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TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Técnicas radiográficas A TC é um método de exame radiológico fundamentado no trabalho simultâneo de um computador e um aparelho de RX. Neste método, os fotons de RX, após atravessarem o corpo do paciente, são lidos e quantificados por um conjunto de detectores que encaminham estas informações à uma CPU (Central de Processamento de Dados) onde os mesmos são processados e transformados em imagem. A obtenção de uma radiografia convencional pode ser definida, de maneira simplificada como a leitura, sobre um filme radiográfico, dos fótons de RX atenuados pela estrutura radiografada. Essa atenuação diferenciada dos feixes incidentes, produto da inomogeneidade dos tecidos, sensibilizam os cristais de prata disseminados sobre a emulsão fotográfica, produzindo pontos de maior ou menor transparência, resultado de uma maior ou menor taxa de transferência energética para o filme. A obtenção da imagem na TC é semelhante, diferenciando-se apenas na leitura das informações e formas de aquisição. No método convencional as imagens são obtidas no filme por projeção, enquanto que na TC a estrutura é decomposta pelos feixes de RX, lida nos detectores e finalmente montada ponto a ponto (pixels) através de cálculos matemáticos efetuados pelo computador, que registra essas informações num disco magnético para posterior visualização e documentação. Através de um monitor essa decomposição ponto a ponto, derivada do movimento do tubo de raio X ao redor do paciente possibilita a individualização das estruturas contidas em um corte, sem superposição de imagens, permitindo o estudo densitométrico e individual de cada um desses pontos. TC Espiral A TC espiral permite medição em velocidade maior com sistema de tubos de RX detector de rotação continua. Tanto o tubo de RX como o arco do detector giram continuamente e pode-se suprimir eficazmente a radiação dispersa. Através do TC espiral é possivel realizar medição continua em até 24 segundos. Atualmente existem equipamentos no mercado que prometem velocidades maiores.(*Veja matéria sobre Tomografia Computadorizada de Cortes Multiplos - Seção de Artigos). A TC espiral produz um volume ininterrupto e sem espaços, do qual podem ser definidos cortes adjacentes, ou mais de 300 seções superpostas. O tempo de exame entretanto, é um fator crítico, particularmente para as aplicações nas quais é importante ter um fluxo constante de meio de contraste para todo o volume anatômico. A TC espiral têm apresentado aplicações importantes em geriatria, pediatria, traumatologia e cardiologia, devido à dificuldade destes pacientes em se manter em apnéia ou pela velocidade do cilclo cardiaco, que pode, através do exame em equipamentos mais recentes ser praticamente "congelado". Esta característica, associada à softwares modernos, permitem, por exemplo avaliação precisa das artérias coronárias. Até volumes maiores podem ser obtidos com rapidez e eficiência, o que consitue fator decisivo para reconstruções 3D. Cada exploração está baseada em rotação de um segundo, independente do campo de exploração e de espessura do corte, permitindo a utilização da técnica conhecida como Multiscan Multirotacional ou Multipla. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Em Radiologia, uma Tomografia Computadorizada (TC) ou Tomografia Axial Computadorizada (TAC), é uma imagem que deriva do tratamento informático dos dados obtidos numa série de projeções angulares de raios X. Simplificadamente traduz uma secção transversal (uma "fatia") do corpo da pessoa a quem foi feita a TC. Basicamente, uma TC indica a quantidade de radiação absorvida por cada porção da secção analisada, e traduz essas variações numa escala de cinzentos, produzindo uma imagem. Como a capacidade de absorção de raios X de um tecido está intimamente relacionada com a sua densidade, zonas com diferentes densidades terão diferentes cores, permitindo distingui-las. Assim, cada pixel da imagem corresponde à média da absorção dos tecidos nessa zona, expresso em Unidades de Hounsfield (nome do idealizador da primeira máquina de TC). É um exame radiológico exibido como TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR imagens tomográficas finas de tecidos e conteúdo corporal, representando reconstruções matemáticas assistidas por computador. Por exemplo, numa TC realizada ao tórax, será possível distinguir facilmente os pulmões do coração, já que o primeiro é, sobretudo aéreo, enquanto o segundo é maciço. Da mesma forma, se nos pulmões existir uma massa de maior densidade (como um cancro, por exemplo), ou de menor densidade (como uma caverna causada por tuberculose), estas serão também distinguíveis, pois possuem níveis de atenuação dos raios X diferentes do tecido circundante. A TC, tal como a radiografia convencional, baseia-se no fato de os raios X serem apenas parcialmente absorvidos pelo corpo humano. Enquanto a gordura ou o ar, por exemplo, são facilmente atravessados, os ossos e o metal não o são. Para obter uma TC, o paciente é colocado numa mesa, que se desloca para o interior de um orifício de cerca de 70cm de diâmetro. À volta deste encontra-se uma ampola de Raios-X, num suporte circular designado “gantry”. A 180º (ou seja, do lado oposto) da ampola, encontra-se o detector de Raios-X, responsável por captar a radiação, e transmitir essa informação ao computador ao qual está conectado. Nas máquinas de 3ª geração, durante o exame a “gantry” descreve uma volta completa (360º) em torno do paciente, com a ampola a libertar raios X que após atravessar o corpo do paciente são captados na outra extremidade pelo detector. Esses dados são então processados pelo computador, que analisa as variações de absorção ao longo da secção observada, e reconstrói esses dados sob a forma de uma imagem. A “mesa” avança então mais um pouco, repetindo-se o processo para obter uma nova imagem, num ponto seguinte pré definido pelo operador. Máquinas mais recentes, de 5ª geração, designadas “helicoidais” e mais recentemente “multislice”, descrevem uma hélice em torno do corpo do paciente, em vez de um círculo completo. Assim, supondo que são pretendidos cortes com 10mm de espessura, o “gantry” avançará 10-15mm durante a volta completa. Isto permite a obtenção de cortes intermédios (por exemplo, a cada 5mm) simplesmente por reconstrução digital, uma vez que toda essa área foi captada no movimento helicoidal, dentro de certos limites. Isto permite que o paciente seja submetido a doses menores de radiação e (sobretudo) maior rapidez. Assim os exames passaram de 1 hora por exame para segundos ou poucos minutos, dependendo do equipamento e da parte examinada. A principal vantagem da TC é que permite o estudo de secções transversais do corpo humano, ou seja, permite ampliar o que existia em Radiologia Convencional (imagens em duas dimensões com estruturas sobrepostas para imagens em 3 dimensões, ou com percepção espacial nítida). Outra vantagem: a maior distinção entre dois tecidos. Em TC podem-se distinguir até 0,5% de diferenças de densidade de tecidos, ao contrário da Radiologia Convencional que se situava nos 5%. Isto é uma melhoria sem paralelo em relação às capacidades da radiografia convencional, pois permite a detecção ou o estudo de anomalias que não seria possível senão através de métodos invasivos. Como exame complementar de diagnóstico, a TC é de valor inestimável. COMO É FEITO O EXAME? TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR O paciente deita em uma maca especial que é empurrada para dentro do equipamento de CT. Algumas vezes o paciente é instruído a deitar de lado ou de barriga para baixo. Uma vez dentro do equipamento, os tubos de raios-x giram em torno do paciente. Nos equipamentos mais modernos, esta rotação é feita de modo contínuo. Pequenos detectores dentro do equipamento medem a quantidade de raios-x que atravessam as estruturas do corpo. Um computador analisa estasinformações e constroi várias imagens individuais chamadas cortes (slices). Estas imagens podem ser armazenadas no computador, CD, DVD, mostradas no monitor do computador ou impressas em filme. Modelos tri-dimensionais dos orgãos podem ser criados a partir destes cortes. O paciente deve permanecer quieto durante o exame e, algumas vezes, ele pode ser instruído a prender a respiração. Quando o paciente se move durante o exame, as imagens podem ficar borradas ou indistintas. Um exame completo demora apenas alguns minutos para ser concluído. Os novos equipamentos com múltiplos detectores levam apenas 30 segundos para examinar um paciente da cabeça aos pés. Alguns exames requerem a injeção de contrastes, antes do início ou durante a realização do exame. O contraste serve para realçar certas estruturas do corpo e criar uma imagem mais nítida. A injeção do contraste pode provocar uma leve sensação de queimor, um gosto metálico na boca e uma sensação de queimor no corpo. Algumas pessoas têm alergia ao contraste e precisam tomar uma medicação anti-alérgica antes do exame. A alergia a contrastes iodados é uma contra-indicação formal à realização do exame, que nestes casos, somente deve ser realizado sob cuidadosa supervisão médica e acompanhamento de um anestesista. O contraste pode ser administrado de várias maneiras, dependendo do tipo de exame que vai ser feito: - Ele pode ser administrado por via intra-venosa, através de uma veia da mão ou ante-braço - Pode ser introduzido no reto em forma de enema - Por via oral antes do início do exame Geralmente é necessário um jejum de 4-6 horas quando o exame é realizado com contraste. O paciente muito obeso (acima de 150 quilos) não pode se se submeter a tomografia porque este sobrepeso pode danificar o equipamento. O paciente deve vestir uma bata hospitalar para realizar o exame, pois a maioria das vestimentas de uso diário contém acessórios de metal (zippers, prendedores, etc) que pode interferir com as imagens. Tanto a tomografia computadorizada como outros exames radiológicos, produzem baixos níveis de radiação ionizante, que têm o potencial de produzir câncer ou outras doenças mutagênicas. Este risco aumenta quanto maior for o número de exames realizados. Por este motivo o radiologista deve monitorar cuidadosamente o nível de radiação, principalmente nos pacientes mais jovens. Entretanto, o risco associado com um único exame é muito pequeno. O risco aumenta a medida que exames adicionais forem realizados. Em alguns casos o exame ainda pode ser feito, se os benefícios advindos de sua realização superarem os riscos (em casos de suspeita clínica de câncer). Uma tomografia abdominal não deve ser realizado em uma gestante, pois a radiação pode ser danosa para o feto. Na investigação de doenças do abdomen em gestantes ou em mulheres que suspeitem de gravidez, deve-se dar preferência ao ulta-som como ferramenta diagnóstica. A maioria dos contrastes utilizados na tomografia contêm iodo. Os rins ajudam a filtrar o iodo para fora do corpo. Portanto, as pessoas com problemas renais ou diabetes devem receber muito líquido depois do exame e devem ser monitoradas em relação a problemas renais. TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Os pacientes diabéticos ou aqueles que estejam sendo submetidos à diálise renal devem falar com o radiologista antes de serem submetidos à tomografia. Raramente os contrastes usados na tomografia computadorizada causam reação alérgica importante. Se o paciente sentir dificuldade em respirar durante o exame ele deve avisar o técnico imediatamente. O interfone na sala de exame permite que o paciente fique em contato permanente com o pessoal técnico na sala ao lado. É a área relacionada a utilização da radiação ionizante para obtenção de imagens anatômicas e fisiológicas do corpo humano com o objetivo de diagnósticar patologias. A energia utilizada é a radiação ionizante, através de equipamentos para cada especialidade. Outra modalidade na área é a utilização de radiação não ionizante, utilizada na Ressonância Magnética e na Ultrassonografia. As Modalidades As modalidades do Diagnóstico Por Imagem, incluem diversas atividades, dentre elas estão a Radiologia Convencional, Odontológica, Forense, Tomografia Computadorizada, entre outras em que o profissional da radiologia pode atuar, além do conhecimento de operação nos equipamentos é necessário conhecimentos na manipulação de imagens pós processamento e também de Radiologia Digital, assim como revelação de filmes radiográficos de forma manual, com utilização de processadoras e impressoras, tendo de conhecer também todos os acessórios envolvidos em cada modalidade da prática. Tomografia Computadorizada A Tomografia Computadorizada (TC) é uma tecnologia que utiliza radiação ionizante dos Raios-X para produzir imagens transversais do objeto de estudo. Os dados obtidos no exame são processados por um software que os transforma em imagens com 2 e 3 dimensões. Considerado um dos maiores avanços desde a descoberta dos Raios-X, hoje a TC é indispensável para um serviço médico. Sendo assim, é disciplina fundamental para a formação do profissional. Ressonância Magnética A Ressonância Magnética (RMM) é um procedimento que utiliza a radiação não ionizante de radiofrequência em conjunto com o magnetismo. A tecnologia do aparelho de RM permite utilizar o campo magnético e a radiofrequência para estimular a movimentação de átomos de hidrogênio (abundantes no corpo), nesta movimentação são criados sinais eletromagnéticos e sob a leitura do aparelho, estes sinais são convertidos em imagens. TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Com diversas técnicas e protocolos a RM é aplicada para o estudo dos músculos, encéfalo, articulações, sistema cardiovascular e entre outros sistemas. Mamografia A Mamografia é uma área que estuda a anatomia e a fisiologia do tecido mamário, a tecnologia utilizada no aparelho é a aplicação dos Raios-X, sendo diferenciado por conter um elemento químico chamado Molibdênio (Mo), este permite a produção de imagens com um contraste melhor do que o utilizado na radiografia comum, a importância desta alteração é devido à anatomia da mama. Com densidades de tecidos semelhantes, a imagem radiográfica da mama deve possuir qualidade de contraste suficiente para um diagnóstico preciso. A Mamografia é considerada o exame mais importante no prognóstico e diagnóstico precoce do Câncer de Mama, o câncer que lidera os obtidos em mulheres. Densitometria Óssea A Densitometria Óssea (DO) utiliza um equipamento denominado Densitômetro Ósseo, este equipamento utiliza os Raios-X em baixas quantidades em conjunto com um computador, sua funcionalidade é quantificar a densidade mineral óssea. No exame, o paciente é avaliado se há perda de massa óssea, nesta avaliação computadorizada são obtidos dados que determinam o risco do paciente suscetível a fraturas. A DO é aplicada para o diagnóstico por imagem e acompanhamento da Osteoporose. Radiologia Veterinária A Radiologia Veterinária estuda vários animais, desde os de pequeno porte, como roedores e pássaros pequenos, como os de grande porte, como cavalos e animais selvagens, como tigres por exemplo. Os procedimentos mais utilizados nos animais são a Radiografia e a Tomografia Computadorizada, para que o exame seja realizado sem dificuldades, os pacientes (animais) são imobilizados com diferentes tipos técnicas de contenção, em casos de pacientes mais agitados é necessária utilizar a sedação. TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 6 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Radiologia Odontológica A Radiologia Odontológica é aplicada em consultórios de odontologia, fundamental para a implantodontia, ortodontia, periodontia e buço-maxilo-facial, os equipamentos dentro da modalidade são a Radiografia Panorâmica, Radiografia Periapical e Tomografia Computadorizada Cone bean. Além do aprendizadodas técnicas de tomada de imagens, a formação profissional exige também conhecimento em Biossegurança, devido ao contato do profissional a mucosa bucal dos pacientes. Radiologia Geral A Radiologia Geral é a definição da utilização dos Raios-X em técnicas que incluem produção de imagens em películas radiográficas e imagens digitais, os equipamentos de Raios-X podem ser fixos (para exames na sala) ou portáteis (para exames em leitos). Além de radiografia comum, a Radiologia Geral também inclui as radiografias contrastadas. A radiografia é o método mais simples diante das diversas tecnologias presentes, sendo o método mais utilizado pelos médicos. É necessário ao profissional da radiologia também conhecer procedimentos de controle. Radiografia Odontológica O IRHPA Instituto de Diagnóstico por Imagem realiza procedimentos na área de diagnóstico bucal com radiografias extra e intra bucais, tomografia computadorizada, avaliação de lesão bucal e exame histopatológico e citológico. Nos procedimentos da radiologia no campo da odontologia, atendemos as solicitações dos requisitantes para técnicas radiográficas intra e extra bucais, documentações ortodônticas, ortopédicas, periodontais, implantológicas, etc. O IRHPA Instituto de Diagnóstico por Imagem realiza procedimentos na área de diagnóstico bucal com radiografias extra e intra bucais, tomografia computadorizada, avaliação de lesão bucal e exame histopatológico e citológico. Nos procedimentos da radiologia no campo da odontologia, atendemos as solicitações dos requisitantes para técnicas radiográficas intra e extra bucais, documentações ortodônticas, ortopédicas, periodontais, implantológicas, etc. Faz parte da nossa rotina, de técnicas radiográficas, exames Periapicais, Interproximais e Oclusais, bem como os métodos de localização, Panorâmicas, das regiões da ATM, Telerradiografias, Carpais e outros exames de finalidade diagnóstica de interesse dos cirurgiões dentistas. O efetivo da clínica é composto por uma equipe de técnicos e profissionais da área, de vivencia comprovada, atendimento de alto nível e comprovada eficiência. RADIOGRAFIA PANORÂMICA http://www.irhpa.com.br/imgsite/exames/amp-radiografia-odontologica.jpg TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Procedimento extra bucal rotineiro, cuja indicação preenche a todas especialidades da odontologia, bem como na prótese, implantodontia, cirurgia e traumatologia, semiologia, patologia, vêem na panorâmica um recurso diagnóstico através da imagem, de relevante importância no seu dia-a-dia. TELERRADIOGRAFIA Radiografia lateral do crânio, quando utilizadas para fazer mensurações, quer sejam lineares ou angulares, é denominada de radiografia cefalométrica, sua aplicação maior é na ortodontia e na cirurgia ortognática. RADIOGRAFIA CARPAL Uma radiografia feita da mão e punho, frequentemente esquerdos do paciente, para que através dos ossos do carpo, metacarpos e falanges, consiga determinar se a idade óssea, segundo parâmetros consignados na tabela de Eklof & Ringertz. PLANIGRAFIA DE ATM As radiografias da Articulação Temporomandibular são utilizadas como complementação do exame clínico para a verificação da assimetria, compreendido entre a porção da cavidade articular e face superior da cabeça da mandíbula, são realizadas radiografias com a boca aberta e fechada. TÉCNICAS RADIOGRAFICAS INTRA BUCAIS A denominação intra bucal é empregada para as técnicas radiográficas nas quais o filme é colocado no interior da cavidade bucal no momento de sua obtenção (periapical, interproximal e oclusal). As radiografias periapicais são realizadas para que o cirurgião dentista possa complementar o seu exame clínico, nesta técnica radiográfica pode ser visualizando detalhes da estrutura dental e seus tecidos adjacentes. As radiografias interproximais são realizadas para exames de cálculos interproximais, das cristas ósseas alveolares, bem como adaptações de coroas protéticas e restaurações. As radiografias oclusais são utilizadas para verificação de extensas lesões, bem como ossos normais, adjacentes as mesmas, dentes inclusos, corpos estranhos, supranumerários visando orientação do profissional no exame clínico e ato cirúrgico. Tomografia Computadorizada A tomografia computadorizada é um método de exame radiográfico que consiste na aquisição volumétrica de imagens de tecidos duros e moles, e que possibilita a interpretação tridimensional da região de interesse, por meio de conjuntos de cortes, eliminando a sobreposição destas imagens. O método é considerado rápido, simples e indolor, sendo apontado como uma das técnicas radiológicas mais confiáveis. Lançando mão das técnicas mais avançadas, como o PreXion 3D, disponível na unidade de Joinville, conseguimos identificar situações que até pouco tempo atrás eram inimagináveis, como trincas milimétricas, perfurações e canais acessórios. Os exames de diagnóstico por imagem, como raios-X, tomografia e ressonância magnética, possibilitaram que os médicos tivessem uma visibilidade com mais definição das estruturas internas dos órgãos. Condições patológicas antes nem imaginadas que acomete cada paciente, agora esclarecidas, garantindo, por consequência, tratamentos mais eficientes. A redução da mortalidade é nítida para quem tem acesso ao exame. A medicina evolui junto com a tecnologia, isso permite o constante lançamento de novos exames com mais qualidade e menos risco para os pacientes. Atualmente, com a telemedicina, eles ganham um alcance ainda maior. Vamos acompanhar nesse artigo tudo sobre o exame e seus benefícios. Vamos começar com o básico. O que é Ressonância Magnética? A ressonância magnética é um exame de diagnóstico por imagem que consegue criar imagens de alta definição dos órgãos internos através da utilização de campo magnético. TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 8 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR A agitação das moléculas gerada pelo campo é captada pelo aparelho e transferido para um computador que foi preparado com uma série de fórmulas matemáticas e com isso, o resultado dos cálculos é decodificado em imagem, sem prejuízo ao paciente. A ressonância magnética não utiliza radiação ioniazante, porém uma vez que o aparelho tem um potente campo magnético é preciso tomar cuidado para não utilizar elementos metálicos durante o exame como: jóias, objetos metálicos, maquiagem e placas utilizadas por ortopedistas para fixação dos ossos ou até mesmo marcapassos mais antigos. História da Ressonância Magnética As primeiras pesquisas envolvendo a ressonância magnética foram publicadas na década de 50, especialmente por dois grupos de pesquisadores que trabalhavam separadamente. Um deles era liderado por Felix Bloch, na Universidade de Stanford, e o outro era comandado por Edward Purcell, em Harvard. Os dois estudiosos ganharam o Prêmio Nobel de Física em 1952, reconhecidos pela descoberta de que o núcleo atômico, realizando um movimento de rotação em uma faixa de radiofrequência, é capaz de emitir um sinal detectável por um receptor de rádio. Com base nesse princípio, a ressonância magnética, cujo nome completo é ressonância nuclear magnética, funciona por meio da criação de um campo magnético e de ondas de radiofrequência que atravessam o corpo do paciente, ao captar as ondas é possível obter informações detalhadas a respeito de órgãos e tecidos internos, tudo isso com imagens de alta definição. Esse exame foi realizado pela primeira vez em 3 de julho de 1977, mas levou cinco horas para que uma imagem fosse finalmente gerada. E mesmo assim, sua qualidade era bastante baixa, especialmente se comparada às que são obtidas hoje em dia. Vantagens da ressonância magnética Uma das principais vantagens desse exame é o fato de não utilizar radiação ionizante. O paciente é colocado dentro de um aparelho semelhante a um tubo e, em seguida, o técnico responsável pela realização da ressonância ativa a emissão de ondas de rádio, quepercorrem a parte do corpo escolhida para o exame, mapeando-a. Para que esse mapeamento seja correto, o paciente precisa ficar imobilizado, pois um deslocamento de apenas 3 milímetros pode inutilizar completamente o procedimento. Como é feita uma ressonância? Em linhas gerais, a execução da ressonância magnética costuma durar cerca de 15 minutos e não provoca nenhum tipo de dor. Alguns pacientes podem sentir desconforto por ficarem em um espaço fechado e sem poder se mover. No horário marcado o paciente é preparado, colocando um avental do serviço, feito perguntas sobre uso de próteses metálicas, uso de marcapasso, medo de lugares fechados, medicamentos que usa, cirurgias prévias, motivo do exame. Após assinar um termo de consentimento ele é levado para a sala de exame, é deitado na mesa do exame que leva para o interior do aparelho. Durante a execução dos cortes com emissão de ondas de rádio ocorre a formação de um barulho alto, incomodativo, por isso é colocado um protetor de ouvido e junto com a mão do paciente fica um dispositivo para chamar e técnico no caso de algum desconforto. Durante todo o tempo o técnico que fica numa sala ao lado monitorando se comunica com o paciente por meio de um interfone e presta toda a ajuda necessária para reduzir ao máximo o desconforto do paciente. Após a finalização do exame o paciente é conduzido para a sala de vestir, se troca e é liberado, orientado para pegar o resultado do exame depois de 3 dias a 1 semana. TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 9 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Neste momento entra a telemedicina. Se a Clínica de radiologia contratar os serviços de telemedicina, consegue liberar o exame em até 30 minutos ou imediatamente nas urgências. Ajudando o paciente a fazer o diagnóstico rápido e reduzindo os custos para a Clínica de radiologia. Indicações da ressonância Ela pode ser solicitada em diversas situações: 1-Diagnosticar esclerose múltipla 2-Diagnosticar tumores na glândula pituitária e no cérebro 3-Diagnosticar infecções no cérebro, medula espinal ou articulações 4-Visualizar ligamentos rompidos no pulso, joelho e tornozelo 5-Visualizar lesões no ombro 6-Diagnosticar tendinite 7-Avaliar massas nos tecidos macios do corpo 8-Avaliar tumores ósseos, cistos e hérnias de disco na coluna 9-Diagnosticar derrames em seus estágios iniciais A telemedicina é bastante útil quando o paciente precisa de uma ressonância com resultado rápido feito por um radiologista especialista em uma determinada área do corpo, pois pode ser realizada em qualquer lugar. Quando a clínica ou o hospital não contam com um especialista para avaliar as imagens e emitir o laudo, elas podem ser enviadas para um médico de outra cidade, estado e até país, para que sejam analisadas à distância, usando uma plataforma de Telemedicina. Por conta disso, a telemedicina representa um avanço ainda maior da tecnologia usada a serviço da saúde. Graças a ela, locais mais retirados, nos quais o corpo clínico dos centros de saúde é mais limitado, podem contar com exames precisos e detalhados como a ressonância, recebendo os laudos médicos em poucas horas, sem que o paciente precise se deslocar para centros maiores. Para que serve a Ressonância magnética e como é feita A Ressonância magnética (RM), também conhecida por Ressonância magnética nuclear (RMN), é um exame de imagem capaz de mostrar com definição as estruturas internas dos órgãos, sendo importante para diagnosticar vários problemas de saúde, como aneurismas, tumores, alterações nas articulações ou outras lesões nos órgãos internos. Para fazer o exame, utiliza-se uma grande máquina, que crias as imagens de alta definição dos órgãos internos através da utilização de um campo magnético, que provoca uma agitação das moléculas do corpo, captadas pelo aparelho e transferidas para um computador. O exame tem uma duração de cerca de 15 a 30 minutos e, normalmente, não é preciso qualquer tipo de preparo, apesar de poder ser necessário o uso de um contraste, em alguns casos, através da injeção do medicamento pela veia. Preço A ressonância magnética é feita somente coma indicação médica, não havendo custos quando feita pelo SUS. Quando feita por via particular, este exame pode custar um valor entre os 800 e os 1.500 reais, dependendo da região corporal a ser avaliada no exame e da clínica onde é feita. Para que serve A ressonância magnética é indicada nos seguintes casos: • Identificar doenças neurológicas, como Alzheimer, tumor cerebral, esclerose múltipla ou AVC, por exemplo; • Observar inflamações ou infecções no cérebro,nervos ou articulações; • Diagnosticar lesões osteomusculares, como tendinite, lesões nos ligamentos, cistos, como o cisto de Tarlov ou hérnias de disco, por exemplo; TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 10 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR • Identificar massas ou tumores nos órgãos do corpo; • Observar alterações nos vasos sanguíneos, como aneurismas ou coágulos. É necessário tomar alguns cuidados antes da realização deste exame, pois não pode haver nenhum tipo de material metálico próximo ao campo magnético do aparelho, como grampos de cabelo, óculos ou detalhes de roupas, evitando-se, assim acidentes. Por este mesmo motivo, este exame é contra- indicado para pessoas que possuam qualquer tipo de próteses, marca-passos ou pinos metálicos implantados no corpo. Além da boa qualidade das imagens formadas pela ressonância magnética, outra vantagem é a não utilização de radiação ionizante para a obtenção dos resultados, diferente da tomografia computadorizada. Entenda para que serve e quando é necessária uma tomografia computadorizada. Preço A ressonância magnética é feita somente coma indicação médica, não havendo custos quando feita pelo SUS. Quando feita por via particular, este exame pode custar um valor entre os 800 e os 1.500 reais, dependendo da região corporal a ser avaliada no exame e da clínica onde é feita. Para que serve A ressonância magnética é indicada nos seguintes casos: • Identificar doenças neurológicas, como Alzheimer, tumor cerebral, esclerose múltipla ou AVC, por exemplo; • Observar inflamações ou infecções no cérebro,nervos ou articulações; • Diagnosticar lesões osteomusculares, como tendinite, lesões nos ligamentos, cistos, como o cisto de Tarlov ou hérnias de disco, por exemplo; • Identificar massas ou tumores nos órgãos do corpo; • Observar alterações nos vasos sanguíneos, como aneurismas ou coágulos. É necessário tomar alguns cuidados antes da realização deste exame, pois não pode haver nenhum tipo de material metálico próximo ao campo magnético do aparelho, como grampos de cabelo, óculos ou detalhes de roupas, evitando-se, assim acidentes. Por este mesmo motivo, este exame é contra- indicado para pessoas que possuam qualquer tipo de próteses, marca-passos ou pinos metálicos implantados no corpo. Além da boa qualidade das imagens formadas pela ressonância magnética, outra vantagem é a não utilização de radiação ionizante para a obtenção dos resultados, diferente da tomografia computadorizada. Entenda para que serve e quando é necessária uma tomografia computadorizada. Imagem por ressonância magnética: princípios básicos Os primeiros estudos em ressonância magnética (RM) foram realizados em 1946 por dois grupos independentes: Purcell em Harvard, que estudava os sólidos e Bloch em Stanford, que estudava os líquidos (BLOCH et al., 1946; PURCELL et al., 1946). Nessas primeiras experiências, a RM era usada para realizar a análise química das estruturas, conhecida como espectroscopia. No final dos anos 60, Raymond Damadian demonstrou in vitro que T1 era maior em tumores do que em tecido normal e começou a trabalhar no desenvolvimento de um aparelho. Em 1972, Lauterbour, da Universidade de Illinois, obteve as primeiras imagens com a RM, as quais foram publicadas na Revista Nature (LAUTERBUR, 1973). Em 1976, Mansfield, da Universidade de Nottinghan, produziu as primeirasimagens de uma parte do corpo: um dedo. Em 2003, pelos avanços proporcionados pela aplicação da técnica de imagem por ressonância magnética (IRM), Paul Lauterbour e Peter Mansfield receberam o prêmio Nobel de Medicina. O primeiro exame de IRM na América Latina foi realizado no Hospital Israelita Albert Einstein em 1986, em São Paulo, Brasil. TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 11 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Apesar de o estudo da física da ressonância magnética ser um assunto árido e difícil, ele é de fundamental importância na interpretação das imagens e por isso é preciso que os seus princípios básicos sejam entendidos. Esta revisão teve como objetivos mostrar as bases físicas da RM e propiciar mais conhecimento aos veterinários. DESENVOLVIMENTO Por definição, a RM é a propriedade física exibida por núcleos de determinados elementos que, quando submetidos a um campo magnético forte e excitados por ondas de rádio (RF) em determinada frequência (Frequência de Larmor), emitem rádio sinal, o qual pode ser captado por uma antena e transformado em imagem (BLOCH et al., 1946; PURCELL et al., 1946; PYKETT et al., 1982; VILLAFANA, 1988; ÁVILA, 2001). O núcleo mais simples é o do hidrogênio, o qual consiste em um único próton. Os prótons e os nêutrons têm uma propriedade chamada spin ou momento angular que nada mais é do que uma rotação similar à rotação da Terra sob o seu próprio eixo. Em adição ao seu spin, o próton tem também um momento magnético, o que significa que ele se comporta como um magneto (PYKETT et al., 1982; SMITH & RANALLO, 1989; ASSHEUER & SAGER, 1997). As razões pelas quais o próton pode se comportar como pequeníssimo magneto são duas: o próton tem carga elétrica e ele gira sobre o seu próprio eixo num movimento chamado spin. Qualquer objeto carregado eletricamente que se mover circundará a si mesmo com um campo magnético e, quando o movimento é de spin, o objeto é referido como um dipolo magnético. Um próton é, portanto, um dipolo magnético (PYKETT et al., 1982; SMITH & RANALLO, 1989; ASSHEUER & SAGER, 1997). Um dipolo magnético não somente produz um campo magnético, mas também responde à presença de qualquer campo magnético de outras fontes (SMITH & RANALLO, 1989). O núcleo do hidrogênio consiste em um único próton, portanto possui spin e momento magnético. Como tal é o mais apropriado para obtenção de imagens por RM devido a sua abundância no corpo e à capacidade de produzir o maior rádio sinal de todos os núcleos estáveis (SMITH & RANALLO, 1989). Em consequência de sua maior concentração nos tecidos e de seu maior momento magnético, o sinal que pode ser obtido do hidrogênio é superior a 1000 vezes em relação a qualquer outro elemento presente nos tecidos do corpo de animais. Por essa razão o hidrogênio é utilizado como fonte de sinal na maioria dos exames de ressonância magnética (MENDONÇA et al., 1996). Na RM, observa-se um sinal produzido pelo momento magnético do próton. Esse sinal é uma corrente elétrica induzida em uma bobina receptora pelo momento magnético. O momento magnético de um único próton é, entretanto, muito pequeno para induzir uma corrente detectável em uma bobina: portanto, os prótons devem ser alinhados para produzirem um momento magnético grande e detectável no corpo (SLICHTER, 1989; SMITH & RANALLO, 1989). Normalmente, os prótons no corpo têm uma orientação completamente aleatória. Seus pequeníssimos vetores de momento magnético apontam em todas as direções e se cancelam de forma que nenhum momento magnético é produzido (PYKETT et al., 1982; VILLAFANA, 1988; SMITH & RANALLO, 1989; ASSHEUER & SAGER, 1997) (Figura 1A). Porém, se colocados em um campo magnético externo (Bo) poderoso, os spins se alinham na mesma direção do campo magnético, no mesmo sentido do seu vetor ou em sentido contrário. Um número um pouco maior de spins se alinha no mesmo sentido (em um estado de menor energia) do que em sentido oposto (estado de maior energia). Esse predomínio cria uma pequena magnetização resultante de equilíbrio (Mo) no tecido. É esse pequeno, mas constante desequilíbrio, ou magnetização resultante, que torna possível a RM (PYKETT et al.; 1982; VILLAFANA, 1988; SLICHTER, 1989; MENDONÇA et al., 1996) (Figura 1B). TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 12 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Se um tecido é colocado em um campo magnético (Bo) e deixado por tempo suficiente (cinco a 10 segundos), a magnetização tissular resultante atinge um valor de equilíbrio Mo, que é proporcional em intensidade ao campo magnético externo (Bo). Mo aponta na mesma direção e no mesmo sentido do campo magnético principal, que é referido como eixo longitudinal ou eixo z. É importante compreender também que os prótons não se alinham precisamente ao longo do eixo z, mas sim se movimentam em torno deste, de forma análoga a um pião, que gira em torno do seu eixo gravitacional, movimento conhecido como precessão (Figura 1C). A rapidez ou a frequência de precessão do núcleo do hidrogênio depende somente da intensidade do campo magnético, quanto maior o campo magnético, maior será a frequência de precessão do spin, também conhecida como frequência de Larmor (MENDONÇA et al., 1996; ASSHEUER & SAGER, 1997). A magnetização tissular intrínseca resultante (Mo) é somente uma fração ínfima do campo magnético principal externo (Bo) e assim, enquanto Mo estiver alinhada a Bo no eixo longitudinal ou z, é extremamente difícil de ser medida. Entretanto, a ínfima (Mo) pode ser medida se for rodada ou desviada da direção do plano longitudinal para o plano perpendicular, o plano transverso (xy). Quando a magnetização tissular intrínseca resultante é desviada para o plano transverso, é denominada (Mxy). Consegue-se desviar (Mo) para o plano transverso por meio de um pulso de radiação eletromagnética oscilando na frequência de Larmor do hidrogênio. Esse pulso de radiofrequência de Larmor, denominado pulso de 90 graus, é aplicado por tempo suficiente para desviar a magnetização longitudinal (Mo) exatamente 90 graus no plano transverso onde ela pode ser medida e reconstruída para se obter uma imagem (MENDONÇA et al., 1996). O pulso de radiofrequência consegue desviar o vetor de magnetização para o plano transverso, pois, além de fazer alguns dos spins passarem para o nível de maior energia, também muda a fase dos prótons, de modo que eles estejam coerentes (agrupados) (Figura 2). Só é possível detectar-se um sinal com as bobinas receptoras de radiofrequência quando os prótons estão precessando em fase, ou seja, circundando agrupados o eixo longitudinal (z) (VILLAFANA, 1988; LUFKIN, 1999). O processo por meio do qual o núcleo excitado retorna ao equilíbrio devido à liberação de energia para o ambiente é conhecido como relaxação. Ela ocorre por meio da relaxação spin-lattice e da relaxação spin-spin, as quais são definidas por duas constantes exponenciais de tempo T1 e T2 respectivamente (THOMSON et al., 1993). Imediatamente após a aplicação do pulso de RF, o vetor (Mo) é nutado em direção ao plano xy, criando Mxy. Isso causa uma diminuição correspondente no valor do componente vertical de Mo. Após um pulso de RF de 90 graus, o tempo requerido para o núcleo recuperar 63,2% do valor original de (Mo) é definido como T1. À medida que a excitação é perdida, a magnetização longitudinal é gradualmente recuperada, por isso ela é conhecida como relaxação longitudinal. Como a relaxação longitudinal envolve troca de energia entre os spins nucleares excitados e o ambiente (lattice) molecular não-ressonante, ela é também referida como tempo de relaxação spin-lattice ou spin-rede (PYKETT et al., 1982; THOMSON et al., 1993) (Figura 3A). O valor de T1 é dependente da natureza física e química do ambiente que envolve o núcleo excitado. Em geral, moléculas menores, incluindo a água, relaxam muito mais lentamente do que moléculas de tamanho médio como os lipídeos. O valor de T1 da água ligada à proteína é consideravelmente mais curto do que o da água livre.Portanto, a liberação da água ligada em tumores ou em outras lesões pode aumentar os valores de TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 13 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR T1. Por exemplo, o valor de T1 para a água pura é de aproximadamente três segundos, enquanto aquele da gordura é geralmente umas poucas centenas de milissegundos. Quando um tecido com T1 curto é examinado usando uma sequência com um tempo de repetição (TR) do pulso de RF de 90 graus relativamente mais longo, o sinal oriundo desse tecido é intenso. Se o tempo de repetição (TR) for mais curto do que o T1 do tecido, o núcleo não retornará ao equilíbrio antes do próximo pulso de RF, e o tecido é dito como estando saturado (sem sinal). Dessa forma, a intensidade do sinal aumenta à medida que o tempo de relaxação do tecido diminui (THOMSON et al., 1993) (Figura 3B). A relaxação spin-spin (T2) ocorre por meio da interação de prótons com os campos magnéticos de outros núcleos e por causa das inomogeneidades inerentes a (Bo). Após a aplicação de um pulso de RF, o núcleo excitado inicialmente precessa em fase em relação aos outros núcleos, resultando em um valor alto de Mxy. Entretanto, a coerência de fase é rapidamente perdida, uma vez que cada um dos núcleos tem seu próprio campo magnético diminuto que interfere nos outros (relaxação spin- spin). A interação spin-spin transfere energia entre os núcleos envolvidos, de forma que a frequência de precessão de alguns esteja atrasada e a frequência de outros esteja acelerada. Dessa forma, a coerência de fase é perdida. A constante de tempo para essa forma de relaxação, chamada de T2, é o período de tempo durante o qual 63,2% do sinal é perdido (THOMSON et al., 1993) (Figura 4A). Os valores de T2 da maioria dos tecidos biológicos estão entre 50 e 100msec, enquanto o valor do líquor é de 250msec. Como em T1, a taxa de água livre versus água ligada é o principal determinante de T2 nas lesões. A liberação da água ligada aumenta os valores de T2. Como a relaxação spin-spin (T2) ocorre no plano transverso, ela é conhecida como relaxação transversal. Valores longos estão associados com sinal mais intenso, uma vez que o núcleo não perde a coerência de fase tão rapidamente (Figura 4B). Isso contrasta com a relaxação spin-rede (T1), na qual um valor de T1 mais longo está associado com a atenuação do sinal (THOMSON et al., 1993). TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 14 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Grande parte da capacidade de contraste na RM pode ser entendida analisando-se uma forma da equação da sequência de pulso spin-eco: I = N . f(v). (e -(TE/T2 )). (1- e -(TR/T1)), em que I = intensidade de imagem (brilho do pixel); N = densidade de prótons (do tecido); f(v) = função de fluxo (do tecido); TE = tempo de eco (fixado no aparelho); TR = tempo de repetição (fixado no aparelho); T1 = tempo de relaxação longitudinal (do tecido); T2 = tempo de relaxação transversal (do tecido) e e = 2,7182... (constante). Ao contrário dos complexos termos exponenciais que descrevem os efeitos de T1 e T2, o termo densidade de prótons (N) é simplesmente um multiplicador. Embora haja prótons em todos os átomos do corpo, os prótons de interesse para a RM são apenas aqueles que constituem o núcleo do átomo do hidrogênio. De fato, os únicos prótons que contribuem significativamente para o sinal da RM são os núcleos de átomos de hidrogênio em moléculas de água ou em alguns grupos de moléculas lipídicas, também conhecidos como prótons móveis (LUFKIN, 1999). Na presença de um grande número de prótons móveis, ocorrerá um sinal forte. Esse sinal forte será então afetado pelos outros termos na equação, como T1 e T2, produzindo um sinal mais forte ou mais fraco, dependendo desse outro grupo de fatores. Os materiais com elevada densidade de prótons incluem o tecido adiposo, o líquido cefalorraquidiano (LCR), o sangue e outros líquidos (LUFKIN, 1999). Por outro lado, na presença de relativamente poucos prótons móveis no tecido, haverá um valor zero ou muito pequeno para o N na equação. Como toda a equação será multiplicada por esse termo zero, os efeitos de T1 e T2 e dos outros parâmetros serão anulados. Por isso, independentemente de como a sequência de pulso é alterada, na presença de poucos prótons móveis, a imagem terá um sinal de pequena intensidade. Materiais de baixa densidade de prótons geralmente têm um sinal baixo em todas as sequências. São exemplos o ar, as calcificações, a cortical óssea densa, o tecido fibroso, o plástico e outros materiais implantados. Algumas sequências de pulso à IRM são designadas como imagens de densidade de prótons ou imagens de densidade de spin. Elas são produzidas empregando-se combinações de TR relativamente longo e de TE curto. Isso tem o efeito de diminuir as ponderações em T1 e T2, o que acarreta maior contribuição da densidade de spin ou de prótons ao contraste. Tem também o efeito de aumentar muito a razão sinal-ruído da imagem (LUFKIN, 1999) (Figura 5). Os efeitos de relaxação spin-rede (T1) e spin-spin (T2) proporcionam resolução notavelmente superior do contraste das partes moles na RM em comparação à tomografia computadorizada (TC). Isso ocorre porque muitas substâncias com densidade de prótons semelhante produzem ainda sinais de intensidade diferentes na RM devido às acentuadas diferenças nos valores de T1 e de T2 dos tecidos (LUFKIN, 1999). Considerando-se os dois grandes grupos de prótons no organismo - lipídeos e água - é possível serem feitas algumas observações sobre os tempos de relaxação e o comportamento do contraste na RM (LUFKIN, 1999). A água é constituída de pequenas moléculas que têm uma elevada frequência de movimento molecular. Esses movimentos de rotação ou translação ocorrem muito rapidamente e se devem a efeitos térmicos (movimento browniano). Por outro lado, o colesterol é um exemplo de uma grande molécula lipídica. Os prótons móveis nessas grandes moléculas têm um movimento molecular muito mais lento devido à maior inércia da molécula maior (LUFKIN, 1999). A rapidez da relação spin-rede (T1) depende da eficiência com que a energia é distribuída novamente ao retículo bioquímico. Para adicionar energia ao sistema de maneira ótima, o campo de RF deve oscilar à frequência de ressonância do sistema. Assim, também, a energia pode ser redistribuída mais eficientemente quando os campos magnéticos do retículo estão flutuando à frequência ressonante ou próxima disso (LUFKIN, 1999). Quando há uma correlação estreita entre a frequência de Larmor e a frequência de oscilação do ambiente devido ao movimento molecular, há uma transferência de energia muito eficiente e, portanto, um tempo de T1 curto. Moléculas pequenas como a água tem uma razão de movimento molecular muito acima da frequência de Larmor em qualquer dos instrumentos de RM atuais (alto ou baixo campo). Elas são, então, ineficientes na transferência de energia ao retículo e têm um longo tempo de relaxação de T1 (BLOEMBERGEN et al., 1948; HEBEL & SLICHER, 1959; CALLAGHAN, 1994; LUFKIN, 1999). Os prótons em moléculas de tamanho médio, como o colesterol, de movimento molecular mais lento, estão mais próximos dessa faixa e são, portanto, mais eficientes na relação spin-rede (T1). Moléculas maiores, como os ácidos graxos de cadeia longa, oscilam com frequências bem abaixo da frequência TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 15 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR ressonante. Contudo, a rotação dos grupos terminais dos ácidos graxos a frequências mais altas possibilita uma relaxação spin-rede (T1) eficiente também para esses lipídeos (LUFKIN, 1999). Além do tamanho molecular, outros fatores (efeitos de ligação de proteínas) afetam a rapidez do movimento molecular e, portanto, a eficiência de transferência de energia de volta ao retículo, o que determina o tempo de relaxação (LUFKIN, 1999). Líquidos puros como a água tendem a ter uma frequência elevada de movimento molecular e, portanto, um longo tempo de relaxação T1. No corpo, porém, a maior parte daágua não está em estado puro, mas sim presente em soluções de proteínas e outras macromoléculas. Isso ocorre não apenas na célula, mas também nas grandes coleções líquidas extracelulares (LUFKIN, 1999). A água pura tem uma frequência elevada de movimento molecular e um T1 muito longo devido à ineficiente transferência de energia ao retículo, pelas razões citadas anteriormente. Contudo, à medida que são adicionadas à solução, a água livre em movimento rápido torna-se estruturada (alterada em seus movimentos, mas não ligada efetivamente) em torno da macromolécula. Finalmente, a água ligada é aquela que apresenta efetivamente uma ligação por ponte de hidrogênio a um local polar ou iônico fixo na macromolécula. Todas as moléculas de água que são afetadas por macromoléculas (água ligada e estruturada) são designadas como a água da camada de hidratação. Esse processo torna mais lento o movimento molecular, trazendo-o assim mais próximo da frequência de Larmor do sistema e afetando a eficiência da relaxação (LUFKIN, 1999). Assim sendo, a presença da água numa camada de hidratação em torno das macromoléculas leva a uma diminuição do tempo de relaxação de T1. Por esse mecanismo, soluções de água de elevado conteúdo protéico ou com uma grande quantidade de restos celulares podem ter um tempo de relaxação de T1 semelhante ao do colesterol ou outros lipídeos. Esse é um aspecto importante da interpretação da RM: os líquidos podem ter aparências diversas com base em seu conteúdo protéico (LUFKIN, 1999). Para se obter o máximo de contraste em T1, que é a diferença na intensidade do sinal com base nos tempos T1 teciduais, o tempo TR na sequência de pulso é reduzido. Isso leva a uma imagem ponderada em T1. Com um TR mais longo, os tecidos já recuperaram integralmente sua magnetização longitudinal e têm intensidade de sinal semelhante e pouco contraste (LUFKIN, 1999). Uma sequência de TR curto aumentará ao máximo o contraste T1, mas isso também afetará outros aspectos da qualidade da imagem. A razão sinal-ruído global diminui com o TR curto, embora o contraste aumente (LUFKIN, 1999). Para se ter uma diferença máxima na intensidade do sinal com base nos tempos T2, o tempo TE na sequência de pulso é aumentado. Isso leva a uma imagem ponderada em T2. Os tecidos têm intensidade de sinal semelhante e pouco contraste com um TE mais curto. Isso ocorre por não ter transcorrido um tempo suficiente para que as diferenças de T2 causem a defasagem dos spins (LUFKIN, 1999). Uma sequência de TE longo, portanto, obterá um contraste em T2 máximo à custa da qualidade de imagem. A razão sinal-ruído global diminui ao aumentar o TE, ainda que o contraste em T2 aumente (LUFKIN, 1999). Para se produzir uma imagem fortemente ponderada em T1, usa-se um TR curto para se obter um contraste T1 máximo e usa-se um TE curto para um contraste T2 mínimo. Assim, também, para se produzir uma imagem fortemente ponderada em T2, usa-se um TE longo para se obter um contraste T2 máximo e um TR longo para um contraste T1 mínimo (LUFKIN, 1999). Finalmente, uma sequência de TE curto e TR longo obteria o máximo de relação sinal-ruído na imagem. Isso é feito à custa do contraste T1 e T2. Devido à ausência de um contraste T1 ou T2 forte, essas imagens de elevada relação sinal-ruído são designadas imagens de densidade de prótons (LUFKIN, 1999). Todas as partes moles podem ser visibilizadas na RM. Entretanto, a cortical óssea e o ar não produzem sinal nas imagens por causa da inabilidade dos prótons relaxarem na matriz óssea densa e da relativa falta de núcleos de hidrogênio no ar. Por possuírem baixa densidade de prótons móveis as lentes não apresentam sinal em qualquer sequência utilizada. Todas as outras estruturas são visibilizadas em vários graus de cinza ao branco por causa das variações da intensidade do sinal (TUCKER & GAVIN, 1996). A diferenciação de contraste entre dois tecidos adjacentes (por exemplo, entre um tumor cerebral e substância branca normal) depende das diferenças entre as densidades de prótons, os T1 e T2 dos dois tecidos. A assim chamada conspicuidade (sinal da lesão versus sinal do tecido adjacente) pode ainda ser maximizada pela manipulação adequada dos parâmetros selecionáveis pelo operador (MENDONÇA et al., 1996). Sequências de pulso inadequadas podem diminuir a diferença entre a TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 16 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR lesão e o tecido circundante, tornando difícil a detecção das lesões (MENDONÇA et al., 1996). Os parâmetros que podem afetar o contraste das imagens e que estão sob o controle do operador incluem a escolha da sequência de pulso, ângulo de excitação do pulso de RF (flip angle), espessura do corte, campo de visão, tamanho da matriz e uso de agentes de contraste exógeno (MENDONÇA et al., 1996). A sequência de pulso mais comumente utilizada em RM é a sequência spin-eco. Nessa sequência, simplesmente variando TR e TE é possível obter uma imagem que seja predominantemente ponderada em T1, T2 ou na densidade de prótons (MENDONÇA et al., 1996). De uma forma resumida, a aquisição de imagens por RM é constituída das seguintes etapas: o paciente é colocado no interior do magneto do equipamento; os núcleos atômicos do paciente se alinham ao longo do campo magnético aplicado, gerando um vetor de magnetização; gradientes de campo magnético sequenciais são aplicados para a localização espacial dos sinais a serem adquiridos; os pulsos de excitação são aplicados e os núcleos absorvem energia; após os pulsos, passam a ocorrer os fenômenos de relaxação; os núcleos passam a induzir o sinal de RM nas bobinas receptoras; o sinal de RM é adquirido; o sinal de RM é processado por meio da transformada de Fourier; a imagem é formada ponto a ponto numa matriz (MAGALHÃES, 1999). Readequação de protocolos de exames de tomografia computadorizada de abdome em um hospital universitário: impacto na dose de radiação A tomografia computadorizada (TC) trouxe melhorias inestimáveis à prática clínica desde a sua concepção, substituindo outras modalidades diagnósticas em virtude da sua velocidade, eficiência e precisão; porém, o número crescente de indicações e a facilidade de acesso levaram a um aumento significativo do número de exames tomográficos e da radiação à qual os pacientes são expostos(1). Segundo dados do Conselho Norte-Americano de Proteção Radiológica, estima-se que a dose de radiação tenha quase dobrado desde 1980, principalmente à custa dos exames médicos de imagem, que contribuíram para um aumento da dose populacional em cerca de sete vezes, ultrapassando a exposição decorrente de fatores ambientais(1). No mesmo período, o número de exames de TC aumentou 20 vezes, passando de 3 milhões para 60 milhões de exames anuais, e hoje responde por um quarto da exposição populacional à radiação(2). Diante desse panorama, é crescente a disposição de médicos e entidades reguladoras(2) em encontrar meios para reduzir a exposição dos pacientes à radiação durante exames de TC. Estratégias como o estabelecimento de critérios clínicos para a realização do exame e criação de algoritmos de investigação clínica, a redução no número de fases de aquisição do exame tomográfico(3), a redução da área a ser examinada(4) e o uso racional dos parâmetros técnicos da aquisição das imagens(5) vêm sendo aplicadas com sucesso em instituições do mundo todo(6), visando controlar a exposição à radiação. Recentemente, alguns estudos demonstraram ser possível diminuir o número de fases de aquisição de acordo com a indicação clínica, mantendo a eficácia diagnóstica inalterada(7,8), o que motivou a revisão completa dos protocolos de execução dos exames de TC de abdome realizados na nossa instituição e o estabelecimento concomitante de um programa de treinamento do pessoal envolvido na execução do exame, incluindo radiologistas, residentes, técnicos e enfermagem. Com a elaboração desses novos protocolos de exame dirigidos para a suspeita clínica,a racionalização de aspectos técnicos ligados à aquisição de imagem e o treinamento dos profissionais do setor, nosso objetivo foi avaliar quantitativamente a redução de dose em exames de TC de abdome que essas estratégias determinaram nos exames realizados na nossa instituição. MATERIAIS E MÉTODOS Foi realizado estudo retrospectivo e prospectivo, observacional, avaliando-se o relatório de dose dos exames de TC de abdome realizados em nosso hospital universitário em dois períodos distintos: a) durante três meses antes da implementação dos novos protocolos (setembro, outubro e novembro de 2012); b) durante três meses após a implementação desses protocolos (março, abril e maio de 2013). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (registro 296.803), tendo sido dispensada a aplicação de termo de consentimento livre e esclarecido. Os critérios de inclusão foram exames de TC de abdome e pelve de pacientes com mais de 18 anos TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 17 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR e que foram realizados no serviço durante os intervalos de tempo avaliados. Os critérios de exclusão foram: a) pacientes que realizaram TC de outro segmento corporal concomitantemente ao exame de abdome e pelve, devido à dificuldade de estabelecer quais foram os limites da aquisição das imagens e respectiva dose de radiação; b) exames incompletos ou com erros técnicos. Foram avaliados 1.299 exames, 511 realizados antes da revisão dos protocolos de exame (grupo A) e 788 realizados após a implementação dos novos protocolos (grupo B). Todos os exames foram realizados em aparelhos de TC equipados com 64 fileiras de detectores, modelo Brilliance 64® (Philips Medical Systems; Cleveland, EUA), utilizando modulação automática de dose disponibilizada pelo fabricante (Z-DOM®). Quando era indicado o uso de contraste iodado intravenoso, a injeção foi realizada seguindo os parâmetros da Tabela 1. Nos casos em que estavam indicadas as fases angiográficas ou arteriais, foi utilizado um programa de rastreamento automático sustentado do contraste (Bolus Tracking - ScanTools Pro®). Inicialmente foi aplicado um programa de treinamento para os técnicos operadores dos aparelhos de TC, equipe de enfermagem, médicos do programa de residência em diagnóstico por imagem e do setor de radiologia do abdome, abordando o objetivo a ser alcançado e as mudanças propostas para esse fim. Esse treinamento foi realizado de forma presencial, mediante exibição de apresentações audiovisuais, e por fixação mural das novas diretrizes. Após essa etapa, foi feito levantamento das indicações mais comuns de TC de abdome em nossa instituição, de modo a determinar quais as que deveriam ter seus protocolos de exame revisados. Uma vez determinadas as fases de aquisição necessárias para as indicações clínicas selecionadas, norteados pela nossa experiência previamente adquirida(7,8), desenhamos um conjunto de protocolos de exames capaz de abrangê-las de forma simplificada e procurando utilizar diretrizes e recomendações amplamente divulgadas na literatura(4). A comparação das doses de radiação foi feita por meio dos valores de índice de dose na TC (CTDIvol) e do produto dose-extensão (dose length product - DLP) de cada exame no grupo A e no grupo B, respectivamente. O DLP representa a dose de radiação de um corte de TC multiplicado pela extensão do estudo e é medido em mGy/cm. A dose de radiação efetiva (que estima o risco total de indução de efeitos estocásticos decorrentes da exposição à radiação em um órgão irradiado) pode ser calculada multiplicando-se o DLP por um fator de correção em função da região anatômica TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 18 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR estudada(8). O fator de correção é utilizado para cálculo da dose efetiva (expressa em mSv), e em estudos tomográficos da região abdominal varia de 0,015 a 0,018(9). Para efeito de cálculo, utilizamos neste estudo um fator de correção de 0,015 mSv/mGy*cm. O resultado obtido a partir deste cálculo não é o valor exato da radiação estimada, mas pode ser utilizado como valor de referência em um determinado serviço de TC, uma vez que existe grande dificuldade prática em se medir a dose exata por paciente, decorrente de uma ampla quantidade de variáveis envolvidas no cálculo, inerentes ao paciente (por exemplo: índice de massa corpórea, circunferência abdominal, órgão irradiado) e aos fatores técnicos utilizados (por exemplo: kV, mAs, pitch)(9). Protocolos de aquisição Com base em evidências da literatura, foram estabelecidos conjuntos de fases do exame de acordo com a suspeita clínica. Nesse processo tentamos manter o menor número viável de protocolos e organizá-los de forma a simplificar a sua prescrição e adoção pelos encarregados do exame (Tabela 2). 1 - Protocolo "Sem contraste": esta fase foi adotada na indicação de pesquisa de litíase renal, apendicite e diverticulite aguda e nos pacientes com contraindicação ao uso do iodo(10). 2 - Protocolo "Contraste - fase única": este protocolo foi adotado no reestadiamento de neoplasia hipovascular(11), pancreatite aguda(12), pielonefrites complicadas(13) e pesquisa de coleções intracavitárias(7,8). 3 - Protocolo "Hipovascular": realizado nos casos em que há necessidade de avaliar o realce de estruturas abdominais, como nos casos de abdome agudo de causa indeterminada, massas abdominopélvicas e controle de hematomas, assim como no estadiamento inicial de neoplasia hipovascular (por exemplo: carcinoma de reto)(11). 4 - Protocolo "Hipervascular": realizado para pesquisa de lesão neoplásica hipervascular (por exemplo: pesquisa de metástases de melanoma, tumor carcinoide, etc.), sendo adotado na investigação, estadiamento e reestadiamento dessas neoplasias(14). 5 - Protocolo "Nódulo hepático": para caracterização de lesão hepática focal(15) e na pesquisa de carcinoma hepatocelular(16). 6 - Protocolo "Urotomografia": utilizado na suspeita de lesões do trato urinário(17) e mais especificamente na pesquisa da causa de hematúria. 7 - Protocolo "Trauma": indicado na avaliação de paciente vítima de trauma abdominal. Neste protocolo realizamos uma aquisição portal, para caracterização de lesões em vísceras sólidas e vasos abdominais, e uma fase tardia, para avaliação do sistema urinário(18). A realização adicional da fase arterial depende da suspeita de lesão de alta energia ou de trauma pélvico(19). 8 - Protocolo "Angiotomografia abdominal": é realizado na suspeita de aneurismas aórticos e esplâncnicos e outras anomalias vasculares, controle de endoprótese(20), bem como nos casos de abdome agudo vascular(21). http://www.rb.org.br/imagens/v48n5a07-tab02.jpg TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 19 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9 - Protocolo "Adrenal": a caracterização do nódulo adrenal quanto ao seu comportamento histológico depende principalmente da sua atenuação antes da injeção do contraste e do comportamento de sua curva de realce após a injeção do contraste(22). Neste sentido, o exame é encerrado após a fase sem contraste caso a densidade do nódulo seja menor que 10 unidades Hounsfield; caso contrário, se prossegue realizando as fases pós-contraste(23). A coleta dos valores de dose estimada por exame foi realizada por meio de tabela padronizada gerada pelos aparelhos de TC e anexada às imagens DICOM. A análise estatística foi realizada com o programa estatístico SPSS 20 (IBM; EUA), utilizando o teste t de Student para variáveis independentes, para os valores de número de fases, CTDIvol por fase, DLP por fase e DLP por exame nos grupos A e B. O intervalo de confiança foi calculado para dois desvios-padrão (DP) e valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significantes. RESULTADOS Os grupos A e B foram inicialmente analisados quanto à sua composição em relação a gênero e idade. As idades aferidas apresentaram distribuição semelhante e sem diferença estatística significativa(p = 0,024). A distribuição de gêneros nos dois grupos também foi semelhante. Na Tabela 3 encontram-se as informações coletadas antes e após a alteração dos protocolos de aquisição (grupos A e B) quanto ao número de fases por exame, CTDIvol por fase, DLP por fase e DLP por exame. Número de fases de aquisição Entre os parâmetros individuais avaliados, o número de fases de aquisição realizado por exame foi o que apresentou maior redução; a média de fases por exame no grupo A foi 2,68 (DP = 1,14) e no grupo B foi 1,77 (DP = 1,09). Ou seja, em média, houve redução de cerca de 33% no número de fases realizadas por exame após a revisão dos protocolos. Ao analisarmos a distribuição do número de fases nos dois grupos, nota-se que no grupo A cerca de 30% dos exames eram realizados com uma ou duas fases, ao contrário do grupo B, em que cerca de 80% dos exames foram assim realizados (Tabela 4). CTDIvol e DLP por fase Em nossa avaliação, a adequação dos parâmetros de aquisição, tais como menor extensão de aquisição, redução do mAs e uso rotineiro do programa de modulação automática da dose, determinou uma redução significativa (p < 0,001) do CTDIvol por fase e DLP por fase, respectivamente, da ordem de 25% e 27% por aquisição. DLP por exame http://www.rb.org.br/imagens/v48n5a07-tab03.jpg TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 20 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR Em nosso estudo, obtivemos redução significativa (p < 0,001) e da ordem de 52,5% (de 2222,32 mGy*cm para 1053,97 mGy*cm, entre o grupo A e o grupo B), o que equivale a uma redução da dose efetiva média por exame de 33,33 mSv para 15,98 mSv, ao aplicar o fator de conversão de 0,015 mSv/mGy*cm. DISCUSSÃO Abordagens como a diminuição da energia na geração dos raios X(24), limitação da área a ser examinada(4), algoritmos de reconstrução aperfeiçoados(25) e redução do número de aquisições(3,8) foram temas de grande número de estudos na última década(6-8,14-26), permitindo que fosse possível realizar exames de TC abdominal com valores de dose efetiva similares aos de exames radiológicos especializados(26). Ao aplicar um programa de racionalização de protocolos de exames de TC de abdome em nossa instituição, notamos uma redução de cerca de 50% da dose média de radiação por exame. Entre os fatores que determinaram esse resultado, destacamos que a redução média do número de fases em cerca de 33% e a redução do CTDIvol e DLP em torno de 25% foram seus principais contribuintes. A maior parte das grandes síndromes abdominais tem formas de apresentação que dispensam a utilização de alguma fase de aquisição quando comparadas a um protocolo completo de quatro fases (sem contraste, arterial, portal e equilíbrio)(7,8). Assim, uma avaliação cuidadosa da suspeita clínica permite reduzir a quantidade de fases ao mínimo justificável(3). Durante o período de avaliação e validação dos novos protocolos no grupo de profissionais envolvidos na execução dos exames tomográficos, uma dificuldade se sobressaiu: a resistência de alguns radiologistas mais experientes em modificar práticas estabelecidas. Como já demonstrado na literatura, a remoção de fases de aquisição não implica necessariamente em uma redução da acurácia para muitas situações clínicas frequentemente atendidas em um serviço de TC. Porém, o habito de utilizar todas as fases disponíveis fez parte da formação de muitos profissionais, herança de uma época em que se privilegiava um exame supostamente mais completo, mesmo quando essa estratégia não promovia um aumento expressivo na eficácia diagnóstica do método(3,7,8). Em ordem de grandeza semelhante, a melhoria dos parâmetros de geração dos raios X nos forneceu uma abordagem distinta para a redução de dose. Sem comprometer a qualidade diagnóstica das imagens, como previamente demonstrado(8), essa melhoria permitiu diminuir em 25% a dose estimada de radiação em todos os exames, tanto nos que mantiveram protocolos com quatro fases de aquisição quanto nos com fase única. O valor médio do CTDIvol por fase resultante é muito próximo do encontrado em estudo experimental de redução de dose(27) e é considerado adequado para acreditação nas sociedades radiológicas que utilizam esse parâmetro(28). Além da redução da exposição à radiação, a otimização dos protocolos trouxe benefícios adicionais, como a redução do tempo de execução dos exames. Anteriormente à revisão dos protocolos, 71,2% (364/511 exames) dos pacientes realizavam aquisições na fase de equilíbrio (Tabela 4), permanecendo por pelo menos sete minutos no equipamento de TC. Após a implantação dos novos protocolos, somente 15,5% dos pacientes (122/768 exames) realizaram a fase de equilíbrio. Considerando-se o volume de exames de abdome no ambiente hospitalar e que tanto o paciente quanto o aparelho aguardam cerca de três minutos por exame para realizar a fase de equilíbrio, a retirada dessa fase proporcionou economia de tempo para a realização de mais exames por dia e um menor tempo de estadia do paciente no aparelho. Outro desfecho secundário identificado foi o melhor aproveitamento de recursos do tomógrafo e armazenamento de dados. Considerando-se toda nossa amostra, foram realizadas 1.370 aquisições em 511 exames antes da revisão (média de 2,68 aquisições por exame) e 1.398 aquisições em 788 exames depois (média de 1,77 aquisições por exame). Ao reduzir o número de fases, diminui-se o desgaste imposto ao tomógrafo, propiciando maior vida útil à ampola de raios X e redução do volume de imagens a ser processado e armazenado. Um dos cuidados que devem ser considerados ao revisar protocolos de exames está relacionado à manutenção da eficiência e eficácia diagnóstica do método. A eficiência pode ser medida pela TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 21 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR proporção de reconvocações necessárias para complementar um exame inicialmente considerado insuficiente. A eficácia pode ser avaliada indiretamente pelo cálculo do valor agregado para cada fase adicional de aquisição. Durante a realização desse estudo, foi mantido controle constante sobre o número e motivo das reconvocações. No período do estudo, a média mensal de reconvocações permaneceu praticamente inalterada, com nove complementações no trimestre em cada grupo estudado, correspondendo, respectivamente, a 1,7% (grupo A) e 1,1% (grupo B) dos exames. Essas reconvocações aconteceram principalmente em razão da utilização de protocolos inadequados em exames cuja história clínica completa do paciente não estava disponível durante a avaliação inicial. Apesar de a reconvocação consistir em um desconforto para o paciente e uma exposição extra à radiação, consideramos que o benefício da realização dos protocolos revisados se mantém, tanto no âmbito individual, em que o paciente será submetido a menor dose de radiação efetiva, quanto no âmbito populacional, com doses médias de radiação menores. Em relação à eficácia dos protocolos adotados neste estudo, foi possível demonstrar, em trabalhos anteriores realizados pelo nosso grupo(7,8), bem como em outros centros de pesquisa(3,11,12,27), que protocolos de exame dirigidos para suspeita clínica não alteram a acurácia diagnóstica de forma expressiva quando criteriosamente implementados. Por esta razão, a avaliação da acurácia da TC após a inserção dos novos protocolos na rotina de atendimento não fez parte de nossos objetivos no presente estudo, tendo nos concentrado na medição da dose de radiação. Identificamos algumas limitações em nossa pesquisa. A primeira é que, ao quantificar a redução da exposição à radiação, utilizamos o relatório de dose fornecido pelo equipamento, sem levar em consideração o peso e a constituição corporal do paciente, fatores determinantes na estimativa correta da dose efetiva. No entanto, estudamos, em ambos os grupos, todos os pacientes adultos de ambos os sexos e com distribuição semelhante, atendidos na rotina do serviço, permitindo uma comparação confiável,pois variações de peso e constituição se dispersam no volume da amostra. Limitação semelhante foi observada em outro estudo multicêntrico(29). Em segundo lugar, além das mudanças executadas durante este estudo, existe espaço para redução da dose de radiação na TC por meio de outras técnicas, como o split-bolus, em que a injeção intravenosa do contraste é feita de forma segmentada e uma aquisição corresponde a múltiplas fases de realce concomitantes. Finalmente, não fizemos uso de algoritmos de reconstrução iterativa (iDose®; Philips Medical Systems), que permitiriam alcançar níveis ainda menores de radiação(25), por não estar disponível nos nossos equipamentos. Acreditamos que se estas estratégias fossem aplicadas, os resultados obtidos poderiam ser ainda mais expressivos. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE A menção da palavra "radiação", frequentemente, evoca algum tipo de ansiedade em pacientes, familiares e mesmo em profissionais da área de saúde. A radiação é percebida como um risco único. Essa percepção tem muitas fontes incluindo a qualidade da informação para o público em geral, sobre as lesões de radiação real ou o medo de armas ou acidentes nuclea-res, tais como em Chernobyl e, mais recentemente, Fukushima, no Japão. O medo resultante destes eventos deve ser reconhecido e devidamente esclarecido quando da utilização de exames de imagem para fins diagnósticos ou terapêuticos que utilizam radiação ionizante1. Por outro lado, com a incorporação de inovações tecnológicas, há uma tendência de ocorrer um grande aumento no uso de radiação médica, a maioria atribuída aos novos equipamentos multidetectores de tomografia computadorizada. O National Council on Radiation Protection and Measurements, recentemente, apontou que 24% do total da dose coletiva nos Estados Unidos pode ser atribuída a este método de imagem. Esta escalada dramática e contínua na utilização para o diagnóstico e tratamento em medicina tem levado alguns autores a manifestar preocupação com a crescente exposição à radiação da população geral. Ao mesmo tempo, pesquisas recentes indicaram um percentual surpreendente de exames clinicamente não justificados e de utilização de protocolos para a realização dos exames não otimizados, sobretudo para os exames de imagem pediátricos. O consenso da literatura mundial indica como o ideal para a redução da dose de radiação, para a realização de exames de tomografia computadorizada, aquela suficiente para o diagnóstico e não para a melhor imagem radiológica1. A confluência desses conceitos pode contribuir para a estigmatização da utilização da radiação na prática médica, que poderia resultar em catastrófica perda de confiança pública e relutância dos pacientes para aceitação de exames ou tratamentos necessários. Com a crescente consciência e TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 22 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR confiança nos métodos de imagem, tornou-se de suma importância a necessidade de debates holístico-benefício e risco, bem como o consentimento informado. Comunicar os benefícios e os riscos de uma forma compreensível, além de apresentar e discutir a adequada indicação do método solicitado e seus resultados, é um desafio que deve ser encarado para evitar um mal-entendido ou receios infundados1. Os métodos de diagnóstico por imagem são parte importante da avaliação em crianças. Embora todas as modalidades disponíveis tenham sido utilizadas nestes pequenos pacientes, nos últimos anos, o destaque tem sido maior para a ultrassonografia e a tomografia computadorizada. Desde a sua introdução na prática clínica, a tomografia computadorizada tem sido utilizada, e em crianças seu uso é cada vez mais frequente devido às vantagens em relação aos métodos para o diagnóstico e acompanhamento de várias doenças. Tem, ainda, a capacidade de evidenciar detalhes de massas, suas relações com órgãos ou invasão de estruturas adjacentes, caracterização tecidual e a detecção de metástases. Com este aumento, surgiu a necessidade da criação de protocolos que determinem redução da dose de radiação sem comprometer a qualidade do exame2. O número de exames de tomografia computadorizada realizados por ano em crianças apresenta crescimento constante e vários fatores contribuem para isso, incluindo a constante evolução tecnológica dos equipamentos, com aumento da velocidade de aquisição de dados e redução do tempo de realização dos exames, assim como o aumento no número de indicações para a sua realização, associado à maior disponibilidade e uma relativa tendência de diminuição dos custos do exame3. Atualmente são realizadas, aproximadamente, 600.000 tomografias computadorizadas (abdome ou crânio) em menores de 15 anos nos Estados Unidos. Grande parte delas feita para avaliar neoplasias. Por outro lado, a crescente preocupação com os potenciais efeitos indesejados da radiação ionizante, especialmente nesta população, exige a otimização dos protocolos de exames, reduzindo a exposição. Quando as tomografias computadorizadas, principalmente do abdome para a avaliação de neoplasias, utilizam meios de contraste endovenosos, os exames são realizados de forma multifásica, o que determina maior dose de radiação, assim como exames mais onerosos e demorados. Onze por cento dos exames de imagem realizados nos Estados Unidos são TC. Em um hospital americano, por exemplo, verificou-se um aumento de 92% do número de TC abdominais e pélvicas em menores de 15 anos entre 1996 e 1999. Isto gera preocupações relacionadas a potenciais efeitos adversos. Crianças são 10 vezes mais sensíveis aos efeitos da radiação do que adultos. Acredita-se, atualmente, que o risco de uma criança morrer devido a uma neoplasia causada pela radiação seja de 1:550 no caso de realizar uma TC de abdome e de 1:1500 se for uma TC do crânio2. Vários esforços têm sido empregados na melhoria dos protocolos de realização de TC em crianças, tornando o exame mais rápido, com menor necessidade de anestesia, com redução dos artefatos de movimento e, especialmente, limitando a dose de radiação. Estes estudos valorizam, especialmente, exames com baixas doses. Cada fase do exame de TC contribui para a dose de radiação ionizante sobre o paciente. Kalra et al. (2004) e Donnelly et al. (2001) especularam sobre a possibilidade da omissão da fase pré-contraste sem prejuízo do exame e com redução da dose de radiação. Entretanto, esta opinião não é consenso, ainda, por todos. Riccabona (2003) enfatizou a necessidade da fase sem contraste na avaliação de neoplasias renais pela sua capacidade de detectar calcificações e focos de hemorragia. A criação de protocolos que diminuam o número de fases e garanta o esclarecimento clínico desejado seria, portanto, uma forma de reduzir a exposição2. Um estudo recente mostrou que os serviços que realizam estudos tomográficos de crianças não seguem protocolos de exames uniformes. Vários parâmetros do exame são definidos por cada clínica de formas diferentes, que vão desde a escolha do material de contraste até as doses de radiação administradas. Esta variação dos protocolos pode ter como consequência a ausência de uniformidade dos exames. Assim, a própria acurácia do método, ao ser realizado de forma não padronizada, fica difícil de ser determinada, já que resultados diferentes serão possíveis, tanto em relação aos serviços quanto em relação a estes, e o que está publicado na literatura médica. A maioria dos estudos envolvendo protocolos de realização das tomografias computadorizadas em crianças tem sido direcionada às doses de radiação (quilovoltagem e miliamperagem). Do mesmo modo, os parâmetros do exame devem ser determinados em função do esclarecimento clínico. É improvável que a tomografia computadorizada de abdome para avaliar uma massa abdominal deva ser igual, por TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS 23 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR exemplo, à realizada para a avaliação de dor abdominal2. Embora, como já foi dito, quilovoltagem e miliamperagem
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