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RESUMO METODOLOGIAS 1. Introdução O que é Interdisciplinar ✓ Interdisciplinar é um adjetivo que qualifica o que é comum a duas ou mais disciplinas ou outros ramos do conhecimento. É o processo de ligação entre as disciplinas. ✓ A palavra interdisciplinar é formada pela união do prefixo "inter", que exprime a ideia de "dentro", "entre", "em meio"; com a palavra "disciplinar", que tem um sentido pedagógico de instruir nas regras e preceitos de alguma arte. ✓ Um planejamento interdisciplinar, na área pedagógica, é quando duas ou mais disciplinas relacionam seus conteúdos para aprofundar o conhecimento e levar dinâmica ao ensino. A relação entre os conteúdos disciplinares é a base para um ensino mais interessante, onde uma matéria auxilia a outra. ✓ Um conteúdo interdisciplinar pode fazer parte de um grande projeto, entre dois professores ou até mesmo com um único professor. Por exemplo: um professor de química ao ensinar a composição de vários materiais usados pelos pintores, pode incluir pesquisas sobre a história das artes, os importantes pintores, suas nacionalidades, o que une Química, História, Artes e Geografia. ✓ Os profissionais que trabalham em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital podem formar uma equipe interdisciplinar composta por médico, enfermeiro, nutricionista fisioterapeutas e etc., que em conjunto buscam o mesmo objetivo. • Interdisciplinar e multidisciplinar ▪ A principal diferença entre a interdisciplinaridade e a multidisciplinaridade está na linearidade de ambas. ▪ Enquanto que o interdisciplinar visa o agrupamento de diversos ramos do conhecimento, seguindo um objetivo em comum, como um assunto ou tema específico, por exemplo, o método multidisciplinar não visa a linearidade dos assuntos. ▪ O multidisciplinar pode ser um conjunto de disciplinar de são estudadas de maneira simultânea, mas sem a necessidade de estarem relacionadas entre si. ▪ Ao contrário do método interdisciplinar, que proporciona um conhecimento mais especializado, a multidisciplinaridade resulta em conhecimentos mais ecléticos. • Conceito de Interdisciplinaridade ➢ O conceito de Interdisciplinaridade como a qualidade de interdisciplinares, que é aquilo que se realiza a partir da prática de estudar várias disciplinas. O termo Interdisciplinaridade poderia ter surgido pela primeira vez no ano de 1937 e foi desenvolvido pelo sociólogo Louis Wirtz. Desde esta concepção a Interdisciplinaridade não se reduz ao sistema de conhecimentos, inclui, além de um sistema de hábitos, habilidades e capacidades que devem ser conseguidas como resultado do processo docente educativo. ➢ A Interdisciplinaridade é assumida como uma estratégia de ensino e aprendizagem que prepara os estudantes para realizar transferências de conteúdos que lhes permitam solucionar holisticamente os problemas que enfrentarão no futuro do seu desempenho profissional. ➢ Nas últimas décadas, a partir das exigências do saber científico para com o homem destes tempos e o modo de saber usar os conhecimentos na solução dos problemas que são encontrados e enfrentados no dia a dia, existe um empenho renovado a que a escola de tratamento os conteúdos de maneira interdisciplinar. ➢ A Interdisciplinaridade constitui uma condição didática que em qualidade de princípio condiciona o cumprimento da cientificidade do ensino em tanto se estabelecem inter-relaciones entre as diferentes matérias, que podem manifestar-se nas próprias relações internas das matérias, inter matérias e interciclos. ➢ Interdisciplinaridade é uma filosofia metodológica que pode caracterizar a prática científica. Consiste na busca sistemática de integração das teorias, métodos, instrumentos, e, a modo geral, fórmulas de ação científica de diferentes disciplinas, a partir de uma concepção multidimensional dos fenômenos, e do conhecimento do caráter relativo dos enfoques científicos por separado. A Interdisciplinaridade é uma aposta pela pluralidade de perspectivas na base da investigação. ➢ A importância da Interdisciplinaridade aparece com o próprio desenvolvimento técnico cientifico que resultou no aparecimento de múltiplos ramos científicos. Graças a Interdisciplinaridade, os objetos de estudo são abordados de modo integral e se promove o desenvolvimento de novos enfoques metodológicos para a solução de problemas. • Neste fórum, você pesquisará e discutirá com seus colegas a definição de projetos interdisciplinares, bem como suas impressões sobre interdisciplinaridade. "A interdisciplinaridade é a prática e a capacidade de estudar várias matérias e conteúdos que colaborem para o desenvolvimento intelectual do aluno. É como se fosse uma estratégia da didática para que aos alunos aprendam a inter relacionar seus conhecimentos e estejam aptos a solucionar diversos problemas que estão presentes no dia a dia escolar, como também por toda sua vida." (Demétrius Pecoraro) • Respostas e considerações (Tutor on line) "Em consonância a sua valorosa contribuição acerca da interdisciplinaridade Freire (2013) elucida que a interdisciplinaridade é o processo metodológico de construção do conhecimento pelo sujeito com base em sua relação com o contexto, com a realidade, com sua cultura. Salienta, ainda, que a expressão dessa interdisciplinaridade é buscada pela caracterização de dois movimentos dialéticos: 1) a problematização da situação, pela qual se desvela a realidade e 2) a sistematização dos conhecimentos de forma integrada. Sendo assim, para que possamos refletir, qual a importância das práticas e projetos interdisciplinares na formação integral dos nossos alunos?" "A prática e os projetos interdisciplinares são importantes para que haja uma maior interação entre os alunos e seus professores, bem como uma experiência de convívio grupal e social. E também promove uma união dentro ambiente escolar onde todos buscam um resultado comum para a formação desses indivíduos, que passam a enxergar diversas possibilidades e olhares diferentes de um mesmo assunto." (Demétrius Pecoraro) • 2. Educação por competências no ensino básico ➢ O ponto fundamental é que desde 1998 com o surgimento do ENEM o termo competências está em alta, ou seja, estuda se conteúdos disciplinares (português, matemática, história, ciências...) porém elas não são o "fim" da escola básica, mas sim meios de ampliações das ideias mestras que eram saber ler, escrever e contar. Busca desenvolver capacidade de expressão pessoal dos alunos, a comunicação, como também a compreensão do que está fora de cada um desses alunos.Expressão e compreensão é um par de competências básicas na educação. Por isso não existe uma pessoa competente que não se expresse bem ou não compreenda o mundo ao seu redor (mesmo havendo exceções). ➢ Na escola o primeiro "outro" diante da gente é o texto, que nos ensina a ler e compreender o mundo, como disse Paulo Freire.Outra competência é a argumentação, pois através dela existe a análise, de uma forma ou de outra, é ter a capacidade de análise em toda e qualquer disciplina. E por fim, através da análise poder fechar uma conclusão, que seria a síntese. ➢ Síntese é a decisão após toda argumentação a respeito de um assunto analisado e poder então concluir.Temos também a contextualização e a criatividade ou imaginação. Contextualizar é a capacidade de referir contextos específicos aprendidos na escola e dar vida ao fato, mas é preciso também escapar do contexto para poder criar e imaginar. Pois o contexto é algo que já está feito (o fato) e o ficto é a ficção, é poder imaginar e criar algo novo baseado no fato.As matérias (disciplinas) tem que se render tudo isso, pois não há outra maneira de desenvolver competências sem estudar conteúdos. Os conteúdos são os argumentos para aquilo que se quer e espera.O professor em sala de aula está sempre preocupado em passar o conteúdo e não em desenvolver essas competênciasligadas ao conteúdo. Porém mesmo assim está implícito o aprendizado dessas competências através dos conteúdos, o que falta é conscientização de que não basta apenas passar o conteúdo, mas sim por meio dele desenvolver as competências.Na escola é papel do coordenador pedagógico e direção auxiliar os professores na fragmentação disciplinar (número excessivo de matérias/disciplinas) pois é difícil para uma criança ou adolescente sintetizar sozinho tanto conteúdo. E a escola não tem que ser só aula, há de ter outros espaços maiores, como levar os alunos para passeios, assistirem uma peça de teatro ou filme, pois é importante para criar o interesse deles através de estratégias ligadas ao conhecimento pleno dos conteúdos aplicados. Como também espaços menores, por exemplo convivência, tutorial, orientação e de conversas individuais para haver uma relação interpessoal professor e aluno. Para se ter noção em que o aluno está depositando os seus interesses e ideais.Para isso é preciso melhorar as condições de trabalho dos professores em relação a esses espaços e dar suporte afim de poder oferecer aos alunos esses recursos de interação coletiva ou pessoal. "Disciplinas são os meios que a escola tem para ensinar conteúdos e as competências o "fim" desse aprendizado." O que são Competências? O Dicionário Aurélio apresenta três definições para Competência: 1. Faculdade concedida por lei a um funcionário, juiz ou tribunal para apreciar e julgar certos pleitos ou questões; 2. Qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão, idoneidade; Vamos nos ater à segunda, que é pertinente à educação. Note que Competência é uma qualidade de apreciar e resolver um problema, envolvendo a sua capacidade, habilidade, aptidão e idoneidade. Indivíduos competentes, dentro das mais variadas atividades profissionais, tendem a ser bem- sucedidos. Na sociedade atual, as competências são essenciais para que o indivíduo tenha sucesso em sua vida social e na carreira. A forma de conduzir suas relações, responsabilidades e profissão são determinadas por sua capacidade de a cada dia conviver e resolver as situações cotidianas, cujos resultados são totalmente dependentes da forma com que os seus problemas são solucionados. O mercado de trabalho necessita de pessoas capazes de: • Tomar decisões; • Liderar; • Resolver conflitos; • Utilizar conhecimentos adquiridos ao longo do processo acadêmico; "Competência não se alcança, desenvolve-se. Competência é fazer bem o que nos propomos a fazer" (Prof.º Vasco Moretto - Universidade Laval de Quebec, Canadá) De maneira resumida, podemos dizer que as competências no contexto educacional dizem respeito à capacidade do aluno de mobilizar recursos visando a abordar e resolver uma situação complexa. Simplificando bem, é o aluno saber "saber" ou saber conhecer. 3. Interdisciplinaridade e Transversalidade ➢ A interdisciplinaridade surgiu como um chamado para que as disciplinas não mudassem os seus objetos, mas que houvesse relações mais fortes entre as disciplinas. A realidade não é disciplinar, a escola é. Ou seja, os alunos se interessam por temas como a água dos rios a energia, porém a água não é uma propriedade da geografia, da biologia ou da química, a água é água e pronto. Por isso é preciso haver uma inter-relação mais forte. A reação na organização curricular, a fragmentação disciplinar foi a busca da transversalidade, quer dizer a busca de temas que atravessassem transversalmente todas as disciplinas, as questões sobre valores por exemplo, são questões que não cabem dentro de nenhuma disciplina em especial na escola básica. Pois as questões sobre valores cortam todas as disciplinas transversalmente. ➢ "A gente vem para escola para aprender a ler o mundo, começa lendo um texto mas compreender o mundo, agora leitura, compreensão e expressão a gente busca na escola. Porém o mundo não é disciplinar, esse é o ponto. Então para entender precisamos da escola, que tem como função criar a condição de ler e compreender os fenômenos, a escola faz essa ponte entre o disciplinar e o transdisciplinar. É preciso que antes se crie a interdisciplinaridade ou inter-relação entre as disciplinas de uma maneira mais rica, que é condição de possibilidade de ir além das disciplinas. O conhecimento absolutamente disciplinar é algo para especialista, estudar matemática como um fim é algo para quem vai ser matemático, mas para o cidadão ela é um meio para ir além disso. E aí entram as relações da minha disciplina com as outras a interdisciplinaridade e os objetos e objetivos maiores do que os da minha disciplina, que é transdisciplinaridade e transversalidade." ➢ A interdisciplinaridade e a transversalidade são partes de um movimento que aparece em contraposição a um jeito de organizar o pensamento que surgiu no século XVII, mas como chegamos a essa fragmentação e especialização da ciência? René Descartes, o filósofo que escreveu em 1637 o livro "Discurso do método", é apontado como um dos primeiros formuladores dessa maneira de pensar. Para entendermos melhor, vejamos o que professor Pablo Rubén Mariconda da faculdade de Filosofia da USP tem a dizer: "A concepção de Descartes é uma concepção da unidade do conhecimento, da unidade do saber, essa unidade do conhecimento científico Descartes a encontrava no método. Por isso que para ele o método é tão importante, pois sem o método eu não posso chegar a ciência, e o método de fazer ciência é um único método. Que é o método racional, de se fazer a análise e depois a síntese dos diversos fenômenos com os quais nos defrontamos. O processo de formação de especialidades e de profissionalização é o processo social pelo qual a modernidade incorporou a ciência como uma atividade fundamental na organização social." No discurso do método ele acaba reduzindo o método as quatro regras conhecidas: quando eu tenho um fenômeno complexo, divido e analiso o fenômeno em suas várias partes, analiso o fenômeno a partir das suas partes mais simples e reconstituo o fenômeno por ordem a complexidade, a partir do simples para o mais complexo. Então esse é o método de Descartes, são regras muito simples e que são marca da modernidade e da ciência moderna. O filósofo e sociólogo francês Edgar Morin se opõe a essa fragmentação do conhecimento, para ele: o sistema de educação ensina a separar as coisas, a separar as disciplinas, separar o homem da natureza. Não ensina a religar. Reformar o pensamento é religar enfrentar os desafios que são globais e multidimensionais. Transdisciplinaridade ▪ A transdisciplinaridade é um enfoque pluralista do conhecimento que tem como objetivo, através da articulação entre as inúmeras faces de compreensão do mundo, alcançar a unificação do saber. Assim, unem- se as mais variadas disciplinas para que se torne possível um exercício mais amplo da cognição humana. ▪ Este olhar múltiplo permite que se abranja a complexidade crescente do mundo pós-moderno, o que justifica a definição da transdisciplinaridade como um fluir de ideias e, mais particularmente, um movimento de reflexão sobre estes conceitos. Esta abordagem científica vem modificando a forma como o Homem se volta para si mesmo e procura entender seu papel no mundo e também a própria compreensão da interação do universo com o ser humano. ▪ Esta expressão foi criada pelo educador Jean Piaget, durante o I seminário Internacional sobre pluri e Interdisciplinaridade, o qual se desenrolou em 1970, na Universidade de Nice; nesta ocasião foi originalmente utilizada esta palavra, deflagrando uma série de pesquisas sobre seu significado e as implicações por trás desta ideia, estimuladas pelo seu próprio criador. ▪ Depois de Piaget, o termo foi resgatado por vários outros pesquisadores, entre eles Edgar Morin, Stephane Lupasco, Basarab Nicolescu e Ubiratan D'Ambrosio. Atualmente este conceitovem sendo explorado principalmente no interior do Centre International de Recherches et d`Études transdisciplinaires, um dos mais importantes núcleos de estudos sobre a transdisciplinaridade. ▪ O tema é hoje um dos elementos científicos mais difíceis de se compreender, e talvez por esta razão um dos mais abordados por pesquisadores de todo o Planeta; é necessário agir com muita cautela no processo de relacionamento entre as disciplinas, para que elas possam, simultaneamente, amparar-se mutuamente e preservar sua singularidade, evitando incorrer no erro de se converter em uma única esfera do conhecimento. Transversalidade • Termo que, na educação, é entendido como uma forma de organizar o trabalho didático na qual alguns temas são integrados nas áreas convencionais de forma a estarem presentes em todas elas. O conceito de transversalidade surgiu no contexto dos movimentos de renovação pedagógica, quando os teóricos conceberam que é necessário redefinir o que se entende por aprendizagem e repensar também os conteúdos que se ensinam aos alunos. • A partir da elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, foram definidos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) que, por sua vez, orientam para a aplicação da transversalidade. No âmbito dos PCNs, a transversalidade diz respeito à possibilidade de se estabelecer, na prática educativa, uma relação entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade) e as questões da vida real e de sua transformação (aprender na realidade e da realidade). • Não se trata de trabalhá-los paralelamente, mas de trazer para os conteúdos e para a metodologia da área a perspectiva dos temas. Dessa forma, os PCNs sugerem alguns "temas transversais" que correspondem a questões importantes, urgentes e presentes sob várias formas na vida cotidiana: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual, Trabalho e Consumo e Pluralidade Cultural. • A transversalidade se difere da interdisciplinaridade porque, apesar de ambas rejeitarem a concepção de conhecimento que toma a realidade como um conjunto de dados estáveis, a primeira se refere à dimensão didática e a segunda à abordagem epistemológica dos objetos de conhecimento. Ou seja, se a interdisciplinaridade questiona a visão compartimentada da realidade sobre a qual a escola se constituiu, mas trabalha ainda considerando as disciplinas, a transversalidade diz respeito à compreensão dos diferentes objetos de conhecimento, possibilitando a referência a sistemas construídos na realidade dos alunos. Fórum Temático "O que pude entender a respeito da transversalidade na educação é a necessidade e possibilidade de incorporar valores da realidade de cada aluno nas disciplinas curriculares. Através desse método é possível discutir temas importantes como saúde, meio ambiente, ética e tantos outros assuntos ligados ao cotidiano da vida humana, com o objetivo trazer para a resolução de temas complexos a compreensão e ponto de vista pessoal dos alunos envolvidos, sem esquecer que a transversalidade caminha junto da transdisciplinaridade, que é o conjunto de disciplinas que visa aprimorar o exercício da cognição humana." (Demétrius Pecoraro) Respostas e considerações (tutor on line) Obrigado por sua valorosa contribuição. A transversalidade permite que os professores de diferentes disciplinas abordem temáticas em comum, que sejam transversais, por exemplo, meio ambiente, que perpassa em todas as disciplinas escolares (direta ou indiretamente). Você pode citar um exemplo de transdisciplinaridade? "Um exemplo seria que professores pudessem criar uma atividade onde os alunos interagissem com outras disciplinas, mesmo que não fossem do mesmo conteúdo, de forma que chegasse a um resultado final comum e assim contextualizar a diversidade aprendida. Hipótese: o professor de ciências resolve falar sobre uma alimentação saudável e quais são os tipos de alimentos benéficos a saúde ou não, incluir nessa atividade o professor de geografia , que podem explorar a região favorável e melhor forma para o plantio, agregando o professor de português na ajuda da elaboração de todo corpo textual da atividade e por fim o professor de artes, que dará a oportunidade de estimular a criatividade dos alunos através de desenhos que possam representar os alimentos estudados. Espero estar no caminho certo de raciocínio (risos)." (Demétrius Pecoraro) "Exemplo riquíssimo... E o caminho que você adotou para contextualizar seu raciocínio deixou muito claro essa prática interdisciplinar e transdisciplinar." Parabéns!! (Elvio Carlos da Costa - mediador virtual) 4. Desafios da Transdisciplinaridade "O resultado de um projeto seria como "navegar em um mar de ignorância" e mesmo assim ser capaz de produzir uma área onde se consiga encontrar uma representação racional." (Prof. Maurício Pietrocola) Tipos de ilhas de racionalidade (I.R.) ▪ projeto = ação; Alimentação saudável - elabora representação. ▪ noção = cultura; Energia - descobrir eficiência, uso.Metodologia para construção de I. R. ▪ etapas de coordenação na elaboração de uma Ilha de racionalidade:Ponto inicial - Definição do problema dado pelo professor; 1) sondagem inicial: levantamento de questões sobre a situação problema; 2) panorama da investigação: refinamento das questões, definição dos participantes, levantamento de normas e restrições de interesse e tensões; 3) consulta aos especialistas e abertura das caixas pretas (conhecimentos até então desconhecidos), envolvimento com diversas áreas do conhecimento; 4) indo a prática/saindo em campo: fazer visitas e consultar fontes; 5) investigação disciplinar: momento dos conteúdos; 6) organização dos conhecimentos obtidos: esquema, gráficos ou descrição da situação analisada; 7) elaboração do produto solicitado: momento de decisão do grupo; 8) síntese da I. R. : textos contemplando os elementos analisados ao longo do trabalho. Produto final; ▪ definição de um projeto com contexto e objetivos precisos - produto visado: relatório, texto informativo, artigo para revista, etc; ▪ grupo interdisciplinar ou não na escola - uso de especialistas ou especialidades; ▪ momentos disciplinares ao longo do projeto - ocasião para ensinar conteúdos disciplinares; "O que se espera com a esse tipo de construção é a necessidade de renovação epistemológica no projeto educacional e fazer com os alunos participem ao menos de um projeto na formação educacional, conhecendo o modo de pensar de vários estudiosos e tecnólogos, como ter capacidade de debate crítico.Com isso o aprendizado se dá não apenas por disciplinas e sim por projetos." 5. Ensino de ciências: métodos e técnicas Prof.ª Myriam Krasilchik (USP) ¹ Prof.º Jorge Megid (UNICAMP) ² ✓ "Para que o ensino de ciências seja eficiente e capaz de atingir seus objetivos é preciso estimular o aluno, vincular o que está sendo ensinado no cotidiano dele de forma que entenda o significado e não apenas uma exigência acadêmica e por fim que o aluno possa experimentar um novo jeito de aprender com a aula prática, vivenciar o inesperado, algo que nenhuma outra aula pode proporcionar." ¹ ✓ O processo de aulas práticas no ensino de ciências se divide em três etapas importantes:▪ exercício: mesmo sendo algo técnico e automático de se resolver ele traz certos conceitos a serem aprendidos; ✓ ▪ investigação: nessa fase é dado um problema para que o aluno possa procurar meios e possibilidades de soluciona lo; ▪ projeto: onde o aluno desenvolve uma pesquisa com base em todo seu material de investigação e estudo; ✓ "Através dessas etapas o aluno passa a entender que não existe um único método científico e que todas as coisas que foram produzidas em ciências partiram da observação da realidade e da experimentação. Pois há várias maneiras de se produzir ciências e não apenas o tradicional chamado de método científico empírico indutivo: que é observara realidade, definir variáveis controláveis, realizar experimento e dele extrair resultados e conhecimento. ✓ Como por exemplo um simples debate em sala de aula sobre determinado tema de ciências, pode trazer novos conhecimentos científicos. Ou estimular um grupo de alunos do ensino infantil o agrupamento de animais parecidos, ou seja, de uma mesma classe, isso também é procedimento que pode gerar um método científico futuro na vida dessas crianças." ² Como as aulas práticas e experimentais contribuem para que o aluno seja o centro do processo de ensino e aprendizagem? (fórum temático) "As aulas práticas e experimentais contribuem significativamente na vida dos alunos pois lhe proporcionam a vivência real do tema estudado e aprendido, eles conseguem ter uma observação mais crítica e analítica sobre um problema apresentado, bem como as possíveis possibilidades e meios para soluciona lo. Tive uma experiência com uma aula experimental bem tradicional durante meu ensino fundamental, onde fomos estimulados e "desafiados" a plantar um grão de feijão sobre um algodão molhado e observar seu processo de desenvolvimento ao longo dos dias, como também o cuidados necessários para que obtivéssemos o resultado esperado. Foi um momento impar e que trouxe para mim a questão da responsabilidade e comprometimento com algo que dependia de mim para se desenvolver e assim pude sentir que além de aprender sobre o desenvolvimento de uma simples muda de planta, pude ser o personagem principal desse processo ensino - aprendizagem." (Demétrius Pecoraro) Respostas e considerações (tutor on line) Boa tarde Demetrius, muito obrigado pela sua contribuição. Muito legal essa sua experiência vivenciada no ensino fundamental relacionada ao grão de feijão sobre um algodão molhado, pois lhe estimulou enquanto aluno a buscar novos conhecimentos, com algo simples e que está no nosso cotidiano. O que você pensa sobre a fragmentação de conhecimento realizada pelo desenvolvimento dos conteúdos escolares nas disciplinas? (Elvio Costa - tutor on line) "Eu acredito que essa fragmentação nos conteúdos escolares acabam por desanimar alguns alunos pelo simples fato de terem que dedicar tempo de estudo a diferentes disciplinas (matérias) sem as vezes saberem a relação entre elas e o que elas podem ensinar. Logo a "união" de diversas disciplinas podem fazer com que os alunos se encantem na hora de aprender e reconheçam uma relação mais ampla na aprendizagem adquirida." (Demétrius Pecoraro) Exatamente, a fragmentação do conteúdo realizado pelas disciplinas isoladamente acaba desanimando os alunos, pois os mesmos, não veem sentido no aprendizado. (Tutor on line) 6. Processo e práticas de avaliação: Instrumentos É preciso pensar muito bem ao propor um instrumento de avaliação para que não sejam usados instrumentos que possam, além de não obter os resultados desejados e saber como os alunos estão aprendendo, como também possa vir a prejudicar o aluno, ou algum deles. O professor precisa entender que os alunos são diferentes e aprendem de maneiras diferenciadas, tendo cada um suas particularidades. Planejamento de avaliação ▪ Definir o que avaliar do currículo ensinado no período (determinando assim o tipo de instrumento que será usado para avaliação); ▪ Analisar as informações que precisam ser coletadas para basear o julgamento (além do instrumento usado, analisar a forma de aplicação); ▪ Escolher os indicadores avaliativos (comportamentos observáveis - aspectos que o aluno apresenta em relação ao que está aprendendo); ▪ Definir as respostas esperadas para cada indicador avaliativo/critérios avaliativos (o que considerar como ruim, regular, bom ou ótimo nas respostas observadas); ▪ Registrar os critérios avaliativos e, se possível, compartilha los com os alunos (que permite guiar todo o processo avaliativo); Instrumentos avaliativos I - diversidades ▪ Provas: escrita, oral e prática; ▪ Seminários (em grupo ou individual); ▪ Resumos ou resenhas de livros; ▪ Exercícios em aula, questionários, atividades de minuto (feitas em determinados momentos da aula); Instrumentos avaliativos II - diversidades ▪ Caderno e outros materiais dos alunos; ▪ Portifólio (conjunto ou coleção de trabalhos ligados diretamente ao que o aluno está aprendendo/desenvolvendo); ▪ Pautas ou registros de observação; ▪ Auto avaliação (com critérios sugeridos pelo professor ou livres); ▪ Participação ou frequência às aulas;Pautas de observação▪ Instrumentos que organizam as informações que o professor obtém durante o processo de ensino e aprendizagem (por exemplo uma avaliação diagnóstica); ▪ Instrumentos estruturados, previamente definidos ou originados de observação direta (definir o que será observado e avaliado); ▪ Permitem a objetivação da avaliação em processo (essas pautas mostram a intenção do professor em relação às informações que pretende coletar); Exemplo de uma pauta de observação: Segue as instruções do professor Chega preparado para aula com seu material Presta atenção na aula Respeita regras coletivas Assume responsabilidades Cumpre as atividades em sala de aula Faz as lições de casa Respeita os colegas Chega no horário Usa bem o tempo da aula Observação (pontual do professor) Tipos de instrumentos de avaliação Portifólio ▪ Diferentes tipos de documentos que proporcionam evidências de um crescimento e progresso na aprendizagem, fazendo referência aos esforços realizados para alcançar os objetivos propostos; ▪ Composto de: anotações pessoais, experiências de aula, trabalhos pontuais, representações visuais, etc; Provas ▪ Instrumento para coleta de informações sobre conhecimentos e habilidades dos alunos; ▪ Precisa ser interpretada e não meramente corrigida; ▪ A reflexão sobre o resultado obtido permite ao professor reavaliar seu trabalho; Muito criticada, pois há um mal uso ou má interpretação através de sua aplicação, segundo diversos teóricos. Clareza e itens de uma prova ▪ Questões de múltipla escolha: difícil de construir. Vantagem: correção rápida e objetivação da análise e interpretações; ▪ Questões discursivas: perguntas, proposição de um problema ou de um caso para análise (sobre as quais os alunos devem discorrer e apresentar argumentos com base no que foi aprendido na unidade de ensino). Sua correção é mais demorada e sua análise e interpretação requer a construção de um critério objetivo de correção; Indicações para o preparo de uma prova ▪ Clareza do objetivo de cada pergunta, ou seja, deve ter uma intencionalidade; ▪ Manter coerência com os conteúdos e estratégias utilizadas durante as aulas (nada de "pegadinhas", pois não é adequado); ▪ Adequação das questões ao nível dos alunos; ▪ Distribuição entre fáceis, médias e difíceis; ▪ Contextualizar as questões ou apresenta las de forma a provocar o raciocínio (não cobrando assim apenas a "memorização" do conteúdo aprendido); ▪ Planejar a prova com antecedência: reler as questões, refaze las e depura las; ▪ Atenção ao tamanho da prova, aos detalhes e com a linguagem; ▪ Evitar perguntas genéricas como "comente, de sua opinião", dificultam a correção, pois propiciam todo tipo de resposta (como o exemplo da charge acima citada); Para além da nota: análise dos resultados ▪ O que o aluno não está aprendendo ou eu como professor não estou tendo sucesso em faze lo aprender? ▪ Os objetivos propostos (para a unidade avaliada) foram efetivamente atingidos? Os alunos estão próximos ou distantes de alcança los? ▪ Os materiais didáticos utilizados contribuíram para a obtenção de resultados? Ampliando a discussão (como aluno) Faça uma lista de instrumentos de avaliação pelos quais seus professores na educação básica lhe avaliaram. A partir do exposto na vídeo aula, responda: 1) Como você analisa as práticas avaliativas de seus professores? Eram avaliações diagnósticas pelo fato de que eram aplicadas medidas para que houvesse uma revisãodo conteúdo proposto, como também uma recuperação; 2) Que abordagens avaliativas predominaram na sua experiência enquanto aluno avaliado? Ditados, Atividades para nota, nota de caderno, chamada oral de tabuadas; 3) É possível notar alguma ênfase em um instrumento específico? Sim. Avaliações mensais e bimestrais; Aplicando conhecimentos (como professor) Imagine uma unidade didática que você trabalhou com seus alunos e descreva os temas e objetivos que você teve com esse trabalho. Feito isso, pense em como avaliar essa unidade didática: 1) Quais serão os instrumentos utilizados? Resenha do trabalho proposto, questões relacionadas a resenha elaborada (prática de interpretação de texto); 2) Você utilizará avaliações individuais, coletivas ou ambas? Avaliação individual e coletiva. Individual para as questões e coletiva para as resenhas; 3) Registre pelo menos uma atividade avaliativa que proporia para seus alunos, justificando o porquê dessa proposta com base nos textos lidos. A resposta de questões retiradas da própria resenha, para que eu possa avaliar até que ponto entenderam o trabalho proposto e aplicado, como também a prática de interpretar textos simples; Processo de avaliação: critérios Critérios e suas definições ▪ "princípio utilizado para julgar, apreciar, comparar" (Pacheco, 2002, p. 58); ▪ "característica ou propriedade de um objeto que permite atribuir lhe um juízo de valor" (Hadji, 1994, p. 186); Tipos de avaliação Avaliação normativa ▪ Onde o desempenho de cada aluno é comparado com o desempenho médio do grupo do qual faz parte; ▪ Propósitos: classificar, comparar; ▪ Finalidades: atribuir níveis, notas numa classificação ordenada; ▪ Utilização das informações: indicar quem necessita de medidas de apoio (recuperação) para atingir o sucesso (quando está a baixo da média); ▪ Implicações para o aluno: classificação, competição; Avaliação criteriada (considerada mais justa) ▪ Onde o desempenho do aluno é analisado tendo como norte os objetivos da aprendizagem; ▪ Propósitos: avaliar as aprendizagens de cada aluno; ▪ Finalidades: permitir a atribuição a cada aluno de níveis que traduzam o domínio dos objetivos; ▪ Utilização das informações: identificar pontos fortes e dificuldades de cada aluno, potencializando as medidas de apoio; ▪ Implicações para o aluno: progressão possível de todos os alunos, comparação do aluno consigo próprio;Critério de realização e de êxitoSegundo Charles Hadji, sempre deve se partilhar os resultados obtidos em uma avaliação com os alunos, são dois critérios: Realização ▪ Definem os diferentes procedimentos para efetuar a tarefa proposta; ▪ Indica se que sejam acordados com os alunos; Êxito ▪ São indicadores de sucesso que esclarecem, para cada critério avaliativo, os níveis de exigência que indicam quando as aprendizagens estão satisfatórias ou não; ▪ Indica se que acordados com a equipe escolar;Em ambos os casos de avaliação, é preciso que haja clareza para que os alunos saibam o que, porque e para que estão sendo avaliados. Comunicação dos resultados ▪ Pouco uso da prática de devolutiva aos alunos; ▪ Formas de divulgação para os alunos e para as famílias; 7. Três projetos como exemplo Capítulo V Três projetos de trabalho como exemplos, não como pauta a seguir Há várias opções de adaptação dos conteúdos educativos. Por exemplo: - partir de temas que destacam e apresentam propostas de atividades; -planejar a trajetória por tema, uma histórica com vários finais; -apresentar a própria experiência de forma geral: avaliando, comparando, para enfocar e ordenar o resultado. Antes, iremos tornar explicitas as concepções que se inter relacionam por aprendizagens de produção ativa dos conhecimentos sociais e a bagagem do aprendiz. O ensino é uma atividade de objetivos que facilitam o dialético das estruturas do conhecimento e a subjetividade/individual. A ordenação dos conteúdos é a definição da atuação que modificam a interação dialética da classe. Capítulo VI As informações nos servem para aprender e nos provocar novas interrogações O mais relevante deste projeto é mostrar o desenvolvimento da criança, do interesse e a observação de como elas enfrentam o problema dentro de aprendizagem. Quando o assunto foi interessante envolve todo o grupo. Assunto que se pode levar por meio de pesquisa, curiosidades, jornais, etc. a família deve-se envolver nesse coleta de informações abrindo assim a reflexão fazendo a histórica tomar outro rumos em geral. A criança segue um fio condutor (diálogo) envolvendo toda a classe. Afinal o trabalho fará ter uma ideia chave a ser desenvolvida. Capítulo VII Eu aprendi o que queria dizer um "símbolo" Envolve pó projeto El Greco que é a visita a uma exposição de obras, onde se discute sobre o autor, da obra o contexto de vida, fazendo surgir questões em relação ao autor a sua obra, a composição delas, a época, a sociedade, o século, etc. Quando a exposição houve um questionamento entre alunos e monitores num jogo de perguntas e respostas gerando o significado dos símbolos. A primeira noção de símbolos é a transferência e o reforçamento da aprendizagem. E através da auto reflexão reconstrói e rememorizam e incorporam os elementos. Capítulo VIII Ter saúde é viver de acordo com nós mesmos O objetivo do professor é levar o aluno a aprender a elaborar o caminho e a porta-fólio é o meio que reflete na trajetória valorizando a diversidade. Sempre partir de um tema chave para se desenvolver a pesquisa levando a indagar as diferentes opiniões e relacioná-las as mudanças e chegar a seu objetivo, e o aluno conscientizar e interpretar as informações recebidas. A conexão com os conteúdos do currículo escolar é a tarefa com o qual o professor finaliza sua participação no projeto. A noção de globalização - a ideia de "aprender a estabelecer e interpretar relações e superar limites das disciplinas escolares" é um convite a não divisão de conhecimentos e o aprender constante dos docentes e um esforço dos alunos sem aprender globalizar sem confundir a ideia de totalidade, além de ter vinculado a economia tem como pensamento a visão do mundo. O ensino globalizado não deve ser confundido com educação que promove valores econômicos e aceita a supremacia do mercado sobre os cidadãos.
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