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SP1 INTOXICAÇÃO POR ORGANOFOSFORADOS

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SP1-Presente! 
Eleonora e Mariluz: 
 3 anos e 24 anos respectivamente; 
 Apresentaram sintomas clínicos compatíveis com intoxicação; 
 Consumiram guloseimas deixadas em sua casa; 
 Após avaliação médica, notou salivação excessiva, miose, bradicardia e hipotensão; 
 Centro de controle de intoxicações; 
 Coleta de material biológico (urina); 
 Xenobiótico; 
 Análise química e cromatográfica; 
 Carbofurano; 
 Substância tóxica não encontrada na amostra de Mariluz; 
 DL50; 
 Fases das intoxicações agudas. 
 
Perguntas: 
1. Sobre a intoxicação: 
a. Definição de intoxicação aguda/ xenobióticos, venenos, toxicidade, antídoto, dose 
letal. 
Pode-se definir um veneno como um agente capaz de produzir uma resposta prejudicial em 
um sistema biológico. Praticamente todas as substâncias químicas conhecidas têm o potencial 
de produzir lesão ou morte caso estejam presentes em quantidade suficiente. E ́necessário 
perceber que as medidas de letalidade aguda, como DL50, podem não refletir o espectro de 
toxicidade ou o perigo associado à exposição a uma substância química. Alguns produtos 
químicos com baixa toxicidade aguda, por exemplo, podem ter efeitos cancerígenos ou 
teratogênicos em doses que não produzem nenhuma evidência de toxicidade aguda. 
O termo toxina geralmente se refere a uma substância tóxica produzida por sistemas 
biológicos, como plantas, animais, fungos ou bactérias. 
 
O termo toxicante é usado para caracterizar substâncias tóxicas (ou seus subprodutos) 
produzidas em atividades antropogênicas. Agentes tóxicos podem ser classificados em termos 
de seu estado físico, da estabilidade química ou reatividade, da estrutura química geral ou de 
seu potencial de intoxicação. 
Toxicidade imediata e retardada: 
Os efeitos tóxicos imediatos ocorrem ou desenvolvem-se rapidamente após uma única 
administração de uma substância, enquanto efeitos tóxicos retardados ocorrem após o 
decurso de algum tempo. A maioria das substâncias produz efeitos tóxicos imediatos. 
Contudo, os efeitos carcinogênicos de alguns produtos químicos normalmente têm longos 
períodos de latência, em geral, 20 a 30 anos após a exposição inicial, antes que os tumores 
sejam observados nos seres humanos. 
Efeitos tóxicos reversíveis e irreversíveis: 
Alguns efeitos tóxicos de substâncias químicas são reversíveis; outros são irreversíveis. Se uma 
substância química produz lesão patológica a um tecido, seu efeito, reversível ou irreversível, 
depende da capacidade de regeneração do tecido. Para o tecido hepático, com sua alta 
capacidade de regeneração, a maioria das lesões e ́reversível, enquanto lesões no sistema 
nervoso central (SNC) são, em grande parte, irreversíveis, porque suas células diferenciadas 
não podem ser substituídas. Quando os efeitos carcinogênicos e/ou teratogênicos se 
manifestam, são considerados efeitos tóxicos irreversíveis. 
Toxicidade local e sistêmica: 
Outra distinção entre tipos de efeitos é feita com base no sítio da ação: eles podem ocorrer em 
locais distintos. Assim, efeitos locais ocorrem no sítio do primeiro contato entre o agente 
tóxico e o sistema biológico. No entanto, os efeitos sistêmicos necessitam de absorção e 
distribuição de uma substância tóxica a partir do seu ponto de entrada para um local distante, 
em que os efeitos deletérios são produzidos. A maioria das substâncias, com exceção de 
materiais altamente reativos, produz efeitos sistêmicos. Para algumas substâncias, ambos 
tipos de efeitos podem ocorrer. 
A maioria das substâncias químicas que produz toxicidade sistêmica normalmente provoca sua 
maior ação em apenas um ou dois órgãos, que são referidos como os órgãos-alvo da 
toxicidade de uma substância química. O órgão-alvo de toxicidade, muitas vezes, não e ́o local 
de maior concentração do agente químico. 
Órgãos-alvo em ordem de frequência de envolvimento em toxicidade sistêmica são o SNC, o 
sistema circulatório, o sangue e o sistema hematopoiético, órgãos viscerais, como fígado, rins 
e pulmão, e a pele. Músculos e ossos raramente são tecidos-alvo para efeitos sistêmicos. 
Toxicologistas costumam dividir a exposição experimental de animais a produtos químicos em 
quatro categorias: aguda, subaguda, subcrônica e crônica. 
A exposição aguda é definida como a exposição a uma substância química por menos de 24 
horas. Embora essa exposição geralmente se refira a uma única administração, exposições 
repetidas podem ser feitas em um período de 24 horas para alguns produtos químicos pouco 
ou praticamente não tóxicos. A exposição aguda por inalação refere-se à exposição continua 
por menos de 24 horas, mais frequentemente por 4 horas. A exposição repetida é dividida em 
três categorias: subaguda, subcrônica e crônica. A subaguda refere-se à exposição repetida a 
um produto químico durante 1 mês ou menos; a subcrônica, de 1 a 3 meses, e a crônica, por 
mais de 3 meses. 
Em situações de exposição humana, a frequência e a duração da exposição, em geral, não são 
tão claramente definidas como em estudos controlados com animais, mas muitos dos mesmos 
termos são usados para descrever situações de exposição geral. Assim, em relação aos riscos 
no local de trabalho ou ambientais, a exposição é definida como aguda (ocorrendo a partir 
de um único incidente ou episódio), subcrônica (que ocorre repetidamente ao longo de 
várias semanas ou meses) ou crônica (ocorre várias vezes por muitos meses ou anos). 
 
Dose Letal 50 ou média – DL50 que é a quantidade de uma substância química que quando é 
administrada em uma única dose por via oral, expressa em massa da substância por massa de 
animal, produz a morte de 50% dos animais expostos dentro de um período de observação de 
14 dias. 
A DL50 é a dose única, calculada estatisticamente, de uma substância que se espera causar a 
morte em 50% dos animais testados. O cálculo e ́estatístico. O painel superior da Figura 2.3 
mostra que a relação dose-resposta quantal, como em relação à letalidade, apresenta uma 
distribuição normal, ou distribuição de Gauss. O histograma de frequência nesse painel 
também mostra a relação entre dose e efeito. 
As barras representam a porcentagem de animais que morreram em cada dose menos a 
porcentagem que morreu com a dose imediatamente inferior. Pode-se ver claramente que 
apenas alguns animais responderam à dose mais baixa e à dose mais alta. A maioria respondeu 
a doses intermediárias entre esses dois extremos, e a frequência máxima de resposta ocorreu 
na porção média do intervalo de dose. Assim, tem-se uma curva em forma de sino, conhecida 
como distribuição normal. A razão para essa distribuição normal é que existem diferenças na 
suscetibilidade aos produtos químicos entre os indivíduos. Animais cujas respostas estão na 
extremidade esquerda da curva são conhecidos como hipersensíveis, e aqueles na 
extremidade direita da curva são chamados de resistentes. Se o número de indivíduos que 
respondeu a cada dose consecutiva for somado, um valor acumulado da relação dose-resposta 
quantal é obtido. 
 
Uma curva de distribuição normal sigmoide como essa apresenta uma resposta 
próxima a 0%, com a diminuição da dose, e se aproxima a 100% com o aumento 
desta, mas, teoricamente, ela nunca passa por 0 e 100%. No entanto, a dose mínima 
efetiva (DE) de qualquer produto químico que evoca uma resposta do tipo tudo ou 
nada é denominada dose limite, mesmo que não possa ser determinada 
experimentalmente. 
 
 
Xenobiótico: 
Xenobióticos são compostos químicos estranhos ao organismo humano. Eles são 
produzidos pela indústria ou pela natureza, através de vegetais e fungos. Podem ser 
enquadrados em diversas categorias, como por exemplo, pesticidas agrícolas, 
inseticidas, plásticos, produtos de limpeza e fármacos. Nossa sociedade utiliza esses 
compostos regularmente, sob várias formas, inclusive como medicamentos e 
antibióticos. Atualmente a Ciência busca aperfeiçoar o uso de medicamentos 
estudando todas as possíveis interações com o nosso organismo,pois os indivíduos 
respondem de maneira diferente sob ação de determinadas drogas. 
Antídoto: 
É o termo genérico para definir qualquer substância que interfere na cinética e/ou 
dinâmica de outra substância, diminuindo ou neutralizando seu efeito tóxico. 
Alguns antídotos agem por antagonismo competitivo e outros por antagonismo não 
competitivo. 
Um exemplo de antídoto é a ação do bicarbonato de sódio sobre um veneno ácido, 
uma vez que este, é capaz de neutralizar a ação deste tipo de substância nociva. 
 
 
 
b. Discriminar os principais agentes tóxicos utilizados com maior prevalência; 
(medicamentos, saneantes domésticos, raticidas, agrotóxicos e psicofármacos); 
Por agente tóxico: 
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/Intoxbr.def 
 
 
 
 
 
 
 
c. Fases das intoxicações agudas; 
 
 
 
 
 
d. Manifestações clínicas (das pacientes relatada no caso-problema); 
Organofosforados-Clínica: 
-Miose; 
-Bradicardia; 
-Depressão respiratória; 
-Hipotensão; 
-Sialorreia; 
-Lacrimejamento; 
-Ausculta pulmonar-roncos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
e. Exames;
 
O exame toxicológico pode ser pedido em diversas ocasiões, como quando vamos renovar a 
carteira de motorista ou quando somos admitidos em um concurso público, mas também pode 
ser feito quando existe a suspeita de envenenamento ou overdose, por exemplo. 
Existem também os exames toxicológicos feitos em atletas para a identificação do uso de 
substâncias ilícitas, mais conhecidos como exames antidoping. 
Geralmente, os materiais são recolhidos antes ou após as competições, garantindo que 
nenhum atleta tenha vantagem sobre os outros. 
Somente através do exame toxicológico é que podemos saber qual o grau de exposição do 
indivíduo às substâncias tóxicas ou medicamentos e, assim, saber dar um diagnóstico ou fazer 
uma avaliação mais precisa. 
Hoje, existem quatro tipos de exames toxicológicos: 
· Exame de sangue; 
· Exame de urina; 
· Exame de suor; 
· Exame de tecidos, também chamados de exame do cabelo. 
Os tipos de exames toxicológicos feitos através do sangue ou urina são pedidos apenas em 
casos onde a janela de detecção pode ser curta – entre 0 e 10 dias -, como no caso dos atletas, 
em casos de acidentes de trânsito ou emergências de saúde, por exemplo. 
Já em casos onde a janela de detecção do uso de drogas precisa ser maior como nos concursos 
ou contratações é pedido o exame toxicológico de tecidos, como em fios de cabelo, que 
detecta substâncias de até 6 meses. 
 
Exame toxicológico de sangue: 
O exame toxicológico de sangue é indicado para detectar o consumo de drogas recente. 
Por causa de sua janela de detecção menor, capturando apenas algumas drogas consumidas 
em, no máximo, 48 horas antes do exame, é utilizado apenas nos casos mais simples. 
Isso acontece porque o sangue é um tecido líquido, com a única função de transporte, o que 
faz com que as substâncias saiam das células muito mais rápido do que nos casos dos tecidos 
de armazenagem, como o cabelo. 
Podem ser encontrados traços de substâncias como: 
· Heroína; 
· Metanfetamina; 
· LSD; 
· Maconha; 
· Cocaína; 
https://rede.labet.com.br/laudo/exame-do-cabelo-rede.asp
https://exametoxicologico.labet.com.br/4-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-drogas-no-sangue/
· Ecstasy. 
No entanto, cada substância possui uma janela de tempo ativa no sangue. Após esse tempo, 
ela se torna indetectável através do exame toxicológico por amostra de sangue. 
Janelas de horário: 
· O LSD é detectável no sangue nas primeiras 2 horas; 
· A Morfina poderá ser identificada até 8 horas após o uso; 
· A Anfetamina e a Heroína, circulam no sangue por cerca de 12 horas; 
· A Metanfetamina pode ser detectada até 36 horas depois do uso; 
· A Maconha, a Cocaína e o Ecstasy, são facilmente identificados até 48 horas após o uso. 
Passado esse período, os exames toxicológicos podem ser feitos através da urina, suor ou de 
pedaços de tecido, como o cabelo. 
 
Exame toxicológico de urina: 
O segundo tipo de exame que pode ser feito para detectar o uso de drogas ou contato com 
substâncias tóxicas, é o exame de urina. 
Esse tipo de exame leva um pouco mais de tempo para poder ser coletado e concluído, mas é 
um método de análise eficiente. 
O método de análise de urina é utilizado, geralmente, nos exames antidoping de atletas. 
Para ser submetido a esse tipo de exame toxicológico, o atleta precisa ser escolhido pela 
seleção ou clube. 
Nos exames toxicológicos feitos através da urina, é possível detectar diversos tipos de 
substâncias químicas, tóxicas ou de estímulo, que a pessoa possa ter consumido. Entre as 
principais substâncias detectadas pela urina estão: 
· Anfetaminas; 
· Codeínas; 
· Metanfetaminas; 
· Ecstasy; 
· EPO (doping sanguíneo); 
· Heroína; 
· Morfina; 
· Cocaína; 
· Crack; 
· HGH (hormônios de crescimento); 
· S1 (anabolizantes); 
· S6 (estimulantes). 
A urina é o produto obtido pelo organismo após a filtragem do sangue contaminado pela 
substância ingerida. Por isso, só é possível obter resultados através dela, cerca de duas horas 
depois da ingestão ou contato com a substância tóxica, ou droga. 
A janela de detecção de toxinas pela urina pode durar até 9 dias, dependendo da substância 
utilizada, sendo o LSD a primeira substância a ser eliminada através da urina e a maconha, a 
cocaína e o ecstasy, as últimas substâncias a ser totalmente eliminada. 
 
Exame toxicológico do cabelo: 
De todos os tipos de exames toxicológicos, o exame feito com amostra de cabelo é o mais 
frequente. 
Isso acontece porque ele possui uma janela de detecção maior que os outros tipos de amostra. 
Os cabelos, assim como fígado, rins e pele, são órgãos e, por isso, recebem todos os tipos de 
substâncias que circulam pelo corpo. 
Alguns cientistas afirmam que "o cabelo é o espelho do corpo”, por ser o órgão mais ativo do 
corpo humano, possuindo células de ligação com diversos sistemas, além das células-tronco. 
Entre todos os tipos de exames toxicológicos, o exame feito em fios de cabelo é o que possui 
maior gama de detecção de substâncias consumidas pelo indivíduo. 
https://www.bbc.com/portuguese/ciencia/021025_cabelomtc.shtml
Nos resultados da análise, é possível que seja verificado o uso de: 
· Cocaína; 
· Maconha; 
· Anfetaminas 
· Metanfetaminas; 
· Ecstasy (MDMA, MDA e MDE); 
· Heroína; 
· Morfina; 
· Codeína; 
· Oxicodona; 
· Anfepramona (DENATRAN e Ministério do Trabalho); 
· Mazindol (DENATRAN e Ministério do Trabalho); 
· Femproporex (DENATRAN e Ministério do Trabalho). 
É importante ressaltar que o exame toxicológico feito em fios de cabelo detecta substâncias 
mesmo após meses de uso. 
Por isso, é muito importante que, se caso o paciente faça uso de medicações controladas de 
forma contínua ou tenha passado por cirurgia recentemente (mesmo as dentárias), que seja 
informado através de laudo, para que o resultado não saia com um falso positivo. 
Por ser um órgão, os cabelos são tecidos de depósitos de substâncias. Nele, tudo o que 
ingerimos pode ficar depositado por até 180 dias (6 meses). 
 
 
f. Conduta terapêutica (medidas gerais de suporte para pacientes intoxicados); 
 
 
 
 
 
Avaliação inicial: 
O primeiro passo no atendimento de um paciente intoxicado é a realização de um breve 
exame físico para identificar as medidas imediatas necessárias para estabilizar o indivíduo e 
evitar a piora clínica. Portanto, neste momento, é de fundamental importância checar: 
• Sinais vitais; 
• Nível e estado de consciência; 
• Pupilas (diâmetro e reatividade à luz); 
• Temperatura e umidade da pele; 
• Oximetria de pulso; 
• Medida de glicose capilar (dextro);• Obter ECG e realizar monitorização eletrocardiográfica se necessário; 
• Manter vias aéreas abertas e realizar intubação orotraqueal (IOT), se necessário; 
• Obter acesso venoso calibroso (neste momento, podem ser coletadas amostras para exames 
toxicológicos); 
• Administrar tiamina e glicose via intravenosa (IV) se o paciente se apresentar com alteração 
do nível de consciência, a menos que os diagnósticos de intoxicação alcoólica e hipoglicemia 
possam ser rapidamente excluídos; 
• Administrar naloxona em pacientes com hipótese de intoxicação por opioide. A hipótese de 
intoxicação por opioide é feita com base na exposição à substância e sinais clínicos como 
rebaixamento do nível de consciência, depressão respiratória e pupilas mióticas puntiformes; 
• Procurar sinais de trauma, infecção, marcas de agulha ou edema de extremidades. 
 
Diagnóstico da intoxicação: 
A abordagem diagnóstica de uma suspeita de intoxicação envolve a história da exposição, o 
exame físico e exames complementares de rotina e toxicológicos. 
 
História da Exposição: 
Utiliza-se a estratégia dos “5 Ws”, isto é, deve-se obter os dados relacionados ao paciente 
(Who? - Quem?), à substância utilizada (What? - O quê?), horário da exposição (When? - 
Quando?), local da ocorrência (Where? - Onde?) e motivo da exposição (Why? - Por quê?). 
Atentar para o fato de que muitas informações podem ser distorcidas ou omitidas, 
principalmente quando há tentativas de suicídio ou homicídio envolvidas, uso de drogas 
ilícitas, abortamento ou maus tratos. 
• Paciente: obter o histórico de doenças, medicações em uso, tentativas de suicídio anteriores, 
ocupação, acesso a substâncias, uso de drogas e gravidez. 
• Agente tóxico: procurar saber qual foi a substância utilizada e a quantidade. Sempre que 
possível, solicitar para os acompanhantes trazerem os frascos ou embalagens e questionar se 
pode ser um produto clandestino. 
• Tempo: verificar qual foi o horário da exposição e por quanto tempo a substância foi 
utilizada, nos casos de exposições repetidas. Questionar se houve algum sintoma prévio à 
exposição. 
• Local: saber onde ocorreu a exposição e se foram encontrados frascos, embalagens, seringas 
ou cartelas de comprimidos próximos ao paciente. Verificar quais medicamentos são utilizados 
pelos familiares ou pelas pessoas onde o indivíduo foi encontrado. Também é útil saber se foi 
encontrada alguma carta ou nota de despedida em casos de tentativa de suicídio. 
• Motivo: identificar a circunstância da exposição, já que é de extrema importância saber se foi 
tentativa de suicídio, homicídio, acidente, abuso de drogas e outras. 
 
Exame físico: 
Realizar exame físico do paciente verificando os principais sinais e sintomas descritos abaixo: 
• Odores característicos: ex.: hálito etílico (uso de álcool), odor de alho (organofosforados); 
• Achados cutâneos: sudorese, secura de mucosas, vermelhidão, palidez, cianose, 
desidratação, edema; 
• Temperatura: hipo ou hipertermia; 
• Alterações de pupilas: miose, midríase, anisocoria, alterações de reflexo pupilar; 
• Alterações da consciência: agitação, sedação, confusão mental, alucinação, delírio, 
desorientação; 
• Anormalidades neurológicas: convulsão, síncope, alteração de reflexos, alteração de tônus 
muscular, fasciculações, movimentos anormais; 
• Alterações cardiovasculares: bradicardia, taquicardia, hipertensão, hipotensão, arritmias; 
• Anormalidades respiratórias: bradipneia ou taquipneia, presença de ruídos adventícios 
pulmonares; 
• Achados do aparelho digestório: sialorreia, vômitos, hematêmese, diarreia, rigidez 
abdominal, aumento ou diminuição de ruídos hidroaéreos; Estes sinais e sintomas descritos, 
quando agrupados, podem caracterizar uma determinada síndrome tóxica. As principais 
síndromes tóxicas utilizadas para o diagnóstico da intoxicação aguda são: síndrome sedativo-
hipnótica, opioide, colinérgica, anticolinérgica, adrenérgica, serotoninérgica e extrapiramidal. 
Tratamento: 
O manejo adequado de um paciente com suspeita de intoxicação depende do agente 
envolvido e da sua toxicidade, assim como do tempo decorrido entre a exposição e o 
atendimento. Além do suporte, o tratamento envolve medidas específicas como 
descontaminação, administração de antídotos e técnicas de eliminação, descritas a seguir: 
Descontaminação: 
Visa a remoção do agente tóxico com o intuito de diminuir a sua absorção. Durante o 
procedimento, a equipe de atendimento deverá tomar as precauções para se proteger da 
exposição ao agente tóxico. Os seguintes procedimentos estão indicados, de acordo com a via 
de exposição: 
• Cutânea: retirar roupas impregnadas com o agente tóxico e lavar a superfície exposta com 
água em abundância; 
• Respiratória: remover a vítima do local da exposição e administrar oxigênio umidificado 
suplementar; 
• Ocular: instilar uma ou duas gotas de colírio anestésico no olho afetado e proceder a 
lavagem com SF 0,9% ou água filtrada, sempre da região medial do olho para a região externa, 
com as pálpebras abertas durante pelo menos cinco minutos. Solicitar avaliação oftalmológica; 
• Gastrintestinal (GI): consiste na remoção do agente tóxico do trato gastrintestinal no intuito 
de evitar ou diminuir sua absorção. 
 
Descontaminação Gastrintestinal: 
A indicação da descontaminação GI depende da substância ingerida, do tempo decorrido da 
ingestão, dos sintomas apresentados e do potencial de gravidade do caso. Recomenda-se 
avaliação criteriosa do nível de consciência do paciente, antes de iniciar o procedimento e 
sempre considerar intubação orotraqueal, caso julgar necessário, para proteção de vias aéreas. 
Os benefícios maiores desse procedimento estão nas seguintes situações: 
• Na ausência de fatores de risco para complicações, como torpor e sonolência; 
• Na ingestão de quantidades potencialmente tóxicas da(s) substância(s); 
• Nas ingestões recentes, isto é, até 1 a 2 horas da exposição; 
• Nos casos envolvendo agentes que diminuam o trânsito intestinal (anticolinérgicos, 
fenobarbital, etc.) ou de substâncias de liberação prolongada, a indicação da descontaminação 
pode ser mais tardia. Habitualmente, o procedimento divide-se em duas etapas: a realização 
da lavagem gástrica seguida da administração do carvão ativado: 
 
Lavagem Gástrica (LG): 
Consiste na infusão e posterior aspiração de soro fisiológico a 0,9% (SF 0,9%) através de sonda 
nasogástrica ou orogástrica, com o objetivo de retirar a substância ingerida. Sempre avaliar 
criteriosamente a relação risco x benefício antes de iniciar o procedimento, pois há grande 
risco de aspiração. 
• É contraindicada na ingestão de cáusticos, solventes e quando há risco de perfuração e 
sangramentos. Evitar a infusão de volumes superiores aos indicados, pois pode facilitar a 
passagem da substância ingerida pelo piloro e aumentar a absorção do agente tóxico. 
• Deve-se utilizar sonda de grande calibre, adultos de 18 a 22 e crianças de 10 a 14, mantendo 
o paciente em decúbito lateral esquerdo para facilitar a retirada do agente tóxico, e diminuir a 
velocidade do esvaziamento gástrico para o intestino. 
• Infundir e retirar sucessivamente o volume de SF 0,9% recomendado de acordo com a faixa 
etária, até completar o volume total recomendado ou até que se obtenha retorno límpido, da 
seguinte forma: 
º Crianças: 10 mL/Kg por infusão até volume total de: 
□ Escolares: 4 a 5 L. 
□ Lactentes: 2 a 3 L. 
 □ RN: 0,5 L. 
º Adultos: 250 mL por vez até um volume total de 6 a 8 L ou até que retorne límpido. 
 
Carvão Ativado (CA): 
É um pó obtido da pirólise de material orgânico, com partículas porosas com alto poder 
adsorvente do agente tóxico, que previne a sua absorção pelo organismo. Geralmente é 
utilizado após a LG, mas pode ser utilizado como medida única de descontaminação GI. Nestes 
casos, a administração pode ser por via oral sem necessidade da passagem de sonda 
nasogástrica. 
Na maioria das vezes deverá ser utilizado em dose única, porém pode ser administrado em 
doses múltiplas como medida de eliminação,em exposições a agentes de ação prolongada ou 
com circulação ênterohepática, como o fenobarbital, carbamazepina, dapsona, 
clorpropramida, dentre outros. As formas de administração estão descritas a seguir: 
• Dose Única: 
º Crianças: 1 g/kg, em uma suspensão com água ou SF 0,9% na proporção de 4-8 mL/g. 
º Adultos: 50 g em 250 mL de água ou SF 0,9%. 
• Múltiplas doses: 
º Intervalos de 4/4 horas; associar catártico, preferencialmente salino, junto à 3ª dose, e 
repetir quando necessário. Utilizar o catártico como parte da suspensão do CA. Exemplo: 
utilizar 100 mL Sulfato de Magnésio 10% (10 g), acrescentar 150 mL de SF 0,9% (total 250 mL) 
e acrescentar 50 g de Carvão Ativado (suspensão 1:5). Contraindicações ao uso do carvão 
ativado: 
• RN, gestantes ou pacientes muito debilitados, cirurgia abdominal recente, administração de 
antídotos por VO. 
• Pacientes que ingeriram cáusticos ou solventes ou que estão com obstrução intestinal. 
• Pacientes intoxicados com substâncias que não são efetivamente adsorvidas pelo carvão, 
como os ácidos, álcalis, álcoois, cianeto e metais como lítio, ferro, entre outros. Complicações 
que podem ocorrer com o uso do CA: 
• Constipação e impactação intestinal, principalmente quando utilizado em doses múltiplas. 
• Broncoaspiração, especialmente quando realizado em pacientes torporosos, sem a proteção 
da via aérea. 
 
Lavagem intestinal: 
Consiste na administração de solução de polietilenoglicol (PEG) via sonda naso-enteral para 
induzir a eliminação do agente através do trato gastrintestinal pelas fezes. É raramente 
utilizada, salvo nos casos de ingestão de pacotes contendo drogas (body-packing) ou de 
quantidades potencialmente tóxicas de substâncias não adsorvidas pelo carvão ativado (ex.; 
ferro, lítio, etc). Está contraindicada na presença de íleo paralítico, perfuração gastrintestinal, 
hemorragia gastrintestinal e instabilidade hemodinâmica. A dose recomendada é: 
• Crianças de 9 meses a 6 anos: 500 mL/h. 
• Crianças de 6 a 12 anos: 1000 mL/h. 
• Adolescentes e adultos: 1500 a 2000 mL/h. 
 
Antídotos: 
São substâncias que agem no organismo, atenuando ou neutralizando ações ou efeitos de 
outras substâncias químicas. A administração desses medicamentos não é a primeira conduta 
a ser tomada na maioria das situações. A maior parte das intoxicações pode ser tratada apenas 
com medidas de suporte e sintomáticos. Entretanto, algumas situações exigem a 
administração de antídotos e, às vezes, de medicamentos específicos. A disponibilidade destas 
substâncias é estratégica do ponto de vista de saúde pública. Devem estar disponíveis seja 
para uso imediato, no primeiro atendimento, em ambulâncias ou nas unidades de emergência, 
seja em poucas horas para uso hospitalar ou em serviços de referência. 
 
Medidas de eliminação: 
São utilizadas para potencializar a eliminação do agente tóxico. As principais medidas 
utilizadas são: 
• Carvão ativado em dose-múltipla: indicado em casos de intoxicação por medicamentos como 
fenobarbital, dapsona e carbamazepina. A forma de utilização está descrita no item 
Descontaminação. 
• Alcalinização urinária: pode potencializar a excreção urinária de alguns agentes. Alcalinizar a 
urina favorece a conversão de ácidos fracos lipossolúveis (como fenobarbital e salicilatos) para 
a forma de sal, impedindo a sua reabsorção pelo túbulo renal. As contraindicações são 
insuficiência renal, edema pulmonar ou cerebral e doenças cardíacas. Técnica: o objetivo é 
atingir pH urinário > 7,5 enquanto o pH sérico deve se manter em torno de 7,55 a 7,6. 
Portanto, é recomendada a administração em bolus de 1-2 mEq/Kg de bicarbonato de sódio 
(NaHCO3) a 8,4%, seguida por infusão contínua de 150 mEq de NaHCO3 em 1 litro de soro 
glicosado a 5% (SG 5%) (manter infusão entre 200-250 mL/h). 
• Hemodiálise ou hemoperfusão: são técnicas raramente utilizadas. São geralmente indicadas 
quando a velocidade de depuração da substância pode ser maior pela remoção extracorpórea 
do que pelo próprio clearance endógeno, que ocorre nos casos de nítida deterioração do 
quadro clínico do paciente ou quando os níveis séricos da substância determinam mau 
prognóstico. A hemodiálise pode ser útil em intoxicações por fenobarbital, teofilina, lítio, 
salicilatos e álcoois tóxicos. 
º Hemodiálise: é realizada em 90% dos casos que requerem um método de remoção 
extracorpórea. Durante a hemodiálise, até 400 mL de sangue por minuto atravessam um 
circuito extracorpóreo em que compostos tóxicos difundem-se em uma membrana 
semipermeável e são retirados do organismo. É mais efetiva na remoção de compostos com as 
seguintes características: 
□ Baixo peso molecular (< 500 daltons); 
□ Pequeno volume de distribuição (< 1 L/Kg); 
□ Baixa ligação a proteínas plasmáticas. 
º Hemoperfusão: consiste na depuração do agente tóxico fazendo o sangue passar através de 
uma coluna de resinas não iônicas ou de microcápsulas de carvão ativado. Tem a capacidade 
de remover mais efetivamente as toxinas adsorvidas pelo carvão ativado quando comparada à 
hemodiálise, porém a disponibilidade desta técnica nos centros de emergência é limitada. 
 
Abordagem inicial 
· O primeiro passo no atendimento de um paciente intoxicado é a realização de um breve 
exame físico para identificar as medidas imediatas necessárias para estabilizar o indivíduo e 
evitar a piora clínica. 
· Fundamental importância checar: sinais vitais; nível e estado de consciência; pupilas (diâmetro 
e reatividade à luz); temperatura e umidade da pele; oximetria de pulso; medida de glicose 
capilar (dextro); obter ECG e realizar monitorização eletrocardiográfica se necessário; manter 
vias aéreas abertas e realizar intubação orotraqueal (IOT), se necessário; obter acesso venoso 
calibroso (neste momento, podem ser coletadas amostras para exames toxicológicos). 
· Estabilização clínica: 
o Avaliação clínica -> história clínica do paciente intoxicado, exame físico, análises 
laboratoriais e de imagem. 
o Prevenção de absorção continuada do agente tóxico. 
o Aumento da eliminação do agente tóxico. 
o Uso de antídotos. 
o Medidas de suporte e seguimento clínico. 
o A (vias aéreas), B (respiração), c (circulação), D (déficit neurológico, E 
(exposição). 
· Atropina é administrada em quantidade suficiente para aliviar o broncospasmo e 
broncorreia em vez de normalizar o tamanho da pupila ou frequência cardíaca. A dose 
inicial é de 2 a 5 mg IV, (0,05 mg/kg para crianças); a dose pode ser dobrada a cada 3 a 
5 min, conforme necessário. Gramas de atropina podem ser necessárias para pacientes 
gravemente intoxicados. 
 
· Pralidoxima (2-PAM) é administrada após atropina para aliviar sintomas 
neuromusculares. 2-PAM (1 a 2 g em adultos; 20-40 mg/kg em crianças) é administrada 
de 15 a 30 min IV, após a exposição a organofosfarados ou carbamatos porque, 
frequentemente, não se sabe qual dos dois causou a intoxicação na hora do tratamento. 
Uma infusão pode ser usada após o bolus (8 mg/kg/h em adultos; 10-20 mg/kg/h em 
crianças). 
 
· Benzodiazepínicos são usados para convulsão. Diazepam profiláticopode ajuda a 
prevenir sequelas neurocognitivas após intoxicação grave ou moderada por 
organofosfarados. 
 
Prevenção da absorção continuada do agente tóxico 
Diminuir a exposição do organismo ao agente tóxico: 
· Tempo e/ou superfície de exposição. 
· Quantidade do agente químico em contato com o organismo. 
Conduta depende da via de exposição: 
· Exposição cutânea: 
o Retirar as vestes. 
o Resíduos sólidos devem ser retirados por escovação e lavagem com água 
corrente, EXCETO se substância reagir com água. 
o Substâncias oleosas devem ser retiradas com sabão neutro. 
o Lavagem corporal com água corrente. 
o Em raras situações, neutralização química. 
· Exposição ocular: 
o Lavar com água (ou soro fisiológico) em abundância, pelo menos por 30 
minutos. 
o Não usar anestésicos ou colírio. 
o Encaminharao oftalmologista. 
· Exposição inalatória: 
o Manter o paciente longe da fonte de exposição. 
o Ventilação e oxigenação adequada. 
o Retirar as vestes. 
· Exposição gastrintestinal: 
o Esvaziamento gástrico (em geral até no máximo 2 horas após ingestão, EXCETO 
substâncias que retardam o esvaziamento gástrico – barbitúricos, 
anticolinérgicos, antidepressivos tricíclicos). 
o Lavagem gástrica (exposição gástrica): Consiste na infusão e posterior aspiração 
de soro fisiológico a 0,9% (SF 0,9%) através de sonda nasogástrica ou 
orogástrica, com o objetivo de retirar a substância ingerida. Avaliar 
criteriosamente a relação risco x benefício. Grande risco de aspiração. É 
contraindicada na ingestão de cáusticos, solventes e quando há risco de 
perfuração e sangramentos. Evitar a infusão de volumes superiores aos 
indicados, pois pode facilitar a passagem da substância ingerida pelo piloro e 
aumentar a absorção do agente tóxico. Deve-se utilizar sonda de grande 
calibre, adultos de 18 a 22 e crianças de 10 a 14, mantendo o paciente em 
decúbito lateral esquerdo para facilitar a retirada do agente tóxico, e diminuir 
a velocidade do esvaziamento gástrico para o intestino. 
o Indução de êmese se realizada até 1 hora após a ingestão- 21 a 38% de 
eliminação. Contraindicação: substâncias cáusticas, derivados de petróleo, 
depressores do SNC e agentes convulsionantes, último trimestre de gravidez, 
pacientes com convulsão. 
o Lavagem intestinal: consiste na administração de solução de polietilenoglicol 
(PEG) via sonda naso-enteral para induzir a eliminação do agente através do 
trato gastrintestinal pelas fezes. É raramente utilizada, salvo nos casos de 
ingestão de pacotes contendo drogas (body-packing) ou de quantidades 
potencialmente tóxicas de substâncias não adsorvidas pelo carvão ativado 
(ex.; ferro, lítio, etc). 
Aumento da eliminação do agente tóxico 
Manipulação urinária – Diurese forçada 
· Infusão de soro fisiológico. 
· Diurese medicamentosa – manitol (EV) e a furosemida (VO ou parental). 
· Contraindicações: risco de sobrecarga de volume (insuf. Cardíaca/renal ou com distúrbios 
hidroeletrolíticos graves). 
Manipulação urinária – Alcalinização da urina 
· Administração de sódio com o objetivo de obter pH urinário= 7,5. 
· Contraindicações: pacientes com insuficiência renal, edema pulmonar e edema cerebral. Além 
disso, pode piorar as condições de pacientes portadores de doenças cardíacas pré-existentes. 
Carvão ativado 
· Melhor procedimento para o bloqueio da absorção no trato gastrintestinal. 
· Baixo custo. 
· Fácil uso e praticamente sem contraindicações. 
· Inerte, não absorvível e sem odor. 
· Se liga ou se adsorve a materiais orgânicos presentes no TGI. 
· Adsorve moléculas livres do toxicante ou de seus produtos de biotransformação ativos que 
retornam ao intestino delgado através de secreção biliar (ciclo entero-hepático) 
 
 
 
g. Caracterizar o mecanismo de ação dos organofosforados e do carbamato; 
Os agrotóxicos organofosforados são ésteres, amidas ou derivados tiol dos ácidos de fósforo, 
contendo várias combinações de carbono, hidrogênio, oxigênio, fósforo, enxofre e nitrogênio. 
Compostos orgânicos altamente lipossolúveis e biodegradáveis, eles são rapidamente 
hidrolisados tanto nos meios biológicos quanto no ambiente, se distribuindo de forma rápida 
pelos tecidos orgânicos e ultrapassando as barreiras placentárias e hematoencefálicas. 
Os organofosforados têm sido um dos inseticidas agrotóxicos mais utilizados desde meados 
do século XX, sendo uma alternativa aos hidrocarbonetos clorados, que persistem no meio 
ambiente. O primeiro organofosforado a ser sintetizado, em 1854, foi o tetraetilpirofosfato 
(TEEP), e atualmente existem mais de 50 mil formulações conhecidas de agrotóxicos 
organofosforados - aproximadamente 40 delas são utilizadas como inseticidas. 
Os organofosforados são absorvidos pelo organismo humano pelas vias oral, cutânea e 
respiratória. Após sua absorção, são sintetizados e seus produtos são rapidamente distribuídos 
pelos tecidos. As reações de síntese ocorrem principalmente no fígado, formando produtos 
menos tóxicos e mais polares - trata-se do organismo tentando eliminar os organofosforados 
de forma mais fácil. De acordo com a Agricultural Insurance Organization (OGA), em 2003, a 
meia-vida destes compostos após administração única pode variar de minutos a poucas horas, 
dependendo de qual o composto específico e qual a via de absorção. 
A síntese do composto pode ocorrer de forma a ativá-lo ou inativá-lo. A inativação se dará pela 
ligação do organofosforado a certos sítios no organismo ou por modificações bioquímicas. Sua 
eliminação ocorre principalmente pelas fezes ou urina. Uma pequena parte é eliminada de 
forma inalterada pela urina, enquanto 80 a 90% do que foi absorvido é eliminado em 48 horas 
de forma alterada. 
O mecanismo de ação dos organofosforados se dá principalmente pela inibição enzimática. Os 
principais alvos de sua atuação tóxica entre as enzimas esterases são a acetilcolinesterase 
(AChE), nas sinapses químicas e nas membranas dos eritrócitos, e a butirilcolinesterase (BChE) 
no plasma. A inibição da AChE leva ao acúmulo da acetilcolina (ACh) nas terminações nervosas, 
já que esta é responsável por hidrolisar a ACh produzindo colina e acetato. 
A ACh é responsável por estimular receptores pós-sinápticos, devendo se desligar do receptor 
ao fim do estímulo para liberá-lo para estímulos futuros e evitar respostas repetitivas e 
descontroladas após um único estímulo. Quando ocorre a intoxicação, os centros esterásicos 
da AChE são inibidos por uma ligação covalente do agrotóxico organofosforado nas enzimas 
colinesterases, e sua ação é cessada. Nesses casos, há acúmulo de ACh, gerando 
hiperestimulação colinérgica e aparecimento dos sinais e sintomas desencadeados por 
interações com os receptores nicotínicos, muscarínicos e do sistema nervoso central. 
A ligação entre o organofosforado e as colinesterases é um processo que demora de 24 a 48 
horas para ocorrer e, durante esse intervalo, o tratamento através de um antídoto ainda é 
eficaz. Como a ligação é estável, sem o tratamento específico há fosforilação da enzima, 
causando seu envelhecimento por perda de grupamento alquila. Depois disso a enzima 
afetada não se regenera mais. Quando o processo estiver completo a enzima não poderá mais 
ser reativada e a recuperação da atividade enzimática poderá levar semanas para ocorrer. 
 
Carbamatos, também chamados de Uretanos, são compostos orgânicos derivados do ácido 
carbâmico (compostos nitrogenados) com ação anticolinesterásica, ou seja, capaz de inibir de 
forma reversível a ação da enzima Acetilcolinesterase (AchE), responsável pela a degradação 
da acetilcolina (uma molécula neurotransmissora) tornando-a, muito mais ativa nas fendas 
https://www.infoescola.com/quimica/compostos-organicos/
https://www.infoescola.com/quimica/funcoes-nitrogenadas/
https://www.infoescola.com/neurologia/acetilcolina/
https://www.infoescola.com/quimica/molecula/
https://www.infoescola.com/neurologia/neurotransmissores/
sinápticas causando hiperexcitação celular. São utilizados como inseticidas, fungicidas e 
parasiticidas no setor agrícola. 
De forma geral, os carbamatos são normalmente absorvidos pelo organismo pelas vias oral, 
respiratória e cutânea, enquanto o composto químico “aldicarb” é absorvido com facilidade no 
trato gastrointestinal e, intensidade relativamente menor, através de tecidos cutâneos (pele). 
Sua metabolização é em geral rápida, sem ocorrência de bioacumulação ou efeitos 
carcinogênicos, teratogênicos, mutagênicos ou imunotoxicidade como ocorre com outras 
classes como organoclorados. Sua eliminação acontece principalmente por via urinária e por 
via entero-hepática, quando ocorre pela via biliar, prolongando a sintomatologia. As 
manifestações clínica dependem principalmenteda via de administração (ou maneira que o 
indivíduo fora exposto), do tempo de exposição do produto e da dose. 
 
 
h. Identificar os dados epidemiológicos de intoxicações no BR; 
 
 
No Brasil, as causas externas ocupam o segundo lugar nas estatísticas de mortalidade. Dentre 
os óbitos por causas externas, podemos dar destaque aqueles causados por intoxicação, dado 
a severidade de suas consequências e do crescimento de sua ocorrência. A Organização 
Mundial de Saúde considera as intoxicações como um importante agravo de Saúde Pública, 
que deve ser investigado com consequente geração de informações que fomentem a 
capacidade dos países para lidar com essa questão. 
No Brasil, no período de 2010 a 2015, foram registrados pelo SIM 18.247 óbitos decorrentes 
de intoxicação, resultando em um crescimento de 3% no coeficiente de mortalidade. 
Dentre os nove agentes tóxicos identificados pelos códigos da CID-10, os agrotóxicos, as 
drogas de abuso e os medicamentos figuraram como os principais agentes responsáveis pelos 
óbitos, tanto para as regiões geográficas quanto para o país como um todo. Nas regiões 
Nordeste e Centro-Oeste, assim como no Brasil, destacaram-se os agrotóxicos. Na região 
Norte, as drogas de abuso foram apontadas como o principal agente tóxico e nas regiões Sul e 
Sudeste os medicamentos assumiram a liderança. 
No Brasil, no período de 2010 a 2015, a participação do sexo masculino nos óbitos por 
intoxicação foi de 66%. O coeficiente de mortalidade para intoxicação foi de 1,52 por 100.000 
habitantes, sendo 1,01 para o sexo feminino e 2,05 para o masculino, o que demonstra um 
risco duas vezes maior para os homens de morrer em decorrência de intoxicações quando 
comparado às mulheres 
Segundo o agente tóxico envolvido, observa-se que os coeficientes de mortalidade por 
agrotóxicos, medicamentos e drogas de abuso, 0,36; 0,34 e 0,33 respectivamente, foram os 
maiores quando comparados aos demais agentes. Além disso, esses três agentes 
concentraram 68,1% dos óbitos. 
Grandes diferenças entre os sexos são observadas para os coeficientes de mortalidade por 
drogas de abuso e por agrotóxicos. O risco de morrer em decorrência de intoxicação por 
drogas de abuso foi 5 vezes maior entre homens do que entre mulheres. Já para os 
agrotóxicos, o risco entre homens foi duas vezes maior que o observado entre mulheres. Os 
homens apresentaram maior concentração de óbitos por drogas de abuso e agrotóxicos (51%), 
enquanto que para as mulheres os medicamentos e agrotóxicos responderam pela maioria dos 
óbitos (60%). 
https://www.infoescola.com/compostos-quimicos/inseticidas/
https://www.infoescola.com/agricultura/fungicidas/
https://www.infoescola.com/ecologia/bioacumulacao/
 
 
i. Caracterizar os órgãos de notificação e de orientação de casos de intoxicação; 
Disque intoxicação e Renaciat 
 A população e os profissionais de saúde contam com um 0800 para tirar dúvidas 
e fazer denúncias relacionadas a intoxicações. O Disque-Intoxicação, criado pela 
Anvisa, atende pelo número 0800-722-6001. A ligação é gratuita e o usuário é atendido 
por uma das 36 unidades da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência 
Toxicológica (Renaciat). 
 A Renaciat é uma rede coordenada pela Anvisa, criada em 2005 pela 
resolução RDC nº 19. É composta por 36 Centros de Informação e Assistência 
Toxicológica (Ciats), espalhados em 19 estados brasileiros. 
 Os Ciats funcionam em hospitais universitários, Secretarias Estaduais e 
Municipais de Saúde e fundações. Há estados que ainda estão em processo de 
abertura dos centros, como Amapá, Acre, Maranhão e Tocantins. 
 Quando o usuário utiliza o 0800, sua ligação é transferida para o Ciat mais 
próximo da região de onde a chamada foi originada. 
 Os 36 centros estão preparados para receber ligações de longa distância, 24 
horas por dia, sete dias por semana, durante todo o ano. 
 Gerando respostas rápidas, o 0800 presta esclarecimentos à população e auxilia 
os profissionais de saúde a prestarem os primeiros socorros e a 
prescreverem o tratamento terapêutico adequado para cada tipo de 
substância tóxica. Em alguns casos, o atendimento pode ser presencial. 
 Com o serviço, tanto um o profissional de saúde pode, em uma emergência, 
saber como proceder com um paciente intoxicado, quanto uma pessoa leiga 
pode buscar informações sobre qualquer tipo de intoxicação. 
 
 
Todos os serviços de saúde públicos e privados de todo o território nacional são obrigados a 
notificar. O instrumento utilizado para a notificação é a Ficha de Investigação de Intoxicação 
Exógena e a notificação deve ser registrada no Sistema de Informação de Agravos de 
Notificações (SINAN). 
Quando a intoxicação exógena estiver associada à tentativa de suicídio, o caso deve ter duas 
fichas de investigação preenchidas: a Ficha de Investigação de Intoxicação Exógena e a Ficha 
de Notificação de Violência Interpessoal e autoprovocada. 
Ceatox - Centro de Assistência Toxicológica 
Ciats - Centros de Informação de Assistência Toxicológica 
Renaciat - Rede Nacional de Centros de Informação de Informação Toxicológica 
Sinitox - Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas 
 
 
j. Reconhecer a importância do ambiente psicossocial, incluindo os serviços de educação 
e saúde como fator determinante para a ocorrência de intoxicações. 
Prevenção da educação: 
i.Mantenha os produtos em suas embalagens originais, nunca troque a embalagem, 
principalmente por garrafas de refrigerantes ou de outros produtos alimentícios; 
ii.Nunca reutilize embalagens de produtos; 
iii.Oriente as crianças a partir de 2 anos de idade sobre os riscos das intoxicações; 
iv.Mantenha os produtos de limpeza e medicamentos em gavetas, armários e caixas com chave, 
longe do alcance das crianças; 
v.Não deixe os inseticidas e raticidas ao alcance dos olhos e das mãos de crianças menores; 
vi.Siga as orientações do fabricante contidas no rótulo ou na bula. Elas devem conter 
informações importantes para você e para o médico, em caso de intoxicação; 
vii.Não tome medicamento no escuro; 
viii.Não pratique automedicação e não oriente medicamentos aos outros. 
ix.Procure o médico. 
Epidemiologia e escolaridade: 
1. Inversamente proporcionais: mais mortes quanto menor escolaridade. 
2. Assim, partindo de um total de 14.524, a distribuição de escolaridade 
das vítimas deu-se da seguinte forma: 34,5% possuíam até 3 anos de 
estudo, 33,7% tinham 4 a 7 anos de estudo; 23,9% apresentavam 8 a 
11 anos de estudo e 7,9% possuíam mais de 12 anos de escolaridade. 
3. Esse perfil, com maior percentual de óbitos em vítimas com baixa 
escolaridade foi observado para agrotóxicos e medicamentos, 37,3% e 
30,6%, respectivamente. 
4. Para os demais agentes tóxicos a maioria das vítimas apresentaram 4 a 
7 anos de estudo: drogas de abuso (40%) e produtos químicos 
industriais (36,8%). 
 
 
 2. Discutir os aspectos éticos e legais da relação médico-paciente-familiares nos casos de 
intoxicações. 
Capítulo V 
Relação com pacientes e familiares 
 
É vedado ao médico: 
 
Art. 31. Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante 
legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou 
terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte. 
 
Art. 32. Deixar de usar todos os meios disponíveis de diagnóstico e tratamento, 
cientificamente reconhecidos e a seu alcance, em favor do paciente. 
 
Art. 33. Deixar de atender paciente que procure seus cuidados profissionais em casos de 
urgência ou emergência, quando não haja outro médico ou serviço médico em condições de 
fazê-lo. 
 
Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico,os riscos e os objetivos do 
tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe causar dano, devendo, nesse caso, 
fazer a comunicação a seu representante legal. 
 
Art. 35. Exagerar a gravidade do diagnóstico ou do prognóstico, complicar a terapêutica ou 
exceder-se no número de visitas, consultas ou quaisqueroutros procedimentos médicos. 
 
Art. 36. Abandonar o paciente sob seus cuidados. 
§ 1° Ocorrendo fatos que, a seu critério, prejudiquem o bom relacionamento com o paciente 
ou o pleno desempenho profissional, o médico tem o direito de renunciar ao atendimento, 
desde que comunique previamente ao paciente ou a seu representante legal, assegurando-se 
da continuidade dos cuidados e fornecendo todas as informações necessárias ao médico que 
lhe suceder. 
§ 2° Salvo por motivo justo, comunicado ao paciente ou aos seus familiares, o médico não 
abandonará o paciente por ser este portador de moléstia crônica ou incurável e continuará a 
assisti-lo ainda que para cuidados paliativos. 
 
Art. 37. Prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo 
em casos de urgência ou emergência e impossibilidade comprovada de realizá-lo, devendo, 
nessas circunstâncias, fazê-lo imediatamente após cessar o impedimento. 
 
 3. Minti. 
Biofísica do radionuclídeos: 
A Medicina Nuclear e ́uma especialidade médica, dentro do diagnóstico por imagem, na qual 
são utilizadas matéria radioativa para efeitos diagnósticos e até mesmo terapêuticos. Os 
exames são realizados em aparelhos especif́icos que são diferentes dos métodos 
convencionais de imagem (raio-X convencional, a tomografia computadorizada e a 
densitometria óssea), nos quais e ́o aparelho que emite radiação e o objetivo é a visualização e 
caracterização anatômica. Na medicina nuclear quem emite radiação é o paciente, após ter 
sido submetido ao preparo necessário para a realização de exame, que envolve a 
administração de material radioativo por diferentes vias possíveis. Essa radiação é de baixa 
radioatividade, somente para efeito diagnóstico. A radiação é captada pelo aparelho chamado 
gama câmara ou câmara de cintilação, com o objetivo de avaliação da função fisiológica e não 
para a avaliação e caracterização de detalhes anatômicos. O que se pode entender da 
medicina nuclear e ́que o objetivo da investigação e o estudo fisiológico e metabólico do 
paciente. Trata-se de procedimento útil para avaliação diagnóstica e também terapêutica com 
o uso de matéria radioativa, modalidade que tem como base os conhecimentos de Antoine 
Henri Bequerel, Pierre Curie e Marie Curie. 
 
A medicina nuclear: 
A Medicina Nuclear e ́uma especialidade médica do ramo da Radiologia, que se fundamenta na 
utilizacã̧o de energia nuclear para fins médicos de diagnóstico e terapia mediante o uso de 
substâncias que emitem radiacã̧o, também conhecidas como isótopos radioativos. 
A medicina nuclear tambeḿ e ́um recurso de diagnóstico por imagem, considerado um meio 
seguro e eficiente, em geral indolor, e um met́odo não invasivo, para que se possa obter 
informacõ̧es do paciente que de outra maneira seria impossiv́el de conseguir. 
Trata-se de um met́odo diagnóstico de alta sensibilidade para encontrar anormalidades na 
estrutura e, especialmente, na funcã̧o dos órgãos estudados, com a facilidade de identificar 
precocemente inúmeras alteracõ̧es orgânicas e funcionais em comparacã̧o a outros met́odos 
de diagnóstico. Esse met́odo pode avaliar recidivas, acompanhar a evolucã̧o, a remissão ou a 
progressão de certas enfermidades. 
Uma das vantagens da medicina nuclear e ́que substitui testes com maior risco iatrogênico. 
Atualmente e ́indispensav́el para diagnósticos e acompanhamento de enfermidades cardiácas, 
endócrinas, traumatológicas, oncológicas, pulmonares e renais, entre outras. 
Como recurso terapêutico, tambeḿ e ́considerada um meio seguro, eficiente e de baixo custo 
para tratar certas afecções curav́eis com o uso de radiacã̧o. Como ja ́foi mencionado, trata-se 
de um procedimento indolor e não invasivo, que pode ser aplicado quando as condicõ̧es do 
paciente não permitem cirurgias ou outra forma de tratamento. 
O trabalho em medicina nuclear aborda vaŕios equipamentos e acessórios para a formacã̧o de 
imagens, que são formadas através de captacã̧o da radiacã̧o ionizante produzida pelos 
radioisótopos. A radiacã̧o emitida pelos radioisótopos pode ser detectada por um 
equipamento conhecido como câmara de cintilacã̧o (gama câmara). Na gama câmara existe 
um cristal detector que, em contato com a radiacã̧o gama, cintila, ou seja, ocorre o 
deslocamento de elétrons dentro do cristal detector. Os exames em medicina nuclear são 
chamados de cintilografia, palavra de origem grega formada por cintilo = brilho, e grafia = 
registro/fotografia. O procedimento completo, na sequência, envolve a emissão de raios gama 
pelo paciente, cintilacã̧o do cristal detector, geração de pulsos elet́ricos, e formação da 
imagem. 
As pequenas doses geradas de radiacã̧o ocorrem quase que exclusivamente nas células e 
tecidos alvos, com a grande vantagem de irradiar pouco o tecido normal do paciente, 
tornando-se muito difićil que este apresente efeitos colaterais. Por outro lado, quando outros 
métodos são considerados ineficientes para aliviar a dor e o sofrimento do paciente, pode-se 
fazer o tratamento considerado paliativo contra a dor provocada por metaśtase utilizando a 
irradiacã̧o com radioisótopos. 
A Sociedade Brasileira de Biologia e Medicina Nuclear a define como “a especialidade médica 
que emprega fontes abertas de radionuclid́eos com finalidade de diagnóstico e de terapia”. 
Ja ́a Organizacã̧o Mundial da Saúde (OMS) define a medicina nuclear como “a especialidade 
que se ocupa do diagnóstico, tratamento e investigacã̧o médica mediante o uso de 
radioisótopos como fontes radioativas abertas”. 
Para a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), a medicina nuclear é uma espe- 
cialidade médica que utiliza métodos seguros, praticamente indolores, não invasivos e de 
relativo baixo custo para fornecer informacõ̧es que outros exames diagnósticos não 
conseguiriam, através do emprego de fontes abertas de radionuclid́eos. 
Habitualmente os materiais radioativos são administrados in vivo, por via venosa, oral, 
inalatória ou subcutânea, e apresentam distribuicã̧o para órgãos ou tipos celulares especif́icos, 
não havendo risco de reacõ̧es alérgicas. Essa distribuicã̧o pode ser ditada por caracteriśticas do 
próprio elemento radioativo. Outras vezes, esse elemento éligado a um outro grupo quiḿico, 
formando um radiofaŕmaco, com afinidade por determinados tecidos. 
 
Conceito da física nuclear aplicada à medicina- a radioatividade: 
Desde muito tempo atraś, os filósofos e os cientistas gregos foram os pioneiros a sugerir que 
toda matéria era feita a partir de blocos indivisiv́eis (blocos elementares do nosso universo) – 
ou at́omos. Somente no sećulo XX veio a ideia de um at́omo divisiv́el, ou seja, um bloco 
elementar, que por sua vez e ́formado por outros blocos elementares. Átomo é definido como 
pequenas partićulas que formam toda substância. Um at́omo et́ão pequeno que, para se ter 
nocã̧o, uma cabeca̧ de alfinete pode conter aproximadamente 60 milhões de at́omos. Os 
gregos conseguiram provar que os at́omos são formados de minúsculas partićulas: os prótons, 
os nêutrons e os elétrons. Prótons e nêutrons são minúsculas partićulas localizadas no interior 
do núcleo; elas contêm a maior parte da massa do at́omo, enquanto os elétrons são 
minúsculas partićulas que vagueiam aleatoriamente ao redor do núcleo e cuja massa é cerca 
de 1.840 vezes menor que a do núcleo do at́omo. 
No centro do at́omo encontra-se o núcleo, que, apesar de minúsculo, conteḿ quase toda a 
massa do at́omo. O número de prótons designa o número atômico do elemento quiḿico, e a 
soma dos prótons e nêutrons e ́o número da massa atômica desse elemento. Os elétrons ficam 
fora do núcleo e têm pequena massa. 
Radiacã̧o é um termo da fiśica que significa a propagacã̧o de energia de um ponto a outro no 
espaco̧ ou em um meio material, com certa velocidade. Os elementos condutores de energia 
determinam as formas de radiacã̧o,seja ela eletromagnética ou corpuscular. 
a) Radiacã̧o eletromagnet́ica: toda aquela que se caracteriza pela oscilacã̧o entre 
um campo elet́rico e um campo magnet́ico. E ́classificada de acordo com a 
frequência de ondas, das quais as mais conhecidas são: ondas hertzianas (de 
rad́io ou TV), micro-ondas, radiacã̧o infravermelha, ultravioleta. 
b) Radiacã̧o corpuscular: é constituid́a por partićulas subatômicas, e os tipos mais 
conhecidos são: elet́rons, prótons, nêutrons, dêuterons e partićulas alfa e 
beta. Existem quatro tipos de radiacã̧o: alfa, beta, gama e X. 
c) Radiacã̧o ionizante: e ́a designacã̧o dada às radiacõ̧es de tipo eletromagnético 
e corpuscular, que, ao entrarem em contato com a matéria, causam direta ou 
indiretamente a criacã̧o de ións. Dependendo da quantidade de energia, a 
radiacã̧o pode ser ionizante (alto niv́el de energia) ou não ionizante (baixa 
energia). A radiacã̧o ionizante tem inúmeras aplicabilidades na vida humana, 
como: medicina nuclear, radioterapia, exames de diagnósticos (raio-X), 
indústria bélica, conservacã̧o de alimentos, agricultura, entre outras. 
d) Radiacã̧o nuclear: a radiacã̧o nuclear, ou radioatividade, e ́a radiacã̧o emitida 
pela desintegracã̧o de alguns elementos quiḿicos. A exposicã̧o prolongada 
àradiacã̧o nuclear pode causar vaŕias lesões e doenca̧s, por exemplo: 
queimaduras (radiacã̧o alfa), infertilidade, doenca̧s sanguińeas, doenca̧s 
cerebrais, doenca̧s gastrointestinais, mutacõ̧es genéticas, principalmente pela 
radiacã̧o gama etc. 
e) Radiacã̧o alfa (α): tipo de radiacã̧o quase que inofensiva, pois não consegue 
ultrapassar as células mortas da pele de uma pessoa. Entretanto, se 
penetrarem no organismo por meio de um ferimento ou por aspiracã̧o, as 
partićulas alfa podem causar lesões graves. Esse tipo de partićula pode ser 
detido por uma folha de papel ou de alumińio. 
f) Radiacã̧o beta (β): tipo de radiacã̧o mais penetrante e menos energética que a 
das partićulas alfa e pode penetrar nos tecidos, provocando danos à pele. 
Essas partićulas só atingem os órgãos internos do corpo se forem ingeridas ou 
aspiradas, seu poder de penetracã̧o na pele e ́de aproximadamente 4 cmg) 
g) Radiacã̧o gama (γ): é o tipo de radiacã̧o mais perigosa. Embora não seja tão 
energética, e ́altamente penetrante, podendo atravessar o corpo humano e 
causar malformacõ̧es nas células. A radiacã̧o gama só é detida por uma parede 
de concreto ou por algum tipo de metal. Originam-se do núcleo do at́omo 
ondas eletromagnet́icas que não possuem massa e se propagam a ́velocidade 
de 300.000 km/s, o que lhe confere grande poder de penetracã̧o. 
Radioatividade: 
Radiacã̧o beta (β): tipo de radiacã̧o mais penetrante e menos energética que a das partićulas 
alfa e pode penetrar nos tecidos, provocando danos à pele. Essas partićulas só atingem os 
órgãos internos do corpo se forem ingeridas ou aspiradas, seu poder de penetracã̧o na pele e ́
de aproximadamente 4 cmg) g) Radiacã̧o gama (γ): é o tipo de radiacã̧o mais perigosa. Embora 
não seja tão energet́ica, e ́altamente penetrante, podendo atravessar o corpo humano e 
causar malformacõ̧es nas células. A radiacã̧o gama só é detida por uma parede de concreto ou 
por algum tipo de metal. Originam-se do núcleo do at́omo ondas eletromagnéticas que não 
possuem massa e se propagam a ́velocidade de 300.000 km/s, o que lhe confere grande poder 
de penetracã̧o. 
 
Conceito: 
Como vimos em capit́ulos anteriores, a medicina nuclear é uma especialidade dentro do 
diagnóstico por imagem que utiliza pequenas quantidades de substâncias radioativas 
(radionuclid́eos), para efeitos diagnósticos ou terapêuticos. 
Os exames têm como vantagens a baixa probabilidade de reacã̧o alérgica, o menor custo em 
relacã̧o a outros met́odos de diagnóstico por imagem e melhor avaliacã̧o fisiológica. Nesse 
método de diagnóstico ou terapêutico, quem emite radiacã̧o é o paciente, após ter sido 
submetido ao procedimento para realizacã̧o de exame, no qual pode ter sido administrado o 
radioniclid́eo ou o radiofaŕmaco por vias oral, inalatória, endovenosa, intratecal ou 
intradérmica. 
A radiacã̧o sera ́captada pelo aparelho chamado gama câmara ou câmara de cintilacã̧o. O 
paciente é posicionado na mesa de exame embaixo da gama câmara, onde os detectores se 
encarregam de fazer a captacã̧o da radiacã̧o emitida pelo paciente, radiacã̧o essa que passa 
pelo colimador e que, em seguida, é captada pelos cristais de iodeto de sódio, que se 
encarregam de emitir fótons de luz. Os fótons são captados pelas fotomultiplicadoras, e em 
seguida, atraveś de sinais elet́ricos, ef́ormada a imagem no computador. 
 
Modalidades de aquisição de imagens: 
As modalidades de aquisicã̧o de imagens referem-se ao modo como as imagens são adquiridas 
no aparelho. Os métodos são imagens estat́icas, dinâmicas, SPECT, gated, PET. 
 
Estática: 
As contagens são acumuladas em uma única imagem até que seja atingido um determinado 
intervalo de tempo ou niv́el de contagens. São imagens localizadas ou varreduras (spots ou 
scans). 
 
Dinâmica: 
Técnica empregada quando o fenômeno a ser estudado é variav́el no tempo. São feitas vaŕias 
imagens sequenciais (vaŕias imagens em pequeno intervalo de tempo), cada uma das quais e ́
composta de contagens acumuladas em um periódo prefixado de tempo (cintilografia 
dinâmica). 
 
SPECT: 
Técnica da tomografia por emissão de fóton único, que gera imagens em planos dentro de um 
volume radioativo. As projecõ̧es desse volume são obtidas em diferentes ângulos, e as imagens 
são imagens tomograf́icas em plano axial, podendo ser reconstruídas no plano tridimensional. 
 
Gated (sincronizado): 
E ́o método de aquisicã̧o de imagem sincronizada com algum sinal fisiológico, por exemplo o 
eletrocardiograma. 
 
PET: 
Met́odo mais complexo: nas técnicas da tomografia por emissão de pósitrons, injetam-se 
radiofaŕmacos emissores de pósitrons no paciente, e, como o pósitron é a antimatéria do 
elétron, ele rapidamente se anula com um dos inúmeros elétrons das moléculas do paciente. 
Essa interação gera dois raios gama com mesma direcã̧o e sentidos opostos, que são 
detectados por um circuito eletrônico (colimador eletrônico). Algoritmos de reconstrucã̧o 
tomograf́ica estimam a distribuicã̧o dessa energia dentro dos volumes corporais e auxiliam na 
identificação de lesões.

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