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Contaminação Radioativo

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CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Contaminação Radioativo 
Diferença entre Contaminação Radioativa e Irradiação 
A diferença entre contaminação radioativa e irradiação é que, na primeira, absorve-se o material 
radioativo, já na segunda há exposição à radiação, que pode ser a distância. 
Quando acontece algum acidente nuclear, como foi o caso do acidente com césio-137 em Goiânia, 
muitas notícias usam os termos “contaminação radioativa” e “irradiação”. Mas será que esses termos 
são usados corretamente? Você sabe a diferença entre contaminação radioativa e irradiação? 
A contaminação radioativa acontece quando um material radioativo é absorvido pelo corpo de um 
indivíduo. Qualquer tipo de contaminação ocorre quando há a presença indesejável de um material 
em um local onde ele não deveria estar. 
No acidente com o césio-137, por exemplo, Leide das Neves, uma menina de apenas seis anos de 
idade, pegou o “pó azul brilhante”, que, na verdade, era o cloreto de césio-137, brincou com ele e 
depois foi lanchar sem lavar as mãos. Desse modo, ela foi contaminada porque absorveu o material 
radioativo tanto por via cutânea (pela pele) quanto por ingeri-lo em pequenas quantidades. 
Entre as pessoas examinadas nesse acidente em Goiânia, quatro, que acabaram morrendo e 
estavam entre as 14 pessoas removidas para o Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro, 
apresentavam contaminação externa e/ou interna, ou seja, tiveram contato direto com o material 
radioativo, e também lesões características da exposição de parte do corpo ou do corpo inteiro. Leide 
das Neves foi a primeira dessas vítimas fatais. 
Quando uma pessoa sofre contaminação radioativa, ela também se torna uma ameaça para as outras 
pessoas, pois o material radioativo que está presente nela continua emitindo radiações, que podem 
contaminar outros. Isso nos mostra que toda pessoa contaminada também foi irradiada. 
Por outro lado, a irradiação é a energia característica emitida por uma fonte radioativa. Ela ocorre 
quando há uma exposição do material ou do corpo de alguém à radiação emitida pelo elemento 
radioativo. Isso pode acontecer sem a pessoa entrar em contato direto com o material radioativo, ou 
seja, mantendo-se a certa distância. Desse modo, nem toda pessoa que foi irradiada também foi 
contaminada. 
Assim, uma pessoa que sofreu irradiação não se torna uma fonte de radioatividade, não 
representando, assim, perigo para as outras pessoas. 
Conforme explicado no texto Radioatividade nos alimentos e na agricultura, os alimentos irradiados 
são expostos a uma fonte de radiação, como o cobalto-60 ou o césio-137, por um tempo controlado e 
sem nenhum contato direto. Desse modo, o seu processo de deterioração é retardado, mas o 
alimento não se torna fonte de contaminação, podemos tocá-lo, manuseá-lo e ingeri-lo sem receios. 
Mas a pessoa que ficou próxima a um material radioativo e foi irradiada sofre as consequências 
dessa radiação ionizante. 
Visto que a radiação alfa não consegue penetrar na pele humana, ela não causa danos a uma 
pessoa que só foi irradiada. No entanto, as radiações beta e gama possuem alto poder de penetração 
e podem causar danos sérios e até irreparáveis. No caso da radiação beta, ela consegue atravessar 
a pele até 2 cm e causar problemas como câncer de pele e danos aos olhos. A radiação gama é a 
que possui maior poder de penetração, conseguindo atravessar até 25 cm de madeira ou 15 cm de 
aço. Ela só é detida por placas de chumbo de 5 cm ou por grossas paredes de concreto. 
A alternativa correta é a letra “a”. A decisão tomada pela companhia aérea foi equivocada porque, 
conforme vimos neste texto, um material médico esterilizado por irradiação não se torna radioativo. 
Exposição e contaminação radioativa 
Tipos de Radiação 
A radiação inclui 
 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
• Ondas eletromagnéticas de alta energia (raios x, raios gama) 
• Partículas (partículas alfa, beta, nêutrons) 
As partículas alfa são emitidas pelo núcleo do hélio por vários radionucleotídios com altos números 
atômicos (p. ex., plutônio, radio, urânio) que não podem penetrar na pele além de uma profundidade 
rasa (< 0,1 mm). 
As partículas beta são elétrons de alta energia emitidas pelo núcleo de átomos instáveis (p. ex., 
césio-137, iodeto-131). Tais partículas podem penetrar mais profundamente na pele (1 a 2 cm) e 
causar dano epitelial e subepitelial. 
Os nêutrons são partículas eletricamente neutras projetadas pelo núcleo de alguns radionucleotídios 
(p. ex., califórnio-252) e produzidas em reações nucleares (p. ex., em reatores nucleares); sua 
profundidade de penetração no tecido varia de poucos milímetros a dezenas de centímetros, 
dependendo da sua energia. Colidem com os núcleos dos átomos estáveis, resultando em emissão 
de prótons energéticos, partículas alfa e beta e radiação gama. 
Radiação gama e raios X são radiações eletromagnéticas de alta energia (i. e., fótons) e frequência 
que podem penetrar a pele por vários centímetros. Enquanto alguns fótons depositam toda sua 
energia no corpo, outros podem somente depositar uma fração de sua energia e outros podem, 
ainda, passar completamente pelo corpo sem nenhuma interação. 
Devido a essas características, as partículas alfas e beta causam maior dano quando os elementos 
radioativos que as emitem estão dentro (contaminação interna) ou, no caso de emissores beta, 
diretamente no corpo; somente tecidos em contato próximo ao elemento são afetados. Raios X e 
gama podem causar danos a grandes distâncias de sua fonte e são tipicamente responsáveis por 
síndromes radioativas agudas —Exposição e contaminação radioativa: Síndromes de radiação aguda 
(SRA). 
Medição da radiação 
Unidades de medida convencionais compreendem roentgen, gray e sievert. O roentgen (R) 
representa a intensidade de radiação X ou gama no ar. O gray (Gy) é a quantidade daquela energia 
absorvida por unidade de massa. Devido ao fato de o dano biológico por Gy variar com o tipo de 
radiação (mais alto para nêutrons e partículas alfa), a dose em Gy é corrigida por um fator de 
qualidade; a dose equivalente resultante é o roentgen equivalente em man (rem). Fora dos EUA e na 
literatura científica, unidades SI (Sistema Internacional) são usadas; Gy e Sv substituíram rad e rem 
— Gy = 100rad e Sv = 100 rem. O rad e rem (portanto Gy e Sv) são essencialmente iguais (i. e., o 
fator de qualidade é igual a 1) quando descrevem radiações gama ou beta. 
A quantidade (volume) de radioatividade é expressa em termos do número de desintegrações 
nucleares (transformações) por segundo. O becquerel (Bq) é a unidade do SI da radioatividade; um 
Bq é uma desintegração por segundo (dps). No sistema norte-americano, um Curie é 37 bilhões Bq. 
Tipos de Exposição 
A exposição à radiação pode envolver 
• Contaminação 
• Irradiação 
Contaminação radioativa é o contato e a retenção de material radioativo, em geral na forma de 
líquido ou poeira. A contaminação pode ser de dois tipos 
• Externa 
• Interna 
Contaminação externa ocorre em pele ou roupas, de onde pode cair ou ser retirada por atrito, 
contaminando outras pessoas e objetos. A contaminação interna é o material radioativo dentro do 
 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
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corpo, o qual pode entrar por ingestão, inalação ou através de lesões na pele. Uma vez no corpo, o 
material radioativo pode ser transportado para vários locais (p. ex., medula óssea), onde continua 
liberando radiação até ser removido ou se desintegrar. A contaminação interna é mais difícil de ser 
removida. Embora a contaminação interna com qualquer radionucleotídio seja possível, 
historicamente, a maioria dos casos nos quais a contaminação representava um risco significativo ao 
paciente envolvia um número relativamente pequeno de radionucleotídios, como fósforo-32, 
hidrogênio-3, cobalto-60, estrôncio-90, césio-137, iodo-131, iodo-125, urânio-235 e 238, plutônio 238 
e 239, polônio-210 e amerício-241.Irradiação é a exposição à radiação, mas não a material radioativo (i. e., nenhuma contaminação 
envolvida) A exposição à radiação pode ocorrer sem que a fonte da radiação (p. ex., material 
radioativo, equipamento de raios X) entre em contato com a pessoa. Quando a fonte da radiação é 
removida ou desligada, a exposição termina. A irradiação pode acometer todo o corpo e, se a dose 
for grande, pode resultar em sintomas sistêmicos e síndromes radioativas ( Exposição e 
contaminação radioativa : Síndromes de radiação aguda (SRA)); se acometer uma pequena região do 
corpo (p. ex., da radiação terapêutica), pode causar sintomas focais. As pessoas não emitem 
radiação (i. e., não se tornam radioativas) após a irradiação. 
Fontes de exposição 
As fontes podem ocorrer natural ou artificialmente ( Média anual de exposição à radiação nos EUA). 
As pessoas estão constantemente expostas a baixos níveis de radiação natural, ou seja, radiação do 
ambiente. A radiação ambiental compreende a radiação cósmica e elementos radioativos presentes 
no ar, água e solo. A radiação cósmica é concentrada nos polos pelo campo magnético da Terra e 
atenuada pela atmosfera. Portanto, a exposição é maior em pessoas que vivem em grandes altitudes 
e durante voos de avião. Fontes terrestres de exposição à radiação externa decorrem principalmente 
da presença de elementos radioativos com meias-vidas comparáveis à idade da Terra (~ 4,5 bilhões 
de anos). 
Em particular, o urânio (238U) e o tório (232Th), juntamente com várias dezenas de seus descendentes 
radioativos e um isótopo radioativo do potássio (40K) existem em muitas rochas e minerais. Pequenas 
quantidades desses radionuclídeos estão nos alimentos, na água e no ar e, assim, contribuem para a 
exposição interna visto que estes radionuclídeos são invariavelmente incorporados ao corpo. A maior 
parte da dose de radionuclídeos incorporados internamente é de radioisótopos do carbono (14C) e do 
potássio (40K) e, como estes e outros elementos (formas estáveis e radioativas) são constantemente 
reabastecidos no corpo por ingestão e inalação, existem cerca de 7.000 átomos submetidos a 
decaimento radioativo por segundo. 
A exposição interna da inalação de isótopos radioativos do gás nobre radônio (222Rn e 220Rn), que 
também são formados da série de decaimento do urânio (238U), é responsável pela maior parte (73%) 
da média per capita da dose de radiação que ocorre naturalmente na população dos EUA. A radiação 
cósmica responde por 11%, os elementos radioativos no corpo por 9% e radiação terrestre externa 
por 7%. A média que as pessoas recebem é de cerca de 3 a 4 mSv/ano de fontes naturais e 
produzidas pelo homem (variação ~0,5 a 20 mSv/ano). No entanto, em algumas partes do mundo, as 
pessoas recebem > 50 mSv/ano. As doses de radiação natural são muito baixas para causar danos; 
elas podem resultar em um pequeno aumento do risco de câncer, embora alguns especialistas 
pensem que não haja aumento do risco. 
Nos EUA, as pessoas recebem uma média de 3 mSv/ano de fontes produzidas pelo homem, a 
maioria delas envolvendo testes de imagem. Em uma análise per capita, a contribuição da exposição 
proveniente de exames clínicos por imagem é maior para tomografia computadorizada (TC) e exames 
de cardiologia nuclear. Contudo, procedimentos diagnósticos raramente transmitem doses suficientes 
para causar danos, embora haja, teoricamente, um aumento do risco de câncer. Exceções incluem 
certos procedimentos intervencionistas guiados por fluoroscopia (p. ex., reconstrução endovascular, 
embolização vascular, ablação por radiofrequência cardíaca e de tumores), os quais têm causado 
lesões na pele e tecidos subjacentes. A radioterapia também pode causar danos a tecidos normais 
que ficam perto do tecido alvo. 
 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
 
Radiodermatite crônica 
© Springer Science+Business Media 
Uma parte muito pequena da exposição pública média resulta de precipitação radioativa de testes 
com armas. Acidentes podem envolver irradiadores industriais, fontes de radiografia industrial e 
reatores nucleares. Tais acidentes normalmente resultam de falhas nos procedimentos de segurança 
(p. ex., intertravamento é ignorado). Danos por radiação também foram causados pela perda ou 
roubo de fontes médicas ou industriais que continham grandes quantidades do radionuclídeo. As 
pessoas que procuram cuidado médico para esses danos podem não ter consciência de que foram 
expostos à radiação. 
Ocorreram vazamentos não intencionais de material radioativo, incluindo da usina Three Mile Island 
na Pensilvânia em 1979, do reator de Chernobyl na Ucrânia em 1986 e da usina nuclear de 
Fukushima Daiichi no Japão em 2011. A exposição em Three Mile Island foi mínima porque não 
houve violação do vaso de contenção, como ocorreu em Chernobyl, nem explosão de hidrogênio 
como ocorreu em Fukushima. As pessoas morando em até 1,6 km da usina de Three Mile Island 
receberam no máximo apenas cerca de 0,08 mSv (uma fração do que é recebido de fontes naturais 
em um mês). No entanto, as 115.000 pessoas que foram então evacuadas da área em torno da usina 
de Chernobyl receberam uma dose média efetiva de cerca de 30 mSv e uma dose média na tireoide 
de cerca de 490 mGy. As pessoas trabalhando na usina de Chernobyl no momento do acidente 
receberam doses significativamente mais elevadas. 
Mais de 30 trabalhadores e socorristas morreram meses após o acidente, e muitos mais sofreram 
doença por radiação aguda. Baixo nível de radiação deste acidente atingiu outras regiões da Europa, 
Ásia e (em menor escala) a América do Norte. A média de exposição cumulativa da população geral 
em várias regiões afetadas da Bielorrússia, Rússia e Ucrânia nos primeiros 20 anos após o acidente 
foi estimada em cerca de 9 mSv. O terremoto e o tsunami no Japão em 2011 causaram vazamento 
de material radioativo no meio-ambiente de vários reatores da usina nuclear de Fukushima Daiichi. 
Não houve lesões graves por radiação nos trabalhadores no local. Entre cerca de 400.000 habitantes 
na província de Fukushima, a dose efetiva estimada (baseada em entrevistas e modelos de 
reconstrução da dose) foi < 2 mSv para 95% das pessoas e < 5 mSv para 99,8%. As estimativas da 
OMS foram um pouco mais altas por causa das suposições intencionalmente mais conservadoras em 
relação à exposição. Estimou-se que a dose efetiva nos municípios não imediatamente adjacentes a 
Fukushima foram entre 0,1 a 1 mSv, e a dose para as populações fora do Japão foram insignificantes 
(< 0,01 mSv). 
Outros eventos significantes incluem a detonação de duas bombas atômicas sobre o Japão em 
agosto de 1945, que causou mais de 110.000 mortes por trauma imediato causado pela explosão e 
calor. Um número muito menor (< 600) do excesso de mortes decorrentes de câncer induzido pela 
radiação ocorreu ao longo dos 60 anos subsequentes. A vigilância permanente da saúde dos 
sobreviventes continua a ser uma das fontes mais importantes de estimativas do risco de câncer 
induzido por radiação. 
Enquanto vários casos criminosos de contaminação intencional de indivíduos foram relatados, a 
exposição da população como resultado de atentados terroristas não aconteceu, mas é uma 
preocupação. Os cenários possíveis envolvem o uso de dispositivos para contaminar uma área 
através da dispersão de material radioativo (p. ex., de uma fonte de radioterapia com césio-137 
descartado). Um dispositivo de dispersão da radiação (DDR) que utiliza explosivos convencionais é 
chamado bomba suja. Outros cenários terroristas incluem a utilização de uma fonte de radiação 
 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
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escondida para atingir pessoas insuspeitas a grandes doses de radiação, ataque a reatores nucleares 
ou locais de estocagem de material radioativo e detonação de armas nucleares (p. ex., um dispositivo 
nuclear improvisado, uma arma roubada). 
Média anual de exposição à radiação nos EUA 
Dose Fonte (milisieverts) 
Fontes de ocorrêncianatural 
Gás radônio 2,3 
Outras fontes terrestres 0,2 
Radiação solar e cósmica 0,3 
Elementos radioativos naturais internos 0,3 
Subtotal 3,1 
Fontes artificiais (exposição da pessoa comum) 
Raios-X diagnósticos e medicina nuclear 3,0 
Produtos consumidos 0,1 
Precipitação radioativa de testes de armas < 0,01 
Indústria nuclear < 0,01 
Subtotal 3,1 
Exposição total anual 6,2 
Outras fontes de exposição (média por exposição ou procedimento) 
Viagens de avião 0,001 a 0,014/h de voo 
Raios-X dentais 0,005 
Radiografia de tórax (vista posteroanterior) 0,02 
Radiografia de tórax (2 incidências: posterior e lateral) 0,1 
Mamografia 0,4 
TC de crânio 2 
TC, corpo (tórax, abdome, pelve) 6 a 8 
Enema baritado 8 
Medicina nuclear (p. ex., cintigrafia óssea) 4,2 
 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
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Dose Fonte (milisieverts) 
*National Council on Radiation Protection and Measurements. Exposição à radiação ionizante da 
população dos Estados Unidos. Relatório do NCRP Nº. 160 National Council on Radiation 
Protection and Measurements, Bethesda, MD, 2009. 
 
Fisiopatologia 
A radiação ionizante danifica o DNA, RNA e diretamente as proteínas, mas, com mais frequência, o 
dano a essas moléculas é indireto, causado pelos radicais livres altamente reativos gerados pela 
interação da radiação com moléculas de água intracelulares. Grandes doses de radiação causam 
morte celular, ao passo que baixas doses interferem na proliferação delas. Os danos aos demais 
componentes celulares podem resultar em hipoplasia progressiva, atrofia e, eventualmente, fibrose. 
Fatores que afetam a resposta 
A resposta biológica à radiação varia com 
• Radiossensibilidade tecidual 
• Quantidade 
• Duração da exposição 
• Idade do paciente 
Células e tecidos se diferem em sua radiossensibilidade. Em geral, as células indiferenciadas e as 
que têm altas taxas mitóticas (p. ex., células-tronco, células cancerígenas) são particularmente 
vulneráveis à radiação. Como a radiação deteriora células-tronco que se dividem rapidamente em vez 
de células maduras mais resistente, normalmente há um período entre a exposição à radiação e 
lesão visível. O dano não se manifesta até que uma fração significativa das células maduras morra de 
senescência natural e, devido a perda das células-tronco, não são repostas. 
A sensibilidade celular em ordem descrescenteendente de sensibilidade é 
• Células linfoides 
• Células germinativas 
• Células proliferantes da medula óssea 
• Células epiteliais intestinais 
• Células tronco epidérmicas 
• Células hepáticas 
• Epitélio dos alvéolos pulmonares e vias biliares 
• Células epiteliais dos rins 
• Células endoteliais (pleura e peritônio) 
• Células do tecido conjuntivo 
• Células ósseas 
• Células musculares, cerebrais e da coluna espinhal 
 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
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A dose exata em que o efeito tóxico ocorre depende do tempo de exposição e do período de tempo 
da liberação. Uma dose rápida é mais lesiva que a mesma dose dada por semanas ou meses. A 
reação a ela também depende da amplitude de área exposta do corpo. A certeza de doença 
significante e fatalidades ocorre após irradiação de todo o corpo com > 4,5Gy liberada em curto 
período de tempo; entretanto, 10s de Gy podem ser bem tolerados quando liberados por longo 
período a uma pequena área de tecido (p. ex., para terapia de câncer). 
Outros fatores podem aumentar a sensibilidade do dano. Crianças são mais suscetíveis a danos por 
radiação por terem maior taxa de proliferação celular. Pessoas que são homozigotas para gene 
ataxia-telangiectasia mostram maior sensibilidade para danos por radiação. Distúrbios, como os do 
tecido conectivo e diabetes, podem aumentar a sensibilidade a lesões por radiação. Agentes 
quimioterápicos também podem aumentar a sensibilidade a lesões por radiação. 
Câncer e teratogenicidade 
Danos genéticos em células somáticas podem resultar em transformação maligna e danos às células 
germinativas aumentam a possibilidade teórica de defeitos genéticos transmissíveis. 
Estima-se que a exposição de partes protegidas do corpo todo a 0,5 Gy aumenta a média do risco de 
câncer na vida de um adulto em aproximadamente 22% a 24,5%, um aumento de 11% do risco 
relativo, mas um aumento de somente 2,5% do risco absoluto. A chance de desenvolver câncer 
devido a doses normalmente encontradas (i. e., radiação de fundo e testes de imagem típicos 
— Riscos da exposição à radiação para fazer exames diagnósticos) é muito menor e pode chegar a 
zero. As estimativas de maior risco de câncer induzido por radiação como resultado das doses 
tipicamente baixas experimentadas pelas pessoas na proximidade dos incidentes do reator, como em 
Fukushima, foram feitas por extrapolação para baixo a partir efeitos conhecidos de doses muito mais 
altas. O efeito teórico resultante muito pequeno é multiplicado por uma grande população para dar o 
que pode parecer ser um número preocupante de mortes adicionais por câncer. A validade destas 
extrapolações não pode ser confirmada porque o aumento hipotético do risco é muito pequeno para 
ser detectado em estudos epidemiológicos, e a possibilidade de que não haja nenhum aumento no 
risco de câncer devido a essa exposição não pode ser excluída. 
Crianças são mais suscetíveis por terem um número maior de futuras divisões celulares e tempo de 
vida mais longo, durante o qual o câncer pode se manifestar. Estima-se que a TC do abdômen feita 
em uma criança de 1 ano de idade aumente o risco absoluto estimado de câncer durante a vida desta 
criança em cerca de 0,1%. Os radionuclídeos que são incorporados a tecidos específicos são 
potencialmente carcinogênicos nesses locais (p. ex., o acidente com o reator nuclear de Chernobyl 
resultou em aumento substancial do consumo de iodo radioativo em decorrência do consumo de leite 
contaminado, e o subsequente excesso de casos de câncer de tireoide ocorreu entre crianças 
expostas). 
O feto é excepcionalmente suscetível à danos por altas doses de radiação. No entanto, em 
doses < 100 mGy os efeitos teratogênicos são improváveis. O risco fetal de radiação por doses 
típicas de testes de imagem que as gestantes tendem a fazer é muito pequeno comparado ao risco 
geral de defeitos de nascença (2% a 6% observados ao nascimento) e o benefício potencial do 
diagnóstico pelo exame. O maior risco de ter câncer como resultado da exposição à radiação no útero 
é aproximadamente o mesmo daquele da exposição à radiação nas crianças, que é cerca de 2 a 3 
vezes o risco para adultos de 5%/Sv. 
Os potenciais riscos da exposição à radiação justificam considerar criteriosamente a necessidade de 
(ou alternativas a) exames de imagem envolvendo radiação, otimizando a exposição do corpo à 
radiação e o questionamento clínico, e a atenção ao uso de procedimentos adequados de proteção 
contra a radiação, especialmente para as crianças e as gestantes. 
Danos às células reprodutoras mostraram causar anomalias de nascença na descendência de vários 
animais irradiados. No entanto, efeitos hereditários não foram encontrados nos filhos de pessoas 
expostas à radiação, incluindo os descendentes de sobreviventes da bomba atômica no Japão ou os 
descendentes de sobreviventes de câncer tratados com radioterapia. A dose média para os ovários 
foi de ~ 0,5 Gy e para os testículos 1,2 Gy. 
 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
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Sinais e sintomas 
As manifestações dependem do fato de a exposição à radiação atingir todo o corpo (síndrome da 
radiação aguda) ou uma pequena porção dele (radiação focal). 
Síndromes de radiação aguda (SRA) 
Depois que todo o corpo ou uma grande parte dele recebe uma alta dose de radiação penetrante, 
diversas síndromes distintas podem ocorrer: 
• Síndrome cerebral 
• Síndrome gastrintestinal (GI) 
• Síndrome hematopoética 
Essas síndromes apresentam três fases diferentes: 
• Fase prodrômica (minutos a 2 dias após a exposição) com letargia e sintomasGI (náuseas, 
anorexia, vômitos e diarreia). 
• Fase latente assintomática (horas a 21 dias após a exposição) 
• Fase de doença sistêmica evidente (horas a > 60 dias após a exposição): a doença é classificada 
de acordo com o principal sistema orgânico acometido 
A dose de radiação determina qual síndrome vai se desenvolver, e qual será sua gravidade e 
velocidade de progressão (Efeitos da radiação de corpo inteiro da radiação externa ou absorção 
interna). Sintomas e tempo de evolução são regularmente consistentes para uma dada dose de 
radiação, podendo, portanto, ser usados para estimar a exposição à radiação. 
A síndrome cerebral, manifestação dominante das doses extremamente altas de radiação por todo o 
corpo (> 30 Gy) é sempre fatal. Os pródromos se desenvolvem em minutos a 1 h após a exposição. 
Há pouca ou nenhuma fase latente. Os pacientes desenvolvem tremores, convulsões, ataxia, edema 
cerebral e morte dentro de algumas horas ou em até 2 dias. 
A síndrome gastrintestinal é a manifestação dominante após doses de cerca de 6 a 30Gy em todo 
o corpo. Sintomas prodrômicos, frequentemente acentuados, desenvolvem-se em 1 h e desaparecem 
em 2 dias. Durante o período latente de 4 a 5 dias, as células da mucosa GI morrem. A morte celular 
é seguida por náuseas intratável, vômitos e diarreia, que conduzem à grave desidratação e 
desequilíbrio eletrolítico, diminuindo o volume plasmático e causando colapso vascular. Necrose 
intestinal também pode ocorrer, predispondo à perfuração intestinal, bacteremia e sepse. A morte é 
comum. Pacientes que receberam > 10Gy podem ter sintomas cerebrais (sugerindo dose letal). A 
morte é comum; os sobreviventes podem desenvolver síndrome hematopoética. 
A síndrome hematopoética é a manifestação dominante após doses de 1 a 6Gy em todo o corpo e 
consiste em pancitopenia generalizada. Leve pródromo pode se iniciar após 1 a 6 h, permanecendo 
por 24 a 48 h. Células da medula óssea são afetadas imediatamente, mas as células sanguíneas 
maduras em circulação não são grandemente afetadas. Linfócitos circulantes são uma exceção e 
linfopenia pode ser evidente horas ou dias após a exposição. Como as células em circulação morrem 
por senescência, elas não são substituídas em número suficiente, resultando, portanto, em 
pancitopenia. Dessa forma, o paciente permanece assintomático durante um período latente de até 
4,5 semanas após uma dose de 1 Gy, na medida em que aumenta o impedimento da hematopoese. 
O risco de várias infecções aumenta como resultado de neutropenia (mais proeminente em 2 a 
4 semanas) e diminui a produção de anticorpos. Petéquia e sangramento das mucosas resultam de 
trombocitopenia, que se desenvolve em 3 a 4 semanas e pode persistir por meses. Anemia se 
desenvolve lentamente, pois os eritrócitos preexistentes têm mais tempo de vida que leucócitos e 
plaquetas. Os sobreviventes têm aumento da incidência de câncer induzido por radiação, incluindo 
leucemias. 
 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
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Efeitos da radiação de corpo inteiro da radiação externa ou absorção interna 
Fase ou 
síndrome 
Característi
cas 
Variação da dose (Gy)*,† 
 1 — 2 2 — 6 6 — 8 8 — 30 > 30 
Pródromo Incidência 
de náusea e 
vômito 
5 — 50% 50 — 100% 75 — 100% 90 — 
100% 
100% 
 
Tempo de 
início da 
náusea e 
vômito após 
exposição 
2 — 6 h 1 — 2 h 10 a 60 min < 10 min Minutos 
 
Duração da 
náusea e 
vômito 
< 24 h 24 — 48 h < 48 h < 48 h N/D 
(paciente
s morrem 
em < 48 
h) 
 
Gravidade e 
incidência 
de diarreia 
Nenhuma Nenhuma a 
leve (< 10%) 
Pesada 
(> 10%) 
Pesada 
(> 95%) 
Pesada 
(100%) 
 
Tempo de 
início da 
diarreia 
após 
exposição 
— 3 — 8 h 1 — 3 h < 1 h < 1 h 
 
Gravidade e 
incidência 
de cefaleia 
Leve Leve a 
moderada 
(50%) 
Moderada 
(80%) 
Grave (80 
a 90%) 
Grave 
(100%) 
 
Tempo de 
início da 
cefaleia 
após 
exposição 
— 4 — 24 h 3 — 4 h 1 — 2 h < 1 h 
 
Gravidade 
da febre 
Sem febre Aumento 
moderado 
Moderado a 
severo 
Grave Grave 
 
Incidência 
de febre 
— 10 — 100% 100% 100% 100% 
 
Tempo de 
início da 
febre após 
exposição 
— 1 — 3 h < 1 h < 1 h < 1 h 
 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
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Fase ou 
síndrome 
Característi
cas 
Variação da dose (Gy)*,† 
 1 — 2 2 — 6 6 — 8 8 — 30 > 30 
 
Função do 
SNC 
Sem 
comprometim
ento 
Comprometim
ento cognitivo 
por 6 a 20 h 
Comprometim
ento cognitivo 
por > 24 h 
Em doses 
elevadas, 
rápida 
incapacita
ção 
Pode ter 
intervalo 
lúcido de 
várias 
horas 
Ataxia 
Convulsõ
es 
Tremore
s 
Letargia 
Período 
latente 
Sem 
sintomas 
28 – 31 dias 7 – 28 dias < 7 dias Nenhum Nenhum
a 
Manifesta
ção da 
doença 
Manifestaçõ
es clínicas 
Leucopenia 
leve a 
moderada 
Fadiga 
Fraqueza 
Leucopenia 
moderada a 
grave 
Púrpura 
Hemorragia 
Infecções 
Perda de 
cabelos após 
3Gy 
Leucopenia 
grave 
Febre alta 
Diarreia 
Vômito 
Tontura e 
desorientação 
Hipotensão 
Distúrbio dos 
eletrólitos 
Náusea 
Vômito 
Diarreia 
grave 
Febre alta 
Distúrbio 
dos 
eletrólitos 
Choque 
N/D 
(paciente
s morrem 
em < 48 
h) 
 
Síndrome 
do sistema 
de órgãos 
dominantes 
Hematopoieti
ca 
Hematopoietic
a 
GI (células 
das mucosas) 
GI (células 
das 
mucosas) 
SNC 
 
Hospitalizaç
ão 
Observação 
ambulatorial 
Recomendad
a, se 
necessário 
Urgente Tratament
o paliativo 
(somente 
sintomátic
o) 
Tratame
nto 
paliativo 
(somente 
sintomáti
co) 
 
Mortalidade 
aguda sem 
cuidados 
médicos 
0 — 15% 5 — 100% 95 — 100% 100% 100% 
 
Mortalidade 
aguda com 
cuidados 
médicos 
0 — 15% 5 — 50% 50 — 100% 100% 100% 
 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
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Fase ou 
síndrome 
Característi
cas 
Variação da dose (Gy)*,† 
 1 — 2 2 — 6 6 — 8 8 — 30 > 30 
 
Morte 6 a 8 
semanas 
4 a 6 
semanas 
2 a 4 
semanas 
2 dias a 2 
duas 
semanas 
1 a 2 
dias 
*1 rad = 1cGy; 100 rad = 1Gy. 
Irradiação no corpo todo de até ~1 Gy provavelmente não causa nenhum sintoma. 
Embora o tempo de emese seja um método rápido e barato para estimar a dose da radiação, deve 
ser usado com cautela, pois é impreciso e tem alta taxa de falso-positivo. Informação adicional, 
como contagem de linfócitos e detalhes do potencial para exposição, melhora a precisão. 
Adaptado do Military Medical Operations Armed Forces Radiobiology Research Institute: Medical 
Management of Radiological Casualties, 2. ed. Abril, 2003. Disponível no site do Instituto de 
Pesquisas Radiobiológicas das Forças Armadas (Armed Forces Radiobiology Research Institute). 
 
Lesão por radiação cutânea é a lesão à pele e tecidos subjacentes em decorrência de doses de 
radiação agudas tão baixas quanto 3 Gy ( Lesão focal por radiação*). A lesão cutânea por radiação 
pode ocorrer com síndromes da radiação aguda ou com exposição à radiação focal e varia de eritema 
transiente leve a necrose. Efeitos posteriores (> 6 meses após exposição) incluem hiperpigmentação 
e hipopigmentação, fibrose progressiva e telangiectasia difusa. Pele atrófica fina pode ser facilmente 
danificada por leve trauma mecânico. Pele exposta tem o risco aumentado de carcinoma de células 
escamosas. Em particular, a possibilidade da exposição à radiação deve ser considerada quando os 
pacientes apresentam queimadura na pele dolorida e que não cicatriza sem histórico de lesão 
térmica. 
Lesão focal 
A radiação perto de qualquer órgão pode causar efeitos adversos agudos e crônicos ( Lesão focal por 
radiação*). Na maioria dos pacientes, estes efeitos adversos resultam da radiação terapêutica 
( Modalidades da terapia para câncer : Radioterapia). Outras fontes comuns de exposição incluem 
contato involuntário com irradiadores de comida sem segurança, equipamento de radioterapia, 
equipamento de difração de raios X e outras fontes de radiação industriais e médicas capazes de 
produzir altas doses. Além disso, a exposição prolongada aos raios X durante certos procedimentos 
intervencionistas feitos sob orientação fluoroscópica pode resultar em lesão cutânea por radiação(LCR). Feridas ou úlceras induzidas por radiação podem levar meses ou anos para se desenvolver 
completamente. Pacientes com LCR grave apresentam dor de forte intensidade e muitas vezes 
precisam de uma intervenção cirúrgica. 
Lesão focal por radiação* 
Tecido exposto Efeitos adversos 
Cérebro Radioterapia e neurotoxicidade 
Cardiovascular Dor torácica, pericardite e miocardite por radiação 
 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
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Tecido exposto Efeitos adversos 
Dermatológico Dose 2 a 4 Gy: eritema temporário 
Dose 4 a 5 Gy: eritema temporário, depilação temporária (em 2 a 3 semanas 
de exposição a > ~4 Gy) 
Dose 5 a 10 Gy: eritema prolongado, possivelmente epilação permanente, 
descamação seca (com exposições na parte superior do intervalo) 
Dose 10 a 15 Gy: descamação seca (em 2 a 8 semanas de exposição) 
Dose 15 a 20 Gy: descamação úmida (em 2 a 4 semanas de exposição) 
Dose 15 a 25Gy: formação de bolhas (em 2 a 3 semanas de exposição) 
Dose > 20 Gy: ulceração (em 2 a 3 semanas de exposição) 
Dose > 25 Gy: necrose (> 3 semanas de exposição) 
Gônadas Baixa espermatogênese, amenorreia, diminuição da libido 
Limiar da dose (aproximadamente 1% de incidência) para esterilidade: 
• Testes: > 6 Gy, início aproximadamente 3 semanas 
• Ovários: > 3 Gy, início < 1 semana 
Cabeça e pescoço Mucosite, odinofagia, carcinoma de tireoide 
Musculoesquelético Miopatia, alterações neoplásicas, osteossarcoma 
Oftálmico Dose > aproximadamente 0,5 Gy: catarata (depois de um período de latência 
de cerca de 20 anos; quanto mais alta a dose e quanto menor a idade na 
exposição, mais curto o período de latência) 
Pulmonar Pneumonite aguda 
Exposição fracionada > 30 Gy: às vezes fatal (LD50 cerca de > 10 Gy de 
exposição única de alta dose) 
Fibrose pulmonar 
Renal Diminuição da função tubular renal, baixa taxa de filtração glomerular 
Altas doses (período latente de 6 meses a 1 ano): proteinúria, insuficiência 
renal, anemia, hipertensão 
Dose cumulativa > 20 Gy em < 5 semanas: fibrose por radiação, insuficiência 
renal oligúrica 
Coluna vertebral Dose > 50 Gy: mielopatia 
Feto Restrições ao crescimento, malformações congênitas, erros metabólicos 
congênitos, morte fetal 
Dose < 0,1 Gy: nenhum efeito significativo 
 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
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Tecido exposto Efeitos adversos 
Risco futuro de câncer aproximadamente o mesmo que a exposição de uma 
criança: aproximadamente 10 a 15% por Gy 
*Tipicamente decorrente de radioterapia. 
LD50 = dose esperada letal para 50% dos pacientes. 
 
Diagnóstico 
• Sintomas, gravidade e latência dos sintomas 
• Contagem sérica absoluta dos linfócitos e níveis de amilase sérica 
O diagnóstico é feito pelo histórico da exposição, sinais e sintomas e testes de laboratório. O início, o 
tempo e a gravidade dos sintomas podem ajudar a determinar a quantidade da radiação e, dessa 
forma, também ajuda a fazer a triagem dos pacientes em relação às prováveis consequências. No 
entanto, alguns sintomas prodômicos (p. ex., náuseas, vômito, diarreia, tremores) não são específicos 
e outras causas além da radiação devem ser consideradas. Muitos pacientes sem exposição 
suficiente para causar síndromes agudas de radiação podem apresentar sintomas similares e não 
específicos, particularmente após um ataque terrorista ou acidente com reator, quando o nível de 
ansiedade é alto. 
Após exposição aguda, hemograma com diferencial e contagem absoluta dos linfócitos são feitos e 
repetidos a cada 24, 48 e 72 h após a exposição, a fim de estimar a dose inicial de radiação e o 
prognóstico (Relação entre contagem absoluta de linfócitos em adultos em 48 h, dose de radiação* e 
prognóstico). A relação entre a dose e contagem de linfócitos pode estar alterada por trauma físico, o 
qual pode deslocar os linfócitos dos espaços intersticiais para a vasculatura e, assim, aumentar a 
contagem. Esse aumento relacionado com o estresse é transitório e normalmente se resolve em 24 a 
48 h após a lesão física. O hemograma é repetido semanalmente para monitorar a atividade da 
medula óssea e, quando necessário, com base na evolução clínica. Os níveis séricos de amilase 
aumentam de acordo com a dose, começando 24 h após uma exposição significativa à radiação, 
portanto, os níveis são medidos no início e depois diariamente. Outros testes laboratoriais são feitos, 
se forem viáveis. 
• Nível de proteína C reativa (PCR): os níveis de PCR aumentam de acordo com a dose de 
radiação; estes níveis parecem promissores para diferenciar entre os pacientes com exposição 
mínima e intensa. 
• Níveis séricos de citrulina no sangue: a diminuição dos níveis de citrulina indicam lesão 
gastrointestinal. 
• Os níveis de ligantes de tirosina-quinase-3 (FLT-3) relacionados com a fms no sangue: FLT-3 são 
marcadores de comprometimento hematopoético. 
• IL-6: marcador aumenta com doses maiores de radiação. 
• Teste quantitativo do fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF, do inglês Granulocyte 
Colony-Stimulating Factor): seus níveis aumentam com doses mais elevadas de radiação. 
• Estudos citogenéticos com índice mais alto de dispersão: esses estudos são utilizados para avaliar 
a exposição parcial do corpo. 
 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
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Relação entre contagem absoluta de linfócitos em adultos em 48 h, dose de radiação* e prognóstico 
Menor contagem de linfócitos 
(células/mL) 
Dose de radiação (Gy) Prognóstico 
>1500 (adultos normais) 0,4 Excelente 
1.000 — 1.499 0,5 — 1,9 Boa 
500 — 999 2,0 — 3,9 Satisfatório 
100 — 499 4,0 — 7,9 Pobre 
< 100 8,0 Quase sempre fatal 
*Irradiação por todo o corpo (dose aproximada). 
Crianças normalmente tem contagens maiores que diminuem com a idade de uma média de 
4600/mL para 0 a 2 anos para 3100/mL para 2 a 6 anos e para 2300/mL para 7 a 17 anos. 
Adaptado de Mettler FA Jr, Voelz GL: Major radiation exposure—what to expect and how to 
respond. New England Journal of Medicine 2002;346:1554-61. 
 
Contaminação 
Quando há suspeita de contaminação, o corpo inteiro é examinado com um contador Geiger-Muller 
de janela delgada conectado a um medidor de radiação (contador Geiger) para identificar a 
localização e a extensão da contaminação externa. Adicionalmente, para detectar possível 
contaminação interna, narinas, orelhas, boca e feridas são esfregadas com swabs úmidos, os quais 
são, depois, testados com o contador. Urina, fezes e material do vômito também devem ser testados 
para radioatividade. 
Prognóstico 
Sem tratamento médico, a LD50/60 (dose fatal para 50% dos pacientes dentro de 60 dias) para 
radiação de todo o corpo é de cerca de 3Gy; a exposição a 6Gy ou mais é quase sempre fatal. 
Quando a exposição é < 6Gy, a sobrevida é possível e é inversamente relatada à dose total. O tempo 
para morte é, também, inversamente proporcional à dose. A morte ocorre de algumas horas a poucos 
dias na síndrome cerebrovascular e, em geral, dentro de 2 dias a várias semanas na síndrome GI. Na 
síndrome hematopoética, a morte pode ocorrer dentro de 4 a 8 semanas devido à superveniente 
infecção ou hemorragia maciça. Pacientes expostos por todo o corpo a doses < 2Gy devem se 
recuperar em 1 mês, apesar das sequelas a longo prazo (p. ex., câncer) que podem ocorrer. 
Com tratamento médico, a LD50/60 é 6 Gy. Ocasionalmente, os pacientes têm sobrevivido a 
exposições de mais de 10 Gy. Comorbidades significativas, lesões e queimaduras pioram o 
prognóstico. 
Tratamento 
• Tratamento de lesões traumáticas graves ou condições que ameaçam a vida primeiro 
• Minimização da exposição à radiação e contaminação dos profissionais da saúde 
• Tratamento de contaminação externa e interna 
 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
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• Às vezes, medidas específicas para determinados radionucleotídios 
• Cuidado de suporte 
A exposição à radiação pode ser acompanhada por danos físicos (p. ex., decorrentes de 
queimaduras, explosões, quedas). Traumasassociados são mais rapidamente ameaçadores à vida 
do que a exposição à radiação e devem ser tratados rapidamente ( Abordagem ao paciente com 
trauma : Avaliação e tratamento). A reanimação de pessoas gravemente lesadas tem mais prioridade 
que os esforços para assepsia e não deve ser retardada pela espera de equipamentos e pessoal 
altamente especializado. Precauções padronizadas universalmente, utilizadas de forma rotineira nos 
cuidados de trauma, protegem adequadamente a equipe de reanimação. 
Informações confiáveis e extensivas sobre os princípios das lesões por radiação, incluindo o 
tratamento, estão disponíveis no site do US Department of Health and Human Services Radiation 
Event Medical Management (http://remm.nlm.gov). O download pode ser feito para um computador ou 
dispositivos digitais, caso a conexão da internet seja perdida durante um acidente com radiação. 
Preparação 
Agências credenciadas ordenam que todos os hospitais tenham protocolos e que o pessoal tenha 
treino para tratar contaminação radioativa. Ao se identificar a contaminação radioativa em um 
paciente, deve-se isolá-lo prontamente em uma área designada, descontaminá-lo e notificar um oficial 
de segurança em radiação do hospital, oficiais da saúde pública, equipes de materiais perigosos e 
agências executoras das leis apropriadas para investigar a fonte da radioatividade. 
As áreas superficiais devem ser tratadas com cobertura de filmes plásticos para facilitar a assepsia . 
Essa preparação nunca deve ter precedência em relação aos procedimentos médicos de 
estabilização. Recipientes para lixo (com rótulos de “Cuidado, Material Radioativo”), recipientes de 
amostras e contadores Geiger devem estar prontamente disponíveis. Todos os equipamentos que 
tiverem contato com quarto ou paciente (incluindo o equipamento da ambulância) devem ficar 
isolados até que se verifique a ausência de contaminação. Uma exceção é uma situação de acidente 
de massa durante o qual equipamentos críticos levemente contaminados, como helicópteros, 
ambulâncias, salas de trauma, salas de raios X, TC e cirúrgicas, devem ser rapidamente 
descontaminados para que os serviços sejam retomados. 
Os funcionários envolvidos no tratamento e transporte dos pacientes precisam seguir as precauções 
padrão, usando capas, máscaras, roupões, luvas e proteção nos sapatos. As roupas protetoras 
usadas devem ser colocadas em sacos ou recipientes especialmente identificados. Distintivos com 
dosímetro devem ser usados para monitorar a exposição à radiação. A rotatividade dos funcionários é 
indicada para minimizar a exposição e grávidas precisam ser excluídas da área de tratamento. 
Devido à antecipação das baixas taxas de exposição de muitos pacientes contaminados, os 
funcionários que cuidam de pacientes típicos provavelmente não recebem doses ocupacionais que 
excedam o limite de 0,05 Sv/ano. Mesmo no caso extremos do acidente do reator nuclear em 
Chernobyl, a equipe médica que tratou os pacientes no hospital receberam < 0,01 Sv. Várias fontes 
confiáveis sugerem que uma dose de até 0,05 Gy pode ser considerada como um risco aceitável para 
salvar vidas. 
Descontaminação externa 
A sequência típica e prioridades são 
• Remover as roupas e fragmentos externos; 
• Descontaminação das feridas antes da pele intacta 
• Limpar as áreas mais contaminadas primeiro 
• Uso de contadores geiger para monitorar o progresso da assepsia 
• Assepsia contínua até que as áreas estejam < 2 a 3 vezes nos níveis de radiação anteriores e não 
haja redução significativa dos esforços de assepsia 
 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
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As roupas são removidas com cuidado para minimizar a disseminação da contaminação e são 
colocadas em recipientes apropriadamente rotulados. A remoção das roupas elimina cerca de 90% 
da contaminação externa. Objetos estranhos são considerados contaminados até que sejam 
verificados pelo contador Geiger. 
As feridas são descontaminadas antes da pele intacta; elas são irrigadas com solução salina e 
gentilmente esfregadas com uma esponja cirúrgica. O desbridamento mínimo das bordas das feridas 
pode ser feito se houver contaminação residual após múltiplas tentativas de limpeza. O 
desbridamento além da margem da ferida não é necessário, embora estilhaços radioativos 
incrustrados devam ser removidos e colocados em um recipiente de chumbo. 
Se necessário, uma consulta pode ser feita 24 h por dia no Department of Energy Radiation 
Emergency Assistance Center/Training Site (REACT/TS) no site orise.orau.gov/reacts/, ou no Centers 
for Disease Control and Prevention (CDC) no site http://www.bt.cdc.gov/radiation/. 
Pele e pelos contaminados são lavados com água morna e detergente suave até que a contagem da 
radioatividade indique níveis duas a três vezes abaixo do nível de radiação normal antecedente, ou 
até que sucessivas lavagens não signifiquem redução dos níveis de contaminação. Todas as feridas 
são cobertas durante a lavagem para evitar a introdução de material radioativo. A fricção deve ser 
firme, mas não deve abrasar a pele. Atenção especial é, em geral, exigida para unhas e dobras da 
pele. Os pelos que continuam contaminados são removidos com tesouras ou cortadores elétricos; a 
raspagem é evitada. Induzir o suor (p. ex., colocando uma luva de borracha por cima da mão 
contaminada) pode ajudar a remover contaminação residual da pele. 
As feridas devem ser lavadas gentilmente porque esfregar pode aumentar a gravidade da lesão. A 
troca subsequente dos curativos ajuda a remover contaminação residual. 
Descontaminação não é necessária para pacientes que foram irradiados por fonte externa e que não 
estejam contaminados. 
Descontaminação Interna 
Material radioativo ingerido deve ser removido prontamente com indução de vômito ou lavagem, caso 
a exposição tenha sido recente. A frequente lavagem da boca com soro fisiológico ou peróxido de 
hidrogênio diluído é indicada na contaminação oral. A exposição ocular é descontaminada dirigindo-
se jato de água ou solução salina lateralmente, para evitar a contaminação do ducto nasolacrimal. 
A urgência e importância de usar medidas mais específicas dependem do radionucleotídio específico 
envolvido e quantidade; sua forma química e características metabólicas (p. ex., solubilidade, 
afinidade para órgãos alvo específicos), a rota da contaminação (p. ex., inalação, ingestão, feridas 
contaminadas) e a eficácia do método terapêutico. A decisão de tratar contaminação interna requer 
conhecimento dos riscos potenciais; recomenda-se consulta a um especialista (p. ex., CDC ou 
REAC/TS). 
Métodos atuais para remover contaminantes radioativos do corpo incluem 
• Saturação do órgão alvo (p. ex., iodeto de potássio [KI] para isótopos de iodo) 
• Quelação no local de entrada ou em fluídos corporais seguida de rápida excreção (p. ex., 
dietileno-triaminopentacetato de zinco ou de cálcio para amerício, califórnio, plutônio e ítrio) 
• Aceleração do ciclo metabólico dos radionucleotídios por diluição de isótopos (p. Ex., Água para 
hidrogênio-3) 
• Precipitação dos radionucleotídios no lúmen intestinal seguido de excreção fecal (p. ex., soluções 
de fosfato de cálcio ou alumínio para estrôncio-90) 
• Troca de íons no trato GI (p. ex., Azul da Prússia para césio 137, rubídio-82, tálio-201) 
Como um acidente grave no reator de uma usina nuclear que libera produtos de fissão no ambiente 
poderia expor muitas pessoas ao radioiodo, a remoção do corpo usando iodeto de potássio (KI) oral 
foi estudada detalhadamente. KI é > 95% eficaz quando administrado oportunamente (1 h antes da 
 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
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exposição). No entanto, sua efetividade diminui significantemente ao longo do tempo (~80% eficaz 2 
h após a exposição). KI pode ser administrado em forma de comprimidos ou como solução 
supersaturada (dose: adultos e crianças > 68 kg, 130 mg; idade de 3 a 18 anos (< 68 kg), 65 mg; 
idade de 1 a 36 meses, 32 mg; idade < 1 mês, 16 mg).KI é eficaz somente para contaminação 
interna com iodetos radioativos e não traz benefício para contaminação interna com quaisquer outros 
elementos radioativos. Muitas outras drogas usadas para remover radiação do corpo são menos 
eficazes do que KI e reduzem a dose do paciente somente de 25 a 75%. As contraindicações a KI 
são alergia a iodo e algumas doenças cutâneas associadas à sensibilidade ao iodo (p. ex., dermatite 
herpetiforme, vasculite e urticária). 
Tratamento Específico 
Se necessário, tratamento sintomático é dado e inclui controle do choque e da anoxia, aliviando-se 
dor e ansiedade e administrando-se sedativos (lorazepam, 1 a 2 mg por via intravenosa [IV], 
conforme necessário) para controlar convulsões, antieméticos (metoclopramida, 10 a 20 mg IV, a 
cada 4 a 6 h; proclorperazina, 5 a 10 mg IV, a cada 4 a 6 h ou ondansetrona, 4 a 8 mg IV, a cada 8 a 
12 h) para controlar vômito e agentes antidiarreicos (caulim/pectina, 30 a 60 mL por via oral [VO], 
para cada evacuação com fezes diarreicas ou loperamida, 4 mg VO, inicialmente, depois 2 mg, para 
cada surto de fezes diarreicas) para controlar a diarreia. 
Não há tratamento específico para síndrome cerebral. Por ser universalmente fatal, os cuidados 
devem visar o conforto do paciente. 
A síndrome gastrintestinal é tratada com intensa reposição líquida e de eletrólitos. A nutrição 
parenteral deve ser iniciada para promover repouso intestinal. Se o paciente estiver febril, antibiótico 
de largo espectro (p. ex., imipeném, 500 mg IV, a cada 6 h) deve ser introduzido imediatamente. 
Todavia, o choque séptico por superinfecção permanece a mais provável causa de morte. 
O tratamento da síndrome hematopoética é semelhante ao de hipoplasia de medula e de 
pancitopenia por qualquer causa. Produtos sanguíneos devem ser transfundidos para tratar anemia e 
trombocitopenia; fatores de crescimento hematopoéticos (fator estimulador de colônias granulocíticas 
e fator estimulador de colônias granulocíticas-macrofágicas) e antibióticos de largo espectro devem 
ser administrados para tratar neutropenia e febre neutropênica, respectivamente ( Neutropenia : 
Tratamento). Pacientes neutropênicos precisam também ser colocados em isolamento para reversão 
do quadro. São poucas as probabilidades de a medula óssea se recuperar com doses de 
radiação >4Gy, e os fatores de crescimento hematopoéticos devem ser administrados tão logo quanto 
possível. Transplantes de células germinativas têm tido sucesso limitado, mas devem ser indicados 
para exposições > 7 a 10Gy ( Transplante de células-tronco hematopoéticas). 
Citocinas podem ser úteis. Os medicamentos e as doses recomendados são 
• Filgrastim (G-CSF) 2,5 a 5 mcg/kg SC 1 vez ao dia ou equivalente (100 a 200 mcg/m2 SC 1 vez ao 
dia) 
• Sargramostim [fator estimulador de colônias de macrófagos e/ou granulócitos (GM-CSF)], 5 a 10 
mcg/kg SC 1 vez ao dia ou 200 a 400 mcg/m2 SC 1 vez ao dia 
• Pegfilgrastim (G-CSF peguilado) 6 mg SC dose única 
Feridas ou úlceras induzidas por radiação que não cicatrizam satisfatoriamente podem ser curadas 
com enxerto de pele ou outros procedimentos cirúrgicos. 
Além do monitoramento regular para sinais de doença (p. ex., exame oftalmológico para catarata, 
estudos de função tireoidiana para doença da tireoide), não há monitoramento, triagem ou tratamento 
específico para lesão em órgão ou câncer. 
Prevenção 
Proteção da exposição à radiação é obtida evitando a contaminação com material radioativo, por 
meio de minimização do tempo de exposição, maximização da distância da fonte e utilização de 
blindagem. Durante os exames de imagem que envolvem radiação ionizante e especialmente durante 
radioterapia para câncer, as partes mais suscetíveis do corpo (p. ex., gônadas, tireoide, seios 
 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
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femininos) que não estão sendo tratadas ou submetidas ao exame de imagem são blindadas por 
aventais ou blocos de chumbo. 
Embora a blindagem de funcionários reduza a exposição a raios X que espalham baixa energia, 
esses aventais e blindagens são inúteis para reduzir a exposição aos raios gama de alta energia 
produzidos por radionuclídeos que provavelmente seriam usados em um incidente terrorista ou 
liberados em um acidente em usina nuclear. Nesses casos, medidas que possam minimizar a 
exposição incluem o uso de precauções padrão, esforços para assepsia e manutenção da distância 
dos pacientes contaminados quando não estiverem cuidando deles. Todas as pessoas que trabalham 
com radioatividade devem usar distintivos com dosímetros e se estiverem em risco de 
exposição > 10% da dose máxima permitida (0,05 Sv). Dosímetros eletrônicos com display de leitura 
ajudam a monitorar a dose cumulativa recebida durante um incidente. 
Resposta Pública 
Após a disseminação da contaminação ambiental de alto nível por acidente em uma usina nuclear ou 
liberação intencional de material radioativo, a exposição pode ser reduzida 
• através de abrigos ou 
• evacuação da área contaminada. 
A melhor abordagem depende de muitas variáveis, incluindo o tempo entre a liberação inicial, se a 
liberação continua ou se já parou, as condições do tempo, disponibilidade e tipo de abrigo e 
condições de evacuação (p. ex., trânsito, disponibilidade de transporte). As pessoas devem seguir as 
recomendações dos oficiais de saúde pública transmitidas pela televisão e rádio sobre qual opção é 
melhor. Em caso de dúvida, abrigo adequado é a melhor opção até que informações adicionais 
estejam disponíveis. Se a recomendação for abrigo, o centro de uma estrutura de concreto ou metal, 
acima ou abaixo do térreo (p. ex., em um porão), é o mais indicado. 
Mensagens consistentes e concisas de oficiais de saúde pública podem ajudar a reduzir pânico 
desnecessário e reduzir o número de visitas aos prontos-socorros de pessoas com baixo risco, 
evitando, dessa forma, que o departamento de emergência fique sobrecarregado. Esse plano de 
comunicação deve ser desenvolvido antes de qualquer acontecimento. Um plano para diminuir a 
demanda de recursos do serviço de emergência fornecendo um local alternativo para os primeiros-
socorros, também recomendam-se assepsia e orientação das pessoas sem problemas de saúde 
imediatos. 
Tais pessoas devem, também, ser monitoradas para sinais de excessiva exposição à radiação. O 
limite de padronização ocupacional é de 0,05Gy/ano. 
Drogas Preventivas 
Muitas drogas radioprotetoras, como compostos de tiol com propriedades radicais de eliminação, 
provaram reduzir a mortalidade quando dada antes ou no momento da irradiação. Amifostina é um 
poderoso agente radioprotetor injetável nessa categoria. Ele previne xerostomia em pacientes 
submetidos à radioterapia. Embora os componentes de tiol tenham boa eficácia na radioproteção, tais 
componentes causam efeitos adversos, como hipotensão, náuseas, vômito e reações alérgicas. 
Outras drogas e químicos experimentais mostraram o aumento na taxa de sobrevida em animais se 
dadas antes ou durante a irradiação. No entanto, essas drogas podem ser muito tóxicas em doses 
necessárias para proporcionar proteção substancial, e nenhuma é atualmente recomendada. 
Contaminação e Exposição 
Os trabalhadores que utilizam material radioativo na forma líquida, na forma de pó ou de gás, além de 
sofrerem exposição às radiações emitidas pelo isótopo ao se desintegrar ainda correm o risco de se 
contaminarem com o material radioativo. 
 
 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVO 
 
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A contaminação é o termo utilizado quando o material radioativo pode se impregnar em utensílios 
diversos, em pisos, tetos ou em pessoas. Nestes casos o objeto ou a pessoa contaminada se 
transforma em uma fonte de radiação. 
O material radioativo pode ficar impregnado na pele da pessoa, contaminação externa, ou ser 
incorporado pelo indivíduo, contaminação interna. 
A contaminação interna pode ocorrer por inalação, ingestão, ou por algum corte na pele que permita 
a entrada do material radioativono corpo do indivíduo. No caso de contaminação interna todos os 
fluidos liberados pelo indivíduo contaminados também estarão contaminados. Este é o caso dos 
pacientes submetidos ao procedimento de iodoterapia, por exemplo, ou de pacientes submetidos a 
exames de diagnóstico em Medicina Nuclear, quando o paciente se transforma em uma “fonte” de 
radiação após ser injetado com o radioisótopo específico para a realização do seu exame. 
Das áreas de radiodiagnóstico, a que apresenta o maior risco de contaminação dos trabalhadores é a 
Medicina Nuclear, que utiliza isótopos radioativos, injetados no paciente, para a obtenção de 
imagens. 
Na área industrial, normalmente os trabalhadores de Instalações do Ciclo do Combustível Nuclear 
correm o risco de contaminação por manusearem o minério de urânio para confeccionar combustível 
nuclear para as usinas de Angra. Os minérios que contêm o urânio são extraídos em Caetité, 
sudoeste da Bahia. Depois de passar por um processo de purificação, o urânio é separado do minério 
e concentrado sob a forma de um sal amarelo, conhecido como yellowcake. Depois desta primeira 
fase, duas etapas são realizadas fora do Brasil. A primeira é no Canadá, o yellowcake é dissolvido e 
mais uma vez purificado, obtendo-se o urânio nuclear puro, que será convertido para o estado gasoso 
(hexafluoreto de urânio). A segunda fase é feita em países da Europa, quando o urânio em gás é 
enriquecido e enviado em contêineres à Fábrica de Combustível Nuclear . 
Já em solo nacional, o urânio enriquecido é reconvertido para a forma sólida e depois transformado 
em pequenas pastilhas. Com pouco menos de um centímetro de comprimento e de diâmetro, as 
pastilhas são colocadas em um conjunto de 235 tubos metálicos (varetas), formando o elemento 
combustível. 
As normas de radioproteção, para exposição à radiação, ser resumem a orientar o trabalhador sobre 
três fatores: tempo, distância e blindagem. Essas orientações são adequadas àqueles que trabalham 
com campos de radiação X e gama: mamografia, raios-X convencionais, tomografia , densitometria 
óssea, radioterapia com fonte de cobalto ou na área de controle de qualidade (radiografia industrial) 
em instalações industriais. 
No caso de probabilidade de contaminação dos trabalhadores, as instruções são para evitar o contato 
com o material radioativo, utilizando os equipamentos de proteção adequados a cada isótopo. Pode-
se utilizar luvas, protetores para os sapatos, aventais de pano, aventais de chumbo, máscaras, 
toucas para proteger os cabelos, quando o isótopo radioativo é volátil normalmente a instalação 
possui uma capela com filtros e exaustão adequada. 
Quando há risco de contaminação existe também o risco de exposição. Assim, os trabalhadores 
devem ser orientados em relação as normas de radioproteção para ambas as situações. 
A proteção contra exposição, em Medicina Nuclear pode ser feita com a proteção da seringa em uma 
blindagem adequada, pela utilização de tijolos de chumbo ao redor dos radioisótopos, pela utilização 
de vidros plumbíferos na bancada onde se faz a eluição dos geradores de Tecnécio-99 m. A lixeira, 
onde são descartados materiais contaminados, também deve ser blindada de modo a minimizar o 
nível de radiação no interior do laboratório. Deve-se, principalmente, orientar os trabalhadores a não 
permanecer um tempo desnecessário no interior do laboratório onde ficam os materiais radioativos. 
Fotografias de equipamentos utilizados para reduzir a exposição a radiação em um laboratório de 
Medicina Nuclear: biombos plumbíferos, lixeiras blindadas, e blindagens com tijolos de chumbo e 
anteparo plumbífero para se guardar os geradores de Tecnécio 99 m. 
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