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Agressão e Defesa - Parasitologia – Amebíase, giárdia e tricomoníase MARYELLE BARROS – UFAL -MED82 ENTAMOEBA SPP. Filo Amoebozoa → classe Labosa → ordem Amoebida → família entanoebidae → gênero Entamoeba. AMEBAS • Protozoários intestinais o Vida livre → vários gêneros e espécies o Parasitas → Entamoeba histolytica o Comensais → Entamoeba coli, E. díspar, E. hartmanni, E. gengiva lis, Endolimax nana, lodamoeba butschii • Vida livre eventualmente parasitas → Naegleria, Acanthamoeba, Balamuthia. • Entamoeba tem duas manifestações: 1. Intestinal: quadro diarreico colite 2. Extra intestinal: infecção no fígado, pulmão etc. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS • E. histolytica: invasiva, patogênica. o Faz lise das células no tecido o Lectina de adesão é importante para lesão dos tecidos. • E. dispar: não evasiva, comensal. o Entamoeba díspar não causa nenhum quadro clínico, então quando não se consegue diferenciar os cistos e tiver sintomas não vai ser a díspar • Entamoeba: os trofozoítos é a forma móvel, tem pseudopoles, presente no lúmen intestinal. • O cisto se dá quando o parasito sai do intestino e vai para o ambiente, é a forma de contaminação ambiental. • Principais diferenças: o Bioquímicas: eletroforese de isoenzimas o Imunológicas (lectina de adesão) o Genéticas (subunidade 18s de RNAr) o Epidemiológicas ENTAMOEBA HISTOLYTICA • Causa disenteria amebiana no homem • Cosmopolita: em centros urbanos. • Eucariotos primitivos, não tem: o Mitocôndria, REG ou aparelho de Golgi o Possuem mitossoma • Tem 1 núcleo, pleomórfico • Citoplasma: ecto e endoplasma • Ingestão pinocitose/fagocitose (bactérias ou hemácias) • Multiplicação: divisão binária simples. TROFOZOÍTO • Forma ativa, que se alimenta (via pinocitose. Fagocitose e membrana) e se reproduz rapidamente • Pleomórfico, com grande variabilidade • Metabolismo: aeróbico facultativo, microaerófilo. Tem como glicose a principal fonte energética. • Motilidade: pseudópodes. CISTO • Forma resistente eliminada com as fezes • Membrana plasmática + parede cística (quitina) Agressão e Defesa - Parasitologia – Amebíase, giárdia e tricomoníase MARYELLE BARROS – UFAL -MED82 • São eliminados na forma jovem, pode ficar no ambiente por muito tempo. • 1-4 cistos • Vacúolos de glicogênio (V) • Corpos cromatóides (CC) – agregados de ribossomos CICLO DE VIDA • Cisto → Intestino grosso → encistamento → trofozoíto → multiplicação → colonização do tecido → alteração fisiológica • Desencistamento • Intestino delgado – eclosão • 37o C → ambiente anaerobiose • 1 cisto 4 núcleos → divisões sucessivas • 8 amebas pequenas (fase metacística) • Se alimentam e crescem (fase trofozoítica) MECANISMO DE TRANSMISSÃO • Ingestão de cistos • Direta: indivíduo – indivíduo • Indireta: água ou alimentos contaminados • Cistos são viáveis por até 30 dias no meio externo o Passam pelo estômago o Resiste pH ácido o Enzimas digestivas, pH alcalino o Resencistamento – intestino delgado o Ciclo: luz intestino grosso • Trofozoítos – destruídos no estômago EPIDEMIOLOGIA • Cosmopolita – 5 a 50% pessoas infectadas • 500 milhões de infectados, 10% com formas invasivas. • Óbito anual: 100.000 pessoas o Regiões tropicais/subtropicais o Condições precárias de higiene o Estado nutricional deficiente • África e Ásia – mais atingidos • Américas: México, América Central, Peru, Colômbia, Equador. • Brasil: até 30% (AM, PA, BA, PB, RS). FORMAS CLÍNICAS PATOGENIA • Lectina de adesão: adesina citolítica. • Inibição pela galactose intestinal • Estímulo a resposta T supressora • Aumento de Th2 • Destruição celular, fagocitose por trofozoítos e ulceração • Cisteinoprotinases, hemolisinas e fosfolipases atuam degradando elastina, colágeno e fibronectina. • IL-1 e TNF-alfa. Agressão e Defesa - Parasitologia – Amebíase, giárdia e tricomoníase MARYELLE BARROS – UFAL -MED82 • Forma intestinal (não invasiva): 90% dos casos, ausência de Ac, assintomáticos, agudo (dores abdominais perda de peso, diarreias). • Forma intestinal invasiva: colite não disentérica, desinteria grave (fezes liquidas, 10 evacuações/dia), úlceras intestinais, peritonite, apendicites, hemorragias. • Forma extra-intestinal: 1. Fígado: abcessos, icterícia e hepatimetria alterada 2. Pulmão: amebíase pleuropneumonar (dor tórax, tosse e expectoração com odor de molho de tomate) 3. Cérebro: raras. DIAGNÓSTICO • Clínico • Parasitológico de fezes o Pesquisa de cisto em fezes sólidas o Pesquisa de trofozoítos em fezes líquidas o Cultura de fezes • Diagnóstico imunológico o ELIZA para detecção de antígenos nas fezes o ELIZA para detecção anticorpos IgG soro – amebíase invasiva • Diagnóstico molecular o PCR – distingue espécies • Diagnóstico diferencial o Colite por Shygella e Campulobacter o Esquistossomose o Helmintíases intestinais o Broncopneumonia o Tumorações hepáticas o Abcessos hepáticos amebianos x piogênicos PROFILAXIA • Educação sanitária • Saneamento básico • Tratamento de água • Limpeza dos alimentos (lavar frutas e verduras) • Tratamento das fontes de infecção Agressão e Defesa - Parasitologia – Amebíase, giárdia e tricomoníase MARYELLE BARROS – UFAL -MED82 GIARDÍASE • Filo Sarcomastigophora → classe Zoomastigophofa → ordem Diplimonadida → família Hexamitidae → gênero Giardia GIARDIA DUODENALIS • G. duodenalis, G. intestinalis e G. lamblia → sinônimos • Zoonose • 6 genótipos: A, B, C, D, E e F. • Genótipo A tem dois subgenótipos: AI e AII • AI → transmissão zoonótica • Distribuição cosmopolita • Características de: o Eucarioto – membrana nuclear, citoesqueleto o Procarioto – ausência de mitocôndria • Mitossomo HABITAT: o Doudeno e jejuno o Aderidos mucosa o Metabolismo anaeróbio o Glicose e glicogênio o Etanol, CO2 e acetato CISTOS • Ovoides com parede cística (quitina) • 4 núcleos (duplas estruturas internas) • Eliminados com as fezes formadas • Formas de resistência ambiental TROFOZOÍTO • Piriforme e elipsoidal • Bilateralmente simétrico • Dorso – convexo • Ventre – disco de sucção • Oito flagelos • 1 par de corpos medianos • 2 núcleos CICLO DE VIDA MONOXÊNICO • Intestino delgado: disco adesivo adere aos enterócitos • Um único hospedeiro pode eliminas bilhões de parasitas • Os cistos são eliminados por 1 a 2 semanas após a infecção • Quando as fezes ficam desidratadas no intestino grosso, aparecem as formas de cistos • Os cistos novos podem ter dois núcleos e os mais antigos quatro. Agressão e Defesa - Parasitologia – Amebíase, giárdia e tricomoníase MARYELLE BARROS – UFAL -MED82 • Quando ingeridos pelo hospedeiro, resistem à passagem pelo estômago, se excistam no duodeno e os flagelos voltam a crescer TRANSMISSÃO • Fecal-oral • Ingestão de água, alimento ou fômites • Hospedeiros infectados eliminam cistos por meses, mas infecção é autolimitante (27-35 dias) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Assintomáticos • Enterite branda e autolimitada • Diarreias crônicas e debilitantes • Esteatorréia • Perda de peso • Evacuação líquida/pastosa • Cólicas • Síndrome de má- absorção grave DIAGNÓSTICO • Clínico • Parasitológico de fezes o Pesquisa de cistos em fezes sólidas o Pesquisa de trofozoítos em fezes liquidas/diarreicas • Fluido e biopsia por endoscopia o Paciente com diarreia crônica (AIDS) o Observação microscópica • Diagnóstico imunológico o ELISA para detecção de antígeno nas fezes o ELISA para detecção de anticorpos IgG soro – amebíase invasiva • Diagnóstico molecular o PCR – distingue espécies • Imunosseparação magnética acoplada à imunofluorescência (IMS-IFA)EPIDEMIOLOGIA • Distribuição mundial • Maior incidência em clima temperado • Incidência mais alta em crianças • Condições higiênicas • Instituições fechadas PRROFILAXIA • Educação sanitária e ambiental. • Qualidade da água de uso doméstico • Saneamento básico TRICHOMONAS SPP, E TRICOMONÍASE • Tritrichomonas possuem 3 flagelos anteriores e um flagelo posterior e sem pelta. • Trichomonas possui 4 flagelos anteriores, 1 membrana ondulada, sem flagelo posterior, axoestilo espesso e curta extensão posterior • Tricomitus: tem 3 flagelos anteriores, uma membrana ondulante, um flagelo peita e posterior à direita) • Tetratrichomonas: 4 flagelos, um flagelo posterior, uma membrana ondulante e uma peita. • Pentatrichomonas: 5 flagelos anteriores, 1 membrana ondulante, uma peita e flagelo posterior. Agressão e Defesa - Parasitologia – Amebíase, giárdia e tricomoníase MARYELLE BARROS – UFAL -MED82 TRICHOMONAS VAGINALIS • Trofozoítos: o Piriformes o 10-30 um x 5-12 um o Único núcleo o 4 flagelos o Membrana ondulada o Axoestilo – haste hialina função esquelética o Costa proeminente • Transmissão direta: relação sexual, parto, banhos e por fômites. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Infecções geralmente assintomáticas • Mulher – hiperemia vulvovaginal e descamação do epitélio, ulceração, ardor, prurido vulvar, corrimento vaginal amarelado- fétido-bolhoso. • Homem – uretrite com fluxo mucopurulento, disúria, prurido uretral, ardência após a relação sexual EPIDEMIOLOGIA • IST não viral mais comum do mundi • América – maior prevalência • Aumento incidência global (2005 a 2008) • Relação com HIV e parto prematuro • Profilaxia: preservativo. DIAGNÓSTICO • Clínico • Microscopia a fresco o Secreção vaginal, cervical ou uretral diluída em solução alcalina o Baixa sensibilidade • Cultura o Ais sensível e específica o 5 a 7 dias • Detecção de antígenos: imunocromatografia • Diagnóstico molecular: PCR TRATAMENTO • Metronidazol: rápida absorção, distribuição nos tecidos, 2g em dose única, intolerância (400-500 mg, BID, 7 dias), gestantes ou lactantes (250 mg, TID, 7 dias) TRICHOMONAS TENAX • Ovoide • Necrófago bucais • Alta prevalência em pessoas com doenças periodontais • Cavidade oral e no trato respiratório – localizado no tártaro entre os dentes, criptas tonsilares e margem gengival • Gengivite elcerativa necrosante e peridontite ulcerativa necrosante • Secreção de fosfatases alcalinas e fibronectina
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