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Alfa-talassemia

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α-talassemia
Hematologia
HEMATOLOGIA BRENDA RODRIGUES 5° SEMESTRE 
α-Talassemia 
Características gerais 
• A α-talassemia faz parte do grupo de alterações de síntese em 
genes que codificam a hemoglobina, resultando em uma 
diminuição na sua produção, levando a graus variados de 
anemia. É uma hemoglobinopatia hereditária. 
 
 
 
• Essa talassemia decorre da deleção de genes responsáveis pela 
codificação das cadeias α-globínicas, manifestando-se devido 
a um defeito heterozigótico [talassemia menor] ou 
homozigótico [talassemia maior], ambas relacionadas à síntese 
de globina no cromossomo 16 
 
o A gravidade está associada ao n° de cópias de cadeias α-
globínicas deletadas 
 
 
• A depender do n° de genes afetados são classificadas como: 
o Normal → recebeu dois genes normais de pais saudáveis 
(αα/αα) 
o 1 → Portador silencioso | Talassemia alfa mínima 
o 2 → Traço alfa talassêmico | Talassemia alfa menor 
o 3 → Doença de HbH | Talassemia alfa intermediária 
o 4 [supressão de todos os genes → supressão por completo da 
expressão da cadeia] → Hidropsia fetal [morte in útero] | 
Talassemia alfa zero 
 
▪ Formas incomuns da alfa-talassemia não delecional são causadas por 
mutações pontuais que produzem disfunção dos genes ou, 
raramente, mutações que afetam a terminação da tradução, 
resultando em uma cadeia longa e instável 
 
• Possui elevada concentração em locais do Sudoeste Asiático e 
Chinês. Populações do Oeste Africano também são acometidas 
e, de forma esporádica, na Grécia, Oriente Médio, Itália, Índia, 
Nordeste Europeu e Brasil 
 
Hemoglobina e síntese das globinas 
• A Hb é um tetrâmetro 
composto por 2 pares de 
cadeias polipeptídicas [4 
subunidades, apresentando o 
sítio de ligação c/ o O2 – à 
medida que são preenchidos, 
maior a afinidade pelo O2], 
cada uma contendo cerca de 
141 aminoácidos ligados por 
um grupo heme. A sua função 
é transportar O2, distribuindo-
o para todas as partes do 
corpo irrigadas por vasos sanguíneos; essa distribuição inicia-se 
através da interação Hb-O2, formando o complexo oxi-Hb que, 
ao chegar às células do organismo, libera o O2 e o sangue 
arterial transforma-se em venoso, caracterizado pela carboxi-Hb. 
 
• Durante o desenvolvimento, o individuo apresenta diversos 
tipos de Hb, cada uma com uma função. 
o Fase embrionária: Gower 1 [ε2ζ2; estágio embrionário inicial], 
Gower 2 [α2ε2], Hb de Portland [ζ2γ2] 
▪ cadeias ε → cluster β – agrupados no braço curto do 
cromossomo 11 
 
▪ cadeias ζ → cluster α – agrupados no braço curto do 
cromossomo 16 
 
As hemoglobinas embrionárias (Gower-1 e Gower-2) apresentam baixa 
afinidade ao O2, fato que permite rápida liberação de O2 na fase 
embrionária inicial. A Hb Portland, pelo fato de ter a globina gama em 
sua composição, apresenta-se com alta afinidade ao O2, e sua presença é 
mais representativa na transição entre embrião e feto 
 
o Fase fetal: Hb fetal [α2γ2] 
▪ As cadeias γ serão substituídas pelas cadeias β e δ 
 
o Adultos: HbA1 [α2β2; é o tipo mais comum [97%]], HbA2 [α2δ2], 
HbF [α2γ2; < 1% → restrita a uma pequena quantidade de 
eritrócitos] 
 
o 
 
Portador silencioso | Talassemia mínima 
• É o tipo mais comum entre as talassemias alfa; 
ocorre a deleção de apenas um gene alfa [α -/ α, α] 
o Prevalência média: 17% da população brasileira 
 
• O portador é assintomático 
 
• A morfologia eritrocitária geralmente é normal 
 
• A análise eletroforética de Hb hemolisada com saponina a 1% 
pode relevar traços de HbH [tetrâmeros de cadeia beta] que 
representam condições < 1% 
 
• A pesquisa intra-eritrocitária de HbH após 30 – 60min de 
incubação com sangue com azul de cresil brilhante a 37°C 
pode relevar 1 célula positiva/1.000 – 2.000 pesquisadas 
 
o Se a análise for efetuada em sangue de cordão umbilical ou 
em RN’s, a concentração de Hb Bart’s [γ4] situa-se em < 2% 
 
▪ Nem sempre que aparece o traço HbH na eletroforese, vai resultar 
em uma pesquisa intra-eritrocitária positiva 
 
A falta de cadeias α induzem a tetramerização das cadeias beta 
[β4] e o excesso de cadeias gama da HbF a formar moléculas 
chamadas HbH, instáveis e com alta afinidade pelo O2, as quais 
precipitam as hemácias [precipitado eritrocítico] 
 
Diagnóstico da Talassemia mínima 
• Discreta microcitose [↓VCM], com Hb [g/dL] próximo do limite 
inferior da normalidade 
 
• Não-responsiva ao tratamento com ferro 
o O diagnóstico presuntivo ocorre em indivíduos com anemia microcítica 
sem evidências de ser por carência de ferro 
 
• História familiar 
 
• Identificação de HbH em pelo menos um dos testes 
[eletroforese ou pesquisa citologia] 
 
Traço α-talassêmico | Talassemia menor 
• Se deve a deleção de 2 genes alfa; [- -/ α, α] ou [α -
/ α-] em heterozigose ou homozigose 
o Prevalência média: 3% da população brasileira 
 
• Os portadores, apesar de normais sob o ponto de 
vista clínico, reclamam de fraqueza, cansaço, dores nas 
pernas e palidez 
 
• Apresentam microcitose com alterações da 
morfologia eritrocitária e discreto grau de anemia 
o [Hb = 11 – 13g/dL], VCM e HCM diminuídos 
[microcitose e hipocromia] 
 
HEMATOLOGIA BRENDA RODRIGUES 5° SEMESTRE 
• Análise eletroforética da Hb hemolisada com saponina a 1% 
mostra a presença de HbH com 
concentrações próximas de 2% 
 
 
• A pesquisa intra-eritrocitária de HbH 
permite a visualização de 1 célula 
positiva/250 – 500 pesquisadas 
 
• Detecção mais sensível: sangue de 
cordão umbilical ou em RN c/ 1 mês de idade – Hb Bart’s [ɣ4] 
apresenta-se com condições > 5% - 10% 
 
Doença da HbH 
• É causada pela deleção de três genes alfa; 
[- -/- α] 
o Prevalência média: é rara no Brasil, apesar de vários 
relatos científicos provenientes de várias regiões do país 
 
• Essa patologia se expressa com uma forma 
moderadamente grave de talassemia, caracterizada por 
anemia microcítica e hipocrômica, Hb total variável [8 – 
11g/dL] 
o A Hb pode encontrar-se mais baixa se caso, 
concomitantemente, o paciente tenha infecções recorrentes ou 
utilize drogas oxidantes 
o Também é comum policromasia e reticulocitose 
 
• Pacientes apresentam hepatoesplenomegalia e, em alguns 
casos, observa-se deformidades [alterações esqueléticas] 
similares à talassemia beta intermédia 
o Também ocorre eritropoiese ineficaz moderada e hemólise 
extravascular crônica [devido a inclusão dos pontilhados, 
corroboram para a fagocitose das hemácias] 
 
• A HbH [β4] separada por eletroforese alcalina em sangue 
hemolisado com saponina a 1% apresenta-se visível, com 
concentração até 20% 
 
• A HbH intra-eritrocitária é 
facilmente identificada pela presença 
em vários eritrócitos em um mesmo 
campo microscópico 
 
• Em RN’s, a Hb Bart’s [ɣ4] 
apresenta-se com concentrações entre 
20 e 30% 
 
• Morfologias comuns: dacriócitos, policromasia, codócitos, 
pontilhado basófilo e esquizócitos 
o O pontilhado basófilo NÃO ocorre em decorrência da presença de 
tetrâmeros beta 
 
 
Distensão sanguínea mostrando microcitose e hipocromia intensas, 
eritrócitos em alvo e pecilocitose – Coloração supravital c/ azul de cresil 
brilhante mostrando múltiplos depósitos finos causados pela precipitação de 
agregados de cadeias β-globínicas 
 
• Na doença de HbH observa-se a necessidade de 
Hemotransfusão, esplenectomia, quelação de ferro [a 
sobrecarga pode levar à insuficiência endócrina → diabetes, 
fibrose hepática, insuficiência cardíaca] e reposição de ácido 
fólico [devido ao aumento da eritropoiese na tentativa de 
supressão á anemia] 
 
Hidropsia fetal 
• É a forma mais grave das talassemias; é letal [- -/- 
-] 
o Prevalência média: comum no Extremo Asiático, 
esporádica no Brasil 
 
• As crianças RN’s afetadas apresentam anemia 
muito grave, com Hb < 7g/dL, eritroblastose fetal, 
edema, grande aumento do baço e do fígado e no óbito, horas 
após o nascimento 
o Microcitose acentuada [↓ VCM], hipocromia [↓ HCM e ↓ CHCM] 
e anisocitose [ RDW] 
 
• Eletroforeticamente,a concentração de Hb Bart’s está entre 80 
e 100%, e a HbH entre 10 e 20% 
 
• OBS: as HbH e Bart’s apresentam alta afinidade pelo oxigênio, 
tornando sua liberação para as células e tecidos muito lenta e 
dificultosa, causando a hipóxia tecidual; é um processo grave e 
proporcional ao n° de genes alfa afetados. Os graus de 
hemólise e de anemia também estão na dependência da 
quantidade de HbH precipitada 
 
• Morfologias comuns: dacriócitos, policromasia, codócitos, 
pontilhado basófilo e esquizócitos 
o O pontilhado basófilo NÃO ocorre em decorrência da presença de 
tetrâmeros beta 
 
Durante a vida fetal, a única cadeia que pode substituir a cadeia α é a ξ 
[presente na Hb embrionária, que zera para formar HbF]; após este 
período, é necessário a formação de cadeia α para formar HbF [2α2y]. 
Como não há formação de cadeias α, restam apenas as do tipo y 
[gama], que se juntam e formam tetrâmetros, chamado de Hb 
Bart’s [y4], intensamente ávida por O2, fazendo com que o feto não 
tenha distribuição do mesmo para os tecidos, levando a óbito por 
falência cardíaca e edema fetal [hidropsia]. 
 
Diagnóstico 
• Eletroforese de Hb em reticulócitos de pacientes 
o Não é capaz de detectar com precisão a talassemia α-mínima 
e o traço α-talassêmico [talassemia menor] 
 
• Ensaios moleculares com DNA 
o Detecta com precisão a talassemia mínima e a talassemia 
menor 
• Hidropsia fetal → presença de Hb Bart’s e ausência completa 
de HbA 
 
• Doença da HbH → percentual de HbH variável de 5 – 40% 
 
• Alfa-talassemia menor → diagnóstico difícil c/ eletroforese; 
anemia com microcitose e exames do ferro normais 
o Recomenda-se testes genéticos 
 
Quadro clínico geral 
• Os sintomas típicos são diretamente proporcionais à 
quantidade de HbH [grave na doença de HbH] 
o Assintomática quando mínima 
 
o Anemia muito discreta no traço α-talassêmico 
 
• Na hidropsia fetal, a principal Hb presente é a Hb Bart (ɣ4)
 
Análise comparativa das características clínicas e laboratoriais das síndromes α-talassêmicas 
 
HEMATOLOGIA BRENDA RODRIGUES 5° SEMESTRE 
Aspectos clínicos e laboratoriais das síndromes α-talassêmicas

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