Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Introdução O presente trabalho tem o propósito de realizar a resenha crítica do filme “The Doctor”, drama lançado em 24 de julho de 1991 nos Estados Unidos, com direção de Randa Haines e roteiro de Robert Caswell. O elenco é composto por Elizabeth Perkins, Cristine Lahti, Mandy Patinkin, Adma Arki e William Hurt, o qual interpreta o personagem principal, Dr. Jack Mackee. O filme possui uma adaptação para a língua portuguesa com o título no Brasil de “Golpe do Destino”. O personagem principal é o um médico cirurgião renomado que é indiferente à sua família e não cria nenhum tipo de conexão com os pacientes que opera. A certa altura da vida, descobre um tumor maligno e vê uma inversão dos papéis, onde deixa de ser o médico e passa a ser o paciente. Desenvolvimento O foco do filme é mostrar as nuances da relação médico paciente e o quanto é importante exercitar a empatia ao lidar com o outro numa condição de doente, além de tocar no tema família e o quanto esta é afetada pela doença de um ente querido, mostrando a dimensão dos danos causados não só a quem está doente, mas também aos seus familiares. Toda essa abordagem é feita sob a perspectiva das relações interpessoais e dos papéis exercidos na sociedade, onde há uma hierarquia implícita entre médico e paciente e seus desdobramentos. A postura do personagem central do filme, o Dr. Mackee, é pautada numa atuação médica baseada na lógica, na técnica e sem considerar outras questões que podem interferir no diagnóstico e tratamento das doenças. Devido esse comportamento, Dr. Mackee tem atitudes egoístas e até mesmo agressivas com todos ao seu redor, agindo de forma antagônica a qualquer noção de acolhimento. Devido essa postura austera e prepotente, o médico não está preparado para se ver na condição de paciente, pois ao descobrir que está acometido por uma doença grave, passa a sofrer uma crise existencial ao perceber o quanto foi insensível e negligente com seus pacientes e sua família. No transcorrer do filme é possível perceber que o médico não se permitia envolver emocionalmente com outrem, mantendo assim uma postura defensiva frente à subjetividade alheia, buscando apenas agir conforme a técnica, desconsiderando uma visão holística do atendimento na área da saúde. Ao mesmo tempo em que sua doença lhe provocou males, ela também lhe trouxe uma benesse, que seja a ampliação de sua percepção como médico e como pessoa quanto o tratar com o outro. Assim suas posturas vão mudando, conforme análises que o personagem vai fazendo a medida que passa por situações que o instiga a refletir. Há também no filme uma abordagem relativa a modo machista que o personagem age com sua esposa, o seu descontentamento com a médica que o atende, mostrando assim um recorte da sociedade que é reflexo da cultura polarizada entre feminino e masculino. É possível perceber que o filme tenta mostrar também a importância da comunicação nas relações interpessoais, inclusive o fato de o câncer que acomete o personagem principal afetar sua fala, faz com que ele busque outras maneiras de se comunicar com os outros. Outro aspecto importante da narrativa é a amizade que o médico desenvolve com uma paciente que também trata um câncer e isso irá ajuda-lo a enxergar o tratamento do outro lado, como paciente, observando com outros olhos a vida e como as suas ações podem ter impactos consideráveis no tratamento de uma doença, vendo assim a importância do atendimento mais humanizado. Nesse diapasão de mudança de postura, o Dr. Mackee passa a reconhecer o valor dos outros colegas de profissão, notadamente outro médico, que tinha uma postura mais próxima dos pacientes e uma enfermeira que também tinha essa preocupação com a subjetividade dos seus enfermos. Diante tudo isso, ele enxerga a necessidade de uma troca entre os profissionais de saúde, vendo o quanto os médicos se colocam distantes e superiores aos demais e o quanto isso é improducente para o campo da saúde. Conclusão Essa atividade permitiu ampliar a visão do quanto é importante nos colocarmos numa condição de paridade frente aos outros, de forma que quando formos atender um paciente, sejamos acessíveis, dispostos a ajudar, sem nos escondermos por trás de títulos e cargos que nos façam parecer distantes e inatingíveis. Outra questão bastante interessante é o quanto o ambiente de trabalho pode ser otimizado se passarmos a enxergar todos como uma peça importante na engrenagem dos serviços de saúde, deixando de lado a postura de superioridade e arrogância. Fato este que é recorrente, criando estigmas e aumentando a instabilidade das relações entre médicos, enfermeiros, farmacêuticos e demais profissionais da área. Foi possível perceber que a doença é algo que atinge não só o paciente, mas várias outras pessoas, sua família, e por isso a sua cura também irá ajudar varias pessoas, logo ao atender um indivíduo é necessário que saibamos que ele representar um coletivo. Diante de toda a discussão é possível concluir que por mais que tenhamos conhecimento e capacidade, de nada vale isso se não for bem utilizado e não promover resultados que ajudem a todos. É importante perceber que ao ajudar o paciente, também estamos sendo ajudados, portanto a cura é resultado do trabalho de um grupo de pessoas, de uma equipe, considerando também a importância do papel da família no tratamento das doenças.
Compartilhar