Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Família Endamoebidae Parasitologia Classificação Reino: Protista Filo: Sarcomastigophora Subfilo: Sarcodina Superclasse: Rhizopoda Ordem: Amoebida Família: Endamoebidae Gênero: Entamoeba, Endolimax, Iodamoeba Família Endamoebidae Espécie Patogenia Habitat Entamoeba histolytica/díspar Assintomática/sintomática Intestino grosso, fígado, baço, pul- mões, rins, cérebro e pele Entamoeba hartmanni Comensal Luz intestinal do intestino grosso Entamoeba coli Comensal Luz intestinal do intestino grosso Entamoeba gingivalis Comensal Tártaro dentário e processos infla- matórios da gengiva Entamoeba polecki Comensal Intestino do homem e de suínos Endolimax nana Comensal Luz da região cólica do homem e de alguns primatas Iodamoeba butschlli Comensal Ceco e colo do homem, primatas e porco Epidemiologia 500 milhões de infectados no mundo o 10% tornam-se invasivas, com 100 mil óbi- tos/ano e maior frequência nos adultos. Península indochinesa, Índia, África do Norte e México. o Brasil: Sul e Sudeste (2,5-11%) e Norte (19%). * Grande respo- nsável pela ̂ +/disseminação: portador assintomá- tico (6 milhões de cistos/ 100g de fezes) cistos viáveis durante cerca de 10 dias no meio ambiente (umidade e temperatura). Morfologia Cariossomo: condensação de cromatina (DNA, RNA e proteínas) região densa dentro do núcleo. Nucléolo: RNA ribossomal e proteínas região den- tro do núcleo com formato arredondado. Corpo cromatoide: condensação de ribossomos região densa e alongada no citoplasma. Família Endamoebidae Gênero Endolimax Endolimax nana Habitat: segmentos cólicos do intestino hu- mano (não patogênico). Emite pseudópodes grossos e hialinos. Cistos: 5 -10µm, pode ter grânulos de glicogê- nio. Trofozoítos: 6 –12 µm, único núcleo, carios- somo grande, citoplasma granuloso vacuolado. Gênero lodamoeba Iodamoeba butschlii Habitat: intestino (não patogênico). Cisto: 5–20 µm, único núcleo, cariossomo ex- cêntrico, vacúolo com glicogênio. Trofozoíto: 8–20 µm, único núcleo e grande, cariossomo geralmente central, cercado por grânulos acromáticos refráteis. Gênero Entamoeba Entamoeba histolytica/díspar - E. histolytica: patogênica - E. díspar: não patogênica Cistos: 8 a 20 µm, esféricos ou ovais, 1 a 4 nú- cleos, cariossomo central, corpos cromatóides quando presentes tem a forma de bastonetes ou de charutos com pontas arredondadas. Seta preta: 3 núcleos no plano focal; Seta vermelha: corpo cromatoide. Trofozoíto: 20 a 40 µm (pode chegar a 60 µm), citoplasma é dividido em ectoplasma e endo- plasma, núcleo apresenta a cromatina consti- tuída por grânulos delicados e o cariossomo pequeno e central. Entamoeba hartmanni Não é patogênica luz intestinal: fagocita bactérias e fungos. Confundida com a E. histolytica. Cistos: esféricos ou ligeiramente ovala- dos, com quatro núcleos quando madu- ros. Trofozoítos: 5 a 12 pm de diâmetro, move-se ativamente e permite ver clara- mente a distinção entre ectoplasma e en- doplasma. Entamoeba coli Habitat: cavidade intestinal nutre de bacté- rias e detritos alimentares, seus trofozoítas e cistos são eliminados com as fezes. Cistos: 10-35µm, até 8 núcleos, corpos croma- toides em forma de feixes (borrão). Trofozoítos: 15-50µm, cromatina, cariossoma excêntrico, citoplasma vacuolizado. Entamoeba gingivalis Habitat: boca, principalmente na base dos dentes posteriores, sem causar lesões. PO- RÉM, prolifera muito quando há processos inflamatórios causados por outros microrga- nismos (comensal sintomática). Transmissão o Direta: mãos sujas (higiene anal, cuidado- res, ingestão cistos presentes em fezes). o Indireta: consumo de água e alimentos contaminados, adubação com dejetos hu- manos, veiculação por insetos (moscas e baratas). Ciclos biológicos Patogênicas Não patogênicas Patologia Patogenicidade e virulência Fatores do hospedeiro Microbiota intestinal Má nutrição Imunidade diferencial (medicamentos, gravidez) Fatores genéticos Fisiopatogenia 1. Adesão dos trofozoítos 2. Citólise direta 3. Locomoção 4. Degradação da matriz extracelular 5. Resposta inflamatória Observação: A patogênese da E. histolytica envolve adesão, lise, fagocitose de células epiteliais e bactérias, invasão tecidual por ação de enzimas e evasão da res- posta imune do hospedeiro. A lectina Gal/GalNAc, os amebaporos e as cis- teína proteases. Localização e evolução das lesões Úlcera primária: invasão via criptas e necrose superficial. Extensão da mucosa: lesão em forma de gar- rafa, camada muscular da mucosa “resistente”, acúmulo de amebas na superfície da lesão e necrose lítica com extensão lateral. Coalescência: fusão das lesões. Extensão em profundidade Forma invasiva (extra intestinal) 1. Perfuração: penetração pela mucosa. 2. Infecção secundária 3. Ameboma 4. Via hematogênica (vasos sanguíneos) Observação E. histolytica -Forma minuta: luz intestinal -Forma magna: extra intestinal Amebíase intestinal Processo necrótico do tecido conjuntivo o Destruição dos vasos o Úlceras que aumentam com o tempo. Fase aguda: disenteria amebiana. Úlceras amebianas: Úlceras em botão de camisa ou colo de garrafa Aspecto macroscópico: nodulares, milímetros a centímetros, arredondadas, bordas elevadas (edema), centro necrótico (hemorrágico/mu- cóide), mucosa normal ou edemaciada. Amebíase extra-intestinal Abscesso amebiano hepático (dor, febre, he- patomegalia, necrose de coagulação (“pus cho- colate”). Abscesso pulmonar. Abscesso cerebral (complicação das formas hepáticas ou pulmonares – via hematogênica) Invasão da região perianal (retocolite) Diagnóstico Clínico: Síndrome do cólon irritável ou colite mucosa. Forma aguda: disenteria ou diarreia exames parasitológicos Forma crônica: relatos de sintomas ‘comuns’ ou indefinidos o Abscesso hepático: exames complemen- tares de imagem (raios X, cintilografia, ul- trassonografia e tomografia computadori- zada) Diagnóstico Parasitológico Aspecto macroscópico das fezes: Consistência, muco e sangue - Fezes formadas: cistos - Fezes diarreicas: cistos e trofozoítos Exame Parasitológico-EPF Fezes (cistos e trofozoítos de E. histolytica/E. dispar): colheita em dias alternados em frascos com conservante (fatores interferentes) Exame direto do material: retossigmoidosco- pia ou fezes recém eliminadas Cuidados especiais com a coleta das amostras - Tubos plásticos, boca larga, rosqueado (30g) - Preferência para a porção final da evacuação - Cuidado com contaminação com urina e ou fezes co- letadas direto do vaso sanitário (lisa trofozoitas) - Amostras a fresco devem ser examinadas até 30 min. - Após a coleta e/ou usar conservantes (MIF Metiolato, formaldeído, Schaudim, APV-alcool polivinílico, ácido acético glacial, glicerina e solução de Schaudim; SAFa- cetato de sódio, ácido acético, formaldeído Técnicas Diluição em solução salina: coloração com iodo e técnicas de concentração (Centrí- fugo-flutuação com sulfato de zinco e Colora- ção permanente) Outros materiais: punção e curetagem Métodos imunológicos Pesquisa de Anticorpos no soro: ELISA, Imuno- fluorescência indireta, Hemaglutinação indi- reta, Contraimunoeletroforese. métodos sensíveis e específicos. Indicados quando há suspeita de amebíase invasiva. Interpretação dos resultados: - Presença de anticorpo no soro: E. histolytica invasiva, intestinal e extra-intestinal - Ausência de Ac no soro: E. histolytica não in- vasiva / E. dispar / negativo Técnicas de cultura in vitro Diamond, Harlow e Cummick Axênico (TYS-S 33 ou completo) Xênico (TYSSGM-9 – extrato de mucina gástrica) Meio de isolamento (LES) Meio de Robinson Cultivo decistos e trofozoítos contidos nas fezes O isolamento é feito através de amostras de ma- terial biologico: fezes e/ou material de punção em meio de cultura (de Pavlova, de Jones, de Robson etc.) Não permite um seguro diagnóstico diferencial Diagnóstico Laboratorial (PCR) DNA de Cistos e Trofozoítos Capacidade de diferenciar E. histolytica e E. díspar Disponíveis comercialmente Distantes da rotina diagnóstica Gene da subunidade 18S de RNA ribossômico Nested-PCR; Multiplex-PCR Amebas de vida livre Achantamoeba sp Transmissão o Via nasal (inalação de cistos aquáticos) o Penetração cutânea em lesões contami- nadas com solo - Disseminação via sanguínea - Pode chegar a qualquer órgão Morfologia - Amebas pequenas o Trofozoítos: uni ou multinucleadas, 14 a 40µm, se alimentam de bactérias - Muito semelhantes a Naegleria fowleri em preparados histológicos - Pseudópodes em espículo - Não apresentam fase flagelada o Cistos: uninucleados, parede tripla, com poros (ostíolos), camada externa irregular, 10 a 20µm - Muito resistentes a dessecação, viá- vel por vários anos sob condições favo- ráveis Habitat: solo, poeira, água doce ou salgada, solo Antártica, esgotos Isoladas de umidificadores de ar, filtros de aquecedores e ventilação, aquários, pisci- nas de hidroterapia. Comuns em pessoas com doenças crôni- cas, imunodeprimidas e outras debilita- ções. Podem atuar como hospedeiras de várias bactérias intracelulares patogênicas Le- gionella spp., Mycobacterium avium, Lis- teria monocytogenes, Burkholderia pseudomallei, Vibrio cholerae, Escherichia coli, entre outras Encefalite: principalmente em pessoas com al- gum comprometimento metabólico, fisioló- gico ou imunológico diabéticos, transplan- tados, HIV/AIDS Ações patogênicas: - Comum em pessoas com histórico de contato com água (lagos, rios, piscinas) o Encefalites amebiana granulosa (GAE) - Infecção associada a imunodepressão e debilidade - Sintomas: dor de cabeça, enrijeci- mento de nuca, anormalidades de comportamento, febre, náusea, letar- gia, tonturas, convulsões - Leva ao coma e morte em semanas - Diagnóstico: amebas não foram de- tectadas no LCR, cistos e trofozoítos em análises histológicas (autópsia) - Tratamento: não há tratamento o Meningoencefalites o Lesões pulmonares e infecção aguda do trato respiratório superior - Presença em secreções nasofaringeas o Queratite amebiana - Fatores predisponentes: trauma ocu- lar e uso de lentes de contato - Sintomas: dor ocular, inflamação da córnea, fotofobia, lesão refratária a outros tratamentos - Ulceração da córnea, perda de acui- dade visual, perda da visão -Diagnóstico: demonstração da ameba em raspados de córnea - Tratamento: difícil, pode exigir trans- plante. Lesão cutânea Naegleria fowleri Transmissão: o Águas quentes/mornas contaminadas o Penetração pelo epitélio olfatório da cavidade nasal - Trofozoítos migram até SNC Encefa- lite semelhante à encefalite bacteriana Morfologia o Trofozoíto: ameboide ou flagelado - Se alimenta de bactérias ou outro material orgânico o Cistos: parede espessa, metabolismo quiescente. Habitat: aquático, água fresca e solo úmido Ações patogênicas o PAM (meningoencefalite amebiana primária) - Incubação de 1 – 14 dias - Sintomas: dor de cabeça, desorienta- ção, letargia, coma - Morte em 4 a 5 dias após primeiros sintomas - Diagnóstico: Trofozoítos no LCR, mas diagnóstico geralmente na necropsia. Balamuthua mandrilaris Transmissão - Pode acometer indivíduos saudáveis - Necessário lesões de pele ou do trato respira- tório que favorecem a infecção o Mucosas o Lesões na pele Habitat: solo (se alimentam de outras amebas) Morfologia o Trofozoítos e cistos: morfologica- mente semelhantes aos de Achanta- moeba - Trofozoítos: 12 a 60µm, uni ou binu- cleado - Cistos: 12 a 30µm, com parede dupla Ações patológicas o Encefalite amebiana granulomatosa - Sintomas: encefalopatia, febre, ton- tura, achados neurológicos - Diagnóstico: eletroencefalografia ou neuroimagem compatível com encefa- lite o Infecção nasofaríngea o Infecção cutânea o Infecção disseminada
Compartilhar