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Histórico da radiologia e os principais 
tipos de exames de imagem 
 
A história da radiologia inicia em 1895 quando Wilhelm Conrad 
Roentgen, trabalhando em uma câmara escura na Alemanha, 
identificou que uma tela, pintada com material fluorescente e 
localizada um pouco distante de um tubo de raios catódico que 
havia sido energizado, brilhava muito. Como ele não sabia 
classificar esse tipo de raio, denominou-o “raio X”. Pouco tempo 
depois essa metodologia estava tão disseminada que se utilizavam 
raios-X para quase todos os tipos de exames radiológicos. 
Atualmente, as imagens radiográficas convencionais são 
produzidas por uma combinação de radiação ionizante e luz que 
atinge uma superfície fotossensível, a qual, por sua vez, produz 
uma linhagem latente subsequentemente processada. Com essa 
metodologia, havia duas desvantagens: espaço físico para 
armazenamento, pois havia um número crescente de filmes, e 
local específico para sua realização, já que isso impedia a análise 
de outros médicos sobre o caso. A radiografia digital surgiu para 
substituir o filme fotográfico por placa fotossensível, que pode ser 
processada por um leitor eletrônico. 
Principais tipos de exames de imagem 
Radiografia convencional (raio-X simples): são imagens 
produzidas através da radiação ionizante (produção de raios X, 
mas sem o uso de material de contraste, como bário ou iodo). A 
principal vantagem é o custo, visto que é muito barato. Para que 
essa técnica seja desenvolvida, necessita-se de uma fonte que 
produza raios X, um método para gravar a imagem (cassete ou 
placa fotossensível) e uma maneira de processar a imagem 
gravada (usando substância química ou um leitor digital). As 
principais desvantagens da radiografia convencional são a 
variação limitada das densidades que podem ser demonstradas e 
o fato de usar radiação ionizante. As cinco densidades básicas 
avaliadas são: ar, gordura, tecido mole ou líquido, cálcio e metal. 
Tomografia computadorizada (TC): começou a ser produzida 
nos anos de 1970; utiliza gantry como feixe giratório de raios X e 
múltiplos detectores em vários arranjos juntamente com 
algoritmos de computador para processar os dados, que geram 
imagens de qualidade diagnóstica. Um dos principais benefícios da 
TC é a capacidade de expandir a escala de cinza, o que permite a 
diferenciação de muito mais do que as cinco densidades básicas 
disponíveis. 
Ultrassonografia (US): os transdutores de ultrassom utilizam 
energia acústica acima da frequência audível pelos humanos para 
produzir imagens em vez de raios X, como fazem a radiografia 
convencional e a TC. Esses aparelhos são baratos e são utilizados 
para diagnóstico médico. 
Ressonância magnética (RM): utiliza a energia potencial 
armazenada nos átomos de hidrogênio do corpo; não é 
amplamente disponível e é relativamente cara. Essa técnica de 
imagem não utiliza radiação não ionizante e produz contraste 
mais alto entre os diferentes tipos de tecidos moles. Sua aplicação 
principal é nos exames neurológicos. Medicina nuclear: um 
isótopo radioativo (radioisótopo) é a forma de um elemento que 
emite radiação a partir de seu núcleo à medida que enfraquece. 
Eventualmente, o produto final é um isótopo não radioativo 
estável de outro elemento. Os radioisótopos podem ser 
produzidos artificial ou naturalmente (urânio e tório). 
 
A radiografia, ou raio-X, é uma forma de radiação 
eletromagnética de comprimento extremamente curto. Quanto 
mais curto for o comprimento de uma onda de radiação 
eletromagnética, maior será a sua energia e, como regra, maior 
será a sua capacidade de penetrar em materiais variados. Os raios 
X são descritos como partículas ou “pacotes” de energia chamados 
quanta ou fótons, os quais se deslocam com a velocidade da luz. A 
quantidade de energia transportada para cada fóton depende do 
comprimento de onda da radiação. Essa energia é medida em 
elétron-volt, que é a quantidade de energia adquirida por um 
elétron ao ser acelerado ao longo de um potencial de 1 volt. Para 
obtenção dos raios X utilizados na radiologia diagnóstica, há 
necessidade de vácuo e da presença de uma grande diferença de 
potencial entre um cátodo e um ânodo. No tubo de raio X básico, 
elétrons são gerados pelo aquecimento do cátodo (filamento) em 
temperatura muito elevada. Quando os elétrons colidem com o 
ânodo de tungstênio, são produzidos raios X. A produção das 
imagens de raios-X resulta da atenuação desses raios pelo 
material que está sendo atravessado por eles. Em geral, quanto 
maior for a densidade do material, isto é, o número de gramas por 
centímetro cúbico, maior será sua capacidade de absorver ou 
espalhar os raios X 
As imagens de tomografia computadorizada são geradas de 
maneira diferente das radiografias simples. Em circunstâncias 
habituais, os órgãos sólidos do corpo, como coração, baço, fígado e 
pâncreas, são considerados uniformes em termos de densidade 
radiográfica. No entanto, esses tecidos exibem alguma variação 
em suas propriedades químicas, sendo possível, com o uso de 
técnicas computadorizadas, medir essas diferenças, ampliá-las e 
exibi-las em tonalidades variáveis de cinza ou até mesmo a cores. 
Um feixe de raio X e um sistema de detecção se movimentam ao 
longo de um arco de 360º, irradiando o paciente com um feixe 
intensamente restringido. Esse procedimento permite que o 
sistema de detecção meça a intensidade da radiação que atravessa 
o paciente. Os dados derivados dessas mensurações são 
analisados por um sistema computadorizado que designa 
diferentes tonalidades de cinza. O computador reconstrói uma 
imagem com base em gráficos geométricos dos locais onde essas 
mensurações foram obtidas. A mais recente variação de TC é 
realizada com o uso da tecnologia multislice helicoidal ou espiral. 
Em um estudo de TC clássico, são obtidas numerosas imagens 
contíguas para a geração de cortes que se parecem com as fatias 
de um pão de forma. 
A ressonância magnética é uma técnica não invasiva e que não 
utiliza a radiação ionizante. Pelos parâmetros utilizados na 
obtenção de imagens médicas, essa é uma tecnologia que não 
representa riscos significativos à saúde. Ela utiliza pulsos de 
radiofrequência (RF) na presença de um campo magnético intenso 
para a produção de imagens de alta qualidade do corpo em 
qualquer plano. Os núcleos de qualquer átomo com número ímpar 
de núcleons (prótons e nêutrons) se comportam como ímãs 
fracos, pois se alinham em um campo magnético forte 
Interpretação dos exames 
radiológicos 
Para aplicarmos os conhecimentos obtidos nos blocos anteriores, 
proporemos discussões de casos clínicos. 
• Caso 1: mulher, 30 anos, busca atendimento devido a uma 
dor torácica súbita com discreto esforço respiratório. No 
exame físico, encontrava-se discretamente taquipneica e 
com redução do murmúrio vesicular na ausculta do lado 
direito. Foi solicitado radiografia de tórax. Qual o motivo que 
levou o médico a solicitar esse tipo de exame? 
De acordo com a queixa da paciente, o médico suspeitava de 
pneumotórax. O raio-X foi solicitado para confirmar o diagnóstico 
através da presença da faixa de ar entre a parede torácica e/ou 
diafragma e a pleura visceral. Ela é útil quando utilizada em 
incidência lateral, podendo ser completada com expiração 
forçada. Poderia ser indicado outro tipo de exame de imagem? Até 
poderia, porém, devido ao custo elevado e ao tempo, não seria a 
estratégia mais indicada. 
• Caso 2: homem, 50 anos, é admitido em enfermaria de 
hospital com dor abdominal importante e lombalgia com 
aproximadamente duas semanas de duração. Relata também 
que apresentou febre nos últimos dias, sendo medicado com 
antitérmico e analgésico. Foi solicitada uma ressonância 
magnética pelo médico. Qual seria o motivo? 
A ressonância magnética é fundamental para detecção de 
espondilodiscite, uma infeção bacteriana que acomete os discos 
intervertebrais.A TC pode identificar alterações mais precoces, 
porém é inferior à RM para a avaliação da medula espinhal, dos 
tecidos moles vizinhos e de possíveis abcessos. Nesses casos, é 
encontrada uma redução da intensidade do disco e dos corpos 
intervertebrais. Poderia ser indicado outro exame radiológico? 
Sim, a cintilografia. 
• Caso 3: homem, 50 anos, tabagista há 20 anos, busca 
atendimento em virtude de dor abdominal no quadrante 
superior do abdome há 48 horas, com progressiva do 
quadro. Chegou a apresentar de três a quatro episódios de 
vômito “aquoso”. Dentre os exames solicitados, a tomografia 
computadorizada detectou necrose pancreática, levando ao 
diagnóstico de pancreatite aguda. Por que foi solicitada a 
tomografia computadorizada (TC)? 
A TC de abdome é excelente para avaliação do pâncreas e serve de 
parâmetro para avaliação e prognóstico de complicações, como 
necrose, infecções e pseudocistos. Além disso, facilita a exclusão 
de outras possíveis causas de dor abdominal, como obstrução 
intestinal, infarto-mesentérico ou perfuração, coleciste ou, ainda, 
apendicite. Nesse caso, poderia ser utilizada também a 
ressonância magnética, porém, devido ao elevado custo e ao 
tempo gasto na realização do exame, acaba sendo preterida em 
relação à tomografia. A radiografia, por outro lado, é muito 
inespecífica e a ultrassonografia pode até ser útil para avaliação 
da vesícula biliar, porém não fornece dados do estado que se 
encontra o pâncreas, e sua realização é bem difícil em paciente 
geralmente com distensão abdominal. 
Com esses exemplos, você será capaz de compreender como é 
realizada a aplicação dos exames radiológicos para detecção de 
patologias. 
Olá, estudante! Neste vídeo você terá a oportunidade de conhecer 
o histórico da radiologia bem como as características dos 
principais exames radiológicos que são utilizados para detecção 
de patologias. Você verá quão essencial é conhecer como as 
imagens radiológicas são formadas e as principais diferenças 
entre cada tipo de exame radiológico. A partir disso, será possível 
interpretar o tipo de exame radiológico que melhor identifica e 
diagnostica diversas patologias. 
 
Densidades variáveis 
Através do exame de radiografia convencional, é possível 
identificar cinco densidades básicas, que são organizadas pela 
seguinte ordem: da menos para a mais densa (mostra-se em 
escalas de cinza): 
• Ar: tom mais escuro possível de ser observado em uma 
radiografia. 
• Gordura: tom de cinza mais claro que o ar. 
• Tecidos moles ou líquidos: difícil de serem distinguidos. 
• Cálcio: contido em materiais endurecidos como o osso. 
• Metal: tom mais claro que pode ser observado em uma 
radiografia. 
Geralmente não são encontradas densidades metálicas no corpo 
humano, exceto quando se utiliza próteses de joelho ou quadril, 
por exemplo. Esses tipos de densidades metálicas são 
introduzidos artificialmente no corpo. 
Radiograficamente, essas densidades ficam evidenciadas como: 
preto, cinza-preto, cinza e branco, respectivamente. O meio de 
contraste utilizado em conjunto com os estudos radiográficos é de 
alta radiodensidade, acima da densidade da água e abaixo da 
densidade do osso. 
Pensando nas características dessas densidades, é possível 
identificar que o ar é capaz de absorver o mínimo de raios X e tem 
a aparência mais preta (homogênea) possível na radiografia 
convencional. A gordura é vista em um tom de cinza mais escuro 
nas radiografias convencionais do que os tecidos moles. Os 
líquidos e tecidos moles, como sangue ou músculo, apresentam a 
mesma densidade nas radiografias convencionais, portanto quase 
não são distinguidos nas imagens. O cálcio é o tipo de material 
mais denso que ocorre naturalmente no corpo e o exemplo 
clássico da sua localização é o osso, pois ele absorve a maior parte 
dos raios X. O metal é capaz de absorver todos os raios X e tem a 
aparência mais branca possível, por isso a projeção de projéteis de 
arma de fogo é tão fácil de ser identificada nas radiografias 
convencionais. 
É importante salientar que, embora as radiografias convencionais 
sejam produzidas por radiação ionizante em doses relativamente 
baixas, a radiação tem potencial de produzir mutações celulares 
que podem levar a muitas formas de câncer e anormalidades. 
A tomografia computadorizada (TC) tem a propriedade de 
detectar diferenças diminutas nas densidades dos tecidos, 
exibindo-os em graus variados de cinza. Essas densidades da TC 
são medidas em unidades Hounsfield. A densidade da água recebe 
valor arbitrário de 1,0; a de gordura e a do gás têm valores 
negativos; e a óssea é muito alta. 
De acordo com a densidade, podemos também utilizar as 
seguintes terminologias para os raios X convencionais: 
• Ar: radiotransparente – produz cor preta. 
• Gordura: radiotransparente – produz cor cinza escuro. 
• Água: hipotransparente – produz cor cinza claro. 
• Osso – radiopaco – produz cor branca. 
• Metal: radiopaco – produz corpo branca. 
Na tomografia computadorizada, podemos utilizar as seguintes 
terminologias: 
• Hipodensa (cinza escuro – preto) 🡪 coeficiente de atenuação 
baixo (água) ou negativo (ar e gordura). 
• Hiperdensa (branca) 🡪 coeficiente de atenuação alto 
(calcificação). 
• Isodensa 🡪 mesma densidade do tecido normal que o 
circunda. 
Interpretação das imagens por 
tomografia computadorizada 
 
A tomografia computadorizada é uma técnica capaz de gerar imagens detalhadas 
da seção transversal de um paciente. O contraste que permite gerar as imagens é 
resultante da diferença na absorção do feixe de raios X em razão das 
características dos tecidos. Quando há maior absorção de radiação pelo tecido, há 
imagens mais claras, e quando a absorção for menor, haverá imagens mais escuras. 
No monitor, a imagem resultante é obtida matematicamente com base na 
quantidade de raios X detectados, dessa forma obtêm-se níveis de tons de cinza 
que geram contraste e diferenciação entre os variados componentes do corpo 
humano ou objeto de estudo. As principais aplicações desse método estão voltadas 
para estudos que envolvem os sistemas nervosos centrais e periféricos, o sistema 
digestório e o sistema musculoesquelético. 
O olho humano é capaz de discernir até 40.000 tons de cinza, no entanto para 
identificar algo como uma única estrutura mesclada entre vários tons de cinza, é 
preciso que os limites de separação entre eles sejam bem definidos. É essa 
manipulação de dados que os filtros de alta resolução fazem: eles agrupam as 
densidades semelhantes para tornar os limites de separação entre os tons de cinza 
mais definidos. Entretanto, os computadores não precisam desse tratamento 
artificial de dados brutos, já que eles podem medir o valor de atenuação de cada 
pixel individualmente a partir dos dados brutos. A escolha de um filtro ou 
algoritmo de reconstrução influencia na resolução espacial dos exames. 
Com os conceitos bem definidos, chegou o momento de interpretarmos o uso de 
imagem através da tomografia: considere, então, um paciente que esteja sofrendo 
de tosse seca e persistente, falta de ar com dispneia proeminente, oximetria de 
pulso reduzida e febre intermitente. Nesse caso, o paciente buscou atendimento 
médico de emergência e foi-lhe solicitado um raio-X convencional. O resultado 
dessa imagem não evidenciou nenhuma alteração pulmonar digna de nota, mas, 
como o hemograma que foi solicitado revelou alterações importantes, foi solicitada 
uma tomografia computadorizada, em que foi aplicado filtro mole (evidencia 
partes moles do corpo, em especial a estrutura pulmonar, os músculos, etc.). 
Observe a imagem a seguir (Figura 1): 
O resultado mostrou alterações significativas, que indicam 
atelectasia alveolar. Além disso, também foi possível observar o 
padrão de opacidade em vidro fosco, o qual é definido como 
discreto aumento da densidade pulmonar sem obscurecimento 
dos vasos e brônquios. Podetambém ter como causa o 
preenchimento dos espaços aéreos e/ou espessamento do 
interstício, sendo encontrado em processos de diversas etiologias, 
como em pacientes acometidos pela COVID-19. Esse padrão 
encontrado na TC pode ser bilateral, periférico e subpleural nos 
lobos inferiores. 
Nesse contexto, o tecnólogo em radiologia precisa saber 
interpretar as imagens radiológicas para que o diagnóstico seja 
feito corretamente. 
Análise dos conceitos em radiologia 
 
Para aplicarmos os conhecimentos obtidos nos blocos anteriores, proporemos 
discussões de casos clínicos. 
• Caso 1: homem, 68 anos, tabagista há 20 anos, hipertenso controlado com 
medicamento, busca atendimento devido a dificuldades para respirar, à 
dispenia e tosse produtiva (com catarro) persistente. A partir disso, foi 
solicitada uma radiografia de tórax (Figura 2). 
O resultado evidenciou DPOC (doença pulmonar obstrutiva 
crônica). Qual motivo levou o médico a solicitar esse tipo de 
exame? 
De acordo com a queixa do paciente, o médico suspeitava de 
DPOC; logo, o raio-X deveria evidenciar a presença de ar nos 
pulmões, mostrando-se radiotransparente, ou seja, preto. Na 
imagem obtida pelo exame, é possível identificar trechos 
radiopacos importantes, o que provavelmente indica atelectasia 
alveolar. 
• Caso 2: homem, 29 anos, é admitido em enfermaria de 
hospital com falta de ar importante e oximetria de pulso 
extremamente reduzida. O paciente alega estar, há cerca de 
cinco dias, com tosse seca que piora consideravelmente a 
noite. Relatou também ter coriza há três dias. Diante disso, 
foi solicitado raio-X de tórax, que não evidenciou nenhuma 
alteração importante. O exame de RT-PCR (padrão ouro para 
diagnosticar COVID-19) foi positivo. Como o quadro 
continuava a se agravar, o médico solicitou uma tomografia 
computadorizada. O que poderia ser observado nela? 
Na TC será possível observar o padrão em vidro fosco, 
pavimentação em mosaico e consolidações, que, apesar de 
inespecíficas, geralmente apresentam distribuição torácica 
predominantemente bilateral, periférica ou mesmo inespecífica. 
• Caso 3: mulher, 46 anos, está há cerca de três dias sentindo 
uma dor de cabeça muito forte e relatou ao atendimento que 
está com dificuldade de movimentar os membros do lado 
esquerdo do corpo. O médico também identificou que ela 
estava apresentando ptose palpebral esquerda. Além disso, 
ela relata que sente alterações visuais repentinas, as quais se 
apresentam como cegueira. O médico solicitou exames de 
sangue e uma ressonância magnética, pois suspeitou que ela 
estivesse desenvolvendo um acidente vascular encefálico do 
tipo isquêmico (AVE isquêmico). O que pode ser observado 
na ressonância magnética (RM) e por que ela é tão 
importante para esse tipo de quadro? 
A RM é equivalente à tomografia computadorizada para detectar 
os tipos de acidentes vasculares encefálicos (isquêmico e 
hemorrágico). O exame de ressonância magnética permite avaliar 
com precisão áreas de penumbra que estão comprometidas e que 
impedem a reperfusão cerebral. O raio-X de crânio não tem 
sensibilidade para detectar esses tipos de alterações. 
• Caso 4: homem, 29 anos, trabalha como entregador de 
alimentos por aplicativo e acabou se acidentando durante 
uma das entregas. Em decorrência da queda, teve fratura 
exposta do fêmur. Durante o atendimento emergencial, qual 
exame o médico deveria solicitar a fim de detectar a 
extensão da lesão? 
Ele deveria solicitar um raio-X convencional, pois esse tipo de 
exame é simples e facilita a detecção de cálcio, elemento que 
aparecerá radiopaco nas imagens. 
Olá, estudante! Neste vídeo você terá a oportunidade de conhecer 
o histórico da radiologia bem como as características dos 
principais exames radiológicos utilizados para detecção de 
patologias. Você verá quão essencial é conhecer como as imagens 
radiológicas são formadas e as principais diferenças entre cada 
tipo de exame radiológico. Com essas informações, será possível 
interpretar o tipo de exame radiológico que melhor identifica e 
diagnostica patologias. 
 
Definições diferenciadas de escalas 
Para compreendermos como as escalas de Hounsfield são geradas, 
precisamos entender como ocorre o funcionamento dos 
tomógrafos. 
Os aparelhos de tomografia computadorizada (TC) surgiram na 
década de 1970 e propiciaram um salto exponencial nos exames 
de imagem médica. Com o uso de um gantry com feixe giratório de 
raios X e múltiplos detectores em vários arranjos (que giram de 
modo contínuo ao redor do paciente), junto a sofisticados 
algoritmos de computador para processar os dados, uma grande 
quantidade de imagens bidimensionais em fatias (cada uma com 
milímetros de espessura) pode ser formatada em múltiplos planos 
de imagem. 
O tomógrafo é conectado a um computador que processa os dados 
utilizando vários algoritmos para produzir imagens de qualidade 
diagnóstica. Uma imagem de TC é composta por matriz de 
milhares de pequenos quadrados denominados pixels. Um 
computador atribui a cada pixel um número de TC que varia de -
1000 a +1000 e que é medido em unidades Hounsfield (HU). 
Essa nomenclatura é uma homenagem a Sir Godfrey Hounsfield, o 
homem ao qual se credita o desenvolvimento do primeiro 
tomógrafo. 
O número de TC varia de acordo com a densidade do tecido 
examinado e é a medida de quanto do feixe de raios X é absorvido 
pelos tecidos em cada ponto da imagem produzida. Por 
convenção, atribui-se ao ar um número de Hounsfield de -1000 
HU e ao osso cerca de 400 a 600 HU (no caso da gordura, o 
número é de -40 a -100; no da água, é 0 e no dos tecidos moles é 
de 20 a 100). 
As imagens de TC são exibidas ou visualizadas por meio de uma 
faixa de números Hounsfield pré-selecionados para melhor 
evidenciar os tecidos que estão sendo estudados (por exemplo, de 
-100 a +300), e tudo que estiver dentro dessa faixa de número de 
TC é exibido sobre os níveis de densidade na escala de cinza 
disponível. Esse intervalo de densidades exibidas é chamado 
de janela. 
• Substâncias mais densas, que absorvem mais raios X, têm 
número elevado de TC. Diz-se que elas apresentam 
atenuação aumentada e são exibidas como densidade mais 
branca nas imagens computadorizadas. Nas radiografias 
convencionais, substâncias como metal e cálcio também 
parecem mais brancas e são consideradas mais densas ou 
opacas. 
• Substâncias menos densas, que absorvem menos raios X, 
têm número de TC baixos. Diz-se que elas apresentam 
atenuação diminuída e são exibidas como densidades mais 
escuras nas imagens de TC. Nas radiografias convencionais, 
substâncias como ar e gordura também parecem mais pretas 
e têm densidade diminuída (ou maior radiolucência). 
A tomografia computadorizada também pode ser “janelada” de 
maneira a otimizar a visibilidade dos diferentes tipos de 
patologias depois da obtenção. Esse benefício é denominado pós-
processamento, característica em que a imagem digital, em geral, 
é avançada. O pós-processamento possibilita a manipulação 
adicional dos dados brutos para melhor demonstrar a 
anormalidade sem a necessidade de repetir um exame e sem 
expor o paciente, mais uma vez, à técnica 
Aplicações da técnica de tomografia 
computadorizada 
 
Por tradição, as imagens de TC eram visualizadas principalmente no plano axial. 
Atualmente, dada a aquisição volumétrica de dados, essas imagens podem ser 
exibidas em qualquer plano: axial, sagital ou coronal. Os dados volumétricos 
consistem em uma série de seções finas que podem ser remontadas de modo a 
produzir uma reconstrução tridimensional. A renderização tridimensional de 
superfície e de volume pode produzir imagens de TC de uma qualidade 
incrivelmente realista. 
Um dos principais benefícios da TC, como já mencionado, é a capacidade de 
expandir a escala de cinza, o que possibilita diferenciar muito mais do que as cinco 
densidades básicas possíveis nas radiografias convencionais. Por causados 
elementos cada vez mais sofisticados dos detectores e da aquisição de centenas de 
cortes simultaneamente, os tomógrafos multislices possibilitam a obtenção rápida 
das imagens (da cabeça aos pés em menos de 10 segundos). Isso possibilitou o 
desenvolvimento de novas aplicações para a TC, como a colonoscopia virtual e a 
broncoscopia virtual; a TC cardíaca com escore de cálcio; e a angiografia 
coronariana por TC. 
Esses exames podem conter mil ou mais imagens, de modo que o método mais 
antigo de colocar cada imagem em filme para estudo em um negatoscópio é 
impraticável, e essas imagens são quase sempre visualizadas em computadores de 
estações de trabalho, onde é possível estudar muitas imagens simplesmente 
rolando a tela. 
As tomografias computadorizadas são a base da imagem seccional e estão 
amplamente disponíveis, embora ainda não sejam verdadeiramente portáteis. A 
produção de imagens de TC requer um aparelho dispendioso, um espaço dedicado 
à sua instalação e um computador com um sofisticado poder de processamento. De 
maneira semelhante à radiografia convencional, os tomógrafos também usam 
radiação ionizante (raios X) para produzir as imagens. 
Sabendo dessas informações, é muito comum que haja erros de interpretação em 
cerca de 4% dos casos e que até 30% das alterações em exames radiológicos sejam 
perdidas. Os erros em radiologia contribuem para erros no diagnóstico final, o que 
gera consequências importantes para os pacientes. 
Os erros de percepção são aqueles que ocorrem no início da interpretação da 
imagem quando o radiologista “passa” os olhos pelo exame. Nesse caso, há uma 
anormalidade, mas ela não é vista. Interferem aí fatores como cansaço, quantidade 
de trabalho, rapidez com que os exames têm que ser vistos e eventuais distrações. 
Um fenômeno interessante que contribui para que uma alteração não seja vista é a 
chamada busca satisfeita (search satisfacting), o qual ocorre quando o radiologista 
encontra uma primeira lesão ou alteração e, então, interrompe a procura por 
outras alterações – que são perdidas. 
Os erros de interpretação, ou erros cognitivos, ocorrem quando uma alteração é 
vista, mas é interpretada incorretamente seja por falta de conhecimento 
(experiência), por informações clínicas inadequadas (incompletas), seja por 
diversos erros cognitivos. Isso revela que não basta enxergar uma alteração, o 
radiologista precisa interpretá-la e oferecer hipóteses diagnósticas. 
Nesse contexto, o tecnólogo em radiologia precisa saber interpretar as imagens 
radiológicas para que o diagnóstico seja feito corretamente. 
Aplicação – Tabelas de substâncias 
utilizadas na radiologia 
 
Diversas estruturas no corpo são identificáveis em uma radiografia, seja por causa 
de suas densidades inerentes (por exemplo, osso distinto de músculo), seja por 
conterem um dos materiais naturais básicos (por exemplo, ar). Contudo, 
considerando que a maioria das vísceras internas tem densidade próxima ou igual 
à da água, faz-se necessário introduzir nessas estruturas um material que delineie 
suas paredes, defina a anatomia e demonstre as condições patológicas. 
O sulfato de bário constitui o principal contraste para os exames radiográficos do 
trato gastrointestinal (GI). O bário possui elevado peso atômico, o que resulta em 
considerável absorção do feixe de raios X, proporcionando um excelente contraste 
radiológico. Em seu preparo habitual, uma suspensão é obtida misturando-se com 
água o bário finamente pulverizado em agentes dispersantes. Quando 
administrada por via oral ou retal, o preparo proporciona um revestimento 
adequado do trato GI. Embora o próprio bário seja quimicamente inerte, se ocorrer 
extravasamento para fora do trato GI, o paciente poderá sofrer uma reação 
desmoplásica grave. No passado, bário misturado com material fecal era 
considerado uma mistura rapidamente letal quando introduzida na cavidade 
peritoneal. O contraste à base de bário é seguro desde que o trato GI não esteja 
obstruído. 
Os agentes de contraste hidrossolúveis são utilizados predominantemente em 
estudos angiográficos, em realce do contraste em estudos de tomografia 
computadorizada, em mielografia, artrografia e urografia. Os agentes mais 
comumente utilizados são os sais de sódio ou meglumina de ácido diatriozoico ou 
iotal6amico em concentrações de 60 a 90%. A estrutura química comum de todos 
os meios de contraste hidrossolúvel é uma variante do ácido triiodobenzoico. Esses 
agentes são conhecidos como meios iônicos graças à sua propriedade, em solução, 
de se dissociarem no cátion sódio ou meglumina e no seu ânion, que contém iodo. 
Os agentes iônicos são muito hipertônicos, resultando em um desvio de líquido do 
espaço intracelular ou extracelular para o espaço intravascular ou para o lúmen do 
trato GI. Pacientes que estão desidratados podem sofrer mudança na viscosidade e 
tonicidade do sangue. 
Os agentes paramagnéticos são utilizados para uso intravenoso (IV) durante a 
obtenção de imagens por ressonância magnética. O agente mais comum é o 
gadolínio-ácido dietilenotriamina penta-acético (gd-DTPA). Ele foi escolhido em 
virtude do seu efeito no tempo de relaxamento nas sequências do exame. A 
quelação com DTPA impede a toxicidade intrínseca do íon Gd livre. Em doses 
diagnósticas, o Gd-DTPA aumenta o sinal das estruturas vasculares de maneira 
parecida com o efeito dos meios de contraste hidrossolúvel convencionais. O uso 
de compostos de Gd implica pequeno risco de reações adversas, em especial 
naquele paciente com história de reação a compostos iodados. No entanto, ao 
contrário dos meios iodados, os compostos de Gd não são nefrotóxicos, podem ser 
utilizados em pacientes azotêmicos e podem ser removidos por diálise. 
Curiosamente, meios de contraste que contêm gadolínio são ligeiramente 
radiodensos, podendo ser utilizados como meios de contraste em estudos de TC e 
angiografia em vez dos meios iodados. 
Evolução dos softwares (tomografia 
computadorizada) 
 
A compreensão de como os softwares evoluíram para o estudo da tomografia 
computadorizada (TC) é necessária para que os exames sejam bem executados e 
interpretados. Em circunstâncias habituais, os órgãos sólidos do corpo (rins, 
fígado, baço e pâncreas) são considerados uniformes em termos de densidade 
radiográfica – como a água, que gera um aspecto cinzento nas radiografias 
convencionais. No entanto, esses tecidos exibem alguma variação em suas 
propriedades químicas, sendo possível, com o uso de técnicas computadorizadas, 
medir essas diferenças, ampliá-las e exibi-las em tonalidades de cinza ou mesmo 
em cores, como nos dias atuais. 
O procedimento de tomografia computadorizada permite que o sistema detecte a 
intensidade de radiação que atravessa o paciente. Os dados derivados dessas 
mensurações são analisados por um sistema computadorizado que designa 
diferentes tonalidades de cinza (números de TC ou unidades Hounsfield) às 
diferentes estruturas com base em seus coeficientes de absorção ou atenuação. O 
computador reconstrói uma imagem com base em gráficos geométricos dos locais 
onde essas mensurações foram obtidas. Curiosamente, embora esse sistema 
diagnóstico tenha sido desenvolvido nos anos 1970, a fórmula matemática para a 
reconstrução de imagens permanece até hoje. 
A geração atual das imagens é realizada através de softwares que possibilitam a 
criação de laudos em tamanho real e de maneira rápida e flexível, permitindo o 
acesso a todos os envolvidos. O template do laudo já vem predefinido para a 
impressão e isso facilita o acesso do técnico em radiologia e do médico radiologista 
na emissão dos laudos para o diagnóstico precoce dos pacientes. 
Hoje em dia é utilizado o padrão de imagens de tomografia computadorizada 
digitais, porém é necessário que haja a interoperabilidade, que é a disponibilidade 
para garantir a preservação das informações diagnósticas adquiridas do pacienteatravés de gerações de softwares e hardwares de imagem. 
Esse sistema deve estar em conformidade com as normas ISO (International 
Organization for Standardization), cuja referência é o padrão DICOM (Digital 
Imaging and Communications in Medicine). Com a modernização do sistema, ficou 
muito mais prático o armazenamento, a leitura da imagem e o planejamento do 
tratamento do paciente. Agora o sistema de leitura não está mais restrito somente 
a clínicas ou a consultórios, mas, por meio de um computador portátil, ele pode ser 
aberto em qualquer lugar. Com isso, a leitura e interpretação das imagens podem 
se difundir mais facilmente pelo meio médico e acadêmico. 
Observando esse fato, uma série de empresas passou a desenvolver softwares com 
inúmeras ferramentas cada vez mais modernas, as quais buscam suprir as 
necessidades dos especialistas. A desvantagem é que a maioria dos programas 
necessita de chaves de hardware, e os valores pedidos por elas é muito elevado, 
pois costuma-se cobrar por número de máquinas operantes. Para alguns 
fornecedores, o conceito free software, isto é, a versão disponível para download, é 
completamente funcional e pode ser instalada sem nenhum custo adicional para o 
profissional. 
Diferença entre aparelhos fixos e 
móveis para radiologia 
 
Os aparelhos destinados a obter imagens radiográficas eram desenvolvidos 
inicialmente como aparelhos fixos, ou seja, que ficavam estáticos e dependentes de 
fonte de energia, devendo estar presentes em sala exclusiva. Os aparelhos fixos, 
pela própria nomenclatura, são aqueles que não podem ser retirados do local onde 
foram instalados, por isso necessitam de uma sala exclusiva para sua utilização, 
com suprimento de energia adequado, espaço para movimentação do paciente e 
local reservado para o técnico em radiologia executar o controle do equipamento a 
distância. 
Esse tipo de aparelho é muito utilizado em clínicas e hospitais devido à grande 
demanda de exames diários. Ele pode ser preso ao chão por um pedestal ou ao 
teto. Nos dias atuais, um dos aparelhos de raios-X fixo mais conhecidos é o 
TD500HF, que apresenta certa mobilidade com ampla exposição lateral e 
perpendicular. O interessante desse tipo de instrumento é que ele pode ser 
instalado em locais com o mínimo de espaço e não requer montagens de teto ou 
parede. Esses equipamentos facilitam a limpeza e a instalação e tornam mais 
simples a operação. Além da radiografia convencional, muitos aparelhos 
radiográficos são construídos para realizarem outros tipos de exames, como a 
fluoroscopia e a planigrafia ou a tomografia linear. 
Os equipamentos móveis são muito semelhantes em recursos, mas a sua 
composição é diferente, já que a mesa é dispensável e os controles dos 
equipamentos estão fisicamente junto com a unidade geradora de radiação. Esse 
equipamento pode ser facilmente transportado através do sistema de rodas já 
embutidas na estrutura. Para a realização do exame, utiliza-se a própria maca do 
paciente ou a cadeira. A fonte de energia é obtida diretamente da tomada e o custo 
geralmente é menor do que o dos exames realizados em aparelhos fixos. A geração 
dos modelos Apolo D Digital apresenta tecnologia de ponta para emissão de raios X 
em alto desempenho e em curtíssimo intervalo de tempo e pode ser utilizada por 
uma variedade de técnicas radiográficas; além disso, apresenta vida longa e 
produtiva. Em salas menores, pode ser utilizado o Apolo D Arco, que apresenta 
fácil manuseio, movimento vertical motorizado e facilidade de posicionamento dos 
pacientes, visto que utiliza apenas um detector digital para as rotinas de mesa e 
mural. 
O equipamento portátil apresenta peso e capacidade de radiação ou flexibilidade 
melhor para a realização dos exames. Ele pode ser carregado por apenas uma 
pessoa através de alças, sendo facilmente transportado em ambulâncias ou em 
porta-malas de carros. Geralmente esses equipamentos radiografam apenas as 
extremidades do corpo humano e são frequentemente utilizados em exames de 
tórax em pacientes que estão em unidades de terapia intensiva (UTI). O baixo custo 
e a transportabilidade deles já fez surgir, em alguns países do hemisfério norte, um 
novo tipo de serviço denominado exame radiográfico em domicílio. 
Dosagem de radiação dos aparelhos 
móveis/portáteis e fixos na radiologia 
 
Segundo a vigilância sanitária (ANVISA, 2019), as exposições ocupacionais devem 
ter uma dose efetiva média mensal que não excedam 20 mSv em qualquer período 
de cinco anos. Se a carga de trabalho for superior a 30 mA/min por semana, o 
operador deve manter-se atrás de uma barreira protetora com uma espessura de, 
pelo menos, 0,5 mm equivalentes ao chumbo. Além disso, a resolução RDC nº 
330/2019 (BRASIL, 2019) relata que, em exames realizados em aparelhos fixos, o 
operador deve manter-se a uma distância de pelo menos dois metros do tubo e do 
paciente durante as exposições e posicionar-se de tal forma que nenhuma parte do 
corpo, incluindo extremidades, seja atingida pelo feixe primário sem estar 
protegida por 0,5 mm equivalente ao chumbo. 
Como a dose é cumulativa, devem ser tomadas medidas de biossegurança de 
radiação, evitando a exposição à radiação ionizante e visando, a longo prazo, o 
processo de divisão celular. Esse fenômeno é denominado de efeito estocástico e é 
definido como a probabilidade de ocorrência de efeitos deletérios proporcionais à 
dose de radiação recebida sem a existência de limiar. Assim, doses pequenas, ou 
seja, abaixo dos limites estabelecidos por normas e recomendações de 
radioproteção, podem induzir tais efeitos. Os aparelhos portáteis induzem menor 
quantidade de radiação do que os aparelhos fixos. 
Dependendo do tipo de exame, as radiografias podem ser bem baixas e, hoje, 
existem recursos para minimizar os possíveis danos oriundos das radiações 
ionizantes, como controle do uso de aventais plumbíferos, filmes digitais e 
ultrarrápidos, aparelhos calibrados e processamento automático. 
Um dos grandes questionamentos existentes na área envolve a necessidade de 
retirar o aparelho fixo dos dentes, por exemplo, quando for realizada uma 
radiografia. A resposta para esse questionamento é “depende”, já que cada 
paciente deve ser avaliado pelo médico radiologista, que verificará as possíveis 
interferências no resultado do procedimento. Caso o exame de imagem seja uma 
ressonância magnética e o objetivo seja visualizar as estruturas de cabeça e 
pescoço, é necessária a retirada do aparelho ortodôntico. Caso não seja retirado, o 
metal pode influenciar o resultado e comprometer o diagnóstico final. 
Uma das possíveis consequências da quantidade elevada de radiação refere-se a 
lesões que podem ocorrer no corpo, como as presentes no trato gastrointestinal. 
Nesse caso podem ocorrer enjoos graves, vômitos e diarreia, que podem começar 
cerca de uma hora após a exposição a 6 Gy ou mais de radiação. Os sintomas 
podem levar à desidratação grave, porém tendem a desaparecer ao final de dois 
dias. Quem recebe essa quantidade de radiação padece igualmente da síndrome 
hematopoiética, que resulta em sangramento e infecção e aumenta o risco de 
morte. Depois da exposição a 6 Gy ou mais de radiação, a morte é comum. 
Em casos de exposição a radiações acima de 20 a 30 Gy, a chance de ocorrer a 
síndrome vascular cerebral é grande. As pessoas manifestam rapidamente 
confusão, enjoos, vômitos, diarreia sanguinolenta, tremores e choque. Em apenas 
algumas horas a pressão arterial diminui, sintoma acompanhado de convulsões e 
coma. A síndrome vascular cerebral é mortal em um período que oscila entre um 
ou dois dias. 
Características dos exames 
radiológicos 
 
Caro estudante, comecemos nosso estudo revisando o histórico da radiologia, área 
que teve seu início em 1895, por meio dos trabalhos de Wilhelm Roentgen em uma 
câmara escura na Alemanha. Como a onda produzida era desconhecida, ele a 
chamoude raio X, já que o X se refere a algo desconhecido. Utilizado com 
frequência, o raio X, é um dos exames mais solicitados devido ao baixo custo e ao 
fácil acesso à imagem. Antigamente, as imagens eram impressas, havendo a 
desvantagem do armazenamento e da dificuldade da disseminação do resultado 
para outros especialistas. Esses pontos negativos foram sanados quando surgiu a 
radiografia digital. 
Dentre os principais exames solicitados na radiologia estão: 
Radiografia convencional (raio-X simples): esse tipo de exame obtém imagens 
através da radiação ionizante e é de baixo custo e de fácil acesso. Uma 
desvantagem considerada é a de que o número de densidades avaliadas é baixo. 
São elas: 
• Ar: tom mais escuro possível de ser observado em uma radiografia, 
denominado radiotransparente. 
• Gordura: tom de cinza mais claro que o ar, denominado radiotransparente. 
• Tecidos moles ou líquidos: difícil de serem distinguidos; o tom é 
denominado hipotransparente. 
• Cálcio: contido em materiais endurecidos como o osso, denominado 
radiopaco. 
• Metal: tom mais claro, pode ser observado em uma radiografia e é 
denominado radiopaco. 
Para exames como tomografia computadorizada, são encontradas ainda outras 
nomenclaturas baseada nas escalas de atenuação. 
• Hipodensa (cinza escuro – preto): coeficiente de atenuação baixo (água) ou 
negativo (ar e gordura). 
• Hiperdensa (branca): coeficiente de atenuação alto (calcificação). 
• Isodensa: mesma densidade do tecido normal que o circunda. 
Tomografia computadorizada (TC): utiliza gantry como feixe giratório de raios X 
e múltiplos detectores em vários arranjos, juntamente com algoritmos de 
computador para processar os dados, que geram imagens de qualidade 
diagnóstica. Um dos principais benefícios da TC é a capacidade de expandir a 
escala de cinza, o que permite a diferenciação de muito mais do que as cinco 
densidades básicas disponíveis. Para a sua leitura apropriada é utilizada a medida 
denominada unidade Hounsfield (HU). 
Precisa-se ter muita atenção para evitar erros de percepção, que são aqueles 
ocorridos no início da interpretação da imagem, quando o radiologista “passa” os 
olhos pelo exame. Nesse caso, pode haver uma anormalidade, que não é vista. 
Os erros de interpretação ou erros cognitivos ocorrem quando uma alteração é 
vista, mas é interpretada incorretamente. Não basta enxergar uma alteração, o 
radiologista precisa interpretá-la e oferecer hipóteses diagnósticas. 
Ultrassonografia (US): os transdutores de ultrassom utilizam energia acústica 
acima da frequência audível pelos humanos (em vez de raios X, como a fazem a 
radiografia convencional e a TC) para produzir imagens. Esses aparelhos são 
baratos e utilizados para diagnóstico médico. 
Ressonância magnética (RM): utiliza a energia potencial armazenada nos átomos 
de hidrogênio do corpo. Eles não são amplamente disponíveis e são relativamente 
caros. Não é utilizada a radiação não ionizante e produz contraste mais alto entre 
os diferentes tipos de tecidos moles. A aplicação principal é nos exames 
neurológicos. 
Aproveite esta aula e revise o conteúdo abordado nesta unidade para aprimorar o 
seu conhecimento. Bons estudos! 
Estudo de caso 
 
Homem, 39 anos, motorista de entrega por aplicativo, estava em uma corrida com 
sua moto quando sofreu um acidente. Ao cair do veículo, bateu com a cabeça e 
fraturou o fêmur direito, que evidenciou uma fratura exposta. Com muita dor, 
recebeu atendimento emergencial de um médico, que solicitou, após a anamnese, 
uma radiografia convencional (raio-X). Nesse exame, foi identificada uma fratura 
no colo do fêmur com rompimento arterial. Durante o atendimento, o paciente 
relatou ser tabagista há 20 anos e etilista há aproximadamente 15, tendo 
aumentando o consumo de álcool nos últimos dois anos. É hipertenso controlado 
(faz uso de enalapril), é diabético controlado com metformina e apresenta 
dislipidemia controlada por sinvastatina, porém relata que esquece de tomar a 
medicação em alguns momentos. Relata também sentir fortes dores de cabeça, ter 
náuseas, vômitos, estar afebril, anictérico e acianótico, demonstrando bem-estar 
geral. Intrigado, o médico solicitou uma ressonância magnética. 
Além disso, como o paciente ainda estava apresentando dor forte no joelho, o 
doutor ficou muito preocupado com a situação, pois no raio-X inicial não havia 
detectado nenhuma alteração. Nesse caso solicitou também uma tomografia 
computadorizada. 
Um estudante tecnólogo em radiologia estava estagiando com o médico 
radiologista responsável e tentou entender o porquê desses exames. 
Frente a esse cenário, relacione os exames com as suas principais características 
____ 
Reflita 
Diante dessa situação vivida pelo paciente, reflita sobre as seguintes questões: 
• Devido à fratura decorrente da queda da moto, foi realizado um raio-X para 
identificar a extensão da lesão. O que poderia ser observado nesse caso? 
Como o paciente está apresentando sintomas de náuseas, cefaleia intensa e 
vômitos, isso pode ser decorrente do próprio trauma. O que poderia ser 
observado em uma ressonância magnética? 
• O joelho também apresentou comprometimento apesar de não ter sido 
evidenciado nada no raio-X convencional. Nesse caso a tomografia auxiliaria 
no diagnóstico? 
Devemos considerar que o paciente deu entrada no hospital em 
situação emergencial e com queixas de muita dor no fêmur direito, 
decorrente da queda da moto durante uma entrega. Frente a essa 
queixa, o médico foi assertivo em solicitar um raio-X, já que é o 
método mais barato e de mais fácil acesso. Nesse tipo de exame foi 
identificada a fratura, a qual se apresentou radiopaca nas áreas 
preservadas e radiotranslúcida nas áreas comprometidas ou 
fraturadas. Com esse laudo, o médico conseguirá assumir a 
conduta do paciente para o tratamento adequado. 
O paciente relatou apresentar inúmeras comorbidades, dentre 
elas hipertensão, diabetes e etilismo, as quais podem estar 
associadas aos sintomas de cefaleia, vômito e náuseas, cujo 
aparecimento pode estar relacionado também ao próprio trauma. 
Para identificar a área lesionada, a ressonância magnética é o 
exame mais indicado. 
Sabendo que o paciente estava sentindo dores constantes no 
joelho e que o técnico em radiologia não encontrou alterações no 
primeiro exame, foi solicitada uma tomografia computadorizada 
para definição da extensão da lesão. 
De acordo com os procedimentos realizados pelo paciente, pode-
se inferir que: 
• A quantidade de radiação acumulada no paciente foi muito 
alta em decorrência de um trauma. 
• Provavelmente houve erros de interpretação das imagens de 
raio-X, pois a lesão do joelho era extensa e, 
consequentemente, capaz de ser detectada nas cinco 
dimensões básicas. 
Sabemos que os principais exames radiológicos envolvem a 
observação das cinco dimensões básicas: 
• Ar: tom mais escuro possível de ser observado em uma 
radiografia, denominado radiotransparente. 
• Gordura: tom de cinza mais claro que o ar, denominado 
radiotransparente. 
• Tecidos moles ou líquidos: tom difícil de ser distinguido, 
denominado hipotransparente. 
• Cálcio: contido em materiais endurecidos como o osso, o 
tom é denominado radiopaco. 
• Metal: tom mais claro, que pode ser observado em uma 
radiografia, denominado radiopaco. 
Podemos ampliar essas densidades com o uso de tomografia 
computadorizada, na qual as escalas de cinza são aumentadas e 
categorizadas em: 
• Hipodensa (cinza escuro – preto): coeficiente atenuação 
baixo (água) ou negativo (ar e gordura). 
• Hiperdensa (branca): coeficiente de atenuação alto 
(calcificação). 
• Isodensa: mesma densidade do tecido normal que o 
circunda. 
 
 
 
Estudante, teremos o prazer de começar nosso estudo com a 
descrição dos tipos de planos identificados anatomicamente para 
a realização dos exames radiológicos, conhecimento essencial 
para que a interpretaçãodos procedimentos ocorra de maneira 
correta. Qualquer erro de posicionamento do paciente pode 
acarretar prejuízo na interpretação de eventuais patologias que 
poderiam deixar de ser detectadas nos exames radiológicos e, com 
isso, poderiam ser diagnosticadas precocemente. Além dos erros 
de interpretação, podem ocorrer também erros de percepção, os 
quais podem ser causados por distrações ou excesso de trabalho. 
Aproveite esta aula e estude para que seu conhecimento aumente 
cada vez mais e para que, dessa forma, consiga ajudar cada vez 
mais pessoas. 
 
Planos anatômicos para as imagens 
em tomografia computadorizada 
 
O conhecimento da anatomia humana é imprescindível para o desenvolvimento de 
habilidades e competências do profissional técnico em radiologia. Para que você 
compreenda a anatomia do corpo humano, é necessário conhecer da menor até a 
maior dimensão de seus componentes, os quais são usualmente distribuídos em 
níveis de organização. 
Os planos anatômicos podem ser divididos em três principais grupos: 
• Plano frontal ou coronal: é um plano orientado verticalmente e divide o 
corpo entre as partes anterior e posterior; essa mesma nomenclatura 
também é conhecida para a vida embrionária (cranial e caudal). 
• Plano sagital: é orientado verticalmente, porém fica em ângulo reto com os 
planos coronais e divide o corpo em direita e esquerda. O plano que 
atravessa o centro do corpo, dividindo-o igualmente em direita e esquerda, 
é denominado plano sagital mediano. 
• Plano transversal, horizontal ou axial: divide o corpo em superior e 
inferior. 
Existem inúmeros termos usados para a descrição da posição anatômica, dentre 
eles, pode-se 
citar: anterior ou ventral, posterior ou dorsal, medial e lateral, superior e infe
rior. Quando se utiliza a nomenclatura anterior e posterior, refere-se às estruturas 
localizadas à “frente” e “atrás” do corpo. Por exemplo, os olhos são estruturas 
localizadas à frente, enquanto que as nádegas estão localizadas atrás. Medial e 
lateral referem-se ao posicionamento dos membros superiores e inferiores ou 
mesmo à posição interna dos órgãos. 
Cranial refere-se a um ponto que está na direção da cabeça; já o termo caudal 
refere-se ao que está na direção da cauda; esses termos são utilizados para a 
descrição durante o desenvolvimento embrionário. No adulto, já se usa a 
nomenclatura superior e inferior, respectivamente. Dois novos termos são: 
superficial e profundo. Eles são utilizados para descrever as posições relativas de 
duas estruturas com respeito à superfície do corpo, por exemplo, o esterno é 
superficial ao coração. 
A maioria das imagens de tomografia computadorizada é adquirida em um plano 
axial e vista como se o observador estivesse olhando a cabeça de inferior para 
superior (do pé da cama). Então: o lado direito do paciente está à esquerda da 
imagem; a margem superior da imagem está anterior. Muitos pacientes recebem 
contraste oral e intravenoso para diferenciar alças intestinais de outros órgãos 
abdominais e para avaliar a vascularidade das estruturas anatômicas normais. No 
caso da administração do contraste intravenoso, quanto mais precocemente as 
imagens são obtidas, maior a probabilidade de realce arterial. À medida que o 
tempo passa entre a injeção e a aquisição da imagem, uma fase venosa e uma fase 
de equilíbrio são também obtidas. Se demorar muito tempo, o contraste pode ser 
degradado pelo fígado através dos mecanismos de xenobióticos, e as imagens 
perderão o contraste, ou seja, a resolução de pixels necessária para distinguir 
imagens fisiológicas das patológicas. 
Posicionamento anatômico na 
formação das imagens radiológicas 
 
A partir dos conceitos obtidos sobre os planos anatômicos, é necessário associá-los 
com o que se pode encontrar nas imagens tomográficas. As imagens de tomografia 
computadorizada (TC) são obtidas através da injeção de contraste oral ou 
intravenoso para identificação de possíveis patologias. Nesse caso, se a patologia 
for na mão, o ideal é sentar o paciente próximo à extremidade da mesa e fletir o 
cotovelo até formar ângulo de 90º. Esse tipo de imagem é indicado em casos de 
fratura, luxação, osteoporose, osteoartrite e outros. 
Se for o caso de avaliar o punho, deve-se sentar o paciente próximo à extremidade 
da mesa e colocar o antebraço estendido e a parte posterior do punho afetado 
exposta, deixando sempre o cotovelo no mesmo plano horizontal. Esse tipo de 
imagem é obtido em caso de suspeita de fratura nos ossos do carpo, porção distal 
do rádio e da ulna, artrite e outros. 
As indicações para avaliação das imagens de TC de cotovelo são fraturas, luxações, 
artrite e outros. Nesse caso deve-se formar o ângulo de 90º com a mesa. Problemas 
no ombro podem ocorrer de acordo com falha do movimento, queda sobre a 
própria altura, entre outros. Para o paciente ser avaliado, é necessário ajustar o 
tomógrafo a fim de que ele faça o giro de rotação e, nesse caso, a medicação 
intravenosa passa a ser mais indicada por conta da circulação sanguínea. 
Para identificação de possíveis problemas no pé, o paciente deve estar em decúbito 
dorsal, fletir o joelho do lado afetado e colocar a face plantar do pé sobre o gantry. 
O mais indicado nesses casos é avaliar fraturas, anormalidades, presença de corpos 
estranhos, entre outros. 
Para identificação de patologias na perna, é necessário que o paciente esteja em 
decúbito lateral com o membro inferior distendido, o lado afetado para baixo e o 
membro oposto para trás. 
Depois que o radiofármaco é carreado para um tecido ou órgão do corpo, 
geralmente via corrente sanguínea, suas emissões radioativas permitem que seja 
medido e examinado usando-se um aparelho de detecção chamado gama câmara. A 
tomografia computadorizada com emissão de pósitron único (PET TC) é uma 
modalidade de medicina nuclear, na qual se usa a gama câmera para adquirir 
várias imagens bidimensionais a partir de múltiplos ângulos, as quais são então 
reconstruídas pelo computador em dados de configuração tridimensional, que 
podem ser manipulados para produzir cortes finos em qualquer incidência. 
Com essa nova possibilidade, agora leva-se menos tempo para a aquisição das 
imagens, desde que o plano anatômico do paciente esteja devidamente orientado. 
Avaliando a descrição dos planos anatômicos, pode-se dizer que eles também são 
aplicados nas exposições às radiografias convencionais, à ressonância magnética, à 
ultrassonografia e à medicina nuclear. Lembrando que cada tipo de exame deve ser 
indicado para o paciente, e o técnico em radiologia deve ser devidamente 
orientado para saber como posicionar corretamente o paciente. 
Contextualização clínica das posições 
anatômicas para aquisição das 
imagens radiológicas 
 
Para aplicarmos os conhecimentos obtidos nos blocos anteriores, proporemos 
discussões sobre alguns casos clínicos. 
• Caso 1: mulher, 80 anos, recorre ao serviço médico de saúde após queda 
posterior; refere dor intensa em ambos os ombros acompanhada por 
incapacidade funcional. Ela relata ter escorregado e caído para trás, tendo 
amparado a queda com o apoio das mãos no chão. Quanto ao seu histórico 
médico, nega ter comorbidades, como hipertensão, dilispidemias e diabetes. 
No exame clínico, a paciente encontrava-se com os dois membros 
superiores em rotação externa e ligeiramente abduzidos. No ombro direito 
ainda foi observado edema ou tumefação. Qual exame seria necessário para 
identificação correta da posição anatômica da paciente? 
O melhor seria a radiografia convencional. Podem ser realizadas duas posições 
anatômicas para essa avaliação: a primeira seria a paciente em decúbito dorsal ou 
ortostático, onde a pessoa estende o braço, coloca a palma da mão para cima e 
tenta rodar o ombro; e, na segunda posição, a paciente pode estar em pé, ou em 
decúbito dorsal, e pede-se para flexionar o cotovelo e abduzir o braço até formarum ângulo de 90º. Após essas duas posições, qual outro exame poderia ser 
solicitado para detectar a luxação da paciente? Poderia ser realizada a tomografia 
computadorizada (TC), porém esse tipo de exame é extremamente caro e, assim 
como a ressonância magnética, pode ser realizado após a redução da luxação para 
avaliar os danos causados nos músculos, ligamentos e cápsula articular. 
• Caso 2: mulher, 50 anos, sofreu uma queda enquanto estava caminhando, 
fraturou o fêmur direito e buscou atendimento. No exame clínico, 
identificou-se que a paciente se encontrava orientada e relatou que estava 
caindo frequentemente da própria altura durante a limpeza diária da casa. 
O exame de radiografia convencional identificou fratura do colo do fêmur. 
Após a medicação, o médico continuou o atendimento e ficou intrigado com 
as quedas frequentes. O que as poderia estar causando? 
A provável causa é a osteoporose, patologia causada pela desregulação da 
funcionalidade de uma célula denominada osteoclastos, presente na periferia do 
osso. Essa célula é responsável pela degradação de matriz óssea mineralizada, ou 
seja, libera enzimas que degradam a parte orgânica composta, principalmente, por 
fibras colágenas que liberam o cálcio fixado nelas, deixando que o osso se torne 
cada vez mais poroso. O motivo de essa célula degradar mais matriz do que o 
normal ou o esperado é que ela está ativada devido à falta ou à redução da 
quantidade de hormônios estrogênicos. Além desse exame de radiografia 
convencional (raio-X), qual outro poderia ser feito para quantificar o nível de 
perda óssea? A densitometria óssea, pois, nesse tipo de exame, é possível 
quantificar especificamente o nível de perda óssea. 
Com esses exemplos, você será capaz de compreender como é realizada a aplicação 
dos exames radiológicos para detecção de patologias. 
Estudante, daremos início a nosso estudo com a descrição dos 
graus de incidência disponíveis para a aquisição de imagens em 
radiologia. Essa aplicação é importante, pois, ao conhecê-la, será 
possível informar o paciente sobre a posição específica que deve 
assumir antes de iniciar as imagens. Qualquer erro de 
posicionamento do paciente pode desencadear erros de 
interpretação dos exames, levando a altos custos para o 
laboratório e para o paciente. Além disso, a pessoa terá que 
refazer o exame, acarretando mais tempo para o diagnóstico 
correto. 
Aproveite esta aula e estude para que seu conhecimento aumente 
cada vez mais e para que, dessa forma, consiga ajudar cada vez 
mais pessoas. 
Planos anatômicos para as imagens 
radiológicas 
 
Ter o conhecimento anatômico específico sobre os planos e eixos é essencial para o 
técnico em radiologia desenvolver um excelente trabalho. Nesse contexto, 
continuar o estudo sobre esses planos a fim de aprender a detalhar os cortes e as 
posições anatômicas na hora de realizar os exames radiológicos é imprescindível 
para que não ocorram erros de interpretação e de diagnóstico. 
Para entender o sentido de eixo anatômico, é necessário conhecer o movimento do 
corpo humano. Os eixos anatômicos são conhecidos como linhas imaginárias que 
atravessam o corpo, separando-o perpendicularmente em planos que possibilitam 
movimento, o qual está vinculado a articulações, como as diartroses, que 
possibilitam amplos movimentos. 
O eixo anteroposterior é o que se apresenta em um sentido do anterior para o 
posterior e se localiza perpendicularmente ao plano frontal. Esse tipo de eixo 
também é conhecido como sagital e, dessa maneira, tem como movimentos 
possíveis a adução e a abdução. 
O perfil direito e esquerdo refere-se ao eixo laterolateral, o qual é também 
conhecido como transversal ou horizontal. Os movimentos possíveis nesse caso 
são flexão e extensão. As posições oblíquas e axiais são aquelas que possibilitam a 
investigação de campos pulmonares de estruturas moles. 
Para que esses eixos possam ser estabelecidos, é necessário que o indivíduo esteja 
em posição ortostática, ou seja, olhando para frente com a palma das mãos e a 
planta dos pés voltadas para frente e a cabeça erguida. Essa posição também pode 
ser obtida com o paciente deitado na maca, ou na mesa, durante o exame. 
O eixo anteroposterior possibilita a visualização adequada de órgãos que estejam 
localizados na posição anterior, ou seja, antes do peritônio e posterior, que se 
refere aos órgãos localizados atrás do peritônio. Exemplos de órgãos localizados 
posteriormente são os rins e de órgãos localizados anteriormente são os genitais. 
O plano axial também é conhecido como transversal e pode atravessar o corpo em 
ângulos retos, com os planos coronais, e medianos; dessa maneira, também divide 
o corpo em partes superior e inferior. Esse tipo de classificação e posição é 
importante especialmente quando se estuda a osteologia e as posições anatômicas 
que podem ser utilizadas para a aquisição de imagens radiológicas. 
Existe uma diferença importante que precisa ser citada: a posição posteroanterior 
(PA) é adquirida quando o feixe de raios X entra pelo dorso do corpo e sai em 
direção à região anterior e, assim, pode ser impressa nos filmes fotográficos ou 
salvas de maneira digital. Já a posição anteroposterior é adquirida quando o 
paciente permanece deitado sobre o filme radiográfico e o feixe de raio X entra 
pela região anterior do tórax. 
A região cerebral merece atenção especial devido à calota craniana, à massa 
encefálica, ao hipotálamo e à hipófise, que estão presentes nessa região, pois 
qualquer incidência pode desencadear comprometimento funcional e desencadear 
alterações gênicas que podem culminar com o aparecimento de tumores. 
Posicionamento anatômico na 
formação das imagens radiológicas 
utilizando diferentes técnicas 
 
O posicionamento correto dos pacientes é extremamente importante para a 
aquisição de imagens que podem ser devidamente interpretadas. Qualquer erro de 
posicionamento pode desencadear erro de interpretação das imagens ou mesmo 
falta de diagnóstico apropriado precocemente. 
Sabendo que a posição anteroposterior se refere à separação do corpo entre frente 
e atrás, é importante que conheçamos a anatomia dessas regiões para evitar erros 
de interpretação. Por isso, é importante o conhecimento sobre o que são 
indivíduos normais, ou seja, que apresentam posição correta dos órgãos, e o que 
são aqueles que apresentam variação anatômica, anomalia ou monstruosidade. A 
variação anatômica não acarreta prejuízo funcional, apesar de apresentar 
diferenças morfológicas internas e/ou externas. Os exemplos mais clássicos são 
hipospádia (abertura da uretra masculina em posição incorreta) e sindactilia 
(membrana entre os dedos). As anomalias desencadeiam prejuízo funcional, ou 
seja, o sistema deixa de funcionar corretamente. Um exemplo clássico é a 
polidactilia (excesso de dedos na mão). Já as monstruosidades é toda alteração 
incompatível com a vida devido à morfologia e função incorreta. Exemplos desse 
tipo de patologia são a agenesia cerebral (falta de massa encefálica e/ou calota 
craniana) e gêmeos xifópagos (também conhecidos como siameses). Além disso, 
precisamos descrever a estratigrafia, pois nas imagens radiológicas será possível 
identificar o contorno dos órgãos. A partir da pele, temos tela subcutânea, 
músculos, vasos sanguíneos, fáscia muscular e osso. 
A coluna pode executar movimento de flexão e extensão quando identificada pelo 
plano sagital; flexão lateral quando identificada pelo plano frontal; e movimento 
rotativo, pelo transverso. O ombro é capaz de executar movimento de flexão e 
extensão identificado pelo plano sagital; abdução e adução, pelo plano frontal; e 
rotação interna e externa, pelo plano transverso. O quadril realiza flexão e 
extensão (plano sagital), abdução e adução (plano frontal) e rotação interna e 
externa (plano transverso). O tornozelo realiza dorsiflexão e flexão plantar (plano 
sagital),inversão e eversão (plano frontal) e rotação interna e externa (plano 
transverso). 
A análise minuciosa dos planos anatômicos nos remete a pensar sobre como o 
movimento executado pelo paciente durante a realização do exame é crucial para 
entender por que pode ocorrer sombreamento nas imagens radiológicas. 
Para que esses planos sejam perfeitamente executados, precisamos conhecê-los 
em detalhes e como se relacionam a possíveis patologias envolvidas, por exemplo, 
na coluna. A escoliose é uma deformidade rotacional da coluna e das costelas e, 
apesar da causa ser desconhecida, já se sabe que existe uma ampla variedade de 
condições congênitas, neuromusculares, mesenquimais e traumáticas que podem 
estar associadas a ela. Esse tipo de deformidade aparece quando há rotação 
vertebral e curvatura lateral, o que pode levar, consecutivamente, à rotação das 
costelas. Associada a elas também são encontradas as cifoses e lordoses, as quais 
permitem que o disco vertebral, que faz o coxim, permaneça ainda mais rígido. A 
implicação é que, caso não diagnosticado através dos exames radiológicos e 
tratado precocemente, pode ocorrer perda da movimentação que pode até evoluir 
para paralisia. 
As posições anatômicas para aquisição 
das imagens radiológicas 
 
Para aplicarmos os conhecimentos obtidos nos blocos anteriores, veremos alguns 
casos clínicos. 
• Caso 1: mulher, 37 anos, recorre ao serviço médico de saúde após sentir 
dores muito fortes na coluna. Ela relata que as dores apareceram quando 
era ainda criança, momento em que foi diagnosticada com escoliose. 
Sabendo que a escoliose é um tipo de curvatura patológica da coluna 
vertebral, identifique os principais exames que podem ser realizados para 
que essa paciente tenha o diagnóstico correto e possa acompanhar a 
evolução do tratamento. 
O melhor exame para identificar a patologia seria a radiografia convencional. 
Nesse tipo de imagem, identifica-se que as vértebras da coluna estão em posições 
diferentes e que são consideradas patológicas. Além desse tipo de exame, temos a 
tomografia computadorizada; nesse caso, como a imagem é gerada corte a corte, 
fica fácil identificar onde está ocorrendo alteração na espessura do disco 
intervertebral. Em pacientes que sofrem de escoliose, pode-se utilizar também 
fotogrametria computadorizada para detecção de escoliose idiopática. Nesse caso, 
a análise angular de movimento e postura corporal através da aquisição de uma 
imagem estática, que é conhecida como fotogrametria, permite ao médico que está 
acompanhando a paciente quantificar e qualificar a avaliação da postura e do 
movimento corporal. 
• Caso 2: adolescente, 12 anos, sexo feminino, estava apresentando 
puberdade atrasada, pescoço curto (também denominado pescoço alado) e 
baixa estatura em comparação à dos pais. O médico da unidade básica de 
saúde que a atendeu suspeitou de Síndrome de Turner, a qual faz com que 
ocorram dois cromossomos X; porém, um deles, o herdado do pai, não está 
funcional. Além do diagnóstico clínico, como o médico poderia fazer para 
comprovar, através de exames de imagem, que a paciente apresenta 
Síndrome de Turner? 
Pode ser realizada radiografia convencional, em que se identificaria a espessura 
dos ossos e o seu tamanho. Com esse cenário e a associação à sintomatologia 
clínica da paciente, será possível identificar que ela está apresentando alteração de 
crescimento e, assim, o diagnóstico poderá ser fechado. Além disso, até pode ser 
realizada uma tomografia computadorizada para identificar os ossos longos do 
corpo ou uma tomografia de crânio para identificar se há problemas na hipófise 
que possam estar afetando o crescimento da paciente. 
Os tumores ósseos podem ser detectados através de radiografia convencional ou 
de tomografia computadorizada. Esse exame apresentará margens irregulares ao 
invés de uma margem sólida e uniforme, como o esperado. O técnico em radiologia 
é o responsável para posicionar bem o paciente para o exame e, juntamente com o 
médico radiologista, ajudar a laudá-lo. A confirmação final da malignidade do 
tumor virá somente com a biópsia. 
Com esses exemplos você será capaz de compreender como é realizada a aplicação 
dos exames radiológicos para detecção de patologias. 
Estudante, começaremos o estudo desta aula descrevendo o 
correto posicionamento do paciente para os exames radiológicos, 
que compreende a posição ortostática, em decúbito lateral e em 
decúbito ventral. A posição ortostática deve ocorrer em pé, como 
no caso dos exames de radiografia convencional de tórax; a em 
decúbito lateral permitirá identificar os órgãos localizados 
lateralmente, como o baço ou mesmo os rins; já em decúbito 
ventral, é possível identificar os órgãos abdominais. 
Aproveite esta aula e estude para que seu conhecimento aumente 
cada vez mais e para que, dessa forma, consiga ajudar cada vez 
mais pessoas. 
Planos anatômicos para as imagens 
radiológicas 
 
O estudo da anatomia necessita de um vocabulário clínico que define posição, 
relação e planos de referência, bem como os sistemas do corpo humano. O estudo 
da anatomia pode ser conduzido pelas regiões ou pelos sistemas orgânicos do 
corpo. Por convenção, as descrições anatômicas do corpo humano são relacionadas 
com a posição anatômica dele ou também com a posição ortostática. E o que isso 
significa? O corpo deve estar em posição ereta, com a face voltada para frente, os 
membros superiores devem estar junto ao corpo, com as palmas das mãos voltadas 
também para frente, e os membros inferiores devem estar unidos, com os pés 
voltados para frente. Qualquer alteração da posição descrita pode ser indicativa de 
alterações tensionais, caso em que pode ocorrer diminuição rápida do retorno 
venoso do coração, fato que pode resultar em redução do enchimento ventricular e 
causar diminuição do débito cardíaco e da pressão arterial. Em longo prazo, pode 
ser danoso para o paciente. Pacientes que estão em decúbito lateral podem estar 
deitados sobre o lado direito ou o esquerdo; e aqueles que estão em decúbito 
ventral estão deitados sobre o abdome. 
É comum ocorrer confusão entre os termos referenciados no posicionamento 
anatômico radiográfico e a incidência radiológica. O posicionamento radiográfico 
determina a posição que o paciente vai ficar durante a realização do raio-X e 
influencia diretamente na perspectiva de visualização do exame, na qualidade da 
imagem e também na interpretação do laudo. A incidência radiológica, por sua vez, 
está relacionada à incidência da radiação oriunda do aparelho de raio-X ou mesmo 
dos demais aparelhos radiológicos. É onde a radiação entra e sai após ser 
direcionada para a parte do corpo a ser gravada e projetada. 
Qualquer erro nessas posições pode acarretar interpretações errôneas e levar ao 
diagnóstico incorreto ou tardio sobre as patologias. Os erros podem ser de 
interpretação, que ocorrem por falta de conhecimento sobre as posições 
anatômicas, ou podem acontecer pela pressa em entregar os resultados dos 
exames e pelo excesso de trabalho. 
Posições laterais devem permitir a observação de órgãos internos e, para isso, 
precisam ser bem estabelecidas. Quando é solicitada a posição em decúbito dorsal, 
precisa-se ter o cuidado de pedir ao paciente que esteja com o intestino o mais 
vazio possível, pois, caso contrário, poderá acarretar falhas na interpretação das 
imagens, especialmente do peritônio, que está localizado posteriormente. 
Também precisam ser levados em consideração os seguintes fatores: nitidez dos 
registros, ângulo de observação e densidade e proximidade entre a estrutura e o 
aparelho de raio-X. Hoje em dia se sabe que as imagens geradas por meio digital 
apresentam qualidade infinitamente superior às que eram geradas pelos meios 
impressos. Nesse caso, a qualidade das imagens prejudicava muito a interpretação, 
problema que, hoje, não acontece mais. 
Posicionamentoanatômico na 
formação das imagens radiológicas 
utilizando diferentes técnicas 
 
O posicionamento correto dos pacientes é extremamente importante para a 
aquisição de imagens apropriadas e de qualidade que possam ser examinadas 
pelos médicos para que os pacientes recebam o devido diagnóstico. 
Com o objetivo de padronizar a análise e interpretação das imagens radiográficas, 
existe um consenso sobre a perspectiva adotada na hora de descrever os achados 
do exame. A dica é sempre pensar que o paciente se encontra na posição anatômica 
ou ortostática e que está sendo observada de frente pelo técnico em radiologia. A 
posição anatômica se refere à pessoa de pé, com os braços esticados, pés retos, 
palmas das mãos viradas para frente e olhando para o horizonte. Partindo desse 
posicionamento em radiologia, fica mais simples colocar o paciente na posição 
geral pedida pelo médico que solicitou o raio-X. 
O ortostatismo é a posição ortostática que se refere ao paciente em pé e ereto, 
sendo este o exemplo clássico de posição anatômica. No decúbito dorsal, o paciente 
encontra-se deitado sobre o dorso, ou seja, com a barriga para cima. As palavras 
dorso e dorsal originam-se de um corte padrão específico da radiologia, chamado 
plano médio coronal, ou linha, que divide o corpo em parte anterior e posterior. A 
parte anterior se refere à frente e a posterior à parte de trás. O decúbito ventral é a 
posição contrária ao decúbito dorsal e, nela, o paciente fica deitado sobre o 
abdome. No decúbito lateral, o paciente fica deitado sobre um dos lados do corpo, 
direito ou esquerdo. 
Além dessas, podemos encontrar outras terminologias, como Fowler. Para esse 
posicionamento, a mesa do aparelho de raio-X deve ser inclinada e o paciente 
precisa deitar-se de barriga para cima, ou seja, em decúbito dorsal, com a cabeça 
mais alta que os pés. Outra terminologia encontrada é a SIM, posição equivalente a 
um semidecúbito ventral, ou seja, o paciente fica parcialmente deitado sobre o 
abdome. Exames de litotomia fazem menção à posição utilizada para exames 
ginecológicos, nos quais a paciente se deita com o abdome para cima, ou seja, em 
decúbito dorsal, e apoia as pernas no suporte do equipamento, de maneira que 
fiquem afastadas. Em Trendelenburg, assim como no Fowler, é necessário inclinar 
bem a mesa do equipamento de raio-X. Em seguida, o paciente se deita em 
decúbito dorsal, com a cabeça mais baixa que os pés. 
Também é importante saber que o raio X atravessa a parte do corpo a ser 
examinada e é absorvido pelas estruturas anatômicas. As partículas que não foram 
absorvidas se chocam com uma placa sensível a elas, presente na mesa do 
equipamento de raio-X. Dependendo da posição radiológica, essa placa pode estar 
embaixo ou atrás do paciente. Quanto mais partículas atravessarem a estrutura 
anatômica, mais escura será a imagem. Órgãos menos densos, por exemplo, deixam 
passar grande parte da radiação ionizante, que se choca com a placa e queima o 
material fotossensível, e, por isso, aparecem escuros nas imagens radiográficas. Já 
tecidos mais densos e duros, como os ossos, absorvem a maior parte dos raios X e 
aparecem claros nas imagens. 
As posições anatômicas para aquisição 
das imagens radiológicas 
 
Para aplicarmos os conhecimentos obtidos nos blocos anteriores, veremos alguns 
casos clínicos a seguir. 
• Caso 1: mulher, 37 anos, recorre ao atendimento emergencial queixando-se 
de dor na face, em forma de pressão, tosse, dores fortes na cabeça, 
obstrução nasal e episódios de febre. Após o atendimento, foi realizada uma 
radiografia dos seios da face, que identificou obstrução. Frente a esse 
quadro, a paciente foi, então, diagnosticada com sinusite. A partir disso, 
reflita e associe os sintomas que a paciente apresentou com o diagnóstico 
obtido. A paciente apresentou dores na face e na cabeça em virtude do 
excesso de produção de muco, que levou à obstrução nasal e dos seios da 
face. Como ela apresentou quadro febril, isso nos faz pensar em uma 
sinusite de origem bacteriana, sendo mais comum a do tipo Haemophilus 
influenza. Nesse contexto, qual seria o exame mais indicado para detectar 
uma obstrução nasal, como a sinusite? Radiografia convencional. 
• Caso 2: mulher, 38 anos, grávida de 35 semanas, buscou atendimento 
emergencial queixando-se de fortes contrações. Após realizado o 
atendimento, foi constatada a necessidade de uma cesariana. A bebê nasceu 
com 35 semanas, pesando 1,250 kg e com 38 cm de altura. Como não 
chorou ao nascer, foi feito o procedimento de reanimação respiratória 
juntamente com a indução de surfactante exógeno. Diante desse cenário, 
reflita por que foi necessária a indução de surfactante exógeno. 
Foi necessário, pois, no período do nascimento, a quantidade de pneumócito II e, 
consequentemente, de surfactante é muito pequena e insuficiente para manter os 
alvéolos pulmonares distendidos e, portanto, passíveis de realizar as trocas 
gasosas. Como estão fechados ou atelectasiados, aparecerão radiopacos nas 
imagens radiográficas. Para esses pacientes, podem ser realizadas também 
tomografias computadorizadas. 
• Caso 3: homem, 60 anos, tabagista há 30, busca atendimento queixando-se 
de dificuldade para respirar, tosse persistente, chiado no peito constante e 
perda de peso sem motivo aparente. Durante a avaliação clínica do paciente, 
foi sugerida a realização de uma tomografia que evidenciou destruição do 
parênquima alveolar, o que levou ao diagnóstico de enfisema. Frente a esse 
cenário, reflita sobre as causas que levaram ao desenvolvimento do 
enfisema. 
A destruição do parênquima alveolar ocorreu pela perda das fibras elásticas, o que 
acarretou o colabamento alveolar. Um exame adicional para confirmação do 
enfisema pulmonar é a espirometria. 
• Caso 4: homem, 29 anos, trabalhador de uma mineradora há cerca de 10, 
passou a apresentar um quadro de dispneia, cianose nas extremidades e 
dificuldade para respirar. Esse paciente buscou atendimento com essas 
queixas e, diante disso, foi indicada a realização de uma radiografia seriada 
de tórax, a qual constatou a presença de fibrose pulmonar. A partir disso, o 
homem foi diagnosticado com silicose, um tipo de pneumoconiose. Tendo 
isso em vista, reflita sobre o desenvolvimento da silicose no paciente. 
Nesse caso, pode-se dizer que ocorreu a destruição das fibras colágenas e elásticas 
encontradas no interstício das paredes alveolares, reduzindo a capacidade de 
disfunção pulmonar. 
Com esses exemplos você será capaz de compreender como é realizada a aplicação 
dos exames radiológicos para detecção de patologias. 
Estudante, começaremos esta aula estudando como ocorre a 
reconstrução das imagens geradas a partir dos exames 
radiológicos. As metodologias utilizadas envolvem a reconstrução 
multiplanar (MPR), as projeções de intensidade e as inovações 
advindas da reconstrução 3D com a presença de softwares bem 
atualizados. Essa etapa dos exames radiológicos é de extrema 
importância tanto para o técnico em radiologia como para o 
médico radiologista, pois, se a reconstrução ocorrer 
erroneamente, todo o trabalho de interpretação ficará incorreto. 
Aproveite esta aula e estude para que seu conhecimento aumente 
cada vez mais e para que, dessa forma, consiga ajudar cada vez 
mais pessoas. 
Reconstrução de imagens radiológicas 
 
O conhecimento sobre a reconstrução das imagens radiológicas é de extrema 
importância para a interpretação dos exames radiológicos. O foco desse 
procedimento são os exames realizados através da tomografia computadorizada. 
Antigamente a quantidade de imagens era muito pequena e com pouca qualidade 
devido, principalmente, à limitação dos equipamentos. Por exemplo, as imagens de 
coração, ou mesmo as de pulmão, eram bem difíceis de realizar, o que dificultava 
ainda mais o diagnóstico. Com a evolução da tecnologia dos equipamentos, passou 
a ser possível adquirirexames em menos tempo e com menor dose de radiação. 
A primeira técnica de reconstrução é a reconstrução multiplanar, seguida da 
projeção de intensidade máxima ou mínima (Mip/Minip) e finalizando com a 
reconstrução em 3D (software). 
• A reconstrução multiplanar (MPR) permite a formação de imagens em 
diferentes orientações através de figuras já predefinidas. As imagens 
formadas são de excelente qualidade e podem permitir a observação de 
determinada área do exame em várias direções, permitindo, assim, a 
melhora na qualidade do diagnóstico. O médico consegue avaliar o exame 
em diferentes cortes, como o coronal, o axial ou mesmo o sagital, 
permitindo a reconstrução tridimensional da estrutura. 
• Na projeção de intensidade máxima ou mínima (Mip/Minip), aplica-se a 
atenuação de intensidade em uma estrutura específica ou em várias 
estruturas ao mesmo tempo e, dessa forma, permite-se a manipulação das 
imagens de tomografia. O ideal é que ocorra o realce de estruturas muito 
pequenas, como bronquíolos e pequenos vasos sanguíneos. Para facilitar, 
utiliza-se essa ferramenta nos exames de radiografia convencional de tórax, 
pois é um apoio importante para a localização de enfisemas, cistos ou 
nódulos pulmonares. Também pode-se verificar a presença de cálculos 
biliares e cistos biliares, além de cálculos renais (sialólito). 
• Reconstrução em 3D (software): são sistemas que utilizam gestão de 
imagens e que permitem a utilização de ferramentas auxiliares para criar 
uma visão tridimensional do exame. Esse tipo de software é extremamente 
útil na avaliação de lesões ósseas e fraturas. Outra aplicação ocorre no 
momento do pré-operatório para vários tipos de cirurgia, pois, com esse 
resultado, o médico consegue fazer uma avaliação completa das estruturas 
que sofrerão intervenções. 
Qual a importância de compreender o funcionamento dos equipamentos e o uso 
dessas diferentes tecnologias? É que a manipulação de imagens permite um 
melhor planejamento de cirurgias para que elas se tornem cada vez menos 
invasivas e que causem cada vez menos desconforto para o paciente. A 
reconstrução de imagem utiliza a retroprojeção é também um método somatório 
ou método de superposição linear, sendo o mais simples de se reconstruir. Esse 
conjunto de dados passa por processadores que precisam ser cada vez melhores e 
é analisado por meio de unidades gráficas de processamento denominadas Graphic 
Processing Unit (GPU). Essas unidades permitem que o cálculo seja obtido mais 
rapidamente. 
Reconstrução anatômica na formação 
das imagens radiológicas 
 
A tomografia computadorizada é um método diagnóstico que permite a geração de 
várias imagens de cortes anatômicos, cujo fator limitante é o contraste obtido 
através da absorção diferenciada dos feixes de raios X pelos tecidos do corpo 
humano. Assim, pode-se dizer que a imagem gerada é digital, pois necessita de um 
computador para o processamento adequado. 
Para formar as imagens a serem reconstruídas, verifica-se se são compostas por 
pixels que representam diferentes tonalidades de cinza, muito mais que os cinco 
padrões identificados na radiografia convencional. Elas são, dessa forma, utilizadas 
para o diagnóstico de doenças, para o acompanhamento de tratamento e como 
radioterápicos. Quando se pensa a interação entre a radiação e os tecidos vivos, 
pensa-se logo nos efeitos deletérios que a radiação provoca nas células, causando 
modificações no DNA das células que compõem esses tecidos e que podem levar à 
ocorrência de tumores. 
As alterações nos parâmetros de aquisição das imagens podem ocasionar uma 
alteração na obtenção da imagem reconstruída de forma relevante, porém há 
necessidade de redução dos efeitos que a radiação pode ocasionar nos tecidos e 
evitar erros de interpretação. Os processos de obtenção das imagens utilizam 
técnicas de atenuação do feixe que incide no local de interesse. No processo de 
projeção inversa, utiliza-se um feixe luminoso em que as incidências são realizadas 
em diferentes ângulos; assim, uma projeção das sombras geradas pelo objeto em 
vários ângulos de incidência da luz gera a imagem de corte axial do objeto. Quanto 
maior o número de incidências, melhor a qualidade da imagem gerada. 
Nos dias atuais, as imagens obtidas nos processos de tomografia computadorizada 
são do formato DICOM, sendo este o padrão definido para as imagens biomédicas. 
A única desvantagem é que esse padrão não é suportado por softwares específicos 
utilizados para a reconstrução das imagens, como Inversalius, ImageJ, Paintnet, 
etc., sendo necessária a conversão das imagens do formato DICOM para o TIFF, o 
que, naturalmente, já faz a imagem perder um pouco de sua qualidade. 
Como a técnica utiliza radiação ionizante, deve-se avaliar os efeitos danosos às 
estruturas do corpo humano, lembrando que, em crianças, os efeitos danosos são 
mais graves do que nos adultos. Tendo isso em vista, que tipo de efeitos danosos 
podem ser identificados? Aparecimento de tumores, retardo mental, doenças 
cardiovasculares, doenças digestivas, entre outras. 
Com essas informações, observa-se uma melhora na qualidade da avaliação do 
médico e na utilização dos aparelhos, uma vez que esses fatores influenciam 
diretamente o tratamento e a conduta do médico frente às patologias. 
Os tipos de reconstrução de imagem podem variar de acordo com o tipo de 
tecnologia disponível, porém sabe-se que os modelos de reconstrução 3D são os 
mais modernos e, portanto, acabam apresentando custo mais elevado e não 
acessível a todos. Inclusive, nem todos os exames precisam de reconstrução 3D. 
Contextualização clínica da 
reconstrução das imagens 
radiológicas 
 
Para aplicarmos os conhecimentos obtidos nos blocos anteriores, traremos, para 
discussão, alguns casos clínicos. 
• Caso 1: mulher, 43 anos, busca atendimento relatando perda de peso sem 
explicação, fraqueza, cansaço, náuseas. Queixa-se também de alterações 
menstruais que têm se tornado frequentes. Após realizar os exames 
laboratoriais e detectar alterações nos exames relacionados com os 
hormônios hipofisários, o médico suspeitou que a paciente estivesse 
apresentando alterações na hipófise que podem favorecer o aparecimento 
de tumores. Nesse contexto, qual o melhor exame para a detecção desse 
tipo de tumor? 
O melhor exame é a tomografia computadorizada, e o próximo desafio é fazer a 
avaliação da reconstrução dessas imagens. Nesse caso, foi utilizada a técnica de 
reconstrução das imagens de tomografia computadorizada 3D, a qual permite 
analisar, a partir de uma posição, a interpretação de várias imagens visando à 
análise tridimensional. Com uma investigação bem detalhada dessas imagens, será 
possível diagnosticar o tumor e verificar se é possível operar esse tumor. Esse 
procedimento não é invasivo. 
• Caso 2: mulher, 26 anos, grávida de 24 semanas, estava em uma consulta 
pré-natal padrão quando foi questionada sobre possíveis alterações que o 
feto estava apresentando nas análises ultrassonográficas. Nesse contexto, o 
médico sugere que, para sanar as dúvidas, poderia ser realizada uma 
tomografia computadorizada, porém esse procedimento é contraindicado 
para pacientes nessas condições. Por quê? O procedimento de tomografia 
computadorizada é excelente para pessoas em várias condições deferentes, 
porém não é recomendado para pacientes gestantes devido à presença de 
radiação ionizante, que pode desencadear alterações no DNA, levando a 
mutações que podem até desencadear a perda fetal ou malformações. 
Mesmo utilizando uma menor dose de radiação, esse tipo de exame não 
deve ser realizado. 
Outra aplicação muito comum das tomografias computadorizadas utilizando a 
reconstrução das imagens 3D é a identificação dos tumores ósseos, os quais 
desencadeiam alterações na estrutura óssea e alterações na medula óssea. A 
reconstrução 3D pode identificar com precisão qual célula está comprometida.Em 
situações em que há hepatoesplenomegalia, a reconstrução 3D pode ser 
extremamente útil para identificar a extensão da lesão, o grau de 
comprometimento e também se é possível o tratamento para esse caso. 
O pâncreas é um órgão extremamente sensível à radiação ionizante, porém o 
exame de tomografia computadorizada é o único exame capaz de detectar 
precocemente esse tipo de tumor. Através do exame é possível determinar se o 
órgão poderá ou não ser alterado. A presença de tumores pancreáticos no estágio 
inicial não pode ser detectada, porém pacientes com tumores em estágio mais 
avançado podem apresentar fadiga, perda de apetite, náuseas, icterícia e urina 
escura. 
Com esses exemplos, você, estudante, será capaz de compreender como é realizada 
a aplicação dos exames radiológicos para detecção de patologias. 
Planos anatômicos para a 
reconstrução das imagens 
radiológicas 
 
Estudante, comecemos nosso estudo revisando os importantes planos anatômicos 
que servem de referencial para a interpretação das imagens radiológicas, uma vez 
que qualquer erro de posicionamento do paciente pode acarretar prejuízo na 
interpretação de eventuais patologias que poderiam deixar de ser detectadas nos 
exames radiológicos e, com isso, diagnosticadas precocemente. Além dos erros de 
interpretação, podem ocorrer também erros de percepção, os quais podem ser 
causados por distrações ou excesso de trabalho. 
Os planos anatômicos podem ser divididos em três principais grupos: 
• Plano frontal ou coronal: é orientado verticalmente e divide o corpo em 
parte anterior e parte posterior. 
• Plano sagital: é orientado verticalmente, porém fica em ângulo reto com os 
planos coronais e divide o corpo em direita e esquerda. 
• Plano transversal, horizontal ou axial: divide o corpo em superior e 
inferior. 
Como os graus de incidência podem variar de acordo com o tipo de exame e com o 
intuito de que as interpretações e os laudos sejam feitos corretamente, é 
imprescindível que o paciente permaneça em posição ortostática para o 
procedimento, pois, tendo essa posição como referência, as descrições ficam 
facilitadas. 
Para relembrar: estar em posição ortostática significa que o corpo se encontra em 
posição ereta, com a face voltada para frente, os membros superiores junto ao 
corpo e as palmas das mãos voltadas também para frente; já os membros 
inferiores devem estar unidos com os pés voltados para frente. Qualquer alteração 
da posição descrita pode ser indicativa de alterações tensionais, caso em que pode 
ocorrer diminuição rápida do retorno venoso do coração e que pode resultar em 
redução do enchimento ventricular, causando diminuição do débito cardíaco e da 
pressão arterial. Em longo prazo pode ser danoso para o paciente. 
Existem várias técnicas de reconstrução de imagem; dentre elas, temos: 
• A reconstrução multiplanar (MPR), que permite a formação de imagens em 
diferentes orientações através de figuras que já predefinidas. As imagens 
formadas são de excelente qualidade e proporcionam a observação de 
determinada área do exame em várias direções, permitindo, assim, a 
melhora na qualidade do diagnóstico. O médico consegue avaliar o exame 
em diferentes cortes, como o coronal, axial ou sagital, permitindo a 
reconstrução tridimensional da estrutura. 
• A projeção de intensidade máxima ou mínima (Mip/Minip), que se aplica à 
atenuação de intensidade em uma estrutura específica ou em várias 
estruturas ao mesmo tempo, de forma que a manipulação das imagens de 
tomografia é admitida. O ideal é que ocorra o realce de estruturas muito 
pequenas, como bronquíolos e pequenos vasos sanguíneos. Para facilitar, 
utiliza-se essa ferramenta nos exames de radiografia convencional de tórax, 
pois é um apoio importante na localização de enfisemas, cistos ou nódulos 
pulmonares. Também se pode verificar a presença de cálculos e cistos 
biliares e cálculos renais (sialólito). 
• A reconstrução 3D (software), que ocorre por meio de sistemas com gestão 
de imagens e que permite a utilização de ferramentas auxiliares para criar 
visão tridimensional do exame. Esse tipo de software é extremamente útil 
na avaliação de lesões ósseas e fraturas. Outra aplicação é no momento do 
pré-operatório para vários tipos de cirurgia, pois, com esse resultado, o 
médico consegue fazer uma avaliação completa das estruturas que sofrerão 
intervenções. 
Aproveite esta aula e revise o conteúdo abordado na unidade a fim de aprimorar o 
seu conhecimento. Bons estudos! 
Estudo de caso 
 
Mulher, 39 anos, busca atendimento emergencial porque sofreu um acidente de 
moto. A paciente apresentou fratura exposta no fêmur, a qual precisava ser 
verificada quanto à extensão. Durante o atendimento, a paciente também relatou 
perda de peso sem explicação, fraqueza, cansaço, náuseas e vômito. Além disso, 
relatou alterações no ciclo menstrual, que ocorrem com frequência. O médico 
suspeitou que isso pudesse estar relacionado com a alteração dos hormônios 
hipofisários produzidos pelas células chamadas gonadotropos. Essas alterações 
podem acontecer devido à presença de um tumor. Com isso, o médico precisava 
avaliar duas condições dignas de atenção: a extensão da fratura sofrida no fêmur, 
indicando a localização precisa e os danos causados pela queda, assim como as 
demais queixas da paciente quanto à perda de peso, à fraqueza e às alterações no 
ciclo menstrual. 
Portanto, o médico solicitou, adicionalmente, exames laboratoriais a fim de 
identificar as células sanguíneas através do hemograma, as células pertencentes à 
série branca através do leucograma, as plaquetas para avaliar coagulação 
sanguínea, o perfil hepático (TGO e TGP) e o perfil lipídico (para identificar 
dislipidemias). 
Quando o médico radiologista recebeu a solicitação dos exames, pediu que o 
estudante tecnólogo em radiologia que estava estagiando iniciasse a preparação da 
paciente para os exames radiológicos. 
Diante disso, identifique os tipos de exames que podem ser solicitados e suas 
principais características. 
____ 
Reflita 
Frente a esse cenário em que a paciente se encontra, reflita sobre as seguintes 
questões: 
• Quais exames podem ser solicitados para avaliar a fratura do fêmur? Quais 
são as suas principais características? 
• Quais exames podem ser solicitados para avaliar as alterações dos 
hormônios hipofisários? Poderia indicar diagnóstico tumoral? 
• Teria como haver a reconstrução das imagens para melhorar o diagnóstico 
tumoral? Quais técnicas podem ser utilizadas? 
• Devemos considerar que a paciente deu entrada no hospital, 
em situação emergencial, queixando-se de muita dor no 
fêmur direito decorrente do acidente que sofreu. Nesse caso, 
é necessário identificar, nos exames laboratoriais, se houve 
alguma alteração, pois é bem provável que a paciente 
necessitará de cirurgia. Nesse cenário, se ela tiver alguma 
alteração, pode não ser prudente fazer a cirurgia. Assim, é 
necessário fazer uma radiografia convencional para avaliar a 
extensão dos danos causados na queda. Nesse caso, o raio-X 
apresenta custo baixo e é de fácil acesso. 
• A próxima etapa consiste em fazer a identificação das 
principais alterações que possam estar ocorrendo na 
glândula hipófise, as quais podem estar alterando a 
produção hormonal e, com isso, deixando de induzir a 
regularidade do ciclo ovariano menstrual. O tipo de exame 
adequado para essa situação é a tomografia 
computadorizada, que faz a reconstrução do escaneamento 
do paciente através das imagens 3D. 
• Estudante, neste momento reflita sobre os principais pontos estudados ao 
longo desta aula. 
• Sabemos que a posição anatômica é essencial para a interpretação correta 
das imagens radiológicas, assim como a utilização da técnica de 
reconstrução de imagens 3D. 
• Vamos relembrar os principais passos para a Interpretação dos exames 
radiológicos: 
• 
 
Começaremos nosso estudo descrevendoos principais tipos de 
ossos encontrados nos membros superiores. Após uma introdução 
sobre a composição dos ossos, veremos os principais acidentes 
ósseos envolvidos na formação destes ossos, mesmo sabendo que 
eles não apresentam características patológicas. 
Por fim, conheceremos as principais fraturas e lesões que podem 
ocorrer durante o desenvolvimento embrionário e durante toda a 
vida do indivíduo para compreendermos a importância deste 
campo de saber. 
Aproveite esta aula e estude para que seu conhecimento aumente 
cada vez e, dessa forma, consiga ajudar cada vez mais pessoas! 
Ossos do membro superior 
 
Os membros superiores constituem o esqueleto apendicular, e cada membro 
superior é formado por 30 ossos que estão localizados em: 
• O úmero no braço. 
• A ulna e o rádio no antebraço. 
Os 8 ossos que compõem o carpo (punho), os ossos metacarpais (palma) e as 14 
falanges na mão (Figura 1) 
Figura 1 | Mão: ossos do carpo, metacarpo e falanges. Fonte: Pixabay 
O úmero, ou o osso do braço, apresenta o maior comprimento do membro 
superior. Ele está associado distalmente ao rádio e à ulna, formando a articulação 
do cotovelo. Proximalmente, se liga à escápula, forma o cíngulo com o ombro e se 
articula com a cavidade glenoidal, possibilitando ao ombro fazer suas rotações. 
A ulna, por sua vez, se refere ao dedo mínimo. Ela está presente na parte medial do 
antebraço, e sua principal característica é possuir um comprimento maior do que o 
do rádio. É neste osso que encontramos o olécrano, uma proeminência 
protuberante no cotovelo. Paralelamente, o rádio refere-se ao polegar e está 
localizado na parte lateral do antebraço. 
Figura 2 | Radiografia de braço. Fonte: Shutterstock. 
O carpo (o punho móvel) é a região proximal da mão formada por oito ossos 
pequenos denominados ossos carpais, que se mantêm unidos através de 
ligamentos altamente fibrosos. As articulações entre eles são denominadas 
articulações intercarpais, as quais permitem apertar ou soltar um objeto. 
Para melhor classificar os ossos do carpo que estão presentes na fileira proximal, 
temos: escafoide, semilunar, piramidal e pisiforme. Eles se articulam com as 
extremidades distais, tanto do rádio quanto da ulna, formando a articulação 
radiocarpal. 
Na fileira distal, encontramos: o trapézio, o trapezoide, o capitato e o hamato, 
sendo que o penúltimo apresenta comprimento bem maior do que o do último. A 
compreensão da nomenclatura é importante para entender o nome do osso – por 
exemplo, o hamato recebe este nome em razão de uma grande projeção em forma 
de gancho em sua face posterior que se articula com o capitato. 
O túnel do carpo (Figura 3) é uma estrutura complexa formada por músculos e 
ossos que se articulam e podem gerar inflamações. É composto pelo hamato, 
escafóide e trapézio, associado a inúmeros músculos flexores que permitem sua 
movimentação. 
Em seguida, encontramos as 14 falanges, localizadas nos cinco dedos das mãos, os 
quais são enumerados de I a V, começando do polegar em direção ao dedo mínimo 
(lateral para medial). Estes ossos são denominados metacarpais. Os dedos: 
indicador, dedo médio, dedo intermediário e mínimo apresentam três falanges 
cada – salvo o dedo polegar, que apresenta apenas duas falanges: proximal e distal. 
Quando observamos apenas um único osso do dedo, denominamos este osso de 
falange, e cada falange é constituída por uma base proximal, uma diáfise 
intermediária e uma cabeça distal. 
Figura 3 | Túnel do Carpo. Fonte: Wikimedia Commons. 
Interpretação – Acidentes ósseos 
encontrados nos membros superiores 
 
A partir dos conceitos obtidos em relação aos ossos que compõem os membros 
superiores, estudaremos os principais acidentes ósseos em cada um deles. É 
possível considerar inúmeras dessas irregularidades como fisiológicas para 
executar as funções dos ossos. 
Vejamos o caso do úmero, principalmente em sua porção distal. O capítulo é uma 
espécie de protuberância localizada na porção lateral que apresenta formato 
arredondado (esse acidente ósseo que se articula com a cabeça do rádio). 
Encontramos, também, a fossa radial, uma depressão localizada na porção 
anterior (bem acima do capítulo), que permite flexionar o antebraço, pois se 
articula com o rádio. Já a fossa coronoide é uma depressão localizada na porção 
anterior do úmero e se associa com o processo coronoide para que o antebraço 
consiga ser flexionado. A fossa do olécrano é a maior depressão localizada na 
porção posterior e, como se associa com a ulna, permite que o antebraço seja 
estendido. Neste cenário, encontramos o nervo ulnar, que permite a 
movimentação dos dedos – é neste nervo que sentimos uma sensação de “choque” 
quando batemos o cotovelo. 
Na ulna, também são observados inúmeros processos, como, por exemplo, 
a incisura troclear, que é uma área enorme entre o olécrano e o processo 
coronoide. Esta incisura auxilia a articulação do cotovelo. A incisura radial é uma 
depressão localizada na porção lateral e inferior da ulna e se articula com a cabeça 
do rádio. Para a movimentação do músculo braquial, encontramos a tuberosidade 
da ulna, estrutura altamente rugosa. 
O rádio apresenta uma cabeça em forma de disco localizada na extremidade 
proximal, que se articula com o capítulo do úmero e com a incisura radial da ulna. 
Na porção distal da cabeça do rádio, encontramos o colo, uma área constrita que 
permite movimentação óssea. A tuberosidade do rádio é o ponto de inserção do 
tendão do músculo bíceps braquial, sendo esta uma área rugosa. 
Figura 4 | Radiografia: Rádio e Ulna. Fonte: Shutterstock. 
É possível identificar articulação em três pontos específicos: 
1. Através de um tecido fibroso – constituído de fibras colágenas tipo I largas e 
planas – conhecido como membrana interóssea, cuja função é unir as 
diáfises dos dois ossos e fornecer uma área de inserção para alguns 
músculos mais profundos do antebraço. A ulna e o rádio se articulam nas 
extremidades proximal e distal diretamente, sendo que a cabeça do rádio é 
capaz de se articular com a incisura radial da ulna, denominada articulação 
radioulnar proximal. 
2. Na porção distal, encontramos a cabeça da ulna articulada com a incisura 
ulnar do rádio, sendo esta denominada de articulação radioulnar distal. 
 Por fim, a extremidade do rádio em sua porção distal se articula com três ossos do 
punho (semilunar, escafoide e piramidal) para formar a articulação radiocarpal. 
Fraturas ósseas encontradas nos 
membros superiores 
 
Como vimos no bloco anterior, os acidentes ósseos são estruturas fisiológicas que 
ocorrem nos ossos. Porém, as fraturas são patológicas e podem desencadear 
desgaste e deformações neles. Uma fratura é definida como a perda da integridade 
óssea devido à injúria mecânica e/ou à redução da resistência óssea. As fraturas 
são algumas das condições patológicas mais comuns que afetam os ossos. Os 
seguintes qualificadores descrevem os tipos de fraturas e afetam o tratamento: 
• Simples (a pele sobrejacente está intacta). 
• Exposta (o osso se comunica com a superfície da pele). 
• Cominutiva (osso está fragmentado). 
Figura 5 | Fratura Cominutiva. Fonte: Shutterstock. 
• Deslocada (as extremidades do osso no local da fratura não estão 
alinhadas). 
Figura 6 | Fratura Deslocada. Fonte: Shutterstock. 
• Estresse (uma fratura de desenvolvimento lento, que segue um período de 
aumento da atividade física na qual o osso é submetido a cargas 
repetitivas). 
• “Galho verde” (estende-se apenas parcialmente através do osso, comum 
em crianças quando os ossos são flexíveis). 
• Patológica (envolvendo o osso enfraquecido por uma doença subjacente, 
como um tumor). 
Para iniciarmos a descrição de possíveis fraturas que podem comprometer a 
funcionalidade do osso, começaremos com a clavícula, estrutura responsável por 
transmitir força mecânica do membro superior para o tronco. Caso essaforça 
ocorra de maneira excessiva, pode ocorrer uma fratura (o exemplo mais comum é 
cair sobre o braço estendido). Além disso, também pode ser resultante de 
traumatismos que ocorrem na região do tórax, como nos impactos de acidentes 
automobilísticos em que não se utiliza o airbag do carro. 
Considerando o cíngulo do membro superior, a clavícula é o osso mais acometido 
com as fraturas, pois as junções são muito fracas e pouco resistentes: mesmo que o 
impacto seja leve ou fraco, pode haver dano do plexo braquial que se encontra 
entre a clavícula e a segunda costela. O tratamento mais adequado, nestes casos, é 
o uso de tipoia para impedir a rotação lateral do braço. 
Figura 7 | Radiografia de Clavícula. Fonte: Pexels. 
Começaremos nosso estudo descrevendo os principais ossos 
encontrados nos membros inferiores. Após uma introdução sobre 
sua composição, veremos os principais acidentes ósseos 
envolvidos na formação deles, mesmo que não apresentam 
características patológicas. 
Por fim, conheceremos as principais fraturas e lesões que podem 
ocorrer durante o desenvolvimento embrionário e toda a vida do 
indivíduo para compreendermos a importância deste campo de 
saber. 
Aproveite esta aula e estude para que seu conhecimento aumente 
cada vez e, dessa forma, você consiga ajudar cada vez mais 
pessoas! 
Ossos do membro inferior 
 
Os membros inferiores são compostos por 30 ossos localizados em quatro locais 
diferente: 
1. Fêmur, localizado na coxa. 
2. Patela, localizada no joelho. 
3. Tíbia e fíbula, localizadas na perna. 
4. Os 7 ossos tarsais no tornozelo; 5 ossos metatarsais e 14 falanges. 
Os ossos dos membros inferiores também se relacionam entre si, assim como 
ocorre com os dos membros superiores. O mais proeminente deles é 
o fêmur (Figura 1), o mais longo que temos no corpo e um dos mais resistentes. 
Ele precisa se articular com a pelve, estruturando o cíngulo do membro inferior, e a 
sua extremidade proximal se associa com o acetábulo, o osso do quadril. Já a 
extremidade distal se liga ao do joelho (patela) e à tíbia (um dos ossos da perna). 
Como esse osso é considerado um osso longo, ele apresenta um corpo, 
denominado diáfise, que apresenta uma angulação medial e faz as angulações se 
tornarem ainda mais próximas. Se considerarmos a diferença entre os sexos, as 
mulheres apresentam uma angulação da diáfise femoral que permite uma pelve 
mais larga. 
Figura 1| Radiografia de fêmur. Fonte: Shutterstock. 
A patela (Figura 2), encontrada no joelho, é caracterizada por um pequeno osso 
triangular na porção anterior da articulação. Seu formato é sesamoide, ou seja, sem 
formato pré-definido. Além disso, ele se associa com o tendão do músculo 
quadríceps femoral, denominado base, enquanto a extremidade oposta chama-
se ápice. 
Figura 2 | Radiografia de patela. Fonte: Pixabay. 
A tíbia é um osso localizado na perna e está localizado em posição medial. Sua 
principal função é servir de sustentação. A articulação da tíbia se faz, na 
extremidade proximal, com o fêmur e a fíbula, e, na extremidade distal, com a 
fíbula e o tálus do tornozelo. A união entre tíbia e fíbula também ocorre via 
membrana interóssea. 
A fíbula encontra-se paralela à tíbia e apresenta tamanho menor do que o dela. 
Existe uma característica que as distingue: a fíbula não se articula com o fêmur, 
mas pode ajudar na estabilização da articulação do joelho. 
Figura 3 |Tíbia e fíbula. Fonte: Shutterstock. 
O tornozelo é composto pelos ossos tarsais, um grupo de 7 ossos, 
incluindo tálus e calcâneo, que estão localizados posteriormente ao pé. De todos 
eles tarsais, o calcâneo é o mais forte. Os demais ossos são: navicular, 
3 cuneiformes (lateral, intermédio e medial) e cuboide. A articulação do 
tornozelo é formada pelo maléolo lateral da fíbula e medial da tíbia. 
 
Figura 4 | Radiografia de tornozelo e pé. Fonte: Pexels. 
O metatarso (Figura 5) consiste em 5 ossos metatarsais, numerados de I a V. Eles 
apresentam a mesma conformação que os ossos carpais das mãos. 
Figura 5 | Radiografia de metatarso. Fonte: Pixabay 
Acidentes ósseos encontrados nos 
ossos dos membros inferiores 
 
A partir dos conceitos obtidos em relação aos ossos que compõem os membros 
inferiores, estudaremos agora os principais acidentes ósseos em cada um deles. No 
fêmur, é possível identificar vários exemplos. 
Na extremidade proximal, encontramos a cabeça do fêmur, que se associa ao osso 
do quadril, formando a articulação do quadril por meio de características 
anatômicas como, por exemplo, uma pequena depressão central 
denominada fóvea da cabeça do fêmur. 
O colo do fêmur é uma região mais estreita localizada posteriormente. O trocanter 
maior e menor é uma projeção ou protuberância associada à diáfise do fêmur. É 
um local interessante de ser estudado, pois serve de ponto de inserção para os 
tendões de alguns músculos da coxa e das nádegas. A extremidade distal do fêmur 
abrange os côndilos medial e lateral, os quais se articulam com os côndilos da tíbia. 
Os joelhos são fixos devido à presença dos ligamentos com os epicôndilos medial e 
lateral. 
Figura 6 | Membros inferiores. Fonte: Pixabay. 
A face articular da patela contém duas faces, sendo uma voltada para o côndilo 
medial e outra para o côndilo lateral do fêmur – lembre-se de que ambas as faces 
estão localizadas na face proximal. A patela é fixa ao ligamento, pois se prende à 
tuberosidade da tíbia. O ponto determinante de movimentação do joelho é 
caracterizado pela articulação do joelho. Ela serve de alavanca do tendão do 
músculo quadríceps femoral, protege o joelho e facilita a flexão deste. 
A tíbia é expandida em sua extremidade proximal em dois côndilos: lateral e 
medial. A função dos côndilos é se articularem para formar a articulação do joelho. 
A tíbia também apresenta uma tuberosidade reconhecida como uma crista aguda, 
que pode ser palpada logo abaixo da pele e é popularmente conhecida como 
canela. Já a face medial forma o maléolo medial, que se articula com o tálus do 
tornozelo. A incisura fibular se articula com a fíbula e forma uma sindesmose 
tibiofibular. 
A fíbula apresenta vários acidentes ósseos, por exemplo, a cabeça se articula com a 
porção inferior do côndilo lateral da tíbia e forma a articulação tibiofibular; e o 
maléolo lateral localiza-se na extremidade distal e apresenta formato mais 
triangular. 
Os ossos tarsais se articulam entre si. O tálus transmite cerca da metade do peso do 
corpo para o calcâneo, sendo o restante enviado pelos ossos tarsais. Os ossos 
metatarsais se articulam na extremidade proximal com os ossos cuneiformes e 
com o cuboide, formando as articulações tarsometatarsais. O primeiro metatarsal é 
mais espesso do que os outros, porque sustenta mais peso. 
Fraturas ósseas encontradas nos 
membros inferiores 
 
Os ossos longos são os mais suscetíveis a fraturas. Logo, a região do colo do fêmur 
é a mais frequentemente acometida. Esses eventos são caracterizados por dor no 
quadril ao suportar peso, o que diminui a mobilidade do paciente. Além disso, pode 
haver contusões no joelho ou na área do quadril. Elas são caracterizadas como não 
deslocadas e deslocadas. Nas fraturas não deslocadas, o alinhamento do osso não 
é desestruturado e elas podem ser categorizadas por fraturas cominutiva e ruptura 
dos vasos retinaculares. 
Figura 7 | Fratura do colo do fêmur. Fonte: Shutterstock. 
A síndrome do estresse patelofemoral, também conhecida como joelho do 
corredor, é uma das patologias mais vivenciadas pelos corredores. Durante a 
corrida, ocorrem a flexão e a extensão do joelho de maneira normal. Para isso, a 
patela desliza-se superior e inferiormente ao sulco dos côndilos femorais. 
Corredores que desenvolvem a síndrome apresentam a patela deslocando-se 
lateralmente, o que gera maior pressão na articulação e leva à hipersensibilidade 
ao redor da patela. Durante o exercício, o corredornão tem sensação de dor. 
Porém, após a finalização do exercício, ela surge de maneira abrupta. 
A sintomatologia da síndrome pode se agravar ainda mais quando ocorre 
agachamento ou descida de degraus. Existem alguns fatores para o 
desenvolvimento da síndrome, como corridas em aclive, corrida de longa distância 
e uma deformidade anatômica denominada genuvalgo (joelho valgo). 
O enxerto ósseo consiste na retirada de um fragmento ósseo de uma região óssea 
com todos os seus componentes (por exemplo, o periósteo e artéria nutrícia) para 
repor tecido perdido em outra parte do corpo. O osso transplantado restaura a 
irrigação sanguínea para o local, ocorrendo cicatrização, como na fratura. Uma 
fonte importante para este tipo de procedimento é a fíbula, pois, mesmo após a 
retirada de parte do osso, o indivíduo ainda pode continuar andar, correr e pular. 
As fraturas metatarsais ocorrem quando um peso exacerbado cai sobre o pé da 
pessoa. Esse tipo de fratura é muito comum em pacientes que dançam ballet. 
Imaginem uma bailarina dançando na ponta dos pés e de repente perde o 
equilíbrio? Todo o peso corporal é transmitido aos metatarsais, podendo fraturar 
mais de um deles. 
O pé plano ocorre devido ao enfraquecimento dos ligamentos e tendões na altura 
do arco longitudinal, que pode diminuir ou mesmo desabar. Existem algumas 
causas para esta condição, como, por exemplo, excesso de peso, anormalidades 
posturais, enfraquecimento dos tecidos de sustentação e predisposição genética. 
Geralmente, acabam desencadeando uma inflamação da fáscia plantar (fascite 
plantar), tendinite do tendão calcâneo, fratura por estresse, hálux valgo (joanete) e 
calosidades. 
Neste vídeo, veremos os ossos que compõem os membros 
superiores, sendo eles úmero, radio, ulna, ossos do carpo e 
falanges. Além disso, conheceremos os principais tipos de 
acidentes ósseos encontrados em cada osso e as principais 
fraturas que podem ser identificadas nas imagens radiológicas. 
Começaremos nosso estudo descrevendo as curvaturas 
fisiológicas da coluna vertebral, os tipos de vértebras encontradas 
em cada uma delas e os acidentes ósseos que permitem a 
movimentação e a flexibilidade da coluna. Depois, conheceremos 
as principais fraturas e lesões que podem ocorrer durante o 
desenvolvimento embrionário e durante toda a vida do indivíduo, 
como a escoliose, que afeta o bem-estar de quem é acometido. 
Aproveite esta aula para aumentar seu conhecimento e, dessa 
forma, ajudar cada vez mais pessoas! 
Curvaturas fisiológicas da coluna 
vertebral 
 
A coluna vertebral, também chamada de espinha ou coluna espinhal, faz parte do 
esqueleto axial. Ela é a responsável por cerca de 2/5 da nossa altura, sendo 
composta por ossos de formato irregulares, denominados vértebras, e tecido 
conjuntivo especializado em auxiliar na absorção do impacto ou choque e em 
proteger o tecido nervoso que se encontra no seu interior. 
Existe uma diferença fisiológica entre a coluna dos homens e das mulheres. Os 
primeiros apresentam uma coluna vertebral com cerca de 71 cm, enquanto, nas 
mulheres, a estrutura tem, aproximadamente, 61 cm. 
A espinha dorsal atua como uma haste flexível para promover movimentos em 
todas as direções: anterior, lateral e posterior, podendo, ainda, servir para rotação. 
As funções da coluna vertebral envolvem a proteção da medula espinal e 
sustentação da cabeça, além de servir como ponto de fixação para as costelas. Uma 
última função refere-se à inserção do cíngulo dos membros superiores e 
inferiores. 
A coluna é composta por 33 vértebras e, conforme ocorre o crescimento da criança, 
as últimas vértebras, sacrais e coccígeas, se fundem, resultando em 26 vértebras 
visíveis na coluna vertebral do adulto. A constituição é a seguinte: 
• 7 vértebras cervicais, localizadas na região do pescoço. 
• 12 vértebras torácicas, localizadas na região da cavidade torácica. 
• 5 vértebras lombares, que sustentam a parte inferior da coluna. 
• 1 vértebra sacral, composta de 5 vértebras fundidas. 
• 1 vértebra coccígea, composta de 4 vértebras fundidas. 
Figura 1| Coluna vertebral. Fonte: Wikimedia Commons 
As vértebras móveis são as cervicais, torácicas e lombares, enquanto as vértebras 
sacrais e coccígeas são imóveis. As curvaturas cervicais e lombares apresentam 
convexidade, enquanto as curvaturas torácicas e sacrais apresentam curvatura 
côncava. A função delas é aumentar a resistência, auxiliar a manutenção do 
equilíbrio na posição ereta, absorver choques durante corrida/caminhada e 
proteger as vértebras em geral. 
As curvaturas torácicas e sacrais são chamadas de primárias, pois mantêm a 
direção da curvatura original da coluna vertebral durante o desenvolvimento 
embrionário. Já as secundárias são conhecidas como lombares e cervicais, pois 
começam a se formar alguns meses após o nascimento. Espera-se que estas 
curvaturas já estejam plenamente desenvolvidas até os 10 anos de vida. O 
interessante é que as curvaturas secundárias poderão desaparecer 
progressivamente com o avanço da idade, podendo, inclusive, levar ao 
encurtamento da pessoa. 
São conhecidas várias condições que podem exacerbar o desvio da coluna, 
resultando em curvaturas anormais com inclinações laterais em demasia. São 
conhecidas as curvaturas anormais 
denominadas cifoses, lordoses e escolioses (Figura 2). 
Figura 2 | Escoliose. Fonte: Wikimedia Commons. 
Tipos de vértebras encontradas na 
coluna vertebral 
 
A partir dos conceitos obtidos em relação às curvaturas encontradas na coluna 
vertebral, temos que as vértebras são denominadas de acordo com a posição que 
ocupam, usando-se a letra da inicial da região que ocupa seguida do número de 
ordem, por exemplo, C1 (primeira vértebra cervical), T1 (primeira vértebra 
torácica). Existem denominações próprias para algumas vértebras, como no caso 
da primeira vértebra cervical, conhecida como atlas, e a CII, chamada de áxis. 
As vértebras variam de acordo com a região em seu tamanho, forma e detalhes. 
Elas consistem em corpo vertebral, arco vertebral e inúmeros processos. 
Corpo vertebral 
É a porção mais espessa da vértebra localizada anteriormente. Apresenta formato 
de disco. Sua função principal é sustentar o peso da vértebra. As suas faces 
superior e inferior apresentam rugosidade para facilitar a fixação dos discos 
intervertebrais que apresentam constituição cartilaginosa (facilita o 
armazenamento de água). A face anterior e lateral contém estruturas denominadas 
forames nutrícios, que são pontos de abertura para vasos e nervos de nutrição. 
Figura 3 | Corpo vertebral. Fonte: Wikimedia Commons. 
Arco vertebral 
São formados por dois processos curtos e espessos denominados pedículos, que se 
projetam posteriormente e se unem para formar o arco vertebral. O arco vertebral, 
junto ao corpo vertebral, circunda a medula espinhal para formar o forame 
vertebral. Além da medula espinhal, o forame vertebral contém também o tecido 
adiposo, tecido conjuntivo frouxo e muita vascularização. Associando todos os 
canais, formamos o canal vertebral. 
As incisuras vertebrais se empilham e formam uma abertura entre os lados da 
coluna, denominada de forame intervertebral, permitindo que apenas um único 
nervo se associe e traga as informações apropriadas. 
Processos 
São conhecidos sete processos que apresentam sua origem no arco vertebral. O 
processo transverso é formado onde a lâmina e o pedículo se unem. O processo 
espinhoso se projeta em posição posterior, a partir da junção das lâminas. A função 
destes processos é permitir a fixação dos músculos. Os demais processos formam 
articulações com as vértebras superiores e inferiores. 
Os processos articulares inferiores se articulam ou associam com os dois processos 
superiores, as superfícies entre eles formam as faces articulares, que são 
devidamente revestidas por cartilagem hialina. As articulações formadas entre os 
corpos vertebraise as faces articulares compõem as articulações intervertebrais. 
Com o avançar da idade, a coluna sofre inúmeras alterações, em especial a 
composição do sistema esquelético. As principais alterações observadas referem-
se à redução da massa e densidade óssea, associada com a diminuição do conteúdo 
colagênico e mineral, tornando-os mais friáveis (porosos e passíveis de se quebrar 
com qualquer impacto). Além disso, as faces articulares perdem o conteúdo 
cartilaginoso, tornando-o mais rígido. Em seu lugar é possível observar 
substituição por osso na forma de espículas ou osteófitos que podem levar ao 
estreitamento do canal vertebral, conhecido como estenose vertebral (Figura 4). 
Figura 4 | Estenose vertebral. Fonte: Wikimedia Commons. 
Acidentes ósseos encontrados na 
coluna vertebral 
 
São observados inúmeros acidentes ósseos na coluna vertebral que facilitam o 
movimento e permitem a integração dela com os membros superiores e inferiores, 
através da formação dos cíngulos do membro superior e inferior. 
Entre os acidentes ósseos nas vértebras cervicais (Figura 5), encontramos os 
forames vertebral e transverso; processo transverso; dente do áxis (exclusivo 
desta vertebral); processo espinhoso. Quando observamos as demais vértebras, 
identificamos a face articular do côndilo occipital e o ligamento transverso. 
Lembre-se de que, na cervical, o canal vertebral é menor e mais compacto. 
Figura 5 | Vértebras cervicais. Fonte: Pixabay. 
As vértebras torácicas (Figura 6) apresentam o mesmo número que ocorre nas 
costelas, ou seja, 12 vértebras. A principal função delas é suportar o peso do tórax 
e a metade superior do corpo, formando a curvatura cifótica fisiológica da coluna. 
Em termos comparativos, a principal diferença entre elas são as fóveas costais, 
caracterizadas por locais de articulações sinoviais entre as costelas e as vértebras. 
Em geral são observadas 6 fóveas para cada vértebra, sendo 4 presentes no corpo 
vertebral e 2 no processo transverso. Uma outra característica destas vértebras é 
que apresentam o corpo vertebral maior do que o das vértebras cervicais, pois é 
necessário sustentar muito mais peso. Porém, o forame vertebral é bem menor e, 
geralmente, mais arredondado. O processo transverso tende a ser mais 
desenvolvido, mas não possui forame transverso. Já o processo espinhoso costuma 
ser direcionado ou apontado quase inferiormente. 
Figura 6 | Vértebras torácicas. Fonte: Wikimedia Commons. 
As vértebras lombares (Figura 7) são as maiores vértebras encontradas na 
coluna, especialmente no segmento móvel. São encontradas 5 vértebras no ser 
humano, numeradas de L1 a L5. A função principal delas é sustentar o próprio 
peso. Logo, são as mais sujeitas a degeneração, especialmente por serem as 
maiores em tamanho. Apresentam, como curvatura fisiológica, a lordose. 
As vértebras sacrais são fundidas no adulto e apresentam importância na 
osteopatia devido às suas funções estruturais. Como são fundidas, formam uma 
unidade indissolúvel que se associa com o tubo neural em desenvolvimento, fato 
que pode desencadear alterações importantes no ilíaco, útero, próstata, bexiga, 
reto, ovários, plexo sacral, artérias e músculos. O formato após a fusão é triangular 
e está inserido no osso do quadril. A parte superior se conecta com a última 
vértebra lombar, e, a inferior, com o osso da cauda ou cóccix. 
O cóccix é o menor osso da coluna e está localizado na parte mais inferior. A face 
superior da vértebra apresenta uma faceta elíptica que se articula com o sacro e, 
posteriormente, localizam-se saliências verticais denominadas de pequenos cornos 
do cóccix. Uma das funções principais do cóccix é servir como ponto para anexar os 
músculos pélvicos, formando o diafragma pélvico. É esse diafragma que mantém os 
órgãos fixos na cavidade abdominal, evitando que caiam entre as pernas. 
Figura 7 | Vértebras lombares. Fonte: Wikimedia Commons. 
Neste vídeo, conheceremos os ossos que compõem a coluna 
vertebral e suas principais inter-relações anatômicas. Também 
veremos os principais tipos de vértebras e suas diferenças. Por 
fim, entenderemos os principais acidentes ósseos encontrados 
nas vértebras que compõem a coluna vertebral. A compreensão 
destes conteúdos é de extrema importância para a leitura das 
imagens radiológicas. 
Começaremos nosso estudo descrevendo as principais estruturas 
envolvidas no lobo do crânio e da face, incluindo a composição 
óssea, suas interações anatômicas e os aspectos funcionais 
envolvidos neste processo. 
Neste contexto, também aprenderemos sobre localização e 
funcionalidade óssea, além dos principais acidentes ósseos e as 
principais fraturas ou lesões que podem comprometer a 
funcionalidade da estrutura. Os ossos do crânio e da face, apesar 
de separados, fazem parte do esqueleto axial. 
Aproveite esta aula para estudar, aumentar seu conhecimento e, 
dessa forma, conseguir ajudar cada vez mais pessoas! 
Ossos do crânio e da face 
 
O crânio e a face (Figura 1) fazem parte do esqueleto axial, compostos por 22 
ossos que sustentam a cabeça (neste contexto, não são contabilizados os ossos da 
orelha média), os quais encontram-se posicionados na porção superior da coluna 
vertebral. 
O crânio é formado pela cavidade craniana, cuja função é proteger o encéfalo. Ela é 
formada por oito ossos: o frontal, dois parietais, dois temporais, occipital, 
esfenoide e etmoide. O osso frontal é assim chamado por estar localizado na 
frente ou na parte anterior do crânio, além disso, reveste o teto das órbitas e forma 
a maior parte do assoalho do crânio. Ao nascimento, os lados direito e esquerdo 
são unidos através da sutura frontal, também chamada de metópica. Normalmente, 
essa sutura desaparece aos 6 ou 8 anos de idade. Neste osso também é possível 
identificar a presença de uma escama frontal, uma placa de osso que forma a fronte 
do crânio. 
 
Figura 1| Radiografia de crânio: perfil. Fonte: Wikimedia Commons 
Os ossos parietais são pares e formam a parte lateral do crânio e o teto da 
cavidade craniana. Eles contêm inúmeras proeminências e depressões que servem 
para acomodar os vasos sanguíneos que suprem uma das membranas meníngeas 
denominada dura-máter, sendo essa formada por um tecido conjuntivo bem 
delicado. 
Os ossos temporais ocorrem em par e formam as faces inferiores e laterais do 
crânio. Projetando da parte inferior da escama temporal, encontramos o processo 
zigomático, que se articula com o processo temporal do zigomático e formam o 
arco zigomático. 
O osso occipital tende a formar a parte posterior e a maior parte da base do 
crânio. Na região inferior, encontramos o forame magno. Este é o ponto de conexão 
com o bulbo. No forame magno, também estão localizadas artérias espinais e 
vertebrais, e passam, juntamente, os nervos acessórios (XI). Neste osso, é possível 
identificar uma protuberância occipital externa, sendo essa uma projeção 
proeminente na linha média. Como está logo acima do pescoço, é possível senti-la 
na porção posterior. 
O osso esfenoide está localizado na base do crânio, sendo parte fundamental do 
assoalho do crânio, pois é a partir dele que todos os ossos do crânio se articulam. 
Ele se articula anteriormente com os ossos frontal e etmoide, lateralmente com os 
temporais e, posteriormente, com o occipital. 
O osso etmoide é um osso fino e muito delicado. Apresenta aparência esponjosa, 
estando localizado no assoalho do crânio e localizado em posição medial às órbitas. 
Ele também é responsável pela composição do septo nasal, o qual é responsável 
por separar os lados direito e esquerdo. Neste osso também é possível identificar a 
lâmina cribiforme, que repousa sobre o assoalho do crânio formando o teto da 
cavidade nasal. Esse osso contém os forames da lâmina cribiforme, através das 
quais passam os filamentos dos nervos olfatórios. 
Figura 2 | Ossos do crânio. Fonte: Pixabay. 
Aplicaçõesdo conhecimento dos ossos 
craniais 
 
O crânio é um local que deve proteger a massa encefálica de alterações causadas 
por pancadas ou fraturas. A calota craniana deve ser rígida o suficiente para que 
essa proteção seja efetiva. Assim, quaisquer alterações merecem ser avaliadas. 
A equimose palpebral é a presença de uma lesão facial localizada ao redor dos 
olhos, mas não é causada por lesão ocular. Dependendo do trauma, pode ocorrer 
extravasamento de sangue e líquidos na cavidade que tendem a se acumular nas 
áreas mais delicadas ao redor dos olhos. Com esse extravasamento, ocorre edema, 
e a pele fica com tom arroxeado. Os traumas que podem causar a equimose podem 
ser tanto traumatismo como procedimento cirúrgico, como cirurgia da pálpebra ou 
lifting facial. 
O osso esfenoide (Figura 3) apresenta formato de asa de borboleta. O corpo é 
formado por uma parte oca entre o etmoide e o occipital. O espaço no seu interior é 
composto pelo seio esfenoidal, cuja função é drenar para a cavidade nasal. Outra 
estrutura muito importante é a sela túrcica ou turca, que contém, na sua 
depressão, a fossa hipofisial, onde se localiza a glândula hipófise. 
Figura 3 | Osso esfenoide. Fonte: Wikimedia Commons. 
O osso etmoide contém uma sequência de massas laterais formadas por células 
etmoidais que compõem os seios etmoidais. Esse conjunto forma as conchas nasais 
superior e média. Já o terceiro par de conchas nasais são ossos separados. As 
conchas são responsáveis por fazer o movimento do ar inalado, fazer movimentos 
espirais e entrar em contato com o muco, ficando fixo a eles. Esta ação auxilia na 
filtração das partículas inaladas. As conchas superiores ficam localizadas próximas 
ao forame da lâmina cribiforme, onde se encontram os receptores sensitivos 
denominados odoríferos. Isto representa um aumento da área de superfície para a 
olfação. 
Os ossos da face mudam drasticamente durante os primeiros dois anos de vida. O 
encéfalo e os ossos cranianos se expandem, nasce o primeiro conjunto de dentes e 
irrompe os seios paranasais, que aumentam muito de tamanho. Este crescimento 
cessa aos 16 anos de vida. São encontrados 14 ossos da face, que incluem dois 
ossos nasais, duas maxilas, dois zigomáticos, uma mandíbula, dois lacrimais, dois 
palatinos, duas conchas nasais inferiores e o vômer. Os ossos nasais apresentam 
formato retangular achatado. Sua função é proteger a entrada superior da cavidade 
nasal, sendo ponto de fixação para os músculos faciais (ponto de repouso para 
óculos) – sua porção principal é composta por cartilagem. 
Figura 4 | Ossos da face e crânio. Fonte: Shutterstock. 
Os processos palatinos dos ossos maxilares devem se unir durante a gestação, 
entre a 10ª e a 12ª semana do desenvolvimento. Porém por vários motivos, pode 
ocorrer falha nesta união, o que pode resultar na formação de fenda palatina. Ela 
pode ocorrer também de maneira incompleta. As fendas labiais envolvem a fenda 
no palato superior, que pode ser completa ou não. Dependendo da extensão da 
fenda, pode afetar a fala e a deglutição e causar otite ou até mesmo perda auditiva. 
Neste momento, os cirurgiões bucomaxilofaciais devem avaliar as possibilidades 
de fechamento da fenda paliativa, sendo que esse processo se completa entre os 12 
e 18 meses. Uma possibilidade de tratamento é a prevenção através da ingestão de 
ácido fólico durante a gestação. 
Seios craniais e suas aplicações 
 
No crânio, há muitos seios anatômicos cuja função é formar uma estrutura que 
pode armazenar ar, no sentido de diminuir a pressão e o peso da cabeça, ou mesmo 
acumular secreção quando inflamado. 
Os seios frontais localizam-se internamente à escama frontal. Eles também são 
denominados de seios paranasais, cujas mucosas são revestidas por uma camada 
que dá a funcionalidade do seio (Figura 5). 
Figura 5 | Radiografia de seios frontais. Fonte: Shutterstock. 
O osso parietal apresenta a parte mastoidea, que está localizada na porção 
posterior do meato acústico externo, o que direciona as ondas sonoras para dentro 
da orelha. Nos adultos, essa região é composta por muitas células que se 
comunicam com o espaço vazio da orelha, sendo estes pequenos compartimentos 
cheios de ar, separados do encéfalo, por finas partículas ósseas. Quando o paciente 
apresenta infecção de ouvido não tratada, eles podem se espalhar por entre as 
células, causando um processo inflamatório intenso denominado mastoidite. 
Um problema muito comum na articulação temporomandibular é conhecido 
como ATM, que se caracterizada por uma dor dilacerante do tipo vaga em torno da 
orelha, causando hipersensibilidade da mandíbula, estalidos ao abrir e fechar a 
boca, além de abertura limitada, dor de cabeça crônica, sensibilidade dentária 
elevada e, consequentemente, desgaste anormal dos dentes. Há várias causas para 
esta condição, sendo elas alinhamento incorreto dos dentes, bruxismo em excesso, 
trauma de cabeça ou mesmo artrite. Para melhorar a dor, pode ser aplicado gelo na 
região, evitar consumo de alimentos duros e administração de analgésicos e 
relaxantes musculares. Caso essas medidas não surtam efeito, recomenda-se 
intervenção cirúrgica. 
O septo nasal desviado ocorre quando o septo não acompanha a linha média da 
cavidade nasal, ocorrendo desvio para um lado. Inúmeras são as causas deste 
desvio de septo, como, por exemplo, um soco no nariz, que pode deslocar o septo e 
comprometer a cartilagem que o forma, ocorrendo um bloqueio do fluxo de ar que 
dificulta a respiração – esse quadro normalmente afeta o osso denominado vômer. 
Se o desvio for grave, pode haver comprometimento da passagem do ar, o que 
pode levar à infecção e inflamação, como congestão nasal, bloqueio de abertura dos 
seios paranasais, sinusite crônica, dores de cabeça crônicas e, até mesmo, 
sangramento nasal. A melhor maneira de corrigir essa condição é através de 
cirurgias. 
 
Figura 6 |Tomografia de septo nasal. Fonte: Shutterstock. 
A sinusite é caracterizada por uma inflamação na membrana mucosa que reveste 
os seios paranasais, podendo ter diversas causas, dentre elas, infecção microbiana 
(como vírus, fungos e bactérias), reações alérgicas, pólipos nasais e desvio grave de 
septo. Tendo em vista que o muco tem por função bloquear a drenagem do muco 
para a cavidade nasal, pode haver aumento da pressão nos seios paranasais, 
facilitando o desenvolvimento de cefaleias. Os sintomas, neste caso, podem 
envolver congestão nasal, tosse, febre e anosmia (perda do olfato) temporária ou 
definitiva. 
Neste vídeo, conheceremos os ossos que compõem o crânio e 
suas principais inter-relações anatômicas. Os ossos do crânio 
compõem o crânio e os ossos da face. Compreenderemos as 
relações anatômicas entre os ossos do crânio e os seios nasais. 
O entendimento desses conteúdos é de extrema importância 
para a compreensão das imagens radiológicas. 
 
Características principais dos ossos 
 
Membros superiores 
Os membros superiores formam o esqueleto apendicular e são compostos por 30 
ossos que estão localizados em: 
• O úmero no braço. 
• A ulna e o rádio no antebraço. 
• Os 8 ossos que compõe o carpo (punho), os ossos metacarpais (palma) e as 
14 falanges na mão. 
O úmero é o maior osso do membro superior. Ele se associa distalmente com o 
rádio e a ulna, formando a articulação do cotovelo. A ulna está presente na parte 
medial do antebraço e possui comprimento maior que o rádio. O rádio refere-se ao 
polegar e está localizado na parte lateral do antebraço. 
Os ossos do carpo (que formam o punho móvel) é a região proximal da mão 
formada por oito ossos pequenos que são denominados ossos carpais e estes se 
mantêm unidos através de ligamentos altamente fibrosos. Em continuação a 
descrição dos ossos, encontramos 14 falanges que estão localizadas nos cinco 
dedos das mãos e estes dedos são enumerados de I a V, começando do polegar em 
direção ao dedo mínimo(lateral para medial). 
Membros inferiores 
Os membros inferiores são compostos por 30 ossos no total que estão localizados 
em quatro locais diferente: 
• Fêmur localizado na coxa. 
• Patela localizada no joelho. 
• Tíbia e fíbula localizadas na perna. 
• Os 7 ossos tarsais no tornozelo; 5 ossos metatarsais e 14 falanges. 
Os ossos dos membros inferiores também apresentam relações entre os ossos, 
assim como os ossos dos membros superiores. 
Coluna 
A coluna é composta por um total de 33 vértebras e conforme ocorre o 
crescimento da criança, as últimas vértebras, sacrais e coccígeas se fundem, nos 
trazendo como consequência, a presença de 26 vértebras visíveis na coluna 
vertebral do adulto. A constituição é a seguinte: 
• 7 vértebras cervicais localizadas na região do pescoço. 
• 12 vértebras torácicas localizadas na região da cavidade torácica. 
• 5 vértebras lombares que sustentam a parte inferior da coluna. 
• 1 vértebra sacral que é composta de 5 vértebras fundidas. 
• 1 vértebra coccígea que é composta de 4 vértebras fundidas. 
As vértebras móveis são as cervicais, torácicas e lombares, enquanto as vértebras 
sacrais e coccígeas são imóveis. As curvaturas cervicais e lombares apresentam 
convexidade, enquanto as curvaturas torácicas e sacrais apresentam curvatura 
côncava. A função destas curvaturas é aumentar a resistência, auxiliar na 
manutenção do equilíbrio na posição ereta, absorvem choques durante 
corrida/caminhada e auxiliam na proteção das vértebras em geral. 
Crânio e face 
Os ossos do crânio e da face fazem parte do esqueleto axial e são compostos por 22 
ossos que sustentam a cabeça (neste contexto não são contabilizados os ossos da 
orelha média) e estes ossos encontram-se posicionados na porção superior da 
coluna vertebral. Os ossos do crânio são formados pela cavidade craniana que tem 
por função proteger o encéfalo e é formada por oito ossos, sendo eles frontais, dois 
parietais, occipital, esfenoide e etmoide. 
Neste vídeo iremos conhecer os pontos principais sobre os 
tipos de ossos, os ossos que compõem os membros superiores e 
inferiores, além de coluna vertebral e ossos cranianos. Iremos 
abordar as suas inter-relações anatômicas e fisiológicas sobre 
estes ossos e como estão devidamente estruturados. 
Finalizaremos conhecendo os acidentes ósseos que compõem a 
estrutura do osso e também possíveis fraturas. 
Estudo de caso 
 
Homem, 39 anos, motorista de entrega por aplicativo, estava em uma corrida com 
a sua moto quando sofreu um acidente, caindo da moto, batendo com a cabeça e 
fraturando o fêmur direito, que evidenciou uma fratura exposta. Além disso, ele 
também sentiu uma dor forte no ombro em virtude da pancada. Com muita dor, ele 
recebe atendimento emergencial e o médico solicita após a anamnese uma 
radiografia convencional (raio X). Nesta radiografia foi identificado fratura do colo 
do fêmur com rompimento arterial. 
Durante o atendimento, o paciente relata ser tabagista há 20 anos e etilista há 
aproximadamente 15 anos, aumentando a quantidade nos últimos 2 anos. É 
hipertenso controlado, fazendo uso de enalapril, diabético controlado com 
metformina e apresenta dislipidemia controlada por sinvastatina, porém ele relata 
que esqueceu em alguns momentos. Relata também sentir fortes dores de cabeça, 
náuseas, vômitos, estava afebril, anictérico e acianótico, demonstrando bom estar 
geral. Intrigado, o médico solicitou uma ressonância magnética. Como o paciente 
ainda estava apresentando dor no joelho forte, o médico ficou muito preocupado 
com a situação, pois no raio X inicial não havia detectado nenhuma alteração. Neste 
caso o médico solicitou uma tomografia computadorizada. 
Um estudante tecnólogo em radiologia estava estagiando com o médico 
radiologista responsável e tentou entender por que foram solicitados estes 
exames, e o médico radiologista o questionou se ele tinha conhecimento sobre a 
anatomia destes ossos que foram fraturados. 
____ 
Reflita 
Frente a este cenário em que o paciente se encontra, reflita sobre as seguintes 
questões: 
• Quais são as características anatômicas do fêmur que foi fraturado? 
• Quais as características do joelho? 
• Sabendo que o paciente estava apresentando muita dor, qual o principal 
osso que pode estar comprometido? 
• Devemos considerar que o paciente deu entrada no hospital 
em situação emergencial se queixando de muita dor no 
fêmur direito decorrente da queda da moto durante uma 
entrega por aplicativo. Frente a esta queixa, o médico foi 
assertivo em solicitar um raio X, já que é o método mais 
barato e de fácil acesso. Neste caso o médico explicou ao 
técnico em radiologia que o fêmur é o osso mais longo que 
temos no nosso corpo e apresenta alta resistência. Assim 
como ocorre com os ossos dos membros superiores, ele 
precisa se articular com a pelve estruturando o cíngulo do 
membro inferior e a sua extremidade proximal se articula 
com o acetábulo, o osso do quadril. Já a extremidade distal 
vai se articular com o osso do joelho (patela) e a tíbia (um 
dos ossos da perna). Como esse osso é considerado um osso 
longo, ele apresenta um corpo, denominado diáfise, que faz 
uma angulação medial, o que faz as angulações se tornarem 
ainda mais próximas. Se formos considerar a diferença de 
sexo, as mulheres apresentam uma angulação da diáfise 
femoral que permite que as mulheres tenham a pelve mais 
larga. 
• A patela que se articula com o fêmur é encontrada no joelho 
e é caracterizada por um pequeno osso triangular localizado 
na porção anterior do joelho. O formato deste osso é 
sesamoide, ou seja, sem formato pré-definido é associado 
com o tendão do músculo quadríceps femoral denominado 
base, enquanto a extremidade oposta chama-se de ápice. 
• O osso que possivelmente está comprometido é o osso 
frontal. O osso frontal é assim chamado por estar localizado 
na fronte ou na parte anterior do crânio, além disso, reveste 
o teto das órbitas e forma a maior parte do assoalho do 
crânio. Ao nascimento, os lados direito e esquerdo são 
unidos através da sutura frontal que também é chamada de 
metópica. Normalmente essa sutura desaparece ao redor de 
6 a 8 anos de idade. Neste osso também é possível identificar 
a presença de uma escama frontal, que é uma placa de osso 
que forma a fronte do crânio. 
• Estudantes, neste momento devemos refletir sobre os principais pontos que 
serão estudados nesta aula. 
• O importante é avaliar a quantidade de ossos existente em cada parte do 
esqueleto axial e apendicular. 
• Bons estudos! 
 
 
Prezado estudante, temos o prazer de começar nosso estudo 
descrevendo a composição do sistema cardiovascular e os 
componentes envolvidos na circulação no adulto, comparando-a 
com a circulação fetal. Nesta seção, vamos focar a associação entre 
o sistema cardiovascular e o sistema respiratório, em especial o 
pulmão e o mediastino. Como o coração e os vasos são órgãos sem 
osso, podem ser facilmente confundidos com o sangue e serem 
estudados com filtros específicos, como os filtros moles, entre 
outros. 
 
Aproveite esta aula e estude bastante, a fim de que seu 
conhecimento seja ampliado e, dessa forma, você consiga ajudar 
mais pessoas. 
Composição do sistema cardiovascular 
 
O foco da nossa aula de hoje é conhecer o sistema cardiovascular (Figura 1), que é 
composto de uma rede circulatória e do órgão muscular denominado coração. O 
coração é um órgão muscular responsável pelo bombeamento de sangue para os 
vasos sanguíneos, sendo capaz de contrair em torno de 100 mil vezes durante o dia 
todo, resultando, em média, 35 milhões de contrações em 1 ano e, ao total, 2,5 
bilhões de vezes ao longo do período de vida média. Pensando em termos de 
circulação, o coração é responsável pelo bombeamento de sangue para os pulmões, 
visando a sua hematose e permitindo a entrada de oxigênio para dentro da célula e 
a retirada do gáscarbônico. 
Figura 1 | Sistema cardiovascular. Fonte: Pixabay. 
Pensando em termos de potência, o coração é pequeno, sendo equivalente a uma 
mão fechada; já em termos de estrutura, tem, aproximadamente, 12 cm de 
comprimento, 9 cm de largura em ponto mais amplo e cerca de 6 cm de espessura. 
O seu peso varia de acordo com o sexo, sendo 250 g em mulheres adultas e 300 g 
para homens. O coração está posicionado sobre o diafragma, que se localiza 
próximo da linha mediana da cavidade torácica; ele está posicionado no 
mediastino, que se trata de uma região anatômica que se inicia no esterno à coluna 
vertebral e, também, da costela ao diafragma, além de estar localizado entre os 
pulmões direito e esquerdo. 
O coração se assemelha, morfologicamente, a um cone deitado de lado e cujo ápice 
é pontiagudo, formado pela ponta do ventrículo esquerdo, localizando-se sobre o 
diafragma. 
Para identificação correta do ápice do coração, devemos direcionar o olhar para 
frente, para baixo e para a esquerda. A base do coração se encontra do lado oposto 
ao ápice e é formada pelos dois átrios, que são as câmaras superiores do coração, 
sendo que o átrio esquerdo apresenta maior abrangência por conta da circulação 
sanguínea. É possível, também, identificar inúmeras faces no coração, sendo elas a 
face esternocostal, que é profunda, e a face diafragmática, que é a parte do coração, 
localizada entre o ápice e a margem direita se apoiando sobre o diafragma. Além 
das faces, encontramos as margens: a margem direita voltada para o pulmão 
direito e a margem esquerda, voltada para o pulmão esquerdo. 
Fazendo o revestimento do coração, encontramos uma membrana, denominada 
pericárdio, que envolve o coração; ela restringe a movimentação do coração em 
relação a sua postura e à posição do mediastino, porém a contração se mantém de 
elevada intensidade e vigorosa. É possível encontrar dois tipos de pericárdio, o 
fibroso e o seroso. O pericárdio fibroso é composto por tecido conjuntivo 
inelástico, resistente, denso e irregular; ele é o responsável por impedir a 
hiperdistensão do coração, fornecendo proteção e ancorando esse coração ao 
mediastino. Já o pericárdio seroso é bem mais profundo e é formado por uma 
membrana mais delicada, bem como forma as membranas denominadas lâmina 
parietal do pericárdio seroso e lâmina visceral do pericárdio seroso. O espaço 
entre eles é denominado cavidade do pericárdio. 
Posicionamento anatômico na 
formação das imagens radiológicas 
 
A partir dos conceitos obtidos em relação ao sistema cardiovascular, pode-se 
detectar, por meio de imagens radiológicas, uma pericardite, que é conhecida como 
inflamação do pericárdio, sendo que o tipo mais comum é o agudo, que começa 
abruptamente e, geralmente, está associado a uma infecção viral. Nesse sentido, é 
possível sentir dor torácica, que pode irradiar para o ombro, sendo essa causada 
por irritação do pericárdio ou mesmo atrito pericárdico. O tempo de persistência 
do tipo agudo é de 1 semana, aproximadamente, desde que tratada com 
medicamentos que induzem a redução da inflamação. Já a pericardite crônica 
apresenta longa duração e as complicações ocorrem gradualmente; nesse tipo, 
pode haver acúmulo de líquido no pericárdio, podendo ser fatal, já que este 
comprime o coração em uma condição denominada tamponamento cardíaco. 
Estruturalmente, o coração é composto por quatro câmaras cardíacas (Figura 2), 
sendo duas câmaras atriais (direito e esquerdo – recepção de sangue) e duas 
câmaras ventriculares (direito e esquerdo – bombeamento do sangue). A função 
dos átrios é receber sangue dos vasos que retornam o sangue ao coração, 
denominados veias, enquanto os ventrículos ejetam o sangue do coração para 
vasos arteriais. É muito comum ocorrer sulcos na superfície do coração, que 
contém os vasos coronarianos e uma quantidade variável de gordura, sendo que 
eles delimitam a fronteira entre os átrios. Um sulco bem conhecido e de 
importância clínica é o sulco atrioventricular anterior, que é raso e se localiza na 
face esternocostal do coração, delimitando a fronteira externa entre os ventrículos. 
Figura 2 | Divisão da área cardíaca. Fonte: Anatomia, papel e caneta. 
O átrio direito forma a margem direita do coração e recebe sangue de três veias, 
sendo elas: veia cava superior, veia cava inferior e seio coronário. A parede 
posterior do coração é lisa, enquanto a posterior é áspera, por conta das cristas 
musculares denominadas músculos pectíneos. Entre esses átrios, é possível 
identificar o septo interatrial, que, quando está mal formado, pode desencadear um 
quadro de CIA – comunicação interatrial. O quadro desse septo é uma depressão 
denominada fossa oval, derivada do forame oval que se fechou logo após o 
nascimento. Para passar para o ventrículo, o sangue deve, primeiro, passar pelas 3 
válvulas atrioventriculares, por isso denominada tricúspide. 
O ventrículo direito apresenta de 4 a 6 micrômetros de espessura e é responsável 
por formar a maior parte da face esternocostal. O interior do ventrículo contém 
uma série de cristas denominadas trabéculas cárneas, sendo que a função delas é 
transmitir o sistema de condução. Por meio de uma sequência, as cordas tendíneas 
são associadas a trabéculas cárneas, que são denominadas músculos papilares. 
Assim como ocorre com os átrios, no ventrículo, também é observado o septo 
atrioventricular, em que uma disfunção embriológica pode causar a CIV – 
comunicação interventricular. O caminho do sangue é ir em direção aos pulmões 
através do tronco pulmonar, que se divide nas artérias pulmonares direita e 
esquerda. 
Contextualização clínica das posições 
anatômicas cardíacas para aquisição 
das imagens radiológicas 
 
Como vimos no bloco anterior, o coração é formado por 4 câmaras, sendo dois 
átrios e 2 ventrículos. Descrevemos, no bloco anterior, o átrio e o ventrículo 
direitos, agora, vamos descrever, anatomicamente, o átrio e o ventrículo 
esquerdos. 
O átrio esquerdo apresenta o mesmo tamanho do átrio direito e sua função é 
receber sangue dos pulmões através das veias pulmonares. Assim como ocorre 
com o átrio direito, o átrio esquerdo também apresenta parede lisa, enquanto a 
posterior é rugosa. Para o sangue ir para a próxima câmara (ventrículo esquerdo), 
é necessário passar pela valva atrioventricular esquerda, que é denominada valva 
bicúspide ou mitral. 
O ventrículo esquerdo é a câmara mais espessa e funcional do coração; é 
responsável por formar o ápice cardíaco e apresenta, basicamente, as mesmas 
composições do ventrículo direito, bem como ancora a valva atrioventricular 
esquerda. O caminho do sangue a partir dele é através da aorta ascendente da 
aorta, e parte desse sangue vai para as artérias coronárias, que se ramificam da 
parte ascendente da aorta. 
É interessante salientar que, durante a vida fetal, ocorre um ducto que chamamos 
de temporário, ducto arterioso ou canal arterial, que tem por função desviar 
sangue do tronco pulmonar para a aorta. Como os pulmões, nesse caso, não são 
funcionantes, pouco sangue vai para eles (manutenção do desenvolvimento 
pulmonar), já o restante vai ser desviado para a aorta. Fisiologicamente, o ducto ou 
canal arterial deve fechar logo após o nascimento (em até 48h) e, no local, dar-se 
um ligamento conhecido como ligamento arterial, que liga o arco da aorta e o 
tronco pulmonar. 
Na circulação pós-natal, o coração funciona bombeando o sangue em dois circuitos 
fechados a cada contração, iniciando duas circulações bem estabelecidas: 
circulação sistêmica e pulmonar. O ventrículo esquerdo bombeia sangue do 
coração para a circulação sistêmica e recebe sangue com alto teor de oxigênio, pois 
recebe sangue oxigenado dos pulmões. Esse ventrículo ejeta sangue para a aorta 
que migra em direção às artérias sistêmicas subsequentemente, retornando ao 
coração por meio do caminho oposto. O lado direito bombeia sanguepara a 
circulação pulmonar, recebendo sangue com pobre teor de oxigênio para ser 
direcionado às artérias pulmonares para sofrer a hematose nos pulmões. Esse 
sangue retorna ao coração através das veias pulmonares. 
A nutrição das células da camada do coração precisa de uma rede adicional de 
vasos, sendo ela denominada circulação coronária. Nesse contexto, são 
encontradas artérias coronárias e veias coronárias, e uma obstrução parcial do 
fluxo sanguíneo nas artérias coronárias pode desencadear diversas consequências, 
como isquemia miocárdica (Figura 3), sendo ela uma redução no fluxo sanguíneo 
para o miocárdio. Geralmente, esse bloqueio desencadeia hipóxia. A angina no 
peito é uma patologia que apresenta dor intensa acompanhada de isquemia 
miocárdica. Geralmente, é descrita como aperto forte no tórax seguida de 
compressão cuja dor irradia para o ombro esquerdo. Já a obstrução completa de 
uma artéria coronariana pode resultar em infarto agudo do miocárdio, sendo 
conhecida pela morte de uma área de tecido por conta da interrupção de fluxo. 
Figura 3 | Radiografia: isquemia do miocárdio. Fonte: iStock. 
Olá, estudante. Neste vídeo, você terá a oportunidade de 
conhecer a composição do sistema cardiovascular e suas 
principais características e patologias, que podem 
comprometer a sua funcionalidade, em especial do coração, 
bem como vamos detalhar a anatomia cardíaca e comparar a 
circulação pulmonar e sistêmica do adulto com a circulação 
fetal. Com essas informações, será possível interpretar o tipo de 
exame radiológico que melhor identifica e diagnostica 
patologias. 
 
Prezado estudante, temos o prazer de começar nosso estudo 
descrevendo a composição do sistema respiratório, as principais 
funções desse sistema e a vascularização envolvida. Esse tecido é 
um tecido mole que precisa de proteção da caixa torácica, que 
permite a sua expansão a cada respiração (inspiração e 
expiração). É necessário observar que há diferença entre as vias 
aéreas superiores e inferiores, tanto em composição celular como 
estrutural, bem como conhecer a anatomia das vias áreas, pois, 
assim, será mais fácil identificar as alterações que ocorrem nas 
imagens radiológicas. 
 
Composição do sistema respiratório 
 
O foco da nossa aula de hoje é conhecer o sistema respiratório. Ele é composto 
pelas vias aéreas superiores (nariz, faringe, laringe e traqueia) e vias aéreas 
inferiores (brônquios e pulmões). Podemos classificar o sistema respiratório, 
funcionalmente, em duas camadas, sendo elas a porção condutora formada por 
cavidades e vários tubos conectados, sendo estes intra e extrapulmonares. A 
função dessa porção é aquecer, filtrar e umedecer o ar para direcioná-lo aos 
pulmões; já a zona respiratória está localizada no pulmão e é o local em que ocorre 
a hematose. Além da hematose, os pulmões ajudam a regular o pH sanguíneo, 
controlando a acidose respiratória ou alcalose respiratória; são capazes de sentir 
cheiros diferentes por meio da presença de diferentes populações celulares, como 
as células odoríferas; e capazes de filtrar o ar e produzir sons vocais (Figura 1). 
Figura 1 | Sistema respiratório. Fonte: Wikimedia Commons. 
Iniciando a descrição da porção condutora, encontramos o nariz, que é um órgão 
especializado formado por duas partes: a externa (visível) e a interna, denominada 
cavidade nasal. Na parte externa, encontramos osso e cartilagem que podem ser 
detectados nos exames de raio-x, aparecendo esbranquiçados. O principal osso é o 
osso nasal, e o tecido cartilaginoso compõe o septo nasal, que permite a 
movimentação do nariz. Na face interna, encontra-se uma grande quantidade de 
pelos que servem para detectar estímulos olfatórios, modificam de acordo com as 
vibrações da fala, fazendo uma ressonância do ar. A cavidade nasal é o local que 
está alinhado com o músculo e a túnica mucosa, e é nesse local que encontramos os 
cóanos. Além disso, também são observados ductos dos seios paranasais (que têm 
por função drenar o muco) e os ductos lacrimonasais (que têm por função drenar 
lágrimas). Os seios paranasais são espaços delimitados pelos ossos cranianos, 
sendo eles o frontal, esfenoide, etmoide e a maxila. A função principal desse seio é 
servir como câmara de ressonância para produção de som e produção de muco. 
Quando essa cavidade está preenchida por muco não drenado, isso pode resultar 
em processos infecciosos, em aumento da pressão craniana e dor no lobo frontal, 
como na sinusite. 
A faringe também é chamada de garganta, sendo essa um tubo em forma de funil 
que apresenta cerca de 13 cm de comprimento e se estende para o nível da 
cartilagem cricoidea, sendo essa mais inferior à laringe. Como há revestimento de 
musculatura esquelética, há como manter a faringe aberta ou patente, auxiliando 
na deglutição dos alimentos. Anatomicamente, ela é dividida em 3 porções: 
• Parte nasal da faringe (nasofaringe). 
• Parte oral da faringe (orofaringe). 
• Parte laríngea (laringofaríngea). 
A nasofaringe é composta pelo palato mole; a porção posterior é composta pela 
tonsila faríngea; e a orofaringe encontra-se em posição posterior à cavidade oral, 
estendo-se desde o palato mole até o nível do hioide, sendo possível identificar 
dois pares de tonsilas: palatina e lingual. 
Posicionamento anatômico na 
formação das imagens radiológicas 
 
A partir dos conceitos obtidos em relação ao sistema respiratório, continuaremos a 
descrição anatômica das partes da porção condutora e respiratória. 
A laringe é conhecida por uma pequena conexão entre a parte laríngea da faringe e 
a traqueia, sendo identificadas peças cartilaginosas (tireoidea, epiglote e cricoidea; 
aritenoide, cuneiforme e corniculada). São as pregas aritenoides que influenciam 
alterações na mudança e tensão das pregas vocais. A cartilagem tireoidea também 
é conhecida como pomo de Adão, e sua composição é duas lâminas fundidas de 
cartilagem hialina, que permitem a movimentação de acordo com a respiração e 
deglutição. Ela varia entre os sexos por conta da influência dos hormônios de 
crescimento. 
A epiglote atua durante a deglutição do alimento, pois a faringe se eleva para 
receber o alimento e a epiglote move-se para baixo, cobrindo-a. Faz-se interessante 
salientar que, quando pequenas partículas de fumaça, alimento ou partícula de 
poeira passam para a região da laringe, pode ocorrer o reflexo da tosse, na 
tentativa de se expelir o material inalado. Quando ocorre uma laringite ou 
inflamação da laringe, pode haver rouquidão, e isso ocorre devido a infecções 
respiratórias ou mesmo substâncias irritantes. Se esse processo continuar ativo, 
como por fumaça advinda do cigarro, poderá desencadear o câncer da laringe, 
caracterizado por rouquidão, dor ao engolir, dor que pode irradiar até a orelha. 
A traqueia é um tubo revestido de cartilagem hialina que proporciona flexibilidade 
e firmeza; ela está localizada na porção anterior ao esôfago e se divide em 
brônquios, na entrada dos pulmões, sendo eles direito e esquerdo. O anel 
cartilaginoso está organizado em forma de C incompleto, e isso impede que a 
traqueia não colapse, obstruindo a passagem de ar. Nesse contexto, são 
caracterizadas várias condições que podem bloquear o fluxo de ar, por exemplo: 
quando os anéis cartilaginosos são acidentalmente esmagados, excesso de muco, 
aspiração de um objeto maior que o diâmetro da traqueia ou, até mesmo, um 
tumor canceroso. Caso a obstrução ocorra acima do nível da laringe, pode ser 
realizada uma traqueotomia. 
A partir da traqueia, ocorre a ramificação dos brônquios, formando os brônquios 
principais direito e esquerdo, sendo que o direito vai para o pulmão direito, 
enquanto o esquerdo vai para o pulmão esquerdo. Como o direito tende a ser mais 
curto e largo, quando um objeto é aspirado erroneamente, pode, facilmente, alojar-
se no brônquio direito. Uma característica importante é que essesbrônquios 
também apresentam anéis incompletos cartilaginosos e um tecido mucoso que 
produz elevada quantidade de muco para lubrificação da região. Entre os 
brônquios, ocorre a presença da carina, uma crista interna. Quando ela está 
altamente alargada e distorcida, pode indicar carcinoma de linfonodo, uma 
patologia grave que merece atenção e cuidado extremo. 
Figura 2 | Traqueia. Fonte: iStock. 
Contextualização clínica das posições 
anatômicas respiratórias para 
aquisição das imagens radiológicas 
 
Como vimos no bloco anterior, a ramificação a partir da traqueia forma os 
brônquios principais direito e esquerdo. A partir deles, há uma extensa ramificação 
que formará os alvéolos pulmonares. 
Os pulmões são o local em que ocorre a hematose, ou seja, as trocas gasosas entre 
o meio ambiente e o organismo ocorrem dentro dos alvéolos pulmonares, que são 
sacos minúsculos e ocos presentes dentro dos pulmões. A aparência de esponja dos 
pulmões se deve aos quase 300 milhões de alvéolos presentes em cada um, que 
estão envolvidos por capilares pulmonares (em torno de 1.000 capilares para cada 
alvéolo), o que aumenta muito a superfície para a troca de gases. O que diferencia 
os capilares alveolares dos demais é sua capacidade de se dilatar quando os níveis 
de oxigênio dentro dos alvéolos ficam elevados e de se contrair em baixos níveis de 
oxigênio, fazendo com que o fluxo sanguíneo seja direcionado para os alvéolos com 
mais oxigênio. 
Os pulmões têm formato cônico com seu ápice na primeira costela, e sua porção 
inferior é côncava ampla e repousa na superfície superior do diafragma; além 
disso, eles são circundados pelas cavidades pleurais, que são revestidas pela pleura 
(membrana serosa). A pleura visceral cobre as superfícies pulmonares, já a pleura 
parietal reveste a superfície interna da parede torácica e, entre elas, temos a 
cavidade pleural. 
Os processos de respiração podem ser divididos em pulmonar e celular. A troca de 
gases (oxigênio e gás carbônico) entre o ambiente externo e todos os tecidos, de 
modo a atender as demandas das células, corresponde à respiração pulmonar, 
enquanto a respiração celular corresponde à absorção de oxigênio e liberação de 
gás carbônico pelas células. Qualquer tipo de variação na respiração pulmonar 
afeta, diretamente, os níveis de oxigênio e prejudica o seu fornecimento para os 
tecidos. Ou seja, uma diminuição da concentração de oxigênio (hipóxia) pode 
limitar as atividades metabólicas do tecido afetado e levar à morte desse tecido. 
Nos casos de anóxia, o suprimento de oxigênio é totalmente interrompido e ocorre 
a morte das células, que é o que vemos em casos de derrames e infartos. 
Quando inspiramos e expiramos uma vez, completamos um ciclo respiratório, e 
nossa capacidade respiratória corresponde ao volume total de ar que os pulmões 
conseguem reter nesse processo. Essa capacidade está intimamente relacionada 
com a qualidade de insuflação pulmonar e com a mecânica respiratória, o que pode 
estar relacionada com fatores como obstruções nas vias aéreas superiores. 
Mas não podemos confundir capacidade respiratória com capacidade pulmonar. A 
capacidade respiratória é a quantidade de ar que os pulmões conseguem reter em 
um ciclo respiratório, enquanto a capacidade pulmonar está relacionada com a 
quantidade de oxigênio transportada pela circulação sanguínea. Nesse contexto, é 
importante lembrar que o ar aparecerá preto/escuro nas imagens radiológicos, e 
quando, por algum motivo, a cavidade estiver preenchida, poderá ocorrer 
substituição de ar por muco, ou seja, nas imagens radiológicas, ele aparecerá 
esbranquiçado. 
Olá, estudantes. Neste vídeo, você terá a oportunidade de 
conhecer a composição do sistema respiratório, suas principais 
características e patologias que podem comprometer a sua 
funcionalidade, em especial, a dos pulmões, bem como vamos 
detalhar a anatomia pulmonar e comparar os órgãos que formam 
a porção condutora e o pulmão, que forma a porção respiratória. 
Com essas informações, será possível interpretar o tipo de exame 
radiológico que melhor identifica e diagnostica patologias. 
 
Prezado estudante, teremos o prazer de começar nosso estudo 
descrevendo a composição do sistema digestório, as principais 
funções desse sistema e a vascularização envolvida. Esse sistema é 
complexo e composto por vários órgãos que apresentam 
morfologia diferenciada, sendo preciso atenção para diferenciá-
los. A análise das patologias e seus diagnósticos são feitos por 
meio de diversos exames de imagem, em que é possível visualizar 
estruturas anormais, inflamações e presença de tumores causados 
por alimentos, medicamentos, estresse, entre outros. 
Aproveite esta aula e estude bastante, a fim de ampliar seus 
conhecimentos quanto à impressão desses órgãos nas imagens 
radiológicas e poder ajudar muitas pessoas! 
Composição do sistema digestório 
 
O foco da nossa aula de hoje é conhecer o sistema digestório (Figura 1), que é 
formado por dois grupos, sendo o primeiro formado pelo canal alimentar e o 
segundo pelos órgãos acessórios. O canal alimentar é formado por um tubo 
contínuo, que inicia na boca e termina no ânus, formado por boca, faringe, esôfago, 
estômago, intestino delgado e grosso. Somente o tubo não é suficiente para que o 
processo de digestão e absorção ocorra com sucesso, nesse caso, os órgãos 
acessórios são imprescindíveis, sendo eles compostos por dentes, língua, glândulas 
salivares, fígado, vesícula biliar e pâncreas. 
Figura 1 | Sistema digestório. Fonte: Wikimedia Commons. 
O estômago é um órgão que apresenta alargamento do canal em forma de J e que se 
encontra diretamente abaixo ao diafragma (Figura 2). A sua função principal é 
servir como um movimento de mistura e propulsão que auxilia na digestão do 
alimento. Entre as demais funções que o estômago desempenha, temos a mistura 
do alimento a secreções para formar o quimo, bem como ser local de 
armazenamento para liberação do intestino delgado e de secretar suco gástrico 
composto por várias enzimas, fator intrínseco que ajuda na absorção da vitamina 
B12 e, também, da lipase gástrica; por fim, ele é capaz de secretar a lipase gástrica. 
Anatomicamente, o estômago é dividido em 4 regiões, sendo elas: cárdia, fundo, 
corpo e piloro. A cárdia é a região localizada entre o esôfago e a porção do fundo; a 
porção mais arredondada na porção superior é o fundo; já o corpo é a maior 
porção e localiza-se centralmente; e o piloro pode ser dividido em antro pilórico, 
canal pilórico e o piloro, propriamente dito, sendo que este faz contato com o 
duodeno. 
Quando o estômago está vazio, é possível observar as pregas gástricas, sendo elas 
aparentes na forma de rugas. A margem medial é côncava e denominada curvatura 
menor, enquanto a margem lateral convexa é denominada curvatura maior. Uma 
patologia muito comum que ocorre na região do piloro é a estenose pilórica, sendo 
um estreitamento do óstio pilórico que deve ser corrigido rapidamente. O sintoma 
mais clássico é o vômito em jato quando apertado, e é interessante salientar que, 
histologicamente, é possível identificar apenas 3 regiões, sendo elas: cárdia, 
corpo/fundo e piloro. 
Figura 2 | Estômago. Fonte: Wikimedia Commons. 
Anatomicamente, o pâncreas está localizado na porção retroperitoneal e encontra-
se em posição posterior à curvatura maior do estômago. Ele consiste em uma 
cabeça, corpo e cauda que estão associados ao duodeno por meio do ducto 
pancreático principal. A cabeça é a região que está próxima ao duodeno, o corpo é 
a maior região do corpo, enquanto a cauda é a região mais afilada. O pâncreas é 
conhecido por ser uma glândula exócrina, responsável pela secreção das enzimas 
digestivas, e uma glândula endócrina, por meio da liberação dos hormônios 
presentes na Ilhota pancreática. São esses hormônios que auxiliam na digestão, na 
glicemia e na regularizaçãoda fisiologia óssea. Por ser uma glândula exócrina, 
secretam o suco pancreático por meio de ductos denominados ductos pancreáticos 
e acessórios; geralmente, o ducto pancreático se une ao ducto colédoco, que tem 
sua procedência do fígado e da vesícula biliar e é capaz de entrar no duodeno como 
um ducto comum chamado ampola hepatopancreática ou mesmo pelo epônimo 
Ampola de Vater. 
Posicionamento anatômico na 
formação das imagens radiológicas 
 
A partir dos conceitos obtidos em relação ao sistema digestório, vamos continuar 
aplicando os conceitos anatômicos em relação ao fígado, que é a glândula mais 
pesada do nosso corpo capaz de regeneração, desde que a lesão não complete 2/3 
do órgão, e se encontra abaixo do diafragma, ocupando porção significativa do 
hipocôndrio direito e algumas partes da região epigástrica da cavidade 
abdominopélvica. Complementando a informação, a vesícula biliar é um saco que 
apresenta formato de pera e se localiza na face posterior do fígado. 
Anatomicamente, o fígado é quase completamente revestido por peritônio visceral 
e dividido em dois lobos principais, lobo hepático direito maior e lobo hepático 
esquerdo menor, que são unidos por um ligamento denominado ligamento 
falciforme (resquício do desenvolvimento embrionário). É importante 
salientarmos que o lobo esquerdo ainda pode ser subdividido em lobo quadrado 
inferior e lobo caudado posterior. Além disso, são identificados outros ligamentos, 
como o ligamento redondo, que é um remanescente da veia umbilical do feto, e os 
ligamentos coronários direito e esquerdo. 
Anatomicamente, a vesícula biliar (Figura 3) é composta por uma ampla região 
denominada fundo da vesícula biliar, que está localizada na margem inferior do 
fígado, e uma região do corpo que é a parte central; além disso, o colo da vesícula 
biliar é a parte mais estreitada. 
Figura 3 | Vesícula biliar. Fonte: Wikimedia Commons. 
Pensando em termos de digestão e absorção, os intestinos são peças fundamentais. 
O intestino delgado é a primeira porção e é responsável pela digestão e absorção, e 
isso ocorre por meio da presença das vilosidades intestinais. Esse aumento da área 
de absorção e contato facilita a entrada dos nutrientes para que eles possam ser 
convertidos em energia na forma de adenosina trifosfato. Anatomicamente, ele 
apresenta cerca de 2 cm de diâmetro e seu comprimento pode chegar até 3 m na 
pessoa viva, bem como serpenteia a parte central da cavidade abdominal e se abre 
para o intestino grosso. A primeira porção é o duodeno, espaço mais curto 
localizado na região retroperitoneal, apresentando formato de C. Seu comprimento 
chega a cerca de 25 cm até se fundir com jejuno, sendo que a região jejunal é a 
região que ocupa cerca de 1 m de comprimento, e a maior porção é o íleo, que 
apresenta cerca de 2 m de comprimento, sendo essa a porção final que se abre no 
intestino grosso depois da passagem pelo óstio ileal. 
As principais funções do intestino delgado envolvem a mistura do quimo com as 
enzimas digestivas advindas do pâncreas que facilitam a absorção, além de 
impulsionar o quimo por meio do peristaltismo. É nessa porção que deve ocorrer a 
completa digestão de carboidratos, proteínas e lipídios, bem como completa a 
digestão dos ácidos nucleicos. Caso a digestão não ocorra adequadamente, as 
bactérias que estão presentes na região do cólon são responsáveis pela 
fermentação desses alimentos pouco digeríveis e absorvíveis 
denominados fodmaps. 
Contextualização clínica das posições 
anatômicas digestórias para aquisição 
das imagens radiológicas 
 
Como vimos, os órgãos que compõem o sistema digestório são vários, e para 
finalizar, iremos aplicar os conhecimentos anatômicos referentes ao intestino 
grosso, que apresenta cerca de 1 m de comprimento e inicia-se no íleo e finaliza-se 
no ânus. É nessa porção que encontramos a maior parte das bactérias que são 
responsáveis pela fermentação dos alimentos que foram fracamente 
digeridos/absorvidos, bem como podemos identificar quatro regiões anatômicas, 
sendo elas: ceco, colo, reto e, por fim, canal anal. Esse orgão apresenta como 
principais funções a agitação muscular a fim de movimentar o alimento através do 
peristaltismo, bactérias convertendo proteínas em aminoácidos e produzindo 
vitaminas B e K. São capazes de absorver poucas moléculas de água, íons e 
vitaminas e formam as fezes. 
O ceco (Figura 4) é uma pequena bolsa que se encontra pendurada na porção 
inferior do óstio ileal, sendo esse o local de abertura do intestino delgado para o 
grosso. Anexa ao ceco, encontramos uma estrutura em forma de tubo altamente 
espirada denominada apêndice vermiforme. Uma inflamação do apêndice é 
denominada apendicite, sendo esta precedida da obstrução do lúmen do apêndice 
pelo quimo, presença de corpos estranhos, estenoses (embrionária ou não) ou 
mesmo dobras no próprio órgão que ocorreram durante o desenvolvimento 
embrionário no retorno do processo de herniação fisiológica. 
Tal inflamação apresenta como sintomas febre alta, contagem de leucócitos 
elevada e neutrófilo extremamente superior ao padrão de referência. Nesse 
sentido, pode resultar em edema e isquemia, progredindo para gangrena. 
Inicialmente, começa uma dor referida próxima ao umbigo, seguido de perda de 
apetite, evoluindo para anorexia, náuseas e vômitos em jato. Algumas horas após, 
ela se torna contínua, difusa e grave, podendo se intensificar com qualquer 
movimento. A melhor forma de tratamento é a apendicectomia, que é a remoção do 
apêndice vermiforme. 
Figura 4 | Ceco. Fonte: Wikimedia. Commons. 
A região do colo é dividida em 4 porções: ascendente, transverso, descendente e 
sigmoide. Faz-se interessante salientar que os cólons ascendente e descendente 
são considerados retroperitoneais, já os cólons transverso e sigmoide não são. O 
reto é a porção final do intestino grosso e apresenta, na sua porção final, o canal 
anal. Essa porção do canal anal é denominada colunas anais, sendo ela composta 
por pregas longitudinais altamente vascularizadas. A abertura do canal anal é 
denominada ânus, havendo a necessidade, pra isso, de músculos como esfíncter 
interno do ânus, responsável pelo movimento involuntário, sendo ele classificado 
como músculo liso, e esfíncter externo do ânus, nesse caso, voluntário, composto 
por tecido muscular estriado esquelético. 
Para finalizar o estudo, avaliaremos, anatomicamente, o baço, sendo ele uma 
estrutura oval localizada no hipocôndrio esquerdo. Sua face superior é lisa e 
convexa; ele é dividido em duas partes, a polpa branca, composta de tecido 
linfático contendo artéria central, e a polpa vermelha, composta de tecido 
conjuntivo frouxo. É nesse órgão que ocorre a hemocaterese. 
Olá, estudante. Neste vídeo, você terá a oportunidade de conhecer 
a composição do sistema digestório, os principais órgãos e como 
eles se apresentam nas radiografias convencionais e tomografias, 
sabendo que sua composição é de tecido mole. Vamos focar suas 
principais características, funções e patologias que podem 
comprometer a sua funcionalidade, logo, com essas informações, 
será possível interpretar o tipo de exame radiológico que melhor 
identificar e diagnosticar patologias. 
Prezado estudante, teremos o prazer de começar nosso estudo 
descrevendo a composição do sistema urinário e os aspectos que 
podem ser avaliados em exames de imagem, como radiografia 
convencional e tomografia computadorizada; além disso, serão 
enfocados os principais aspectos funcionais desse sistema e a 
vascularização envolvida. Durante a aula, vocês, ainda, terão a 
oportunidade de conhecer detalhes sobre a aorta abdominal e a 
veia cava inferior e como elas se inter-relacionam. Aproveite esta 
aula e estude bastante, a fim de ampliar seus conhecimentos de 
impressão desses órgãos e suas funcionalidades nas imagens 
radiológicas, conseguindo ajudar muitas pessoas! 
Composiçãodo sistema urinário e 
vasos acessórios 
 
O foco da primeira parte da aula é conhecer o sistema urinário (Figura 1), seus 
principais componentes e suas principais funções. Ao iniciarmos pela descrição 
anatômica, encontramos que o sistema urinário é composto de dois rins, dois 
ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra. A função dele é fazer a filtração do 
sangue e, dessa maneira, retornar grande parte de solutos para a corrente 
sanguínea. O fluido que foi liberado fará, a partir de então, parte da composição da 
urina, que passará pelos ureteres e será armazenada na bexiga urinária até que 
consiga ser eliminada pela uretra. Quanto às funções desempenhadas pelos rins, 
eles regulam o volume e a composição do sangue, ajudam a regular a pressão 
arterial, pH sanguíneo e os níveis de glicose, bem como são responsáveis por 
produzir dois hormônios importantes, como calcitriol e eritropoietina, eliminando 
a urina como escória metabólica. 
Figura 1 | Sistema urinário. Fonte: Wikimedia Commons. 
Anatomicamente, os rins são órgãos pares, de aparência avermelhada e em forma 
de feijão. Eles estão localizados logo acima da cintura, posicionados entre o 
peritônio e a parede posterior do abdome; são órgãos considerados 
retroperitoneais e estão posicionados entre as últimas vértebras torácicas e a 
terceira vértebra lombar. Como estão protegidos pelas últimas costelas (XI e XII), 
se houver fraturas ou lesões, estas poderão causar perfuração renal, e quando o 
rim é lesado nessa magnitude, é incompatível com a vida. Pensando em termos de 
posicionamento anatômico, o rim direito está relativamente mais baixo que o rim 
esquerdo, e isso ocorre devido ao posicionamento do fígado. 
Um rim de adulto é diferente do rim de um feto ou criança. No adulto, ele mede 
cerca de 12 cm de comprimento, 7 cm de largura e 3 cm de espessura e o seu peso 
varia entre 135 e 150g. Voltada para a coluna, encontramos a margem medial, que 
apresenta posicionamento côncavo, e, nessa posição, encontramos o hilo renal, ao 
qual partem o ureter, os vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. 
Ao fazermos o revestimento externo, encontramos três camadas que circundam 
cada rim. A mais externa é uma cápsula fibrosa composta de um tecido conjuntivo 
denso altamente contínuo; a sua função é proteger contra possíveis traumatismos 
e auxilia a manter a forma do rim apropriada. Internamente, encontramos uma 
cápsula de tecido adiposo que chamaremos de cápsula fibrosa; sua função também 
é proteger o rim contra traumas e auxiliar no posicionamento dos rins na cavidade 
abdominal. Superficialmente, encontramos a fáscia renal, composta de tecido 
conjuntivo denso que tem por função ancorar os rins nas estruturas que os 
circundam e, também, na parede abdominal. 
Refletindo sobre o posicionamento renal, embriologicamente falando, pode ser 
identificada uma condição denominada nefroptose, ou seja, rim flutuante. Esse tipo 
de condição permite o deslocamento da posição renal, no caso, uma “queda” renal, 
e isso ocorre devido à falta de fixação nos órgãos adjacentes ou por conta de falta 
de revestimento adequado do tecido adiposo. Essa condição ocorre em pessoas 
que apresentam baixa constituição de tecido adiposo, ou seja, fáscia renal 
deficiente, mas qual a consequência dessa condição? O ureter pode torcer e levar 
ao bloqueio do fluxo urinário, e como não ocorrerá fluxo urinário, ocorrerá refluxo 
da urina para os tecidos renais, o que desencadeará lesões que comprometerão a 
sua capacidade morfológica e estrutural. 
Posicionamento anatômico na 
formação das imagens radiológicas 
 
A partir dos conceitos obtidos em relação ao sistema urinário, precisamos 
descrever a histoarquitetura renal para entender as grandes alterações que 
aparecem nas imagens radiológicas. Em um corte frontal, identificamos duas 
grandes regiões, uma região vermelha clara e superficial, denominada córtex renal, 
e a mais interna, que apresenta coloração vermelha escura, denominada medula 
renal, já internamente, encontram-se as pirâmides renais. 
A base da pirâmide apresenta formato triangular e está voltada para o córtex renal, 
já o ápice se volta para o hilo renal, e, nesse caso, é chamado de papila renal. 
Encontramos, nessa região cortical, a zona cortical externa e zona justamedular 
interna, e é essa região cortical que denominamos parênquima, em que 
identificamos os néfrons, que drenam todo o filtrado glomerular para os ductos 
coletores. Os ductos acabam por drenar para estruturas em forma de alças, que 
denominamos cálices renais maiores e cálices renais menores. Em termos de 
quantidade, é possível observar entre 8 e 18 cálices menores e, aproximadamente, 
2 ou 3 cálices maiores. A partir desses cálices, a urina flui para a pelve renal, que 
seria uma grande cavidade presente na periferia das papilas; em seguida, essa 
mesma urina desemboca no ureter e, assim, alcança a bexiga urinária. 
Tendo em vista a função renal de filtração glomerular, esta deve apresentar uma 
rede altamente vascularizada, e a artéria responsável por essa irrigação é a artéria 
renal. Em seguida, o sangue percorre as artérias segmentares, que são 
responsáveis pela emissão de ramos, formando as artérias interlobares, que se 
arquearão entre o córtex e a medula, sendo essas artérias denominadas artérias 
arqueadas, responsáveis pela produção de várias artérias interlobulares, que 
irradiam para fora, entram no córtex e emitem ramos denominados arteríolas 
glomerulares aferentes. 
Fazendo a composição glomerular, é identificada arteríola glomerular eferente, 
que é responsável por levar o sangue para fora do glomérulo. A partir do momento 
em que há filtração glomerular, os capilares glomerulares eferentes, que 
chamaremos de arteríola reta, irrigam diferentes porções dos túbulos que 
compõem o néfron, que está localizado na medula renal. Nesse sentido, o segmento 
das veias é comum às veias interlobulares e fluem para as arqueadas, em seguida, 
às veias interlobares. O sangue, entãi, sai do rim por meio de uma veia renal que é 
única e bem característica e emerge do hilo renal, sendo responsável pelo 
transporte de sangue venoso. 
Refletindo na circulação sanguínea, a partir do momento que o sangue sai pela 
artéria aorta, ele conflui para a parte ascendente da aorta, sendo que parte dele 
acaba fluindo para as artérias coronárias. Assim que o sangue está na parte 
ascendente da aorta, ele flui pelo arco dela e desemboca na parte descendente da 
aorta, que é composta pelas partes torácicas e abdominal. São esses ramos os 
responsáveis por irrigar todos os demais órgãos que compõem o nosso corpo. Na 
circulação fetal, ocorre de maneira diferente, tendo em vista que o pulmão 
apresenta pouca ou nenhuma função, apenas sofre maturação e desenvolvimento. 
O sangue, nesse sentido, é desviado do tronco pulmonar para a aorta, e o propósito 
do ducto arterioso é se fechar logo após o nascimento, e o remanescente dele é o 
ligamento arterial, que é responsável por ligar o arco da aorta e o tronco pulmonar. 
Contextualização clínica das posições 
anatômicas digestórias para aquisição 
das imagens radiológicas 
 
No bloco anterior, vimos o conceito do sistema urinário e as artérias tão 
importantes para manter a homeostasia de todos os sistemas. Frente a isso, 
existem patologias que podem ser identificadas pela ultrassonografia (Figura 2), 
como as varizes, fazendo com que as veias se tornem dilatadas e, até mesmo, 
retorcidas; nesse caso mais grave, podem ser chamadas de veias varicosas, comuns 
no esôfago, canal anal e veias superficiais localizadas nos membros inferiores, 
podendo desencadear uma dor profunda. Outra nomenclatura utilizada para esse 
tipo de varizes no canal anal é hemorroidas, sendo comum que haja sangramento 
no esôfago ou mesmo no canal anal. 
Figura 2 | Ultrassonografia das veias. Fonte: Wikimedia Commons. 
O retorno venoso ao coração deveocorrer por meio das veias, sendo elas a veia 
cava superior e inferior, e ambas devem desembocar no átrio direito. A veia cava 
inferior é responsável por coletar o sangue de todos os órgãos abdominais, e essas 
veias precisam ter uma constituição firme, para não se romper com qualquer 
fratura, e elasticidade o suficiente para acomodar todo o sangue que passa por 
elas. 
Considerando a nomenclatura das veias, podemos considerar que elas podem ser 
superficiais ou profundas. Além das veias cavas, desemboca, também no coração, o 
seio coronário, que recebe sangue das veias cardíacas, responsáveis por drenar o 
coração. 
O foco da nossa aula é identificar a veia cava inferior (VCI), que é considerada a 
maior veia do nosso corpo e apresenta cerca de 4 cm de diâmetro. O seu início 
começa pela união das veias ilíacas comuns que estão atrás do peritônio, dessa 
maneira, passa pelo forame do diafragma e, assim, consegue entrar no átrio direito. 
Os órgãos responsáveis pela sua drenagem são o abdome, a pelve renal e os 
membros inferiores. Um ponto que merece atenção é que são essas veias que são 
comprimidas durante os diferentes estágios dos finais da gestação pelo útero 
aumentado. Como essa compressão ocorre em grande quantidade, a tendência é 
que ocorram edemas, principalmente sendo nos tornozelos e nos pés, bem como a 
presença de veias varicosas, que tendem a ser temporárias. 
É interessante salientarmos que muitas pequenas veias podem desembocar na veia 
cava inferior, porém ela não recebe veias diretamente do sistema digestório e 
glândulas acessórias, como baço, pâncreas e vesícula biliar. Todo esse sangue 
desemboca na veia porta do fígado, que, então, é drenado pelas veias mesentéricas 
superior e inferior, e forma a veia hepática, e essa veia, então, é a responsável por 
drenar o sangue para a veia cava inferior. 
As veias que drenam para a veia cava inferior são: veias frênicas inferiores, veias 
hepáticas, veias lombares, veias suprarrenais, veias renais, veias reprodutoras ou 
gonadais (que podem ser as testiculares no homem e ováricas nas mulheres), veias 
ilíacas comuns, veias ilíacas internas e veias ilíacas externas. 
Olá, estudantes. Neste vídeo, você terá a oportunidade de 
conhecer a composição do sistema urinário, sua composição 
morfológica (anatômica e histológica) e funcional, bem como a 
importância dos vasos que estão relacionados, como a aorta 
abdominal e suas ramificações, assim como a veia cava inferior e a 
sua respectiva drenagem. 
Com essas informações, será possível interpretar o tipo de exame 
radiológico que melhor identificar e diagnosticar patologias. 
Características principais dos órgãos 
torácicos e abdominais 
 
Caro estudante, vamos começar o nosso estudo revisando os principais aspectos 
do sistema cardiovascular (Figura 1). Iniciaremos nosso estudo pelo coração, que é 
um órgão muscular responsável pelo bombeamento de sangue para os vasos 
sanguíneos. Pensando em termos de circulação, o coração é responsável pelo 
bombeamento de sangue para os pulmões visando a sua hematose e, assim, 
permitir a entrada de oxigênio para dentro da célula e a retirada do gás carbônico. 
Ele está localizado acima do diafragma, que se localiza próximo da linha mediana 
da cavidade torácica; além disso, está posicionado no mediastino, que é uma região 
anatômica que se inicia no esterno até a coluna vertebral e, também, da costela ao 
diafragma, além de estar localizado entre os pulmões direito e esquerdo. 
Figura 1 | Sistema cardiovascular Fonte: Wikimedia. 
O coração se assemelha, morfologicamente, a um cone deitado de lado cujo ápice é 
pontiagudo, formado pela ponta do ventrículo esquerdo, e se localiza acima do 
diafragma. Para identificação correta do ápice do coração, devemos direcionar o 
olhar para frente, para baixo e para a esquerda. A base do coração se encontra do 
lado oposto ao ápice e é formado pelos dois átrios, que são as câmaras superiores 
do coração, sendo que o átrio esquerdo apresenta maior abrangência por conta da 
circulação sanguínea. É possível, também, identificar inúmeras faces no coração, 
sendo elas a face esternocostal, que é profunda, e a face diafragmática, que é a 
parte do coração localizada entre o ápice e a margem direita, apoiando-se sobre o 
diafragma. Além das faces, encontramos as margens, a margem direita voltada 
para o pulmão direito e a margem esquerda voltada para o pulmão esquerdo. 
O sistema respiratório (Figura 2) é composto pelas vias aéreas superiores (nariz, 
faringe, laringe e traqueia) e vias aéreas inferiores (brônquios e pulmões). 
Podemos classificar o sistema respiratório, funcionalmente, em duas camadas, 
sendo elas a porção condutora, que é formada por cavidades e vários tubos 
conectados, sendo eles intra e extrapulmonares. A função dessa porção é aquecer, 
filtrar e umedecer o ar para direcioná-lo aos pulmões. A zona respiratória está 
localizada no pulmão e é o local em que ocorre a hematose. 
Figura 2 | Sistema respiratório. Fonte: Wikimedia. 
O sistema digestório (Figura 3) é formado por um tubo contínuo que se inicia na 
boca e se estende até o ânus, sendo formado por boca, faringe, esôfago, estômago, 
intestinos delgado e grosso. Somente o tubo não é suficiente para que o processo 
de digestão e absorção ocorra com sucesso; nesse caso, os órgãos acessórios são 
imprescindíveis, sendo eles compostos de dentes, língua, glândulas salivares, 
fígado, vesícula biliar e pâncreas. 
Figura 3 | Sistema digestório. Fonte: Wikimedia. 
O sistema urinário (Figura 4) é formado por um par de rins, um par de ureteres, 
bexiga urinária e uretra. Um rim de adulto é diferente do rim de um feto ou criança. 
No adulto, ele mede cerca de 12 cm de comprimento, 7 cm de largura e 3 cm de 
espessura e o seu peso varia entre 135 e 150 g. Voltada para a coluna, encontramos 
a margem medial, que apresenta posicionamento côncavo, e, nessa posição, 
encontramos o hilo renal, da qual partem o ureter, os vasos sanguíneos, linfáticos e 
nervos. 
Figura 4 | Sistema urinário. Fonte: Wikimedia. 
Aproveite esta aula para revisar o conteúdo abordado nesta unidade e aprimorar o 
seu conhecimento! Bons estudos! 
Caro estudante. Neste vídeo, nós vamos conhecer os pontos 
principais dos tipos de sistemas que compõem o nosso corpo 
focando o sistema cardiovascular, sistema respiratório, sistema 
digestório e sistema urinário, bem como as suas principais 
características e os aspectos vasculares mais relevantes de cada 
um desses sistemas. Durante o vídeo, iremos associar tais 
sistemas com as principais patologias. 
Mulher, 31 anos, buscou atendimento se queixando de dor 
torácica súbita com discreto esforço respiratório. No exame físico, 
encontrava-se discretamente taquipneica (aceleração dos 
batimentos cardíacos) e com redução do murmúrio vesicular na 
ausculta do lado direito. 
Durante o atendimento, a paciente relatou ser tabagista há 15 
anos e etilista há, aproximadamente, 10 anos, aumentando a 
quantidade nos últimos 2 anos. Ela é hipertensa controlada, 
fazendo uso de enalapril; diabética controlada com metformina; e 
apresenta dislipidemia controlada por sinvastatina, porém ela 
relatou esquecer em alguns momentos. Além disso, a paciente 
também disse sentir fortes dores de cabeça, náuseas, vômitos, 
estava afebril, anictérica e acianótica, demonstrando bem-estar 
geral. Intrigado, o médico solicitou uma ressonância magnética, e 
como ela ainda estava apresentando dor abdominal intensa com 
flatulência, o médico resolveu investigar isso também. Pela 
sintomatologia trazida pela paciente e pelos sinais que foram 
observados pelo médico, foi inferida uma hipótese diagnóstica de 
pneumotórax relacionada à queixa principal, inda que as queixas 
secundárias mereçam atenção, pois podem afetar o sistema 
cardiovascular e os órgãos abdominais, em especial o intestino, já 
que está presente uma distensão abdominal.Um estudante tecnólogo em radiologia que estava estagiando com 
o médico radiologista responsável tentou entender o porquê de 
terem sido solicitados esses exames, e o médico radiologista o 
questionou se ele tinha o conhecimento da anatomia desses 
sistemas comprometidos. 
____ 
Reflita 
Frente a esse cenário em que a paciente se encontra, reflita sobre 
seguintes questões: 
• Quais são as características anatômicas do sistema 
respiratório? 
• Quais as características anatômicas do sistema 
cardiovascular? 
• Sabendo que a paciente estava apresentando muita dor, qual 
o principal órgão abdominal afetado que pode estar 
comprometido? 
• A paciente chegou ao pronto socorro apresentando 
inúmeras queixas, entre elas, a tosse seca persistente, coriza 
e dificuldade para respirar. O provável diagnóstico dessa 
patologia é a síndrome da angústia respiratória. A 
dificuldade para respirar caracteriza-se pela presença dos 
alvéolos pulmonares atelectasiados (colabados) e impedidos 
de realizar a hematose (troca gasosa), e isso ocorre devido a 
uma infecção viral ou bacteriana, que compromete todo o 
parênquima pulmonar. 
• Pelo fato de a paciente ser hipertensa, diabética, 
dislipidêmica e estar apresentando dores de cabeça 
frequente e perda da visão, é interessante que seja realizada 
uma tomografia computadorizada para comprovação de um 
acidente vascular encefálico do tipo hemorrágico com 
rompimento abrupto dos vasos cerebrais. 
• Como a paciente é diabética, hipertensa e dislipidêmica, 
provavelmente, está havendo um problema hepático, mas o 
principal órgão comprometido é o intestino, tanto o delgado 
quanto o grosso. 
• Caro estudante, neste momento, devemos refletir sobre os principais 
pontos que serão estudados nesta aula. 
• O importante é conhecer as principais características anatômicas dos 
principais sistemas: cardiovascular, respiratório e digestório. 
• Bons estudos! 
Figura 5 | Resumo. Fonte: elaborada pela autora.

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