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ANA RITA CABRAL - FITS P5 ANA RITA CABRAL - FITS P5 PROBLEMA 1 - GASTRITE Objetivo 1: Compreender gastrite (tipos; fisiopatologia, quadro clínico; diagnóstico, diagnóstico diferencial) DEFINIÇÃO: Consiste na inflamação da mucosa gástrica → caracterizada pela presença de lesão celular e processo regenerativo, associado a infiltrado de células inflamatórias na mucosa gástrica, como neutrófilos plasmócitos, linfócitos e eosinófilos, em proporção variável, de evolução aguda ou crônica. GASTRITE vs GASTROPATIA: na gastrite temos inflamação, já na gastropatia se tem uma lesão celular e regeneração, mas as células inflamatórias são raras ou ausentes. TIPOS: Gastrite aguda (presença de neutrófilos): gastrite que ocorre subitamente no revestimento do estômago, estando muito associada a um agente causador como: medicamentos, infecções e estresse psíquico, além da própria alimentação influenciar nesses casos. Também apresentam curta duração e são afecções transitórias → pode causar vômitos, dor e hemorragia, assim como ulceração nos casos graves. Gastrite erosiva aguda: erosões pequenas (1-2mm) que estão limitadas à camada muscular, com áreas de hemorragia ao redor. Essas erosões podem evoluir para úlceras (Uso de AAS; Uso de AINES (risco menor com os agentes mais recentes → não inibem as prostaglandinas da mucosa gástrica); Uso de bifosfonatos (alendronato);Álcool; Refluxo biliar (após piloroplastia ou antrectomia); Estresse significativo (queimadura, sepse, traumatismo, cirurgia, choque ou insuficiência respiratória, renal ou hepática). COMO TRATAR: antissecretores + eliminar fatores precipitantes. ANA RITA CABRAL - FITS P5 Gastrite aguda pelo H. pylori: A infecção por essa bactéria é a CAUSA MAIS COMUM de gastrite crônica. Ela acomete as regiões do antro e do corpo, sobretudo, podendo causar ATROFIA e ÚLCERA PÉPTICA do estômago, estando associada com risco elevado de adenocarcinoma gástrico e proliferação de tecidos linfóides. Outras gastrites agudas: Bacteriana (exceto H. pylori) ★ H. heilmannii ★ Flegmonosa ★ Micobacteriana ★ Sifilítica ★ Viral ★ Parasitária ★ Fúngica: ocorrem usualmente em pacientes imunossuprimidos. O microorganismo encontrado com maior frequência nesses casos é a Candida albicans. ★ Lesões infecciosas: causadas por vírus ou bactérias ⇒ paciente tem febre, náusea e repugnância à comida. Também pode sem desconforto epigástrico, halitose, isso num período de 3 a 7 dias após a infecção, e persistindo por poucos dias. Existe uma perda transitória da secreção ácida. Flegmonosa ★ É bem rara e está mais presente nos pacientes pediátricos.★ É uma infecção bacteriana da mucosa muscular e submucosa do estômago, sendo observado infiltração de células plasmáticas, linfócitos e polimorfonucleares. ★ Geralmente a inflamação não ultrapassa cárdia e piloro ★ A evolução clínica é rápida, com dor epigástrica, náuseas e vômitos purulentos, constituindo sintomas comumente observados. Gastrite crônica: Apresenta aumento progressivo da inflamação da parede do estômago. Na fase inicial, é chamada de gastrite superficial ou leve quando atinge a parte mais externa da parede do estômago, enquanto que a fase final é chamada de atrofia gástrica quando a parede do estômago se apresenta quase que destruída, podendo evoluir para o CA. Aqui as erosões não são visíveis macroscopicamente, e também há alterações inflamatórias que irão culminar em atrofia do epitélio glandular do estômago. Existem 3 tipos: 1. Infecção por H. pylori → é a causa mais comum! 2. Gastrite atrófica metaplásica 3. Gastropatia química Tipo A: autoimune É a gastrite que acomete o corpo e fundo gástrico (raramente atinge antro e predomina no corpo gástrico). Também pode ser chamada de Gastrite Atrófica Metaplásica Autoimune (GAMA) → teríamos uma condição inflamatória progressiva crônica que substitui as células parietais por uma mucosa atrófica e metaplásica (isso sobretudo no corpo gástrico). Basicamente teríamos um ataque imunomediado às células parietais (ou oxínticas) gástricas → essas células são responsáveis por produzirem fator intrínseco (glicoproteína → ela permite a absorção de vitamina B12) além de secretar ácido clorídrico → esse ataque se dá pela interação entre autoanticorpos voltados contra a bomba de prótons das células parietais com células T → isso provocaria uma destruição progressiva das células parietais, causando: 1. Hipocloridria: diminuição da secreção ácida; 2. Acloridria: estômago parou de secretar ácido clorídrico. Com as células parietais estão sendo agredidas, não teremos a produção do fator intrínseco e nem da secreção do ácido clorídrico, com isso, o íleo não vai conseguir realizar absorção de vitamina B12 ⇒ isso pode culminar na ANEMIA PERNICIOSA. COMO OCORRE A ABSORÇÃO DA VITAMINA B12? células parietais produzem fator intrínseco e secretam ácido clorídrico → o fator intrínseco se une a vitamina B12 no estômago, formando complexo fator intrínseco-vitamina B12 ⇒ juntos conseguem resistir à degradação química e passam pelo intestino delgado ⇒ ao chegarem no íleo terminal, o fator intrínseco se liga aos receptores que estão na superfície epitelial do íleo⇒ isso promove absorção da vitamina B12. ANA RITA CABRAL - FITS P5 Tipo B: gastrite antral pelo H.pylori → age por meio de um tamponamento da substância gástrica. Gastrite atrófica multifocal: Distúrbio de etiologia desconhecida que acomete o antro e as áreas adjacentes do estômago. Essa doença é mais comum que a gastrite autoimune e é encontrada com mais frequência na raça caucasoide que nas demais raças. Esse tipo de gastrite é especialmente comum na Ásia, na Escandinávia e em regiões da Europa e América Latina. Como também ocorre com a gastrite autoimune, a gastrite atrófica multifocal está associada à redução da secreção de HCl, porém acloridria e anemia perniciosa não são incomuns. Outros tipos de gastrite: Gastrite linfocítica: presença de infiltrados linfocíticos densos no epitélio superficial que envolve principalmente o corpo do estômago + múltiplas nodulações com erosões centrais e hiperemia circunjacentes. Gastrite eosinofílica: infiltração eosinofílica de todas as camadas do estômago — inclusive a serosa. Gastrite granulomatosa isolada ou não infecciosa: presença de infiltrado granulomatoso. Gastrite nervosa: Também chamada de dispepsia funcional. Paciente tem sintomas semelhantes aos da gastrite, porém não há nenhum sinal de alteração patológica na mucosa do estômago. É uma anormalidade que entra na perspectiva psicológica. Desencadeada por estresse. ASPECTOS MORFOLÓGICOS GASTRITE AGUDA GASTRITE CRÔNICA Edema, hiperemia; lesões rasas da mucosa (aspectos macroscópicos); intenso infiltrado de neutrófilos da mucosa e lâmina própria; Hemorragia e necrose, com úlceras agudas múltiplas da mucosa; REGENERAÇÃO E CICATRIZAÇÃO COMPLETA DA MUCOSA GÁSTRICA APÓS ALGUNS DIAS. . Depleção de mucina, degeneração de células epiteliais (toxinas liberadas), atrofia glandular (epitélio glandular estomacal perde suas funções) e metaplasia intestinal. FISIOPATOLOGIA: A gastrite ocorre devido a quebra da barreira mucosa proveniente de alterações macro e microscópicas da mucosa do estômago + resposta inflamatória; Mucosa gástrica inflamada = MENOR produção de ácido, enzimas e muco; A luz gástrica possui um pH próximo de 1, um ambiente próprio para a digestão, mas com grande potencial de danificar a mucosa gástrica → devido a isso, existem mecanismos para proteção gástrica, como a produção de mucina, que forma uma camada de muco que promove a formação de uma camada inerte de fluido sobre o epitélio que protege a mucosa e tem pH neutro. Além disso, as áreas do estômago em que há secreção de ácido, uma “onda alcalina” capilar é gerada conforme as células parietais secretam o ácido clorídrico na luz gástrica e bicarbonato nos vasos sanguíneos GASTRITE VAI ACONTECER COMO CONSEQUÊNCIA DA PERDA DE ALGUM DESSES MECANISMOS PROTETORES; ANA RITA CABRAL - FITS P5 Os AINES inibem a síntese de prostaglandinas E2 e I2 dependente da COX, as quais estimulamquase todos os mecanismos de defesa e secreção de ácido → risco de gastrite aumenta, principalmente com o uso de ibuprofeno, aspirina e naproxeno; O uso de inibidores seletivos da COX -2 também pode causar gastrite. A lesão gástrica que ocorre nos pacientes urêmicos e naqueles infectados com H. pylori secretor de urease pode ser decorrente da inibição dos transportadores gástricos de bicarbonato pelos íons amônio FORMAS DE PERDER A PROTEÇÃO GÁSTRICA/ETIOLOGIA: Infecção pelo agente bacteriano H.pylori:➔ Em qualquer faixa etária, mas estudos mostram que são mais frequentes na infância. ➔ Transmissão: contato entre pessoa/pessoa, ou contaminação fecal/oral ou oral/oral, ou até mesmo por água contaminada. ➔ Receptores da H.pylori: seriam os carboidratos que estão nas mucinas gástricas → desenvolvem proteção da mucosa gástrica ⇒ a colonização do estômago por essa bactéria induz a gastrite crônica. Uso crônica de bebidas alcoólicas: ➔ Podem causar eritema e erosões → essas lesões rompem a barreira da mucosa gástrica → com isso, há retrodifusão dos íons H + (íons voltam em direção a mucosa); ➔ Bebida alcoólica estimula o ácido gástrico ⇒ aumenta secreção ácida. ➔ As lesões fruto da ingestão do álcool causariam um rompimento na barreira da mucosa gástrica Tabagismo: ➔ A nicotina diminui a pressão no esfíncter esofagiano inferior ⇒ facilita refluxo gastroesofágico; ➔ Diminui a atuação de medicamentos utilizados como antiácidos durante a noite. Dieta inapropriada: ➔ Os alimentos interferem na produção de substâncias e alterações da motilidade gástrica; ➔ Alimentos muito quentes → geram congestão da mucosa gástrica⇒ eleva a secreção ácida e diminui tempo de evacuação. ➔ Pimenta vermelha e páprica: possuem uma substân o cia chamada capsaicina → ela é uma substância irritante da mucosa ⇒ eleva secreção ácida e causa perda de potássio. ➔ Refrigerante a base de cola: diminuem pressão no esfíncter esofagiano inferior → isso contribui para o refluxo gastro esofágico Medicamentos: ➔ AINES e ACS. AINES Local: danificando a barreira mucosa gástrica com consequente difusão retrógrada de íons H+. Sistêmico: Bloqueia a enzima ciclooxigenase que é responsável pela síntese de prostaglandinas. Prostaglandinas A e E: Estimulam a produção de muco, bicarbonato, aumento do fluxo sanguíneo. Cox 1 (Localizadas nas células da mucosa gástrica) → produção de prostaglandinas. Cox 2 (Encontradas em macrófagos, fibroblastos e células epiteliais) → processo inflamatório. Inibidores da Cox 1- Diminuem os fatores de defesa da mucosa gástrica com agressão direta e indireta à mucosa. Inibidores da Cox 2 – Efeito trombótico -A PGI2 é um produto das células do endotélio vascular e é ativada pela COX-2. ANA RITA CABRAL - FITS P5 Os efeitos das PGI2 consistem em potente vasodilatação e inibição da agregação plaquetária e sua deficiência pode predispor a aterogênese. Estresse A saúde da mucosa gástrica vai depender de 2 grupos de fatores: 1. Fatores agressivos: H. pylori, AINES, substâncias ácidas, nicotina. 2. Fatores protetores: muco, bicarbonato, fluxo sanguíneo e prostaglandinas. FASE AGUDA: A bactéria induz hipocloridria nos primeiros 3 dias de infecção → a diminuição da secreção ácida facilita a colonização inicial e ativa vias pró-inflamatórias. Fala-se que essa hipocloridria inicial não está associada a perda de células parietais. Essas vias pró-inflamatórias vão liberar algumas citocinas, como a Il-1B (mais precoce das citocinas, é a que tem maior poder de inibição ácida) e IL-8 ( principal citocina envolvida na resposta inflamatória, sendo responsável pela infiltração de neutrófilos), assim como exotoxina chamada vacA → elas vão inibir a bomba de protões. ★ Envolve preferencialmente o antro gástrico;★ Não é atrófica.★ Intensa infiltração neutrofílica da mucosa e da lâmina própria SEM TRATAMENTO ADEQUADO, A FASE AGUDA PODE EVOLUIR PARA CRÔNICA: A bactéria abrange além do antro, o corpo gástrico → a resposta inflamatória vai começar a induzir uma secreção exagerada de gastrina pelas células G do antro e uma diminuição de somatostatina, com resultante incremento de secreção ácida. Ao decorrer dessa inflamação crônica, há uma perda gradual das células G e das células parietais ⇒ com isso, há uma diminuição da secreção ácida e com desenvolvimento de atrofia gástrica e metaplasia intestinal. Com essas modificações, a bactéria consegue migrar para o corpo gástrico, além da atrofia e da hipocloridria → está é ainda potencializada pela ação de algumas citocinas, como a IL-1B. FISIOPATOLOGIA + H.pylori Transmitida via: oral-oral; fecal-oral; iatrogênica (procedimentos médicos/cirúrgicos) A bactéria é heterogênea, ou seja, possui uma falta de clonalidade (CADA INDIVÍDUO INFECTADO CARREGA UMA CEPA DISTINTA, que pode ocorrer devido a adaptação bacteriana ou rearranjo de dna) Na fase aguda a bactéria induz a hipocloridria (diminui produção de ácido clorídrico) → aumenta pH do estômago → facilita a colonização → ativa vias pró-inflamatórias, que ativam a resposta inflamatória → secreção exagerada de gastrina pelas células G do antro + diminui somatostatina → resultando em SECREÇÃO ÁCIDA → com a cronicidade dessa inflamaçao vai haver perda gradual de células G e parietais → DIMINUI SECREÇÃO ÁCIDA → se desenvolve a ATROFIA gástrica + METAPLASIA intestinal → Essas mudanças fazem com que a H.pylori migre para o corpo gástrico com hipocloridria que é potencializada por meio da ação de citocinas como IL1 Essa fisiopatologia e caracterizada pela perda multifocal das glândulas gástricas originais QUADRO CLÍNICO → dor epigástrica: dor circunscrita que começa na região logo abaixo do esterno, osso vertical situado na parte anterior do tórax. Na prática, a queixa é de dor na boca do estômago, que se irradia para outros locais, caso surjam complicações; ➔ Quase sempre tais sintomas são agravados por alimentação, uso de bebidas alcoólicas ou situações emociona; ➔ azia ou queimação: a dor pode vir acompanhada de azia ou queimação, se houver retorno do suco gástrico por defeito no esfíncter, estrutura muscular que controla a comunicação entre esôfago ANA RITA CABRAL - FITS P5 e estômago. A azia pode piorar quando a pessoa se deita depois de uma refeição mais volumosa ou rica em gorduras; ➔ náuseas e vômitos; ➔ perda de apetite; ➔ sangramento digestivo: ocorre nos casos complicados, demonstrado pela evacuação de fezes pretas (melena) e/ou vômitos com sangue (hematêmese) SINAIS DE ALARME: sangramento GI; perda de peso involuntária e progressiva; vômitos persistentes; anemia por deficiência de ferro; história familiar de câncer gástrico DIAGNÓSTICO CLÍNICO: GASTRITE AGUDA GASTRITE CRÔNICA Não se tem uma correlação entre os sintomas e os achados a nível histológico e endoscópico. Pois a maioria dos pacientes com gastrite aguda são assintomáticos, geralmente você acaba encontrando achados endoscópicos mínimos de gastrite aguda quando você faz o exame por outros motivos. ★ Caso os sintomas estejam presentes, são eles: epigastralgia, náuseas, vômitos, anorexia, eructação (arroto), distensão abdominal. A gastrite crônica por H. pylori é, geralmente, assintomática, mas pode se manifestar com epigastralgia, náuseas, vômitos, anorexia e perda ponderal. A gastrite autoimune, nos estágios avançados, apresenta-se com manifestações hematológicas (anemia ferropriva e, posteriormente, com anemia por deficiência de vitamina B12) e neurológicas (alterações cognitivas, alucinações, anormalidades da marcha, parestesia, espasticidade). Raramente há sintomas dispépticos. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL GASTRITE AGUDA GASTRITE CRÔNICA Raramente são necessários exames laboratoriais nos casos de “gastrite aguda”, exceto pela realização do hematócrito em casos de hemorragia digestiva alta significativa ou para diagnóstico nos raros casos de gastrite de etiologia específica. Gastrite autoimune: ➔ Dosagem de autoanticorpos, que seria antifator intrínseco e anti célula parietal; ➔ Além disso, se tem avaliação cinética do ferro e dosagem de vitamina B12; ➔ Porém, se tem incrementadonovos métodos mais sensíveis: dosagem de homocisteína ou do ácido metilmalônico; DIAGNÓSTICO POR IMAGEM GASTRITE AGUDA GASTRITE CRÔNICA O diagnóstico é estabelecido, basicamente, pela endoscopia digestiva alta (podendo ser observados hiperemia, edema e espessamento da mucosa gástrica, além de erosões) e realização de biópsias da mucosa gástrica. No caso de pesquisa por H. pylori, além do exame histopatológico, utiliza-se, também, o teste da A endoscopia digestiva alta permite a avaliação de áreas de nodularidade em antro, sugestivo de infecção pelo H. pylori, bem como de áreas de atrofia e metaplasia. Na gastrite autoimune estabelecida, a endoscopia, com realização de múltiplas biópsias em antro, incisura angular e corpo, permite a avaliação do grau de atrofia, da ANA RITA CABRAL - FITS P5 urease. presença e do tipo de metaplasia intestinal, e, finalmente, de displasia na vigilância endoscópica para adenocarcinoma gástrico, sobretudo com utilização de novas tecnologias, como narrow band imaging (NBI). DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ● Dispepsia funcional (consenso Roma III (pelo menos 1 dos sintomas nos últimos 3 meses) Dor epigástrica; Pirose epigástrica; Saciedade precoce) ● Colelitíase. ● DRGE: queimação retroesternal e regurgitação ● Neoplasia gástrica. ● Pancreatite ● Angina e infarto OBJETIVO 2: Compreender o mecanismo de ação (IBP, ANTIÁCIDO) IBP ● Ação por meio da inibição irreversível da H+/K+ - atpase (bomba de protons) que constitui a etapa final/terminal na via de secreção ácida ● Reduz 95% da produção diária de ácido ● Deve ser administrado pelo menos 30 min antes de comer → pois isso estimula a produção de gastrina → ativa a bomba de prótons → ambiente ácido → ativação da pró droga. ● Causam redução de vitamina B12. ● Omeprazol; lansoprazol; rabeprazol; pantoprazol e esomeprazol. ANTIÁCIDO ● Neutralizam o ácido gástrico, com consequência de aumento do pH gástrico → inibição da atv péptica ● Aumento do pH intragástrico → estimula secreção de gastrina pelas glândulas pilóricas → secreção compensatória de ácido clorídrico e pepsina ● Podem levar ao aumento da produção/liberação de prostaglandinas e manutenção da microcirculação ● Hidróxidos de magnésio e alumínio, carbonato de cálcio e o bicarbonato de cálcio ANA RITA CABRAL - FITS P5 OBJETIVO 3: Conhecer os tratamentos farmacológico e não farmacológicos para gastrite NÃO FARMACOLÓGICO Afastar os agentes etiológicos. Dieta, fumo, antiinflamatórios, álcool, café em excesso. Evitar alimentos gordurosos, condimentados, refrigerantes. FARMACOLÓGICO REDUZ ACIDEZ: ★ Antiácidos ★ Antagonistas dos receptores H2 ★ Inibidores da bomba de H+ PROTEGE MUCOSA: ★ Sucralfato; ★ Compostos de bismuto; ★ Análogos das prostaglandinas. GASTRITE AGUDA GASTRITE CRÔNICA GASTRITE EROSIVA AGUDA: IBP por 2 a 4 semanas: ★ Omeprazol e rabeprazol 20mg/dia; ★ Lansoprazol 30mg/dia; ★ Pantoprazol ou esomeprazol 40mg/dia. GASTRITE CRÔNICA PELO H. PILORY: Tratamento por 7 a 10 dias. Há várias opções disponíveis, sendo a mais utilizada: ➔ Inibidores de bomba de prótons (omeprazol e rabeprazol 20 mg, lansoprazol 30 mg, pantoprazol ou esomeprazol 40 mg) 2x/dia + amoxicilina 1 g 2x/dia + claritromicina 500 mg 2x/dia. Deve-se realizar controle de cura por meio de biópsias via endoscopia digestiva alta, teste respiratório da urease ou pesquisa de antígenos fecais do H. pylori após pelo menos, 4 semanas do fim do tratamento e de 2 semanas sem uso de inibidores de bomba de prótons. Caso haja falha na erradicação do H. pylori, emprega-se novo regime terapêutico, sendo comumente usado: inibidores de bomba de prótons 2x/dia + amoxicilina 1 g 2x/dia + levofloxacino 500 mg/dia por 10 dias GASTROPATIA HIPERTENSIVA PORTAL : Uso de betabloqueadores não seletivos. Exemplo: propranolol ou nadolol. GASTRITE AUTOIMUNE: Reposição de cobalamina – administração intramuscular diária de 5.000 mcg durante 5 dias, seguida de manutenção de novas injeções intramusculares de 5.000 mcg a cada 3 meses, além da avaliação da necessidade de reposição de ferro. GASTRITE NÃO EROSIVA POR H. PILORY: Tratamento de 7 a 10 dias. Exemplos: ★ inibidores de bomba de prótons (omeprazol e rabeprazol 20 mg, lansoprazol 30 mg, pantoprazol ou esomeprazol 40 mg) 2x/dia + ANA RITA CABRAL - FITS P5 amoxicilina 1 g 2x/d + claritromicina 500 mg 2x/dia. TRATAMENTO CIRÚRGICO OBJETIVO 4:Entender o exame físico do abdome O abdômen pode ser dividido de 3 formas: 1ª divisão: hemiabdome superior, médio e inferior ou “andares” (andar superior do abdômen, por ex). 2ª divisão: 4 quadrantes; QSE, QSD, QIE, QID. 3ª divisão: 9 quadrantes; epigástrio, mesogástrio, hipogástrio, hipocôndrios (direito e esquerdo), flancos (direito e esquerdo) e fossas ilíacas (direita e esquerda) INSPEÇÃO ● Aparência da pele, tecido, musculatura, e a circulação venosa. ● Lesões na pele, coloração, manchas, distribuição dos pelos, estrias Parâmetros que devem ser investigados: ● Forma e volume: normal; globoso (ascite-gravidez-etc); avental (acumulaçao de gordura); escavado; batraquio ● Simetria ● Cicatriz umbilical (sinal de cullen e de Gray turner) ● Abaulamento/retração ● Veias superficiais ● Cicatrizes Flanco direito= colecistectomia Flanco esquerdo= colectomia Fossa ilíaca direita = apendicite Fossa ilíaca esquerda =hermiorrafia Hipogástrico= histerectomia INSPEÇÃO DINÂMICA ● Movimentos Respiratórios= toracoabdominal Pulsações da aorta abdominal Movimentos peristálticos visíveis ● Contorno Pede se para o paciente respirar ANA RITA CABRAL - FITS P5 fundo e prender a respiração. (Manobra de valsava) realizada ao se exalar forçadamente o ar contra os lábios fechados e o nariz tampado Contorno normal: liso e simétrico Pode pedir para o paciente também levantar a cabeça isso produz uma proeminência muscular e massas superficiais. AUSCULTA A ausculta do abdome deve ser efetuada antes da percussão ou da palpação, manobras que modificam as características dos sons intestinais. ● Nessa etapa será avaliado a peristalse, nas 4 regiões do abdômen e os ruídos hidroaéreos (em teoria permanecer 3 minutos em cada quadrante) ● Sopros (normal é não ouvir sopro) Aorta abdominal (região epigástrica Artéria renal (na fronteira entre e flancos e mesogástrica Artéria ilíaca (crio uma linha da crista até o umbigo ai em ⅔ distais Artéria femoral PERCUSSÃO Paciente em decúbito dorsal Os sons do abdômen são: timpanismo, e maciço Timpânico: é percebido em quase todo abdômen, sendo mais nítido no fundo do estômago (espaço de traube) Maciço: percebido no fígado, baço, ascite A percussão do abdômen tem como objetivo determinar o limite do fígado. ● Geral: ● Primeiro percuta todas as regiões do abdome para uma noção do timpanismo e da macicez globais. O som timpânico é o predominante porque o ar está presente no estômago e nos intestinos. Um som maciço é ouvido sobre os órgãos e as massas sólidas ● HEPATIMETRIA: Percutir seguindo a linha hemiclavicular de cima para baixo (delimitação da borda superior do fígado) e de baixo para cima (delimitação da borda inferior do fígado), até escutar um som menos timpânico ou maciço(tamanho normal: de 6 a 12cm). ● Fígado→ som maciço. ● PERCUSSÃO DO BAÇO: É difícil ou até impossível avaliar o baço. Logo, avaliamos através do Espaço de Traube (linha axilar anterior, acima do rebordo costal esquerdo, do sexto ao nono espaço intercostal). ● Espaço de Traube→ som timpânico PALPAÇÃO ● Palpação superficial, ver se tem alguma resistência, hipersensibilidade, massas ● Palpar as 9 regiões COM UMA mão só,espalmada ● Palpação profunda ● Colocar a mão dominante embaixo e a outra em cima em movimentos de empurrar, na EXPIRAÇÃO PROFUNDA ● Movimentos profundos e circulares nas 9 regiões FÍGADO ● Manobra Lemos Torres :Manter-se à direita e colocar sua mão esquerda na região dorsal direita do paciente e fazer ANA RITA CABRAL - FITS P5 uma tração anterior desta. A mão direita é colocada sobre o abdome, iniciando-se a palpação com movimentos, da crista ilíaca direita até a borda inferior hepática direita BAÇO● Posição de Schuster: direita do paciente em decúbito lateral direito. Com a perna direita estendida e a esquerda flexionada encostando o joelho na maca e a mão esquerda sobre a cabeça O médico fica à direita do paciente e inicia se a palpação com uma mão na região dorsal esquerda e a outra papando da cicatriz umbilical ao rebordo costal esquerdo em encontro ao baço ● BIMANUAL: Nesta, com o paciente em decúbito dorsal, o examinador localizado à direita do paciente, posiciona sua. Mão esquerda na região lombar esquerda do paciente, de modo a promover um rechaço do baço para frente, em direção à parede abdominal e, com a sua mão direita palpa-se da crista ilíaca esquerda até o rebordo costal esquerdo em busca do baço. RINS ● Geralmente não são palpáveis. Para palpar o rim direito ficamos ao lado direito do paciente, e vice-versa. ● Devemos colocar uma mão abaixo e ● outra acima do paciente, mais ou menos abaixo do rebordo costal → tentar encontrar essas duas mãos. MANOBRAS DOLORIDAS ● MACICEZ MÓVEL: Pede para o paciente deitar de lado (Direita: o líquido desce—som maciço /// Esquerdo—som vai estar timpânico) ● Semicírculo de Skoda: Paciente em decúbito dorsal o líquido extravasa então na ponta da barriga vai estar timpânico e nas laterais o som vai estar maciço ● Teste de onda líquida: Pede para o paciente colocar a mão no meio do abdômen e uma mão nos flancos e a outra vai dar um peteleco no caso de ascite o líquido vai ser transmitido e vai ser percebido na outra mão Punho percussão das lojas renais ● Sinal de GIORDANO → Realiza na 11º e 12º costelas flutuantes → Se positivo pode ser litíase e pielonefrite aguda APENDICITE COLECISTITE Sinal de Blumberg: Dor à descompressão brusca no ponto de McBurney—traça uma linha entre a crista ilíaca antero superior e divide em 3, no meio é o ponto Sinal de Murphy: Fica no hipocôndrio direito, abaixo do rebordo costal e pede pra inspirar profundamente e o paciente para de inspirar e sente dor ANA RITA CABRAL - FITS P5 Sinal de Rovsing: Palpação da fossa ilíaca esquerda e sentir dor no outro ( fossa ilíaca direita) Sinal do Obturador: Para realizá-lo, com o paciente em decúbito dorsal, faz-se a flexão passiva da perna sobre a coxa e faz uma rotação interna da coxa. Dá-se positivo quando se refere dor no hipogástrio. Sinal de Psoas: Pede para o paciente ficar em decúbito lateral contralateral do lado que vai ser analisado o músculo psoas. Com as mãos sobre a cabeça e o médico irá tracionar as fibras do músculo psoas atrás do paciente ANA RITA CABRAL - FITS P5 PROBLEMA 2 - REFLUXO OBJETIVO 1: Compreender o refluxo (definição, fatores de risco, etiologia, quadro clínico, diagnóstico, tratamento)(lembrar do procinético para o controle do refluxo); DEFINIÇÃO REFLUXO: consiste no retorno do conteúdo do estômago para o esôfago e em direção à boca, causando dor e inflamação constante da parede do esôfago (FISIOLÓGICO) DRGE: quando o refluxo ocorre de forma crônica e persistente e provoca complicações clínicas ou laboratoriais → refluxo ocorre em maior frequência, maior duração e intensidade dos sintomas, como pirose e regurgitação. Segundo Consenso Brasileiro de Doença do Refluxo Gastroesofágico DRGE consiste em uma afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes a ele, acarretando um espectro variável de sintomas e/ou sinais esofagianos e/ou extra-esofagianos, associados ou não a lesões teciduais. CLASSIFICAÇÃO Doença do refluxo erosiva (DRE): com sintomas típicos e lesões na mucosa esofagiana; Doença do refluxo não erosiva (DRNE): com sintomas típicos e sem lesões de mucosa É feita de acordo com os achados endoscópicos: Grupo 1: com lesão da mucosa esofágica → esofagite erosiva e esôfago de Barrett Grupo 2: sem lesão da mucosa esofágica → DR endoscopia-negativa ou DR não erosiva (DRNE) FATORES DE RISCO ● Hérnia de hiato: porção do estômago proximal vai para dentro do tórax, assim ocorre o deslocamento para cima do esfíncter esofágico inferior ● Obesidade: os episódios de refluxo tendem a diminuir quando a pessoa emagrece → aumenta a pressão intra - abdominal, levando ao aumento do gradiente de pressão gastroesofágico, podendo levar ao hérnia hiatal → paciente do problema ● Refeições volumosas antes de deitar → de alimentos ou ingesta muito rápida, levando a distensão do fundo gástrico. ● Alimentos gordurosos, chocolate e hortelã diminuem o tônus do esfíncter; ● Gravidez, atraso no esvaziamento gástrico e depressivos do SNC ● Aumento da pressão intra-abdominal ● Ingestão de alimentos como café, chá preto, chá mate, chocolate, molho de tomate, comidas ácidas, bebidas alcoólicas e gasosa. ● Medicamentos que afetam o funcionamento do esfíncter esofágico inferior incluem os que têm efeito anticolinérgico (como muitos anti-histamínicos e alguns antidepressivos), bloqueadores dos canais de cálcio, progesterona e nitratos. ● Crianças pequenas → fragilidade dos tecidos existentes na transição entre o estômago e o esôfago. ANA RITA CABRAL - FITS P5 ETIOLOGIA ● Alterações no esfíncter que separa o esôfago do estômago e que deveria funcionar como uma válvula para impedir o retorno dos alimentos; ● Hérnia de hiato provocada pelo deslocamento da transição entre o esôfago e o estômago, que se projeta para dentro da cavidade torácica; ● Fragilidade das estruturas musculares existentes na região ● OBS:No EEI (localizado na junção esofagogástrica) é onde ocorrem os principais mecanismos desencadeadores do DRGE e principalmente onde o tratamento vai ocorrer. 1. Relaxamento transitório do esfíncter esofágico inferior RTEEI (não associado à deglutição, é patológico) O relaxamento é gerado pelo reflexo vasovagal anômalo estimulado pela distensão gástrica. Ao contrário dos relaxamentos desencadeados pela deglutição, os relaxamentos patológicos são mais duradouros (> 10 segundos) e não são seguidos de peristalse esofagiana eficaz (a peristalse ajudaria a “limpar” os conteúdos refluídos, diminuindo a exposição da mucosa). 2. Hipotonia do EEI: A pressão média do EEI costuma ser normal (entre 10-30 mmHg) em indivíduos com DRGE, mas em indivíduos com hipotonia, ela fica <10mmHg. Causas: esclerose sistêmica (pela fibrose e atrofia da musculatura esofagiana), lesão cirúrgica do EEI (ex.: após esofagomiotomia de Heller), tabagismo, uso de drogas com efeito anticolinérgico ou miorrelaxante (ex.: agonistas beta-adrenérgicos, nitratos, antagonistas do cálcio) e a gestação. Esofagite erosiva, colecistocinina (CCK) e secretina. 3. Hérnia hiatal: EEI e o diafragma não ficam no mesmo nível (sobrepostos), isso gera a hérnia de hiato. O EEI passa a não contar mais com a ajuda da musculatura diafragmática como reforço mecânico à sua função de barreira. Posição inapropriada do EEI (que passa ficar dentro da cavidade torácica, local onde a pressão externamente exercida sobre ele é menor). Nem toda hérnia hiatal gera DRGE 4. Acid Pocket: Bolsão de ácido “ boiando” acima do bolo alimentar depois de comer muito (no fundo gástrico). Refluindo para o esôfago em seguida 5. Gastroparesia: Diminuição da motilidade gástrica que gera retardo no clearance gástrico ou esvaziamento gástrico. O alimento pode retornar para o esôfago. 6. Dismotilidade esofágica ANA RITA CABRAL - FITS P5 Mecanismos de defesa anti-refluxo (impede que o conteúdo gástrico fique no esôfago ):Peristalse esofagiana; Resistência Epitelial ; Elementos anatômicos; Esfíncter inferior do esôfago EEI (zona na região da junção esôfago gástrica, com capacidade de contração mais rápida , nessa região a pressão é maior que em qualquer outro lugar do esôfago. Esse esfíncter permite que o esôfago fique permanentemente fechado, para evitar a passagem de conteúdo gástrico para o esôfago QUADRO CLÍNICO TÍPICOS ATÍPICOS Pirose (queimação retroesternal) Esofágicas: odinofagia, dor torácica não cardíaca (como a dor pode irradiar para garganta, ombro ou dorso, ela pode ser confundida com angina do peito). Pulmonares: tosse crônica, hemoptise,bronquite, bronquiectasias, pneumonias de repetição Regurgitação Otorrinolaringológicas: rouquidão, pigarro, laringite posterior crônica, sinusite crônica, otalgia, otite média, laringoespasmo, granulomas e pólipos de laringe, faringite SINAIS DE ALARME: anemia, hemorragia digestiva, emagrecimento, disfagia e odinofagia. Orais: desgaste no esmalte dentário, halitose, aftas, alterações gengivais DIAGNÓSTICO ANA RITA CABRAL - FITS P5 TRATAMENTO MEDIDAS FARMACOLÓGICAS Bloqueadores de hidrogênio Mecanismo de ação: ligam de modo reversível aos receptores de H2 da células parietal, inibindo a resposta secretória ácida desses receptores; Cimetidina, ranitidina, famotidina e nizatidina; Diminuição do ácido gástrico em até 65%. Agentes procinéticos Aceleram o esvaziamento gástrico – maior pressão no esfíncter inferior; Mecanismo de ação: estímulo à motilidade TGI por ação direta sobre o músculo liso entérico ou interação com neurônios do SNE. Inibidores da bomba de prótons (IBP) Inibição da produção do ácido gástrico; Mecanismo de ação: inibem seletiva e completamente a bomba de prótons H+K+ATPa se na membrana da célula parietal, suprimindo a secreção gástrica ácida; Reduz o ácido em até 90%; Omeprazol, lansoprazom, pantoprazol, rabeprazol e esomeprazol. MEDIDAS CIRÚRGICAS Pacientes com sintomas crônicos e que não respondem bem aos fármacos. OBJETIVO 2: Entender a evolução do refluxo para o esofago de Barret e esofagite; ESÔFAGO DE BARRET (Metaplasia Intestinal) ● Exposição ácida prolongada + lesão alcalina (possivelmente) = substituição de epitélio estratificado escamoso normal do terço distal do esofago por epitélio colunar metaplásico do tipo intestinal (agressão e presença de células caliciformes) ANA RITA CABRAL - FITS P5 ● Refluxo ácido e talvez alcalino de longa duração leva a alteração histológica da mucosa esofágica distal ● Epitélio escamoso normal muda para a colunar → Presença de epitélio colunar especializado com células caliciformes e metaplasia intestinal. ● EDA: Digitações vermelho – aveludado (cor salmão) de mucosa que se estendem no sentido cefálico desde a JEG ● Múltiplas biópsias – confirmar e investigar displasia ● Displasia = risco aumentado de adenocarcinoma ( 40x superior) ● Regressão ainda não conclusiva – terapia clínica e cirurgia antirrefluxo ( o paciente fica vigiando e eventualmente biopsiando para ter certeza de que não desenvolveu câncer) ESOFAGITE POR REFLUXO ● Hiperestimulação vagal e/ou hérnia de hiato e/ou aumento da pressão intra-abdominal e/ou álcool e tabaco = RELAXAMENTO DO EEI → conteúdo gástrico atinge porção distal do esôfago → inflamação → ESOFAGITE ● O grau da inflamação causada no esôfago pelo refluxo depende da acidez do conteúdo do estômago e da quantidade de ácido que entra em contato com a mucosa do esôfago, podendo causar uma doença chamada esofagite, porque o revestimento do estômago o protege contra os efeitos de seus próprios ácidos, mas o esôfago não possui essas características, sofrendo uma sensação desconfortável de queimação, chamada azia. OBJETIVO 3:Conhecer a classificação de Los angeles; ANA RITA CABRAL - FITS P5 OBJETIVO 4: Conhecer as orientações/ condutas de controle de refluxo ANA RITA CABRAL - FITS P5 PROBLEMA 3 - DII objetivo 1 - Entender a doença de Crohn (definição, epidemiologia, fatores de risco, fisiopatologia, quadro clínico (TGI), diagnóstico(colonoscopia) , tratamento) Definição: afecção inflamatória transmural (é transmural porque se estende através da parede do intestino) e também é recidivante. Além disso, pode acometer QUALQUER segmento do tubo digestório, desde a boca até o ânus ⇒ e nessas áreas teremos uma inflamação descontínua dos segmentos digestivos acometidos → daí cada indivíduo terá uma forma diferente de manifestar os sinais e sintomas ⇒ luminal, penetrante ou fistulizante. ➔ Também é considerada uma doença sistêmica, visto que apresenta manifestações extraintestinais; EPIDEMIOLOGIA Idade de início: 20-40 anos, segundo pico 70 -90 anos Etnicidade: afro-americanos Cigarro causa a doença (diferente da RCU que ele é fator protetor) Anticoncepcional aumenta o risco (diferente da RCU que não aumenta) Apendicectomia não protege (na RCU protege) Uso de ATB no 1º ano de vida aumenta o risco FATORES DE RISCO: ● Dietas pobres em fibras e ricas em açúcar refinado ● Populações que habitam o noroeste da Europa e a América do Norte ● Tabagistas FISIOPATOLOGIA: A etiologia do processo inflamatório que culmina na doença inflamatória intestinal não é totalmente esclarecida, mas fala-se que a patogênese da doença é multifatorial, envolvendo aspectos genéticos, imunológicos e ambientais. CASCATA INFLAMATÓRIA O início da inflamação parte da predisposição genética + fatores ambientais ⇒ juntos quebrariam a barreira mucosa existente no intestino ⇒ as células parenquimatosas e hematopoiéticas sofreriam sensibilidade pelas bactérias ⇒ isso iria gerar uma resposta inflamatória imune que se dá pela ativação dos linfócitos T → iniciando uma cascata inflamatória. Seriam liberadas citocinas inflamatórias pelas células imune inatas: IL-1, IL-6 e TNF ⇒ juntas promovem fibrogênese + produção de colágeno + ativação de metaloproteinases e teciduais e produção de outros mediadores inflamatórios, além de ativar a cascata da coagulação nos vasos sanguíneos locais. Normalmente essas citocinas são produzidas em respostas a infecção e depois são eliminadas ou inibidas na hora certa para limitar a lesão tecidual ⇒ porém, na DII, essa atividade não é regulada, ocorre um desequilíbrio entre os mediadores pró-inflamatórios e anti-inflamatórios → ocorrem ativação de outras células inflamatórias pelas citocinas, como os macrófagos e células B, enquanto outras recrutam linfócitos, leucócitos inflamatórios e células mononucleares da corrente ANA RITA CABRAL - FITS P5 sanguínea para o intestino através da interação com receptores dos leucócitos e adressinas no endotélio vascular Podemos enfatizar que há 3 tipos principais de linfócitos T CD4+ que promovem a inflamação no intestino: ★ Células Th1 ⇒ secretam y-interferon (IFN) ⇒ induzem inflamação granulomatosa transmural → lembra a DC; ★ Células Th2 ⇒ secretam IL-4, IL-5, IL-13 ⇒ em combinação com células T natural killer secretam IL-13 ⇒ induzem inflamação mucosa superficial que lembra RCU; ★ Células TH17 ⇒ secretam IL-17, IL-21. OBS: também podem desempenhar funções protetoras ⇒ recrutam neutrófilos ⇒ mais associado com a DC. OBS: Polimorfismo do receptor da IL-23⇒ causa um fator de proteção contra as DII ⇒ é uma genética protetora. Fatores ambientais quebrando a barreira mucosa existente no intestino → resposta exacerbada das células T em relação às bactérias comensais do intestino → estimulando a resposta imunológica OU modificando o equilíbrio que há entre as bactérias entéricas patogênicas e comensais → Isso seria o início e reativação tanto da DC como a RCUI Existe uma relação simbiótica (uma relação entre espécies diferentes que é benéfica para ambas) entre as bactérias comensais e o intestino humano ⇒ há uma diminuição da resposta imunológica a alguns estímulos bacterianos e antígenos alimentares em que o intestino humano está exposto constantemente. Isso significa que o intestino tem um grau de inflamação crônica que não exibe doença ou anormalidade, ou seja, há um estado de tolerância. E como sabemos que a tolerância foi atingida? quando há uma inadequação regulatória da resposta imunológica anti-inflamatória. Se o indivíduo for saudável, basta retirar o patógeno para voltar ao estado de tolerância ⇒ nos pacientes em que há a doença inflamatória intestinal, o sistema imunológico da mucosa fica CRONICAMENTE ativado ⇒ ou seja, há um processo inflamatório constante. A microbiota intestinal não é considerada um fator ou efeito da inflamação, mas os portadores têm redução na colonização de microrganismos, propiciando alterações abruptas de fatores externos MODELO DA PATOGENIA DA DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL 1. Fluxo transepitelial de componentes bacterianosvai ativar respostas imunes inatas (célula dendrítica, neutrófilos) e adaptativas (células T); ANA RITA CABRAL - FITS P5 2. No indivíduo que já é geneticamente suscetível, a liberação de TNF levam o epitélio a aumentar a permeabilidade da junção do tipo tight → ou seja, permite um maior fluxo de material luminal; 3. Com essa sequência de eventos, criasse um ciclo de autoamplificação → qualquer estímulo em qualquer local pode ser suficiente para iniciar a DII. QUADRO CLÍNICO Pode acometer qualquer parte do TGI → da boca até o ânus; Quadro clínico depende da extensão e se a doença tem comportamento: inflamatório, estenótico-obstrutivo ou penetrante-fistuloso); Dor abdominal: é o sintoma principal!!! ⇒ cólica, intensa e mais presente do que na RCUI. Alguns pacientes podem caracterizar como cólica periumbilical pós prandial, mas geralmente é no QID pois na maioria das vezes o íleo terminal que é acometido. Também pode ocorrer durante o sono noturno; Cólica: aumenta antes da defecação e está associada com o trânsito do conteúdo intestinal pelo segmento intestinal inflamado e/ou estenosado; Envolvimento do esôfago? teremos odinofagia, disfagia, pirose e anorexia. Febre: 20 a 50% dos casos → pode ser pelo processo inflamatório ou pelas complicações do tipo supurativo (abscessos, fístulas) → podem ser manifestação única ou predominante; Diarreia: Pode muitas vezes acompanhar a dor abdominal. Ela é de intensidade moderada, intermitente, e ocorre mais nos casos de comprometimento difuso do intestino delgado ⇒ mais características de esteatorréia; ou isolado do cólon ⇒ fezes mais mucosanguinolentas, se confundindo com as da RCU; Sangramento retal: é menos frequente em comparação com a RCU, mas se presente traduz comprometimento dos colos. Perda de peso: pode ser um sintoma inicial. Pode ser devido a redução na ingestão de alimentos, perdas proteicas, estado de catabolismo ⇒ geralmente é corrigido com suporte alimentar adequado. Doença perianal: em 15 a 40% dos pacientes. Pode ser a primeira manifestação da doença. Pode se apresentar de 3 formas: 1. Lesões de pele: maceração,erosão, ulceração, abscessos, pregas; 2. Lesão do canal anal: fissura, úlcera, estenose com induração; 3. Fístula: baixa (canal anal => pele); alta (reto => pele), retovaginal. ANA RITA CABRAL - FITS P5 ILEOCOLITE: é a apresentação mais comum. Dor em cólica no QID junto com diarreia; Essa dor pode ser parcialmente aliviada após evacuação. Pode estar associada a: febre, massa palpável no local da dor → pode ser confundida com um quadro de apendicite aguda. ➔ Essa dor é fruto de obstrução funcional + espasmo e edema ⇒ depois essa obstrução se torna orgânica devido a fibrose e estenose; ➔ A inflamação transmural vai comprometendo a serosa e lesionando as terminações nervosas; ACOMETIMENTO EXTENSO DO INTESTINO DELGADO: os sinais são devido a má absorção, distúrbios hidroeletrolíticos, hipoalbuminemia, coagulopatias, deficiências nutricionais (exemplo: B12). A extensão e a localização anatômica da lesão vão determinar o grau de má absorção, assim como a especificidade do nutriente envolvido. ★ Comprometeu duodeno e jejuno proximal? má absorção de folatos, vitaminas, ferro, glicídios e lipídios;★ Comprometeu o íleo distal? má absorção de gorduras e de aminoácidos; ★ Comprometeu íleo terminal? má absorção de vitaminas B12 e de lipídios. ★ A depleção de potássio ocorre com certa frequência por falta de ingestão e por perda excessiva através das fezes A hipoalbuminemia: é frequente ⇒ explicada por ingestão reduzida consequente a anorexia. A anemia: é frequente ⇒ do tipo microcítica hipocrômica (eventualmente pode ser megaloblástica nas lesões sanguíneas por meio do intestino inflamado). Esses fenômenos disabsortivos somados àingestão insuficiente de calorias levam ao grande déficit de crescimento, observado em 20 a 30% dos pacientes pediátricos, especificamente nos que apresentam comprometimento do jejuno e de íleo. COLITE: sintomas parecem com os da RCUI, porém a inflamação isolada do reto não ocorre na DC, embora a doença perianal esteja presente em até um terço dos pacientes com DC. MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS / EXTRAINTESTINAIS Entre os pacientes, 36% apresentam algum tipo de manifestação extraintestinal durante o desenvolvimento da doença. A explicação se dá pela autoimunidade → as células T de memória que estão circulantes na mucosa do intestino se infiltram além do epitélio do intestino e causam reações de inflamação em outros locais. PRINCIPAL NA DC: manifestações articulares! ⇒ artrite; DC ⇒ baixa de vitamina D ⇒ aumenta risco de osteoporose e fratura; DIAGNÓSTICO: É eminentemente clínico, e geralmente o diagnóstico é feito após grande intervalo do aparecimento dos sintomas e sinais da afecção (sobretudo crianças e adolescentes). EXAMES COMPLEMENTARES EXAMES LABORATORIAIS: com o objetivo de avaliar atividade, prognóstico, se há manifestações hepáticas e pancreáticas, fenômenos dissabsortivos, estado nutricional dos pacientes ou ainda afastar outras doenças Hemograma: fase aguda ⇒ leucocitose com desvio à esquerda + linfopenia + eosinofilia moderada ou acentuada + plaquetose. Pode revelar anemia microcítica (anemia megaloblástica é mais rara). Hemossedimentação elevada na fase inicial e também proteína C reativa (PCR). ANA RITA CABRAL - FITS P5 O encontro de baixos níveis de ferro e zinco séricos podem ser secundários à pobre ingestão alimentar, perda pela mucosa inflamada do intestino ou pelo sangramento intestinal. O cálcio e o magnésio podem estar baixos devido àbaixa ingestão e/ou perda através das células epiteliais descamadas ou de sangramento intestinal. ★ Anticorpos para epítopos oligomanosídicos do fungo Saccharomyces cerevisiae (Sc) (ASCA) ⇒ são novos marcadores para DC. Presença deste anticorpo nos pacientes com DC é devido a comprometimento do intestino delgado; ★ A expressão do ASCA não seria fruto de um fenômeno de agressão ao intestino, mas sim uma resposta específica imuno mediada pela mucosa. ★ Mais frequentemente expresso nos pacientes com DC com início precoce EXAMES DE IMAGEM: Raio x de trânsito intestinal; Raio x simples de abdome; ultrassonografia (US); ultrassonografia endorretal; tomografia computadorizada de abdome (TC); ressonância magnética (RM). COLONOSCOPIA: ➔ São observadas áreas de mucosa afetadas alteradas com áreas de mucosa normal ⇒ lesões em salto; ➔ São vistas ulcerações aftóides ou úlceras extensas serpiginosas e longitudinais, permeadas por mucosa edematosa (folículos linfóides com anel de eritema em volta de si - sinal do anel vermelho) → dando aspecto macroscópico de pedras de calçamento (cobblestoning). TRATAMENTO: → PARA INDUZIR REMISSÃO: ○ DOENÇA LEVE: • Pode-se iniciar com aminossalicilatos (em especial, a sulfassalazina, na doença colônica). OBS: Esses medicamentos são derivados do ácido aminosalicílico e têm mecanismo de ação similar ao dos AINES. • Nos casos de doenças no intestino delgado, devem ser tratados com corticoesteroide. • Quando não há melhora clínica após 6 semanas de início de tratamento e em casos de contraindicação ou intolerância, tratar como doença moderada a grave. ○ DOENÇA MODERADA A GRAVE: • Iniciar tratamento com corticoesteroides (prednisona), até a redução dos sintomas e cessação da perda de peso. • Após a melhora, o corticoide deve ser desmamado. • A AZATIOPRINA, um imunomodulador, apesar de ter se mostrado eficaz em induzir a ANA RITA CABRAL - FITS P5 remissão, demora mais tempo para obter a resposta clínica, logo, não deve ser utilizado em monoterapia. OBS: A mercaptopurina também é uma opção no lugar da azatioprina. OBS: Pacientes cuja doença recorre após a retirada do corticoide são considerados “ corticodependentes”. Nesses casos, associa-se a azatioprina e, na ausência de resposta, também o alopurinoal. Na impossibilidade de utilizar a azatioprina, o metotrexato é uma opção. OBS: IMUNOBIOLÓGICOS são utilizados nos casos em que não se tem uma resposta clínica após o uso dos demais fármacos. É feito o uso de anti-TNF: Infliximabe, adalimumabeou certolizumabepegol. • Pacientes com infecções ou abcessos devem receber ATB terapia apropriada, além de drenagem cirúrgica ou percutânea conforme necessidade. • A CIRURGIA é necessária em 50% a 80% dos pacientes em algum momento no curso da doença. ○ DOENÇA GRAVE A FULMINANTE: • Os pacientes devem ser tratados em hospitais terciários, com hidratação, transfusão e suporte nutricional a critério clínico. • O tratamento inicia com hidrocortisona IV, que é substituída pelo corticóide VO após melhora clínica e passando a tratar o paciente como portador de doença moderada a grave. → TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO: ○ O tratamento inicia com azatioprina ou mercaptopurina. ○ Se o paciente entrou em remissão, com uso de metrotrexato, podemos manter esse medicamento para manter em remissão. → Falha na manutenção da remissão indica o uso de terapia anti-TNF, podendo ou não associar à azatioprina OBS: IMUNOBIOLÓGICOS PARA O TRATAMENTO DAS DII ○ Por possuir a capacidade de promover cicatrização da mucosa, tem modificado a história natural da doença com tendência à diminuição de cirurgias e/ou hospitalizações, pelo menos em curto e médio prazos (1 a 5 anos de acompanhamento). ○ O primeiro utilizado para o tratamento da DII foi o Infliximabe (IFX) ○ Esses fármacos são eficazes tanto para a fase aguda quanto na manutenção da remissão e isso motivou o uso nos casos mais graves de DII. ○ O IFX liga-se com alta afinidade a o TNF-alfa e bloqueia a interação citocina-receptor neutralizando a intensa atividade pró-inflamatória. ○ As reações adversas mais comuns são infecções, relacionadas à infusão, cefaleia e dor abdominal. A anafilaxia pode ter espectro variável. ○ O segundo anti-TNF liberado no Brasil para o tratamento tanto da DC quanto da RCU, foi o Adalimumabe (ADA) ○ Os biológicos são, no momento, as drogas de escolha para os casos mais graves e refratários de DII. ○ Para o tratamento da RCU, os únicos biológicos liberados até o momento, no Brasil, são o infliximabe e o adalimumabe. ○ Por serem agentes anti-TNF potentes, deve-se ter em mente algumas situações que configuram contraindicação para o uso, como: Infecções ativas, abcessos abdominais, tuberculose ativa, alergia ou hipersensibilidade aos componentes da droga, esclerose múltipla, neurite óptica e insuficiência cardíaca grave. ANA RITA CABRAL - FITS P5 objetivo 2- Entender retocolite ulcerativa RCUI (definição, epidemiologia, fatores de risco, fisiopatologia, quadro clínico (TGI), diagnóstico (colonoscopia), tratamento) DEFINIÇÃO Retocolite Ulcerativa (RCU) ou colite ulcerativa: é uma doença crônica da mucosa que geralmente acomete o reto e se estende até atingir parte do cólon ou todo o cólon (parte central do intestino grosso: ascendente + transverso + descendente + sigmóide). Apresenta surtos de remissão e exacerbação. 40 a 50% dos pacientes vão apresentar doença limitada ao reto e ao retossigmoide; 30 a 40% dos pacientes vão ter a doença além do sigmóide - mas ainda sem comprometer todo o cólon; 20% tem colite total. As lesões “em salto” não são observadas EPIDEMIOLOGIA: Incidência semelhante entre os homens e mulheres, principalmente entre a segunda e terceira década de vida, e se apresenta em períodos de atividade e remissão, gerando grande morbimortalidade e redução da qualidade de vida. Mais comum em indivíduos caucasianos e que vivem em áreas urbanas e industrializadas (como América do norte, Europa ocidental) em comparação a regiões em desenvolvimento (como Ásia, África e América do Sul) FATORES DE RISCO: FISIOPATOLOGIA: (citada junto com a da DC) QUADRO CLÍNICO: Diarreia mucopiosanguinolenta⇒ sobretudo porque a retocolite ulcerativa sempre envolve o reto ou colo, por isso temos elementos patológicos nas fezes ANA RITA CABRAL - FITS P5 Número de evacuações varia → mas a maioria das vezes é com frequência e em pequenos volumes; O acometimento perianal não faz parte do quadro clínico, mas praticamente em TODOS os casos o reto está acometido; Tenesmo; Apresentação álgica mais comum: QIE → geralmente não é severa e é mais devido a urgência evacuatória; Como é uma doença de mucosa, não veremos, geralmente, a formação de fístula perianal e massa palpável (plastrão inflamatório); Não são comuns achados sistêmicos e constitucionais: febre a anemia → mas podem estar presentes em pacientes com doença extensa e atividade acentuada; Anemia microcítica DIAGNÓSTICO: EXAMES COMPLEMENTARES/ EXAMES LABORATORIAIS: ➔ Anemia é sinal relativamente comum ⇒ na maioria das vezes é ferropriva → devido a sangramento crônico de mucosa intestinal. ➔ Algumas proteínas, que são as de fase aguda, podem estar elevadas, sobretudo nas exacerbações da doença → ferritina, proteína C-reativa e VSG. ➔ Hipocalcemia e hipomagnesemia ⇒ diarreia frequente; ➔ Hipoalbuminemia e hipocolesterolemia ⇒ evidenciam intensidade da desnutrição; → Perinuclear antineutrophil cytoplasmic autoantibodies (pANCA) ⇒ marcador de RCU. RADIOLOGIA: ➔ Na suspeita de megacólon tóxico (é o colo transverso maior que 6 cm de diâmetro) → faz raio x simples de abdome. COLONOSCOPIA: ➔ Mucosa nantematosa, edemaciada, exsudativa, granular e friável; ➔ Pode se ter pólipos inflamatórios (pseudopólios) formados geralmente após longo período de agressão à mucosa. ➔ Acometimento contínuo → não é visto mucosa normal entre áreas acometidas; ➔ INTESTINO DELGADO NÃO É AFETADO; HISTOLOGIA: ➔ A RCUI afeta somente a mucosa, sem comprometer as outras camadas do intestino; As criptas estão distorcidas e inflamadas (criptite), por vezes formando abscessos crípticos; ➔ Pode ocorrer depleção de células caliciformes; ➔ Não são vistos granulomas. TRATAMENTO: O tratamento da RU objetiva a cicatrização profunda da mucosa (que normalmente s e correlaciona com a melhora clínica ) e a remissão livre de corticoesteroide, sendo determinado conforme a gravidade e a extensão da doença. O tratamento pode ser feito utilizando corticoides (prednisona), aminossalicilato (mesalazina ou sulfassalazina), imunossupressor es (azatioprina, mercaptopurina , ciclosporina) e imunobiológicos (infliximabe, adalimumabe, vedo lizumabe). ➢ Proctite – mes alazina tópica, supositório ou ene ma leva a remissão em 90% dos pacientes e a manutenção da remissão e m 75% deles. ➢ Colite esquerda/extensa – quadros leves e moderados devem ser tratados com mesalazina na dose habitual, com ass ociação a corticoterapia oral. ➢ Doença grave de qualquer extensão – necessita de internação hospitalar. Deve-se excluir causa infecciosa intestinal; manter hidratação; corrigir distúrbios hidroeletrolíticos; instituir profilaxia de tromboembolismo (enoxaparina , via subcutânea); suporte nutricional; e acompanhamento multiprofissional – inclusive pela equipe de gastroenterologia cirúrgica. ANA RITA CABRAL - FITS P5 ➢ Colectomia – paciente com quadros graves sem resposta à ciclosporina ou imunobiológicos após 4 a 7 dias devem ser encaminhados para o tratamento cirúrgico. COMPLICAÇÕES Enterorragia maciça: apresentação inicial em 1% dos pacientes. Megacolo tóxico: 5% das apresentações. O megacolo tóxico é definido como uma dilatação do colo transverso além de 6 cm (no raio X simples de abdome). Metade dos casos são resolvidos com o tratamento clínico, os demais são tratados com colectomia de urgência. Perfurações:raras, mais comuns na presença de megacolo tóxico. Adenocarcinoma Colorretal: dos pacientes com RCUI,5 a 13% apresentam neoplasia maligna colorretal durante a vida. A chance é maior em pacientes com doença mais extensa e de maior duração. Portanto, obrigatoriamente se deve acompanhar todos os pacientes com mais de 10 anos de doença ou a partir do diagnóstico em pacientes com colangite esclerosante (nesse grupo, o risco elevado independe do tempo de doença). ANA RITA CABRAL - FITS P5 OBJETIVO 3- Conhecer mecanismo de ação de budesonida, mesalazina, adalimumabe Adalimumabe Consiste em um anticorpo monoclonal IgG1 totalmente humano que se liga de forma específica ao fator de necrose tumoral alfa (TNF-A) e neutraliza a função dele, por meio do bloqueio da suainteração com os receptores TNF p55 e p75 da superfície celular. Além disso, também modula as respostas induzidas/reguladas pelo TNF → incluindo as alterações dos níveis das moléculas de adesão que são responsáveis pela migração leucocitária (ELAM-1, VCAM-1 e ICAM-1) Corticosteróides → budesonida Corticosteróides têm sido empregados quando o 5-ASA se mostra ineficiente. Eles provavelmente agem pelas mesmas propriedades funcionais relativas dos processos inflamatórios. Controlam a doença por meio de modulação de fosfolipase A2, interleucina 1 (IL-1), fator alfa de necrose tumoral (TNF-á), molécula-1 de aderência aos leucócitos endoteliais (ELAM-1) e molécula-1 de aderência intercelular (ICAM-1) + lise dos linfócitos e dos eosinófilos. Mesalazina Inibe a migração de leucócitos polimorfonucleares e a lipoxigenase das células, com as concentrações alcançadas no intestino grosso durante o tratamento. A produção dos leucotrienos próinflamatórios (LTB4 e 5-HETE) pelos macrófagos da parede intestinal também é inibida. Além disso, a mesalazina inibe, em condições experimentais, a cicloxigenase e, desta forma, a liberação da tromboxana B2 e da prostaglandina E2, mas o significado clínico deste efeito não é claro. A mesalazina inibe a formação do fator de agregação plaquetária (PAF), tendo, ainda, atividade antioxidante, o que diminui a formação de produtos contendo oxigênio reativo, favorecendo a captação de radicais livres. Adicionalmente, a mesalazina inibe a secreção de água e de cloreto e aumenta a reabsorção de sódio no intestino experimentalmente OBJETIVO 4- Conhecer sintomas extrínsecos da Doença de Crohn. ANA RITA CABRAL - FITS P5 PROBLEMA 4 - CIRROSE OBJETIVO 1:Compreender a Cirrose Hepática (Definição, epidemiologia, fator de risco, tipos, fisiopatologia, complicações, quadro clínico {sinais e sintomas/ manobras }, tratamento, diagnóstico); DEFINIÇÃO É uma doença crônica caracterizada pela substituição do tecido hepático normal por fibrose difusa, que rompe a estrutura e a função do fígado Processo patológico irreversível do fígado caracterizado por fibrose e rearranjo da arquitetura dos hepatócitos com formação de nódulos de regeneração O fígado tem uma alta taxa de regeneração, porém quando ocorre a fibrose ela tende a delimitar um espaço de parênquima hepático, formando ilhas envoltas por fibrose contendo hepatócitos necrosados e alguns ativos, estes últimos tentam se regenerar porém não seguem o padrão de unidade funcional das células normais, dando origem aos nódulos de regeneração EPIDEMIOLOGIA ➔ 10 principais causas de morte no mundo → 1,1% das mortes no mundo; ➔ No BR: a taxa de mortalidade é de 4,6 por 100.000 habitantes; ➔ 40% dos pacientes com cirrose são assintomáticos → mas quando os sintomas aparecem é porque a doença já está mais avançada; E ainda em estágios terminais as manifestações são bem inespecíficas (anorexia, perda de peso, fraqueza). FATORES DE RISCO Causas principais: ★ hepatites virais crônicas B e C; ★ doença hepática alcoólica; ★ esteato-hepatite não alcoólica, que, juntas, respondem por cerca de 80% dos casos. Fatores de risco forte: abuso de álcool, uso de substâncias por via intravenosa (contrair hepatite B e C), relação sexual sem proteção, obesidade, país de nascimento. Fatores de risco fraco: transfusão sanguínea, tatuagem TIPOS COMPENSADA OU DESCOMPENSADA DE ACORDO COM A MANIFESTAÇÃO CLÍNICA Compensada: ocorre na fase inicial da doença. Geralmente o paciente encontra-se assintomático ou apresentar sintomas inespecíficos como fadiga, perda de peso, fraqueza e anorexia. ANA RITA CABRAL - FITS P5 Descompensada: paciente pode apresentar icterícia, prurido, ascite (manifestação mais comum de descompensação), edema de membros inferiores, diarreia, sangramento gastrintestinal (hematêmese, hematoquezia, melena),confusão mental, entre outros. Cirrose alcoólica: em que o tecido circunda tipicamente as áreas portais. É causada, em sua maioria, por alcoolismo crônico e é o tipo mais comum. Cirrose pós-necrótica: em que existem faixas largas de tecido cicatricial. Trata-se de um resultado tardio de um surto prévio de hepatite viral aguda. Cirrose biliar: em que a cicatrização ocorre no fígado, ao redor dos ductos biliares. Resulta de obstrução biliar crônica e infecção (colangite); é muito menos comum do que os outros dois tipos FISIOPATOLOGIA Lesão hepática ativa células de Ito e produz fatores inflamatórios (fatores de crescimento)-> ocorre deposição de matriz extracelular rica em colágeno no espaço de Disse -> causando perda de fenestração dos sinusóides hepáticos, aumento de pressão no sinusóide -> formam-se nódulos parenquimatosos e septos fibrosos que, em conjunto com irreversibilidade das alterações pode culminar em maiores complicações, como a ascite QUADRO CLÍNICO Sinais e sintomas aumentam conforme gravidade e evolução da doença. Gravidade: é utilizada para classificar o distúrbio em cirrose compensada ou descompensada: ↣ Compensada: possui sintomas menos graves e frequentemente vagos, pode ser descoberta em consequência de um exame físico de rotina. ● Febre baixa intermitente ● Aranhas vasculares ● Eritema palmar ● Epistaxe inexplicada ● Edema maleolar ● Indigestão matinal vaga ● Dispepsia flatulenta ● Dor abdominal ● Fígado aumentado e firme ● Esplenomegalia ↣ Descompensada: resulta da incapacidade do fígado de sintetizar proteínas, fatores de coagulação e outras substâncias e das manifestações da hipertensão portal. ● Ascite ● Icterícia ● Fraqueza ● Debilidade muscular ● Perda de peso ● Febre baixa e contínua ● Baqueteamento dos dedos ● Púrpura (pela ↓ contagem de plaquetas ● Equimoses espontâneas ● Epistaxe ● Hipotensão ● Pelos corporais escassos ● Unhas quebradiças ● Atrofia gonádica ANA RITA CABRAL - FITS P5 COMPLICAÇÕES Complicações da cirrose descompensada: ★ Hipertensão portal → pode desenvolver ascite e sangramento de varizes esofágicas;★ Perda da função hepatocelular → icterícia, distúrbios da coagulação e hipoalbuminemia; ★ Encefalopatia hepática; ★ PBE; ★ HDA: é um sangramento que se origina de um ponto localizado entre a boca e o ângulo de Treitz, podendo se manifestar como hematêmese, vômitos, melena e enterorragia. A HDA por hipertensão portal pode ser decorrente de sangramento por varizes esofágicas, gástricas e ectópicas e gastropatia da HP; ★ Síndrome hepatorrenal; ★ Carcinoma hepatocelular; DIAGNÓSTICO EXAME FÍSICO: icterícia das escleras, eritema palmar, angiomas aracneiformes, aumento de volume das parótidas, baqueteamento digital, atrofia muscular ou acumulação de edema e ascite. Homens podem ter redução de pelos corporais e ginecomastia. Nas mulheres, podem ocorrer amenorréia Diagnóstico é histopatológico. São solicitados também exames laboratoriais: hemograma, TP, fosfatase alcalina, bilirrubinas, albuminas, níveis séricos de sódio, AST e ALT (diante dos exames⇒ Classificação de Child-Pugh-Turcotte). Exames de imagem: USG de abdome, TC e RM. Exames de imagem mais utilizados para rastreamento e diagnóstico de HC: USG -> para rastrear; TC e RM -> diagnóstico. Outros: Esofagogastroduodenoscopia (EGD), Fibroscan. ANA RITA CABRAL - FITS P5 TRATAMENTO Trata-se de uma condição irreversível, sendo que o tratamento é baseado no manejo das complicações. 5 pilares de tratamento: anti fibrótico, nutricional , específico da causa, complicações da cirrose, transplante hepático. - Fibrose: estudos demonstraram que a colchicina pode melhorar bioquímica hepática mas não existem evidências consistentes que reduza fibrose ou aumenta sobrevida. - Nutrição: cirróticos tendem a ser desnutridos e hipercatabólicos, agravando a intensidade da disfunção. Suplementos nutricionais padrão podem ser tão efetivos quanto as formulações especiais. Não existe indicação de restrição proteica. Refeições frequentes ajudam a manter um balanço adequado. A correção de vitaminas (B , D, A, E, K) devem ser feitos, com exceção d e portadores de cirrose hepática por hemocromatose que não devem receber sais de ferro e vitamina C, porque podem agravardano hepático devido ao acúmulo orgânico de ferro. Devem evitar a ingestão de frutos do mar devido ao risco de sepse grave e morte da infecção por Vibrio vulnificus e Yersinia spp. OBJETIVO 2:Diferenciar a cirrose hepática alcoólica das não alcoólica. ALCOÓLICA NÃO ALCOÓLICA Esteato-hepatite alcoólica ou hepatite alcoólica é a lesão que faz parte da doença hepática alcoólica (DHA) - às vezes é chamada de hepatite aguda alcoólica. Primeiro, teremos a lesão inicial, que é a esteatose hepática (sem sintomas e o fígado está aumentado, sensível, liso e de superfície amarela) ⇒ ingestão contínua de álcool causa as lesões progressivas ⇒ poderemos citar esteato-hepatite alcoólica ou hepatite alcoólica, cirrose (irreversível) e carcinoma hepatocelular. A associação mais frequente da esteatose hepática alcoólica é a cirrose → lesão precursora mais comum de CHC Também pode ser chamada de: doença hepática gordurosa não alcoólica (NAFLD) OU Doença hepática gordura associada a distúrbios metabólicos (DHGDM); É uma condição em que teremos: esteatose hepática + esteatohepatite não alcoólica. Acontece sobretudo nos pacientes com resistência a insulina ou obesidade ou os que têm síndrome metabólica mas são magros. No geral, está também associado a pacientes com obesidade central, HAS e dislipidemia. Pode ser encontrada também em várias outras condições, como bypass jejunoileal, ressecção extensa do intestino delgado, jejum prolongado, lipodistrofia ou uso de alguns medicamentos, como amiodarona, metotrexato, estrógenos sintéticos, corticosteróides e fármacos antirretrovirais. Os principais mecanismos de dano hepático Hipótese de múltiplos golpes: ANA RITA CABRAL - FITS P5 associados ao consumo excessivo do álcool são: alteração de membranas, formação do acetaldeído, estresse oxidativo, formação de fibrose, desnutrição e apoptose do fígado. OBS: Estudos indicaram que o surgimento da Doença Hepática Alcoólica (DHA) está ligada não somente com o metabolismo do etanol mas também ao stress oxidativo, liberação de endotoxinas induzidas pelo etanol, ativação das célula de Kupffer e das células estreladas e redução de glutationa. Primeiro golpe) Dieta excessiva, obesidade ou resistência a insulina ⇒acúmulo de triglicerídeos nos hepatócitos → teremos mais ácidos graxos se ligando ao glicerol e formando triglicerídeos ⇒ excesso destes é tóxico para os hepatócitos. Segundo golpe) Excesso de triglicerídeos vão originar: lipotoxicidade e estresse oxidativo ⇒ vão agredir mitocôndrias e induzir liberação de citocinas pró-inflamatórias, TNF e IL-8. Terceiro golpe) Inibição da replicação de hepatócitos diferenciados e aumento da população de células progenitoras que contribuem para neoformação conjuntiva (fibrose/cirrose) e para o aparecimento do carcinoma hepatocelular CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Esteatose alcoólica ou é inócua ou origina hepatomegalia com elevações brandas de bilirrubina sérica e fosfatase alcalina; Comprometimento hepático grave é incomum; O início geralmente é depois de um episódio de consumo exagerado de bebida; A maioria dos pacientes: mal-estar, anorexia, perda de peso, desconforto abdominal superior, hepatomegalia dolorosa e febre. Achados típicos: hiperbilirrubinemia, níveis elevados de fosfatase alcalina sérica e leucocitose neutrofílica. Os níveis séricos de alanina e aspartato aminotransferases estão elevados, mas geralmente permanecem abaixo de 500 U/mL. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS É o que chamamos de oligossintomática ⇒ poucos sintomas. Então a suspeita da lesão hepática vem do quadro geral do paciente (obesidade, DM, resistência a insulina) + elevação sérica de enzimas hepáticas. Apesar de o prognóstico parecer mais favorável do que na hepatopatia alcoólica, estudos histológicos mostram lesões mais graves do que o esperado apenas pelo monitoramento clínico. Estudos com biópsias sequenciais em intervalos de 7 a 9 anos mostram evolução para cirrose em até 17% dos casos TRATAMENTO: abstinência de álcool e prescrição de dieta adequada FORMAS DE TRATAMENTO: acompanhamento e controle das condições causadoras do quadro (SM, obesidade). DIAGNÓSTICO: biópsia hepática é essencial no diagnóstico e acompanhamento das lesões. OBJETIVO 3: Conhecer o tratamento das complicações da cirrose hepática (Ascite, PBE, encefalopatia hepática.) Fibrose hepática: colchicina, propiltiouracil. Para as varizes gastroesofágicas: betabloqueadores (propranolol e nadolol), prevenir PBE: cefotaxima, ceftriaxona ácido amoxicilina-clavulanato . Ascite: paracentese de repouso e/ou diuréticos. Encefalopatia hepática: lactulose. OBJETIVO 4: Conhecer a fisiopatologia e o diagnóstico do câncer hepático derivado da cirrose. ANA RITA CABRAL - FITS P5 DIAGNÓSTICO TC com contraste endovenoso e/ou RM. Evitar biópsia percutânea. Nódulo hepático no paciente com cirrose: de acordo com o tamanho do nódulo escolher a conduta. O rastreamento deverá ser feito a cada 6 meses no paciente com fatores de risco através de USG de abdome superior. ANA RITA CABRAL - FITS P5 PROBLEMA 5 - DOR ABDOMINAL OBJETIVO 1 -Relembrar a anatomia e fisiologia do fígado e vesícula biliar ANATOMIA: Fígado: O fígado preenche a maior parte do hipocôndrio direito e do epigástrio, podendo se estender até o hipocôndrio esquerdo. - Está situado principalmente no quadrante superior direito do abdome, onde é protegido pela caixa torácica e pelo diafragma. - O fígado normal situa-se profundamente nas costelas VII a XII no lado direito e cruza a linha mediana em direção à papila mamária esquerda METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS: células hepáticas conseguem armazenam muita glicose na forma de glicogênio, quando tem pouca glicose no sangue, o glicogênio é convertido em glicose por glicogenólise. No jejum, o fígado consegue produzir glicose por meio de aminoácidos, glicerol e outros. Também converte excesso de carboidrato em triglicerídeos que são armazenados no tecido adiposo. SÍNTESE DE PROTEÍNAS E CONVERSÃO DE AMÔNIA EM UREIA (Converte amônia em ureia → esta é menos tóxica → é excretada na urina.): albumina, fibrinogênio e fatores de coagulação. ★ Degradação de medicamentos e toxinas. ★ Função de inativação de alguns hormônios, estrogênio e aldosterona. ★ Armazena vitaminas e sais minerais → ativa vitamina D. Vesícula biliar: A vesícula biliar é uma bolsa em forma de pêra localizada na face visceral do lobo direito do fígado, em uma fossa entre os lobos direito e quadrado. Possui uma extremidade arredondada que é chamado de fundo da vesícula, que se projeta na margem inferior do fígado. Há uma parte maior na fossa que é o corpo da vesícula, que se localiza sobre o colo transverso a parte superior do duodeno e uma parte estreita que é o colo da vesícula com pregas mucosas que formam a prega espiral. Se comunica com os ductos hepáticos comuns através do ducto cístico. Tem a função de armazenar a bile produzida pelo fígado, armazenamento que se dá nos períodos de jejum. FISIOLOGIA Vesícula biliar: A vesícula biliar vai armazenar a bile produzida, até que o duodeno necessite dela. Ela pode conter cerca de 40ml no seu interior, podendo ser armazenada por até 12 horas. Substâncias mais abundantes: sais biliares. mas contém também bilirrubina, colesterol, lecitina e eletrólitos → colecistoquinina irá identificar a passagem do alimento ( gordura) no ANA RITA CABRAL - FITS P5 duodeno e irá causar a contração da vesícula biliar e liberação do esfíncter de oddi, liberando a bile. durante o jejum, a bile fica armazenada na vesícula OBJETIVO 2 - Conhecer as principais causas da icterícia e os mecanismos da hiperbilirrubinemia direta e indireta. PRODUÇÃO DE BILE: Hemácias (120 dias) → rompem → libera hemoglobina → globina se liga ao grupo Heme (unid. nao peptídica → enzima heme-oxigenase → libera o ferro → forma biliverdina → biliverdina redutase → bilirrubina não conjugada → circula lig a proteína → fígado → conjuga com ácido glicurônico → bilirrubina direta → eliminada pelos canalículos ANA RITA CABRAL - FITS P5 OBJETIVO 3- Entender a diferença entre a colecistite,colangite e colecistopatia calculosa (quadro clínico, diagnóstico e tratamento clínico e cirúrgico). COLECISTITE COLANGITE COLECISTOPATIA CALCULOSA Inflamação aguda da vesícula biliar em que cálculos ou lama biliar acaba obstruindo o ducto cístico Inflamação das vias biliares devido à obstrução destas Litíase dos canais e da vesícula biliar. QUADRO CLÍNICO Dor abdominal em QSD com irradiação para a escápula (direita) e/ou ombro direito; sinais de inflamação peritoneal; cólica biliar; febre BAIXA; náuseas e QUADRO CLÍNICO Tríade de Charcot (dor abdominal + febre com calafrios + icterícia) QUADRO CLÍNICO Cólica biliar; náuseas; dor à palpação em flanco direito ANA RITA CABRAL - FITS P5 vômitos. Pêntade de Reynolds (hipotensão + rebaixamento de consciência) DIAGNÓSTICO Feito com os critérios diagnósticos (A, B e C). A) Sinais locais de inflamação: sinal de Murphy e Massa, dor e plastrão (zona de enduração de um marco inflamatório) no QSD; A) Sinais sistêmicos de inflamação: febre, elevação de proteína c-reativa e leucocitose. C) Exames de imagem sugestivos de colecistite. Suspeita diagnóstica = um sinal do item A e um sinal do item B Diagnóstico definitivo = um sinal do item A e um sinal do item B + C DIAGNÓSTICO A: inflamação sistêmica: febre e/ou calafrios B: colestase: icterícia; cultura para bactéria; leucocitose; aumenta fosfatase alcalina, gama gt, TGO e TGP. C: imagem: dilatação biliar; etiologia aparece na imagem DIAGNÓSTICO IMAGEM: US; CPRE;TM LABORATORIAIS: aumenta fosfatase alcalina e bilirrubina direta. TRATAMENTO Antimicrobiano; cuidados/suporte; AINES; colecistostomia Drenagem do tubo da vesícula biliar. TRATAMENTO Antibioticoterapia;drenagem/deso bstrução das vias biliares TRATAMENTO CPRE; AINES; opioides; anticolinérgicos;antiespasmódicos ; colecistostomia. COMPLICAÇÕES COLECISTITE: A síndrome de Mirizzi uma complicação rara na qual um cálculo biliar fica impactado no ducto cístico ou colo da vesícula biliar, causando compressão do colédoco, resultando em obstrução coledociana e icterícia. A cirurgia consiste em remover o ducto cístico, a vesícula biliar enferma e o cálculo impactado. O diagnóstico pré-operatório da síndrome de Mirizzi importante para evitar uma lesão do colédoco.
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