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SP1-Presente! Eleonora e Mariluz: 3 anos e 24 anos respectivamente; Apresentaram sintomas clínicos compatíveis com intoxicação; Consumiram guloseimas deixadas em sua casa; Após avaliação médica, notou salivação excessiva, miose, bradicardia e hipotensão; Centro de controle de intoxicações; Coleta de material biológico (urina); Xenobiótico; Análise química e cromatográfica; Carbofurano; Substância tóxica não encontrada na amostra de Mariluz; DL50; Fases das intoxicações agudas. Perguntas: 1. Sobre a intoxicação: a. Definição de intoxicação aguda/ xenobióticos, venenos, toxicidade, antídoto, dose letal. Pode-se definir um veneno como um agente capaz de produzir uma resposta prejudicial em um sistema biológico. Praticamente todas as substâncias químicas conhecidas têm o potencial de produzir lesão ou morte caso estejam presentes em quantidade suficiente. E ́necessário perceber que as medidas de letalidade aguda, como DL50, podem não refletir o espectro de toxicidade ou o perigo associado à exposição a uma substância química. Alguns produtos químicos com baixa toxicidade aguda, por exemplo, podem ter efeitos cancerígenos ou teratogênicos em doses que não produzem nenhuma evidência de toxicidade aguda. O termo toxina geralmente se refere a uma substância tóxica produzida por sistemas biológicos, como plantas, animais, fungos ou bactérias. O termo toxicante é usado para caracterizar substâncias tóxicas (ou seus subprodutos) produzidas em atividades antropogênicas. Agentes tóxicos podem ser classificados em termos de seu estado físico, da estabilidade química ou reatividade, da estrutura química geral ou de seu potencial de intoxicação. Toxicidade imediata e retardada: Os efeitos tóxicos imediatos ocorrem ou desenvolvem-se rapidamente após uma única administração de uma substância, enquanto efeitos tóxicos retardados ocorrem após o decurso de algum tempo. A maioria das substâncias produz efeitos tóxicos imediatos. Contudo, os efeitos carcinogênicos de alguns produtos químicos normalmente têm longos períodos de latência, em geral, 20 a 30 anos após a exposição inicial, antes que os tumores sejam observados nos seres humanos. Efeitos tóxicos reversíveis e irreversíveis: Alguns efeitos tóxicos de substâncias químicas são reversíveis; outros são irreversíveis. Se uma substância química produz lesão patológica a um tecido, seu efeito, reversível ou irreversível, depende da capacidade de regeneração do tecido. Para o tecido hepático, com sua alta capacidade de regeneração, a maioria das lesões e ́reversível, enquanto lesões no sistema nervoso central (SNC) são, em grande parte, irreversíveis, porque suas células diferenciadas não podem ser substituídas. Quando os efeitos carcinogênicos e/ou teratogênicos se manifestam, são considerados efeitos tóxicos irreversíveis. Toxicidade local e sistêmica: Outra distinção entre tipos de efeitos é feita com base no sítio da ação: eles podem ocorrer em locais distintos. Assim, efeitos locais ocorrem no sítio do primeiro contato entre o agente tóxico e o sistema biológico. No entanto, os efeitos sistêmicos necessitam de absorção e distribuição de uma substância tóxica a partir do seu ponto de entrada para um local distante, em que os efeitos deletérios são produzidos. A maioria das substâncias, com exceção de materiais altamente reativos, produz efeitos sistêmicos. Para algumas substâncias, ambos tipos de efeitos podem ocorrer. A maioria das substâncias químicas que produz toxicidade sistêmica normalmente provoca sua maior ação em apenas um ou dois órgãos, que são referidos como os órgãos-alvo da toxicidade de uma substância química. O órgão-alvo de toxicidade, muitas vezes, não e ́o local de maior concentração do agente químico. Órgãos-alvo em ordem de frequência de envolvimento em toxicidade sistêmica são o SNC, o sistema circulatório, o sangue e o sistema hematopoiético, órgãos viscerais, como fígado, rins e pulmão, e a pele. Músculos e ossos raramente são tecidos-alvo para efeitos sistêmicos. Toxicologistas costumam dividir a exposição experimental de animais a produtos químicos em quatro categorias: aguda, subaguda, subcrônica e crônica. A exposição aguda é definida como a exposição a uma substância química por menos de 24 horas. Embora essa exposição geralmente se refira a uma única administração, exposições repetidas podem ser feitas em um período de 24 horas para alguns produtos químicos pouco ou praticamente não tóxicos. A exposição aguda por inalação refere-se à exposição continua por menos de 24 horas, mais frequentemente por 4 horas. A exposição repetida é dividida em três categorias: subaguda, subcrônica e crônica. A subaguda refere-se à exposição repetida a um produto químico durante 1 mês ou menos; a subcrônica, de 1 a 3 meses, e a crônica, por mais de 3 meses. Em situações de exposição humana, a frequência e a duração da exposição, em geral, não são tão claramente definidas como em estudos controlados com animais, mas muitos dos mesmos termos são usados para descrever situações de exposição geral. Assim, em relação aos riscos no local de trabalho ou ambientais, a exposição é definida como aguda (ocorrendo a partir de um único incidente ou episódio), subcrônica (que ocorre repetidamente ao longo de várias semanas ou meses) ou crônica (ocorre várias vezes por muitos meses ou anos). Dose Letal 50 ou média – DL50 que é a quantidade de uma substância química que quando é administrada em uma única dose por via oral, expressa em massa da substância por massa de animal, produz a morte de 50% dos animais expostos dentro de um período de observação de 14 dias. A DL50 é a dose única, calculada estatisticamente, de uma substância que se espera causar a morte em 50% dos animais testados. O cálculo e ́estatístico. O painel superior da Figura 2.3 mostra que a relação dose-resposta quantal, como em relação à letalidade, apresenta uma distribuição normal, ou distribuição de Gauss. O histograma de frequência nesse painel também mostra a relação entre dose e efeito. As barras representam a porcentagem de animais que morreram em cada dose menos a porcentagem que morreu com a dose imediatamente inferior. Pode-se ver claramente que apenas alguns animais responderam à dose mais baixa e à dose mais alta. A maioria respondeu a doses intermediárias entre esses dois extremos, e a frequência máxima de resposta ocorreu na porção média do intervalo de dose. Assim, tem-se uma curva em forma de sino, conhecida como distribuição normal. A razão para essa distribuição normal é que existem diferenças na suscetibilidade aos produtos químicos entre os indivíduos. Animais cujas respostas estão na extremidade esquerda da curva são conhecidos como hipersensíveis, e aqueles na extremidade direita da curva são chamados de resistentes. Se o número de indivíduos que respondeu a cada dose consecutiva for somado, um valor acumulado da relação dose-resposta quantal é obtido. Uma curva de distribuição normal sigmoide como essa apresenta uma resposta próxima a 0%, com a diminuição da dose, e se aproxima a 100% com o aumento desta, mas, teoricamente, ela nunca passa por 0 e 100%. No entanto, a dose mínima efetiva (DE) de qualquer produto químico que evoca uma resposta do tipo tudo ou nada é denominada dose limite, mesmo que não possa ser determinada experimentalmente. Xenobiótico: Xenobióticos são compostos químicos estranhos ao organismo humano. Eles são produzidos pela indústria ou pela natureza, através de vegetais e fungos. Podem ser enquadrados em diversas categorias, como por exemplo, pesticidas agrícolas, inseticidas, plásticos, produtos de limpeza e fármacos. Nossa sociedade utiliza esses compostos regularmente, sob várias formas, inclusive como medicamentos e antibióticos. Atualmente a Ciência busca aperfeiçoar o uso de medicamentos estudando todas as possíveis interações com o nosso organismo,pois os indivíduos respondem de maneira diferente sob ação de determinadas drogas. Antídoto: É o termo genérico para definir qualquer substância que interfere na cinética e/ou dinâmica de outra substância, diminuindo ou neutralizando seu efeito tóxico. Alguns antídotos agem por antagonismo competitivo e outros por antagonismo não competitivo. Um exemplo de antídoto é a ação do bicarbonato de sódio sobre um veneno ácido, uma vez que este, é capaz de neutralizar a ação deste tipo de substância nociva. b. Discriminar os principais agentes tóxicos utilizados com maior prevalência; (medicamentos, saneantes domésticos, raticidas, agrotóxicos e psicofármacos); Por agente tóxico: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/Intoxbr.def c. Fases das intoxicações agudas; d. Manifestações clínicas (das pacientes relatada no caso-problema); Organofosforados-Clínica: -Miose; -Bradicardia; -Depressão respiratória; -Hipotensão; -Sialorreia; -Lacrimejamento; -Ausculta pulmonar-roncos. e. Exames; O exame toxicológico pode ser pedido em diversas ocasiões, como quando vamos renovar a carteira de motorista ou quando somos admitidos em um concurso público, mas também pode ser feito quando existe a suspeita de envenenamento ou overdose, por exemplo. Existem também os exames toxicológicos feitos em atletas para a identificação do uso de substâncias ilícitas, mais conhecidos como exames antidoping. Geralmente, os materiais são recolhidos antes ou após as competições, garantindo que nenhum atleta tenha vantagem sobre os outros. Somente através do exame toxicológico é que podemos saber qual o grau de exposição do indivíduo às substâncias tóxicas ou medicamentos e, assim, saber dar um diagnóstico ou fazer uma avaliação mais precisa. Hoje, existem quatro tipos de exames toxicológicos: · Exame de sangue; · Exame de urina; · Exame de suor; · Exame de tecidos, também chamados de exame do cabelo. Os tipos de exames toxicológicos feitos através do sangue ou urina são pedidos apenas em casos onde a janela de detecção pode ser curta – entre 0 e 10 dias -, como no caso dos atletas, em casos de acidentes de trânsito ou emergências de saúde, por exemplo. Já em casos onde a janela de detecção do uso de drogas precisa ser maior como nos concursos ou contratações é pedido o exame toxicológico de tecidos, como em fios de cabelo, que detecta substâncias de até 6 meses. Exame toxicológico de sangue: O exame toxicológico de sangue é indicado para detectar o consumo de drogas recente. Por causa de sua janela de detecção menor, capturando apenas algumas drogas consumidas em, no máximo, 48 horas antes do exame, é utilizado apenas nos casos mais simples. Isso acontece porque o sangue é um tecido líquido, com a única função de transporte, o que faz com que as substâncias saiam das células muito mais rápido do que nos casos dos tecidos de armazenagem, como o cabelo. Podem ser encontrados traços de substâncias como: · Heroína; · Metanfetamina; · LSD; · Maconha; · Cocaína; https://rede.labet.com.br/laudo/exame-do-cabelo-rede.asp https://exametoxicologico.labet.com.br/4-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-drogas-no-sangue/ · Ecstasy. No entanto, cada substância possui uma janela de tempo ativa no sangue. Após esse tempo, ela se torna indetectável através do exame toxicológico por amostra de sangue. Janelas de horário: · O LSD é detectável no sangue nas primeiras 2 horas; · A Morfina poderá ser identificada até 8 horas após o uso; · A Anfetamina e a Heroína, circulam no sangue por cerca de 12 horas; · A Metanfetamina pode ser detectada até 36 horas depois do uso; · A Maconha, a Cocaína e o Ecstasy, são facilmente identificados até 48 horas após o uso. Passado esse período, os exames toxicológicos podem ser feitos através da urina, suor ou de pedaços de tecido, como o cabelo. Exame toxicológico de urina: O segundo tipo de exame que pode ser feito para detectar o uso de drogas ou contato com substâncias tóxicas, é o exame de urina. Esse tipo de exame leva um pouco mais de tempo para poder ser coletado e concluído, mas é um método de análise eficiente. O método de análise de urina é utilizado, geralmente, nos exames antidoping de atletas. Para ser submetido a esse tipo de exame toxicológico, o atleta precisa ser escolhido pela seleção ou clube. Nos exames toxicológicos feitos através da urina, é possível detectar diversos tipos de substâncias químicas, tóxicas ou de estímulo, que a pessoa possa ter consumido. Entre as principais substâncias detectadas pela urina estão: · Anfetaminas; · Codeínas; · Metanfetaminas; · Ecstasy; · EPO (doping sanguíneo); · Heroína; · Morfina; · Cocaína; · Crack; · HGH (hormônios de crescimento); · S1 (anabolizantes); · S6 (estimulantes). A urina é o produto obtido pelo organismo após a filtragem do sangue contaminado pela substância ingerida. Por isso, só é possível obter resultados através dela, cerca de duas horas depois da ingestão ou contato com a substância tóxica, ou droga. A janela de detecção de toxinas pela urina pode durar até 9 dias, dependendo da substância utilizada, sendo o LSD a primeira substância a ser eliminada através da urina e a maconha, a cocaína e o ecstasy, as últimas substâncias a ser totalmente eliminada. Exame toxicológico do cabelo: De todos os tipos de exames toxicológicos, o exame feito com amostra de cabelo é o mais frequente. Isso acontece porque ele possui uma janela de detecção maior que os outros tipos de amostra. Os cabelos, assim como fígado, rins e pele, são órgãos e, por isso, recebem todos os tipos de substâncias que circulam pelo corpo. Alguns cientistas afirmam que "o cabelo é o espelho do corpo”, por ser o órgão mais ativo do corpo humano, possuindo células de ligação com diversos sistemas, além das células-tronco. Entre todos os tipos de exames toxicológicos, o exame feito em fios de cabelo é o que possui maior gama de detecção de substâncias consumidas pelo indivíduo. https://www.bbc.com/portuguese/ciencia/021025_cabelomtc.shtml Nos resultados da análise, é possível que seja verificado o uso de: · Cocaína; · Maconha; · Anfetaminas · Metanfetaminas; · Ecstasy (MDMA, MDA e MDE); · Heroína; · Morfina; · Codeína; · Oxicodona; · Anfepramona (DENATRAN e Ministério do Trabalho); · Mazindol (DENATRAN e Ministério do Trabalho); · Femproporex (DENATRAN e Ministério do Trabalho). É importante ressaltar que o exame toxicológico feito em fios de cabelo detecta substâncias mesmo após meses de uso. Por isso, é muito importante que, se caso o paciente faça uso de medicações controladas de forma contínua ou tenha passado por cirurgia recentemente (mesmo as dentárias), que seja informado através de laudo, para que o resultado não saia com um falso positivo. Por ser um órgão, os cabelos são tecidos de depósitos de substâncias. Nele, tudo o que ingerimos pode ficar depositado por até 180 dias (6 meses). f. Conduta terapêutica (medidas gerais de suporte para pacientes intoxicados); Avaliação inicial: O primeiro passo no atendimento de um paciente intoxicado é a realização de um breve exame físico para identificar as medidas imediatas necessárias para estabilizar o indivíduo e evitar a piora clínica. Portanto, neste momento, é de fundamental importância checar: • Sinais vitais; • Nível e estado de consciência; • Pupilas (diâmetro e reatividade à luz); • Temperatura e umidade da pele; • Oximetria de pulso; • Medida de glicose capilar (dextro);• Obter ECG e realizar monitorização eletrocardiográfica se necessário; • Manter vias aéreas abertas e realizar intubação orotraqueal (IOT), se necessário; • Obter acesso venoso calibroso (neste momento, podem ser coletadas amostras para exames toxicológicos); • Administrar tiamina e glicose via intravenosa (IV) se o paciente se apresentar com alteração do nível de consciência, a menos que os diagnósticos de intoxicação alcoólica e hipoglicemia possam ser rapidamente excluídos; • Administrar naloxona em pacientes com hipótese de intoxicação por opioide. A hipótese de intoxicação por opioide é feita com base na exposição à substância e sinais clínicos como rebaixamento do nível de consciência, depressão respiratória e pupilas mióticas puntiformes; • Procurar sinais de trauma, infecção, marcas de agulha ou edema de extremidades. Diagnóstico da intoxicação: A abordagem diagnóstica de uma suspeita de intoxicação envolve a história da exposição, o exame físico e exames complementares de rotina e toxicológicos. História da Exposição: Utiliza-se a estratégia dos “5 Ws”, isto é, deve-se obter os dados relacionados ao paciente (Who? - Quem?), à substância utilizada (What? - O quê?), horário da exposição (When? - Quando?), local da ocorrência (Where? - Onde?) e motivo da exposição (Why? - Por quê?). Atentar para o fato de que muitas informações podem ser distorcidas ou omitidas, principalmente quando há tentativas de suicídio ou homicídio envolvidas, uso de drogas ilícitas, abortamento ou maus tratos. • Paciente: obter o histórico de doenças, medicações em uso, tentativas de suicídio anteriores, ocupação, acesso a substâncias, uso de drogas e gravidez. • Agente tóxico: procurar saber qual foi a substância utilizada e a quantidade. Sempre que possível, solicitar para os acompanhantes trazerem os frascos ou embalagens e questionar se pode ser um produto clandestino. • Tempo: verificar qual foi o horário da exposição e por quanto tempo a substância foi utilizada, nos casos de exposições repetidas. Questionar se houve algum sintoma prévio à exposição. • Local: saber onde ocorreu a exposição e se foram encontrados frascos, embalagens, seringas ou cartelas de comprimidos próximos ao paciente. Verificar quais medicamentos são utilizados pelos familiares ou pelas pessoas onde o indivíduo foi encontrado. Também é útil saber se foi encontrada alguma carta ou nota de despedida em casos de tentativa de suicídio. • Motivo: identificar a circunstância da exposição, já que é de extrema importância saber se foi tentativa de suicídio, homicídio, acidente, abuso de drogas e outras. Exame físico: Realizar exame físico do paciente verificando os principais sinais e sintomas descritos abaixo: • Odores característicos: ex.: hálito etílico (uso de álcool), odor de alho (organofosforados); • Achados cutâneos: sudorese, secura de mucosas, vermelhidão, palidez, cianose, desidratação, edema; • Temperatura: hipo ou hipertermia; • Alterações de pupilas: miose, midríase, anisocoria, alterações de reflexo pupilar; • Alterações da consciência: agitação, sedação, confusão mental, alucinação, delírio, desorientação; • Anormalidades neurológicas: convulsão, síncope, alteração de reflexos, alteração de tônus muscular, fasciculações, movimentos anormais; • Alterações cardiovasculares: bradicardia, taquicardia, hipertensão, hipotensão, arritmias; • Anormalidades respiratórias: bradipneia ou taquipneia, presença de ruídos adventícios pulmonares; • Achados do aparelho digestório: sialorreia, vômitos, hematêmese, diarreia, rigidez abdominal, aumento ou diminuição de ruídos hidroaéreos; Estes sinais e sintomas descritos, quando agrupados, podem caracterizar uma determinada síndrome tóxica. As principais síndromes tóxicas utilizadas para o diagnóstico da intoxicação aguda são: síndrome sedativo- hipnótica, opioide, colinérgica, anticolinérgica, adrenérgica, serotoninérgica e extrapiramidal. Tratamento: O manejo adequado de um paciente com suspeita de intoxicação depende do agente envolvido e da sua toxicidade, assim como do tempo decorrido entre a exposição e o atendimento. Além do suporte, o tratamento envolve medidas específicas como descontaminação, administração de antídotos e técnicas de eliminação, descritas a seguir: Descontaminação: Visa a remoção do agente tóxico com o intuito de diminuir a sua absorção. Durante o procedimento, a equipe de atendimento deverá tomar as precauções para se proteger da exposição ao agente tóxico. Os seguintes procedimentos estão indicados, de acordo com a via de exposição: • Cutânea: retirar roupas impregnadas com o agente tóxico e lavar a superfície exposta com água em abundância; • Respiratória: remover a vítima do local da exposição e administrar oxigênio umidificado suplementar; • Ocular: instilar uma ou duas gotas de colírio anestésico no olho afetado e proceder a lavagem com SF 0,9% ou água filtrada, sempre da região medial do olho para a região externa, com as pálpebras abertas durante pelo menos cinco minutos. Solicitar avaliação oftalmológica; • Gastrintestinal (GI): consiste na remoção do agente tóxico do trato gastrintestinal no intuito de evitar ou diminuir sua absorção. Descontaminação Gastrintestinal: A indicação da descontaminação GI depende da substância ingerida, do tempo decorrido da ingestão, dos sintomas apresentados e do potencial de gravidade do caso. Recomenda-se avaliação criteriosa do nível de consciência do paciente, antes de iniciar o procedimento e sempre considerar intubação orotraqueal, caso julgar necessário, para proteção de vias aéreas. Os benefícios maiores desse procedimento estão nas seguintes situações: • Na ausência de fatores de risco para complicações, como torpor e sonolência; • Na ingestão de quantidades potencialmente tóxicas da(s) substância(s); • Nas ingestões recentes, isto é, até 1 a 2 horas da exposição; • Nos casos envolvendo agentes que diminuam o trânsito intestinal (anticolinérgicos, fenobarbital, etc.) ou de substâncias de liberação prolongada, a indicação da descontaminação pode ser mais tardia. Habitualmente, o procedimento divide-se em duas etapas: a realização da lavagem gástrica seguida da administração do carvão ativado: Lavagem Gástrica (LG): Consiste na infusão e posterior aspiração de soro fisiológico a 0,9% (SF 0,9%) através de sonda nasogástrica ou orogástrica, com o objetivo de retirar a substância ingerida. Sempre avaliar criteriosamente a relação risco x benefício antes de iniciar o procedimento, pois há grande risco de aspiração. • É contraindicada na ingestão de cáusticos, solventes e quando há risco de perfuração e sangramentos. Evitar a infusão de volumes superiores aos indicados, pois pode facilitar a passagem da substância ingerida pelo piloro e aumentar a absorção do agente tóxico. • Deve-se utilizar sonda de grande calibre, adultos de 18 a 22 e crianças de 10 a 14, mantendo o paciente em decúbito lateral esquerdo para facilitar a retirada do agente tóxico, e diminuir a velocidade do esvaziamento gástrico para o intestino. • Infundir e retirar sucessivamente o volume de SF 0,9% recomendado de acordo com a faixa etária, até completar o volume total recomendado ou até que se obtenha retorno límpido, da seguinte forma: º Crianças: 10 mL/Kg por infusão até volume total de: □ Escolares: 4 a 5 L. □ Lactentes: 2 a 3 L. □ RN: 0,5 L. º Adultos: 250 mL por vez até um volume total de 6 a 8 L ou até que retorne límpido. Carvão Ativado (CA): É um pó obtido da pirólise de material orgânico, com partículas porosas com alto poder adsorvente do agente tóxico, que previne a sua absorção pelo organismo. Geralmente é utilizado após a LG, mas pode ser utilizado como medida única de descontaminação GI. Nestes casos, a administração pode ser por via oral sem necessidade da passagem de sonda nasogástrica. Na maioria das vezes deverá ser utilizado em dose única, porém pode ser administrado em doses múltiplas como medida de eliminação,em exposições a agentes de ação prolongada ou com circulação ênterohepática, como o fenobarbital, carbamazepina, dapsona, clorpropramida, dentre outros. As formas de administração estão descritas a seguir: • Dose Única: º Crianças: 1 g/kg, em uma suspensão com água ou SF 0,9% na proporção de 4-8 mL/g. º Adultos: 50 g em 250 mL de água ou SF 0,9%. • Múltiplas doses: º Intervalos de 4/4 horas; associar catártico, preferencialmente salino, junto à 3ª dose, e repetir quando necessário. Utilizar o catártico como parte da suspensão do CA. Exemplo: utilizar 100 mL Sulfato de Magnésio 10% (10 g), acrescentar 150 mL de SF 0,9% (total 250 mL) e acrescentar 50 g de Carvão Ativado (suspensão 1:5). Contraindicações ao uso do carvão ativado: • RN, gestantes ou pacientes muito debilitados, cirurgia abdominal recente, administração de antídotos por VO. • Pacientes que ingeriram cáusticos ou solventes ou que estão com obstrução intestinal. • Pacientes intoxicados com substâncias que não são efetivamente adsorvidas pelo carvão, como os ácidos, álcalis, álcoois, cianeto e metais como lítio, ferro, entre outros. Complicações que podem ocorrer com o uso do CA: • Constipação e impactação intestinal, principalmente quando utilizado em doses múltiplas. • Broncoaspiração, especialmente quando realizado em pacientes torporosos, sem a proteção da via aérea. Lavagem intestinal: Consiste na administração de solução de polietilenoglicol (PEG) via sonda naso-enteral para induzir a eliminação do agente através do trato gastrintestinal pelas fezes. É raramente utilizada, salvo nos casos de ingestão de pacotes contendo drogas (body-packing) ou de quantidades potencialmente tóxicas de substâncias não adsorvidas pelo carvão ativado (ex.; ferro, lítio, etc). Está contraindicada na presença de íleo paralítico, perfuração gastrintestinal, hemorragia gastrintestinal e instabilidade hemodinâmica. A dose recomendada é: • Crianças de 9 meses a 6 anos: 500 mL/h. • Crianças de 6 a 12 anos: 1000 mL/h. • Adolescentes e adultos: 1500 a 2000 mL/h. Antídotos: São substâncias que agem no organismo, atenuando ou neutralizando ações ou efeitos de outras substâncias químicas. A administração desses medicamentos não é a primeira conduta a ser tomada na maioria das situações. A maior parte das intoxicações pode ser tratada apenas com medidas de suporte e sintomáticos. Entretanto, algumas situações exigem a administração de antídotos e, às vezes, de medicamentos específicos. A disponibilidade destas substâncias é estratégica do ponto de vista de saúde pública. Devem estar disponíveis seja para uso imediato, no primeiro atendimento, em ambulâncias ou nas unidades de emergência, seja em poucas horas para uso hospitalar ou em serviços de referência. Medidas de eliminação: São utilizadas para potencializar a eliminação do agente tóxico. As principais medidas utilizadas são: • Carvão ativado em dose-múltipla: indicado em casos de intoxicação por medicamentos como fenobarbital, dapsona e carbamazepina. A forma de utilização está descrita no item Descontaminação. • Alcalinização urinária: pode potencializar a excreção urinária de alguns agentes. Alcalinizar a urina favorece a conversão de ácidos fracos lipossolúveis (como fenobarbital e salicilatos) para a forma de sal, impedindo a sua reabsorção pelo túbulo renal. As contraindicações são insuficiência renal, edema pulmonar ou cerebral e doenças cardíacas. Técnica: o objetivo é atingir pH urinário > 7,5 enquanto o pH sérico deve se manter em torno de 7,55 a 7,6. Portanto, é recomendada a administração em bolus de 1-2 mEq/Kg de bicarbonato de sódio (NaHCO3) a 8,4%, seguida por infusão contínua de 150 mEq de NaHCO3 em 1 litro de soro glicosado a 5% (SG 5%) (manter infusão entre 200-250 mL/h). • Hemodiálise ou hemoperfusão: são técnicas raramente utilizadas. São geralmente indicadas quando a velocidade de depuração da substância pode ser maior pela remoção extracorpórea do que pelo próprio clearance endógeno, que ocorre nos casos de nítida deterioração do quadro clínico do paciente ou quando os níveis séricos da substância determinam mau prognóstico. A hemodiálise pode ser útil em intoxicações por fenobarbital, teofilina, lítio, salicilatos e álcoois tóxicos. º Hemodiálise: é realizada em 90% dos casos que requerem um método de remoção extracorpórea. Durante a hemodiálise, até 400 mL de sangue por minuto atravessam um circuito extracorpóreo em que compostos tóxicos difundem-se em uma membrana semipermeável e são retirados do organismo. É mais efetiva na remoção de compostos com as seguintes características: □ Baixo peso molecular (< 500 daltons); □ Pequeno volume de distribuição (< 1 L/Kg); □ Baixa ligação a proteínas plasmáticas. º Hemoperfusão: consiste na depuração do agente tóxico fazendo o sangue passar através de uma coluna de resinas não iônicas ou de microcápsulas de carvão ativado. Tem a capacidade de remover mais efetivamente as toxinas adsorvidas pelo carvão ativado quando comparada à hemodiálise, porém a disponibilidade desta técnica nos centros de emergência é limitada. Abordagem inicial · O primeiro passo no atendimento de um paciente intoxicado é a realização de um breve exame físico para identificar as medidas imediatas necessárias para estabilizar o indivíduo e evitar a piora clínica. · Fundamental importância checar: sinais vitais; nível e estado de consciência; pupilas (diâmetro e reatividade à luz); temperatura e umidade da pele; oximetria de pulso; medida de glicose capilar (dextro); obter ECG e realizar monitorização eletrocardiográfica se necessário; manter vias aéreas abertas e realizar intubação orotraqueal (IOT), se necessário; obter acesso venoso calibroso (neste momento, podem ser coletadas amostras para exames toxicológicos). · Estabilização clínica: o Avaliação clínica -> história clínica do paciente intoxicado, exame físico, análises laboratoriais e de imagem. o Prevenção de absorção continuada do agente tóxico. o Aumento da eliminação do agente tóxico. o Uso de antídotos. o Medidas de suporte e seguimento clínico. o A (vias aéreas), B (respiração), c (circulação), D (déficit neurológico, E (exposição). · Atropina é administrada em quantidade suficiente para aliviar o broncospasmo e broncorreia em vez de normalizar o tamanho da pupila ou frequência cardíaca. A dose inicial é de 2 a 5 mg IV, (0,05 mg/kg para crianças); a dose pode ser dobrada a cada 3 a 5 min, conforme necessário. Gramas de atropina podem ser necessárias para pacientes gravemente intoxicados. · Pralidoxima (2-PAM) é administrada após atropina para aliviar sintomas neuromusculares. 2-PAM (1 a 2 g em adultos; 20-40 mg/kg em crianças) é administrada de 15 a 30 min IV, após a exposição a organofosfarados ou carbamatos porque, frequentemente, não se sabe qual dos dois causou a intoxicação na hora do tratamento. Uma infusão pode ser usada após o bolus (8 mg/kg/h em adultos; 10-20 mg/kg/h em crianças). · Benzodiazepínicos são usados para convulsão. Diazepam profiláticopode ajuda a prevenir sequelas neurocognitivas após intoxicação grave ou moderada por organofosfarados. Prevenção da absorção continuada do agente tóxico Diminuir a exposição do organismo ao agente tóxico: · Tempo e/ou superfície de exposição. · Quantidade do agente químico em contato com o organismo. Conduta depende da via de exposição: · Exposição cutânea: o Retirar as vestes. o Resíduos sólidos devem ser retirados por escovação e lavagem com água corrente, EXCETO se substância reagir com água. o Substâncias oleosas devem ser retiradas com sabão neutro. o Lavagem corporal com água corrente. o Em raras situações, neutralização química. · Exposição ocular: o Lavar com água (ou soro fisiológico) em abundância, pelo menos por 30 minutos. o Não usar anestésicos ou colírio. o Encaminharao oftalmologista. · Exposição inalatória: o Manter o paciente longe da fonte de exposição. o Ventilação e oxigenação adequada. o Retirar as vestes. · Exposição gastrintestinal: o Esvaziamento gástrico (em geral até no máximo 2 horas após ingestão, EXCETO substâncias que retardam o esvaziamento gástrico – barbitúricos, anticolinérgicos, antidepressivos tricíclicos). o Lavagem gástrica (exposição gástrica): Consiste na infusão e posterior aspiração de soro fisiológico a 0,9% (SF 0,9%) através de sonda nasogástrica ou orogástrica, com o objetivo de retirar a substância ingerida. Avaliar criteriosamente a relação risco x benefício. Grande risco de aspiração. É contraindicada na ingestão de cáusticos, solventes e quando há risco de perfuração e sangramentos. Evitar a infusão de volumes superiores aos indicados, pois pode facilitar a passagem da substância ingerida pelo piloro e aumentar a absorção do agente tóxico. Deve-se utilizar sonda de grande calibre, adultos de 18 a 22 e crianças de 10 a 14, mantendo o paciente em decúbito lateral esquerdo para facilitar a retirada do agente tóxico, e diminuir a velocidade do esvaziamento gástrico para o intestino. o Indução de êmese se realizada até 1 hora após a ingestão- 21 a 38% de eliminação. Contraindicação: substâncias cáusticas, derivados de petróleo, depressores do SNC e agentes convulsionantes, último trimestre de gravidez, pacientes com convulsão. o Lavagem intestinal: consiste na administração de solução de polietilenoglicol (PEG) via sonda naso-enteral para induzir a eliminação do agente através do trato gastrintestinal pelas fezes. É raramente utilizada, salvo nos casos de ingestão de pacotes contendo drogas (body-packing) ou de quantidades potencialmente tóxicas de substâncias não adsorvidas pelo carvão ativado (ex.; ferro, lítio, etc). Aumento da eliminação do agente tóxico Manipulação urinária – Diurese forçada · Infusão de soro fisiológico. · Diurese medicamentosa – manitol (EV) e a furosemida (VO ou parental). · Contraindicações: risco de sobrecarga de volume (insuf. Cardíaca/renal ou com distúrbios hidroeletrolíticos graves). Manipulação urinária – Alcalinização da urina · Administração de sódio com o objetivo de obter pH urinário= 7,5. · Contraindicações: pacientes com insuficiência renal, edema pulmonar e edema cerebral. Além disso, pode piorar as condições de pacientes portadores de doenças cardíacas pré-existentes. Carvão ativado · Melhor procedimento para o bloqueio da absorção no trato gastrintestinal. · Baixo custo. · Fácil uso e praticamente sem contraindicações. · Inerte, não absorvível e sem odor. · Se liga ou se adsorve a materiais orgânicos presentes no TGI. · Adsorve moléculas livres do toxicante ou de seus produtos de biotransformação ativos que retornam ao intestino delgado através de secreção biliar (ciclo entero-hepático) g. Caracterizar o mecanismo de ação dos organofosforados e do carbamato; Os agrotóxicos organofosforados são ésteres, amidas ou derivados tiol dos ácidos de fósforo, contendo várias combinações de carbono, hidrogênio, oxigênio, fósforo, enxofre e nitrogênio. Compostos orgânicos altamente lipossolúveis e biodegradáveis, eles são rapidamente hidrolisados tanto nos meios biológicos quanto no ambiente, se distribuindo de forma rápida pelos tecidos orgânicos e ultrapassando as barreiras placentárias e hematoencefálicas. Os organofosforados têm sido um dos inseticidas agrotóxicos mais utilizados desde meados do século XX, sendo uma alternativa aos hidrocarbonetos clorados, que persistem no meio ambiente. O primeiro organofosforado a ser sintetizado, em 1854, foi o tetraetilpirofosfato (TEEP), e atualmente existem mais de 50 mil formulações conhecidas de agrotóxicos organofosforados - aproximadamente 40 delas são utilizadas como inseticidas. Os organofosforados são absorvidos pelo organismo humano pelas vias oral, cutânea e respiratória. Após sua absorção, são sintetizados e seus produtos são rapidamente distribuídos pelos tecidos. As reações de síntese ocorrem principalmente no fígado, formando produtos menos tóxicos e mais polares - trata-se do organismo tentando eliminar os organofosforados de forma mais fácil. De acordo com a Agricultural Insurance Organization (OGA), em 2003, a meia-vida destes compostos após administração única pode variar de minutos a poucas horas, dependendo de qual o composto específico e qual a via de absorção. A síntese do composto pode ocorrer de forma a ativá-lo ou inativá-lo. A inativação se dará pela ligação do organofosforado a certos sítios no organismo ou por modificações bioquímicas. Sua eliminação ocorre principalmente pelas fezes ou urina. Uma pequena parte é eliminada de forma inalterada pela urina, enquanto 80 a 90% do que foi absorvido é eliminado em 48 horas de forma alterada. O mecanismo de ação dos organofosforados se dá principalmente pela inibição enzimática. Os principais alvos de sua atuação tóxica entre as enzimas esterases são a acetilcolinesterase (AChE), nas sinapses químicas e nas membranas dos eritrócitos, e a butirilcolinesterase (BChE) no plasma. A inibição da AChE leva ao acúmulo da acetilcolina (ACh) nas terminações nervosas, já que esta é responsável por hidrolisar a ACh produzindo colina e acetato. A ACh é responsável por estimular receptores pós-sinápticos, devendo se desligar do receptor ao fim do estímulo para liberá-lo para estímulos futuros e evitar respostas repetitivas e descontroladas após um único estímulo. Quando ocorre a intoxicação, os centros esterásicos da AChE são inibidos por uma ligação covalente do agrotóxico organofosforado nas enzimas colinesterases, e sua ação é cessada. Nesses casos, há acúmulo de ACh, gerando hiperestimulação colinérgica e aparecimento dos sinais e sintomas desencadeados por interações com os receptores nicotínicos, muscarínicos e do sistema nervoso central. A ligação entre o organofosforado e as colinesterases é um processo que demora de 24 a 48 horas para ocorrer e, durante esse intervalo, o tratamento através de um antídoto ainda é eficaz. Como a ligação é estável, sem o tratamento específico há fosforilação da enzima, causando seu envelhecimento por perda de grupamento alquila. Depois disso a enzima afetada não se regenera mais. Quando o processo estiver completo a enzima não poderá mais ser reativada e a recuperação da atividade enzimática poderá levar semanas para ocorrer. Carbamatos, também chamados de Uretanos, são compostos orgânicos derivados do ácido carbâmico (compostos nitrogenados) com ação anticolinesterásica, ou seja, capaz de inibir de forma reversível a ação da enzima Acetilcolinesterase (AchE), responsável pela a degradação da acetilcolina (uma molécula neurotransmissora) tornando-a, muito mais ativa nas fendas https://www.infoescola.com/quimica/compostos-organicos/ https://www.infoescola.com/quimica/funcoes-nitrogenadas/ https://www.infoescola.com/neurologia/acetilcolina/ https://www.infoescola.com/quimica/molecula/ https://www.infoescola.com/neurologia/neurotransmissores/ sinápticas causando hiperexcitação celular. São utilizados como inseticidas, fungicidas e parasiticidas no setor agrícola. De forma geral, os carbamatos são normalmente absorvidos pelo organismo pelas vias oral, respiratória e cutânea, enquanto o composto químico “aldicarb” é absorvido com facilidade no trato gastrointestinal e, intensidade relativamente menor, através de tecidos cutâneos (pele). Sua metabolização é em geral rápida, sem ocorrência de bioacumulação ou efeitos carcinogênicos, teratogênicos, mutagênicos ou imunotoxicidade como ocorre com outras classes como organoclorados. Sua eliminação acontece principalmente por via urinária e por via entero-hepática, quando ocorre pela via biliar, prolongando a sintomatologia. As manifestações clínica dependem principalmenteda via de administração (ou maneira que o indivíduo fora exposto), do tempo de exposição do produto e da dose. h. Identificar os dados epidemiológicos de intoxicações no BR; No Brasil, as causas externas ocupam o segundo lugar nas estatísticas de mortalidade. Dentre os óbitos por causas externas, podemos dar destaque aqueles causados por intoxicação, dado a severidade de suas consequências e do crescimento de sua ocorrência. A Organização Mundial de Saúde considera as intoxicações como um importante agravo de Saúde Pública, que deve ser investigado com consequente geração de informações que fomentem a capacidade dos países para lidar com essa questão. No Brasil, no período de 2010 a 2015, foram registrados pelo SIM 18.247 óbitos decorrentes de intoxicação, resultando em um crescimento de 3% no coeficiente de mortalidade. Dentre os nove agentes tóxicos identificados pelos códigos da CID-10, os agrotóxicos, as drogas de abuso e os medicamentos figuraram como os principais agentes responsáveis pelos óbitos, tanto para as regiões geográficas quanto para o país como um todo. Nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, assim como no Brasil, destacaram-se os agrotóxicos. Na região Norte, as drogas de abuso foram apontadas como o principal agente tóxico e nas regiões Sul e Sudeste os medicamentos assumiram a liderança. No Brasil, no período de 2010 a 2015, a participação do sexo masculino nos óbitos por intoxicação foi de 66%. O coeficiente de mortalidade para intoxicação foi de 1,52 por 100.000 habitantes, sendo 1,01 para o sexo feminino e 2,05 para o masculino, o que demonstra um risco duas vezes maior para os homens de morrer em decorrência de intoxicações quando comparado às mulheres Segundo o agente tóxico envolvido, observa-se que os coeficientes de mortalidade por agrotóxicos, medicamentos e drogas de abuso, 0,36; 0,34 e 0,33 respectivamente, foram os maiores quando comparados aos demais agentes. Além disso, esses três agentes concentraram 68,1% dos óbitos. Grandes diferenças entre os sexos são observadas para os coeficientes de mortalidade por drogas de abuso e por agrotóxicos. O risco de morrer em decorrência de intoxicação por drogas de abuso foi 5 vezes maior entre homens do que entre mulheres. Já para os agrotóxicos, o risco entre homens foi duas vezes maior que o observado entre mulheres. Os homens apresentaram maior concentração de óbitos por drogas de abuso e agrotóxicos (51%), enquanto que para as mulheres os medicamentos e agrotóxicos responderam pela maioria dos óbitos (60%). https://www.infoescola.com/compostos-quimicos/inseticidas/ https://www.infoescola.com/agricultura/fungicidas/ https://www.infoescola.com/ecologia/bioacumulacao/ i. Caracterizar os órgãos de notificação e de orientação de casos de intoxicação; Disque intoxicação e Renaciat A população e os profissionais de saúde contam com um 0800 para tirar dúvidas e fazer denúncias relacionadas a intoxicações. O Disque-Intoxicação, criado pela Anvisa, atende pelo número 0800-722-6001. A ligação é gratuita e o usuário é atendido por uma das 36 unidades da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat). A Renaciat é uma rede coordenada pela Anvisa, criada em 2005 pela resolução RDC nº 19. É composta por 36 Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Ciats), espalhados em 19 estados brasileiros. Os Ciats funcionam em hospitais universitários, Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e fundações. Há estados que ainda estão em processo de abertura dos centros, como Amapá, Acre, Maranhão e Tocantins. Quando o usuário utiliza o 0800, sua ligação é transferida para o Ciat mais próximo da região de onde a chamada foi originada. Os 36 centros estão preparados para receber ligações de longa distância, 24 horas por dia, sete dias por semana, durante todo o ano. Gerando respostas rápidas, o 0800 presta esclarecimentos à população e auxilia os profissionais de saúde a prestarem os primeiros socorros e a prescreverem o tratamento terapêutico adequado para cada tipo de substância tóxica. Em alguns casos, o atendimento pode ser presencial. Com o serviço, tanto um o profissional de saúde pode, em uma emergência, saber como proceder com um paciente intoxicado, quanto uma pessoa leiga pode buscar informações sobre qualquer tipo de intoxicação. Todos os serviços de saúde públicos e privados de todo o território nacional são obrigados a notificar. O instrumento utilizado para a notificação é a Ficha de Investigação de Intoxicação Exógena e a notificação deve ser registrada no Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN). Quando a intoxicação exógena estiver associada à tentativa de suicídio, o caso deve ter duas fichas de investigação preenchidas: a Ficha de Investigação de Intoxicação Exógena e a Ficha de Notificação de Violência Interpessoal e autoprovocada. Ceatox - Centro de Assistência Toxicológica Ciats - Centros de Informação de Assistência Toxicológica Renaciat - Rede Nacional de Centros de Informação de Informação Toxicológica Sinitox - Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas j. Reconhecer a importância do ambiente psicossocial, incluindo os serviços de educação e saúde como fator determinante para a ocorrência de intoxicações. Prevenção da educação: i.Mantenha os produtos em suas embalagens originais, nunca troque a embalagem, principalmente por garrafas de refrigerantes ou de outros produtos alimentícios; ii.Nunca reutilize embalagens de produtos; iii.Oriente as crianças a partir de 2 anos de idade sobre os riscos das intoxicações; iv.Mantenha os produtos de limpeza e medicamentos em gavetas, armários e caixas com chave, longe do alcance das crianças; v.Não deixe os inseticidas e raticidas ao alcance dos olhos e das mãos de crianças menores; vi.Siga as orientações do fabricante contidas no rótulo ou na bula. Elas devem conter informações importantes para você e para o médico, em caso de intoxicação; vii.Não tome medicamento no escuro; viii.Não pratique automedicação e não oriente medicamentos aos outros. ix.Procure o médico. Epidemiologia e escolaridade: 1. Inversamente proporcionais: mais mortes quanto menor escolaridade. 2. Assim, partindo de um total de 14.524, a distribuição de escolaridade das vítimas deu-se da seguinte forma: 34,5% possuíam até 3 anos de estudo, 33,7% tinham 4 a 7 anos de estudo; 23,9% apresentavam 8 a 11 anos de estudo e 7,9% possuíam mais de 12 anos de escolaridade. 3. Esse perfil, com maior percentual de óbitos em vítimas com baixa escolaridade foi observado para agrotóxicos e medicamentos, 37,3% e 30,6%, respectivamente. 4. Para os demais agentes tóxicos a maioria das vítimas apresentaram 4 a 7 anos de estudo: drogas de abuso (40%) e produtos químicos industriais (36,8%). 2. Discutir os aspectos éticos e legais da relação médico-paciente-familiares nos casos de intoxicações. Capítulo V Relação com pacientes e familiares É vedado ao médico: Art. 31. Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte. Art. 32. Deixar de usar todos os meios disponíveis de diagnóstico e tratamento, cientificamente reconhecidos e a seu alcance, em favor do paciente. Art. 33. Deixar de atender paciente que procure seus cuidados profissionais em casos de urgência ou emergência, quando não haja outro médico ou serviço médico em condições de fazê-lo. Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico,os riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe causar dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu representante legal. Art. 35. Exagerar a gravidade do diagnóstico ou do prognóstico, complicar a terapêutica ou exceder-se no número de visitas, consultas ou quaisqueroutros procedimentos médicos. Art. 36. Abandonar o paciente sob seus cuidados. § 1° Ocorrendo fatos que, a seu critério, prejudiquem o bom relacionamento com o paciente ou o pleno desempenho profissional, o médico tem o direito de renunciar ao atendimento, desde que comunique previamente ao paciente ou a seu representante legal, assegurando-se da continuidade dos cuidados e fornecendo todas as informações necessárias ao médico que lhe suceder. § 2° Salvo por motivo justo, comunicado ao paciente ou aos seus familiares, o médico não abandonará o paciente por ser este portador de moléstia crônica ou incurável e continuará a assisti-lo ainda que para cuidados paliativos. Art. 37. Prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo em casos de urgência ou emergência e impossibilidade comprovada de realizá-lo, devendo, nessas circunstâncias, fazê-lo imediatamente após cessar o impedimento. 3. Minti. Biofísica do radionuclídeos: A Medicina Nuclear e ́uma especialidade médica, dentro do diagnóstico por imagem, na qual são utilizadas matéria radioativa para efeitos diagnósticos e até mesmo terapêuticos. Os exames são realizados em aparelhos especif́icos que são diferentes dos métodos convencionais de imagem (raio-X convencional, a tomografia computadorizada e a densitometria óssea), nos quais e ́o aparelho que emite radiação e o objetivo é a visualização e caracterização anatômica. Na medicina nuclear quem emite radiação é o paciente, após ter sido submetido ao preparo necessário para a realização de exame, que envolve a administração de material radioativo por diferentes vias possíveis. Essa radiação é de baixa radioatividade, somente para efeito diagnóstico. A radiação é captada pelo aparelho chamado gama câmara ou câmara de cintilação, com o objetivo de avaliação da função fisiológica e não para a avaliação e caracterização de detalhes anatômicos. O que se pode entender da medicina nuclear e ́que o objetivo da investigação e o estudo fisiológico e metabólico do paciente. Trata-se de procedimento útil para avaliação diagnóstica e também terapêutica com o uso de matéria radioativa, modalidade que tem como base os conhecimentos de Antoine Henri Bequerel, Pierre Curie e Marie Curie. A medicina nuclear: A Medicina Nuclear e ́uma especialidade médica do ramo da Radiologia, que se fundamenta na utilizacã̧o de energia nuclear para fins médicos de diagnóstico e terapia mediante o uso de substâncias que emitem radiacã̧o, também conhecidas como isótopos radioativos. A medicina nuclear tambeḿ e ́um recurso de diagnóstico por imagem, considerado um meio seguro e eficiente, em geral indolor, e um met́odo não invasivo, para que se possa obter informacõ̧es do paciente que de outra maneira seria impossiv́el de conseguir. Trata-se de um met́odo diagnóstico de alta sensibilidade para encontrar anormalidades na estrutura e, especialmente, na funcã̧o dos órgãos estudados, com a facilidade de identificar precocemente inúmeras alteracõ̧es orgânicas e funcionais em comparacã̧o a outros met́odos de diagnóstico. Esse met́odo pode avaliar recidivas, acompanhar a evolucã̧o, a remissão ou a progressão de certas enfermidades. Uma das vantagens da medicina nuclear e ́que substitui testes com maior risco iatrogênico. Atualmente e ́indispensav́el para diagnósticos e acompanhamento de enfermidades cardiácas, endócrinas, traumatológicas, oncológicas, pulmonares e renais, entre outras. Como recurso terapêutico, tambeḿ e ́considerada um meio seguro, eficiente e de baixo custo para tratar certas afecções curav́eis com o uso de radiacã̧o. Como ja ́foi mencionado, trata-se de um procedimento indolor e não invasivo, que pode ser aplicado quando as condicõ̧es do paciente não permitem cirurgias ou outra forma de tratamento. O trabalho em medicina nuclear aborda vaŕios equipamentos e acessórios para a formacã̧o de imagens, que são formadas através de captacã̧o da radiacã̧o ionizante produzida pelos radioisótopos. A radiacã̧o emitida pelos radioisótopos pode ser detectada por um equipamento conhecido como câmara de cintilacã̧o (gama câmara). Na gama câmara existe um cristal detector que, em contato com a radiacã̧o gama, cintila, ou seja, ocorre o deslocamento de elétrons dentro do cristal detector. Os exames em medicina nuclear são chamados de cintilografia, palavra de origem grega formada por cintilo = brilho, e grafia = registro/fotografia. O procedimento completo, na sequência, envolve a emissão de raios gama pelo paciente, cintilacã̧o do cristal detector, geração de pulsos elet́ricos, e formação da imagem. As pequenas doses geradas de radiacã̧o ocorrem quase que exclusivamente nas células e tecidos alvos, com a grande vantagem de irradiar pouco o tecido normal do paciente, tornando-se muito difićil que este apresente efeitos colaterais. Por outro lado, quando outros métodos são considerados ineficientes para aliviar a dor e o sofrimento do paciente, pode-se fazer o tratamento considerado paliativo contra a dor provocada por metaśtase utilizando a irradiacã̧o com radioisótopos. A Sociedade Brasileira de Biologia e Medicina Nuclear a define como “a especialidade médica que emprega fontes abertas de radionuclid́eos com finalidade de diagnóstico e de terapia”. Ja ́a Organizacã̧o Mundial da Saúde (OMS) define a medicina nuclear como “a especialidade que se ocupa do diagnóstico, tratamento e investigacã̧o médica mediante o uso de radioisótopos como fontes radioativas abertas”. Para a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), a medicina nuclear é uma espe- cialidade médica que utiliza métodos seguros, praticamente indolores, não invasivos e de relativo baixo custo para fornecer informacõ̧es que outros exames diagnósticos não conseguiriam, através do emprego de fontes abertas de radionuclid́eos. Habitualmente os materiais radioativos são administrados in vivo, por via venosa, oral, inalatória ou subcutânea, e apresentam distribuicã̧o para órgãos ou tipos celulares especif́icos, não havendo risco de reacõ̧es alérgicas. Essa distribuicã̧o pode ser ditada por caracteriśticas do próprio elemento radioativo. Outras vezes, esse elemento éligado a um outro grupo quiḿico, formando um radiofaŕmaco, com afinidade por determinados tecidos. Conceito da física nuclear aplicada à medicina- a radioatividade: Desde muito tempo atraś, os filósofos e os cientistas gregos foram os pioneiros a sugerir que toda matéria era feita a partir de blocos indivisiv́eis (blocos elementares do nosso universo) – ou at́omos. Somente no sećulo XX veio a ideia de um at́omo divisiv́el, ou seja, um bloco elementar, que por sua vez e ́formado por outros blocos elementares. Átomo é definido como pequenas partićulas que formam toda substância. Um at́omo et́ão pequeno que, para se ter nocã̧o, uma cabeca̧ de alfinete pode conter aproximadamente 60 milhões de at́omos. Os gregos conseguiram provar que os at́omos são formados de minúsculas partićulas: os prótons, os nêutrons e os elétrons. Prótons e nêutrons são minúsculas partićulas localizadas no interior do núcleo; elas contêm a maior parte da massa do at́omo, enquanto os elétrons são minúsculas partićulas que vagueiam aleatoriamente ao redor do núcleo e cuja massa é cerca de 1.840 vezes menor que a do núcleo do at́omo. No centro do at́omo encontra-se o núcleo, que, apesar de minúsculo, conteḿ quase toda a massa do at́omo. O número de prótons designa o número atômico do elemento quiḿico, e a soma dos prótons e nêutrons e ́o número da massa atômica desse elemento. Os elétrons ficam fora do núcleo e têm pequena massa. Radiacã̧o é um termo da fiśica que significa a propagacã̧o de energia de um ponto a outro no espaco̧ ou em um meio material, com certa velocidade. Os elementos condutores de energia determinam as formas de radiacã̧o,seja ela eletromagnética ou corpuscular. a) Radiacã̧o eletromagnet́ica: toda aquela que se caracteriza pela oscilacã̧o entre um campo elet́rico e um campo magnet́ico. E ́classificada de acordo com a frequência de ondas, das quais as mais conhecidas são: ondas hertzianas (de rad́io ou TV), micro-ondas, radiacã̧o infravermelha, ultravioleta. b) Radiacã̧o corpuscular: é constituid́a por partićulas subatômicas, e os tipos mais conhecidos são: elet́rons, prótons, nêutrons, dêuterons e partićulas alfa e beta. Existem quatro tipos de radiacã̧o: alfa, beta, gama e X. c) Radiacã̧o ionizante: e ́a designacã̧o dada às radiacõ̧es de tipo eletromagnético e corpuscular, que, ao entrarem em contato com a matéria, causam direta ou indiretamente a criacã̧o de ións. Dependendo da quantidade de energia, a radiacã̧o pode ser ionizante (alto niv́el de energia) ou não ionizante (baixa energia). A radiacã̧o ionizante tem inúmeras aplicabilidades na vida humana, como: medicina nuclear, radioterapia, exames de diagnósticos (raio-X), indústria bélica, conservacã̧o de alimentos, agricultura, entre outras. d) Radiacã̧o nuclear: a radiacã̧o nuclear, ou radioatividade, e ́a radiacã̧o emitida pela desintegracã̧o de alguns elementos quiḿicos. A exposicã̧o prolongada àradiacã̧o nuclear pode causar vaŕias lesões e doenca̧s, por exemplo: queimaduras (radiacã̧o alfa), infertilidade, doenca̧s sanguińeas, doenca̧s cerebrais, doenca̧s gastrointestinais, mutacõ̧es genéticas, principalmente pela radiacã̧o gama etc. e) Radiacã̧o alfa (α): tipo de radiacã̧o quase que inofensiva, pois não consegue ultrapassar as células mortas da pele de uma pessoa. Entretanto, se penetrarem no organismo por meio de um ferimento ou por aspiracã̧o, as partićulas alfa podem causar lesões graves. Esse tipo de partićula pode ser detido por uma folha de papel ou de alumińio. f) Radiacã̧o beta (β): tipo de radiacã̧o mais penetrante e menos energética que a das partićulas alfa e pode penetrar nos tecidos, provocando danos à pele. Essas partićulas só atingem os órgãos internos do corpo se forem ingeridas ou aspiradas, seu poder de penetracã̧o na pele e ́de aproximadamente 4 cmg) g) Radiacã̧o gama (γ): é o tipo de radiacã̧o mais perigosa. Embora não seja tão energética, e ́altamente penetrante, podendo atravessar o corpo humano e causar malformacõ̧es nas células. A radiacã̧o gama só é detida por uma parede de concreto ou por algum tipo de metal. Originam-se do núcleo do at́omo ondas eletromagnet́icas que não possuem massa e se propagam a ́velocidade de 300.000 km/s, o que lhe confere grande poder de penetracã̧o. Radioatividade: Radiacã̧o beta (β): tipo de radiacã̧o mais penetrante e menos energética que a das partićulas alfa e pode penetrar nos tecidos, provocando danos à pele. Essas partićulas só atingem os órgãos internos do corpo se forem ingeridas ou aspiradas, seu poder de penetracã̧o na pele e ́ de aproximadamente 4 cmg) g) Radiacã̧o gama (γ): é o tipo de radiacã̧o mais perigosa. Embora não seja tão energet́ica, e ́altamente penetrante, podendo atravessar o corpo humano e causar malformacõ̧es nas células. A radiacã̧o gama só é detida por uma parede de concreto ou por algum tipo de metal. Originam-se do núcleo do at́omo ondas eletromagnéticas que não possuem massa e se propagam a ́velocidade de 300.000 km/s, o que lhe confere grande poder de penetracã̧o. Conceito: Como vimos em capit́ulos anteriores, a medicina nuclear é uma especialidade dentro do diagnóstico por imagem que utiliza pequenas quantidades de substâncias radioativas (radionuclid́eos), para efeitos diagnósticos ou terapêuticos. Os exames têm como vantagens a baixa probabilidade de reacã̧o alérgica, o menor custo em relacã̧o a outros met́odos de diagnóstico por imagem e melhor avaliacã̧o fisiológica. Nesse método de diagnóstico ou terapêutico, quem emite radiacã̧o é o paciente, após ter sido submetido ao procedimento para realizacã̧o de exame, no qual pode ter sido administrado o radioniclid́eo ou o radiofaŕmaco por vias oral, inalatória, endovenosa, intratecal ou intradérmica. A radiacã̧o sera ́captada pelo aparelho chamado gama câmara ou câmara de cintilacã̧o. O paciente é posicionado na mesa de exame embaixo da gama câmara, onde os detectores se encarregam de fazer a captacã̧o da radiacã̧o emitida pelo paciente, radiacã̧o essa que passa pelo colimador e que, em seguida, é captada pelos cristais de iodeto de sódio, que se encarregam de emitir fótons de luz. Os fótons são captados pelas fotomultiplicadoras, e em seguida, atraveś de sinais elet́ricos, ef́ormada a imagem no computador. Modalidades de aquisição de imagens: As modalidades de aquisicã̧o de imagens referem-se ao modo como as imagens são adquiridas no aparelho. Os métodos são imagens estat́icas, dinâmicas, SPECT, gated, PET. Estática: As contagens são acumuladas em uma única imagem até que seja atingido um determinado intervalo de tempo ou niv́el de contagens. São imagens localizadas ou varreduras (spots ou scans). Dinâmica: Técnica empregada quando o fenômeno a ser estudado é variav́el no tempo. São feitas vaŕias imagens sequenciais (vaŕias imagens em pequeno intervalo de tempo), cada uma das quais e ́ composta de contagens acumuladas em um periódo prefixado de tempo (cintilografia dinâmica). SPECT: Técnica da tomografia por emissão de fóton único, que gera imagens em planos dentro de um volume radioativo. As projecõ̧es desse volume são obtidas em diferentes ângulos, e as imagens são imagens tomograf́icas em plano axial, podendo ser reconstruídas no plano tridimensional. Gated (sincronizado): E ́o método de aquisicã̧o de imagem sincronizada com algum sinal fisiológico, por exemplo o eletrocardiograma. PET: Met́odo mais complexo: nas técnicas da tomografia por emissão de pósitrons, injetam-se radiofaŕmacos emissores de pósitrons no paciente, e, como o pósitron é a antimatéria do elétron, ele rapidamente se anula com um dos inúmeros elétrons das moléculas do paciente. Essa interação gera dois raios gama com mesma direcã̧o e sentidos opostos, que são detectados por um circuito eletrônico (colimador eletrônico). Algoritmos de reconstrucã̧o tomograf́ica estimam a distribuicã̧o dessa energia dentro dos volumes corporais e auxiliam na identificação de lesões.
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