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ANATOMIA DAS IMAGENS

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Histórico da radiologia e os principais 
tipos de exames de imagem 
 
A história da radiologia inicia em 1895 quando Wilhelm Conrad 
Roentgen, trabalhando em uma câmara escura na Alemanha, 
identificou que uma tela, pintada com material fluorescente e 
localizada um pouco distante de um tubo de raios catódico que 
havia sido energizado, brilhava muito. Como ele não sabia 
classificar esse tipo de raio, denominou-o “raio X”. Pouco tempo 
depois essa metodologia estava tão disseminada que se utilizavam 
raios-X para quase todos os tipos de exames radiológicos. 
Atualmente, as imagens radiográficas convencionais são 
produzidas por uma combinação de radiação ionizante e luz que 
atinge uma superfície fotossensível, a qual, por sua vez, produz 
uma linhagem latente subsequentemente processada. Com essa 
metodologia, havia duas desvantagens: espaço físico para 
armazenamento, pois havia um número crescente de filmes, e 
local específico para sua realização, já que isso impedia a análise 
de outros médicos sobre o caso. A radiografia digital surgiu para 
substituir o filme fotográfico por placa fotossensível, que pode ser 
processada por um leitor eletrônico. 
Principais tipos de exames de imagem 
Radiografia convencional (raio-X simples): são imagens 
produzidas através da radiação ionizante (produção de raios X, 
mas sem o uso de material de contraste, como bário ou iodo). A 
principal vantagem é o custo, visto que é muito barato. Para que 
essa técnica seja desenvolvida, necessita-se de uma fonte que 
produza raios X, um método para gravar a imagem (cassete ou 
placa fotossensível) e uma maneira de processar a imagem 
gravada (usando substância química ou um leitor digital). As 
principais desvantagens da radiografia convencional são a 
variação limitada das densidades que podem ser demonstradas e 
o fato de usar radiação ionizante. As cinco densidades básicas 
avaliadas são: ar, gordura, tecido mole ou líquido, cálcio e metal. 
Tomografia computadorizada (TC): começou a ser produzida 
nos anos de 1970; utiliza gantry como feixe giratório de raios X e 
múltiplos detectores em vários arranjos juntamente com 
algoritmos de computador para processar os dados, que geram 
imagens de qualidade diagnóstica. Um dos principais benefícios da 
TC é a capacidade de expandir a escala de cinza, o que permite a 
diferenciação de muito mais do que as cinco densidades básicas 
disponíveis. 
Ultrassonografia (US): os transdutores de ultrassom utilizam 
energia acústica acima da frequência audível pelos humanos para 
produzir imagens em vez de raios X, como fazem a radiografia 
convencional e a TC. Esses aparelhos são baratos e são utilizados 
para diagnóstico médico. 
Ressonância magnética (RM): utiliza a energia potencial 
armazenada nos átomos de hidrogênio do corpo; não é 
amplamente disponível e é relativamente cara. Essa técnica de 
imagem não utiliza radiação não ionizante e produz contraste 
mais alto entre os diferentes tipos de tecidos moles. Sua aplicação 
principal é nos exames neurológicos. Medicina nuclear: um 
isótopo radioativo (radioisótopo) é a forma de um elemento que 
emite radiação a partir de seu núcleo à medida que enfraquece. 
Eventualmente, o produto final é um isótopo não radioativo 
estável de outro elemento. Os radioisótopos podem ser 
produzidos artificial ou naturalmente (urânio e tório). 
 
A radiografia, ou raio-X, é uma forma de radiação 
eletromagnética de comprimento extremamente curto. Quanto 
mais curto for o comprimento de uma onda de radiação 
eletromagnética, maior será a sua energia e, como regra, maior 
será a sua capacidade de penetrar em materiais variados. Os raios 
X são descritos como partículas ou “pacotes” de energia chamados 
quanta ou fótons, os quais se deslocam com a velocidade da luz. A 
quantidade de energia transportada para cada fóton depende do 
comprimento de onda da radiação. Essa energia é medida em 
elétron-volt, que é a quantidade de energia adquirida por um 
elétron ao ser acelerado ao longo de um potencial de 1 volt. Para 
obtenção dos raios X utilizados na radiologia diagnóstica, há 
necessidade de vácuo e da presença de uma grande diferença de 
potencial entre um cátodo e um ânodo. No tubo de raio X básico, 
elétrons são gerados pelo aquecimento do cátodo (filamento) em 
temperatura muito elevada. Quando os elétrons colidem com o 
ânodo de tungstênio, são produzidos raios X. A produção das 
imagens de raios-X resulta da atenuação desses raios pelo 
material que está sendo atravessado por eles. Em geral, quanto 
maior for a densidade do material, isto é, o número de gramas por 
centímetro cúbico, maior será sua capacidade de absorver ou 
espalhar os raios X 
As imagens de tomografia computadorizada são geradas de 
maneira diferente das radiografias simples. Em circunstâncias 
habituais, os órgãos sólidos do corpo, como coração, baço, fígado e 
pâncreas, são considerados uniformes em termos de densidade 
radiográfica. No entanto, esses tecidos exibem alguma variação 
em suas propriedades químicas, sendo possível, com o uso de 
técnicas computadorizadas, medir essas diferenças, ampliá-las e 
exibi-las em tonalidades variáveis de cinza ou até mesmo a cores. 
Um feixe de raio X e um sistema de detecção se movimentam ao 
longo de um arco de 360º, irradiando o paciente com um feixe 
intensamente restringido. Esse procedimento permite que o 
sistema de detecção meça a intensidade da radiação que atravessa 
o paciente. Os dados derivados dessas mensurações são 
analisados por um sistema computadorizado que designa 
diferentes tonalidades de cinza. O computador reconstrói uma 
imagem com base em gráficos geométricos dos locais onde essas 
mensurações foram obtidas. A mais recente variação de TC é 
realizada com o uso da tecnologia multislice helicoidal ou espiral. 
Em um estudo de TC clássico, são obtidas numerosas imagens 
contíguas para a geração de cortes que se parecem com as fatias 
de um pão de forma. 
A ressonância magnética é uma técnica não invasiva e que não 
utiliza a radiação ionizante. Pelos parâmetros utilizados na 
obtenção de imagens médicas, essa é uma tecnologia que não 
representa riscos significativos à saúde. Ela utiliza pulsos de 
radiofrequência (RF) na presença de um campo magnético intenso 
para a produção de imagens de alta qualidade do corpo em 
qualquer plano. Os núcleos de qualquer átomo com número ímpar 
de núcleons (prótons e nêutrons) se comportam como ímãs 
fracos, pois se alinham em um campo magnético forte 
Interpretação dos exames 
radiológicos 
Para aplicarmos os conhecimentos obtidos nos blocos anteriores, 
proporemos discussões de casos clínicos. 
• Caso 1: mulher, 30 anos, busca atendimento devido a uma 
dor torácica súbita com discreto esforço respiratório. No 
exame físico, encontrava-se discretamente taquipneica e 
com redução do murmúrio vesicular na ausculta do lado 
direito. Foi solicitado radiografia de tórax. Qual o motivo que 
levou o médico a solicitar esse tipo de exame? 
De acordo com a queixa da paciente, o médico suspeitava de 
pneumotórax. O raio-X foi solicitado para confirmar o diagnóstico 
através da presença da faixa de ar entre a parede torácica e/ou 
diafragma e a pleura visceral. Ela é útil quando utilizada em 
incidência lateral, podendo ser completada com expiração 
forçada. Poderia ser indicado outro tipo de exame de imagem? Até 
poderia, porém, devido ao custo elevado e ao tempo, não seria a 
estratégia mais indicada. 
• Caso 2: homem, 50 anos, é admitido em enfermaria de 
hospital com dor abdominal importante e lombalgia com 
aproximadamente duas semanas de duração. Relata também 
que apresentou febre nos últimos dias, sendo medicado com 
antitérmico e analgésico. Foi solicitada uma ressonância 
magnética pelo médico. Qual seria o motivo? 
A ressonância magnética é fundamental para detecção de 
espondilodiscite, uma infeção bacteriana que acomete os discos 
intervertebrais.A TC pode identificar alterações mais precoces, 
porém é inferior à RM para a avaliação da medula espinhal, dos 
tecidos moles vizinhos e de possíveis abcessos. Nesses casos, é 
encontrada uma redução da intensidade do disco e dos corpos 
intervertebrais. Poderia ser indicado outro exame radiológico? 
Sim, a cintilografia. 
• Caso 3: homem, 50 anos, tabagista há 20 anos, busca 
atendimento em virtude de dor abdominal no quadrante 
superior do abdome há 48 horas, com progressiva do 
quadro. Chegou a apresentar de três a quatro episódios de 
vômito “aquoso”. Dentre os exames solicitados, a tomografia 
computadorizada detectou necrose pancreática, levando ao 
diagnóstico de pancreatite aguda. Por que foi solicitada a 
tomografia computadorizada (TC)? 
A TC de abdome é excelente para avaliação do pâncreas e serve de 
parâmetro para avaliação e prognóstico de complicações, como 
necrose, infecções e pseudocistos. Além disso, facilita a exclusão 
de outras possíveis causas de dor abdominal, como obstrução 
intestinal, infarto-mesentérico ou perfuração, coleciste ou, ainda, 
apendicite. Nesse caso, poderia ser utilizada também a 
ressonância magnética, porém, devido ao elevado custo e ao 
tempo gasto na realização do exame, acaba sendo preterida em 
relação à tomografia. A radiografia, por outro lado, é muito 
inespecífica e a ultrassonografia pode até ser útil para avaliação 
da vesícula biliar, porém não fornece dados do estado que se 
encontra o pâncreas, e sua realização é bem difícil em paciente 
geralmente com distensão abdominal. 
Com esses exemplos, você será capaz de compreender como é 
realizada a aplicação dos exames radiológicos para detecção de 
patologias. 
Olá, estudante! Neste vídeo você terá a oportunidade de conhecer 
o histórico da radiologia bem como as características dos 
principais exames radiológicos que são utilizados para detecção 
de patologias. Você verá quão essencial é conhecer como as 
imagens radiológicas são formadas e as principais diferenças 
entre cada tipo de exame radiológico. A partir disso, será possível 
interpretar o tipo de exame radiológico que melhor identifica e 
diagnostica diversas patologias. 
 
Densidades variáveis 
Através do exame de radiografia convencional, é possível 
identificar cinco densidades básicas, que são organizadas pela 
seguinte ordem: da menos para a mais densa (mostra-se em 
escalas de cinza): 
• Ar: tom mais escuro possível de ser observado em uma 
radiografia. 
• Gordura: tom de cinza mais claro que o ar. 
• Tecidos moles ou líquidos: difícil de serem distinguidos. 
• Cálcio: contido em materiais endurecidos como o osso. 
• Metal: tom mais claro que pode ser observado em uma 
radiografia. 
Geralmente não são encontradas densidades metálicas no corpo 
humano, exceto quando se utiliza próteses de joelho ou quadril, 
por exemplo. Esses tipos de densidades metálicas são 
introduzidos artificialmente no corpo. 
Radiograficamente, essas densidades ficam evidenciadas como: 
preto, cinza-preto, cinza e branco, respectivamente. O meio de 
contraste utilizado em conjunto com os estudos radiográficos é de 
alta radiodensidade, acima da densidade da água e abaixo da 
densidade do osso. 
Pensando nas características dessas densidades, é possível 
identificar que o ar é capaz de absorver o mínimo de raios X e tem 
a aparência mais preta (homogênea) possível na radiografia 
convencional. A gordura é vista em um tom de cinza mais escuro 
nas radiografias convencionais do que os tecidos moles. Os 
líquidos e tecidos moles, como sangue ou músculo, apresentam a 
mesma densidade nas radiografias convencionais, portanto quase 
não são distinguidos nas imagens. O cálcio é o tipo de material 
mais denso que ocorre naturalmente no corpo e o exemplo 
clássico da sua localização é o osso, pois ele absorve a maior parte 
dos raios X. O metal é capaz de absorver todos os raios X e tem a 
aparência mais branca possível, por isso a projeção de projéteis de 
arma de fogo é tão fácil de ser identificada nas radiografias 
convencionais. 
É importante salientar que, embora as radiografias convencionais 
sejam produzidas por radiação ionizante em doses relativamente 
baixas, a radiação tem potencial de produzir mutações celulares 
que podem levar a muitas formas de câncer e anormalidades. 
A tomografia computadorizada (TC) tem a propriedade de 
detectar diferenças diminutas nas densidades dos tecidos, 
exibindo-os em graus variados de cinza. Essas densidades da TC 
são medidas em unidades Hounsfield. A densidade da água recebe 
valor arbitrário de 1,0; a de gordura e a do gás têm valores 
negativos; e a óssea é muito alta. 
De acordo com a densidade, podemos também utilizar as 
seguintes terminologias para os raios X convencionais: 
• Ar: radiotransparente – produz cor preta. 
• Gordura: radiotransparente – produz cor cinza escuro. 
• Água: hipotransparente – produz cor cinza claro. 
• Osso – radiopaco – produz cor branca. 
• Metal: radiopaco – produz corpo branca. 
Na tomografia computadorizada, podemos utilizar as seguintes 
terminologias: 
• Hipodensa (cinza escuro – preto) 🡪 coeficiente de atenuação 
baixo (água) ou negativo (ar e gordura). 
• Hiperdensa (branca) 🡪 coeficiente de atenuação alto 
(calcificação). 
• Isodensa 🡪 mesma densidade do tecido normal que o 
circunda. 
Interpretação das imagens por 
tomografia computadorizada 
 
A tomografia computadorizada é uma técnica capaz de gerar imagens detalhadas 
da seção transversal de um paciente. O contraste que permite gerar as imagens é 
resultante da diferença na absorção do feixe de raios X em razão das 
características dos tecidos. Quando há maior absorção de radiação pelo tecido, há 
imagens mais claras, e quando a absorção for menor, haverá imagens mais escuras. 
No monitor, a imagem resultante é obtida matematicamente com base na 
quantidade de raios X detectados, dessa forma obtêm-se níveis de tons de cinza 
que geram contraste e diferenciação entre os variados componentes do corpo 
humano ou objeto de estudo. As principais aplicações desse método estão voltadas 
para estudos que envolvem os sistemas nervosos centrais e periféricos, o sistema 
digestório e o sistema musculoesquelético. 
O olho humano é capaz de discernir até 40.000 tons de cinza, no entanto para 
identificar algo como uma única estrutura mesclada entre vários tons de cinza, é 
preciso que os limites de separação entre eles sejam bem definidos. É essa 
manipulação de dados que os filtros de alta resolução fazem: eles agrupam as 
densidades semelhantes para tornar os limites de separação entre os tons de cinza 
mais definidos. Entretanto, os computadores não precisam desse tratamento 
artificial de dados brutos, já que eles podem medir o valor de atenuação de cada 
pixel individualmente a partir dos dados brutos. A escolha de um filtro ou 
algoritmo de reconstrução influencia na resolução espacial dos exames. 
Com os conceitos bem definidos, chegou o momento de interpretarmos o uso de 
imagem através da tomografia: considere, então, um paciente que esteja sofrendo 
de tosse seca e persistente, falta de ar com dispneia proeminente, oximetria de 
pulso reduzida e febre intermitente. Nesse caso, o paciente buscou atendimento 
médico de emergência e foi-lhe solicitado um raio-X convencional. O resultado 
dessa imagem não evidenciou nenhuma alteração pulmonar digna de nota, mas, 
como o hemograma que foi solicitado revelou alterações importantes, foi solicitada 
uma tomografia computadorizada, em que foi aplicado filtro mole (evidencia 
partes moles do corpo, em especial a estrutura pulmonar, os músculos, etc.). 
Observe a imagem a seguir (Figura 1): 
O resultado mostrou alterações significativas, que indicam 
atelectasia alveolar. Além disso, também foi possível observar o 
padrão de opacidade em vidro fosco, o qual é definido como 
discreto aumento da densidade pulmonar sem obscurecimento 
dos vasos e brônquios. Podetambém ter como causa o 
preenchimento dos espaços aéreos e/ou espessamento do 
interstício, sendo encontrado em processos de diversas etiologias, 
como em pacientes acometidos pela COVID-19. Esse padrão 
encontrado na TC pode ser bilateral, periférico e subpleural nos 
lobos inferiores. 
Nesse contexto, o tecnólogo em radiologia precisa saber 
interpretar as imagens radiológicas para que o diagnóstico seja 
feito corretamente. 
Análise dos conceitos em radiologia 
 
Para aplicarmos os conhecimentos obtidos nos blocos anteriores, proporemos 
discussões de casos clínicos. 
• Caso 1: homem, 68 anos, tabagista há 20 anos, hipertenso controlado com 
medicamento, busca atendimento devido a dificuldades para respirar, à 
dispenia e tosse produtiva (com catarro) persistente. A partir disso, foi 
solicitada uma radiografia de tórax (Figura 2). 
O resultado evidenciou DPOC (doença pulmonar obstrutiva 
crônica). Qual motivo levou o médico a solicitar esse tipo de 
exame? 
De acordo com a queixa do paciente, o médico suspeitava de 
DPOC; logo, o raio-X deveria evidenciar a presença de ar nos 
pulmões, mostrando-se radiotransparente, ou seja, preto. Na 
imagem obtida pelo exame, é possível identificar trechos 
radiopacos importantes, o que provavelmente indica atelectasia 
alveolar. 
• Caso 2: homem, 29 anos, é admitido em enfermaria de 
hospital com falta de ar importante e oximetria de pulso 
extremamente reduzida. O paciente alega estar, há cerca de 
cinco dias, com tosse seca que piora consideravelmente a 
noite. Relatou também ter coriza há três dias. Diante disso, 
foi solicitado raio-X de tórax, que não evidenciou nenhuma 
alteração importante. O exame de RT-PCR (padrão ouro para 
diagnosticar COVID-19) foi positivo. Como o quadro 
continuava a se agravar, o médico solicitou uma tomografia 
computadorizada. O que poderia ser observado nela? 
Na TC será possível observar o padrão em vidro fosco, 
pavimentação em mosaico e consolidações, que, apesar de 
inespecíficas, geralmente apresentam distribuição torácica 
predominantemente bilateral, periférica ou mesmo inespecífica. 
• Caso 3: mulher, 46 anos, está há cerca de três dias sentindo 
uma dor de cabeça muito forte e relatou ao atendimento que 
está com dificuldade de movimentar os membros do lado 
esquerdo do corpo. O médico também identificou que ela 
estava apresentando ptose palpebral esquerda. Além disso, 
ela relata que sente alterações visuais repentinas, as quais se 
apresentam como cegueira. O médico solicitou exames de 
sangue e uma ressonância magnética, pois suspeitou que ela 
estivesse desenvolvendo um acidente vascular encefálico do 
tipo isquêmico (AVE isquêmico). O que pode ser observado 
na ressonância magnética (RM) e por que ela é tão 
importante para esse tipo de quadro? 
A RM é equivalente à tomografia computadorizada para detectar 
os tipos de acidentes vasculares encefálicos (isquêmico e 
hemorrágico). O exame de ressonância magnética permite avaliar 
com precisão áreas de penumbra que estão comprometidas e que 
impedem a reperfusão cerebral. O raio-X de crânio não tem 
sensibilidade para detectar esses tipos de alterações. 
• Caso 4: homem, 29 anos, trabalha como entregador de 
alimentos por aplicativo e acabou se acidentando durante 
uma das entregas. Em decorrência da queda, teve fratura 
exposta do fêmur. Durante o atendimento emergencial, qual 
exame o médico deveria solicitar a fim de detectar a 
extensão da lesão? 
Ele deveria solicitar um raio-X convencional, pois esse tipo de 
exame é simples e facilita a detecção de cálcio, elemento que 
aparecerá radiopaco nas imagens. 
Olá, estudante! Neste vídeo você terá a oportunidade de conhecer 
o histórico da radiologia bem como as características dos 
principais exames radiológicos utilizados para detecção de 
patologias. Você verá quão essencial é conhecer como as imagens 
radiológicas são formadas e as principais diferenças entre cada 
tipo de exame radiológico. Com essas informações, será possível 
interpretar o tipo de exame radiológico que melhor identifica e 
diagnostica patologias. 
 
Definições diferenciadas de escalas 
Para compreendermos como as escalas de Hounsfield são geradas, 
precisamos entender como ocorre o funcionamento dos 
tomógrafos. 
Os aparelhos de tomografia computadorizada (TC) surgiram na 
década de 1970 e propiciaram um salto exponencial nos exames 
de imagem médica. Com o uso de um gantry com feixe giratório de 
raios X e múltiplos detectores em vários arranjos (que giram de 
modo contínuo ao redor do paciente), junto a sofisticados 
algoritmos de computador para processar os dados, uma grande 
quantidade de imagens bidimensionais em fatias (cada uma com 
milímetros de espessura) pode ser formatada em múltiplos planos 
de imagem. 
O tomógrafo é conectado a um computador que processa os dados 
utilizando vários algoritmos para produzir imagens de qualidade 
diagnóstica. Uma imagem de TC é composta por matriz de 
milhares de pequenos quadrados denominados pixels. Um 
computador atribui a cada pixel um número de TC que varia de -
1000 a +1000 e que é medido em unidades Hounsfield (HU). 
Essa nomenclatura é uma homenagem a Sir Godfrey Hounsfield, o 
homem ao qual se credita o desenvolvimento do primeiro 
tomógrafo. 
O número de TC varia de acordo com a densidade do tecido 
examinado e é a medida de quanto do feixe de raios X é absorvido 
pelos tecidos em cada ponto da imagem produzida. Por 
convenção, atribui-se ao ar um número de Hounsfield de -1000 
HU e ao osso cerca de 400 a 600 HU (no caso da gordura, o 
número é de -40 a -100; no da água, é 0 e no dos tecidos moles é 
de 20 a 100). 
As imagens de TC são exibidas ou visualizadas por meio de uma 
faixa de números Hounsfield pré-selecionados para melhor 
evidenciar os tecidos que estão sendo estudados (por exemplo, de 
-100 a +300), e tudo que estiver dentro dessa faixa de número de 
TC é exibido sobre os níveis de densidade na escala de cinza 
disponível. Esse intervalo de densidades exibidas é chamado 
de janela. 
• Substâncias mais densas, que absorvem mais raios X, têm 
número elevado de TC. Diz-se que elas apresentam 
atenuação aumentada e são exibidas como densidade mais 
branca nas imagens computadorizadas. Nas radiografias 
convencionais, substâncias como metal e cálcio também 
parecem mais brancas e são consideradas mais densas ou 
opacas. 
• Substâncias menos densas, que absorvem menos raios X, 
têm número de TC baixos. Diz-se que elas apresentam 
atenuação diminuída e são exibidas como densidades mais 
escuras nas imagens de TC. Nas radiografias convencionais, 
substâncias como ar e gordura também parecem mais pretas 
e têm densidade diminuída (ou maior radiolucência). 
A tomografia computadorizada também pode ser “janelada” de 
maneira a otimizar a visibilidade dos diferentes tipos de 
patologias depois da obtenção. Esse benefício é denominado pós-
processamento, característica em que a imagem digital, em geral, 
é avançada. O pós-processamento possibilita a manipulação 
adicional dos dados brutos para melhor demonstrar a 
anormalidade sem a necessidade de repetir um exame e sem 
expor o paciente, mais uma vez, à técnica 
Aplicações da técnica de tomografia 
computadorizada 
 
Por tradição, as imagens de TC eram visualizadas principalmente no plano axial. 
Atualmente, dada a aquisição volumétrica de dados, essas imagens podem ser 
exibidas em qualquer plano: axial, sagital ou coronal. Os dados volumétricos 
consistem em uma série de seções finas que podem ser remontadas de modo a 
produzir uma reconstrução tridimensional. A renderização tridimensional de 
superfície e de volume pode produzir imagens de TC de uma qualidade 
incrivelmente realista. 
Um dos principais benefícios da TC, como já mencionado, é a capacidade de 
expandir a escala de cinza, o que possibilita diferenciar muito mais do que as cinco 
densidades básicas possíveis nas radiografias convencionais. Por causados 
elementos cada vez mais sofisticados dos detectores e da aquisição de centenas de 
cortes simultaneamente, os tomógrafos multislices possibilitam a obtenção rápida 
das imagens (da cabeça aos pés em menos de 10 segundos). Isso possibilitou o 
desenvolvimento de novas aplicações para a TC, como a colonoscopia virtual e a 
broncoscopia virtual; a TC cardíaca com escore de cálcio; e a angiografia 
coronariana por TC. 
Esses exames podem conter mil ou mais imagens, de modo que o método mais 
antigo de colocar cada imagem em filme para estudo em um negatoscópio é 
impraticável, e essas imagens são quase sempre visualizadas em computadores de 
estações de trabalho, onde é possível estudar muitas imagens simplesmente 
rolando a tela. 
As tomografias computadorizadas são a base da imagem seccional e estão 
amplamente disponíveis, embora ainda não sejam verdadeiramente portáteis. A 
produção de imagens de TC requer um aparelho dispendioso, um espaço dedicado 
à sua instalação e um computador com um sofisticado poder de processamento. De 
maneira semelhante à radiografia convencional, os tomógrafos também usam 
radiação ionizante (raios X) para produzir as imagens. 
Sabendo dessas informações, é muito comum que haja erros de interpretação em 
cerca de 4% dos casos e que até 30% das alterações em exames radiológicos sejam 
perdidas. Os erros em radiologia contribuem para erros no diagnóstico final, o que 
gera consequências importantes para os pacientes. 
Os erros de percepção são aqueles que ocorrem no início da interpretação da 
imagem quando o radiologista “passa” os olhos pelo exame. Nesse caso, há uma 
anormalidade, mas ela não é vista. Interferem aí fatores como cansaço, quantidade 
de trabalho, rapidez com que os exames têm que ser vistos e eventuais distrações. 
Um fenômeno interessante que contribui para que uma alteração não seja vista é a 
chamada busca satisfeita (search satisfacting), o qual ocorre quando o radiologista 
encontra uma primeira lesão ou alteração e, então, interrompe a procura por 
outras alterações – que são perdidas. 
Os erros de interpretação, ou erros cognitivos, ocorrem quando uma alteração é 
vista, mas é interpretada incorretamente seja por falta de conhecimento 
(experiência), por informações clínicas inadequadas (incompletas), seja por 
diversos erros cognitivos. Isso revela que não basta enxergar uma alteração, o 
radiologista precisa interpretá-la e oferecer hipóteses diagnósticas. 
Nesse contexto, o tecnólogo em radiologia precisa saber interpretar as imagens 
radiológicas para que o diagnóstico seja feito corretamente. 
Aplicação – Tabelas de substâncias 
utilizadas na radiologia 
 
Diversas estruturas no corpo são identificáveis em uma radiografia, seja por causa 
de suas densidades inerentes (por exemplo, osso distinto de músculo), seja por 
conterem um dos materiais naturais básicos (por exemplo, ar). Contudo, 
considerando que a maioria das vísceras internas tem densidade próxima ou igual 
à da água, faz-se necessário introduzir nessas estruturas um material que delineie 
suas paredes, defina a anatomia e demonstre as condições patológicas. 
O sulfato de bário constitui o principal contraste para os exames radiográficos do 
trato gastrointestinal (GI). O bário possui elevado peso atômico, o que resulta em 
considerável absorção do feixe de raios X, proporcionando um excelente contraste 
radiológico. Em seu preparo habitual, uma suspensão é obtida misturando-se com 
água o bário finamente pulverizado em agentes dispersantes. Quando 
administrada por via oral ou retal, o preparo proporciona um revestimento 
adequado do trato GI. Embora o próprio bário seja quimicamente inerte, se ocorrer 
extravasamento para fora do trato GI, o paciente poderá sofrer uma reação 
desmoplásica grave. No passado, bário misturado com material fecal era 
considerado uma mistura rapidamente letal quando introduzida na cavidade 
peritoneal. O contraste à base de bário é seguro desde que o trato GI não esteja 
obstruído. 
Os agentes de contraste hidrossolúveis são utilizados predominantemente em 
estudos angiográficos, em realce do contraste em estudos de tomografia 
computadorizada, em mielografia, artrografia e urografia. Os agentes mais 
comumente utilizados são os sais de sódio ou meglumina de ácido diatriozoico ou 
iotal6amico em concentrações de 60 a 90%. A estrutura química comum de todos 
os meios de contraste hidrossolúvel é uma variante do ácido triiodobenzoico. Esses 
agentes são conhecidos como meios iônicos graças à sua propriedade, em solução, 
de se dissociarem no cátion sódio ou meglumina e no seu ânion, que contém iodo. 
Os agentes iônicos são muito hipertônicos, resultando em um desvio de líquido do 
espaço intracelular ou extracelular para o espaço intravascular ou para o lúmen do 
trato GI. Pacientes que estão desidratados podem sofrer mudança na viscosidade e 
tonicidade do sangue. 
Os agentes paramagnéticos são utilizados para uso intravenoso (IV) durante a 
obtenção de imagens por ressonância magnética. O agente mais comum é o 
gadolínio-ácido dietilenotriamina penta-acético (gd-DTPA). Ele foi escolhido em 
virtude do seu efeito no tempo de relaxamento nas sequências do exame. A 
quelação com DTPA impede a toxicidade intrínseca do íon Gd livre. Em doses 
diagnósticas, o Gd-DTPA aumenta o sinal das estruturas vasculares de maneira 
parecida com o efeito dos meios de contraste hidrossolúvel convencionais. O uso 
de compostos de Gd implica pequeno risco de reações adversas, em especial 
naquele paciente com história de reação a compostos iodados. No entanto, ao 
contrário dos meios iodados, os compostos de Gd não são nefrotóxicos, podem ser 
utilizados em pacientes azotêmicos e podem ser removidos por diálise. 
Curiosamente, meios de contraste que contêm gadolínio são ligeiramente 
radiodensos, podendo ser utilizados como meios de contraste em estudos de TC e 
angiografia em vez dos meios iodados. 
Evolução dos softwares (tomografia 
computadorizada) 
 
A compreensão de como os softwares evoluíram para o estudo da tomografia 
computadorizada (TC) é necessária para que os exames sejam bem executados e 
interpretados. Em circunstâncias habituais, os órgãos sólidos do corpo (rins, 
fígado, baço e pâncreas) são considerados uniformes em termos de densidade 
radiográfica – como a água, que gera um aspecto cinzento nas radiografias 
convencionais. No entanto, esses tecidos exibem alguma variação em suas 
propriedades químicas, sendo possível, com o uso de técnicas computadorizadas, 
medir essas diferenças, ampliá-las e exibi-las em tonalidades de cinza ou mesmo 
em cores, como nos dias atuais. 
O procedimento de tomografia computadorizada permite que o sistema detecte a 
intensidade de radiação que atravessa o paciente. Os dados derivados dessas 
mensurações são analisados por um sistema computadorizado que designa 
diferentes tonalidades de cinza (números de TC ou unidades Hounsfield) às 
diferentes estruturas com base em seus coeficientes de absorção ou atenuação. O 
computador reconstrói uma imagem com base em gráficos geométricos dos locais 
onde essas mensurações foram obtidas. Curiosamente, embora esse sistema 
diagnóstico tenha sido desenvolvido nos anos 1970, a fórmula matemática para a 
reconstrução de imagens permanece até hoje. 
A geração atual das imagens é realizada através de softwares que possibilitam a 
criação de laudos em tamanho real e de maneira rápida e flexível, permitindo o 
acesso a todos os envolvidos. O template do laudo já vem predefinido para a 
impressão e isso facilita o acesso do técnico em radiologia e do médico radiologista 
na emissão dos laudos para o diagnóstico precoce dos pacientes. 
Hoje em dia é utilizado o padrão de imagens de tomografia computadorizada 
digitais, porém é necessário que haja a interoperabilidade, que é a disponibilidade 
para garantir a preservação das informações diagnósticas adquiridas do pacienteatravés de gerações de softwares e hardwares de imagem. 
Esse sistema deve estar em conformidade com as normas ISO (International 
Organization for Standardization), cuja referência é o padrão DICOM (Digital 
Imaging and Communications in Medicine). Com a modernização do sistema, ficou 
muito mais prático o armazenamento, a leitura da imagem e o planejamento do 
tratamento do paciente. Agora o sistema de leitura não está mais restrito somente 
a clínicas ou a consultórios, mas, por meio de um computador portátil, ele pode ser 
aberto em qualquer lugar. Com isso, a leitura e interpretação das imagens podem 
se difundir mais facilmente pelo meio médico e acadêmico. 
Observando esse fato, uma série de empresas passou a desenvolver softwares com 
inúmeras ferramentas cada vez mais modernas, as quais buscam suprir as 
necessidades dos especialistas. A desvantagem é que a maioria dos programas 
necessita de chaves de hardware, e os valores pedidos por elas é muito elevado, 
pois costuma-se cobrar por número de máquinas operantes. Para alguns 
fornecedores, o conceito free software, isto é, a versão disponível para download, é 
completamente funcional e pode ser instalada sem nenhum custo adicional para o 
profissional. 
Diferença entre aparelhos fixos e 
móveis para radiologia 
 
Os aparelhos destinados a obter imagens radiográficas eram desenvolvidos 
inicialmente como aparelhos fixos, ou seja, que ficavam estáticos e dependentes de 
fonte de energia, devendo estar presentes em sala exclusiva. Os aparelhos fixos, 
pela própria nomenclatura, são aqueles que não podem ser retirados do local onde 
foram instalados, por isso necessitam de uma sala exclusiva para sua utilização, 
com suprimento de energia adequado, espaço para movimentação do paciente e 
local reservado para o técnico em radiologia executar o controle do equipamento a 
distância. 
Esse tipo de aparelho é muito utilizado em clínicas e hospitais devido à grande 
demanda de exames diários. Ele pode ser preso ao chão por um pedestal ou ao 
teto. Nos dias atuais, um dos aparelhos de raios-X fixo mais conhecidos é o 
TD500HF, que apresenta certa mobilidade com ampla exposição lateral e 
perpendicular. O interessante desse tipo de instrumento é que ele pode ser 
instalado em locais com o mínimo de espaço e não requer montagens de teto ou 
parede. Esses equipamentos facilitam a limpeza e a instalação e tornam mais 
simples a operação. Além da radiografia convencional, muitos aparelhos 
radiográficos são construídos para realizarem outros tipos de exames, como a 
fluoroscopia e a planigrafia ou a tomografia linear. 
Os equipamentos móveis são muito semelhantes em recursos, mas a sua 
composição é diferente, já que a mesa é dispensável e os controles dos 
equipamentos estão fisicamente junto com a unidade geradora de radiação. Esse 
equipamento pode ser facilmente transportado através do sistema de rodas já 
embutidas na estrutura. Para a realização do exame, utiliza-se a própria maca do 
paciente ou a cadeira. A fonte de energia é obtida diretamente da tomada e o custo 
geralmente é menor do que o dos exames realizados em aparelhos fixos. A geração 
dos modelos Apolo D Digital apresenta tecnologia de ponta para emissão de raios X 
em alto desempenho e em curtíssimo intervalo de tempo e pode ser utilizada por 
uma variedade de técnicas radiográficas; além disso, apresenta vida longa e 
produtiva. Em salas menores, pode ser utilizado o Apolo D Arco, que apresenta 
fácil manuseio, movimento vertical motorizado e facilidade de posicionamento dos 
pacientes, visto que utiliza apenas um detector digital para as rotinas de mesa e 
mural. 
O equipamento portátil apresenta peso e capacidade de radiação ou flexibilidade 
melhor para a realização dos exames. Ele pode ser carregado por apenas uma 
pessoa através de alças, sendo facilmente transportado em ambulâncias ou em 
porta-malas de carros. Geralmente esses equipamentos radiografam apenas as 
extremidades do corpo humano e são frequentemente utilizados em exames de 
tórax em pacientes que estão em unidades de terapia intensiva (UTI). O baixo custo 
e a transportabilidade deles já fez surgir, em alguns países do hemisfério norte, um 
novo tipo de serviço denominado exame radiográfico em domicílio. 
Dosagem de radiação dos aparelhos 
móveis/portáteis e fixos na radiologia 
 
Segundo a vigilância sanitária (ANVISA, 2019), as exposições ocupacionais devem 
ter uma dose efetiva média mensal que não excedam 20 mSv em qualquer período 
de cinco anos. Se a carga de trabalho for superior a 30 mA/min por semana, o 
operador deve manter-se atrás de uma barreira protetora com uma espessura de, 
pelo menos, 0,5 mm equivalentes ao chumbo. Além disso, a resolução RDC nº 
330/2019 (BRASIL, 2019) relata que, em exames realizados em aparelhos fixos, o 
operador deve manter-se a uma distância de pelo menos dois metros do tubo e do 
paciente durante as exposições e posicionar-se de tal forma que nenhuma parte do 
corpo, incluindo extremidades, seja atingida pelo feixe primário sem estar 
protegida por 0,5 mm equivalente ao chumbo. 
Como a dose é cumulativa, devem ser tomadas medidas de biossegurança de 
radiação, evitando a exposição à radiação ionizante e visando, a longo prazo, o 
processo de divisão celular. Esse fenômeno é denominado de efeito estocástico e é 
definido como a probabilidade de ocorrência de efeitos deletérios proporcionais à 
dose de radiação recebida sem a existência de limiar. Assim, doses pequenas, ou 
seja, abaixo dos limites estabelecidos por normas e recomendações de 
radioproteção, podem induzir tais efeitos. Os aparelhos portáteis induzem menor 
quantidade de radiação do que os aparelhos fixos. 
Dependendo do tipo de exame, as radiografias podem ser bem baixas e, hoje, 
existem recursos para minimizar os possíveis danos oriundos das radiações 
ionizantes, como controle do uso de aventais plumbíferos, filmes digitais e 
ultrarrápidos, aparelhos calibrados e processamento automático. 
Um dos grandes questionamentos existentes na área envolve a necessidade de 
retirar o aparelho fixo dos dentes, por exemplo, quando for realizada uma 
radiografia. A resposta para esse questionamento é “depende”, já que cada 
paciente deve ser avaliado pelo médico radiologista, que verificará as possíveis 
interferências no resultado do procedimento. Caso o exame de imagem seja uma 
ressonância magnética e o objetivo seja visualizar as estruturas de cabeça e 
pescoço, é necessária a retirada do aparelho ortodôntico. Caso não seja retirado, o 
metal pode influenciar o resultado e comprometer o diagnóstico final. 
Uma das possíveis consequências da quantidade elevada de radiação refere-se a 
lesões que podem ocorrer no corpo, como as presentes no trato gastrointestinal. 
Nesse caso podem ocorrer enjoos graves, vômitos e diarreia, que podem começar 
cerca de uma hora após a exposição a 6 Gy ou mais de radiação. Os sintomas 
podem levar à desidratação grave, porém tendem a desaparecer ao final de dois 
dias. Quem recebe essa quantidade de radiação padece igualmente da síndrome 
hematopoiética, que resulta em sangramento e infecção e aumenta o risco de 
morte. Depois da exposição a 6 Gy ou mais de radiação, a morte é comum. 
Em casos de exposição a radiações acima de 20 a 30 Gy, a chance de ocorrer a 
síndrome vascular cerebral é grande. As pessoas manifestam rapidamente 
confusão, enjoos, vômitos, diarreia sanguinolenta, tremores e choque. Em apenas 
algumas horas a pressão arterial diminui, sintoma acompanhado de convulsões e 
coma. A síndrome vascular cerebral é mortal em um período que oscila entre um 
ou dois dias. 
Características dos exames 
radiológicos 
 
Caro estudante, comecemos nosso estudo revisando o histórico da radiologia, área 
que teve seu início em 1895, por meio dos trabalhos de Wilhelm Roentgen em uma 
câmara escura na Alemanha. Como a onda produzida era desconhecida, ele a 
chamoude raio X, já que o X se refere a algo desconhecido. Utilizado com 
frequência, o raio X, é um dos exames mais solicitados devido ao baixo custo e ao 
fácil acesso à imagem. Antigamente, as imagens eram impressas, havendo a 
desvantagem do armazenamento e da dificuldade da disseminação do resultado 
para outros especialistas. Esses pontos negativos foram sanados quando surgiu a 
radiografia digital. 
Dentre os principais exames solicitados na radiologia estão: 
Radiografia convencional (raio-X simples): esse tipo de exame obtém imagens 
através da radiação ionizante e é de baixo custo e de fácil acesso. Uma 
desvantagem considerada é a de que o número de densidades avaliadas é baixo. 
São elas: 
• Ar: tom mais escuro possível de ser observado em uma radiografia, 
denominado radiotransparente. 
• Gordura: tom de cinza mais claro que o ar, denominado radiotransparente. 
• Tecidos moles ou líquidos: difícil de serem distinguidos; o tom é 
denominado hipotransparente. 
• Cálcio: contido em materiais endurecidos como o osso, denominado 
radiopaco. 
• Metal: tom mais claro, pode ser observado em uma radiografia e é 
denominado radiopaco. 
Para exames como tomografia computadorizada, são encontradas ainda outras 
nomenclaturas baseada nas escalas de atenuação. 
• Hipodensa (cinza escuro – preto): coeficiente de atenuação baixo (água) ou 
negativo (ar e gordura). 
• Hiperdensa (branca): coeficiente de atenuação alto (calcificação). 
• Isodensa: mesma densidade do tecido normal que o circunda. 
Tomografia computadorizada (TC): utiliza gantry como feixe giratório de raios X 
e múltiplos detectores em vários arranjos, juntamente com algoritmos de 
computador para processar os dados, que geram imagens de qualidade 
diagnóstica. Um dos principais benefícios da TC é a capacidade de expandir a 
escala de cinza, o que permite a diferenciação de muito mais do que as cinco 
densidades básicas disponíveis. Para a sua leitura apropriada é utilizada a medida 
denominada unidade Hounsfield (HU). 
Precisa-se ter muita atenção para evitar erros de percepção, que são aqueles 
ocorridos no início da interpretação da imagem, quando o radiologista “passa” os 
olhos pelo exame. Nesse caso, pode haver uma anormalidade, que não é vista. 
Os erros de interpretação ou erros cognitivos ocorrem quando uma alteração é 
vista, mas é interpretada incorretamente. Não basta enxergar uma alteração, o 
radiologista precisa interpretá-la e oferecer hipóteses diagnósticas. 
Ultrassonografia (US): os transdutores de ultrassom utilizam energia acústica 
acima da frequência audível pelos humanos (em vez de raios X, como a fazem a 
radiografia convencional e a TC) para produzir imagens. Esses aparelhos são 
baratos e utilizados para diagnóstico médico. 
Ressonância magnética (RM): utiliza a energia potencial armazenada nos átomos 
de hidrogênio do corpo. Eles não são amplamente disponíveis e são relativamente 
caros. Não é utilizada a radiação não ionizante e produz contraste mais alto entre 
os diferentes tipos de tecidos moles. A aplicação principal é nos exames 
neurológicos. 
Aproveite esta aula e revise o conteúdo abordado nesta unidade para aprimorar o 
seu conhecimento. Bons estudos! 
Estudo de caso 
 
Homem, 39 anos, motorista de entrega por aplicativo, estava em uma corrida com 
sua moto quando sofreu um acidente. Ao cair do veículo, bateu com a cabeça e 
fraturou o fêmur direito, que evidenciou uma fratura exposta. Com muita dor, 
recebeu atendimento emergencial de um médico, que solicitou, após a anamnese, 
uma radiografia convencional (raio-X). Nesse exame, foi identificada uma fratura 
no colo do fêmur com rompimento arterial. Durante o atendimento, o paciente 
relatou ser tabagista há 20 anos e etilista há aproximadamente 15, tendo 
aumentando o consumo de álcool nos últimos dois anos. É hipertenso controlado 
(faz uso de enalapril), é diabético controlado com metformina e apresenta 
dislipidemia controlada por sinvastatina, porém relata que esquece de tomar a 
medicação em alguns momentos. Relata também sentir fortes dores de cabeça, ter 
náuseas, vômitos, estar afebril, anictérico e acianótico, demonstrando bem-estar 
geral. Intrigado, o médico solicitou uma ressonância magnética. 
Além disso, como o paciente ainda estava apresentando dor forte no joelho, o 
doutor ficou muito preocupado com a situação, pois no raio-X inicial não havia 
detectado nenhuma alteração. Nesse caso solicitou também uma tomografia 
computadorizada. 
Um estudante tecnólogo em radiologia estava estagiando com o médico 
radiologista responsável e tentou entender o porquê desses exames. 
Frente a esse cenário, relacione os exames com as suas principais características 
____ 
Reflita 
Diante dessa situação vivida pelo paciente, reflita sobre as seguintes questões: 
• Devido à fratura decorrente da queda da moto, foi realizado um raio-X para 
identificar a extensão da lesão. O que poderia ser observado nesse caso? 
Como o paciente está apresentando sintomas de náuseas, cefaleia intensa e 
vômitos, isso pode ser decorrente do próprio trauma. O que poderia ser 
observado em uma ressonância magnética? 
• O joelho também apresentou comprometimento apesar de não ter sido 
evidenciado nada no raio-X convencional. Nesse caso a tomografia auxiliaria 
no diagnóstico? 
Devemos considerar que o paciente deu entrada no hospital em 
situação emergencial e com queixas de muita dor no fêmur direito, 
decorrente da queda da moto durante uma entrega. Frente a essa 
queixa, o médico foi assertivo em solicitar um raio-X, já que é o 
método mais barato e de mais fácil acesso. Nesse tipo de exame foi 
identificada a fratura, a qual se apresentou radiopaca nas áreas 
preservadas e radiotranslúcida nas áreas comprometidas ou 
fraturadas. Com esse laudo, o médico conseguirá assumir a 
conduta do paciente para o tratamento adequado. 
O paciente relatou apresentar inúmeras comorbidades, dentre 
elas hipertensão, diabetes e etilismo, as quais podem estar 
associadas aos sintomas de cefaleia, vômito e náuseas, cujo 
aparecimento pode estar relacionado também ao próprio trauma. 
Para identificar a área lesionada, a ressonância magnética é o 
exame mais indicado. 
Sabendo que o paciente estava sentindo dores constantes no 
joelho e que o técnico em radiologia não encontrou alterações no 
primeiro exame, foi solicitada uma tomografia computadorizada 
para definição da extensão da lesão. 
De acordo com os procedimentos realizados pelo paciente, pode-
se inferir que: 
• A quantidade de radiação acumulada no paciente foi muito 
alta em decorrência de um trauma. 
• Provavelmente houve erros de interpretação das imagens de 
raio-X, pois a lesão do joelho era extensa e, 
consequentemente, capaz de ser detectada nas cinco 
dimensões básicas. 
Sabemos que os principais exames radiológicos envolvem a 
observação das cinco dimensões básicas: 
• Ar: tom mais escuro possível de ser observado em uma 
radiografia, denominado radiotransparente. 
• Gordura: tom de cinza mais claro que o ar, denominado 
radiotransparente. 
• Tecidos moles ou líquidos: tom difícil de ser distinguido, 
denominado hipotransparente. 
• Cálcio: contido em materiais endurecidos como o osso, o 
tom é denominado radiopaco. 
• Metal: tom mais claro, que pode ser observado em uma 
radiografia, denominado radiopaco. 
Podemos ampliar essas densidades com o uso de tomografia 
computadorizada, na qual as escalas de cinza são aumentadas e 
categorizadas em: 
• Hipodensa (cinza escuro – preto): coeficiente atenuação 
baixo (água) ou negativo (ar e gordura). 
• Hiperdensa (branca): coeficiente de atenuação alto 
(calcificação). 
• Isodensa: mesma densidade do tecido normal que o 
circunda. 
 
 
 
Estudante, teremos o prazer de começar nosso estudo com a 
descrição dos tipos de planos identificados anatomicamente para 
a realização dos exames radiológicos, conhecimento essencial 
para que a interpretaçãodos procedimentos ocorra de maneira 
correta. Qualquer erro de posicionamento do paciente pode 
acarretar prejuízo na interpretação de eventuais patologias que 
poderiam deixar de ser detectadas nos exames radiológicos e, com 
isso, poderiam ser diagnosticadas precocemente. Além dos erros 
de interpretação, podem ocorrer também erros de percepção, os 
quais podem ser causados por distrações ou excesso de trabalho. 
Aproveite esta aula e estude para que seu conhecimento aumente 
cada vez mais e para que, dessa forma, consiga ajudar cada vez 
mais pessoas. 
 
Planos anatômicos para as imagens 
em tomografia computadorizada 
 
O conhecimento da anatomia humana é imprescindível para o desenvolvimento de 
habilidades e competências do profissional técnico em radiologia. Para que você 
compreenda a anatomia do corpo humano, é necessário conhecer da menor até a 
maior dimensão de seus componentes, os quais são usualmente distribuídos em 
níveis de organização. 
Os planos anatômicos podem ser divididos em três principais grupos: 
• Plano frontal ou coronal: é um plano orientado verticalmente e divide o 
corpo entre as partes anterior e posterior; essa mesma nomenclatura 
também é conhecida para a vida embrionária (cranial e caudal). 
• Plano sagital: é orientado verticalmente, porém fica em ângulo reto com os 
planos coronais e divide o corpo em direita e esquerda. O plano que 
atravessa o centro do corpo, dividindo-o igualmente em direita e esquerda, 
é denominado plano sagital mediano. 
• Plano transversal, horizontal ou axial: divide o corpo em superior e 
inferior. 
Existem inúmeros termos usados para a descrição da posição anatômica, dentre 
eles, pode-se 
citar: anterior ou ventral, posterior ou dorsal, medial e lateral, superior e infe
rior. Quando se utiliza a nomenclatura anterior e posterior, refere-se às estruturas 
localizadas à “frente” e “atrás” do corpo. Por exemplo, os olhos são estruturas 
localizadas à frente, enquanto que as nádegas estão localizadas atrás. Medial e 
lateral referem-se ao posicionamento dos membros superiores e inferiores ou 
mesmo à posição interna dos órgãos. 
Cranial refere-se a um ponto que está na direção da cabeça; já o termo caudal 
refere-se ao que está na direção da cauda; esses termos são utilizados para a 
descrição durante o desenvolvimento embrionário. No adulto, já se usa a 
nomenclatura superior e inferior, respectivamente. Dois novos termos são: 
superficial e profundo. Eles são utilizados para descrever as posições relativas de 
duas estruturas com respeito à superfície do corpo, por exemplo, o esterno é 
superficial ao coração. 
A maioria das imagens de tomografia computadorizada é adquirida em um plano 
axial e vista como se o observador estivesse olhando a cabeça de inferior para 
superior (do pé da cama). Então: o lado direito do paciente está à esquerda da 
imagem; a margem superior da imagem está anterior. Muitos pacientes recebem 
contraste oral e intravenoso para diferenciar alças intestinais de outros órgãos 
abdominais e para avaliar a vascularidade das estruturas anatômicas normais. No 
caso da administração do contraste intravenoso, quanto mais precocemente as 
imagens são obtidas, maior a probabilidade de realce arterial. À medida que o 
tempo passa entre a injeção e a aquisição da imagem, uma fase venosa e uma fase 
de equilíbrio são também obtidas. Se demorar muito tempo, o contraste pode ser 
degradado pelo fígado através dos mecanismos de xenobióticos, e as imagens 
perderão o contraste, ou seja, a resolução de pixels necessária para distinguir 
imagens fisiológicas das patológicas. 
Posicionamento anatômico na 
formação das imagens radiológicas 
 
A partir dos conceitos obtidos sobre os planos anatômicos, é necessário associá-los 
com o que se pode encontrar nas imagens tomográficas. As imagens de tomografia 
computadorizada (TC) são obtidas através da injeção de contraste oral ou 
intravenoso para identificação de possíveis patologias. Nesse caso, se a patologia 
for na mão, o ideal é sentar o paciente próximo à extremidade da mesa e fletir o 
cotovelo até formar ângulo de 90º. Esse tipo de imagem é indicado em casos de 
fratura, luxação, osteoporose, osteoartrite e outros. 
Se for o caso de avaliar o punho, deve-se sentar o paciente próximo à extremidade 
da mesa e colocar o antebraço estendido e a parte posterior do punho afetado 
exposta, deixando sempre o cotovelo no mesmo plano horizontal. Esse tipo de 
imagem é obtido em caso de suspeita de fratura nos ossos do carpo, porção distal 
do rádio e da ulna, artrite e outros. 
As indicações para avaliação das imagens de TC de cotovelo são fraturas, luxações, 
artrite e outros. Nesse caso deve-se formar o ângulo de 90º com a mesa. Problemas 
no ombro podem ocorrer de acordo com falha do movimento, queda sobre a 
própria altura, entre outros. Para o paciente ser avaliado, é necessário ajustar o 
tomógrafo a fim de que ele faça o giro de rotação e, nesse caso, a medicação 
intravenosa passa a ser mais indicada por conta da circulação sanguínea. 
Para identificação de possíveis problemas no pé, o paciente deve estar em decúbito 
dorsal, fletir o joelho do lado afetado e colocar a face plantar do pé sobre o gantry. 
O mais indicado nesses casos é avaliar fraturas, anormalidades, presença de corpos 
estranhos, entre outros. 
Para identificação de patologias na perna, é necessário que o paciente esteja em 
decúbito lateral com o membro inferior distendido, o lado afetado para baixo e o 
membro oposto para trás. 
Depois que o radiofármaco é carreado para um tecido ou órgão do corpo, 
geralmente via corrente sanguínea, suas emissões radioativas permitem que seja 
medido e examinado usando-se um aparelho de detecção chamado gama câmara. A 
tomografia computadorizada com emissão de pósitron único (PET TC) é uma 
modalidade de medicina nuclear, na qual se usa a gama câmera para adquirir 
várias imagens bidimensionais a partir de múltiplos ângulos, as quais são então 
reconstruídas pelo computador em dados de configuração tridimensional, que 
podem ser manipulados para produzir cortes finos em qualquer incidência. 
Com essa nova possibilidade, agora leva-se menos tempo para a aquisição das 
imagens, desde que o plano anatômico do paciente esteja devidamente orientado. 
Avaliando a descrição dos planos anatômicos, pode-se dizer que eles também são 
aplicados nas exposições às radiografias convencionais, à ressonância magnética, à 
ultrassonografia e à medicina nuclear. Lembrando que cada tipo de exame deve ser 
indicado para o paciente, e o técnico em radiologia deve ser devidamente 
orientado para saber como posicionar corretamente o paciente. 
Contextualização clínica das posições 
anatômicas para aquisição das 
imagens radiológicas 
 
Para aplicarmos os conhecimentos obtidos nos blocos anteriores, proporemos 
discussões sobre alguns casos clínicos. 
• Caso 1: mulher, 80 anos, recorre ao serviço médico de saúde após queda 
posterior; refere dor intensa em ambos os ombros acompanhada por 
incapacidade funcional. Ela relata ter escorregado e caído para trás, tendo 
amparado a queda com o apoio das mãos no chão. Quanto ao seu histórico 
médico, nega ter comorbidades, como hipertensão, dilispidemias e diabetes. 
No exame clínico, a paciente encontrava-se com os dois membros 
superiores em rotação externa e ligeiramente abduzidos. No ombro direito 
ainda foi observado edema ou tumefação. Qual exame seria necessário para 
identificação correta da posição anatômica da paciente? 
O melhor seria a radiografia convencional. Podem ser realizadas duas posições 
anatômicas para essa avaliação: a primeira seria a paciente em decúbito dorsal ou 
ortostático, onde a pessoa estende o braço, coloca a palma da mão para cima e 
tenta rodar o ombro; e, na segunda posição, a paciente pode estar em pé, ou em 
decúbito dorsal, e pede-se para flexionar o cotovelo e abduzir o braço até formarum ângulo de 90º. Após essas duas posições, qual outro exame poderia ser 
solicitado para detectar a luxação da paciente? Poderia ser realizada a tomografia 
computadorizada (TC), porém esse tipo de exame é extremamente caro e, assim 
como a ressonância magnética, pode ser realizado após a redução da luxação para 
avaliar os danos causados nos músculos, ligamentos e cápsula articular. 
• Caso 2: mulher, 50 anos, sofreu uma queda enquanto estava caminhando, 
fraturou o fêmur direito e buscou atendimento. No exame clínico, 
identificou-se que a paciente se encontrava orientada e relatou que estava 
caindo frequentemente da própria altura durante a limpeza diária da casa. 
O exame de radiografia convencional identificou fratura do colo do fêmur. 
Após a medicação, o médico continuou o atendimento e ficou intrigado com 
as quedas frequentes. O que as poderia estar causando? 
A provável causa é a osteoporose, patologia causada pela desregulação da 
funcionalidade de uma célula denominada osteoclastos, presente na periferia do 
osso. Essa célula é responsável pela degradação de matriz óssea mineralizada, ou 
seja, libera enzimas que degradam a parte orgânica composta, principalmente, por 
fibras colágenas que liberam o cálcio fixado nelas, deixando que o osso se torne 
cada vez mais poroso. O motivo de essa célula degradar mais matriz do que o 
normal ou o esperado é que ela está ativada devido à falta ou à redução da 
quantidade de hormônios estrogênicos. Além desse exame de radiografia 
convencional (raio-X), qual outro poderia ser feito para quantificar o nível de 
perda óssea? A densitometria óssea, pois, nesse tipo de exame, é possível 
quantificar especificamente o nível de perda óssea. 
Com esses exemplos, você será capaz de compreender como é realizada a aplicação 
dos exames radiológicos para detecção de patologias. 
Estudante, daremos início a nosso estudo com a descrição dos 
graus de incidência disponíveis para a aquisição de imagens em 
radiologia. Essa aplicação é importante, pois, ao conhecê-la, será 
possível informar o paciente sobre a posição específica que deve 
assumir antes de iniciar as imagens. Qualquer erro de 
posicionamento do paciente pode desencadear erros de 
interpretação dos exames, levando a altos custos para o 
laboratório e para o paciente. Além disso, a pessoa terá que 
refazer o exame, acarretando mais tempo para o diagnóstico 
correto. 
Aproveite esta aula e estude para que seu conhecimento aumente 
cada vez mais e para que, dessa forma, consiga ajudar cada vez 
mais pessoas. 
Planos anatômicos para as imagens 
radiológicas 
 
Ter o conhecimento anatômico específico sobre os planos e eixos é essencial para o 
técnico em radiologia desenvolver um excelente trabalho. Nesse contexto, 
continuar o estudo sobre esses planos a fim de aprender a detalhar os cortes e as 
posições anatômicas na hora de realizar os exames radiológicos é imprescindível 
para que não ocorram erros de interpretação e de diagnóstico. 
Para entender o sentido de eixo anatômico, é necessário conhecer o movimento do 
corpo humano. Os eixos anatômicos são conhecidos como linhas imaginárias que 
atravessam o corpo, separando-o perpendicularmente em planos que possibilitam 
movimento, o qual está vinculado a articulações, como as diartroses, que 
possibilitam amplos movimentos. 
O eixo anteroposterior é o que se apresenta em um sentido do anterior para o 
posterior e se localiza perpendicularmente ao plano frontal. Esse tipo de eixo 
também é conhecido como sagital e, dessa maneira, tem como movimentos 
possíveis a adução e a abdução. 
O perfil direito e esquerdo refere-se ao eixo laterolateral, o qual é também 
conhecido como transversal ou horizontal. Os movimentos possíveis nesse caso 
são flexão e extensão. As posições oblíquas e axiais são aquelas que possibilitam a 
investigação de campos pulmonares de estruturas moles. 
Para que esses eixos possam ser estabelecidos, é necessário que o indivíduo esteja 
em posição ortostática, ou seja, olhando para frente com a palma das mãos e a 
planta dos pés voltadas para frente e a cabeça erguida. Essa posição também pode 
ser obtida com o paciente deitado na maca, ou na mesa, durante o exame. 
O eixo anteroposterior possibilita a visualização adequada de órgãos que estejam 
localizados na posição anterior, ou seja, antes do peritônio e posterior, que se 
refere aos órgãos localizados atrás do peritônio. Exemplos de órgãos localizados 
posteriormente são os rins e de órgãos localizados anteriormente são os genitais. 
O plano axial também é conhecido como transversal e pode atravessar o corpo em 
ângulos retos, com os planos coronais, e medianos; dessa maneira, também divide 
o corpo em partes superior e inferior. Esse tipo de classificação e posição é 
importante especialmente quando se estuda a osteologia e as posições anatômicas 
que podem ser utilizadas para a aquisição de imagens radiológicas. 
Existe uma diferença importante que precisa ser citada: a posição posteroanterior 
(PA) é adquirida quando o feixe de raios X entra pelo dorso do corpo e sai em 
direção à região anterior e, assim, pode ser impressa nos filmes fotográficos ou 
salvas de maneira digital. Já a posição anteroposterior é adquirida quando o 
paciente permanece deitado sobre o filme radiográfico e o feixe de raio X entra 
pela região anterior do tórax. 
A região cerebral merece atenção especial devido à calota craniana, à massa 
encefálica, ao hipotálamo e à hipófise, que estão presentes nessa região, pois 
qualquer incidência pode desencadear comprometimento funcional e desencadear 
alterações gênicas que podem culminar com o aparecimento de tumores. 
Posicionamento anatômico na 
formação das imagens radiológicas 
utilizando diferentes técnicas 
 
O posicionamento correto dos pacientes é extremamente importante para a 
aquisição de imagens que podem ser devidamente interpretadas. Qualquer erro de 
posicionamento pode desencadear erro de interpretação das imagens ou mesmo 
falta de diagnóstico apropriado precocemente. 
Sabendo que a posição anteroposterior se refere à separação do corpo entre frente 
e atrás, é importante que conheçamos a anatomia dessas regiões para evitar erros 
de interpretação. Por isso, é importante o conhecimento sobre o que são 
indivíduos normais, ou seja, que apresentam posição correta dos órgãos, e o que 
são aqueles que apresentam variação anatômica, anomalia ou monstruosidade. A 
variação anatômica não acarreta prejuízo funcional, apesar de apresentar 
diferenças morfológicas internas e/ou externas. Os exemplos mais clássicos são 
hipospádia (abertura da uretra masculina em posição incorreta) e sindactilia 
(membrana entre os dedos). As anomalias desencadeiam prejuízo funcional, ou 
seja, o sistema deixa de funcionar corretamente. Um exemplo clássico é a 
polidactilia (excesso de dedos na mão). Já as monstruosidades é toda alteração 
incompatível com a vida devido à morfologia e função incorreta. Exemplos desse 
tipo de patologia são a agenesia cerebral (falta de massa encefálica e/ou calota 
craniana) e gêmeos xifópagos (também conhecidos como siameses). Além disso, 
precisamos descrever a estratigrafia, pois nas imagens radiológicas será possível 
identificar o contorno dos órgãos. A partir da pele, temos tela subcutânea, 
músculos, vasos sanguíneos, fáscia muscular e osso. 
A coluna pode executar movimento de flexão e extensão quando identificada pelo 
plano sagital; flexão lateral quando identificada pelo plano frontal; e movimento 
rotativo, pelo transverso. O ombro é capaz de executar movimento de flexão e 
extensão identificado pelo plano sagital; abdução e adução, pelo plano frontal; e 
rotação interna e externa, pelo plano transverso. O quadril realiza flexão e 
extensão (plano sagital), abdução e adução (plano frontal) e rotação interna e 
externa (plano transverso). O tornozelo realiza dorsiflexão e flexão plantar (plano 
sagital),inversão e eversão (plano frontal) e rotação interna e externa (plano 
transverso). 
A análise minuciosa dos planos anatômicos nos remete a pensar sobre como o 
movimento executado pelo paciente durante a realização do exame é crucial para 
entender por que pode ocorrer sombreamento nas imagens radiológicas. 
Para que esses planos sejam perfeitamente executados, precisamos conhecê-los 
em detalhes e como se relacionam a possíveis patologias envolvidas, por exemplo, 
na coluna. A escoliose é uma deformidade rotacional da coluna e das costelas e, 
apesar da causa ser desconhecida, já se sabe que existe uma ampla variedade de 
condições congênitas, neuromusculares, mesenquimais e traumáticas que podem 
estar associadas a ela. Esse tipo de deformidade aparece quando há rotação 
vertebral e curvatura lateral, o que pode levar, consecutivamente, à rotação das 
costelas. Associada a elas também são encontradas as cifoses e lordoses, as quais 
permitem que o disco vertebral, que faz o coxim, permaneça ainda mais rígido. A 
implicação é que, caso não diagnosticado através dos exames radiológicos e 
tratado precocemente, pode ocorrer perda da movimentação que pode até evoluir 
para paralisia. 
As posições anatômicas para aquisição 
das imagens radiológicas 
 
Para aplicarmos os conhecimentos obtidos nos blocos anteriores, veremos alguns 
casos clínicos. 
• Caso 1: mulher, 37 anos, recorre ao serviço médico de saúde após sentir 
dores muito fortes na coluna. Ela relata que as dores apareceram quando 
era ainda criança, momento em que foi diagnosticada com escoliose. 
Sabendo que a escoliose é um tipo de curvatura patológica da coluna 
vertebral, identifique os principais exames que podem ser realizados para 
que essa paciente tenha o diagnóstico correto e possa acompanhar a 
evolução do tratamento. 
O melhor exame para identificar a patologia seria a radiografia convencional. 
Nesse tipo de imagem, identifica-se que as vértebras da coluna estão em posições 
diferentes e que são consideradas patológicas. Além desse tipo de exame, temos a 
tomografia computadorizada; nesse caso, como a imagem é gerada corte a corte, 
fica fácil identificar onde está ocorrendo alteração na espessura do disco 
intervertebral. Em pacientes que sofrem de escoliose, pode-se utilizar também 
fotogrametria computadorizada para detecção de escoliose idiopática. Nesse caso, 
a análise angular de movimento e postura corporal através da aquisição de uma 
imagem estática, que é conhecida como fotogrametria, permite ao médico que está 
acompanhando a paciente quantificar e qualificar a avaliação da postura e do 
movimento corporal. 
• Caso 2: adolescente, 12 anos, sexo feminino, estava apresentando 
puberdade atrasada, pescoço curto (também denominado pescoço alado) e 
baixa estatura em comparação à dos pais. O médico da unidade básica de 
saúde que a atendeu suspeitou de Síndrome de Turner, a qual faz com que 
ocorram dois cromossomos X; porém, um deles, o herdado do pai, não está 
funcional. Além do diagnóstico clínico, como o médico poderia fazer para 
comprovar, através de exames de imagem, que a paciente apresenta 
Síndrome de Turner? 
Pode ser realizada radiografia convencional, em que se identificaria a espessura 
dos ossos e o seu tamanho. Com esse cenário e a associação à sintomatologia 
clínica da paciente, será possível identificar que ela está apresentando alteração de 
crescimento e, assim, o diagnóstico poderá ser fechado. Além disso, até pode ser 
realizada uma tomografia computadorizada para identificar os ossos longos do 
corpo ou uma tomografia de crânio para identificar se há problemas na hipófise 
que possam estar afetando o crescimento da paciente. 
Os tumores ósseos podem ser detectados através de radiografia convencional ou 
de tomografia computadorizada. Esse exame apresentará margens irregulares ao 
invés de uma margem sólida e uniforme, como o esperado. O técnico em radiologia 
é o responsável para posicionar bem o paciente para o exame e, juntamente com o 
médico radiologista, ajudar a laudá-lo. A confirmação final da malignidade do 
tumor virá somente com a biópsia. 
Com esses exemplos você será capaz de compreender como é realizada a aplicação 
dos exames radiológicos para detecção de patologias. 
Estudante, começaremos o estudo desta aula descrevendo o 
correto posicionamento do paciente para os exames radiológicos, 
que compreende a posição ortostática, em decúbito lateral e em 
decúbito ventral. A posição ortostática deve ocorrer em pé, como 
no caso dos exames de radiografia convencional de tórax; a em 
decúbito lateral permitirá identificar os órgãos localizados 
lateralmente, como o baço ou mesmo os rins; já em decúbito 
ventral, é possível identificar os órgãos abdominais. 
Aproveite esta aula e estude para que seu conhecimento aumente 
cada vez mais e para que, dessa forma, consiga ajudar cada vez 
mais pessoas. 
Planos anatômicos para as imagens 
radiológicas 
 
O estudo da anatomia necessita de um vocabulário clínico que define posição, 
relação e planos de referência, bem como os sistemas do corpo humano. O estudo 
da anatomia pode ser conduzido pelas regiões ou pelos sistemas orgânicos do 
corpo. Por convenção, as descrições anatômicas do corpo humano são relacionadas 
com a posição anatômica dele ou também com a posição ortostática. E o que isso 
significa? O corpo deve estar em posição ereta, com a face voltada para frente, os 
membros superiores devem estar junto ao corpo, com as palmas das mãos voltadas 
também para frente, e os membros inferiores devem estar unidos, com os pés 
voltados para frente. Qualquer alteração da posição descrita pode ser indicativa de 
alterações tensionais, caso em que pode ocorrer diminuição rápida do retorno 
venoso do coração, fato que pode resultar em redução do enchimento ventricular e 
causar diminuição do débito cardíaco e da pressão arterial. Em longo prazo, pode 
ser danoso para o paciente. Pacientes que estão em decúbito lateral podem estar 
deitados sobre o lado direito ou o esquerdo; e aqueles que estão em decúbito 
ventral estão deitados sobre o abdome. 
É comum ocorrer confusão entre os termos referenciados no posicionamento 
anatômico radiográfico e a incidência radiológica. O posicionamento radiográfico 
determina a posição que o paciente vai ficar durante a realização do raio-X e 
influencia diretamente na perspectiva de visualização do exame, na qualidade da 
imagem e também na interpretação do laudo. A incidência radiológica, por sua vez, 
está relacionada à incidência da radiação oriunda do aparelho de raio-X ou mesmo 
dos demais aparelhos radiológicos. É onde a radiação entra e sai após ser 
direcionada para a parte do corpo a ser gravada e projetada. 
Qualquer erro nessas posições pode acarretar interpretações errôneas e levar ao 
diagnóstico incorreto ou tardio sobre as patologias. Os erros podem ser de 
interpretação, que ocorrem por falta de conhecimento sobre as posições 
anatômicas, ou podem acontecer pela pressa em entregar os resultados dos 
exames e pelo excesso de trabalho. 
Posições laterais devem permitir a observação de órgãos internos e, para isso, 
precisam ser bem estabelecidas. Quando é solicitada a posição em decúbito dorsal, 
precisa-se ter o cuidado de pedir ao paciente que esteja com o intestino o mais 
vazio possível, pois, caso contrário, poderá acarretar falhas na interpretação das 
imagens, especialmente do peritônio, que está localizado posteriormente. 
Também precisam ser levados em consideração os seguintes fatores: nitidez dos 
registros, ângulo de observação e densidade e proximidade entre a estrutura e o 
aparelho de raio-X. Hoje em dia se sabe que as imagens geradas por meio digital 
apresentam qualidade infinitamente superior às que eram geradas pelos meios 
impressos. Nesse caso, a qualidade das imagens prejudicava muito a interpretação, 
problema que, hoje, não acontece mais. 
Posicionamentoanatômico na 
formação das imagens radiológicas 
utilizando diferentes técnicas 
 
O posicionamento correto dos pacientes é extremamente importante para a 
aquisição de imagens apropriadas e de qualidade que possam ser examinadas 
pelos médicos para que os pacientes recebam o devido diagnóstico. 
Com o objetivo de padronizar a análise e interpretação das imagens radiográficas, 
existe um consenso sobre a perspectiva adotada na hora de descrever os achados 
do exame. A dica é sempre pensar que o paciente se encontra na posição anatômica 
ou ortostática e que está sendo observada de frente pelo técnico em radiologia. A 
posição anatômica se refere à pessoa de pé, com os braços esticados, pés retos, 
palmas das mãos viradas para frente e olhando para o horizonte. Partindo desse 
posicionamento em radiologia, fica mais simples colocar o paciente na posição 
geral pedida pelo médico que solicitou o raio-X. 
O ortostatismo é a posição ortostática que se refere ao paciente em pé e ereto, 
sendo este o exemplo clássico de posição anatômica. No decúbito dorsal, o paciente 
encontra-se deitado sobre o dorso, ou seja, com a barriga para cima. As palavras 
dorso e dorsal originam-se de um corte padrão específico da radiologia, chamado 
plano médio coronal, ou linha, que divide o corpo em parte anterior e posterior. A 
parte anterior se refere à frente e a posterior à parte de trás. O decúbito ventral é a 
posição contrária ao decúbito dorsal e, nela, o paciente fica deitado sobre o 
abdome. No decúbito lateral, o paciente fica deitado sobre um dos lados do corpo, 
direito ou esquerdo. 
Além dessas, podemos encontrar outras terminologias, como Fowler. Para esse 
posicionamento, a mesa do aparelho de raio-X deve ser inclinada e o paciente 
precisa deitar-se de barriga para cima, ou seja, em decúbito dorsal, com a cabeça 
mais alta que os pés. Outra terminologia encontrada é a SIM, posição equivalente a 
um semidecúbito ventral, ou seja, o paciente fica parcialmente deitado sobre o 
abdome. Exames de litotomia fazem menção à posição utilizada para exames 
ginecológicos, nos quais a paciente se deita com o abdome para cima, ou seja, em 
decúbito dorsal, e apoia as pernas no suporte do equipamento, de maneira que 
fiquem afastadas. Em Trendelenburg, assim como no Fowler, é necessário inclinar 
bem a mesa do equipamento de raio-X. Em seguida, o paciente se deita em 
decúbito dorsal, com a cabeça mais baixa que os pés. 
Também é importante saber que o raio X atravessa a parte do corpo a ser 
examinada e é absorvido pelas estruturas anatômicas. As partículas que não foram 
absorvidas se chocam com uma placa sensível a elas, presente na mesa do 
equipamento de raio-X. Dependendo da posição radiológica, essa placa pode estar 
embaixo ou atrás do paciente. Quanto mais partículas atravessarem a estrutura 
anatômica, mais escura será a imagem. Órgãos menos densos, por exemplo, deixam 
passar grande parte da radiação ionizante, que se choca com a placa e queima o 
material fotossensível, e, por isso, aparecem escuros nas imagens radiográficas. Já 
tecidos mais densos e duros, como os ossos, absorvem a maior parte dos raios X e 
aparecem claros nas imagens. 
As posições anatômicas para aquisição 
das imagens radiológicas 
 
Para aplicarmos os conhecimentos obtidos nos blocos anteriores, veremos alguns 
casos clínicos a seguir. 
• Caso 1: mulher, 37 anos, recorre ao atendimento emergencial queixando-se 
de dor na face, em forma de pressão, tosse, dores fortes na cabeça, 
obstrução nasal e episódios de febre. Após o atendimento, foi realizada uma 
radiografia dos seios da face, que identificou obstrução. Frente a esse 
quadro, a paciente foi, então, diagnosticada com sinusite. A partir disso, 
reflita e associe os sintomas que a paciente apresentou com o diagnóstico 
obtido. A paciente apresentou dores na face e na cabeça em virtude do 
excesso de produção de muco, que levou à obstrução nasal e dos seios da 
face. Como ela apresentou quadro febril, isso nos faz pensar em uma 
sinusite de origem bacteriana, sendo mais comum a do tipo Haemophilus 
influenza. Nesse contexto, qual seria o exame mais indicado para detectar 
uma obstrução nasal, como a sinusite? Radiografia convencional. 
• Caso 2: mulher, 38 anos, grávida de 35 semanas, buscou atendimento 
emergencial queixando-se de fortes contrações. Após realizado o 
atendimento, foi constatada a necessidade de uma cesariana. A bebê nasceu 
com 35 semanas, pesando 1,250 kg e com 38 cm de altura. Como não 
chorou ao nascer, foi feito o procedimento de reanimação respiratória 
juntamente com a indução de surfactante exógeno. Diante desse cenário, 
reflita por que foi necessária a indução de surfactante exógeno. 
Foi necessário, pois, no período do nascimento, a quantidade de pneumócito II e, 
consequentemente, de surfactante é muito pequena e insuficiente para manter os 
alvéolos pulmonares distendidos e, portanto, passíveis de realizar as trocas 
gasosas. Como estão fechados ou atelectasiados, aparecerão radiopacos nas 
imagens radiográficas. Para esses pacientes, podem ser realizadas também 
tomografias computadorizadas. 
• Caso 3: homem, 60 anos, tabagista há 30, busca atendimento queixando-se 
de dificuldade para respirar, tosse persistente, chiado no peito constante e 
perda de peso sem motivo aparente. Durante a avaliação clínica do paciente, 
foi sugerida a realização de uma tomografia que evidenciou destruição do 
parênquima alveolar, o que levou ao diagnóstico de enfisema. Frente a esse 
cenário, reflita sobre as causas que levaram ao desenvolvimento do 
enfisema. 
A destruição do parênquima alveolar ocorreu pela perda das fibras elásticas, o que 
acarretou o colabamento alveolar. Um exame adicional para confirmação do 
enfisema pulmonar é a espirometria. 
• Caso 4: homem, 29 anos, trabalhador de uma mineradora há cerca de 10, 
passou a apresentar um quadro de dispneia, cianose nas extremidades e 
dificuldade para respirar. Esse paciente buscou atendimento com essas 
queixas e, diante disso, foi indicada a realização de uma radiografia seriada 
de tórax, a qual constatou a presença de fibrose pulmonar. A partir disso, o 
homem foi diagnosticado com silicose, um tipo de pneumoconiose. Tendo 
isso em vista, reflita sobre o desenvolvimento da silicose no paciente. 
Nesse caso, pode-se dizer que ocorreu a destruição das fibras colágenas e elásticas 
encontradas no interstício das paredes alveolares, reduzindo a capacidade de 
disfunção pulmonar. 
Com esses exemplos você será capaz de compreender como é realizada a aplicação 
dos exames radiológicos para detecção de patologias. 
Estudante, começaremos esta aula estudando como ocorre a 
reconstrução das imagens geradas a partir dos exames 
radiológicos. As metodologias utilizadas envolvem a reconstrução 
multiplanar (MPR), as projeções de intensidade e as inovações 
advindas da reconstrução 3D com a presença de softwares bem 
atualizados. Essa etapa dos exames radiológicos é de extrema 
importância tanto para o técnico em radiologia como para o 
médico radiologista, pois, se a reconstrução ocorrer 
erroneamente, todo o trabalho de interpretação ficará incorreto. 
Aproveite esta aula e estude para que seu conhecimento aumente 
cada vez mais e para que, dessa forma, consiga ajudar cada vez 
mais pessoas. 
Reconstrução de imagens radiológicas 
 
O conhecimento sobre a reconstrução das imagens radiológicas é de extrema 
importância para a interpretação dos exames radiológicos. O foco desse 
procedimento são os exames realizados através da tomografia computadorizada. 
Antigamente a quantidade de imagens era muito pequena e com pouca qualidade 
devido, principalmente, à limitação dos equipamentos. Por exemplo, as imagens de 
coração, ou mesmo as de pulmão, eram bem difíceis de realizar, o que dificultava 
ainda mais o diagnóstico. Com a evolução da tecnologia dos equipamentos, passou 
a ser possível adquirir

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