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PDT Afecções anorretais e colorretais Afecções colorretais/orificiais - São elas: . Neoplasias malignas = adenocarcinoma, linfoma, sarcoma, melanoma . Neoplasias benignas = pólipos (adenoma, harmatoma, juvenil, inflamatório) . Poliposes = adenomatosa familiar, juvenil, hamartomatosa, inflamatória . Doenças inflamatórias = retocolite ulcerativa inespecífica, moléstia de crohn, microcolite, moléstia diverticular . Doenças vasculares = colite esquêmica, angiodisplasia, retocolite actínica . Doenças infecciosas = megacólon chagásico, colites de diferentes etiológias (bacteriana e virais) . Doenças congênitas = ânus imperfurado, megacólon congênito (hirschsprung) . Trauma = perfuração, esgarçamento, isquemia (lesão de vasos nutrientes) Sinais e sintomas Alteração do hábito intestinal - Na anamnese deve-se avaliar: . Tipo de alteração (obstipação ou diarréia) . Frequência (número de evacuações) . Tempo de manifestação (dias, meses ou anos) . Fatores que influenciam essas alterações (alimentação, medicamentos) Alteração do formato das fezes - Na anamnese deve-se avaliar: . Dimensão . Calibre . Formato (fezes em lápis ou fezes em fita) . Tipo (escala de bristol) Sangramento - Deve ser classificado quanto ao tipo em: . Melena (sangue digerido) . Enterorragia (sangue vivo) . Hematoquezia (sangue vivo ou coágulos misturados com fezes) - Deve ser classificado quando á intensidade em: . Hemodinamicamente estável (baixa e média intensidade) . Hemodinamicamente instável (alta intensidade) PDT Muco nas fezes - É observada em quantidades variáveis - É comum em portadores de doenças inflamatórias, retites, tumores vilosos, grandes pólipos de reto e hemorróidas volumosas - Gera aspecto de fezes em geléia de framboesa Dor abdominal - Deve classificada em: . Dor em cólica (decorre de espasmo intestinal ou dificuldade de trânsito. É comum em quadros de estenose por tumor, diverticulite ou fibrose em doenças inflamatórias e vasculares) . Dor contínua (é comum quando existe algum processo infeccioso instalado, podendo causar reação peritoneal localizada ou difusa) . Dor localizada . Dor contínua . Com ou sem sinal de peritonismo Puxo e tenesmo - É a sensação de evacuação incompleta (puxo) acompanhada de dor (tenesmo) - É um sintoma de reto comprometido por tumor, processo inflamatório ou estenose Manifestações sistêmicas - Algumas doenças como o câncer em fase mais avançada, doenças inflamatórias e doenças infecciosas podem causar anorexia, perda de peso e febre - Doenças inflamatórias associam-se com dores nas articulações maiores e manifestações dérmicas (eritema nodoso, pioderma gangrenoso) Afecções anorretais/perianais - São elas: hemorróidas, fissura anal, fístula anal, condiloma anal, procidência de reto, incontinência fecal, síndrome do descenso perineal, disfunções do assoalho pélvico, abcesso anal, câncer de ânus, pilcoma anal, anismo, úlcera solitária do reto e sigmoidocele Sinais e sintomas Sangramento - Deve ser avaliado quanto: . A intensidade (pequena, média e profusa) . A relação ás evacuações (durante ou após) . A matéria fecal (laivos de sangue ao redor, gotejamento, sangue misturado com fezes, sangue no papel quando limpa) . Sua associação com outras manifestações (se há dor ou prolapso) Dor e ardor - A dor no momento da evacuação, associada ou não a ardor persistente pós-evacuação é comum nas fissuras anais - Quando de maneira contínua, em geral é decorrente de trombo hemorroidário ou abscesso Prolapso e procidência - O prolapso corresponde à exteriorização perineal de mucosa retal pelo ânus, o qual PDT pode ocorrer de redução espontânea ou digital - A procidência é a exteriorização de todas as camadas do reto Saída de material purulento pelo ânus ou por orifício perianal - Ocorre em quantidade variável - Pode ser associada ou não a dor local - É comum em casos de fístulas perianais ou doenças infecciosas anorretais Incontinência anal - É a perda involuntária de gazes e fezes - Em geral, é referida por pacientes mais idosos, submetidos previamente a episiotomias, fistulectomias ou ainda expostos a trauma do mecanismo esfincteriano Alterações locais - Podem ser encontradas sessões de pele, verrugas, fissuras, ulcerações Anamnese e exame físico Antecedentes pessoais - Alguns hábitos, como dieta rica em fibras e pobre em gorduras animais e exercícios físicos podem acelerar o tempo de trânsito intestinal e prevenir o aparecimento de algumas doenças como o câncer colorretal e a diverticulite Antecedentes familiares - Em algumas condições clínicas está presente o componente familiar - Dentre elas estão: . Polipose adenomatosa familiar . Câncer colorretal hereditário não-polipose (HNPCC) . Doença de Crohn Exame físico proctológico - Deve-se explicar ao paciente o procedimento e como ele será realizado - Se o examinador e o paciente forem de sexos opostos é interessante que o exame seja auxiliado por algum enfermeiro ou auxiliar - Para realizar o procedimento o examinador deve lavar as mãos e fazer uso de luvas descartáveis - O exame compreende as seguintes etapas: 1) Inspeção Posicionamento . Pode ser realizada com o paciente em posição de sims (deitado em decúbito lateral esquerdo, com flexão do membro inferior direito), litotomia, genupeitoral, ortostática (com o corpo inclinado para frente e apoiado em mesa) ou de quatro PDT Inspeção estática . Procura-se visualizar alterações da pele perianal, plicomas (descrevendo tamanho e extensão), elevações e suas características (trombo, abscesso, tumor), orifícios fistulosos, fissura anal, prolapso de mucosa anal, formato da fenda anal . Deve-se observar também a tonicidade anal (em repouso e com contração) e checar a função dos esfíncteres anais Inspeção dinâmica . Solicita-se ao paciente que realize esforço evacuatório com o intuito de se identificar eventual exteriorização de mamilo hemorroidário (prolapso), pólipos e tumores pediculados 2) Palpação externa . É realizada com o intuito de se identificar endurecimento, flutuação, área dolorosa/ amolecida ou reflexos ano-retais 3) Toque retal Procedimento . É realizado com o dedo indicador direito, protegido por luva lubrificada com vaselina ou geléia . Na execução deve-se informar o procedimento ao paciente, introduzir o dedo e girar a mão no sentido horário e depois anti- horário, pedir para que o paciente faça força e palpar o ânus a procura de lesões . Ao termino do exame, deve-se retirar o dedo delicadamente, limpar o ânus do paciente ou fornecer papel para que ele se limpe e observar na luva a coloração das fezes e a eventual presença de sangue, muco ou pus Intuito . Com esse exame procura-se identificar uma ou várias das seguintes condições: presença de fezes na ampola retal e sua consistência (pastosas, sínbalos ou fecaloma), irregularidade da transição anorretal (fissura), cripta dolorosa, papila hipertrófica, abaulamento de mucosa retal, tumor ou pólipo no reto distal, próstata e colo uterino . Deve-se observar a ampola retal (se encontra-se ampla/redeuzida ou livre/cheia), o tônus do esfíncter anal (se encontra-se normotônico, hipertônico ou hipotônico) * Tônus do esfíncter anal hipertônico é indício de ansiedade, inflamação ou fibrose PDT * Tônus do esfíncter anal hipotônico é indício de doenças neurológicas, lesão raquimedular S2-S4 ou lesão de esfíncter 4) Anuscopia . É a técnica que permite a visualização direta do ânus e do reto distal, possibilitando identificar as alterações no ânus e na mucosa do reto distal, a realização de biópsias, a colheita de material para cultura e os procedimentos terapêuticos (ex: ligadura elástica, esclerose de mamilos hemorroidários e exérese de papilas hipertróficas) Técnica . Deve-se introduzir o aparelho com o mandril anteriormente e fazer um desvio posterior após passar o canal anal . Após o fim do exame retira-seo aparelho e examine-o 5) Retossigmoidoscopia . Quando há a necessidade de se visualizar o intestino grosso distal, completa-se o exame proctológico com a retossigmoidoscopia . A retossigmoidoscopia pode ser rígida ou flexível (depende do retossigmoidoscópio ser rígido ou flexível) . A retossigmoidoscopia rígida permite a visualização de 15-25 cm acima da linha pectínea e é facilitada quando realizada com o paciente em posição genupeitoral . A retossigmoidoscopia flexível possibilitam a avaliação do sigmóide até seu terço medial ou proximal Instrumento Técnica Patologias Plicoma anal - Caracteriza-se como o excesso de pele na margem anal - A maioria dos pacientes são assintomáticos PDT Prolapso retal - Caracteriza-se como a projeção da mucosa retal através do ânus com o esforço de defecação Procidência - Caracteriza-se como o prolapso de toda parede retal Doença hemorroidária Etiologia - As teorias mais aceitas são: . Dilatação anormal das veias do plexo hemorroidário, uma trama de tributárias das veias hemorroidárias médias e superiores . Dilatação anormal das anastomoses arteriovenosas, que se encontram na mesma localização dos coxins vasculares . Deslocamento para baixo ou prolapso dos coxins vasculares . Destruição do tecido conjuntivo de sustentação (estroma de sustentação) Patogênese 1- Hiperfluxo arterial 2- Dilatação anormal e distorção vascular 3- Reação inflamatória envolvendo a parede vascular e o tecido conjuntivo circundante 4- Ulceração da mucosa Classificação - As hemorróidas são classificadas por sua localização (internas, externas e mistas) ou por seu grau de evolução (primeiro, segundo, terceiro e quarto grau) : . Hemorróidas externas = originam-se do plexo hemorroidário inferior e são recobertas por epitélio escamoso modificado, ocorrem abaixo da linha pectínea e podem trombosar ou ulcerar, raramente são sintomáticas, pioram com o ato de defecar e sentar . Hemorróidas internas = originam-se acima da linha pectínea do plexo hemorroidário superior e são recobertas por mucosa, normalmente não são palpáveis, podem sangrar vermelho- vivo durante defecação, podem prolapsar através do canal anal (massa avermelhada úmida) . Hemorróidas mistas (internas e externas) = originam-se dos plexos hemorroidários superior e inferior, podem apresentar-se com prolapso, trombose ou ulceração . Hemorróidas de primeiro grau = apresentam veias do canal anal aumentadas em número e volume, podendo eventualmente sangrar durante evacuação . Hemorróidas de segundo grau = exteriorizam-se durante a evacuação e após isso retornam espontaneamente para dentro do canal anal . Hemorróidas de terceiro grau = exteriorizam-se com os esforços e necessitam de redução manual . Hemorróidas de quarto grau = são irredutíveis e permanecem exteriorizadas PDT Quadro clínico - Sangramento - Dor (caso haja trombose, ulceração ou necrose) - Prolapso - Prurido anal - Dilatação Tratamento clínico - É indicado em casos leves, trombose hemorroidária e quando cirurgia não é desejável - Dentre as intervenções estão: . Correção da constipação intestinal através de uma alimentação rica em fibras e líquidos, uso de laxantes, atividades física . Redução do tempo de vaso sanitário . Redução do esforço evacuatório . Banhos de assento com água morna . Uso de supositórios, creme e pomadas tópicos (anestésicos, anti-inflamatórios, anti- trombóticos e miorrelaxantes) . Uso de medicamentos sistêmicos (analgésicos, anti-inflamatórios, laxantes e flebotônicos) Tratamento cirúrgico - É indicado para pacientes sintomáticos com trombose de repetição, hérnia interna (grau II e IV) ou insucesso do tratamento clínico Fístulas anorretais - Fístulas são pertuitos com infecção crônica ligando duas superfícies com revestimento epitelial - Na fístula anorretal o orifício interno/ primário se localiza sempre na linha pectínea (denteada) e o externo na pele perianal - Habitualmente é precedida por abcesso Classificação - Tipo I = interesfincteriana (ocorre em 45% dos casos) - Tipo II = Transesfincteriana (ocorre em 30% dos casos) - Tipo III = supraesfincteriana (ocorre em 20% dos casos) - Tipo IV = extraesfincteriana (ocorre em 5% dos casos) PDT Quadro clínico - Dor anorretal latejante - Ocorrência pregressa de abcesso anorretal que após drenado passou a apresentar eliminação de secreção purulenta perianal, relativamente indolor Tratamento - É cirúrgico e realizado sob anestesia raquimedular (proporciona um bom relaxamento da região anorretal) - A posição do paciente na mesa cirúrgica é a litotomia - Princípios básicos = drenagem local, erradicar o trajeto fistuloso, evitar reincidência e preservar a função esfincteriana - Procedimentos: Para fístulas simples . Fistulotomia . Fistulectomia com ou sem sedenho Para fístulas complexas . Fistulotomia . Fistulectomia com ou sem sedenho . Agentes de preenchimento . Retalhos . LIFT * Na fistulotomia com sedenho são usados drenos e fios para dividir lentamente trajetos fistulosos, permitindo que a cicatrização ocorra na borda, preservando a continuidade do esfíncter e sua função Fissura anal - É uma laceração da pele que recobre o canal anal (ulceração do canal anal) e se estende da linha pectína até a ano-cutânea - Em geral se localiza na região posterior da linha média - Pode ter plicoma sentinela - Caracteriza-se por dor severa e sangramento vivo - Atinge predominantemente adultos jovens Quadro clínico - Dor á defecação - Sangramento vivo - Prurido eventual - Pode apresentar plicoma sentinela - Obstipação intestinal - Irritação perineal - Infecção local Classificação Fissura anal aguda . Dura de 6 a 8 semanas Fissura anal crônica . Caracteriza-se pela tríade clássica: plicoma sentinela, fissura anal e papila hipertrófica Diagnóstico - Na anamnese o paciente queixa de dores anais intensas do tipo latejante e/ou em queimação durante e/ou imediatamente após a defecação PDT - No exame físico com o afastamento das nádegas e exposição cuidadosa do canal anal observa-se lesão ulcerada no anoderma de forma elíptica medindo em geral 1-2 cm de extensão em seu maior eixo longitudenal Tratamento clínico - Medidas higieno-dietéticas (50-60%) - Banhos de assento com água morna - Correção da constipação - Anestésicos tópicos - Drogas miorrelaxantes Tratamento cirúrgico - Dilatação anal - Fissuretomia (satisfação) - Esfincterotomia interna - Retalhos Abcesso perianal - São os mais comuns - Representam 40-45% dos casos - Se situam superficialmente no espaço perianal - No exame físico são identificados por abaulamento doloroso, hiperemia e flutuação na margem perianal Quadro clínico - Massa avermelhada redundante - Coleção purulenta - Febre - Calafrios - Dor na região anal - Calor local Diagnóstico - É feito através de: . Exame físico geral . Exame proctológico . Exames de imagem (USG, tomografia e ressonância) Tratamento - É essencialmente cirúrgico - É feito através de drenagem imediata (drenagem simples ou drenagem + fistulomia) e medicamentos * Outros tipos de abcessos anais: isquiorretais, insteresfincterianos, supra-elevadores e submocosos Síndrome de fournier - É uma infecção grave da região perianal - Ocorre por infecção bacteriana (E.coli) - Manifestação clínica = odor fétido - É comum em obesos e diabéticos Pólipos retais - São comuns - Apresentam dimensão e números variáveis PDT - Podem ser de 3 tipos: pedunculados (haste), sésseia (na superfície da mucosa) e moles - Manifestação clínica - sangue nas fezes - São palpáveis com toque retal (com exceção dos pólipos moles) Condilomas perianais - São lesões verrucosas - Ocorrem por infecção pelo HPV - É uma DST - Manifestação clínica = prurido leve Câncer de ânus - Caracteriza-se como uma massa com bordos irregulares, consistência firme e sangramentos Câncer de reto - Caracteriza-secomo uma massa com bordos irregulares e consistência firme Prateleira retal (de blumer) - Caracteriza-se como metástases peritoneais disseminadas na área da reflexão peritoneal - Apresentam consistência firme e endurecida Doença pilonidal sacrococcígea - É a infecção de cavidades contendo pelos Quadro clínico - Pequeno tufo de cabelo com halo de eritema ao redor - Dor ou desconforto na região sacrococcígea - Supuração - Ferida crônica que não cicatriza - Abscessos pilonidais - Fístulas secundárias PDT Diagnóstico Achado do exame físico . Orifícios fistulosos, muitas vezes com a presença de pelos ou exsudação . Palpação de cistos . Orifício primário na linha média e outros orifícios secundários, de drenagem espontânea, mais laterais Investigação . Feita através de USG de partes moles e ressonância nuclear magnética * Diagnóstico diferencial: hidrosadenite supurativa, fístulas perianais complexas, lesões pré-sacrais fistulizadas, tumores desmoides e doenças dermatológicas da região Tratamento Incisão e curetagem . Simples e facilmente exequível . Pode ser realizada tanto na fase crônica, quanto aguda . Procedimento: é feita a abertura da parede mais superficial do cisto, comunicando-se a cavidade com a pele, mantendo-se a ferida aberta. A cicatrização dá-se por segunda intenção
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