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Health Resumos - 2022 Virgínia Seixas – Fisiopatologia/Cirrose Hepática - healthresumosmed@gmail.com - 2022 Cirrose Hepática Vários processos patológicos podem cursar com cirrose. Os processos que levam à evolução da cirrose envolvem inflamação do parênquima hepático, fibrogênese hepática por ativação de mastócitos e fibroblastos e angiogênese secundária às lesões do parênquima causadas pela oclusão vascular. Este processo leva a pronunciadas alterações microvasculares hepáticas, caracterizadas por remodelação sinusoidal, formação de shunts intra-hepáticos (devido à angiogênese e perda de células parenquimatosas) e disfunção hepática endotelial. A disfunção endotelial é caracterizada pela liberação insuficiente de vasodilatadores, entre os quais o mais importante é o óxido nítrico. A liberação de óxido nítrico é inibida pela baixa atividade endotelial do óxido nítrico sintetase, com concomitante produção aumentada de vasoconstritores (principalmente pela estimulação adrenérgica e produção de tromboxano A2, mas também a ativação do sistema renina-angiotensina, hormônio antidiurético e endotelinas). A resistência hepática aumentada ao fluxo sanguíneo portal é o principal fator do aumento da pressão portal na cirrose. É o resultado da combinação de distúrbios estruturais associados com doença hepática avançada, com destruição de pelo menos 70% do parênquima hepático e de anormalidades funcionais levando à disfunção endotelial e ao aumento do tônus vascular hepático. A vasodilatação esplâncnica com um consequente aumento no influxo de sangue para o sistema venoso portal contribui para o aumento da pressão venosa portal. A vasodilatação esplâncnica é uma resposta adaptativa às mudanças hemodinâmica em cirrose, os seus mecanismos são diretamente opostos aos do aumento do tônus vascular hepático. Na cirrose avançada, a vasodilatação esplâncnica é tão intensa que causa uma circulação hiperdinâmica, o que em conjunto com hipertensão portal tem um papel importante na patogênese da ascite e da síndrome hepatorrenal. O gradiente de pressão portal (delta P: diferença de pressão entre o sistema venoso portal e sistêmico) é o produto do fluxo portal (Q) e da resistência vascular a este fluxo (R), conforme expresso pela lei de Ohm (delta P = Q X R). A pressão normal na veia porta varia entre 5 e 10 mmHg, sofrendo variações com a pressão intra-abdominal. A pressão venosa hepática também é afetada pela pressão intra-abdominal e reflete a pressão de enchimento venoso central (PVC - pressão venosa central), o gradiente de pressão portal representa A cirrose é o estágio final da fibrose hepática, a qual é o resultado da desorganização difusa da arquitetura hepática normal. Caracteriza-se por nódulos de regeneração cercados por tecido fibrótico denso. Sintomas podem não aparecer por anos e geralmente são inespecíficos (p. ex., anorexia, fadiga e perda ponderal). Manifestações tardias incluem hipertensão portal, ascite e, quando a descompensação ocorre, insuficiência hepática. O diagnóstico requer a realização de biópsia hepática. Cirrose é geralmente considerada irreversível. O tratamento é de suporte. Health Resumos - 2022 Virgínia Seixas – Fisiopatologia/Cirrose Hepática - healthresumosmed@gmail.com - 2022 a medida da pressão, que é definida pela diferença de pressão na veia hepática ocluída ou encunhada e na veia hepática livre. O gradiente normal é menor do que 5 mmHg, pressões maiores que estas começam a evoluir com as complicações associadas e quando maiores que 10 mmHg pode ocorrer a formação de varizes esofágicas. Com a evolução do processo de destruição do fígado, quando ocorre perda de função maior do que 75%, podem ocorrer as complicações associadas com esta disfunção, com diminuição da síntese de albumina e fatores de coagulação, metabolização de estrógenos, entre outras funções realizadas pelo parênquima hepático. A formação e a progressão no tamanho das varizes é impulsionada por fatores anatômicos, o aumento da pressão portal e por angiogênese dependente do fator de crescimento vascular endotelial, os quais contribuem para varizes complicarem com ruptura e hemorragia. Os pacientes podem ainda apresentar dilatação dos vasos da mucosa gástrica levando à gastroparesia. Além disso, o desvio do sangue portal para a circulação sistêmica através dos colaterais portos sistêmicos é um dos principais determinantes da encefalopatia hepática e interfere no metabolismo de primeira passagem de várias medicações administradas por via oral e cursam ainda com a diminuição da função do sistema reticuloendotelial. A capilarização dos sinusoides hepáticos e shunts intra-hepáticos é igualmente importante porque essas alterações interferem com a perfusão do hepatócito, que é um dos principais determinantes da insuficiência hepática. A vasodilatação sistêmica associada a cirrose pode levar à alteração da relação perfusão/ventilação pulmonar e em casos graves pode ocorrer a síndrome hepatopulmonar e hipoxemia arterial. A hipertensão portopulmonar é caracterizada por constrição vasopulmonar, que é provavelmente secundária à disfunção endotelial na circulação pulmonar. Fonte: Anatopatologia/UNICAMP Health Resumos - 2022 Virgínia Seixas – Fisiopatologia/Cirrose Hepática - healthresumosmed@gmail.com - 2022 Fonte: Medicinanet Fonte: Medicinanet Health Resumos - 2022 Virgínia Seixas – Fisiopatologia/Cirrose Hepática - healthresumosmed@gmail.com - 2022 Referências: Tsochatziz EA et al. Liver cirrhosis. Lancet 2014; 383: 1749-1761 Gines P et al. Renal Failure in cirrhosis New ENg J Med 2009; 361: 1279-1290. Figura 1: http://anatpat.unicamp.br/nptasper1c.html#figado Figura 2: http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5619/cirrose_e_suas_complica coes.htm Figura3: http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5464/ascite_no_paci ente_cirrotico.htm http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5619/cirrose_e_suas_complicacoes.htm http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5619/cirrose_e_suas_complicacoes.htm http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5464/ascite_no_paciente_cirrotico.htm http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5464/ascite_no_paciente_cirrotico.htm
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