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RAIOS - EDIÇÃO 2021

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Olá Amigos, 
Segue a edição do nosso trabalho Raios de fim de ano. 
BREVE EXPLICAÇÃO: 
O Raios é um trabalho que surgiu há pouco tempo, que me 
lembre 2018. Ele é organizado por alguém que monta um 
Grupo especifico para isto. Sempre foi para algum TJ. É 
geralmente bem próximo ao certame, pois é uma revisão 
para aquele concurso. Consiste em um conjunto de dicas 
jurídicas montadas por vários concurseiros. É inspirado no 
chamado Brainstorming (tempestade de ideias). Isto 
significa, aqui em nosso “juridiquês”, reunir o máximo de informações 
possíveis num curto espaço de tempo. Para tal, forma-se um Grupo 
temporário onde são convidados amigos de amigos ou de pequenos grupos de 
estudo, a fim de manter a qualidade do trabalho. O “evento” este ano ocorreu dia 19 
de dezembro, no intervalo das 19h as 20.10h. Ao final começa o trabalho interno 
para elaborar esta linda Edição. 
A Edição Raios Retrospectiva 2020 deu muito certo, foi quando surgiu a ideia de fazer 
um Compilado mais aprimorado para que as dicas não se perdessem, o que já vinha 
sendo feito para alguns concursos de Magistratura em outros Raios. É um trabalho 
que reúne concurseiros solidários, seja na sua montagem, na divulgação, na sua 
edição e é claro seja quem colabora com as dicas. E por isto resolvemos repetir agora 
no final de 2021. Como tenho a sorte de conhecer pessoas maravilhosas, que ajudam 
pelo simples fato de ajudar (pessoas de índole mais altruísta), isso oportuniza a 
realização deste lindo Projeto Raios de fim de ano. Sem se esquecer que todos 
estamos sempre aprendendo conteúdos e evoluindo como seres humanos quando 
realizamos determinados trabalhos de índole coletiva. 
Formamos aqui um ótimo Arquivo de Revisão, numa leitura leve, contando com a 
maior parte escrita e também várias imagens. A Edição/Sumário tomou por base o 
Concurso da Magistratura, inovando com a introdução de Humanística. Serve, claro, 
para outros concursos, especialmente Ministério Público, pois muitos participantes 
estudam para esta carreira e até mesmo alguns Depoimentos são de membros da 
Instituição (mas claro que serve para outras também). 
 
 
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O Arquivo pode ser compartilhado abertamente, em grupos, drives públicos, amigos, 
enfim...Especialmente informo alguns DRIVES PÚBLICOS onde este trabalho 
poderá ser encontrado: a maravilhosa Carol @conquistandoatoga com um drive 
jurídico de enorme utilidade para o universo concurseiro. A famosa Renata 
@emsconcurseira com seu serviço de S.O.S a concurseiros. Também os amigos 
Tadeu @brocandoasbancas, João Felipe @cadernomagis e Moyses 
@partiuconcurseiro. Além dos pop stars, ora integrantes dos trabalhos internos: 
@eduardobelisario (o melhor material de lei seca), a Ju @concurdiva e o Yan 
@tecendoatoga. É um trabalho público, diferente de outros realizados em grupo 
que são fechados, portanto, fiquem à vontade. 
 
 
 
 
Deixamos nosso agradecimento a cada um que colaborou para nosso trabalho. 
Porque o espírito do Raios e justo ser feito por vários concurseiros que lançam dicas 
sejam próprias, sejam retiradas de material, livros, professores, instas, enfim... Não há 
como sabermos e nem citar as mais de 200 pessoas do Grupo, até porque nem todos 
efetivamente atuam. Então cada um que teve o seu pequeno trabalho em separar 
uma dica, saibam que sem vocês o trabalho não seria possível. 
A Equipe de trabalho Raios foi 
como no ano passado, irretocável. 
Este ano formamos 11 (onze) 
pessoas. Foram 3 (três) na 
compilação das dicas e imagens, 7 
(sete) na revisão e a cereja do 
bolo: Bruno Alves, que faz a linda 
Edição final de tudo isso, 
revelando seu dom com muita 
solicitude. Integraram a Equipe 
do trabalho deste ano (interno e externo hehe) três pessoas formidáveis: a Danielle, 
a Ju Concurdiva e o Euclides. 
Por fim, agradeço a quem dedicou seu tempo elaborando nossos lindos 
Depoimentos. São pessoas todas muito especiais e registro o quanto de carinho e 
preocupação que eles tiveram para fazer. Sem falar que com a correria de fim de ano 
resolvi inserir os depoimentos já bem perto do dia do evento e alguns estavam até 
 
 
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de plantão. Acredito dar um toque especial no nosso trabalho, ver pessoas que ontem 
estavam juntos ali na caminhada (muitas vezes no dia a dia em grupos de estudos) e 
hoje membros do Poder. Sabemos o quanto as palavras de cada um inspiram a todos, 
às vezes se amoldando a como uma luva para cada pessoa seja por que motivo for. 
FORÇA, FÉ E UMA CAMINHADA DE PAZ A TODOS. 
BONS ESTUDOS 
Rio de Janeiro-RJ, 10 de janeiro de 2022 
BEATRIZ BARROS (e Equipe Raios) 
 
 
 
 
 
COORDENAÇÃO COMPILAÇÃO DESIGNER 
 Beatriz Barros Danielle Zische Bruno Alves 
Euclides Sampaio 
Juliana Brancalhão 
 
 
 
REVISÃO 
Beatriz Barros 
Daiane Medino 
Eduardo Belisario 
Jessica Fernandes 
Tatiane Levandowski 
Tiago de Carvalho 
Yan Walter 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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rimeiramente, gostaria de me apresentar, eu me chamo Fabrício Miranda Mereb. Assumi 
o cargo de Promotor de Justiça de Mato Grosso em 26/02/2021, e, também, fui aprovado 
no concurso de Delegado de Polícia de Mato Grosso, nomeado em 17/12/2021, porém 
decidi seguir a carreira ministerial. 
Talvez quando se olha para um aprovado, enxerga-se um oceano de vitórias, mas infelizmente 
não é a verdade! É um caminho repleto de derrotas, frustrações e um terrível sentimento que a 
posse nunca irá chegar. Igualmente, há o sentimento de como se enxergaria em 10 anos sabendo 
que o projeto falhou. Mas se acalme! A vitória sempre está bem ali na praia, só precisamos nadar 
mais um pouquinho. Ela é bem mais concreta do que imaginamos. 
Para fazer a travessia desse oceano, cheio de tempestades, eu me apeguei nas mãos de Deus e 
pedi para Ele me guiar. Em determinados momentos pensei estar à deriva, e em algumas ocasiões 
eu estava mesmo, porque ousei duvidar do projeto de Deus. 
Principalmente, quando passava estudando meses para uma prova, chegando à biblioteca às 8:00 
horas da manhã, fazendo um almoço de 1 hora, trabalhando mais umas 3 horas (advogava e 
ajudava minha mãe a vender roupas), logo voltava à biblioteca, de onde eu só saia às 22 horas da 
noite, para chegar na prova, e ficar por uma questão de algo que eu sabia (sinto em lhes dizer, 
mas acontecia com uma frequência maior do que esperava). 
Entretanto, aprendi nessa caminhada que o nosso erro é achar que nossas derrotas são derrotas. 
Mas não! Tudo depende de como as enxergamos, porque as minhas foram bênçãos, seja para me 
preparar melhor para o cargo que eu exerço hoje, seja para ter vivido tudo o que eu vivi. 
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Da mesma maneira, achar que todas as bênçãos recebidas são bênçãos, é um erro enorme. É 
recorrente nas carreiras jurídicas a perda da saúde mental, seja pelo excesso de serviço, seja pela 
falta de vocação ou mesmo, porque a bênção chegou em um momento que não se estava 
preparado para a responsabilidade que viria, negligenciou a caminhada e os outros pilares de 
sustentação da vida. 
Portanto, sou grato por cada minuto como concurseiro, como eu era feliz e não me dava conta 
disso. Um conselho? Aprender a amar a caminhada faz toda a diferença, valorize o seu 
processo! Os amigos de biblioteca que fiz, as trocas de experiências, as viagens, as aflições e, 
principalmente, a gratidão que eu tenho por ter tido oportunidade de ficar próximo da minha 
família, dado força para minha mãe (pessoa a quem devo o mundo inteiro) que ficou viúva do 
meu pai no mesmo mês em que colei grau na faculdade (dezembro de 2013), tornou-me ser 
quem sou hoje! Portanto: seja grato pelo agora, por mais difícil que esteja! 
Outro presente que os estudos me deramé minha esposa, conheci na biblioteca. Entre idas e 
vindas, ela me acompanhou em todo esse final de trajetória e em abril de 2021, nos casamos. 
Tenho certeza que se tivesse sido aprovado em outro concurso, eu não seria completo, 
sentimentalmente, como eu sou hoje. 
Por fim, essa rotina durou de maio de 2014 até outubro de 2020, sem que eu tirasse 1 mês de 
férias ou recesso: desistir nunca foi uma opção! Deus sempre me guiou, e hoje sou grato a cada 
um desses anos que eu “falhei”, inclusive, naquelas derrotas que eu não merecia. Tudo era plano 
de Deus, e o plano dele sempre foi me colocar, primeiramente, no Mato Grosso, por mais que eu 
insistisse em outras opções. 
Eu sou apaixonado pelo ministério público, amo ajudar as pessoas, atendê-las de uma forma 
humana, e transformar a vida das pessoas que estão a minha volta. Este perfil ativo, transformador 
da realidade, deixa-me eufórico. 
Hoje, na minha comarca, eu sou um facilitador de diálogos, muitas vezes, as pessoas chegam 
cheias de feridas, mas tudo o que elas querem é serem enxergadas e ouvidas. O promotor de 
justiça tem uma função primordial de criar pontes entre pessoas e poderes públicos para que 
cheguem na melhor solução possível. 
O sucesso profissional está naqueles que possuem um coração cheio de humildade e amor, os 
quais buscam, com muito sacrifício espalhar o amor e justiça pelo mundo, sem protagonismo. 
Então, não escolha a carreira pelo melhor estado, a que remunere melhor ou mesmo te dê um 
status, escolha aquela que irá te completar, a qual acordará feliz todos os dias para fazer um 
mundo melhor. 
E vale a pena? Muito!!! Cada segundo a mais que me dediquei, quando pensei que não dava mais. 
Cada minuto que chorei, porque pensava estar vendo minha vida passar na minha frente, onde 
eu só via paredes, pdfs e questões. Cada crise existencial, já cheguei a parar 15 dias para estudar 
para o vestibular de medicina, porque não aguentava essa incerteza do concurso (que só existe 
na nossa cabeça). 
Em resumo: eu amo o que eu faço, é isso o que faz a diferença. Talvez se tivesse entrado em outra 
carreira que não fosse o meu perfil, estaria frustrado e triste. Então, se pergunte o que te atrai em 
 
 
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determinada profissão. Se a resposta for, apenas, dinheiro, é melhor repensar os seus projetos. A 
vida é muita curta para passarmos 2/3 dela dormindo e fazendo o que não gostamos. 
Igualmente, se a carreira tirar sua humildade, peça exoneração e vá fazer qualquer outra coisa! A 
vida, também, é muito curta para viver em ilusão. O que eu mais agradeço é que eu continuo 
sendo o Fabrício com o mesmo jeito moleque e tímido. Às vezes querem falar com o promotor 
de justiça e eu levo um susto: “uai, o promotor de justiça sou eu” kkk. Somos, somente, mais uma 
formiguinha tentando contribuir para o que lugar que vivemos seja melhor, mais justo e 
igualitário. A servidora que efetua a higienização da promotoria tem o mesmo valor (até mais) 
que o promotor de justiça. 
A função aqui na Terra é amar e servir o próximo, se a cada vez que alguém fosse tomar uma 
decisão, fizesse o questionamento: “estou amando e servindo o meu próximo? A minha decisão 
reflete o amor de Cristo?” com certeza teríamos um mundo bem melhor. 
Crer em Jesus é amar o próximo: “Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. 
Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque 
Deus é amor.” 1 João 4:7-8 
Essa convicção sempre foi meu catalisador nos estudos, quanto mais eu me frustrava, mais forte 
eu voltava. Deus nunca nos abandona. Ele só faz as coisas acontecerem no lugar certo. 
Você pode ser, facilmente, aprovado sem Deus, sem entregar para ele. Pode até ser feliz 
profissionalmente sem Deus, construir uma família feliz, porque o sol nasce para todos e Deus 
nos ama igualmente. Mas nunca se terá a certeza que estará vivendo aquilo que foi preparado e 
era o melhor para você. Cada decisão muda todo o futuro, não penso duas vezes em entregar 
para aquele que nos ama infinitamente, mesmo com todos os nossos erros, porque ele sabe de 
todas as coisas e tem o melhor sempre. 
Hoje sei que era ali meu lugar, naquele tempo. Sou grato a todo momento pelo cuidado que Deus 
teve comigo em toda a caminhada, me deu força quando eu não tive, me guiou quando eu não 
enxergava e me mostrou que, após ter entregado meu futuro para ele, eu só precisava ter feito a 
minha parte, me esforçado muito, porque de todo o reste ele cuidava. E aquilo que vem de Deus, 
ninguém tira. 
Então, faça os seus próprios resumos (lutei muito contra isso e me arrependo muito, mudou meu 
nível de estudos), questões, tenha rotina de estudos, curta essa caminhada, aproveite sua família, 
seus amigos, tenha horário de dormir e acordar. Faça amigos concurseiros, eles serão seus 
maiores aliados na aprovação, seja, igualmente, gentil com eles, troque resumos, informações. E, 
principalmente, mantenha os outros três pilares da sua vida sólidos – pilares da família, saúde e 
espiritual – para que o quarto pilar, profissional, possa se solidificar, também. 
 
FABRÍCIO MIRANDA MEREB (@fabriciomereb) 
Promotor de Justiça Substituto 
Posse no MPMT em fevereiro de 2021 – 9º Lugar 
 
 
 
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Olá, colegas! 
e início, adianto que não faz muito tempo que eu fui o sujeito que lia o depoimento 
dos aprovados/empossados em êxtase, e sempre visitado pela pergunta: quando 
será a minha vez? Sabemos que cada trajetória tem seus próprios percalços, mas a 
regra, na grande maioria das vezes, é que o resultado final seja alcançado, a partir da dose 
de persistência necessária. 
E se tem uma coisa que aprendi na vida dos concursos é que não se alcança a vitória sozinho. 
Claro que o dia a dia, trancado no quarto ou na sala de estudo, o esforço é solitário. Cada um 
conhece a própria batalha e entende das próprias dores, mas a caminhada em si é sempre 
compartilhada, seja com a família ou com outros colegas de estudo – dos quais muitos 
acabam se tornando amigos. 
E é aqui que surge a minha relação e, principalmente, a minha gratidão ao grupo Magisaudio. 
Os depoimentos, os conselhos, os materiais, a ajuda na reta final, as dúvidas compartilhadas, 
a maratona das 24h antes da prova oral, a palavra de conforto, o abraço (mesmo que virtual) 
na reprovação e o constante senso coletivo de ajuda formam uma base de apoio tão 
fundamental que fica difícil até adjetivar. 
Dessa simbiose em busca de um objetivo comum, não apenas me tornei magistrado como 
fiz amigos juízes, promotores, delegados e defensores de ponta a ponta do país. Se eu for 
citar nomes, certamente serei injusto esquecendo alguém no meio de tantos. Saibam que 
todos eles foram, no mínimo, necessários! 
Aos que ainda não chegaram lá, peço que tenham serenidade. Mantenham a resiliência 
sempre bem cultivada, tenham atenção com a saúde física e mental, tenham respeito pelo 
tempo e nunca se esqueçam que o aprovado de hoje, algum dia, também acreditou que ele 
não fosse capaz. 
E sabe a tal “síndrome do impostor” (talvez não seja pra mim, não sei como cheguei até aqui 
etc.)? Pois bem, não tente fazê-la deixar de existir, apenas não permita te consumir, pois ela 
nos acompanha mesmo depois da posse! Digo isso porque aprendi que duvidar de si é da 
natureza humana, mas não nos impede de nada. 
Se quiser conversar mais, pode me procurar no instagram (@luizpffm). 
Grande abraço! Que o próximo ano seja de vitória, aprovação e posse! Esperamos vocês. 
 
LUIZ PHELIPE 
Juiz de Direito do Estado do Ceará 
(aprovado em 2019, empossado em 2021) 
Aprovado para Juiz de Direito do Estado do Mato Grosso (2021). 
 
 
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Olá Pessoal, 
oi uma grata surpresa ser convidada para escrever na Raios 2021 sobre minha trajetória 
até me tornar promotora de justiça. Afinal já sou velhinha, tendo sido aprovada há 5 
anos, após 8 anos na carreira corporativa.A vantagem é poder compartilhar visões 
sobre a decisão, a preparação e sobre o dia a dia após a posse. 
 
Sempre fui daquelas que procurou “sentido” nas coisas, uma vida com “propósito”, uma 
marca no mundo, algo que transcendesse a satisfação individual e alcançasse o coletivo. 
Influenciada por essa intenção que pulsava em mim encontrei na semântica do termo minha 
escolha profissional: promover justiça. A decisão de qual carreira escolher é algo íntimo e, na 
minha opinião, não deve considerar remuneração, status ou influências externas, senão uma 
investigação profunda do que você deseja para sua vida. O caminho é duro demais para que 
não seja uma escolha exclusivamente sua. 
 
Após decidir, sabia que seria um projeto de médio e longo prazo. Assim, parti da regra 5W2H 
(que aprendi no MBA de Finanças concluído anos antes, pasmem!), segundo a qual projetos 
bem sucedidos se estruturam a partir das respostas a 7 perguntas (todas em inglês): 5W What 
(o que será feito?), Why (por que será feito?), Where (onde será feito?), When (quando será 
feito?) e Who (por quem será feito?), que se complementam com 2H How (como será feito?) 
e How much (quanto vai custar?). 
 
Se vale um conselho, façam essas perguntas e, após honesta reflexão, coloquem as respostas 
no papel, antes de começar a estudar para valer. É preciso disciplina, organização e dedicação 
na vida, e só através do autoconhecimento e do check list frequente dessas respostas é 
possível concretizar planos e/ou reajustar rotas. O importante é fazer sentido para você, ainda 
que o mundo questione. 
 
Não é demais lembrar que imprevistos e infortúnios ocorrem sem pedir nossa permissão. Eu 
mesma perdi meu pai 2 dias antes do edital e contra as probabilidades fui aprovada. Então 
não seja egocêntrico ao considerar que sua vida é mais difícil; que só você tem perrengues; 
que a vida daquele é mais confortável, e por aí vai. Não se compare com ninguém, cada 
conquista é pessoal. Valorize sua história, sinta orgulho de si e tenha certeza que só assim 
aprenderá a lidar com os desafios diários. 
 
E por falar em desafios, logo após a posse percebi que aquele meu ideal de justiça estava 
mais distante do que eu gostaria, entremeado num contexto repleto de burocracias, 
relatórios, processos e audiências. Muitas vezes me peguei fazendo tarefas urgentes e 
necessárias, mas que faziam pouco (ou nenhum) sentido para impactar positivamente na vida 
de alguém ou na coletividade. Faz parte, prepare-se para isso e aproveite a experiência de 
lidar com os percalços da preparação para desenvolver resiliência, característica que 
diferencia os profissionais. 
 
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E, por fim, sua vida é muito maior que uma preparação para concurso. No futuro esses 2, 4 
ou 6 anos serão uma pequena parcela dos seus 70 ou 80 anos. Por isso, exercite o equilíbrio: 
estudo, descanso e diversão, sob pena de sucumbir, adoecendo física e mentalmente, 
deixando de performar e descartando momentos e pessoas que não voltam mais. Lembre-
se: 5W2H, faça tua parte, mas sem pressa ou pressão. Se não desistir, sua hora vai chegar. E 
se desistir, tudo bem também, apenas se lembre de reajustar a rota em rumo ao que te faz 
feliz, sem remorsos ou arrependimentos de suas escolhas, afinal “Nenhum vento sopra a favor 
de quem não sabe para onde ir (Sêneca)”. 
 
Se uma pessoa puder se beneficiar dessas poucas palavras, já valeu a pena. Se precisarem de 
dicas, orientações ou outra ajuda, estou no direct do insta @angelicapjsp. 
 
ANGÉLICA RAMOS DE FRIAS SIGOLLO 
(@angelicapjsp) 
Posse no MPSP em Janeiro de 2016 
Aprovada em 4º lugar (sendo o 1º lugar entre as mulheres) 
 
 
 com grande prazer que aceitei o convite do Yan para falar um pouco da minha trajetória 
e, quem sabe, inspirar de alguma forma os colegas concurseiros que seguem na luta – 
até a posse! 
Para que me conheçam um pouco, devo dizer que cresci em uma família que sempre 
incentivou muito os estudos, de forma que crescemos sabendo que nossa herança era o 
conhecimento que adquiríssemos durante a vida. 
Durante a faculdade de Direito eu já sabia que queria concurso público e os cargos que sentia 
mais afinidade era o Ministério Público Estadual e Magistratura Estadual, por essa razão, 
durante os cinco anos de curso me dediquei a estudar doutrinas mais aprofundadas. Assim, 
eu queria ser concursada, mas sem perfil tradicional de concurseira, nesse período. 
Percebo hoje que foi uma boa estratégia para construir uma base sólida que muito me 
ajudaria no futuro. 
Após formada, fiz Mestrado, que durou dois anos, e nesse tempo me dediquei integralmente 
à minha formação acadêmica, estando afastada dos estudos de concurso. 
Findo o Mestrado, era hora de me dedicar inteiramente ao meu sonho profissional e, nesse 
momento, estava mais voltada para a magistratura estadual. 
Assim, comecei os estudos e a realização das provas, tive reprovações e com elas fui 
aprendendo o que estava faltando para avançar de fase. Por que não consegui o corte? Qual 
matéria me tirou? Que aspecto da disciplina eu estou em falha? 
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Fazendo essas digressões a cada prova, eu fui crescendo e alinhando as arestas a cada nova 
oportunidade. Lembro que estava perto de fazer a primeira fase da prova de juiz do Tribunal 
de Justiça do Ceará e nos treinos estava fazendo poucos pontos em Direito Ambiental. 
Nesse momento eu pensei: “eu quero muito passar nessa prova e não posso chegar no dia 
sem ter feito o meu melhor”. Por isso, faltando algumas semanas para a prova, fiz um estudo 
intenso, na medida que o tempo me permitia, a fim de que estudasse ao menos o principal 
da matéria e pudesse chegar competitiva. No fim das contas, deu certo. 
Lembrem-se, colegas, que todas as matérias são importantes. Não é porque tem apenas três, 
quatro ou cinco questões que devemos ignorar aquele conteúdo. 
Vejo vários amigos concurseiros falando que não gostam da matéria X e Y. Eu, 
particularmente, sempre preferi não internalizar esse tipo de pensamento, afinal a prova está 
lá feita e só me resta “dançar conforme a música”. 
Algo que muito me incentivava era pensar no cargo que eu almejava, na importância social 
dele e a responsabilidade que iria assumir com a posse. Afinal, seria detentora de parte do 
poder do Estado, precisaria estar pronta, na medida do possível, pois lhes garanto que não 
nos sentimos prontos nunca. 
Isso me dava um gás para estudar assuntos que não gostava muito, pois sempre pensava 
que um dia iria me deparar com isso na minha profissão e queria estar apta para dar o meu 
melhor aos jurisdicionados. 
Resumo esse sentimento à linda frase de Santa Teresa D’ávila: “é justo que muito custe o que 
muito vale”. 
Nessa nossa caminhada, tão solitária muitas vezes, é sempre importante termos familiares e 
amigos para nos apoiar. Já vi depoimento de colegas falando da dificuldade de se dedicar 
aos estudos por não terem apoio familiar em casa. 
Não era o meu caso, mas, se for o seu, a dica que dou é se dedicar aos seus sonhos e provar 
a todos que estão errados em não acreditar no seu potencial, para que saibam que o seu 
sonho é sim possível e depende só de você. 
Busque forças em amigos, notadamente aqueles que compartilham do mesmo sonho, pois 
conseguirá ter o suporte que tanto precisa para os momentos difíceis, pois eles virão. 
Precisamos estar sempre prontos para cair, se recompor e, resilientes que somos, “arregaçar 
as mangas” e voltar com todo o gás para o nosso sonho. 
Lembro de derrotas que me deixaram muito abaladas, de vezes em que achava que seria feliz 
no estado “x” e, após a reprovação, me sentia muito triste e com dúvidas sobre a aprovação, 
se estaria pronta, se minha hora ia chegar. 
Para me ajudar sempre busquei fortalecer minha fé em Deus, acreditar que Ele me faria 
trabalhar no local em que eu seria feliz, realizada e no qual poderia ser a diferença para as 
pessoas dolugar. 
 
 
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Essa fé me fez seguir em frente e encarar as adversidades como degraus para que eu estivesse 
pronta quando fosse assumir o tão sonhado cargo. 
O intuito desse depoimento era ser breve e objetivo, mas percebam que falhei nesse ponto. 
No entanto, quis persistir com as palavras, pois gostaria que pudessem ver que todos aqueles 
que hoje estão aprovados passaram por dificuldades e provações até que a sonhada posse. 
Acreditem no percurso de vocês, se dediquem pensando no sonhado cargo, encarem as 
dificuldades dos estudos como preparação (“se eu quero tal cargo preciso dar meu melhor, 
ser minha melhor versão para merecer tamanha missão”). 
No entanto, caros colegas, lembrem-se de viver no caminho. Fazemos mil planos pós posse, 
mas a vida não começa depois, ela está acontecendo todos os dias e é tão bom saber amar 
o caminho, saber o quão valioso é cada dia em que nos sentamos e depositamos nas horas 
de estudo toda a energia na busca dos nossos sonhos. 
Sigam firmes e confiantes, a aprovação chega na hora e no lugar certo. Acreditem no 
caminho, tenham fé e perseverança que a vitória vai chegar! 
Sucesso e felicidade a todos. 
Um forte abraço dessa eterna estudante. 
 
MYLENA RIOS CAMARDELLA DA SILVEIRA 
Juíza de Direito do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. 
Aprovada no TJCE, no TJBA (6° lugar), no TJMT (16°lugar), no TJAL (4° lugar / 1° lugar prova oral). Aprovada 
para Delegada de Polícia Civil do Estado do Piauí (6° lugar), para Conciliadora TJPI (2° lugar), Juiz Leigo TJPI (8° 
lugar) e Escrivão Judicial TJPI. 
 
 
A escolha por um caminho de “pedras”, transformando-as em ladrilhos ... 
Colegas concurseiros, 
egui os 3F (Fé, Foco e Força). Se achar por bem, siga também e seu momento 
“glorioso” chegará, mais cedo ou mais tarde. Como me disse uma amiga: “Deus não 
se atrasada, Ele capricha!”. 
Sei que a vida de cada um tem suas peculiaridades por vários motivos, da mesma 
forma foi e é a minha vida. 
Com um imenso incentivo de uma grande amiga de trabalho, iniciei o caminho de concurseiro 
para a magistratura. Casado, pai de duas filhas, Analista Tributário da Receita Federal com 
uns 20 anos de carreira, bem estabelecido na minha cidade (Fortaleza/CE). Mas, sentia que 
algo me faltava, que poderia ir além, apesar de pessoas dizerem que eu já tinha ido longe 
demais, que eu deveria olhar para trás e ver de onde eu saí, também diziam que eu não tinha 
“estudo” suficiente para tal pretensão. Nesse ponto, prevaleceu a Força! Mantenha-se firme. 
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Quanto ao tempo, não se preocupem com a quantidade de concursos que farão, 
simplesmente façam os que quiserem e puderem. Eu fiz uns 25 a 30, pelo menos. 
Sabia que meu ritmo era o que eu poderia ter naquelas circunstâncias (atenção à família, 
trabalho…), mantenha o seu, a constância, ou seja, o Foco! É um diferencial nessa 
“caminhada”. Porém, não esqueçam que há pessoas nessa “caminhada” com você. As vezes, 
nem nos damos conta disso, não esqueçam delas, são essenciais também. Recebi uma lição 
de vida de minha filha (10 anos), quando me perguntou num sábado, eu estava recluso no 
quarto estudando: 
– Pai, o senhor ainda gosta da gente (se referindo a ela, a irmã e a mãe)? 
– E eu disse: Porque filha? O papai ama vocês! 
– Ela respondeu: O senhor só fica com esses livros. 
– De imediato fechei os livros e disse: Vamos brincar de quê? Quer sair para onde? O que 
você quer fazer? 
Dali em diante, mudei o tempo e ritmo de estudo, pois a lição que recebi foi: saiba dosar as 
coisas na vida, principalmente quando outras pessoas que você ama estão sendo envolvidas 
e afetadas. 
Fui reprovado quando achava que iria passar “fácil” (inclusive no TJCE). Várias reprovações 
por uma ou duas questões na 1ª fase ou décimos em 2ª fase. Um “tombo” feio numa 1ª fase 
(TJBA – 46 acertos). Passei em outros concursos, mas o objetivo era a magistratura. Aqui, a 
Força e o Foco! 
Foram sete longos anos de estudos, que passaram rápidos, por incrível que pareça. Verdade, 
pessoal! Até que chegou a aprovação na magistratura em 2017, no Estado do Amazonas. 
Agora era aguardar a nomeação. No dia 13/05/2021 recebi uma ligação do TJAM dizendo 
que saria nomeado. Tomei posse no final de junho de 2021, com 50 anos de idade, sou 
chamado por um amigo de concurso, carinhosamente, como vovô (risos)! Sou o mais velho 
de todos os aprovados do meu concurso. Aqui, e em tudo, a FÉ em Deus e Nossa Senhora 
de Fátima! 
Como disse: segui os 3F (Fé, Foco e Força). Se achar por bem, siga também! 
Abraços a todos, feliz festas natalinas e um 2022 repleto de realizações com muita paz, 
harmonia e saúde! 
EUNITON ALVES PEIXOTO 
Magistrado (TJAM) 
Posse em 2021 
 
 
 
 
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hegar à Magistratura Federal para mim foi o final de uma longa trajetória, que se 
iniciou com a aprovação para o cargo de Oficial de Cartório da Polícia Civil do RJ, 
quando ainda fazia faculdade de Direito, passando por Oficial de Justiça e Advogado 
da União, cargo este que permaneci por quase dez anos. Quando me pediram um 
depoimento sobre minha aprovação, o que primeiro me veio à mente foi o dia em que 
cheguei em casa, logo após a prova oral, com a tão sonhada notícia da aprovação. Lembro-
me de olhar a imensa pilha de livros e anotações bagunçadas no meu quarto e pensar...”e 
agora”? Por mais surpreendente que seja, o primeiro sentimento que tive não foi de euforia, 
uma explosão de felicidade ou alivio, mas um certo vazio misturado com melancolia. 
Passados mais de seis anos, ainda procuro compreender um pouco mais o que senti naquele 
momento. 
Quando embarcamos em uma jornada de estudos para concurso, muitas vezes não nos 
damos conta que, tão importante quanto o cargo pretendido, é a própria jornada que 
topamos empreender. Estudar para um concurso de ponta exige, via de regra, anos de 
dedicação, o que é em si um projeto de vida. Passei grande parte da minha vida adulta 
estudando para concursos. Algumas vezes com mais, outras com menos dedicação. Mas 
quando olho para trás não encaro isso como uma pesada cruz carregada nos ombros. Já li 
inúmeros depoimentos que falam dos sofrimentos, sacrifícios e privações que os concurseiros 
passaram até a sonhada aprovação, o que registro não em tom de crítica, já que esses dados 
são também verdadeiros, porém convido aos poucos leitores que tenham chegado até aqui 
a tentar enxergar esse caminho sob um diferente viés. 
Caro leitor concurseiro, ter a coragem a se lançar em uma competição, muitas vezes apenas 
lutando contra seus próprios limites, considerando que em grande parte dos concursos de 
magistratura e MP, ao menos, sobram vagas, é uma chance maravilhosa de acrescentar 
aventura, drama, suspense e comédia a sua vida. É um caminho em que você irá aprender 
muito, fará amigos, e verá também aqueles que são verdadeiros e permanecerão até o fim; 
você conhecerá o país, rirá muitas vezes, chorará outras, irá se divertir e também se revoltar. 
Mas lhe asseguro uma coisa, você se sentirá vivo. Passar ou não dependerá de muita coisa, 
não posso lhe prometer um final feliz, porém uma jornada feliz, posso garantir, isso só 
depende de você. E no final o que importa aqui nessa vida não é o final, é a jornada. 
Estou Juiz Federal, porém sou muito mais do que isso. Sou fruto de todas as experiências que 
vivi, e o cargo por si só não define quem eu sou. É apenas mais uma possibilidade de muitas 
outras. Sinto-me realizado profissionalmente, por poder ter um trabalho que é um 
instrumento para se fazer justiça, em que posso atuar com independência, e tenho uma 
remuneração digna. Mas o que nos dá senso de propósito e realização verdadeira nessa vida 
não é o cargo ou profissão que desempenhamos, porém o que somos em nosso íntimo e 
como, a partir dessa visão, encaramos a nossa vida e as pessoas ao redor. Já vi pessoas que 
desempenham funções consideradas humildes terem um sensode missão muito maior do 
que ocupantes de altos cargos, e por isso serem mais felizes e realizadas em suas vidas, 
impactando positivamente a todos em sua volta. 
Se me permite um conselho, apenas um, lhe diria: aproveite a jornada. Curta cada momento, 
inclusive os ruins. No final, se é que existe um, esses momentos mudarão você, o farão crescer 
e o tornarão uma pessoa melhor, independente do cargo que venha a ocupar. As derrotas 
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ao longo são tão importantes como as vitórias. Forjam nosso caráter, nos dão resiliência e 
humildade; nos ajudam a ver que somos humanos, falíveis e imperfeitos por natureza, porém 
capazes de grandes façanhas quando movidos por sonhos aliados à disciplina e sobretudo 
esperança em dias melhores. 
MÁRCIO SANTORO ROCHA 
Juiz Federal (TRF 2ª Região) 
Posse em 2015 
 
Olá meus amigos e amigas, como vão as coisas? Espero que muito bem!!! 
Serei breve, até mesmo porque o bom texto é o texto curto e, sendo curto, nem precisa 
ser bom, numa paráfrase ao poeta. 
uvi algumas vezes que o concurseiro é um sujeito que escolhe prestar 
concursos, do que discordei e discordo veementemente, pelo menos no meu 
caso não se tratava apenas de uma escolha e, para além de uma necessidade, 
era a convicção de que posso servir a sociedade de forma efetiva, exercendo 
um ofício vocacionado. E vocação não se escolhe, já se nasce com ela, dádiva de Deus! 
O concurso sempre fez parte de minha vida, com maior precisão desde de 2003, quando 
ocupei pela primeira vez um cargo público efetivo, cargo que ocuparia por quase doze 
anos. 
É preciso dizer que inúmeros foram os concursos prestados. Muitas foram as reprovações, 
muitas mesmo. Algumas por décimos, outras por pontos, outras por muitos pontos, 
todavia, dentre elas a mais dolorosa foi na Prova Oral do TJBA (meu Estado de 
nascimento) em 2020. Dor coletiva: sentida por mim, pela família, pelos amigos. 
A resiliência e a fé em Deus devem ser tidas como irmãs siamesas, inseparáveis portanto 
na vida do concurseiro. Nesse sentido, não se dar por derrotado é letra de lei, em vigência 
e extremamente cogente. Era preciso manter a fé, sobretudo porque se foi possível 
chegar a uma oral, por certo que Deus me agraciaria com outra(s), porém, com finais 
felizes, bastando apenas não desistir (postura que serve para tod@s). 
Foi exatamente o que aconteceu (e por certo acontecerá com todos que persistirem 
firmemente). Veio em 2021 a tão sonhada aprovação em todas as fases, até então, no 
concurso para delegado da Polícia Federal, ainda em andamento e pendente apenas do 
curso de formação (que também é fase do concurso ainda). 
Há também a oral do TJAC, que inclusive o resultado dos aprovados para a oral saiu 
primeiro que o TJBA, porém, o concurso encontra-se parado... 
O estudo para carreiras jurídicas é um estudo que exige muito (despiciendo abordar quão 
árdua é a tarefa, tod@s aqui sabem muito bem... e cada um com suas peculiaridades) e 
enfrentar esse desafio sozinho é, se não impossível, muito próximo disso. 
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Por isso, tenho comigo que se não fossem as pessoas maravilhosas (Magisemáudio que 
o diga... solidariedade em peso na véspera da prova e um carinho sem tamanho por 
ocasião da reprovação, grupo sensacional!!! Colegas gigantes!!!) que encontramos pelo 
caminho e que nos auxiliam por ocasião das quedas, o levantar/prosseguir por certo seria 
muito mais difícil, muito mais. 
Assim, cumprindo a promessa de ser breve, encerro a narrativa de até então, a qual 
continua, sob a fé inabalável em Deus todo Poderoso, até que se achegue a tão sonhada 
posse, e que venha logo para todos nós!!! 
RICARDO SANTOS DE SOUZA 
APROVADO PARA O CONCURSO DE DELEGADO FEDERAL, fases objetiva, discursiva e 
oral – Curso de Formação em Junho de 2022 
 
 
nicialmente, saliento a imensa honra a mim conferida por Beatriz, estimada amiga e colega de 
estudos de longa data, no sentido de contribuir de alguma maneira, ainda que minimamente, 
com a jornada de preparação para concursos dos colegas. 
Os últimos dois anos têm sido particularmente desafiadores. Imagino quantos de vocês tiveram 
a dor inestimável da perda de pessoas próximas a si. Aliado ao sofrimento íntimo, a repercussão 
negativa no ritmo de estudos, na concentração, na apreensão do conteúdo é inexorável. 
Outros, embora hajam tido a felicidade de não ser chagados com a perda de parentes, sofreram 
com depressão, angústia, desolação ante o isolamento social imposto pela pandemia. Por óbvio, 
há nestas condições fatores dificultadores para a jornada de preparação. 
Trago essa questão atual, colegas, justamente para tentar me solidarizar e suscitar um elemento 
no iter da preparação que deve ser introjetado e sublimado, no sentido da conscientização de 
que obstáculos há muitos, diversos, inúmeros no percurso. E eles não ocorrem apenas com você. 
Muitas das vezes, por uma enormidade de fatores que não me compete aduzir, particularizamos 
os dissabores da vida e esquecemos do outro; seja o amigo, o parente, o desconhecido, o colega 
concurseiro. Todos, em menor ou maior grau, independentemente da condição social, têm suas 
questões internas que lhes são intrínsecas, e que também, em menor ou maior grau, tornam-se 
fatores que se ligam, positiva ou negativamente, de forma umbilical à jornada de estudos. Cabe 
a cada um descobrir a forma adequada de enfrentá-los – família, amigos, terapia, meditação, 
reflexão etc. 
No meu caso particular, dois elementos foram o meu porto seguro: minha ex-companheira e a 
sinergia com os colegas de estudo. 
 
A primeira me apoiou incondicional e pacientemente. Foi extremamente compreensiva com 
minha necessidade de focar nos estudos (inclusive nas manhãs de sábados e domingos). Viagens? 
Praticamente não as fiz. As férias eram voltadas para intensificar os estudos. Ainda assim, ela 
nunca reclamou ou criticou minhas escolhas. 
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Já a troca de experiências e estudo junto com os colegas concurseiros – alguns hoje amigos – foi 
imprescindível para as minhas aprovações. Inclusive, Beatriz e seu grupo de estudos no Facebook, 
o TJRIO foi um, dentre dois grupos dos quais participei, que realmente me impulsionaram para o 
êxito. 
Focados em resolução de questões e comentários acerca delas, pude notar o quanto melhorei 
meu desempenho nas provas. Reputo que a feitura de questões, aos milhares, é uma ferramenta 
essencial para o êxito na primeira fase dos concursos públicos. Não havia um dia sequer em que 
eu não resolvesse dezenas de questões por conta de tais grupos, em qualquer lugar que estivesse, 
diretamente do celular. Usava menos o qconcursos que tais grupos, a bem da verdade. 
Além disso, tive o imenso prazer de conhecer muitos dos colegas pessoalmente quando dos 
certames. 
Fato é após alguns anos de estudo focado, com muitas reprovações no caminho, tive a imensa 
felicidade de ser aprovado nas provas do TJMG e MPMG, optando por este último dada a maior 
afinidade com a carreira. 
Finalizo pedindo encarecidamente aos colegas que não desistam no meio da jornada, caso 
efetivamente tenham o sonho – consciente – de que seu objetivo profissional é a carreira pública, 
independentemente do cargo. A velha máxima de que só não é aprovado quem não desiste é a 
maior verdade que há. A título de exemplo, um ex-colega de magistratura, com o qual inclusive 
tive atuar em conjunto na qualidade de Promotor de Justiça, logrou ser aprovado após 10 (dez) 
anos de estudos. Cada um tem sua história, seu ritmo, e o êxito é condicionado a uma enormidade 
de variáveis. 
A busca pela aprovação não pode ser impulsionada pelo status, dinheiro ou tentativa de cumprir 
com expectativas alheias ou mesmo pessoais. A quantidade avassaladora de membros ou 
servidores frustrados, arrependidos e deprimidos na carreira é uma clara demonstração disso. 
Sem mencionar os que pedem exoneração ou retornam para o cargoanterior. 
E digo, alcançar a carreira que se almeja traz uma sensação indescritível de início, mas pouco 
tempo depois, garanto que tudo se normaliza, e a realidade do cargo traz novos e imensos 
desafios, os quais apenas mudam de roupagem em comparação ao período de preparação. 
Contudo, vale a pena, e muito! - ao menos no meu caso, garanto que valeu. 
Caso seja do interesse de vocês entrar em contato para um bate papo fiquem à vontade para me 
adicionar no Instagram! @lestrela 
 
LUCAS FARIA CERQUEIRA ESTRELA 
Promotor de Justiça – MPMG. Posse em novembro de 2019. 
Cargos anteriores: 
Agente administrativo – DPU 
Analista judiciário – TRT-RS 
Juiz de Direito – TJMG 
 
 
 
 
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unca foi fácil, mas sempre foi possível. 
A decisão de estudar para ser Promotora de Justiça veio acompanhada de abdicação, 
como é para qualquer concurseiro. Sem encontros com amigos, sem séries de TV, 
sem ócio, sem festas de família (até no meu aniversário viajei para concurso). Por seis 
anos e meio a minha vida se resumiu a trabalhar e a estudar todos os dias a mesma coisa. A vaga 
estava lá e só dependia de mim agarrá-la. 
Inevitável a sensação de que a nossa vida estaciona estudando para concurso. Vemos outras 
pessoas na praia, na balada, nas viagens, começando namoro, casando, tendo filhos… E nós? Entra 
Natal e sai Natal lendo revisão do DoD e mil páginas de um pdf imperdível para a prova que nunca 
conseguimos dar conta. Me confortava pensar que após a posse eu teria muito mais qualidade 
no tempo com as pessoas que amo. 
Foi fundamental na caminhada também estar agregada a outros concurseiros, dividindo a mesma 
realidade, seja para estudar, seja para compartilhar as dores e as delícias dessa vida dura. Grupos 
de whatsapp, encontros no skype, qualquer ferramenta que não permitisse o isolamento servia. 
Na minha caminhada foram mais de trinta concursos, acumulando reprovações em todas as fases, 
inclusive oral por míseros 0,06. O que me mantinha em pé (ou melhor, sentada estudando) era a 
minha fé em Deus. Tem quem cante no chuveiro; eu, chorando, ouvia Padre Marcelo Rossi para 
não desmoronar e para aguentar a minha caminhada. Alimente sua fé, seja qual for o seu Deus. 
Com essa trajetória não tinha saúde mental que aguentasse. Enlouqueci algumas vezes, claro. 
Nesses momentos, reconhecer que algo estava pior do que deveria permitiu que eu me cuidasse 
o suficiente para seguir. Não negligencie consigo. Pare, respire, peça ajuda quando as coisas 
apertarem. No meu caso foi suficiente o apoio da família, uma boa homeopatia e florais. 
Mas não se faz uma jornada dessas sem uma boa motivação. Representava muito para mim que 
meus pais, pobres e sem estudo, vissem que fizeram uma filha Promotora de Justiça. Eles bem 
idosos me faziam correr contra o tempo para converter qualquer minuto em tempo de estudo. 
Leitura de material no metrô a caminho do trabalho, DoDcast na hora do almoço, Qconcursos em 
uma recepção qualquer. Quando o desespero bater, se agarre à sua motivação. 
Também me ajudou não estabelecer um prazo para passar. Eu só alimentava a certeza de que 
minha aprovação viria uma hora, na hora de Deus, e eu repetia com muita fé: “eu vou ser 
Promotora de Justiça”. Quando eu vi o meu nome na lista final de aprovados no MPPR e quando 
dei a notícias para as pessoas que amo foi uma emoção indescritível. 
Hoje, quase dois anos como Promotora de Justiça, admito que faria tudo de novo. Os seis anos e 
meio passariam de qualquer forma. Eu escolhi passar por eles acreditando em mim e na escolha 
que fiz. Tudo valeu a pena. Se eu puder dizer algo para quem ainda está na fila é: Sente e estude 
o máximo que você puder; sua aprovação vai vir, eu tenho certeza. 
 
ELINEIDE ELGA ANDRADE 
Promotora de Justiça no Paraná - Posse em março de 2020. 
 
 
 
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DIREITO CIVIL 
- Jurisprudência em teses do STJ: A 
obrigação de prestar alimentos é 
personalíssima, cabendo ao espólio saldar, 
tão somente, os débitos alimentares 
preestabelecidos mediante acordo ou 
sentença não adimplidos pelo devedor em 
vida, ressalvados os casos em que o 
alimentado seja herdeiro, hipóteses nas 
quais a prestação perdurará ao longo do 
inventário. 
 
- Na exposição pornográfica não 
consentida, o fato de o rosto da vítima 
não estar evidenciado de maneira 
flagrante é irrelevante para a 
configuração dos danos morais. 
A “exposição pornográfica não consentida”, 
da qual a “pornografia de vingança” é uma 
espécie, constituiu uma grave lesão aos 
direitos de personalidade da pessoa exposta 
indevidamente, além de configurar uma 
grave forma de violência de gênero que deve 
ser combatida de forma contundente pelos 
meios jurídicos disponíveis. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.735.712-SP, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 19/05/2020 
(Info 672). 
 
- Instituição não financeira - dedicada ao 
comércio varejista - não pode estipular, em 
suas vendas a crédito, pagas em prestações, 
juros remuneratórios superiores a 1% ao 
mês, ou a 12% ao ano A cobrança de juros 
remuneratórios superiores aos limites 
estabelecidos pelo Código Civil é 
excepcional e deve ser interpretada 
restritivamente. 
Apenas às instituições financeiras, 
submetidas à regulação, controle e 
fiscalização do Conselho Monetário 
Nacional, é permitido cobrar juros acima do 
teto legal. STJ. 3ª Turma. REsp 1.720.656-MG, 
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
28/04/2020 (Info 671). 
 
- Em regra, a cláusula penal moratória não 
pode ser cumulada com indenização por 
lucros cessantes. A cláusula penal moratória 
tem a finalidade de indenizar pelo 
adimplemento tardio da obrigação, e, em 
regra, estabelecida em valor equivalente ao 
locativo, afasta-se sua cumulação com lucros 
cessantes. STJ. 2ª Seção. REsp 1.498.484-DF, 
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
22/05/2019 (recurso repetitivo) (Info 651). 
 
- A responsabilidade civil do incapaz pela 
reparação dos danos é subsidiária, 
condicional, mitigada e equitativa. Os 
incapazes (ex: filhos menores), quando 
praticarem atos que causem prejuízos, terão 
responsabilidade subsidiária, condicional, 
mitigada e equitativa, nos termos do art. 928 
do CC. A responsabilidade dos pais dos filhos 
menores será substitutiva, exclusiva e não 
solidária. STJ. 4ª Turma. REsp 1.436.401-MG, 
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
2/2/2017 (Info 599). 
 
- O laboratório tem responsabilidade 
objetiva na ausência de prévia informação 
qualificada quanto aos possíveis efeitos 
colaterais da medicação, ainda que se 
trate do chamado risco de 
desenvolvimento. O fato de o uso de um 
medicamento causar efeitos colaterais ou 
reações adversas, por si só, não configura 
defeito do produto se o usuário foi prévia e 
devidamente informado e advertido sobre 
tais riscos inerentes, de modo a poder 
decidir, de forma livre, refletida e consciente, 
sobre o tratamento que lhe é prescrito, além 
de ter a possibilidade de mitigar eventuais 
danos que venham a ocorrer em função dele. 
 
 
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STJ. 3ª Turma. REsp 1.774.372-RS, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 05/05/2020 
(Info 671). 
 
- Legitimidade do Ministério Público para 
ACP em defesa dos direitos individuais 
disponíveis de candidatos em exame da 
OAB. 
A jurisprudência desta Corte vem 
sedimentando-se em favor da legitimidade 
do MP para promover Ação Civil Pública 
visando à defesa de direitos individuais 
homogêneos, ainda que disponíveis e 
divisíveis, quando há relevância social 
objetiva do bem jurídico tutelado (a 
dignidade da pessoa humana, a qualidade 
ambiental, a saúde, a educação, para citar 
alguns exemplos) ou diante da massificação 
do conflito em si considerado. 
8. É evidente que a Constituição da República 
não poderia aludir, no art. 129,II, à categoria 
dos interesses individuais homogêneos, que 
foi criada pela lei consumerista. A propósito, 
o Supremo Tribunal Federal já enfrentou o 
tema e, adotando o comando constitucional 
em sentido mais amplo, posicionou-se a 
favor da legitimidade do Ministério Público 
para propor ação civil pública para proteção 
dos mencionados direitos. (AgInt no REsp 
1701853/RJ, Rel. Ministro HERMAN 
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 
15/03/2021, DJe 19/03/2021) 
 
- Mesmo que exista autorização para que 
um nome civil seja registrado como marca 
em uma área, para que esse nome seja 
registrado como nova marca não 
abrangida pela primeira, será necessária 
nova autorização. 
No que se refere ao nome civil, as limitações 
a seu registro encontram respaldo em sua 
própria natureza jurídica - direito da 
personalidade - e no feixe de proteção 
concedido a referido atributo por meio do 
sistema normativo, levando-se em 
consideração as seguintes características: 
oponibilidade erga omnes, 
intransmissibilidade, imprescritibilidade, 
indisponibilidade e exclusividade. Assim, 
para que um nome civil, ou patronímico, seja 
registrado como marca, impõe-se a 
autorização, pelo titular ou sucessores, de 
forma limitada e específica àquele registro, 
na classe e item pleiteados. 
Na hipótese, não é possível admitir que a 
presença de herdeiro do cientista na 
solenidade de inauguração do hospital, e a 
realização de doação, pela família de Albert 
Einstein, para sua edificação, represente uma 
autorização tácita ao registro do referido 
nome civil nas mais variadas e diversas 
classes e itens e sem qualquer limitação 
temporal. REsp 1354473/RJ, Rel. Ministro 
MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 
05/10/2021, DJe 14/10/2021 
 
- Não gera direito à indenização a publicação 
de artigos de caráter informativo e opinativo 
que, apesar de serem extremamente ácidos 
e irônicos, não desbordaram os limites do 
exercício regular da liberdade de expressão. 
A liberdade de informação e a liberdade de 
expressão (em sentido estrito), ao 
fornecerem meios de compreensão da 
realidade - e, consequentemente, 
propiciarem o desenvolvimento da 
personalidade -, conectam-se tanto à noção 
de dignidade humana quanto à de 
democracia, pois o livre fluxo de informações 
e a multiplicidade de manifestações do 
pensamento são vitais para o 
aprimoramento de sociedades fundadas no 
pluralismo político. A liberdade de imprensa, 
nesse cenário, constitui modalidade 
qualificada das liberdades de informação e 
de expressão; por meio dela, assegura-se a 
transmissão das informações e dos juízos de 
valor pelos jornalistas ou profissionais 
integrantes dos veículos de comunicação 
 
 
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social de massa, notadamente emissoras de 
rádio e de televisão, editoras de jornais e 
provedores de notícias na internet. 
Ademais, sempre que identificada, no caso 
concreto, a agressão injusta à dignidade da 
pessoa - vale dizer: conduta causadora de 
angústia, dor, humilhação ou sofrimento que 
extrapolem a normalidade da vida cotidiana, 
interferindo intensamente no equilíbrio 
psicológico do indivíduo - o exercício do 
direito à informação ou à expressão deverá 
ser considerado abusivo, sendo permitida a 
intervenção do Estado-Juiz a fim de 
estabelecer medida reparatória da lesão a 
direito personalíssimo. 
 
- É admissível a exclusão de prenome da 
criança na hipótese em que o pai 
informou, perante o cartório de registro 
civil, nome diferente daquele que havia 
sido consensualmente escolhido pelos 
genitores. (Caiu no TJPR 2021). 
O direito ao nome é um dos elementos 
estruturantes dos direitos da personalidade 
e da dignidade da pessoa humana, pois diz 
respeito à própria identidade pessoal do 
indivíduo, não apenas em relação a si, como 
também em ambiente familiar e perante a 
sociedade. Conquanto a modificação do 
nome civil seja qualificada como excepcional 
e as hipóteses em que se admite a alteração 
sejam restritivas, esta Corte tem 
reiteradamente flexibilizado essas regras, 
permitindo-se a modificação se não houver 
risco à segurança jurídica e a terceiros. 
Nomear o filho é típico ato de exercício do 
poder familiar, que pressupõe bilateralidade, 
salvo na falta ou impedimento de um dos 
pais, e consensualidade, ressalvada a 
possibilidade de o juiz solucionar eventual 
desacordo entre eles, inadmitindo-se, na 
hipótese, a autotutela. 
 
- Jurisprudência do STJ: Contrato de compra 
e venda de imóvel com incorporador: o 
simples inadimplemento contratual em 
razão do atraso na entrega do imóvel não é 
capaz, por si só, de gerar dano moral 
indenizável, sendo necessária a 
comprovação de circunstâncias específicas 
que podem configurar lesão 
extrapatrimonial. 
 
- Jurisprudência do STJ: Em contrato de 
compra e venda de imóvel em incorporação 
a cláusula penal moratória tem a finalidade 
de indenizar pelo adimplemento tardio da 
obrigação e, em regra, estabelecida em valor 
equivalente ao locativo afasta-se sua 
cumulação com perdas e danos. 
 
- O STJ tem entendimento consolidado que 
NÃO é abusiva a cobrança de juros 
compensatórios em período anterior à 
entrega das chaves em contrato de compra 
e venda de imóveis em regime de 
incorporação imobiliária. 
 
- Lei 6766 (vem sendo bastante cobrada em 
concursos) - Art. 34. Em qualquer caso de 
rescisão por inadimplemento do adquirente, 
as benfeitorias necessárias ou úteis por ele 
levadas a efeito no imóvel deverão ser 
indenizadas, SENDO DE NENHUM EFEITO 
qualquer disposição contratual em contrário. 
(As assertivas de concurso consideram ser 
ineficaz) 
§ 1º Não serão indenizadas as benfeitorias 
feitas em desconformidade com o contrato 
ou com a lei. 
§ 2º No prazo de 60 (sessenta) dias, contado 
da constituição em mora, fica o loteador, na 
hipótese do caput deste artigo, obrigado a 
alienar o imóvel mediante leilão judicial ou 
extrajudicial, nos termos da Lei nº 9.514, de 
20 de novembro de 1997. 
 
 
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- O contrato de compra e venda com 
alienação fiduciária em garantia sobre bens 
imóveis independente de seu valor pode ser 
celebrado por escritura pública ou 
instrumento particular com efeitos de 
escritura pública. (art. 38, Lei 9514) 
 
- Compáscuo – é o contrato de Direito 
Agrário que versa sobre pastagem comum 
ou direito de comunhão de pastos 
diferentes. É um contrato bilateral, oneroso, 
comutativo e de trato sucessivo. 
(TJGO/2021). 
 
- TJSP: A exceção de contrato não cumprido 
se sujeita à prescrição, porque é uma 
exceção substancial prevista na lei civil e que 
deve ser oferecida pelo demandado, não 
podendo ser reconhecida de ofício pelo juiz. 
Trata-se de aplicação do art. 190 CC que 
dispõe que a exceção prescreve no mesmo 
tempo que a ação. Se não alegada a tempo 
em juízo, sujeita-se à preclusão. 
 
- TJSP: A redução equitativa da cláusula 
penal pode ocorrer de ofício pelo juiz. 
Precedentes do STJ e Enunciado 356 CJF. 
Maldade, sem julgamento dos recursos pelo 
TJSP: Art. 421 – A, III, CC: Os contratos civis e 
empresariais presumem-se paritários e 
simétricos até a presença de elementos 
concretos que justifiquem o afastamento 
dessa presunção, ressalvados os regimes 
jurídicos previstos em leis especiais, 
garantido também que a revisão contratual 
somente ocorrerá de maneira excepcional e 
limitada. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 
2019). 
 
- Para alienar, hipotecar, transigir ou praticar 
outros atos que exorbitem da administração 
ordinária exigem-se poderes especiais e 
expressos. O TJSP considera que “expressos” 
se refere ao tipo negocial e “especiais” se 
refere à menção ao bem alienado, que deve 
constar expressamente de eventual 
procuração. 
 
- Segundo o STJ mesmo em se tratando de 
danos morais, cujo valor da indenização só é 
conhecido por arbitramento judicial, o termo 
inicialdos juros é a data do evento danoso 
(Resp 1747913 – DJE 07/08/2020) 
 
-Em caso de alteração do regime de bens em 
juízo a sentença substitui o pacto 
antenupcial e será averbada no registro civil 
de pessoas naturais. 
 
- A herança jacente é “res nullius”. Primeiro 
se constata que a herança é jacente, para, 
após o procedimento de arrecadação, se 
tornar vacante. 
 
- TJSP: No regime de comunhão parcial de 
bens é incomunicável o imóvel prometido à 
venda e com preço solvido pelo cônjuge 
antes do casamento, mas cuja escritura e 
respectivo registro imobiliário são 
posteriores às núpcias. 
 
- A alteração de regime de bens não coloca 
fim no casamento, mas não é vedada a 
partilha, facultado aos cônjuges partilharem 
ou não o patrimônio anterior. A mudança de 
regime de bens gera efeitos EX NUNC. 
 
- O exercício das liberdades de 
autodeterminação das organizações 
religiosas deve obedecer à legalidade. 
Assim é de rigor a qualificação registral de 
 
 
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suas cláusulas estatutárias pelo oficial 
competente. 
 
- O operador nacional de sistema de registro 
eletrônico de imóveis (ONR) é pessoa 
jurídica de direito privado sem fins lucrativos 
e tem o CNJ por agente regulador. 
 
- O registro de imóveis em circunscrições 
limítrofes é feito em todas elas, com menção 
a isso no registro. 
 
- Art. 928/CC. O incapaz responde pelos 
prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-
lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
Desta forma, tem-se que a responsabilidade 
civil do incapaz pela reparação dos danos é 
subsidiária, condicional, mitigada e 
equitativa, nos termos do art. 928 do CC: 
Subsidiária: porque apenas ocorrerá quando 
os seus genitores não tiverem meios para 
ressarcir a vítima. 
Condicional e mitigada: porque não poderá 
ultrapassar o limite humanitário do 
patrimônio mínimo do infante. 
Equitativa: tendo em vista que a indenização 
deverá ser equânime, sem a privação do 
mínimo necessário para a sobrevivência 
digna do incapaz. A responsabilidade dos 
pais dos filhos menores será substitutiva, 
exclusiva e não solidária. 
 
- ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA (STJ 710/21) 2ª 
Seção - Tema 1040 - Na ação de busca e 
apreensão de que trata o Decreto-Lei n. 
911/1969, a análise da contestação somente 
deve ocorrer após a execução da medida 
liminar. CONSTOU DO JULGADO: Não foi 
outro o norte seguido pela Segunda Seção, 
quando do julgamento do REsp 
1.622.555/MG, ao afastar a aplicação da 
teoria do adimplemento substancial no 
regime da lei especial (Decreto n. 911/1969), 
sob pena de desvirtuamento do instituto da 
propriedade fiduciária, concebido pelo 
legislador justamente para conferir 
segurança jurídica às concessões de crédito, 
essencial ao desenvolvimento da economia 
nacional. Não há dúvidas, portanto, de que a 
legislação especial foi estruturada com um 
procedimento especial que prevê, em um 
primeiro momento, a recuperação do bem e, 
em uma segunda etapa, a possibilidade de 
purgação da mora e a análise da defesa. 
 
- Sobre bens de família: 
a) súmula 486 do STJ: "é impenhorável o 
único imóvel residencial do devedor que 
esteja locado a terceiros, desde que a renda 
obtida com a locação seja revertida para a 
subsistência ou a moradia da sua família". 
b) A vaga de garagem que possui matrícula 
própria no registro de imóveis não constitui 
bem de família para efeito de penhora. 
c) É possível penhorar imóvel bem de família 
nos casos em que ele for dado em garantia 
hipotecária de dívida contraída em favor de 
pessoa jurídica quando os únicos sócios da 
empresa devedora são proprietários do bem 
hipotecado, em virtude da presunção do 
benefício gerado aos integrantes da família. 
d) É legítima a penhora de apontado bem de 
família pertencente a fiador de contrato de 
locação, ante o que dispõe o art. 3º, inciso 
VII, da Lei n. 8.009/1990 (Tese julgada sob o 
rito do art. 543-C do CPC – TEMA 708) 
(Súmula 549/STJ) 
e) É possível a penhora do bem de família 
para assegurar o pagamento de dívidas 
oriundas de despesas condominiais do 
próprio bem 
 
- ##MPDFT-2021: Segundo Flávio Tartuce, a 
personalidade “é a soma de caracteres da 
 
 
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pessoa, ou seja, aquilo que ela é para si e 
para a sociedade. Afirma-se 
doutrinariamente que a capacidade é a 
medida da personalidade, ou seja a 
personalidade é um ‘quid’ (substância, 
essência) e a capacidade um quantum”. 
(TARTUCE, 2020, pp. 62-63). 
 
- ##MPMT-2008: ##DPEMT-2009: 
##DPEMA-2009: ##DPEPA-2009: ##MPCE-
2011: ##MPPR-2011: ##DPEAC-2012: 
##DPEPR-2014: ##TRF4-2014: ##MPDFT-
2021: ##CESPE: ##FCC: Flávio Tartuce explica 
que, “todas as pessoas têm a primeira 
(capacidade de direito), o que pressupõe a 
segunda (capacidade de fato), em regra, uma 
vez que a incapacidade é exceção” 
(TARTUCE, 2020, p. 62). O art. 1º do CC/02 
traz a denominada capacidade de direito ou 
de gozo, que nas lições de Tartuce, 
compreende “aquela para ser sujeito de 
direitos e deveres na ordem privada, e que 
todas as pessoas têm sem distinção. Em 
suma, em havendo pessoa, está presente tal 
capacidade, não importando questões 
formais como ausência de certidão de 
nascimento ou de documentos” (TARTUCE, 
2020, p. 62). Por outro lado, a capacidade de 
fato ou de exercício é a possibilidade que se 
tem de praticar pessoalmente atos da vida 
civil. Quem não tem essa aptidão, são os 
denominados incapazes. Essa incapacidade 
pode ser absoluta (menor de 16 anos – art. 
3º) ou relativa (art. 4º). 
 
- ##STJ: #DOD: ##DPERJ-2021: ##FGV: O 
uso da imagem de torcedor inserido no 
contexto de uma torcida não induz a 
reparação por danos morais quando não 
configurada a projeção, a identificação e a 
individualização da pessoa nela 
representada: Em regra, a autorização para 
uso da imagem deve ser expressa; no 
entanto, a depender das circunstâncias, 
especialmente quando se trata de imagem 
de multidão, de pessoa famosa ou ocupante 
de cargo público, há julgados do STJ em que 
se admite o consentimento presumível, o 
qual deve ser analisado com extrema cautela 
e interpretado de forma restrita e 
excepcional. De um lado, o uso da imagem 
da torcida - em que aparecem vários dos 
seus integrantes - associada à partida de 
futebol, é ato plenamente esperado pelos 
torcedores, porque costumeiro nesse tipo de 
evento; de outro lado, quem comparece a 
um jogo esportivo não tem a expectativa de 
que sua imagem seja explorada 
comercialmente, associada à propaganda de 
um produto ou serviço, porque, nesse caso, 
o uso não decorre diretamente da existência 
do espetáculo. A imagem é a emanação de 
uma pessoa, a forma com a qual ela se 
projeta, se identifica e se individualiza no 
meio social. Não há violação ao direito à 
imagem se a divulgação ocorrida não 
configura projeção, identificação e 
individualização da pessoa nela 
representada. No caso concreto, o autor não 
autorizou ainda que tacitamente a 
divulgação de sua imagem em campanha 
publicitária de automóvel. Ocorre que, pelas 
circunstâncias, não há que se falar em 
utilização abusiva da imagem, tampouco em 
dano moral porque o vídeo divulgado não 
destaca a sua imagem, mostrando o autor 
durante poucos segundos inserido na 
torcida, juntamente com vários outros 
torcedores. STJ. 3ª T. REsp 1772593-RS, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, j. 16/06/20 (Info 674). 
 
- ##TJPR-2021: ##FGV: A imagem da pessoa 
pode ser classificada em: 1º) imagem-retrato 
(a fisionomia de alguém, o que é refletido no 
espelho); e 2º) imagem-atributo/atribuição: 
a soma de qualificações do ser humano, o 
que ele representa para a sociedade. 
 
- ##DPEDF-2013: ##TRF5-2013: ##DPEPB-
2014: ##DPEPR-2014: ##DPEPA-2015: 
 
 
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##DPEMA-2015: ##DPU-2015: ##PGESE-
2017: ##DPEPE-2018: ##DPEGO-2021: 
##CESPE: ##FCC: A desconsideração da 
personalidadejurídica não acarreta a 
extinção ou torna nula a pessoa jurídica 
desconsiderada (ou seja, não atinge a 
existência da pessoa jurídica), nem atinge a 
validade dos demais atos praticados; ela 
apenas afasta a personalidade da pessoa 
jurídica, buscando no patrimônio dos sócios 
os meios para indenizar os lesados, 
mantendo-se, no mais, a integridade da 
sociedade e de suas atividades. 
 
- ##DOD: ##STJ: ##DPEPR-2014: ##DPEAP-
2018: ##DPEPE-2018: ##MPMG-2019: 
##TJGO-2021: ##DPEGO-2021: ##CESPE: 
##FCC: Novo § 3º do art. 50: previsão 
expressa da “desconsideração inversa” da 
personalidade jurídica: Na desconsideração 
inversa (ou invertida) da personalidade 
jurídica, o juiz, mediante requerimento, 
autoriza que os bens da pessoa jurídica 
sejam utilizados para pagar as dívidas dos 
sócios ou dos administradores. Segundo a 
Min. Nancy Andrighi, “a desconsideração 
inversa da personalidade jurídica caracteriza-
se pelo afastamento da autonomia 
patrimonial da sociedade, para, 
contrariamente do que ocorre na 
desconsideração da personalidade jurídica 
propriamente dita, atingir o ente coletivo e 
seu patrimônio social, de modo a 
responsabilizar a pessoa jurídica por 
obrigações do sócio.” (REsp 1.236.916-RS). 
Assim, é possível “a desconsideração inversa 
da personalidade jurídica sempre que o 
cônjuge ou companheiro empresário valer-
se de pessoa jurídica por ele controlada, ou 
de interposta pessoa física, a fim de subtrair 
do outro cônjuge ou companheiro direitos 
oriundos da sociedade afetiva" (REsp 
1.236.916-RS). Os exemplos mais citados 
pelos livros sobre desconsideração inversa 
estão no campo do Direito de Família. É o 
caso de um marido (ou companheiro) que 
transfere todos os seus bens para a 
sociedade empresária a fim de não ter que 
dividir seu patrimônio no divórcio ou 
dissolução da união estável. 
 
- ##STJ: #DOD: ##MPAP-2021: ##CESPE: A 
ação de repetição de indébito por cobrança 
indevida de valores referentes a serviços não 
contratados de telefonia fixa tem prazo 
prescricional de 10 anos. STJ. Corte Especial. 
EAREsp 738991-RS, Rel. Min. Og Fernandes, 
j. 20/02/19 (Info 651). 
 
- ##STJ: #DOD: ##TCERJ-2021: ##CESPE: A 
pretensão indenizatória decorrente do 
inadimplemento contratual sujeita-se ao 
prazo prescricional decenal (art. 205 do CC), 
se não houver previsão legal de prazo 
diferenciado. STJ. Corte Especial. EREsp 
1.281.594-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 
Rel. Acd. Min. Felix Fischer, j. 15/5/19 (Info 
649). 
 
- ##TJSP-2009: ##DPEMA-2011: ##TJRS-
2012: ##MPGO-2012: ##MPRO-2013: 
##TJMG-2014: ##MPMS-2015: ##DPESP-
2015: ##TJAM-2016: ##TRF3-2016: 
##CESPE: ##VUNESP: Acerca do tema 
“novação”, Flávio Tartuce apresenta as 
seguintes classificações (Fonte: TARTUCE, 
Flávio. Manual de Direito Civil – Vol. Único, 
10ª Ed., Forense: Editora Método, 2020, pp. 
384-385): 
I) Novação objetiva ou real: é a modalidade 
mais comum de novação, ocorrendo nas 
hipóteses em que o devedor contrai com o 
credor nova dívida para extinguir a primeira 
(art. 360, I, do CC). A novação real não se 
confunde com a dação em pagamento (datio 
in solutum), uma vez que nesta última não 
ocorre a substituição de uma obrigação por 
outra, mas tão somente do objeto da 
prestação, mantendo-se os demais 
elementos do vínculo obrigacional, tais 
 
 
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como os seus acessórios (juros e cláusula 
penal, por exemplo). 
II) Novação subjetiva ou pessoal: é aquela 
em que ocorre a substituição dos sujeitos da 
relação jurídica obrigacional, criando-se uma 
nova obrigação, com um novo vínculo entre 
as partes. A novação subjetiva pode ser 
assim classificada: 
i) Novação subjetiva ativa: ocorre a 
substituição do credor, criando uma nova 
obrigação com o rompimento do vínculo 
primitivo (art. 360, III, do CC). São seus 
requisitos: o consentimento do devedor 
perante o novo credor, o consentimento do 
antigo credor que renuncia ao crédito e a 
anuência do novo credor que aceita a 
promessa do devedor. No campo prático, 
essa forma de novação vem sendo 
substituída pela cessão de crédito, diante do 
caráter oneroso e especulativo da última. 
ii) Novação subjetiva passiva: ocorre a 
substituição do devedor que sucede ao 
antigo, ficando este último quite com o 
credor (art. 360, II, do CC). Se o novo devedor 
for insolvente, não terá o credor que o 
aceitou ação regressiva contra o primeiro, 
salvo se este obteve de má-fé a substituição. 
A novação subjetiva passiva, ou por 
substituição do devedor, pode ser 
subclassificada nos seguintes moldes: 
a) Novação subjetiva passiva por 
expromissão: ocorre quando um terceiro 
assume a dívida do devedor originário, 
substituindo-a sem o consentimento deste 
(art. 362 do CC), mas desde que o credor 
concorde com a mudança no polo passivo. 
No caso de novação expressa, assinam o 
instrumento obrigacional somente o novo 
devedor e o credor, sem a participação do 
antigo devedor. 
b) Novação subjetiva passiva por 
delegação: ocorre quando a substituição do 
devedor é feita com o consentimento do 
devedor originário, pois é ele que indicará 
uma terceira pessoa para assumir o seu 
débito, havendo concordância do credor. 
Eventualmente, assinam o instrumento o 
novo devedor, o antigo devedor que o 
indicou ou delegou poderes e o credor. 
III) Novação Mista: Além dessas formas de 
novação, a doutrina aponta ainda a novação 
mista, hipótese em que, ao mesmo tempo, 
substitui-se o objeto e um dos sujeitos da 
relação jurídica. Essa forma de novação pode 
também ser denominada novação complexa, 
eis que ocorre a substituição de quase todos 
os elementos da relação jurídica original, não 
estando tratada de forma expressa na 
codificação privada brasileira. 
 
- ##MPRJ-2012: ##MPSC-2021: ##CESPE: 
Quanto à doação pura, é correto afirmar que, 
a dispensa de aceitação, na hipótese de 
donatário absolutamente incapaz, só é 
admitida na doação pura, ou seja, 
desprovida de encargos ou submetida à 
condição. Em outras palavras, a doação pura 
é aquela simples, de plena 
liberalidade/generosidade, sem nenhuma 
exigência, motivação, limitação, condição ou 
encargo. A aceitação é presumida. 
 
- ##STJ: ##DOD: ##MPAP-2021: ##CESPE: A 
cobrança de juros capitalizados nos 
contratos de mútuo é permitida quando 
houver expressa pactuação. Isso significa 
que a capitalização de juros, seja qual for a 
sua periodicidade (anual, semestral, mensal), 
somente será considerada válida se estiver 
expressamente pactuada no contrato. A 
pactuação da capitalização dos juros é 
sempre exigida, inclusive para a 
periodicidade anual. O art. 591 do CC 
permite a capitalização anual, mas não 
determina a sua aplicação automaticamente. 
Não é possível a incidência da capitalização 
sem previsão no contrato. STJ. 2ª S. REsp 
1.388.972-SC, Rel. Min. Marco Buzzi, j. 8/2/17 
(recurso repetitivo) (Info 599). 
 
 
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- Compete à Justiça estadual julgar 
insolvência civil mesmo que envolva a 
participação da União, de entidade 
autárquica ou empresa pública federal. 
A questão constitucional em debate, neste 
recurso extraordinário com repercussão 
geral reconhecida (Tema 859), é se a 
insolvência civil está, ou não, entre as 
exceções postas na parte final do artigo 109, 
I, da Constituição da República, para fins de 
definição da competência da Justiça Federal 
de primeira instância. 2. A falência, no 
contexto do rol de exceções à competência 
da Justiça Federal de primeira instância, 
significa tanto a insolvência da pessoa 
jurídica, quanto a insolvência da pessoa 
física, considerando que ambas envolvem, 
em suas respectivas essências, concurso de 
credores. 
Assim sendo, diante do caso dos autos, fixa-
se a seguinte tese: “A insolvência civil está 
entre as exceções da parte final do artigo 
109, I, da Constituição da República, para fins 
de definição dacompetência da Justiça 
Federal.” 4. Recurso extraordinário a que se 
nega provimento. (RE 678162, Relator(a): 
MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: 
EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 
29/03/2021, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-
091 DIVULG 12-05-2021 PUBLIC 13-05-2021. 
 
 
- ##TRF5-2013: ##DPERS-2014: ##TJRJ-
2019: ##MPDFT-2021: ##CESPE: ##FCC: 
##VUNESP: Acerca do elemento imaterial 
obrigacional, nos dias atuais, entende-se 
estar superada a teoria monista ou 
unitária da obrigação, que defende que a 
obrigação seria constituída de um único 
elemento, qual seja, o vínculo jurídico que 
une a prestação e os elementos subjetivos. 
Entretanto, a doutrina contemporânea, com 
base nos estudos do jurista alemão Alois 
Brinz, entende que, atualmente, prevalece a 
teoria dualista ou binária, pela qual a 
obrigação é concebida a partir de uma 
relação débito/crédito. Assim, a existência 
do vínculo jurídico pressupõe dois 
elementos da obrigação: (i) débito 
(“schuld” – sinônimo de “debitum”): é o 
dever jurídico principal, consistente em uma 
prestação de dar, fazer ou não fazer, 
assumido pelo devedor, isto é, com o 
adimplemento da obrigação, surgirá 
somente esse conceito; e (ii) 
responsabilidade (“haftung” – sinônimo de 
“obligatio”): é a consequência patrimonial 
pelo descumprimento do débito, ou seja, 
caso a obrigação não seja cumprida, surgirá 
a responsabilidade. Feita esse breve resumo, 
passa-se a análise do enunciado: 
Uma dívida prescrita: Neste caso, há um 
débito (Schuld), mas não há uma 
correspectiva obrigação (Haftung), já que a 
dívida não é mais exigível. Em outras 
palavras, a prescrição elimina a pretensão, 
não o direito. Logo, existe o débito, mas não 
existe a responsabilização (Com Schuld sem 
Haftung), de modo que não caberá ação de 
repetição de indébito pelo pagamento de 
dívida prescrita (art. 882, CC). 
Ex: Penhor oferecido por terceiro: Nesta 
situação, há uma obrigação, um dever 
(Haftung), mas não há um débito próprio 
(Schuld), visto que oferecido por terceiro 
(com Haftung sem Schuld). 
Ex2. Uma dívida de jogo: A dívida de jogo é 
um vínculo natural, visto que não pode ser 
exigível, não havendo uma obrigação 
(Haftung), portanto, mas há uma dívida 
(Schuld). Trata-se de obrigação com Schuld 
sem Haftung, impossibilitando assim a 
repetição do indébito, porque não era um 
débito, não obrigam o pagamento. 
Ex3. Fiança: Neste caso, há a obrigação 
(Haftung), mas não um débito (Schuld). É a 
mesma coisa que o penhor oferecido por 
terceiro, “sou obrigado a pagar porque disse 
 
 
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que pagaria, mas não devo, pois quem deve 
é quem é beneficiado pela minha garantia 
pignoratícia" (possivelmente uma das partes 
da obrigação principal, o devedor-
afiançado). Eventualmente, passarei a ter 
obrigação, mas sem o débito do afiançado a 
obrigação é meramente futura. 
 
- ##DPESP-2013: ##TJDFT-2016: ##DPERJ-
2021: ##CESPE: ##FCC: ##FGV: Para além de 
eventual discussão doutrinária, nos termos 
do CC/02, apenas nas situações de 
responsabilidade subjetiva, em que há 
aferição da culpa, é possível, por evidente, a 
gradação que viabilize a redução equitativa. 
Nesse sentido, é o teor do § único do art. 944 
do CC/02. Porém, vale destacar a advertência 
lógica trazida pela doutrina: “Ora, a 
responsabilidade objetiva é reservada pelo 
ordenamento brasileiro às atividades que 
geram, por si só, risco social excessivo (...) 
seria contraditório permitir que, naquelas 
hipóteses em que o legislador considerou 
que a atividade gerava risco excessivo e por 
isto dispensou a prova da culpa do agente, o 
juiz levasse em conta a baixa intensidade da 
culpa para reduzir a indenização, relançando 
parte do risco sobre a vítima do dano" 
(TEPEDINO, Gustavo. BARBOZA, Heloisa H. 
MORAES, Maria Celina Bodin. Código Civil 
interpretado conforme a Constituição da 
República. Vol. II. RJ: Renovar, 2006, p. 861). 
Trata-se, portanto, apenas de redução 
equitativa na indenização de 
responsabilidade subjetiva, haja vista que a 
responsabilidade objetiva independe de 
culpa. Desta forma, não há, nessa segunda 
hipótese, culpa a ser analisada e apta a 
ensejar uma redução da indenização. Vale 
registrar, ainda, que o § único do art. 944 do 
CC excepciona o princípio da restituição 
integral, para que seja possível fixar 
indenização por equidade. Nesse contexto o 
teor do Enunciado 46 da I JDC, 
complementado pelo Enunciado 380 da IV 
JDC, ambos citados acima. Nesse sentido, 
Daniel Carnacchioni explica que “a aplicação 
da norma é restrita e, de acordo com a 
posição atual da doutrina civil, tal dispositivo 
também pode ser utilizado como parâmetro 
para a responsabilidade objetiva. A redução 
é excepcional e somente será realizada 
quando a amplitude do dano extrapolar os 
efeitos razoavelmente imputáveis à conduta 
do agente”. (Manual de Direito Civil, 2017, p. 
753). 
 
- ##TJAL-2008: ##DPESP-2013: ##DPERJ-
2021: ##CESPE: ##FCC: Restitutio in 
integrum significa restituição por inteiro ou 
integralmente; é o retorno ao “status quo 
ante” ou a completa reposição do lesado à 
situação anterior ao dano. É a regra geral do 
CC/02, afastada em situações excepcionais, 
pelo art. 944, § único, CC, onde o grau da 
culpa e não somente a extensão do dano que 
servirão de parâmetro ao juiz para a fixação 
equitativa da indenização. 
 
- ##MPMG-2021: Sintetizando as principais 
diferenças entre ALUVIÃO e AVULSÃO: 
* AVULSÃO (art. 1.250, CC): Violentamente. 
Com indenização. 
* ALUVIÃO (art. 1.251, CC): Lentamente. Sem 
indenização. 
 
- ##STJ: ##DOD: ##TRF4-2016: ##PGM/AM-
2018: ##TJPR-2021: ##CESPE: ##FGV: 
Legitimidade passiva em ação de cobrança 
de dívidas condominiais: Em caso de 
compromisso de compra e venda, a 
legitimidade passiva para ação de cobrança 
de cotas condominiais será do promitente-
comprador ou do promitente vendedor? 
Quem deverá responder pelo pagamento? A 
2ª Seção do STJ apreciou o tema e forneceu 
três conclusões expostas em forma de teses: 
a) O que define a responsabilidade pelo 
pagamento das obrigações condominiais 
 
 
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não é o registro do compromisso de compra 
e venda, mas a relação jurídica material com 
o imóvel, representada pela imissão na posse 
pelo promissário comprador e pela ciência 
inequívoca do condomínio acerca da 
transação. b) Havendo compromisso de 
compra e venda não levado a registro, a 
responsabilidade pelas despesas de 
condomínio pode recair tanto sobre o 
promitente vendedor quanto sobre o 
promissário comprador, dependendo das 
circunstâncias de cada caso concreto. c) Se 
ficar comprovado: (i) que o promissário 
comprador se imitira na posse; e (ii) o 
condomínio teve ciência inequívoca da 
transação, afasta-se a legitimidade passiva 
do promitente vendedor para responder por 
despesas condominiais relativas a período 
em que a posse foi exercida pelo promissário 
comprador. STJ. 2ª S. REsp 1.345.331-RS, Rel. 
Min. Luis Felipe Salomão, j. 8/4/15 (recurso 
repetitivo) (Info 560). 
 
- ##STJ: #DOD: ##DPERJ-2021: ##FGV: É 
admissível o retorno ao nome de solteiro 
do cônjuge ainda na constância do vínculo 
conjugal. Exemplo hipotético: Regina 
Andrade Medina casou-se com João da 
Costa Teixeira. Com o casamento, ela passou 
a ser chamada de Regina Medina Teixeira. 
Ocorre que, após anos de casada, Regina 
arrependeu-se da troca e deseja retornar ao 
nome de solteira. Ela apresentou justas 
razões de ordem sentimental e existencial. O 
pedido deve ser acolhido a fim de ser 
preservada a intimidade, a autonomia da 
vontade, a vida privada, os valores e as 
crenças das pessoas, bem como a 
manutenção e perpetuação da herança 
familiar. STJ. 3ª T. REsp 1873918-SP, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, j. 02/03/21 (Info 687). 
 
- ##STF ##DOD: ##MPGO-2016: ##DPU-
2017: ##TJMT-2018: ##MPBA-2018: 
##MPMS-2018: ##DPEAP-2018: ##TJPA-
2019:

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