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CONTABILIDADE DE AGRONEGÓCIOS AULA 6 Prof. Diones Fernandes Zanin 2 CONVERSA INICIAL Abordaremos nesta aula mais tópicos que podemos integrar ao meio rural por meio da atuação da ciência contábil em mais uma parte do mercado, para atender às necessidades dos usuários. Iniciaremos nossa aula trabalhando conceitos de avaliação do estoque no meio rural, bem como trataremos das despesas e custos da atividade, que são pontos importantes a serem alinhados entre o processo contábil e a prática do cotidiano da propriedade rural. Em seguida vamos verificar a diferenciação entre o regime de caixa e o regime de competência, que cremos que não seja uma total novidade a você, pois tais regimes são de certa maneira conflitantes, bem como cada situação pode suscitar uma necessidade de determinado regime. Em um terceiro momento abordaremos a aplicação e a importância da demonstração de fluxo de caixa, possibilitando análises envolvendo como o caixa está atuando dentro da atividade agropecuária, facilitando a verificação e o planejamento do processo financeiro em consonância com o fluxo econômico no qual a entidade está envolvida. Alinhado ao terceiro assunto, chegaremos então à análise de verificação da estrutura da demonstração do fluxo de caixa, demonstrando a importância de tal procedimento. Encerraremos estudando sobre quais são as práticas de divulgação dos ativos biológicos conforme rege o CPC 29, visando então a evidenciar quais as formas mais adequadas de realizar este procedimento. Bons estudos! CONTEXTUALIZANDO A contabilidade, para ser realizada de forma adequada e útil aos usuários, necessita de muita atenção aos detalhes por parte do profissional, que vão desde questões básicas de controles, até escrituração, passando ainda pela divulgação das informações contábeis. Para que se alcance uma contabilidade que atenda todos os propósitos gerenciais, administrativos, fiscais, dentre outros, todo o processo contábil deverá iniciar de maneira correta, com a devida estruturação, tanto nos aspectos conceituais, quanto operacionais. Tais cuidados se tornam ainda mais necessários nas empresas do meio rural, uma vez que, por não haver uma atuação constante dos profissionais contábeis, cabe maior cuidado com os detalhes devido às particularidades da atividade rural. 3 Desta maneira, nessa aula iremos estudar alguns aspectos contábeis específicos que o contador e a entidade rural devem estar atentos no dia a dia, para que o trabalho ocorra de forma correta, facilitando os processos. TEMA 1 – AVALIAÇÃO DE ESTOQUES E DESPESAS/CUSTOS COM ATIVIDADE AGRÍCOLA Abordar o estoque parece tarefa muito simples; no entanto, envolve alguns aspectos que devem ser considerados, e que sem os quais as informações contábeis do estoque estarão desalinhadas com a realidade. No meio rural tais cuidados devem permear o tempo, mantendo todos os processos para melhorarem os controles e gerando informação para a gestão. Para tais situações no meio rural foi estabelecido pelo Decreto-lei n. 1.598/1977, segundo o qual os estoques deverão ser avaliados de acordo com os preços correntes dos produtos rurais. Dessa maneira também se alinha ao que estabelece o CPC 29 (2009), que dita que os estoques do meio rural devem ser avaliados ao valor justo, que, de certa maneira, é equivalente ao valor de mercado. Dentre as recomendações relacionadas ao estoque da atividade rural, deve ser verificado periodicamente o inventário, para que então tenhamos o valor de estoque compatível com a realidade. Mesmo havendo a recomendação de se manter o valor de estoque pelo valor de mercado, também há a possibilidade, quando existe o devido controle por parte da entidade rural, de manter os registros pelos respectivos custos de produção. O inventário deverá ser realizado nos períodos de elaboração das demonstrações contábeis, e considerando, por exemplo, uma pessoa jurídica, este pode ser realizado de maneira trimestral. Com relação aos estoques, será necessário inicialmente segregar as culturas agrícolas dos animais. O estoque das culturas agrícolas será composto pelos produtos em elaboração, que comumente são divididos em culturas em formação e culturas com colheita em andamento, como também os produtos acabados. Já para os animais, serão mantidos em estoque aqueles que terão destinação de venda para obtenção de recursos, seja para venda como bezerreiro, que é o primeiro estágio, como também para venda de animais para abate, que terão alcançado uma maturidade maior. 4 Toda essa questão de avaliar o estoque a valor de mercado exigirá um cuidado elevado, bem como um processo contábil bem alinhado para gerar informações úteis. Surge então a figura de duas contas contábeis oriundas da avaliação a valor de mercado, que são as contas de superveniências ativas e insubsistências ativas. A primeira será creditada quando o valor de mercado for superior ao registrado na contabilidade, e é equivalente a uma receita econômica, tendo como débito na conta valorizada; a segunda conta, por sua vez, será debitada quando o valor de mercado for inferior ao registro contábil, ocorrendo uma desvalorização que irá reduzir o resultado do período, bem como diminuir o valor contábil do estoque avaliado. Tanto as superveniências, quanto as insubsistências, serão a diferença do valor de mercado comparado aos gastos consumidos para a formação dos ativos. Saiba mais Agora iremos buscar mais fontes para agregar ao nosso conhecimento, por isso selecionamos dois artigos para sua leitura. Ambos abordam aspectos relacionados com o estoque. O primeiro é intitulado “A relevância do controle contábil para o desenvolvimento do agronegócio em pequenas e médias propriedades rurais”, e está disponível em: <https://revistas.ufpr.br/rcc/article/view/21490>. O segundo artigo chama-se “Caracterizando aspectos do sistema de informação contábil na gestão de custos: um estudo empírico no âmbito do agronegócio”, que pode ser acessado em: <https://emnuvens.com.br/abcustos/ article/view/19>. TEMA 2 – REGIME DE COMPETÊNCIA VERSUS REGIME DE CAIXA Quando se estuda contabilidade, os primeiros passos são os aprendizados referentes ao débito e crédito, bem como a distinção do regime de competência e do regime de caixa. O regime de competência preza pelo registro contábil dos fatos contábeis quando estes efetivamente ocorrem, ou seja, o foco está especificamente no momento de apropriação do fato contábil, não se levando em conta se houve ou não o efetivo pagamento. 5 Por outro lado, o regime de caixa leva em consideração a movimentação do caixa, ou seja, o momento do pagamento ou recebimento em caixa do fato contábil. De maneira sucinta a diferença está em considerar como mais importante o momento do fato contábil, ou optar por priorizar o momento do recebimento ou desembolso. A utilização do regime de caixa ou de competência pode envolver a preferência por um deles, alguma obrigação legal, ou até mesmo questões culturais. Então vejamos a diferença quanto às atividades agropecuárias e sua relação com o assunto considerando a cultura dos Estados Unidos. Naquele país a agropecuária utiliza com predominância o regime de caixa, haja vista a simplicidade em levar em consideração o pagamento e os recebimentos, o que também faz com que a apuração do resultado se torne facilitada ao subtrair os pagamentos dos recebimentos (Marion, 2014). No regime de competência é considerado o fato contábil do crescimento natural que ocorre no meiorural, e com isso é reconhecido um ganho, porém no regime de caixa esse ganho não será reconhecido, pois não houve recebimento em caixa referente a tal fato. Nesse mesmo raciocínio, isto fará com que depreciações não sejam reconhecidas, e apenas será registrado o pagamento pelo bem na data de aquisição. Além da simplicidade, isto faz com que o produtor não precise manter controles de estoque ou imobilizado. Outra situação é a consideração da movimentação de caixa; toda aquisição de insumos será apropriada a esse período, mesmo que seja mantido algum insumo para o plantio do próximo ano. Algo semelhante ocorre para as receitas, caso parte da produção seja vendida, e o restante para próximos períodos seja estocado. Tais fatos fazem com que ocorra uma redução do imposto de renda nesse momento inicial, porém tal economia irá gerar um desembolso posterior, quando a produção de exercícios anteriores for vendida. Caso a propriedade rural mantenha estoque muito grande para esperar preços mais favoráveis, no momento em que esta realizar a venda ocorrerá uma grande entrada de recursos em caixa, o que então poderá gerar um vultuoso valor de imposto de renda a ser pago. Outra desvantagem que pode ser citada está no fato de que frustrações de safras – quando ocorrem fatos climáticos, ou 6 quaisquer outros tipos de dano à safra, fazendo com que não haja produção, ou a produção seja extremamente baixa – não poderão ser compensadas. Enquanto o regime de caixa pode ser o desejado pelos produtos rurais, os profissionais contábeis atuam seguindo o regime de competência conforme regem as normas contábeis, pois contabilmente é o procedimento mais correto, considerando apenas fatos contábeis. Com o regime de competência poderão ser reconhecidas perdas, reduzindo assim o valor a ser tributado. Observando de maneira simples, o regime de caixa pode ser manipulado, o que faz com que a confiabilidade seja afetada, o que não nos permite entender este como um método adequado para a finalidade contábil. A complexidade do regime de competência se dá principalmente ao se aplicar a propriedades menores, as quais não possuem controles adequados, dificultando o trabalho de aplicar a competência. Dentre as particularidades dos regimes, ao checarmos a realidade do Brasil, os produtores rurais que atuam como pessoa física irão utilizar o regime de caixa, pois, como já falamos, é a maneira mais simples de se operacionalizar, principalmente para propriedades menores. Por outro lado, as propriedades rurais que atuam como pessoa jurídica irão utilizar o regime de competência para a apuração do resultado, assim como para o imposto de renda (com exceção daqueles que optam pelo lucro presumido). Assim, para a propriedade rural atuar de forma consistente, deve-se ter consciência sobre que regime será utilizado: o de caixa, no caso de pessoa física, e o de competência, no caso de pessoa jurídica. Muitas vezes, porém, o acesso a essas informações está distante do produtor rural, cabendo ao profissional contábil construir a ponte para levar tais conhecimentos técnicos às propriedades rurais. Saiba mais Visando adquirir mais subsídios para seu conhecimento, selecionamos dois artigos. Ambos abordam a questão do regime de caixa e de competência. O primeiro é intitulado “Contabilidade vs. fluxo de caixa”, de autoria do renomado professor Eliseu Martins, muito conhecido no meio contábil. Está disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413- 92511990000100001&script=sci_arttext>. O segundo artigo possui como título “O fluxo de caixa no setor rural (conforme alguns estudos nos Estados Unidos)”, de autoria do também 7 conhecido professor José Carlos Marion, autor de diversos livros e artigos relacionados à contabilidade aplicada à atividade rural. Acesse em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413- 92511993000200002&script=sci_arttext&tlng=pt>. TEMA 3 – DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA NA CONTABILIDADE AGROPECUÁRIA Com vistas a auxiliar na geração de informações referentes ao fluxo de caixa da entidade – no nosso caso a empresa agropecuária – surge a figura da Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC). Essa demonstração se tornou obrigatória no cenário brasileiro a partir do ano de 2008 (Marion, 2014). Essa demonstração possui, basicamente, a capacidade de evidenciar o quão capaz a entidade é de gerar caixa, seja com suas atividades de curso normal, seja com atividade periféricas ou incidentais. Para que seja possível elaborar a DFC, serão necessárias informações das transações que fazem com que o caixa da entidade seja movimentado, bem como informações contábeis oriundas dos registros contábeis que seguem o regime de competência, pois serão utilizados dados da apuração de resultado, que é feita por meio do regime de competência. Podemos então dizer que ao elaborar a DFC, estaremos moldando uma demonstração hibrida do regime de caixa e do regime de competência ao utilizar o método indireto, dada a utilização de figuras atinentes aos dois regimes. Logo, essa demonstração irá representar de forma clara onde o dinheiro da entidade está sendo aplicado. Para tanto, serão utilizadas informações do lucro líquido da entidade, das entradas e saídas de caixa oriundas de recebimentos e pagamentos, respectivamente, como também serão consideradas operações financeiras ou não financeiras do período. Com essa ferramenta contábil é possível compreender o quanto a entidade está gerando e consumindo de seu caixa, bem como evidenciar origens e destinações desses recursos. O cuidado com o caixa é imprescindível, pois a saúde do caixa fará com que a entidade possa honrar seus compromissos e, com a devida atenção destinada à gestão e planejamento do caixa, será possível identificar antecipadamente uma necessidade futura de reposição de caixa. Além de utilidades internas para a DFC, haverá também usuários externos que irão utilizar tal demonstração juntamente com a demonstração de resultado, 8 como instituições financeiras que poderão emprestar recursos para a entidade rural. Ao verificar as duas demonstrações, a instituição financeira irá verificar o quão bem-sucedida a entidade está sendo em gerar lucros, bem como o quão eficientemente tem feito a aplicação de seu dinheiro – e claro, se há alguma margem de sobra de recursos, pois será com esses que a empresa vai honrar o empréstimo posteriormente. Entretanto, analisar de forma isolada essas duas demonstrações irá fornecer uma boa percepção do curto prazo, porém no longo prazo é necessário verificar outros pontos. Tal desconfiança no longo prazo se dá pelo fato de que uma entidade que esteja auferindo lucros regulares pode não estar conseguindo o mesmo êxito em gerar caixa, fazendo com que não consiga honrar seus compromissos. Isso pode acontecer pelo fato de a entidade se preocupar demasiadamente em vender, sem dar a devida atenção à realização de vendas a prazo que poderão ser perdidas. Situação contrária também pode ocorrer: uma entidade não conseguir gerar lucro, porém ser eficiente na geração de caixa, seja pela venda de algum imobilizado, entre outras razões. Temos então, com a DFC, um instrumento de verificação relacionada à geração de caixa da entidade, devendo tomar os devidos cuidados para evitar que esta seja uma demonstração enganosa. Vale atentar ao fato de que nas atividades agropecuárias o cuidado com o caixa é ainda mais proeminente, pois devido à sazonalidade das culturas agrícolas, por exemplo, não haverá entrada de recursos de forma periódica – mas apenas em determinados momentos – enquanto que as saídas de caixa normalmentesão mensais. Saiba mais Para que possamos verificar mais conceitos, buscamos dois artigos que tratam sobre a DFC. O primeiro tem por título “A importância da gestão no planejamento do fluxo de caixa para o controle financeiro de micros e pequenas empresas”, e está disponível em: <https://revistas.pucsp.br/redeca/article/view/28566>. O segundo artigo é “A importância da demonstração dos fluxos de caixa enquanto instrumento gerencial para a tomada de decisão”, que pode ser acessado em: <http://revista.pgsskroton.com.br/index.php/rcger/article/view/267 1>. 9 TEMA 4 – ESTRUTURA E ANÁLISE DA DFC EM ATIVIDADES DO AGRONEGÓCIO Para propiciar uma análise adequada, bem como uma padronização da DFC, esta deve seguir uma estrutura pré-definida, que, de maneira simples, é dividida em três grupos, conforme nos apresenta Marion (2014, p. 216-217): a) Atividade Operacional: envolve a produção e venda de bens e serviços relativos à atividade operacional da empresa. No setor rural, haveria necessidade de subtrair, além das despesas operacionais pagas, a retirada de dinheiro para a manutenção da família, que corresponde a salários de trabalho e administração dos mesmos. b) Atividade Referente a Investimento: focaliza o fluxo de caixa para compra e venda de bens de capital (máquinas, implementos agrícolas), animais de reprodução (criação), planos de aposentadoria etc. c) Atividade de Financiamento: inclui os financiamentos, empréstimos, amortizações de dívida, capital dos proprietários, operações com leasing etc. Dentro dessa estrutura, a entidade irá classificar as operações conforme o enquadramento da atividade, ou seja, atividades de cunho operacional – e normal – da propriedade se encaixarão na categoria operacional (por exemplo, a produção e venda de cereais e os gastos para tal produção). Operações de compra ou venda de imobilizado, por sua vez, entrarão como investimento. Quanto a transações envolvendo empréstimos, entrarão como atividade de financiamento. Seguindo a estrutura exposta, a elaboração da DFC pode ser realizada de duas maneiras: por meio do Método Direto e pelo Método Indireto. O método direto se caracteriza por ser mais simples de se elaborar, pois evidencia de forma mais fácil as entradas de caixa representadas pelas vendas, bem como a saídas de caixas oriundas das despesas, por exemplo. Vejamos então uma exemplificação da DFC pelo método direto no Quadro 1: 10 Quadro 1 – DFC pelo Método Direto Atividades Operacionais Receita Operacional Recebida (-) Despesas Operacionais Pagas De Vendas Administrativas Financeiras (juros etc) Caixa Gerado no Negócio + Outras Receitas Recebidas (-) Outras Despesas Pagas (-) Imposto de Renda Contribuições Pagas Caixa Líquido após Impostos Atividades de Investimentos Aquisição de Não Circulante (-) Vendas de Não Circulante Atividades de Financiamento Novos Financiamentos Aumento de Capital em Dinheiro (-) Dividendos Resultado Financeiro Líquido Fonte: Marion, 2014, p. 217. Como podemos observar, a DFC acaba sendo simples de ser elaborada, chegando ao final no resultado financeiro líquido, ou seja, representando o desempenho em termos de geração de caixa. Verificando agora o método indireto, a DFC iniciará com o lucro líquido oriundo da demonstração de resultado. Dessa maneira serão confrontados o regime de competência por meio do lucro líquido, com o regime de caixa considerando as transações envolvendo o caixa. Ao utilizar esse método todas as variações do circulante serão consideradas na seção das atividades operacionais, para então compreender as alterações nessas contas contábeis, e itens do não circulante serão enquadrados como atividades de investimento. Quanto às atividades de financiamento, estas poderão se relacionar tanto às dívidas de curto e longo prazo, bem como ao valor levantado com os empréstimos, que poderão ser aplicados no circulante ou não circulante do ativo, conforme for a finalidade do dinheiro do financiamento, englobando ainda os pagamentos dos financiamentos. Para possibilitar a utilização do método indireto é necessário realizar algumas adequações no valor do lucro líquido. Os gastos não desembolsáveis que reduzem o lucro, como depreciação e amortização, deverão ser somados ao lucro, pois tais gastos, mesmo que reduzindo o resultado do período, não ocasionam saídas de caixa. 11 Vejamos então no Quadro 2 um modelo da DFC pelo método indireto. Quadro 2 – DFC pelo Método Indireto Atividades Operacionais Lucro Líquido (Obtido na DRE – Fluxo Econômico) (+) Depreciação e outras despesas econômicas (não afetam o caixa) Ajustes por mudança no Ativo Circulante Aumento/Diminuição em Duplicatas a Receber Aumento/Diminuição em Estoques etc. Ajustes por mudança no Passivo Circulante Aumento/Diminuição em Fornecedores Aumento/Diminuição em Salários a Pagar etc. Atividades de Investimento Aquisição de Ativo Não Circulante (-) Vendas de Ativo Não Circulante Atividades de Financiamento Novos Financiamentos Aumento de Capital em Dinheiro (-) Dividendos Resultado Financeiro Líquido Fonte: Marion, 2014, p. 219. Como podemos ver, tanto o método direto quanto o indireto apresentam a mesma estrutura, diferenciando-se por meio do detalhamento dos itens. Ambos os métodos irão evidenciar o resultado financeiro da entidade, ou seja, qual o valor de caixa gerado ou consumido no período. Para a entidade rural não basta apenas elaborar a DFC; esta deve também realizar uma análise, a fim de compreender o comportando do caixa da entidade, de onde os recursos estão vindo e para onde o dinheiro está indo. Vejamos agora nos Quadros 3 e 4 a DFC da Empresa Rural Modelo, para que possamos realizar uma análise. 12 Quadro 3 – DFC Método Direto DFC - Modelo Direto - Empresa Rural Modelo Exercício de 20X2 Fluxo de Caixa de Atividades Operacionais Recebimento de Receitas da produção R$ 536.250,00 Pagamento de Compra de Insumos -R$ 31.864,80 Pagamento de despesas operacionais -R$ 268.950,00 Juros pagos -R$ 82.500,00 Contribuições e Impostos -R$ 28.050,00 Retiradas para manutenção da Família -R$ 46.200,00 Caixa Líquido da Atividade Operacional R$ 78.685,20 Fluxo de Caixa de Atividades de Investimento Recebimento de receita de venda de gado reprodutor R$ 19.800,00 Recebimento de receita de venda de maquinário R$ 11.550,00 Pagamento de compra de gado reprodutor -R$ 3.300,00 Pagamento de compra de Insiladeira -R$ 46.200,00 Caixa Líquido da Atividade de Investimento -R$ 18.150,00 Fluxo de Caixa de Atividades de Financiamento Amortização de Financiamento -R$ 39.600,00 Pagamento de Empréstimo -R$ 75.900,00 Novos Empréstimos R$ 21.450,00 Novos Financiamentos R$ 34.650,00 Caixa Líquido da Atividade de Financiamento -R$ 59.400,00 Acréscimo de caixa no período R$ 1.135,20 Caixa Inicial de 20x2 R$ 20.000,00 Caixa Final de 20x2 R$ 21.135,20 Quadro 4 – DFC Método Indireto Reconciliação do Lucro Lucro Líquido do Período (DRE) R$ 85.285,20 Ajustes: Acréscimo no Estoque R$ 18.150,00 Decréscimo de duplicatas a receber -R$ 1.650,00 Ganhos/perdas de capital R$ 14.850,00 Total de Ajustes a subtrair da receita -R$ 31.350,00 Itens referentes a Despesa Depreciação R$ 70.950,00 Total e Ajustes a adicionar na receita R$ 70.950,00 Retiradas da família para sua manutenção -R$ 46.200,00 Caixa Líquido da Atividade Operacional R$ 78.685,20 13 Podemos observar inicialmente que a atividade operacionalconseguiu gerar um caixa de R$ 78.685,20, valor este que foi utilizado nas atividades de investimento e de financiamento. As atividades de investimento consumiram R$ 18.150,00 do valor do caixa, justificado pelos novos investimentos realizados, dos quais se espera que gerem bons frutos no futuro. As atividades de financiamento, por sua vez, consumiram o valor de R$ 59.400,00, justificando-se pelo alto valor empregado no pagamento de empréstimos e financiamentos, demonstrando assim o quanto a Empresa Rural Modelo é capaz de pagar suas dívidas. Isso, sem considerar o fato de que o pagamento das dívidas ter sido de R$ 115.500,00 (39.600,00 + 75.900,00), enquanto que novos empréstimos e financiamentos foram de R$ 56.100,00 (21.450,00 + 34.650,00), evidenciando desta forma melhoria na saúde financeira, pois o passivo da entidade está sendo reduzido. Porém, como demonstrado no Quadro 4, também podemos realizar outra análise: que de todo o valor de lucro líquido da empresa – R$ 85.285,20 – ao verificar os ajustes, percebe-se que o valor da depreciação de R$ 70.950,00 não saíra do caixa, e esse valor poderá ser utilizado para pagar os novos investimentos no valor de R$ 49.500,00, gerando ainda uma sobra de caixa. Como podemos observar, não basta elaborar demonstrações de fluxo de caixa sem que se realize a devida análise, a qual será base para tomadas de decisão. Outra alternativa que irá deixar a análise mais sofisticada seria a projeção do fluxo de caixa do próximo exercício, comparando-o assim ao atual, e o utilizando como planejamento. Outro ponto que não podemos esquecer é que a análise da entidade não pode se limitar apenas a uma demonstração – devemos também buscar outros relatórios para gerar dados mais precisos e úteis para a tomada de decisão e verificação do desempenho das decisões anteriores. TEMA 5 – PRÁTICAS DE DIVULGAÇÃO DOS ATIVOS BIOLÓGICOS SEGUNDO O CPC 29 O CPC29 é o pronunciamento contábil que rege os ativos biológicos. Conforme já vimos anteriormente, ele trata desde a identificação até a mensuração desses ativos, chegando agora o momento de verificarmos a divulgação das informações relativas aos ativos biológicos. 14 Conforme já visto, os ativos biológicos serão avaliados a valor justo, e considerando tal acontecimento, devem ser divulgados todas as perdas ou ganhos decorrentes da variação do valor no início e ao final do período, e devem ser demonstrados os aumentos e reduções do ativo biológico oriundos de compras e vendas ocorridas no período. De maneira conjunta à divulgação das variações dos valores dos ativos biológicos, devem ser apresentadas descrições para explanar de forma dissertativa e quantitativa o que cada grupo de ativos representa. Relacionado à questão quantitativa, o CPC 29 (2009) sugere que as entidades, no momento da preparação das informações a serem divulgadas, que segreguem os ativos biológicos em consumíveis e de produção, ou ainda, separando os maduros dos imaturos, ou seja, a forma que for mais cabível para a entidade. A exemplificação seria divulgar aqueles que poderão ser consumidos no período, bem como os demais que serão utilizados para a produção de outros ativos, ocorrendo o mesmo para os maduros e imaturos. Vejamos como o CPC 29 (2009) define essas separações que podem ser feitas com os ativos biológicos. Ativos biológicos consumíveis são aqueles passíveis de serem colhidos como produto agrícola, ou vendidos como ativos biológicos; Ativos biológicos para produção são os demais tipos, como rebanhos de animais para produção de leite ou árvores frutíferas das quais são colhidos seus frutos; Ativos biológicos podem ser classificados como maduros ou imaturos. Os maduros são aqueles que alcançaram a condição para serem colhidos (ativos biológicos consumíveis) ou estão aptos para sustentar colheitas regulares (ativos biológicos de produção). Por mais que alguma entidade alegue não compreender a divisão entre consumo e produção, ou maduros e imaturos, o CPC 29 deixa muito clara a definição a ser seguida, não podendo, portanto, ser alegado desconhecimento. Além do já abordado, a entidade deverá indicar quais são as atividades que envolvem os grupos de ativos biológicos, o que pode ser controlado por meio de algum relatório, ou até mesmo de maneira conjunta com as demonstrações contábeis. 15 Uma particularidade da divulgação desses ativos está no fato ser obrigatório realizar a divulgação de forma clara referente aos ativos biológicos dos quais a entidade não tenha total propriedade, bem como de itens que são cedidos como garantia em alguma operação. Relacionado a esse fato, devem ser evidenciados os planos da entidade para lidar com riscos inerentes tanto à garantia dos ativos, como daqueles que não são totalmente seus. Como já abordado em nossa disciplina, os ativos biológicos devem ser avaliados pelo valor justo, exceto quando isso não for praticável, e é necessário divulgar essas situações. Desta forma, nos casos de a mensuração ser realizada pelo custo, o CPC 29 (2009, p. 12) traz a necessidade da divulgação das seguintes informações: (a) uma descrição dos ativos biológicos; (b) uma explicação da razão pela qual o valor justo não pode ser mensurado de forma confiável; (c) se possível, uma faixa de estimativas dentro da qual existe alta probabilidade de se encontrar o valor justo; (d) o método de depreciação utilizado; (e) a vida útil ou a taxa de depreciação utilizada; e (f) o total bruto e a depreciação acumulada (adicionada da perda por irrecuperabilidade acumulada) no início e no final do período. As divulgações para os casos mensurados a custo deverão contemplar os itens apresentados acima. Além de divulgar tais informações, também devem ser apresentados possíveis ganhos ou perdas decorrentes desse tipo de mensuração. Tão importante quanto o tratamento contábil dos ativos biológicos, é a devida divulgação, mantendo os usuários a par das informações da entidade que atua na atividade rural. Obviamente a divulgação será apropriada desde que a contabilização tenha sido feita de forma correta, cabendo aos profissionais contábeis todo o zelo e dedicação. Saiba mais A fim de trazer outras experiências e pesquisas sobre o assunto, selecionamos outros dois artigos para leitura. Estes tratam da divulgação das informações sobre os Ativos Biológicos. O primeiro chama-se “CPC 29: uma análise dos requisitos de divulgação entre empresa de capital aberto e fechado do setor de agronegócios”, que pode ser acessado em: <http://atena.org.br/revista/ojs-2.2.3- 08/index.php/ufrj/article/viewArticle/1643>. 16 O segundo artigo é intitulado “Fatores explicativos da divulgação de ativos biológicos e produtos agrícolas em empresas de capital aberto e fechado”, disponível em: <http://www.furb.br/_upl/files/especiais/anpcont/2014/302_3.pdf ?20140829185746>. TROCANDO IDEIAS Caro aluno, dentre as abordagens presentes em nossa aula, demos maior foco à questão do fluxo de caixa, tarefa tão importante em qualquer atividade econômica, e igualmente fundamental às atividades no meio rural. Tal representatividade se dá pelo fato de os recebimentos não ocorrerem de forma constante, mas apenas no momento das vendas e que não ocorrem mensalmente. E mesmo as entradas de caixa não sendo regulares, as saídas o serão, pois há necessidade dos pagamentos da mão de obra, por exemplo, dentre outros gastos mensais. Cabe ao produtor ter o conhecimento necessário para uma gestão adequada do caixa. No entanto, muitas vezes isso não acontece, pois há a possibilidade de ninguém apresentar aosprodutores a necessidade e as vantagens de realizar um bom controle do caixa – tarefa essa que acabará por recair sobre os profissionais contábeis. Os contadores muitas vezes não estão dispostos, ou nem mesmo estão habilitados a lidar com a atividade rural – e ainda que a contabilidade rural possa ser aplicada ao meio rural, o profissional contábil deve visar à elevação de sua atuação nessa área e, consequentemente, aproveitar para aumentar a representatividade da profissão contábil. Por isso, verificando o contexto apresentado, discuta com seus colegas e elabore com eles primeiramente um plano de ação de como seria uma abordagem inicial aos produtores rurais, considerando desde aspectos contábeis, como também questões negociais de como abordar o produtor. Em um segundo momento, elabore em grupo uma maneira de implementar uma gestão do caixa do produtor. No entanto, para isso considere que não pode afetar drasticamente os processos do produtor, mas sim criar um método simples e eficaz, atendendo às necessidades dele, e sem prejudicar suas atividades em termos de processos. 17 NA PRÁTICA Agora vamos praticar um pouco com algumas situações que remetem ao conteúdo estudado. As respostas encontram-se ao final deste documento. 1. Uma empresa rural o(a) contratou para elaborar a Demonstração de Fluxo de Caixa da empresa, dada a falta de confiabilidade das atuais informações. Na sequência seguem os dados do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultado, que tornam possível elaborar a DFC. Balanço Patrimonial Ativo 20X2 20X1 Passivo 20X2 20X1 Caixa e bancos 2.000,00 3.000,00 Fornecedores 22.000,00 11.000,00 Clientes 18.000,00 16.000,00 Emp. LP 5.000,00 12.000,00 Estoque 21.000,00 14.000,00 Desp. Antecipadas 1.000,00 2.000,00 Capital 20.000,00 20.000,00 Títulos a receber 5.000,00 5.000,00 Reservas 6.000,00 6.000,00 Terrenos 13.000,00 10.000,00 Lucros Acum. 7.000,00 1.000,00 Total Ativo 60.000,00 50.000,00 Total Passivo 60.000,00 50.000,00 DRE Vendas Líquidas 130.000,00 CMV - 85.000,00 Lucro Bruto 45.000,00 Despesas Administrativas - 25.000,00 Despesas com Vendas - 10.000,00 Lucro Líquido 10.000,00 2. Uma empresa rural lhe contratou para elaborar a Demonstração de Fluxo de Caixa da empresa, devido à falta de confiabilidade das atuais informações. Na sequência seguem dados do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultado, que permitem elaborar a DFC. Balanço Patrimonial Ativo 20X2 20X1 Passivo 20X2 20X1 Caixa e Bancos 2.000,00 3.000,00 Fornecedores 15.000,00 8.000,00 Clientes 17.000,00 14.000,00 Empréstimo LP 5.000,00 12.000,00 Estoque 21.000,00 13.000,00 Desp. Antecipadas 500,00 1.500,00 Capital 28.000,00 21.000,00 Títulos a Receber 7.000,00 7.000,00 Reservas 6.000,00 6.000,00 Terrenos 15.000,00 10.000,00 Lucros Acum. 8.500,00 1.500,00 Total Ativo 62.500,000 48.500,00 Total Passivo 62.500,00 48.500,00 DRE Vendas Líquidas 140.000,00 CMV 90.000,00 Lucro Bruto 50.000,00 Despesas Administrativas 27.000,00 Despesas com Vendas 11.000,00 Lucro Líquido 12.000,00 18 3. Vejamos agora uma DFC elaborada pelo método indireto. Para praticarmos, devemos analisá-la, para extrairmos informações relevantes para os usuários. DFC – Modelo Indireto Atividades Operacionais Lucro Líquido R$ 64.747,00 Ajustamento para reconciliar o Lucro Líquido Caixa líquido gerado pela Atividade Operacional - Depreciação e Amortização R$ 35.359 - Ganho da Venda de Caminhões e Máquinas (R$ 11.800,00) - Perda na Venda do Rebanho Reprodutor R$ 4.000,00 - Decréscimo nas Contas a Receber R$ 2.400,00 - Decréscimo nas Contas a Pagar (R$ 1.534,00) Caixa Líquido da Atividade Operacional R$ 93.172,00 Atividades de Investimento Caixa líquido gerado pela Atividade de Investimento - Recebimento de receita de venda de gado reprodutor R$ 9.100,00 - Recebimento de receita de venda de maquinário R$ 11.000,00 - Recebimento de receita de venda de caminhão R$ 800,00 - Pagamento de compra de Máquinas (R$ 47.500,00) - Pagamento de plano de aposentadoria (R$ 1.950,00) - Outros pagamentos (R$ 1.060,00) Caixa Líquido da Atividade de Investimento (R$ 29.210,00) Atividades de Financiamentos Caixa líquido gerado pela Atividade de Financiamento - Pagamento de Títulos de Curto Prazo (R$ 41.000,00). - Pagamento de Títulos de Longo Prazo (R$ 29.970,00) - Amortização de Financiamentos (R$ 13.000,00) Caixa Líquido usado em Atividades de Financiamentos (R$ 83.970,00) Decréscimo Líquido no Caixa (R$ 10.008,00) Caixa Inicial de 20x2 R$ 33.000,00 Caixa Final de 20x2 R$ 22.992,00 Fonte: Adaptado de Marion, 2014. FINALIZANDO Essa aula se iniciou com abordagem relacionada à forma de se avaliar o estoque na atividade rural, que, como em qualquer atividade econômica, a avaliação do estoque irá contribuir para se conceber os valores de preços de vendas, gerando assim informações sobre a quantidade de cada item que a entidade possui. Também no primeiro Tema da aula foram abordados os custos e despesas na atividade, os quais farão parte do estoque e do resultado do 19 período, devendo ser de conhecimento do produtor rural os seus custos e despesas, o que facilitará a gestão da propriedade. Em um segundo momento foi explanado sobre o regime de competência e o regime de caixa. O primeiro é o regime preferido dos contadores, pois ele irá atuar realizando a contabilização considerando o momento de ocorrência dos fatos contábeis. Já o segundo prima pelo registro das ocorrências quando acontece o pagamento ou recebimento via caixa, por isso o nome regime de caixa, contabilizado apenas quando ocorre movimentação no caixa. Nossos terceiro e quarto assuntos se referem à Demonstração de Fluxo de Caixa. Essa demonstração terá função explicativa referente à destinação do dinheiro da entidade, podendo ser elaborada pelo Método Direto ou pelo Método Indireto, gerando informações para a entidade. No entanto, não basta elaborar a DFC: também deve ser realizada uma boa análise para compreender a movimentação do dinheiro, bem como identificar destinações desnecessárias, possibilitando a tomada de medidas para evitar a saída de recursos sem retorno. Encerramos nossa aula estudando as práticas de divulgação dos ativos biológicos. Como vimos antes sobre os ativos biológicos, devemos realizar o tratamento contábil adequado, porém apenas isso não é suficiente, devendo também ser realizada a divulgação de tais informações. Para isso, devemos seguir o que rege o CPC 29, que estabelece as diretrizes que deverão ser levadas em conta pela entidade no momento da divulgação das informações sobre os ativos biológicos. Chegamos ao final de nossa aula. Buscou-se realizar a abordagem de vários aspectos contábeis aplicáveis ao meio rural, que é o ambiente de ocorrência do agronegócio, um campo de atuação contábil no qual ainda há muito a ser preenchido pelos profissionais contábeis, com a possibilidade de crescimento e busca desse nicho de mercado. Desta maneira, desejamos a você, caro(a) aluno(a), muito sucesso em sua caminhada acadêmica e carreira profissional. 20 REFERÊNCIAS ARAÚJO, A.; TEIXEIRA, E. M.; LICÓRIO, C. A importância da gestão no planejamento do fluxo de caixa para o controle financeiro de micros e pequenas empresas. Revista Eletrônica do Departamento de Ciencias Contábeis & Departamento de Atuária e Métodos Quantitativos da FEA, São Paulo, v. 2, n. 2, 2015. BRASIL. Decreto-lei n. 1.598, de 26 de dezembro de 1977. DiárioOficial da União, Brasília, DF, 27 dez. 1977. CALLADO, A. A. C.; CALLADO, A. L. C.; SILVA, M. C. M.; MIRANDA, L. C. Caracterizando aspectos do sistema de informação contábil na gestão de custos: um estudo empírico no âmbito do agronegócio. ABCustos, São Leopoldo, v. 2, n. 2, p. 47-69, 2007. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 29: Ativo Biológico e Produtos Agrícola. Brasilia: [sn], 2009. HOFER, E.; PACHECO, V.; SOUZA, A.; PROTIL, R. M. A relevância do controle contábil para o desenvolvimento do agronegócio em pequenas e médias propriedades rurais. Revista Contabilidade e Controladoria, Curitiba, v. 3, n. 1, p. 27-42, 2011. MARION, J. C. Contabilidade rural: contabilidade agrícola, contabilidade da pecuária. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2014. _____. O fluxo de caixa no setor rural (conforme alguns estudos nos Estados Unidos). Caderno de Estudos, São Paulo, n, 9, 1993. MARTINS, E. Contabilidade vs. fluxo de caixa. Caderno de Estudos, São Paulo, n. 2, 1991. SCHERER, L. M.; MUNHOZ, T. R.; ROTH, T. C. Fatores explicativos da divulgação de ativos biológicos e produtos agrícolas em empresas de capital aberto e fechado. In: VIII CONGRESSO ANPCONT, Anais..., 2014, Rio de Janeiro, 2014. SILVA, R. L. M.; FIGUEIRA, L. M.; PEREIRA, L. T. de O. A.; RIBEIRO, M. de S. CPC 29: uma análise dos requisitos de divulgação entre empresa de capital aberto e fechado do setor de agronegócios. Sociedade, Contabilidade e Gestão, Rio de Janeiro, v. 8, n, 1, p. 26-49, 2013. 21 SPADIN, C. E. A importância da demonstração dos fluxos de caixa enquanto instrumento gerencial para a tomada de decisão. Revista de Ciências Gerenciais, Valinhos, v. 12, n. 14, p. 167-177, 2008. 22 RESPOSTAS Resolução Atividade 1 DFC – Modelo Direto – Empresa Rural Exercício de 20X2 Fluxo de Caixa de Atividades Operacionais Recebimento de Receitas da produção R$ 128.000,00 Pagamento de Compra de Insumos (R$ 81.000,00) Pagamento de despesas operacionais (R$ 34.000,00) Caixa Líquido da Atividade Operacional R$ 13.000,00 Fluxo de Caixa de Atividades de Investimento Compra de Terreno (R$ 3.000,00) Caixa Líquido da Atividade de Investimento (R$ 3.000,00) Fluxo de Caixa de Atividades de Financiamento Pagamento de Empréstimo (R$ 4.000,00) Pagamento de Dividendos (R$ 7.000,00) Caixa Líquido da Atividade de Financiamento (R$ 11.000,00) Acréscimo de caixa no período (R$ 1.000,00) Caixa Inicial de 20x2 R$ 3.000,00 Caixa Final de 20x2 R$ 2.000,00 Resolução Atividade 2 DFC – Modelo Direto – Empresa Rural Exercício de 20X2 Fluxo de Caixa de Atividades Operacionais Recebimento de Receitas da produção R$ 137.000,00 Pagamento de Compra de Insumos (R$ 91.000,00) Pagamento de despesas operacionais (R$ 37.000,00) Caixa Líquido da Atividade Operacional R$ 9.000,00 Fluxo de Caixa de Atividades de Investimento Compra de Terrenos (R$ 5.000,00) Caixa Líquido da Atividade de Investimento (R$ 5.000,00) Fluxo de Caixa de Atividades de Financiamento Pagamento de Empréstimo (R$ 7.000,00) Pagamento de Dividendos (R$ 5.000,00) Aumento de Capital Social em Dinheiro R$ 7.000,00 Caixa Líquido da Atividade de Financiamento (R$ 5.000,00) Acréscimo de caixa no período (R$ 1.000,00) Caixa Inicial de 20x2 R$ 3.000,00 Caixa Final de 20x2 R$ 2.000,00 23 Resolução Atividade 3 Podemos observar inicialmente que a atividade operacional conseguiu gerar um caixa de R$ 93.172,00, valor este que foi utilizado nas atividades de investimento e de financiamento. As atividades de investimento consumiram R$ 29.210,00 do valor do caixa, isso se justificando pelos novos investimentos realizados, em especial maquinários novos, dos quais se espera que gerem bons frutos no futuro, enquanto que as atividades de financiamento consumiram o valor de R$ 83.970,00, justificando-se pelo alto valor empregado no pagamento de empréstimos e financiamentos, demonstrando assim o quanto a Empresa Rural Modelo é capaz de pagar suas dívidas.