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1 @jumorbeck Objetivos 1- Estudar o funcionamento dos nervos cranianos; Nervos Cranianos ↠ Os doze pares de nervos cranianos têm esse nome porque se originam no encéfalo, dentro da cavidade craniana, e passam através de vários forames do crânio (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A maioria deles liga-se ao tronco encefálico, excetuando-se apenas os nervos olfatório e óptico, que se ligam respectivamente, ao telencéfalo e ao diencéfalo (MACHADO, 3ª ed.). ↠ Na maioria das vezes, os nomes dos nervos cranianos expressam as estruturas ou as funções controladas por eles. Os nervos são também numerados (usando números Romanos) do mais rostral para o mais caudal (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Os números indicam a ordem, de anterior para posterior, na qual os nervos se originam no encéfalo. Os nomes designam a distribuição ou a função dos nervos (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Com exceção dos nervos vagos, que se estendem até o abdome, os nervos cranianos inervam apenas as estruturas da cabeça e do pescoço (MARIEB, 3ª ed.). COMPONENTES FUNCIONAIS DOS NERVOS CRANIANOS COMPONENTES AFERENTES ↠ Na extremidade cefálica dos animais, desenvolveram- se, durante a evolução, órgãos de sentido mais complexos, que são, nos mamíferos, os órgãos da visão, audição, gustação e olfação. Os receptores destes órgãos são denominados "especiais" para distingui-los dos demais receptores, que, por serem encontrados em todo o resto do corpo, são denominados gerais (MACHADO, 3ª ed.). ↠ As fibras nervosas em relação com estes receptores são, pois, classificadas como especiais. Assim, temos: (MACHADO, 3ª ed.). • fibras aferentes somáticas gerais: originam-se em exteroceptores e proprioceptores, conduzindo impulsos de temperatura. dor, pressão, tato e propriocepção; • fibras aferentes somáticas especiais: originam- se na retina e no ouvido interno, relacionando- se, pois, com visão, audição e equilíbrio; • fibras aferentes viscerais gerais: originam-se em visceroceptores e conduzem, por exemplo, impulsos relacionados com a dor visceral; • fibras aferentes viscerais especiais: originam-se em receptores gustativos e olfatórios, considerados viscerais por estarem localizados em sistemas viscerais, como os sistemas digestivo e respiratório. COMPONENTES EFERENTES ↠ A maioria dos músculos estriados esqueléticos derivam dos miótomos dos somitos e são, por esse motivo, chamados músculos estriados miotômicos. Com exceção de pequenos somitos existentes adiante dos olhos (somitos pré-ópticos), não se formam somitos na extremidade cefálica dos embriões (MACHADO, 3ª ed.). ↠ Nesta região, entretanto, o mesoderma é fragmentado pelas fendas que delimitam os arcos branquiais. Os músculos estriados derivados destes arcos branquiais são chamados músculos estriados branquioméricos (MACHADO, 3ª ed.). ↠ Os arcos branquiais são considerados formações viscerais, e as fibras que inervam os músculos neles originados são consideradas fibras eferentes viscerais especiais, para distingui-las das eferentes viscerais gerais, relacionadas com a inervação dos músculos lisos, cardíaco e das glândulas (MACHADO, 3ª ed.). ↠ As fibras que inervam músculos estriados miotômicos são denominadas fibras eferentes somática (MACHADO, 3ª ed.). APG 08 - “Os pares de 12” 2 @jumorbeck COMPOSIÇÃO DOS NERVOS CRANIANOS ↠ Os nervos cranianos, variam muito em sua composição. Muitos dos nervos cranianos são nervos mistos (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Três nervos cranianos (I, II e VIII) contêm axônios de neurônios sensitivos e são, portanto, chamados de nervos sensitivos especiais. Na cabeça, eles são exclusivos e estão associados aos sentidos especiais do olfato, da visão e da audição, respectivamente. Os corpos celulares da maioria dos nervos sensitivos estão localizados em gânglios situados fora do encéfalo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Cinco nervos cranianos (III, IV, VI, XI e XII) são classificados como nervos motores, pois eles contêm apenas axônios de neurônios motores quando deixam o tronco encefálico. Os axônios que inervam músculos esqueléticos são de dois tipos: (TORTORA, 14ª ed.). ➢ Axônios motores branquiais inervam músculos esqueléticos que se desenvolvem a partir dos arcos faríngeos (branquiais). Estes neurônios deixam o encéfalo por meio de nervos cranianos mistos e pelo nervo acessório. ➢ Axônios motores somáticos inervam músculos esqueléticos que se desenvolvem a partir dos somitos da cabeça (músculos dos olhos e da língua). Estes neurônios saem do encéfalo por meio de cinco nervos cranianos motores (III, IV, VI, XI e XII). Axônios motores que inervam músculos lisos, músculos cardíacos e glândulas são chamados de axônios motores autônomos e fazem parte da divisão autônoma do sistema nervoso. ↠ Os quatro nervos cranianos restantes (V, VII, IX e X) são nervos mistos – contêm axônios de neurônios sensitivos que entram no encéfalo e de neurônios motores que deixam o encéfalo (TORTORA, 14ª ed.). NERVO OLFATÓRIO, I PAR ↠ O nervo olfatório é totalmente sensitivo; ele contém axônios que conduzem impulsos nervosos relacionados com o olfato (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O epitélio olfatório ocupa a parte superior da cavidade nasal, cobrindo a face inferior da lâmina cribriforme e se estendendo inferiormente ao longo da concha nasal superior (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os receptores olfatórios do epitélio olfatório são neurônios bipolares. Cada um apresenta um dendrito sensível a odores que se projeta de um lado do corpo celular e um axônio não mielinizado que se projeta do outro lado (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Feixes de axônios de receptores olfatórios passam por cerca de vinte forames olfatórios na lâmina cribriforme do etmoide, em cada lado do nariz. Estes cerca de quarenta feixes de axônios formam os nervos olfatórios direito e esquerdo (TORTORA, 14ª ed.). 3 @jumorbeck ↠ Os nervos olfatórios terminam no encéfalo em massas pares de substância cinzenta conhecidas como bulbos olfatórios, duas projeções do encéfalo que repousam sobre a lâmina cribriforme (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Nos bulbos olfatórios, as terminações axônicas fazem sinapse com os dendritos e corpos celulares dos próximos neurônios da via olfatória. Os axônios destes neurônios formam os tratos olfatórios, que se estendem posteriormente a partir dos bulbos olfatórios. Os axônios dos tratos olfatórios terminam na área olfatória primária, localizada no lobo temporal (TORTORA, 14ª ed.). ↠ As fibras do nervo olfatório são não mielinizadas e cobertas com células de Schwann (SNELL, 7ª ed.). BULBO OLFATÓRIO Essa estrutura ovoide possui vários tipos de células nervosas, a maior das quais é a célula mitral. As fibras nervosas olfatórias aferentes fazem sinapse com os dendritos das células mitrais e constituem áreas arredondadas conhecidas como glomérulos sinápticos. Células nervosas menores, denominadas células em tufo e células granulares, também formam sinapses com as células mitrais. Ademais, o bulbo olfatório recebe axônios do bulbo olfatório contralateral através do trato olfatório (SNELL, 7ª ed.). Teste clínico: Pede-se para a pessoa cheirar substâncias aromáticas, como óleo de cravo-da-índia e baunilha, e identificar cada uma delas (MARIEB, 3ª ed.). Desequilíbrio homeostático: Fratura no osso etmóide ou lesões nas fibras olfatórias resultam em perda parcial ou total do olfato, uma e condição conhecida como anosmia (MARIEB, 3ª ed.). NERVO ÓPTICO, II PAR ↠ O nervo óptico (II) é totalmente sensitivo: ele contém axônios que conduzem os impulsos nervosos relacionados com a visão (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Na retina, os bastonetes e os cones iniciam os sinais visuais, transmitindo-os para as células bipolares, que enviam estes sinais para células ganglionares (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os axônios de todas as células ganglionares da retinade cada olho se unem para formar o nervo óptico, que passa pelo forame óptico. Cerca de 10 mm atrás do bulbo do olho, os dois nervos ópticos se cruzam e formam o quiasma óptico (TORTORA, 14ª ed.). ↠ No quiasma, os axônios da metade medial de cada olho cruzam para o lado oposto; os axônios da metade lateral permanecem no mesmo lado. Posteriormente ao quiasma, estes axônios reagrupados formam os tratos ópticos (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A maioria dos axônios dos tratos ópticos termina no núcleo geniculado lateral do tálamo. Lá eles fazem sinapse com neurônios cujos axônios se estendem até a área visual primária no lobo occipital (área 17) (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Uns poucos axônios passam pelo núcleo geniculado lateral e se projetam para os colículos superiores do mesencéfalo e para núcleos motores do tronco encefálico, onde fazem sinapse com neurônios motores que controlam os músculos extrínsecos e intrínsecos do bulbo do olho (TORTORA, 14ª ed.). Epitélio olfatório Receptores olfatórios - neurônios bipolates Feixes de axônios passam por 20 forames na lâmina cribriforme Formam o NERVO OLFATÓRIO Terminam nos bulbos olfatórios Tratos olfatórios Área olfatória primária - Lobo temporal 4 @jumorbeck Desequilíbrio homeostático: Dano ao nervo óptico resulta em cegueira no olho por ele inervado; lesão na via visual após o quiasma óptico resulta em perda parcial da visão; os déficits visuais são denominados anopsia (MARIEB, 3ª ed.). NERVO OCULOMOTOR, PAR III Os nervos oculomotor, troclear e abducente são nervos cranianos que controlam os músculos responsáveis pelo movimento dos bulbos dos olhos. Todos são nervos motores e, quando saem do encéfalo, contêm apenas axônios (TORTORA, 14ª ed.). Os axônios sensitivos dos músculos extrínsecos do bulbo do olho começam seu curso em direção ao encéfalo em cada um destes nervos, mas eles acabam se unindo ao ramo oftálmico do nervo trigêmeo. Os axônios sensitivos não chegam ao encéfalo pelos nervos oculomotor, troclear ou abducente (TORTORA, 14ª ed.). Os corpos celulares dos neurônios sensitivos unipolares se situam no núcleo mesencefálico e entram no encéfalo pelo nervo trigêmeo. Estes axônios transmitem impulsos nervosos dos músculos extrínsecos do bulbo do olho relacionados com a propriocepção – a percepção dos movimentos e da posição do corpo independente da visão (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O nervo oculomotor possui dois núcleos motores: (1) núcleo motor principal e (2) núcleo parassimpático acessório (SNELL, 7ª ed.). O núcleo principal do nervo oculomotor situa-se na parte anterior da substância cinzenta que circunda o aqueduto do mesencéfalo. Localiza- se ao nível do colículo superior (SNELL, 7ª ed.). O núcleo parassimpático acessório (núcleo de Edinger-Westphal) é posterior ao núcleo principal do nervo oculomotor (SNELL, 7ª ed.). ↠ O nervo oculomotor (III) tem seu núcleo motor localizado na parte anterior do mesencéfalo. Este nervo se projeta anteriormente e se divide em ramos superior e inferior, ambos os quais passam pela fissura orbital superior em direção à órbita (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os axônios do ramo superior inervam os músculos reto superior (músculo extrínseco do bulbo do olho) e o levantador da pálpebra superior (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os axônios do ramo inferior suprem os músculos reto medial, reto inferior e oblíquo inferior – todos músculos extrínsecos do bulbo do olho (TORTORA, 14ª ed.). Admite-se que os músculos extrínsecos do olho derivam dos somitos pré-ópticos, sendo, por conseguinte, de origem miotômica. As fibras nervosas que os inervam são, pois, classificadas como e.ferentes somáticas (MACHADO, 3ª ed.). ↠ Estes neurônios motores somáticos controlam os movimentos do bulbo do olho e da pálpebra superior (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O ramo inferior do nervo oculomotor também supre axônios motores parassimpáticos dos músculos intrínsecos do bulbo do olho, formados por músculos lisos. Dentre eles estão os músculos ciliares do bulbo do olho os músculos circulares (músculo esfíncter da pupila) da Retina Bastonetes e cones Células bipolares Células ganglionares NERVO ÓPTICO QUIASMA ÓPTICO Tratos ópticos Núcleo geniculado lateral do tálamo 5 @jumorbeck íris. Os impulsos parassimpáticos se propagam de um núcleo mesencefálico (núcleo oculomotor acessório) para o gânglio ciliar, um centro de transmissão sináptica para os dois neurônios motores da parte parassimpática da divisão autônoma do sistema nervoso (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A partir do gânglio ciliar, alguns axônios motores parassimpáticos se projetam para o músculo ciliar, responsável pelo ajuste da lente para a visão de objetos próximos do observador (acomodação). Outros axônios motores parassimpáticos estimulam os músculos circulares da íris a se contrair quando uma luz intensa estimula o olho, causando diminuição do tamanho da pupila (constrição) (TORTORA, 14ª ed.). Estes músculos são lisos, e as fibras que os inervam classificam-se como eferentes viscerais gerais (MACHADO, 3ª ed.). Nervos principalmente motores (ocu/omotor =motor do olho); apresenta uns poucos aferentes proprioceptivos; cada um dos nervos inclui: (MARIEB, 3ª ed.). • Fibras motoras somáticas para quatro dos seis músculos extrínsecos do olho (músculos oblíquo inferior e retos superior, inferior e medial), que ajudam a direcionar o bulbo do olho, e para o músculo levantador da pálpebra superior, que levanta a pálpebra; • Fibras motoras parassimpáticas (autonômicas) para o esfíncter da pupila (músculo circular da íris), as quais provocam a contração da pupila, e para o músculo ciliar, que controla a forma das lentes para o foco visual; alguns corpos celulares parassimpáticos encontram-se no gânglio ciliar; • Aferentes sensoriais (proprioceptores), que vão dos quatro músculos extrínsecos do olho para o mesencéfalo. Desequilíbrio homeostático: Na paralisia do nervo oculomotor, o olho não pode ser movimentado para cima, e para baixo, ou para dentro; no repouso, o olho desvia lateralmente (estrabismo externo) porque as ações dos dois músculos extrínsecos do olho, não-inervados pelo nervo craniano III, ficam sem oposição; a pálpebra superior permanece caída (ptose), e a pessoa tem visão dupla e dificuldade em focar objetos próximos (MARIEB, 3ª ed.). NERVO TROCLEAR, PAR IV ↠ O nervo troclear exerce função exclusivamente motora (SNELL, 7ª ed.). ↠ O nervo troclear (IV) é o menor dos doze nervos cranianos e o único que emerge da face posterior do tronco encefálico (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os neurônios motores somáticos se originam de um núcleo mesencefálico (núcleo troclear), e os axônios deste núcleo cruzam para o lado oposto quando deixam o encéfalo por sua face posterior (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A seguir, o nervo circunda a ponte e sai pela fissura orbital superior em direção à órbita. Estes axônios motores somáticos inervam o músculo oblíquo superior, outro músculo extrínseco do bulbo do olho que controla sua movimentação (TORTORA, 14ª ed.). Desequilíbrio homeostático: Trauma ou paralisia de um nervo troclear resulta em visão dupla e habilidade reduzida para rotacionar inferolateralmente o olho (MARIEB, 3ª ed.). Núcleo motor - parte anterior do mesencéfalo Ramos superior e inferior Fissura orbital superior RAMO SUPERIOR - músculo extrinseco e levantador da pálpebra supeirior RAMO INFERIOR - músculos extrínsecos do bulbo e axônios parassimpáticos Núcleo mesencefálico - troclear Axônios cruzam quando deixam o encéfalo Fissura orbital superior Órbita - músculo oblíquo superior. 6 @jumorbeck NERVO TRIGÊMEO, V PAR ↠ O nervo trigêmeo possui quatro núcleos: (1) núcleo sensitivo principal, (2) núcleo espinal, (3) núcleo mesencefálico e (4) núcleo motor (SNELL, 7ª ed.). Núcleo Sensitivo Principal: o núcleosensitivo principal localiza-se na parte posterior da ponte, lateral ao núcleo motor. Continua-se inferiormente com o núcleo espinal (SNELL, 7ª ed.). Núcleo Espinal: o núcleo espinal é contínuo superiormente com o núcleo sensitivo principal na ponte e estende-se inferiormente através de toda a extensão do bulbo e à parte superior da medula espinal, até o segundo segmento cervical (SNELL, 7ª ed.). Núcleo Mesencefálico: o núcleo mesencefálico compõe-se de uma coluna de células nervosas unipolares situada na parte lateral da substância cinzenta em volta do aqueduto do mesencéfalo. Estende- se inferiormente na ponte até o núcleo sensitivo principal (SNELL, 7ª ed.). Núcleo Motor: o núcleo motor situa-se na ponte medial ao núcleo sensitivo principal (SNELL, 7ª ed.). ↠ O nervo trigêmeo (V) é um nervo craniano misto e o maior dos nervos cranianos. Ele emerge a partir de duas raízes na face anterolateral da ponte (TORTORA, 14ª ed). ↠ A grande raiz sensitiva apresenta uma protuberância conhecida como gânglio trigeminal (semilunar), localizado em uma fossa na face interna da parte petrosa do temporal. O gânglio contém corpos celulares da maior parte dos neurônios sensitivos primários. Os neurônios da raiz motora, menor, se originam em um núcleo pontino (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Como indica seu nome, o nervo trigêmeo apresenta três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O nervo oftálmico, o menor dos ramos, passa pela órbita na fissura orbital superior. O nervo maxilar tem um tamanho intermediário entre os ramos oftálmico e mandibular e passa pelo forame redondo. O nervo mandibular, o maior ramo, passa pelo forame oval (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os axônios sensitivos do nervo trigêmeo transmitem impulsos nervosos de tato, dor e sensações térmicas (calor e frio) (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O nervo oftálmico contém axônios sensitivos da pele da pálpebra superior, da córnea, das glândulas lacrimais, da parte superior da cavidade nasal, da parte lateral do nariz, da fronte e da metade anterior do escalpo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O nervo maxilar contém axônios sensitivos da túnica mucosa do nariz, do palato, de parte da faringe, dos dentes superiores, do lábio superior e da pálpebra inferior (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O nervo mandibular contém axônios dos dois terços anteriores da língua (não relacionados com a gustação), da bochecha e sua túnica mucosa, dos dentes inferiores, da pele sobre a mandíbula e anterior à orelha e da túnica mucosa do assoalho da boca (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os axônios sensitivos dos três ramos entram no gânglio trigeminal, onde seus corpos celulares estão localizados, e terminam em núcleos pontinos (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O nervo trigêmeo também recebe axônios sensitivos de proprioceptores (receptores que fornecem informações sobre a posição e os movimentos do corpo) localizados nos músculos da mastigação e extrínsecos do bulbo do olho; no entanto, os corpos celulares destes neurônios estão localizados no núcleo mesencefálico (TORTORA, 14ª ed.). As sensações de tato e pressão são conduzidas por fibras nervosas que terminam no núcleo sensitivo principal. As sensações de dor e temperatura destinam-se ao núcleo espinal (SNELL, 7ª ed.). ↠ Os neurônios motores branquiais do nervo trigêmeo fazem parte do nervo mandibular e suprem músculos da mastigação (masseter, temporal, pterigoide medial etc) 7 @jumorbeck Estes neurônios motores controlam principalmente os movimentos mastigatórios (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Todos estes músculos derivam do primeiro arco branquial, e as fibras que os inervam se classificam como eferentes viscerais especiais (MACHADO, 3ª ed.). Desequilíbrio homeostático: A neuralgia (dor) transmitida por um ou mais ramos do nervo trigêmeo (V), causada por inflamações ou lesões, é chamada de neuralgia do trigêmeo. A dor é lancinante, dura entre alguns segundos e um minuto, e é causada por qualquer coisa que pressione o nervo trigêmeo ou seus ramos. Ela ocorre quase exclusivamente em pessoas acima dos 60 anos de idade e pode ser o primeiro sinal de uma doença que provoque lesão dos nervos, como o diabetes, a esclerose múltipla ou a deficiência de vitamina B12. Lesões do nervo mandibular podem causar a paralisia dos músculos da mastigação e a perda das sensibilidades tátil, térmica, dolorosa e proprioceptiva da parte inferior da face (TORTORA, 14ª ed.). NERVO ABDUCENTE, VI PAR ↠ O nervo abducente é um pequeno nervo motor que supre o músculo reto lateral do bulbo do olho (SNELL, 7ª ed.). ↠ Neurônios do nervo abducente (VI) se originam em um núcleo pontino (núcleo abducente). Os axônios motores somáticos se projetam deste núcleo em direção ao músculo reto lateral, um músculo extrínseco do bulbo do olho, pela fissura orbital superior (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O nervo abducente tem esse nome porque é responsável pela abdução (rotação lateral) do bulbo do olho (TORTORA, 14ª ed.). Desequilíbrio homeostático: Na paralisia do nervo abducente, o olho não pode ser movido lateralmente; no repouso, o bulbo do olho afetado desvia medialmente (estrabismo interno) (MARIEB, 3ª ed.). NERVO FACIAL, VII PAR ↠ O nervo facial (VII) é um nervo craniano misto (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O nervo emerge do sulco bulbo-pontino através de uma raiz motora, o nervo facial propriamente dito, e uma raiz sensitiva e visceral, o nervo intermédio (de Wrisberg) (MACHADO, 3ª ed.). ↠ O nervo facial possui três núcleos: (1) o núcleo motor principal, (2) os núcleos parassimpáticos e (3) o núcleo sensitivo (SNELL, 7ª ed.). ↠ Seus axônios sensitivos se projetam a partir dos calículos gustatórios dos dois terços anteriores da língua, entrando no temporal para se unir ao nervo facial. Deste ponto, os axônios sensitivos passam pelo gânglio geniculado, grupo de corpos celulares de neurônios sensitivos do nervo facial dentro do temporal, e terminam na ponte. A partir da ponte, os axônios de estendem até o tálamo, e dali para áreas gustativas do córtex cerebral (TORTORA, 14ª ed.). Núcleo pontino - abducente Fissura orbital superior Músculo reto lateral 8 @jumorbeck ↠ A parte sensitiva do nervo facial também apresenta axônios da pele, do meato acústico externo que transmitem sensações táteis, álgicas e térmicas. Além disso, propriceptores de músculos da face e do escalpo transmitem informações, por meio de seus corpos celulares, para o núcleo mesencefálico (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os axônios dos neurônios motores branquiais se originam de um núcleo pontino e saem pelo forame estilomastóideo para inervar músculos da orelha média, da face, do escalpo e do pescoço. Impulsos nervosos que se propagam por estes axônios causam a contração dos músculos da mímica facial, bem como do músculo estilo- hióideo, ventre posterior do músculo digástrico e músculo estapédio (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O nervo facial inerva mais músculos do que qualquer outro nervo do corpo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Axônios de neurônios motores percorrem ramos do nervo facial e se terminam em dois gânglios: o gânglio pterigopalatino e o gânglio submandibular. Por meio de transmissões sinápticas nos dois gânglios, os axônios motores parassimpáticos se projetam para as glândulas lacrimais (que secretam as lágrimas), as glândulas nasais, as glândulas palatinas, as glândulas sublinguais e as glândulas submandibulares (estas duas últimas produtoras de saliva) (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os nervos faciais são os principais nervos motores da face; possuem cinco ramos principais: temporal, zigomático, bucal, mandibular e cervical (MARIEB, 3ª ed.). Desequilíbrio homeostático: Lesões do nervo facial (VII) por doenças como infecções virais (herpes-zóster) ou bacterianas (doença de Lyme) causam a paralisia de Bell (paralisia dos músculos faciais), bem como perda degustação, diminuição da salivação e perda da capacidade de fechar os olhos, mesmo durante o sono. Este nervo também pode ser lesado por traumatismo, tumores e AVE. (TORTORA, 14ª ed.). NERVO VESTIBULOCOCLEAR, VIII PAR ↠ O nervo vestibulococlear (VIII) era antigamente conhecido como nervo acústico ou auditivo. Ele é um nervo sensitivo e tem dois ramos, o vestibular e o coclear (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O ramo vestibular transmite impulsos relacionados com o equilíbrio e o ramo coclear, com a audição (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Na orelha interna, os axônios sensitivos do ramo vestibular se projetam a partir dos canais semicirculares, do sáculo e do utrículo para os gânglios vestibulares, onde os corpos celulares destes neurônios estão localizados, e 9 @jumorbeck se terminam nos núcleos vestibulares da ponte e do cerebelo. Alguns axônios sensitivos também entram no cerebelo via pedúnculo cerebelar inferior (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os axônios sensitivos do ramo coclear se originam no órgão espiral (órgão de Corti), localizado na cóclea. Os corpos celulares destes neurônios se situam no gânglio espiral da cóclea. A partir daí, os axônios se projetam até núcleos bulbares e terminam no tálamo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O nervo vestibulococlear contém algumas fibras motoras. No entanto, em vez de inervarem tecidos musculares, elas modulam as células ciliadas da orelha interna (TORTORA, 14ª ed.). Desequilíbrio homeostático: Lesões do ramo vestibular do nervo vestibulococlear (VIII) podem causar vertigem (sensação subjetiva de que o próprio corpo ou o ambiente estão rodando), ataxia (descoordenação muscular) e nistagmo (movimentos involuntários rápidos do bulbo do olho). Lesões do ramo coclear podem causar zumbido ou surdez. Tais lesões podem ser secundárias a condições como traumatismo, tumores ou infecções da orelha interna (TORTORA, 14ª ed.). NERVO GLOSSOFARÍNGEO, IX PAR ↠ O nervo glossofaríngeo (IX) é um nervo craniano misto (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O nervo glossofaríngeo possui três núcleos: (1) o núcleo motor principal, (2) o núcleo parassimpático e (3) o núcleo sensitivo (SNELL, 7ª ed.). ↠ Os axônios sensitivos deste nervo se originam: (TORTORA, 14ª ed.). • dos calículos gustatórios do terço posterior da língua; • de proprioceptores de alguns músculos de deglutição que são inervados pela parte motora; • de barorreceptores (receptores de pressão) do seio carótico que monitoram a pressão sanguínea; • de quimiorreceptores (receptores que monitoram os níveis sanguíneos de oxigênio e de gás carbônico) nos glomos caróticos, situados próximo das artérias carótidas, e nos glomos paraórticos, localizados perto do arco da aorta; • da orelha externa para transmitir impulsos táteis, álgicos e térmicos (calor e frio). ↠ Os corpos celulares destes neurônios sensitivos estão localizados nos gânglios superior e inferior. A partir destes gânglios, os axônios sensitivos passam pelo forame jugular e terminam no bulbo (TORTORA, 14ª ed.). As fibras sensoriais conduzem impulsos gustatórios e sensoriais gerais (tato, pressão, nocicepção) da faringe e porção posterior da língua; de quimiorreceptores nos corpos carotídeos (monitoram os níveis de 02 e C02 no sangue e ajudam a regular a frequência e a profundidade respiratórias); e de barorreceptores do seio carotídeo (que monitoram a pressão sanguínea). Os corpos celulares dos neurônios sensoriais estão localizados nos gânglios superior e inferior (MARIEB, 3ª ed.). ↠ Os axônios dos neurônios motores do nervo glossofaríngeo partem de núcleos bulbares e saem do crânio pelo forame jugular. Os neurônios motores ORELHA INTERNA - Axônios Canais semicirculares Gânglios vestibulares Núcleo vestibular da ponte e cerebelo Órgão espiral - Axônios Gânglio espiral Núcleos bulbares Tálamo Axônios sensitivos Glânglios superior e inferior Forame jugularBulbo 10 @jumorbeck branquiais inervam o músculo estilofaríngeo, que auxilia na deglutição, e os axônios dos neurônios motores parassimpáticos estimulam a secreção de saliva pela glândula parótida (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os corpos celulares pós-ganglionares dos neurônios motores parassimpáticos situam-se no gânglio ótico (TORTORA, 14ª ed.). Desequilíbrio homeostático: Lesões do nervo glossofaríngeo causam disfagia, ou dificuldade para engolir; aptialia, ou diminuição da secreção de saliva; perda de sensibilidade na garganta/faringe; e ageusia, ou perda do paladar. Tais lesões podem ser secundárias a traumas ou tumores (TORTORA, 14ª ed.). NERVO VAGO, X PAR ↠ O nervo vago (X) é um nervo craniano misto que passa pela cabeça e pelo pescoço até o tórax e o abdome (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O nervo vago, o maior dos nervos cranianos, é misto e essencialmente visceral. Emerge do sulco lateral posterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se reúnem para formar o nervo vago (MACHADO, 3ª ed.). ↠ O nervo vago possui três núcleos: (1) o núcleo motor principal, (2) o núcleo parassimpático e (3) o núcleo sensitivo (SNELL, 7ª ed.). ↠ Ele tem este nome devido a sua ampla distribuição no corpo. No pescoço, ele é medial e posterior à veia jugular interna e à artéria carótida comum (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Neste longo trajeto, o nervo vago dá origem a numerosos ramos que inervam a laringe e a faringe, entrando na formação dos plexos viscerais que promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais (MACHADO, 3ª ed.). ↠ O vago possui dois gânglios sensitivos, o gânglio superior (ou jugular), situado ao nível do forame jugular, e o gânglio inferior (ou nodoso), situado logo abaixo desse forame (MACHADO, 3ª ed.). ↠ Entre os dois gânglios, reúne-se ao vago o ramo interno do nervo acessório (MACHADO, 3ª ed.). ↠ Os axônios sensitivos do nervo vago se originam da pele da orelha externa para enviar informações sensitivas táteis, álgicas e térmicas; de alguns receptores gustativos na epiglote e na faringe; e de proprioceptores em músculos do pescoço e da faringe. Além disso, este nervo apresenta axônios sensitivos derivados de barorreceptores no seio carótico e de quimiorreceptores nos glomos paraórticos (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A maior parte dos neurônios sensitivos se origina de receptores da maioria dos órgãos situados nas cavidades torácica e abdominal, transmitindo sensações (como fome, plenitude e desconforto) destes órgãos (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os corpos celulares destes neurônios sensitivos estão localizados nos gânglios superior e inferior; seus axônios então passam pelo forame jugular e terminam no bulbo e na ponte (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os neurônios motores branquiais, que percorrem uma curta distância junto com o nervo acessório, se originam de núcleos bulbares e suprem músculos da faringe, da laringe e do palato mole que são utilizados na deglutição, na vocalização e na tosse (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Historicamente estes neurônios motores foram chamados de nervo acessório craniano, mas, na verdade, estas fibras pertencem ao nervo vago (X) (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os axônios de neurônios motores parassimpáticos do nervo vago se originam de núcleos bulbares e inervam os pulmões, o coração, glândulas do trato gastrintestinal (TGI) e músculos lisos das vias respiratórias, do esôfago, do estômago, da vesícula biliar, do intestino delgado e de boa parte do intestino grosso. Os axônios motores parassimpáticos estimulam a contração dos músculos lisos do TGI, para auxiliar na motilidade deste trato, e na Axônios sensitivos - receptores Glânglios superior e inferior Forame jugularBulbo e ponte 11 @jumorbeck secreção das glândulas digestórias; ativam músculos lisos das vias respiratórias para diminuir seu calibre; e diminuem a frequência cardíaca (TORTORA, 14ª ed.). Desequilíbrio homeostático: Lesões do nervo vago(X), secundárias a doenças como traumas ou tumores, causam neuropatia vagal, ou interrupção no envio das sensações de vários órgãos das cavidades torácica e abdominal; disfagia, ou dificuldade em engolir; e taquicardia, ou aumento da frequência cardíaca (TORTORA, 14ª ed.). NERVO ACESSÓRIO, XI PAR ↠ O nervo acessório (XI) é um nervo craniano branquial. Historicamente ele foi dividido em duas partes: um nervo acessório craniano e um nervo acessório medular. Atualmente classifica-se o nervo acessório craniano como parte do nervo vago (X) (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O “antigo” nervo acessório medular é o que discutiremos. Seus neurônios motores se originam dos cornos anteriores dos primeiros cinco segmentos da parte cervical da medula espinal. Seus axônios deixam a medula espinal lateralmente, unindo-se mais adiante; sobem pelo forame magno, e então saem pelo forame jugular junto com os nervos vago e glossofaríngeo (TORTORA, 14ª ed.). ↠ O nervo acessório transmite impulsos motores para os músculos esternocleidomastóideo e trapézio com o objetivo de coordenar os movimentos da cabeça (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Os axônios sensitivos deste nervo, derivados de proprioceptores dos músculos esternocleidomastóideo e trapézio, começam seu curso em direção ao encéfalo no nervo acessório; entretanto, eles acabam deixando este nervo para se juntar a nervos do plexo cervical. A partir do plexo cervical, estes axônios entram na medula espinal por meio das raízes posteriores dos nervos cervicais; seus corpos celulares estão localizados nos gânglios sensitivos destes nervos. Na medula espinal, os axônios então ascendem em direção a núcleos bulbares (TORTORA, 14ª ed.). O nervo acessório é formado por uma raiz craniana (ou bulbar) e uma raiz espinhal. A raiz espinhal é formada por filamentos radiculares que emergem da face lateral dos cinco ou seis primeiros segmentos cervicais da medula e constituem um tronco comum que penetra no crânio pelo forame magno A este tronco reúnem-se os filamentos da raiz craniana que emergem do sulco lateral posterior do bulbo. O tronco comum atravessa o brame jugular em companhia dos nervos glossofaríngeo e vago, dividindo-se em um ramo interno e outro externo. O ramo interno, que contém as fibras da raiz craniana, reúne- Neurônios motores Cornos anteriores da região cervical Forame magnoForame jugular 12 @jumorbeck se ao vago e distribui-se com ele. O ramo externo contém as fibras da raiz espinhal, tem trajeto próprio e, dirigindo-se obliquamente para baixo, inerva os músculos trapézio e estemocleidomastoídeo (MACHADO, 3ª ed.). Desequilíbrio homeostático: Se o nervo acessório é lesado por doenças como traumatismos, tumores ou AVE ocorre a paralisia dos músculos esternocleidomastóideo e trapézio. Nesta condição, o indivíduo não consegue elevar os ombros e tem dificuldade em realizar a rotação da cabeça. (TORTORA, 14ª ed.). NERVO HIPOGLOSSO, XII PAR ↠ O nervo hipoglosso (XII) é um nervo craniano motor. Seus axônios motores somáticos se originam de um núcleo bulbar (núcleo do nervo hipoglosso), saem do bulbo pela sua face anterior, e passam pelo canal do nervo hipoglosso para então inervar os músculos da língua. Estes axônios conduzem impulsos nervosos relacionados com a fala e a deglutição (TORTORA, 14ª ed.). Os axônios sensitivos não voltam para o encéfalo pelo nervo hipoglosso. Em vez disso, os axônios sensitivos que se originam de proprioceptores de músculos da língua, embora comecem seu curso em direção ao encéfalo no nervo hipoglosso, deixam o nervo para se juntar a nervos espinais cervicais e terminam no bulbo, entrando na parte central do sistema nervoso pelas raízes posteriores dos nervos espinais cervicais (TORTORA, 14ª ed.). Desequilíbrio homeostático: Lesões do nervo hipoglosso (XII) podem causar dificuldades na mastigação; disartria (dificuldade para falar); e disfagia (TORTORA, 14ª ed.). Artigos Disfunção do olfato e paladar em pacientes com COVID-19: uma revisão bibliográfica (SILVA et. al, 2021) Vários estudos mostraram uma associação entre COVID-19 e sintomas quimiossensoriais, como disfunção olfatória e disgeusia. A disfunção olfatória inclui uma perda completa do olfato (anosmia); diminuição do olfato (hiposmia) ou distorção do olfato (disosmia). A patogênese relacionada às alterações no olfato e no paladar em pacientes com COVID-19 ainda não é totalmente compreendida. Acredita-se que as alterações no sentido do olfato se originem de danos ao bulbo olfatório ou nervo olfatório causados pelo vírus. Foi relatado que o vírus causa danos diretamente na cavidade oral e no epitélio olfatório por meio dos receptores da enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2). Descobriram que o vírus se liga aos receptores ACE no epitélio nasal e causa degeneração da mucosa nasal e subsequente inflamação e dano aos receptores neurais responsáveis pelo olfato. Outra hipótese, atualmente a mais aceita, sugere as alterações diretas do sistema nervoso central pelo vírus. Paralisia isolada do nervo abducente associada à doença por coronavírus: acompanhamento de 8 meses (MEDEIROS et. al., 2019) O SARS-CoV-2 possui capacidades neurotrópicas e neuroinvasivas. Neurite óptica bilateral, papiledema e paresia aguda do nervo craniano (NC), incluindo envolvimento do nervo abducente e oculomotor, foram relatados. Paciente do sexo masculino de 48 anos que apresentou paralisia isolada do nervo abducente após COVID-19, sem evidência de envolvimento do NC em neuroimagem. Além disso, descreveu-se a melhora completa e espontânea do caso em um período de 8 meses. O SARS-CoV-2 usa a enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2) para invadir células humanas. Como os receptores ACE2 estão presentes nas células e neurônios da glia, eles concluíram que parte do comprometimento neurológico na COVID-19 pode ser devido a lesão neurológica viral direta ou os mecanismos autoimunes e neuroinflamatórios indiretos. Ageusia e anosmia na covid-19: manifestações de interesse na odontologia (VIEIRA; CASAIS, 2020) Os distúrbios do paladar têm, na maioria dos casos, origem em uma disfunção olfativa. O paladar e olfato, atuam de maneira conjunta e conceituam-se como sentidos, cujos receptores são estimulados por sentidos químicos. São intermediados pelo sistema nervoso periférico, que identificam os estímulos sensoriais, na cavidade oral e nasal, e encaminham a informação para o sistema nervoso central. O paladar é a sensação que nos permite diferenciar sabores, como doce, amargo, salgado e azedo. Esta percepção é decorrente da presença de estruturas na língua, denominadas de papilas gustativas, as quais são formadas por três tipos de células: células receptoras do sabor, células de suporte e células precursoras ou basais. As células receptoras do sabor, encontradas nas papilas gustativas, são inervadas por neurônios aferentes, que transmitem a sensação até o cérebro, por três nervos cranianos: 13 @jumorbeck • o ramo sensitivo do nervo intermédio (N. facial), que inerva os receptores de gosto no terço anterior da língua (corda timpano) e palato (N. petroso superficial); • Nervo glossofaríngeo, que inerva os receptores na porção posterior da língua; • Nervo vago (N. laríngeo superior), que inerva os receptores na orofaringe e porção faríngea da epiglote. No olfato, a informação sensorial é transmitida ao cérebro por meio dos bulbos olfatórios e difere do paladar, pois é inervado por apenas um nervo - o olfatório, que imerge pelas perfurações da placa cribiforme e alcançam no bulbo olfatório. Estudos apontam que a perda de paladar e olfato se manifestam no início da doença pelo novo Coronavírus e em quadros leves, sendo de grande relevância considerá-los como prodrômicos, por surgirem antes mesmo de manifestações respiratórias. ReferênciasSNELL, R. S. Neuroanatomia clínica, 7ª ed., Guanabara Koogan, 2010. MACHADO A.; HAERTEL, L. M. Neuroanatomia funcional, Atheneu, 3ª ed. MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia, 3ª ed., Porto Alegra: Artmed, 2008. TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016. SILVA et. al, 2021. Disfunção do olfato e paladar em pacientes com COVID-19: uma revisão bibliográfica. Brazilian Journal of Health Review, 2021. MEDEIROS et. al., 2019. Paralisia isolada do nervo abducente associada à doença por coronavírus: acompanhamento de 8 meses. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, 2019. VIEIRA, V. S.; CASAIS, P. M. M. Ageusia e anosmia na covid- 19: manifestações de interesse na odontologia, 2020.
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