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SISTEMÁTICA DAS OPERAÇÕES DE LOGÍSTICA INTERNACIONAL Zaida Cristiane dos Reis Introdução à gestão da cadeia de suprimentos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir o papel da cadeia de suprimentos na gestão estratégica da organização. Relacionar a cadeia de suprimentos integrada com a geração de valor nas organizações. Identificar o impacto da logística da cadeia de suprimentos na com- petitividade empresarial. Introdução Neste capítulo, você vai estudar a gestão da cadeia de suprimentos, uma área estratégica para as organizações. Para começar, você vai estudar o desenvolvimento da cadeia de suprimentos nas práticas de negócio e verificar por que ela é uma estrutura estratégica. Em seguida, você vai ver como a cadeia de suprimentos integrada se relaciona à geração de valor nas organizações. Além disso, vai conhecer o impacto da logística da cadeia de suprimentos na competitividade empresarial. Nesse contexto, é necessário considerar a gestão integrada, a capaci- dade de resposta, a globalização e as forças que impulsionam a cadeia de suprimentos. 1 Cadeia de suprimentos A gestão de suprimentos existe desde os tempos mais remotos. Em sua forma mais rudimentar, tal gestão ocorria nas trocas de caças e utensílios e, mais adiante, nas trocas mercantis, até o advento da Revolução Industrial. Assim, a necessidade de produzir, estocar e trocar objetos é tão antiga quanto o próprio homem. A primeira evidência de uma atividade de gestão de suprimentos mais formalizada, segundo Dias (2015), é relacionada ao setor de compras. De forma restrita, por meio da atividade de compra, a função material ganhou impulso nas relações comerciais. Durante a Idade Média, não havia condições que justificassem a produção e a estocagem; afinal, o que era produzido atendia às necessidades imediatas dos indivíduos. No início do século XV, conforme apontam Bowersox et al. (2014), a chamada Revolução Comercial e o desenvolvimento de novas rotas de comércio impulsionaram o fluxo de suprimentos internacionais e a formação de estoques reguladores de mercadorias. Para esses autores, a Revolução Industrial, ocorrida em meados do século XVIII, provocou profundas modi- ficações nos métodos de produção pelo surgimento do sistema de fabricação e da estocagem em maior escala. No início da organização industrial, com a produção em grande escala, surgem os problemas decorrentes da limitação de materiais, da aquisição de matérias-primas e do controle de pequenos estoques. Mais adiante, nos anos 1970, a gestão da cadeia de suprimentos passa a ser encarada como um meio de reduzir custos associados à aquisição e à gestão de materiais. Hoje, a gestão da cadeia de suprimentos deve ser encarada como uma área integrada e flexível, responsável por diminuir estoques, proporcionar lead time menor, etc. Segundo Dias (2015), Gonçalves (2013) e Viana (2000), a gestão da cadeia de suprimentos surgiu da necessidade de integrar o fluxo de materiais às funções de suporte de tal fluxo. Essa integração inclui as funções de com- pra, acompanhamento, gestão de estoques, armazenamento, Programação e Controle de Produção (PCP) e distribuição física. Nesse contexto, a gestão da cadeia de suprimentos precisa dirigir todo o fluxo de materiais a uma só parte da organização, tendo impacto direto na lucratividade das empresas e na qualidade dos produtos. Daí a importância de uma boa gestão. Nos últimos anos, a concorrência entre as organizações industriais tem crescido constantemente. Diversas empresas de países industrializados têm enfrentado mercados extremamente competitivos e com exigentes critérios qualificadores e inovadores, muitas vezes tendo dificuldades para assegurar sua própria sobrevivência. Nos países em desenvolvimento industrial, entre os quais destaca-se o Brasil, muitas organizações precisam conviver com uma economia aberta e com os desafios da concorrência em uma extensão globalizada (BOWERSOX et al., 2014). Introdução à gestão da cadeia de suprimentos2 Nessas condições, paradigmas anteriores e práticas industriais desatuali- zadas não são suficientes para direcionar e conduzir as organizações, já que o mercado agora é extremamente competitivo. Mesmo as grandes corporações que conduzem melhorias contínuas para se tornarem lean organizations (or- ganizações enxutas, sem “gorduras”) não têm uma posição sólida assegurada nesse meio de alta competitividade, ainda que concentrem esforços e recursos na busca de uma modernização tecnológica e de gestão. A gestão da cadeia de suprimentos, conforme apontam Bowersox et al. (2014), interage no contexto da globalização com o apoio do avanço da Tecnologia da Informação (TI). Esse contexto implica preocupação maior com as interfaces entre as diferentes funções realizadas dentro das empresas. Além disso, implica destaque maior às considerações logísticas no mais alto nível de planejamento estratégico das corporações. Outra questão que ganha relevância atualmente é a inclusão da responsabilidade social no projeto de novos sistemas logísticos, o que põe em pauta, por exemplo, as questões ecológicas. A cadeia de suprimentos conjuga os processos logísticos, que tratam do fluxo de materiais e informações dentro e fora das empresas, aos rela- cionamentos que surgem ao longo da cadeia para assegurar seus melhores resultados em termos de redução de desperdício e agregação de valor (DIAS, 2015; GONÇALVES, 2013). Nesse sentido, é natural que entre em cena a questão das parcerias e alianças estratégicas entre as organizações. Essas estratégias colaborativas promovem a união de forças de empresas — cliente e fornecedora, cliente e cliente ou fornecedora e fornecedora — em busca de vantagens mútuas. Por outro lado, esse ambiente de competitividade, segundo Pires (2016), tem instigado o aparecimento de áreas inovadoras em empresas que visam à obtenção de diferenciais competitivos em relação às demais organizações do segmento. Nesse contexto, a gestão da cadeia de suprimentos representa uma promissora fronteira para organizações que buscam diferenciais competitivos efetivos. No Quadro 1, a seguir, veja algumas diferenças importantes entre o modelo de gestão de suprimentos tradicional e o modelo introduzido pela gestão da cadeia de suprimentos. 3Introdução à gestão da cadeia de suprimentos Fonte: adaptado de Pires (2016). Item Modelo tradicional Gestão da cadeia de suprimentos Contexto histórico de aparecimento Produção em massa Customização em massa Mercado competitivo Geralmente local e/ou regional Geralmente global Escopo e ação gerencial Operacionais e reativos Estratégicos e proativos Parâmetros geralmente considerados nas decisões sobre fazer ou comprar Custos de produção, utilização da capacidade e política de integração vertical Parâmetros produtivos múlti- plos (como custo, qualidade, flexibilidade), estratégia com- petitiva e desenvolvimento de novas competências e negócios Modelo competitivo Unidades de negócio Unidades de negócio virtuais Quadro 1. Modelo tradicional e gestão da cadeia de suprimentos Destaca-se, ainda, a preocupação com o gerenciamento da cadeia de su- primentos. Nesse processo, conforme Bowersox et al. (2014) e Silva (2014), o intercâmbio de informações é ainda mais intenso. Tal intercâmbio é carac- terizado por: ênfase na satisfação do consumidor final; formação de parcerias entre fornecedores e clientes; abertura plena entre parceiros, possibilitando a troca de informações operacionais e estratégicas; aplicação dos esforços de forma sistêmica e continuada, visando a agre- gar o máximo valor possível ao cliente final, eliminando desperdícios, reduzindo custos e aumentando a eficiência. Esse gerenciamento, conforme Gonçalves (2013) e Bowersox et al. (2014), surgiu como resposta eficaz e eficiente para atender às necessidades de or- ganizações diversas que se integram para disponibilizaros seus produtos da melhor maneira possível para o consumidor. Por isso, é importante observar Introdução à gestão da cadeia de suprimentos4 que, na gestão da cadeia de suprimentos, as empresas não agem mais como concorrentes, mas, para o perfeito andamento dos processos, promovem a integração. Para Novaes (2007), o gerenciamento da cadeia de suprimentos envolve os itens listados a seguir. 1. Fornecedor de matéria-prima 2. Fornecedor de componentes 3. Manufatura 4. Distribuidor 5. Varejista 6. Consumidor Há uma integração plena e flexível entre esses atores e processos ao longo de toda a cadeia de suprimentos. O objetivo de tal integração é a satisfação do consumidor. Portanto, o gerenciamento adequado da cadeia de suprimentos, conforme Pires (2016), pode trazer vantagens competitivas à empresa não apenas pela redução de custos e ganhos em escala, mas pela agregação de valor ao serviço ou produto oferecido ao cliente. 2 Cadeia de suprimentos integrada e geração de valor Para entender o funcionamento de uma cadeia de suprimentos, é fundamental, conforme Pires (2016), compreender o conceito de canal de distribuição. Um canal de distribuição é um conjunto de organizações, instituições e gestores, internos e externos, que executam as funções que dão apoio ao marketing de produtos e serviços de determinada organização. Para o autor, o gerenciamento da cadeia de suprimentos é um instrumento importante para a eficiência da comercialização e da distribuição de bens e serviços. Assim, a cadeia de suprimentos representa o esforço de integração dos múltiplos participantes do canal de distribuição. Tal esforço se dá por meio da gestão compartilhada de procedimentos-chave que interligam as diferentes organizações e membros do canal, desde o consumidor final até o fornecedor inicial de matérias-primas. Para compreender melhor, observe a Figura 1, a seguir. 5Introdução à gestão da cadeia de suprimentos Figura 1. Estrutura da cadeia de suprimentos integrada. Fonte: Adaptada de Bowersox et al. (2014). Bowersox et al. (2014) destacam que a cadeia de suprimentos integrada transforma os arranjos tradicionais. Isso ocorre pois não são mais conside- rados grupos com transações frágeis entre organizações independentes que simplesmente compram e vendem estoques. Nesse contexto, as empresas organizam-se com uma gestão coordenada, aumentando o impacto no seu meio de atuação, aperfeiçoando a eficiência geral, buscando a melhoria contínua e levando em conta a competitividade. Na prática, inúmeras organizações participam concomitantemente de diferentes cadeias de suprimentos concorrentes, pois uma cadeia torna-se a unidade básica da concorrência. Nesse sentido, companhias que atuam em arranjos diferentes podem se deparar com questionamentos de lealdade pertinentes à confidencialidade, gerando possíveis conflitos de interesses. Canal de distribuição e interligação da cadeia de suprimentos O canal de distribuição, conforme Pires (2016), é composto pelos elementos da cadeia de suprimentos listados a seguir. Introdução à gestão da cadeia de suprimentos6 1. Fabricação — manufatura 2. Distribuição — procedimento de entrega 3. Venda ao consumidor final — varejo Assim, segundo o autor, os canais de distribuição são o conjunto de empre- sas interdependentes que possuem o objetivo de disponibilizar o seu produto ou serviço no mercado para uso do consumidor. Para Novaes (2007), quando se conceitua os canais de distribuição, surge a necessidade de definir também os tipos de canais que serão utilizados na gestão da cadeia de suprimentos. A seguir, veja quais são os principais tipos. Canais verticais: são estruturas mercadológicas verticais nas quais a responsabilidade transfere-se de um segmento da cadeia de supri- mentos para o seguinte. Como exemplo, considere uma cadeia de suprimentos em que o fabricante vende o produto acabado para o atacadista, que o revende para o varejista, que por sua vez o fornece ao consumidor final. Nesse exemplo, a responsabilidade do fabricante termina quando ele entrega o produto ao atacadista e assim por diante. Porém, esses canais apresentam inúmeros problemas e dificuldades, pois a preferência do consumidor, as tendências do processo e as necessidades de demanda são conhecidas apenas pelo varejista que está na última fase da cadeia de suprimentos. Desse modo, o fabricante e o atacadista são prejudicados. Canais híbridos: nesse tipo de estrutura, alguns elementos da função do canal de distribuição são executados em paralelo por dois ou mais integrantes da cadeia de suprimentos, quebrando a rigidez da estrutura vertical. Desse modo, o fabricante faz contato com o cliente e, após ter firmado o contrato de abastecimento, direciona distribuidores aptos para realizar a entrega do produto vendido. Nesse método, tanto o fabricante quanto o distribuidor conservam contato com os clientes, melhorando a interpretação da preferência do consumidor, das tendências da de- manda, etc. Entre as dificuldades relativas aos canais híbridos, pode existir a duplicidade de atuação de alguns dos elementos da cadeia de suprimentos. Canais múltiplos: essa estrutura é empregada quando uma organi- zação tem grande diversidade de clientes. Os canais múltiplos são considerados, dessa forma, um meio de melhorar o gerenciamento da cadeia de suprimentos. Porém, esse tipo de canal, mesmo melhorando 7Introdução à gestão da cadeia de suprimentos a performance da cadeia de suprimentos, proporciona problemas; por exemplo, um canal pode invadir outro, prejudicando o conjunto de canais existentes. Novaes (2007) e Pires (2016) salientam que é possível identificar funções comuns que os canais de distribuição exercem na cadeia de suprimentos. Entre tais funções, destacam-se: garantir a rápida disponibilidade do produto nos segmentos do mercado; intensificar o potencial de vendas do produto comercializado; garantir um fluxo de informações rápido e preciso entre os elementos participantes. Em síntese, os canais de distribuição possuem grande importância para a concretização e a agilização do gerenciamento da cadeia de suprimentos. É por meio deles que as organizações conseguem integrar toda a cadeia, agregando um valor percebido pelo cliente que recebe o produto ou serviço dentro das condições negociadas. 3 Logística e competitividade empresarial Segundo Bowersox et al. (2014), a competitividade empresarial melhorou signifi cativamente a infl uência e o controle gerencial, estendendo-se além de uma única organização e facilitando as operações e o planejamento rela- cionados a clientes e fornecedores. Nesse contexto, destaca-se a colaboração entre organizações que agregam processos maximizando o impacto sobre o cliente, reduzindo o risco geral e aumentando a efi ciência do método. Diante disso, a extensão empresarial baseia-se em dois paradigmas fundamentais: compartilhamento de informações e especialização de processos. Para que o modelo do compartilhamento de informações funcione, os participantes da cadeia de suprimentos devem acreditar que alcançar um alto grau de desempenho cooperativo implica partilhar informações operacionais de forma voluntária e planejar ações estratégicas em conjunto. A colaboração entre as organizações compreende dados de vendas, planos de promoções, lançamentos de novos produtos e operações diárias (BOWERSOX et al., 2014). Nesse sentido, Novaes (2007) e Pires (2016) enfatizam que o compartilha- mento de informações para ampliar a colaboração não deve se limitar a dados antigos ou atuais de vendas. Isso não é o suficiente. Na verdade, é necessário Introdução à gestão da cadeia de suprimentos8 desenvolver a disposição para dividir informações sobre ações estratégicas futuras, facilitando as operações em conjunto. O compartilhamento de informações entre os integrantes da cadeia de suprimentos é fundamental para desenvolver de forma coletiva os interesses dos clientes com mais rapideze eficiência. Um desafio para a evolução desse processo de gestão é reunir os arranjos colaborativos no programa de operações conjuntas, buscando extinguir a redundância improdutiva que não agrega valor às organizações de uma cadeia de suprimentos. A ideia central da cadeia de suprimentos, conforme apontam Bowersox et al. (2014), é planejar os processos avaliando as competências peculiares de cada organização, suas habilidades e responsabilidades. A partir disso, é possível desenvolver cada função do trabalho efetivo maximizando as implicações comuns. Em suma, é necessário: avaliar competências; planejar processos; maximizar implicações comuns. As organizações que participam de uma cadeia de suprimentos, segundo Bowersox et al. (2014), Novaes (2007) e Pires (2016), têm papéis exclusivos e dividem ações estratégicas. Assim, compartilhar informações e esquematizar ações em conjunto com outras organizações são ações que podem diminuir o risco relativo ao posicionamento do estoque. Com base nesse princípio, as empresas percebem que a cooperação pode extinguir o trabalho dobrado ou excessivo, como a verificação de qualidade repetitiva. É possível, por exemplo, indicar e transmitir capacidades a um elemento específico da cadeia de suprimentos para que ele organize e se responsabilize completamente pelo processo. Se ampliada, a integração em- presarial lança novos desafios: medição; compartilhamento de benefícios e riscos; confiança; liderança; solução de conflitos. Pires (2016) e Novaes (2007) destacam que os desafios da cooperação e da amplitude empresarial compõem horizontes diferenciados de gestão. Nesse sentido, para que ocorra um incremento da cadeia de suprimentos, 9Introdução à gestão da cadeia de suprimentos a gestão, com atitudes gerenciais efetivas relacionadas aos prestadores de serviço integrados, muda constantemente. Bowersox et al. (2014) pon- tuam que a flexibilização é importante para uma organização globalizada, principalmente quando existe incerteza, investimentos fortes em tempos específicos e liberdade arbitrária. Há dois tipos de alternativas para compras e vendas em outras nações. A inicial foca na expansão interna, inserindo nesses países marcas reconhecidas internacionalmente. A outra é transnacional, admitindo um controle central para todas as unidades, dando aos gestores maior liberdade de decisão. A partir daí, é possível entender a importância atual da gestão da cadeia de suprimentos dentro das organizações. Se não houver uma rede logística ade- quada para atender às demandas dos consumidores, as organizações perdem negócios e competitividade. Inovações com enfoque no comércio eletrônico, por exemplo, mudam significativamente as propriedades comerciais. O Brasil ainda se encontra na etapa de amadurecimento desse tipo de comercialização, mas é preciso avançar e preparar-se para receber os desafios da globalização. Pires (2016) e Novaes (2007) destacam que a logística integrada tem grande importância para o desenvolvimento da economia global e da sociedade, já que os sistemas logísticos formam as bases do comércio. A logística integrada se constitui na coordenação entre demanda e suprimento representada pela movimentação dos produtos acabados ou semiacabados de uma unidade fabril para outra ou da empresa para seu cliente. Segundo esses autores, pode-se definir a logística da cadeia de suprimentos também como o transporte eficiente de produtos acabados do final da linha de produção até o consumidor. Assim, as atividades de logística englobam transporte de carga, armazenagem, movimentação física de materiais, emba- lagem, controle de estoque, seleção de locais para o armazém, processamento de pedidos e atendimento ao cliente. Como você pode notar, a logística tem uma função essencial em uma orga- nização, já que por meio dela a empresa pode obter diferenciais competitivos frente à concorrência. De acordo com Pires (2016), a logística pode ser vista como parte da “arte da guerra” que trata do planejamento e da realização de: projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material (para fins operativos ou de gestão). Na contemporaneidade, a logística é a arte da preparação da produção. Ela diz respeito ao planejamento e à obtenção dos materiais, ao planejamento das linhas de produção, à alimentação dessas linhas e à distribuição dos produtos finais. Introdução à gestão da cadeia de suprimentos10 Após o desenvolvimento e a melhoria do processo produtivo e da qualidade, as atenções se voltaram para a logística, que passou a ser encarada como uma das áreas capazes de reduzir os custos, aumentar a produtividade e, principalmente, oferecer melhor atendimento aos clientes. Em suma, a logística tem como foco fazer com que os consumidores tenham bens e serviços quando e onde quiserem e na condição física que desejarem. Logística no Brasil No Brasil, ainda existem organizações em que estoques e setores trabalham isoladamente. Por outro lado, diversas empresas já realizam a troca eletrônica de dados (Electronic Data Interchange — EDI) e se valem de outras formas de fl exibilização na entrega de seus produtos. Entretanto, as organizações mais avançadas caracterizam-se por apresentarem uma integração otimizada entre os diversos setores de distribuição. A estrutura organizacional das empresas brasileiras, conforme Ferreira, Teixeira e Silva (2019), é baseada em setores separados e na restrição da autoridade, dificultando a passagem para a fase que exige um tratamento sistêmico das operações. Com a finalidade de evitar reestruturações comple- xas, muitas empresas no Brasil acabam por solucionar seus problemas com soluções parciais e até mesmo incompletas ou inadequadas, o que não lhes prepara para enfrentar desafios futuros. Outro aspecto apontado pelos autores é o fato de as empresas brasileiras se dedicarem aos departamentos financeiros fundamentadas em crises eco- nômicas, inflação, câmbio, recessões, entre outros processos, o que dificulta a atualização das organizações. Ademais, em muitos complexos de gestão da cadeia de suprimentos, ainda se percebe um clima de desconfiança, ou seja, muitas empresas têm a suspeita constante de que serão trapaceadas. O medo do brasileiro de firmar contratos e negociações dificulta o estabelecimento de relações com empresas desconhecidas ou distantes. Ferreira, Teixeira e Silva (2019) ressaltam que a evolução logística é ne- cessária para que as organizações atendam melhor os seus clientes. Em meio à competição desleal em busca de menores custos, muitas vezes as empresas não se preocupam com a qualidade do seu serviço. Assim, acabam abrindo espaço para que empresas globalizadas se insiram no País. 11Introdução à gestão da cadeia de suprimentos Acesse o link a seguir para saber mais sobre logística no Brasil. https://qrgo.page.link/5SYcY BOWERSOX, D. J. et al. Gestão logística da cadeia de suprimentos. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2015. FERREIRA, S. N. D.; TEIXEIRA, E. C.; SILVA, G. D. Infraestrutura de transporte rodoviário e crescimento econômico no Brasil. BARU, v. 5, n. 2, p. 251-263, 2019. Disponível em: http://seer.pucgoias.edu.br/index.php/baru/article/view/7570. Acesso em: 9 fev. 2020. GONÇALVES, P. S. Administração de materiais. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2013. NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2007. PIRES, S. R. I. Gestão da cadeia de suprimentos: conceitos, estratégicas, práticas e casos. São Paulo: Atlas, 2016. SILVA, F. M. C. Logística de materiais e patrimônio. Porto Alegre: Profissional, 2014. VIANA, J. J. Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2000. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foicomprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Introdução à gestão da cadeia de suprimentos12 SISTEMÁTICA DAS OPERAÇÕES DE LOGÍSTICA INTERNACIONAL Thiago Costa Holanda Os integrantes da cadeia de suprimentos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever o funcionamento da cadeia de suprimentos. Identificar o papel dos atores na gestão da cadeia de suprimentos. Explicar os processos logísticos visando à geração de valor. Introdução Neste capítulo, você vai estudar as noções fundamentais de logística e cadeia de suprimentos, levando em consideração o papel dos principais agentes inseridos nesse sistema, bem como os processos desenvolvidos por eles na geração de valor para os clientes. A logística é um conjunto de técnicas e estratégias interdependentes que, aplicadas a uma série de funções da atividade econômica ou social, é capaz de otimizá-la dentro de determinado contexto socioeconômico, tecnológico, político, histórico e cultural. Hoje, o ambiente empresarial é bastante dinâmico e complexo; es- tratégias, oportunidades e custos são importantes componentes da competitividade nos negócios. O mercado se tornou mais exigente, e os consumidores têm tido mais acesso a produtos diferenciados e específi- cos. As empresas, nesse contexto, precisam aperfeiçoar os seus processos, tendo o cuidado de não elevar suas estruturas de custos. Existem dois tipos básicos de vantagem competitiva: menor custo e diferenciação, sendo esta última a capacidade de uma empresa de projetar, produzir e comercializar um produto comparável com mais eficiência do que seus competidores. Por sua vez, os custos menores traduzem-se em rendimentos superiores. A logística pode ser aplicada de forma sistêmica a uma série de fun- ções de uma instituição, tanto no nível estratégico (planejamento, que compreende planos, políticas, etc.) quanto nos níveis tático e operacional. Ela é útil para elevar a qualidade e, ao mesmo tempo, aumentar a pro- dutividade e minimizar custos de bens e serviços. 1 Funcionamento da cadeia de suprimentos Obter vantagens competitivas é uma tarefa árdua, que exige um profundo conhecimento dos ambientes interno e externo em que a empresa está inserida. Atividades empresariais criam quatro formas de valor: forma, tempo, lugar e posse. Duas delas, tempo e lugar, estão inseridas no campo da logística. O gerenciamento logístico agrega valor a produtos e serviços essenciais para a satisfação do consumidor e o aumento das vendas. Ballou (2006) explica que é muito mais fácil enxergar a logística em áreas de processamento de produtos físicos, porém os mesmos conceitos e princípios utilizados nesse setor podem ser aplicados em setores de serviços, como o de Tecnologia da Informação (TI). A prática da logística é anterior à sua sistematização teórica. Os estrategistas militares de guerra foram os primeiros a reconhecer o importante valor da otimização na distribuição de suprimentos. Historiadores atribuem a derrota dos britânicos na guerra de independência americana às muitas falhas logísticas dos generais (CHRISTOPHER, 2009). Hoje, como você sabe, os mercados do mundo todo estão muito interli- gados. A tendência visível é a queda gradativa das barreiras geográficas, e as empresas precisam estar mais bem preparadas para enfrentar essa nova realidade. Nesse contexto de desafios, a logística é uma ferramenta de suma importância, tornando-se um diferencial a ser explorado. Curiosamente, so- mente nas últimas décadas é que a logística vem sendo reconhecida como importante fonte de obtenção de vantagens competitivas e como detentora de um enorme potencial de agregação de valor. A logística tem sido desenvolvida para disponibilizar os recursos certos no local adequado e na hora precisa. Em síntese, ela consiste no “[...] processo de planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mer- cadorias, serviços e das informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências do cliente [...]” (BALLOU, 2006, p. 27). Os integrantes da cadeia de suprimentos2 Portanto, a logística é um processo de gestão estratégica que engloba a compra, a armazenagem e o transporte de insumos e produtos finais com o menor custo possível, de tal modo que a lucratividade das empresas seja maximizada (CHRISTOPHER, 2009). Vale ressaltar que o fluxo de mercadorias é uma parte do objeto de estudo da logística, pois ela também lida com o fluxo de serviços ao cliente. De acordo com Bowersox et al. (2014, p. 18), “a Logística agrega valor ao produto no momento em que este é colocado na quantidade, hora e local que o cliente necessita [...]”. Numa perspectiva empresarial/organizacional restrita, a logística tem como objetivos principais: aumento da qualidade e da produtividade; redução de custos; maximização da qualidade; aumento do lucro empresarial ou organizacional; expansão da empresa ou organização. O Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (GCS), também conhecido pela expressão em inglês supply chain management, é um conceito mais recente que tem como objetivo ultrapassar a logística tradicional por meio de uma abordagem mais integrada. O GCS busca integrar e solidificar funções como marketing, logística de distribuição e produção. De acordo com Ballou (2006), nesse contexto surgem oportunidades de melhoria dos custos ou serviços oferecidos aos consumidores mediante processos de coordenação e colaboração entre os integrantes de todo o canal. Portanto, o GCS é um conjunto de atividades funcionais (transportes, controle de estoques, etc.) que se repetem diversas vezes ao longo do canal no qual matérias-primas se transformam em produtos comercializáveis, agregando valor para o consumidor. Na Figura 1, você pode ver um esquema da integração dessas atividades. 3Os integrantes da cadeia de suprimentos Figura 1. Modelo do GCS. Fonte: Adaptada de Ballou (2006). A importância da gestão da cadeia de suprimentos A logística, como atividade-meio de diversas organizações, tem como fi nali- dade essencial a criação de valor para empresas e clientes. Tal valor, de acordo com Ballou (2006), é manifestado primariamente em termos de tempo e lugar. Produtos e serviços precisam se destacar nessas duas categorias para ganhar notoriedade e relevância no mercado. Para uma empresa ter excelência nas atividades logísticas, deve considerar que toda atividade, mesmo que seja um pequeno processo intermediário, agrega valor ao produto. Quando essa agregação de valor não existe ou é ineficiente, questiona-se a necessidade de o processo existir. Novaes (2007) inclui a qualidade na lista de valores. Ou seja, mesmo se o produto tiver as especificações corretas, o preço certo e a entrega realizada no prazo prometido, se não houver a percepção de qualidade por parte do cliente, não haverá satisfação final. Os integrantes da cadeia de suprimentos4 Por fim, na fase atual da logística, os objetivos fundamentais que se buscam, segundo Novaes (2007), são: ênfase absoluta na satisfação plena do consumidor final; formação de parcerias entre fornecedores e clientes ao longo da cadeia de suprimentos; abertura plena entre parceiros, possibilitando acesso mútuo às infor- mações operacionais e estratégicas; aplicação de esforços de forma sistemática e continuada, visando a agregar o máximo valor para o consumidor final e eliminar os desper- dícios, reduzindo custo e aumentando eficiência. Na Figura 2, veja como se dá a integração entre os atores ao longo da cadeia produtiva. Figura 2. Integração entre componentes da cadeia de suprimentos. Fonte: Adaptada de Novaes(2007). 2 Atores da cadeia de suprimentos A logística, como prática, não é recente. Ela surgiu ainda nas antigas civili- zações e era muito utilizada no contexto militar, pois durante as guerras era necessário um deslocamento estratégico de tropas e equipamentos. Hoje, os 5Os integrantes da cadeia de suprimentos mercados estão cada vez mais interligados. A tendência visível é a queda gradativa das barreiras geográfi cas, de forma que as empresas precisam se preparar para enfrentar essa nova realidade. Nesse contexto de desafios, a logística tem se revelado uma ferramenta de suma importância. Assim, os ganhos de competitividade necessários para o estabelecimento e o fortalecimento de um segmento no mercado já não podem ser obtidos por uma empresa isolada. É necessário solidificar relacionamentos com fornecedores, produtores, transportadores, clientes, etc. Novaes (2007) apregoa que a maneira correta de atuar de forma competitiva é buscando melhorias contínuas junto aos demais elementos da cadeia, de forma a reduzir custos e melhorar a qualidade dos produtos e o nível do serviço oferecido aos clientes finais, os consumidores. Os elementos de uma cadeia de suprimentos vão desde o fornecedor da matéria-prima até o consumidor final; por vezes, eles incluem o fluxo reverso da mercadoria. De acordo com Ballou (2006), os principais elementos de uma cadeia de suprimentos são os listados a seguir. Fornecedores de matéria-prima: são aqueles que fornecem o insumo básico de produção, que pode ser um produto diretamente extraído da natureza ou componentes pré-montados (compressores para geladeiras, por exemplo) ou soltos (parafusos e fios, por exemplo). Produtores: são os responsáveis pelo processo de produção propria- mente dito. Normalmente, tal processo envolve inúmeras fases, variando de acordo com o tipo de produto a ser finalizado. Os produtores sempre possuem um estoque completo, pois costumam estocar não somente matéria-prima, mas também produtos em processo de elaboração e, obviamente, produtos acabados. Transportador: uma vez finalizado, o produto aguarda a próxima etapa, que é o transporte. Geralmente se leva tal produto para depósitos ou centros de distribuição; depois, ocorre o envio para as lojas. Varejo: pode haver firmas diversas (como uma cadeia de varejistas) ou uma única empresa prestadora do serviço. Consumidor final: o foco de todo o serviço é o consumidor, geralmente o destino final do produto ou serviço. Os integrantes da cadeia de suprimentos6 Na Figura 3, veja como funciona a sequência de atuação dos diversos elementos de uma cadeia de suprimentos. Figura 3. Elementos de uma cadeia de suprimentos. Fonte: Adaptada de Novaes (2007). 7Os integrantes da cadeia de suprimentos 3 Processos logísticos e geração de valor Em suma, os conceitos de logística e cadeia de suprimentos tratam de um fl uxo, seja de produtos ou informações, ao longo de uma cadeia produtiva. A logística é, portanto, um elo entre a produção e o mercado. O seu alcance se estende do gerenciamento da matéria-prima até a entrega do produto fi nal ao cliente. Como você deve imaginar, a preocupação com a qualidade está presente ao longo de todo o processo. As áreas de atuação logística são diversas e envolvem, como você já viu, atividades de transporte, estoque, armazenagem, etc. Tais atividades variam de acordo com a empresa ou cadeia de suprimentos, sendo difícil criar um padrão para o sistema logístico. Dessa forma, Ballou (2006) classificou as atividades logísticas em atividades-chave e atividades de suporte, como mostra o Quadro 1, a seguir. Atividades-chave Atividades de suporte Atividade Descrição Atividade Descrição Serviço ao cliente Tem como objetivo analisar as demandas dos clientes em serviços logísticos, bem como verificar a reação dos consumidores depois da efetivação desses serviços. Armazenagem Abrange a determinação do espaço, bem como a configuração dos armazéns e a localização dos produtos estocados. Transporte Trata-se da seleção do modal e do serviço de transporte, da consolidação de fretes, da determinação de roteiros e da programação de veículos. Manuseio de materiais É a seleção dos equipamentos de movimentação e dos procedimentos para a separação dos pedidos. Quadro 1. Atividades-chave e atividades de suporte (Continua) Os integrantes da cadeia de suprimentos8 O sucesso de todo empreendimento está diretamente ligado ao nível de valor entregue ao cliente. Tal valor não pode ser mensurado somente pelo preço, já que implica outros elementos, que constituem todo o conjunto de critérios levados em consideração no momento da avaliação do cliente. A literatura tem classificado os elementos do serviço ao cliente em três tipos: pré-transação (acessibilidade, estrutura da organização, flexibilidade do Fonte: Adaptado de Ballou (2006). Atividades-chave Atividades de suporte Atividade Descrição Atividade Descrição Gerência de estoque Envolve política de estocagem de insumos e produtos finais, previsão de vendas a curto, médio e longo prazo. Compras Englobam a seleção de fontes de suprimentos no momento da realização da compra e a quantidade de suprimento a ser adquirido. Fluxo de informações e processamento de pedidos São procedimentos de interface entre os pedidos de compra e o estoque, com métodos de transmissão sobre os pedidos. Cooperação com produção Ocorre por meio da caracterização de quantidades agregadas, sequência e prazo do volume a ser produzido e da programação de suprimentos para a produção. Manutenção de informações Abrange a coleta, o armazenamento, o tratamento e a análise de dados, bem como os diversos procedimentos de controle. Quadro 1. Atividades-chave e atividades de suporte (Continuação) 9Os integrantes da cadeia de suprimentos sistema, etc.), transação (ciclo do pedido, disponibilidade de estoque, taxa de atendimento do pedido, informações sobre situação do pedido, etc.) e pós- -transação (disponibilidade de peças de reposição, garantia do produto, etc.). A importância de cada um desses elementos varia de acordo com o mercado em questão. Cabe à organização ter a percepção mercadológica dos elementos que devem ser prioridades em sua gestão logística, visando à satisfação do cliente, que é o objetivo fundamental tratado aqui. É sabido que toda empresa que satisfaz as expectativas de seus clientes possui vantagem competitiva. Contudo, Bowersox et al. (2014) afirmam que não se deve confundir satisfação com felicidade do cliente, pois a primeira não garante a segunda. Para os autores, “clientes satisfeitos não necessaria- mente são clientes fiéis”. Afinal, um cliente que tem baixa expectativa com relação ao desempenho de uma empresa e que constata a concretização da sua expectativa fica satisfeito. Acesse o link a seguir para aprender mais sobre as fases da gestão da cadeia de suprimentos. https://qrgo.page.link/AUvLY O domínio operacional De modo geral, as atividades logísticas exigem das organizações elevado grau de integração interna e externa. Isso ocorre pois há vários componentes logísticos que devem ser considerados para garantir a gestão integrada de uma organização. Essas atividades cobrem, de acordo com Ballou (2006), principalmente as funções informativa, física e financeira. A primeira trata em especial da passagem e do controle na transferência física de pedidos. Já a segunda trata do transporte e do manuseio de carga (na preparação dos pedidos, na consolidação e na desagregação de cargas, nos carregamentos e nas descargas). Novaes (2007) informa que essas funções formam os fluxos físico e de informação que compõem o sistema logístico. Os integrantes da cadeia de suprimentos10 Nesse contexto, há as atividades básicas — transporte, manutenção de esto- ques e processamento de pedidos — e as atividades de apoio — armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, compras, programaçãoda produção e previsão de necessidades. Alguns desses componentes atuam no nível interno, enquanto outros atuam no nível externo à organização. Os componentes do sistema que contribuem com a maior parcela dos custos logísticos são: trans- porte, manutenção de estoques e processamento de pedidos. O componente transporte ocupa-se da movimentação física dos produ- tos. O componente manutenção de estoques trata de manter a disponibili- dade dos produtos, de acordo com a necessidade na cadeia de suprimentos. O componente processamento de pedidos é determinante para a definição do tempo de entrega/suprimento dos produtos aos clientes. A combinação e a coordenação desses componentes servem para a integração entre os objetivos operacionais da distribuição física, do apoio à produção e dos suprimentos. Para garantir a integração, é necessário coordenar as organizações pertencentes a uma mesma cadeia de produção, viabilizando a cooperação entre elas. O tratamento dos componentes logísticos em base integrada, segundo Bowersox et al. (2014), necessita de TI, comunicação e equipa- mentos, sendo os investimentos de rápido retorno, em face da diminuição dos custos operacionais. Para o projeto do sistema logístico, é necessário analisar as relações entre os diferentes arranjos de componentes logísticos e os custos envolvidos. O conceito de cadeia de valor, desenvolvido por Porter (1999), é um dos pilares do GCS atual. Num ambiente competitivo, o valor é o montante que os compradores estão dispostos a pagar por aquilo que uma empresa ou indivíduo lhes fornece. O valor não se mede pelo custo, mas pela receita, que é uma resultante do preço praticado no mercado (CHRISTOPHER, 2009). Portanto, de acordo com Novaes (2007), a meta de qualquer empresa competitiva deve ser aumentar ao máximo o valor agregado de seus produtos e, ao mesmo tempo, minimizar os custos globais na cadeia de suprimentos. 11Os integrantes da cadeia de suprimentos BALLOU, R. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. BOWERSOX, D. et al. Gestão logística da cadeia de suprimentos. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014. CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: criando redes que agregam valor. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009. NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de produção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. PORTER, M. E. Competição: estratégias competitivas essenciais. Rio de Janeiro: Campus, 1999. Leitura recomendada COSTA, M. A. As fases de evolução da logística. 2018. Disponível em: https://www.logis- ticadescomplicada.com/fases-evolucao-logistica/. Acesso em: 18 fev. 2020. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Os integrantes da cadeia de suprimentos12 Catalogação na publicação: Júlia Angst Coelho – CRB 10/1712 B193g Ballou, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial / Ronald H. Ballou ; tradução Raul Rubenich. – 5. ed. – Porto Alegre : Bookman, 2006. 616 p. ; 28 cm. ISBN 978-85-363-0591-2 1. Logística Empresarial. 2. Administração – Material – Logística. I. Título. CDU 658.7 _Ballou-Ronald_00_Iniciais 4/14/08 12:44 PM Page ii 542 PARTE VI • ORGANIZAÇÃO E CONTROLE ORGANIZANDO O ESFORÇO LOGÍSTICO/CS Colocar as pessoas responsáveis pelas atividades logís- ticas da empresa em posições que sirvam de incentivo à coordenação plena entre elas é a questão dominante na organização logística/CS. São arranjos organizacionais que promovem a eficiência no suprimento e distribuição de produtos e serviços mediante a promoção das com- pensações de custos freqüentemente oferecidas no pla- nejamento e operação do sistema logístico. Necessidade de Estrutura Organizacional A logística/CS é uma atividade essencial que precisa ser desenvolvida por todos os tipos de empresas ou institui- ções. Isso significa que alguma espécie de arranjo orga- nizacional, seja ele formal ou informal, terá sido feito para cuidar do movimento de produtos e serviços. Qual é então a necessidade de qualquer consideração especí- fica em torno da estrutura organizacional? Fragmentação Organizacional Uma forma tradicional de organização adotada por mui- tos é a centralização das atividades em torno das três funções primárias de finanças, operações e marketing, como mostra a Figura 15-1. Do ponto de vista logístico, essa distribuição resultou em uma fragmentação das ati- vidades logísticas entre essas três funções cujos objeti- vos primários são um tanto diferentes daqueles da logís- tica. Isto é, responsabilidade pelo transporte pode ser atribuída às operações, o estoque dividido entre as três funções, e o processamento de pedidos colocados sob a égide tanto do marketing quanto do financeiro. Ainda assim a principal responsabilidade do marketing pode ser a maximização dos lucros, a responsabilidade maior das operações pode ser produzir ao menor custo unitá- rio, e a responsabilidade do financeiro pode ser minimi- zar os custos de capital ou maximizar o retorno sobre os investimentos para a empresa. Esse cruzamento de pro- pósitos motivacional levou um executivo, anos atrás, a fazer uma sábia observação: Se autorizados a operar por sua conta e risco, um vendedor e seu gerente certamente prometeriam aos clientes uma entrega que na prática é impossível a FIGURA 15-1 Organização de uma empresa manufatureira padrão com relação às atividades logísticas/CS. • Grandes estoques • Rodadas de produção pequenas, freqüentes • Processamento acelerado dos pedidos dos clientes • Entrega rápida dos pedidos • Altos níveis de serviços • Grandes estoques • Rodadas de produção altas, infreqüentes • Compras em grandes quantidades • Roteirização menos dispendiosa dos pedidos • Baixos níveis de serviços Responsabilidades Motivações Marketing Presidente Finanças Operações • Vendas • Publicidade • Serviço ao cliente • Entrada de pedidos • Estoques de campo de produtos acabados • Canais de distribuição • Custos de manutenção dos estoques • Processamento de informações • Retorno sobre o investimento • Estoque em processo/ fábrica • Programas de produção • Qualidade dos produtos • Compras • Tráfego • Estoques mínimos • Processamento de baixo custo dos pedidos dos clientes • Serviços de nível compatível com os custos • Compras em peque- nas quantidades _Ballou/Ronald_15 18.09.06 13:17 Page 542 CAPÍTULO 15 • ORGANIZAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS/LOGÍSTICA 543 partir de determinada fábrica ou centro de distribui- ção. Por outro lado, o gerente de produção, se igual- mente deixado por sua própria conta, solicitaria que todos os pedidos fossem acumulados por longos pe- ríodos para reduzir os custos de preparação, e com is- so garantir maior prazo para planejar quantidades econômicas de aquisição de materiais.2 Semelhante conflito de prioridades pode traduzir-se em um sistema operacional logístico subótimo – de tal forma que a eficiência da empresa como um todo venha a ser prejudicada. Por exemplo, o marketing pode pre- tender entrega mais rápida a fim de dar sustentação às vendas, enquanto que a produção, uma vez tendo a res- ponsabilidade pelo tráfego, pode pretender impor o ro- teiro de menor custo. A menos que decisões sejam ado- tadas para chegar a compromissos ao longo das linhas funcionais, o mais vantajoso equilíbrio custo-serviço lo- gístico não tende a se concretizar. Alguma estrutura or- ganizacional para a coordenação do processo decisório de atividades logísticas separadas é necessária. Observação Um fabricante de produtos de papel viu-se no centro do clássico conflito entre vendas e produção em fun- ção de questões logísticas.A empresa produzia e ven- dia uma variedade de papéis tipo kraft utilizados em produtos como sacolas de mercearias, embalagens co- merciais, papel higiênico e guardanapos. As vendas eram freqüentemente geradas em grandes quantida- des, com pedidos que chegavam a 30 cargas comple- tas (de caminhão) para um único cliente. Em termos organizacionais, a empresa orbitava em torno das fun- ções de marketing e produção. Devido a uma ausência de coordenação entre marketing e produção, as equipes de vendas normal- mente prometiam aos clientes entregas no prazo por estes solicitados, pouca importância dando aos pro- gramas de produção da empresa. Quando prazos de grandes entregas começaram a não ser cumpridos, o departamento de vendas pressionou a produção quan- to aos pedidos. A filosofia era muito simples, segundo esse entendimento: “Basta apertar as uvas com bas- tante força que as sementes vão espirrar.” Por outro lado, a produção era muitas vezes pressionada por pedidos recebidos até mesmo de- pois da data prevista para a entrega e por freqüentes mudanças no programa de produção que tinham co- mo resultado dispendiosos arranjos no funciona- mento das máquinas e novos atrasos para alguns dos pedidos menos urgentes. A fraca coordenação entre demanda e oferta esta- va causando um crescente número de queixas dos clientes, alguns dos quais chegando ao ponto de ameaçar passar a se abastecer em outras fontes. Gerenciamento Dotar as atividades logísticas/CS de estrutura organiza- cional define as linhas de autoridade e responsabilidade necessárias para garantir que os produtos sejam encami- nhados de acordo com o planejado e que possa haver re- planejamento sempre que necessário. Quando o equilí- brio entre serviço ao cliente e os custos deste serviço é fundamental para a operação de determinada empresa, alguém deve ser encarregado de supervisionar a movi- mentação dos produtos. Na verdade, alguém tem de ge- renciar a logística. Embora áreas como processamento de pedidos, tráfego e armazenagem possam ser supervi- sionadas individualmente em busca de um bom contro- le, um bom gerente quase sempre é indispensável para coordenar as suas operações combinadas. Apenas um gerente tem a visão geral indispensável para conseguir equilibrar essas operações com vistas ao mais alto nível de eficiência. Importância da Organização para a Logística/CS A atenção que pode ser dada à organização logística e ao arranjo organizacional depende da natureza da logís- tica/CS em uma determinada empresa. Embora cada empresa ou instituição realize sempre algum grau de operações logísticas/CS, as questões logísticas não têm a mesma importância em todas elas. Uma empresa que gaste uma pequena fração de seus custos operacionais em logística, ou em que os níveis logísticos do serviço ao cliente não sejam de grande importância para esses clientes, logicamente não se inclinará a dar à logistica uma atenção organizacional especial. No entanto, para muitas empresas de produtos de clientes, indústrias de alimentos e empresas de produtos químicos em que os custos logísticos podem chegar em média a 25% de ca- da dólar de vendas, ocorre o oposto. Além disso, a necessidade de um determinado tipo de organização depende de como os custos logísticos ocorrem e de onde as necessidades de serviço são maio- res. A forma organizacional pode estar centrada em ges- tão de materiais, distribuição física ou na cadeia de su- primentos. Avalie de que forma a necessidade de orga- nização varia entre os diferentes tipos de indústrias. 2 Kenneth Marshall, “Bruning: Another Way to Organize Physical Distribu- tion Management”, Handling & Shipping (November 1966), págs. 61-66. _Ballou/Ronald_15 18.09.06 13:17 Page 543 544 PARTE VI • ORGANIZAÇÃO E CONTROLE As indústrias extrativas caracterizam-se como em- presas que produzem matérias-primas básicas, princi- palmente para utilização por outras indústrias. Exem- plos dessas firmas são madeireiras, empresas de mine- ração e projetos agrícolas. As operações logísticas in- cluem a garantia de uma variedade de bens necessários nas operações extrativas. Equipamento e suprimentos básicos são típicos dessas aquisições. Compras e trans- porte são as principais atividades logísticas de oferta. Produtos de saída são normalmente de diversidade limi- tada, relativamente baixo valor e embarcados em volu- mes. Controlar a expedição em termos de seleção de modo de transporte, roteirização e utilização de equipa- mento é uma grande preocupação. Portanto, as firmas nesses setores necessariamente terão departamentos de gerenciamento de materiais muito ativos e influentes. As indústrias de serviços têm como maior preocu- pação as atividades logísticas da oferta. As empresas nessa indústria convertem suprimentos tangíveis em ofertas de serviços. Hospitais, companhias de seguros e de transportes são bons exemplos de firmas de serviços. Uma variedade de itens é comprada, muitos deles críti- cos, de fornecedores geograficamente dispersos. Esses itens são inteiramente consumidos na produção do ser- viço. Gerência de compra e gerência de estoques são atividades logísticas primárias a serem administradas, com preocupação ligeiramente menor em relação ao transporte, uma vez que grande parte dos suprimentos é recebida sob acordos de precificação que incluem a en- trega. Os custos logísticos podem ser significativos pa- ra essas empresas, mas as atividades relacionadas ocor- rem no suprimento da firma. A organização para a logís- tica é centrada em gerência de materiais, sendo normal- mente escasso o reconhecimento tributado a quaisquer atividades físicas de distribuição. As indústrias de comercialização são caracterizadas como empresas que compram bens especialmente para revenda. Distribuidores e varejistas são representantes típicos deste setor. Empresas do ramo pouco fazem pa- ra mudar a forma do produto. As maiores preocupações estão voltadas para atividades de vendas e ações logísti- cas. Normalmente, essas empresas compram muitos itens de muitos fornecedores que são geograficamente dispersos. Esses itens são revendidos em combinações diversificadas e em pequenas quantidades, geralmente dentro de uma área geográfica limitada. As operações se caracterizam como compra, tráfego interno, controle de estoque, armazenagem, coleta de pedidos e expedição. A organização para a gerência logística é significativa e normalmente envolve tanto atividades de gestão de ma- teriais quanto de distribuição física, mesmo que grande ênfase seja provavelmente dada a uma poderosa organi- zação de distribuição física, uma vez que muitos dos su- primentos recebidos são precificados pelos fornecedo- res incluíndo entrega. Indústrias manufatureiras têm como característica principal empresas que compram uma ampla variedade de itens de muitos fornecedores para transformá-los em produtos de relativamente alto valor. A atividade logís- tica é considerável nessas empresas, tanto no suprimen- to quanto na distribuição. O projeto da organização en- volve a gerência e a distribuição física de materiais. Desenvolvimento Organizacional A filosofia sobre o que é boa administração logística/CS e o projeto organizacional daí resultante evoluiu acele- radamente nos últimos anos. Bowersox e Daugherty distinguiram três diferentes estágios de desenvolvimen- to.3 O Estágio I, que caracterizou o começo da década de 1970, representou a aglomeração de atividades que eram importantes para a concretização das compensa- ções de custos inerentes à gerência logística. As ativida- des de transporte eram administradas em conjunto com as atividades de estocagem e processamento de pedidos a fim de concretizar metas de custo de distribuição físi- ca e de serviço. As compras, o transporte de entrada e os estoques de matérias-primas eram reunidos sob uma única bandeira organizacional de coordenação. O reco- nhecimento das atividades relevantes para a distribuição física e o abastecimento físico e as necessidades de que fossem cuidadosamente coordenadas já estavam presen- tes nesseinício dos anos 70, mas as estruturas organiza- cionais eram ainda insuficientes para a realização da- quilo que prometiam. Muitas empresas preferiam con- fiar em acordos informais como a persuasão e os coor- denadores de equipes para equilibrar os interesses entre as diferentes áreas de atividades. Como a mudança do projeto organizacional parece mais um processo de evo- lução que de revolução, as primeiras tentativas de de- senvolver uma organização logística foram se suceden- do sem mudanças radicais na estrutura organizacional existente. A organização no Estágio II foi dirigida para es- truturas formais, em que um executivo todo-poderoso era o responsável por todas as atividades logísticas relevantes, normalmente aquelas de suprimento físico ou distribuição física, mas não as duas. Isso propor- cionava controle direto sobre a coordenação das ativi- dades logísticas. Foi um passo de evolução, à medida que os benefícios do bom gerenciamento logístico se tornaram mais entendidos e apreciados entre as em- 3 Donald J. Bowersox and Patricia J. Daugherty, “Emerging Patterns of Lo- gistical Organization”, Journal of Business Logistics, Vol. 8, nº 1 (1987), págs. 46-60. _Ballou/Ronald_15 18.09.06 13:17 Page 544 CAPÍTULO 15 • ORGANIZAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS/LOGÍSTICA 545 presas. Companhias como a Kodak e a Whirlpool es- tiveram entre as primeiras a adotar este tipo de estru- tura formalizada. No entanto, em 1985, grandes em- presas (42%) continuavam no Estágio I4 ou haviam avançado para o Estágio III (20%). O Estágio III da estrutura da organização dizia res- peito à integração plena das atividades logísticas, abran- gendo o abastecimento e a distribuição físicos. A inte- gração plena das atividades logísticas e a estrutura orga- nizacional de um escopo para coordená-las ganharam preferência tanto dos especialistas quanto das empresas. A integração plena foi incentivada pelas filosofias do just-in-time, resposta rápida e compressão dos prazos, que exigiam coordenação precisa entre todas as ativida- des no conjunto das empresas. Além disso, ativos com- partilhados – uma frota de caminhões, armazéns – que eram usados em atividades tanto de suprimento quanto de distribuição física, igualmente exigiam uma cuidado- sa coordenação para que pudessem chegar à utilização plena. Exemplo A Mikro-Kits vendia um dos seus produtos – um kit de conserto de hardware de PCs – utilizando-se de três canais mercadológicos: (1) lojas, (2) catálogo e (3) atacadistas. Comprava os componentes de forne- cedores diversos e os embarcava para uma fábrica pa- ra a montagem. Os produtos acabados eram então despachados para um centro de distribuição a partir do qual ocorria o atendimento dos pedidos. Ali surgiu a proposta de um sistema JIT (just-in-time) que iria especialmente melhorar o desempenho operacional no canal físico de suprimento e na produção. O canal de logística e produção foi modelado por inteiro com a utilização de simulação em computador. Os resultados mostraram que o JIT significaria consi- derável melhoria em comparação com as operações então em vigor. Isto é, a margem de lucros teria o fan- tástico aumento de 106%, o giro de estoque aumenta- ria de 7,2 para 7,8%, e o prazo de entrega do canal se- ria reduzido de 24,2 para 13,7 dias. No entanto, mesmo todo esse otimismo era mo- desto. Planejando o canal todo de maneira integrada, quando a distribuição física e o abastecimento físico são planejados coletivamente, haveria a possibilidade de melhorias adicionais. As margens de lucros teriam crescimento adicional de 6%, o giro de estoque pode- ria ser aumentado de 7,8 para 16,3% e o prazo de en- trega do canal reduzido de 13,7 para 8,9 dias. É este o tipo de benefício decorrente do planeja- mento integrado que está também conduzindo a estru- tura da organização a abranger tanto as atividades de suprimento físico quanto de distribuição física.5 Agora existe um Estágio IV, chamado de gestão da cadeia de suprimentos, ou logística integrada. Abrange a integração total das atividades logísticas do Estágio III, introduzindo as atividades logísticas dentro dos processos de transformação de produtos (produção). Isto é, empresas no Estágio IV do seu de- senvolvimento organizacional entendem a logística como algo abrangendo todas aquelas atividades regis- tradas entre suas fontes de matérias-primas, ao longo da produção e até chegar ao consumidor final. A dife- rença mais significativa entre o Estágio III e o Está- gio IV reside em que as atividades do processo de transformação de produtos – como programação de produto, gerência do estoque de produtos em proces- samento e coordenação da programação just-in-time de entrada e saída – estão agora incluídas no escopo da logística integrada. Já é possível visualizar um Estágio V, em que as atividades logísticas serão gerenciadas entre empre- sas do canal de suprimentos que são legalmente enti- dades independentes. Até agora, a atenção gerencial tem se concentrado basicamente nas atividades logís- ticas no âmbito do controle e responsabilidade ime- diatos da empresa. Administrar essa megaorganiza- ção representará, logicamente, novos desafios, mas, ao mesmo tempo, oportunizará eficiências ainda não alcançadas pela doutrina e estruturas organizacionais existentes. OPÇÕES ORGANIZACIONAIS Uma vez estabelecida a necessidade de alguma forma de estrutura organizacional, a empresa tem várias op- ções disponíveis. Elas podem ser categorizadas como dos tipos informal, semiformal ou formal. Não existe um tipo dominante. A opção organizacional para qualquer empresa é freqüentemente o resultado das forças evolucionárias em ação no seu contexto. Ou seja, a forma logística organizacional é muitas vezes sensível a determinadas personalidades na empresa, às tradições da organização e à importância das ativi- dades logísticas. 4 A. T. Kearney, Emerging Top Management Focus for the 1980s (Chicago: Kearney Management Consultants, 1985). 5 Robert Sloan, “Integrated Tools for Managing the Total Pipeline”, Annual Conference Proceedings, Volume II (St. Louis: Council of Logistics Mana- gement, 1989), págs. 93-108. _Ballou/Ronald_15 18.09.06 13:17 Page 545 546 PARTE VI • ORGANIZAÇÃO E CONTROLE A Organização Informal O principal objetivo da organização logística/CS é es- tabelecer a coordenação entre as atividades logísticas para o seu planejamento e controle. Havendo um clima favorável na empresa, esta coordenação pode ser con- cretizada mediante um variado número de meios infor- mais. São os que não exigem qualquer mudança na es- trutura organizacional existente, mas dependem da coerção ou persuasão para conseguir a coordenação entre atividades e da cooperação entre os responsáveis por elas. Nas empresas que designaram áreas separadas de responsabilidade para atividades da importância dos transportes, controle de estoques e processamento de pedidos, um sistema de incentivos pode ser às vezes criado para coordená-las. Embora o orçamento, que representa um grande instrumento de controle para muitas empresas, seja em geral um desincentivo à coordenação, pode ser às vezes transformado em um mecanismo de efetiva coordenação. O orçamento pode ser um desincentivo porque um gerente de transportes, por exemplo, consideraria irracional incorrer em cus- tos de transporte maiores do que os necessários a fim de possibilitar uma redução dos custos do estoque. Os custos do estoque não se incluem no âmbito de respon- sabilidade do gerente de transportes com relação ao orçamento. O desempenho do gerente de transportes é avaliado pela maneira com que os custos do transporte se adequam ao orçamento. Um possível sistema de incentivo à cooperação de interatividades é o estabelecimento de um determinado número de taxas cruzadas ou custos transferidos entre as várias atividades logísticas. Pense em como uma de- cisão de escolha de transporte poderia ser feita quando afetasse indiretamente os níveis de estoque, mas o res- ponsável pela decisão sobre transportes não tivesse ou- tra motivação a nãoser a de concretizar os menores cus- tos possíveis na sua área de ação. Exemplo Suponha que o gerente de estoque de uma empresa deva autorizar níveis de armazenamento acima dos desejados para possibilitar a utilização de um modal de transporte menos dispendioso, porém mais demo- rado, o que acarretaria embarques em grandes quanti- dades. Até o ponto em que os custos de estoque au- mentarem acima dos desejados níveis de estocagem, como determinado em objetivos estritamente de ar- mazenagem, o resultante aumento dos custos será de responsabilidade da gerência de transportes. O geren- te de transportes pode avaliar em termos realistas o impacto de sua opção por modal de transporte sobre os custos de estoque, fazendo uma opção que equili- bre os custos em toda a empresa simplesmente se- guindo seus objetivos em matéria de orçamento. Outra forma de incentivo seria estabelecer alguma modalidade de acordo em matéria de economia e com- partilhamento de custos. Todos os gerentes das diversas atividades logísticas que apresentam padrões conflitan- tes de custos poderiam juntar suas economias de custos. A partir daí, estabeleceriam um esquema formal para dividir as economias e repassá-las, para redistribuição, aos salários. É sem dúvida um incentivo à cooperação, porque a maior economia potencial é alcançada quando a cooperação conduz a um equilíbrio nas atividades que ostentam padrões de custo conflitantes. Esses chamados planos de participação nos resultados têm apresentado sucesso limitado entre as empresas, mas já existem al- gumas que proclamam grande sucesso em sua utiliza- ção (por exemplo, a Lincoln Electric). A criação e atividades dos comitês de coordenação constituem outra abordagem informal da organização logística. Os comitês são formados por membros de ca- da uma das áreas logísticas mais importantes. Ao pro- porcionar um meio viável para que a comunicação ocor- ra, o resultado maior pode ser a coordenação. Em em- presas nas quais é tradicional a existência de comitês de coordenação, a forma dos comitês pode ser amplamen- te satisfatória. A Dupont é um exemplo de companhia renomada por seu gerenciamento eficiente por comitê. Embora os comitês pareçam constituir uma solução simples e direta para o problema da coordenação, sua maior deficiência está no fato de que, de maneira geral, são escassos os poderes de que dispõem para imple- mentar suas próprias recomendações. A revisão das decisões e operações logísticas por um diretor executivo pode constituir maneira particular- mente eficiente de incentivar a coordenação. A cúpula administrativa dispõe da posição indispensável na estru- tura organizacional para observar e avaliar os pontos em que ocorrem decisões subótimas. Como os gerentes su- bordinados nas áreas de atividade logística são respon- sáveis perante a cúpula, o incentivo e apoio manifesta- dos por esta à coordenação e cooperação entre essas ati- vidades interfuncionais representam boa parte do cami- nho andado rumo à meta de atingir os objetivos organi- zacionais sem uma estrutura organizacional formal. A Organização Semiformal A modalidade de organização semiformal reconhece que o planejamento e operação logísticos normalmente encurtam o caminho entre as várias funções da estrutu- ra organizacional da empresa. O profissional de logísti- _Ballou/Ronald_15 18.09.06 13:17 Page 546 CAPÍTULO 15 • ORGANIZAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS/LOGÍSTICA 547 ca, ou coordenador de cadeia de suprimentos, passa a coordenar projetos que envolvem a cadeia de suprimen- tos e que abrangem diversas áreas funcionais. Trata-se da estrutura conhecida como organização matricial, que vem obtendo grande sucesso em uma área de tamanha importância como a da indústria aeroespacial. O concei- to foi adaptado à gestão dos sistemas logísticos, como mostra a Figura 15-2. Numa organização matriz, o gerente de logísti- ca/CS é responsável pelo conjunto do sistema logísti- co, mas não tem autoridade direta sobre as atividades componentes. A estrutura organizacional tradicional da empresa permanece intacta, mas o gerente de logís- tica/CS compartilha a autoridade e responsabilidade pela decisão com o gerente da área da atividade envol- vida. Cada um dos departamentos funcionais precisa justificar as despesas para as atividades, juntamente com o respectivo programa logístico, que constituem a base para a cooperação e coordenação. O coordenador de logística/CS pode até mesmo assessorar na coorde- nação das atividades logísticas entre as empresas par- ticipantes do canal de suprimentos ultrapassando os li- mites de sua própria empresa. Embora a organização matricial tenha condições de ser uma forma organizacional útil, é preciso reconhecer que as linhas de autoridade e responsabilidade nessa modalidade ficam um tanto indistintas. Isso acaba pro- vocando eventuais conflitos de difícil resolução. No en- tanto, para algumas empresas esta opção acaba sendo a melhor adaptação entre o modelo informal e aquele al- tamente estruturado. Exemplo A United Fixtures fabrica material hidráulico pesado, com vendas na casa dos 80 milhões de dólares anuais. Essa empresa criou recentemente um departamento de distribuição especificamente para resolver proble- mas logísticos. O novo gerente é subordinado ao vice- presidente de vendas e marketing. A meta definida pa- ra o novo departamento consiste em definir padrões de serviço aos clientes e então coordenar esses pa- drões com os programas de entrega e de produção. O departamento de vendas vinha estabelecendo roteiros de produção a partir da fábrica, tendo em vista sempre dar preferência aos maiores clientes, e o pessoal do controle de produção não conseguia manter-se a par das metas. O novo departamento rapidamente conseguiu identificar o gargalo exis- tente e instituiu um sistema com melhor coordena- ção da entrada dos pedidos, programas de produ- ção, armazenagem de campo e transporte a fim de satisfazer as necessidades de todos os tipos de clientes. Ao mesmo tempo, o pessoal de vendas desenvol- veu novos métodos de sabotar os programas, uma vez mais em benefício das exigências dos clientes mais favorecidos. O pessoal das compras confundiu ainda mais a situação ao passar a se queixar fartamente quanto às necessidades materiais amplamente dife- rentes em virtude dos novos programas de produção. Apesar do impacto favorável sobre os custos dos transportes e da melhoria registrada nos prazos de FIGURA 15-2 Uma organização logística/CS matricial. Presidente FinançasMarketing Trânsito e armazenagem Serviço ao cliente Previsão de vendas Contabilidade e processamento de informação Gerência de compras e materiais Garantia de qualidade Pogramação de produção Gerência de estoques Produção A ut or id ad e fu nc io na l Autoridade do projeto Coordenador de logística/CS _Ballou/Ronald_15 18.09.06 13:17 Page 547 548 PARTE VI • ORGANIZAÇÃO E CONTROLE entrega, inúmeros problemas permaneceram insolú- veis. Muitas funções que se sobrepunham quanto à participação no sistema de movimentação de mate- riais sentiram que o departamento de distribuição es- tava interessado somente em melhorar um método que beneficiasse a distribuição dos produtos acaba- dos. O gerente da distribuição sentiu-se deslocado ao não conseguir o controle dos estoques de produ- tos acabados. O vice-presidente de produção era o “responsável pelo controle dos estoques da empre- sa” e não tinha predisposição alguma a liberar o con- trole dos produtos acabados. A empresa viu-se persuadida a implementar uma forma de organização matricial. Registrou-se consi- derável sucesso, mas algumas dificuldades passaram a ser sentidas com o obstáculo da autoridade compar- tilhada. Nomeou-se então um vice-presidente execu- tivo encarregado dos materiais. Nesse cargo, ele não tinha sob sua direção uma grande equipe nem qual- quer dos departamentos a ele se reportava. Devendo muito disso ao seu pomposo título e também à abor- dagem conciliatória empregada, ele e dois assessores conseguiram, apesar de tudo, estabelecero tipo de controle geral que outras organizações funcionais não haviam atingido até então.6 A Organização Formal A organização formal estabelece linhas transparentes e definidas de autoridade e responsabilidade para a logís- tica/CS. Isso normalmente requer instalar um gerente em posição de comando das atividades logísticas e si- tuar a autoridade desse gerente em um nível da estrutu- ra geral da organização que lhe permita trabalhar efeti- vamente com as outras grandes áreas funcionais da em- presa (finanças, operações e marketing). Isso eleva e es- trutura o pessoal logístico de forma a propiciar uma coordenação de atividades. As empresas se voltam para o modelo da organização formal quando arranjos menos formais não têm sucesso ou quando é preciso dar maior atenção às atividades logísticas. Os profissionais não cansam de destacar que não existe o que se possa considerar como organização típica da logística. A estrutura organizacional é padronizada de acordo com as circunstâncias individuais em cada empre- sa. No entanto, é possível desenvolver uma organização formal genérica que faça sentido em termos de princípios de gestão logística e apareça, pelo menos de forma par- cial, em um número suficiente de empresas para poder servir como modelo. Essa estrutura organizacional é de- talhada na Figura 15-3 e serve como valiosa orientação. Esse projeto formal acaba concretizando diversos importantes objetivos. Em primeiro lugar, a logísti- ca/CS é guindada na organização a uma posição em que é dirigida com a mesma autoridade que as outras fun- ções principais. Isto ajuda a garantir que as atividades logísticas recebam a mesma atenção que o marketing, 6 Daniel W. DeHayes Jr. and Robert L. Taylor, “Making ‘Logistics’Work in a Firm”, Business Horizons (June 1972), págs. 38 e 45. Copyright © 1972 da Foundation for the School of Business at Indiana University. Reproduzido com permissão. FIGURA 15-3 Uma organização centralizada, formal, para logística/CS. Presidente (CEO) Vice-presidente operações Vice-presidente marketing Vice-presidente logística Gerente aquisições Gerente armazenagem e manuseio de materiais Gerente processamento de pedidos e serviço ao cliente Gerente transporte e embalagem Gerente estoques e cronograma de produção Vice-presidente finanças _Ballou/Ronald_15 18.09.06 13:17 Page 548 CAPÍTULO 15 • ORGANIZAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS/LOGÍSTICA 549 operações e finanças. Igualmente estabelece o cenário para que o gerente de logística passe a ter voz ativa na resolução de conflitos econômicos. Situar a logística no mesmo plano que outras áreas funcionais cria um equi- líbrio de poder que colabora para manter a saúde econô- mica da empresa como um todo. Em segundo lugar, um número limitado de subáreas é criado sob a direção do executivo de logística/CS. As cinco categorias mostradas na Figura 15-3 são estabele- cidas com um gerente para cada uma delas e gerencia- das como entidades independentes. Coletivamente, elas representam as principais atividades pelas quais os ge- rentes são normalmente responsáveis.7 E por que exata- mente cinco áreas? São criadas apenas tantas áreas quantas as respectivas competências técnicas conside- ram indispensáveis. Pode parecer desejável combinar, digamos, atividades de transporte e estocagem em uma área única porque seus custos estão naturalmente em conflito e, com essa unificação, haveria melhor coorde- nação. No entanto, as habilidades técnicas necessárias em cada uma dessas áreas são substancialmente dife- rentes, e por isso mesmo encontrar gerentes para essas áreas combinadas que tenham ambos os tipos de habili- dades é algo realmente problemático. Torna-se quase sempre mais viável manter essas atividades sob um ge- rente separado e depender do gerente de logística para estabelecer a coordenação através dos tipos organiza- cionais formal ou semiformal anteriormeente discuti- dos. Argumentos similares podem ser apresentados em relação a outras áreas de atividades. Por isso mesmo, a estrutura de organização formal é um equilíbrio entre minimizar o número de grupos de atividades a fim de incentivar a coordenação e ao mesmo tempo mantê-las separadas para ganhar em eficiência na gerência dos seus aspectos técnicos. A estrutura organizacional da Figura 15-3 é a mais formal e centralizadora existente atualmente na indús- tria. Trata-se de uma estrutura que integra tanto a dire- ção de materiais quando a distribuição física sob uma única bandeira. Relativamente poucas empresas têm, na verdade, atingido este grau de integração (20% em 1985),8 mas as tendências em custos e serviços ao clien- te contribuirão para aumentar a preferência pelo mode- lo. No entanto, o modelo básico é útil, quer em empre- sas que organizam suas operações logísticas em torno de atividades de suprimento, como ocorre nos casos de inúmeras empresas de serviços, quer em torno de ativi- dades de distribuição física, como ocorre nos casos de inúmeras empresas de manufatura. Exemplo Vários anos atrás, um produtor de derivados de mi- lho e soja reorganizou suas atividades de distribui- ção. Em função dos elevados volumes de suas re- messas, as atividades de tráfego recebiam uma aten- ção inusitadamente concentradora, com um vice- presidente de tráfego como membro da junta de di- retores. O desempenho da divisão de tráfego era me- dida pelo peso em dólares da conta dos fretes. Em parte devido a isso, o sistema de distribuição foi crescendo até chegar a contar com mais de 350 pon- tos de estocagem. Em virtude de um estudo feito por uma consulto- ria externa e do apoio dado pela cúpula administrati- va, as funções do serviço de produtos acabados foram agrupadas sob um diretor único. Esta função integra- da é mostrada na Figura 15-4, tendo sido criada a par- tir dos fragmentos organizacionais encontrados no conjunto das atividades da empresa. Um integrante do grupo de marketing foi escolhido como o novo chefe da distribuição física. A nova organização não apenas deu como resultado um maior controle sobre o produ- to acabado, como também conseguiu reduzir o núme- ro dos atrasos nos embarques em 88%, enquanto au- mentava a disponibilidade de estoques no mercado. Tudo isso foi conseguido a um custo total relativa- mente baixo. Os resultados da organização da distribuição fo- ram tão impactantes que as atividades de suprimentos passaram, em conjunto, a ser administradas por um executivo com o título de gerente de materiais. Obser- ve como esse projeto organizacional estava evoluindo para aquele mostrado na Figura 15-3. 7 Bernard J. LaLonde and Larry W. Emmelhainz, “Where Do You Fit In?”, Distribution, Vol. 8, nº 11 (November 1985), pág. 34. 8 A. T. Kearney, Emerging Top Management Focus for the 1980s. _Ballou/Ronald_15 18.09.06 13:17 Page 549 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. G393 Ges tão logística da cadeia de suprimentos [recurso eletrônico] / Donald J. Bowersox ... [et al.] ; revisão técnica: Alexandre Pignanelli ; tradução: Luiz Claudio de Queiroz Faria. – 4. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2014. Editado também como livro impresso em 2014. ISBN 978-85-8055-318-5 1. Logística Empresarial. 2. Administração – Material – Logística. I. Bowersox, Donald J. CDU 658.7 Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB-10/2052 Gestao Logistica_4ed_completo_eletrônico.indd 2 1/10/14 4:33 PM CAPÍTULO 13Planejamento logístico R E S U M O D O C A P Í T U L O METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO FASE I: DEFINIÇÃO DO PROBLEMA E PLANEJAMENTO ANÁLISE DE VIABILIDADE PLANEJAMENTO DO PROJETO FASE II: COLETA E ANÁLISE DE DADOS PRESSUPOSTOS E COLETA DE DADOS ANÁLISE FASE III: RECOMENDAÇÕES E IMPLEMENTAÇÃO RECOMENDAÇÕES IMPLEMENTAÇÃO MÉTODOS E TÉCNICAS DE ANÁLISE DA OPERAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS DECISÕES DE PROJETO LÓGICA DO PROJETO DECISÕES DE ESTOQUE DECISÕES DE TRANSPORTE ANÁLISE DE LINHAS DE CARGA ANÁLISE
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