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Afecções orificiais O médico deve: • Ter conhecimento sobre sinais e sintomas de doenças da região anal e perineal • Saber examinar o ânus e o períneo (região externa do ânus + região genital + assoalho pélvico = região de extrema contaminação devido a presença de fezes) • Formular hipóteses diagnósticas cabíveis de acordo com a anamnese e exame físico do paciente; Anatomia • Canal anal: Inervação somática sensitiva (maior sensibilidade à dor) → região contaminada e pouco cuidada por educação social • Linha pectínea (denteada): Transição de epitélio pele-mucosa Limite inervação somática-visceral → certas regiões são sensíveis a dor devido à presença de nervos • Reto: Inervação visceral (menor sensibilidade à dor). O toque retal na mulher não é muito rico para inferir um diagnóstico, sendo a via vaginal mais apropriada. O reto tem as Válvulas de Houston servem para dar suporte à massa fecal. A região mucosa do reto tem barorreceptores (sujeitos à pressão): mecanismo de feedback para o cérebro pelo sistema involuntário e tem- se a resposta, ex: comando de ir ao banheiro. O esfíncter é sempre contraído quando não há uma lesão, o barorreceptor manda relaxar o esfíncter interno, quem tem problemas com esse esfíncter existe uma simulação neurológica do esfíncter externo (musculatura estriada esquelética) para controlar deixando a musculatura mais forte, principalmente mulher multípara. Sinais e Sintomas Alteração de ritmo intestinal • Obstipação • Diarreia o Frequência (número de evacuações) o Tempo das manifestações (dias, semanas, meses, anos) o Fatores que influenciam esta alteração (alimentação, medicações) Frequência normal: • 3 a 4 vezes por semana • 2 a 4 vezes por dia **Dependendo da consistência. Alteração do formato das fezes • Dimensão • Calibre o Fezes em lápis ou fezes em fita → Neoplasia de ânus, canal anal, reto. Classificação dos tipos de fezes Sangue nas fezes • Tipo o Melena (sangue digerido- etiologia provavelmente é na porção mais alta, ex hemorragia digestiva alta, cheiro forte) o Enterorragia (sangue vivo: reto→ por ex: hemorroida) o Hematoquezia (sangue vivo ou coágulos misturados com fezes, provável lesão distal). • Intensidade: pequena, média, profusa o Hemodinamicamente estável (baixa e média intensidade) oHemodinamicamente instável (alta intensidade)→ pode cursar com anemia e apresentar irritabilidade, paciente apresenta uma hemorragia, por ex. SUS: pedir sangue oculto nas fezes, para não pedir exames invasivos, como colonoscopia. Fecaloma: quebrar e liberar o intestino, perigoso de levar uma jatada de fezes. Sangue nas fezes • Relacionado às evacuações (durante ou após) • Matéria fecal • Laivos (riscos) ao seu redor • Gotejamento (pingando sangue → pensar em hemorroida) • Sangue misturado com fezes • No papel quando limpa • Associação com outras manifestações clínicas o Dor o Prolapso (reto) Muco nas fezes Fezes em geléia de framboesa (Intussuscepção intestinal) • Quantidades variáveis o D. inflamatória intestinal o Retites : inflamação do reto o Tumores vilosos ou grandes pólipos de reto: irritação que começa a formar muco o Hemorróidas volumosas Reações inflamatórias produzem líquido/muco. Não é qualquer diarreia que se trata. Saída de material purulento pelo ânus ou por orifício perianal (paciente percebe que escorre água das costas) • Quantidade variável • Associado ou não com dor local o Fístulas perianais o D. Infecciosas anorretais Dor e ardor • No momento da evacuação • Ardor persistente pós-evacuação (fissuras anais) • Contínua (trombo hemorroidário [varizes] ou abscesso) o Prurido anal → Enterobiose (oxiuríase- paciente apresenta-se com coceira durante a noite pois a fêmea bota cerca de 1000 ovos e ocorre uma reação ocasionada pelo IgE); Puxo • Sensação de evacuação incompleta Tenesmo • Desejo constante de evacuar associado a desconforto ou dor o Reto comprometido por tumor, processo inflamatório, hemorróidas ou estenose Prolapso • Exteriorização perineal de mucosa retal pelo ânus → Pode ser redução digital ou espontânea Procidência • Exteriorização de todas as camadas do reto Incontinência anal • Perda involuntária de gazes e fezes o Paciente mais idosos com epifisiotomias e fistulectomias prévias, ou o Expostos a trauma do mecanismo esficteriano. Quem anda muito a cavalo pode cursar com essas lesões. Alterações locais • Lesões de pele • Verrugas • Fissuras • Ulcerações Manifestações sistêmicas (relacionadas as inflamações crônicas) • Anorexia • Perda de peso • Febre o Neoplasia avançada o D. Inflamatória intestinal o D. infecciosas Antecedentes Pessoais • Hábitos (dieta, exercícios físicos) Comer alimentos que contenham fibras. Familiares • Componente familiar o Polipose adenomatosa familiar o Cancer colorretal hereditário não polipose (HNPCC) o D. Crohn Exame físico proctológico Se possível realizar o exame acompanhado de alguém. Explicar antecipadamente ao paciente o O que será realizado o Como será realizado USO DE LUVAS DESCARTÁVEIS Etapas o Inspeção (estática e dinâmica) o Palpação externa o Toque retal o Anuscopia (estática e dinâmica) Posicionamento • Decúbito lateral esquerdo com flexão de MID – Posição de Sims • Decúbito lateral com flexão de MMII • Decúbito dorsal com elevação dos MMII • Posição genupeitoral • Posição litotomia • Posição ortostática com corpo inclinado para frente apoiado em mesa Inspeção estática • Vizualizar alterações da pele perianal • Plicomas (tamanho e extensão) • Elevações e suas características (trombo, abscesso, tumor) • Orifícios fistulosos • Fissura anal • Prolapso de mucosa anal • Formato da fenda anal Inspeção Dinâmica Observar tonicidade anal • Repouso (interno) • Contração (externo) Checa função dos esfíncteres anais • Solicita que o paciente realize esforço evacuatório • Identificar eventual exteriorização de: o Mamilo hemorroidário (prolapso) o Pólipos o Tumores pediculados Palpação externa Identificar: enduramento, flutuação e área dolorosa Toque retal • Efetuado com dedo indicador • Uso de luva descartável • Lubrificar dedo enluvado o Xilocaína gel o Vaselina • Informar paciente • Pedir para fazer força • Palpa a procura de lesões o Introduzir o dedo e girar a mão no sentido horário e depois anti-horário Observar ampola retal: • Ampla / Reduzida • Livre / Cheia • Tônus dos esfíncteres anais o Normotônico o Hipertônico (ansiedade, inflamação, fibrose) o Hipotônico (d. neurológicas, lesão raquimedular S2-S4, lesão de esfíncteres) Identificar • Presença de fezes e sua consistência o Pastosas / Síbalos (pedaços) / Fecaloma • Irregularidade da transição anorretal (fissura) • Cripta dolorosa • Papila hipertrófica • Abaulamento de mucosa retal • Tumor ou pólipo no reto distal • Próstata / Colo uterino AO TÉRMINO • Retire o dedo delicadamente • Limpe o ânus do paciente, ou • Forneça papel para que ele se limpe • Observar dedo de luva: o Material fecal – coloração das fezes o Presença de sangue, muco ou secreções (pus) Anuscopia • Estática e dinâmica • Permite visualização direta do ânus e do reto distal • Alterações da mucosa • Realização de biópsias • Coleta de material para cultura • Procedimentos terapêuticos o Ligadura elástica o Esclerose de mamilos hemorroidárioso Exérese de papilas hipertróficas Retossigmoidoscopia • Rígida • Flexível • Quando há necessidade de visualizar o intestino grosso distal Plicoma anal • Excesso de pele na margem anal • Comum • Maioria assintomático Hemorróida externa • Veias hemorroidárias dilatadas abaixo da linha pectínea o Recobertas por pele • Raramente assintomática • Trombose provoca dor localizada aguda o Piora com ato de defecar e se sentar Fatores predisponentes • Hereditariedade • Gravidez • Postura ereta • Obstipação intestinal • Esforço evacuatório • Diarréia crônica • Tumor pélvico • ICC • Cirrose Hemorróidas internas • Dilatação do plexo hemorroidário acima da linha pectínea • Normalmente não palpáveis • Podem sangrar vermelho-vivo (especialmente na defecação) • Podem prolapsar através do canal anal (massa avermelhada úmida) Prolapso retal Quando a mucosa retal se projeta através do ânus com esforço de defecação Procidência Prolapso de toda parede retal Fissura anal • Ulceração no canal anal • Em geral região posterior da linha média • Pode ter plicoma sentinela • Muito dolorosa • Sangue ao limpar o ânus com papel • Músculo do esfíncter espástico • Exame doloroso Abscesso perianal • Massa avermelhada redundante • Coleção purulenta • Febre • Calafrios • Dor na região anal • Calor local Fístula anorretal • Trajeto ou canal inflamatório • Uma extremidade no ânus ou reto • Outra extremidade na superfície cutânea ou em outra víscera • Habitualmente precedida por abscesso Síndrome de Fournier • Infecção grave da região perineal • Bacteriana (E. coli) • Odor fétido • Comum em obesos e diabéticos Pólipos retais • Comuns • Dimensão e número variáveis • Pedunculados (haste) • Sésseis (na superfície mucosa) • Moles (difícil palpação) • Sangue nas fezes Codilomas perianais • HPV (Papiloma vírus) • DST • Lesões verrucosas • Prurido leve Câncer de ânus • Massa com bordos irregulares • Consistência firme • Sangramentos Câncer do reto • Massa com bordos irregulares • Consistência firme Prateleira retal • Metástases peritoneais disseminadas na área da reflexão peritoneal • Consistência firme e endurecida Cisto e Fístula Pilonidal • Comum • Abertura de trajeto fistuloso • Pequeno tufo de cabelo com halo de eritema ao redor o Assintomáticos o Drenagem de secreção o Formação de abscesso o Fístulas secundárias Cirurgia- exérese de cisto pilonidal
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