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Saúde da Criança e da Mulher Medicina Anhembi Morumbi 1 Diarreia e Constipação na Pediatria ➔ DIARREIA A criança é considerada com diarreia quando há aumento no número de vezes por dia em que evacua, as quais apresentam consistência amolecida ou liquida. Destaque-se que diarreia é um sintoma que pode ser causado por várias doenças diferentes. • CAUSAS As causas de diarreia na criança são inúmeras. As principais são: 1)Infecciosa bacterianas: Salmonella, Shigella, Campylobacter, Yersinia, Escherichia coli; 2) Infecciosas virais: Rotavírus, Norovírus, Adenovírus; 3) Infecciosas por protozoários: ameba, Giárdia lamblia, Cryptosporidium; 4) Dietéticas: sorbitol, glutamato monossódico, frutose, intolerâncias alimentares (à lactose, sacarose, feijão, frutas, pimenta etc.; 5) Medicações: antibióticos, laxativos; 6) Alérgicas: alergia à proteína do leite de vaca, da soja ou de outros alimentos; 7) Funcionais: diarreia funcional do lactente e pré-escolar, síndrome do intestino irritável: 8) Inflamatórias autoimunes: doença de Crohn, colite ulcerativa: 9) Outras: doença celíaca, fibrose cística (mucoviscidose), enteropatia ambiental, intoxicação por metais pesados, doenças genéticas raras. • TIPOS DE DIARREIA As diarreias podem ser divididas em 2 tipos: Diarreia Aguda (duração menor que 14 dias), e Diarreia Crônica (duração maior que 14 dias). DIARREIA AGUDA: geralmente é de causa infecciosa (gastroenterite aguda), apresentando maior risco de causar desidratação, situação perigosa, que sempre exige atendimento de emergência. É comum cursar com vômitos e febre. A Saúde da Criança e da Mulher Medicina Anhembi Morumbi 2 grande perda de líquido nas fezes e os vômitos frequentemente provocam a desidratação, que é a principal complicação. A diarreia aguda geralmente é causada por infecções: 74% delas causadas por vírus; 20% por bactérias; 6% por parasitas intestinais. DIARREIA CRÔNICA: pode ter diferentes causas, e quando provoca má absorção intestinal, as consequências temidas são desnutrição, parada de crescimento, anemia e outras deficiências. A causa mais frequente de diarreia crônica é a diarreia funcional do lactente, que felizmente não provoca desidratação, nem desnutrição e, em geral, desaparece perto dos dois anos de vida. • CUIDADOS É fundamental prevenir e reconhecer os sinais típicos de desidratação: ausência de lagrimas, olhos fundos, pouca saliva (boca e língua secas), pele com aspecto murcho, diminuição do volume de urina, respiração mais acelerada e curta, extremidades frias e pulso fraco. • TRATAMENTO Os principais objetivos dos tratamentos são a prevenção da desidratação e desnutrição. Isto é conseguido com a oferta correta do soro de reidratação oral e a alimentação adequada, alguns casos necessitam de hidratação venosa. • PREVENÇÃO De forma geral, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por meio do seu Departamento Científico de Gastroenterologia Pediátrica, recomenda as seguintes medidas: 1)Estimular a adesão da mãe e da criança ao aleitamento materno; 2) Manter a alimentação habitual; 3) Oferecer volumes pequenos de alimentos em intervalos curtos; 4) Evitar contato com pessoas com diarreia infecciosa; 5) Assegurar condições de higiene adequada; 6) Manter a criança hidratada. 7) Garantir acesso à vacina Rotavírus. Saúde da Criança e da Mulher Medicina Anhembi Morumbi 3 ➔ CONSTIPAÇÃO A constipação intestinal crônica é tida como um transtorno funcional, ou seja, não há uma doença orgânica detectável. Em muitos casos, tem início no primeiro ano de vida, ainda antes da fase de treinamento evacuatório e retirada das fraldas. A constipação intestinal compreende evacuações em frequência menor do que três vezes por semana, percebendo -se o aumento da consistência das fezes, que se tornam ressecadas e duras. Há casos em que a criança evacua diariamente de forma incompleta, fezes muito ressecadas, em cibalos (“bolinhas duras” como fezes de cabrito), com muito esforço e dor, que são igualmente classificados como constipação intestinal. Algumas crianças permanecem muitos dias sem evacuar e eliminam fezes extremamente volumosas e calibrosas denominadas fecalomas, que, por vezes, determinam entupimento do vaso sanitário. • TRATAMENTO Quando se detecta a constipação em fase inicial, deve-se procurar um pediatra para que algumas medidas sejam implementadas. Quanto mais se retarda o início do tratamento da constipação, maior é o tempo necessário para restituir um hábito intestinal normal. O aleitamento natural nos primeiros meses exerce papel preventivo quanto a ocorrência de constipação intestinal. Também se orienta para crianças pequenas a ingestão de fórmula láctea ou leite de vaca em quantidade limitada as necessidades diárias, evitando-se o excesso de mamadeiras, incluindo também na dieta uma alimentação com maior teor de fibras, o que inclui frutas, grãos, leguminosas, hortaliças e cereais. Deve-se evitar a ingestão de sucos coados, refrigerantes, produtos com altos teores de açucares e baixo teor de fibras. Em crianças que já adquiriram o controle esfincteriano, deve-se estimular a evacuação 1-2 vezes ao dia, após alguma refeição. O uso de medicamentos deve ser analisado a cada caso, podendo ser necessário a utilização de laxantes com o objetivo de tornar as fezes mais macias e volumosas, produzindo estimulo adicional para a evacuação.
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