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TÉCNICA DE APROVEITAMENTO DAS ÁGUAS PLUVIAIS PARA USO NÃO POTÁVEL EM EDIFÍCIO APLICAÇÃO A UM CASO DE ESTUDO

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NORBERTO ALBERTO GUEVA 
 
 
TÉCNICA DE APROVEITAMENTO DAS ÁGUAS PLUVIAIS PARA USO NÃO 
POTÁVEL EM EDIFÍCIO. APLICAÇÃO A UM CASO DE ESTUDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE ZAMBEZE 
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
TÉCNICA DE APROVEITAMENTO DAS ÁGUAS PLUVIAIS PARA USO NÃO 
POTÁVEL EM EDIFÍCIO. APLICAÇÃO A UM CASO DE ESTUDO 
 
NORBERTO ALBERTO GUEVA 
 
 
BEIRA 
2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICA DE APROVEITAMENTO DAS ÁGUAS PLUVIAIS PARA USO NÃO 
POTÁVEL EM EDIFICIO. APLICAÇÃO A UM CASO DE ESTUDO 
 
Orientadora: MSc. Hilda González FernándezMSc. 
Hilda González Fernándezpelo MSc. Hilda González 
Fernándezpelo MSc. Hilda González Fernández 
 
 
 
 
Monografia submetida a Faculdade 
de Ciências e Tecnologia, 
Universidade Zambeze, Beira, em 
parcial cumprimento dos requisitos 
para a obtenção do grau de 
licenciatura em Engenharia Civil 
BEIRA 
2015 
UNIVERSIDADE ZAMBEZE 
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
NORBERTO ALBERTO GUEVA 
 
 
IV 
 
DECLARAÇÃO 
 
Eu, NORBERTO ALBERTO GUEVA declaro que está Monografia é resultado do 
meu próprio trabalho e está a ser submetida para a obtenção da licenciatura em 
Engenharia Civil na Universidade na Zambeze, Beira. 
Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum grau ou para avaliação em 
nenhuma outra Universidade. 
 
 
 
_________________________________________ 
(Norberto Alberto Gueva) 
 
Beira, ____ de ______________________ de 20____ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À minha família pelo apoio incondicional 
 
 
 
VI 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Em primeiro lugar agradecer a Deus pela vida e saúde que me tem proporcionado 
até aos dias de hoje. 
À minha família em especial pela dedicada participação e acompanhamento em 
meus momentos bons e críticos durante a formação acadêmica. 
Aos docentes que de uma forma directa ou inderecta deram o seu contributo em 
favor do meu sucesso do ponto de vista acadêmico bem como socio-cultural, em 
especial a MSc. Hilda González Fernández, Dra Nereyda Pupo Sintra e Dr. Albano 
Salzon Maparagem. 
A minha orientadora MSc. Hilda González Fernández pelo acompanhamento 
paciente, pela força dada durante o processo da elaboração desta monografia. 
 
 
 
A todos meus profundos agradecimentos! 
 
 
VII 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A vida é igual andar de bicicleta. Para manter o equilíbrio 
é preciso se manter em movimento. 
(Albert Einstein) 
VIII 
 
 
ÍNDICE 
 
RESUMO ................................................................................................................... X 
ABSTRACT .............................................................................................................. XI 
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ XII 
LISTA DE TABELAS .............................................................................................. XIII 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ................................................................ XIV 
LISTA DE SÍMBOLOS ............................................................................................ XV 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1 
CAPITULO 1 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................ 4 
1.1. Disponibilidade dos recursos hídricos em Moçambique ............................... 4 
1.2. Condições climáticas em Moçambique ......................................................... 5 
1.3. Usos finais de água ....................................................................................... 5 
1.4. Aproveitamento de água pluvial .................................................................... 8 
1.5. Aproveitamento das águas pluviais no mundo .............................................. 8 
1.6. Sistema aproveitamento de águas pluviais em edifícios ............................. 11 
1.6.1. Principais elementos componentes de um sistemas de aproveitamento 
de água pluvial................................................................................................... 11 
1.6.1.1. Área de captação ........................................................................... 12 
1.6.1.2. Calhas e condutores ...................................................................... 13 
1.6.1.3. Dispositivos de descarte de sólidos ............................................... 14 
1.6.1.4. Dispositivos de desvio de água dos primeiros escoamentos ......... 16 
1.6.1.5. Reservatórios de armazenamento de água de pluvial ................... 17 
1.7. Metodos de dimensionamento de calhas e condutores .............................. 20 
1.7.1. Metodos de dimensionamento segundo NBR 10844 .............................. 20 
1.7.1.1. Dimensionamento da calha ou caleiras ......................................... 24 
1.7.1.2. Dimensionamento dos condutores verticais ................................... 25 
1.7.1.3. Dimensionamento dos condutores horizontais .............................. 27 
1.8. Métodos de dimensionamento de reservatórios de água pluvial em 
edificações. ........................................................................................................... 28 
1.8.1. Método de Rippl ...................................................................................... 29 
1.8.2. Método da simulação .............................................................................. 29 
1.8.3. Método Azevedo Neto ............................................................................ 30 
IX 
 
1.8.4. Método prático Alemão ........................................................................... 30 
1.8.5. Método prático Inglês.............................................................................. 30 
1.8.6. Método prático Australiano ..................................................................... 31 
1.8.7. Método simplificado definido pela ETA 0701(2015) ................................ 32 
1.8.8. Programa computacional de Netuno....................................................... 33 
1.9. Analise dos métodos supracitados .............................................................. 36 
1.10. Classificação da SAAP ............................................................................ 36 
1.10.1. SAAP indireto ou gravítico ................................................................... 36 
1.10.2 SAAP direto ......................................................................................... 37 
1.11. Aspecto qualitativo da água da chuva ..................................................... 39 
CAPÍTULO 2 – ESTUDO DO CASO ....................................................................... 40 
2.1. Descrição do objeto de estudo ....................................................................... 40 
2.2. Dados pluviométricos da cidade da beira-moçambique ................................. 41 
2.3. Dimensionamento geometrico dos elementos componentes de saap. .......... 43 
2.3.1. Dimensionamento da caleira ................................................................... 43 
2.3.2. Dimensionamento dos condutores verticais ............................................ 44 
2.2.3. Dimensioamento dos condutores horizontais .......................................... 44 
2.2.4. Dimensionamento do reservatório da água pluvial .................................. 44 
CONCLUSÕES ........................................................................................................ 51 
RECOMENDAÇÕES ................................................................................................52 
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 53 
ANEXOS .................................................................................................................. 55 
 
 
 
X 
 
RESUMO 
 
O desperdício da água potável nos edifícios residências em determinados usos não 
potáveis como na bacia sanitária, irrigação de áreas verdes, lavagem de pisos, 
lavagem de veículos e etc, implica numa demanda elevada no consumo da água 
potável nas atividades em que não exijam o seu uso, aparecendo a ideia dos 
sistemas de captação e armazenamento das águas pluviais. Nesta monografia 
reflecte os resultados duma análise bibliográfica sobre os conceitos principais 
relacionados com este tipo de sistema, seus elementos componentes assim como 
os diferentes metodos que permitem o dimensionameto de seus tres elementos 
esenciais: calhas, condutores e reservatorio.Posteriormente se propoe um sistema 
de captação e armazenamento no edifício multifamiliar por construir no bairro de 
Estoril – Beira onde a agua pluvial sera captada pelos telhados, recolhidas e 
canalizadas pela caleira e em seguida atravez de condutores ou tubo de queda são 
conduzidas até ao dispositivos de tratamento e direcionadas ao reservatório de 
armazenamento enterrado, que por intermédio de uma moto-bomba, são 
bombeadas até o reservatório elevado. Finalmente foi dimensionada a caleira 
exigendo um diâmetro igual a 100 mm, os tubos de queda com diametro igual a 70 
mm e o reservatório de armazenamento de volume igual a 3000 litros. Dita proposta 
de solução garante uma economia de água potavel em um valor medio estimado em 
24.86%, considerando 45% da demanda total da água (100 litros/per capita/dia) a 
ser suprimida por da água pluvial. 
 
Palavras-chaves: Desperdicio, Demanda de consumo, Potencial de economia, 
Aguas potáveis, Aguas pluviais. 
 
 
 
 
 
XI 
 
ABSTRACT 
 
The waste of drinking water in residential buildings in certain non-potable uses such 
as in sanitary bowl, irrigation of green areas, floor washing, car washing, etc., implies 
a high demand in the consumption of drinking water in activities that do not require 
your use by appearing the idea of systems for capturing and storing rainwater. This 
monograph reflects the results of a bibliographic analysis of the key concepts related 
to this type of system, its component elements and the different methods that allow 
dimensionameto their esenciais three elements: gutters, drivers and 
reservatorio.Posteriormente it proposes one collection system and storage in multi-
family building to be built in the Estoril district - Beira where the rain water will be 
captured by the roof, collected and channeled by the gutter and then trough 
conductors or downpipe are conducted to the treatment devices and directed to the 
storage tank buried, which by means of a motor pump, are pumped to the higher 
reservoir. Finally exigendo gutter is sized to a diameter equal to 100 mm, drop tubes 
with a diameter of 70 mm and the volume of the storage tank exceeding 3000 liters. 
Said proposed solution guarantees a potable water savings in a mean value 
estimated at 24.86%, considering 45% of total water demand (100 liters / capita / 
day) to be removed by rainwater. 
 
 
 
Keywords: Waste, consumer demand, economic potential, potable water, storm 
waters. 
 
 
 
 
 
 
 
XII 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1.1- Consumo doméstico de água sem usos exteriores ................................. 7 
Figura 1.2- Consumo doméstico de água com usos exteriores ................................. 7 
Figura 1.3 - Pedra Moabita (830 aC) .......................................................................... 9 
Figura 1.4 - Esquema representativo de um sistema de recolha de água pluvial a 
verde ........................................................................................................................ 11 
Figura 1.5- Dispositivo de descarte de sólidos para áreas de captação de até 200m2, 
Modelo VF-1 ............................................................................................................. 15 
Figura 1.6 - Dispositivo de descarte de sólidos para áreas de captação de até 
1500m², Modelo VF-6 ............................................................................................... 15 
Figura 1.7 - Desviador de água dos primeiros escoamentos confeccionado com 
tubos e conexões de PVC ........................................................................................ 17 
Figura 1.8- Curvas I-D-F para Maputo ..................................................................... 22 
Figura 1.9- Dimensionamento dos condutores verticais para calha com saída em 
aresta viva ................................................................................................................ 26 
Figura 1.10 - Dimensionamento dos condutores verticais para calha com funil de 
saída. ....................................................................................................................... 27 
Figura 1.11 - SAAP indirecto ou gravítico ................................................................ 37 
Figura 1.12 - SAAP direto ........................................................................................ 38 
Figura 2.1 - Cobertura do edifício multifamiliar. Representação dos elementos 
componentes da SAAP ............................................................................................ 41 
Figura 2.2 - Precipitação média mensal dos anos 2005-2014 ................................. 42 
Figura 2.3 - Gráfico do potencial de economia da água potável (%) ........................ 47 
Figura 2.4 – Gráfico do atendimento da água pluvial ............................................... 48 
Figura 2.5 – Representação planimetrica do edifício Multifamiliar incluindo a 
instalacao da SAAP.................................................................................................. 49 
Figura 2.6– Representação esquemática em seccao em corte da distribuição da das 
águas pluviais no edifício residencial multifamiliar ................................................... 50 
 
 
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file:///C:/Users/Navalhaa/Desktop/Para%20Msc%20Hilda%20(Retificado).docx%23_Toc436909061
file:///C:/Users/Navalhaa/Desktop/Para%20Msc%20Hilda%20(Retificado).docx%23_Toc436909071
XIII 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1.1 - Uso final de água potável para consumo doméstico em diferentes 
países ......................................................................................................................... 6 
Tabela 1.2 - Ilustração dos tipos de calhas .............................................................. 14 
Tabela 1.3- Comparação das vantagens e desvantagens da escolha da localização 
do reservatório ......................................................................................................... 18 
Tabela 1.4- Dispositivos de proteção sanitária e conservação da qualidade da agua 
da Pluvial .................................................................................................................. 19 
Tabela 1.5 - Período de retorno em função dos parâmetros adimensionais ........... 21 
Tabela 1.6- Área de contribuição incluindo a ação do vento. ................................... 23 
Tabela 1.7- Fatores multiplicativos da vazão de projeto .......................................... 24 
Tabela 1.8 - Coeficientes de rugosidade .................................................................. 25 
Tabela 1.9 - Capacidade de condutores horizontais de seção circular .................... 27 
Tabela 1.10 - Coeficiente de escoamento superficial para diferentes materiais da 
superfície de captação. ............................................................................................34 
Tabela 1.11- Comparação entre vantagens e desvantagens dos tipos de sistemas 
de SAAP ................................................................................................................... 38 
Tabela 2.1- Precipitação Mensais em [mm] registradas na cidade da Beira de 2005-
2014. ........................................................................................................................ 42 
Tabela 2.2- Dados de entrada utilizados no Programa Netuno ................................ 45 
Tabela 2.3 – Planilha de dados de diversos volumes simulados apartir do programa 
computacional de Netuno 2014 ................................................................................ 46 
Tabela 2.4 - Resultados mensais do volume selecionado (3000 litros).................... 49 
Tabela A.1 - Consumos unitários e anuais por dispositivo ou utilização .................. 55 
Tabela A.2 - Precipitação diarias em [mm] registradas na cidade da Beira de 2005-
2014 ......................................................................................................................... 55 
XIV 
 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
a.C. Antes de Cristo 
ANQIP Associação Nacional para a Qualidade nas Instalações Prediais 
Ca Calha 
EPA Environmental Protection Agency(Serviço de Proteção Ambiental) 
ETA 0701 Especificação Técnica ANQIP 
LNEC Laboratório Nacional de Engenharia Civil 
NBR Norma Brasileira 
PEAD Polietileno de alta intensidade 
PROSAB Programa de pesquisa em Saneamento Básico 
PVC Policloreto de vinilo 
RGSPPDADAR Regulamento Geral dos Sitemas Publicos Prediais de Distribuição 
 de Água e de Drenagem da Aguas Resduais 
SAAP Sistema de Aproveitamento das Águas Pluviais 
SADC Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral 
TQ Tubo de Queda 
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina 
 
XV 
 
LISTA DE SÍMBOLOS 
 
 Área de contribuição 
 Parâmetros adimensionais; 
CO2 Gás carbônico 
Di Diâmetro interno 
 Coeficiente de atrito 
 Altura da lâmina de água na calha, em 
HNO3 Ácido nítrico 
 Declividade da calha ( ); 
 Intensidade de Precipitação 
 Comprimento do condutor vertical ( 
 Litros 
 Coeficiente de rugosidade; 
NH3 Amônia 
 Perímetro molhado (m); 
 Vazão de projeto ; 
 Raio hidráulico ; 
 Área molhada ; 
SO2 Dióxido de enxofre 
 Período de retorno (anos); 
 Duração ( ); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
INTRODUÇÃO 
 
A água é uma substância mineral essencial à vida. Já na antiguidade o considerado 
um dos setes sábios da Grécia, Tales de Mileto, a definia como “o princípio de todas 
as coisas”. Toda a evolução dos seres vivos está associada e depende deste 
precioso líquido, que se encontra espalhado por todo planeta, nas mas diversas 
formas e estados, formando oceanos, glaciares, lagos e rios, a água cobre cerca de 
¾ da superfície da terra, com um volume estimado em . Abaixo da 
superfície infiltrada no solo, existem mas de em cavernas, formando 
poços, lençóis freáticos e aquífero. Em torno do planeta, na atmosfera terrestre, 
existem mais de sob a forma de vapor. 
Embora exista muita água no planeta terra, o maior volume, cerca de 97%, está nos 
oceanos e é salgada. Da restante parcela de 3%, que representa a totalidade da 
água doce existente, cerca de 2% esta concentrada nas regiões polares, no estado 
sólido, e menos de 0.1% encontram-se na atmosfera, sob a forma de vapor. Dos 
cerca de 1% que existem no estado líquido, a maior parte encontra-se no subsolo a 
elevadas profundidades, o que dificulta a sua utilização, e apenas 0.01% se 
encontra disponível em rios e lagos superficiais. 
A humanidade tem o seu desenvolvimento associado aos usos de água e durante 
milénios o homem considerou-a um recurso inesgotável. Só há algumas décadas a 
humanidade despertou para a dura realidade que, face aos usos desregrados do 
passado, os recursos naturais estão a tornar-se escassos e que é preciso acabar 
com a falsa ideia de que os recursos hídricos, ou seja, a água, são inesgotáveis. 
Não sendo inesgotável e definida como um recurso renovável, mas em que apenas 
uma pequeníssima parcela é facilmente acessível, torna-se necessário geri-la de 
uma forma racional e sustentável.é neste contexto que a presente monografia vem 
contribuir, para aplicação da técnica de aproveitamento das águas pluviais como 
fonte alternativa e complementarde abastecimento potável. 
A ação humana desvia a água do ciclo natural, em aplicações como agricultura e 
consumo humano. A cidade impermeabiliza o solo, impedindo a reposição do lençol 
freático. As canalizações e os pavimentos provocam um aumento na velocidade de 
vazão superficial, promovendo enchentes urbanas. Os movimentos de terra da 
agricultura ou de urbanização provocam erosões, modificando os fluxos naturais. 
2 
 
Aliados aos problemas de controle e gestão das inundações é necessária também 
uma atenção especial ao uso da água tratada, em finalidades onde pode ser 
substituída por fontes alternativas.Nestes dois casos o aproveitamento de águas 
pluviais, se mostra como sendo uma solução inovadora tanto do ponto de vista 
técnico quanto econômico. 
A chuva é um recurso natural de nosso alcance que nos permite dispor de uma 
reserva de água de ótima qualidade para destinar à rega de jardins, e lavagem de 
piso e outros espaços. É uma água que cai do céu de forma gratuita e que 
infelizmente em alguns países do universo é desperdiçada se misturando ao 
sistema de esgoto. Na Alemanha, por exemplo, essa água é coletada em um 
sistema individual de água de chuva, onde alguns distritos subsidiam estas 
instalações. Aproveitando essa água, contribuímos com a diminuição da escassez 
de água, que já atinge várias regiões do país. Já passou o momento de planejar um 
novo consumo, mais racional, mais inteligente e mais solidário. Uma das maneiras 
de evitar esse desperdício é utilizando o sistema de aproveitamento de água da 
chuva para uso não potável nas edificações, que pode significar mais de 50% do 
consumo total. 
Partindo das pesquisas realizadas e entrevistas aos moradores do bairro das novas 
construções de Estoril foi possível identificar as seguintes manifestações fáticas: 
• Uso inadequado da água potável, para fins não potáveis 
• Aumento na velocidade de vazão superficial, promovendo enchentes urbanas 
A análise acima e as dificuldades encontradas, leva-se a identificar o 
problema científico gerado nessa investigação como desperdício da agua potável 
nos edifícios residenciais para determinados usos não potável tais como em bacia 
sanitária, irrigação de áreas verdes, lavagem de pisos, lavagem de veículos e etc. 
Atendendo a esta problemática, o objetivo geral da presente monografia é: 
• Propor um sistema de captação e armazenamento das águas pluviais para 
uso não potável a uns dos edifícios residenciais multifamiliares por construir 
no bairro de Estoril – Beira. 
Para conseguir o cumprimento do objetivo geral propõem-se os seguintes objetivos 
específicos: 
• Fazer uma revisão bibliográfica sobre os principais aspectos teóricosque 
sustentam o objeto de estudo. 
3 
 
• Propor um sistema de aproveitamento das águas pluviais para o edifício 
objeto de estudo. 
• Dimensionar geometricamente elementos componentes do sistema proposto. 
Assim, poderia colocar-se a seguinte hipótese: 
Hipótese do estudo 
Se se aplica a técnica de aproveitamento das águas pluviais para uso não potável 
no edifício residencial multifamiliar por construir no bairro de Estoril – Beira 
possibilita-se a redução no consumo da água potável em atividades onde não 
exijam o seu uso, tais como na descarga do vaso sanitário, na limpeza geral e etc. 
Estrutura do trabalho Apresente monografia fica estruturado em: introdução, dois 
capítulos, conclusões, recomendações, referências e anexos. Na 
introduçãoconstam diversos pontos como as manifestações fáticas, problema, 
objetivos e hipótese. No primeiro capítulo, dá-se o enfoque ao desenvolvimento 
teórico da técnica de aproveitamento das águas pluviais, seguindo-se da breve 
descrição das diversas componentes de um sistema de captação, que vão desde a 
superfície de recolha ao reservatório de armazenamento para posterior utilização. 
Com esta informação logra-se no capítulo 2 aplicar esta técnica ao edifício 
multifamiliar objecto do estudo. 
4 
 
CAPITULO 1 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
1.0. INTRODUCAO 
Neste capítulo é apresentada uma breve revisão bibliográfica, das técnicas de 
aproveitamento das águas pluviais nas edificações para uso não potável. 
Analisando teorias essenciais associados a: componentes comumente encontrados 
nestes sistemas e processo de dimensionamento das calhas, condutores e 
reservatórios. Finamente apresenta-se a classificação dos sistemas de 
aproveitamento das águas pluviais. O que permitirá servir de sustento dos 
conteúdos do capítulo 2. 
 
1.1. DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS EM MOÇAMBIQUE 
Conforme 22ª sessão do conselho de ministros (2007) Moçambique possui treze 
bacias hidrográficas principais, sendo de sul a norte, as bacias dos rios Maputo, 
Umbeluzi, Incomati, Limpopo, Save, Buzi, Pungoé, Zambeze, Licungo, Ligonha, 
Lúrio, Messalo e Rovuma. Moçambique é um país de jusante, partilhando nove das 
quinze bacias hidrográficas internacionais da região da SADC. Os rios são os 
maiores transportadores dos principais recursos hídricos dopaís, dos quais mais de 
50% são originados nos países de montante. São de notar as diferenças que se 
verificam entre regiões no que se refere à variação da precipitação, período húmido 
e seco e de ano para ano com cheias e secas. De acordo com dados disponíveis, o 
escoamento superficial total é cerca de 216 km³/ano, dos quais cerca de 100 km³ 
(46%) são gerados no país. Os restantes 116 km³ são gerados nos países vizinhos. 
Em termos de valores per capita, Moçambique dispõe de um total de cerca de 
11500m³/pessoa/ano. Sendo vulnerável aos desastres causados pelas 
irregularidades climáticas. Nos últimos anos, o país tem registado com frequência 
secas, cheias e ciclones causando impacto negativo no desenvolvimento sociale 
económico. Os desastres mais significativos foram as secas de 1981-1984; 1991-
1992; 1994-1995 e as cheias de 1977-1978; 1985, 1988, 2000 e 2001. Os desafios 
de moçambique na gestão e desenvolvimento dos recursos hídricos em 
cumprimento das metas do plano de acção com finalidade de redução da pobreza 
absoluta e das metas de desenvolvimento do milénio, incluem água potável e 
saneamento, água para segurar alimentação e desenvolvimento rural; prevenção da 
poluição da água, e conservação dos ecossistemas; mitigação dos desastres e 
5 
 
gestão do risco; gestão dos recursos hídricos transfronteiriços e partilha de 
benefício (22ª sessão do conselho de ministros, 2007). 
Torna-se necessário e urgente desenvolver planos detalhados relativos ao 
desenvolvimento dos recursos hídricos para a promoçãodos serviços de 
abastecimento de água e saneamento, desenvolvimentoda agricultura, gestão de 
desastres e proteção dos ecossistemas. Um dos planos para o desenvolvimento dos 
recursos hídricos seria a busca de fontes alternativas de abastecimento das águas 
(22ª Sessão do Conselho de Ministros, 2007). 
 
1.2. CONDIÇÕES CLIMÁTICAS EM MOÇAMBIQUE 
Conforme (22ª sessão do conselho de ministros, 2007) o clima de Moçambique é 
predominantemente tropical húmido a semi-húmido. A variação anual da 
precipitação segue um padrão marcadamente sazonal, e depende igualmente da 
posição geográfica, sendo mais marcante na direção norte a sul, e da costa para o 
interior. A precipitação média anual do país é de cerca de 980 mm, contudo, com 
muita variação de ano para ano. A precipitação média anual ao longo da zona 
costeira varia de 800 a 1000 mm, com valores altos, entre Beira e Quelimane (acima 
de 1200 mm). Na região norte do país, a precipitação é elevada, na ordem de 1000 
aos 2000 mm, excetuando a região ao longo do vale do Zambeze onde a 
precipitação varia de 500 aos 800 mm. Na região sul do país, a precipitação anual 
média varia de 500 aos 1000 mm. A região mais seca do país localiza-se na zona 
alta do vale do Limpopo, onde a precipitação anual média varia de 300 aos 500 mm. 
A estação chuvosa ocorre entre outubro e março, coincidindo com o período quente. 
 
1.3. USOS FINAIS DE ÁGUA 
A análise dos usos finais de água é essencial para determinar a percentagem na 
qual a água potável será substituída pela água pluvial, em atividades emque a 
potabilidade da água é dispensável, dentre os quais se destaca a descarga da bacia 
sanitária e as atividades de limpeza em geral. 
A tabela 1.1 mostra resultados de alguns estudos sobre o uso final de água no meio 
residencial em diferentes países. Pode-se perceber que os valores divergem de um 
país para outro quando se consideram as atividadesisoladamente, porém isso não 
influencia significativamente o consumo total de água utilizada para fins não 
potáveis nessas edificações, que pode variar de 45% a 55%. Isto indica que a água 
6 
 
pluvial poderia ser utilizada para substituir a água potável em alguns usos 
residenciais, proporcionando economia e colaborando para a conservação dos 
recursos hídricos (ROCHA, 2009). 
 
Tabela 1.1- Uso final de água potável para consumo doméstico em diferentes países (TOMAZ 
(2000), TOMAZ (2003) e SABESP (2007)) apud (ROCHA, 2009) 
Aparelho 
sanitário/atividade 
Uso final por país (%) 
Dinamarca Holanda Alemanha EUA Suiça Colômbia 
Bacia sanitário* 20 32 27 27 40 40 
Banho (chuveiro e/ou 
banheira) 
30 35 36 17 37 30 
Lavagem de roupa* 15 19 12 22 4 - 
Limpeza de piso, carro e 
jardim* 
10 - 6 - 7 - 
Limpeza* - - - - - 15 
Lavagem de pratos ou 
louças 
20 7 6 2 - 10 
Comida e/ou bebida 5 2 4 - 5 - 
Cozinha - - - - 6 5 
Vazamentos - - - 14 - - 
Outros - 5 9 18 1 - 
Total 100 100 100 100 100 100 
Total não Potável (*) 45 51 45 49 51 55 
 
Outros autores entre eles RODRIGUES (2010); ANDRADE, et al (2010) e a ETA 
0701, (2015) confirmam a teoria desenvolvida peloRocha, (2009) quem plantea que 
a água da chuva em edificações residenciais pode ter, entre outros, os seguintes 
usos: 
✓ Descarga de bacia de retrete; 
✓ Lavagem de roupas; 
✓ Lavagem de pavimentos, automóveis (Lavagem geral); 
✓ Rega de zonas verdes. 
 
RODRIGUES (2010) plantea também que de acordo com um estudo realizado pelo 
LNEC (abrangendo uma amostra populacional de 100 pessoas em 40 habitações), é 
possível estimar o consumo doméstico de água, como se pode verificar nos 
diagramas apresentados pelas figuras 1.1 e 1.2. 
7 
 
perdas
5% Torneiras
16%
Maquina de 
lavar Loiça 
2%
Maquina de 
Roupa
9%
Autoclismo
31%
Duche, 
banho
37%
 
Figura 1.1- Consumo doméstico de água sem usos exteriores adaptado de (RODRIGUES, 2010) 
 
perdas; 4% Torneiras; 
16%
Maquina de 
lavar loica 
2%
Maquina de 
Roupa; 8%
Autoclismo; 
28%
Duche, 
banho; 32%
usos 
exteriores; 
10%
 
Figura 1.2- Consumo doméstico de água com usos exteriores adaptado de (RODRIGUES,2010) 
 
Contudo torna-se relevante ressaltar que o consumo de água não potável em 
edificações residências estima-se entre 45% - 55%. Nota-se claramente a falta que 
faz uma fonte alternativa de abastecimento da água, não potávelque permita a 
conservar a água potável e preservar o ambiente local. 
 
8 
 
 
1.4. Aproveitamento de água pluvial 
Existem vários aspectos positivos no uso de sistemas de aproveitamento de água 
pluvial, pois estes possibilitam reduzir o consumo de água potável, diminuindo os 
custos de água fornecida pelas companhias de abastecimento; minimizando riscos 
de enchentes e preservarvando o meio ambiente reduzindo a escassez de recursos 
hídricos (MAY, 2004) apud (MARINOSKI, 2007), tais como ׃ 
Além disso, podem-se citar outras vantagens do aproveitamento de água de 
pluvial (SIMIONI et al., 2004) apud (MARINOSKI, 2007): 
• Utiliza estruturas existentes na edificação (telhados, lajes e rampas); 
• Baixo impacto ambiental; 
• Água com qualidade aceitável para vários fins com pouco ou nenhum 
tratamento; 
• Complementa o sistema convencional; 
• Reserva de água para situações de emergência ou interrupção do 
abastecimento público. 
Rodrigues (2010) cita algumas desvantagens do aproveitamento das águas da 
chuva que são neste caso: 
• O custo da instalação de um sistema de aproveitamento de águas pluviais; 
• Diminuição do volume de água que é captada em momentos de seca. 
 
1.5. APROVEITAMENTO DAS ÁGUAS PLUVIAIS NO MUNDO 
Uma das inscrições mais antigas do mundo é a conhecida pedra moabita, 
encontrada no oriente médio, datada de 850 a.C. Nela, o rei Mesha dos moabitas, 
sugere que seja feita um reservatório em cada casa para aproveitamento da água 
pluvial. (TOMAZ, 2008), Ilustra-se na figura 1.3. Imagem da pedra moabita. 
9 
 
 
Figura 1.3- Pedra Moabita (830 aC) (TOMAZ, 2007) 
 
No palácio de Knossos na ilha de Creta a aproximadamente 2000 aC era 
aproveitada a água de chuva para descarga em bacias sanitárias (p. 100 The 
Rainwater Technology Handbook, 2001, Alemanha) apud (TOMAZ, 2008) A famosa 
fortaleza de Masada, em Israel, tem dez reservatórios escavacados nas rochas com 
capacidade total de 40 milhões de litros (TOMAZ, 2008) 
Na Península de Iucatã, no México, existem reservatórios que datam de antes da 
chegada de Cristóvão Colombo à América, e que estão ainda em uso (TOMAZ, 
2008). Foi descoberto em 1885 em Monturque, Roma, doze reservatórios 
subterrâneas com entrada superior. Cada unidade tinha largura de 3,08m, 
comprimento de 6,65m e altura de 4,83m que perfaziam 98,93m cada perfazendo o 
volume total de 1.187m e que era usado para abastecimento público (TOMAZ, 
2008). 
A Environmental Protection Agency (EPA) – Serviço de Proteção Ambiental, aponta, 
nos Estados Unidos, a existência de mais de 200 mil reservatórios para 
aproveitamento de água de chuva. O volume dos reservatórios na Jordânia varia 
entre 35 mil litros e 200 mil litros. Em Jerusalém, existe reservatório com 2,7 milhões 
de litros (TOMAZ, 2008). Na Califórnia, são oferecidos financiamentos para a 
construção de captação de água de chuva, o mesmo acontecendo na Alemanha e 
Japão (TOMAZ, 2008). 
Em Hamburgo, na Alemanha, é concedido gratuitamente cerca de US$ 1.500,00 a 
US$ 2.000,00 a quem aproveitar a água de chuva, que também servirá para conter 
picos de enchentes. Hamburgo foi o primeiro estado alemão a instalar sistemas de 
aproveitamento de águas de chuva iniciando em 1988, havendo até o ano 2000 
10 
 
aproximadamente 1500 sistemas privados de coleta de água de chuva funcionando 
durante sete anos (The rainwater technology handbook, 2001, Alemanha) apud 
(TOMAZ, 2008). Na Alemanha o aproveitamento da água de chuva é destinado a 
irrigação (jardins), descarga de bacias sanitárias, máquinas de lavar roupa e uso 
comercial e industrial e vem sendo feito desde o ano de 1980. Sempre a água de 
chuva é usada para fins não potáveis (TOMAZ, 2008). 
Embora no momento ainda não está sendo feito, acredita-se que no futuro o 
aproveitamento de água pluvial seja feito pelas companhias de água potável e por 
companhias privadas para abastecimento de hotéis, complexos de apartamentos 
(p.102 The Rainwater Technology Handbook, 2001, Alemanha) apud (TOMAZ, 
2008). 
Na grande fortaleza e convento dos templários localizada na cidade de Tomar, 
Portugal que teve início de construção em 1 de março de 1160, existe dois 
reservatórios para aproveitamento de água de chuva, sendo um com 215m3 e outro 
com 145m3 (TOMAZ, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1.6. SISTEMA APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS EM EDIFÍCIOS 
Conforme RODRIGUES (2010), o sistema aproveitamento de águas pluviais 
consiste na recolha, desvio e armazenamento de águas pluviais para posterior 
utilização doméstica. O objetivo principal deste sistema consiste em substituir a 
água de uso 
doméstico sem 
exigência de 
potabilidade por água 
pluvial devidamente 
recolhida e fornecida, 
sendo tratada 
durante o percurso 
entre recolha e 
fornecimento. (figura 
1.4). 
Na imagem ilustrada, 
os telhados captam a 
água pluvial para o 
canal de recolha que 
são neste caso as calhas ou caleiras, em seguida conduzidas até ao filtro onde a 
água é tratada e direcionada ao armazenamento subterrâneo de onde por 
intermédio de uma bomba a água pluvial é bombeada para o reservatório superior, 
para posterior uso não potável. 
 
1.6.1. Principais elementos componentes de um sistema de aproveitamento de 
água pluvial 
ConformeAndrade, et al (2010) os principais componentes de um sistema de 
aproveitamento de água pluvial são: 
• Área de captação. 
• Calhas e condutores verticais e horizontais. 
• Dispositivos que servem principalmente para a remoção de sólidos grosseiros 
(como folhas e gravetos) evitando o entupimento de calhas e coletores, como 
Agua 
potavel 
Agua nao 
potavel 
Recolha 
Reservatório de 
armazenamento 
inferior inferior 
Filtro 
Superfíçie de captação 
Da água pluvial 
Consumo não 
potável 
Condução 
Consumo 
potável 
Figura 1.4 - Esquema representativo de um sistema de recolha de água 
pluvial a verde adaptado de (RODRIGUES, 2010) 
 
12 
 
telas dispostas sobre as calhas e grelhas flexíveis instaladas na saída das 
calhas (no bocal). 
• Dispositivo de descarte de sólidos (folhas e detritos) com menor abertura de 
peneira para promover o descarte de folhas que passam pelas grelhas 
flexíveis, ou todos os sólidos grosseiros quando não são utilizadas tais 
grelhas. 
• Caixas de inspeção, quando necessárias, deverão ser instaladas a cada 20 
metros lineares ou nas mudanças de direção da tubulação. 
• Dispositivo de desvio de água dos primeiros escoamentos (ou de água das 
primeiras chuvas). 
• Freio de água. 
• Sifão extravasor. 
• Conjunto flutuante de sucção. 
• Conjunto moto-bomba (quando necessário). 
• Sistema de suprimento com alimentação, com ligação atmosférica não 
cruzada, e com válvula solenoide. 
• Reservatório superior de água de chuva. 
• Sistema de desinfeção, quando necessário. 
A seguir será apresentada uma breve descrição de cada um dos principais 
componentes comumente encontrados em sistemas de aproveitamento de água 
pluvial. 
 
1.6.1.1. Área de captação 
Conforme ABNT NBR 15527 (2007) área de captação é definida como área em 
metros quadrados projetada na horizontal da superfície impermeável da cobertura 
onde a água é captada. Estas áreas podem ser de diversos materiais como: 
• Cobertura das edificações (telhados, lajes de concreto, telhados vegetados). 
• Diretamente do solo, principalmente em encostas e de preferência em áreas 
gramadas ou com vegetação similar. 
• Pavimentos (estradas, estacionamentos, pátios). 
Assim, sendo possível captar água de chuva de diversas áreas, deve-se dar 
preferência para as mais limpas, que não sejam destinadas para o trânsito de peões 
ou animais e que estejam acima do local onde será instaladoo reservatório de 
13 
 
armazenamento, garantindo assim que a alimentação seja por gravidade. Daí a 
preferência, inclusive na NBR 15527, por áreas de coberturas (ANDRADE et al, 
2010). 
Os materiais das áreas de captação não devem apresentar toxicidade e 
substâncias que comprometam a qualidade da água, por exemplo, devem ser 
evitados telhados de amianto, com pintura a base de metais pesados. Quando 
utilizadas telhas cerâmicas, caso a limpeza destas telhas seja realizada com jatos 
de água, deve-se evitar a utilização de ácido ou outro reagente nocivo e o efluente 
desta operação de limpeza;de ser assim, deve ser descartado. Também evitar 
coberturas com chumbo, cromo e zinco, entre outros materiais que possam causar 
efeitos nocivos à saúde ou ao meio ambiente (ANDRADE et al, 2010). 
Após a instalação de um sistema de aproveitamento de água pluvial a cobertura não 
terá mais apenas a função comumente requerida a uma cobertura 
(impermeabilidade, resistência, estética), mas também será uma área de captação, 
portanto, como área de captação a cobertura precisa ser conservada limpa. É muito 
importante que ocorra uma mudança de paradigma para que as novas edificações 
contemplem sistemas de aproveitamento de água pluvial. Assim, os projetistas 
precisam incorporar conceitos que possibilitem que as coberturas tenham também a 
função de áreas de captação. Devem ser adequadas a esta nova função, ou seja, 
devem favorecer a implantação das instalações de águas pluviais, drenagem para a 
cisterna e, se possível, contemplar a execução de sistemas que promovam, além da 
economia de água, e energia. Ou seja, é interessante que a água pluvial seja 
armazenada em uma cota que permita sua utilização, por gravidade, sem a 
necessidade de consumo de energia elétrica (ANDRADE, et al, 2010) 
 
1.6.1.2. Calhas e condutores 
Baseando-se na norma Brasileira ABNT NBR 10844 (1989) as calhas podem ser 
definidas como canal que recolhe a água de coberturas, terraços e similares e a 
conduz a um ponto de destino. Três tipos de calhas podem ser identificados: 
• Calha de água-furtada 
• Calha de beiral 
• Calha platibanda 
14 
 
Em seguida faz-se uma breve descrição na tabela 1.2 dos três tipos de calhas 
supracitados 
Tabela 1.2 - Ilustração dos tipos de calhas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto aos condutores a ABNT NBR 10844, (1989) classifica em dois tipos verticais 
e horizontais onde: 
➢ Condutor horizontal: Canal ou tubulação horizontal destinado a recolher e 
conduzir águas pluviais até locais permitidos pelos dispositivos legais. 
➢ Condutor vertical: Tubulação vertical destinada a recolher águas de calhas, 
coberturas, terraços e similares e conduzi-las até a parte inferior do edifício. 
As calhas tanto quanto os condutores podem ser de materiais como: PVC, alumínio, 
chapas galvanizadas, geomembranas, entre outros materiais. Em termos de 
secções as calhas geralmente apresentam-se em forma semicircular, U, V, 
quadrada ou retangular (ANDRADE, et al 2010). 
 
1.6.1.3. Dispositivos de descarte de sólidos 
Sabendo-se que a água da chuva sofre perda de qualidade ao passar pela 
troposfera e pela área de captação, acumulando impurezas, faz-se necessária a 
 
Calha beiral: 
Calha instalada na 
linha de beiral da 
cobertura 
 
Calha platibanda: 
Calha instalada na 
linha de encontro da 
cobertura com a 
platibanda. 
 
Calha de água-furtada: 
Calha instalada na 
linha de água-furtada 
da cobertura 
15 
 
utilização de dispositivos de descarte de sólidos e de desvio de água dos primeiros 
escoamentos que precipitam sobre os telhados. 
Para o descarte de folhas, gravetos e detritos pode-se também utilizar peneiras 
autolimpantes. Apresenta-se na figura 1.5 um dispositivo de descarte de sólidos 
para áreas de captação de até 200m² e na Figura 1.6 para áreas de até 1500m². 
Para áreas menores que 40m², existem no mercado dispositivos de descarte de 
sólidos que podem ser instalados diretamente nos condutores verticais ou mesmo 
no interior dos reservatórios de armazenamento de água pluvial. (ANDRADE, et al 
2010). 
 
 
 
Figura 1.5- Dispositivo de descarte de sólidos para áreas de captação de até 200m2, Modelo VF-1 
(ACQUASAVE, 2008) apud (ANDRADE et al, 2010) 
 
 
Figura 1.6 - Dispositivo de descarte de sólidos para áreas de captação de até 1500m², Modelo VF-6 
(ACQUASAVE, 2008) apud (ANDRADE et al, 2010) 
 
Entrada da água 
de chuva bruta 
Entrada da água 
de chuva bruta 
Entrada da água 
de chuva bruta 
Entrada da 
águade chuva 
bruta 
16 
 
1.6.1.4. Dispositivos de desvio de água dos primeiros escoamentos 
Durante as precipitações pluviométricas a água da chuva carrega consigo partículas 
em suspensão da troposfera. Nas áreas urbanas os compostos como dióxido de 
enxofre e óxidos de nitrogênio são alguns dos principais contaminantes 
atmosféricos que podem alterar a qualidade das águas de chuva. Além disso, a 
poeira e fuligem que se acumulam nos telhados utilizados como áreas de captação 
também influenciam na qualidade desta água. A contaminação mais forte ocorre nos 
primeiros milímetros de precipitação e após um longo período sem chuvas, portanto, 
a água da chuva referente aos primeiros escoamentos deve ser desviada e não 
armazenada no reservatório de acumulação de água de chuva. Assim, a água de 
escoamento inicial é a água proveniente da área de captação correspondente às 
primeiras precipitações pluviométricas, suficiente para lavagem da poluição 
atmosférica e das áreas de captação. Esta água deve ser suficiente para carregar 
poeira, fuligem e compostos solúveis indesejáveis, de acordo com a qualidade 
requerida. 
Assim, o volume de água a ser desviado depende, não somente da qualidade da 
água de chuva captada, mas também da finalidade, ou uso a que se destina. Não se 
deve, portanto, informar um valor de volume ou tempo genéricos de desvio dos 
primeiros escoamentos para todas as situações. O volume a ser desviado ou o 
tempo de desvio deve ser calculado para cada situação (ANDRADE, et al 2010). 
Dentre as várias maneiras de se realizar o desvio de água das primeiras chuvas, 
esta a utilização do dispositivo com “torneira de boia” ou do dispositivo de “boia que 
flutua” Na figura 1.7 pode observar-se com o início da chuva, o reservatório de 
desvio recebe a água transportada pelas calhas e condutores até que atinja seu 
limite, e a passagem de água para seu interior é interrompida através do 
fechamento automático de uma boia. A partir desse momento a água passa a 
escoar para o reservatório de armazenamento de água de chuva. Ao término da 
chuva, a água retida no reservatório de desvio é descartada por meio de um 
pequeno orifício ou pela abertura de um registro. 
 
17 
 
 
 
 
Figura 1.7- Desviador de água dos primeiros escoamentos confeccionado com tubos e conexões de 
PVC (ANDRADE et al 2010) 
 
1.6.1.5. Reservatórios de armazenamento de água de pluvial 
Conforme ETA 0701 (2015) os reservatórios de armazenamento de água de pluvial 
podem ser definidos como todos os locais que recolham a água pluvial e que, 
devido às suas características, permitam o armazenamento da água para utilizações 
não potáveis. 
Segundo ANDRADE, et al, (2010) os reservatorios de armazenamento pluvial pode 
ser construído com diversos materiais como: concreto armado, fibra de vidro, 
geomembrana de PVC ou de PEAD, ferrocimento, aço inoxidável, alvenaria de tijolo 
e em placas de ardósia armada. 
Os autores ANDRADE et al, (2010) e RODRIGUES (2010) coincidem em ideias ao 
classificar os reservatórios de acordo com sua disposição no terreno em: 
• Reservatório apoiados ou sobre o solo, 
• Reservatórios semienterrados, 
• Reservatórios enterrados (cisternas) / reservatório inferior, 
• Reservatórios elevados/ reservatório superior 
Em seguida ilustra-se na tabela 1.3 as vantagens e desvantagens da escolha da 
localização do reservatóriode armazenamento da água pluvial. 
Calha 
metálica 
Água de chuva 
para o 
Reservatório de 
armazenamento 
 
Água de chuva 
desviada 
Torneira para 
esgotamento do 
Reservatório de 
desvio 
Água de chuva 
para o 
reservatório 
de 
armazenamento 
18 
 
Tabela 1.3- Comparação das vantagens e desvantagens da escolha da localização do reservatório 
(RODRIGUES, 2010) 
 
Disposição do 
reservatório 
no terreno 
Reservatório à superfície 
Reservatório semienterrado 
ou enterrado 
Vantagens 
• Estruturas á superfície 
permitem inspeção simples 
• Existem várias opções de 
reservatórios 
• Pode ser comprado pelo 
público em geral 
• Pode ser construído com uma 
vasta variedade de materiais 
• Construção fácil com 
materiais tradicionais 
• Extração de água pode ser 
feita graviticamente em 
alguns casos 
• Pode ser elevada a sua 
posição para aumentar a 
pressão no sistema 
• Geralmente é a solução mais 
barata 
 
• Mais difícil de esvaziar 
• Requer pouco ou nenhum 
espaço 
• Discreto 
• O terreno envolvente 
suporta a impulsão da água 
fazendo com que as 
paredes do reservatório 
sejam mais finas, reduzindo 
os custos 
Desvantagens 
 
• Requer espaço para a 
instalação 
• Sujeito ao ataque das 
intempéries 
• A falha do reservatório pode 
levar a problemas graves 
• Água mais susceptível á luz 
solar 
• Extração de água é mais 
problemática - exige bomba 
• Perdas são mais difíceis de 
detetar 
• Contaminação da água por 
infiltração de água 
• Raízes de árvores podem 
danificar a estrutura do 
reservatório 
• Flutuação do reservatório 
pode ocorrer se o nível 
freático for elevado e o 
reservatório estiver vazio 
• Veículos pesados a circular 
acima do reservatório 
podem causar danos 
• Geralmente mais caros 
 
Para proteção sanitária e conservação da qualidade da agua pluvial nos 
reservatórios de armazenamento, este deve ser equipado por: freio de água; 
conjunto flutuante de sucção e sifão extravasor. Na tabela 1.4 ilustra-se os 
dispositivos de proteção sanitária e conservação da qualidade da água pluvial. 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Tabela 1.4- Dispositivos de proteção sanitária e conservação da qualidade da água da Pluvial (Autor) 
 
Freio de água: 
Este dispositivo, instalado no fundo do 
reservatório de armazenamento, onde 
se dá a entrada de água no 
reservatório, tem como finalidade 
amortecer o fluxo de água e contribuir 
para a sedimentação dos sólidos, 
dificultando a agitação do material 
sedimentado (ANDRADE et al, 2010). 
 
Conjunto flutuante de sucção: 
Com este dispositivo faz-se com que a 
água seja retirada do reservatório 
sempre próximo à superfície e, 
portanto, com menor teor de sólidos e 
maior concentração de oxigênio 
dissolvido. Este dispositivo contribui 
para a sedimentação de sólidos e 
melhoria da qualidade de água da 
chuva a ser utilizada. Ele é constituído 
por uma boia ligada a uma válvula de 
retenção (quando necessária) e a uma 
peneira, conectados a uma das 
extremidades de uma mangueira, 
enquanto a outra extremidade 
geralmente é ligada a uma motobomba 
(quando necessária) (ANDRADE, et 
al 2010). 
 
Sifão extravasor: 
No meio urbano, o extravasor do 
reservatório de acumulação é 
geralmente conectado à rede de 
drenagem pluvial. Para evitar a 
penetração de gases, oriundos da rede 
de drenagem pluvial, utiliza-se no 
interior do reservatório de 
armazenamento de água de chuva um 
sifão junto ao extravasor. Outras 
funções do sifão extravasor são: 
possibilitar a retirada das impurezas da 
superfície da água (decantação de 
material flotante, como pólen) e 
restringir a entrada de animais, 
principalmente roedores, no 
reservatório (ANDRADE, et al 2010). 
 
20 
 
1.7. METODOS DE DIMENSIONAMENTO DE CALHAS E CONDUTORES 
Pode constatar-se da pesquisa que a informação é restritiva no que concerne aos 
métodos de dimensionamento das calhas tanto quanto condutor (tubos da queda), 
somente foi possível identificar a Norma Nrasileira NBR 10844 que neste caso será 
aplicável no dimensionamento dos dois elementos componentes da 
SAAPmencionados.Em seguida apresenta-se os detalhes do dimensionamento das 
calhas e condutores pela Norma Brasileira NBR 10844. 
 
1.7.1. Metodos de dimensionamento segundo NBR 10844 
A NBR 10844 é a Norma Brasileira que regula os sistemas prediais de drenagem de 
águas pluviais. Nesta norma são identificadas como principais prescrições a serem 
observadas e adoptadas as seguintes: 
• O sistema de esgotamento das águas pluviais deve ser completamente 
separado da rede de esgotos sanitários, rede de água fria e de quaisquer 
outras instalações prediais. Deve-se prever dispositivo de proteção contra o 
acesso de gases no interior da tubulação de águas pluviais, quando houver 
risco de penetração destes. 
• Nas junções e, no máximo de 20 em 20 metros, deve haver uma caixa de 
inspeção. 
• Quando houver risco de obstrução, deve-se prever mais de uma saída. 
• Lajes impermeabilizadas devem ter declividade mínima de 0,5%. 
• Calhas de beiral e platibanda devem ter declividade mínima de 0,5%. 
• Nos casos em que um extravasamento não pode ser tolerado, pode-se prever 
extravasores de calha que descarregam em locais adequados. 
• Sempre que possível, usar declividade maior que 0,5% para os condutores 
horizontais. 
Para o cálculo da vazão do projecto se prescisa conhecer previamente a 
intensidade de prescipitação e a área de contribuição em seguida se explica como 
obter os dois parâmetros: 
Para se determinar a intensidade pluviométrica ( ) para fins de projeto, deve ser 
fixada a duração da precipitação e do período de retorno adequado, com base em 
dados pluviométricos locais. 
21 
 
Com relação a duração da precipitação: deve ser fixada em 5 minutos. Para o 
cálculo do periodo de retorno a ABNT NBR 10844 (1989) indica considerar ׃ 
• T = 1 ano: para áreas pavimentadas onde empoçamentos possam ser 
tolerados; 
• T = 5 anos: para coberturas e/ou terraço; 
• T = 25 anos: para coberturas e áreas onde empoçamentos ou 
extravasamentos não possam ser tolerados. 
Intensidade de precipitação: 
Conforme DECRETO no 30/2003 para determinação da intensidade de precipitação 
faz-se necessário obedecer os seguintes passos: 
1. Localização da área de estudo no mapa e identificação da região pluviométrica. 
2. Cálculo da intensidade da precipitação paraa duração de período de retomo 
escolhidos com base nas curvas I-D-F de Maputo (figura 1.6). 
3. Afetação do valor obtido pelo fator multiplicativo correspondente a região 
pluviométrica em causa. 
Para obter o valor de intensidade se prescisa das curvas de intensidade – 
frequência – duração. Na figura 1.8. mostra-se a curva utilizada correspondente a 
Maputo, única existente no país. 
A expressao analitica destas curvas responde a seguinte expressão: 
 
Onde: 
- período de retomo (anos); 
 - intensidade da precipitação (mm/h); 
 - parâmetros adimensionais; 
 duração(min); 
Sendo e obtidos pela tabela 1.5. 
 
Tabela 1.5- Período de retorno em função dos parâmetros adimensionais (DECRETO n0 30/2003) 
 2 5 10 20 25 50 
 534.0468 694.504 797.3841 896.5751 930.8815 1026.694 
 -0.6075 -0.59383 -0.58197 -0.58197 -0.58119 -0.57749 
 
(1.1) 
22 
 
 
 
Figura 1.8- Curvas I-D-F para Maputo (DECRETO n0 30/2003) 
➢ Área de contribuição 
O vento deve ser considerado na direção que ocasionar maior quantidade de chuva 
interceptada pelas superfícies consideradas. A área de contribuição deve ser 
tomada na horizontal e receber um incremento devido à inclinação da chuva. Estes 
incrementos são calculados de acordo com a NBR 10844. Alguns exemplos estão 
apresentados na tabela 1.6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
Tabela 1.6- Área de contribuição incluindo a ação do vento (ABNT NBR 10844, 1989). 
 
 
Superficie plana horizontal 
 
 
Superficie inclinada 
 
 
 
Superficie plana vertical unica 
 
 
 
Duas superficiesplanas verticais 
opostas 
 
 
Duas suoerficies planas verticais 
opostas 
 
 
 
 
 
Duas superficies planas verticais 
adjacentes e perpendiculares 
 
 
 
Tres superficies planas verticais 
adjacentes e perpendiculares, 
sendo as duas opostas adjacente 
 
 
 
Quatro superficies planas verticas, 
sendo uma maior altura 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
Vazão de projeto 
✓ Cálculo de vazão de projeto 
A vazão de projeto é determinada pela fórmula definida na Norma Brasileira ABNT 
NBR 10844 (1989). 
 
Onde: 
Q = vazão de projeto ; 
I = intensidade pluviométrica ; 
A = área de contribuição 
Em calhas de beiral ou platibanda, quando a saída estiver a menos de 4 metros de 
uma mudança de direção à vazão de projeto deve ser multiplicada pelos seguintes 
fatores de acordo com a tabela 1.7. 
 
Tabela 1.7- Fatores multiplicativos da vazão de projeto (GHISI & GUGEL, 2005) 
 
Tipos de Curva 
Curva a menos de 
2m de saida (d 
<2m) 
Curva entre 2m e 
4m da saida 
(2<d<4) 
Canto recto 1.2 1.1 
Canto arredondado 1.1 1.05 
 
1.7.1.1. Dimensionamento da calha ou caleiras 
Por tratar-se de conduções livres o cálculo da capacidade hidráulica realiza-se 
aplicando a equação 1.4 desenvolvida por Manning-Strickler: 
 
Onde: 
Vazão da calha (l/min); 
Área molhada (m²); 
Raio hidráulico (m); 
 Perímetro molhado (m); 
Declividade da calha (m/m); 
Coeficiente de rugosidade; 
 60000 (coeficiente para transformar a vazão em para ). 
(1.2) 
(1.3) 
25 
 
A tabela 1.8.Indica os coeficientes de rugosidade dos materiais normalmente 
utilizados na confecção de calhas. 
 
Tabela 1.8- Coeficientes de rugosidade (ABNT NBR 15527, 2007) 
Material 
Coeficiente 
(n) 
Plástico, fibrocimento, alumínio, 
aço inoxidável, aço galvanizado, 
cobre, latão 
0,011 
Ferro fundido, concreto alisado, 
alvenaria revestida 
0,012 
Cerâmica e concreto não alisado 0,013 
Alvenaria de tijolos não revestida 0,015 
 
1.7.1.2. Dimensionamento dos condutores verticais 
Os condutores verticais devem ser projetados, sempre que possível, em uma 
sóprumada. Quando houver necessidade de desvio, devem ser usadas curvas de 
90o deraio longo ou curvas de 45o e devem ser previstas peças de inspeção, 
podendo integrar-se externae internamente ao edifício, dependendo de 
considerações de projeto, do uso e da ocupação do edifício e do material dos 
condutores, possuindo um diâmetro interno mínimo dos condutores verticais de 
seção circular de 70 mm. O dimensionamento dos condutores verticais deve ser 
feito a partir dos seguintes dados: 
 Vazão de projeto, ( ) 
Altura da lâmina de água na calha, ( ) 
Comprimento do condutor vertical, ( ) 
 
O diâmetro interno do condutor vertical é obtido através dos ábacos das figuras 
1.9 ou 1.10. Para calhas com saída em aresta viva corresponde a figura 1.9 e para 
calhas com funil de saída a figura 1.10. Os dados de entrada ao ábaco são: 
, e ; incógnita: . 
O procedimento aseguir no trabalho com o ábaco se decobre, seguindo com valores 
de Q encontrados no eixo das abcissas ate interceptar as curvas de e 
correspondentes. No caso de não haver curvas dos valores de e , interpolar 
entre as curvas existentes. Transportara interseção mais alta até o eixo das 
ordenadas encontrando o valor de diâmetro ( e, adotar o diâmetro nominal cujo 
diâmetro interno seja superior ou igual a este valor encontrado. 
26 
 
Os ábacos abaixo ilustrados foram construídos para condutores verticais rugosos 
correspondendo um coeficiente de atrito igual a 0.04 com dois desvios na base. 
 
Figura 1.9- Dimensionamento dos condutores verticais para calha com saída em aresta viva (ABNT 
NBR 10844, 1989) 
 
27 
 
 
Figura 1.10- Dimensionamento dos condutores verticais para calha com funil de saída (ABNT NBR 
10844, 1989). 
 
1.7.1.3. Dimensionamento dos condutores horizontais 
Utilizando-se a fórmula de Manning-Strickler e considerando uma altura de lâmina 
igual a 2/3 do diâmetro, confeccionou-se a tabela 1.9. Nesta tabela, o diâmetro é 
determinado a partir da rugosidade, da declividade adotada e da vazão necessária. 
 
Tabela 1.9- Capacidade de condutores horizontais de seção circular (vazões em ) adaptado de 
(ABNT NBR 10844, 1989) 
D(m
m) 
N=0.011 N=0.012 N=0.013 
0.5% 1% 2% 4% 0.5% 1% 2% 4% 0.5% 1% 2% 4% 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 
50 32 45 64 90 29 41 59 83 27 38 54 76 
75 95 133 188 267 87 122 172 245 80 113 159 226 
100 204 287 405 575 187 264 372 527 173 243 343 486 
125 370 521 735 1040 339 478 674 956 313 441 622 882 
150 602 847 1190 1690 552 777 1100 1550 509 717 101 1430 
200 1300 1820 2570 2570 1190 1670 2360 3350 1100 1540 2180 3040 
250 2350 3310 4660 4660 2150 3030 4280 6070 1990 2800 3950 5600 
300 3820 5380 7590 7590 3500 4930 6360 9870 3230 4550 6420 9110 
 
28 
 
1.8. MÉTODOS DE DIMENSIONAMENTO DE RESERVATÓRIOS DE ÁGUA 
PLUVIAL EM EDIFICAÇÕES. 
A eficiência e a confiabilidade do SAAP estão ligadas diretamente ao 
dimensionamento do reservatório de armazenamento, necessitando de um ponto 
ótimo na combinação do volume reservado e da demanda a ser atendida, que 
resulte na maior eficiência, com o menor gasto possível (PROSAB, 2006) apud 
(GHISI) 
• Nem sempre haverá chuva suficiente para atender toda a demanda 
• Nem sempre será possível armazenar toda a chuva precipitada (questões 
físicas e económicas) 
• Os estudos de dimensionamento de reservatórios devem compatibilizar 
produção e a demanda 
• Identificar o percentual de demanda possível de ser atendida em cada 
sistema 
• Tornar o sistema, mas eficiente e com menor gasto possível (PROSAB, 
2006). 
Em geral o reservatório de armazenamento é ocomponente mais dispendioso do 
sistema de aproveitamento de água pluvial. Desta forma, para não tornar a 
implantação do sistema inviável, deve-se ter cuidado para um correto 
dimensionamento do reservatório. Dependendo do volume obtido no cálculo e das 
condições do local, o armazenamento da água de chuva poderá ser realizado para 
atender a demanda em períodos curtos, médios ou longos de estiagem (MAY et al., 
2004) apud (MARINOSKI, 2007). 
Existem vários métodos internacionais Para o cálculo do dimensionamento do 
reservatório de água Pluvial em Edificações, dentre os quais destacam-se: a Norma 
Brasileira (ABNT NBR 15527,2007); programa computacional Netuno (RUPP, 
MUNARIM, & GHISI, 2011), método simplificado definido pela ETA 0701 entre 
outros métodos existentes, em seguida faz-se uma breve descrição dos mesmos: 
 
A Norma Brasileira (ABNT NBR 15527,2007) fixa os seguites metodos para o 
dimensionamento do reservatorio: método de Rippl; método da simulação; método 
Azevedo Neto; método prático alemão; método prático inglês e o Método prático 
australiano. 
29 
 
1.8.1. Método de Rippl 
Neste método, o volume de água que escoa pela superfície de captação é subtraído 
da demanda de água pluvial um mesmo intervalo de tempo. A máxima diferença 
acumulada positiva é o volume do reservatório para 100% de confiança (SCHILLER; 
LATHAN, 1982) apud (GHISI). É um método de cálculo de volume de 
armazenamento necessário para garantir uma vazão regularizada constante durante 
o período mas crítico de estiagem observado (GHISI). 
Conforme ANDRADE et al (2010) os métodos como o de Rippl, geralmente resultam 
em grandes volumes de reservatórios de acumulação, e deve ser utilizado apenas 
para dar uma ideia ao projetista do valor máximo do reservatório a ser adotado. 
Neste método podem-se usar-se as séries históricas mensuais ou diárias. 
 
Onde os dois términos desta equaçãosãoobtidos aplicando as equações seguintes: 
 
, somente para valores 
Sendo que: 
Onde: 
 volume de água no reservatório no tempo t; 
 volume de chuva aproveitável no tempo t; 
 demanda ou consumo no tempo t; 
 volume do reservatório; 
coeficiente de escoamento superficial. 
 
1.8.2. Método da simulação 
Neste método a evaporação da água não deve ser levada em conta. Paraum 
determinado mês, aplica-se a equação da continuidade a um reservatório finito: 
 
 
Sendo que 
Onde: 
volume de água no reservatório no tempo ; 
volume de água no reservatório no tempo ; 
(1.4) 
(1.5) 
(1.6) 
(1.7) 
(1.8) 
30 
 
 volume de chuva no tempo ; 
 consumo ou demanda no tempo ; 
 volume do reservatório fixado; 
 coeficiente de escoamento superficial. 
Nota: para este método, duas hipóteses devem ser feitas, o reservatório está cheio 
no início da contagem do tempo ``t``, os dados históricos são representativos para 
as condições futuras. 
 
1.8.3. Método Azevedo Neto 
O volume de chuva é obtido pela seguinte equação: 
 
Onde: 
 valor numérico da precipitação média anual, ( ); 
 valor numérico do número de meses de pouca chuva ou seca; 
valor numérico da área de coleta em projeção, ( ) 
 valor numérico do volume de água aproveitável e o volume de água do 
reservatório, ( ). 
 
1.8.4. Método prático Alemão 
Trata-se de um método empírico onde se toma o menor valor do volume do 
reservatório; 6 % do volume anual de consumo ou 6 % do volume anual de 
precipitação aproveitável. 
 
Onde: 
 valor numérico do volume aproveitável de água de chuva anual, ( ); 
 valor numérico da demanda anual da água não potável, expresso em litros ( ); 
 valor numérico do volume de água do reservatório, expresso em litros ( ). 
 
1.8.5. Método prático Inglês 
O volume de chuva é obtido pela seguinte equação: 
 
Onde: 
(1.9) 
(1.10) 
 
(1.11) 
 
31 
 
 valor numérico da precipitação média anual, (mm); 
valor numérico da área de coleta em projeção, (m2) 
 valor numérico do volume de água aproveitável e o volume de água da 
cisterna,( ). 
 
1.8.6. Método prático Australiano 
O volume de chuva é obtido pela seguinte equação: 
 
Onde: 
 coeficiente de escoamento superficial, geralmente 0,80; 
 precipitação média mensal; 
interceptação da água que molha as superfícies e perdas por evaporação, 
geralmente 2 mm; 
 área de coleta; 
 volume mensal produzido pela chuva. 
O cálculo do volume do reservatório é realizado por tentativas, até que sejam 
utilizados valores otimizados de confiança e volume do reservatório. 
 
Onde: 
 volume mensal produzido pela chuva no mês ; 
 volume de água que está no tanque no fim do mês ; 
 volume de d’água que está no tanque no início do mês t; 
demanda mensal; 
Nota: para o primeiro mês, considera-se o reservatório vazio. 
Quando , então o Vt = 0 
O volume do tanque escolhido será . 
Confiança: 
 
Onde: 
Falha; 
(1.12) 
 
(1.13) 
 
(1.14) 
 
32 
 
 número de meses em que o reservatório não atendeu à demanda, isto é, 
quando ; 
 - número de meses considerado, geralmente 12 meses; 
 
Recomenda-se que os valores de confiança estejam entre 90 % e 99 %. 
 
1.8.7. Método simplificado definido pela (ETA 0701, 2015) 
As cisternas devem ser dimensionadas de acordo com critérios económicos, 
técnicos e ambientais, considerando sempre as boas práticas de engenharia. 
Recomenda-se que o volume total seja, no mínimo, superior em 20% ao volume 
útil ( ), para ter em atenção o volume morto e a profundidade da boca de 
captação. 
Para efeitos de dimensionamento, devem ser considerados períodos de reserva da 
água na cisterna entre 20 e 30 dias, admitindo-se que esta retenção possa ser 
prolongada até um máximo de 90 dias, desde que as condições de armazenamento 
sejam adequadas. 
Em edifícios residenciais ou em edifícios administrativos, comerciais, de serviços ou 
industriais, de pequena ou média dimensão e com uma estrutura de consumos 
relativamente uniforme ao longo do tempo, a cisterna pode ser pré-dimensionada 
através de métodos simplificados. 
Para um dimensionamento simplificado da cisterna, propõe-se a aplicação da 
expressão seguinte ( em ): 
 
Onde os doistermos e o são obtidos apartir das seguintes equações: 
 
e 
 
Sendo: 
 volume aproveitável (litros) 
 pluviosidade média anual no local da instalação (mm) 
 área de captação (m2) 
(1.15) 
(1.16) 
(1.17) 
(1.18) 
33 
 
número máximo de dias de retenção da água na cisterna (em geral, 20 a 30 
dias, podendo considerar-se um valor superior, até 90 dias, quando existir uma 
utilização significativa para rega) 
volume consumido (litros) 
 número de moradores ou utentes do edifício 
consumo anual estimado (litros) (Anexo A.1 
 
1.8.8. Programa computacional de Netuno 
O Netuno é um programa computacional utilizado para simulação de sistemas 
decaptação de águas pluviais. Através de dados que permitem uma modelagem 
adequada do sistema são apresentados resultados como a relação entre o 
potencialde economia de água potável por meio do uso de água pluvial e a 
capacidade doreservatório, o volume extravasado de água pluvial, entre outros. 
Como os dados deprecipitação devem ser fornecidos em uma base diária, as 
simulações sãocalculadas nessa base e os resultados são apresentados em base 
diária e mensal, a fim de facilitar a análise de comportamentos sazonais do sistema 
de captação deáguas pluviais (GHISI & CORDOVA, 2014). 
 
Entende-se por potencial de economia de água potável uma medida de avaliação 
em percentagem da água pluvial a substituir a água potável em actividades que não 
exijam a potabilidade da água. 
 
O Netuno realiza os cálculos em base diária considerando a demanda e a 
disponibilidade de água pluvial. Os dados de entrada são os seguintes: 
• Precipitação pluviométrica diária; 
• Área de captação; 
• Coeficiente de aproveitamento; 
• Demanda diária de água potável per capita; 
• Número de moradores; e 
• Percentagem de água potável que pode ser substituída por pluvial. 
 
 
 
34 
 
Precipitação pluviométrica 
Quanto a precipitação pluviométrica a (ETA 0701, 2015) estabelece que, os estudos 
de pluviosidade deverão recorrer a dados de fontes oficiais, sendo desejável que se 
trabalhe com séries históricas de precipitação correspondentes a períodos não 
inferiores a 10 anos. 
 
Área de captação 
A área de captação de água pluvial é dada, segundo a NBR 10844 ABNT (1989) 
detalhes na secção (1.5.1.1.) 
 
Coeficiente de escoamento superficial 
O coeficiente de escoamento superficial é utilizado para representar o percentual do 
volume total de precipitação que é coletado pelo sistema de água pluvial. Assim, 
desconsidera-se o volume de água pluvial perdido por absorção e evaporação ao 
atingir a superfície de captação. Este coeficiente depende principalmente do tipo de 
superfície para captação de água pluvial (telha cerâmica, telha metálica etc). Em 
seguida na tabela 1.10 apresenta-se Coeficiente de escoamento superficial para 
diferentes materiais da superfície de captação (GHISI & CORDOVA, 2014). 
 
Tabela 1.10- Coeficiente de escoamento superficial para diferentes materiais da superfíciede 
captação adaptado de (ROCHA, 2009). 
Material Coeficiente Fonte 
Telha cerâmica 
0.80 a 0.90 Frasier (1975) e Hofkes (1891) apud May (2004) 
0.75 a 0.90 Vaes e Berlamont (1999) apud May (2004) 
0.56 Khan (1995) 
0.60 Haught e Wyckoff (2006) 
Telha Matálica 
0.70 a 0.90 Frasier (1975) e Hofkes (1891) apud May (2004) 
0.90 a 0.95 Waterfall (2004) 
0.85 Khan (1995) 
Telha esmaltada 
0.90 a 0.95 Vaes e Berlamont (1999) apud May (2004) 
0.85 Haught e Wyckoff (2006) 
Telha de amianto 0.80 a 0.90 DTU (2002) 
Telha de palha 0.39 Khan (1995) 
Telhado verde 0.27 Khan (2001) apud Tomaz (2003) 
Alumínio 0.85 Haught e Wyckoff (2006) 
Plástico 0.94 Khan (2001) apud Tomaz (2003) 
Placa de pedra 0.80 Khan (1995) 
 
 
 
35 
 
 
Demanda total de água 
Conforme (GHISI & CORDOVA, 2014) a demanda total de água representa a 
quantidade de água necessária para atender as necessidades dos usuários da 
edificação. Esse dado pode ser: 
• Fixo, onde se deve definir a demanda diária de água potável per capita; 
• Variável, onde a demanda pode ser diária (em litros per capita/dia) ou mensal 
(litros/mês). 
De acordocom MARQUES & SOUSA (2009), o RGSPPDADAR (1995) fixa apenas 
as captações mínimas que deverão servir de base a elaboração dos projectos de 
sistemas de abastecimento de água. Os valores impostos, referentes a consumos 
exclusivamente domésticos, dependem únicamente da importância dos núcleos 
populacionais e são os seguintes: 
• 80 l/hab.dia ……………………………até 1000hab 
• 100 l/hab.dia ………………….……….de 1000 a 10000 hab 
• 125 l/hab.dia …………………………..de 20000 a 50000 hab 
• 175 l/hab.dia …………………………..acima de 50000 hab 
 
Número de moradores 
O número de moradores é utilizado para calcular a demanda diária total de água 
para cada caso. Este dado é inserido no programa Netuno por meio do número total 
de moradores da residência ou usuários da edificação (GHISI & CORDOVA, 2014). 
 
Percentual da demanda total a ser suprida por água pluvial 
Este dado é definido a partir de estudos sobre usosfinais de água em edificações e 
representa a percentagem da demanda de água que pode ser suprida por água 
pluvial. Com esse percentual é possível calcular a demanda diária de água pluvial 
(GHISI & CORDOVA, 2014). 
 
Obtendo como resultados dos dados de entrada apartir de simulacoes do programa: 
diversos volumes ( ); potencial de economia de água potável (%); volume 
consumido de água pluvial ( ); volume consumido de água potável 
36 
 
(litros/dia); volume extravasado (litros/dia); demanda de água pluvial é atendida 
completamente (%); demanda de água pluvial não é atendida (%); diferença entre 
potenciais de atendimento pluvial (%/m³) e etc. dado destaque ao potencial de 
economia de água potável (%) que dita a percentagem da água pluvial por suprimir 
as actividades donde podem ser dispensadas o uso da água potável 
 
 
1.9. ANÁLISE DOS MÉTODOS SUPRACITADOS 
Dentre os métodos supracitados a forma mais adequada de dimensionar os 
reservatórios para armazenar água de chuva com fins de aproveitamento em 
edificações é por meio de simulação computacional. O programa computacional de 
Netuno, por exemplo, auxilia na estimativa do potencial de economia de água 
potável, para um ou mais volumes de reservatório, quando há o aproveitamento de 
água de chuva em edificações. Desta forma, é possível testar a economia oferecida 
para diversos volumes de reservatório até obter-se aquele que apresenta o maior 
percentual de economia com menor custo. 
 
1.10. CLASSIFICAÇÃO DA SAAP 
Conforme Rodrigues (2010) o SAAP pode ser classificado em: SAAP indirecto ou 
gravítico e SAAPdireto. Em seguida apresenta-se os detalhes de cada tipo de SAAP 
mencionado. 
 
1.10.1. SAAP indireto ou gravítico 
A água pluvial é recolhida a partir da cobertura da propriedade, passa por um filtro e 
segue para um tanque de armazenamento de tamanho adequado que, como já foi 
referido, pode ser instalado no subsolo ou sobre o solo. A água é bombeada do 
reservatório para um tanque elevado localizado dentro do edifício, por baixo do 
telhado. A partir deste tanque, os aparelhos são alimentados por um sistema de 
gravidade. Para assegurar o funcionamento durante todo o ano, um sistema de 
controlo ligado á rede pública é ativado sempre que se verifique uma situação de 
baixo nível de água no tanque de armazenamento de águas pluviais. Esta ligação é 
efetuada ao reservatório superior. Este sistema tem como principal vantagem o 
facto de serem mais fiáveis e poderem facilmente ser abastecidos pela rede pública 
se não houver água suficiente no reservatório, sendo o sistema de controlo simples 
e barato. No entanto, a pressão pode ser muito baixa para algumas máquinas de 
37 
 
lavar e pode demorar um pouco para encher os autoclismos (RODRIGUES, 2010). 
Em seguida é representado o SAAP indirecto na figura 1.11 
 
Figura 1.11- SAAP indirecto ou gravítico, catálogo rainharvesting 
systems apud (RODRIGUES, 2010) 
1) Filtro do tipo Vortex 
2) Freio de água 
3) Bomba submersível 
4) Filtro de sucção 
flutuante 
5) Painel de controlo 
5a) Interruptor de nível 
ligado a reservatório 
superior 
5b) Interruptor de nível 
ligado a reservatório 
subterrâneo 
6a) Válvula solenoide 
6b) Interruptor de nível 
6c) Sistema de abertura de 
ar do tipo AA 
7) Mangueira 
8) Válvula de não retorno 
(“backflow”) 
9) Tubagem 
10) Sistema de “overflow” 
11) Indicador de nível 
12) Tubagem da rede 
pública 
 
1.10.2. SAAP direto 
A água da chuva é recolhida a partir da cobertura da propriedade passa por um filtro 
seguindo para um reservatório de tamanho adequado, que pode ser instalado tanto 
no subsolo como no solo. A água é bombeada do reservatório de armazenamento 
diretamente para os aparelhos dentro do edifício. Para assegurar o funcionamento 
durante todo o ano, um painel de controlo é incorporado no sistema, que passará 
automaticamente para o serviço de alimentação pública no caso de uma situação de 
baixo nível de água no reservatório de águas pluviais. A principal vantagem deste 
tipo de sistema prende-se com o facto de não requererem um reservatório superior 
e na sua capacidade de gerar pressão adequada para máquinas de lavar roupa e 
autoclismos. No entanto, o mecanismo de controlo pode ser mais complexo e mais 
caro (Rodrigues, 2010). Apresenta-se na figura 1.12 esquema de SAAP directo. 
38 
 
 
Figura 1.12- SAAP direto Catálogo Rainharvesting systems apud 
(RODRIGUES, 2010) 
 
1) Filtro do tipo Vortex 
2) Freio de água 
3) Bomba submersível 
4) Filtro de sucção 
flutuante 
5) Painel de controlo 
6a) Válvula solenoide 
6b) Interruptor de nível 
6c) Sistema de abertura 
de ar do tipo AA 
7) Mangueira 
8) Tubagem 
9) Sistema de “overflow” 
10) Indicador de nível 
11) Tubagem da rede 
pública 
 
Em seguida apresenta-se na tabela 1.11 um resumo das vantagens e desvantagens 
a ter em conta na escolha do tipo de SAAP 
 
Tabela 1.11 - Comparação entre vantagens e desvantagens dos tipos de sistemas de SAAP 
(RODRIGUES, 2010) 
SAAP direto SAAP indireto ou gravítico 
Vantagens Desvantagens Vantagens Desvantagens 
A água da chuva 
é aplicada sobre 
pressão, 
permitindo o uso 
para rega e 
lavagem de 
veículos não 
requer espaço no 
Sótão da casa 
Quando não há 
água da chuva 
disponível, a água 
potável tem que ser 
bombeada, usando 
mais energia 
Se a bomba falhar, 
não será possível 
fornecer a água 
armazenada 
O suprimento é 
dirigido para o 
reservatório 
superior, 
permitindo que a 
água seja fornecida 
mesmo em casos 
de falha da bomba, 
bombas de baixo 
custo e uso de 
controlos simples e 
baratos 
Pressão pode ser 
insuficiente para 
algumas máquinas 
de lavar roupa. 
Vasos sanitários 
enchem lentamente 
é necessário espaço 
no sótão para 
instalação do 
reservatório 
Vasta gama de 
equipamento 
testado e 
disponível no 
mercado, onde a 
recolha de água 
pluvial está mais 
difundida. 
 
Os sistemas de by-
passsão mais 
complicados e 
caros 
 
Mais eficientes 
energeticamente e 
não há 
necessidade de 
bombear a água da 
rede pública 
Sistema com 
poucos 
equipamentos 
disponíveis no 
mercado 
39 
 
 
1.11. ASPECTO QUALITATIVO DA ÁGUA DA CHUVA 
Andrade, at al (2010) estabelece que, em um sistema de aproveitamento de água 
pluvial a qualidade da água pode varia de acordo com a posição que se encontre no 
sistema: 
• Antes de atingir a área de captação. 
• Após escoamento pela área de captação, tendo contato com impurezas. 
• No interior do reservatório, quando armazenada. 
• Nos pontos de utilização. 
Antes de atingir o solo, a qualidade da água da chuva é influenciada pela 
presença de poluentes atmosféricos. O pH da água da chuva, por exemplo, é 
regulado principalmente pela presença dos gases CO2 (gás carbônico), SO2 
(dióxido de enxofre), HNO3 (ácido nítrico) e NH3 (amônia) presentes na atmosfera. 
Após escorrer pela superfície de captação, a água pluvial sofre perda de 
qualidade, pois acumula sujeira, como poeira de diversas origens, fezes de animais 
e matéria orgânica originária

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