOBET, A. C. Gimnasia rítmica deportiva: teoría y práctica. Barce-
lona: Pardotribo, 1998.
– 239 –
Referências
MACIEL, Álvaro Campos Cavalcanti; CÂMARA, S. M. A. Influên-
cia da estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) associada ao 
alongamento muscular no ganho de flexibilidade. Revista Brasileira de 
Fisioterapia, v. 12, n. 5, 2008.
MAGILL, R. A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São 
Paulo: Edgard Blucher, 2005.
MALINA, R. Early Sport Specialization: roots, effectiveness, risks. Cur-
rent Sports Medicine Reports, v .9, n. 6, p. 364-371, nov./dez., 2010.
MARINHO, I. P. Sistemas e métodos de educação física. 6 ed. São 
Paulo: Brasipal, 1981.
MARINHO, I. P. História geral da Educação Física. 2. ed. São Paulo: 
CIA Brasil, 1980.
MAZO, J. Z.; LYRA, V. B. Nos rastros da memória de um “Mestre de 
Ginástica”. Motriz, Rio Claro, v. 16, n. 4, p. 967-976, out./dez. 2010. 
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/motriz/v16n4/a17v16n4.pdf. 
Acesso em: 2 maio 2020.
MERIDA F. V; TOLEDO, E. Ensinando a ginástica de trampolim. In. 
PICCOLO, V. N.; TOLEDO, E. Abordagens pedagógicas do esporte 
– Modalidades convencionais e não convencionais. São Paulo: Papirus, 
2014. p. 164-209.
MERIDA, F. Fundamentos da ginástica acrobática. In: NUNOMURA, 
M.; TSUKAMOTO, M. H. C. (Org.) Fundamentos das ginásticas. Jun-
diaí: Fontoura, 2009. p. 17399.
MERIDA, F. V. Ginástica acrobática: uma análise da proposta pedagó-
gica. In: PICCOLO, V. N.; TOLEDO, E. Abordagens pedagógicas do 
esporte – Modalidades convencionais e não convencionais. São Paulo: 
Papirus, 2014. p. 60-107.
MERIDA, F. V. Reflexões sobre a pedagogia da ginástica acrobática. 
Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade São Judas 
Tadeu. São Paulo, 2008.
Ginástica
– 240 –
MONTEIRO, S. Quantificação e classificação das cargas de treino em 
ginástica rítmica: estudo de caso: preparação para o campeonato do 
mundo de Osaka1999 da seleção nacional de conjuntos sênior. Dissertação 
(Mestrado em Ciência do Desporto) – Faculdade de Ciências do Desporto e 
de Educação Física da Universidade do Porto, Porto, 2000.
MORENO, G. 1000 jogos: condicionamento físico. Rio de Janeiro: 
Sprint, 2002.
NOBRE, L. (Re)Projetando a academia de ginástica. Garulhos: 
Phorte, 1999.
NUNOMURA, M.; OLIVEIRA, M. dos S. de. Detecção e seleção de talentos 
na ginástica artística feminina: a perspectiva dos técnicos brasileiros. Revista 
Brasileira de Ciências do Esporte, v. 36, n. 2, p. 311-325, 2014.
NUNOMURA, M.; TSUKAMOTO, M. H. C. (Org.). Fundamentos das 
ginásticas. Jundiaí: Fontoura, 2009.
NUNOMURA, M.; TSUKAMOTO, M. H. C. Fundamentos da ginástica 
artística. In: NUNOMURA, M.; PICCOLO, V. L. (Org.). Compreen-
dendo a ginástica artística. São Paulo: Phorte, 2005, p. 37-58.
OLBRECHT, J. The science of winning: planning, periodizing and 
optimizing swim training. London: SwimShop, 2000.
OLIVEIRA, C. E. P. et al. Efeito de oito semanas de treinamento de ginástica 
localizada sobre a composição corporal de mulheres sedentárias. Revista 
Brasileira de Ciência e Movimento, v. 21, n. 3, p. 135-141, 2013.
OLIVEIRA, J. R. G. A prática da ginástica laboral. 3. ed. Rio de Janeiro: 
Sprint, 2006.
OLIVEIRA, M. S.; NUNOMURA, M. A produção histórica em ginástica 
e a constituição desse campo de conhecimento na atualidade. Conexões, 
v. 10, n. especial, p. 80-97, 2012.
OLIVEIRA, N. R. C. de. Ginástica para todos: perspectivas no contexto 
do lazer. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 6, n. 1, p. 
27-53, 2007.
PALLÁRES, Z. Ginástica rítmica. Porto Alegre: Prodil, 1983.
– 241 –
Referências
PAOLIELLO, E.; TOLEDO, E. (Org.). Possibilidades da ginástica rít-
mica. São Paulo: Phorte, 2010.
PARANÁ. Secretaria da Educação. Ginástica de trampolim. Disponí-
vel em: http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/con-
teudo.php?conteudo=165. Acesso em: 21 jul. 2020.
PEUKER, I. Ginástica moderna sem aparelhos. Botafogo: Forum, 1973.
PICCOLO V. N.; SCHIAVON, L. M. A ginástica artística como proposta 
educacional. In: PICCOLO, V. N.; TOLEDO, E. Abordagens pedagógi-
cas do esporte – Modalidades convencionais e não convencionais. São 
Paulo: Papirus, 2014. p.136-163.
PICCOLO, V. L. A educação motora na escola: uma proposta metodoló-
gica à luz da experiência vivida. In: DE MARCO, A. (Org.). Pensando a 
educação motora. Campinas: Papirus, 1995, p. 113-120.
QUERUBIN, M. O marketing do circo. Mogi das Cruzes: Oriom, 2003.
RIBEIRO, E. Conheça os Vedas, os textos mais sagrados da Índia e o 
mais antigo registro literário da humanidade. Revista Mandala, 28 jul. 
2017. Disponível em: https://revistamandala.com.br/conheca-os-vedas-
-os-textos-mais-sagrados-da-india-e-o-mais-antigo-registro-literario-da-
-humanidade. Acesso em: 22 jun. 2020.
SAMPAIO, G. B. da S. Formação de treinadores de ginástica rítmica: 
perspectivas de aprendizagem ao longo da vida. Dissertação (Pós-gradua-
ção em Educação Física) – Universidade Federal de Santa Catarina, Flo-
rianópolis, 2017. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/han-
dle/123456789/180562/348886.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso 
em: 1º abr. 2020.
SANTOS, J. C. E. dos. Ginástica geral: elaboração de coreografiasorga-
nização de festivais. Jundiaí: Fontoura, 2001.
SANTOS, L. R. G. dos. Hidrofitness. Rio de Janeiro: Sprint, 1998.
SAUR, E. Ginástica rítmica escolar. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1980.
SEYBOLD, A. Educação Física princípios pedagógicos. Rio de Janeiro: 
Ed. Ao Livro Técnico, 1994.
Ginástica
– 242 –
SILVA, I. de O. I. Introdução à educação física. Indaial: Uniasselvi, 2015.
SILVA, P. A. da. Jogos Poliesportivos, 2000 exercícios. Rio de Janeiro: 
Sprint, 2002.
SMOLEVSKIY, V.; GAVERDOVSKIY, I. Tratado general de gimnasia 
artística deportiva. Barcelona: Paidotribo, 1996.
SOLER, P. Ginástica de solo: a composição livre. Ligações – combina-
ções. São Paulo: Manole, 1982.
SOUZA, E. P. M. de; AYOUB, E. (ed.). In: FÓRUM BRASILEIRO DE 
GINÁSTICA GERAL, 2001, Campinas. Anais... Campinas: Unicamp/
Sesc, 2012.
STANQUEVISCH, P. Possibilidades do corpo na ginástica geral a par-
tir do discurso dos envolvidos. 2004. (Mestrado em Educação Física) 
– Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade Metodista de Piracicaba, 
Piracicaba, 2004.
TANI, G. et al. Educação Física escolar: fundamentos de uma abor-
dagem desenvolvimentista. São Paulo: Editora da Universidade de São 
Paulo, 1988.
TESCHE, L. A prática do turnen entre os imigrantes alemães e seus 
descendentes no RS: 1867-1942. Ijuí: Editora da Unijuí, 1996.
TIBANA, R. A.; ALMEIDA, L. M.; PRESTES, J. Crossfit® riscos ou 
benefícios? O que sabemos até o momento? Revista Brasileira de Ciên-
cia e Movimento, v. 23, n. 1, p. 182-185, 2015.
TOLEDO, E. A ginástica geral e a pedagogia da autonomia. In: FORUM 
INTERNACIONAL DE GINÁSTICA GERAL, 1; 2001; Campinas. 
Anais... Campinas: Sesc e Faculdade de Educação Física da Unicamp: 
2005. p. 737.
TOLEDO, E. Aspectos pedagógicos do ensino da ginástica rítmica e os 
princípios da pedagogia da autonomia. In: PICCOLO, V. N.; TOLEDO, 
E. Abordagens pedagógicas do esporte – Modalidades convencionais e 
não convencionais. São Paulo: Papirus, 2014.
– 243 –
Referências
TOLEDO, E. Fundamentos da ginástica rítmica. In: NUNOMURA, M.; 
TSUKAMOTO, M. H. C. Fundamentos das ginásticas. Jundiaí: Fon-
toura, 2009. p.143-172.
TRICOLI, V. A. A.; SERRÃO, J. C. Aspectos científicos do treinamento 
esportivo aplicado à ginástica artística. In: NUNOMURA, M.; NISTA-
-PICCOLO, V. N. Compreendendo a ginástica artística. São Paulo: 
Phorte, 2005. p.143-152.
TRINDADE, E.; ANDRADE, M. LER/Dort: Rotina Dolorosa. Revista 
ABO Nacional, v. 11, n. 2, p. 72-75, abr./mai. 2003.
TSUKAMOTO, M. H. C.; CARRARA, P.; NUNOMURA, M. Ginástica Artís-
tica. In: BÖHME, M. T. S. (Org.). Esporte infantojuvenil: treinamento a longo 
prazo e talento esportivo. São Paulo: Phorte Editora, 2011. p. 415- 431.
TUBINO, M. J. G. As dimensões sociais do esporte. São Paulo: Cortez, 1992.
TUBINO, M. J. G. Metodologia científica do treinamento desportivo. 
São Paulo: Instituição Brasileira de Difusão Cultural, 1984.
VELARDI, M. Ginástica rítmica: a necessidade de novos modelos peda-
gógicos. In: PICCOLO, V. L. N. Pedagogia dos esportes. Campinas: 
Papirus, 1999.
VELARDI, M. Metodologia de ensino em Educação Física: Contribui-
ções de Vygotsky para as reflexões sobre um modelo pedagógico. Dis-
sertação (Mestrado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física, 
Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1997.
WEINECK, J. Treinamento ideal: instruções técnicas sobre o desempenho 
fisiológico, incluindo considerações específicas de treinamento 
infantil ejuvenil. São Paulo: Manole, 1999.
WIESER, L; LEITE, L. Educação Física – Pioneiros do RS: Georg Black. 
In: MAZO, J.; REPPOLD, A. Atlas do Esporte no Rio Grande do Sul: 
atlas do esporte, educação física e atividades de saúde e lazer. Porto Ale-
gre: CREF2/RS, 2005.
ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: 
Artmed, 1998.
A presente obra foi elaborada tendo como base o pensamento da democrati-
zação do saber de forma inclusiva, crítica e significativa, pois ela apresenta o 
conhecimento sistematizado referente à Ginástica, sua história, modalidades, 
estilos, regras, fundamentos, regulamentos e principais atletas. E não para 
por aí. Esse livro aborda metodologias de ensino das modalidades gímnicas, 
abarcando desde a iniciação esportiva até o treinamento desportivo e os 
códigos de regulamentação de cada modalidade. A obra conta ainda com 
perspectivas relacionadas aos métodos de treinamento das ginásticas, bem 
como a especialização precoce, seus limites e possibilidades na formação do 
atleta. Além disso, ainda é possível verificar os conhecimentos relacionados 
às ginásticas não competitivas e suas especificidades. O livro apresenta uma 
leitura clara, objetiva e contextualizada, com imagens ilustrativas que facilitam a 
compreensão do estudante. Por fim, estão disponíveis atividades que priorizam 
a aplicação dos conhecimentos abordados de forma prática.

Mais conteúdos dessa disciplina