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Liderança e desenvolvimento gerencial - UVB Faculdade On-line UVB22 Aula 03 Teorias de Liderança: Teorias Contingenciais I Objetivos da aula: Conhecer as Teorias de Liderança Compreender como são construídas as teorias Relacionar as teorias Contigênciais entre si e com as teorias anteriormente vistas. Introdução Dando continuidade a aula passada, apresentaremos as Teorias de Liderança que inserem os fatores situacionais no contexto de relação entre o líder e seus liderados. Estas teorias foram agrupadas sob o nome de Teorias Contingências, sendo que as mais importantes se denominam: Modelo de Fiedler Teoria Situacional de Hersey e Blanchard Teoria Troca Líder-Membro Teoria Caminho-Objetivo Nesta aula estaremos estudando as duas primeiras. Reservando as duas ultimas para a próxima aula. As teorias que veremos nesta aula são muito importantes porque elas corrigem um dos erros que destacamos nas outras teorias durante a aula passada. As Teorias Contingênciais dão espaço para os fatores Liderança e desenvolvimento gerencial - UVB Faculdade On-line UVB23 situacionais, permitindo assim uma análise muito mais aprofundada do tema, como veremos adiante. Você consegue imaginar Bill Gates, presidente da Microsoft, como presidente do BankBoston? E o Parreira, técnico da Seleção Brasileira de Futebol, como Presidente da rede de supermercados Pão de Açúcar? Silvio Santos como Ministro da Economia? Todos os nomes mencionados aqui são reconhecidos como grandes lideres que tiveram muito sucesso e são muito apreciados dentro de suas organizações. Ocorre que nem sempre uma formula que funciona em determinada situação (seleção brasileira de futebol) funcionará em outra (presidência do Pão de Açúcar). Essa percepção deu origem as Teorias Contingênciais, que buscam identificar como os fatores situacionais influenciam a liderança. Entre estes fatores podemos citar: grau de estrutura da tarefa, relações líder membro, poder da posição do líder, a clareza dos papéis dos subordinados, as normas do grupo, a disponibilidade de informação, a aceitação pelos subordinados das decisões do líder e a maturidade dos subordinados. Algumas abordagens tiveram maior sucesso ao isolar certas variáveis situacionais chaves. São estas abordagens que estaremos estudando hoje. Comecemos então nossa viagem pelas inúmeras teorias contingenciais. Liderança e desenvolvimento gerencial - UVB Faculdade On-line UVB24 Modelo de Fiedler O Modelo de Fiedler propõe que: O desempenho eficaz do grupo depende da combinação apropriada entre o estilo de interagir do líder com seus subordinados e o grau em que a situação dá controle e influência ao líder. Fiedler dividiu seu modelo em 3 etapas: Identificando o modelo de liderança: através de um questionário denominado CMTP (Companheiro de Trabalho Menos Preferido, tradução do inglês LPC – Least Prefered Coworker) e composto por 16 adjetivos contrastantes (ex: agradável-desagradavél, eficiente-ineficiente, aberto- fechado) o autor identificava qual o tipo de liderança básico da pessoa. Esta etapa está baseada na suposição do autor de que o estilo de liderança de cada pessoa é único. Definindo a situação: de acordo com o autor três fatores situacionais chave determinam a eficácia da liderança: i.Relações líder-membro: o grau de segurança, confiança e respeito que os subordinados têm por seu líder; ii.Estrutura da tarefa: o grau de procedimentos que as missões de trabalho têm (isto é, estruturadas ou desestruturadas); e iii.Poder da posição: o grau de influencia que o líder tem sobre as variáveis de poder como contratações, demissões, atos disciplinadores, promoções e aumentos de salário. Liderança e desenvolvimento gerencial - UVB Faculdade On-line UVB25 Cada uma destas variáveis recebe uma avaliação (boa/má, alto/baixo e forte/fraco respectivamente). São então geradas 8 combinações com as diferentes variáveis e as diferentes avaliações. Combinando os lideres com a situação: nesta etapa combinam-se os estilos de liderança (etapa 1) com a situação em que o líder se encontra (etapa 2). Pesquisas realizadas identificaram os lideres orientado para a tarefa como tendo um melhor desempenho em situações muito favoráveis ou muito desfavoráveis. Lideres orientado para relacionamentos se saiam melhor em situações moderadamente favoráveis. Após estes passos surge a representação gráfica do modelo de Fiedler (Robbins, 2000, p. 385): Fiedler estudou mais de 1.200 grupos. Comparou estilos de liderança orientados para as pessoas com aqueles voltados para as tarefas em cada uma das oito categorias situacionais e concluiu que os líderes orientados para as tarefas tendem a desempenhar papel melhor do que aqueles voltados para as pessoas em situações que lhes sejam muito favoráveis ou muito desfavoráveis. Desta forma, Fiedler previa que, quando diante das categorias situacionais I, II, III, VII ou VIII, os líderes orientados para as tarefas teriam um desempenho melhor. Porém, os lideres orientados para as pessoas Orientada para as tarefas Orientada para as pessoas Bom Deficiente Favorável Desfavorável Moderado Categoria I II III IV V VI VII VIII Relações Líder- Membro Boas Boas Boas Boas Deficientes Deficientes Deficientes Deficientes Estrutura da Tarefa Alta Alta Baixa Fraca Alta Alta Baixa Baixa Poder da posição Forte Fraca Forte Fraca Forte Fraca Forte Fraca Liderança e desenvolvimento gerencial - UVB Faculdade On-line UVB26 desempenhariam papel melhor nas situações moderadamente favoráveis – categorias IV a VI. Considerando a premissa de Fiedler de que as pessoas têm um estilo de liderança fixo as opções estratégicas da empresa neste tópico estariam resumidas a mudar os lideres de área e a mudar as variáveis da situação (dando mais poder ao líder, por exemplo). Teoria Situacional de Hersey e Blanchard Este foi um dos modelos de liderança com maior popularidade entre as maiores empresas americanas. Cerca de 500 empresa da Fortune utilizaram este modelo de desenvolvimento gerencial, entre elas Caterpillar, IBM, BankAmerica, Xérox e empresas militares. Esta é uma teoria que está concentrada nos seguidores, caracterizando uma mudança de foco em relação ao enfoque anterior. Segundo os autores, liderança de sucesso é alcançada ao selecionar-se o estilo de liderança correto, o que seria contingencial ao nível de presteza dos seguidores (extensão em que as pessoas têm a capacidade e a disposição de realizar uma tarefa especifica). A Liderança Situacional utiliza as mesmas dimensões que Fiedler utilizou (comportamento de tarefas e relacionamentos). No entanto, Hersey e Blanchard inovam considerando as dimensões como altas ou baixas e combinando-as com quatro componentes específicos do líder: Narrar (tarefa alta – relacionamento baixo): o líder define papeis e diz as pessoas o quê, como, quando e onde fazer várias tarefas. Dá ênfase ao comportamento diretivo. Vender (tarefa alta – relacionamento alto): o líder fornece tanto comportamento diretivo quanto comportamento de apoio. Liderança e desenvolvimento gerencial - UVB Faculdade On-line UVB27 Participar (tarefa alta – relacionamento alto): o líder e o seguidor partilham da tomada de decisão, e o papel principal do líder é o de facilitar e comunicar. Delegar (tarefa baixa – relacionamento baixo): o líder fornece pouca direção ou apoio. A estes componentes os autores agregaram diferentes estágios da “presteza” do seguidor: P1: As pessoas são incapazes e estão sem vontade ou inseguras demais para assumirem a responsabilidade de fazer algo. Elas não são competentes nem seguras. P2: As pessoas são incapazes mas querem fazeras tarefas de trabalho necessárias. Elas estão motivadas mas atualmente não possuem as habilidades apropriadas. P3: As pessoas são capazes mas não querem ou são ansiosas demais para fazer o que o líder quer. P4: As pessoas são capazes e estão com vontade de fazer o que é pedido a elas. Delegação Participação “Venda” Comando / Narrar E4 E3 E2 E1 Pouco relacionamento, pouca tarefa Muita tarefa, pouco relacionamento Pouco Muito Comportamento Orientado para a Tarefa ALTO MODERADO BAIXO M4 M3 M2 M1 Maduro M uito P ouco C om portam ento O rientado para R elacionam ento Liderança e desenvolvimento gerencial - UVB Faculdade On-line UVB28 De acordo com Maximiano (2000) um dos pontos fortes na teoria de Hersey e Blanchard é o reconhecimento da competência e motivação como elementos importantes do processo de liderança e o reconhecimento de que a maturidade é dinâmica. Um problema dessa proposição está na idéia de que as pessoas imaturas devem ser tratadas com o “uso forte” da autoridade. É possível que as pessoas imaturas tratadas autoritariamente permaneçam imaturas, e não cheguem a se desenvolver. Outras críticas ao modelo são as seguintes: Não é possível medir confiável e sistematicamente a maturidade das pessoas. A divisão do estilo de liderança em quatro categorias é excessivamente simples. As recomendações de Hersey e Blanchard sobre como líder com os diferentes níveis de maturidade não tem amparo metodológico. O questionário usado para diagnosticar o estilo de liderança não tem suficiente validade. Robbins (1999, p225) agrega dizendo que “em resultado, devemos ser cuidadosos com qualquer aval entusiasmado”. Ele afirma isso baseado nas poucas evidências cientificas para apoiar este modelo de liderança situacional. De qualquer forma não devemos descartar as vantagens do modelo somente em função das criticas recebidas, afinal de contas nem todas as teorias são confirmadas assim que são desenvolvidas. Muitas vezes é necessário tempo para que sejam desenvolvidas pesquisas que validem uma teoria, isso faz parte do processo de desenvolvimento cientifico em qualquer área. Liderança e desenvolvimento gerencial - UVB Faculdade On-line UVB29 Nesta aula abordamos duas das primeiras teorias contingenciais que estudaremos neste curso. Ainda resta mais para a próxima aula. Como pode ser visto na aula de hoje as teorias vão sendo construídas a partir das teorias anteriores. Ao final da próxima aula teremos uma visão mais completa do todo. Bibliografia Robbins, Stephen P. Administração: Mudanças e Perspectivas. Editora Saraiva, 2000. Robbins, S.P. Comportamento Organizacional. Editora LTC, 1999. Maximiano, Antonio C. A. Introdução à Administração. Editora Atlas, 6ª Edição, 2004.
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