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P ág in a2 P ág in a3 Olá Amigos, Segue a edição do nosso trabalho Raios de fim de ano. BREVE EXPLICAÇÃO: O Raios é um trabalho que surgiu há pouco tempo, que me lembre 2018. Ele é organizado por alguém que monta um Grupo especifico para isto. Sempre foi para algum TJ. É geralmente bem próximo ao certame, pois é uma revisão para aquele concurso. Consiste em um conjunto de dicas jurídicas montadas por vários concurseiros. É inspirado no chamado Brainstorming (tempestade de ideias). Isto significa, aqui em nosso “juridiquês”, reunir o máximo de informações possíveis num curto espaço de tempo. Para tal, forma-se um Grupo temporário onde são convidados amigos de amigos ou de pequenos grupos de estudo, a fim de manter a qualidade do trabalho. O “evento” este ano ocorreu dia 19 de dezembro, no intervalo das 19h as 20.10h. Ao final começa o trabalho interno para elaborar esta linda Edição. A Edição Raios Retrospectiva 2020 deu muito certo, foi quando surgiu a ideia de fazer um Compilado mais aprimorado para que as dicas não se perdessem, o que já vinha sendo feito para alguns concursos de Magistratura em outros Raios. É um trabalho que reúne concurseiros solidários, seja na sua montagem, na divulgação, na sua edição e é claro seja quem colabora com as dicas. E por isto resolvemos repetir agora no final de 2021. Como tenho a sorte de conhecer pessoas maravilhosas, que ajudam pelo simples fato de ajudar (pessoas de índole mais altruísta), isso oportuniza a realização deste lindo Projeto Raios de fim de ano. Sem se esquecer que todos estamos sempre aprendendo conteúdos e evoluindo como seres humanos quando realizamos determinados trabalhos de índole coletiva. Formamos aqui um ótimo Arquivo de Revisão, numa leitura leve, contando com a maior parte escrita e também várias imagens. A Edição/Sumário tomou por base o Concurso da Magistratura, inovando com a introdução de Humanística. Serve, claro, para outros concursos, especialmente Ministério Público, pois muitos participantes estudam para esta carreira e até mesmo alguns Depoimentos são de membros da Instituição (mas claro que serve para outras também). P ág in a4 O Arquivo pode ser compartilhado abertamente, em grupos, drives públicos, amigos, enfim...Especialmente informo alguns DRIVES PÚBLICOS onde este trabalho poderá ser encontrado: a maravilhosa Carol @conquistandoatoga com um drive jurídico de enorme utilidade para o universo concurseiro. A famosa Renata @emsconcurseira com seu serviço de S.O.S a concurseiros. Também os amigos Tadeu @brocandoasbancas, João Felipe @cadernomagis e Moyses @partiuconcurseiro. Além dos pop stars, ora integrantes dos trabalhos internos: @eduardobelisario (o melhor material de lei seca), a Ju @concurdiva e o Yan @tecendoatoga. É um trabalho público, diferente de outros realizados em grupo que são fechados, portanto, fiquem à vontade. Deixamos nosso agradecimento a cada um que colaborou para nosso trabalho. Porque o espírito do Raios e justo ser feito por vários concurseiros que lançam dicas sejam próprias, sejam retiradas de material, livros, professores, instas, enfim... Não há como sabermos e nem citar as mais de 200 pessoas do Grupo, até porque nem todos efetivamente atuam. Então cada um que teve o seu pequeno trabalho em separar uma dica, saibam que sem vocês o trabalho não seria possível. A Equipe de trabalho Raios foi como no ano passado, irretocável. Este ano formamos 11 (onze) pessoas. Foram 3 (três) na compilação das dicas e imagens, 7 (sete) na revisão e a cereja do bolo: Bruno Alves, que faz a linda Edição final de tudo isso, revelando seu dom com muita solicitude. Integraram a Equipe do trabalho deste ano (interno e externo hehe) três pessoas formidáveis: a Danielle, a Ju Concurdiva e o Euclides. Por fim, agradeço a quem dedicou seu tempo elaborando nossos lindos Depoimentos. São pessoas todas muito especiais e registro o quanto de carinho e preocupação que eles tiveram para fazer. Sem falar que com a correria de fim de ano resolvi inserir os depoimentos já bem perto do dia do evento e alguns estavam até P ág in a5 de plantão. Acredito dar um toque especial no nosso trabalho, ver pessoas que ontem estavam juntos ali na caminhada (muitas vezes no dia a dia em grupos de estudos) e hoje membros do Poder. Sabemos o quanto as palavras de cada um inspiram a todos, às vezes se amoldando a como uma luva para cada pessoa seja por que motivo for. FORÇA, FÉ E UMA CAMINHADA DE PAZ A TODOS. BONS ESTUDOS Rio de Janeiro-RJ, 10 de janeiro de 2022 BEATRIZ BARROS (e Equipe Raios) COORDENAÇÃO COMPILAÇÃO DESIGNER Beatriz Barros Danielle Zische Bruno Alves Euclides Sampaio Juliana Brancalhão REVISÃO Beatriz Barros Daiane Medino Eduardo Belisario Jessica Fernandes Tatiane Levandowski Tiago de Carvalho Yan Walter P ág in a6 rimeiramente, gostaria de me apresentar, eu me chamo Fabrício Miranda Mereb. Assumi o cargo de Promotor de Justiça de Mato Grosso em 26/02/2021, e, também, fui aprovado no concurso de Delegado de Polícia de Mato Grosso, nomeado em 17/12/2021, porém decidi seguir a carreira ministerial. Talvez quando se olha para um aprovado, enxerga-se um oceano de vitórias, mas infelizmente não é a verdade! É um caminho repleto de derrotas, frustrações e um terrível sentimento que a posse nunca irá chegar. Igualmente, há o sentimento de como se enxergaria em 10 anos sabendo que o projeto falhou. Mas se acalme! A vitória sempre está bem ali na praia, só precisamos nadar mais um pouquinho. Ela é bem mais concreta do que imaginamos. Para fazer a travessia desse oceano, cheio de tempestades, eu me apeguei nas mãos de Deus e pedi para Ele me guiar. Em determinados momentos pensei estar à deriva, e em algumas ocasiões eu estava mesmo, porque ousei duvidar do projeto de Deus. Principalmente, quando passava estudando meses para uma prova, chegando à biblioteca às 8:00 horas da manhã, fazendo um almoço de 1 hora, trabalhando mais umas 3 horas (advogava e ajudava minha mãe a vender roupas), logo voltava à biblioteca, de onde eu só saia às 22 horas da noite, para chegar na prova, e ficar por uma questão de algo que eu sabia (sinto em lhes dizer, mas acontecia com uma frequência maior do que esperava). Entretanto, aprendi nessa caminhada que o nosso erro é achar que nossas derrotas são derrotas. Mas não! Tudo depende de como as enxergamos, porque as minhas foram bênçãos, seja para me preparar melhor para o cargo que eu exerço hoje, seja para ter vivido tudo o que eu vivi. P P ág in a7 Da mesma maneira, achar que todas as bênçãos recebidas são bênçãos, é um erro enorme. É recorrente nas carreiras jurídicas a perda da saúde mental, seja pelo excesso de serviço, seja pela falta de vocação ou mesmo, porque a bênção chegou em um momento que não se estava preparado para a responsabilidade que viria, negligenciou a caminhada e os outros pilares de sustentação da vida. Portanto, sou grato por cada minuto como concurseiro, como eu era feliz e não me dava conta disso. Um conselho? Aprender a amar a caminhada faz toda a diferença, valorize o seu processo! Os amigos de biblioteca que fiz, as trocas de experiências, as viagens, as aflições e, principalmente, a gratidão que eu tenho por ter tido oportunidade de ficar próximo da minha família, dado força para minha mãe (pessoa a quem devo o mundo inteiro) que ficou viúva do meu pai no mesmo mês em que colei grau na faculdade (dezembro de 2013), tornou-me ser quem sou hoje! Portanto: seja grato pelo agora, por mais difícil que esteja! Outro presente que os estudos me deramé minha esposa, conheci na biblioteca. Entre idas e vindas, ela me acompanhou em todo esse final de trajetória e em abril de 2021, nos casamos. Tenho certeza que se tivesse sido aprovado em outro concurso, eu não seria completo, sentimentalmente, como eu sou hoje. Por fim, essa rotina durou de maio de 2014 até outubro de 2020, sem que eu tirasse 1 mês de férias ou recesso: desistir nunca foi uma opção! Deus sempre me guiou, e hoje sou grato a cada um desses anos que eu “falhei”, inclusive, naquelas derrotas que eu não merecia. Tudo era plano de Deus, e o plano dele sempre foi me colocar, primeiramente, no Mato Grosso, por mais que eu insistisse em outras opções. Eu sou apaixonado pelo ministério público, amo ajudar as pessoas, atendê-las de uma forma humana, e transformar a vida das pessoas que estão a minha volta. Este perfil ativo, transformador da realidade, deixa-me eufórico. Hoje, na minha comarca, eu sou um facilitador de diálogos, muitas vezes, as pessoas chegam cheias de feridas, mas tudo o que elas querem é serem enxergadas e ouvidas. O promotor de justiça tem uma função primordial de criar pontes entre pessoas e poderes públicos para que cheguem na melhor solução possível. O sucesso profissional está naqueles que possuem um coração cheio de humildade e amor, os quais buscam, com muito sacrifício espalhar o amor e justiça pelo mundo, sem protagonismo. Então, não escolha a carreira pelo melhor estado, a que remunere melhor ou mesmo te dê um status, escolha aquela que irá te completar, a qual acordará feliz todos os dias para fazer um mundo melhor. E vale a pena? Muito!!! Cada segundo a mais que me dediquei, quando pensei que não dava mais. Cada minuto que chorei, porque pensava estar vendo minha vida passar na minha frente, onde eu só via paredes, pdfs e questões. Cada crise existencial, já cheguei a parar 15 dias para estudar para o vestibular de medicina, porque não aguentava essa incerteza do concurso (que só existe na nossa cabeça). Em resumo: eu amo o que eu faço, é isso o que faz a diferença. Talvez se tivesse entrado em outra carreira que não fosse o meu perfil, estaria frustrado e triste. Então, se pergunte o que te atrai em P ág in a8 determinada profissão. Se a resposta for, apenas, dinheiro, é melhor repensar os seus projetos. A vida é muita curta para passarmos 2/3 dela dormindo e fazendo o que não gostamos. Igualmente, se a carreira tirar sua humildade, peça exoneração e vá fazer qualquer outra coisa! A vida, também, é muito curta para viver em ilusão. O que eu mais agradeço é que eu continuo sendo o Fabrício com o mesmo jeito moleque e tímido. Às vezes querem falar com o promotor de justiça e eu levo um susto: “uai, o promotor de justiça sou eu” kkk. Somos, somente, mais uma formiguinha tentando contribuir para o que lugar que vivemos seja melhor, mais justo e igualitário. A servidora que efetua a higienização da promotoria tem o mesmo valor (até mais) que o promotor de justiça. A função aqui na Terra é amar e servir o próximo, se a cada vez que alguém fosse tomar uma decisão, fizesse o questionamento: “estou amando e servindo o meu próximo? A minha decisão reflete o amor de Cristo?” com certeza teríamos um mundo bem melhor. Crer em Jesus é amar o próximo: “Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” 1 João 4:7-8 Essa convicção sempre foi meu catalisador nos estudos, quanto mais eu me frustrava, mais forte eu voltava. Deus nunca nos abandona. Ele só faz as coisas acontecerem no lugar certo. Você pode ser, facilmente, aprovado sem Deus, sem entregar para ele. Pode até ser feliz profissionalmente sem Deus, construir uma família feliz, porque o sol nasce para todos e Deus nos ama igualmente. Mas nunca se terá a certeza que estará vivendo aquilo que foi preparado e era o melhor para você. Cada decisão muda todo o futuro, não penso duas vezes em entregar para aquele que nos ama infinitamente, mesmo com todos os nossos erros, porque ele sabe de todas as coisas e tem o melhor sempre. Hoje sei que era ali meu lugar, naquele tempo. Sou grato a todo momento pelo cuidado que Deus teve comigo em toda a caminhada, me deu força quando eu não tive, me guiou quando eu não enxergava e me mostrou que, após ter entregado meu futuro para ele, eu só precisava ter feito a minha parte, me esforçado muito, porque de todo o reste ele cuidava. E aquilo que vem de Deus, ninguém tira. Então, faça os seus próprios resumos (lutei muito contra isso e me arrependo muito, mudou meu nível de estudos), questões, tenha rotina de estudos, curta essa caminhada, aproveite sua família, seus amigos, tenha horário de dormir e acordar. Faça amigos concurseiros, eles serão seus maiores aliados na aprovação, seja, igualmente, gentil com eles, troque resumos, informações. E, principalmente, mantenha os outros três pilares da sua vida sólidos – pilares da família, saúde e espiritual – para que o quarto pilar, profissional, possa se solidificar, também. FABRÍCIO MIRANDA MEREB (@fabriciomereb) Promotor de Justiça Substituto Posse no MPMT em fevereiro de 2021 – 9º Lugar P ág in a9 Olá, colegas! e início, adianto que não faz muito tempo que eu fui o sujeito que lia o depoimento dos aprovados/empossados em êxtase, e sempre visitado pela pergunta: quando será a minha vez? Sabemos que cada trajetória tem seus próprios percalços, mas a regra, na grande maioria das vezes, é que o resultado final seja alcançado, a partir da dose de persistência necessária. E se tem uma coisa que aprendi na vida dos concursos é que não se alcança a vitória sozinho. Claro que o dia a dia, trancado no quarto ou na sala de estudo, o esforço é solitário. Cada um conhece a própria batalha e entende das próprias dores, mas a caminhada em si é sempre compartilhada, seja com a família ou com outros colegas de estudo – dos quais muitos acabam se tornando amigos. E é aqui que surge a minha relação e, principalmente, a minha gratidão ao grupo Magisaudio. Os depoimentos, os conselhos, os materiais, a ajuda na reta final, as dúvidas compartilhadas, a maratona das 24h antes da prova oral, a palavra de conforto, o abraço (mesmo que virtual) na reprovação e o constante senso coletivo de ajuda formam uma base de apoio tão fundamental que fica difícil até adjetivar. Dessa simbiose em busca de um objetivo comum, não apenas me tornei magistrado como fiz amigos juízes, promotores, delegados e defensores de ponta a ponta do país. Se eu for citar nomes, certamente serei injusto esquecendo alguém no meio de tantos. Saibam que todos eles foram, no mínimo, necessários! Aos que ainda não chegaram lá, peço que tenham serenidade. Mantenham a resiliência sempre bem cultivada, tenham atenção com a saúde física e mental, tenham respeito pelo tempo e nunca se esqueçam que o aprovado de hoje, algum dia, também acreditou que ele não fosse capaz. E sabe a tal “síndrome do impostor” (talvez não seja pra mim, não sei como cheguei até aqui etc.)? Pois bem, não tente fazê-la deixar de existir, apenas não permita te consumir, pois ela nos acompanha mesmo depois da posse! Digo isso porque aprendi que duvidar de si é da natureza humana, mas não nos impede de nada. Se quiser conversar mais, pode me procurar no instagram (@luizpffm). Grande abraço! Que o próximo ano seja de vitória, aprovação e posse! Esperamos vocês. LUIZ PHELIPE Juiz de Direito do Estado do Ceará (aprovado em 2019, empossado em 2021) Aprovado para Juiz de Direito do Estado do Mato Grosso (2021). D P ág in a1 0 Olá Pessoal, oi uma grata surpresa ser convidada para escrever na Raios 2021 sobre minha trajetória até me tornar promotora de justiça. Afinal já sou velhinha, tendo sido aprovada há 5 anos, após 8 anos na carreira corporativa.A vantagem é poder compartilhar visões sobre a decisão, a preparação e sobre o dia a dia após a posse. Sempre fui daquelas que procurou “sentido” nas coisas, uma vida com “propósito”, uma marca no mundo, algo que transcendesse a satisfação individual e alcançasse o coletivo. Influenciada por essa intenção que pulsava em mim encontrei na semântica do termo minha escolha profissional: promover justiça. A decisão de qual carreira escolher é algo íntimo e, na minha opinião, não deve considerar remuneração, status ou influências externas, senão uma investigação profunda do que você deseja para sua vida. O caminho é duro demais para que não seja uma escolha exclusivamente sua. Após decidir, sabia que seria um projeto de médio e longo prazo. Assim, parti da regra 5W2H (que aprendi no MBA de Finanças concluído anos antes, pasmem!), segundo a qual projetos bem sucedidos se estruturam a partir das respostas a 7 perguntas (todas em inglês): 5W What (o que será feito?), Why (por que será feito?), Where (onde será feito?), When (quando será feito?) e Who (por quem será feito?), que se complementam com 2H How (como será feito?) e How much (quanto vai custar?). Se vale um conselho, façam essas perguntas e, após honesta reflexão, coloquem as respostas no papel, antes de começar a estudar para valer. É preciso disciplina, organização e dedicação na vida, e só através do autoconhecimento e do check list frequente dessas respostas é possível concretizar planos e/ou reajustar rotas. O importante é fazer sentido para você, ainda que o mundo questione. Não é demais lembrar que imprevistos e infortúnios ocorrem sem pedir nossa permissão. Eu mesma perdi meu pai 2 dias antes do edital e contra as probabilidades fui aprovada. Então não seja egocêntrico ao considerar que sua vida é mais difícil; que só você tem perrengues; que a vida daquele é mais confortável, e por aí vai. Não se compare com ninguém, cada conquista é pessoal. Valorize sua história, sinta orgulho de si e tenha certeza que só assim aprenderá a lidar com os desafios diários. E por falar em desafios, logo após a posse percebi que aquele meu ideal de justiça estava mais distante do que eu gostaria, entremeado num contexto repleto de burocracias, relatórios, processos e audiências. Muitas vezes me peguei fazendo tarefas urgentes e necessárias, mas que faziam pouco (ou nenhum) sentido para impactar positivamente na vida de alguém ou na coletividade. Faz parte, prepare-se para isso e aproveite a experiência de lidar com os percalços da preparação para desenvolver resiliência, característica que diferencia os profissionais. F P ág in a1 1 E, por fim, sua vida é muito maior que uma preparação para concurso. No futuro esses 2, 4 ou 6 anos serão uma pequena parcela dos seus 70 ou 80 anos. Por isso, exercite o equilíbrio: estudo, descanso e diversão, sob pena de sucumbir, adoecendo física e mentalmente, deixando de performar e descartando momentos e pessoas que não voltam mais. Lembre- se: 5W2H, faça tua parte, mas sem pressa ou pressão. Se não desistir, sua hora vai chegar. E se desistir, tudo bem também, apenas se lembre de reajustar a rota em rumo ao que te faz feliz, sem remorsos ou arrependimentos de suas escolhas, afinal “Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir (Sêneca)”. Se uma pessoa puder se beneficiar dessas poucas palavras, já valeu a pena. Se precisarem de dicas, orientações ou outra ajuda, estou no direct do insta @angelicapjsp. ANGÉLICA RAMOS DE FRIAS SIGOLLO (@angelicapjsp) Posse no MPSP em Janeiro de 2016 Aprovada em 4º lugar (sendo o 1º lugar entre as mulheres) com grande prazer que aceitei o convite do Yan para falar um pouco da minha trajetória e, quem sabe, inspirar de alguma forma os colegas concurseiros que seguem na luta – até a posse! Para que me conheçam um pouco, devo dizer que cresci em uma família que sempre incentivou muito os estudos, de forma que crescemos sabendo que nossa herança era o conhecimento que adquiríssemos durante a vida. Durante a faculdade de Direito eu já sabia que queria concurso público e os cargos que sentia mais afinidade era o Ministério Público Estadual e Magistratura Estadual, por essa razão, durante os cinco anos de curso me dediquei a estudar doutrinas mais aprofundadas. Assim, eu queria ser concursada, mas sem perfil tradicional de concurseira, nesse período. Percebo hoje que foi uma boa estratégia para construir uma base sólida que muito me ajudaria no futuro. Após formada, fiz Mestrado, que durou dois anos, e nesse tempo me dediquei integralmente à minha formação acadêmica, estando afastada dos estudos de concurso. Findo o Mestrado, era hora de me dedicar inteiramente ao meu sonho profissional e, nesse momento, estava mais voltada para a magistratura estadual. Assim, comecei os estudos e a realização das provas, tive reprovações e com elas fui aprendendo o que estava faltando para avançar de fase. Por que não consegui o corte? Qual matéria me tirou? Que aspecto da disciplina eu estou em falha? É P ág in a1 2 Fazendo essas digressões a cada prova, eu fui crescendo e alinhando as arestas a cada nova oportunidade. Lembro que estava perto de fazer a primeira fase da prova de juiz do Tribunal de Justiça do Ceará e nos treinos estava fazendo poucos pontos em Direito Ambiental. Nesse momento eu pensei: “eu quero muito passar nessa prova e não posso chegar no dia sem ter feito o meu melhor”. Por isso, faltando algumas semanas para a prova, fiz um estudo intenso, na medida que o tempo me permitia, a fim de que estudasse ao menos o principal da matéria e pudesse chegar competitiva. No fim das contas, deu certo. Lembrem-se, colegas, que todas as matérias são importantes. Não é porque tem apenas três, quatro ou cinco questões que devemos ignorar aquele conteúdo. Vejo vários amigos concurseiros falando que não gostam da matéria X e Y. Eu, particularmente, sempre preferi não internalizar esse tipo de pensamento, afinal a prova está lá feita e só me resta “dançar conforme a música”. Algo que muito me incentivava era pensar no cargo que eu almejava, na importância social dele e a responsabilidade que iria assumir com a posse. Afinal, seria detentora de parte do poder do Estado, precisaria estar pronta, na medida do possível, pois lhes garanto que não nos sentimos prontos nunca. Isso me dava um gás para estudar assuntos que não gostava muito, pois sempre pensava que um dia iria me deparar com isso na minha profissão e queria estar apta para dar o meu melhor aos jurisdicionados. Resumo esse sentimento à linda frase de Santa Teresa D’ávila: “é justo que muito custe o que muito vale”. Nessa nossa caminhada, tão solitária muitas vezes, é sempre importante termos familiares e amigos para nos apoiar. Já vi depoimento de colegas falando da dificuldade de se dedicar aos estudos por não terem apoio familiar em casa. Não era o meu caso, mas, se for o seu, a dica que dou é se dedicar aos seus sonhos e provar a todos que estão errados em não acreditar no seu potencial, para que saibam que o seu sonho é sim possível e depende só de você. Busque forças em amigos, notadamente aqueles que compartilham do mesmo sonho, pois conseguirá ter o suporte que tanto precisa para os momentos difíceis, pois eles virão. Precisamos estar sempre prontos para cair, se recompor e, resilientes que somos, “arregaçar as mangas” e voltar com todo o gás para o nosso sonho. Lembro de derrotas que me deixaram muito abaladas, de vezes em que achava que seria feliz no estado “x” e, após a reprovação, me sentia muito triste e com dúvidas sobre a aprovação, se estaria pronta, se minha hora ia chegar. Para me ajudar sempre busquei fortalecer minha fé em Deus, acreditar que Ele me faria trabalhar no local em que eu seria feliz, realizada e no qual poderia ser a diferença para as pessoas dolugar. P ág in a1 3 Essa fé me fez seguir em frente e encarar as adversidades como degraus para que eu estivesse pronta quando fosse assumir o tão sonhado cargo. O intuito desse depoimento era ser breve e objetivo, mas percebam que falhei nesse ponto. No entanto, quis persistir com as palavras, pois gostaria que pudessem ver que todos aqueles que hoje estão aprovados passaram por dificuldades e provações até que a sonhada posse. Acreditem no percurso de vocês, se dediquem pensando no sonhado cargo, encarem as dificuldades dos estudos como preparação (“se eu quero tal cargo preciso dar meu melhor, ser minha melhor versão para merecer tamanha missão”). No entanto, caros colegas, lembrem-se de viver no caminho. Fazemos mil planos pós posse, mas a vida não começa depois, ela está acontecendo todos os dias e é tão bom saber amar o caminho, saber o quão valioso é cada dia em que nos sentamos e depositamos nas horas de estudo toda a energia na busca dos nossos sonhos. Sigam firmes e confiantes, a aprovação chega na hora e no lugar certo. Acreditem no caminho, tenham fé e perseverança que a vitória vai chegar! Sucesso e felicidade a todos. Um forte abraço dessa eterna estudante. MYLENA RIOS CAMARDELLA DA SILVEIRA Juíza de Direito do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. Aprovada no TJCE, no TJBA (6° lugar), no TJMT (16°lugar), no TJAL (4° lugar / 1° lugar prova oral). Aprovada para Delegada de Polícia Civil do Estado do Piauí (6° lugar), para Conciliadora TJPI (2° lugar), Juiz Leigo TJPI (8° lugar) e Escrivão Judicial TJPI. A escolha por um caminho de “pedras”, transformando-as em ladrilhos ... Colegas concurseiros, egui os 3F (Fé, Foco e Força). Se achar por bem, siga também e seu momento “glorioso” chegará, mais cedo ou mais tarde. Como me disse uma amiga: “Deus não se atrasada, Ele capricha!”. Sei que a vida de cada um tem suas peculiaridades por vários motivos, da mesma forma foi e é a minha vida. Com um imenso incentivo de uma grande amiga de trabalho, iniciei o caminho de concurseiro para a magistratura. Casado, pai de duas filhas, Analista Tributário da Receita Federal com uns 20 anos de carreira, bem estabelecido na minha cidade (Fortaleza/CE). Mas, sentia que algo me faltava, que poderia ir além, apesar de pessoas dizerem que eu já tinha ido longe demais, que eu deveria olhar para trás e ver de onde eu saí, também diziam que eu não tinha “estudo” suficiente para tal pretensão. Nesse ponto, prevaleceu a Força! Mantenha-se firme. S P ág in a1 4 Quanto ao tempo, não se preocupem com a quantidade de concursos que farão, simplesmente façam os que quiserem e puderem. Eu fiz uns 25 a 30, pelo menos. Sabia que meu ritmo era o que eu poderia ter naquelas circunstâncias (atenção à família, trabalho…), mantenha o seu, a constância, ou seja, o Foco! É um diferencial nessa “caminhada”. Porém, não esqueçam que há pessoas nessa “caminhada” com você. As vezes, nem nos damos conta disso, não esqueçam delas, são essenciais também. Recebi uma lição de vida de minha filha (10 anos), quando me perguntou num sábado, eu estava recluso no quarto estudando: – Pai, o senhor ainda gosta da gente (se referindo a ela, a irmã e a mãe)? – E eu disse: Porque filha? O papai ama vocês! – Ela respondeu: O senhor só fica com esses livros. – De imediato fechei os livros e disse: Vamos brincar de quê? Quer sair para onde? O que você quer fazer? Dali em diante, mudei o tempo e ritmo de estudo, pois a lição que recebi foi: saiba dosar as coisas na vida, principalmente quando outras pessoas que você ama estão sendo envolvidas e afetadas. Fui reprovado quando achava que iria passar “fácil” (inclusive no TJCE). Várias reprovações por uma ou duas questões na 1ª fase ou décimos em 2ª fase. Um “tombo” feio numa 1ª fase (TJBA – 46 acertos). Passei em outros concursos, mas o objetivo era a magistratura. Aqui, a Força e o Foco! Foram sete longos anos de estudos, que passaram rápidos, por incrível que pareça. Verdade, pessoal! Até que chegou a aprovação na magistratura em 2017, no Estado do Amazonas. Agora era aguardar a nomeação. No dia 13/05/2021 recebi uma ligação do TJAM dizendo que saria nomeado. Tomei posse no final de junho de 2021, com 50 anos de idade, sou chamado por um amigo de concurso, carinhosamente, como vovô (risos)! Sou o mais velho de todos os aprovados do meu concurso. Aqui, e em tudo, a FÉ em Deus e Nossa Senhora de Fátima! Como disse: segui os 3F (Fé, Foco e Força). Se achar por bem, siga também! Abraços a todos, feliz festas natalinas e um 2022 repleto de realizações com muita paz, harmonia e saúde! EUNITON ALVES PEIXOTO Magistrado (TJAM) Posse em 2021 P ág in a1 5 hegar à Magistratura Federal para mim foi o final de uma longa trajetória, que se iniciou com a aprovação para o cargo de Oficial de Cartório da Polícia Civil do RJ, quando ainda fazia faculdade de Direito, passando por Oficial de Justiça e Advogado da União, cargo este que permaneci por quase dez anos. Quando me pediram um depoimento sobre minha aprovação, o que primeiro me veio à mente foi o dia em que cheguei em casa, logo após a prova oral, com a tão sonhada notícia da aprovação. Lembro- me de olhar a imensa pilha de livros e anotações bagunçadas no meu quarto e pensar...”e agora”? Por mais surpreendente que seja, o primeiro sentimento que tive não foi de euforia, uma explosão de felicidade ou alivio, mas um certo vazio misturado com melancolia. Passados mais de seis anos, ainda procuro compreender um pouco mais o que senti naquele momento. Quando embarcamos em uma jornada de estudos para concurso, muitas vezes não nos damos conta que, tão importante quanto o cargo pretendido, é a própria jornada que topamos empreender. Estudar para um concurso de ponta exige, via de regra, anos de dedicação, o que é em si um projeto de vida. Passei grande parte da minha vida adulta estudando para concursos. Algumas vezes com mais, outras com menos dedicação. Mas quando olho para trás não encaro isso como uma pesada cruz carregada nos ombros. Já li inúmeros depoimentos que falam dos sofrimentos, sacrifícios e privações que os concurseiros passaram até a sonhada aprovação, o que registro não em tom de crítica, já que esses dados são também verdadeiros, porém convido aos poucos leitores que tenham chegado até aqui a tentar enxergar esse caminho sob um diferente viés. Caro leitor concurseiro, ter a coragem a se lançar em uma competição, muitas vezes apenas lutando contra seus próprios limites, considerando que em grande parte dos concursos de magistratura e MP, ao menos, sobram vagas, é uma chance maravilhosa de acrescentar aventura, drama, suspense e comédia a sua vida. É um caminho em que você irá aprender muito, fará amigos, e verá também aqueles que são verdadeiros e permanecerão até o fim; você conhecerá o país, rirá muitas vezes, chorará outras, irá se divertir e também se revoltar. Mas lhe asseguro uma coisa, você se sentirá vivo. Passar ou não dependerá de muita coisa, não posso lhe prometer um final feliz, porém uma jornada feliz, posso garantir, isso só depende de você. E no final o que importa aqui nessa vida não é o final, é a jornada. Estou Juiz Federal, porém sou muito mais do que isso. Sou fruto de todas as experiências que vivi, e o cargo por si só não define quem eu sou. É apenas mais uma possibilidade de muitas outras. Sinto-me realizado profissionalmente, por poder ter um trabalho que é um instrumento para se fazer justiça, em que posso atuar com independência, e tenho uma remuneração digna. Mas o que nos dá senso de propósito e realização verdadeira nessa vida não é o cargo ou profissão que desempenhamos, porém o que somos em nosso íntimo e como, a partir dessa visão, encaramos a nossa vida e as pessoas ao redor. Já vi pessoas que desempenham funções consideradas humildes terem um sensode missão muito maior do que ocupantes de altos cargos, e por isso serem mais felizes e realizadas em suas vidas, impactando positivamente a todos em sua volta. Se me permite um conselho, apenas um, lhe diria: aproveite a jornada. Curta cada momento, inclusive os ruins. No final, se é que existe um, esses momentos mudarão você, o farão crescer e o tornarão uma pessoa melhor, independente do cargo que venha a ocupar. As derrotas C P ág in a1 6 ao longo são tão importantes como as vitórias. Forjam nosso caráter, nos dão resiliência e humildade; nos ajudam a ver que somos humanos, falíveis e imperfeitos por natureza, porém capazes de grandes façanhas quando movidos por sonhos aliados à disciplina e sobretudo esperança em dias melhores. MÁRCIO SANTORO ROCHA Juiz Federal (TRF 2ª Região) Posse em 2015 Olá meus amigos e amigas, como vão as coisas? Espero que muito bem!!! Serei breve, até mesmo porque o bom texto é o texto curto e, sendo curto, nem precisa ser bom, numa paráfrase ao poeta. uvi algumas vezes que o concurseiro é um sujeito que escolhe prestar concursos, do que discordei e discordo veementemente, pelo menos no meu caso não se tratava apenas de uma escolha e, para além de uma necessidade, era a convicção de que posso servir a sociedade de forma efetiva, exercendo um ofício vocacionado. E vocação não se escolhe, já se nasce com ela, dádiva de Deus! O concurso sempre fez parte de minha vida, com maior precisão desde de 2003, quando ocupei pela primeira vez um cargo público efetivo, cargo que ocuparia por quase doze anos. É preciso dizer que inúmeros foram os concursos prestados. Muitas foram as reprovações, muitas mesmo. Algumas por décimos, outras por pontos, outras por muitos pontos, todavia, dentre elas a mais dolorosa foi na Prova Oral do TJBA (meu Estado de nascimento) em 2020. Dor coletiva: sentida por mim, pela família, pelos amigos. A resiliência e a fé em Deus devem ser tidas como irmãs siamesas, inseparáveis portanto na vida do concurseiro. Nesse sentido, não se dar por derrotado é letra de lei, em vigência e extremamente cogente. Era preciso manter a fé, sobretudo porque se foi possível chegar a uma oral, por certo que Deus me agraciaria com outra(s), porém, com finais felizes, bastando apenas não desistir (postura que serve para tod@s). Foi exatamente o que aconteceu (e por certo acontecerá com todos que persistirem firmemente). Veio em 2021 a tão sonhada aprovação em todas as fases, até então, no concurso para delegado da Polícia Federal, ainda em andamento e pendente apenas do curso de formação (que também é fase do concurso ainda). Há também a oral do TJAC, que inclusive o resultado dos aprovados para a oral saiu primeiro que o TJBA, porém, o concurso encontra-se parado... O estudo para carreiras jurídicas é um estudo que exige muito (despiciendo abordar quão árdua é a tarefa, tod@s aqui sabem muito bem... e cada um com suas peculiaridades) e enfrentar esse desafio sozinho é, se não impossível, muito próximo disso. O P ág in a1 7 Por isso, tenho comigo que se não fossem as pessoas maravilhosas (Magisemáudio que o diga... solidariedade em peso na véspera da prova e um carinho sem tamanho por ocasião da reprovação, grupo sensacional!!! Colegas gigantes!!!) que encontramos pelo caminho e que nos auxiliam por ocasião das quedas, o levantar/prosseguir por certo seria muito mais difícil, muito mais. Assim, cumprindo a promessa de ser breve, encerro a narrativa de até então, a qual continua, sob a fé inabalável em Deus todo Poderoso, até que se achegue a tão sonhada posse, e que venha logo para todos nós!!! RICARDO SANTOS DE SOUZA APROVADO PARA O CONCURSO DE DELEGADO FEDERAL, fases objetiva, discursiva e oral – Curso de Formação em Junho de 2022 nicialmente, saliento a imensa honra a mim conferida por Beatriz, estimada amiga e colega de estudos de longa data, no sentido de contribuir de alguma maneira, ainda que minimamente, com a jornada de preparação para concursos dos colegas. Os últimos dois anos têm sido particularmente desafiadores. Imagino quantos de vocês tiveram a dor inestimável da perda de pessoas próximas a si. Aliado ao sofrimento íntimo, a repercussão negativa no ritmo de estudos, na concentração, na apreensão do conteúdo é inexorável. Outros, embora hajam tido a felicidade de não ser chagados com a perda de parentes, sofreram com depressão, angústia, desolação ante o isolamento social imposto pela pandemia. Por óbvio, há nestas condições fatores dificultadores para a jornada de preparação. Trago essa questão atual, colegas, justamente para tentar me solidarizar e suscitar um elemento no iter da preparação que deve ser introjetado e sublimado, no sentido da conscientização de que obstáculos há muitos, diversos, inúmeros no percurso. E eles não ocorrem apenas com você. Muitas das vezes, por uma enormidade de fatores que não me compete aduzir, particularizamos os dissabores da vida e esquecemos do outro; seja o amigo, o parente, o desconhecido, o colega concurseiro. Todos, em menor ou maior grau, independentemente da condição social, têm suas questões internas que lhes são intrínsecas, e que também, em menor ou maior grau, tornam-se fatores que se ligam, positiva ou negativamente, de forma umbilical à jornada de estudos. Cabe a cada um descobrir a forma adequada de enfrentá-los – família, amigos, terapia, meditação, reflexão etc. No meu caso particular, dois elementos foram o meu porto seguro: minha ex-companheira e a sinergia com os colegas de estudo. A primeira me apoiou incondicional e pacientemente. Foi extremamente compreensiva com minha necessidade de focar nos estudos (inclusive nas manhãs de sábados e domingos). Viagens? Praticamente não as fiz. As férias eram voltadas para intensificar os estudos. Ainda assim, ela nunca reclamou ou criticou minhas escolhas. I P ág in a1 8 Já a troca de experiências e estudo junto com os colegas concurseiros – alguns hoje amigos – foi imprescindível para as minhas aprovações. Inclusive, Beatriz e seu grupo de estudos no Facebook, o TJRIO foi um, dentre dois grupos dos quais participei, que realmente me impulsionaram para o êxito. Focados em resolução de questões e comentários acerca delas, pude notar o quanto melhorei meu desempenho nas provas. Reputo que a feitura de questões, aos milhares, é uma ferramenta essencial para o êxito na primeira fase dos concursos públicos. Não havia um dia sequer em que eu não resolvesse dezenas de questões por conta de tais grupos, em qualquer lugar que estivesse, diretamente do celular. Usava menos o qconcursos que tais grupos, a bem da verdade. Além disso, tive o imenso prazer de conhecer muitos dos colegas pessoalmente quando dos certames. Fato é após alguns anos de estudo focado, com muitas reprovações no caminho, tive a imensa felicidade de ser aprovado nas provas do TJMG e MPMG, optando por este último dada a maior afinidade com a carreira. Finalizo pedindo encarecidamente aos colegas que não desistam no meio da jornada, caso efetivamente tenham o sonho – consciente – de que seu objetivo profissional é a carreira pública, independentemente do cargo. A velha máxima de que só não é aprovado quem não desiste é a maior verdade que há. A título de exemplo, um ex-colega de magistratura, com o qual inclusive tive atuar em conjunto na qualidade de Promotor de Justiça, logrou ser aprovado após 10 (dez) anos de estudos. Cada um tem sua história, seu ritmo, e o êxito é condicionado a uma enormidade de variáveis. A busca pela aprovação não pode ser impulsionada pelo status, dinheiro ou tentativa de cumprir com expectativas alheias ou mesmo pessoais. A quantidade avassaladora de membros ou servidores frustrados, arrependidos e deprimidos na carreira é uma clara demonstração disso. Sem mencionar os que pedem exoneração ou retornam para o cargoanterior. E digo, alcançar a carreira que se almeja traz uma sensação indescritível de início, mas pouco tempo depois, garanto que tudo se normaliza, e a realidade do cargo traz novos e imensos desafios, os quais apenas mudam de roupagem em comparação ao período de preparação. Contudo, vale a pena, e muito! - ao menos no meu caso, garanto que valeu. Caso seja do interesse de vocês entrar em contato para um bate papo fiquem à vontade para me adicionar no Instagram! @lestrela LUCAS FARIA CERQUEIRA ESTRELA Promotor de Justiça – MPMG. Posse em novembro de 2019. Cargos anteriores: Agente administrativo – DPU Analista judiciário – TRT-RS Juiz de Direito – TJMG P ág in a1 9 unca foi fácil, mas sempre foi possível. A decisão de estudar para ser Promotora de Justiça veio acompanhada de abdicação, como é para qualquer concurseiro. Sem encontros com amigos, sem séries de TV, sem ócio, sem festas de família (até no meu aniversário viajei para concurso). Por seis anos e meio a minha vida se resumiu a trabalhar e a estudar todos os dias a mesma coisa. A vaga estava lá e só dependia de mim agarrá-la. Inevitável a sensação de que a nossa vida estaciona estudando para concurso. Vemos outras pessoas na praia, na balada, nas viagens, começando namoro, casando, tendo filhos… E nós? Entra Natal e sai Natal lendo revisão do DoD e mil páginas de um pdf imperdível para a prova que nunca conseguimos dar conta. Me confortava pensar que após a posse eu teria muito mais qualidade no tempo com as pessoas que amo. Foi fundamental na caminhada também estar agregada a outros concurseiros, dividindo a mesma realidade, seja para estudar, seja para compartilhar as dores e as delícias dessa vida dura. Grupos de whatsapp, encontros no skype, qualquer ferramenta que não permitisse o isolamento servia. Na minha caminhada foram mais de trinta concursos, acumulando reprovações em todas as fases, inclusive oral por míseros 0,06. O que me mantinha em pé (ou melhor, sentada estudando) era a minha fé em Deus. Tem quem cante no chuveiro; eu, chorando, ouvia Padre Marcelo Rossi para não desmoronar e para aguentar a minha caminhada. Alimente sua fé, seja qual for o seu Deus. Com essa trajetória não tinha saúde mental que aguentasse. Enlouqueci algumas vezes, claro. Nesses momentos, reconhecer que algo estava pior do que deveria permitiu que eu me cuidasse o suficiente para seguir. Não negligencie consigo. Pare, respire, peça ajuda quando as coisas apertarem. No meu caso foi suficiente o apoio da família, uma boa homeopatia e florais. Mas não se faz uma jornada dessas sem uma boa motivação. Representava muito para mim que meus pais, pobres e sem estudo, vissem que fizeram uma filha Promotora de Justiça. Eles bem idosos me faziam correr contra o tempo para converter qualquer minuto em tempo de estudo. Leitura de material no metrô a caminho do trabalho, DoDcast na hora do almoço, Qconcursos em uma recepção qualquer. Quando o desespero bater, se agarre à sua motivação. Também me ajudou não estabelecer um prazo para passar. Eu só alimentava a certeza de que minha aprovação viria uma hora, na hora de Deus, e eu repetia com muita fé: “eu vou ser Promotora de Justiça”. Quando eu vi o meu nome na lista final de aprovados no MPPR e quando dei a notícias para as pessoas que amo foi uma emoção indescritível. Hoje, quase dois anos como Promotora de Justiça, admito que faria tudo de novo. Os seis anos e meio passariam de qualquer forma. Eu escolhi passar por eles acreditando em mim e na escolha que fiz. Tudo valeu a pena. Se eu puder dizer algo para quem ainda está na fila é: Sente e estude o máximo que você puder; sua aprovação vai vir, eu tenho certeza. ELINEIDE ELGA ANDRADE Promotora de Justiça no Paraná - Posse em março de 2020. N P ág in a2 0 P ág in a2 1 DIREITO CIVIL - Jurisprudência em teses do STJ: A obrigação de prestar alimentos é personalíssima, cabendo ao espólio saldar, tão somente, os débitos alimentares preestabelecidos mediante acordo ou sentença não adimplidos pelo devedor em vida, ressalvados os casos em que o alimentado seja herdeiro, hipóteses nas quais a prestação perdurará ao longo do inventário. - Na exposição pornográfica não consentida, o fato de o rosto da vítima não estar evidenciado de maneira flagrante é irrelevante para a configuração dos danos morais. A “exposição pornográfica não consentida”, da qual a “pornografia de vingança” é uma espécie, constituiu uma grave lesão aos direitos de personalidade da pessoa exposta indevidamente, além de configurar uma grave forma de violência de gênero que deve ser combatida de forma contundente pelos meios jurídicos disponíveis. STJ. 3ª Turma. REsp 1.735.712-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 19/05/2020 (Info 672). - Instituição não financeira - dedicada ao comércio varejista - não pode estipular, em suas vendas a crédito, pagas em prestações, juros remuneratórios superiores a 1% ao mês, ou a 12% ao ano A cobrança de juros remuneratórios superiores aos limites estabelecidos pelo Código Civil é excepcional e deve ser interpretada restritivamente. Apenas às instituições financeiras, submetidas à regulação, controle e fiscalização do Conselho Monetário Nacional, é permitido cobrar juros acima do teto legal. STJ. 3ª Turma. REsp 1.720.656-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/04/2020 (Info 671). - Em regra, a cláusula penal moratória não pode ser cumulada com indenização por lucros cessantes. A cláusula penal moratória tem a finalidade de indenizar pelo adimplemento tardio da obrigação, e, em regra, estabelecida em valor equivalente ao locativo, afasta-se sua cumulação com lucros cessantes. STJ. 2ª Seção. REsp 1.498.484-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/05/2019 (recurso repetitivo) (Info 651). - A responsabilidade civil do incapaz pela reparação dos danos é subsidiária, condicional, mitigada e equitativa. Os incapazes (ex: filhos menores), quando praticarem atos que causem prejuízos, terão responsabilidade subsidiária, condicional, mitigada e equitativa, nos termos do art. 928 do CC. A responsabilidade dos pais dos filhos menores será substitutiva, exclusiva e não solidária. STJ. 4ª Turma. REsp 1.436.401-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/2/2017 (Info 599). - O laboratório tem responsabilidade objetiva na ausência de prévia informação qualificada quanto aos possíveis efeitos colaterais da medicação, ainda que se trate do chamado risco de desenvolvimento. O fato de o uso de um medicamento causar efeitos colaterais ou reações adversas, por si só, não configura defeito do produto se o usuário foi prévia e devidamente informado e advertido sobre tais riscos inerentes, de modo a poder decidir, de forma livre, refletida e consciente, sobre o tratamento que lhe é prescrito, além de ter a possibilidade de mitigar eventuais danos que venham a ocorrer em função dele. P ág in a2 2 STJ. 3ª Turma. REsp 1.774.372-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/05/2020 (Info 671). - Legitimidade do Ministério Público para ACP em defesa dos direitos individuais disponíveis de candidatos em exame da OAB. A jurisprudência desta Corte vem sedimentando-se em favor da legitimidade do MP para promover Ação Civil Pública visando à defesa de direitos individuais homogêneos, ainda que disponíveis e divisíveis, quando há relevância social objetiva do bem jurídico tutelado (a dignidade da pessoa humana, a qualidade ambiental, a saúde, a educação, para citar alguns exemplos) ou diante da massificação do conflito em si considerado. 8. É evidente que a Constituição da República não poderia aludir, no art. 129,II, à categoria dos interesses individuais homogêneos, que foi criada pela lei consumerista. A propósito, o Supremo Tribunal Federal já enfrentou o tema e, adotando o comando constitucional em sentido mais amplo, posicionou-se a favor da legitimidade do Ministério Público para propor ação civil pública para proteção dos mencionados direitos. (AgInt no REsp 1701853/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/03/2021, DJe 19/03/2021) - Mesmo que exista autorização para que um nome civil seja registrado como marca em uma área, para que esse nome seja registrado como nova marca não abrangida pela primeira, será necessária nova autorização. No que se refere ao nome civil, as limitações a seu registro encontram respaldo em sua própria natureza jurídica - direito da personalidade - e no feixe de proteção concedido a referido atributo por meio do sistema normativo, levando-se em consideração as seguintes características: oponibilidade erga omnes, intransmissibilidade, imprescritibilidade, indisponibilidade e exclusividade. Assim, para que um nome civil, ou patronímico, seja registrado como marca, impõe-se a autorização, pelo titular ou sucessores, de forma limitada e específica àquele registro, na classe e item pleiteados. Na hipótese, não é possível admitir que a presença de herdeiro do cientista na solenidade de inauguração do hospital, e a realização de doação, pela família de Albert Einstein, para sua edificação, represente uma autorização tácita ao registro do referido nome civil nas mais variadas e diversas classes e itens e sem qualquer limitação temporal. REsp 1354473/RJ, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 05/10/2021, DJe 14/10/2021 - Não gera direito à indenização a publicação de artigos de caráter informativo e opinativo que, apesar de serem extremamente ácidos e irônicos, não desbordaram os limites do exercício regular da liberdade de expressão. A liberdade de informação e a liberdade de expressão (em sentido estrito), ao fornecerem meios de compreensão da realidade - e, consequentemente, propiciarem o desenvolvimento da personalidade -, conectam-se tanto à noção de dignidade humana quanto à de democracia, pois o livre fluxo de informações e a multiplicidade de manifestações do pensamento são vitais para o aprimoramento de sociedades fundadas no pluralismo político. A liberdade de imprensa, nesse cenário, constitui modalidade qualificada das liberdades de informação e de expressão; por meio dela, assegura-se a transmissão das informações e dos juízos de valor pelos jornalistas ou profissionais integrantes dos veículos de comunicação P ág in a2 3 social de massa, notadamente emissoras de rádio e de televisão, editoras de jornais e provedores de notícias na internet. Ademais, sempre que identificada, no caso concreto, a agressão injusta à dignidade da pessoa - vale dizer: conduta causadora de angústia, dor, humilhação ou sofrimento que extrapolem a normalidade da vida cotidiana, interferindo intensamente no equilíbrio psicológico do indivíduo - o exercício do direito à informação ou à expressão deverá ser considerado abusivo, sendo permitida a intervenção do Estado-Juiz a fim de estabelecer medida reparatória da lesão a direito personalíssimo. - É admissível a exclusão de prenome da criança na hipótese em que o pai informou, perante o cartório de registro civil, nome diferente daquele que havia sido consensualmente escolhido pelos genitores. (Caiu no TJPR 2021). O direito ao nome é um dos elementos estruturantes dos direitos da personalidade e da dignidade da pessoa humana, pois diz respeito à própria identidade pessoal do indivíduo, não apenas em relação a si, como também em ambiente familiar e perante a sociedade. Conquanto a modificação do nome civil seja qualificada como excepcional e as hipóteses em que se admite a alteração sejam restritivas, esta Corte tem reiteradamente flexibilizado essas regras, permitindo-se a modificação se não houver risco à segurança jurídica e a terceiros. Nomear o filho é típico ato de exercício do poder familiar, que pressupõe bilateralidade, salvo na falta ou impedimento de um dos pais, e consensualidade, ressalvada a possibilidade de o juiz solucionar eventual desacordo entre eles, inadmitindo-se, na hipótese, a autotutela. - Jurisprudência do STJ: Contrato de compra e venda de imóvel com incorporador: o simples inadimplemento contratual em razão do atraso na entrega do imóvel não é capaz, por si só, de gerar dano moral indenizável, sendo necessária a comprovação de circunstâncias específicas que podem configurar lesão extrapatrimonial. - Jurisprudência do STJ: Em contrato de compra e venda de imóvel em incorporação a cláusula penal moratória tem a finalidade de indenizar pelo adimplemento tardio da obrigação e, em regra, estabelecida em valor equivalente ao locativo afasta-se sua cumulação com perdas e danos. - O STJ tem entendimento consolidado que NÃO é abusiva a cobrança de juros compensatórios em período anterior à entrega das chaves em contrato de compra e venda de imóveis em regime de incorporação imobiliária. - Lei 6766 (vem sendo bastante cobrada em concursos) - Art. 34. Em qualquer caso de rescisão por inadimplemento do adquirente, as benfeitorias necessárias ou úteis por ele levadas a efeito no imóvel deverão ser indenizadas, SENDO DE NENHUM EFEITO qualquer disposição contratual em contrário. (As assertivas de concurso consideram ser ineficaz) § 1º Não serão indenizadas as benfeitorias feitas em desconformidade com o contrato ou com a lei. § 2º No prazo de 60 (sessenta) dias, contado da constituição em mora, fica o loteador, na hipótese do caput deste artigo, obrigado a alienar o imóvel mediante leilão judicial ou extrajudicial, nos termos da Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997. P ág in a2 4 - O contrato de compra e venda com alienação fiduciária em garantia sobre bens imóveis independente de seu valor pode ser celebrado por escritura pública ou instrumento particular com efeitos de escritura pública. (art. 38, Lei 9514) - Compáscuo – é o contrato de Direito Agrário que versa sobre pastagem comum ou direito de comunhão de pastos diferentes. É um contrato bilateral, oneroso, comutativo e de trato sucessivo. (TJGO/2021). - TJSP: A exceção de contrato não cumprido se sujeita à prescrição, porque é uma exceção substancial prevista na lei civil e que deve ser oferecida pelo demandado, não podendo ser reconhecida de ofício pelo juiz. Trata-se de aplicação do art. 190 CC que dispõe que a exceção prescreve no mesmo tempo que a ação. Se não alegada a tempo em juízo, sujeita-se à preclusão. - TJSP: A redução equitativa da cláusula penal pode ocorrer de ofício pelo juiz. Precedentes do STJ e Enunciado 356 CJF. Maldade, sem julgamento dos recursos pelo TJSP: Art. 421 – A, III, CC: Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a presença de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis especiais, garantido também que a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019). - Para alienar, hipotecar, transigir ou praticar outros atos que exorbitem da administração ordinária exigem-se poderes especiais e expressos. O TJSP considera que “expressos” se refere ao tipo negocial e “especiais” se refere à menção ao bem alienado, que deve constar expressamente de eventual procuração. - Segundo o STJ mesmo em se tratando de danos morais, cujo valor da indenização só é conhecido por arbitramento judicial, o termo inicialdos juros é a data do evento danoso (Resp 1747913 – DJE 07/08/2020) -Em caso de alteração do regime de bens em juízo a sentença substitui o pacto antenupcial e será averbada no registro civil de pessoas naturais. - A herança jacente é “res nullius”. Primeiro se constata que a herança é jacente, para, após o procedimento de arrecadação, se tornar vacante. - TJSP: No regime de comunhão parcial de bens é incomunicável o imóvel prometido à venda e com preço solvido pelo cônjuge antes do casamento, mas cuja escritura e respectivo registro imobiliário são posteriores às núpcias. - A alteração de regime de bens não coloca fim no casamento, mas não é vedada a partilha, facultado aos cônjuges partilharem ou não o patrimônio anterior. A mudança de regime de bens gera efeitos EX NUNC. - O exercício das liberdades de autodeterminação das organizações religiosas deve obedecer à legalidade. Assim é de rigor a qualificação registral de P ág in a2 5 suas cláusulas estatutárias pelo oficial competente. - O operador nacional de sistema de registro eletrônico de imóveis (ONR) é pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos e tem o CNJ por agente regulador. - O registro de imóveis em circunscrições limítrofes é feito em todas elas, com menção a isso no registro. - Art. 928/CC. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê- lo ou não dispuserem de meios suficientes. Desta forma, tem-se que a responsabilidade civil do incapaz pela reparação dos danos é subsidiária, condicional, mitigada e equitativa, nos termos do art. 928 do CC: Subsidiária: porque apenas ocorrerá quando os seus genitores não tiverem meios para ressarcir a vítima. Condicional e mitigada: porque não poderá ultrapassar o limite humanitário do patrimônio mínimo do infante. Equitativa: tendo em vista que a indenização deverá ser equânime, sem a privação do mínimo necessário para a sobrevivência digna do incapaz. A responsabilidade dos pais dos filhos menores será substitutiva, exclusiva e não solidária. - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA (STJ 710/21) 2ª Seção - Tema 1040 - Na ação de busca e apreensão de que trata o Decreto-Lei n. 911/1969, a análise da contestação somente deve ocorrer após a execução da medida liminar. CONSTOU DO JULGADO: Não foi outro o norte seguido pela Segunda Seção, quando do julgamento do REsp 1.622.555/MG, ao afastar a aplicação da teoria do adimplemento substancial no regime da lei especial (Decreto n. 911/1969), sob pena de desvirtuamento do instituto da propriedade fiduciária, concebido pelo legislador justamente para conferir segurança jurídica às concessões de crédito, essencial ao desenvolvimento da economia nacional. Não há dúvidas, portanto, de que a legislação especial foi estruturada com um procedimento especial que prevê, em um primeiro momento, a recuperação do bem e, em uma segunda etapa, a possibilidade de purgação da mora e a análise da defesa. - Sobre bens de família: a) súmula 486 do STJ: "é impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família". b) A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora. c) É possível penhorar imóvel bem de família nos casos em que ele for dado em garantia hipotecária de dívida contraída em favor de pessoa jurídica quando os únicos sócios da empresa devedora são proprietários do bem hipotecado, em virtude da presunção do benefício gerado aos integrantes da família. d) É legítima a penhora de apontado bem de família pertencente a fiador de contrato de locação, ante o que dispõe o art. 3º, inciso VII, da Lei n. 8.009/1990 (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC – TEMA 708) (Súmula 549/STJ) e) É possível a penhora do bem de família para assegurar o pagamento de dívidas oriundas de despesas condominiais do próprio bem - ##MPDFT-2021: Segundo Flávio Tartuce, a personalidade “é a soma de caracteres da P ág in a2 6 pessoa, ou seja, aquilo que ela é para si e para a sociedade. Afirma-se doutrinariamente que a capacidade é a medida da personalidade, ou seja a personalidade é um ‘quid’ (substância, essência) e a capacidade um quantum”. (TARTUCE, 2020, pp. 62-63). - ##MPMT-2008: ##DPEMT-2009: ##DPEMA-2009: ##DPEPA-2009: ##MPCE- 2011: ##MPPR-2011: ##DPEAC-2012: ##DPEPR-2014: ##TRF4-2014: ##MPDFT- 2021: ##CESPE: ##FCC: Flávio Tartuce explica que, “todas as pessoas têm a primeira (capacidade de direito), o que pressupõe a segunda (capacidade de fato), em regra, uma vez que a incapacidade é exceção” (TARTUCE, 2020, p. 62). O art. 1º do CC/02 traz a denominada capacidade de direito ou de gozo, que nas lições de Tartuce, compreende “aquela para ser sujeito de direitos e deveres na ordem privada, e que todas as pessoas têm sem distinção. Em suma, em havendo pessoa, está presente tal capacidade, não importando questões formais como ausência de certidão de nascimento ou de documentos” (TARTUCE, 2020, p. 62). Por outro lado, a capacidade de fato ou de exercício é a possibilidade que se tem de praticar pessoalmente atos da vida civil. Quem não tem essa aptidão, são os denominados incapazes. Essa incapacidade pode ser absoluta (menor de 16 anos – art. 3º) ou relativa (art. 4º). - ##STJ: #DOD: ##DPERJ-2021: ##FGV: O uso da imagem de torcedor inserido no contexto de uma torcida não induz a reparação por danos morais quando não configurada a projeção, a identificação e a individualização da pessoa nela representada: Em regra, a autorização para uso da imagem deve ser expressa; no entanto, a depender das circunstâncias, especialmente quando se trata de imagem de multidão, de pessoa famosa ou ocupante de cargo público, há julgados do STJ em que se admite o consentimento presumível, o qual deve ser analisado com extrema cautela e interpretado de forma restrita e excepcional. De um lado, o uso da imagem da torcida - em que aparecem vários dos seus integrantes - associada à partida de futebol, é ato plenamente esperado pelos torcedores, porque costumeiro nesse tipo de evento; de outro lado, quem comparece a um jogo esportivo não tem a expectativa de que sua imagem seja explorada comercialmente, associada à propaganda de um produto ou serviço, porque, nesse caso, o uso não decorre diretamente da existência do espetáculo. A imagem é a emanação de uma pessoa, a forma com a qual ela se projeta, se identifica e se individualiza no meio social. Não há violação ao direito à imagem se a divulgação ocorrida não configura projeção, identificação e individualização da pessoa nela representada. No caso concreto, o autor não autorizou ainda que tacitamente a divulgação de sua imagem em campanha publicitária de automóvel. Ocorre que, pelas circunstâncias, não há que se falar em utilização abusiva da imagem, tampouco em dano moral porque o vídeo divulgado não destaca a sua imagem, mostrando o autor durante poucos segundos inserido na torcida, juntamente com vários outros torcedores. STJ. 3ª T. REsp 1772593-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 16/06/20 (Info 674). - ##TJPR-2021: ##FGV: A imagem da pessoa pode ser classificada em: 1º) imagem-retrato (a fisionomia de alguém, o que é refletido no espelho); e 2º) imagem-atributo/atribuição: a soma de qualificações do ser humano, o que ele representa para a sociedade. - ##DPEDF-2013: ##TRF5-2013: ##DPEPB- 2014: ##DPEPR-2014: ##DPEPA-2015: P ág in a2 7 ##DPEMA-2015: ##DPU-2015: ##PGESE- 2017: ##DPEPE-2018: ##DPEGO-2021: ##CESPE: ##FCC: A desconsideração da personalidadejurídica não acarreta a extinção ou torna nula a pessoa jurídica desconsiderada (ou seja, não atinge a existência da pessoa jurídica), nem atinge a validade dos demais atos praticados; ela apenas afasta a personalidade da pessoa jurídica, buscando no patrimônio dos sócios os meios para indenizar os lesados, mantendo-se, no mais, a integridade da sociedade e de suas atividades. - ##DOD: ##STJ: ##DPEPR-2014: ##DPEAP- 2018: ##DPEPE-2018: ##MPMG-2019: ##TJGO-2021: ##DPEGO-2021: ##CESPE: ##FCC: Novo § 3º do art. 50: previsão expressa da “desconsideração inversa” da personalidade jurídica: Na desconsideração inversa (ou invertida) da personalidade jurídica, o juiz, mediante requerimento, autoriza que os bens da pessoa jurídica sejam utilizados para pagar as dívidas dos sócios ou dos administradores. Segundo a Min. Nancy Andrighi, “a desconsideração inversa da personalidade jurídica caracteriza- se pelo afastamento da autonomia patrimonial da sociedade, para, contrariamente do que ocorre na desconsideração da personalidade jurídica propriamente dita, atingir o ente coletivo e seu patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do sócio.” (REsp 1.236.916-RS). Assim, é possível “a desconsideração inversa da personalidade jurídica sempre que o cônjuge ou companheiro empresário valer- se de pessoa jurídica por ele controlada, ou de interposta pessoa física, a fim de subtrair do outro cônjuge ou companheiro direitos oriundos da sociedade afetiva" (REsp 1.236.916-RS). Os exemplos mais citados pelos livros sobre desconsideração inversa estão no campo do Direito de Família. É o caso de um marido (ou companheiro) que transfere todos os seus bens para a sociedade empresária a fim de não ter que dividir seu patrimônio no divórcio ou dissolução da união estável. - ##STJ: #DOD: ##MPAP-2021: ##CESPE: A ação de repetição de indébito por cobrança indevida de valores referentes a serviços não contratados de telefonia fixa tem prazo prescricional de 10 anos. STJ. Corte Especial. EAREsp 738991-RS, Rel. Min. Og Fernandes, j. 20/02/19 (Info 651). - ##STJ: #DOD: ##TCERJ-2021: ##CESPE: A pretensão indenizatória decorrente do inadimplemento contratual sujeita-se ao prazo prescricional decenal (art. 205 do CC), se não houver previsão legal de prazo diferenciado. STJ. Corte Especial. EREsp 1.281.594-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Rel. Acd. Min. Felix Fischer, j. 15/5/19 (Info 649). - ##TJSP-2009: ##DPEMA-2011: ##TJRS- 2012: ##MPGO-2012: ##MPRO-2013: ##TJMG-2014: ##MPMS-2015: ##DPESP- 2015: ##TJAM-2016: ##TRF3-2016: ##CESPE: ##VUNESP: Acerca do tema “novação”, Flávio Tartuce apresenta as seguintes classificações (Fonte: TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil – Vol. Único, 10ª Ed., Forense: Editora Método, 2020, pp. 384-385): I) Novação objetiva ou real: é a modalidade mais comum de novação, ocorrendo nas hipóteses em que o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir a primeira (art. 360, I, do CC). A novação real não se confunde com a dação em pagamento (datio in solutum), uma vez que nesta última não ocorre a substituição de uma obrigação por outra, mas tão somente do objeto da prestação, mantendo-se os demais elementos do vínculo obrigacional, tais P ág in a2 8 como os seus acessórios (juros e cláusula penal, por exemplo). II) Novação subjetiva ou pessoal: é aquela em que ocorre a substituição dos sujeitos da relação jurídica obrigacional, criando-se uma nova obrigação, com um novo vínculo entre as partes. A novação subjetiva pode ser assim classificada: i) Novação subjetiva ativa: ocorre a substituição do credor, criando uma nova obrigação com o rompimento do vínculo primitivo (art. 360, III, do CC). São seus requisitos: o consentimento do devedor perante o novo credor, o consentimento do antigo credor que renuncia ao crédito e a anuência do novo credor que aceita a promessa do devedor. No campo prático, essa forma de novação vem sendo substituída pela cessão de crédito, diante do caráter oneroso e especulativo da última. ii) Novação subjetiva passiva: ocorre a substituição do devedor que sucede ao antigo, ficando este último quite com o credor (art. 360, II, do CC). Se o novo devedor for insolvente, não terá o credor que o aceitou ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve de má-fé a substituição. A novação subjetiva passiva, ou por substituição do devedor, pode ser subclassificada nos seguintes moldes: a) Novação subjetiva passiva por expromissão: ocorre quando um terceiro assume a dívida do devedor originário, substituindo-a sem o consentimento deste (art. 362 do CC), mas desde que o credor concorde com a mudança no polo passivo. No caso de novação expressa, assinam o instrumento obrigacional somente o novo devedor e o credor, sem a participação do antigo devedor. b) Novação subjetiva passiva por delegação: ocorre quando a substituição do devedor é feita com o consentimento do devedor originário, pois é ele que indicará uma terceira pessoa para assumir o seu débito, havendo concordância do credor. Eventualmente, assinam o instrumento o novo devedor, o antigo devedor que o indicou ou delegou poderes e o credor. III) Novação Mista: Além dessas formas de novação, a doutrina aponta ainda a novação mista, hipótese em que, ao mesmo tempo, substitui-se o objeto e um dos sujeitos da relação jurídica. Essa forma de novação pode também ser denominada novação complexa, eis que ocorre a substituição de quase todos os elementos da relação jurídica original, não estando tratada de forma expressa na codificação privada brasileira. - ##MPRJ-2012: ##MPSC-2021: ##CESPE: Quanto à doação pura, é correto afirmar que, a dispensa de aceitação, na hipótese de donatário absolutamente incapaz, só é admitida na doação pura, ou seja, desprovida de encargos ou submetida à condição. Em outras palavras, a doação pura é aquela simples, de plena liberalidade/generosidade, sem nenhuma exigência, motivação, limitação, condição ou encargo. A aceitação é presumida. - ##STJ: ##DOD: ##MPAP-2021: ##CESPE: A cobrança de juros capitalizados nos contratos de mútuo é permitida quando houver expressa pactuação. Isso significa que a capitalização de juros, seja qual for a sua periodicidade (anual, semestral, mensal), somente será considerada válida se estiver expressamente pactuada no contrato. A pactuação da capitalização dos juros é sempre exigida, inclusive para a periodicidade anual. O art. 591 do CC permite a capitalização anual, mas não determina a sua aplicação automaticamente. Não é possível a incidência da capitalização sem previsão no contrato. STJ. 2ª S. REsp 1.388.972-SC, Rel. Min. Marco Buzzi, j. 8/2/17 (recurso repetitivo) (Info 599). P ág in a2 9 - Compete à Justiça estadual julgar insolvência civil mesmo que envolva a participação da União, de entidade autárquica ou empresa pública federal. A questão constitucional em debate, neste recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida (Tema 859), é se a insolvência civil está, ou não, entre as exceções postas na parte final do artigo 109, I, da Constituição da República, para fins de definição da competência da Justiça Federal de primeira instância. 2. A falência, no contexto do rol de exceções à competência da Justiça Federal de primeira instância, significa tanto a insolvência da pessoa jurídica, quanto a insolvência da pessoa física, considerando que ambas envolvem, em suas respectivas essências, concurso de credores. Assim sendo, diante do caso dos autos, fixa- se a seguinte tese: “A insolvência civil está entre as exceções da parte final do artigo 109, I, da Constituição da República, para fins de definição dacompetência da Justiça Federal.” 4. Recurso extraordinário a que se nega provimento. (RE 678162, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 29/03/2021, PROCESSO ELETRÔNICO DJe- 091 DIVULG 12-05-2021 PUBLIC 13-05-2021. - ##TRF5-2013: ##DPERS-2014: ##TJRJ- 2019: ##MPDFT-2021: ##CESPE: ##FCC: ##VUNESP: Acerca do elemento imaterial obrigacional, nos dias atuais, entende-se estar superada a teoria monista ou unitária da obrigação, que defende que a obrigação seria constituída de um único elemento, qual seja, o vínculo jurídico que une a prestação e os elementos subjetivos. Entretanto, a doutrina contemporânea, com base nos estudos do jurista alemão Alois Brinz, entende que, atualmente, prevalece a teoria dualista ou binária, pela qual a obrigação é concebida a partir de uma relação débito/crédito. Assim, a existência do vínculo jurídico pressupõe dois elementos da obrigação: (i) débito (“schuld” – sinônimo de “debitum”): é o dever jurídico principal, consistente em uma prestação de dar, fazer ou não fazer, assumido pelo devedor, isto é, com o adimplemento da obrigação, surgirá somente esse conceito; e (ii) responsabilidade (“haftung” – sinônimo de “obligatio”): é a consequência patrimonial pelo descumprimento do débito, ou seja, caso a obrigação não seja cumprida, surgirá a responsabilidade. Feita esse breve resumo, passa-se a análise do enunciado: Uma dívida prescrita: Neste caso, há um débito (Schuld), mas não há uma correspectiva obrigação (Haftung), já que a dívida não é mais exigível. Em outras palavras, a prescrição elimina a pretensão, não o direito. Logo, existe o débito, mas não existe a responsabilização (Com Schuld sem Haftung), de modo que não caberá ação de repetição de indébito pelo pagamento de dívida prescrita (art. 882, CC). Ex: Penhor oferecido por terceiro: Nesta situação, há uma obrigação, um dever (Haftung), mas não há um débito próprio (Schuld), visto que oferecido por terceiro (com Haftung sem Schuld). Ex2. Uma dívida de jogo: A dívida de jogo é um vínculo natural, visto que não pode ser exigível, não havendo uma obrigação (Haftung), portanto, mas há uma dívida (Schuld). Trata-se de obrigação com Schuld sem Haftung, impossibilitando assim a repetição do indébito, porque não era um débito, não obrigam o pagamento. Ex3. Fiança: Neste caso, há a obrigação (Haftung), mas não um débito (Schuld). É a mesma coisa que o penhor oferecido por terceiro, “sou obrigado a pagar porque disse P ág in a3 0 que pagaria, mas não devo, pois quem deve é quem é beneficiado pela minha garantia pignoratícia" (possivelmente uma das partes da obrigação principal, o devedor- afiançado). Eventualmente, passarei a ter obrigação, mas sem o débito do afiançado a obrigação é meramente futura. - ##DPESP-2013: ##TJDFT-2016: ##DPERJ- 2021: ##CESPE: ##FCC: ##FGV: Para além de eventual discussão doutrinária, nos termos do CC/02, apenas nas situações de responsabilidade subjetiva, em que há aferição da culpa, é possível, por evidente, a gradação que viabilize a redução equitativa. Nesse sentido, é o teor do § único do art. 944 do CC/02. Porém, vale destacar a advertência lógica trazida pela doutrina: “Ora, a responsabilidade objetiva é reservada pelo ordenamento brasileiro às atividades que geram, por si só, risco social excessivo (...) seria contraditório permitir que, naquelas hipóteses em que o legislador considerou que a atividade gerava risco excessivo e por isto dispensou a prova da culpa do agente, o juiz levasse em conta a baixa intensidade da culpa para reduzir a indenização, relançando parte do risco sobre a vítima do dano" (TEPEDINO, Gustavo. BARBOZA, Heloisa H. MORAES, Maria Celina Bodin. Código Civil interpretado conforme a Constituição da República. Vol. II. RJ: Renovar, 2006, p. 861). Trata-se, portanto, apenas de redução equitativa na indenização de responsabilidade subjetiva, haja vista que a responsabilidade objetiva independe de culpa. Desta forma, não há, nessa segunda hipótese, culpa a ser analisada e apta a ensejar uma redução da indenização. Vale registrar, ainda, que o § único do art. 944 do CC excepciona o princípio da restituição integral, para que seja possível fixar indenização por equidade. Nesse contexto o teor do Enunciado 46 da I JDC, complementado pelo Enunciado 380 da IV JDC, ambos citados acima. Nesse sentido, Daniel Carnacchioni explica que “a aplicação da norma é restrita e, de acordo com a posição atual da doutrina civil, tal dispositivo também pode ser utilizado como parâmetro para a responsabilidade objetiva. A redução é excepcional e somente será realizada quando a amplitude do dano extrapolar os efeitos razoavelmente imputáveis à conduta do agente”. (Manual de Direito Civil, 2017, p. 753). - ##TJAL-2008: ##DPESP-2013: ##DPERJ- 2021: ##CESPE: ##FCC: Restitutio in integrum significa restituição por inteiro ou integralmente; é o retorno ao “status quo ante” ou a completa reposição do lesado à situação anterior ao dano. É a regra geral do CC/02, afastada em situações excepcionais, pelo art. 944, § único, CC, onde o grau da culpa e não somente a extensão do dano que servirão de parâmetro ao juiz para a fixação equitativa da indenização. - ##MPMG-2021: Sintetizando as principais diferenças entre ALUVIÃO e AVULSÃO: * AVULSÃO (art. 1.250, CC): Violentamente. Com indenização. * ALUVIÃO (art. 1.251, CC): Lentamente. Sem indenização. - ##STJ: ##DOD: ##TRF4-2016: ##PGM/AM- 2018: ##TJPR-2021: ##CESPE: ##FGV: Legitimidade passiva em ação de cobrança de dívidas condominiais: Em caso de compromisso de compra e venda, a legitimidade passiva para ação de cobrança de cotas condominiais será do promitente- comprador ou do promitente vendedor? Quem deverá responder pelo pagamento? A 2ª Seção do STJ apreciou o tema e forneceu três conclusões expostas em forma de teses: a) O que define a responsabilidade pelo pagamento das obrigações condominiais P ág in a3 1 não é o registro do compromisso de compra e venda, mas a relação jurídica material com o imóvel, representada pela imissão na posse pelo promissário comprador e pela ciência inequívoca do condomínio acerca da transação. b) Havendo compromisso de compra e venda não levado a registro, a responsabilidade pelas despesas de condomínio pode recair tanto sobre o promitente vendedor quanto sobre o promissário comprador, dependendo das circunstâncias de cada caso concreto. c) Se ficar comprovado: (i) que o promissário comprador se imitira na posse; e (ii) o condomínio teve ciência inequívoca da transação, afasta-se a legitimidade passiva do promitente vendedor para responder por despesas condominiais relativas a período em que a posse foi exercida pelo promissário comprador. STJ. 2ª S. REsp 1.345.331-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 8/4/15 (recurso repetitivo) (Info 560). - ##STJ: #DOD: ##DPERJ-2021: ##FGV: É admissível o retorno ao nome de solteiro do cônjuge ainda na constância do vínculo conjugal. Exemplo hipotético: Regina Andrade Medina casou-se com João da Costa Teixeira. Com o casamento, ela passou a ser chamada de Regina Medina Teixeira. Ocorre que, após anos de casada, Regina arrependeu-se da troca e deseja retornar ao nome de solteira. Ela apresentou justas razões de ordem sentimental e existencial. O pedido deve ser acolhido a fim de ser preservada a intimidade, a autonomia da vontade, a vida privada, os valores e as crenças das pessoas, bem como a manutenção e perpetuação da herança familiar. STJ. 3ª T. REsp 1873918-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 02/03/21 (Info 687). - ##STF ##DOD: ##MPGO-2016: ##DPU- 2017: ##TJMT-2018: ##MPBA-2018: ##MPMS-2018: ##DPEAP-2018: ##TJPA- 2019:
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