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Material Complementar - aula 6 - Políticas públicas no Turismo

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CST em Gestão de Turismo 
 
 
Fundamentos do Turismo 
 
 
Aula nº 06 
Políticas Públicas no Turismo no Brasil 
Órgãos Integrantes do Sistema de Turismo 
Impactos da atividade turística 
Sustentabilidade 
 
 
Profª. Me. Cláudia De Stefani 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 2 
 
Introdução 
Nesta última aula da disciplina vamos abordar a importância 
superestrutura jurídico-admisnistrativa da atividade turística. Com certeza 
você se lembra da localização dessa no Sistema Turístico. A mesma possui 
relação direta e responsabilidades com a infraestrutura, além de influenciar 
todo o sistema por meio das políticas públicas. 
Vamos acompanhar a evolução das políticas, leis e decretos do país 
ligados ao Turismo. Também abordaremos os impactos causados pela 
nossa atividade destacando a importância da sustentabilidade como 
princípio de desenvolvimento. 
 
Problematização 
Após a leitura deste material, esperamos que você compreenda o que 
está envolvido na superestrutura da atividade turística: seus órgãos, 
responsáveis pela política e quais as legislações que norteiam o rumo do 
turismo no Brasil. Não esqueça de complementar sua leitura com as fontes 
sugeridas ao longo do texto. 
 
Contextualização 
Políticas Públicas no Turismo no Brasil 
Talvez você não goste da palavra política, haja vista que a mesma é 
confundida com politicagem ou avaliada por meio de um sistema político. 
Mas seu significado é bonito e necessário, considerando os procedimentos 
relativos à pólis (cidade-Estado) dos tempos da antiga Grécia. Assim, outros 
termos como sociedade, comunidade, coletividade representam a política. 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 3 
Uma política pública engloba ações que o estado determina sobre sua 
relação com a sociedade, regras de convívio para que todos saiam 
beneficiados. Para Goeldner, Ritche e Mclntosh (2002), a política de turismo 
possui as seguintes funções: 
a) define as regras do jogo, ou seja, os termos nos quais as operações 
turísticas devem funcionar; 
b) estabelece atividades e comportamentos aceitáveis; 
c) fornece uma direção comum e a orientação para todos os 
interessados no turismo em uma destinação; 
d) facilita o consenso em torno de estratégias e objetivos específicos 
em uma destinação; 
e) fornece uma estrutura para discussões públicas e privadas sobre o 
papel e as contribuições do setor turístico para a economia e para a 
sociedade em geral; 
f) permite que o turismo estabeleça interfaces com outros setores da 
economia de forma mais eficaz. 
De um ponto de vista mais geral, uma política de turismo formalmente 
determinada tratatá em nível nacional de áreas como: 
a) os papéis do turismo dentro do desenvolvimento socioeconômico 
geral da destinação; 
b) o tipo de destinação que irá cumprir de forma mais eficaz 
desejadas; 
c) taxação - tipos e níveis; 
d) financiamento do setor turístico - fontes e prazos; 
e) natureza e direção do desenvolvimento e manutenção do produto; 
f) acesso e infra-estrutura de transportes; 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 4 
g) práticas regulamentadoras (como companhias aéreas e 
agências de turismo); 
h) práticas e restrições ambientais; 
i) imagem e credibilidade do setor; 
j) relacionamentos na comunidade; 
k) oferta de recursos humanos e mão-de-obra; 
l) legislação sindical e trabalhista; 
m) tecnologia; 
n) práticas de marketing; 
o) funcionamento do turismo estrangeiro. 
Acompanhe na nossa linha do tempo a evolução da política pública de 
Turismo brasileira e repare quão jovem é a profissionalização da nossa 
atividade no país: 
1930 - Primeiros sinais da participação do Estado na atividade turística. Foi 
criada a Divisão de Turismo, setor do departamento de imprensa e progaganda 
vinculado à presidência da República com a atribuição de fiscalização às 
atividades relativas às agências de viagens. O Estado começa a valorizar 
atividades setorias e começa a ter alguma ações e não política nacional para o 
turismo, nem planos ou programas. Surgem aspectos parciais legais atendendo 
a atividade. 
1938 - Decreto-lei 406, de 4 de maio de 1938, art. 59, que dispõe sobre a 
venda de passagens aéreas, marítimas e terrestres 
1958 - Combratur – Comissão Brasileira de Turismo para acompanhar a 
política nacional de turismo, mal iniciou sua atuação, foi extinta em 1962. 
Assim, não implementou suas diretrizes, nem mesmo plano de metas (que 
existiram para vários setores da economia, destacando o setor industrial). 
Inicia-se discussão de organização voltada para os meios de hospedagem. 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 5 
1966 - Decreto-lei 55, de 18 de novembro de 1966, que institui a Política 
Nacional de Turismo. O artigo 1º desse decreto- apresenta a política como: 
“atividade decorrente de todas as iniciativas ligadas à indústria do turismo, 
sejam originárias do setor privado ou público, isoladas ou combinadas entre si, 
desde que reconhecido seu interesse para o desenvolvimento econômico do 
país” 
1966 – criação da Embratur como Empresa Brasileira de Turismo que veio 
fiscalizar as agências de viagens, meios de hospedagem e desenvolver a 
atividade turística do país. Caracteriza um novo período para a política de 
turismo brasileira. 
 
1967 - foi regulamentado o Sistema Nacional de Turismo pelos decretos 
60.224 e decreto-lei 55/66. 
1969 - Indicações para elaboração do Plantur – Plano Nacional de Turismo. 
1971 - foi criado o Fungetur – Fundo Geral do Turismo, que teve como objetivo 
prover recursos para financiamento de empreendimentos, obras e serviços de 
finalidade ou interesse turísticos. 
1973 - o decreto 71.791 dispões sobre zonas prioritárias para o 
desenvolvimento do turismo. 
1976 - o Departamento de Aviação Civil (DAC) autoriza a realização de Vôos 
de Turismo Doméstico (VTD) com desconto e a Embratur fixa os processos de 
pedido de tramitação desses vôos.O decreto 78.549 estabelece o novo estatuto 
Entenda o que acontecia no Brasil na época da criação da Embratur com 
este polêmico texto do Prof. João dos Santos Filho: 
http://www.espacoacademico.com.br/084/84jsf.htm 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 6 
da Embratur e outro decreto (1.485) institui estímulos fiscais ao turismo 
estrangeiro no país. 
1977 - uma deliberação normativa (nº 18) da Embratur regulamenta as 
excursões no programa Turismo Doméstico Rodoviário (TDR). Somente nesse 
ano, 11 anos depois da criação da embratur, publica-se um documento 
contendo a Política Nacional de Turismo, na II Reunião do Sistema Nacional de 
Turismo. 
1980 - instituído o decreto 84.934, que regulamenta a atividade das agências 
de viagens e delimita seu campo de atuação. 
1981- instituía-se o Brasil Air Pass, para estrangeiros, que podiam viajar pelo 
país todo por 21 dias, sem repetir um trecho, por 330 dólares, e o seguro 
turismo para estrangeiros. 
1982 - foram homologados convênios para a implantação de terminais de 
turismo social e foi assinado um acordo entre a Embratur e o Ministério do 
Trabalho, com a finalidade de estimular os sindicatos a organizar viagens 
turísticas na baixa temporária. 
1983 - começou a ser elaborada uma estratégia, pela Embratur, para atingir um 
público mais sofisticado. Surgiu a idéia de utilizar a arte para criar uma nova 
imagem do Brasil no exterior. O VTD é substituído pelos planos Brasil Turístico 
Individual (BTI) e Brasil Turístico em Grupo (BTG), com tarifas reduzidas. A 
intenção da Embratur era demonstrar que o Brasil era a opção mais barata. 
1986 - institui-se o Passaporte Brasil, destinado a promover o turismo interno e 
estimula-sea criação de albergues da juventude. 
Atente que de 1962 a 1987 - passamos pelo período de pseudopolíticas, pois 
o turismo não era considerado em políticas regionais nem mesmo urbanas. 
Não houve implementação. Não foi considerado em políticas estratégias para o 
desenvolvimento da atividade turística. 
1988 - Marco: Constituição de 1988 destacando a novidade no tratamento do 
assunto: 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 7 
Art. 180, cap. I, do título VII: A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios promoverão e incentivarão o turismo como fator de 
desenvolvimento social e econômico. 
Destaca-se co-responsabilidade das três esferas de governo na 
promoção do turismo e no incentivo a este setor. 
1991 - Lei 8.181, de 28 de março de 1991 - reestruturação da Embratur 
deixande ser “empresa”, se tornando Instituto Brasileiro do Turismo. Há 
redefinição da Política Nacional de Turismo. 
1992 - Decreto 448, 14 de fevereiro 1992 institui a Política Ncional de Turismo 
visando o desenvolvimento do turismo e seu equacionamento como fonte de 
renda nacional. Diretrizes: A prática do turismo como fonte de valorização e 
preservação do patrimônio natural e cultural do país. E a valorização do 
homem como o destinatário final do desenvolvimento turístico. (o principal 
agente do turismo). 
Os dados para o turismo começam a se organizar (estatísticas), estudos de 
demanda, quantidade de emprego e renda gerado pela atividade, divisas 
deixadas pelos turistas. 
Crises impedem a aplicação das políticas no governo Collor, período marcado 
por instabilidades políticas e econômicas no país, dificultou a aplicação da 
política para o setor. 
1994 - PNMT – Programa Nacional de Municipalização do Turismo. Capacitar a 
oferta turística dos municípios turísticos para receber os turistas. Serviu como 
base para as políticas seguintes. Estimulou a criação de Conselhos e Fundos 
Municipais valorizando o pensamento na base local. Veio estruturar os 
municípios turísticos, fomentar e incentivar investimentos no setor. 
1996 até 1999 - Implantação da Política Nacional de Turismo de forma efetiva. 
“Se a superestrutura não dita as regras, não temos a infraestrutura”. 
Há Ordenação das ações do setor público orientando os esforços do Estado e 
os recursos públicos para o bem-estar social. Também definição de parâmetros 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 8 
para planejamento e execução dos governos estaduais e municipais, além de 
orientação referencial para o setor privado. 
Houve tentativa de equilibrar desequilíbrios regionais, descentralizando as 
ações para estados e municípios para facilitar a aplicação considerando 
especificidades. 
2003 - criação do Mtur - Ministério do Turismo. Pois antes estava em outras 
pastas, como no Ministério do Esporte e Turismo. Exclusividade de ações para 
o setor com políticas específicas atuantes efetivamente até a atualidade. 
 
Órgãos Integrantes do Sistema de Turismo 
Acompanhando este organograma você pode reconhecer a 
composição dos órgãos integrantes do sistema nacional de turismo: 
 
Fonte: MTUR, 2013. 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 9 
Em destaque, as funções das principais pastas: 
� Embratur – Instituto Brasileiro de Turismo: promoção, no marketing e no 
apoio à comercialização dos produtos, serviços e destinos turísticos 
brasileiros no exterior 
� Conselho de Turismo- é formado por representantes do governo federal e 
dos diversos segmentos do turismo. O Conselho em 2013 é integrado por 71 
conselheiros de instituições públicas, entidades privadas e do terceiro setor 
em âmbito nacional. Tem a atribuição de assessorar o ministro de Estado 
do Turismo na formulação e a aplicação da Política Nacional de Turismo e 
dos planos, programas, projetos e atividades derivados. 
� Secretaria Nacional de Políticas Públicas - auxilia na formulação, na 
elaboração e no monitoramento da Política Nacional de Turismo, de acordo 
com as diretrizes propostas e os subsídios fornecidos pelo Conselho 
Nacional de Turismo. 
� Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo - 
subsidia a formulação dos planos, programas e ações destinados ao 
desenvolvimento e ao fortalecimento do turismo nacional. Também 
estabelece e acompanha os programas de desenvolvimento regional de 
turismo e a promoção do apoio técnico, institucional e financeiro para os 
Estados e Distrito Federal. 
� Organismos oficiais estaduais – Secretarias Estaduais de Turismo com 
pastas independentes ou ligadas a outros temas, como uma Secretaria 
Estadual de Turismo e Meio Ambiente, ou Indústria, Comércio e Turismo. 
� Organismos oficiais municipais – Departamentos, secretarias, institutos 
municipais dependendo da formatação. 
� Organismos do terceiro setor (sociedade civil organizada) - que 
coordenam interesses privados e constituem entidades de classes. 
Conheça algumas detalhadamente acessando os links: 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 10 
• ABAV – Associação Brasileira de Agências de Viagens 
http://www.abav.com.br/ 
Vem representar os interesses das Agências de Viagens defendendo 
a classe, colaborando com os poderes públicos no estudo e solução 
dos problemas do setor, promovendo a a divulgação e publicidade 
das matérias de interesse da entidade, promovendo eventos que 
contribuam para o desenvolvimento técnico do setor, bem como 
treinamentos, dentre outras atividades. 
• ABEOC – Associação Brasileira de Empresas de Eventos 
http://www.abeoc.org.br/ 
Tem por finalidade coordenar, orientar e defender os interesses de 
suas associadas, representadas por empresas organizadoras, 
promotoras e prestadoras de serviços para eventos, cadastradas no 
Ministério do Turismo, conforme Lei Geral do Turismo 11.771/08 e 
seu Decreto Regulamentador. Presente em 13 Estados com 500 
empresas associadas. 
• ABIH – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis 
http://www.abih.com.br/ 
É uma das entidades mais antigas do turismo nacional, existe desde 
1936,. com 3.200 associados em todo o Brasil. Atua como um órgão 
técnico e consultivo na busca de solução para os problemas do setor 
de hospedagem. Vem investindo na valorização da atividade 
econômica dos hoteleiros, promovendo a aproximação e a ampliação 
das oportunidades de negócios para seus associados. 
• ABRASEL – Associação Brasileira de Bares e Restaurantes 
http://www.abrasel.com.br/ 
Existe para representar e desenvolver o setor de alimentação fora do 
lar, promovendo ações que contribuam para o crescimento 
sustentável do Brasil. 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 11 
• BRAZTOA – Associação Brasileira das Operadoras de Turismo 
http://www.braztoa.com.br/home/index.php 
Tem como missão ser reconhecida pelas operadoras de turismo, 
parceiros e setor turístico, nacional e internacional, como referência 
de competência e vanguarda na promoção de ações e parcerias para 
o setor empresarial. 
 
Plano Nacional de Turismo 
Nosso principal instrumento da política pública no país é o Plano 
Nacional de Turismo – PNT, que vem sendo atualizado de tempos em 
tempos e tem como premissa a gestão descentralizada do Turismo. No 
período de 2011 a 2012 segue-se o plano até 2010 e o documento 
referencial Turismo no Brasil 2011-2014. Por haver mudança de governo e 
de estrutura do Ministério do Turismo, bem como problemas adminsitrativos 
e jurídicos o novo plano foi lançado em 2013. No quadro podemos comparar 
as estruturas desses documentos: 
 PNT 2007 - 2010 PNT 2013 - 2016 
Visão O turismo no Brasil contemplará 
as diversidades regionais, 
configurando-se pela geração de 
produtos marcados pela 
brasilidade, proporcionando aexpansão do mercado interno e 
a inserção efetiva do País no 
cenário turístico mundial. A 
criação de emprego e ocupação, 
a geração e distribuição de 
renda, a redução das 
desigualdades sociais e 
regionais, a promoção da 
igualdade de oportunidades, o 
respeito ao meio ambiente, a 
proteção ao patrimônio histórico 
e cultural e a geração de divisas 
sinalizam o horizonte a ser 
alcançado pelas ações 
estratégicas indicadas. 
Posicionar o Brasil como uma das 
três maiores economias turísticas 
do mundo, até 2022. 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 12 
Objetivos (i)Desenvolver o produto 
turístico brasileiro com 
qualidade, contemplando nossas 
diversidades regionais, culturais 
e naturais. 
(ii)Promover o turismo com um 
fator de inclusão social, por meio 
da geração de trabalho e renda 
e pela inclusão da atividade na 
pauta de consumo de todos os 
brasileiros. 
(iii) Fomentar a competitividade 
do produto turístico brasileiro 
nos mercados nacional e 
internacional e atrair divisas para 
o País. 
*e uma série e objetivos 
específicos 
(i) incentivar o brasileiro a viajar 
pelo Brasil; 
(ii) incrementar a geração de 
divisas e a chegada de turistas 
estrangeiros; 
(iii) melhorar a qualidade e 
aumentar a competitividade do 
turismo brasileiro; 
(iv) preparar o turismo brasileiro 
para os megaeventos; e 
(v) promover o apoio à pesquisa, 
inovação e conhecimento. 
Metas Meta 1 - promover a realização 
de 217 milhões 
de viagens no mercado interno 
Meta 2: 
criar 1,7 milhão de novos 
empregos e ocupações 
Meta 3: estruturar 65 destinos 
turísticos com padrão de 
qualidade internacional 
 
Meta 4: gerar 7,7 bilhões de 
dólares em divisas 
Meta 1. Aumentar para 7,9 
milhões a chegada de turistas 
estrangeiros ao país. 
Meta 2 . Aumentar para US$10,8 
bilhões a receita com o turismo 
internacional até 2016. 
Meta 3. Aumentar para 250 
milhões o número de viagens 
domésticas realizadas até 2016. 
Meta 4. Elevar para 70 pontos o 
índice médio de competitividade 
turística nacional até 2016. 
Meta 5. Aumentar para 3,6 
milhões as ocupações formais no 
setor de turismo até 2016. 
Estratégias de 
Atuação 
Macroprogramas 
Planejamento e Gestão 
Informação e Estudos Turísticos 
Logística de Transportes 
Regionalização do Turismo 
Fomento à Iniciativa Privada 
Infraestrutura Pública 
Qualificação dos Equipamentos 
e Serviços Turísticos 
Promoção e Apoio à 
Comercialização 
Ações 
Conhecer o Turista, o Mercado e 
o Território 
Estruturar os Destinos Turísticos 
Fomentar, Regular e Qualificar os 
Serviços Turísticos 
Promover os Produtos Turísticos 
Estimular o Desenvolvimento 
Sustentável da Atividade Turística 
Fortalecer a Gestão 
Descentralizada, as Parcerias e a 
Participação Social 
 
 
Pode-se perceber que as metas ficaram menos ambiciosas e a 
regionalização continua tendo grande destaque. 
O Programa Nacional de Regionalização – Roteiros do Brasil foi 
lançado oficialmente em 2004 se constituindo num modelo de gestão 
descentralizada, coordenada e integrada, que esteve presente dentro do 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 13 
Macroprograma de Estruturação e Diversificação da Oferta Turística, do 
Plano Nacional de Turismo 2003-2007 e continuou no Plano 2007-2010 e no 
Plano de 2013-2016 está na ação Promover os Produtos Turísticos. 
Acredita-se que a organização, estruturação e divulgação do turismo em 
regiões tende a fortalecer a atividade aumentando a inserção competitiva no 
mercado internacional, o fluxo, a permanência e o gasto dos visitantes. 
 
 
Lei Geral do Turismo 
A nossa legislação mais importante tomou forma em 2010 e ficou 
conhecida como a Lei Geral do Turismo. Para saber mais, acesse o Decreto 
nº 7.381, de 02 de dezembro de 2010 queregulamenta a Lei 11.771, de 17 
de setembro de 2008: 
http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/legislacao/downl
oads_legislacao/Decreto_7381-2010.pdf 
Este decreto estabelece normas sobre a Política Nacional de Turismo, 
define as atribuições do Governo Federal no planejamento, desenvolvimento 
Consulte e conheça: 
 
Plano Nacional de Turismo 2013-2016: 
http://www.turismo.gov.br/turismo/o_ministerio/plano_nacional/ 
Programa de regionalização do Turismo: 
http://www.turismo.gov.br/turismo/programas_acoes/regionalizacao_turismo/ 
Plano Aquarela: 
http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_ministerio/publicaco
es/downloads_publicacoes/Plano_Aquarela_2020.pdf 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 14 
e estímulo ao setor turístico, dispõe sobre o Plano Nacional de Turismo - 
PNT, institui o Sistema Nacional de Turismo, o Comitê Interministerial de 
Facilitação Turística, dispõe sobre o fomento de atividades turísticas com 
suporte financeiro do Fundo Geral de Turismo - FUNGETUR, o 
cadastramento, classificação e fiscalização dos Prestadores de Serviços 
Turísticos e estabelece as normas gerais de aplicação das sanções 
administrativas 
Reconhecimento da Profissão de Turismológo 
Em 2012, a lei nº 12.591 reconhece a profissão de turismólogo 
considerando suas atividades, as quais você pode consultar no link: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12591.htm. 
E o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) desde março de 2013 inclui na 
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) a ocupação de turismólogo. 
 
Impactos da Atividade Turística 
Como toda atividade econômica, o turismo traz transformações para o 
espaço onde é desenvolvido, afetando de forma positiva e negativa às 
realidades. Um impacto é uma ação ou um conjunto de ações que incidem 
sobre determinado aspecto no ambiente, originando uma transformação no 
seu comportamento ao longo do tempo. E não tratamos apenas do ambiente 
natural, mas também do ambiente social, cultural e econômico. 
O importante ao analisar um impacto é: se ele é positivo, devemos 
pensar em estratégias de manutenção e maximização de seus benefícios. 
Se esse é negativo devemos pensar em eliminá-lo ou pelo menos diminuí-lo. 
Observe no esquema diversas possibilidades de impactos positivos 
(benefícios) e impactos negativos gerados pela atividade turística: 
 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 15 
 
 
Durante todo o curso você terá que analisar os impactos da atividade 
e obviamente em sua atuação profissional. Fique de olho! 
 
Sustentabilidade 
Para termos a execução de uma atividade turística benéfica para a 
sociedade não podemos nos distanciar do conceito de desenvolvimento 
sustentável. Quando essa ideia se reforça no mundo esse é tido como “o 
desenvolvimento que atende às necessidades do presente, sem 
comprometer o atendimento das necessidades das gerações futuras” 
(Relatório de Brundtland - Comissão Mundial do Meio Ambiente e 
Desenvolvimento). 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 16 
Pensamos na sustentabilidade em todas as áreas mencionadas nos 
impactos: ambiental, social, cultural e econômica. 
Esta forma de desenvolvimento para o turismo possui quatro 
características específicas de acordo com o Quality Tourism Susteined 
(1991): 
1. respeito ao meio ambiente natural - o turismo não pode por em risco ou 
agredir irreversivelmente as regiões na qual se desenvolve; 
2. harmonia entre a cultura e os espaços sociais da comunidade receptora sem 
agredi-la ou transformá-la; 
3. distribuição eqüitativa dos benefícios do turismo entre a comunidade 
receptora, os turistas e os empresários do setor; 
4. um turista mais responsável e atencioso, receptivo às questões da 
conservação ambiental, sensível às interações com as comunidades 
receptoras; educado para ser menos consumistae com uma postura 
orientada para o entendimento e a compreensão dos povos e locais 
visitados. 
Esta forma de desenvolvimento exige empenho, vontade política, 
conhecimento, capacitação e consciência e requer reeducação. Torna-se um 
processo contínuo e sem fim. 
O turismo representa, para muitas localidades, uma atividade 
econômica importante. Os benefícios gerados como fonte indutora de renda 
e emprego causam impacto, inclusive, para outros setores da economia. 
Apesar disso, o turismo condiciona os seus consumidores a se deslocarem 
até o produto turístico, o que faz com que a atividade se torne vulnerável a 
qualquer modificação que aconteça no meio ambiente, no meio cultural, 
social ou econômico. 
As discussões sobre o conceito de turismo sustentável começaram a 
acontecer a partir da década de 1990 e têm como parâmetros os debates 
em torno do conceito de desenvolvimento sustentável. O termo sustentável, 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 17 
de acordo com John Swarbrooke (2000a), passou a ser usado 
explicitamente a partir de 1970 e as idéias que o baseiam surgiram nos 
modelos de planejamento urbano. 
A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
publicou em 1987 o Relatório Bundtland, que afirma que o desenvolvimento 
sustentável deve garantir o atendimento das necessidades do presente sem 
comprometer a possibilidade das futuras gerações em atender suas próprias 
necessidades (DIAS, 2003; OMT, 2003). Esse relatório é baseado na idéia 
de que o crescimento econômico deve ocorrer de maneira ecológica e 
socialmente mais igualitária. A ênfase ocorre na dimensão do meio ambiente 
e da sustentabilidade, pois é, antes das dimensões sociais e econômicas, o 
grande impasse na discussão sobre turismo sustentável. 
Segundo o Observatório de Sustentabilidade e Qualidade de Vida 
(2004), desenvolvimento sustentável 
é o processo político-participativo que integra as sustentabilidades 
econômica, ambiental e cultural, coletivas e individuais, tendo em 
vista o alcance e a manutenção da qualidade de vida, seja nos 
momentos de disponibilização de recursos, seja quando dos períodos 
de escassez, tendo como perspectivas a cooperação e a 
solidariedade, entre os povos e as gerações. 
 
Já o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento 
Sustentável (2004) afirma que o desenvolvimento sustentável 
busca conciliar as necessidades econômicas, sociais e ambientais 
sem comprometer o futuro de quaisquer dessas demandas. Como 
impulsor da inovação, de novas tecnologias e da abertura de novos 
mercados, o desenvolvimento sustentável fortalece o modelo 
empresarial atual baseado em ambiente de competitividade global. 
 
No último conceito apresentado, está implícito que a sustentabilidade, 
não importando o nível geográfico, será atingida se houver integração entre 
os atores que interferem nos mercados: poder público, iniciativa privada, 
sociedade, organizações não governamentais, etc. 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 18 
O setor público influencia o turismo e tem papel especial no 
desenvolvimento do turismo sustentável e na formulação de políticas de 
regulamentação, infra-estrutura e certificações oficiais. 
Eduardo Yázigi (2001) aponta uma característica do turismo 
importante para as abordagens desse capítulo, quando afirma que a 
atividade turística pode autodestruir-se com a sua própria execução, o que 
serve de alerta para a complexidade e o cuidado que se deve ter ao se 
planejar e desenvolver o sistema turístico. Neste contexto se insere o 
conceito de desenvolvimento sustentável feito pelo Conselho Empresarial 
Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (2004). 
Na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, realizada em 1992, a abordagem do desenvolvimento 
sustentável passou por um maior detalhamento, sendo exposta na Agenda 
21, adotada pela conferência. A partir de então, vários governos nacionais já 
assumem a sustentabilidade como política essencial de desenvolvimento. A 
OMT aplica os princípios de desenvolvimento sustentável aos seus estudos 
e contextualiza o conceito a atividade turística. 
O desenvolvimento do turismo sustentável atende às necessidades 
dos turistas de hoje e das regiões receptoras, ao mesmo tempo em 
que protege e amplia as oportunidades para o futuro. É visto como 
um condutor ao gerenciamento de todos os recursos, de tal forma 
que as necessidades econômicas, sociais e estéticas possam ser 
satisfeitas sem desprezar a manutenção da integridade cultural, dos 
processos ecológicos essenciais, da diversidade biológica e dos 
sistemas que garantem a vida. (OMT, 2003, p. 24) 
A Agenda 21 é um programa de ação que trata das principais 
questões ambientais e de desenvolvimento em nível global e oferece um 
roteiro para assegurar o futuro sustentável do planeta. Dentro desses 
parâmetros, a OMT, o Conselho Mundial de Viagens e Turismo – WTTC e o 
Conselho da Terra elaboraram o relatório Agenda 21 para Viagens e 
Turismo, que apresenta o papel específico que as viagens e turismo podem 
desempenhar na conquista dos objetivos da Agenda 21. 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 19 
Para o governo, associações nacionais de turismo e organizações 
comerciais representativas, o objetivo é estabelecer sistemas e 
procedimentos para incorporar a sustentabilidade no centro do processo de 
tomada de decisão e identificar as ações necessárias ao turismo sustentável 
(OMT, 2003). Para as empresas, o objetivo é estabelecer procedimentos 
para incorporar as questões do desenvolvimento sustentável como parte 
central das funções gerenciais (OMT, 2003). Destacam-se aqui a Área de 
Prioridade 4, na primeira parte, que compreende o planejamento para a 
prática do turismo sustentável e a Área de Prioridade 6, que aborda a 
participação de todos os setores da sociedade no turismo. 
Swarbrooke (2000a) define três dimensões no estudo do 
desenvolvimento sustentável e as considera igualmente importantes, embora 
o meio ambiente receba mais atenção. O autor ainda destaca que o turismo 
sustentável somente pode ser administrado com êxito se as inter-relações 
entre todas as dimensões forem identificadas. 
A dimensão ambiental trata da capacidade de suporte dos 
ecossistemas de absorver ou se recuperar das agressões provocadas pela 
ação do homem. A inter-relação entre o turismo e o meio ambiente é 
incontestável, uma vez que este último constitui a “matéria-prima” da 
atividade (RUSCHMANN, 1997, p. 19). Ao mesmo tempo em que pode ser 
um inimigo do meio ambiente natural, o turismo pode ser benéfico quando 
oferece motivação para sua conservação. De qualquer forma, as 
conseqüências negativas da atividade turística sobre a natureza podem ser 
mais facilmente ou visivelmente destacadas. A Tabela a seguir mostra 
alguns impactos do turismo sobre o meio ambiente natural. 
 
Impactos da atividade turística sobre o meio ambiente natural 
 
Aspecto do impacto Conseqüência em potencial 
 
Composição de espécies 
da flora e da fauna 
- Perturbação de hábitos de reprodução 
- Matança de animais pela caça 
- Matança de animais para fornecimento de produtos para o mercado de 
souvenirs 
- Migração de animais para o interior e para o exterior 
- Pisoteamento e danos à vegetação pela passagem de pedestres e 
veículos 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 20 
- Destruição de vegetação pela coleta de madeira ou plantas 
- Mudança na extensão e/ou na natureza da cobertura vegetal por sua 
remoção ou pelo planejamento de facilidades de acomodação para 
turistas 
- Criação de reservas/santuários de vida selvagem ou restauração de 
habitat 
 
Poluição - Poluição das águas pela descarga de detritos, derramamentosde 
óleo/petróleo 
- Poluição do ar por emissão de veículos, queima de combustíveis para 
aquecimento e iluminação 
- Poluição sonora devido ao transporte de turistas e suas atividades 
 
Erosão - Compactação de corpos sólidos causando aumento de deslizamento da 
superfície e erosão 
- Alteração do risco de ocorrência de deslizamento/movimentação 
- Alteração do risco de avalanches 
- Danos às características geológicas (ex.: montanhas rochosas altas e 
cavernas) 
- Danos à ribanceira de rios 
 
Recursos naturais - Esgotamento do solo e fornecimento de água na superfície 
- Esgotamento de combustível fóssil que gera energia para as atividades 
dos turistas 
- Alteração do risco de incêndios 
- Esgotamento dos recursos minerais para materiais de construção 
- Exploração excessiva de recursos biológicos (ex.: pesca descontrolada) 
- Alteração nos padrões hídricos 
- Alteração da terra usada para produção primária 
 
Impacto visual - Facilidades (ex.: edificações, teleféricos, estacionamentos) 
- Lixo esparramado 
- Detritos, florescimento de algas 
 
Fonte: SWARBROOKE, 2000a, p. 79. 
 
Os impactos, positivos e negativos também podem ser sentidos no 
meio ambiente construído, que existe em três níveis: construções e 
estruturas isoladas, povoados de pequeno porte e povoados de grande 
porte, como as cidades e metrópoles (SWARBROOKE, 2000a). A Tabela abaixo 
apresenta as conseqüências do turismo construído sobre o meio ambiente. 
 
 
Impactos do turismo construído no meio ambiente 
 
Aspectos do impacto Conseqüências potenciais 
 
Formas urbanas - Transformação das características da área construída devido à 
expansão urbana ou à continuação de seu desenvolvimento 
- Transformação do uso da região residencial, comercial ou industrial 
(ex.: transformação de casas residenciais em hotéis, pensões, etc.) 
- Transformação da estrutura urbana (ex.: rodovias, vias pavimentadas, 
objetos das ruas) 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 21 
- Surgimento de contrastes entre urbanização de áreas para a população 
turística e para a população local 
 
Infra-estrutura - Excesso de infra-estrutura (ex.: rodovias, estradas de ferro, 
estacionamentos, rede de eletricidade, sistemas de comunicação, 
depósitos para lixo, edifícios, fornecimento de água) 
- Preparação de nova infra-estrutura ou melhoria das existentes 
- Administração ambiental para adaptação das áreas para uso dos 
turistas (ex.: muros de arrimo contra o mar, recuperação do solo) 
 
Impacto visual - Crescimento da área construída 
- Novos estilos arquitetônicos 
- Lixo 
- Embelezamento 
Restauração - Novo uso de edifícios em desuso 
- Restauração e preservação de edifícios e lugares históricos 
- Restauração de edifícios abandonados para uso residencial 
Poluição e danos - Poluição do ar causada pelos turistas e pelo tráfego de turistas 
- Danos em imóveis causados pelo trânsito de veículos ou de pedestres 
 
 
Fonte: SWARBROOKE, 2000a, p. 83 (adaptado). 
 
A segunda dimensão que Swarbrooke (2003a) aborda é a econômica. 
Embora não receba atenção suficiente se comparada com as questões 
ambientais, o turismo, para muitos países ou regiões é a principal entrada de 
divisas em moedas estrangeiras. Além disso, como já mencionado no 
capítulo sobre o efeito multiplicador, a atividade também gera impactos em 
outras áreas da economia. De qualquer forma, tanto o setor privado quanto o 
público devem alocar melhor os recursos, evitando desperdícios. A eficiência 
econômica deve ser avaliada em termos macro-sociais do que apenas por 
meio de critérios de lucratividade. 
É importante reconhecer que há limites, de acordo com Swarbrooke 
(2000b), a respeito do que a indústria em geral e as empresas privadas 
possam atingir em relação ao turismo sustentável. A Figura a seguir mostra 
que os obstáculos são tanto internos quanto externos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 22 
Limitações à ação do turismo sustentável 
 
Fonte: SWARBROOKE, 2000b, p. 39. 
 
A última dimensão da sustentabilidade identificada por Swarbrooke 
(2000a) é a social, que aqui se apresentará como sócio-cultural, pelas 
estreitas relações entre o subsistema social e o cultural (BENI, 1998). Essa 
dimensão envolve o processo de desenvolvimento que centra suas atenções 
no ser humano, com objetivo de atender, inclusive, às necessidades 
intangíveis como as de bem-estar. Paralelamente a um crescimento 
econômico sustentável, tem como meta melhorar significativamente as 
condições de vida e os direitos da população local. Em linhas gerais, seus 
preceitos defendem que a base cultural de um povo ou localidade deve ser 
preservada. Além disso, a busca de soluções particulares que respeitem as 
características do ambiente e das tradições locais deve ser incentivada. 
Os impactos sócio-culturais do turismo geralmente ocorrem de 
maneira lenta e discreta, mas, em contrapartida, têm característica 
permanente, com pouca ou nenhuma oportunidade de reversão do 
processo. De acordo com Swarbrooke (2000a), há um grande número de 
fatores que determinam se o resultado dos impactos será positivo ou 
negativo, como a força e a coerência da sociedade e da cultura locais; a 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 23 
natureza do turismo na sociedade; o grau de desenvolvimento econômico e 
social em relação aos turistas; e as medidas tomadas pelo setor público para 
administrar o turismo de modo a minimizar os custos sócio-culturais. 
Os principais problemas acontecem nas localidades de países 
emergentes, nos quais a maioria dos turistas é proveniente de países 
desenvolvidos. Alguns dos principais impactos do turismo nas sociedades e 
culturas estão ilustrados na figura abaixo. “Fica claro que os julgamentos 
que levam à colocação desses fatores em uma ou outra coluna são por 
demais subjetivos, mas parecem mesmo refletir a sabedoria popular na 
literatura do turismo sustentável” (SWARBROOKE, 2000a, p. 112). 
 
 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 24 
Ignacy Sachs (1999) propõe mais uma área de sustentabilidade que 
deve ser atingida para se alcançar um desenvolvimento sustentável: a 
sustentabilidade espacial, que é voltada à questão da configuração territorial 
urbana e rural, e também tem como objetivo uma melhor distribuição 
territorial das atividades econômicas e dos assentamentos humanos. Essa 
questão em particular será tratada no próximo item, sobre o espaço turístico 
e as relações com o território. 
 
Síntese 
Chegamos ao final da disciplina Fundamentos do Turismo abordando 
temas importantíssimos para a compreensão do funcionamento estrutural da 
atividade turística, que, de alguma forma, acaba impactando na atuação ou 
prática dos stakeholders. 
Ao término dessa aula, você pode entender a evolução das políticas 
públicas aplicadas ao turismo. Importante lembrar que política aqui neste 
sentido não está relacionado à politicagem ou pessoa em específico. Política 
quer dizer um apanhado geral de orientações baseado em objetivos a serem 
cumpridos. Como foi comentado na aula passada, o sistur estuda as 
relações entre os conjuntos das relações ambientais, da organização 
estrutural e das ações operacionais da atividade turística. Esta nossa última 
aula tratou especificamente dos que está abrangendo o conjunto das 
relações ambientais e estruturais. O conjunto das ações operacionais foi 
visto em aulas anteriores. 
Por isso, é importante ter em mente que, ao estudar uma disciplina no 
curso de Gestão de Turismo ou em qualquer outro da área não se pode 
esquecer ou isolar o aprendizado em outras matérias. Isso se deve 
principalmente à interdisciplinaridade que o turismoenvolve. 
Quero me colocar à disposição para sanar suas dúvidas quanto ao 
conteúdo desse material: turismo@grupouninter.com.br. Desejo a todos, 
ótimos estudos! 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 25 
 
1) A Lei n.º 11.711, de 17 de setembro de 2008, intitulada Lei Geral do 
Turismo, tornou-se um marco regulatório para o setor turístico brasileiro. 
Sobre a Lei Geral do Turismo, avalie as afirmações abaixo. 
I - A lei estabelece normas sobre a Política Nacional de Turismo e define atribuições 
do Governo Federal para o planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor. 
II - A lei cria o Comitê Interministerial de Facilitação Turística, que deve compartilhar 
a execução da Política Nacional de Turismo e a consecução das metas do Plano 
Nacional do Turismo com as demais políticas públicas. 
III - A lei institui o Sistema Nacional de Turismo que tem como órgão central o 
Ministério do Turismo e será composto por esse Ministério, pela EMBRATUR, pelo 
Conselho Nacional de Turismo e pelo Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes 
Estaduais de Turismo. 
IV - A lei extingue o Fundo Nacional de Turismo (FUNGETUR), que tem a finalidade 
de financiar, ou de apoiar planos, projetos, ações e empreendimentos reconhecidos 
pelo Ministério do Turismo como de interesse turístico. 
V - A lei disciplina a prestação de serviços turísticos, o cadastro, a classificação e a 
fiscalização dos prestadores de serviços, tais como meios de hospedagem, agências 
de turismo, transportes turísticos, organizadores de eventos, parques temáticos e 
acampamentos turísticos. 
É correto apenas o que se afirma em 
a) I, II, III e IV, apenas. 
b) I, II, III e V, apenas. 
c) II, III, IV e V, apenas. 
d) I, II, III, IV e V. 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 26 
2) O Ministério do Turismo (MTUR), em seu macroprograma “Regionalização 
do Turismo”, que define as regiões turísticas como estratégicas na 
organização do turismo para fins de planejamento e gestão, contempla 
diversos programas e ações. Um desses programas é denominado 
“Estruturação da Produção Associada ao Turismo”, cujas principais ações 
são: o apoio à diversificação da oferta turística por meio de produtos 
associados, a valorização e divulgação de produtos associados ao turismo 
e a estruturação do turismo em áreas prioritárias. Essas ações 
compreendem 
I - o incentivo à criação de material de mídia, multimídia e impresso para divulgação 
de destinos turísticos a partir de produção associada. 
II - a sensibilização de guias de turismo, agentes de viagens e operadores quanto à 
agregação de valor aos roteiros a partir da inclusão de produtos associados. 
III - o apoio ao desenvolvimento de metodologias para formulação de projetos 
estratégicos em regiões com previsão de investimentos privados de médio e grande 
porte do setor turístico. 
IV - o suporte a projetos de sinalização turística, à implantação de centros de 
informações turísticas, à construção de aeroportos, e à identificação do patrimônio 
histórico e cultural com potencial para visitação turística. 
É correto apenas o que se afirma em 
a) I e II. 
b) II e IV. 
c) I, III e IV. 
d) I, II e III. 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 27 
Referências 
BARRETTO, Margarita. Manual de iniciação ao estudo do turismo. 
Campinas: Papirus, 1995. 
BENI, Mário. Análise estrutural do turismo. São Paulo: Senac, 1998. 
BRASIL. Ministério do Turismo. Brasil. Banco de dados. Brasília: Mtur, 2010. 
CONSELHO empresarial brasileiro para o desenvolvimento sustentável. O que 
é desenvolvimento sustentável? Disponível em <www.cebds.com>. Acesso 
em 05 de junho de 2004. 
CRUZ, Rita. Política de turismo e território. São Paulo: Contexto, 2000. 
DIAS, Reinaldo. Planejamento do turismo: política e desenvolvimento do 
turismo no Brasil. São Paulo: Atlas, 2003. 
FERRAZ, J. A. Regime jurídico do turismo. Campinas: Papirus, 1992. 
OBSERVATÓRIO de sustentabilidade e qualidade de vida. Conceitos 
relacionados. Portal virtual de informações e indicadores de sustentabilidade e 
qualidade de vida. Disponível em <www.sustentabilidade.org.br>. Acesso em: 
06 jun. 2004. 
OMT – Organização Mundial do Turismo. Guia de desenvolvimento do 
turismo sustentável. Porto Alegre: Bookman, 2003. 
RUSCHMANN, Doris. Turismo e desenvolvimento sustentável: a proteção 
do meio ambiente. Campinas: Papirus, 1997. 
SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. São Paulo: 
Garamond, 1999. 
SWARBROOKE, John. Turismo sustentável: conceitos e impactos 
ambientais. São Paulo: Aleph, 2000a. 
______. Turismo sustentável: meio ambiente e economia. São Paulo: Aleph, 
2000b. 
YÁZIGI, Eduardo. A alma do lugar: turismo, planejamento e cotidiano. São 
Paulo: Contexto, 2001. 
 
 
 
 
CST em Gestão de Turismo | Fundamentos do Turismo | Aula n° 06 28 
Respostas dos Exercícios 
1) Alternativa “b” 
2) Alternativa “a”

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