Buscar

APG 08 - Os pares de 12

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 @jumorbeck 
 
Objetivos 
1- Estudar o funcionamento dos nervos cranianos; 
Nervos Cranianos 
↠ Os doze pares de nervos cranianos têm esse nome 
porque se originam no encéfalo, dentro da cavidade 
craniana, e passam através de vários forames do crânio 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ A maioria deles liga-se ao tronco encefálico, 
excetuando-se apenas os nervos olfatório e óptico, que 
se ligam respectivamente, ao telencéfalo e ao diencéfalo 
(MACHADO, 3ª ed.). 
↠ Na maioria das vezes, os nomes dos nervos cranianos 
expressam as estruturas ou as funções controladas por 
eles. Os nervos são também numerados (usando 
números Romanos) do mais rostral para o mais caudal 
(MARIEB, 3ª ed.). 
↠ Os números indicam a ordem, de anterior para 
posterior, na qual os nervos se originam no encéfalo. Os 
nomes designam a distribuição ou a função dos nervos 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Com exceção dos nervos vagos, que se estendem 
até o abdome, os nervos cranianos inervam apenas as 
estruturas da cabeça e do pescoço (MARIEB, 3ª ed.). 
COMPONENTES FUNCIONAIS DOS NERVOS CRANIANOS 
 
COMPONENTES AFERENTES 
↠ Na extremidade cefálica dos animais, desenvolveram-
se, durante a evolução, órgãos de sentido mais 
complexos, que são, nos mamíferos, os órgãos da visão, 
audição, gustação e olfação. Os receptores destes órgãos 
são denominados "especiais" para distingui-los dos demais 
receptores, que, por serem encontrados em todo o resto 
do corpo, são denominados gerais (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ As fibras nervosas em relação com estes receptores 
são, pois, classificadas como especiais. Assim, temos: 
(MACHADO, 3ª ed.). 
• fibras aferentes somáticas gerais: originam-se 
em exteroceptores e proprioceptores, 
conduzindo impulsos de temperatura. dor, 
pressão, tato e propriocepção; 
• fibras aferentes somáticas especiais: originam- 
se na retina e no ouvido interno, relacionando-
se, pois, com visão, audição e equilíbrio; 
• fibras aferentes viscerais gerais: originam-se em 
visceroceptores e conduzem, por exemplo, 
impulsos relacionados com a dor visceral; 
• fibras aferentes viscerais especiais: originam-se 
em receptores gustativos e olfatórios, 
considerados viscerais por estarem localizados 
em sistemas viscerais, como os sistemas 
digestivo e respiratório. 
COMPONENTES EFERENTES 
↠ A maioria dos músculos estriados esqueléticos derivam 
dos miótomos dos somitos e são, por esse motivo, 
chamados músculos estriados miotômicos. Com exceção 
de pequenos somitos existentes adiante dos olhos 
(somitos pré-ópticos), não se formam somitos na 
extremidade cefálica dos embriões (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ Nesta região, entretanto, o mesoderma é 
fragmentado pelas fendas que delimitam os arcos 
branquiais. Os músculos estriados derivados destes arcos 
branquiais são chamados músculos estriados 
branquioméricos (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ Os arcos branquiais são considerados formações 
viscerais, e as fibras que inervam os músculos neles 
originados são consideradas fibras eferentes viscerais 
especiais, para distingui-las das eferentes viscerais gerais, 
relacionadas com a inervação dos músculos lisos, cardíaco 
e das glândulas (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ As fibras que inervam músculos estriados miotômicos 
são denominadas fibras eferentes somática (MACHADO, 
3ª ed.). 
APG 08 - “Os pares de 12” 
2 
 
 @jumorbeck 
 
 
COMPOSIÇÃO DOS NERVOS CRANIANOS 
↠ Os nervos cranianos, variam muito em sua 
composição. Muitos dos nervos cranianos são nervos 
mistos (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ Três nervos cranianos (I, II e VIII) contêm axônios de 
neurônios sensitivos e são, portanto, chamados de nervos 
sensitivos especiais. Na cabeça, eles são exclusivos e 
estão associados aos sentidos especiais do olfato, da visão 
e da audição, respectivamente. Os corpos celulares da 
maioria dos nervos sensitivos estão localizados em 
gânglios situados fora do encéfalo (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Cinco nervos cranianos (III, IV, VI, XI e XII) são 
classificados como nervos motores, pois eles contêm 
apenas axônios de neurônios motores quando deixam o 
tronco encefálico. Os axônios que inervam músculos 
esqueléticos são de dois tipos: (TORTORA, 14ª ed.). 
➢ Axônios motores branquiais inervam músculos 
esqueléticos que se desenvolvem a partir dos 
arcos faríngeos (branquiais). Estes neurônios 
deixam o encéfalo por meio de nervos cranianos 
mistos e pelo nervo acessório. 
➢ Axônios motores somáticos inervam músculos 
esqueléticos que se desenvolvem a partir dos 
somitos da cabeça (músculos dos olhos e da 
língua). Estes neurônios saem do encéfalo por 
meio de cinco nervos cranianos motores (III, IV, 
VI, XI e XII). Axônios motores que inervam 
músculos lisos, músculos cardíacos e glândulas 
são chamados de axônios motores autônomos 
e fazem parte da divisão autônoma do sistema 
nervoso. 
↠ Os quatro nervos cranianos restantes (V, VII, IX e X) 
são nervos mistos – contêm axônios de neurônios 
sensitivos que entram no encéfalo e de neurônios 
motores que deixam o encéfalo (TORTORA, 14ª ed.). 
 
NERVO OLFATÓRIO, I PAR 
↠ O nervo olfatório é totalmente sensitivo; ele contém 
axônios que conduzem impulsos nervosos relacionados 
com o olfato (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O epitélio olfatório ocupa a parte superior da cavidade 
nasal, cobrindo a face inferior da lâmina cribriforme e se 
estendendo inferiormente ao longo da concha nasal 
superior (TORTORA, 14ª ed.). 
 
↠ Os receptores olfatórios do epitélio olfatório são 
neurônios bipolares. Cada um apresenta um dendrito 
sensível a odores que se projeta de um lado do corpo 
celular e um axônio não mielinizado que se projeta do 
outro lado (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Feixes de axônios de receptores olfatórios passam por 
cerca de vinte forames olfatórios na lâmina cribriforme do 
etmoide, em cada lado do nariz. Estes cerca de quarenta 
feixes de axônios formam os nervos olfatórios direito e 
esquerdo (TORTORA, 14ª ed.). 
3 
 
 @jumorbeck 
 
 
↠ Os nervos olfatórios terminam no encéfalo em massas 
pares de substância cinzenta conhecidas como bulbos 
olfatórios, duas projeções do encéfalo que repousam 
sobre a lâmina cribriforme (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Nos bulbos olfatórios, as terminações axônicas fazem 
sinapse com os dendritos e corpos celulares dos 
próximos neurônios da via olfatória. Os axônios destes 
neurônios formam os tratos olfatórios, que se estendem 
posteriormente a partir dos bulbos olfatórios. Os axônios 
dos tratos olfatórios terminam na área olfatória primária, 
localizada no lobo temporal (TORTORA, 14ª ed.). 
 
↠ As fibras do nervo olfatório são não mielinizadas e 
cobertas com células de Schwann (SNELL, 7ª ed.). 
BULBO OLFATÓRIO 
Essa estrutura ovoide possui vários tipos de células nervosas, a maior 
das quais é a célula mitral. As fibras nervosas olfatórias aferentes fazem 
sinapse com os dendritos das células mitrais e constituem áreas 
arredondadas conhecidas como glomérulos sinápticos. Células nervosas 
menores, denominadas células em tufo e células granulares, também 
formam sinapses com as células mitrais. Ademais, o bulbo olfatório 
recebe axônios do bulbo olfatório contralateral através do trato 
olfatório (SNELL, 7ª ed.). 
 
Teste clínico: Pede-se para a pessoa cheirar substâncias aromáticas, 
como óleo de cravo-da-índia e baunilha, e identificar cada uma delas 
(MARIEB, 3ª ed.). 
Desequilíbrio homeostático: Fratura no osso etmóide ou lesões nas 
fibras olfatórias resultam em perda parcial ou total do olfato, uma e 
condição conhecida como anosmia (MARIEB, 3ª ed.). 
NERVO ÓPTICO, II PAR 
↠ O nervo óptico (II) é totalmente sensitivo: ele contém 
axônios que conduzem os impulsos nervosos relacionados 
com a visão (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Na retina, os bastonetes e os cones iniciam os sinais 
visuais, transmitindo-os para as células bipolares, que 
enviam estes sinais para células ganglionares (TORTORA, 
14ª ed.). 
 
↠ Os axônios de todas as células ganglionares da retinade cada olho se unem para formar o nervo óptico, que 
passa pelo forame óptico. Cerca de 10 mm atrás do bulbo 
do olho, os dois nervos ópticos se cruzam e formam o 
quiasma óptico (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ No quiasma, os axônios da metade medial de cada olho 
cruzam para o lado oposto; os axônios da metade lateral 
permanecem no mesmo lado. Posteriormente ao 
quiasma, estes axônios reagrupados formam os tratos 
ópticos (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ A maioria dos axônios dos tratos ópticos termina no 
núcleo geniculado lateral do tálamo. Lá eles fazem sinapse 
com neurônios cujos axônios se estendem até a área 
visual primária no lobo occipital (área 17) (TORTORA, 14ª 
ed.). 
↠ Uns poucos axônios passam pelo núcleo geniculado 
lateral e se projetam para os colículos superiores do 
mesencéfalo e para núcleos motores do tronco 
encefálico, onde fazem sinapse com neurônios motores 
que controlam os músculos extrínsecos e intrínsecos do 
bulbo do olho (TORTORA, 14ª ed.). 
Epitélio 
olfatório
Receptores olfatórios 
- neurônios bipolates
Feixes de axônios 
passam por 20 
forames na lâmina 
cribriforme 
Formam o 
NERVO 
OLFATÓRIO
Terminam nos 
bulbos olfatórios
Tratos 
olfatórios
Área olfatória 
primária - Lobo 
temporal
4 
 
 @jumorbeck 
 
 
 
Desequilíbrio homeostático: Dano ao nervo óptico resulta em cegueira 
no olho por ele inervado; lesão na via visual após o quiasma óptico 
resulta em perda parcial da visão; os déficits visuais são denominados 
anopsia (MARIEB, 3ª ed.). 
NERVO OCULOMOTOR, PAR III 
Os nervos oculomotor, troclear e abducente são nervos cranianos que 
controlam os músculos responsáveis pelo movimento dos bulbos dos 
olhos. Todos são nervos motores e, quando saem do encéfalo, contêm 
apenas axônios (TORTORA, 14ª ed.). 
Os axônios sensitivos dos músculos extrínsecos do bulbo do olho 
começam seu curso em direção ao encéfalo em cada um destes 
nervos, mas eles acabam se unindo ao ramo oftálmico do nervo 
trigêmeo. Os axônios sensitivos não chegam ao encéfalo pelos nervos 
oculomotor, troclear ou abducente (TORTORA, 14ª ed.). 
Os corpos celulares dos neurônios sensitivos unipolares se situam no 
núcleo mesencefálico e entram no encéfalo pelo nervo trigêmeo. 
Estes axônios transmitem impulsos nervosos dos músculos 
extrínsecos do bulbo do olho relacionados com a propriocepção – a 
percepção dos movimentos e da posição do corpo independente da 
visão (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O nervo oculomotor possui dois núcleos motores: (1) 
núcleo motor principal e (2) núcleo parassimpático 
acessório (SNELL, 7ª ed.). 
O núcleo principal do nervo oculomotor situa-se na parte anterior da 
substância cinzenta que circunda o aqueduto do mesencéfalo. Localiza-
se ao nível do colículo superior (SNELL, 7ª ed.). 
O núcleo parassimpático acessório (núcleo de Edinger-Westphal) é 
posterior ao núcleo principal do nervo oculomotor (SNELL, 7ª ed.). 
 
↠ O nervo oculomotor (III) tem seu núcleo motor 
localizado na parte anterior do mesencéfalo. Este nervo 
se projeta anteriormente e se divide em ramos superior 
e inferior, ambos os quais passam pela fissura orbital 
superior em direção à órbita (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Os axônios do ramo superior inervam os músculos 
reto superior (músculo extrínseco do bulbo do olho) e o 
levantador da pálpebra superior (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Os axônios do ramo inferior suprem os músculos reto 
medial, reto inferior e oblíquo inferior – todos músculos 
extrínsecos do bulbo do olho (TORTORA, 14ª ed.). 
Admite-se que os músculos extrínsecos do olho derivam dos somitos 
pré-ópticos, sendo, por conseguinte, de origem miotômica. As fibras 
nervosas que os inervam são, pois, classificadas como e.ferentes 
somáticas (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ Estes neurônios motores somáticos controlam os 
movimentos do bulbo do olho e da pálpebra superior 
(TORTORA, 14ª ed.). 
 
↠ O ramo inferior do nervo oculomotor também supre 
axônios motores parassimpáticos dos músculos 
intrínsecos do bulbo do olho, formados por músculos lisos. 
Dentre eles estão os músculos ciliares do bulbo do olho 
os músculos circulares (músculo esfíncter da pupila) da 
Retina Bastonetes e cones
Células 
bipolares
Células 
ganglionares
NERVO ÓPTICO 
QUIASMA 
ÓPTICO
Tratos ópticos
Núcleo 
geniculado lateral 
do tálamo
5 
 
 @jumorbeck 
 
íris. Os impulsos parassimpáticos se propagam de um 
núcleo mesencefálico (núcleo oculomotor acessório) para 
o gânglio ciliar, um centro de transmissão sináptica para 
os dois neurônios motores da parte parassimpática da 
divisão autônoma do sistema nervoso (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ A partir do gânglio ciliar, alguns axônios motores 
parassimpáticos se projetam para o músculo ciliar, 
responsável pelo ajuste da lente para a visão de objetos 
próximos do observador (acomodação). Outros axônios 
motores parassimpáticos estimulam os músculos 
circulares da íris a se contrair quando uma luz intensa 
estimula o olho, causando diminuição do tamanho da 
pupila (constrição) (TORTORA, 14ª ed.). 
Estes músculos são lisos, e as fibras que os inervam classificam-se 
como eferentes viscerais gerais (MACHADO, 3ª ed.). 
 
Nervos principalmente motores (ocu/omotor =motor do olho); 
apresenta uns poucos aferentes proprioceptivos; cada um dos nervos 
inclui: (MARIEB, 3ª ed.). 
• Fibras motoras somáticas para quatro dos seis músculos 
extrínsecos do olho (músculos oblíquo inferior e retos 
superior, inferior e medial), que ajudam a direcionar o bulbo 
do olho, e para o músculo levantador da pálpebra superior, 
que levanta a pálpebra; 
• Fibras motoras parassimpáticas (autonômicas) para o 
esfíncter da pupila (músculo circular da íris), as quais 
provocam a contração da pupila, e para o músculo ciliar, 
que controla a forma das lentes para o foco visual; alguns 
corpos celulares parassimpáticos encontram-se no gânglio 
ciliar; 
• Aferentes sensoriais (proprioceptores), que vão dos quatro 
músculos extrínsecos do olho para o mesencéfalo. 
Desequilíbrio homeostático: Na paralisia do nervo oculomotor, o olho 
não pode ser movimentado para cima, e para baixo, ou para dentro; 
no repouso, o olho desvia lateralmente (estrabismo externo) porque 
as ações dos dois músculos extrínsecos do olho, não-inervados pelo 
nervo craniano III, ficam sem oposição; a pálpebra superior permanece 
caída (ptose), e a pessoa tem visão dupla e dificuldade em focar 
objetos próximos (MARIEB, 3ª ed.). 
 
 
NERVO TROCLEAR, PAR IV 
↠ O nervo troclear exerce função exclusivamente 
motora (SNELL, 7ª ed.). 
↠ O nervo troclear (IV) é o menor dos doze nervos 
cranianos e o único que emerge da face posterior do 
tronco encefálico (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Os neurônios motores somáticos se originam de um 
núcleo mesencefálico (núcleo troclear), e os axônios 
deste núcleo cruzam para o lado oposto quando deixam 
o encéfalo por sua face posterior (TORTORA, 14ª ed.). 
 
↠ A seguir, o nervo circunda a ponte e sai pela fissura 
orbital superior em direção à órbita. Estes axônios 
motores somáticos inervam o músculo oblíquo superior, 
outro músculo extrínseco do bulbo do olho que controla 
sua movimentação (TORTORA, 14ª ed.). 
 
 
Desequilíbrio homeostático: Trauma ou paralisia de um nervo troclear 
resulta em visão dupla e habilidade reduzida para rotacionar 
inferolateralmente o olho (MARIEB, 3ª ed.). 
 
Núcleo motor -
parte anterior do 
mesencéfalo
Ramos superior 
e inferior
Fissura orbital 
superior
RAMO SUPERIOR -
músculo extrinseco 
e levantador da 
pálpebra supeirior 
RAMO INFERIOR -
músculos 
extrínsecos do bulbo 
e axônios 
parassimpáticos
Núcleo 
mesencefálico -
troclear
Axônios cruzam 
quando deixam o 
encéfalo
Fissura orbital 
superior
Órbita -
músculo oblíquo 
superior.
6 
 
 @jumorbeck 
 
NERVO TRIGÊMEO, V PAR 
↠ O nervo trigêmeo possui quatro núcleos: (1) núcleo 
sensitivo principal, (2) núcleo espinal, (3) núcleo 
mesencefálico e (4) núcleo motor (SNELL, 7ª ed.). 
Núcleo Sensitivo Principal: o núcleosensitivo principal localiza-se na 
parte posterior da ponte, lateral ao núcleo motor. Continua-se 
inferiormente com o núcleo espinal (SNELL, 7ª ed.). 
Núcleo Espinal: o núcleo espinal é contínuo superiormente com o 
núcleo sensitivo principal na ponte e estende-se inferiormente através 
de toda a extensão do bulbo e à parte superior da medula espinal, até 
o segundo segmento cervical (SNELL, 7ª ed.). 
Núcleo Mesencefálico: o núcleo mesencefálico compõe-se de uma 
coluna de células nervosas unipolares situada na parte lateral da 
substância cinzenta em volta do aqueduto do mesencéfalo. Estende-
se inferiormente na ponte até o núcleo sensitivo principal (SNELL, 7ª 
ed.). 
Núcleo Motor: o núcleo motor situa-se na ponte medial ao núcleo 
sensitivo principal (SNELL, 7ª ed.). 
 
↠ O nervo trigêmeo (V) é um nervo craniano misto e o 
maior dos nervos cranianos. Ele emerge a partir de duas 
raízes na face anterolateral da ponte (TORTORA, 14ª ed). 
↠ A grande raiz sensitiva apresenta uma protuberância 
conhecida como gânglio trigeminal (semilunar), localizado 
em uma fossa na face interna da parte petrosa do 
temporal. O gânglio contém corpos celulares da maior 
parte dos neurônios sensitivos primários. Os neurônios da 
raiz motora, menor, se originam em um núcleo pontino 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Como indica seu nome, o nervo trigêmeo apresenta 
três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular (TORTORA, 
14ª ed.). 
↠ O nervo oftálmico, o menor dos ramos, passa pela 
órbita na fissura orbital superior. O nervo maxilar tem um 
tamanho intermediário entre os ramos oftálmico e 
mandibular e passa pelo forame redondo. O nervo 
mandibular, o maior ramo, passa pelo forame oval 
(TORTORA, 14ª ed.). 
 
 
↠ Os axônios sensitivos do nervo trigêmeo transmitem 
impulsos nervosos de tato, dor e sensações térmicas 
(calor e frio) (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O nervo oftálmico contém axônios sensitivos da pele 
da pálpebra superior, da córnea, das glândulas lacrimais, 
da parte superior da cavidade nasal, da parte lateral do 
nariz, da fronte e da metade anterior do escalpo 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O nervo maxilar contém axônios sensitivos da túnica 
mucosa do nariz, do palato, de parte da faringe, dos 
dentes superiores, do lábio superior e da pálpebra inferior 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O nervo mandibular contém axônios dos dois terços 
anteriores da língua (não relacionados com a gustação), 
da bochecha e sua túnica mucosa, dos dentes inferiores, 
da pele sobre a mandíbula e anterior à orelha e da túnica 
mucosa do assoalho da boca (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Os axônios sensitivos dos três ramos entram no 
gânglio trigeminal, onde seus corpos celulares estão 
localizados, e terminam em núcleos pontinos (TORTORA, 
14ª ed.). 
↠ O nervo trigêmeo também recebe axônios sensitivos 
de proprioceptores (receptores que fornecem 
informações sobre a posição e os movimentos do corpo) 
localizados nos músculos da mastigação e extrínsecos do 
bulbo do olho; no entanto, os corpos celulares destes 
neurônios estão localizados no núcleo mesencefálico 
(TORTORA, 14ª ed.). 
As sensações de tato e pressão são conduzidas por fibras nervosas 
que terminam no núcleo sensitivo principal. As sensações de dor e 
temperatura destinam-se ao núcleo espinal (SNELL, 7ª ed.). 
↠ Os neurônios motores branquiais do nervo trigêmeo 
fazem parte do nervo mandibular e suprem músculos da 
mastigação (masseter, temporal, pterigoide medial etc) 
7 
 
 @jumorbeck 
 
Estes neurônios motores controlam principalmente os 
movimentos mastigatórios (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Todos estes músculos derivam do primeiro arco 
branquial, e as fibras que os inervam se classificam como 
eferentes viscerais especiais (MACHADO, 3ª ed.). 
 
Desequilíbrio homeostático: A neuralgia (dor) transmitida por um ou 
mais ramos do nervo trigêmeo (V), causada por inflamações ou lesões, 
é chamada de neuralgia do trigêmeo. A dor é lancinante, dura entre 
alguns segundos e um minuto, e é causada por qualquer coisa que 
pressione o nervo trigêmeo ou seus ramos. Ela ocorre quase 
exclusivamente em pessoas acima dos 60 anos de idade e pode ser 
o primeiro sinal de uma doença que provoque lesão dos nervos, como 
o diabetes, a esclerose múltipla ou a deficiência de vitamina B12. Lesões 
do nervo mandibular podem causar a paralisia dos músculos da 
mastigação e a perda das sensibilidades tátil, térmica, dolorosa e 
proprioceptiva da parte inferior da face (TORTORA, 14ª ed.). 
NERVO ABDUCENTE, VI PAR 
↠ O nervo abducente é um pequeno nervo motor que 
supre o músculo reto lateral do bulbo do olho (SNELL, 7ª 
ed.). 
↠ Neurônios do nervo abducente (VI) se originam em 
um núcleo pontino (núcleo abducente). Os axônios 
motores somáticos se projetam deste núcleo em direção 
ao músculo reto lateral, um músculo extrínseco do bulbo 
do olho, pela fissura orbital superior (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O nervo abducente tem esse nome porque é 
responsável pela abdução (rotação lateral) do bulbo do 
olho (TORTORA, 14ª ed.). 
Desequilíbrio homeostático: Na paralisia do nervo abducente, o olho 
não pode ser movido lateralmente; no repouso, o bulbo do olho 
afetado desvia medialmente (estrabismo interno) (MARIEB, 3ª ed.). 
 
 
 
 
NERVO FACIAL, VII PAR 
↠ O nervo facial (VII) é um nervo craniano misto 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O nervo emerge do sulco bulbo-pontino através de 
uma raiz motora, o nervo facial propriamente dito, e uma 
raiz sensitiva e visceral, o nervo intermédio (de Wrisberg) 
(MACHADO, 3ª ed.). 
↠ O nervo facial possui três núcleos: (1) o núcleo motor 
principal, (2) os núcleos parassimpáticos e (3) o núcleo 
sensitivo (SNELL, 7ª ed.). 
 
↠ Seus axônios sensitivos se projetam a partir dos 
calículos gustatórios dos dois terços anteriores da língua, 
entrando no temporal para se unir ao nervo facial. Deste 
ponto, os axônios sensitivos passam pelo gânglio 
geniculado, grupo de corpos celulares de neurônios 
sensitivos do nervo facial dentro do temporal, e terminam 
na ponte. A partir da ponte, os axônios de estendem até 
o tálamo, e dali para áreas gustativas do córtex cerebral 
(TORTORA, 14ª ed.). 
Núcleo pontino -
abducente
Fissura orbital 
superior
Músculo reto 
lateral
 
8 
 
 @jumorbeck 
 
↠ A parte sensitiva do nervo facial também apresenta 
axônios da pele, do meato acústico externo que 
transmitem sensações táteis, álgicas e térmicas. Além 
disso, propriceptores de músculos da face e do escalpo 
transmitem informações, por meio de seus corpos 
celulares, para o núcleo mesencefálico (TORTORA, 14ª 
ed.). 
↠ Os axônios dos neurônios motores branquiais se 
originam de um núcleo pontino e saem pelo forame 
estilomastóideo para inervar músculos da orelha média, da 
face, do escalpo e do pescoço. Impulsos nervosos que se 
propagam por estes axônios causam a contração dos 
músculos da mímica facial, bem como do músculo estilo-
hióideo, ventre posterior do músculo digástrico e músculo 
estapédio (TORTORA, 14ª ed.). 
 
↠ O nervo facial inerva mais músculos do que qualquer 
outro nervo do corpo (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Axônios de neurônios motores percorrem ramos do 
nervo facial e se terminam em dois gânglios: o gânglio 
pterigopalatino e o gânglio submandibular. Por meio de 
transmissões sinápticas nos dois gânglios, os axônios 
motores parassimpáticos se projetam para as glândulas 
lacrimais (que secretam as lágrimas), as glândulas nasais, 
as glândulas palatinas, as glândulas sublinguais e as 
glândulas submandibulares (estas duas últimas produtoras 
de saliva) (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Os nervos faciais são os principais nervos motores da 
face; possuem cinco ramos principais: temporal, 
zigomático, bucal, mandibular e cervical (MARIEB, 3ª ed.). 
 
 
Desequilíbrio homeostático: Lesões do nervo facial (VII) por doenças 
como infecções virais (herpes-zóster) ou bacterianas (doença de 
Lyme) causam a paralisia de Bell (paralisia dos músculos faciais), bem 
como perda degustação, diminuição da salivação e perda da 
capacidade de fechar os olhos, mesmo durante o sono. Este nervo 
também pode ser lesado por traumatismo, tumores e AVE. 
(TORTORA, 14ª ed.). 
NERVO VESTIBULOCOCLEAR, VIII PAR 
↠ O nervo vestibulococlear (VIII) era antigamente 
conhecido como nervo acústico ou auditivo. Ele é um 
nervo sensitivo e tem dois ramos, o vestibular e o coclear 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O ramo vestibular transmite impulsos relacionados com 
o equilíbrio e o ramo coclear, com a audição (TORTORA, 
14ª ed.). 
↠ Na orelha interna, os axônios sensitivos do ramo 
vestibular se projetam a partir dos canais semicirculares, 
do sáculo e do utrículo para os gânglios vestibulares, onde 
os corpos celulares destes neurônios estão localizados, e 
9 
 
 @jumorbeck 
 
se terminam nos núcleos vestibulares da ponte e do 
cerebelo. Alguns axônios sensitivos também entram no 
cerebelo via pedúnculo cerebelar inferior (TORTORA, 14ª 
ed.). 
 
↠ Os axônios sensitivos do ramo coclear se originam no 
órgão espiral (órgão de Corti), localizado na cóclea. Os 
corpos celulares destes neurônios se situam no gânglio 
espiral da cóclea. A partir daí, os axônios se projetam até 
núcleos bulbares e terminam no tálamo (TORTORA, 14ª 
ed.). 
 
↠ O nervo vestibulococlear contém algumas fibras 
motoras. No entanto, em vez de inervarem tecidos 
musculares, elas modulam as células ciliadas da orelha 
interna (TORTORA, 14ª ed.). 
 
Desequilíbrio homeostático: Lesões do ramo vestibular do nervo 
vestibulococlear (VIII) podem causar vertigem (sensação subjetiva de 
que o próprio corpo ou o ambiente estão rodando), ataxia 
(descoordenação muscular) e nistagmo (movimentos involuntários 
rápidos do bulbo do olho). Lesões do ramo coclear podem causar 
zumbido ou surdez. Tais lesões podem ser secundárias a condições 
como traumatismo, tumores ou infecções da orelha interna 
(TORTORA, 14ª ed.). 
NERVO GLOSSOFARÍNGEO, IX PAR 
↠ O nervo glossofaríngeo (IX) é um nervo craniano misto 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O nervo glossofaríngeo possui três núcleos: (1) o 
núcleo motor principal, (2) o núcleo parassimpático e (3) 
o núcleo sensitivo (SNELL, 7ª ed.). 
↠ Os axônios sensitivos deste nervo se originam: 
(TORTORA, 14ª ed.). 
• dos calículos gustatórios do terço posterior da 
língua; 
• de proprioceptores de alguns músculos de 
deglutição que são inervados pela parte motora; 
• de barorreceptores (receptores de pressão) do 
seio carótico que monitoram a pressão 
sanguínea; 
• de quimiorreceptores (receptores que 
monitoram os níveis sanguíneos de oxigênio e 
de gás carbônico) nos glomos caróticos, situados 
próximo das artérias carótidas, e nos glomos 
paraórticos, localizados perto do arco da aorta; 
• da orelha externa para transmitir impulsos táteis, 
álgicos e térmicos (calor e frio). 
↠ Os corpos celulares destes neurônios sensitivos estão 
localizados nos gânglios superior e inferior. A partir destes 
gânglios, os axônios sensitivos passam pelo forame jugular 
e terminam no bulbo (TORTORA, 14ª ed.). 
 
As fibras sensoriais conduzem impulsos gustatórios e sensoriais gerais 
(tato, pressão, nocicepção) da faringe e porção posterior da língua; 
de quimiorreceptores nos corpos carotídeos (monitoram os níveis de 
02 e C02 no sangue e ajudam a regular a frequência e a profundidade 
respiratórias); e de barorreceptores do seio carotídeo (que monitoram 
a pressão sanguínea). Os corpos celulares dos neurônios sensoriais 
estão localizados nos gânglios superior e inferior (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ Os axônios dos neurônios motores do nervo 
glossofaríngeo partem de núcleos bulbares e saem do 
crânio pelo forame jugular. Os neurônios motores 
ORELHA 
INTERNA -
Axônios
Canais 
semicirculares
Gânglios 
vestibulares
Núcleo vestibular 
da ponte e 
cerebelo
Órgão espiral -
Axônios
Gânglio espiral
Núcleos 
bulbares
Tálamo
Axônios 
sensitivos
Glânglios superior 
e inferior
Forame jugularBulbo
10 
 
 @jumorbeck 
 
branquiais inervam o músculo estilofaríngeo, que auxilia na 
deglutição, e os axônios dos neurônios motores 
parassimpáticos estimulam a secreção de saliva pela 
glândula parótida (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Os corpos celulares pós-ganglionares dos neurônios 
motores parassimpáticos situam-se no gânglio ótico 
(TORTORA, 14ª ed.). 
 
Desequilíbrio homeostático: Lesões do nervo glossofaríngeo causam 
disfagia, ou dificuldade para engolir; aptialia, ou diminuição da secreção 
de saliva; perda de sensibilidade na garganta/faringe; e ageusia, ou 
perda do paladar. Tais lesões podem ser secundárias a traumas ou 
tumores (TORTORA, 14ª ed.). 
NERVO VAGO, X PAR 
↠ O nervo vago (X) é um nervo craniano misto que 
passa pela cabeça e pelo pescoço até o tórax e o 
abdome (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O nervo vago, o maior dos nervos cranianos, é misto 
e essencialmente visceral. Emerge do sulco lateral 
posterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares 
que se reúnem para formar o nervo vago (MACHADO, 
3ª ed.). 
↠ O nervo vago possui três núcleos: (1) o núcleo motor 
principal, (2) o núcleo parassimpático e (3) o núcleo 
sensitivo (SNELL, 7ª ed.). 
↠ Ele tem este nome devido a sua ampla distribuição no 
corpo. No pescoço, ele é medial e posterior à veia jugular 
interna e à artéria carótida comum (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Neste longo trajeto, o nervo vago dá origem a 
numerosos ramos que inervam a laringe e a faringe, 
entrando na formação dos plexos viscerais que 
promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas 
e abdominais (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ O vago possui dois gânglios sensitivos, o gânglio 
superior (ou jugular), situado ao nível do forame jugular, 
e o gânglio inferior (ou nodoso), situado logo abaixo desse 
forame (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ Entre os dois gânglios, reúne-se ao vago o ramo 
interno do nervo acessório (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ Os axônios sensitivos do nervo vago se originam da 
pele da orelha externa para enviar informações sensitivas 
táteis, álgicas e térmicas; de alguns receptores gustativos 
na epiglote e na faringe; e de proprioceptores em 
músculos do pescoço e da faringe. Além disso, este nervo 
apresenta axônios sensitivos derivados de 
barorreceptores no seio carótico e de quimiorreceptores 
nos glomos paraórticos (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ A maior parte dos neurônios sensitivos se origina de 
receptores da maioria dos órgãos situados nas cavidades 
torácica e abdominal, transmitindo sensações (como 
fome, plenitude e desconforto) destes órgãos 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Os corpos celulares destes neurônios sensitivos estão 
localizados nos gânglios superior e inferior; seus axônios 
então passam pelo forame jugular e terminam no bulbo 
e na ponte (TORTORA, 14ª ed.). 
 
↠ Os neurônios motores branquiais, que percorrem uma 
curta distância junto com o nervo acessório, se originam 
de núcleos bulbares e suprem músculos da faringe, da 
laringe e do palato mole que são utilizados na deglutição, 
na vocalização e na tosse (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Historicamente estes neurônios motores foram 
chamados de nervo acessório craniano, mas, na verdade, 
estas fibras pertencem ao nervo vago (X) (TORTORA, 
14ª ed.). 
↠ Os axônios de neurônios motores parassimpáticos do 
nervo vago se originam de núcleos bulbares e inervam 
os pulmões, o coração, glândulas do trato gastrintestinal 
(TGI) e músculos lisos das vias respiratórias, do esôfago, 
do estômago, da vesícula biliar, do intestino delgado e de 
boa parte do intestino grosso. Os axônios motores 
parassimpáticos estimulam a contração dos músculos lisos 
do TGI, para auxiliar na motilidade deste trato, e na 
Axônios 
sensitivos -
receptores
Glânglios superior 
e inferior
Forame jugularBulbo e ponte
11 
 
 @jumorbeck 
 
secreção das glândulas digestórias; ativam músculos lisos 
das vias respiratórias para diminuir seu calibre; e diminuem 
a frequência cardíaca (TORTORA, 14ª ed.). 
 
Desequilíbrio homeostático: Lesões do nervo vago(X), secundárias a 
doenças como traumas ou tumores, causam neuropatia vagal, ou 
interrupção no envio das sensações de vários órgãos das cavidades 
torácica e abdominal; disfagia, ou dificuldade em engolir; e taquicardia, 
ou aumento da frequência cardíaca (TORTORA, 14ª ed.). 
NERVO ACESSÓRIO, XI PAR 
↠ O nervo acessório (XI) é um nervo craniano branquial. 
Historicamente ele foi dividido em duas partes: um nervo 
acessório craniano e um nervo acessório medular. 
Atualmente classifica-se o nervo acessório craniano como 
parte do nervo vago (X) (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O “antigo” nervo acessório medular é o que 
discutiremos. Seus neurônios motores se originam dos 
cornos anteriores dos primeiros cinco segmentos da 
parte cervical da medula espinal. Seus axônios deixam a 
medula espinal lateralmente, unindo-se mais adiante; 
sobem pelo forame magno, e então saem pelo forame 
jugular junto com os nervos vago e glossofaríngeo 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O nervo acessório transmite impulsos motores para 
os músculos esternocleidomastóideo e trapézio com o 
objetivo de coordenar os movimentos da cabeça 
(TORTORA, 14ª ed.). 
 
↠ Os axônios sensitivos deste nervo, derivados de 
proprioceptores dos músculos esternocleidomastóideo e 
trapézio, começam seu curso em direção ao encéfalo no 
nervo acessório; entretanto, eles acabam deixando este 
nervo para se juntar a nervos do plexo cervical. A partir 
do plexo cervical, estes axônios entram na medula espinal 
por meio das raízes posteriores dos nervos cervicais; 
seus corpos celulares estão localizados nos gânglios 
sensitivos destes nervos. Na medula espinal, os axônios 
então ascendem em direção a núcleos bulbares 
(TORTORA, 14ª ed.). 
 
O nervo acessório é formado por uma raiz craniana (ou bulbar) e uma 
raiz espinhal. A raiz espinhal é formada por filamentos radiculares que 
emergem da face lateral dos cinco ou seis primeiros segmentos 
cervicais da medula e constituem um tronco comum que penetra no 
crânio pelo forame magno A este tronco reúnem-se os filamentos da 
raiz craniana que emergem do sulco lateral posterior do bulbo. O 
tronco comum atravessa o brame jugular em companhia dos nervos 
glossofaríngeo e vago, dividindo-se em um ramo interno e outro 
externo. O ramo interno, que contém as fibras da raiz craniana, reúne-
Neurônios 
motores
Cornos 
anteriores da 
região cervical
Forame magnoForame jugular
12 
 
 @jumorbeck 
 
se ao vago e distribui-se com ele. O ramo externo contém as fibras 
da raiz espinhal, tem trajeto próprio e, dirigindo-se obliquamente para 
baixo, inerva os músculos trapézio e estemocleidomastoídeo 
(MACHADO, 3ª ed.). 
Desequilíbrio homeostático: Se o nervo acessório é lesado por 
doenças como traumatismos, tumores ou AVE ocorre a paralisia dos 
músculos esternocleidomastóideo e trapézio. Nesta condição, o 
indivíduo não consegue elevar os ombros e tem dificuldade em realizar 
a rotação da cabeça. (TORTORA, 14ª ed.). 
NERVO HIPOGLOSSO, XII PAR 
↠ O nervo hipoglosso (XII) é um nervo craniano motor. 
Seus axônios motores somáticos se originam de um 
núcleo bulbar (núcleo do nervo hipoglosso), saem do 
bulbo pela sua face anterior, e passam pelo canal do 
nervo hipoglosso para então inervar os músculos da 
língua. Estes axônios conduzem impulsos nervosos 
relacionados com a fala e a deglutição (TORTORA, 14ª 
ed.). 
Os axônios sensitivos não voltam para o encéfalo pelo nervo 
hipoglosso. Em vez disso, os axônios sensitivos que se originam de 
proprioceptores de músculos da língua, embora comecem seu curso 
em direção ao encéfalo no nervo hipoglosso, deixam o nervo para se 
juntar a nervos espinais cervicais e terminam no bulbo, entrando na 
parte central do sistema nervoso pelas raízes posteriores dos nervos 
espinais cervicais (TORTORA, 14ª ed.). 
 
Desequilíbrio homeostático: Lesões do nervo hipoglosso (XII) podem 
causar dificuldades na mastigação; disartria (dificuldade para falar); e 
disfagia (TORTORA, 14ª ed.). 
 
Artigos 
Disfunção do olfato e paladar em pacientes com COVID-19: 
uma revisão bibliográfica (SILVA et. al, 2021) 
Vários estudos mostraram uma associação entre COVID-19 e 
sintomas quimiossensoriais, como disfunção olfatória e disgeusia. 
A disfunção olfatória inclui uma perda completa do olfato 
(anosmia); diminuição do olfato (hiposmia) ou distorção do olfato 
(disosmia). 
A patogênese relacionada às alterações no olfato e no paladar 
em pacientes com COVID-19 ainda não é totalmente 
compreendida. Acredita-se que as alterações no sentido do 
olfato se originem de danos ao bulbo olfatório ou nervo olfatório 
causados pelo vírus. Foi relatado que o vírus causa danos 
diretamente na cavidade oral e no epitélio olfatório por meio 
dos receptores da enzima conversora de angiotensina 2 
(ACE2). 
Descobriram que o vírus se liga aos receptores ACE no epitélio 
nasal e causa degeneração da mucosa nasal e subsequente 
inflamação e dano aos receptores neurais responsáveis pelo 
olfato. Outra hipótese, atualmente a mais aceita, sugere as 
alterações diretas do sistema nervoso central pelo vírus. 
Paralisia isolada do nervo abducente associada à doença por 
coronavírus: acompanhamento de 8 meses (MEDEIROS et. al., 
2019) 
O SARS-CoV-2 possui capacidades neurotrópicas e 
neuroinvasivas. Neurite óptica bilateral, papiledema e paresia 
aguda do nervo craniano (NC), incluindo envolvimento do nervo 
abducente e oculomotor, foram relatados. 
Paciente do sexo masculino de 48 anos que apresentou 
paralisia isolada do nervo abducente após COVID-19, sem 
evidência de envolvimento do NC em neuroimagem. Além 
disso, descreveu-se a melhora completa e espontânea do caso 
em um período de 8 meses. 
O SARS-CoV-2 usa a enzima conversora de angiotensina 2 
(ACE2) para invadir células humanas. Como os receptores 
ACE2 estão presentes nas células e neurônios da glia, eles 
concluíram que parte do comprometimento neurológico na 
COVID-19 pode ser devido a lesão neurológica viral direta ou os 
mecanismos autoimunes e neuroinflamatórios indiretos. 
Ageusia e anosmia na covid-19: manifestações de interesse na 
odontologia (VIEIRA; CASAIS, 2020) 
Os distúrbios do paladar têm, na maioria dos casos, origem em 
uma disfunção olfativa. O paladar e olfato, atuam de maneira 
conjunta e conceituam-se como sentidos, cujos receptores são 
estimulados por sentidos químicos. São intermediados pelo 
sistema nervoso periférico, que identificam os estímulos 
sensoriais, na cavidade oral e nasal, e encaminham a informação 
para o sistema nervoso central. 
O paladar é a sensação que nos permite diferenciar sabores, 
como doce, amargo, salgado e azedo. Esta percepção é 
decorrente da presença de estruturas na língua, denominadas 
de papilas gustativas, as quais são formadas por três tipos de 
células: células receptoras do sabor, células de suporte e células 
precursoras ou basais. As células receptoras do sabor, 
encontradas nas papilas gustativas, são inervadas por neurônios 
aferentes, que transmitem a sensação até o cérebro, por três 
nervos cranianos: 
13 
 
 @jumorbeck 
 
• o ramo sensitivo do nervo intermédio (N. facial), que 
inerva os receptores de gosto no terço anterior da 
língua (corda timpano) e palato (N. petroso superficial); 
• Nervo glossofaríngeo, que inerva os receptores na 
porção posterior da língua; 
• Nervo vago (N. laríngeo superior), que inerva os 
receptores na orofaringe e porção faríngea da 
epiglote. 
No olfato, a informação sensorial é transmitida ao cérebro por 
meio dos bulbos olfatórios e difere do paladar, pois é inervado 
por apenas um nervo - o olfatório, que imerge pelas 
perfurações da placa cribiforme e alcançam no bulbo olfatório. 
Estudos apontam que a perda de paladar e olfato se 
manifestam no início da doença pelo novo Coronavírus e em 
quadros leves, sendo de grande relevância considerá-los como 
prodrômicos, por surgirem antes mesmo de manifestações 
respiratórias. 
ReferênciasSNELL, R. S. Neuroanatomia clínica, 7ª ed., Guanabara 
Koogan, 2010. 
MACHADO A.; HAERTEL, L. M. Neuroanatomia funcional, 
Atheneu, 3ª ed. 
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia, 3ª ed., 
Porto Alegra: Artmed, 2008. 
TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível 
em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016. 
 
SILVA et. al, 2021. Disfunção do olfato e paladar em 
pacientes com COVID-19: uma revisão bibliográfica. 
Brazilian Journal of Health Review, 2021. 
MEDEIROS et. al., 2019. Paralisia isolada do nervo abducente 
associada à doença por coronavírus: acompanhamento 
de 8 meses. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, 2019. 
VIEIRA, V. S.; CASAIS, P. M. M. Ageusia e anosmia na covid-
19: manifestações de interesse na odontologia, 2020.

Continue navegando