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94 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 Unidade III 5 COMUNICAÇÃO DE MARKETING NO VAREJO Figura 16 – Comunicação no varejo A comunicação no varejo visa, sobretudo, atrair os clientes para o ponto de venda e também motivar os consumidores a comprarem. Os esforços de comunicação envolvem uma avaliação ampla de todo o negócio, pois precisam estar integrados a todas as variáveis do composto mercadológico, também chamado de mix de marketing: produtos vendidos, preços praticados e localização dos pontos de venda (praça). Esses esforços de comunicação devem também levar em consideração as variáveis não controláveis do ambiente de marketing, como o perfil do cliente, o momento econômico, a movimentação da concorrência, as disponibilidades dos fornecedores, as tecnologias disponíveis para comunicação, a legislação, caso exista, que incide na comercialização dos produtos e na divulgação dos mesmos. Daud e Rabello (2007) alertam para a necessidade de expor o produto; para esses autores, no momento de decisão, o cliente precisa ver o produto, pois o que não é visto é esquecido ou considerado em falta pelo consumidor. Todas as ferramentas de comunicação (figura 17) – propaganda, relações 95 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO públicas/publicidade, marketing direto, vendas pessoais e promoção de vendas – podem ser utilizadas pelos varejistas para atrair os clientes regulares e potenciais para o ponto de venda, aumentar o tráfego da loja e motivar compras. Lembrete As ferramentas mais utilizadas pelo varejo são a propaganda e a promoção de vendas. Porém, o varejo especializado utiliza‑se bastante do marketing direto, principalmente para manter contato com os clientes e levar informação sobre novos produtos ou temporadas promocionais. As grandes empresas também são fortes usuários das ações de relações públicas e publicidade, por criarem ações no sentido de construção e manutenção de marca, como é o caso do Grupo Pão de Açúcar, que desenvolve diversos eventos culturais e esportivos com a sua marca, e do hiper e supermercado Bompreço, pertencente ao Walmart, que apoia eventos populares em diversas cidade do Nordeste, como carnaval e festival de cinema. Neste tópico, vamos estudar cada uma dessas ferramentas. Propaganda Marketing direto Promoção de vendas Vendas pessoais Relações públicas/ publicidade Figura 17 – Comunicação integrada de marketing Segundo Kotler e Keller (2006), o marketing moderno implica proposição ideal do mix de marketing, que é a combinação estratégica de todas as suas variáveis e, por isso, o elemento promoção deve ser integrado adequadamente. Observação A comunicação de marketing é o esforço voltado para a formação e manutenção da imagem de determinado produto, serviço ou empresa. A função da comunicação de marketing é manter o público‑alvo consciente, interessado e ainda provocar uma resposta comportamental, que é a realização da compra. Portanto, as empresas, de forma 96 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 geral, precisam preocupar‑se em manter uma comunicação constante e interativa com seus atuais clientes e clientes potenciais. 5.1 Objetivos dos esforços promocionais Já foi dito anteriormente que os objetivos dos esforços promocionais, ou esforços de comunicação, devem responder aos objetivos gerais da empresa varejista. A definição dos objetivos promocionais abrange três perspectivas: modelo de hierarquia dos efeitos, propósitos básicos e objetivos de curto e longo prazo. Modelo de hierarquia de efeitos O modelo de hierarquia de efeitos descreve os vários estágios percorridos pelo consumidor antes da compra, por isso colabora com o varejista na definição correta dos objetivos promocionais que devem responder a esses estágios. Esses estágios abrangem desde a fase de total desconhecimento sobre os produtos ou marcas até a concretização da compra. Ou seja, em termos gerais, o consumidor passa pelo 1º estágio, que é de desconhecimento, segue para o 2º estágio, quando ouve falar sobre o produto ou marca, entra no 3º estágio, quando toma conhecimento, avança para o 4º estágio, sente simpatia, pode chegar ao 5º estágio, que é o de dar preferência, para depois ter convicção, que é o 6º estágio, e só então realizar a compra, 7º estágio. Para cada um desses estágios, deve ser desenvolvido um esforço promocional específico que altere o seu estado e faça o consumidor passar para a fase seguinte. Objetivos básicos atendidos pelo modelo de hierarquia de efeitos Existem três objetivos básicos que atendem aos estágios descritos pelo modelo de hierarquia de efeitos: • composto promocional informativo: visa transmitir ao consumidor dados sobre o produto (características, finalidades) ou sobre a empresa (localização, horário de funcionamento, meios de pagamento); a propaganda é normalmente a ferramenta mais usada para essa situação; • composto promocional persuasivo: a comunicação deve valorizar atributos do produto ou da empresa varejista, fazendo com que o consumidor se convença de que o produto ou a empresa em questão é a melhor opção para a satisfação de suas necessidades; tanto a propaganda como a promoção de vendas são as ferramentas mais adequadas para esse caso; • composto promocional de reforço: são as ações contínuas de comunicação para manter a marca ou a empresa sempre presente na lembrança do consumidor. A propaganda é a ferramenta mais utilizada para atender a esse objetivo. Objetivos de curto e longo prazo Para a definição dos objetivos promocionais, o tempo é um ingrediente fundamental e interfere diretamente na elaboração da mensagem. Os objetivos de longo prazo em varejo estão voltados 97 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO para construir uma imagem positiva e sólida da empresa varejista, estabelecendo oportunidades de relacionamento. Normalmente, usa‑se a propaganda institucional, da qual falaremos mais adiante. Como exemplos, podemos citar a campanha do dos supermercados Pão de Açúcar “Lugar de gente feliz”, que traz a mensagem de bom atendimento e loja bem abastecida. Já o slogan das Casas Bahia, “Dedicação total a você”, remete à qualidade do relacionamento e do foco no atendimento das necessidades do consumidor. Os objetivos de curto prazo referem‑se aos objetivos de vendas e trabalham com as variáveis preço e disponibilidade de produtos. Essas variáveis visam normalmente ao aumento do tíquete médio, ou seja, gerar mais vendas por visita de cada cliente e atrair novos consumidores para o ponto de venda. Observe, a seguir, como fica a integração dessas três perspectivas: Modelo de hierarquia dos efeitos Objetivos promocionais Composto promocional Desconhecimento Ouviu falar Nível cognitivo: passagem de informação Publicidade Propaganda Promoção de vendas Conhecimento Simpatia Nível afetivo: provocar mudança de atitudes e sentimentos Propaganda institucional Propaganda persuasiva Promoção de vendas Preferência Convicção Nível de ação: estimular desejos Propaganda de reforço Eventos promocionais Vendas diretas Programas de fidelizaçãoCompra Figura 18 – Integração do modelo de hierarquia dos efeitos aos objetivos e compostos promocionais 5.2 As ferramentas de comunicação de marketing 5.2.1 Propaganda A propaganda é uma ferramenta de comunicação indireta e impessoal, ou seja, não existe um contato direto ou pessoal entre emissor(anunciante) e receptor (público‑alvo). Sua transmissão se dá no meio externo, ou seja, fora da empresa, por meio das mídias (TV, rádio, mídia impressa – jornais e 98 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 revistas), mídia externa (outdoors, painéis e empenas) e internet. A mídia deve ser escolhida de acordo com as características do público‑alvo e suas possibilidades de acesso. “Propaganda é qualquer forma paga de apresentação não pessoal e promoção de ideias, bens ou serviços por um patrocinador identificado” (KOTLER; KELLER, 2006, p. 566). A propaganda é uma das ferramentas mais utilizadas para a divulgação de produtos, serviços, marcas e ideias. Pode ser classificada em: • propaganda promocional: tipo de propaganda que tem por objetivo levar ao público as características de produtos ou serviços, apresentando suas finalidades e atributos; • propaganda institucional: é a propaganda elaborada com o intuito de divulgar a marca e a imagem da empresa. Portanto, o ponto focal do seu conteúdo será, além da marca, a história da empresa e informações institucionais. Observação A determinação dos objetivos de propaganda é o primeiro passo para a elaboração de uma campanha publicitária. Diz respeito aos objetivos gerais de comunicação e atende aos objetivos determinados no plano estratégico de marketing. No varejo, esses objetivos estão relacionados aos objetivos do composto do mix de produtos, além da participação de mercado, da imagem que se pretende estabelecer no perfil do público‑alvo e no posicionamento da empresa anunciante no mercado. O posicionamento da empresa anunciante no mercado e o mix de marketing são responsáveis pela definição do papel da propaganda no plano de marketing da empresa. A propaganda pode ter três funções básicas, de acordo com seu papel no mix de marketing da empresa anunciante. Poderá ser informativa, quando o objetivo de comunicação for o de introduzir o produto ou serviço no mercado, visando estimular a demanda nos consumidores. O conteúdo da propaganda informativa é voltado para a apresentação de características e benefícios do produto, preço, forma de pagamento, pontos de venda e outras informações de ordem prática. Quando existem muitos concorrentes, faz‑se então necessário desenvolver uma demanda seletiva, a propaganda deverá ser persuasiva. O conteúdo deverá ser baseado em argumentações, utilizando‑se de componentes de comparação. Outra função da propaganda é funcionar como um lembrete. Esse modelo é adequado para produtos ou varejistas que se encontram no estágio de maturidade do seu ciclo de vida. Nesse caso, o objetivo é fazer com que os consumidores sempre se lembrem de determinado produto ou loja. 99 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO Marcas como Nestlé, Omo e Coca‑Cola, por exemplo, não requerem apresentações nem argumentações, pois se encontram em estágio de maturidade, porém não descartam esforços de comunicação para que a lembrança de suas marcas esteja sempre na mente dos consumidores. O varejo comumente utiliza‑se de conteúdos informativos para divulgar suas ofertas da semana, mesmo que mencionando produtos consolidados. O objetivo aqui é informar o preço que está sendo praticado. Mídias – tipos, vantagens e desvantagens Veja, no quadro a seguir, as vantagens de cada tipo de mídia, relacionadas por Churchill e Peter (2005): Quadro 9 – Comparativo das vantagens e desvantagens dos diferentes tipos de mídia Mídias Vantagens Desvantagens Televisão Ampla audiência por ter cobertura massificada. Por ser uma mídia de massa, a possibilidade de seleção de público é pequena. Recursos de áudio e vídeo combinados causam maior impacto. Controle remoto para troca de canais e outros recursos tecnológicos podem impossibilitar o alcance da audiência. Alta capacidade de reter a atenção do espectador. Curto tempo de exposição. Custo por exposição relativamente baixo pelo fato de ser uma mídia de massa. Preços altos de veiculação (espaço nos veículos) e altos custos de produção (filmes, fotografias, gravações de vinhetas etc.). Disponibilidade restrita. Rádio Custos melhores que TV. Mensagens curtas. Razoável seletividade (razoável possibilidade de direcionamento das mensagens a um determinado público). Não apresenta estrutura de audiência padrão. Fácil acesso (carro, aparelhos portáteis) e amplamente usado em diversas partes do mundo. A audiência, na maioria das vezes, está desempenhando outras atividades enquanto escuta. Menor atenção dedicada por parte do ouvinte se comparado à televisão. Imprensa escrita Exposição ampla ou direcionada. Frequência limitada pela periodicidade da publicação. Pode ser de ser baixo custo, dependendo do veículo selecionado. Preços relativamente altos em veículos de ampla circulação. Possibilidade de leitura cuidadosa e de revisão das informações. Se a posição do anúncio não for determinada, não há garantia de qualidade da exposição. Alta qualidade gráfica, no caso de revistas. A reprodução das imagens pode sofrer prejuízos de qualidade, principalmente em jornais. Requer produção dos materiais com muita antecedência. 100 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 Mídia exterior Barata, no caso de outdoors simples. Seleção de público apenas pela localização geográfica. Grande repetição da exposição. A mensagem é vista por um tempo muito breve. Pouca concorrência. Possibilidade da existência de obstáculos à visão e de outros eventos que desviem a atenção do público. O anúncio pode ser veiculado próximo ao ponto de venda. Tem imagem negativa entre grupos contra a poluição visual. Internet Possibilidade de personalização das mensagens e interação com o público. O idioma pode ser um impedimento para alcances maiores. Nenhum custo adicional para alcance de público mundial. A qualidade das imagens é variável. Recursos de áudio e vídeo podem ser utilizados, enriquecendo a comunicação. A audiência é limitada aos usuários de internet. Fonte: adaptado pela autora de CHURCHILL, JR.; GILBERT, A.; PETER, J. P., 2005. Orçamento de propaganda A definição dos objetivos de propaganda orienta a definição do seu orçamento. Os varejistas almejam que os investimentos em propaganda gerem vendas e, consequentemente, lucros para financiar outras ações. Aspectos importantes devem ser considerados durante a definição do orçamento da propaganda, como: • o estágio do ciclo de vida em que se encontra o produto: novos produtos demandam maior volume de investimentos; • participação da empresa no mercado: o volume de vendas desejado, que é normalmente proporcional à participação da marca no mercado, implicará investimentos também mais significativos; • concorrência: quanto maior a concorrência, mais frequentes deverão ser as campanhas de propagandas; • grau de substituição do produto: quanto menor a diferenciação entre o produto e seu substituto, maior apoio de comunicação será necessário para criar uma imagem atrativa na mente do consumidor. Na definição do orçamento de propaganda, também é determinado quem irá pagar pelas despesas. Em varejo, existe a possibilidade não só de o varejista de fazer todo o investimento necessário, como também de dividir as despesas com o fabricante ou fornecedor do produto que será anunciado. Essa forma de ação chama‑se campanha cooperada ou propaganda cooperada. 101 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rson - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO Os varejistas utilizam‑se de cinco métodos para a definição do orçamento de propaganda: Método do que sobrar Método inadequado, pois não leva em consideração os objetivos de comunicação. Muito usado pelos varejistas de pequeno porte, que trabalham com fluxos de caixa mais restritos. Esse método consiste em investir em propaganda apenas quando houver excedente. Método do ajuste calibrado Os investimentos em propaganda e os volumes de vendas realizados nos anos anteriores e mais os objetivos de volume de vendas para o próximo período norteiam a definição do orçamento do próximo ano. Esse método é adotado pelos varejistas de pequeno porte e é baseado na experiência e na intuição. Método de percentual de vendas Para a aplicação desse método, o varejista determina um percentual sobre as vendas para investir em propaganda e ainda pode orientar‑se com base em dados do setor, ou em suas experiências anteriores. A problemática trazida por esse método é que, se as vendas caírem, os investimentos também serão reduzidos (o que deveria ser o contrário). Porém, trata‑se de um método prático que traz bom nível de controle sobre os gastos em propaganda. Método de paridade competitiva Esse método se baseia nos investimentos dos concorrentes. O varejista estima seu orçamento de acordo com suas expectativas sobre o que os concorrentes farão. Ao longo do tempo, ele poderá aumentar ou reduzir o orçamento com base nas ações da concorrência. A vantagem desse método é que o varejista consegue adaptar‑se à posição competitiva dos concorrentes. Porém, a ideia de paridade é frágil, uma vez que gera suposições equivocadas sobre a possibilidade de todos os varejistas estarem adotando a mesma estratégia e que a decisão sobre investimento em propaganda feita pelo concorrente é a mais acertada. Método de objetivo e paridade Este é, sem dúvida, o melhor método, pois considera os objetivos da propaganda, que por sua vez estão atrelados aos objetivos estratégicos (relacionados às variáveis do composto mercadológico varejista, como política de preços, determinação das linhas de produtos etc.). E ainda está relacionado às atividades necessárias para o alcance dos objetivos da propaganda. A definição dessas atividades possibilita o orçamento detalhado das despesas. 5.2.2 Promoção de vendas e merchandising A larga utilização da promoção de vendas, bem como do merchandising, é uma resposta à forte concorrência que ocorre no varejo nas mais modernas economias de mercado. Tanto é que as verbas 102 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 destinadas a essas ferramentas superam as somas dedicadas às outras ferramentas ou estratégias de comunicação. A razão para a preferência dos varejistas, por implementar estratégias de promoção de vendas, dá‑se pela busca de ações com efeitos e resultados mais rápidos. Costa e Crescitelli (2007) explicam que em diversas ocasiões se vê no Brasil o uso exagerado de ações promoção e merchandising, considerados soluções fáceis, para o alcamcde de resultados rápidos. Os autores explicam que nem sempre essa decisão pode ser a mais acertada, porque o baixo desempenho de vendas pode estar muitas vezes relacionado a outros fatores, como a permanência na composição do mix de produtos de itens já obsoletos, ou mal posicionados, ou com falhas de distribuição. E ainda alertam que a promoção de vendas deve ser vista como uma estratégia que só deve ser utilizada após um estudo criterioso do posicionamento mercadológico do produto. A promoção de vendas é a ferramenta de comunicação que colabora com a aproximação entre marca e consumidor e facilita a realização da compra por proporcionar a experimentação do produto. As promoções orientadas para o consumidor algumas vezes são incrivelmente bem‑sucedidas e geram aumentos imensos nas vendas em curto prazo. No entanto, atingir o sucesso requer um planejamento cuidadoso e grande coordenação com outros aspectos de um programa de marketing. Previsões inadequadas podem levar a desastres promocionais (SHIMP, 2002, p. 440). Um exemplo de promoção de vendas é quando duas unidades de determinado produto são vendidas pelo preço de apenas uma unidade. Essa ação pode ser bastante interessante para estimular demanda em consumidores regulares por meio do benefício de custo. Já o cliente potencial poderá ficar motivado a experimentar o produto, também motivado pelo benefício do custo. A promoção de vendas é uma ferramenta de curta duração e visa ao aumento do volume de vendas por meio da experimentação ou aquisição de produtos em condições especiais, como a preço mais baixo, adicionado a outro produto ou a outra unidade igual, ou, ainda, por meio da oferta de brindes, prêmios e amostras grátis. “Enquanto a propaganda oferece razões para a compra de um produto ou serviço, a promoção de vendas oferece razões para a compra ou venda ser feita imediatamente” (KOTLER; KELLER, 2006, p. 583). Finalidades da promoção de vendas Além da utilização das promoções de vendas para o aumento das vendas em curto prazo, sua aplicação mais comum, essa ferramenta é também aplicada para o alcance de outros fins, como proporcionar ao consumidor a possibilidade da experimentação do produto, a penetração da empresa varejista em outros segmentos de mercado, o balanceamento do estoque (eliminando os seus excessos) e ainda responder às ações da concorrência. Portanto, a promoção de vendas pode ser classificada em: 103 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO • de persuasão: promoção relacionada à venda em si, sendo a mais tradicional; • institucionais: têm por objetivo promover a imagem da empresa ou do produto. A promoção de vendas deve obedecer a três fundamentos básicos para sua eficácia, que são: • a possibilidade de oferecimento de um benefício adicional – isso quer dizer que, se o consumidor adquirir determinado produto, receberá algo em troca, além dos benefícios inerentes ao produto. Esse algo a mais não deve fazer parte do produto em si, algo que o consumidor já teria com a simples aquisição do item; um exemplo pode ser uma unidade do mesmo produto a mais ou outro produto, que pode ser complementar, um brinde, ou até mesmo um cupom de desconto para a próxima compra; • tempo determinado de duração: o tempo determinado delimita a validade da promoção, caso contrário, o benefício adicional tende a fazer parte do produto, invalidando a ação. A determinação do tempo pode ser feita com a fixação de uma data para o término da promoção ou, então, com o fim do estoque do produto; • atendimento de um objetivo específico: essa definição é fundamental, pois orienta o varejista a determinar o tempo de duração. Portanto, o término da promoção se dá assim que o problema em questão foi resolvido, ou o objetivo alcançado, como, por exemplo, balanceamento do estoque ou experimentação do produto, respectivamente. Ogden e Crescitelli (2007, p. 78) alertam que “é importante respeitar estes três fundamentos, pois um produto deve ser vendido por seus atributos, e não às custas de benefícios extras”. Ou seja, nas palavras dos autores, a promoção serve como um “anabolizante” para o produto. Se as vendas de determinado item apenas são conseguidas por meio da implementação de ações de promoção de vendas, é necessário que o varejista revise os elementos do mix de marketing, como a competitividade do preço e do produto (características e atributos), além de falhas de distribuição e outros aspectos da gestão. Alvos das promoções de vendas As promoções de vendas podem ser dirigidas tanto para os intermediários (distribuidores,atacadistas e varejistas) como para os consumidores. Os objetivos, tanto para um público como para outro, sempre estarão direcionados para um melhor desempenho de vendas. Promoção de vendas dirigida aos intermediários Esse tipo de ação também é chamado de promoção de incentivos e tem como alvo os próprios membros do canal de distribuição, ou seja, tanto os atacadistas e distribuidores, como os varejistas. A promoção de vendas dirigida aos varejistas é de grande valia em lojas que possuem vendedores balconistas e que comercializam produtos concorrentes (de diversas marcas), como as lojas de eletrônicos, de material de construção e farmácias. 104 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 As ações voltadas para incentivar as vendas podem potencializar os efeitos das estratégias pull and push, muito usadas para estimular as demandas. • Estratégia Pulling (ou Pull): estabelece um estímulo junto ao cliente. Segundo Las Casas (2008), caracteriza‑se por estimular o consumidor final para solicitar determinado produto nas empresas varejistas. É a estratégia mais comum para produtos de consumo, como alimentos, higiene e limpeza, eletroeletrônicos e outros, que estabelecem esforços mercadológicos diretamente junto ao público consumidor, procurando criar uma demanda que o varejista deve atender. • Estratégia Pushing (ou Push): essa estratégia estabelece um estímulo junto ao varejista, motivando‑o a dar maior destaque para determinado produto, expondo‑o de forma mais atrativa para seus clientes. Lambin (2000) explica que essa estratégia depende de um conjunto de esforços junto ao varejista que engloba o desenvolvimento de uma comunicação da promoção aos intermediários que tenha por objetivo fazê‑los preferir a marca, adquirir e estocar o produto em quantidade e reservar espaço de venda que, por sua vez, estimule o consumidor. As ações de incentivo servem ainda de escudo para evitar que os concorrentes incentivem os vendedores dos varejistas com prêmios ou pagamentos em dinheiro (os chamados gueltas) por produto vendido. Essas ações de incentivo direto aos vendedores balconistas podem interferir de forma significativa nos esforços de comunicação feitos pelo varejista, pois o consumidor pode ser influenciado pelo vendedor a preferir determinada marca que não esteja nas prioridades do varejista. Tipos de promoção de vendas voltadas para o público intermediário Descontos ao intermediário O objetivo é aumentar o volume de compras pelo varejista junto ao fabricante e, consequentemente, gerar o aumento das vendas junto aos consumidores finais. É importante lembrar que esse desconto não é integralmente repassado ao consumidor. Segundo Ogden e Crescitelli (2007), cerca de 30% ficam com os próprios varejistas. Os descontos podem ser dados de várias maneiras: • desconto na fatura: acordo entre varejista e fabricante para dedução de uma quantia fixa na fatura de pagamento das compras das mercadorias; • cheque de reembolso: o varejista recebe uma quantia pela inserção dos produtos dos fabricantes em seus anúncios ou pela possibilidade de colocação de displays no ponto de venda; • descontos de abertura de espaço: abertura de espaço é a ação de disponibilizar um espaço em gôndola para novos produtos ou um espaço da loja para a colocação de display para os novos produtos. O fabricante paga um valor referente aos custos associados ao abastecimento do produto; 105 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO • taxa de retirada: também chamada de tarifa de manipulação, consiste na cobrança pelo varejista ao fabricante para a remoção de um produto que não tenha atingido o nível mínimo de giro estabelecido; • compras antecipadas: são compras feitas antes do momento real de abastecimento, que podem ainda ser em volume maior que o necessário. O desconto obtido nas compras antecipadas pelo varejista pode ser repassado para o consumidor, ou o varejista pode vender essas mercadorias pelo normal, obtendo assim margens melhores; • políticas de preço mínimo: é a cobrança de um preço fixo por determinado produto. Essa política, criada pela Procter & Gamble em 1990, teve por objetivo evitar a dependência das compras antecipadas e visa à obtenção do lucro na venda ao consumidor, e não na compra junto ao fornecedor. É o conceito do preço baixo todo dia; • pagamento por desempenho: é o pagamento feito pelo fornecedor ao varejista pela venda de mercadorias específicas, e não pelo fato de comprá‑las. As mercadorias, bem como os descontos e o período de validade da promoção, são definidos em conjunto, entre varejista e fornecedores. As quantidades vendidas são conferidas nos registros dos varejistas, feitos em scanners, e o fabricante paga o desconto negociado por meio de uma compensação sob forma de desconto adicional para a quantidade vendida. Propaganda cooperada É considerada uma promoção junto ao intermediário por ser um apoio dado pelo fornecedor ao varejista para a realização de campanhas publicitárias que mencionam não só a loja, como a marca do produto vendido, com o intuito de estabelecer na mente do consumidor uma relação entre o produto e quem o vende. Concursos e incentivos aos intermediários São ações realizadas para motivar gerentes de vendas e vendedores a obterem um melhor desempenho de vendas. Têm como base uma meta de vendas a ser alcançada que é estabelecida pelo fabricante. Os concursos são diretamente relacionados às metas de vendas, já os incentivos, a tarefas específicas, como vender produtos específicos. Materiais de ponto de venda São itens criados pelas equipes de comunicação do fabricante e têm a função de chamar a atenção dos consumidores por meio da melhoria da atratividade da exposição da mercadoria. Essa ação também ajuda o varejista a otimizar a utilização do espaço da loja. Os materiais de ponto de venda mais tradicionais são cartazes, displays, bandeirolas, entre outros; porém, novos modelos de comunicação mais sofisticados já integram esse conjunto, englobando a utilização de som e recursos digitais. 106 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 Programas de treinamento Essenciais, principalmente no varejo multimarcas, devido ao enorme número de produtos oriundos de diferentes fabricantes, os programas de treinamento têm o objetivo de levar mais informações sobre os produtos aos vendedores, deixando‑os mais seguros no momento da venda. As constantes evoluções tecnológicas e a presença de produtos novos exigem uma atualização constante dos vendedores do varejo e representam uma importante parcela dos investimentos dos fornecedores, junto com a colocação de promotores de vendas nas lojas varejistas para ajudar no atendimento dos consumidores no que diz respeito ao esclarecimento sobre os produtos. Peças promocionais As peças promocionais complementam as outras formas e ferramentas de comunicação utilizadas pelo varejista. Têm a função de manter a lembrança da marca na mente dos consumidores ao fazer referência ao produto por meio da exposição da logomarca, de slogans e de outras referências. Podem ser artigos úteis ou itens para a decoração da loja, e sua distribuição pode ser aleatória, quando não há uma orientação específica sobre quem deve receber a peça. A promoção de vendas estruturada é baseada em objetivos que envolvem a determinação do público‑alvo, a criação de tema, o orçamento e métodos de distribuição das peças. Essas peças podem ser usadas para apoiar as ações de abertura de novas lojas, lançamento de produtos, desenvolvimento, estímulo de tráfego nas lojas e duranteeventos etc. Promoção de vendas ao consumidor Como já vimos, a promoção de vendas visa ao aumento no volume de vendas, porém clientes em situações peculiares requerem a definição de objetivos específicos: • conquista de novos clientes: o varejista pode utilizar a promoção de venda para trazer novos clientes para as lojas; • manutenção de clientes fiéis: as promoções de vendas podem ser instrumentos de recompensa pela lealdade dos clientes. Os clientes ocasionais são muito afetados pelas promoções de vendas, mas é importante lembrar que essa ferramenta aplicada de forma isolada não tem a função nem a capacidade de fidelizá‑los. Para isso, é necessário o desenvolvimento de um plano que envolva todo o mix de marketing, visando ao atendimento, às necessidades e aos desejos desses clientes. Instrumentos da promoção de vendas junto aos consumidores Existem várias formas de desenvolvimento de promoção de vendas junto ao consumidor, e a escolha dessa forma, bem como dos instrumentos que irão tangibilizar a promoção, depende do perfil do público e dos objetivos que se pretendem alcançar. Vamos analisar alguns dos tipos mais comuns: 107 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO • amostras: são produtos em embalagens especiais, normalmente em tamanhos menores, usados para permitir que o consumidor experimente o produto. Ação adequada para lançamento de produtos ou para a conquista de novos consumidores; • acúmulo de pontos: cada vez que o consumidor faz compras, o valor gasto é pontuado. Os pontos acumulados podem ser trocados por mercadorias ou serviços, tendo como referência uma tabela predeterminada; • pacotes promocionais: consistem em combinações de produtos, geralmente produzidas pelo fabricante, que proporcionam ao consumidor economia na sua aquisição. Podem ser representados pela oferta de duas ou mais unidades do mesmo produto, por um preço unitário menor que o praticado normalmente; • prêmios: são bens oferecidos gratuitamente aos consumidores com o objetivo de estimulá‑los a comprar determinado produto, e podem ser oferecidos tanto pelo varejista como pelos fabricantes. Esses prêmios podem ser oferecidos por meio de trocas de embalagens, rótulos, códigos de barras. Quando os prêmios são de valor mais elevado, como casas, carros, viagens etc., o varejista ou fabricante pode promover sorteios; • brindes: trata‑se de uma opção de baixo custo, que tem por objetivo chamar a atenção para o produto, induzir à compra e gerar simpatia. Existem três tipos bastantes comuns de brinde: – não vinculados a compras: consiste em peças de baixo custo, cuja distribuição não requer que o consumidor realize alguma compra. O objetivo aqui é gerar goodwill (simpatia, reputação); – vinculados a compras: é oferecido ao consumidor que adquire o produto. O brinde, nesse caso, pode ser relacionado ao produto e também ser colecionável. A distribuição pode ser do tipo in‑pack ou near‑pack, ou seja, o brinde é embalado junto com o produto; – de compra subsidiada: essa modalidade, chamada de self‑liquidate, também é atrelada à compra, porém, nesse caso, o consumidor paga parte do valor do brinde. • material para ponto de venda: é todo material promocional que as empresas enviam para as lojas de varejo complementarem sua decoração. São cartazes, displays, réplicas gigantes dos produtos, embalagens infláveis, ou seja, tudo que possa ajudar a chamar a atenção dos consumidores e leve a marca dos produtos; • concursos, sorteios e vales‑brindes: também são modalidades de oferta de brindes geralmente atreladas às compras, porém de distribuição seletiva. Na modalidade concurso, o fator desempenho dos participantes direciona a distribuição. Já nos sorteios e vales‑brindes, a distribuição ocorre aleatoriamente entre os participantes; essa modalidade requer um regulamento para que haja transparência do processo, o que também ajuda no direcionamento ao público‑alvo; 108 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 • member get member: promoção voltada para a indicação de novos consumidores pelos clientes atuais, que recebem uma recompensa pela indicação, que pode ou não ser estendida à pessoa indicada; • demonstração: consiste na apresentação do produto em detalhes, envolvendo formas de experimentação do produto, como degustação, test‑drive etc. Muito comum no setor de alimentos, porém utilizável em vários setores; • cupons: estimulam vendas por meio de reduções de preço de curto prazo; fazem com que produtos novos sejam experimentados. Merchandising O merchandising, chamado por alguns autores de ferramenta de marketing e por outros de ação de marketing, é um conjunto de técnicas que facilitam a comunicação dos produtos e a sua apresentação no ponto de venda. O objetivo é acelerar o giro do produto por meio de seu destaque na loja. Costa e Crescitelli (2007) explicam que merchandising é uma atividade realizada no ponto de venda que tem como objetivo destacar e valorizar o produto, de forma que o consumidor decida pela sua aquisição fomentado pelo impulso. A ação de merchandising pode ser de iniciativa tanto do varejista como dos fornecedores e visa colaborar com a rentabilidade tanto do produto ou categoria, como também da área de exposição, por meio da criação de um ambiente de forte apelo promocional que atue como instrumento de sedução junto aos consumidores. Os objetivos específicos do merchandising, sob o ponto de vista do fornecedor, são maximizar o volume das vendas das suas mercadorias, criando uma forte barreira junto aos seus concorrentes no espaço de venda, além de visar à valorização da imagem da marca e estabelecer relacionamento com o canal distribuidor (varejista). Já dentre os objetivos do varejista no desenvolvimento do merchandising, destacam‑se a maximização da rentabilidade dos investimentos no estoque do produto e o favorecimento da apresentação do produto aos consumidores. O varejista tem forte papel nas decisões de merchandising, uma vez que a realização da ação toma parte de sua área de vendas e, portanto, essa atividade deverá ter objetivos de vendas e de imagem coerentes com os objetivos traçados para o produto ou categoria que será objetivo da ação. A participação do fornecedor geralmente se dá no planejamento, na concepção e na implementação do merchandising no ponto de venda. 5.2.3 Vendas pessoais As vendas pessoais caracterizam‑se pela interação pessoal, pelo aprofundamento e pela resposta. A interação pessoal é a possibilidade de duas ou mais pessoas se relacionarem e poderem observar reações 109 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO entre si; o aprofundamento refere‑se à possibilidade que os vendedores têm de conhecer as necessidades, os desejos e os interesses de seus clientes e, além disso, estabelecer vários níveis de relacionamento, de um contato apenas profissional até uma amizade mais próxima. E, por fim, resposta é o resultado obtido pela interação pessoal, somada ao aprofundamento que pode gerar no consumidor a motivação, ou até mesmo a obrigação de comprar depois das argumentações do vendedor. Atendimento e serviços ao cliente O atendimento e os serviços ao consumidor, que são todas as atividade que envolvem a interação entre o varejista e seus clientes, podem estabelecer relacionamentos de longo prazo entre empresas e consumidores. Ao mesmo tempo em que a concorrência se fortalece, as empresas varejistas do mesmo segmento se tornam muito parecidas. Por essa razão, os varejistas procuram desenvolver meios que tragam a fidelizaçãodos consumidores. É importante lembrar que um bom padrão em serviços é um trabalho de longo prazo que exige grandes e contínuos esforços, estrutura adequada, além de políticas e filosofia de recursos humanos. Parente (2000, p. 271) afirma que “os serviços ao consumidor podem ser definidos como todas as características, atividades e informações que aumentam a habilidade do consumidor em reconhecer o valor potencial do produto ou serviço principal do varejista”. Os serviços no varejo estão relacionados a ações que facilitem as buscas de produtos na loja pelo cliente e a concretização das compras. Níveis de serviço Diferentes níveis de serviço são oferecidos pelo setor varejista, de acordo com os tipos e formatos de varejo que você estudou na unidade I deste livro‑texto. Então, de acordo com o tipo de varejo, o gestor escolhe a opção mais adequada de serviço entre as alternativas que se seguem: • autosserviço: em troca de preços baixos (altos níveis de descontos), o varejista oferece níveis básicos de serviço, ou seja, o próprio cliente localiza os produtos e os compara. Esse nível de serviço requer sinalizações que ajudem o cliente a encontrar as mercadorias desejadas. O autosserviço é um modelo típico dos clubes de compras; • autosseleção: semelhante ao autosserviço, uma vez que o cliente se encarrega de procurar pelos produtos nas lojas, porém diferente nas instalações, que são mais agradáveis e confortáveis, e na possibilidade de algum suporte por parte dos funcionários, que devem ser contatados pelo consumidor. Encontram‑se nesse nível de serviço os supermercados e os hipermercados; • serviços limitados: nível de serviço encontrado em lojas que comercializam produtos de compra comparada. Por essa razão, os consumidores requerem mais informação e ajuda por parte dos funcionários, que por usa vez são mais bem preparados. Outros serviços comuns nesse tipo varejo são as entregas em domicílio e as vendas a crédito. As lojas de eletrodomésticos são os varejistas quem representam esse nível de serviço; 110 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 • serviço completo: representa os varejistas orientados a serviços. Nesse caso, os vendedores são especializados e devem estar disponíveis para atender os consumidores a fim de apoiá‑los em todas as etapas da compra, da seleção dos produtos ao fechamento das vendas. Lojas de roupas, de móveis e joalherias são alguns exemplos. Os serviços oferecidos no atendimento aos clientes são ainda classificados em três categorias, de acordo com o estágio da compra – pré‑transação, transação e pós‑transação –, e são estabelecidos com o intuito de oferecer mais facilidades ao consumidor. Os serviços oferecidos no estágio de pré‑transação referem‑se à disponibilidade de estacionamento, horários de funcionamento mais convenientes para o público‑alvo, meios de acesso a informações por telefone, websites das empresas, ou por mecanismos de busca da internet, merchandising no ponto de venda, que engloba ações que facilitem a procura e a obtenção de informações sobre o produto e contato com o produto, que pode incluir a experimentação, como a disponibilidade de provadores de perfumes, e/ou de test‑drive de carros. Os serviços relacionados ao estágio de transação, que é o momento em que os consumidores estão concretizando as compras, referem‑se: • à disponibilidade de crediário, que pode ser oferecido por meio de: – sistema próprio de crediário: que pode ser operado e administrado pelo próprio varejista; – sistema próprio de cartão de crédito: quando o varejista opera com cartão de crédito com o seu próprio nome, porém administrado por terceiros; – sistema de crédito de terceiros: quando o varejista aceita diversos cartões de crédito de outras instituições financeiras; – cheques pré‑datados: quando o varejista aceita que o cliente deixe, no momento da compra, cheques referentes às parcelas a serem pagas para depósito em datas posteriores, porém previamente combinadas. • ao empacotamento: o ato de empacotar protege o produto no seu transporte e as embalagens (papel ou sacolas com logomarca do varejista) identificam a loja. Alguns estabelecimentos oferecem ainda os serviços de embalagens especiais para presente; • à operação rápida de caixa: grandes filas e lentidão nos caixas são uma das maiores razões para insatisfação dos consumidores e podem gerar perdas de vendas decorrentes da desistência da compra por parte do cliente. O varejista deve procurar por soluções tecnológicas e de gestão que facilitem operações diversas, como autorização de crédito, identificação de preços e produtos no PDV, falta de troco etc. 111 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO Por fim, os serviços “pós‑transação” são aqueles que dão suporte ao cliente depois das compras, como a realização de entregas, suporte para ajustes e consertos, infraestrutura para instalações e montagens, processos de devolução e gerenciamento de possíveis reclamações. A importância dos serviços em varejo Cada vez mais, os produtos tornam‑se commodities, ou seja, as indústrias em geral têm o mesmo nível de acesso a tecnologias e matérias‑primas e implementam processos muito parecidos. O resultado disso é a pouca diferenciação entre os produtos de mesma categoria. Soma‑se a esse quadro o excesso de oferta. Praticamente não existem produtos difíceis de serem encontrados. Em economias mais estáveis, o consumidor não precisa brigar por um item, nem fazer filas para comprar produtos básicos ou manter em casa estoques para se proteger de escassez ou de aumentos repentinos e excessivos de preços. O excesso de oferta fez com que a experiência de compra passasse a ser o principal elemento de diferenciação de um varejista diante de seus concorrentes. Torná‑la efetiva, positiva, confortável, perceptível é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada por nenhum lojista interessado em melhorar sua relação com a clientela (DAUD; RABELLO, 2007, p. 27). Observação Para obter diferenciação, tanto o varejo como a indústria enxergam a prestação de serviços como fonte de lucros. A Brastemp, tradicional fabricante de eletrodomésticos, inclui em seu portfólio o aluguel de purificadores de água. Essa forma de atendimento não apenas oferece ao consumidor a possibilidade de usufruir um produto sem comprá‑lo, como principalmente de receber no “pacote” uma série de serviços inclusos que trazem maior comodidade, como a manutenção contínua do equipamento. Portanto, podemos levar em consideração a definição de serviços transcrita por Daud e Rabello, 2007 (apud LOVELOCK, 1995, p. 29): “Todas as ações e reações que os clientes percebem que compraram”. O aluguel de purificadores de água traduz a intenção dos consumidores de procurar evidências de qualidade, reduzindo suas incertezas na aquisição de determinado bem. É por isso que as empresas, varejistas ou não, procuram evidenciar os sinais de qualidade e diferenciação por meio de diferentes recursos: pelo atendimento exercido por seus funcionários, por sua localização, por seus materiais de comunicação, por seus preços etc. Esses recursos são usados para tangibilizar o que é intangível. 112 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 Daud e Rabello (2007, p. 28) explicam que “[...] não basta haver excelência no serviço. É necessário que a excelência seja percebida pelo cliente”. E propõem a sua definição de serviços: “[...] o conjunto dos esforços feitos pelos varejistas para proporcionar comodidade ao comprador”. Para isso, o varejista desenvolve a sua estratégiacom base em uma plataforma de serviços e por meio dela se posiciona no mercado. O posicionamento, como você viu na unidade I, coloca a empresa em um ponto singular do mercado. O desafio, então, é desenvolver um conjunto de experiências inovadoras, que por sua vez irá trazer vantagem competitiva para o varejista, que deverá empreender alguns esforços, como: • compreender o que se passa na mente dos consumidores quando estes buscam por produtos e serviços; • identificar necessidades e desejos latentes, ou seja, aquelas necessidades e desejos que ainda não estão conscientes e, portanto, não foram explicitados; • planejar e implementar um conjunto de serviços inovadores, ou seja, serviços melhores, com mais resultados para os clientes; • comunicar o conjunto de serviços implementados aos consumidores; • prestar serviços de forma a encantar o consumidor, o que significa superar suas expectativas. O empreendimento desses esforços deve produzir nos clientes experiências de compras altamente satisfatórias e uma imagem clara do posicionamento da loja (objetivos de imagem), resultando no alcance de objetivos como lealdade, propaganda boca a boca, reputação, vantagem competitiva, margens e lucros melhores e duradouros. Naturalmente você deve estar se perguntando quanto custam esses esforços e como os custos serão cobertos. Dissemos há pouco que um dos resultados pretendidos é que as margens e os lucros cresçam. Portanto, os investimentos em serviços deverão estar cobertos por meio das táticas de preços. É importante lembrar, porém, que custos devem ser sempre minimizados, ainda que a concorrência provavelmente implemente os mesmos esforços, transformando esses diferenciais em commodities também. Portanto, esses custos devem ser mínimos, gerar lucros e ainda serem passíveis de cortes quando necessário, sem prejudicar a imagem. 5.2.4 Marketing direto O marketing direto possibilita a comunicação entre empresa e clientes potenciais e regulares, pelo envio de mensagens direcionadas a um público‑alvo previamente selecionado. O envio das mensagens pode ser feito por meio de diversos canais, como correio, telemarketing, internet (e‑mail marketing), telefone, SMS etc. 113 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO A Direct Marketing Association (DMA) define marketing direto como: “um sistema interativo de marketing que usa um ou mais meios de propaganda para obter uma resposta e/ou transação mensurável em qualquer localidade”. O marketing direto possui vantagens que facilitam o contato com o consumidor, tais como: • privacidade: envio direcionado das mensagens para uma pessoa específica; • personalidade: a mensagem é elaborada para atrair a pessoa a quem se destina; • atualidade: essa comunicação pode ser elaborada com rapidez; • interatividade: de acordo com a resposta do receptor, a mensagem pode ser readequada. O desenvolvimento das estratégias voltadas para o uso do marketing direto envolvem: • a avaliação do produto que será comercializado; objetivos de vendas, posicionamento, papel no mix de produtos; • a análise dos produtos concorrentes – essa análise visa identificar atributos diferenciais do produto objeto da estratégia; • mercado‑alvo – avaliação e identificação da natureza do público‑alvo para definição do estilo de mensagens; identificação dos meios possíveis para contato; • definição do meio de contato – avaliação dos meios que o público‑alvo tem acesso; • objetivos de comunicação – que deverão responder aos objetivos de vendas e aos objetivos gerais da empresa; • a implementação – que envolve o pensamento criativo sobre a elaboração da peça, de forma a chamar a atenção do público‑alvo, manter seu interesse, despertar o desejo e gerar um movimento em direção à compra. Meios utilizados no marketing direto Para a implementação do marketing direto, diversos meios podem ser utilizados para alcançar os consumidores. Propaganda de resposta direta, telemarketing e venda direta são as principais categorias do marketing direto. A propaganda de resposta direta utiliza basicamente o envio de mala direta, mídia eletrônica e mídia impressa. O telemarketing tem como recurso principal o contato por telefone para prospecção de clientes e fechamento de vendas. A venda direta é o contato direto entre empresa e consumidor para a comercialização dos produtos. 114 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 • Mala direta: é o meio mais popular e consiste no envio de catálogos, folhetos de produtos e pacotes de amostras múltiplas. Suas vantagens são a possibilidade de seletividade dos consumidores, a personalização das peças, pouca ou nenhuma concorrência de outras ações de comunicação pela atenção do consumidor no momento de contato e facilidade de avaliação. • Meios eletrônicos: os meios eletrônicos abrangem a televisão, o rádio e a internet e sua utilização consiste na elaboração de formas de comunicação que provoquem uma resposta direta do consumidor. No que tange à internet, vamos tratá‑la no item a seguir – marketing digital. Para a efetivação dos demais meios eletrônicos, é necessário que a comunicação contenha um número de telefone para contato, preferencialmente exclusivo para esse fim, ou ainda endereço para solicitação do produto, além de informações como preço, meios de pagamento e formas de entrega ou retirada do produto. • Marketing digital: o marketing digital em marketing direto pode se apresentar na forma de e‑mail marketing, que também consiste em um tipo de campanha rápida e de baixo custo. Tem a vantagem de poder ser enriquecido com recursos de áudio, vídeo e computação gráfica. É importante verificar se o público‑alvo tem acesso à internet e infraestrutura adequada para receber mensagens elaboradas com maior sofisticação técnica. Além disso, requer que a empresa adote políticas de privacidade e ética, e ainda oferece a ferramenta opt‑in/opt‑out no website, para permitir ao cliente aceitar ou não o envio das mensagens. Essa possibilidade de escolha, de receber ou não a mensagem, é chamada de marketing de permissão e é fundamentada na autorização expressa do cliente para o envio e recebimento das mensagens. O marketing de permissão visa limitar a carga de mensagens publicitárias. Essa autorização pode ser conseguida durante visitas do cliente à loja física ou ao website, quando o varejista deve perguntar claramente sobre a possibilidade desse tipo de contato. • Mídia impressa: é a distribuição de peças impressas por meio de encartes em veículos como jornais e revistas. Esses materiais devem incluir, assim como nos meios eletrônicos, um número de telefone para contato e/ou endereço para solicitação do produto, informações sobre preço, meios de pagamento e entrega ou retirada do produto. • Telemarketing ativo: ação similar à mala direta, requer a seleção prévia de clientes atuais ou potenciais a serem alcançados. Apresenta como vantagem a facilidade e a rapidez da avaliação dos resultados, porém tem como desvantagem a sua natureza, considerada invasiva por algumas pessoas, uma vez que as ligações podem ser feitas em horários de pouca ou nenhuma conveniência para o consumidor. 5.2.5 Relações públicas Relações públicas ou publicidade são os esforços de comunicação dirigidos para a propagação da marca por meio da divulgação de informações positivas ou da criação de oportunidades de relacionamento. Esses esforços visam estabelecer uma relação de simpatia e confiança entre a empresa e seus públicos diretos ou indiretos. 115 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DEVAREJO E NEGOCIAÇÃO Ogden e Crescitelli (2007, p. 123) dizem: “No seu sentido mais amplo, as relações públicas (RP) têm a função de gerar no público geral, ou na opinião pública, boa vontade (goodwill) em relação à organização ou seus produtos”. As ações de relações públicas estão relacionadas a diferentes esforços. Um deles é a obtenção de mídia espontânea positiva (publicação na mídia de notícias favoráveis ao produto ou empresa), o que ajuda a construir a marca e sua reputação, como também colabora na manutenção da imagem já estabelecida. Outro esforço comum em relações públicas é o desenvolvimento de eventos direcionados ao público‑alvo. Os eventos, de forma geral, são oportunidades de troca de informações, construção de relacionamento e de imagem, aumento da consciência de marca, além de serem bons instrumentos de geração de mídia espontânea. Os eventos promovidos pelo grupo Pão de Açúcar, como a Maratona Pão de Açúcar de revezamento, a Corrida Pão de Açúcar Kids e as aulas de ginástica oferecidas nas lojas, são bons exemplos de ações de relações públicas e publicidade. Bompreço Comunidade – Cultura O Bompreço Comunidade apoia iniciativas de resgate histórico‑cultural do Nordeste que envolvem a produção de filmes, vídeos e CDs, a edição de livros, a realização de espetáculos e suporte a grupos artísticos, entre outras ações. • Edição de livros: – Patrocínio financeiro para a edição de livros de caráter histórico‑cultural; – Bahia – cidade de Salvador – Coletânea de fotografias sobre a capital baiana; – Rua Alagoinhas, 33 – História da Fundação Jorge Amado; – Velhas Fotografias Pernambucanas – Imagens históricas de Pernambuco; – Caminhos de Pedra – Ensaio fotográfico e textos sobre o Bairro do Recife; – Coleção Índios na Visão de Índios – Coletânea de volumes sobre as tribos indígenas da Bahia, de autoria dos próprios índios; – Maracatu Leão Coroado – Ensaio fotográfico sobre o tradicional grupo de maracatu de Pernambuco. • Carnaval. • Apoio para a realização do Baile Municipal do Recife e do Carnaval de Rua de Salvador, contribuindo para a preservação das tradições carnavalescas da região. 116 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 • Cinema: – apoio, com o HiperCard, ao CineEscola – projeto de exibição profissional de filmes a crianças e jovens de escolas da periferia do Recife; – patrocínio à produção de filmes e vídeos, entre os quais: ‑ No sertão eu vi – vídeo da cineasta Kátia Maciel, retratando o sertão nordestino; ‑ Recife de dentro pra fora – curta‑metragem da cineasta Kátia Mezel, ambos premiados em festivais nacionais e internacionais de cinema. • Música e dança: – produção de CDs culturais e educacionais; – apoio à produção de peças teatrais, filmes, vídeos, apresentações de grupos de música erudita e popular, dança, exposições de arte e artesanato, fotografia, entre outros. • Patrocínio, por meio das Leis de Incentivo à Cultura, a diversas iniciativas artísticas e culturais nos Estados onde o Bompreço opera, a exemplo do grupo de dança afro Majê Molê, formado por meninas carentes da periferia do Recife; Movimento Pró‑Criança, Maracatu Várzea do Capibaribe, Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Festival Internacional de Música Erudita – Virtuosi, Festival Multicultural de Belo Jardim – Jardim Cultural, Coração de Mel – peça teatral infantil, Exposição Multimeios, Cantares do Meu Povo – A arte que vem do Alto José do Pinho, Projeto GenVerde, entre outros. • História O Bompreço apoia iniciativas de proteção e resgate do patrimônio histórico do Nordeste, através de projetos como: – restauração da Trilha dos Holandeses em Itamaracá, Pernambuco; – vídeo Salvador: 450 anos de História, com 51 VTs para exibição na TV Bahia e em escolas do Estado; – vídeo sobre o Mosteiro de São Bento, em Olinda/PE; – vídeo Bahia: 500 anos de Brasil; – projeto Brasil Portugal 500 anos ‑ O Reencontro entre Dois Povos, exibido na TV Jornal, em Pernambuco. (BOMPREÇO, Bompreço comunidade – cultura) 117 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO 6 APRESENTAÇÃO E EXPOSIÇÃO DE PRODUTOS E LAYOUT DE LOJA Como você pôde perceber estudando os tópicos anteriores, todas as decisões tomadas pelos varejistas acabam convergindo para o ponto de venda. Essa convergência se dá pela razão que é no ponto de venda, ou ao tomar contato com o produto, que o consumidor fará a sua escolha final e realizará a compra, concretizando a sua satisfação com o lojista. A loja, então, seja ela física ou virtual, é o ponto de contato entre varejista e consumidor; portanto, decisões relacionadas à atmosfera, apresentação externa e interna, aproveitamento do espaço (layout), exposição dos produtos e formas de comunicação são decisões que devem estar integradas e inter‑relacionadas com as demais decisões relacionadas ao mix de produtos, preços, tipo de varejo etc. 6.1 Atmosfera A atmosfera da loja é o instrumento que identifica e diferencia o varejista junto ao consumidor. Ou seja, a imagem que o cliente faz da loja está diretamente ligada à atmosfera, que é criada com a utilização de recursos de apresentação, tanto externa como interna, e ainda com a forma como os produtos são apresentados. Além disso, os preços praticados, a forma de atendimento (qualidade e nível de serviço), linhas que compõem o mix de produtos e serviços oferecidos são ingredientes que também formam a atmosfera. Lembrete Os varejistas procuram utilizar elementos que possam influenciar os sentidos do consumidor. A visão do consumidor é trabalhada por meio da aplicação harmoniosa e eficiente das cores, bem como da utilização dos espaços, da decoração, do tamanho da área de vendas, da sinalização, da comunicação visual e dos displays. Já o paladar e o olfato são estimulados pelos aromas. Os sons procuram trazer ao ambiente uma atmosfera agradável. A possibilidade de tocar os produtos favorece o tato. A atmosfera é, então, um estímulo psicológico, além de ser a própria identidade do varejista. Como conquistar o consumidor Saiba quais são as últimas tendências do varejo para você fazer do ato de compra um momento inesquecível e para seduzir os clientes a voltar várias vezes à sua loja As grifes são as mais badaladas da moda internacional – Armani, Versace, Prada, Louis Vuitton, Tiffany & Co. A arquitetura das lojas é suntuosa e os bancos ao longo das ruas, por onde circula muita gente que não tem o que reclamar da vida, convidam os pedestres a uma parada estratégica e a um bom papo. E, embora o trânsito na região esteja quase sempre engarrafado, geralmente há um manobrista à sua disposição para livrá‑lo da tarefa de 118 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 encontrar uma vaga para estacionar o carro. “Se não fosse o idioma e o colorido das vitrines, eu juraria que estou em Paris, Milão ou Nova York, e não em São Paulo”, afirmou Steve Kaufman, diretor da Visual Merchandising and Store Design, uma das mais importantes publicações do varejo americano, ao visitar as lojas da região dos Jardins, na zona sul paulistana, durante uma viagem recente ao Brasil. Nas alamedas do Shopping Iguatemi, também localizado na zona sul de São Paulo, não é diferente. Com o aluguel comercial mais caro do país, na faixa de 350 reais por metro quadrado, e o ponto mais rentável, o Iguatemi tornou‑se um case internacional. As filiais brasileiras das grandes grifes estrangeiras que se instalaram lá, como Zara, Dolce & Gabanna, Ermenegildo Zegna e Diesel, figuram entre as cinco campeãs de vendas de cada marca em todoo planeta, mesmo diante de uma economia oscilante como a nossa. É um resultado realmente impressionante. Mas o que será que esses pontos têm de tão diferente, além de oferecer produtos a peso de ouro? Por que conseguem atrair milhares de consumidores enquanto outros varejistas sucumbem à falta de clientes? Qual é a fórmula para conquistar a clientela e fazê‑la voltar várias vezes? Antes de qualquer outra coisa, eles conseguiram transformar a experiência de compra num momento de prazer. Mais do que dinheiro, precisaram gastar muita saliva para conhecer profundamente o perfil de seus clientes, suas necessidades e suas aspirações. Depois, passaram a classificá‑los não apenas pela faixa etária ou social, mas também pelo comportamento e pelo estilo de vida. E, então, com um verdadeiro dossiê em mãos, começaram a oferecer serviços personalizados e um atendimento classe A. Fizeram de suas lojas, a cada dia, um local diferente e sedutor. “Eles colocaram em prática a cartilha do varejo moderno”, afirma Beth Furtado, publicitária, psicóloga e estudiosa do varejo, hoje à frente de uma divisão da Talent, uma das maiores agências do país. Segundo o papa do varejo mundial, Paco Underhill, o lojista, atualmente, tem que disputar a atenção e o bolso do consumidor com tudo o que possa garantir o seu bem‑estar e não apenas com a loja ao lado. “O concorrente não é mais o vizinho, é a internet, a televisão a cabo, o celular, o lazer e a falta de tempo, entre outras coisas”, diz ele. “É preciso ser um mestre do varejo para conseguir fisgar o consumidor hoje em dia.” Além do Shopping Iguatemi e dos Jardins, particularmente a rua Oscar Freire, a mais badalada da região, outro exemplo que ilustra as ideias de Underhill, pelo modelo criativo de suas lojas e pela rapidez com que assimila as tendências internacionais, é a rede de moda feminina Le Lis Blanc, com 26 endereços espalhados pelo país. No Shopping Iguatemi, é a campeã de vendas, com um movimento acima de 1 milhão de reais por mês. Embora a Zara, pioneira na mudança semanal do visual de suas vitrines, ocupe o primeiro lugar no ranking de vendas do shopping paulista, com um faturamento em torno de 4 milhões de reais por mês, é a Le Lis Blanc quem tem a maior receita por metro quadrado. É também a primeira colocada em vendas entre as marcas nacionais. 119 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO Atualmente, a arte de seduzir o consumidor não é mais um atributo exclusivo de quem trabalha com moda. Já chegou aos endereços de decoração, utilidades domésticas e até aos supermercados. A rede Pão de Açúcar, por exemplo, investiu no visual merchandising de suas lojas e inaugurou, no bairro do Morumbi, em São Paulo, uma filial que procura reproduzir ambientes ligados ao dia a dia da clientela. A rede criou ilhas em que agrega produtos de famílias diferentes. Há um ambiente, por exemplo, em que as bebidas ficam ao lado de copos, apetrechos para coquetéis e outros objetos afins. Ao contrário do que se poderia imaginar, as armas que existem hoje para o varejo conquistar a clientela também não se restringem ao mercado de alto luxo. Mesmo quem atua no chamado varejo popular procura seguir a mesma receita. É o caso da rede Riachuelo, que tem 76 lojas espalhadas pelo país e um faturamento que deve alcançar 1,3 bilhão de reais em 2004. Para redesenhar suas lojas e modernizar o conceito de venda de moda popular no país, a rede seguiu ao pé da letra o novo manual do varejo: distribuiu suas linhas de maneira coordenada (por cor, por estilo, por tipo de produto), investiu em imagens conceituais nas lojas, por meio de banners, posters e das chamadas gigantografias (grandes painéis fotográficos). Incrementou também o volume de informações no ponto de venda, com dados sobre o tipo de tecido das roupas e com dicas de moda, além do preço. As armas da sedução Conheça algumas ideias essenciais para transformar sua loja num ponto vendedor e conquistar a clientela. Planejamento Antes de mais nada, saiba o que você quer vender e para quem quer vender. Parece óbvio, mas é o primeiro passo para alcançar o sucesso no varejo. Insistir em generalidades pode custar a longevidade do negócio. Antes de sair atrás de um ponto, decida o que você está disposto a oferecer: produtos exclusivos para um público seleto ou variedade para o consumidor mais popular? Produtos isolados ou estilo de vida? Da combinação adequada dos diferentes fatores é que resultará o local mais indicado. Lembre‑se de que a igualdade no varejo privilegia sempre o estabelecimento mais antigo, com mais tradição. Assim, procure não investir em produtos ou serviços que o mercado já tem de sobra. Ser diferente no projeto, no atendimento, no serviço e/ou na ambientação da loja poderá ajudá‑lo a chamar a atenção da clientela. 120 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 Ponto Na rua ou no shopping center? Tudo depende, mais uma vez, do que você espera vender e com quem deseja falar. O importante é saber que o ponto ideal é aquele que fica mais próximo do seu público e mais se ajusta à proposta do negócio. Consultorias especializadas ajudam a traçar a geografia do mercado, indicam regiões mais receptivas ao novo negócio e mensuram o fluxo de público. Mas na hora de bater o martelo não dispense seu feeling de empreendedor. Projeto Para projetar uma loja, você deve conhecer a área total, o volume de mercadorias e sua apresentação, o público‑alvo, os tipos de expositores, a iluminação e os espaços para circulação, acesso e vitrines. Pode parecer óbvio, mas muita gente escorrega nessa questão. Nada que seja perene faz mais sentido. Vivemos em uma época de alta voltagem. Assim, o tempo de vida das lojas está mais curto e o das vitrines mais ainda. A cada quatro anos é aconselhável mudar completamente o visual do ponto de venda. Já as vitrines com mais de uma quinzena de uso se tornam obsoletas. “Insistir na tese de que há espaço para projetos eternos, erguidos empiricamente e com uma postura tímida, é jogar dinheiro fora”, afirma Solange Renault, sócia da A6 Design e Arquitetura. É preciso promover as vendas visualmente. Você não deve perder a oportunidade de interagir com o seu público. Não existe mais loja com balcão e prateleira. A função do layout é mexer com o consumidor e a da loja, como um todo, acolher quem nela entra. Atendimento O bom atendimento começa pelo conhecimento profundo de seus clientes. Dividi‑los apenas pela idade ou classe social não é suficiente. Você precisa saber quais são as necessidades, os sonhos e o estilo de vida de sua clientela. Não adianta achar que todo mundo é igual. Procure contratar vendedores de verdade e não quem “está” vendedor por falta de coisa melhor para fazer. A arte de vender exige conhecimento do produto, do conceito da loja e das necessidades do consumidor. Procure abrir as portas de sua loja, ampliar a área de circulação, deixar os produtos à mão e transformá‑la numa grande vitrine. É a tendência do varejo moderno. Afinal, não compramos com os olhos, mas com as pontas dos dedos. 121 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO Experiência de compra Qualquer que seja o seu ramo de atividade, a ideia é vender um sonho e não promover uma simples troca de produtos por dinheiro. Aposte no uso das cores, na adoção de aromas personalizados e na música ambiente. Isso deixa o cliente à vontade e o faz querer ficar mais tempo no ponto de venda. A personalização de produtos, serviços e atendimento hoje é regra e não mais a exceção.Muitos consumidores costumam fugir da massificação. Tatuam até a própria pele para se diferenciar. Tecnologia O papel da tecnologia é tornar as operações mais rápidas, baratas e eficientes. Economizar nesse quesito significa, em geral, perder clientes. Sem modernização não há negócio. Os recursos da informática podem ajudá‑lo não apenas a agilizar a consulta dos cheques e os pagamentos com cartões, mas também a montar um histórico de compras de sua clientela. Isso facilitará a composição do estoque e a oferta de produtos e serviços que interessam de fato ao consumidor. É importante ter em mente que os softwares, hoje, estão bem mais baratos e podem ser personalizados de acordo com as necessidades de cada tipo de loja. Investir em tecnologia não é mais uma opção – é uma necessidade (SIMÕES, 2009). 6.2 Apresentação externa e interna da loja A apresentação externa da loja é de forte impacto e junto ao consumidor transmite impressões sobre o varejista. Já a apresentação interna da loja deve criar um ambiente agradável e que estimule as compras. Lembrete As partes externa e interna da loja devem ser elaboradas de forma harmônica para transmitir de forma combinada a ideia que o varejista pretende passar de seu negócio. As decisões relacionadas à parte externa do ponto de venda devem, então, estar atreladas aos objetivos do negócio e são relacionadas a três perspectivas: • posição da loja: – visibilidade da loja, seja a sua localização em uma rua ou avenida, ou dentro de um centro de compras, a ideia é facilitar a memorização da localização da loja; 122 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 – compatibilidade com o ponto: a compatibilidade deve ser de tamanho necessário ao tipo do negócio e também com as demais edificações no entorno. – conveniência do consumidor: diferentes aspectos devem ser considerados, como facilidade de acesso e de estacionamento, segurança etc. • Arquitetura da loja: – estilo arquitetônico: o estilo de arquitetura usado deve representar o modelo de negócio e transmitir a sua identidade; esse item abrange os tipos de fachada, como construção de vitrines de acordo com o espaço interno e visibilidade externa; – espaço promocional: a fachada deve poder receber matérias de divulgação que auxiliem na comunicação junto ao cliente; – entrada da loja: a entrada deve estimular o consumidor a entrar no ponto de venda, como ainda transmitir segurança. Detalhes como rampas, degraus, tipos de piso devem ser planejados cuidadosamente, tendo em mente facilitar o acesso de pessoas com necessidades especiais ou não. • Comunicação: – placa de identificação: é o principal instrumento de identificação do varejista. Deve obedecer às regras identidade visual e comunicação estabelecidas; – totens: ajudam na localização e na identificação do ponto de venda, principalmente em ambientes de forte concorrência; – vitrines: são recursos que estimulam o consumidor, convidando‑o a entrar. As decisões relacionadas à construção de vitrines estão relacionadas aos tipos de produtos vendidos e à frequência de renovação. A apresentação interna da loja deve criar um ambiente agradável e que estimule as compras. Para isso, o varejista recorre a estímulos diversos. Cores, iluminação, aromas, serviços, apelo ao tato, são alguns desses recursos que devem ser pensados de forma a atrair a atenção e manter o interesse dos consumidores. Existem ainda outros elementos que contribuem com a ambientação e interferem diretamente no comportamento do consumidor dentro da loja, como a altura das paredes, a largura dos corredores, a temperatura ambiente e, ainda, as formas de comunicação. Esses recursos podem ser agrupados em elementos relacionados aos cinco sentidos dos indivíduos, em elementos de comunicação e processo de compras e elementos de conforto. 123 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO Elementos de estímulos aos sentidos Iluminação A iluminação exerce forte influência na ambientação, contribuindo com o conforto da loja e ainda como instrumento de destaque e de valorização do produto. O projeto de iluminação, que pode ser direta ou indireta e ainda utilizar luz branca ou colorida, deve estar de acordo com o layout da loja e com as cores aplicadas na ambientação, proporcionando harmonia. A claridade tem efeito psicológico e influencia positivamente as pessoas. Tanto é que os varejistas tendem a deixar as lojas mais iluminadas, alegando que os consumidores preferem ambientes claros e que isso contribui para o aumento das vendas. Cores As cores exercem forte papel de influência sobre os indivíduos, pois trazem consigo significados que podem ser conscientes ou não. A intensidade das cores (fortes ou suaves) transmite sensações diferentes. As cores são classificadas em quentes (vermelho, amarelo e alaranjado) e em frias (azul, ver, violeta). Veja, no quadro a seguir, a relação entre as cores a as sensações que podem ser despertadas nos indivíduos. Quadro 10 – Sensações transmitidas pelas cores Cores quentes Vermelho Amor, sexo, coragem, perigo, fogo, pecado, calor, vigor, meiguice, entusiasmo, pare. Amarelo Luz do sol, calor, franqueza, amizade, alegria, glória, brilho, atenção. Alaranjado Luz do sol, calor, abertura, amizade, alegria. Cores frias Azul Calma, fidelidade, piedade, masculino, segurança, tristeza. Verde Calma, descanso, paz, frescor, crescimento, leveza, riqueza, avante. Violeta Calma, sossego, dignidade, riqueza. Fonte: LEWISON, D. M. (Apud DAUD, M.; RABELLO, W., 2007). De acordo com o quadro, podemos então dizer que as cores quentes são bastante adequadas para a parte externa da loja, pois contribuem para chamar a atenção do cliente e atraí‑lo para o estabelecimento, por transmitirem sensações de conforto, calor e informalidade. Para os ambientes internos, e principalmente em operações de alto envolvimento, as cores frias ajudam a transmitir uma ideia de tranquilidade, formalidade e racionalidade. As cores também podem receber outras formas de classificação e ser utilizadas para direcionar decisões não só relacionadas à decoração da loja, mas também à disposição e ao destaque dos produtos. Cores claras aumentam o ambiente e dão a impressão de que objetos são maiores do que realmente são. As cores neutras têm pouca presença e podem ser utilizadas nos equipamentos de exposição, deixando 124 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 o destaque para o produto. Crianças gostam de cores chamativas e brilhantes, já os adultos tendem a preferir cores mais opacas. Aromas A percepção da atmosfera da loja também é influenciada pelos aromas. Aromas agradáveis, como o de um pão saindo do forno em uma padaria ou supermercado, ou o aroma de um perfume em lojas de cosméticos, reforçam a percepção da atmosfera, assim como odores desagradáveis, muitas vezes decorrentes de processos de limpeza inadequados, podem comprometer a imagem da loja e afastar os clientes. O varejista deve observar a congruência dos aromas, ou seja, os aromas podem proporcionar informações adicionais sobre o ponto de venda e os produtos. Assim como o aroma de carro novo em um carro seminovo traz a percepção de qualidade e cuidado, aromas de produtos de higiene e limpeza próximos das áreas de alimentos provocam uma reação negativa nos consumidores, que podem entender que esses produtos foram impregnados com o aroma. Paredes O acabamento das paredes, bem como cores e texturas aplicadas, transmite a imagem da loja. Assim, o nível de sofisticação ou de simplicidade deveestar relacionado ao modelo de negócio e aos tipos de produtos vendidos. Lojas de roupas mais caras, por exemplo, podem investir em paredes decoradas, com elementos mais luxuosos, ao contrário das lojas populares, que costumam ter uma decoração mais simples e alinhada às categorias de produtos vendidas. Som Os sons são elementos que traduzem o estilo da loja e por isso definem sua atmosfera. Lojistas procuram manter um som ambiente que reflita o perfil do produto e da categoria de produtos. Assim, optam por uma trilha musical de fundo que seja do gosto do segmento atendido. Observação Estudos afirmam que o ritmo da música interfere no processo de compras. Assim como músicas lentas fazem o consumidor ficar mais tempo dentro da loja, músicas de ritmo mais acelerado também aceleram o processo de compras. Apelos ao paladar e ao tato Parente (2011) explica que o consumidor brasileiro aprecia a possibilidade de experimentação de produtos no ponto de venda, por isso transforma o processo de compra em um momento agradável. Assim, as ações de experimentação de produtos discutidas no tópico promoção de vendas são também elementos importantes para a construção da atmosfera da loja. 125 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO Da mesma forma, o consumidor aprecia a possibilidade de tocar no produto, para tomar mais conhecimento sobre ele. Assim, passa pela experiência de antecipar a posse da mercadoria, o que favorece o processo de compra. Estímulos relacionados à comunicação e ao processo de compras Comunicação visual A comunicação visual no interior do ponto de venda orienta o consumidor durante o processo de compras, reforçando a atmosfera. Clareza nas informações sobre a localização dos produtos facilita o processo de compras, trazendo mais conforto na busca pelas mercadorias. As grandes lojas instalam placas contendo o primeiro nível de hierarquia da classificação de produtos com letras maiores (confecção masculina) as categorias em letras menores (camisas). Etiqueta de produtos O processo de compras pode ser facilitado e encorajado pela presença de etiquetas que informam preço, bem como características do produto. Porém, o grau de destaque dado à etiqueta de preço é variável de acordo com o tipo de loja. Quanto mais sofisticada, mais discreto é esse destaque, o que combina com o tipo de ambientação (atmosfera) que se pretende criar. Já as lojas dirigidas a segmentos mais sensíveis a preço, procuram dar mais destaque a essa informação. Equipamentos de exposição Gôndolas, araras, displays, prateleiras, balcões são usados como equipamentos de exposição de mercadorias. A forma de utilização desses equipamentos deve estar atrelada ao tipo de negócio e à imagem que se pretende passar. Os varejistas de preço baixo reforçam essa mensagem com a utilização de equipamentos sem nenhuma decoração. Já as lojas mais sofisticadas possuem displays de acabamento mais elaborado, criando uma atmosfera coerente com a imagem pretendida. Figura 19 – Gôndola personalizada 126 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 Aplicação de tecnologia A tecnologia para automação comercial, incluindo a utilização de etiquetas eletrônicas, smart cards, PDVs, confere mais agilidade aos processos de compra ao trazer mais conforto e segurança ao cliente. Os consumidores apreciam a agilidade conferida aos processos de compra, bem como a possibilidade de receber tíquetes que contenham a discriminação de toda a compra realizada. A aplicação de tecnologia, então, colabora não só com a atmosfera da loja, como também aumenta a vantagem competitiva do lojista. Funcionários e serviços A qualificação dos funcionários e o tamanho da equipe também influenciam a elaboração da atmosfera da loja. Os clientes esperam por determinado padrão de funcionários, bem como por certa disponibilidade, de acordo com o tipo de loja. A apresentação dos funcionários (vestuário comum ou uniformes) também é um recurso de imagem e deve estar de acordo com a atmosfera criada. Elementos de conforto Largura dos corredores A largura dos corredores interfere na sensação de conforto e deve ser pensada em função do tráfego da loja, de forma a se evitar apertos e congestionamento de pessoas e carrinhos de compras. Pisos Pisos devem trazer segurança, além de conforto e compatibilidade com a decoração e a imagem da loja. Além disso, varejistas de alimentos devem se preocupar de forma ainda mais significativa com a escolha de pisos que tragam imagem de higiene e facilitem os processos de limpeza. Climatização do ambiente É importante que os estabelecimentos tenham recursos que mantenham uma temperatura agradável durante todo o ano, seja no verão ou no inverno. O varejista deve, então, considerar as características climáticas de sua região para manter o conforto dos consumidores dentro da loja. Transporte vertical Estabelecimentos com mais de um andar precisam prever instrumentos de comunicação entre seus pisos, facilitando o acesso a todos os tipos de pessoas. Elevadores, escadas rolantes e rampas são alternativas que podem ser combinadas com escadas fixas, de acordo com o espaço disponível e o número de andares. As escadas rolantes e os elevadores panorâmicos são boas opções para dar visibilidade geral da loja. 127 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO Provadores Provadores são itens funcionais necessários nas lojas de confecções. O tamanho e a decoração desses espaços podem variar de acordo com a imagem da loja e o grau de sofisticação ou simplicidade que se pretende imprimir. Localização do caixa A localização do caixa também transmite o modelo de negócio. Lojas de preços mais baixo, hiper e supermercados têm caixas visíveis e localizados na frente da loja. Lojas menores e de maior grau de sofisticação têm caixas mais discretos, posicionados no interior loja. Manutenção e limpeza Qualquer tipo de loja requer processos contínuos de manutenção e limpeza. A ambientação da loja e, consequentemente, sua imagem ficarão comprometidas se não houver uma preocupação com a higiene e com a adequada manutenção dos itens funcionais e decorativos. O varejista precisa, então, ter infraestrutura para constantes revisões de iluminação, piso, meios de transporte vertical, equipamentos de exposição de produtos, peças de comunicação etc. 6.3 Layout de loja A elaboração do layout implica a consideração de diversos pontos. Um deles é que os consumidores costumam visitar áreas específicas da loja. Outro ponto refere‑se ao fato de que produtos que estão mais visíveis vendem mais. A elaboração do layout da loja passa, então, pela avaliação de diversos aspectos, como quais produtos geram maior volume de vendas com poucos esforços, quais apresentam margens de lucros maiores e quais as necessidades de giro de cada categoria. Essas avaliações trazem respostas que vão orientar os varejistas na distribuição das mercadorias, considerando a relação entre as categorias, quais são as áreas de menor ou maior circulação, quais produtos devem receber maior destaque e assim por diante. “Um leiaute que estimule o cliente a circular faz com que a atividade de selecionar os produtos se torne mais fácil, confortável e prazerosa. Consequentemente, o cliente permanece mais tempo na loja e adquire itens não planejados.” (DAUD, RABELO, 2007, p. 97). Portanto, reter o cliente dentro da loja colabora com o aumento do volume de vendas. Normalmente são nas áreas com maior fluxo de tráfego que o varejista expõe os produtos que possuem maioresmargens, as categorias que são compradas por impulso. Observação O layout visa atender tanto aos objetivos de volume de vendas como aos de margens de lucro. Uma das tarefas, portanto, é manter os níveis de 128 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 circulação com tráfego ideal e estimular os consumidores a visitarem as áreas de menor fluxo. Tipos de layout A configuração do layout visa estimular as vendas e proporcionar conforto ao consumidor durante o processo de compra. Existem vários tipos de layout que são apoiados em conceitos de distribuição do espaço interno. Veja, no quadro a seguir, os principais conceitos usados: grade, fluxo livre, butique e pista, e ainda suas vantagens e desvantagens. Quadro 11 – Descrição e comparativo dos tipos de layout mais utilizados pelos varejistas Conceito Características Vantagens Desvantagens Tipos de lojas Grade Equipamentos de exposição: dispostos de forma retangular, em linhas paralelas, formam ângulos retos com a frente e o fundo da loja. São iguais em tamanho por toda a loja. Corredores: também iguais em todas as lojas. Circulação: tende a ser maior nos corredores principais e menor nas demais áreas. Tática: colocação de produtos com maior procura nas áreas de baixa circulação. Menor custo. Maior eficiência no uso do espaço. Facilita a compra rotineira e o autosserviço. Requer processos de segurança mais simples. Maior eficiência operacional. Visual pouco atrativo. Inibe o consumidor de passear pela loja. Restringe a movimentação do cliente. Limita a criatividade do varejista. Supermercados. Hipermercados. Farmácias. Lojas de desconto. Fluxo livre Equipamentos de exposição: diferentes tamanhos e formatos; de baixa altura, permitindo a visibilidade de outras áreas e estimulando a compra em diversos departamentos; disposição informal. Circulação: não direcionada; facilita o fluxo em qualquer direção; estimula o consumidor a passear pela loja. Atmosfera: mais descontraída. Tendência: geração de fluxo. Mais flexibilidade e criatividade na exposição de produtos. Atmosfera mais prazerosa para o cliente. Facilita as compras por impulso. Visualmente atrativo. Estimula o consumidor a passear pela loja. Custos maiores. Baixa eficiência no uso dos espaços. Menor nível de segurança (favorece furtos). É confuso para o consumidor. Dificulta a limpeza. Lojas de departamento. Lojas de presentes. Lojas de confecções. 129 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO Butique Ocupação do espaço: é bem definida; pode ser feita por categoria de produtos, marcas ou departamento; cada espaço tem sua própria identidade: cores, estilos e atmosfera; são semelhantes ao fluxo livre. Maior flexibilidade na utilização dos espaços. Facilita a segmentação por estilos. Visual muito atrativo. Pouca eficiência na ocupação dos espaços. Custos maiores de montagem e de procedimentos de segurança. Lojas de móveis. Lojas de departamentos sofisticadas. Pista Ocupação do espaço: Parte de corredor principal que vai da entrada até os perímetros da loja. Possibilita a circulação por toda a loja. Semelhante ao fluxo livre e butique. Maior flexibilidade na utilização dos espaços. Facilita as compras por impulso por toda a loja. Permite a identificação clara de departamentos individuais. Pouca eficiência na ocupação dos espaços. Altos custos operacionais e de segurança. Lojas de departamento. Lojas especializadas. Fonte: adaptado de PARENTE, 2000, pp. 301‑5. Existem ainda outras opções de layout, como o formato em “espinha de peixe” e em “Y”, este último uma derivação do formato em grade. O varejista desenvolve o layout da loja de acordo com seu modelo de negócios, objetivos de venda e imagem, e lança mão da criatividade para elaborar modelos que venham a atender com mais eficiência suas metas. Saiba mais Matéria do jornalista Helton Gomes sobre a nova geração de expositores refrigerados, que são mais econômicos e não agridem o meio ambiente. Disponível em: <http://www.sm.com.br/Editorias/Gestao/ Expositores‑refrigerados.‑Eles‑beneficiam‑o‑negocio‑e‑o‑meio‑ambiente ‑8253.html>. Acesso em: 12 dez. 2012. Resumo Os varejistas devem garantir o abastecimento adequado de produtos, de acordo com as decisões relacionadas ao mix de produtos, minimizando os investimentos e o índice de faltas. 130 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 A previsão de vendas (estimativa sobre a demanda) determina as quantidades de produtos que devem ser compradas mensalmente, ou em segmentos específicos, baseadas em estações. Seu objetivo é a manutenção das vendas e a satisfação de demandas futuras. As categorias de produtos não sazonais apresentam pouca variação e certa regularidade de vendas, que podem ser feitas tanto para os níveis totais da empresa como para o nível de determinada loja, departamento ou categoria. É focada inicialmente em períodos maiores e, depois, detalhadas até chegar às categorias de produtos em espaço de tempo menores (mês, semana, dia). Previsões anuais: baseadas nos históricos de vendas, nas variáveis ambientais e no comportamento da concorrência. Previsões mensais: decorrem das previsões anuais. Para esse cálculo, usa‑se a fórmula: IMS = Vendas mensais/média mensal de vendas A previsão de vendas sazonais também é feita com base nas vendas dos anos anteriores, na análise das variações ambientais e no comportamento da concorrência. Nesse caso, os varejistas devem levar em conta: o nível de sensibilidade a preço dos consumidores desse produto, a existência e o preço de produtos substitutos – o nível de competitividade, o ciclo de vida da categoria e a economia. Para a definição de estoque, são utilizados diversos métodos, como método de relação estoque/vendas, ou método de giro de estoque (definição do estoque por meio da aplicação do índice estoque/vendas sobre as vendas previstas no período em questão); método de variação percentual (aplicado quando o volume de vendas varia muito, de mês para mês, ou seja, há a ocorrência de forte sazonalidade. A tarefa é ajustar o estoque às variações do volume de vendas, com o objetivo de reduzir o impacto dessas variações); método de estoque básico (que implica a existência de duas condições – (1) na crença dos gestores de que deve existir um estoque básico (certo nível de estoque) disponível e (2) que o giro do estoque é menor do que 6 vezes por ano. Semelhante ao método de variação percentual, porém, resulta em maiores oscilações nos níveis de estoque porque está mais próximo das possíveis variações de vendas. Assim que as vendas são realizadas, os níveis de estoque precisam ser restabelecidos para que mais vendas ocorram e o volume total planejado seja atingido. Três abordagens básicas são utilizadas para planejamento e 131 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO gestão de compras: “de cima para baixo”, “de baixo para cima” e “interativa”: parte de uma estimativa geral de compras no modelo “de cima para baixo” e os compradores, à medida que executam as compras, vão revisando as necessidades de cada categoria ou departamento. O orçamento de compras engloba a tarefade ajustes de demarcações de preços, reduções de preços, quebras de mercadorias ocasionadas por roubos e danos. As demarcações são realizadas para que o estoque tenha seu valor reduzido e, posteriormente, seja reabastecido com novas compras. A seleção e a avaliação de fornecedores trata‑se da inclusão e exclusão de fornecedores no processo da composição do mix de produtos. Os grandes varejistas normalmente compram a maior parte das mercadorias diretamente dos fabricantes, porém, podem optar por comprar dos intermediários (distribuidores, atacadistas, importadores), caso mais comum entre os varejistas menores ou que estão distantes das fontes de suprimento. Não há um método específico que avalie o grau de satisfação do varejista com relação aos fornecedores (sua forma de atuação, linha de produtos, preços etc.). De forma geral, leva‑se em conta a atuação dos vendedores; preços e condições de pagamento; linha de produto, qualidade e imagem de marca; capacidade de abastecimento; propaganda e promoção; e serviços diversos. A organização de compras pode estar baseada em diferentes tipos de estrutura, como organização de compras centralizada, organização de compras descentralizada e organização de compras semidescentralizada, que integra ambos os modelos vistos, somando a negociação centralizada dos produtos mais importantes e descentralizando as compras dos produtos que complementam o mix. Custos, descontos, prazos de pagamento, custos de logística, bonificações e serviços são elementos mais presentes nos processos de negociação entre varejistas e fornecedores. Os descontos abrangem práticas como: descontos por quantidade, descontos por negociação, descontos sazonais, descontos por pagamento à vista, descontos por logística. Las Casas (2008) explica que a distribuição no varejo depende da inter‑relação de organizações diversas e funções específicas, como transferir a posse e levar produtos e serviços dos produtores até os consumidores. A 132 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 reposição rápida de mercadorias refere‑se à necessidade de baixo custo e alta eficiência no canal de marketing, objetivos almejados na reposição de mercadorias. Por isso, foi criado um sistema de resposta rápida que requer, acima de tudo, parceria e cooperação, cujas principais características são: parceria ganha‑ganha, integração dos sistemas de frente de loja e de retaguarda, sistemas de entrega Just‑in‑Time e troca eletrônica de dados. A comunicação no varejo visa atrair os clientes para o ponto de venda e motivar os consumidores a comprarem. Todas as ferramentas de comunicação podem ser utilizadas pelos varejistas para atrair os clientes regulares e potenciais para o ponto de venda, aumentar o tráfego da loja e motivar compras, sendo as mais utilizadas a propaganda e a promoção de vendas. O varejo especializado utiliza‑se bastante do marketing direto, para manter contato com os clientes e levar informação sobre novos produtos ou temporadas promocionais. Os objetivos dos esforços promocionais devem responder aos objetivos gerais da empresa varejista. A definição dos objetivos promocionais abrange três perspectivas: modelo de hierarquia dos efeitos, propósitos básicos e objetivos de curto e longo prazo. As ferramentas de comunicação de marketing de varejo são propaganda, promoção de vendas e merchandising, vendas pessoais, marketing direto e relações públicas. A loja física ou virtual é o ponto de contato entre varejista e consumidor e, portanto, decisões relacionadas à atmosfera, à apresentação externa e interna, ao aproveitamento do espaço (layout), à exposição dos produtos e às formas de comunicação são decisões que devem estar integradas e inter‑relacionadas com as demais decisões relacionadas ao mix de produtos, preços, tipo de varejo etc. A apresentação externa e interna da loja é de forte impacto junto ao consumidor e transmite impressões sobre o varejista; por isso, devem transmitir a ideia que o varejista pretende passar de seu negócio e estão relacionadas à posição, arquitetura e comunicação. Cores, iluminação, aromas, serviços, apelo ao tato são alguns recursos que devem atrair a atenção e manter o interesse dos consumidores. A elaboração do layout implica a consideração de como os consumidores costumam visitar áreas específicas da loja e de que produtos à vista vendem mais. O layout visa atender aos objetivos de volume de vendas e de margens de lucro. 133 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 MARKETING DE VAREJO E NEGOCIAÇÃO Exercícios Questão 1. Os varejistas podem optar por diferentes tipos de estrutura. A rede de lojas de roupa feminina Sempre Bonita centraliza as decisões de compras para todas as lojas. É característica das decisões de compras centralizadas: A) Maior sensibilidade às demandas. B) Possibilidade de melhores negociações que resultam em descontos maiores junto aos fornecedores. C) Atender clientes de perfis distintos. D) Centralizar as compras apenas para produtos mais importantes (de maior giro/margem). E) Fazer parte de redes que possuem unidades em diferentes cidades ou até mesmo regiões. Resposta correta: alternativa B. Análise das alternativas: A) Alternativa incorreta. Justificativa: maior sensibilidade às demandas é característica de estrutura de compras descentralizas. A centralização, ao contrário, tem como desvantagem a falta de flexibilidade no atendimento de preferências e volumes. B) Alternativa correta. Justificativa: a centralização de compras tem como uma de suas maiores vantagens a possibilidade de melhores negociações, que resultam em descontos maiores junto aos fornecedores devido ao volume de compras, e ainda maior controle sobre a gestão de produtos, estoques e compras. C) Alternativa incorreta. Justificativa: o atendimento de clientes de perfis distintos é vantagem das operações descentralizadas e semidescentralizadas, pois as compras podem ser realizadas com foco na demanda específica de cada unidade. D) Alternativa incorreta. Justificativa: centralizar as compras apenas para produtos mais importantes (de maior giro/ margem) é característica das operações semidescentralizadas, quando se soma a negociação centralizada dos produtos mais importantes e se descentralizam as compras dos produtos que complementam o mix. 134 Unidade III Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 4/ 01 /1 3 E) Alternativa incorreta. Justificativa: a descentralização é normalmente praticada por redes que atuam em diferentes regiões ou estados, pois assim podem trabalhar com fornecedores locais e ainda atender aos diferentes perfis de público. Questão 2. A rede de supermercados Rei do Preço Baixo costuma negociar com seus fornecedores para ter sempre produtos para brindes e degustações. Apesar de os clientes gostarem dessas ações, nem sempre os resultados de vendas são alcançados. Avalie a seguir como as promoções de vendas são praticadas no supermercado e verifique quais delas comprometem os resultados. I – A rede de supermercados oferece um tempo longo para que todos os seus clientes possam usufruir a promoção. II – Como a intenção é ter sempre promoções, os produtos são escolhidos aleatoriamente. III – Sempre é oferecido um benefício adicional quando a promoção implica o cliente comprar alguma coisa. IV – São escolhidos como brindes produtos que estejam com seu prazo de validade no limite, para que não haja mais custos para a elaboração da promoção. Assinale a alternativa correta: A) I, II, III e IV. B) I, II e III. C) I, II e IV. D) I, III e IV.E) II, III e IV. Resolução desta questão na plataforma.