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Olá Amigos, 
Segue a edição do nosso trabalho Raios de fim de ano. 
BREVE EXPLICAÇÃO: 
O Raios é um trabalho que surgiu há pouco tempo, que me 
lembre 2018. Ele é organizado por alguém que monta um 
Grupo especifico para isto. Sempre foi para algum TJ. É 
geralmente bem próximo ao certame, pois é uma revisão 
para aquele concurso. Consiste em um conjunto de dicas 
jurídicas montadas por vários concurseiros. É inspirado no 
chamado Brainstorming (tempestade de ideias). Isto 
significa, aqui em nosso “juridiquês”, reunir o máximo de informações 
possíveis num curto espaço de tempo. Para tal, forma-se um Grupo 
temporário onde são convidados amigos de amigos ou de pequenos grupos de 
estudo, a fim de manter a qualidade do trabalho. O “evento” este ano ocorreu dia 19 
de dezembro, no intervalo das 19h as 20.10h. Ao final começa o trabalho interno 
para elaborar esta linda Edição. 
A Edição Raios Retrospectiva 2020 deu muito certo, foi quando surgiu a ideia de fazer 
um Compilado mais aprimorado para que as dicas não se perdessem, o que já vinha 
sendo feito para alguns concursos de Magistratura em outros Raios. É um trabalho 
que reúne concurseiros solidários, seja na sua montagem, na divulgação, na sua 
edição e é claro seja quem colabora com as dicas. E por isto resolvemos repetir agora 
no final de 2021. Como tenho a sorte de conhecer pessoas maravilhosas, que ajudam 
pelo simples fato de ajudar (pessoas de índole mais altruísta), isso oportuniza a 
realização deste lindo Projeto Raios de fim de ano. Sem se esquecer que todos 
estamos sempre aprendendo conteúdos e evoluindo como seres humanos quando 
realizamos determinados trabalhos de índole coletiva. 
Formamos aqui um ótimo Arquivo de Revisão, numa leitura leve, contando com a 
maior parte escrita e também várias imagens. A Edição/Sumário tomou por base o 
Concurso da Magistratura, inovando com a introdução de Humanística. Serve, claro, 
para outros concursos, especialmente Ministério Público, pois muitos participantes 
estudam para esta carreira e até mesmo alguns Depoimentos são de membros da 
Instituição (mas claro que serve para outras também). 
 
 
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O Arquivo pode ser compartilhado abertamente, em grupos, drives públicos, amigos, 
enfim...Especialmente informo alguns DRIVES PÚBLICOS onde este trabalho 
poderá ser encontrado: a maravilhosa Carol @conquistandoatoga com um drive 
jurídico de enorme utilidade para o universo concurseiro. A famosa Renata 
@emsconcurseira com seu serviço de S.O.S a concurseiros. Também os amigos 
Tadeu @brocandoasbancas, João Felipe @cadernomagis e Moyses 
@partiuconcurseiro. Além dos pop stars, ora integrantes dos trabalhos internos: 
@eduardobelisario (o melhor material de lei seca), a Ju @concurdiva e o Yan 
@tecendoatoga. É um trabalho público, diferente de outros realizados em grupo 
que são fechados, portanto, fiquem à vontade. 
 
 
 
 
Deixamos nosso agradecimento a cada um que colaborou para nosso trabalho. 
Porque o espírito do Raios e justo ser feito por vários concurseiros que lançam dicas 
sejam próprias, sejam retiradas de material, livros, professores, instas, enfim... Não há 
como sabermos e nem citar as mais de 200 pessoas do Grupo, até porque nem todos 
efetivamente atuam. Então cada um que teve o seu pequeno trabalho em separar 
uma dica, saibam que sem vocês o trabalho não seria possível. 
A Equipe de trabalho Raios foi 
como no ano passado, irretocável. 
Este ano formamos 11 (onze) 
pessoas. Foram 3 (três) na 
compilação das dicas e imagens, 7 
(sete) na revisão e a cereja do 
bolo: Bruno Alves, que faz a linda 
Edição final de tudo isso, 
revelando seu dom com muita 
solicitude. Integraram a Equipe 
do trabalho deste ano (interno e externo hehe) três pessoas formidáveis: a Danielle, 
a Ju Concurdiva e o Euclides. 
Por fim, agradeço a quem dedicou seu tempo elaborando nossos lindos 
Depoimentos. São pessoas todas muito especiais e registro o quanto de carinho e 
preocupação que eles tiveram para fazer. Sem falar que com a correria de fim de ano 
resolvi inserir os depoimentos já bem perto do dia do evento e alguns estavam até 
 
 
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de plantão. Acredito dar um toque especial no nosso trabalho, ver pessoas que ontem 
estavam juntos ali na caminhada (muitas vezes no dia a dia em grupos de estudos) e 
hoje membros do Poder. Sabemos o quanto as palavras de cada um inspiram a todos, 
às vezes se amoldando a como uma luva para cada pessoa seja por que motivo for. 
FORÇA, FÉ E UMA CAMINHADA DE PAZ A TODOS. 
BONS ESTUDOS 
Rio de Janeiro-RJ, 10 de janeiro de 2022 
BEATRIZ BARROS (e Equipe Raios) 
 
 
 
 
 
COORDENAÇÃO COMPILAÇÃO DESIGNER 
 Beatriz Barros Danielle Zische Bruno Alves 
Euclides Sampaio 
Juliana Brancalhão 
 
 
 
REVISÃO 
Beatriz Barros 
Daiane Medino 
Eduardo Belisario 
Jessica Fernandes 
Tatiane Levandowski 
Tiago de Carvalho 
Yan Walter 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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rimeiramente, gostaria de me apresentar, eu me chamo Fabrício Miranda Mereb. Assumi 
o cargo de Promotor de Justiça de Mato Grosso em 26/02/2021, e, também, fui aprovado 
no concurso de Delegado de Polícia de Mato Grosso, nomeado em 17/12/2021, porém 
decidi seguir a carreira ministerial. 
Talvez quando se olha para um aprovado, enxerga-se um oceano de vitórias, mas infelizmente 
não é a verdade! É um caminho repleto de derrotas, frustrações e um terrível sentimento que a 
posse nunca irá chegar. Igualmente, há o sentimento de como se enxergaria em 10 anos sabendo 
que o projeto falhou. Mas se acalme! A vitória sempre está bem ali na praia, só precisamos nadar 
mais um pouquinho. Ela é bem mais concreta do que imaginamos. 
Para fazer a travessia desse oceano, cheio de tempestades, eu me apeguei nas mãos de Deus e 
pedi para Ele me guiar. Em determinados momentos pensei estar à deriva, e em algumas ocasiões 
eu estava mesmo, porque ousei duvidar do projeto de Deus. 
Principalmente, quando passava estudando meses para uma prova, chegando à biblioteca às 8:00 
horas da manhã, fazendo um almoço de 1 hora, trabalhando mais umas 3 horas (advogava e 
ajudava minha mãe a vender roupas), logo voltava à biblioteca, de onde eu só saia às 22 horas da 
noite, para chegar na prova, e ficar por uma questão de algo que eu sabia (sinto em lhes dizer, 
mas acontecia com uma frequência maior do que esperava). 
Entretanto, aprendi nessa caminhada que o nosso erro é achar que nossas derrotas são derrotas. 
Mas não! Tudo depende de como as enxergamos, porque as minhas foram bênçãos, seja para me 
preparar melhor para o cargo que eu exerço hoje, seja para ter vivido tudo o que eu vivi. 
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Da mesma maneira, achar que todas as bênçãos recebidas são bênçãos, é um erro enorme. É 
recorrente nas carreiras jurídicas a perda da saúde mental, seja pelo excesso de serviço, seja pela 
falta de vocação ou mesmo, porque a bênção chegou em um momento que não se estava 
preparado para a responsabilidade que viria, negligenciou a caminhada e os outros pilares de 
sustentação da vida. 
Portanto, sou grato por cada minuto como concurseiro, como eu era feliz e não me dava conta 
disso. Um conselho? Aprender a amar a caminhada faz toda a diferença, valorize o seu 
processo! Os amigos de biblioteca que fiz, as trocas de experiências, as viagens, as aflições e, 
principalmente, a gratidão que eu tenho por ter tido oportunidade de ficar próximo da minha 
família, dado força para minha mãe (pessoa a quem devo o mundo inteiro) que ficou viúva do 
meu pai no mesmo mês em que colei grau na faculdade (dezembro de 2013), tornou-me ser 
quem sou hoje! Portanto: seja grato pelo agora, por mais difícil que esteja! 
Outro presente que os estudos me deramé minha esposa, conheci na biblioteca. Entre idas e 
vindas, ela me acompanhou em todo esse final de trajetória e em abril de 2021, nos casamos. 
Tenho certeza que se tivesse sido aprovado em outro concurso, eu não seria completo, 
sentimentalmente, como eu sou hoje. 
Por fim, essa rotina durou de maio de 2014 até outubro de 2020, sem que eu tirasse 1 mês de 
férias ou recesso: desistir nunca foi uma opção! Deus sempre me guiou, e hoje sou grato a cada 
um desses anos que eu “falhei”, inclusive, naquelas derrotas que eu não merecia. Tudo era plano 
de Deus, e o plano dele sempre foi me colocar, primeiramente, no Mato Grosso, por mais que eu 
insistisse em outras opções. 
Eu sou apaixonado pelo ministério público, amo ajudar as pessoas, atendê-las de uma forma 
humana, e transformar a vida das pessoas que estão a minha volta. Este perfil ativo, transformador 
da realidade, deixa-me eufórico. 
Hoje, na minha comarca, eu sou um facilitador de diálogos, muitas vezes, as pessoas chegam 
cheias de feridas, mas tudo o que elas querem é serem enxergadas e ouvidas. O promotor de 
justiça tem uma função primordial de criar pontes entre pessoas e poderes públicos para que 
cheguem na melhor solução possível. 
O sucesso profissional está naqueles que possuem um coração cheio de humildade e amor, os 
quais buscam, com muito sacrifício espalhar o amor e justiça pelo mundo, sem protagonismo. 
Então, não escolha a carreira pelo melhor estado, a que remunere melhor ou mesmo te dê um 
status, escolha aquela que irá te completar, a qual acordará feliz todos os dias para fazer um 
mundo melhor. 
E vale a pena? Muito!!! Cada segundo a mais que me dediquei, quando pensei que não dava mais. 
Cada minuto que chorei, porque pensava estar vendo minha vida passar na minha frente, onde 
eu só via paredes, pdfs e questões. Cada crise existencial, já cheguei a parar 15 dias para estudar 
para o vestibular de medicina, porque não aguentava essa incerteza do concurso (que só existe 
na nossa cabeça). 
Em resumo: eu amo o que eu faço, é isso o que faz a diferença. Talvez se tivesse entrado em outra 
carreira que não fosse o meu perfil, estaria frustrado e triste. Então, se pergunte o que te atrai em 
 
 
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determinada profissão. Se a resposta for, apenas, dinheiro, é melhor repensar os seus projetos. A 
vida é muita curta para passarmos 2/3 dela dormindo e fazendo o que não gostamos. 
Igualmente, se a carreira tirar sua humildade, peça exoneração e vá fazer qualquer outra coisa! A 
vida, também, é muito curta para viver em ilusão. O que eu mais agradeço é que eu continuo 
sendo o Fabrício com o mesmo jeito moleque e tímido. Às vezes querem falar com o promotor 
de justiça e eu levo um susto: “uai, o promotor de justiça sou eu” kkk. Somos, somente, mais uma 
formiguinha tentando contribuir para o que lugar que vivemos seja melhor, mais justo e 
igualitário. A servidora que efetua a higienização da promotoria tem o mesmo valor (até mais) 
que o promotor de justiça. 
A função aqui na Terra é amar e servir o próximo, se a cada vez que alguém fosse tomar uma 
decisão, fizesse o questionamento: “estou amando e servindo o meu próximo? A minha decisão 
reflete o amor de Cristo?” com certeza teríamos um mundo bem melhor. 
Crer em Jesus é amar o próximo: “Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. 
Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque 
Deus é amor.” 1 João 4:7-8 
Essa convicção sempre foi meu catalisador nos estudos, quanto mais eu me frustrava, mais forte 
eu voltava. Deus nunca nos abandona. Ele só faz as coisas acontecerem no lugar certo. 
Você pode ser, facilmente, aprovado sem Deus, sem entregar para ele. Pode até ser feliz 
profissionalmente sem Deus, construir uma família feliz, porque o sol nasce para todos e Deus 
nos ama igualmente. Mas nunca se terá a certeza que estará vivendo aquilo que foi preparado e 
era o melhor para você. Cada decisão muda todo o futuro, não penso duas vezes em entregar 
para aquele que nos ama infinitamente, mesmo com todos os nossos erros, porque ele sabe de 
todas as coisas e tem o melhor sempre. 
Hoje sei que era ali meu lugar, naquele tempo. Sou grato a todo momento pelo cuidado que Deus 
teve comigo em toda a caminhada, me deu força quando eu não tive, me guiou quando eu não 
enxergava e me mostrou que, após ter entregado meu futuro para ele, eu só precisava ter feito a 
minha parte, me esforçado muito, porque de todo o reste ele cuidava. E aquilo que vem de Deus, 
ninguém tira. 
Então, faça os seus próprios resumos (lutei muito contra isso e me arrependo muito, mudou meu 
nível de estudos), questões, tenha rotina de estudos, curta essa caminhada, aproveite sua família, 
seus amigos, tenha horário de dormir e acordar. Faça amigos concurseiros, eles serão seus 
maiores aliados na aprovação, seja, igualmente, gentil com eles, troque resumos, informações. E, 
principalmente, mantenha os outros três pilares da sua vida sólidos – pilares da família, saúde e 
espiritual – para que o quarto pilar, profissional, possa se solidificar, também. 
 
FABRÍCIO MIRANDA MEREB (@fabriciomereb) 
Promotor de Justiça Substituto 
Posse no MPMT em fevereiro de 2021 – 9º Lugar 
 
 
 
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Olá, colegas! 
e início, adianto que não faz muito tempo que eu fui o sujeito que lia o depoimento 
dos aprovados/empossados em êxtase, e sempre visitado pela pergunta: quando 
será a minha vez? Sabemos que cada trajetória tem seus próprios percalços, mas a 
regra, na grande maioria das vezes, é que o resultado final seja alcançado, a partir da dose 
de persistência necessária. 
E se tem uma coisa que aprendi na vida dos concursos é que não se alcança a vitória sozinho. 
Claro que o dia a dia, trancado no quarto ou na sala de estudo, o esforço é solitário. Cada um 
conhece a própria batalha e entende das próprias dores, mas a caminhada em si é sempre 
compartilhada, seja com a família ou com outros colegas de estudo – dos quais muitos 
acabam se tornando amigos. 
E é aqui que surge a minha relação e, principalmente, a minha gratidão ao grupo Magisaudio. 
Os depoimentos, os conselhos, os materiais, a ajuda na reta final, as dúvidas compartilhadas, 
a maratona das 24h antes da prova oral, a palavra de conforto, o abraço (mesmo que virtual) 
na reprovação e o constante senso coletivo de ajuda formam uma base de apoio tão 
fundamental que fica difícil até adjetivar. 
Dessa simbiose em busca de um objetivo comum, não apenas me tornei magistrado como 
fiz amigos juízes, promotores, delegados e defensores de ponta a ponta do país. Se eu for 
citar nomes, certamente serei injusto esquecendo alguém no meio de tantos. Saibam que 
todos eles foram, no mínimo, necessários! 
Aos que ainda não chegaram lá, peço que tenham serenidade. Mantenham a resiliência 
sempre bem cultivada, tenham atenção com a saúde física e mental, tenham respeito pelo 
tempo e nunca se esqueçam que o aprovado de hoje, algum dia, também acreditou que ele 
não fosse capaz. 
E sabe a tal “síndrome do impostor” (talvez não seja pra mim, não sei como cheguei até aqui 
etc.)? Pois bem, não tente fazê-la deixar de existir, apenas não permita te consumir, pois ela 
nos acompanha mesmo depois da posse! Digo isso porque aprendi que duvidar de si é da 
natureza humana, mas não nos impede de nada. 
Se quiser conversar mais, pode me procurar no instagram (@luizpffm). 
Grande abraço! Que o próximo ano seja de vitória, aprovação e posse! Esperamos vocês. 
 
LUIZ PHELIPE 
Juiz de Direito do Estado do Ceará 
(aprovado em 2019, empossado em 2021) 
Aprovado para Juiz de Direito do Estado do Mato Grosso (2021). 
 
 
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Olá Pessoal, 
oi uma grata surpresa ser convidada para escrever na Raios 2021 sobre minha trajetória 
até me tornar promotora de justiça. Afinal já sou velhinha, tendo sido aprovada há 5 
anos, após 8 anos na carreira corporativa.A vantagem é poder compartilhar visões 
sobre a decisão, a preparação e sobre o dia a dia após a posse. 
 
Sempre fui daquelas que procurou “sentido” nas coisas, uma vida com “propósito”, uma 
marca no mundo, algo que transcendesse a satisfação individual e alcançasse o coletivo. 
Influenciada por essa intenção que pulsava em mim encontrei na semântica do termo minha 
escolha profissional: promover justiça. A decisão de qual carreira escolher é algo íntimo e, na 
minha opinião, não deve considerar remuneração, status ou influências externas, senão uma 
investigação profunda do que você deseja para sua vida. O caminho é duro demais para que 
não seja uma escolha exclusivamente sua. 
 
Após decidir, sabia que seria um projeto de médio e longo prazo. Assim, parti da regra 5W2H 
(que aprendi no MBA de Finanças concluído anos antes, pasmem!), segundo a qual projetos 
bem sucedidos se estruturam a partir das respostas a 7 perguntas (todas em inglês): 5W What 
(o que será feito?), Why (por que será feito?), Where (onde será feito?), When (quando será 
feito?) e Who (por quem será feito?), que se complementam com 2H How (como será feito?) 
e How much (quanto vai custar?). 
 
Se vale um conselho, façam essas perguntas e, após honesta reflexão, coloquem as respostas 
no papel, antes de começar a estudar para valer. É preciso disciplina, organização e dedicação 
na vida, e só através do autoconhecimento e do check list frequente dessas respostas é 
possível concretizar planos e/ou reajustar rotas. O importante é fazer sentido para você, ainda 
que o mundo questione. 
 
Não é demais lembrar que imprevistos e infortúnios ocorrem sem pedir nossa permissão. Eu 
mesma perdi meu pai 2 dias antes do edital e contra as probabilidades fui aprovada. Então 
não seja egocêntrico ao considerar que sua vida é mais difícil; que só você tem perrengues; 
que a vida daquele é mais confortável, e por aí vai. Não se compare com ninguém, cada 
conquista é pessoal. Valorize sua história, sinta orgulho de si e tenha certeza que só assim 
aprenderá a lidar com os desafios diários. 
 
E por falar em desafios, logo após a posse percebi que aquele meu ideal de justiça estava 
mais distante do que eu gostaria, entremeado num contexto repleto de burocracias, 
relatórios, processos e audiências. Muitas vezes me peguei fazendo tarefas urgentes e 
necessárias, mas que faziam pouco (ou nenhum) sentido para impactar positivamente na vida 
de alguém ou na coletividade. Faz parte, prepare-se para isso e aproveite a experiência de 
lidar com os percalços da preparação para desenvolver resiliência, característica que 
diferencia os profissionais. 
 
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E, por fim, sua vida é muito maior que uma preparação para concurso. No futuro esses 2, 4 
ou 6 anos serão uma pequena parcela dos seus 70 ou 80 anos. Por isso, exercite o equilíbrio: 
estudo, descanso e diversão, sob pena de sucumbir, adoecendo física e mentalmente, 
deixando de performar e descartando momentos e pessoas que não voltam mais. Lembre-
se: 5W2H, faça tua parte, mas sem pressa ou pressão. Se não desistir, sua hora vai chegar. E 
se desistir, tudo bem também, apenas se lembre de reajustar a rota em rumo ao que te faz 
feliz, sem remorsos ou arrependimentos de suas escolhas, afinal “Nenhum vento sopra a favor 
de quem não sabe para onde ir (Sêneca)”. 
 
Se uma pessoa puder se beneficiar dessas poucas palavras, já valeu a pena. Se precisarem de 
dicas, orientações ou outra ajuda, estou no direct do insta @angelicapjsp. 
 
ANGÉLICA RAMOS DE FRIAS SIGOLLO 
(@angelicapjsp) 
Posse no MPSP em Janeiro de 2016 
Aprovada em 4º lugar (sendo o 1º lugar entre as mulheres) 
 
 
 com grande prazer que aceitei o convite do Yan para falar um pouco da minha trajetória 
e, quem sabe, inspirar de alguma forma os colegas concurseiros que seguem na luta – 
até a posse! 
Para que me conheçam um pouco, devo dizer que cresci em uma família que sempre 
incentivou muito os estudos, de forma que crescemos sabendo que nossa herança era o 
conhecimento que adquiríssemos durante a vida. 
Durante a faculdade de Direito eu já sabia que queria concurso público e os cargos que sentia 
mais afinidade era o Ministério Público Estadual e Magistratura Estadual, por essa razão, 
durante os cinco anos de curso me dediquei a estudar doutrinas mais aprofundadas. Assim, 
eu queria ser concursada, mas sem perfil tradicional de concurseira, nesse período. 
Percebo hoje que foi uma boa estratégia para construir uma base sólida que muito me 
ajudaria no futuro. 
Após formada, fiz Mestrado, que durou dois anos, e nesse tempo me dediquei integralmente 
à minha formação acadêmica, estando afastada dos estudos de concurso. 
Findo o Mestrado, era hora de me dedicar inteiramente ao meu sonho profissional e, nesse 
momento, estava mais voltada para a magistratura estadual. 
Assim, comecei os estudos e a realização das provas, tive reprovações e com elas fui 
aprendendo o que estava faltando para avançar de fase. Por que não consegui o corte? Qual 
matéria me tirou? Que aspecto da disciplina eu estou em falha? 
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Fazendo essas digressões a cada prova, eu fui crescendo e alinhando as arestas a cada nova 
oportunidade. Lembro que estava perto de fazer a primeira fase da prova de juiz do Tribunal 
de Justiça do Ceará e nos treinos estava fazendo poucos pontos em Direito Ambiental. 
Nesse momento eu pensei: “eu quero muito passar nessa prova e não posso chegar no dia 
sem ter feito o meu melhor”. Por isso, faltando algumas semanas para a prova, fiz um estudo 
intenso, na medida que o tempo me permitia, a fim de que estudasse ao menos o principal 
da matéria e pudesse chegar competitiva. No fim das contas, deu certo. 
Lembrem-se, colegas, que todas as matérias são importantes. Não é porque tem apenas três, 
quatro ou cinco questões que devemos ignorar aquele conteúdo. 
Vejo vários amigos concurseiros falando que não gostam da matéria X e Y. Eu, 
particularmente, sempre preferi não internalizar esse tipo de pensamento, afinal a prova está 
lá feita e só me resta “dançar conforme a música”. 
Algo que muito me incentivava era pensar no cargo que eu almejava, na importância social 
dele e a responsabilidade que iria assumir com a posse. Afinal, seria detentora de parte do 
poder do Estado, precisaria estar pronta, na medida do possível, pois lhes garanto que não 
nos sentimos prontos nunca. 
Isso me dava um gás para estudar assuntos que não gostava muito, pois sempre pensava 
que um dia iria me deparar com isso na minha profissão e queria estar apta para dar o meu 
melhor aos jurisdicionados. 
Resumo esse sentimento à linda frase de Santa Teresa D’ávila: “é justo que muito custe o que 
muito vale”. 
Nessa nossa caminhada, tão solitária muitas vezes, é sempre importante termos familiares e 
amigos para nos apoiar. Já vi depoimento de colegas falando da dificuldade de se dedicar 
aos estudos por não terem apoio familiar em casa. 
Não era o meu caso, mas, se for o seu, a dica que dou é se dedicar aos seus sonhos e provar 
a todos que estão errados em não acreditar no seu potencial, para que saibam que o seu 
sonho é sim possível e depende só de você. 
Busque forças em amigos, notadamente aqueles que compartilham do mesmo sonho, pois 
conseguirá ter o suporte que tanto precisa para os momentos difíceis, pois eles virão. 
Precisamos estar sempre prontos para cair, se recompor e, resilientes que somos, “arregaçar 
as mangas” e voltar com todo o gás para o nosso sonho. 
Lembro de derrotas que me deixaram muito abaladas, de vezes em que achava que seria feliz 
no estado “x” e, após a reprovação, me sentia muito triste e com dúvidas sobre a aprovação, 
se estaria pronta, se minha hora ia chegar. 
Para me ajudar sempre busquei fortalecer minha fé em Deus, acreditar que Ele me faria 
trabalhar no local em que eu seria feliz, realizada e no qual poderia ser a diferença para as 
pessoas dolugar. 
 
 
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Essa fé me fez seguir em frente e encarar as adversidades como degraus para que eu estivesse 
pronta quando fosse assumir o tão sonhado cargo. 
O intuito desse depoimento era ser breve e objetivo, mas percebam que falhei nesse ponto. 
No entanto, quis persistir com as palavras, pois gostaria que pudessem ver que todos aqueles 
que hoje estão aprovados passaram por dificuldades e provações até que a sonhada posse. 
Acreditem no percurso de vocês, se dediquem pensando no sonhado cargo, encarem as 
dificuldades dos estudos como preparação (“se eu quero tal cargo preciso dar meu melhor, 
ser minha melhor versão para merecer tamanha missão”). 
No entanto, caros colegas, lembrem-se de viver no caminho. Fazemos mil planos pós posse, 
mas a vida não começa depois, ela está acontecendo todos os dias e é tão bom saber amar 
o caminho, saber o quão valioso é cada dia em que nos sentamos e depositamos nas horas 
de estudo toda a energia na busca dos nossos sonhos. 
Sigam firmes e confiantes, a aprovação chega na hora e no lugar certo. Acreditem no 
caminho, tenham fé e perseverança que a vitória vai chegar! 
Sucesso e felicidade a todos. 
Um forte abraço dessa eterna estudante. 
 
MYLENA RIOS CAMARDELLA DA SILVEIRA 
Juíza de Direito do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. 
Aprovada no TJCE, no TJBA (6° lugar), no TJMT (16°lugar), no TJAL (4° lugar / 1° lugar prova oral). Aprovada 
para Delegada de Polícia Civil do Estado do Piauí (6° lugar), para Conciliadora TJPI (2° lugar), Juiz Leigo TJPI (8° 
lugar) e Escrivão Judicial TJPI. 
 
 
A escolha por um caminho de “pedras”, transformando-as em ladrilhos ... 
Colegas concurseiros, 
egui os 3F (Fé, Foco e Força). Se achar por bem, siga também e seu momento 
“glorioso” chegará, mais cedo ou mais tarde. Como me disse uma amiga: “Deus não 
se atrasada, Ele capricha!”. 
Sei que a vida de cada um tem suas peculiaridades por vários motivos, da mesma 
forma foi e é a minha vida. 
Com um imenso incentivo de uma grande amiga de trabalho, iniciei o caminho de concurseiro 
para a magistratura. Casado, pai de duas filhas, Analista Tributário da Receita Federal com 
uns 20 anos de carreira, bem estabelecido na minha cidade (Fortaleza/CE). Mas, sentia que 
algo me faltava, que poderia ir além, apesar de pessoas dizerem que eu já tinha ido longe 
demais, que eu deveria olhar para trás e ver de onde eu saí, também diziam que eu não tinha 
“estudo” suficiente para tal pretensão. Nesse ponto, prevaleceu a Força! Mantenha-se firme. 
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Quanto ao tempo, não se preocupem com a quantidade de concursos que farão, 
simplesmente façam os que quiserem e puderem. Eu fiz uns 25 a 30, pelo menos. 
Sabia que meu ritmo era o que eu poderia ter naquelas circunstâncias (atenção à família, 
trabalho…), mantenha o seu, a constância, ou seja, o Foco! É um diferencial nessa 
“caminhada”. Porém, não esqueçam que há pessoas nessa “caminhada” com você. As vezes, 
nem nos damos conta disso, não esqueçam delas, são essenciais também. Recebi uma lição 
de vida de minha filha (10 anos), quando me perguntou num sábado, eu estava recluso no 
quarto estudando: 
– Pai, o senhor ainda gosta da gente (se referindo a ela, a irmã e a mãe)? 
– E eu disse: Porque filha? O papai ama vocês! 
– Ela respondeu: O senhor só fica com esses livros. 
– De imediato fechei os livros e disse: Vamos brincar de quê? Quer sair para onde? O que 
você quer fazer? 
Dali em diante, mudei o tempo e ritmo de estudo, pois a lição que recebi foi: saiba dosar as 
coisas na vida, principalmente quando outras pessoas que você ama estão sendo envolvidas 
e afetadas. 
Fui reprovado quando achava que iria passar “fácil” (inclusive no TJCE). Várias reprovações 
por uma ou duas questões na 1ª fase ou décimos em 2ª fase. Um “tombo” feio numa 1ª fase 
(TJBA – 46 acertos). Passei em outros concursos, mas o objetivo era a magistratura. Aqui, a 
Força e o Foco! 
Foram sete longos anos de estudos, que passaram rápidos, por incrível que pareça. Verdade, 
pessoal! Até que chegou a aprovação na magistratura em 2017, no Estado do Amazonas. 
Agora era aguardar a nomeação. No dia 13/05/2021 recebi uma ligação do TJAM dizendo 
que saria nomeado. Tomei posse no final de junho de 2021, com 50 anos de idade, sou 
chamado por um amigo de concurso, carinhosamente, como vovô (risos)! Sou o mais velho 
de todos os aprovados do meu concurso. Aqui, e em tudo, a FÉ em Deus e Nossa Senhora 
de Fátima! 
Como disse: segui os 3F (Fé, Foco e Força). Se achar por bem, siga também! 
Abraços a todos, feliz festas natalinas e um 2022 repleto de realizações com muita paz, 
harmonia e saúde! 
EUNITON ALVES PEIXOTO 
Magistrado (TJAM) 
Posse em 2021 
 
 
 
 
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hegar à Magistratura Federal para mim foi o final de uma longa trajetória, que se 
iniciou com a aprovação para o cargo de Oficial de Cartório da Polícia Civil do RJ, 
quando ainda fazia faculdade de Direito, passando por Oficial de Justiça e Advogado 
da União, cargo este que permaneci por quase dez anos. Quando me pediram um 
depoimento sobre minha aprovação, o que primeiro me veio à mente foi o dia em que 
cheguei em casa, logo após a prova oral, com a tão sonhada notícia da aprovação. Lembro-
me de olhar a imensa pilha de livros e anotações bagunçadas no meu quarto e pensar...”e 
agora”? Por mais surpreendente que seja, o primeiro sentimento que tive não foi de euforia, 
uma explosão de felicidade ou alivio, mas um certo vazio misturado com melancolia. 
Passados mais de seis anos, ainda procuro compreender um pouco mais o que senti naquele 
momento. 
Quando embarcamos em uma jornada de estudos para concurso, muitas vezes não nos 
damos conta que, tão importante quanto o cargo pretendido, é a própria jornada que 
topamos empreender. Estudar para um concurso de ponta exige, via de regra, anos de 
dedicação, o que é em si um projeto de vida. Passei grande parte da minha vida adulta 
estudando para concursos. Algumas vezes com mais, outras com menos dedicação. Mas 
quando olho para trás não encaro isso como uma pesada cruz carregada nos ombros. Já li 
inúmeros depoimentos que falam dos sofrimentos, sacrifícios e privações que os concurseiros 
passaram até a sonhada aprovação, o que registro não em tom de crítica, já que esses dados 
são também verdadeiros, porém convido aos poucos leitores que tenham chegado até aqui 
a tentar enxergar esse caminho sob um diferente viés. 
Caro leitor concurseiro, ter a coragem a se lançar em uma competição, muitas vezes apenas 
lutando contra seus próprios limites, considerando que em grande parte dos concursos de 
magistratura e MP, ao menos, sobram vagas, é uma chance maravilhosa de acrescentar 
aventura, drama, suspense e comédia a sua vida. É um caminho em que você irá aprender 
muito, fará amigos, e verá também aqueles que são verdadeiros e permanecerão até o fim; 
você conhecerá o país, rirá muitas vezes, chorará outras, irá se divertir e também se revoltar. 
Mas lhe asseguro uma coisa, você se sentirá vivo. Passar ou não dependerá de muita coisa, 
não posso lhe prometer um final feliz, porém uma jornada feliz, posso garantir, isso só 
depende de você. E no final o que importa aqui nessa vida não é o final, é a jornada. 
Estou Juiz Federal, porém sou muito mais do que isso. Sou fruto de todas as experiências que 
vivi, e o cargo por si só não define quem eu sou. É apenas mais uma possibilidade de muitas 
outras. Sinto-me realizado profissionalmente, por poder ter um trabalho que é um 
instrumento para se fazer justiça, em que posso atuar com independência, e tenho uma 
remuneração digna. Mas o que nos dá senso de propósito e realização verdadeira nessa vida 
não é o cargo ou profissão que desempenhamos, porém o que somos em nosso íntimo e 
como, a partir dessa visão, encaramos a nossa vida e as pessoas ao redor. Já vi pessoas que 
desempenham funções consideradas humildes terem um sensode missão muito maior do 
que ocupantes de altos cargos, e por isso serem mais felizes e realizadas em suas vidas, 
impactando positivamente a todos em sua volta. 
Se me permite um conselho, apenas um, lhe diria: aproveite a jornada. Curta cada momento, 
inclusive os ruins. No final, se é que existe um, esses momentos mudarão você, o farão crescer 
e o tornarão uma pessoa melhor, independente do cargo que venha a ocupar. As derrotas 
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ao longo são tão importantes como as vitórias. Forjam nosso caráter, nos dão resiliência e 
humildade; nos ajudam a ver que somos humanos, falíveis e imperfeitos por natureza, porém 
capazes de grandes façanhas quando movidos por sonhos aliados à disciplina e sobretudo 
esperança em dias melhores. 
MÁRCIO SANTORO ROCHA 
Juiz Federal (TRF 2ª Região) 
Posse em 2015 
 
Olá meus amigos e amigas, como vão as coisas? Espero que muito bem!!! 
Serei breve, até mesmo porque o bom texto é o texto curto e, sendo curto, nem precisa 
ser bom, numa paráfrase ao poeta. 
uvi algumas vezes que o concurseiro é um sujeito que escolhe prestar 
concursos, do que discordei e discordo veementemente, pelo menos no meu 
caso não se tratava apenas de uma escolha e, para além de uma necessidade, 
era a convicção de que posso servir a sociedade de forma efetiva, exercendo 
um ofício vocacionado. E vocação não se escolhe, já se nasce com ela, dádiva de Deus! 
O concurso sempre fez parte de minha vida, com maior precisão desde de 2003, quando 
ocupei pela primeira vez um cargo público efetivo, cargo que ocuparia por quase doze 
anos. 
É preciso dizer que inúmeros foram os concursos prestados. Muitas foram as reprovações, 
muitas mesmo. Algumas por décimos, outras por pontos, outras por muitos pontos, 
todavia, dentre elas a mais dolorosa foi na Prova Oral do TJBA (meu Estado de 
nascimento) em 2020. Dor coletiva: sentida por mim, pela família, pelos amigos. 
A resiliência e a fé em Deus devem ser tidas como irmãs siamesas, inseparáveis portanto 
na vida do concurseiro. Nesse sentido, não se dar por derrotado é letra de lei, em vigência 
e extremamente cogente. Era preciso manter a fé, sobretudo porque se foi possível 
chegar a uma oral, por certo que Deus me agraciaria com outra(s), porém, com finais 
felizes, bastando apenas não desistir (postura que serve para tod@s). 
Foi exatamente o que aconteceu (e por certo acontecerá com todos que persistirem 
firmemente). Veio em 2021 a tão sonhada aprovação em todas as fases, até então, no 
concurso para delegado da Polícia Federal, ainda em andamento e pendente apenas do 
curso de formação (que também é fase do concurso ainda). 
Há também a oral do TJAC, que inclusive o resultado dos aprovados para a oral saiu 
primeiro que o TJBA, porém, o concurso encontra-se parado... 
O estudo para carreiras jurídicas é um estudo que exige muito (despiciendo abordar quão 
árdua é a tarefa, tod@s aqui sabem muito bem... e cada um com suas peculiaridades) e 
enfrentar esse desafio sozinho é, se não impossível, muito próximo disso. 
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Por isso, tenho comigo que se não fossem as pessoas maravilhosas (Magisemáudio que 
o diga... solidariedade em peso na véspera da prova e um carinho sem tamanho por 
ocasião da reprovação, grupo sensacional!!! Colegas gigantes!!!) que encontramos pelo 
caminho e que nos auxiliam por ocasião das quedas, o levantar/prosseguir por certo seria 
muito mais difícil, muito mais. 
Assim, cumprindo a promessa de ser breve, encerro a narrativa de até então, a qual 
continua, sob a fé inabalável em Deus todo Poderoso, até que se achegue a tão sonhada 
posse, e que venha logo para todos nós!!! 
RICARDO SANTOS DE SOUZA 
APROVADO PARA O CONCURSO DE DELEGADO FEDERAL, fases objetiva, discursiva e 
oral – Curso de Formação em Junho de 2022 
 
 
nicialmente, saliento a imensa honra a mim conferida por Beatriz, estimada amiga e colega de 
estudos de longa data, no sentido de contribuir de alguma maneira, ainda que minimamente, 
com a jornada de preparação para concursos dos colegas. 
Os últimos dois anos têm sido particularmente desafiadores. Imagino quantos de vocês tiveram 
a dor inestimável da perda de pessoas próximas a si. Aliado ao sofrimento íntimo, a repercussão 
negativa no ritmo de estudos, na concentração, na apreensão do conteúdo é inexorável. 
Outros, embora hajam tido a felicidade de não ser chagados com a perda de parentes, sofreram 
com depressão, angústia, desolação ante o isolamento social imposto pela pandemia. Por óbvio, 
há nestas condições fatores dificultadores para a jornada de preparação. 
Trago essa questão atual, colegas, justamente para tentar me solidarizar e suscitar um elemento 
no iter da preparação que deve ser introjetado e sublimado, no sentido da conscientização de 
que obstáculos há muitos, diversos, inúmeros no percurso. E eles não ocorrem apenas com você. 
Muitas das vezes, por uma enormidade de fatores que não me compete aduzir, particularizamos 
os dissabores da vida e esquecemos do outro; seja o amigo, o parente, o desconhecido, o colega 
concurseiro. Todos, em menor ou maior grau, independentemente da condição social, têm suas 
questões internas que lhes são intrínsecas, e que também, em menor ou maior grau, tornam-se 
fatores que se ligam, positiva ou negativamente, de forma umbilical à jornada de estudos. Cabe 
a cada um descobrir a forma adequada de enfrentá-los – família, amigos, terapia, meditação, 
reflexão etc. 
No meu caso particular, dois elementos foram o meu porto seguro: minha ex-companheira e a 
sinergia com os colegas de estudo. 
 
A primeira me apoiou incondicional e pacientemente. Foi extremamente compreensiva com 
minha necessidade de focar nos estudos (inclusive nas manhãs de sábados e domingos). Viagens? 
Praticamente não as fiz. As férias eram voltadas para intensificar os estudos. Ainda assim, ela 
nunca reclamou ou criticou minhas escolhas. 
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Já a troca de experiências e estudo junto com os colegas concurseiros – alguns hoje amigos – foi 
imprescindível para as minhas aprovações. Inclusive, Beatriz e seu grupo de estudos no Facebook, 
o TJRIO foi um, dentre dois grupos dos quais participei, que realmente me impulsionaram para o 
êxito. 
Focados em resolução de questões e comentários acerca delas, pude notar o quanto melhorei 
meu desempenho nas provas. Reputo que a feitura de questões, aos milhares, é uma ferramenta 
essencial para o êxito na primeira fase dos concursos públicos. Não havia um dia sequer em que 
eu não resolvesse dezenas de questões por conta de tais grupos, em qualquer lugar que estivesse, 
diretamente do celular. Usava menos o qconcursos que tais grupos, a bem da verdade. 
Além disso, tive o imenso prazer de conhecer muitos dos colegas pessoalmente quando dos 
certames. 
Fato é após alguns anos de estudo focado, com muitas reprovações no caminho, tive a imensa 
felicidade de ser aprovado nas provas do TJMG e MPMG, optando por este último dada a maior 
afinidade com a carreira. 
Finalizo pedindo encarecidamente aos colegas que não desistam no meio da jornada, caso 
efetivamente tenham o sonho – consciente – de que seu objetivo profissional é a carreira pública, 
independentemente do cargo. A velha máxima de que só não é aprovado quem não desiste é a 
maior verdade que há. A título de exemplo, um ex-colega de magistratura, com o qual inclusive 
tive atuar em conjunto na qualidade de Promotor de Justiça, logrou ser aprovado após 10 (dez) 
anos de estudos. Cada um tem sua história, seu ritmo, e o êxito é condicionado a uma enormidade 
de variáveis. 
A busca pela aprovação não pode ser impulsionada pelo status, dinheiro ou tentativa de cumprir 
com expectativas alheias ou mesmo pessoais. A quantidade avassaladora de membros ou 
servidores frustrados, arrependidos e deprimidos na carreira é uma clara demonstração disso. 
Sem mencionar os que pedem exoneração ou retornam para o cargoanterior. 
E digo, alcançar a carreira que se almeja traz uma sensação indescritível de início, mas pouco 
tempo depois, garanto que tudo se normaliza, e a realidade do cargo traz novos e imensos 
desafios, os quais apenas mudam de roupagem em comparação ao período de preparação. 
Contudo, vale a pena, e muito! - ao menos no meu caso, garanto que valeu. 
Caso seja do interesse de vocês entrar em contato para um bate papo fiquem à vontade para me 
adicionar no Instagram! @lestrela 
 
LUCAS FARIA CERQUEIRA ESTRELA 
Promotor de Justiça – MPMG. Posse em novembro de 2019. 
Cargos anteriores: 
Agente administrativo – DPU 
Analista judiciário – TRT-RS 
Juiz de Direito – TJMG 
 
 
 
 
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unca foi fácil, mas sempre foi possível. 
A decisão de estudar para ser Promotora de Justiça veio acompanhada de abdicação, 
como é para qualquer concurseiro. Sem encontros com amigos, sem séries de TV, 
sem ócio, sem festas de família (até no meu aniversário viajei para concurso). Por seis 
anos e meio a minha vida se resumiu a trabalhar e a estudar todos os dias a mesma coisa. A vaga 
estava lá e só dependia de mim agarrá-la. 
Inevitável a sensação de que a nossa vida estaciona estudando para concurso. Vemos outras 
pessoas na praia, na balada, nas viagens, começando namoro, casando, tendo filhos… E nós? Entra 
Natal e sai Natal lendo revisão do DoD e mil páginas de um pdf imperdível para a prova que nunca 
conseguimos dar conta. Me confortava pensar que após a posse eu teria muito mais qualidade 
no tempo com as pessoas que amo. 
Foi fundamental na caminhada também estar agregada a outros concurseiros, dividindo a mesma 
realidade, seja para estudar, seja para compartilhar as dores e as delícias dessa vida dura. Grupos 
de whatsapp, encontros no skype, qualquer ferramenta que não permitisse o isolamento servia. 
Na minha caminhada foram mais de trinta concursos, acumulando reprovações em todas as fases, 
inclusive oral por míseros 0,06. O que me mantinha em pé (ou melhor, sentada estudando) era a 
minha fé em Deus. Tem quem cante no chuveiro; eu, chorando, ouvia Padre Marcelo Rossi para 
não desmoronar e para aguentar a minha caminhada. Alimente sua fé, seja qual for o seu Deus. 
Com essa trajetória não tinha saúde mental que aguentasse. Enlouqueci algumas vezes, claro. 
Nesses momentos, reconhecer que algo estava pior do que deveria permitiu que eu me cuidasse 
o suficiente para seguir. Não negligencie consigo. Pare, respire, peça ajuda quando as coisas 
apertarem. No meu caso foi suficiente o apoio da família, uma boa homeopatia e florais. 
Mas não se faz uma jornada dessas sem uma boa motivação. Representava muito para mim que 
meus pais, pobres e sem estudo, vissem que fizeram uma filha Promotora de Justiça. Eles bem 
idosos me faziam correr contra o tempo para converter qualquer minuto em tempo de estudo. 
Leitura de material no metrô a caminho do trabalho, DoDcast na hora do almoço, Qconcursos em 
uma recepção qualquer. Quando o desespero bater, se agarre à sua motivação. 
Também me ajudou não estabelecer um prazo para passar. Eu só alimentava a certeza de que 
minha aprovação viria uma hora, na hora de Deus, e eu repetia com muita fé: “eu vou ser 
Promotora de Justiça”. Quando eu vi o meu nome na lista final de aprovados no MPPR e quando 
dei a notícias para as pessoas que amo foi uma emoção indescritível. 
Hoje, quase dois anos como Promotora de Justiça, admito que faria tudo de novo. Os seis anos e 
meio passariam de qualquer forma. Eu escolhi passar por eles acreditando em mim e na escolha 
que fiz. Tudo valeu a pena. Se eu puder dizer algo para quem ainda está na fila é: Sente e estude 
o máximo que você puder; sua aprovação vai vir, eu tenho certeza. 
 
ELINEIDE ELGA ANDRADE 
Promotora de Justiça no Paraná - Posse em março de 2020. 
 
 
 
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DIREITO CIVIL 
- Jurisprudência em teses do STJ: A 
obrigação de prestar alimentos é 
personalíssima, cabendo ao espólio saldar, 
tão somente, os débitos alimentares 
preestabelecidos mediante acordo ou 
sentença não adimplidos pelo devedor em 
vida, ressalvados os casos em que o 
alimentado seja herdeiro, hipóteses nas 
quais a prestação perdurará ao longo do 
inventário. 
 
- Na exposição pornográfica não 
consentida, o fato de o rosto da vítima 
não estar evidenciado de maneira 
flagrante é irrelevante para a 
configuração dos danos morais. 
A “exposição pornográfica não consentida”, 
da qual a “pornografia de vingança” é uma 
espécie, constituiu uma grave lesão aos 
direitos de personalidade da pessoa exposta 
indevidamente, além de configurar uma 
grave forma de violência de gênero que deve 
ser combatida de forma contundente pelos 
meios jurídicos disponíveis. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.735.712-SP, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 19/05/2020 
(Info 672). 
 
- Instituição não financeira - dedicada ao 
comércio varejista - não pode estipular, em 
suas vendas a crédito, pagas em prestações, 
juros remuneratórios superiores a 1% ao 
mês, ou a 12% ao ano A cobrança de juros 
remuneratórios superiores aos limites 
estabelecidos pelo Código Civil é 
excepcional e deve ser interpretada 
restritivamente. 
Apenas às instituições financeiras, 
submetidas à regulação, controle e 
fiscalização do Conselho Monetário 
Nacional, é permitido cobrar juros acima do 
teto legal. STJ. 3ª Turma. REsp 1.720.656-MG, 
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
28/04/2020 (Info 671). 
 
- Em regra, a cláusula penal moratória não 
pode ser cumulada com indenização por 
lucros cessantes. A cláusula penal moratória 
tem a finalidade de indenizar pelo 
adimplemento tardio da obrigação, e, em 
regra, estabelecida em valor equivalente ao 
locativo, afasta-se sua cumulação com lucros 
cessantes. STJ. 2ª Seção. REsp 1.498.484-DF, 
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
22/05/2019 (recurso repetitivo) (Info 651). 
 
- A responsabilidade civil do incapaz pela 
reparação dos danos é subsidiária, 
condicional, mitigada e equitativa. Os 
incapazes (ex: filhos menores), quando 
praticarem atos que causem prejuízos, terão 
responsabilidade subsidiária, condicional, 
mitigada e equitativa, nos termos do art. 928 
do CC. A responsabilidade dos pais dos filhos 
menores será substitutiva, exclusiva e não 
solidária. STJ. 4ª Turma. REsp 1.436.401-MG, 
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
2/2/2017 (Info 599). 
 
- O laboratório tem responsabilidade 
objetiva na ausência de prévia informação 
qualificada quanto aos possíveis efeitos 
colaterais da medicação, ainda que se 
trate do chamado risco de 
desenvolvimento. O fato de o uso de um 
medicamento causar efeitos colaterais ou 
reações adversas, por si só, não configura 
defeito do produto se o usuário foi prévia e 
devidamente informado e advertido sobre 
tais riscos inerentes, de modo a poder 
decidir, de forma livre, refletida e consciente, 
sobre o tratamento que lhe é prescrito, além 
de ter a possibilidade de mitigar eventuais 
danos que venham a ocorrer em função dele. 
 
 
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STJ. 3ª Turma. REsp 1.774.372-RS, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 05/05/2020 
(Info 671). 
 
- Legitimidade do Ministério Público para 
ACP em defesa dos direitos individuais 
disponíveis de candidatos em exame da 
OAB. 
A jurisprudência desta Corte vem 
sedimentando-se em favor da legitimidade 
do MP para promover Ação Civil Pública 
visando à defesa de direitos individuais 
homogêneos, ainda que disponíveis e 
divisíveis, quando há relevância social 
objetiva do bem jurídico tutelado (a 
dignidade da pessoa humana, a qualidade 
ambiental, a saúde, a educação, para citar 
alguns exemplos) ou diante da massificação 
do conflito em si considerado. 
8. É evidente que a Constituição da República 
não poderia aludir, no art. 129,II, à categoria 
dos interesses individuais homogêneos, que 
foi criada pela lei consumerista. A propósito, 
o Supremo Tribunal Federal já enfrentou o 
tema e, adotando o comando constitucional 
em sentido mais amplo, posicionou-se a 
favor da legitimidade do Ministério Público 
para propor ação civil pública para proteção 
dos mencionados direitos. (AgInt no REsp 
1701853/RJ, Rel. Ministro HERMAN 
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 
15/03/2021, DJe 19/03/2021) 
 
- Mesmo que exista autorização para que 
um nome civil seja registrado como marca 
em uma área, para que esse nome seja 
registrado como nova marca não 
abrangida pela primeira, será necessária 
nova autorização. 
No que se refere ao nome civil, as limitações 
a seu registro encontram respaldo em sua 
própria natureza jurídica - direito da 
personalidade - e no feixe de proteção 
concedido a referido atributo por meio do 
sistema normativo, levando-se em 
consideração as seguintes características: 
oponibilidade erga omnes, 
intransmissibilidade, imprescritibilidade, 
indisponibilidade e exclusividade. Assim, 
para que um nome civil, ou patronímico, seja 
registrado como marca, impõe-se a 
autorização, pelo titular ou sucessores, de 
forma limitada e específica àquele registro, 
na classe e item pleiteados. 
Na hipótese, não é possível admitir que a 
presença de herdeiro do cientista na 
solenidade de inauguração do hospital, e a 
realização de doação, pela família de Albert 
Einstein, para sua edificação, represente uma 
autorização tácita ao registro do referido 
nome civil nas mais variadas e diversas 
classes e itens e sem qualquer limitação 
temporal. REsp 1354473/RJ, Rel. Ministro 
MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 
05/10/2021, DJe 14/10/2021 
 
- Não gera direito à indenização a publicação 
de artigos de caráter informativo e opinativo 
que, apesar de serem extremamente ácidos 
e irônicos, não desbordaram os limites do 
exercício regular da liberdade de expressão. 
A liberdade de informação e a liberdade de 
expressão (em sentido estrito), ao 
fornecerem meios de compreensão da 
realidade - e, consequentemente, 
propiciarem o desenvolvimento da 
personalidade -, conectam-se tanto à noção 
de dignidade humana quanto à de 
democracia, pois o livre fluxo de informações 
e a multiplicidade de manifestações do 
pensamento são vitais para o 
aprimoramento de sociedades fundadas no 
pluralismo político. A liberdade de imprensa, 
nesse cenário, constitui modalidade 
qualificada das liberdades de informação e 
de expressão; por meio dela, assegura-se a 
transmissão das informações e dos juízos de 
valor pelos jornalistas ou profissionais 
integrantes dos veículos de comunicação 
 
 
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social de massa, notadamente emissoras de 
rádio e de televisão, editoras de jornais e 
provedores de notícias na internet. 
Ademais, sempre que identificada, no caso 
concreto, a agressão injusta à dignidade da 
pessoa - vale dizer: conduta causadora de 
angústia, dor, humilhação ou sofrimento que 
extrapolem a normalidade da vida cotidiana, 
interferindo intensamente no equilíbrio 
psicológico do indivíduo - o exercício do 
direito à informação ou à expressão deverá 
ser considerado abusivo, sendo permitida a 
intervenção do Estado-Juiz a fim de 
estabelecer medida reparatória da lesão a 
direito personalíssimo. 
 
- É admissível a exclusão de prenome da 
criança na hipótese em que o pai 
informou, perante o cartório de registro 
civil, nome diferente daquele que havia 
sido consensualmente escolhido pelos 
genitores. (Caiu no TJPR 2021). 
O direito ao nome é um dos elementos 
estruturantes dos direitos da personalidade 
e da dignidade da pessoa humana, pois diz 
respeito à própria identidade pessoal do 
indivíduo, não apenas em relação a si, como 
também em ambiente familiar e perante a 
sociedade. Conquanto a modificação do 
nome civil seja qualificada como excepcional 
e as hipóteses em que se admite a alteração 
sejam restritivas, esta Corte tem 
reiteradamente flexibilizado essas regras, 
permitindo-se a modificação se não houver 
risco à segurança jurídica e a terceiros. 
Nomear o filho é típico ato de exercício do 
poder familiar, que pressupõe bilateralidade, 
salvo na falta ou impedimento de um dos 
pais, e consensualidade, ressalvada a 
possibilidade de o juiz solucionar eventual 
desacordo entre eles, inadmitindo-se, na 
hipótese, a autotutela. 
 
- Jurisprudência do STJ: Contrato de compra 
e venda de imóvel com incorporador: o 
simples inadimplemento contratual em 
razão do atraso na entrega do imóvel não é 
capaz, por si só, de gerar dano moral 
indenizável, sendo necessária a 
comprovação de circunstâncias específicas 
que podem configurar lesão 
extrapatrimonial. 
 
- Jurisprudência do STJ: Em contrato de 
compra e venda de imóvel em incorporação 
a cláusula penal moratória tem a finalidade 
de indenizar pelo adimplemento tardio da 
obrigação e, em regra, estabelecida em valor 
equivalente ao locativo afasta-se sua 
cumulação com perdas e danos. 
 
- O STJ tem entendimento consolidado que 
NÃO é abusiva a cobrança de juros 
compensatórios em período anterior à 
entrega das chaves em contrato de compra 
e venda de imóveis em regime de 
incorporação imobiliária. 
 
- Lei 6766 (vem sendo bastante cobrada em 
concursos) - Art. 34. Em qualquer caso de 
rescisão por inadimplemento do adquirente, 
as benfeitorias necessárias ou úteis por ele 
levadas a efeito no imóvel deverão ser 
indenizadas, SENDO DE NENHUM EFEITO 
qualquer disposição contratual em contrário. 
(As assertivas de concurso consideram ser 
ineficaz) 
§ 1º Não serão indenizadas as benfeitorias 
feitas em desconformidade com o contrato 
ou com a lei. 
§ 2º No prazo de 60 (sessenta) dias, contado 
da constituição em mora, fica o loteador, na 
hipótese do caput deste artigo, obrigado a 
alienar o imóvel mediante leilão judicial ou 
extrajudicial, nos termos da Lei nº 9.514, de 
20 de novembro de 1997. 
 
 
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- O contrato de compra e venda com 
alienação fiduciária em garantia sobre bens 
imóveis independente de seu valor pode ser 
celebrado por escritura pública ou 
instrumento particular com efeitos de 
escritura pública. (art. 38, Lei 9514) 
 
- Compáscuo – é o contrato de Direito 
Agrário que versa sobre pastagem comum 
ou direito de comunhão de pastos 
diferentes. É um contrato bilateral, oneroso, 
comutativo e de trato sucessivo. 
(TJGO/2021). 
 
- TJSP: A exceção de contrato não cumprido 
se sujeita à prescrição, porque é uma 
exceção substancial prevista na lei civil e que 
deve ser oferecida pelo demandado, não 
podendo ser reconhecida de ofício pelo juiz. 
Trata-se de aplicação do art. 190 CC que 
dispõe que a exceção prescreve no mesmo 
tempo que a ação. Se não alegada a tempo 
em juízo, sujeita-se à preclusão. 
 
- TJSP: A redução equitativa da cláusula 
penal pode ocorrer de ofício pelo juiz. 
Precedentes do STJ e Enunciado 356 CJF. 
Maldade, sem julgamento dos recursos pelo 
TJSP: Art. 421 – A, III, CC: Os contratos civis e 
empresariais presumem-se paritários e 
simétricos até a presença de elementos 
concretos que justifiquem o afastamento 
dessa presunção, ressalvados os regimes 
jurídicos previstos em leis especiais, 
garantido também que a revisão contratual 
somente ocorrerá de maneira excepcional e 
limitada. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 
2019). 
 
- Para alienar, hipotecar, transigir ou praticar 
outros atos que exorbitem da administração 
ordinária exigem-se poderes especiais e 
expressos. O TJSP considera que “expressos” 
se refere ao tipo negocial e “especiais” se 
refere à menção ao bem alienado, que deve 
constar expressamente de eventual 
procuração. 
 
- Segundo o STJ mesmo em se tratando de 
danos morais, cujo valor da indenização só é 
conhecido por arbitramento judicial, o termo 
inicialdos juros é a data do evento danoso 
(Resp 1747913 – DJE 07/08/2020) 
 
-Em caso de alteração do regime de bens em 
juízo a sentença substitui o pacto 
antenupcial e será averbada no registro civil 
de pessoas naturais. 
 
- A herança jacente é “res nullius”. Primeiro 
se constata que a herança é jacente, para, 
após o procedimento de arrecadação, se 
tornar vacante. 
 
- TJSP: No regime de comunhão parcial de 
bens é incomunicável o imóvel prometido à 
venda e com preço solvido pelo cônjuge 
antes do casamento, mas cuja escritura e 
respectivo registro imobiliário são 
posteriores às núpcias. 
 
- A alteração de regime de bens não coloca 
fim no casamento, mas não é vedada a 
partilha, facultado aos cônjuges partilharem 
ou não o patrimônio anterior. A mudança de 
regime de bens gera efeitos EX NUNC. 
 
- O exercício das liberdades de 
autodeterminação das organizações 
religiosas deve obedecer à legalidade. 
Assim é de rigor a qualificação registral de 
 
 
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suas cláusulas estatutárias pelo oficial 
competente. 
 
- O operador nacional de sistema de registro 
eletrônico de imóveis (ONR) é pessoa 
jurídica de direito privado sem fins lucrativos 
e tem o CNJ por agente regulador. 
 
- O registro de imóveis em circunscrições 
limítrofes é feito em todas elas, com menção 
a isso no registro. 
 
- Art. 928/CC. O incapaz responde pelos 
prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-
lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
Desta forma, tem-se que a responsabilidade 
civil do incapaz pela reparação dos danos é 
subsidiária, condicional, mitigada e 
equitativa, nos termos do art. 928 do CC: 
Subsidiária: porque apenas ocorrerá quando 
os seus genitores não tiverem meios para 
ressarcir a vítima. 
Condicional e mitigada: porque não poderá 
ultrapassar o limite humanitário do 
patrimônio mínimo do infante. 
Equitativa: tendo em vista que a indenização 
deverá ser equânime, sem a privação do 
mínimo necessário para a sobrevivência 
digna do incapaz. A responsabilidade dos 
pais dos filhos menores será substitutiva, 
exclusiva e não solidária. 
 
- ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA (STJ 710/21) 2ª 
Seção - Tema 1040 - Na ação de busca e 
apreensão de que trata o Decreto-Lei n. 
911/1969, a análise da contestação somente 
deve ocorrer após a execução da medida 
liminar. CONSTOU DO JULGADO: Não foi 
outro o norte seguido pela Segunda Seção, 
quando do julgamento do REsp 
1.622.555/MG, ao afastar a aplicação da 
teoria do adimplemento substancial no 
regime da lei especial (Decreto n. 911/1969), 
sob pena de desvirtuamento do instituto da 
propriedade fiduciária, concebido pelo 
legislador justamente para conferir 
segurança jurídica às concessões de crédito, 
essencial ao desenvolvimento da economia 
nacional. Não há dúvidas, portanto, de que a 
legislação especial foi estruturada com um 
procedimento especial que prevê, em um 
primeiro momento, a recuperação do bem e, 
em uma segunda etapa, a possibilidade de 
purgação da mora e a análise da defesa. 
 
- Sobre bens de família: 
a) súmula 486 do STJ: "é impenhorável o 
único imóvel residencial do devedor que 
esteja locado a terceiros, desde que a renda 
obtida com a locação seja revertida para a 
subsistência ou a moradia da sua família". 
b) A vaga de garagem que possui matrícula 
própria no registro de imóveis não constitui 
bem de família para efeito de penhora. 
c) É possível penhorar imóvel bem de família 
nos casos em que ele for dado em garantia 
hipotecária de dívida contraída em favor de 
pessoa jurídica quando os únicos sócios da 
empresa devedora são proprietários do bem 
hipotecado, em virtude da presunção do 
benefício gerado aos integrantes da família. 
d) É legítima a penhora de apontado bem de 
família pertencente a fiador de contrato de 
locação, ante o que dispõe o art. 3º, inciso 
VII, da Lei n. 8.009/1990 (Tese julgada sob o 
rito do art. 543-C do CPC – TEMA 708) 
(Súmula 549/STJ) 
e) É possível a penhora do bem de família 
para assegurar o pagamento de dívidas 
oriundas de despesas condominiais do 
próprio bem 
 
- ##MPDFT-2021: Segundo Flávio Tartuce, a 
personalidade “é a soma de caracteres da 
 
 
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pessoa, ou seja, aquilo que ela é para si e 
para a sociedade. Afirma-se 
doutrinariamente que a capacidade é a 
medida da personalidade, ou seja a 
personalidade é um ‘quid’ (substância, 
essência) e a capacidade um quantum”. 
(TARTUCE, 2020, pp. 62-63). 
 
- ##MPMT-2008: ##DPEMT-2009: 
##DPEMA-2009: ##DPEPA-2009: ##MPCE-
2011: ##MPPR-2011: ##DPEAC-2012: 
##DPEPR-2014: ##TRF4-2014: ##MPDFT-
2021: ##CESPE: ##FCC: Flávio Tartuce explica 
que, “todas as pessoas têm a primeira 
(capacidade de direito), o que pressupõe a 
segunda (capacidade de fato), em regra, uma 
vez que a incapacidade é exceção” 
(TARTUCE, 2020, p. 62). O art. 1º do CC/02 
traz a denominada capacidade de direito ou 
de gozo, que nas lições de Tartuce, 
compreende “aquela para ser sujeito de 
direitos e deveres na ordem privada, e que 
todas as pessoas têm sem distinção. Em 
suma, em havendo pessoa, está presente tal 
capacidade, não importando questões 
formais como ausência de certidão de 
nascimento ou de documentos” (TARTUCE, 
2020, p. 62). Por outro lado, a capacidade de 
fato ou de exercício é a possibilidade que se 
tem de praticar pessoalmente atos da vida 
civil. Quem não tem essa aptidão, são os 
denominados incapazes. Essa incapacidade 
pode ser absoluta (menor de 16 anos – art. 
3º) ou relativa (art. 4º). 
 
- ##STJ: #DOD: ##DPERJ-2021: ##FGV: O 
uso da imagem de torcedor inserido no 
contexto de uma torcida não induz a 
reparação por danos morais quando não 
configurada a projeção, a identificação e a 
individualização da pessoa nela 
representada: Em regra, a autorização para 
uso da imagem deve ser expressa; no 
entanto, a depender das circunstâncias, 
especialmente quando se trata de imagem 
de multidão, de pessoa famosa ou ocupante 
de cargo público, há julgados do STJ em que 
se admite o consentimento presumível, o 
qual deve ser analisado com extrema cautela 
e interpretado de forma restrita e 
excepcional. De um lado, o uso da imagem 
da torcida - em que aparecem vários dos 
seus integrantes - associada à partida de 
futebol, é ato plenamente esperado pelos 
torcedores, porque costumeiro nesse tipo de 
evento; de outro lado, quem comparece a 
um jogo esportivo não tem a expectativa de 
que sua imagem seja explorada 
comercialmente, associada à propaganda de 
um produto ou serviço, porque, nesse caso, 
o uso não decorre diretamente da existência 
do espetáculo. A imagem é a emanação de 
uma pessoa, a forma com a qual ela se 
projeta, se identifica e se individualiza no 
meio social. Não há violação ao direito à 
imagem se a divulgação ocorrida não 
configura projeção, identificação e 
individualização da pessoa nela 
representada. No caso concreto, o autor não 
autorizou ainda que tacitamente a 
divulgação de sua imagem em campanha 
publicitária de automóvel. Ocorre que, pelas 
circunstâncias, não há que se falar em 
utilização abusiva da imagem, tampouco em 
dano moral porque o vídeo divulgado não 
destaca a sua imagem, mostrando o autor 
durante poucos segundos inserido na 
torcida, juntamente com vários outros 
torcedores. STJ. 3ª T. REsp 1772593-RS, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, j. 16/06/20 (Info 674). 
 
- ##TJPR-2021: ##FGV: A imagem da pessoa 
pode ser classificada em: 1º) imagem-retrato 
(a fisionomia de alguém, o que é refletido no 
espelho); e 2º) imagem-atributo/atribuição: 
a soma de qualificações do ser humano, o 
que ele representa para a sociedade. 
 
- ##DPEDF-2013: ##TRF5-2013: ##DPEPB-
2014: ##DPEPR-2014: ##DPEPA-2015: 
 
 
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##DPEMA-2015: ##DPU-2015: ##PGESE-
2017: ##DPEPE-2018: ##DPEGO-2021: 
##CESPE: ##FCC: A desconsideração da 
personalidadejurídica não acarreta a 
extinção ou torna nula a pessoa jurídica 
desconsiderada (ou seja, não atinge a 
existência da pessoa jurídica), nem atinge a 
validade dos demais atos praticados; ela 
apenas afasta a personalidade da pessoa 
jurídica, buscando no patrimônio dos sócios 
os meios para indenizar os lesados, 
mantendo-se, no mais, a integridade da 
sociedade e de suas atividades. 
 
- ##DOD: ##STJ: ##DPEPR-2014: ##DPEAP-
2018: ##DPEPE-2018: ##MPMG-2019: 
##TJGO-2021: ##DPEGO-2021: ##CESPE: 
##FCC: Novo § 3º do art. 50: previsão 
expressa da “desconsideração inversa” da 
personalidade jurídica: Na desconsideração 
inversa (ou invertida) da personalidade 
jurídica, o juiz, mediante requerimento, 
autoriza que os bens da pessoa jurídica 
sejam utilizados para pagar as dívidas dos 
sócios ou dos administradores. Segundo a 
Min. Nancy Andrighi, “a desconsideração 
inversa da personalidade jurídica caracteriza-
se pelo afastamento da autonomia 
patrimonial da sociedade, para, 
contrariamente do que ocorre na 
desconsideração da personalidade jurídica 
propriamente dita, atingir o ente coletivo e 
seu patrimônio social, de modo a 
responsabilizar a pessoa jurídica por 
obrigações do sócio.” (REsp 1.236.916-RS). 
Assim, é possível “a desconsideração inversa 
da personalidade jurídica sempre que o 
cônjuge ou companheiro empresário valer-
se de pessoa jurídica por ele controlada, ou 
de interposta pessoa física, a fim de subtrair 
do outro cônjuge ou companheiro direitos 
oriundos da sociedade afetiva" (REsp 
1.236.916-RS). Os exemplos mais citados 
pelos livros sobre desconsideração inversa 
estão no campo do Direito de Família. É o 
caso de um marido (ou companheiro) que 
transfere todos os seus bens para a 
sociedade empresária a fim de não ter que 
dividir seu patrimônio no divórcio ou 
dissolução da união estável. 
 
- ##STJ: #DOD: ##MPAP-2021: ##CESPE: A 
ação de repetição de indébito por cobrança 
indevida de valores referentes a serviços não 
contratados de telefonia fixa tem prazo 
prescricional de 10 anos. STJ. Corte Especial. 
EAREsp 738991-RS, Rel. Min. Og Fernandes, 
j. 20/02/19 (Info 651). 
 
- ##STJ: #DOD: ##TCERJ-2021: ##CESPE: A 
pretensão indenizatória decorrente do 
inadimplemento contratual sujeita-se ao 
prazo prescricional decenal (art. 205 do CC), 
se não houver previsão legal de prazo 
diferenciado. STJ. Corte Especial. EREsp 
1.281.594-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 
Rel. Acd. Min. Felix Fischer, j. 15/5/19 (Info 
649). 
 
- ##TJSP-2009: ##DPEMA-2011: ##TJRS-
2012: ##MPGO-2012: ##MPRO-2013: 
##TJMG-2014: ##MPMS-2015: ##DPESP-
2015: ##TJAM-2016: ##TRF3-2016: 
##CESPE: ##VUNESP: Acerca do tema 
“novação”, Flávio Tartuce apresenta as 
seguintes classificações (Fonte: TARTUCE, 
Flávio. Manual de Direito Civil – Vol. Único, 
10ª Ed., Forense: Editora Método, 2020, pp. 
384-385): 
I) Novação objetiva ou real: é a modalidade 
mais comum de novação, ocorrendo nas 
hipóteses em que o devedor contrai com o 
credor nova dívida para extinguir a primeira 
(art. 360, I, do CC). A novação real não se 
confunde com a dação em pagamento (datio 
in solutum), uma vez que nesta última não 
ocorre a substituição de uma obrigação por 
outra, mas tão somente do objeto da 
prestação, mantendo-se os demais 
elementos do vínculo obrigacional, tais 
 
 
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como os seus acessórios (juros e cláusula 
penal, por exemplo). 
II) Novação subjetiva ou pessoal: é aquela 
em que ocorre a substituição dos sujeitos da 
relação jurídica obrigacional, criando-se uma 
nova obrigação, com um novo vínculo entre 
as partes. A novação subjetiva pode ser 
assim classificada: 
i) Novação subjetiva ativa: ocorre a 
substituição do credor, criando uma nova 
obrigação com o rompimento do vínculo 
primitivo (art. 360, III, do CC). São seus 
requisitos: o consentimento do devedor 
perante o novo credor, o consentimento do 
antigo credor que renuncia ao crédito e a 
anuência do novo credor que aceita a 
promessa do devedor. No campo prático, 
essa forma de novação vem sendo 
substituída pela cessão de crédito, diante do 
caráter oneroso e especulativo da última. 
ii) Novação subjetiva passiva: ocorre a 
substituição do devedor que sucede ao 
antigo, ficando este último quite com o 
credor (art. 360, II, do CC). Se o novo devedor 
for insolvente, não terá o credor que o 
aceitou ação regressiva contra o primeiro, 
salvo se este obteve de má-fé a substituição. 
A novação subjetiva passiva, ou por 
substituição do devedor, pode ser 
subclassificada nos seguintes moldes: 
a) Novação subjetiva passiva por 
expromissão: ocorre quando um terceiro 
assume a dívida do devedor originário, 
substituindo-a sem o consentimento deste 
(art. 362 do CC), mas desde que o credor 
concorde com a mudança no polo passivo. 
No caso de novação expressa, assinam o 
instrumento obrigacional somente o novo 
devedor e o credor, sem a participação do 
antigo devedor. 
b) Novação subjetiva passiva por 
delegação: ocorre quando a substituição do 
devedor é feita com o consentimento do 
devedor originário, pois é ele que indicará 
uma terceira pessoa para assumir o seu 
débito, havendo concordância do credor. 
Eventualmente, assinam o instrumento o 
novo devedor, o antigo devedor que o 
indicou ou delegou poderes e o credor. 
III) Novação Mista: Além dessas formas de 
novação, a doutrina aponta ainda a novação 
mista, hipótese em que, ao mesmo tempo, 
substitui-se o objeto e um dos sujeitos da 
relação jurídica. Essa forma de novação pode 
também ser denominada novação complexa, 
eis que ocorre a substituição de quase todos 
os elementos da relação jurídica original, não 
estando tratada de forma expressa na 
codificação privada brasileira. 
 
- ##MPRJ-2012: ##MPSC-2021: ##CESPE: 
Quanto à doação pura, é correto afirmar que, 
a dispensa de aceitação, na hipótese de 
donatário absolutamente incapaz, só é 
admitida na doação pura, ou seja, 
desprovida de encargos ou submetida à 
condição. Em outras palavras, a doação pura 
é aquela simples, de plena 
liberalidade/generosidade, sem nenhuma 
exigência, motivação, limitação, condição ou 
encargo. A aceitação é presumida. 
 
- ##STJ: ##DOD: ##MPAP-2021: ##CESPE: A 
cobrança de juros capitalizados nos 
contratos de mútuo é permitida quando 
houver expressa pactuação. Isso significa 
que a capitalização de juros, seja qual for a 
sua periodicidade (anual, semestral, mensal), 
somente será considerada válida se estiver 
expressamente pactuada no contrato. A 
pactuação da capitalização dos juros é 
sempre exigida, inclusive para a 
periodicidade anual. O art. 591 do CC 
permite a capitalização anual, mas não 
determina a sua aplicação automaticamente. 
Não é possível a incidência da capitalização 
sem previsão no contrato. STJ. 2ª S. REsp 
1.388.972-SC, Rel. Min. Marco Buzzi, j. 8/2/17 
(recurso repetitivo) (Info 599). 
 
 
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- Compete à Justiça estadual julgar 
insolvência civil mesmo que envolva a 
participação da União, de entidade 
autárquica ou empresa pública federal. 
A questão constitucional em debate, neste 
recurso extraordinário com repercussão 
geral reconhecida (Tema 859), é se a 
insolvência civil está, ou não, entre as 
exceções postas na parte final do artigo 109, 
I, da Constituição da República, para fins de 
definição da competência da Justiça Federal 
de primeira instância. 2. A falência, no 
contexto do rol de exceções à competência 
da Justiça Federal de primeira instância, 
significa tanto a insolvência da pessoa 
jurídica, quanto a insolvência da pessoa 
física, considerando que ambas envolvem, 
em suas respectivas essências, concurso de 
credores. 
Assim sendo, diante do caso dos autos, fixa-
se a seguinte tese: “A insolvência civil está 
entre as exceções da parte final do artigo 
109, I, da Constituição da República, para fins 
de definição dacompetência da Justiça 
Federal.” 4. Recurso extraordinário a que se 
nega provimento. (RE 678162, Relator(a): 
MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: 
EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 
29/03/2021, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-
091 DIVULG 12-05-2021 PUBLIC 13-05-2021. 
 
 
- ##TRF5-2013: ##DPERS-2014: ##TJRJ-
2019: ##MPDFT-2021: ##CESPE: ##FCC: 
##VUNESP: Acerca do elemento imaterial 
obrigacional, nos dias atuais, entende-se 
estar superada a teoria monista ou 
unitária da obrigação, que defende que a 
obrigação seria constituída de um único 
elemento, qual seja, o vínculo jurídico que 
une a prestação e os elementos subjetivos. 
Entretanto, a doutrina contemporânea, com 
base nos estudos do jurista alemão Alois 
Brinz, entende que, atualmente, prevalece a 
teoria dualista ou binária, pela qual a 
obrigação é concebida a partir de uma 
relação débito/crédito. Assim, a existência 
do vínculo jurídico pressupõe dois 
elementos da obrigação: (i) débito 
(“schuld” – sinônimo de “debitum”): é o 
dever jurídico principal, consistente em uma 
prestação de dar, fazer ou não fazer, 
assumido pelo devedor, isto é, com o 
adimplemento da obrigação, surgirá 
somente esse conceito; e (ii) 
responsabilidade (“haftung” – sinônimo de 
“obligatio”): é a consequência patrimonial 
pelo descumprimento do débito, ou seja, 
caso a obrigação não seja cumprida, surgirá 
a responsabilidade. Feita esse breve resumo, 
passa-se a análise do enunciado: 
Uma dívida prescrita: Neste caso, há um 
débito (Schuld), mas não há uma 
correspectiva obrigação (Haftung), já que a 
dívida não é mais exigível. Em outras 
palavras, a prescrição elimina a pretensão, 
não o direito. Logo, existe o débito, mas não 
existe a responsabilização (Com Schuld sem 
Haftung), de modo que não caberá ação de 
repetição de indébito pelo pagamento de 
dívida prescrita (art. 882, CC). 
Ex: Penhor oferecido por terceiro: Nesta 
situação, há uma obrigação, um dever 
(Haftung), mas não há um débito próprio 
(Schuld), visto que oferecido por terceiro 
(com Haftung sem Schuld). 
Ex2. Uma dívida de jogo: A dívida de jogo é 
um vínculo natural, visto que não pode ser 
exigível, não havendo uma obrigação 
(Haftung), portanto, mas há uma dívida 
(Schuld). Trata-se de obrigação com Schuld 
sem Haftung, impossibilitando assim a 
repetição do indébito, porque não era um 
débito, não obrigam o pagamento. 
Ex3. Fiança: Neste caso, há a obrigação 
(Haftung), mas não um débito (Schuld). É a 
mesma coisa que o penhor oferecido por 
terceiro, “sou obrigado a pagar porque disse 
 
 
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que pagaria, mas não devo, pois quem deve 
é quem é beneficiado pela minha garantia 
pignoratícia" (possivelmente uma das partes 
da obrigação principal, o devedor-
afiançado). Eventualmente, passarei a ter 
obrigação, mas sem o débito do afiançado a 
obrigação é meramente futura. 
 
- ##DPESP-2013: ##TJDFT-2016: ##DPERJ-
2021: ##CESPE: ##FCC: ##FGV: Para além de 
eventual discussão doutrinária, nos termos 
do CC/02, apenas nas situações de 
responsabilidade subjetiva, em que há 
aferição da culpa, é possível, por evidente, a 
gradação que viabilize a redução equitativa. 
Nesse sentido, é o teor do § único do art. 944 
do CC/02. Porém, vale destacar a advertência 
lógica trazida pela doutrina: “Ora, a 
responsabilidade objetiva é reservada pelo 
ordenamento brasileiro às atividades que 
geram, por si só, risco social excessivo (...) 
seria contraditório permitir que, naquelas 
hipóteses em que o legislador considerou 
que a atividade gerava risco excessivo e por 
isto dispensou a prova da culpa do agente, o 
juiz levasse em conta a baixa intensidade da 
culpa para reduzir a indenização, relançando 
parte do risco sobre a vítima do dano" 
(TEPEDINO, Gustavo. BARBOZA, Heloisa H. 
MORAES, Maria Celina Bodin. Código Civil 
interpretado conforme a Constituição da 
República. Vol. II. RJ: Renovar, 2006, p. 861). 
Trata-se, portanto, apenas de redução 
equitativa na indenização de 
responsabilidade subjetiva, haja vista que a 
responsabilidade objetiva independe de 
culpa. Desta forma, não há, nessa segunda 
hipótese, culpa a ser analisada e apta a 
ensejar uma redução da indenização. Vale 
registrar, ainda, que o § único do art. 944 do 
CC excepciona o princípio da restituição 
integral, para que seja possível fixar 
indenização por equidade. Nesse contexto o 
teor do Enunciado 46 da I JDC, 
complementado pelo Enunciado 380 da IV 
JDC, ambos citados acima. Nesse sentido, 
Daniel Carnacchioni explica que “a aplicação 
da norma é restrita e, de acordo com a 
posição atual da doutrina civil, tal dispositivo 
também pode ser utilizado como parâmetro 
para a responsabilidade objetiva. A redução 
é excepcional e somente será realizada 
quando a amplitude do dano extrapolar os 
efeitos razoavelmente imputáveis à conduta 
do agente”. (Manual de Direito Civil, 2017, p. 
753). 
 
- ##TJAL-2008: ##DPESP-2013: ##DPERJ-
2021: ##CESPE: ##FCC: Restitutio in 
integrum significa restituição por inteiro ou 
integralmente; é o retorno ao “status quo 
ante” ou a completa reposição do lesado à 
situação anterior ao dano. É a regra geral do 
CC/02, afastada em situações excepcionais, 
pelo art. 944, § único, CC, onde o grau da 
culpa e não somente a extensão do dano que 
servirão de parâmetro ao juiz para a fixação 
equitativa da indenização. 
 
- ##MPMG-2021: Sintetizando as principais 
diferenças entre ALUVIÃO e AVULSÃO: 
* AVULSÃO (art. 1.250, CC): Violentamente. 
Com indenização. 
* ALUVIÃO (art. 1.251, CC): Lentamente. Sem 
indenização. 
 
- ##STJ: ##DOD: ##TRF4-2016: ##PGM/AM-
2018: ##TJPR-2021: ##CESPE: ##FGV: 
Legitimidade passiva em ação de cobrança 
de dívidas condominiais: Em caso de 
compromisso de compra e venda, a 
legitimidade passiva para ação de cobrança 
de cotas condominiais será do promitente-
comprador ou do promitente vendedor? 
Quem deverá responder pelo pagamento? A 
2ª Seção do STJ apreciou o tema e forneceu 
três conclusões expostas em forma de teses: 
a) O que define a responsabilidade pelo 
pagamento das obrigações condominiais 
 
 
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não é o registro do compromisso de compra 
e venda, mas a relação jurídica material com 
o imóvel, representada pela imissão na posse 
pelo promissário comprador e pela ciência 
inequívoca do condomínio acerca da 
transação. b) Havendo compromisso de 
compra e venda não levado a registro, a 
responsabilidade pelas despesas de 
condomínio pode recair tanto sobre o 
promitente vendedor quanto sobre o 
promissário comprador, dependendo das 
circunstâncias de cada caso concreto. c) Se 
ficar comprovado: (i) que o promissário 
comprador se imitira na posse; e (ii) o 
condomínio teve ciência inequívoca da 
transação, afasta-se a legitimidade passiva 
do promitente vendedor para responder por 
despesas condominiais relativas a período 
em que a posse foi exercida pelo promissário 
comprador. STJ. 2ª S. REsp 1.345.331-RS, Rel. 
Min. Luis Felipe Salomão, j. 8/4/15 (recurso 
repetitivo) (Info 560). 
 
- ##STJ: #DOD: ##DPERJ-2021: ##FGV: É 
admissível o retorno ao nome de solteiro 
do cônjuge ainda na constância do vínculo 
conjugal. Exemplo hipotético: Regina 
Andrade Medina casou-se com João da 
Costa Teixeira. Com o casamento, ela passou 
a ser chamada de Regina Medina Teixeira. 
Ocorre que, após anos de casada, Regina 
arrependeu-se da troca e deseja retornar ao 
nome de solteira. Ela apresentou justas 
razões de ordem sentimental e existencial. O 
pedido deve ser acolhido a fim de ser 
preservada a intimidade, a autonomia da 
vontade, a vida privada, os valores e as 
crenças das pessoas, bem como a 
manutenção e perpetuação da herança 
familiar. STJ. 3ª T. REsp 1873918-SP, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, j. 02/03/21 (Info 687). 
 
- ##STF ##DOD: ##MPGO-2016: ##DPU-
2017: ##TJMT-2018: ##MPBA-2018: 
##MPMS-2018: ##DPEAP-2018: ##TJPA-
2019:##MPPR-2019: ##MPMG-
2017/2018/2021: ##MPDFT-2021: ##MPRS-
2021: ##CESPE: ##FCC: ##VUNESP: Vale 
ressaltar que o STF já admitiu a possibilidade 
de existir dupla paternidade: “A paternidade 
socioafetiva, declarada ou não em registro 
público, não impede o reconhecimento do 
vínculo de filiação concomitante baseado na 
origem biológica, com os efeitos jurídicos 
próprios. Ex: Lucas foi registrado e criado 
como filho por João; vários anos depois, 
Lucas descobre que seu pai biológico é 
Pedro; Lucas poderá buscar o 
reconhecimento da paternidade biológica de 
Pedro sem que tenha que perder a filiação 
socioafetiva que construiu com João; ele terá 
dois pais; será um caso de 
pluriparentalidade; o filho terá direitos 
decorrentes de ambos os vínculos, inclusive 
no campo sucessório. STF. Plenário. RE 
898060/SC, Rel. Min. Luiz Fux, j. 21 e 22/9/16 
(Info 840). 
 
- ##MPMG-2021: Reprodução assistida é “a 
intervenção do homem no processo de 
procriação natural, com o objetivo de 
possibilitar a pessoas com problemas de 
infertilidade ou esterilidade satisfaçam o 
desejo de alcançar a maternidade ou a 
paternidade.” (MALUF, Adriana Caldas do 
Rego Bagus, pág. 331). É possível afirmar que 
a procriação artificial ou a reprodução 
humana assistida é o gênero, que pode ser 
realizada através de duas técnicas principais: 
a) a fecundação in vitro, também conhecida 
como bebê de proveta (art. 1.597, III); b) a 
inseminação artificial. Perceba que não é 
necessário que se prove o vínculo biológico 
entre os genitores e os filhos frutos das 
referidas técnicas por conta de presunção 
legal. 
 
- ##STF: ##MPMT-2012: ##DPEAC-2012: 
##DPEAM-2013: ##DPESP-2013: ##TCEAM-
2013: ##TJDFT-2014: ##MPGO-2014: 
 
 
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##DPEGO-2014: ##MPDFT-2013/2015: 
##DPEMA-2015: ##DPEPA-2015: ##DPERN-
2015: ##DPU-2015: ##MPRR-2017: 
##DPESC-2017: ##TRF3-2018: ##MPRS-
2021: ##CESPE: ##FCC: ##FMP: No 
julgamento da ADPF 132/RJ e da ADI 
4.277/DF. em 05 de maio de 2011, o STF 
entendeu pela aplicação, por analogia, de 
todas as regras da união estável 
heteroafetiva para união estável 
homoafetiva. Como a decisão tem efeitos 
vinculantes e erga omnes, não se pode 
admitir outras formas de interpretação que 
não seja o enquadramento da união 
homoafetiva como família, com incidência 
dos mesmos dispositivos legais relativos à 
união estável. Nesse sentido, destaca-se o 
seguinte trecho do julgado: “Ante a 
possibilidade de interpretação em sentido 
preconceituoso ou discriminatório do art. 
1.723 do Código Civil, não resolúvel à luz 
dele próprio, faz-se necessária a utilização da 
técnica de ‘interpretação conforme à 
Constituição’. Isso para excluir do dispositivo 
em causa qualquer significado que impeça o 
reconhecimento da união contínua, pública e 
duradoura entre pessoas do mesmo sexo 
como família. (STF - RE: 846102 PR - 
PARANÁ, Relator: Min. CÁRMEN LÚCIA, Data 
de Julgamento: 05/03/2015, Data de 
Publicação: DJe-052 18/03/2015). 
 
- ##TJPR-2021: ##FGV: Nos termos do art. 
1.815 do CC, a exclusão do herdeiro ou 
legatário, em qualquer desses casos de 
indignidade, será declarada por sentença, 
não sendo, portanto, automática. 
 
- Edição no 133 dos Informativos em Teses 
do STJ: “A inexistência de outros bens 
imóveis no patrimônio de 
cônjuge/companheiro sobrevivente não é 
requisito para o reconhecimento do direito 
real de habitação”. Ainda de acordo com a 
corte superior: “O cônjuge sobrevivente tem 
direito real de habitação sobre o imóvel em 
que residia o casal, desde que seja o único 
dessa natureza e que integre o patrimônio 
comum ou particular do cônjuge falecido no 
momento da abertura da sucessão. A lei não 
impõe como requisito para o 
reconhecimento do direito real de habitação 
a inexistência de outros bens, seja de que 
natureza for, no patrimônio próprio do 
cônjuge sobrevivente”. (STJ. 4a Turma. AgInt 
no REsp. 1.554.976/RS. Rel. Min. Raul Araújo, 
julgado em 25/5/2020). 
 
- Os herdeiros não podem exigir 
remuneração da companheira sobrevivente, 
nem da filha que com ela reside no imóvel. 
(STJ. 3a Turma. REsp. 1.846.167/SP. Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 09/2/2021. Info. 
685) 
 
- Havendo pedido de indenização por perdas 
e danos em geral, pode o juiz reconhecer a 
aplicação da perda de uma chance sem que 
isso implique em julgamento fora da 
pretensão autoral. (STJ. 3a Turma. REsp 
1.637.375-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, julgado em 17/11/2020 – Info. 683). 
 
- São princípios que regem os direitos reais 
o absolutismo, publicidade, sequela, 
especialidade, exclusividade, usucapião, 
privilégio, abandono, taxatividade, 
atualidade, preferência e posse. 
 
- Expressões importantes: 
Absolutismo – O direito real é oponível erga 
omnes 
Publicidade – O direito real deve ser público 
para que, assim, todos possam respeitar. 
Sequela – Prerrogativa de ser perseguido em 
poder de quem quer que esteja. 
 
 
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Exclusividade – Não há dois direitos reais 
contraditórios 
Usucapião – Adquire-se pela prescrição 
aquisitiva 
Privilégio/preferência – O credor tem a 
prerrogativa de receber antecipadamente. 
Abandono – O titular pode abandonar um 
direito real. 
Taxatividade – Os direitos reais são 
numerusclausus 
Posse- São passíveis de posse, o que não há 
no direito pessoal. 
 
- A doutrina compreende que na posse há 
sempre um senhorio de fato sobre a coisa. 
Em outras palavras, no campo dos direitos 
reais, é possível, de forma geral, identificar a 
posse com um domínio fático da pessoa 
sobre a coisa. Cuidado! É errado dizer que a 
posse é um direito real, pois que ela não 
consta do art. 1.225, do CC. 
 
- Na emancipação, somente será necessária 
a autorização judicial, quando um dos 
genitores discordarem. Por exemplo, se um 
dos genitores for falecido e o outro assentiu 
com a emancipação, não será necessário 
autorização judicial. 
 
- Lembre-se que na emancipação voluntária, 
a responsabilidade dos pais deixa de ser 
subsidiária e passa a ser solidária. 
 
- A responsabilidade em si dos pais para com 
os filhos menores não está atrelada ao poder 
familiar, mas sim a guarda. 
 
- A emancipação é ato irrevogável, mas os 
pais podem ser responsabilizados 
solidariamente pelos danos causados pelo 
filho que emanciparam. Esse é o 
entendimento mais razoável, em nossa 
opinião, para que a vítima não fique sem 
qualquer ressarcimento. 
 
- Antes do registro, qualquer emancipação, 
seja ela voluntária ou judicial não tem 
qualquer efeito. 
 
- A desconsideração da personalidade 
jurídica, nos moldes do art. 50, do CC, 
dispensa a demonstração da insolvência da 
pessoa jurídica. 
 
- A transferência de ativos/passivos sem 
alterações não constitui confusão 
patrimonial para fins de desconsideração da 
personalidade jurídica. 
 
- A guarda compartilhada com dupla 
residência não se confunde com a guarda 
alternada. Aliás. Essa guarda alternada não 
detém previsão legal, sendo normal que na 
guarda compartilhada o filho detenha a 
dupla residência, pois que o objetivo é que 
este (o filho) detenha o maio convívio 
possível com ambos os pais. Não há 
problema, pois, na dupla residência em 
guarda compartilhada. Exceção, é a fixação 
de residência, sendo, pois, este o motivo em 
que algumas sentenças apontam a 
residência de algum genitor, quando da 
fixação da guarda compartilhada. Não caia 
no argumento de que a guarda 
compartilhada será aplicada tão somente 
pelo fato de um dos genitores, quando do 
divórcio, não aceitarem, pois que deve 
sempre ser observado o princípio do melhor 
interesse. Lembre-se, então, que a guarda 
compartilhada é a regra, não tem mais essa 
de “sempre que possível”, é que será guarda 
compartilhada. 
 
 
 
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- No casamento nuncupativo somente pode 
se fazer representar o cônjuge que não 
estiver enfermo,ou seja, aquele que não está 
em perigo de vida. 
 
- Lembre-se que somente a pequena 
propriedade rural trabalhista é que é 
impenhorável, desde que produtiva. Não 
caia na pegadinha que só fala na rural 
tralhada pela família, pois que é a pequena 
propriedade. 
 
- A usucapião posse trabalho não é sinônimo 
de usucapião pro labore. 
 
- DESAPROPRIAÇÃO JUDICIAL PRIVADA 
POR POSSE-TRABALHO (art. 1.228, §§ e 4º 
e 5º do CC): O proprietário pode ser privado 
da coisa se: - um considerável número de 
pessoas - estiver por mais de 5 anos - na 
posse ininterrupta e de boafé - de extensa 
área - e nela houverem realizado, em 
conjunto ou separadamente, obras e 
serviços considerados pelo juiz de interesse 
social e econômico relevante. Neste caso, o 
juiz fixará a justa indenização devida ao 
proprietário; pago o preço, valerá a sentença 
como título para o registro do imóvel em 
nome dos possuidores. Alguns 
doutrinadores, especialmente civilistas, 
afirmam que esse instituto tem natureza 
jurídica de “usucapião”. Outros autores, no 
entanto, sustentam que se trata de uma 
hipótese de “desapropriação”, considerando 
a posição topográfica (o § 3º do art. 1.228 
está tratando sobre desapropriação) e o fato 
de se exigir pagamento de indenização. 
 
- USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL 
ESPECIAL RURAL (USUCAPIÃO AGRÁRIA 
OU PRO LABORE) ART. 191, CAPUT CF, ART. 
1239 CC: NÃO SÃO EXIGIDOS O JUSTO 
TÍTULO E A BOA-FÉ. - Imóvel rural até 50 
hectares - Posse ad usucapionem por 5 anos 
- Utilização do imóvel para subsistência ou 
trabalho pelo possuidor ou sua família 
(moradia) - Não pode ser proprietário de 
outro imóvel rural ou urbano 
 
- A jurisprudência adota o entendimento de 
que as terras devolutas não são passíveis de 
usucapião, pois são bens públicos 
dominicais. 
 
- Cuidado: Via de regra, as terras devolutas 
pertencem aos Estados, as que pertencem a 
União são aquelas indispensáveis à defesa 
das fronteiras, das fortificações e 
construções militares, das vias federais de 
comunicação e à preservação ambiental, 
definidas em lei; Também, as terras 
devolutas pertencentes aos Estados podem 
ser trespassadas aos Municípios. 
 
- Em ação possessória movida pelo 
proprietário é possível ao réu alegar a 
usucapião como matéria de defesa, sem 
violação ao art. 557 
 
- DE OLHO NESSA JURISPRUDÊNCIA (SOBRE 
A POSSIBILIDADE DE UTILIZAR A AÇÃO 
DE USUCAPIÃO DE BEM MÓVEL PARA 
FINS DE TRANSFERÊNCIA 
ADMINISTRATIVA DO VEÍCULO NO 
ÓRGÃO DE TRÂNSITO). Em se tratando de 
veículo, a falta de transferência da 
propriedade no órgão de trânsito 
correspondente limita o exercício da 
propriedade plena, uma vez que torna 
impossível ao proprietário que não consta 
do registro tomar qualquer ato inerente ao 
seu direito de propriedade, como o de 
alienar ou de gravar o bem. Dessarte, para a 
formalização da aquisição do domínio, bem 
como o exercício pleno da propriedade nos 
casos de veículos registrados em nome de 
 
 
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terceiros, é indispensável que o possuidor 
proponha ação própria contra aquele em 
cujo nome a propriedade se encontre 
registrada. Outrossim, apesar de se observar 
a posse direta do bem, aquele que a detém 
terá de elidir a cadeia sucessória dos antigos 
proprietários, além dos sucessores do 
proprietário constante dos registros do 
DETRAN, para exercer a propriedade plena 
do veículo em questão. Sob esse prisma, a 
ação de usucapião poderá ser utilizada para 
o fim pretendido com o fito de possibilitar a 
transferência administrativa do veículo no 
órgão de trânsito. REsp 1.582.177-RJ, 
25/10/2016, DJe 9/11/2016. 
 
- DE OLHO NESSA JURISPRUDÊNCIA (É 
POSSÍVEL A USUCAPIÃO DE BEM MÓVEL 
PROVENIENTE DE CRIME(FURTO) APÓS 
CESSADA A CLANDESTINIDADE OU A 
VIOLÊNCIA): Em 2003, João adquiriu um 
caminhão de Ricardo, por meio de 
financiamento bancário. Vale ressaltar que 
foi feito o registro e licenciamento regular 
perante o DETRAN. Em 2013, apareceu Pedro 
dizendo que o caminhão era seu e que 
Ricardo havia furtado o veículo em 2002. 
Diante disso, Pedro ajuizou ação de 
reintegração de posse contra João pedindo 
de volta o caminhão. João, por sua vez, 
formulou pedido contraposto para que fosse 
reconhecida a usucapião extraordinária 
sobre o bem, considerando que ele estava na 
posse mansa e pacífica durante todos esses 
anos. Pedro argumentou que não havia 
posse porque se trata de bem objeto de 
furto. Assim, nem sempre será proibido que 
o bem furtado seja objeto de usucapião. É 
necessário analisar, no caso concreto, se 
houve a cessação da clandestinidade, 
especialmente quando o bem furtado é 
transferido a terceiros de boa-fé. O exercício 
ostensivo da posse perante a comunidade, 
ou seja, a aparência de dono é fato, por si só, 
apto a provocar o início da contagem do 
prazo de usucapião. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.637.370-RJ, 10/09/2019 (Info 656) 
 
- Usufruto é o direito real e temporário de 
usar e fruir (retirar frutos e utilidades) coisa 
alheia (bem móvel ou imóvel), de forma 
gratuita, sem alterar-lhe a substância ou 
destinação econômica. O usufrutuário detém 
a posse direta do bem. Além disso, como se 
trata de direito real, ele também possui o 
poder de sequela, podendo perseguir a coisa 
onde quer que ela vá. Como o usufrutuário 
detém a posse direta do bem, é óbvio que 
ele pode se valer das ações possessórias caso 
esteja sendo ameaçado em sua posse. No 
entanto, como o usufruto é um direito real e 
como o usufrutuário detém poder de 
sequela, a doutrina e a jurisprudência 
também admitem que ele ajuíze ação 
reivindicatória – de caráter petitório – com o 
objetivo de fazer prevalecer o seu direito 
sobre o bem, seja contra o nu-proprietário, 
seja contra terceiros. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.202.843-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, julgado em 21/10/2014 (Info 550). 
 
- Cônjuges unidos sob separação obrigatória 
de bens podem estabelecer pacto 
antenupcial mais restritivo. 
 
- A declaração de nulidade da sentença 
arbitral pode ser pleiteada, judicialmente, 
por duas vias: 
a) ação declaratória de nulidade de sentença 
arbitral (art. 33, § 1º, da Lei nº 9.307/96); ou 
b) impugnação ao cumprimento de sentença 
arbitral (art. 33, § 3º, da Lei nº 9.307/96). 
O § 1º do art. 33 prevê um prazo de 90 dias 
para ajuizar a ação de declaração de 
nulidade. O § 3º do mesmo artigo não prevê 
prazo. 
 
 
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Diante disso, indaga-se: o prazo de 90 dias 
do § 1º do art. 33 também se aplica para a 
hipótese do § 3º? A impugnação ao 
cumprimento de sentença arbitral também 
deve ser apresentada no prazo de 90 dias? 
Depende: 
• se a parte executada quiser alegar algum 
dos vícios do art. 32 da Lei nº 9.307/96: ela 
possui o prazo de 90 dias. Assim, se já tiver 
se passado 90 dias da notificação da 
sentença, ela não poderá apresentar 
impugnação alegando um dos vícios do art. 
32. 
• mesmo que já tenha se passado o prazo de 
90 dias, a parte ainda poderá alegar uma das 
matérias do § 1º do art. 525 do CPC. 
Não é cabível a impugnação ao 
cumprimento da sentença arbitral, com 
base nas nulidades previstas no art. 32 da 
Lei nº 9.307/96, após o prazo decadencial 
nonagesimal. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.900.136/SP, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 06/04/2021 
(Info 691). 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.862.147-MG, Rel. Min. 
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 
14/09/2021 (Info 709). 
 
- “A disponibilização de equipamentos em 
quarto de hotel, motel ou afins para a 
transmissão de obras musicais, 
literomusicais e audiovisuais permite a 
cobrança de direitos autorais pelo Escritório 
Central de Arrecadação e Distribuição - 
ECAD". 
 
- "A contratação por empreendimento 
hoteleiro de serviços de TV por assinatura 
não impede a cobrança de direitos autorais 
pelo Escritório Central de Arrecadação e 
Distribuição - ECAD, inexistindo bis in 
idem"”. (STJ, REsp 1.870.771/SP,Rel. Min. 
Antonio Carlos Ferreira, Segunda Seção, por 
unanimidade, julgado em 24/03/2021 – 
Tema 1066). 
 
- “O reembolso das despesas médico-
hospitalaes efetuadas pelo beneficiário com 
tratamento/atendimento de saúde fora da 
rede credenciada pode ser admitido 
somente em hipóteses excepcionais, tais 
como a inexistência ou insuficiência de 
estabelecimento ou profissional credenciado 
no local e urgência ou emergência do 
procedimento”. (STJ, EAREsp 1.459.849-ES, 
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Segunda 
Seção, por maioria, julgado em 14/10/2020, 
DJe 17/12/2020). 
 
- “Salvo disposição contratual expressa, os 
planos de saúde não são obrigados a custear 
o tratamento médico de fertilização in vitro”. 
(STJ, REsp 1.851.062-SP, Rel. Min. Marco 
Buzzi, Segunda Seção, por maioria, julgado 
em 13/10/2021 – Tema 1067). 
 
- “Não é ilegal ou abusiva a cláusula que 
prevê a cobertura adicional de invalidez 
funcional permanente total por doença 
(IFPD) em contrato de seguro de vida em 
grupo, condicionando o pagamento da 
indenização securitária à perda da existência 
independente do segurado, comprovada por 
declaração médica”. (STJ, REsp 1.867.199-SP, 
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Segunda 
Seção, por unanimidade, julgado em 
13/10/2021, DJe 18/10/2021 – Tema 1068). 
 
- “O atraso, por parte de instituição 
financeira, na baixa de gravame de alienação 
fiduciária no registro de veículo não 
caracteriza, por si só, dano moral in reipsa”. 
(STJ, REsp 1.881.453-RS, Rel. Min. Marco 
Aurélio Bellizze, Segunda Seção, por 
 
 
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unanimidade, julgado em 30/11/2021, DJe 
07/12/2021 – Tema 1078). 
 
- “É inconstitucional a cobrança por parte de 
associação de taxa de manutenção e 
conservação de loteamento imobiliário 
urbano de proprietário não associado até o 
advento da Lei nº 13.465/17, ou de anterior 
lei municipal que discipline a questão, a 
partir da qual se torna possível a cotização 
dos proprietários de imóveis, titulares de 
direitos ou moradores em loteamentos de 
acesso controlado, que i) já possuindo lote, 
adiram ao ato constitutivo das entidades 
equiparadas a administradoras de imóveis 
ou (ii) sendo novos adquirentes de lotes, o 
ato constitutivo da obrigação esteja 
registrado no competente Registro de 
Imóveis”. (STF, PLENÁRIO, RE 695911/SP – 
Tema 492 RG). 
 
- “A preexistência de casamento ou de união 
estável de um dos conviventes, ressalvada a 
exceção do artigo 1.723, § 1º, do Código Civil 
(1), impede o reconhecimento de novo 
vínculo referente ao mesmo período, 
inclusive para fins previdenciários, em 
virtude da consagração do dever de 
fidelidade e da monogamia pelo 
ordenamento jurídico-constitucional 
brasileiro”. (STF, PLENÁRIO, RE 1045273/SE – 
Tema 529 RG). 
 
- Fideicomisso, do latim fideicomissum, é 
forma de substituição testamentária 
mediante a qual o testador, fideicomitente, 
dispõe que bem de sua herança, por ocasião 
de sua morte, se transmita a um dos seus 
herdeiros ou legatários, o fiduciário, mas, por 
morte deste, ou a certo tempo ou sob certa 
condição, se transmita a outro herdeiro ou 
legatário, o fideicomissário, que o receberá 
livre de ônus ou gravame. Pode o testador 
indicar outra pessoa para substituir o 
herdeiro ou legatário indicado inicialmente 
para ser o fiduciário, caso este não aceite ou 
renuncie ao bem fideicomitido. 
 
-Da Substituição Fideicomissária 
Art. 1.951. Pode o testador instituir herdeiros 
ou legatários, estabelecendo que, por 
ocasião de sua morte, a herança ou o legado 
se transmita ao fiduciário, resolvendo-se o 
direito deste, por sua morte, a certo tempo 
ou sob certa condição, em favor de outrem, 
que se qualifica de fideicomissário. 
Art. 1.952. A substituição fideicomissária 
somente se permite em favor dos não 
concebidos ao tempo da morte do testador. 
Parágrafo único. Se, ao tempo da morte do 
testador, já houver nascido o fideicomissário, 
adquirirá este a propriedade dos bens 
fideicometidos, convertendo-se em usufruto 
o direito do fiduciário. 
Art. 1.953. O fiduciário tem a propriedade da 
herança ou legado, mas restrita e resolúvel. 
Parágrafo único. O fiduciário é obrigado a 
proceder ao inventário dos bens gravados, e 
a prestar caução de restituí-los se o exigir o 
fideicomissário. 
Art. 1.954. Salvo disposição em contrário do 
testador, se o fiduciário renunciar a herança 
ou o legado, defere-se ao fideicomissário o 
poder de aceitar. 
Art. 1.955. O fideicomissário pode renunciar 
a herança ou o legado, e, neste caso, o 
fideicomisso caduca, deixando de ser 
resolúvel a propriedade do fiduciário, se não 
houver disposição contrária do testador. 
Art. 1.956. Se o fideicomissário aceitar a 
herança ou o legado, terá direito à parte que, 
ao fiduciário, em qualquer tempo acrescer. 
Art. 1.957. Ao sobrevir a sucessão, o 
fideicomissário responde pelos encargos da 
herança que ainda restarem. 
 
 
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Art. 1.958. Caduca o fideicomisso se o 
fideicomissário morrer antes do fiduciário, 
ou antes de realizar-se a condição 
resolutória do direito deste último; nesse 
caso, a propriedade consolida-se no 
fiduciário, nos termos do art. 1.955. 
Art. 1.959. São nulos os fideicomissos além 
do segundo grau. 
Art. 1.960. A nulidade da substituição ilegal 
não prejudica a instituição, que valerá sem o 
encargo resolutório. 
 
- Sobre o DIREITO REAL DE LAJE: 
Art. 1.510-A. O proprietário de uma 
construção-base poderá ceder a superfície 
superior ou inferior de sua construção a fim 
de que o titular da laje mantenha unidade 
distinta daquela originalmente construída 
sobre o solo. (Lei nº 13.465/2017) 
§ 1º O direito real de laje contempla o espaço 
aéreo ou o subsolo de terrenos públicos ou 
privados, tomados em projeção vertical, 
como unidade imobiliária autônoma, não 
contemplando as demais áreas edificadas ou 
não pertencentes ao proprietário da 
construção-base. (Lei nº 13.465/2017) 
§ 2º O titular do direito real de laje 
responderá pelos encargos e tributos que 
incidirem sobre a sua unidade. (Lei nº 
13.465/2017) 
§ 3º Os titulares da laje, unidade imobiliária 
autônoma constituída em matrícula própria, 
poderão dela usar, gozar e dispor. (Lei nº 
13.465/2017) 
• As unidades autônomas constituídas em 
matrícula própria poderão ser alienadas por 
seu titular sem necessidade de prévia 
anuência do proprietário da construção-base. 
(certa) VUNESP - 2018 - PGE-SP 
• Os titulares da laje, unidade imobiliária 
autônoma constituída em matrícula própria, 
poderão dela usar, gozar e dispor. (certa) 
CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - JUIZ DE 
DIREITO SUBSTITUTO 
§ 4º A instituição do direito real de laje não 
implica a atribuição de fração ideal de 
terreno ao titular da laje ou a participação 
proporcional em áreas já edificadas. (Lei nº 
13.465/2017) 
§ 6º O titular da laje poderá ceder a superfície 
de sua construção para a instituição de um 
sucessivo direito real de laje, desde que haja 
autorização expressa dos titulares da 
construção-base e das demais lajes, 
respeitadas as posturas edilícias e 
urbanísticas vigentes. (Lei nº 13.465/2017) 
• O seu titular poderá ceder a superfície de sua 
construção para a instituição de um sucessivo 
direito real de laje, desde que haja 
autorização expressa dos titulares da 
construção-base e das demais lajes, e que 
sejam respeitadas as posturas edilícias e 
urbanísticas vigentes. (certa) CONSULPLAN - 
2018 - TJ-MG - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO 
** I - Caso o proprietário do solo e o 
superficiário não sejam a mesma pessoa, para 
que este conceda o direito de laje em segundo 
grau é indispensável o consentimento do 
dono do solo. PORQUE II. O contrato deve 
prever de maneira específica o direito de laje 
em segundo grau, presumindo-se a vedação 
no caso de silêncio. (certa) FCC - 2021 - DPE-
BA 
 
-Art. 1.510-D. Em caso de alienação dequalquer das unidades sobrepostas, terão 
direito de preferência, em igualdade de 
condições com terceiros, os titulares da 
construção-base e da laje, nessa ordem, que 
serão cientificados por escrito para que se 
manifestem no prazo de trinta dias, salvo se 
o contrato dispuser de modo diverso. (Lei nº 
13.465/2017) 
• No caso de alienação de qualquer das 
unidades sobrepostas, terão direito de 
preferência, em igualdade de condições com 
 
 
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terceiros, os titulares da construção-base e da 
laje, nessa ordem. (certa) CONSULPLAN - 
2018 - TJ-MG - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO 
Art. 1.510-E. A ruína da construção-base 
implica extinção do direito real de laje, salvo: 
(Lei nº 13.465/2017) 
I - se este tiver sido instituído sobre o 
subsolo; (Lei nº 13.465/2017) 
II - se a construção-base não for reconstruída 
no prazo de cinco anos. (Lei nº 13.465/2017) 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não 
afasta o direito a eventual reparação civil 
contra o culpado pela ruína. (Lei nº 
13.465/2017) 
 
 
- JURIS EM TESES: * Na união estável de 
pessoa maior de 70 anos (art. 1.641, II, do 
CC/02), impõe-se o regime da separação 
obrigatória, sendo possível a partilha de 
bens adquiridos na constância da relação, 
desde que comprovado o esforço comum. 
* O companheiro sobrevivente tem direito 
real de habitação sobre o imóvel no qual 
convivia com o falecido, ainda que silente o 
art. 1.831 do atual Código Civil. 
* O direito real de habitação pode ser 
invocado em demanda possessória pelo 
companheiro sobrevivente, ainda que não se 
tenha buscado em ação declaratória própria 
o reconhecimento de união estável. 
* Não há possibilidade de se pleitear 
indenização por serviços domésticos 
prestados com o fim do casamento ou da 
união estável, tampouco com o cessar do 
concubinato, sob pena de se cometer grave 
discriminação frente ao casamento, que tem 
primazia constitucional de tratamento. 
* Compete à Justiça Federal analisar, 
incidentalmente e como prejudicial de 
mérito, o reconhecimento da união estável 
nas hipóteses em que se pleiteia a concessão 
de benefício previdenciário. 
 
- Negócios jurídicos bifrontes: são os 
contratos que podem ser onerosos ou 
gratuitos, segundo a vontade das partes, 
como o mútuo, o mandato, o depósito. A 
conversão só se torna possível se o contrato 
é definido na lei como negócio gratuito, pois 
a vontade das partes não pode transformar 
um contrato oneroso em benéfico, visto que 
subverteria sua causa. Frise-se que nem 
todos os contratos gratuitos podem ser 
convertidos em onerosos por convenção das 
partes. A doação e o comodato, por 
exemplo, ficariam desfigurados se tal 
acontecesse, pois se transformariam, 
respectivamente, em venda e locação. 
 
- Qual o prazo da prescrição das 
pretensões que envolvam segurado e 
segurado em contrato de seguro 
facultativo? 
Ponto de debate: saber se em contrato de 
seguro facultativo, é ou não anual o prazo da 
prescrição em todas as pretensões que 
envolvam segurado e segurador, não apenas 
as indenizatórias. 
Tese formada: é de um ano o prazo 
prescricional para exercício de qualquer 
pretensão do segurado em face do 
segurador (e vice-versa) baseada em suposto 
inadimplemento de deveres (principais, 
secundários ou anexos) derivados do 
contrato de seguro, ex vi do disposto no 
artigo 206, § 1º, II, "b", do Código Civil de 
2002 (artigo 178, § 6º, II, do Código Civil de 
1916). 
Observação: o resultado do julgamento não 
se aplica aos seguros de saúde, planos de 
saúde e o DPVAT, por possuírem regramento 
específico próprio.(REsp 1.303.374/ES, 
Segunda Seção, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, julgado em 30/11/2021, IAC 2) 
 
 
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- Condomínios residenciais podem impedir 
uso de imóveis para locação pelo Airbnb, 
decide Quarta Turma. 
 
- Mesmo sem registro, dação em pagamento 
de imóvel antes da citação não configura 
fraude à execução. 
 
- Do Rompimento do Testamento 
Art. 1.973. Sobrevindo descendente 
sucessível ao testador, que não o tinha ou 
não o conhecia quando testou, rompe-se o 
testamento em todas as suas disposições, se 
esse descendente sobreviver ao testador. 
Art. 1.974. Rompe-se também o testamento 
feito na ignorância de existirem outros 
herdeiros necessários. 
Art. 1.975. Não se rompe o testamento, se o 
testador dispuser da sua metade, não 
contemplando os herdeiros necessários de 
cuja existência saiba, ou quando os exclua 
dessa parte. 
 
- FRAUDE CONTRA CREDORES 
A ocorrência de fraude contra credores 
exige: a) a anterioridade do crédito; b) a 
comprovação de prejuízo ao credor 
(eventusdamni); c) que o ato jurídico 
praticado tenha levado o devedor a 
insolvência e d) o conhecimento, pelo 
terceiro adquirente, do estado de insolvência 
do devedor (scientia fraudis). 
 
- O Código Civil de 1916, assim como o 
CC/2002, proíbem expressamente tanto a 
doação universal como a doação inoficiosa. 
A doação universal (art. 1.175 do CC/1916; 
art. 548 do CC/2002) é vedada porque, como 
leciona a doutrina, "mesmo os que não 
possuem herdeiros, não podem doar 
simplesmente tudo o que têm", motivo pelo 
qual "o doador sempre deve manter em seu 
patrimônio bens ou renda suficientes para a 
sua subsistência". Por sua vez, a doação 
inoficiosa (arts 1.176 e 1.576, do CC/1916; 
art. 549 do CC/2002) é igualmente proibida 
no direito brasileiro porque quis o legislador 
tutelar os interesses dos herdeiros 
necessários, conferindo a eles uma certa 
garantia de subsistência decorrente dos 
estreitos vínculos de parentesco com o 
falecido. Uma parcela significativa da 
doutrina tem dado às doações universais e 
às doações inoficiosas o caráter de regra 
inflexível, reputando como absolutamente 
nulo o ato de disposição de todo o 
patrimônio ou o ato de disposição em 
desrespeito à legítima dos herdeiros 
necessários e, mesmo quem sustenta haver a 
possibilidade de alguma espécie de 
flexibilização dessas regras, não dispensa a 
preservação de um mínimo existencial para 
preservação da dignidade da pessoa 
humana do doador (na hipótese da doação 
universal) ou a obrigatória aquiescência dos 
herdeiros (na hipótese da doação inoficiosa). 
É nesse contexto, pois, que a doação 
remuneratória, caracterizada pela existência 
de uma recompensa dada pelo doador pelo 
serviço prestado pelo donatário e que, 
embora quantificável pecuniariamente, não 
é juridicamente exigível, deve respeitar os 
limites impostos pelo legislador aos atos de 
disposição de patrimônio do doador, de 
modo que, sob esse pretexto, não se pode 
admitir a doação universal de bens sem 
resguardo do mínimo existencial do doador, 
tampouco a doação inoficiosa em prejuízo à 
legítima dos herdeiros necessários sem a 
indispensável autorização desses, inexistente 
na hipótese em exame. 
 
- CONDIÇÃO SUSPENSIVA 
Art. 125, CC. Subordinando-se a eficácia do 
negócio jurídico à condição suspensiva, 
 
 
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enquanto esta se não verificar, não se terá 
adquirido o direito, a que ele visa. Condição 
suspensiva é a condição que suspende os 
efeitos do ato jurídico durante o período de 
tempo em que determinado evento não 
ocorre. 
 
- CONDIÇÃO RESOLUTIVA 
Art. 127, CC. Se for resolutiva a condição, 
enquanto esta se não realizar, vigorará o 
negócio jurídico, podendo exercer-se desde 
a conclusão deste o direito por ele 
estabelecido. 
 
- O ponto extremo da responsabilidade civil 
estatal é a teoria do risco social ou risco 
integral, em que o Estado é responsável até 
por danos não imputáveis ao seu 
comportamento independentemente até 
mesmo de nexo de causalidade, sem 
possibilidade de causas de exclusão (caso 
fortuito, força maior, culpa de terceiros, da 
própria vítima, etc.). 
Além da responsabilidade por danos 
nucleares (art. 21, XXIII, d, CF, regulamentado 
pela Lei n. 6.453/77), outroexemplo dessa 
espécie de obrigação pecuniária do Estado, 
mais de seguridade social que de 
responsabilidade civil propriamente dita, é a 
instituída pela Lei n. 10.744, de 09 de 
outubro de 2003, que, adotando a Teoria do 
Risco Integral, propicia à União arcar com os 
prejuízos que venham a ser causados por 
atos terroristas. 
 
- A cláusula penal moratória tem a finalidade 
de indenizar pelo adimplemento tardio da 
obrigação, e, em regra, estabelecida em valor 
equivalente ao locativo, afasta-se sua 
cumulação com lucros cessantes – STJ 
 
- PRESCRIÇÃO 
É QUINQUENAL o prazo prescricional 
aplicável a pretensão de cobrança, 
materializada em boleto bancário, ajuizada 
por operadora do plano de saúde contra 
empresa que contratou o serviço de 
assistência médico-hospitalar para seus 
empregados. 
Fundamento: art. 206, § 5o, I, do CC. 
Art. 206. Prescreve:(...) § 5o Em cinco anos: I - 
a pretensão de cobrança de dividas liquidas 
constantes de instrumento público ou 
particular; STJ. 3a Turma. REsp 1763160-SP, 
Rel. Min. Ricardo Villas Boas Cueva, julgado 
em 
17/09/2019 (Info 657). 
 
- PRESCRIÇÃO 
É DECENAL o prazo prescricional aplicável ao 
exercício da pretensão de reembolso de 
despesas médico-hospitalares 
alegadamente cobertas pelo contrato de 
plano de saúde (ou de seguro saúde), mas 
que não foram adimplidas pela operadora. 
STJ. 2a Seção. REsp 1.756.283-SP, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomao, julgado em 11/03/2020 
(Info 673). 
 
- ALTERAÇÃO LEGISLATIVA PROMOVIDA 
PELA LEI 14.138/2021 NA LEI 
8.560/92:Inclusão do §2º ao art. 2º-A, da 
Lei 8.560/92 promovida pela Lei 
14.138/21: 
Art. 2º-A (...) § 2º Se o suposto pai houver 
falecido ou não existir notícia de seu 
paradeiro, o juiz determinará, a expensas do 
autor da ação, a realização do exame de 
pareamento do código genético (DNA) em 
parentes consanguíneos, preferindo-se os de 
grau mais próximo aos mais distantes, 
importando a recusa em presunção da 
paternidade, a ser apreciada em conjunto 
com o contexto probatório (incluído pela Lei 
14.138/21) 
 
 
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EXPLICAÇÃO: 
Já havia previsão legal e jurisprudencial no 
sentido de que a recusa do pai em se 
submeter ao exame de DNA configuraria 
presunção relativa de paternidade 
(Súmula 301, STJ; art. 231, CC e art. 2º-A, §1º, 
Lei 8.560/92). 
Súmula 301-STJ: Em ação investigatória, a 
recusa do suposto pai a submeter-se ao 
exame de DNA induz presunção juris tantum 
de paternidade. 
Art. 231, CC/02: Aquele que se nega a 
submeter-se a exame médico necessário não 
poderá aproveitar-se de sua recusa. 
Art. 2º-A, Lei nº 8.560/92: Na ação de 
investigação de paternidade, todos os meios 
legais, bem como os moralmente legítimos, 
serão hábeis para provar a verdade dos fatos. 
§ 1º A recusa do réu em se submeter ao exame 
de código genético - DNA gerará a presunção 
da paternidade, a ser apreciada em conjunto 
com o contexto probatório. 
A Lei 14.138/21 acrescentou o parágrafo 2º 
ao art. 2º-A da Lei nº 8.560/92, positivando o 
entendimento no sentido de que a 
presunção de paternidade também se aplica 
aos sucessores do suposto pai. 
 
- Qual a diferença entre venda ad corpus 
e venda ad mensuram? 
VENDA AD CORPUS: é a venda de imóvel 
como coisa certa e discriminada. Ex.: o 
contrato refere-se à venda da Fazenda 
Esperança. A dimensão do imóvel, se for 
mencionada, é feita de forma meramente 
enunciativo. O preço não tem relação direta 
com a extensão exata do imóvel. A dimensão 
exata não é requisito essencial do contrato. 
VENDA AD MENSURAM: é aquela em que 
o preço é fixado tendo em vista a real 
dimensão da área. Tal ocorre quando se 
determina o preço de cada unidade, alqueire, 
metro quadrado ou metro de frente. Ex.: o 
contrato refere-se à venda de um imóvel de 
150m2. 
 
- 2º) Cabe complementação da área ou 
indenização nessas modalidades de venda? 
VENDA AD CORPUS: Na venda ad corpus 
não cabe complementação do preço, caso a 
área seja maior, nem complementação da 
área, se esta for menor. 
Art. 500, §3º, CC. Não haverá complemento 
de área, nem devolução de excesso, se o 
imóvel for vendido como coisa certa e 
discriminada, tendo sido apenas enunciativa 
a referência às suas dimensões, ainda que 
não conste, de modo expresso, ter sido a 
venda ad corpus. 
VENDA AD MENSURAM: Situação 1. Se a 
área for MENOR do que estava no contrato: 
o comprador poderá mover ação exempto 
ou exvendito, por meio do qual se reclamará 
a complementação da área. Trata-se de ação 
pessoal. 
Se não tiver como o devedor complementar, 
o comprador poderá mover as ações 
edilícias: 
a) Ação redibitória: resolução do contrato; 
b) Ação quanti minoris: abatimento do 
preço. 
Art. 500, caput, CC Se, na venda de um 
imóvel, se estipular o preço por medida de 
extensão, ou se determinar a respectiva área, 
e esta não corresponder, em qualquer dos 
casos, às dimensões dadas, o comprador terá 
o direito de exigir o complemento. 
da área, e, não sendo isso possível, o de 
reclamar a resolução do contrato ou 
abatimento proporcional ao preço. 
 
- A pretensão de cobrança, por meio de ação 
monitória, de dívida representada por cédula 
 
 
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de crédito bancário prescreve em cinco anos. 
REsp 1.940.996-SP, Rel. Min. Ricardo Villas 
Bôas Cueva, Terceira Turma, por 
unanimidade, julgado em 21/09/2021, DJe 
27/09/2021. (Info 711) 
 
- No julgamento de recursos especiais 
repetitivos (Tema 1.034) em fevereiro 2021, a 
Segunda Seção definiu, em três teses, quais 
condições assistenciais e de custeio do plano 
de saúde devem ser mantidas para 
beneficiários inativos, nos termos do artigo 
31 da Lei 9.656/1998. 
a) "Eventuais mudanças de operadora, de 
modelo de prestação de serviço, de forma de 
custeio e de valores de contribuição não 
implicam interrupção da contagem do prazo 
de 10 (dez) anos previsto no art. 31 da Lei n. 
9.656/1998, devendo haver a soma dos 
períodos contributivos para fins de cálculo 
da manutenção proporcional ou 
indeterminada do trabalhador aposentado 
no plano coletivo empresarial." 
b) "O art. 31 da lei n. 9.656/1998 impõe que 
ativos e inativos sejam inseridos em plano de 
saúde coletivo único, contendo as mesmas 
condições de cobertura assistencial e de 
prestação de serviço, o que inclui, para todo 
o universo de beneficiários, a igualdade de 
modelo de pagamento e de valor de 
contribuição, admitindo-se a diferenciação 
por faixa etária se for contratada para todos, 
cabendo ao inativo o custeio integral, cujo 
valor pode ser obtido com a soma de sua 
cota-parte com a parcela que, quanto aos 
ativos, é proporcionalmente suportada pelo 
empregador." 
c) "O ex-empregado aposentado, 
preenchidos os requisitos do art. 31 da Lei n. 
9.656/1998, não tem direito adquirido de se 
manter no mesmo plano privado de 
assistência à saúde vigente na época da 
aposentadoria, podendo haver a 
substituição da operadora e a alteração do 
modelo de prestação de serviços, da forma 
de custeio e os respectivos valores, desde 
que mantida paridade com o modelo dos 
trabalhadores ativos e facultada a 
portabilidade de carências." REsp 
1818487/SP 
 
- O condomínio edilício responde pelos 
danos causados por seus empregados 
mesmo que fora do horário de expediente, 
desde que em razão do seu trabalho – REsp 
1787026/RJ, julgado em 26/10/2021. 3T 
Informativo 717 do STJ, de 16/11/2021 
 
- Quando na estipulação da cláusula penal 
prepondera a finalidade coercitiva, a 
diferença entre o valor do prejuízo efetivo e 
o montante da pena não pode ser 
novamente considerada para fins de redução 
da multa convencional com fundamento na 
segunda parte do art. 413 do Código Civil – 
REsp 1803803/RJ, julgado em 09/11/2021. 
Informativo 717 do STJ, de 16/11/2021 
 
- Quando na estipulação da cláusula penal 
prepondera a finalidade coercitiva, a 
diferença entre o valor doprejuízo efetivo e 
o montante da pena não pode ser 
novamente considerada para fins de redução 
da multa convencional com fundamento na 
segunda parte do art. 413 do Código Civil – 
REsp 1803803/RJ, julgado em 09/11/2021. 
Informativo 717 do STJ, de 16/11/2021 
 
- O laudo médico, previsto no art. 750 do 
CPC/2015 como necessário à propositura da 
ação de interdição, pode ser dispensado na 
hipótese em que o interditando resiste em se 
submeter ao exame – REsp 1933597/RO, 
julgado em 26/10/2021. 
- Situação adaptada: a Petrobrás celebrou 
contrato de afretamento de embarcação 
com a LarsenLimited. Em outras palavras, a 
LarsenLimited deveria entregar uma 
 
 
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embarcação para a Petrobrás, que viria do 
exterior para o Brasil. Como o contrato 
envolvia vultosos valores e a LarsenLimited 
está situada no exterior, a Petrobrás exigiu 
que a Larsen Brasil Ltda (outra empresa do 
grupo) também figurasse no ajuste como 
devedora solidária. Assim, a Larsen Brasil se 
obrigou conjuntamente com a outra 
empresa pelas “obrigações pecuniárias 
decorrentes do contrato”. A LarsenLimited, 
por culpa exclusiva sua, não cumpriu o 
contrato (não entregou a embarcação 
combinada). Diante disso, a Petrobrás 
cobrou o valor da cláusula penal 
compensatória exigindo o seu pagamento 
tanto da LarsenLimited (devedora principal) 
como da Larsen Brasil Ltda (devedora 
solidária). 
No caso, a parte não se obrigou pela entrega 
da embarcação (obrigação que se tornou 
impossível), mas pelas obrigações 
pecuniárias decorrentes do contrato. 
No entanto, é oportuno assinalar que a 
cláusula penal compensatória tem como 
objetivo prefixar os prejuízos decorrentes do 
descumprimento do contrato, evitando que 
o credor tenha que promover a liquidação 
dos danos. Assim, a cláusula penal se traduz 
em um valor considerado suficiente pelas 
partes para indenizar o eventual 
descumprimento do contrato. Tem, 
portanto, caráter nitidamente pecuniário. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1867551-RJ, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
05/10/2021. 
 
- O Código Civil exige que o devedor seja 
notificado acerca da cessão de crédito: 
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia 
em relação ao devedor, senão quando a este 
notificada; mas por notificado se tem o 
devedor que, em escrito público ou 
particular, se declarou ciente da cessão feita. 
A citação da devedora em ação movida pelo 
cessionário atende a finalidade precípua do 
art. 290 do Código Civil, que é a de “dar 
ciência” ao devedor do negócio, por meio de 
“escrito público ou particular”. 
A partir da citação, o devedor toma ciência 
inequívoca da cessão de crédito e, por 
conseguinte, sabe exatamente a quem deve 
pagar.Assim, a citação revela-se suficiente 
para cumprir a exigência de cientificar o 
devedor da transferência do crédito. 
STJ. Corte Especial. EAREsp 1125139-PR, Rel. 
Min. Laurita Vaz, julgado em 06/10/2021 
(Info 713). 
 
- Art. 255. Quando a escolha couber ao 
credor e uma das prestações tornar-se 
impossível por culpa do devedor, o credor 
terá direito de exigir a prestação subsistente 
ou o valor da outra, com perdas e danos; se, 
por culpa do devedor, ambas as prestações 
se tornarem inexequíveis, poderá o credor 
reclamar o valor de qualquer das duas, além 
da indenização por perdas e danos. 
Culpa do devedor + Impossibilidade de uma 
das prestações + Escolha cabe ao credor = 
Prestação subsistente ou o valor da 
prestação que se perdeu + Perdas e danos. 
Culpa do devedor + Impossibilidade de 
todas as prestações + Escolha cabe ao credor 
= Valor de qualquer uma das prestações + 
Perdas e danos. 
 
- Sobre o pagamento de cotas 
condominiais: 
“O que define a responsabilidade pelo 
pagamento das obrigações condominiais 
não é o registro do compromisso de compra 
e venda, mas a relação jurídica material com 
o imóvel, representada pela imissão na posse 
pelo promissário comprador e pela ciência 
inequívoca do condomínio acerca da 
transação”. STJ. 2ª Seção. REsp 1345331-RS, 
 
 
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Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
8/4/2015 (recurso repetitivo) (Info 560). 
Em caso de compra e venda, a legitimidade 
passiva para a ação de cobrança será do 
promitente-comprador ou do promitente-
vendedor? DEPENDE. 
1) A responsabilidade será do PROMITENTE 
COMPRADOR se ficar comprovado que: 
a) o promissário comprador se imitiu na 
posse (ele já está na posse direta do bem); e 
b) o condomínio teve ciência inequívoca da 
transação (o condomínio sabe que houve a 
“venda”). 
2) A responsabilidade será do PROMITENTE 
VENDEDOR se: 
a) o promissário comprador ainda não está 
na posse do imóvel (não houve imissão de 
posse); ou 
b) se o condomínio não teve ciência de que 
ocorreu esse contrato de compromisso de 
compra e venda. 
 
- A possibilidade de cumulação da 
paternidade socioafetiva com a biológica 
contempla especialmente o princípio 
constitucional da igualdade dos filhos (art. 
227, § 6º, da CF). 
Não se deve admitir que na certidão de 
nascimento conste o termo "pai 
socioafetivo", bem como não é possível 
afastar a possibilidade de efeitos 
patrimoniais e sucessórios quando 
reconhecida a multiparentalidade. Caso 
contrário, estar-se-ia reconhecendo a 
possibilidade de uma posição filial inferior 
em relação aos demais descendentes do 
genitor socioafetivo, violando o disposto nos 
arts. 1.596 do CC/2002 e 20 da Lei n. 
8.069/1990. 
Portanto, reconhece-se a equivalência de 
tratamento e dos efeitos jurídicos entre as 
paternidades biológica e socioafetiva na 
hipótese de multiparentalidade. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1487596/MG, Rel. Min. 
Antonio Carlos Ferreira, julgado em 
28/09/2021. 
 
- A LINDB traz uma ideia de 
aprimoramento do processo decisório 
ligado a questões de direito público. Essa 
é a essência da alteração legislativa. Quase 
que uma lei de segurança jurídica para o 
processo decisório no âmbito do direito 
público. Há valorização da consensualidade, 
cláusulas gerais de segurança jurídica com a 
proteção da confiança legítima, vinculação 
da administração aos seus próprios 
precedentes, dever de fundamentação. 
Uma primeira premissa é a segurança e 
eficiência na aplicação do direito público 
relativamente à ação estatal como um 
todo. 
Uma segunda premissa é aprimorar a 
atividade jurídico-decisória sobre 
questões públicas. 
Uma terceira premissa é ser uma lei que 
deve ser observada por todos os poderes 
e órgãos constitucionais autônomos e que 
lidam com questões de direito público. 
Uma quarta premissa é ser uma lei com 
aplicação em todos os níveis federativos, 
com caráter nacional. 
Uma quinta premissa é que a lei tem 
aplicação em todos os ramos do direito 
público (econômico, administrativo, 
tributário). É uma lei geral voltada a questões 
de direito público. 
Quanto aos objetivos da lei: 
a) Valorização da segurança jurídica na 
aplicação do direito público como um todo. 
b) Racionalização do controle da 
administração pública. 
 
 
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c) Processualização e democratização da 
administração pública. 
d) Consagração da proporcionalidade como 
critério limitador de decisões de direito 
público. 
e) Valorização da consensualidade como 
critério alternativo ao exercício da 
autoridade estatal. 
f) Preocupação com resultados práticos dos 
efeitos de decisões e o contexto em que 
tomadas (consequencialismo e 
contextualismo) 
 
 
- REFRAÇÃO DO CRÉDITO → Via de regra, 
desaparece a solidariedade no caso de 
falecimento do credor. Exceção: Obrigação 
indivisível 
Art. 270. Se um dos credores solidários 
falecer deixando herdeiros, 
cada um destes só terá direito a exigir e 
receber a quota do crédito que corresponder 
ao seu quinhão hereditário, salvo se a 
obrigação for indivisível. 
➡EXEMPLO: Maria, José e Jacó eram 
credores solidários de um cavalo puro-
sangue devido porDaniel. Maria, antes de a 
dívida ser quitada, faleceu deixando como 
herdeiros Zaqueu, Sara e Gaspar. Sobre a 
possibilidade de exigibilidade da obrigação, 
TEMOS QUE ZAQUEU, SARA OU GASPAR 
PODERÃO EXIGIR E RECEBER O CAVALO, 
pois a cada herdeiro neste caso (obrigação 
indivisível) assiste o direito de exigir a dívida 
por completo 
 
- Nos contratos de comodato firmados 
por prazo determinado, mostra-se 
desnecessária a promoção de notificação 
prévia - seja extrajudicial ou judicial - do 
comodatário, pois, logicamente, a mora 
constituir-se-á de pleno direito na data 
em que não devolvida a coisa emprestada, 
conforme estipulado contratualmente. 
Por outro lado, no caso de comodato por 
prazo indeterminado, é indispensável a 
prévia notificação para rescindir o contrato, 
pois, somente após o término do prazo 
previsto na notificação premonitória, a posse 
exercida pelo comodatário, anteriormente 
tida como justa, tornar-se-á injusta, de modo 
a configurar o esbulho possessório. 
No caso concreto, todavia, a despeito de o 
comodato ter-se dado por tempo 
indeterminado e de não ter havido a prévia 
notificação do comodatário, não se pode 
conceber que este detinha a posse legítima 
do bem. Isso porque foi ajuizada uma outra 
ação antes da propositura da própria ação 
possessória e nessa primeira ação já se 
demonstrou o intuito de retomar o bem, 
mostrando-se a notificação premonitória 
uma mera formalidade, inócua aos fins 
propriamente pretendidos. 
Assim, verificada a ciência inequívoca do 
comodatário para que providenciasse a 
devolução do imóvel cuja posse detinha em 
função de comodato com a falecida 
proprietária, configurado está o esbulho 
possessório, hábil a justificar a procedência 
da lide. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1947697-SC, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 28/09/2021 
(Info 713). 
 
- É intransmissível ao cônjuge 
sobrevivente a pretensão de ver declarada 
a existência de relação avoenga com o de 
cujus. A impossibilidade do julgamento do 
pedido declaratório de relação avoenga não 
acarreta, necessariamente, a impossibilidade 
do julgamento do pedido de petição de 
herança. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1868188-GO, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min. 
 
 
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Nancy Andrighi, julgado em 28/09/2021 
(Info 713). 
 
- #STJ: ##DOD: A averbação do contrato 
com cláusula de vigência no registro de 
imóveis é imprescindível para que a locação 
possa ser oposta ao adquirente. É o que 
prevê o art. 8º da Lei 8.245/91. STJ. 3ª T. REsp 
1669612-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, j. 7/8/18 (Info 632). 
 
- Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a 
coação decorrer de terceiro, sem que a parte 
a que aproveite dela tivesse ou devesse ter 
conhecimento; mas o autor da coação 
responderá por todas as perdas e danos que 
houver causado ao coacto. 
Para facilitar, pense assim: 
EstadOdEperigO - OEA - Obrigação 
Excessivamente Onerosa 
Dolo de aproveitamento - Estado de Perigo 
DesproporcionaL – Lesão 
 
- Art. 156. Configura-se o ESTADO DE 
PERIGO quando alguém, premido da 
necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua 
família, de grave dano conhecido pela outra 
parte (dolo de aproveitamento), assume 
obrigação excessivamente onerosa. (O 
estado de perigo configura-se quando há 
perigo de dano à pessoa, não aos bens) 
Dica: O grave dano DEVE ser conhecido pela 
outra parte (Dolo de aproveitamento). Assim: 
Estado DE Perigo → Dolo DE 
aproveitamento; 
Lesão → Não exige dolo de aproveitamento. 
ESTADO DE PERIGO: Premido da 
NECESSIDADE DE SALVAR-SE, ou a pessoa 
de sua família, de grave dano conhecido pela 
outra parte, ASSUME OBRIGAÇÃO 
EXCESSIVAMENTE ONEROSA. 
LESÃO: Sob PREMENTE NECESSIDADE, ou 
por INEXPERIÊNCIA, se obriga a PRESTAÇÃO 
MANIFESTAMENTE DESPROPORCIONAL ao 
valor da prestação oposta. 
 
- Art. 157. Ocorre a LESÃO quando uma 
pessoa, sob premente NECESSIDADE, ou por 
INEXPERIÊNCIA, se obriga a prestação 
manifestamente desproporcional ao valor da 
prestação oposta. 
§ 1º. Aprecia-se a desproporção das 
prestações segundo os valores vigentes ao 
tempo em que foi celebrado o negócio 
jurídico. 
§ 2º. Não se decretará a anulação do 
negócio, se for oferecido suplemento 
suficiente, ou se a parte favorecida 
concordar com a redução do proveito. 
Atenção: Enunciado nº 148 – Art. 156: Ao 
“estado de perigo” (art. 156) aplica-se, por 
analogia, o disposto no § 2º do art. 157. 
 
-Dica das aulas do Tartuce (LFG): 
ERRO: "Me enganei". 
DOLO: "Me enganaram". 
COAÇÃO: "Me pressionaram". 
ESTADO DE PERIGO: "Meu reino por um 
cavalo". 
LESÃO: "Negócio da China". 
SIMULAÇÃO: "Parece, mas não é". 
 
- Arras é a quantia ou outro bem móvel 
dado por um dos contratantes ao outro 
para concluir o contrato e 
excepcionalmente assegurar o pontual 
cumprimento das obrigações. 
 
 
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1ª regra – se a inexecução for de quem deu 
as arras, irá perdê-las para a parte inocente. 
2ª regra – se a inexecução for de quem as 
recebeu, terá a obrigação de devolver o valor 
em dobro mais atualização monetária, juros 
e honorários advocatícios. ` 
OBS: A parte inocente (prejudicada) pode 
pedir indenização complementar? R.: 
Depende das arras. 
 
- Arras confirmatórias são aquelas em que 
não há direito de arrependimento 
expresso no contrato. Aqui, a parte 
prejudicada pode pedir indenização 
complementar pelas perdas e danos. 
- Arras penitenciais são aquelas em que o 
contrato prevê um direito de 
arrependimento. A parte prejudicada não 
poderá pedir indenização complementar 
porque a outra parte exerceu um direito 
legítimo. 
 
- Na multiparentalidade deve ser 
reconhecida a equivalência de tratamento e 
de efeitos jurídicos entre as paternidades 
biológica e socioafetiva. STJ. 4ª Turma.REsp 
1487596-MG, Rel. Min. Antonio Carlos 
Ferreira, julgado em 28/09/2021 (Info 712). 
 
- A morte de usufrutuário que arrenda 
imóvel, durante a vigência do contrato de 
arrendamento, sem a reivindicação 
possessória pelo proprietário, torna precária 
e injusta a posse exercida pelos seus 
sucessores, mas não constitui óbice ao 
exercício dos direitos provenientes do 
contrato de arrendamento pelo espólio 
perante o terceiro arrendatário. REsp 
1.758.946-SP, Rel. Min. Marco Aurélio 
Bellizze, Terceira Turma, por unanimidade, 
julgado em 08/06/2021, DJe 11/06/2021(Info 
700) 
 
- É cabível dano moral pelo defeito na 
prestação de serviço de transporte aéreo 
com a entrega de passageiro menor 
desacompanhado, após horas de atraso, em 
cidade diversa da previamente contratada. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1733136-RO, Rel. Min. 
Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 
21/09/2021 (Info 711). 
 
- Direitos da personalidade em espécie. 1. 
Direito ao nome. 
STJ: É possível que mãe divorciada altere o 
sobrenome no registro dos filhos, para 
acrescentar seu patronímico de solteira 
(REsp. 1.041.751). 
 
- É intransmissível ao cônjuge sobrevivente a 
pretensão de ver declarada a existência de 
relação avoenga com o de cujus. A 
impossibilidade do julgamento do pedido 
declaratório de relação avoenga não 
acarreta, necessariamente, a impossibilidade 
do julgamento do pedido de petição de 
herança. STJ. 3ª Turma. REsp 1868188-GO, 
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. 
Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/09/2021 
(Info 713). 
 
- Na ação de busca e apreensão de que trata 
o DL 911/1969, a análise da contestação 
somente deve ocorrer após a execução da 
medida liminar. 
STJ. 2ª Seção. REsp 1.892.589-MG, Rel. Min. 
Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
16/09/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 
1040) (Info 710). 
 
- De acordo com o Código Civil de 2002, é 
responsável pela reparação civil, 
independentemente de culpa, o que houver 
 
 
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gratuitamente participado no produto de 
crime, até a concorrentequantia. 
 
- Comprovada a mora ou o 
inadimplemento do devedor o juiz 
concederá a busca e apreensão de forma 
liminar (sem ouvir o devedor). 
No prazo de 15 dias após o cumprimento da 
liminar (apreensão do bem), o devedor 
fiduciante apresentará resposta 
(contestação). 
Qual é o termo inicial para a contagem desse 
prazo de 15 dias: o dia em que for executada 
a medida liminar (apreensão do bem) ou a 
data da juntada do mandado de citação 
cumprido? Data da juntada aos autos do 
mandado de citação cumprido. 
Mas o devedor pode se adiantar e apresentar 
a contestação antes da execução da medida 
liminar? Sim. É possível a apresentação da 
contestação antes da execução da medida 
liminar. Não se pode falar que essa 
apresentação seja extemporânea ou 
prematura. Assim, não há necessidade de se 
desentranhar essa peça. 
E qual seria o objetivo de o devedor se 
antecipar e apresentar logo a contestação? O 
devedor poderia fazer isso com o objetivo de 
tentar evitar que o juiz concedesse a medida 
liminar de busca e apreensão. 
Essa tentativa do devedor terá êxito? Não. 
Isso porque o STJ entende que, mesmo se o 
devedor apresentar a contestação antes da 
execução da medida liminar, essa resposta 
somente será analisada pelo juiz após o 
cumprimento da medida. 
Na ação de busca e apreensão de que trata 
o DL 911/1969, a análise da contestação 
somente deve ocorrer após a execução da 
medida liminar. 
Condicionar o cumprimento da medida 
liminar de busca e apreensão à apreciação da 
contestação, causaria insegurança jurídica e 
ameaça à efetividade do procedimento. 
STJ. 2ª Seção. REsp 1892589-MG, Rel. Min. 
Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
16/09/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 
1040) (Info 710). 
 
- Valorização patrimonial de imóveis ou 
cotas sociais de sociedade, adquiridos antes 
do casamento, não integra o patrimônio 
comum a ser partilhado, visto que a 
valorização é decorrência de fenômeno 
econômico que dispensa a comunhão de 
esforços do casal. 
 
- Para que a venda de ascendente para 
descendente seja anulada (art. 496 do CC), 
é imprescindível que o autor da ação 
anulatória comprove, no caso concreto, a 
efetiva ocorrência de prejuízo aos 
herdeiros necessários, não se admitindo a 
alegação de prejuízo presumido. Isso 
porque este negócio jurídico não é nulo 
(nulidade absoluta), mas sim meramente 
anulável (nulidade relativa). Logo, não é 
possível ao magistrado reconhecer a 
procedência do pedido no âmbito de ação 
anulatória da venda de ascendente a 
descendente com base apenas em 
presunção de prejuízo decorrente do fato de 
o autor da ação anulatória ser 
absolutamente incapaz quando da 
celebração do negócio por seus pais e irmão. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1211531-MS, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, julgado em 5/2/2013 
(Info 514). 
"Art. 496. É anulável a venda de ascendente 
a descendente, salvo se os outros 
descendentes e o cônjuge do alienante 
expressamente houverem consentido. 
Parágrafo único. Em ambos os 
casos, dispensa-se o consentimento do 
 
 
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cônjuge se o regime de bens for o 
da separação obrigatória." 
 
- Aquele que demandar por dívida já paga, 
no todo ou em parte, sem ressalvar as 
quantias recebidas, ficará obrigado a pagar 
ao devedor o dobro do que houver cobrado; 
não se aplicará tal pena se o autor desistir da 
ação antes de contestada a lide, salvo ao réu 
o direito de haver indenização por algum 
prejuízo que prove ter sofrido. 
 
- A declaração de nulidade da sentença 
arbitral pode ser pleiteada, judicialmente, 
por duas vias: 
a) ação declaratória de nulidade de sentença 
arbitral (art. 33, § 1º, da Lei nº 9.307/96); ou 
b) impugnação ao cumprimento de sentença 
arbitral (art. 33, § 3º, da Lei nº 9.307/96). 
O § 1º do art. 33 prevê um prazo de 90 dias 
para ajuizar a ação de declaração de 
nulidade. O § 3º do mesmo artigo não prevê 
prazo. 
Diante disso, indaga-se: o prazo de 90 dias 
do § 1º do art. 33 também se aplica para a 
hipótese do § 3º? A impugnação ao 
cumprimento de sentença arbitral também 
deve ser apresentada no prazo de 90 dias? 
Depende: 
• se a parte executada quiser alegar algum 
dos vícios do art. 32 da Lei nº 9.307/96: ela 
possui o prazo de 90 dias. Assim, se já tiver 
se passado 90 dias da notificação da 
sentença, ela não poderá apresentar 
impugnação alegando um dos vícios do art. 
32. 
• mesmo que já tenha se passado o prazo de 
90 dias, a parte ainda poderá alegar uma das 
matérias do § 1º do art. 525 do CPC. 
Não é cabível a impugnação ao 
cumprimento da sentença arbitral, com base 
nas nulidades previstas no art. 32 da Lei nº 
9.307/96, após o prazo decadencial 
nonagesimal. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1900136/SP, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 06/04/2021 
(Info 691). STJ. 3ª Turma. REsp 1862147-MG, 
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 
14/09/2021 (Info 709). 
 
- ##STJ: ##DOD: Não são exigíveis aluguéis 
no período compreendido entre o 
incêndio que destruiu imóvel objeto de 
locação comercial e a efetiva entrega das 
chaves pelo locatário. A locação consiste na 
cessão do uso ou gozo da coisa em troca de 
uma retribuição pecuniária, isto é, tem por 
objeto poderes ou faculdades inerentes à 
propriedade. Em outras palavras, o objeto do 
contrato de locação não é exatamente a 
coisa ou prédio locado, mas sim o uso ou a 
fruição que deles se faz. Assim, extinta a 
propriedade pelo perecimento do bem, 
também se extingue, a partir desse 
momento, a possibilidade de usar, fruir e 
gozar desse mesmo bem, o que inviabiliza, 
por conseguinte, a manutenção do contrato 
de locação, o que inviabiliza, por 
conseguinte, a exploração econômica dessas 
faculdades da propriedade por meio do 
contrato de locação. Essa relação jurídica é 
baseada no mutualismo e o mutualismo 
pressupõe que existam prestações e 
contraprestações recíprocas. Se não existe 
mais imóvel para ser locado, há uma quebra 
desse sinalagma e a cobrança de aluguéis 
pode configurar até mesmo enriquecimento 
sem causa para o locador. STJ. 3ª T. REsp 
1707405/SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, Rel. p/ Acórdão Min. Moura Ribeiro, j. 
7/5/19 (Info 650). 
 
- Elemento acidental do negócio jurídico, a 
condição possui, entre outras, as seguintes 
características: acessoriedade e 
voluntariedade. 
 
 
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- O valor existente em plano de previdência 
complementar privada aberta na 
modalidade PGBL, antes de sua conversão 
em renda e pensionamento ao titular, possui 
natureza de aplicação e investimento, 
devendo ser objeto de partilha por ocasião 
da dissolução do vínculo conjugal ou da 
sucessão por não estar abrangido pela regra 
do art. 1.659, VII, do CC/2002. 
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: (...) VII 
- as pensões, meios-soldos, montepios e 
outras rendas semelhantes. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1726577-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 14/09/2021 (Info 709). 
 
- A cessação da incapacidade civil de um 
dos cônjuges, que impunha a adoção do 
regime da separação obrigatória de bens 
sob a égide do Código Civil de 1916, 
autoriza a modificação do regime de bens 
do casamento. STJ. 3ª Turma. REsp 
1947749-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 14/09/2021 (Info 709). 
 
- A obrigação alimentar é personalíssima, 
extingue-se com o óbito do alimentante, 
cabendo ao Espólio arcar com débitos não 
quitados em vida. Exceção: casos em que o 
alimentado seja herdeiro, hipóteses nas 
quais a prestação perdurará ao longo do 
inventário (STJ, Tese 7, Ed. 77). 
 
- JUROS MORATÓRIOS→ * 
Responsabilidade Extracontratual: juros 
moratórios desde o Evento danoso (Súmula 
54, STJ: Os juros moratórios fluem a partir 
do evento danoso, em caso de 
responsabilidade extracontratual.) 
* Responsabilidade Contratual: juros 
moratórios desde a Citação. (Art. 405, CC: 
Contam-se osjuros de mora desde a citação 
inicial.) 
 
- CORREÇÃO MONETÁRIA: incide desde a 
data do Arbitramento. Súmula 362, STJ: A 
correção monetária do valor da indenização 
do dano moral incide desde a data do 
arbitramento. 
 
- RESPONSABILIDADE CONTRATUAL --> 
aplica-se a regra geral (art. 205 CC/02) que 
prevê dez anos de prazo prescricional. 
RESPONSABILIDADE 
EXTRACONTRATUAL --> aplica-se o 
disposto no art. 206, § 3º, V, do CC/02, com 
prazo de três anos". 
 
- DANO SOCIAL: "Portanto, a nossa tese é 
bem clara: a responsabilidade civil deve 
impor indenização por danos individuais e 
por danos sociais. Os danos individuais são 
os patrimoniais, avaliáveis em dinheiro, - 
danos emergentes e lucros cessantes -, e os 
morais, - caracterizados por exclusão e 
arbitrados como compensação para a dor, 
para lesões de direito de personalidade e 
para danos patrimoniais de quantificação 
precisa impossível. 
Os danos sociais, por sua vez, sãolesões à 
sociedade, no seu nível de vida, tanto por 
rebaixamento de seu patrimônio moral - 
principalmente a respeito da segurança - 
quanto por diminuição por dolo ou culpa 
grave, especialmente, repetimos, se atos que 
reduzem as condições coletivas de 
segurança, e de indenizaçãodissuasória, se 
atos em geral de pessoa jurídica, que trazem 
uma diminuição do índice de qualidade de 
vida da população." (DE AZEVEDO, Antônio 
Junqueira. Por uma nova categoria de dano 
na responsabilidade civil: o dano social. In: 
FILOMENO, José Geraldo Brito; WAGNER JR., 
Luiz Guilherme da Costa; GONÇALVES, 
Renato Afonso (coord.). O Código Civil e sua 
interdisciplinaridade. Belo Horizonte: Del 
Rey, 2004, p. 376) 
 
 
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• Enunciado 455 da V Jornada de 
Direito Civil do CJF: "A expressão dano no art. 
944 abrange não só os danos individuais, 
materiais ou imateriais, mas também os 
danos sociais, difusos, coletivos e individuais 
homogêneos a serem reclamados pelos 
legitimados para propor ações coletivas 
• Enunciado nº 456 do Conselho de 
Justiça Federal: “A expressão ‘dano’ no artigo 
944 abrange não só os danos individuais, 
materiais ou imateriais, mas também os 
danos sociais, difusos, coletivos e individuais 
homogêneos”. 
 
- CONTRATOS – DEVERES ACESSÓRIOS: •
 De fato, a boa-fé objetiva constitui 
um modelo de conduta social ou um padrão 
ético de comportamento, impondo, 
concretamente, a todo cidadão que atue 
com honestidade, lealdade e probidade. 
• As múltiplas funções exercidas pela 
boa-fé no curso da relação obrigacional, 
desde a fase anterior à formação do vínculo, 
passando pela sua execução, até a fase 
posterior ao adimplemento da obrigação, 
PODEM SER VISLUMBRADAS EM TRÊS 
GRANDES PERSPECTIVAS, que foram 
positivadas pelo CC: 
• a) interpretação das regras 
pactuadas (função interpretativa); 
• b) criação de novas normas de 
conduta (função integrativa); 
• e c) limitação dos direitos subjetivos 
(função de controle contra o abuso de 
direito). 
• A função integrativa da boa-fé 
permite a identificação concreta, em face das 
peculiaridades próprias de cada relação 
obrigacional, de novos deveres, além 
daqueles que nascem diretamente da 
vontade das partes (art. 422 do CC). 
• Ao lado dos deveres primários da 
prestação, SURGEM OS DEVERES 
SECUNDÁRIOS OU ACIDENTAIS DA 
PRESTAÇÃO E, ATÉ MESMO, DEVERES 
LATERAIS OU ACESSÓRIOS DE CONDUTA. 
• ENQUANTO OS DEVERES 
SECUNDÁRIOS VINCULAM-SE AO CORRETO 
CUMPRIMENTO DOS DEVERES PRINCIPAIS 
(v.g. dever de conservação da coisa até a 
tradição), OS DEVERES ACESSÓRIOS LIGAM-
SE DIRETAMENTE AO CORRETO 
PROCESSAMENTO DA RELAÇÃO 
OBRIGACIONAL (v.g. deveres de cooperação, 
de informação, de sigilo, de cuidado). 
• Decorre, portanto, justamente da 
função integradora do princípio da boa-fé 
objetiva, a necessidade de comunicação 
expressa ao ex-empregado de possível 
cancelamento do plano de saúde caso este 
não faça a opção pela manutenção no prazo 
de 30 dias. 
• E mais, não pode a operadora do 
plano de saúde proceder ao desligamento 
do beneficiário sem a prova efetiva de que 
foi dada tal oportunidade ao ex-empregado. 
• Por fim, destaque-se que o 
entendimento aqui firmado encontra 
guarida na Resolução Normativa 279 da 
ANS, de 24/11/2011, que "Dispõe sobre a 
regulamentação dos artigos 30 e 31 da Lei nº 
9.656, de 3 de junho de 1998, e revoga as 
Resoluções do CONSU nºs 20 e 21, de 7 de 
abril de 1999”. REsp 1.237.054-PR, Rel. Min. 
Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 
22/4/2014. (INFO 542) 
 
- TEORIA DO INADIMPLEMENTO 
CONTRATUAL: 
• O ARTIGO 389 DO CC É FUNDAMENTO E A 
CAUSA DE JUSTIFICAÇÃO DA TEORIA DO 
INADIMPLEMENTO, bem como da 
impropriamente denominada 
responsabilidade civil “contratual” (violação 
de dever jurídico preexistente e específico). 
 
 
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• A RELAÇÃO JURÍDICA 
OBRIGACIONAL (vínculo entre sujeitos 
determinados ou ao menos determináveis) É, 
ESSENCIALMENTE, TRANSITÓRIA. 
• Em razão desta característica, A 
LIBERAÇÃO DOS SUJEITOS DESTE VÍNCULO 
ESPECÍFICO E INDIVIDUALIZADO 
OCORRERÁ POR MEIO DO ADIMPLEMENTO 
(objetivo de toda obrigação) OU 
INADIMPLEMENTO, COM TODAS AS 
CONSEQUÊNCIAS DAÍ DECORRENTES 
(perdas e danos, juros, cláusula penal e 
arras). 
• Na relação jurídica obrigacional, de 
um lado, há o titular do direito subjetivo de 
crédito (credor) e, de outro, o titular de dever 
jurídico (devedor - este se compromete a 
concretizar prestação de dar, fazer ou não 
fazer e a se comportar de modo adequado 
no processo obrigacional). 
• O vínculo jurídico é individualizado e 
específico, porque os sujeitos (credor e 
devedor) podem ser identificados. A partir 
desta noção geral, é fácil compreender o 
inadimplemento. 
• Se o devedor, por ação ou omissão, 
viola o dever jurídico preexistente assumido 
com o credor, caracterizado estará o 
inadimplemento. Este é o resultado da 
violação do dever jurídico. 
• É o que enuncia o artigo 389: “não 
cumprida a obrigação” ... ou seja, VIOLADO 
O DEVER JURÍDICO PREEXISTENTE .... O QUE 
PODE OCORRER PELA NÃO 
CONCRETIZAÇÃO DA PRESTAÇÃO (dar, fazer 
ou não fazer – dever jurídico de prestação) 
OU EM RAZÃO DE COMPORTAMENTO 
INADEQUADO, DEFEITUOSO OU NÃO ÉTICO 
DURANTE O PROCESSO OBRIGACIONAL 
(boa-fé objetiva –dever de comportamento– 
VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO). 
• A CONFUSÃO OCORRE QUANDO SE 
FAZ ASSOCIAÇÃO (QUE NÃO É NECESSÁRIA) 
ENTRE O INADIMPLEMENTO E A 
RESPONSABILIDADE CIVIL (que pode ter 
como causa o inadimplemento). 
• Inadimplemento consiste apenas na 
violação de dever jurídico, que afeta o direito 
subjetivo de outrem (credor). Ponto. 
• Tal violação (inadimplemento) pode 
ou não ser causa de responsabilidade civil 
(denominada “contratual”, justamente 
porque o seu fundamento é a violação de 
dever jurídico preexistente específico – 
inadimplemento). 
• A responsabilidade civil “contratual” 
subjetiva pressupõe inadimplemento 
culposo (dolo ou culpa - imputabilidade), 
nexo causal e o dano. 
• A responsabilidade civil objetiva, na 
teoria do inadimplemento, pressupõe 
inadimplemento (não cumprimento da 
prestação por sujeito que exerce atividade 
de risco ou não cumprimento nas relações 
jurídicas que a lei objetiva, como no 
transporte), nexo causal (o elemento mais 
relevante da responsabilidade objetiva, pois 
a ausência de culpa, por si só, não rompe o 
nexo – apenas o fortuito externo/fato de 
terceiro ou fato exclusivo do outro sujeito 
rompem o nexo – será objeto de outro post) 
e o dano. 
• O inadimplemento pode ser 
imputável (neste caso haverá 
responsabilidade) ou não imputável (não 
haverá responsabilidade) ao sujeito que viola 
dever jurídico (não cumpre a prestação ou se 
comporta de modo inadequado durante o 
processo obrigacional). 
• Por exemplo, se o inadimplemento 
decorre de caso fortuito ou força maior, em 
regra, não há responsabilidade civil (art.393, 
caput). 
• Portanto, embora possa ser causa de 
responsabilidade civil, não é correto fazer 
correlação necessária entre inadimplemento 
e responsabilidade. 
 
 
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• O artigo 389 pode ser fracionado em 
duas partes: Na primeira parte (“não 
cumprida a obrigação...”) trata do 
inadimplemento e, na segunda (“responde o 
devedor...”), da responsabilidade civil. O 
inadimplemento PODE ser fonte de 
responsabilidade (efeito daquele). 
• Por fim, O INADIMPLEMENTO PODE 
SER ABSOLUTO (prestação não foi cumprida 
e não há possibilidade de ser cumprida OU 
não há interesse do outro sujeito no 
cumprimento – a prestação é substituída – 
sub-rogação - por indenização, se for 
imputável), RELATIVO (teoria da mora – 
prestação não foi cumprida, mas ainda há 
possibilidade de ser cumprida E o outro 
sujeito tem interesse no cumprimento – será 
analisada em outro post) E, FINALMENTE, 
VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO (ainda 
que a prestação tenha sido cumprida, um 
dos sujeitos, durante o processo 
obrigacional, não adotou comportamento 
eticamente adequado – violação de deveres 
anexos/colaterais, decorrentes da boa-fé 
objetiva). 
• NO QUE TANGE À VIOLAÇÃO 
POSITIVA DO CONTRATO, DUAS 
OBSERVAÇÕES: 1- é espécie autônoma de 
inadimplemento; 2- rompe com a tradição 
das relações jurídicas individualizadas 
porque os deveres relacionados à boa-fé 
objetiva – cooperação, lealdade, informação, 
proteção, entre outros, independem de 
previsão na relação jurídica obrigacional 
específica. 
 
- Casos em que os parentes até 4º grau 
terão legitimidade legal para exercer 
direitos: 
• Ajuizar ação de interdição em face de 
outro parente 
Art. 747 CPC. A interdição pode ser 
promovida: 
II - pelos parentes ou tutores; 
• Ajuizar ação em defesa de direito da 
personalidade de morto 
Art. 12 CC. Pode-se exigir que cesse a 
ameaça, ou a lesão, a direito da 
personalidade, e reclamar perdas e danos, 
sem prejuízo de outras sanções previstas em 
lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, 
terá legitimação para requerer a medida 
prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, 
ou qualquer parente em linha reta, ou 
colateral até o quarto grau. 
• Receber herança: 
Art. 1.829 CC. A sucessão legítima defere-se 
na ordem seguinte: 
IV - aos colaterais. 
• Lei 11.101/05 
Art. 141. Na alienação conjunta ou separada 
de ativos, inclusive da empresa ou de suas 
filiais, promovida sob qualquer das 
modalidades de que trata o art. 142: 
[omissis] 
II – o objeto da alienação estará livre de 
qualquer ônus e não haverá sucessão do 
arrematante nas obrigações do devedor, 
inclusive as de natureza tributária, as 
derivadas da legislação do trabalho e as 
decorrentes de acidentes de trabalho. 
§ 1º O disposto no inciso II do caput deste 
artigo não se aplica quando o arrematante 
for: 
[omissis]; 
II – parente, em linha reta ou colateral até o 
4º (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do 
falido ou de sócio da sociedade falida; 
 
- Caso concreto → determinado 
supermercado funciona em um shopping 
center, com quem mantém contrato de 
locação de espaço. O ajuste prevê que o 
 
 
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aluguel corresponde a 2 por cento sobre as 
vendas líquidas que o supermercado realizar. 
O supermercado ajuizou ação renovatória de 
locação contra a administradora do 
shopping pedindo a renovação do aluguel. O 
shopping contestou afirmando que não se 
opõe à renovação do contrato, desde que 
haja um aumento do aluguel para o 
percentual de 2,5 por cento das vendas 
líquidas, considerando que o valor 
originalmente contratado (2 por cento) está 
abaixo do percentual adotado comumente 
no mercado. 
O pedido do shopping não foi acolhido. Para 
a fixação do valor do aluguel no contrato de 
locação de espaço em shopping center, são 
consideradas algumas características 
especiais do empreendimento e que o 
diferencia dos demais. Assim, a título de 
exemplo, devem ser consideradas a 
disponibilidade e a facilidade de 
estacionamento, a segurança do local, a 
oferta de produtos e serviços, opções de 
lazer, entre outros. Desse modo, há uma 
série de fatores que influenciam na fixação 
da remuneração mensal e que são alheios ao 
valor de mercado. Frente às singularidades 
que diferenciam tais contratos, o art. 54 da 
Lei nº 8.245/91 assegura a prevalência dos 
princípios da autonomia da vontade e do 
pacta sunt servanda. Nesse sentido, a 
alteração do aluguel percentual em sede 
de ação renovatória de locação de espaço 
em shopping center somente é viável caso 
demonstrado pela parte postulante - 
locatário ou locador - o desequilíbrio 
econômico superveniente resultante de 
evento imprevisível (arts. 317 e 479 do 
CC/2002). STJ. 3ª Turma. REsp 1.947.694-SP, 
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
14/09/2021 (Info 709). 
 
- Nas obrigações provenientes de ato 
ilícito, considera-se o devedor em mora 
desde a data da prática do ato. 
 
- É lícita a previsão, em estatuto social de 
cooperativa de trabalho médico, de processo 
seletivo público como requisito de admissão 
de profissionais médicos para compor os 
quadros da entidade, devendo o princípio da 
porta aberta ser compatibilizado com a 
possibilidade técnica de prestação de 
serviços e a viabilidade estrutural 
econômico-financeira da sociedade 
cooperativa. STJ. 3ª Turma. REsp 1901911-
SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
julgado em 24/08/2021 (Info 673). STJ. 2ª 
Seção. AgInt nos EREsp 1561337/SP, Rel. 
Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 
18/08/2021. 
 
- Situações em que o MP poderá ajuizar a 
ação de interdição: 
✓ I - em caso de doença mental grave 
(independentemente dos demais 
legitimados); ou 
✓ II - em qualquer outro caso de 
incapacidade, se não existirem outros 
legitimados (pais, tutores, cônjuge ou 
parente) ou, existindo, eles ficarem inertes ou 
se não puderem propor a ação (por serem 
incapazes). 
➔ Dessa forma, o MP só propõe a ação de 
interdição em caso de doença mental grave 
ou se nenhum dos outros legitimados 
propuser. 
 
- Art. 439. Aquele que tiver prometido fato 
de terceiro responderá por perdas e danos, 
quando este o não executar. 
Parágrafo único. Tal responsabilidade não 
existirá se o terceiro for o cônjuge do 
promitente, dependendo da sua anuência o 
ato a ser praticado, e desde que, pelo regime 
do casamento, a indenização, de algum 
modo, venha a recair sobre os seus bens. 
 
 
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- Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para 
quem se comprometer por outrem, se este, 
depois de se ter obrigado, faltar à prestação. 
 
- O art. 500 do Código Novo, substituiu as 
disposições do art. 1.136 do Código que se 
expira sob a venda “ad mensuram” e a venda 
“ad corpus” com suas consequências. A 
venda de imóvel “ad mensuram” ou por 
medida é aquela em que se fixa área 
determinada e estipula o preço por medida 
de extensão. É interessante a distinção entre 
a venda por medida e a venda “ad corpus”, 
porque os efeitos são diferentes. Na prática, 
a venda “ad mensuram” constitui-se de 
gleba retirada de área maior. O comprador 
adquire uma determinada metragem de 
terreno. O vendedor tem de entregar a 
quantidade vendida, observado pelo 
comprador um limite legal de tolerância em 
favor do vendedor de até menos de 1/20 da 
área total enunciada. Se a área vendida foi de 
100 hectares, o vendedor tem de entregar ao 
comprador (100 : 20 = 5. 100 – 5 = 95) no 
mínimo 96 hectares. Se a medida for menor, 
o comprador terá o direito de exigir o 
complemento da área, e, não sendo possível, 
o de reclamar a resolução do contrato ou 
abatimento proporcional do preço. A 
presunção de que a diferença encontrada 
não excedente a 1/20 foi meramente 
enunciativa (“juris tantum”), porque a Lei 
ressalvou ao comprador o direito de provar 
que, em tais circunstâncias, não teria 
realizado o negócio. Por outro lado, o que 
não eraprevisto no Código de 1916 (antigo), 
se a área encontrada for maior do que a 
declarada no título, o vendedor tem direito, 
por escolha do comprador, de receber a 
complementação do preço ou a devolução 
do excesso, desde que o vendedor possa 
provar que tinha motivo suficiente para 
ignorar a medida exata da área vendida. 
 
- Considera-se “ad corpus” a compra e venda 
de uma gleba determinada de terra, com 
limites e confrontações conhecidos por 
ambos os contratantes e colocados na 
descrição no título. Neste tipo de operação 
as partes não estão interessadas em 
medidas, mas no todo que compõe a gleba. 
Neste caso não haverá complementação da 
área e nem devolução do excesso. Havendo 
limites certos e confrontantes determinados, 
a referência às dimensões é apenas 
enunciativa, mesmo que não conste de 
modo expresso haver sido a venda “ad 
corpus”. Com muito mais razão ainda, 
quando em tais circunstâncias, a dimensão é 
seguida da locução adverbial “mais ou 
menos”, significando que para mais ou para 
menos não faz diferença para os 
contratantes. 
 
- Tanto o vendedor quanto o comprador têm 
o prazo de um ano para reclamarem em juízo 
a complementação da área faltante, ou a 
rescisão do contrato ou o abatimento 
proporcional do preço, contado a partir do 
registro do título, ou, então, a partir da 
imissão na posse se houver atraso por culpa 
do alienante – (art. 501 do Novo Código 
Civil). 
 
- Conversas no Whatsapp: 
As conversas travadas por meio do 
WhatsApp são resguardadas pelo sigilo das 
comunicações. 
Assim, terceiros somente podem ter acesso 
às conversas de WhatsApp se houver 
consentimento dos participantes ou 
autorização judicial. 
As mensagens eletrônicas estão protegidas 
pelo sigilo em razão de o seu conteúdo ser 
privado, isto é, restrito aos interlocutores. 
Dessa forma, ao enviar mensagem a 
determinado ou a determinados 
 
 
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destinatários, via WhatsApp, o emissor tem a 
expectativa de que ela não será lida por 
terceiros, quanto menos divulgada ao 
público, seja por meio de rede social ou da 
mídia. 
Essa expectativa advém não só do fato de ter 
o indivíduo escolhido a quem enviar a 
mensagem, como também da própria 
encriptação a que estão sujeitas as conversas 
(criptografia ponta-a-ponta). 
Além disso, se a sua intenção fosse levar ao 
conhecimento de diversas pessoas o 
conteúdo da mensagem, a pessoa que 
enviou a mensagem teria optado por uma 
rede social menos restrita ou mesmo 
repassado a informação à mídia para que 
fosse divulgada. 
Assim, se o indivíduo divulga ao público uma 
conversa privada, além de estar quebrando o 
dever de confidencialidade, está também 
violando legítima expectativa, a privacidade 
e a intimidade do emissor. Justamente por 
isso, esse indivíduo pode ser 
responsabilizado por essa divulgação caso se 
configure o dano. 
É importante consignar que a ilicitude 
poderá ser descaracterizada (afastada) 
quando a exposição das mensagens tiver 
como objetivo resguardar um direito próprio 
do receptor. Nesse caso, será necessário 
avaliar as peculiaridades concretas para fins 
de decidir qual dos direitos em conflito 
deverá prevalecer. STJ. 3ª Turma. REsp 
1903273-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 24/08/2021 (Info 706). 
 
- Para fins de determinação da legitimidade 
ativa em ação de inventário, a adoção 
realizada na vigência do CC/1916 é suscetível 
de revogação consensual pelas partes após a 
entrada em vigor do Código de Menores (Lei 
nº 6.697/79), mas antes da entrada em vigor 
do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 
nº 8.069/90). 
STJ. 3ª Turma. REsp 1930825-GO, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 24/08/2021 
(Info 706). 
 
- Por si só, a pactuação do IGPM como índice 
de correção monetária não revela ilegalidade 
ou abusividade. 
STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp 1935166/RS, 
Rel. Min. Luis Felipe Salomão Weber, julgado 
em 23/08/2021. 
 
- ##STJ: ##DOD: O art. 12 da Lei 8.245/91 
prevê que “em casos de separação de fato, 
separação judicial, divórcio ou dissolução da 
união estável, a locação residencial 
prosseguirá automaticamente com o 
cônjuge ou companheiro que permanecer 
no imóvel.” O § 1º do art. 12 afirma que o 
locatário sub-rogado deverá notificar o 
fiador, informando sobre essa separação, a 
fim de que o fiador decida se deseja ou não 
continuar com este encargo. Segundo o § 2º 
do art. 12, o fiador, depois de ser notificado 
pelo sub-rogado, poderá, no prazo máximo 
de 30 dias, informar ao locador que quer se 
exonerar das suas responsabilidades. 
Suponhamos que o locatário sub-rogado 
não informou o fiador. O locador, contudo, 
assumiu esse papel e notificou o fiador, 
comunicando que houve a sub-rogação. 
Mesmo assim o prazo do fiador já começou 
a correr? O prazo de 30 dias para que o 
fiador peça a sua exoneração começou a ser 
contado a partir dessa notificação feita pelo 
locador? SIM. O prazo para o fiador 
exonerar-se da fiança inicia-se do efetivo 
conhecimento da sub-locação, ainda que a 
ciência não ocorra pela comunicação do 
locatário sub-rogado. Apesar de o art. 12, § 
2º da Lei 8.245/91 afirmar que é o locatário 
original que deverá fazer a notificação do 
fiador, é possível a relativização dessa 
formalidade por meio da aplicação do 
princípio da instrumentalidade das formas. 
STJ. 3ª T. REsp 1.510.503-ES, Rel. Min. Ricardo 
 
 
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Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min. Nancy 
Andrighi, j. 5/11/19 (Info 660). 
 
- É possível o ajuizamento de ação 
possessória, fundada em cláusula 
resolutiva expressa, decorrente de 
inadimplemento contratual do 
promitente comprador, sendo 
desnecessária a prévia propositura de 
ação para resolução do contrato: 
Não se pode impor à parte já prejudicada 
pelo inadimplemento ter o ônus de ajuizar 
demanda judicial para obter a resolução do 
contrato quando já existe uma cláusula 
resolutória expressa em seu favor. Exigir isso 
seria impor ônus demasiado e obrigação 
contrária ao texto expresso da lei, 
desprestigiando o princípio da autonomia da 
vontade, da não intervenção do Estado nas 
relações negociais, criando obrigação que 
refoge à verdadeira intenção legislativa. 
Fundamento legal: Código Civil / Art. 474. A 
cláusula resolutiva expressa opera de pleno 
direito; a tácita depende de interpelação 
judicial. 
A cláusula resolutiva expressa é aquela 
expressamente estipulada pelas partes no 
momento da celebração do negócio jurídico 
ou em oportunidade posterior (por meio de 
aditivo contratual), porém, sempre antes da 
verificação da situação de inadimplência nela 
prevista, que constitui o suporte fático para 
a resolução do ajuste firmado. Nesta 
cláusula, as partes indicam as hipóteses que 
geram a extinção do contrato. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1789863-MS, Rel. Min. 
Marco Buzzi, julgado em 10/08/2021 (Info 
704). 
 
- Para penhorar bens pertencentes a 
empresa individual de responsabilidade 
limitada (EIRELI), por dívidas do empresário 
que a constituiu, é imprescindível a 
instauração do incidente de desconsideração 
da personalidade jurídica de que tratam os 
arts. 133 e seguintes do CPC/2015, de modo 
a permitir a inclusão do novo sujeito no 
processo atingido em seu patrimônio em 
decorrência da medida. 
Exemplo hipotético: o banco ajuizou 
execução cobrando dívida de João. Não 
foram localizados bens do executado. Foi 
então que o banco descobriu que João era 
titular de uma EIRELI e que essa empresa 
possuía alguns bens em seu nome. O banco 
pediu ao juiz a penhora dos bens 
pertencentes à EIRELI. O magistrado proferiu 
decisão interlocutória rejeitando o pedido de 
penhora sob o argumento de que a EIRELI é 
uma pessoa jurídica diferente de João, com 
patrimônio autônomo. Tratando-se de 
pessoa jurídica com patrimônio autônomo, é 
indispensável a instauração de incidente de 
desconsideração da personalidade jurídicaantes de eventual constrição de bens. Agiu 
corretamente o magistrado. 
Na hipótese de indícios de abuso da 
autonomia patrimonial, a personalidade 
jurídica da EIRELI pode ser desconsiderada, 
de modo a atingir os bens particulares do 
empresário individual para a satisfação de 
dívidas contraídas pela pessoa jurídica. 
Também se admite a desconsideração da 
personalidade jurídica de maneira inversa, 
quando se constatar a utilização abusiva, 
pelo empresário individual, da blindagem 
patrimonial conferida à EIRELI, como forma 
de ocultar seus bens pessoais. Em uma ou 
em outra situação, todavia, é imprescindível 
a instauração do incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica 
de que tratam os arts. 133 e seguintes do 
CPC/2015, de modo a permitir a inclusão do 
novo sujeito no processo - o empresário 
individual ou a EIRELI -, atingido em seu 
patrimônio em decorrência da medida. STJ. 
3ª Turma. REsp 1874256-SP, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, julgado em 17/08/2021 (Info 705). 
 
 
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Obs: o art. 41 da Lei nº 14.195/2021 retirou a 
EIRELI do ordenamento jurídico brasileiro. 
 
- O fato de ter sido concedida a gestão da 
herança a terceiro não implica restrição 
do exercício do poder familiar do genitor 
sobrevivente para promover a 
contratação de advogado, em nome dos 
herdeiros menores, a fim de representar 
os interesses deles no inventário. 
Exemplo hipotético: Carlos faleceu e deixou 
como herdeiros Andrea (viúva), Lucas e 
Gabriela (filhos menores). Carlos deixou um 
testamento no qual nomeou sua irmã 
(Elisângela) como testamenteira. O juiz 
nomeou Elisângela como inventariante dos 
bens deixados por Carlos, cabendo a ela a 
administração do patrimônio deixado para 
os filhos pelo de cujus. A mãe dos menores 
contratou advogados para defender os 
interesses de seus filhos menores no 
inventário e pactuou honorários de 3% sobre 
o valor real dos bens móveis e imóveis 
inventariados. Os advogados do escritório 
ajuizaram execução cobrando os honorários. 
Elisângela, na qualidade de tia dos menores 
executados, testamenteira e única 
administradora, ofereceu exceção de pré-
executividade em favor dos devedores Lucas 
e Gabriela, filhos do de cujus, alegando que 
o contrato de serviços advocatícios onerou o 
patrimônio deles sem que houvesse sua 
expressa autorização, tendo o negócio sido 
firmado por pessoa (Andrea) que não 
possuía ingerência sobre tais bens, dando-os 
em garantia de pagamento da obrigação. 
O STJ não concordou com a alegação de 
nulidade do contrato. 
A contratação de advogado por 
representante de incapaz, para atuar em 
inventário, como ocorreu no presente caso, 
configura ato de simples administração e, 
por isso mesmo, não depende de 
autorização judicial. 
Por se tratar de ato de simples 
administração, independe de prévia 
autorização judicial a contratação de 
advogado para patrocinar a ação de 
inventário de bens do falecido, realizada pela 
genitora dos menores que herdarão o 
patrimônio deixado pelo de cujus. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1566852-SP, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Raul 
Araújo, julgado em 17/08/2021 (Info 705). 
 
- Sobre o pagamento de dívidas de 
devedores solidários: 
1) Quando a dívida é de interesse comum 
dos devedores solidários (hipótese que está 
no comando da questão): neste caso, aplica-
se o art. 283 do CC, em que o pagamento 
integral efetuado por um dos codevedores 
somente o autoriza cobrar dos demais 
devedores o valor da cota de cada um 
destes, não havendo solidariedade entre os 
cotistas. 
2) Quando a dívida interessa exclusivamente 
a um dos devedores solidários: neste caso 
aplica-se o artigo 285 do CC, em que o 
pagamento integral efetuado por devedor 
solidário sem interesse na dívida, o autoriza 
a cobrar do devedor interessado na dívida, o 
VALOR TOTAL do que pagou, livrando-se de 
pagar uma cota. Ex: fiador (devedor solidário 
sem interesse) que paga integralmente a 
dívida do afiançado (devedor interessado na 
dívida). Neste caso, pode o fiador depois de 
pagar totalmente o débito, cobrar do 
afiançado o valor total da dívida que quitou. 
 
- Visão funcionalizada do bem público 
• Nessa acepção, a ideia de funcionalização é 
ínsita até à propriedade pública. A 
propriedade pública é, de ordinário, 
funcionalizada à satisfação de um 
determinado fim de interesse público, sem o 
 
 
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que não faria sentido cogitar do próprio 
domínio público. 
• Esse conceito guarda relação com as 
noções de Estado Gerencial; e de máximo 
aproveitamento dos recursos públicos. 
 
- Não se pode impor à parte já prejudicada 
pelo inadimplemento ter o ônus de ajuizar 
demanda judicial para obter a resolução 
do contrato quando já existe uma cláusula 
resolutória expressa em seu favor. Exigir 
isso seria impor ônus demasiado e obrigação 
contrária ao texto expresso da lei, 
desprestigiando o princípio da autonomia da 
vontade, da não intervenção do Estado nas 
relações negociais, criando obrigação que 
refoge à verdadeira intenção legislativa. 
Fundamento legal: Código Civil / Art. 474. A 
cláusula resolutiva expressa opera de pleno 
direito; a tácita depende de interpelação 
judicial. 
A cláusula resolutiva expressa é aquela 
expressamente estipulada pelas partes no 
momento da celebração do negócio jurídico 
ou em oportunidade posterior (por meio de 
aditivo contratual), porém, sempre antes da 
verificação da situação de inadimplência nela 
prevista, que constitui o suporte fático para 
a resolução do ajuste firmado. Nesta 
cláusula, as partes indicam as hipóteses que 
geram a extinção do contrato. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1789863-MS, Rel. Min. 
Marco Buzzi, julgado em 10/08/2021 (Info 
704). 
 
- O fato de o devedor de alimentos estar 
recolhido à prisão pela prática de crime não 
afasta a sua obrigação alimentar, tendo em 
vista a possibilidade de desempenho de 
atividade remunerada na prisão ou fora dela 
a depender do regime prisional do 
cumprimento da pena. STJ. 3ª Turma. REsp 
1882798-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, julgado em 10/08/2021 (Info 704). 
 
- Alguns pontos sobre a desconsideração 
da PJ: 
• Teoria da desregardofthe legal entity 
ou desregarddoctrine ou TEORIA DA 
PENETRAÇÃO: quebra da autonomia, 
independência patrimonial e processual da 
PJ frente aos seus membros; a 
desconsideração é exceção. 
• Não confunda a desconsideração da 
PJ com a ‘’despersonificação’’ ou 
‘’despersonalização’’. 
• Por despersonalização entende-se a 
anulação ou dissolução definitiva da 
personalidade da sociedade, não sendo essa 
a medida mais adequada a ser tomada no 
caso de abuso ou fraude cometida pela 
pessoa jurídica, tendo em vista que ela é um 
pólo de desenvolvimento de empregos e 
geração de rendas 
• TEORIA ULTRA VIRES: a PJ somente 
responde pelos atos de seus representantes 
até o limite dos poderes que lhe foram 
outorgados, sendo nulo aquilo que o exceda. 
Essa teoria busca proteger a pessoa jurídica. 
• TEORIA DA APARÊNCIA: atribui a 
obrigação decorrente do ato abusivo à 
sociedade, cabendo a esta ação regressiva 
em face do sócio ou administrador que aja 
em excesso. Essa teoria busca defender a 
boa-fé objetiva do terceiro, que estabeleceu 
relações com pessoa que agia em nome da 
sociedade, e desconhecia os limites desses 
poderes. 
• Teoria MAIOR - direito civil: 
considera necessário que tenha ocorrido 
abuso de personalidade jurídica, 
caracterizado por desvio de finalidade ou 
confusão patrimonial. 
• Teoria MENOR - direito ambiental e 
consumidor: basta a apresentação de mera 
 
 
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prova de insolvência da pessoa jurídica para 
o pagamento de suas obrigações, 
independentemente da existência de desvio 
de finalidade ou de confusão patrimonial; 
• DESCONSIDERAÇÃO 
INVERSA/INVERTIDA: caracteriza-se pelo 
afastamento da autonomia patrimonial da 
sociedade,para, contrariamente do que 
ocorre na desconsideração da personalidade 
jurídica propriamente dita, atingir o ente 
coletivo e seu patrimônio social, de modo a 
responsabilizar a pessoa jurídica por 
obrigações do sócio.” REsp 1.236.916-RS. 
 
- CONCEITOS IMPORTANTES sobre a 
desconsideração da PJ: 
• Confusão patrimonial: ocorre 
quando, na prática, não há separação entre 
o que seja patrimônio da pessoa jurídica e 
dos sócios, caracterizada por: cumprimento 
repetitivo pela sociedade de obrigações do 
sócio ou do administrador ou vice-versa; 
transferência de ativos ou de passivos sem 
efetivas contraprestações, exceto os de valor 
proporcionalmente insignificante; outros 
atos de descumprimento da autonomia 
patrimonial. 
• Desvio de finalidade: é o ato 
intencional dos sócios em fraudar terceiros 
utilizando a autonomia da pessoa jurídica 
como um escudo: lesar credores e praticar de 
atos ilícitos de qualquer natureza. 
• Grupo econômico: um conjunto de 
sociedades no qual se há o controle efetivo 
de uma sociedade sobre todas as demais ou 
um conjunto em que estas forem coligadas. 
Referido controle pode ser fundado na 
titularidade de ações ou quotas por outra 
sociedade (por participação direta ou 
indireta) ou, ainda, mediante acordo entre os 
sócios/acionistas (bloco de controle), desde 
que se tenha assegurado, de modo 
permanente, o direito à preponderância nas 
deliberações societárias. 
 
- Pretensões imprescritíveis: 
1. Relativas ao estado das pessoas; 
2. Relacionadas a bens públicos; 
3. Decorrentes de condutas do período 
militar; 
4. Reparação de danos ambientais; 
5. Ressarcimento ao erário por ato doloso de 
improbidade administrativa. 
 
- Da inexecução contratual imputável, 
única e exclusivamente, àquele que 
recebeu as arras, estas devem ser 
devolvidas mais o equivalente. 
Se a parte que recebeu as arras não cumprir 
sua obrigação contratual (arras 
confirmatórias) ou exercer seu direito de 
arrependimento (arras penitenciais), ela terá 
que pagar para a parte inocente o valor das 
arras mais o equivalente. 
Assim, a restituição somada ao “equivalente” 
ocorre tanto no caso de arras confirmatórias 
como nas arras penitenciais. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1927986-DF, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 22/06/2021 
(Info 702). 
 
- A responsabilidade civil do incapaz pela 
reparação dos danos é subsidiária, 
condicional, mitigada e equitativa. 
Os incapazes (ex: filhos menores), quando 
praticarem atos que causem prejuízos, terão 
responsabilidade subsidiária, condicional, 
mitigada e equitativa, nos termos do art. 928 
do CC. 
Subsidiária: porque apenas ocorrerá quando 
os seus genitores não tiverem meios para 
ressarcir a vítima. 
 
 
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Condicional e mitigada: porque não poderá 
ultrapassar o limite humanitário do 
patrimônio mínimo do infante. 
Equitativa: tendo em vista que a indenização 
deverá ser equânime, sem a privação do 
mínimo necessário para a sobrevivência 
digna do incapaz. 
 
- A responsabilidade dos pais dos filhos 
menores será substitutiva, exclusiva e não 
solidária. STJ. 4ª Turma. REsp 1436401-MG, 
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
2/2/2017 (Info 599). Fonte: dizer o direito. 
 
- O poder familiar não se esgota na guarda, 
compreendendo um complexo de deveres 
como, proteção, cuidado, educação, 
informação, afeto, dentre outros, 
independentemente da vigilância 
investigativa e diária, sendo irrelevante a 
proximidade física quando os menores 
venham a causar danos, salvo em caso de 
residência permanente em local distinto 
daquele no qual mora o menor com o outro 
genitor. 
 
- ESPÉCIES DE ALIMENTOS 
(CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS) 
3.1 Generalidades São diversas as 
classificações a respeito dos alimentos, 
implicando em diferentes espécies, com a 
intenção de uma melhor compreensão da 
matéria. Assim, vejamos, minudentemente, 
cada um dos critérios classificatórios. 
 
3.2 Quanto à origem: legítimos, voluntários e 
ressarcitórios. Em razão da sua origem (causa 
jurídica), os alimentos podem ser legítimos, • 
também chamados de legais, voluntários ou 
ressarcitórios, a depender da razão jurídica 
justificadora. Serão legítimos ou legais 
quando decorrem de uma relação familiar 
(seja de casamento, de união estável ou de 
parentesco), estabelecendo uma prestação 
em favor daquele que necessita e 
proporcionalmente às possibilidades do 
devedor (CC; · art. 1.694). Estes são os únicos 
disciplinados pelas regras do Direito de 
Família, permitindo, inclusive, a prisão civil 
do alimentante como força coercitiva para o 
cumprimento da obrigação (CF, art. 5", 
LXVII). De outro turno, são voluntários 
quando decorrem de ato espontâneo de 
quem os presta, seja intervivos ou causa 
mortis. Nessa hipótese (causa mortis), 
denominam-se testamentários, por defluir 
de um ato de última vontade, somente 
produzindo efeitos após a morte do 
instituidor. É um caso típico de legado sob a 
forma de alimentos, onerando o espólio (CC. 
art. 1.920). Naquele caso (intervivos), são 
apelidados de convencionais, apresentando-
se sob. a forma de doação. Em ambas as 
hipóteses, trata-se de liberalidade porque o 
devedor não estava obrigado por lei a 
prestá-los. É importante registrar que os 
alimentos voluntários se submetem ao limite 
da legítima, e não estão regidos pelas regras 
familiaristas. Por derradeiro, os alimentos 
serão ressarcitórios, também nominados 
indenizatórios, quando resultam de uma 
sentença condenatória em matéria de 
Responsabilidade Civil, quando o juiz fixa a 
reparação do dano sob a forma de 
prestações periódicas, com natureza 
alimentar. Não se trata de obrigação, mas de 
faculdade do magistrado, a teor do que reza 
o art. 533 do Código de Processo Civil de 
2015. É o exemplo da vítima que se torna 
incapaz para o trabalho em razão de lesões 
corporais ou de tentativa de homicídio. É 
matéria atinente· ao Direito da 
Responsabilidade Civil. 
 
- Há dois tipos de coação: 
- Coação absoluta ou física (vis absoluta) 
- Coação relativa ou moral (vis compulsiva) 
 
 
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A coação absoluta ou física, em verdade, não 
consiste em um defeito do negócio jurídico, 
mas em motivo de completa aniquilação da 
manifestação de vontade, a qual atingirá o 
plano da existência do negócio jurídico, não 
apenas o plano da validade (como a coação 
relativa e os demais defeitos do negócio). 
Assim, o negócio jurídico realizado por 
coação absoluta será INEXISTENTE, e não 
inválido. 
A coação invalidante, portanto, é a COAÇÃO 
RELATIVA, aquela na qual existe 
manifestação de vontade ainda que viciada. 
Assim: 
COAÇÃO FÍSICA – INEXISTÊNCIA DO NJ 
COAÇÃO MORAL – ANULAÇÃO DO NJ 
 
- NULIDADE X INEXISTÊNCIA 
O ato inexistente é aquele que não reúne os 
elementos necessários à sua formação.Ele 
não produz qualquer consequência jurídica. 
(Não depende de decisão judicial para a sua 
retirada). Por exemplo: sentença não 
assinada pelo juiz, coação FÍSICA (não está 
no Código Civil). 
Já o ato nulo é o ato que embora reúna os 
elementos necessários a sua existência, foi 
praticado com violação da lei, a ordem 
pública, bons costumes ou com 
inobservância da forma legal. O ato nulo 
precisa de decisão judicial para a retirada da 
sua eficácia. Ex: Simulação (única que causa 
nulidade absoluta, nos defeitos dos negócios 
jurídicos). 
O ato anulável é o que tem defeito de menor 
gravidade. Já a invalidade é uma forma 
genérica das subespécies de: nulidade e 
anulabilidade. Assim, tanto o ato nulo como 
o anulável é considerado inválido. O dolo 
principal torna o negócio jurídico anulável 
(art. 171 ,II,CC). 
 
- Art. 171. Além dos casos expressamente 
declarados na lei, é anulável o negócio 
jurídico: 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação 
(RELATIVA/MORAL), estado de perigo, lesão 
ou fraude contra credores. 
 
- Independentede ser contra a Fazenda ou 
não, temos: 
Acerca do JUROS DE MORA: 
→Se extracontratual: a partir do evento 
danoso (art. 398 e Sumula 54 STJ) 
→ Se contratual: 
a) em obg liquida – a partir do vencimento 
(397CC) 
b) em obgiliquida– partir da citação (405CC) 
 
-Acerca da correção monetária: 
Dano material: a partir da data do efetivo 
prejuizo (seja o ilicito contratual ou 
extracontratual) - Sumula 43 STJ 
Dano moral: incide a partir do arbitramento 
(seja contratual ou extracontratual - S 362 
STJ) 
Nos danos MORAIS = a CORREÇÃO é 
sempre do arbitramento (seja arbitrado em 
face de responsabilidade contratual ou 
extracontratual) 
Nos danos MORAIS= os JUROS são sempre 
da data do evento/prejuízo (seja arbitrado 
em face de responsabilidade contratual ou 
extracontratual) 
 
- A operadora que resiliu unilateralmente 
plano de saúde coletivo empresarial não 
possui a obrigação de fornecer ao usuário 
idoso, em substituição, plano na modalidade 
individual, nas mesmas condições de valor 
do plano extinto. 
 
 
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STJ. 3ª Turma. REsp 1924526-PE, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas 
Bôas Cueva, julgado em 22/06/2021 (Info 
703). 
 
- A entidade esportiva mandante do jogo 
responde pelos danos sofridos por 
torcedores, em decorrência de atos violentos 
provocados por membros de torcida rival. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1924527-PR, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 15/06/2021 
(Info 701). 
 
- qual é a diferença entre estado de perigo 
e lesão? 
Art. 156. Configura-se o estado de perigo 
quando alguém, premido da necessidade de 
salvar-se, ou a pessoa de sua família, de 
grave dano conhecido pela outra parte, 
assume obrigação excessivamente onerosa. 
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, 
sob premente necessidade, ou por 
inexperiência, se obriga a prestação 
manifestamente desproporcional ao valor da 
prestação oposta. 
 
- qual é o prazo prescricional para a 
pretensão indenizatória devido à 
abusividade de contrato de seguro-
saúde? →20 anos (CC/16) e 3 anos (CC/02). 
 
- os prazos prescricionais podem ser, em 
alguma hipótese, alterados pelas partes? 
→não 
 
- qual é o prazo para a ação de nulidade de 
negócio jurídico por incapacidade absoluta 
da parte? →Não há, uma vez que o negócio 
nulo não se convalesce com o decurso do 
tempo, conforme o artigo 169, do CC. 
 
- qual é o prazo (e sua natureza) para a ação 
de revogação de doação por ingratidão do 
donatário? →decadencial de 1 ano (art. 559, 
CC) 
 
- aplicam-se à decadência as normas que 
impedem, suspendem ou interrompem a 
prescrição? 
→ Não, salvo disposição em contrário (art. 
207, CC). 
 
- quais são as hipóteses de casamento nulo? 
→após a alteração promovida pelo Estatuto 
da Pessoa com Deficiência (Lei n° 
13.146/2015), [só] é NULO o casamento 
contraído por infringência de IMPEDIMENTO 
MATRIMONIAL. Todavia, é importante deixar 
anotado que, apesar da literalidade da lei, há 
vários julgados entendendo que na 
ocorrência de casamento simulado (v.g. para 
obtenção de benefício previdenciário) tem-
se causa de NULIDADE. 
 
- Decisão apoiada →é o processo pelo qual 
a pessoa com deficiência elege pelo menos 
2 (duas) pessoas idôneas, com as quais 
mantenha vínculos e que gozem de sua 
confiança, para prestar-lhe apoio na tomada 
de decisão sobre atos da vida civil, 
fornecendo-lhes os elementos e 
informações necessários para que possa 
exercer sua capacidade. 
 - Antes de se pronunciar sobre o pedido 
de tomada de decisão apoiada, o juiz, 
assistido por equipe multidisciplinar, após 
oitiva do Ministério Público, ouvirá 
pessoalmente o requerente e as pessoas que 
lhe prestarão apoio. 
 - no caso de a parte solicitar o término do 
acordo firmado em processo de decisão 
apoiada, será esse requerimento apreciado 
 
 
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pelo MP? →não há previsão nem de 
apreciação pelo MP nem de homologação 
pelo juiz (1783-A, § 9º, CC) 
 
- Princípio da cindibilidade (ou 
parcelaridade) do título imobiliário: 
→consiste na possibilidade e fazer apenas o 
registro de parte dos objetos constantes do 
título seja porque existe uma nulidade 
parcial que permite a separação, ou porque 
houve pedido expresso da parte interessada, 
isto é, é possível a separação do título (o que 
comporta registro), colocando de lado o que 
não pode ser registrado. 
 
- Princípio da especialidade subjetiva 
→diz que todo imóvel que seja objeto de 
registro deve estar perfeitamente 
individualizado. Tratando-se de direito real 
de garantia, não só o imóvel como também 
a dívida garantida especificada. 
 
- Princípio da continuidade registral 
→devem ser perfeitamente encadeados de 
forma que NÃO haja vazios ou interrupções 
na corrente registrária. Ou seja, nenhum 
registro pode ser feito sem que se tenha 
previamente registrado o título anterior, do 
qual dependa. 
 
- qual é o prazo (e o termo inicial) para o 
registro do casamento de brasileiros 
celebrado no estrangeiro perante 
autoridades ou cônsules brasileiros? 
→180 dias, da volta de um ou ambos os 
cônjuges ao Brasil. 
 
- o casamento nulo e anulável podem ser 
declarados de ofício pelo juiz? 
→não. Tanto o casamento nulo quanto o 
anulável requerem, para a sua invalidação, 
pronunciamento judicial em ação própria, 
visto que ao juiz é vedado declarar de ofício 
a invalidade. (1549, CC) 
 
- o casamento de quem não completou a 
idade mínima para casar é nulo ou anulável? 
→anulável 
 
- o que é casamento putativo? 
→é aquele realizado por desconhecimento 
de um ou ambos os cônjuges sobre 
determinado fato ou circunstância que, por 
determinação legal ou por tornar 
insuportável a vida em comum, o torne nulo 
ou anulável. 
 
- qual é a diferença entre separação e 
divórcio? 
* separação é a modalidade de extinção da 
sociedade conjugal que põe fim aos deveres 
de coabitação e fidelidade, bem como ao 
regime de bens, podendo, entretanto, ser 
revertida a qualquer momento pelos 
cônjuges. 
* divórcio é a forma de dissolução do vínculo 
conjugal que extingue o casamento, 
permitindo aos cônjuges que celebrem outro 
matrimônio. 
 
- se houve doação de imóvel ao filho do 
casal, por ocasião do acordo realizado em 
autos de separação consensual, a falta de 
escritura pública produz qual efeito na 
doação? 
→nenhum, pois a sentença que homologa o 
acordo tem a mesma eficácia de escritura 
pública. 
 
 
 
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- qual é a diferença entre a cláusula de 
renúncia de alimentos entre cônjuges em 
ação de divórcio e aquela referente a 
alimentos fundados em parentesco? 
→os alimentos fundados em parentesco são 
irrenunciáveis (súm 379-STF), enquanto, 
entre ex-cônjuges, a renúncia é válida e 
eficaz, não autorizando o cônjuge que 
renunciou a voltar a pleitear o encargo. 
 
- o divórcio, a separação e a extinção de 
união estável podem ser realizados por 
escritura pública? 
→Se consensuais, sim. 
 
- o negócio jurídico realizado por 
absolutamente incapaz é anulável? qual é o 
prazo e sua natureza? 
→não. É nulo (166, I, CC) e imprescritível (169, 
CC). 
 
- quais são os requisitos para a validade da 
doação verbal? 
→que os bens sejam móveis, de pequeno 
valor, e que lhe siga incontinenti a tradição. 
 
- em quanto tempo o imóvel urbano 
abandonado pelo proprietário, que não se 
encontre na posse de outrem, passará à 
propriedade do município ou DF? 
→em 3 anos da arrecadação como bem 
vago. 
 
- natureza das ações (declaratória, 
constitutiva ou condenatória) e suas 
consequências (prescrição, decadência e 
imprescritibilidade). Qual é a natureza da: 
* ação de investigação de 
paternidade→declaratória, logo, 
imprescritível. 
* ação de anulação de casamento por erro 
essencial→constitutiva, logo, decadência. 
* ação de petição de herança→condenatória, 
logo, prescrição. 
* ação de anulação de negócio jurídicopor 
erro substancial→constitutiva, logo, 
decadência. 
* ação de despejo por falta de 
pagamento→condenatória, logo, prescrição. 
* ação de indenização por ato 
ilícito→condenatória, logo, prescrição. 
* ação de nulidade de negócio jurídico por 
incapacidade absoluta→declaratória, logo 
imprescritível. 
* ação renovatória de contrato de locação 
comercial→constitutiva, logo, decadência. 
* ação de indenização por dano 
moral→condenatória, logo, prescrição. 
* ação de anulação de negócio jurídico por 
incapacidade relativa do 
agente→constitutiva, logo, decadência. 
* ação de rescisão de contrato por 
inadimplemento de uma das partes→(Div.) 
1c) condenatória, logo, prescrição. 2c) 
declaratória, mas decadência, sem prazo 
previsto. 
* ação de cobrança de indenização de seguro 
de vida→condenatória, logo, prescrição. 
* ação para reconhecimento de invalidade de 
contrato que tenha por objetivo herança de 
pessoa viva→declaratória, logo, 
imprescritível. 
* ação de anulação de venda de ascendente 
para descendente sem a anuência dos 
demais descendentes→constitutiva, logo, 
decadência. 
 
 
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* ação de revogação de doação por 
ingratidão do donatário→constitutiva, logo, 
decadência. 
 
- A venda de ascendente para descendente 
submete-se ao instituto da colação? 
→não, pois o instituto da colação só é 
aplicado às doações (liberalidades), não às 
vendas. 
 
- Os negócios jurídicos que dizem respeito 
ao bem principal abrangem as pertenças? 
→não, salvo se o contrário resultar da lei, da 
manifestação da vontade ou das 
circunstâncias do caso (art. 94, CC) 
 
- qual é o prazo (e sua natureza) da ação de 
despejo por falta de pagamento? →prazo 
prescricional de 3 anos, conforme art. 206, § 
3º, I, do CC. 
 
- qual é o prazo (e sua natureza) da ação de 
anulação do negócio jurídico por 
incapacidade relativa do agente? →prazo 
decadencial de 4 anos, nos termos do art. 
178, III, do CC. 
 
- qual é o prazo (e sua natureza) para a ação 
que vise invalidar o contrato cujo objeto é a 
herança de pessoa viva? →é um contrato 
nulo, logo, a ação é imprescritível. 
 
- Na contagem de prazo, exclui-se o primeiro 
dia e inclui-se o último. 
 
- se o pai deixa de pagar pensão alimentícia 
ao filho desde quando este tinha 3 anos e, ao 
atingir a idade de 18 anos, o filho ingressa 
com ação de cobrança, quais parcelas 
poderá cobrar? →Todas, pois, embora a 
pretensão para haver prestações alimentares 
prescreva em 2 anos, não corre a prescrição 
durante o poder familiar. (arts. 1630 c/c 197, 
do CC) 
 
- sobre quem recai o dever de prestar 
alimentos, segundo o CC? →É recíproco 
entre pais e filhos. Não havendo, recai 
primeiramente sobre ascendentes, após, 
sobre descendentes, segundo a ordem de 
sucessão, e, por fim, sobre os irmãos. Não 
alcança primos, sobrinhos etc. (arts. 1696 e 
1697 do CC) 
 
- conformearts. 1851 e 1852 do CC, o que é 
o direito de representação e em qual relação 
de parentesco ele ocorre, na herança? 
→é a norma legal de sucessão dos parentes 
do falecido em todos os direitos que ele 
sucederia, se vivo fosse. Ocorre na linha reta 
descendente, nunca na ascendente, e na 
linha transversal para os filhos do irmão do 
falecido, quando concorrerem com irmãos 
deste. 
 
- há diferença de sucessão entre irmãos 
unilaterais e bilaterais? 
→Sim. Os unilaterais recebem metade do 
que cada bilateral receber. (art. 1841 do CC) 
 
- a obrigação de prestar alimentos por 
parentesco transmite-se aos herdeiros do 
alimentante, após sua morte? 
→Sim, nos limites da herança (art. 1792, CC), 
com base no art. 1700 do CC (tecnicamente, 
é sobre o espólio) 
 
- o que define a responsabilidade pelo 
pagamento das obrigações condominiais, 
 
 
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em um compromisso de compra e venda? É 
o seu registro? 
→Não. É a relação jurídica material com o 
imóvel, representada pela imissão na posse 
pelo promissário comprador e pela ciência 
inequívoca do condomínio acerca da 
transação. 
 
- havendo compromisso de compra e venda 
não levado a registro, sobre quem recairá a 
responsabilidade pelas despesas de 
condomínio? 
→pode recair tanto sobre o promitente 
vendedor quanto sobre o promissário 
comprador, dependendo das circunstâncias 
de cada caso concreto. Se ficar comprovado: 
(i) que o promissário comprador se imitira na 
posse; e (ii) o condomínio teve ciência 
inequívoca da transação, afasta-se a 
legitimidade passiva do promitente 
vendedor para responder por despesas 
condominiais relativas a período em que a 
posse foi exercida pelo promissário 
comprador. 
 
- é possível a cumulação de inventários 
para a partilha de heranças de pessoas 
diversas? Se sim, em que hipóteses? 
→Sim, cf. art. 672 do CPC, quando houver 
identidade de pessoas entre as quais devam 
ser repartidos os bens, heranças deixadas 
pelos dois cônjuges ou companheiros ou 
dependência de uma das partilhas em 
relação à outra. 
 
- como se conta o prazo prescricional no 
caso de o direito à indenização fundada na 
responsabilidade civil extracontratual 
originar de fato que deva ser apurado no 
juízo criminal? →ele começa a fluir com o 
trânsito em julgado da sentença no processo 
criminal (art. 200, CC). 
 
- qual é a regra aplicável às benfeitorias 
feitas em imóvel loteado objeto de 
compromisso de compra e venda, se houver 
rescisão por inadimplemento do adquirente? 
→as necessárias e úteis realizadas por ele 
deverão ser indenizadas. São ineficazes 
disposições contratuais em sentido contrário 
(art. 34, Lei 6.766/79) 
 
- a quem se dá o direito de representação em 
sucessão legítima? →na linha reta 
descendente e, na linha transversal, em favor 
dos filhos de irmãos do falecido, quando 
com irmãos deste concorrerem (arts. 1852 e 
1853 do CC) 
 
- no contrato de locação, será possível, como 
garantia, caução, fiança, seguro-fiança ou 
cessão fiduciária de fundos de investimento. 
É possível a previsão de mais de uma 
garantia? Caso seja prevista, qual é a ordem 
de prevalência? 
→Não. É vedada, sob pena de nulidade, mais 
de uma das modalidades de garantia num 
mesmo contrato de locação. (art. 37, p.ú., Lei 
8.245/91) 
 
- qual é o quórum para a nomeação e 
destituição de administradores na sociedade 
limitada? 
→Designação: se não for sócio, unanimidade, 
se o CS não estiver integralizado, ou mínimo 
2/3 do CS, se estiver integralizado. 
Qualquer destituição (sócio ou não) ou 
nomeação de sócio: por mais da metade do 
capital social. 
 
- qual é o quórum para a deliberação sobre 
o pedido de recuperação judicial, na 
limitada? 
 
 
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→mais da metade do capital social. (art. 
1076, II, CC) 
 
- é possível alegar a impenhorabilidade do 
bem de família à execução de sentença penal 
condenatória a ressarcimento, indenização 
ou perdimento de bens, se o bem imóvel não 
foi adquirido com produto do crime? 
→Não. (art. 3º, VI, Lei 8009/90) 
 
- TABELA DOS PRAZOS PRESCRICIONAIS 
1 ANO 
• Pretensão do segurador, sub-rogado 
nos direitos do segurado, de indenização 
pela deterioração de carga em navio por 
falha em contêiner. 
• Ação do segurador sub-rogado para 
haver indenização por extravio ou perda de 
carga transportada por navio. 
• Pretensão de sociedade seguradora 
em face de ressegurador baseada em 
contrato de resseguro 
• Pretensão indenizatória decorrente 
de extravio, perda ou avaria de cargas 
transportadas por via marítima 
• Sobre-estadias de contrato de 
transporte marítimo multimodal 
• I - a pretensão dos hospedeiros ou 
fornecedores de víveres destinados a 
consumo no próprio estabelecimento, para o 
pagamento da hospedagem ou dos 
alimentos; 
• II - a pretensão do segurado contra o 
segurador, ou a deste contra aquele, 
contado o prazo: a) para o segurado, no caso 
de seguro de responsabilidade civil, da data 
em que é citado para responderà ação de 
indenização proposta pelo terceiro 
prejudicado, ou da data que a este indeniza, 
com a anuência do segurador; b) quanto aos 
demais seguros, da ciência do fato gerador 
da pretensão; 
• III - a pretensão dos tabeliães, 
auxiliares da justiça, serventuários judiciais, 
árbitros e peritos, pela percepção de 
emolumentos, custas e honorários; 
• IV - a pretensão contra os peritos, 
pela avaliação dos bens que entraram para a 
formação do capital de sociedade anônima, 
contado da publicação da ata da assembleia 
que aprovar o laudo; 
• V - a pretensão dos credores não 
pagos contra os sócios ou acionistas e os 
liquidantes, contado o prazo da publicação 
da ata de encerramento da liquidação da 
sociedade. 
2 ANOS 
• Acidente de consumo em transporte 
aéreo internacional de passageiros (art. 29 
da Convenção de Varsóvia) 
• As prestações alimentares, a partir da 
data em que se vencerem 
3 ANOS 
• Responsabilidade civil 
EXTRACONTRATUAL (reparação civil); 
• Negativação indevida (3ª Turma STJ) 
• Ação de evicção 
• Ação de repetição de indébito 
envolvendo contrato de cédula de crédito 
rural; 
• Ação proposta por entidade de 
previdência privada complementar contra 
terceiro que se apropriou indevidamente de 
verbas relativas a benefício previdenciário; 
• Ações em que se pleiteia o 
ressarcimento dos valores pagos a título de 
participação financeira do consumidor no 
custeio de construção de rede elétrica (se 
não houver previsão contratual) 
 
 
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• Na vigência dos contratos de plano 
ou de seguro de assistência à saúde, a 
pretensão condenatória decorrente da 
declaração de nulidade de cláusula de 
reajuste nele prevista prescreve em 3 anos; 
• A pretensão indenizatória da 
seguradora contra o causador de dano ao 
segurado prescreve em três anos, pois a 
seguradora sub-roga-se em seus direitos. 
• Pretensão de restituição dos valores 
pagos a título de comissão de corretagem ou 
de serviço de assistência técnico-imobiliária, 
ou atividade congênere. 
• Pretensão de ressarcimento do 
fiador em contrato de locação que efetuou 
integralmente o pagamento da dívida do 
locatário inadimplente; 
• A pretensão relativa a aluguéis de 
prédios urbanos ou rústicos, ainda que 
celebrados com a administração pública 
• II - a pretensão para receber 
prestações vencidas de rendas temporárias 
ou vitalícias; 
• III - a pretensão para haver juros, 
dividendos ou quaisquer prestações 
acessórias, pagáveis, em períodos não 
maiores 
• de 1 ano, com capitalização ou sem 
ela; 
• IV - a pretensão de ressarcimento de 
enriquecimento sem causa; 
• V - a pretensão de reparação civil; 
• VI - a pretensão de restituição dos 
lucros ou dividendos recebidos de má-fé, 
correndo o prazo da data em que foi 
deliberada a distribuição; 
• VII - a pretensão contra as pessoas 
em seguida indicadas por violação da lei ou 
do estatuto, contado o prazo: 
• a) para os fundadores, da publicação 
dos atos constitutivos da sociedade 
anônima; 
• b) para os administradores, ou fiscais, 
da apresentação, aos sócios, do balanço 
referente ao exercício em que a violação 
• tenha sido praticada, ou da reunião 
ou assembleia geral que dela deva tomar 
conhecimento; 
• c) para os liquidantes, da primeira 
assembleia semestral posterior à violação; 
• VIII - a pretensão para haver o 
pagamento de título de crédito, a contar do 
vencimento, ressalvadas as disposições de lei 
especial; 
• IX - a pretensão do beneficiário 
contra o segurador, e a do terceiro 
prejudicado, no caso de seguro de 
responsabilidade civil obrigatório - DPVAT. 
4 ANOS 
• A pretensão relativa a tutela, a contar 
da data da aprovação das contas 
5 ANOS 
• Pretensão de cobrança, 
materializada em boleto bancário, ajuizada 
por operadora do plano de saúde contra 
empresa que contratou o serviço de 
assistência médico-hospitalar para seus 
empregados. 
• Vítima de um acidente de trânsito 
proponha ação de indenização contra 
concessionária de serviço público de 
transporte coletivo (empresa de ônibus). 
• Pretensão de cobrança de anuidades 
pela OAB. 
• Cobrança de honorários periciais 
arbitrados em processo judicial em que a 
parte é beneficiária da gratuidade da justiça 
• Ações em que se pleiteia o 
ressarcimento dos valores pagos a título de 
participação financeira do consumidor no 
 
 
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custeio de construção de rede elétrica (se 
houver previsão contratual) 
• A pretensão de cobrança de dívidas 
líquidas constantes de instrumento público 
ou particular 
• A pretensão dos profissionais liberais 
em geral, procuradores judiciais, curadores e 
professores pelos seus honorários, contado 
o prazo da conclusão dos serviços, da 
cessação dos respectivos contratos ou 
mandato; 
• A pretensão do vencedor para haver 
do vencido o que despendeu em juízo. 
10 ANOS 
• A ação de repetição de indébito por 
cobrança indevida de valores referentes a 
serviços não contratados de telefonia fixa 
• Responsabilidade CONTRATUAL 
(inadimplemento contratual) 
• Pretensão de cobrar dívida 
decorrente de conserto de automóvel por 
mecânico que não tenha conhecimento 
técnico e formação intelectual suficiente 
para ser qualificado como profissional 
liberal. 
• Prazo para que um advogado 
autônomo possa cobrar de outro advogado 
o valor correspondente à divisão de 
honorários advocatícios contratuais e de 
sucumbência referentes a ação judicial na 
qual ambos trabalharam em parceria 
• Ação pedindo o ressarcimento por 
despesas médico-hospitalares que não 
foram pagas pelo plano e que estariam 
previstas no contrato 
• A pretensão creditícia ao reembolso 
de despesas alimentícias efetuadas por 
terceiro, no lugar de quem tinha a obrigação 
de prestar alimentos, por equiparar-se à 
gestão de negócios, é de direito comum e 
prescreve em 10 anos. 
• Pretensão indenizatória decorrente 
de vício construtivo 
• Responsabilidade do cooperado 
pelo rateio de prejuízos 
• Repetição de tarifa de água e esgoto 
• Ação revisional de contrato bancário 
• Cobrança de vrg no contrato de 
leasing 
 
- CONDIÇÃO, ENCARGO 
o CONDIÇÃO SUSPENSIVA - quando 
for física ou juridicamente impossível - 
Invalida o Negócio 
o CONDIÇÃO RESOLUTIVA - quando 
for física ou juridicamente impossível e a de 
não fazer coisa impossível - É considerada 
inexistente 
o ENCARGO - se for ilícito ou 
impossível - Considera-se não escrito, salvo 
se constituir o motivo determinante da 
liberalidade, caso em que se invalida o 
negócio jurídico. 
o CONDIÇÃO SUSPENSIVA E A 
RESOLUTIVA - Se forem ilícitas, ou de fazer 
coisa ilícita, ou então incompreensíveis ou 
contraditórias - Invalidam o negócio. 
 
- SOLIDARIEDADE 
*SUBJETIVA → NÃO ELIMINA A 
SOLIDARIEDADE 
NÃO É TRANSMITIDA AOS HERDEIROS DO 
FALECIDO. OS SUCESSORES SERÃO APENAS 
CREDORES OU DEVEDORES FRACIONÁRIOS, 
ASSUMINDO OU RESPONDENDO ATÉ O 
LIMITE DA COTA DO FALECIDO NA 
OBRIGAÇÃO. 
SE ESTENDE AOS JUROS, EM RAZÃO DO 
CARÁTER ACESSÓRIO 
INDIVISIBILIDADE 
 
 
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*OBJETIVA→ ACARRETA A EXTINÇÃO DA 
OBRIGAÇÃO EM FACE DA CONVERSÃO DA 
OBRIGAÇÃO ORIGINÁRIA EM PERDAS E 
DANOS 
NADA ALTERA A OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL 
SÓ OS CULPADOS PELA INCIDÊNCIA DA 
MORA SERÃO RESPONSABILIZADOS 
PERANTE O CREDOR, EXONERADO OS 
DEMAIS 
A SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO EM FAVOR 
DE UM DOS CREDORES SOLIDÁRIOS 
SOMENTE APROVEITA AOS OUTROS SE A 
OBRIGAÇÃO FOR INDIVISÍVEL. 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 
- PRINCÍPIOS 
*Princípio da Responsabilidade Parental - 
Responsabilidade parental é o conjunto de 
poderes e deveres destinados a assegurar o 
bem-estar material e moral dos filhos, 
especificamente do genitor a tomar conta 
dos seus, mantendo relações pessoais, 
assegurando a sua educação, o seu sustento, 
a sua representação legal e a administração 
dos seus bens; 
*Princípio da Prevalência da Família - 
Prevalênciada família: quando a criança é 
abandonada/sem assistência, cabe ao Estado 
dar uma solução, assegurar os direitos, como 
disposto na CF e no ECA. O Estado deve 
primeiro inserir a criança em sua família 
natural e, se não conseguir, deverá amparar 
e estruturar essa família, dar o que for 
necessário; 
*Princípio da proteção integral e prioritária: a 
interpretação e aplicação de toda e qualquer 
norma contida no ECA deve ser voltada à 
proteção integral e prioritária dos direitos de 
que crianças e adolescentes são titulares; 
 
 
- GUARDA 
*O detentor da guarda tem o direito de 
opor-se a terceiros, inclusive aos pais da 
criança ou do adolescente; 
*O deferimento da guarda de criança ou 
adolescente a terceiros não impede o 
exercício do direito de visitas pelos pais e 
nem faz cessar o dever alimentar por parte 
dos genitores. 
 
- ADOÇÃO 
*É vedada por procuração (ato 
personalíssimo); 
*É ato irrevogável, incaducável, pleno, 
excepcional e constituído por sentença 
judicial. 
*Precedido de estágio de convivência que 
poderá ser dispensado se o adotando já 
estiver sob a tutela ou guarda legal do 
adotante durante tempo suficiente para que 
seja possível avaliar a conveniência da 
constituição do vínculo. 
*O adotado poderá ter acesso ao processo 
de adoção: 
Após completar 18 anos. 
Antes de completar 18 anos, a seu pedido, 
assegurada orientação e assistência jurídica 
e psicológica. 
*A redação literal do ECA proíbe a adoção 
avoenga (adoção do neto pelos avós); 
*O STJ admite a sua mitigação (relativização) 
excepcional quando: 
• o pretenso adotando seja menor de 
idade; 
• os avós (pretensos adotantes) 
exerçam, com exclusividade, as funções de 
mãe e pai do neto desde o seu nascimento; 
• a parentalidade socioafetiva tenha 
sido devidamente atestada por estudo 
psicossocial; 
 
 
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3 
• o adotando reconheça os - 
adotantes como seus genitores e seu pai (ou 
sua mãe) como irmão; 
• inexista conflito familiar a respeito da 
adoção; 
• não se constate perigo de confusão 
mental e emocional a ser gerada no 
adotando; 
• não se funde a pretensão de adoção 
em motivos ilegítimos, a exemplo da 
predominância de interesses econômicos; e 
• a adoção apresente reais vantagens 
para o adotando. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1448969-SC, Rel. Min. 
Moura Ribeiro, julgado em 21/10/2014 (Info 
551). STJ. 4ª Turma. REsp 1587477-SC, Rel. 
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
10/03/2020 (Info 678). 
 
- RECURSOS 
*Não exigem preparo; 
*Prazo:Regra: 10 dias // Exceção: Embargos 
de declaração - 5 dias. 
*Será contado em dias corridos, excluído o 
dia do começo e incluído o dia do 
vencimento, vedado o prazo em dobro para 
a Fazenda Pública e o Ministério Público; 
*Salvo nos embargos de declaração, o prazo 
para o Ministério Público e para a defesa será 
sempre de 10 (dez) dias; 
*Efeito: Devolutivo, SALVO em adoção 
internacional ou se houver perigo de dano 
irreparável ou de difícil reparação ao 
adotando. 
*Processamento prioritário, com imediata 
distribuição, sem a necessidade de revisor e 
com a colocação do processo para 
julgamento em mesa no prazo máximo de 60 
dias. 
 
- Transporte: 
• Contrato pelo qual alguém se obriga... 
✓ mediante retribuição, 
✓ a transportar de um lugar para outro 
✓ pessoas ou coisas. 
• INFO 640, STJ. Mesmo que o transportador 
não tenha exigido, durante longo período de 
tempo, o pagamento antecipado do 
pedágio, não perde o direito de exigir essa 
quantia (inocorrência de supressio). A dobra 
do frete, sanção aplicável àquele que não 
paga ao transportador o valor do pedágio, 
não pode ser suprimida nem modificada por 
acordo entre as partes, por tratar-se de 
sanção legal de natureza cogente. 
 
- Responsabilidade pressuposta (G. 
Hironaka) 
Consiste em pressupor a responsabilidade 
de quem, com sua atividade, expõe outras 
pessoas a risco (miseendanger) e, por isso, 
deve indenizá-las, ainda que não seja o 
culpado. A ideia é a de que, em primeiro 
lugar, deve-se indenizar a vítima 
e, depois, buscar-se o reembolso de quem 
realmente foi o culpado ou o criador da 
situação de risco. 
Dessa maneira, é proposta a retirada do 
elemento culpa para a concretização da 
responsabilidade. Isso quer dizer que o dano 
ocuparia papel principal na apuração da 
responsabilidade: primeiro, preocupa-se 
com o ressarcimento do dano provocado em 
caso de atividade eminentemente perigosa, 
depois, apura-se o real causador do dano. 
 
 
 
 
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4 
PROCESSO CIVIL 
- ESCOPOS DA JURISDIÇÃO 
1 - ESCOPO JURÍDICO: Consiste na 
aplicação concreta da vontade do 
direito (por meio da criação da norma 
jurídica), resolvendo-se a chamada “lide 
jurídica”. Note-se que, diante de uma 
afronta ou ameaça ao direito objetivo, a 
jurisdição, sempre que afasta essa violação 
concreta ou iminente, faz valer o direito 
objetivo no caso concreto, resolvendo do 
ponto de vista jurídico o conflito existente 
entre as partes. 
2 - ESCOPO SOCIAL: consiste em resolver 
o conflito de interesses proporcionando 
às partes envolvidas a pacificação social. 
3 - ESCOPO EDUCACIONAL: diz respeito 
à função da jurisdição de ensinar aos 
jurisdicionados – e não somente às partes 
envolvidas no processo – seus direitos e 
deveres. 
4 - ESCOPO POLÍTICO: 
É analisado sob três diferentes vertentes: 
(i) SE PRESTA A FORTALECER O 
ESTADO. Funcionando a contento a 
jurisdição, o Estado aumenta a sua 
credibilidade perante seus cidadãos, 
fortalecendo-se junto a eles. 
Politicamente, portanto, é importante uma 
jurisdição em pleno e eficaz 
funcionamento como forma de afirmar o 
poder estatal; 
(ii) A JURISDIÇÃO É O ÚLTIMO 
RECURSO EM TERMOS DE PROTEÇÃO 
ÀS LIBERDADES PÚBLICAS E AOS 
DIREITOS FUNDAMENTAIS, VALORES 
ESSENCIALMENTE POLÍTICOS DE 
NOSSA SOCIEDADE. O Estado, como um 
todo, deve se preocupar com tais valores, 
mas, quando ocorre a concreta agressão 
ou ameaça, mesmo provenientes do 
próprio Estado, é a jurisdição que garante 
o respeito a tais valores; 
(iii) INCENTIVAR A PARTICIPAÇÃO 
DEMOCRÁTICA POR MEIO DO 
PROCESSO, DE FORMA QUE O AUTOR 
DE UMA DEMANDA JUDICIAL, OU 
AINDA O TITULAR DO DIREITO 
DEBATIDO, MESMO QUE NÃO SEJA O 
AUTOR (POR EXEMPLO, OS DIREITOS 
TRANSINDIVIDUAIS), POSSA 
PARTICIPAR, POR MEIO DO PROCESSO, 
DOS DESTINOS DA NAÇÃO E DO 
ESTADO. O exemplo mais claro do que se 
afirma é a ação popular, por meio da qual 
qualquer cidadão pode desfazer ato 
administrativo lesivo ao Erário Público, 
bem como condenar os responsáveis ao 
ressarcimento. É o cidadão, por meio do 
processo, interferindo na administração 
pública. Por outro lado, nas ações 
coletivas, em especial nas que tutelam 
direitos difusos, determina-se a espécie de 
sociedade que estamos vivendo; 
NOTA: o tema relativo aos escopos da 
jurisdição possui particular relevância 
quanto à natureza jurídica da jurisdição 
voluntária, particularmente no que se 
refere a uma das características da 
jurisdição voluntária, que é a inexistência 
de aplicação do direito ao caso 
concreto. Nesse aspecto, divergem as 
teorias clássica (administrativista) e 
teoria revisionista: para a teoria 
clássica/administrativista, a 
inexistência de aplicação do direito 
objetivo ao caso concreto evidencia a 
natureza administrativa da atividade 
judicial, de mera administração pública de 
interesses privados, já que nestes casos 
não exerce a atividade jurisdicional típica. 
Por sua vez, para a corrente revisionista, 
a jurisdição não se limita apenas ao 
escopo da aplicação do direito objetivo 
ao caso concreto. 
 
 
 
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- "A distinção entre representação e 
substituição processual é clássica, e 
ambas estão relacionadas com a não 
coincidência entre o titular do direito 
material e aquele que defende esse 
direito em juízo. Ocorre representação 
quando o representante age em nome do 
representado,na tutela do direito deste; já 
na substituição processual o substituto 
age em nome próprio, na defesa do direito 
do substituído. Na hipótese de atuação 
judicial de entidade associativa a título de 
representante, o ente vai a juízo em nome 
e no interesse dos associados, de modo 
que há necessidade de apresentar 
autorização prévia para essa atuação e os 
efeitos da sentença ficam circunscritos aos 
representados. Trata-se da previsão do art. 
5, inc. XXI, da Constituição Federal. Trata-
se de legitimação ordinária. Já na 
substituição processual, o que ocorre é 
uma atuação pelo ente coletivo que tem 
como função precípua a defesa dos 
interesses comuns do grupo de 
substituídos; daí a desnecessidade de 
autorização expressa e pontual dos seus 
membros para a sua atuação em juízo, 
como também ocorre com a tradicional 
legitimidade extraordinária dos sindicatos. 
E daí, também, a extensão dos efeitos da 
sentença a todos os substituídos, 
aplicando-se as regras da coisa julgada 
próprias dos processos coletivos (arts. 103 
e 105 do CDC). Neste caso, a legitimação 
é extraordinária." 
 
- A atuação das associações em 
processos coletivos pode se verificar de 
duas maneiras: (a) por meio da ação 
coletiva ordinária, hipótese de 
representação processual, com base no 
permissivo contido no artigo 5º, inciso XXI, 
da CF/1988; ou (b) ou na ação civil 
pública, agindo a associação nos moldes 
da substituição processual prevista no 
Código de Defesa do Consumidor e na Lei 
da Ação Civil Pública. 
 
- A parte e o advogado possuem 
legitimidade recursal concorrente 
quanto à fixação dos honorários 
advocatícios. REsp 1.776.425-SP, Rel. Min. 
Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira 
Turma, por unanimidade, julgado em 
08/06/2021. (Info 700) 
 
- O termo inicial do prazo para oferecer 
contestação na hipótese de acolhimento 
da impugnação ao cumprimento de 
sentença fundada no art. 525, § 1º, I, do 
CPC/2015 é a data da intimação que 
acolhe a impugnação. REsp 1.930.225-SP, 
Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, 
por unanimidade, julgado em 08/06/2021 
(Info 700) 
 
- Não cabe a aplicação de multa pelo 
não comparecimento pessoal à 
audiência de conciliação, por ato 
atentatório à dignidade da Justiça, 
quando a parte estiver representada 
por advogado com poderes específicos 
para transigir. RMS 56.422-MS, Rel. Min. 
Raul Araújo, Quarta Turma, por 
unanimidade, julgado em 08/06/2021 
(Info 700) 
 
- O termo inicial do prazo para 
ajuizamento da ação rescisória, quando 
há insurgência recursal da parte contra a 
inadmissão de seu recurso, dá-se da 
última decisão a respeito da 
controvérsia, salvo comprovada má-fé. 
REsp 1.887.912-GO, Rel. Min. Marco 
Aurélio Bellizze, Terceira Turma, por 
unanimidade, julgado em 21/09/2021, DJe 
24/09/2021. (Info 711) 
 
 
 
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- É possível a determinação de consulta 
ao CCS-Bacen em cumprimento de 
sentença de natureza cível com o fim de 
apurar a existência de patrimônio do 
devedor – REsp 1938665/SP, julgado em 
26/10/2021. 
 
- Não é permitido ao outorgante da 
procuração restringir os poderes gerais 
para o foro por meio de cláusula 
especial. REsp 1.904.872-PR, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, Terceira Turma, por 
unanimidade, julgado em 21/09/2021, DJe 
28/09/2021. (Info 711) 
 
- No cumprimento provisório de 
decisão condenatória ao pagamento de 
quantia certa, o executado não pode 
substituir o depósito judicial em 
dinheiro por bem equivalente ou 
representativo do valor, salvo se houver 
concordância do exequente, como 
forma de se isentar da multa e dos 
honorários advocatícios com base no art. 
520, §3º, do CPC/2015. REsp 1.942.671-SP, 
Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, 
por unanimidade, julgado em 21/09/2021, 
DJe 23/09/2021. (Info 711) 
 
- O redirecionamento da execução 
fiscal, quando fundado na dissolução 
irregular da pessoa jurídica executada 
ou na presunção de sua ocorrência, não 
pode ser autorizado contra o sócio ou o 
terceiro não sócio que, embora exercesse 
poderes de gerência ao tempo do fato 
gerador, sem incorrer em prática de atos 
com excesso de poderes ou infração à lei, 
ao contrato social ou aos estatutos, dela 
regularmente se retirou e não deu causa à 
sua posterior dissolução irregular, 
conforme art. 135, III, do CTN. (REsp 
1.377.019/SP, REsp 1.776.138/RJ e REsp 
1.787.156/RS, Primeira Seção, Rel. Min. 
Assusete Magalhães, julgados em 
24/11/2021, Tema 962) 
 
- "Para que seja autorizada a excepcional 
redução da multa periódica acumulada 
em virtude do descumprimento de 
ordem judicial, é preciso, 
cumulativamente, que: (i) o valor 
alcançado seja exorbitante; (ii) que, no 
momento da fixação, a multa diária 
tenha sido fixada em valor 
desproporcional ou incompatível com a 
obrigação; (iii) que a parte beneficiária 
da tutela específica não tenha buscado 
mitigar o seu próprio prejuízo" (STJ - 
Terceira Turma, REsp 1840280/BA, Rel. 
Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, 
Rel. p/ Acórdão Ministra NANCY 
ANDRIGHI, julgado em 24/08/2021, DJe 
09/09/2021) 
 
- "A Reclamação com base na alegação de 
descumprimento de decisão proferida 
pelo STJ em caso concreto independe, 
para sua admissibilidade, da publicação 
do acórdão impugnado ou do juízo de 
retratação previsto no art. 1.030, II, do 
CPC." (STJ - Primeira Seção, Rcl 41.894-SP, 
Rel. Min. Herman Benjamin, por 
unanimidade, julgado em 24/11/2021, Info 
720). 
 
- COMPETÊNCIA (STF 1033/21). 
Competência jurisdicional para 
julgamento de ação rescisória em que a 
União figure como terceira interessada - 
RE 598650/MS (Tema 775 RG) Tese fixada: 
“Compete ao Tribunal Regional Federal 
processar ação rescisória proposta pela 
União com o objetivo de desconstituir 
sentença transitada em julgado 
proferida por juiz estadual, quando 
afeta interesses de órgão federal.” 
 
 
 
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- O prazo para a Fazenda Pública 
interpor agravo interno em suspensão 
de liminar é de 15 dias (e não de 5 dias) 
e deve ser contado em dobro. 
STJ. Corte Especial. SLS nº 2572/DF, 
julgado em 15/12/2021 
STJ. Corte Especial. AgRg no AgRg na SLS 
1.955/DF, Rel. Min. Francisco Falcão, 
julgado em 18/03/2015; 
Por outro lado, o pensamento do STF é 
que não se aplica o prazo em dobro: 
STF; SL-AgR-AgR 586; Tribunal Pleno; Rel. 
Min. Presidente; DJE 25/08/2017; 
STF; SS-AgR 4.390; Tribunal Pleno; Rel. 
Min. Presidente; DJE 27/02/2018. 
 
- Ocorre a suspensão IMEDIATA do 
processo, por falecimento das partes, 
advogados ou representantes? 
→ Só no falecimento DO ADVOGADO. 
Nos demais casos (falecimento da parte 
ou do representante legal) a suspensão 
será determinada somente após 
comprovação. 
 
- Qual é a diferença entre a suspensão 
convencional do processo no 
conhecimento e na execução? 
→ Na execução, não está sujeita ao 
prazo máximo de 6 meses (art. 922 do 
CPC). 
 
- CPC, art. 485, §1º. Nas hipóteses descritas 
nos incisos II e III, a parte será intimada 
pessoalmente para suprir a falta no prazo 
de 5 (cinco) dias. 
→ Oferecida a contestação, a extinção 
do processo por abandono da causa 
pelo autor depende de requerimento do 
réu? 
→ Sim. 
 
- É possível a aplicação, pelo Tribunal, do 
efeito translativo dos recursos em sede 
de agravo de instrumento, extinguindo 
diretamente a ação 
independentemente de pedido, se 
verificar a ocorrência de uma das causas 
referidas no art. 485, § 3º, do CPC? 
→ Sim. 
 
- A improcedência por insuficiência de 
provas impede nova propositura da 
mesma demanda e julgamento do 
mérito respectivo? 
→ Sim, porque a decisão produz coisa 
julgada. É diferente do processo penal e 
do processo coletivo. (Art. 508 do CPC: 
Transitada em julgado a decisão de 
mérito, considerar-se-ão deduzidas e 
repelidas todas as alegações e as defesas 
que a parte poderia opor tanto ao 
acolhimento quanto à rejeiçãodo pedido). 
 
- O regime da formação de coisa julgada 
sobre questões prejudiciais, previsto no 
art. 503, § 1º, do CPC, é aplicável aos 
processos iniciados antes da vigência do 
CPC/15? 
→ Não. Somente é aplicável aos processos 
iniciados após a sua vigência, por força do 
disposto no art. 1.054 do CPC. 
 
- A intervenção do Ministério Público é 
necessária em todos os procedimentos 
de jurisdição voluntária? 
→ Não. Só naqueles que se encaixem na 
previsão geral do art. 178 do CPC 
(interesse público ou social, interesse de 
incapaz e litígios coletivos pela posse de 
terra rural ou urbana). 
 
 
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- A intimação pessoal dos membros do 
Ministério Público e da Defensoria 
Pública far-se-á da mesma forma 
prevista para os membros da Advocacia 
Pública? 
→ Sim. 
 
- A parte poderá renunciar ao prazo 
estabelecido exclusivamente em seu 
favor? 
→ Sim, desde que o faça de maneira 
expressa (art. 225 do CPC). 
 
- Em caso de obstáculo criado por uma 
das partes, superado o motivo que deu 
causa à suspensão do curso do prazo, este 
será restituído integralmente à outra 
parte? 
→ Não. Será restituído pelo tempo igual 
ao que faltava para a sua 
complementação (art. 221 do CPC). 
 
- Com relação à produção antecipada de 
prova, o juízo estadual tem competência 
quando requerida em face da União, de 
suas autarquias ou de empresa pública 
federal? 
→ Sim, no caso de, na localidade, não 
haver vara federal (381, § 4º, do CPC) 
 
- É competente para a produção 
antecipada de prova o juízo do 
foro onde esta deva ser produzida ou 
do foro de domicílio do réu (art. 381, § 
2º, do CPC). 
 
- O instrumento de transação 
referendado por conciliador 
credenciado por tribunal, para ser título 
executivo, depende da homologação do 
juiz? 
→ Não. 
 
- Para que o contrato particular 
garantido por direito real de garantia 
seja título executivo, exige-se a 
assinatura de duas testemunhas? 
→ Não. 
 
- Para que o contrato particular 
garantido por fiança seja título 
executivo, exige-se a assinatura de duas 
testemunhas? 
→ Não. 
 
- A apelação, em regra, tem efeito 
suspensivo? 
→ Sim (art. 1.012 do CPC). 
 
- A apelação, nas ações de despejo, 
consignação em pagamento de aluguel 
e acessório da locação, revisionais de 
aluguel e renovatórias de locação, tem 
efeito suspensivo? 
→ Não (art. 58, V, da Lei nº 8.245/91). 
 
- A partir de que momento processual 
começa a contar o prazo prescricional 
para a execução individual do 
beneficiário de sentença condenatória 
em ação coletiva proposta pelo MP? 
Qual é o prazo? 
→ Cinco anos, a partir do trânsito em 
julgado da sentença coletiva. (Tema 877-
STJ) 
 
 
 
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- Qual é a ordem de preferência dos 
meios de citação? 
→ É a seguinte (art. 246, caput, do CPC): 
meio eletrônico para as empresas privadas 
de grande porte e Fazenda Pública (art. 
246, §§ 1º e 2º, do CPC), correio, oficial de 
justiça, escrivão ou chefe de secretaria se 
o citando comparecer em cartório e edital. 
 
- Qual é o número máximo de 
testemunhas no CPC? 
→ 10 no total, sendo 3 para cada fato. 
 
- Em que momentos incidem os juros 
moratórios, na execução contra a 
fazenda pública? 
→ Primeiramente, começam a incidir a 
partir da realização dos cálculos. 
Suspendem-se a partir do 1º de julho 
posterior à apresentação para pagamento 
até 31 de dezembro do exercício seguinte 
(prazo constitucional para o pagamento - 
SV 17) e continuam a correr depois desse 
prazo, caso a Fazenda não pague. 
 
- De que formas poderá ocorrer a 
intimação do devedor, no cumprimento 
de sentença? 
* Pelo Diário da Justiça, na pessoa do seu 
advogado constituído (salvo após 1 ano 
do trânsito em julgado, quando deverá ser 
pessoal por carta com AR) 
* Por carta com AR, quando representado 
pela Def. ou quando não tiver procurador 
constituído 
* Por meio eletrônico, quando se tratar de 
empresas ou PJ de Direito Público. 
* Por edital, se revel na fase de 
conhecimento (Art. 513, § 2º, do CPC) 
 
- Em ação que contenha pedido de 
reconhecimento de paternidade 
cumulado com pedido de alimentos, 
quando se inicia o prazo prescricional 
para o cumprimento da sentença que 
condene o réu ao pagamento de verba 
alimentícia retroativa? 
→ Após o trânsito em julgado da 
sentença que reconheça a paternidade. 
 
- As hipóteses de sigilo processual são 
taxativas, na CF e no CPC? 
→ Não. Tanto o Código de Processo Civil 
(art. 189, I) quanto a Constituição Federal 
(art. 93, IX) se utilizam de conceitos 
jurídicos indeterminados (normas de 
pressuposto fático indeterminado, 
embora determinável, mas de 
consequência normativa certa) para 
permitir o sigilo processual. 
 
- A partir de que momento a multa diária, 
cominada pelo não cumprimento de 
obrigação de fazer determinada em 
ACP, pode ser exigida? 
→ Após o trânsito em julgado da 
decisão favorável ao autor. 
 
- Quais são as hipóteses de cabimento 
da Reclamação, segundo o CPC? 
* Preservar a competência do tribunal; 
* Garantir a autoridade das decisões do 
tribunal; 
* Garantir a observância de enunciado de 
súmula vinculante e de decisão do 
Supremo Tribunal Federal em controle 
concentrado de constitucionalidade; 
* Garantir a observância de acórdão 
proferido em julgamento de incidente 
de resolução de demandas repetitivas 
 
 
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ou de incidente de assunção de 
competência. 
 
- Que recurso cabe da decisão que 
inadmite recurso extraordinário ou 
recurso especial em decorrência da 
aplicação de entendimento firmado em 
regime de repercussão geral ou em 
julgamento de recursos repetitivos? 
→ Agravo interno (art. 1.035, § 7º, do 
CPC). 
 
- Nos processos promovidos perante a 
justiça federal de primeira instância em 
que forem partes organismo 
internacional e pessoa domiciliada no 
país, quem é competente para julgar o 
agravo de instrumento das decisões 
interlocutórias previstas no art. 1015 do 
CPC? → O Superior Tribunal de Justiça. 
 
- Quais são as hipóteses de cabimento e 
não cabimento de MS relacionadas à 
compensação tributária, previstas em 
súmulas do STJ? 
→ Cabe para declarar o direito à 
compensação (Súm. 213) e não cabe 
para convalidar a compensação 
realizada pelo contribuinte (Súm. 460). 
 
- Aplica-se a fungibilidade no caso de 
interposição de recurso extraordinário, 
quando seria hipótese de cabimento de 
recurso ordinário de decisão denegatória 
de mandado de segurança? 
→ Não. Trata-se de erro grosseiro, 
segundo a Súm. 272, do STF. 
 
- Qual é o recurso cabível contra a 
decisão de julgamento antecipado 
parcial de mérito? 
→ Agravo de Instrumento (art. 356, § 5º, 
CPC), pois essa decisão tem natureza de 
decisão interlocutória, e não sentença 
(art. 203, § 1º, CPC). 
 
- No julgamento do incidente de 
impedimento ou suspeição, o relator, em 
regra, o receberá com ou sem efeitos 
suspensivos? 
→ Não há regra. Ele deverá declarar os 
efeitos, ao receber o incidente (art. 146, 
§ 2º, CPC). 
 
- O trâmite do procedimento de 
mediação suspende o prazo 
prescricional? 
→ Sim, conforme o art. 20 da Lei nº 
13.140/15. 
 
- A quem compete apreciar o pedido de 
auxílio direto passivo que demande 
prestação de atividade jurisdicional? 
→ Ao juízo federal do lugar em que deva 
ser executada a medida (art. 34 do CPC). 
 
- A quem será encaminhada a carta 
rogatória oriunda de autoridade 
brasileira competente, a fim de viabilizar 
o seu cumprimento? 
→ Ao Ministério da Justiça, que é a 
autoridade central "residual" (art. 37 c/c 
26, § 4º, DO CPC). 
 
- Há necessidade de vênia conjugal para 
a propositura de ação sobre direito real 
imobiliário? 
→ Sim, salvo quando casados sob o 
regime de separação absoluta de bens(art. 73 do CPC). 
 
 
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- Qual é o princípio que se aplica ao 
descabimento de condenação de 
honorários advocatícios em ação civil 
pública, quando inexistente má-fé, tanto 
para a parte autora quanto para a parte ré? 
→ Princípio da Simetria entre os autores 
e os réus. 
 
- O cônjuge separado judicialmente tem 
legitimidade para pretender o 
suprimento judicial do outro? 
→ Não, pois o art. 1.648 do CC somente 
prevê essa hipótese para a ocasião de 
estarem casados. 
 
- Qual é o momento processual para a 
arguição de carência da ação por falta de 
interesse e legitimidade? Ocorre 
preclusão? 
→ Qualquer momento, pois a carência 
da ação é matéria de ordem pública, 
podendo ser reconhecida a qualquer 
tempo e grau de jurisdição. 
 
- Em que momento do processo de 
conhecimento, de execução e no 
cumprimento de sentença podem ser 
opostos os embargos de terceiro? 
→ No processo de conhecimento, a 
qualquer tempo enquanto não transitada 
em julgado a sentença. No cumprimento 
de sentença e no processo de execução, 
até 5 dias depois da adjudicação, na 
alienação por iniciativa particular ou na 
arrematação, mas sempre antes da 
assinatura da respectiva carta (art. 675 
do CPC). 
 
- Para obtenção de medida liminar, em 
embargo de terceiro, é necessário que o 
embargante demonstre prova pré-
constituída de sua posse ou domínio? 
→ Não. É possível que ele demonstre essa 
prova em audiência preliminar (art. 677 
do CPC). 
 
- Há limite de cognição horizontal para 
os embargos opostos pelo credor com 
garantia real? 
→ Sim. Contra os embargos do credor 
com garantia real, o embargado somente 
poderá alegar que: I - o devedor comum 
é insolvente; II - o título é nulo ou não 
obriga a terceiro; ou III - outra é a coisa 
dada em garantia (art. 680 do CPC). 
 
- Cabe condenação em honorários 
advocatícios em IDPJ? 
→ Em regra, não é cabível a condenação 
em honorários advocatícios em 
qualquer incidente processual, 
ressalvados os casos excepcionais. Não 
há previsão legal para honorários 
advocatícios em IDPJ. 
 
- Caso haja cláusula de mediação e a 
parte não compareça à primeira 
reunião, qual será a consequência 
jurídica? 
→ Se vencedora, ela deverá arcar com 
metade das custas e honorários 
sucumbenciais (art. 22, IV, da Lei 
13.140/15), pois o comparecimento é 
obrigatório, conforme o art. 2º, § 1º, da 
mesma lei. 
 
- Quando é que ocorrerá a liquidação da 
sentença por arbitramento e pelo 
procedimento comum? 
* Por arbitramento ⇒ quando 
determinado pela sentença, 
 
 
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convencionado pelas partes ou exigido 
pela natureza do objeto da liquidação (é 
a mais usual). 
* Pelo procedimento comum ⇒ quando 
houver necessidade de alegar e provar 
fato novo (art. 509 do CPC). 
 
- Na ação de produção antecipada de 
prova, o interessado (réu) pode se 
utilizar do mesmo procedimento para a 
produção de outra prova? 
→ Sim, desde que relacionada ao mesmo 
fato e que não acarrete excessiva 
demora (art. 382, § 3º, do CPC) 
 
- Na hipótese de descoberta de prova 
nova, qual é o prazo e seu termo inicial 
para o ajuizamento da ação rescisória? 
→ 2 anos, a partir da descoberta da 
prova nova, observado o prazo máximo 
de 5 anos contado do trânsito em 
julgado da última decisão proferida no 
processo (art. 975, § 2º, do CPC). 
 
- No caso da condenação do devedor 
que caiu em inadimplência de obrigação 
em prestações sucessivas (compra 
parcelada, por exemplo), a que parcelas 
deverá o juiz condená-lo, se o autor só 
incluiu no pedido o débito vencido? 
→ Ao débito vencido e às prestações 
vincendas, enquanto durar a obrigação, 
ainda que o autor não tenha as pedido 
expressamente, se, no curso do processo, 
não foram pagas nem consignadas. Trata-
se de pedido implícito (art. 323 do CPC). 
 
- O perito pode escusar-se da 
nomeação? 
→ Sim, por impedimento ou suspeição, 
casos em que o juiz nomeará novo perito. 
 
- No cumprimento de sentença, a multa 
de 10% demanda a prévia intimação do 
executado? 
→ Não. Ela decorre do não cumprimento 
voluntário da condenação (art. 523, § 1º, 
CPC) 
 
- Não impugnada a execução, por 
ordem do juiz, será expedida requisição 
de obrigação de pequeno valor, a ser 
quitada pela Executada no prazo de 2 
(dois) meses contados da entrega da 
requisição à devedora (art. 535, § 3º, II, do 
CPC). 
 
- É cabível sustentação oral em agravo 
de instrumento? 
→ Sim, na hipótese de "agravo de 
instrumento interposto contra decisões 
interlocutórias que versem sobre 
tutelas provisórias de urgência ou da 
evidência" (art. 937, VII, do CPC). 
 
- Se o juiz de primeira instância comunicar 
que reformou integral ou parcialmente 
a decisão impugnada, o relator 
considerará prejudicado o agravo de 
instrumento? 
→ Apenas na reforma integral. Parcial, 
não. Art. 1.018, § 1º, do CPC. 
 
- Na ação consignatória da Lei nº 
8.245/91, havendo, na reconvenção, 
cumulação dos pedidos de rescisão da 
locação e cobrança dos valores objeto 
da consignatória, o credor pode 
executar ambos os pleitos, 
simultaneamente, caso tenham sido 
acolhidos? 
 
 
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→ Não. A execução da consignatória só 
poderá ter início após obtida a 
desocupação do imóvel. (Art. 67, VIII, da 
Lei de Locações) 
 
- Na ação renovatória da Lei de 
Locações, se a ação for proposta pelo 
sublocatário do imóvel, serão citados 
locador e sublocador como 
litisconsortes? 
→ Sim, salvo se, em virtude de locação 
originária ou renovada, o sublocador 
dispuser de prazo que admita renovar a 
sublocação. (art. 71 da Lei de Locações) 
 
- A prescrição e a decadência devem ser 
alegadas em que momento processual, 
em que espécie de alegação? 
→ Em contestação, como matéria de 
mérito, não como preliminares 
processuais. 
 
- Quais são os requisitos e o prazo para 
que o executado requeira a substituição 
do bem penhorado? 
→ 10 dias, da intimação da penhora. 
Deve comprovar que lhe será menos 
onerosa e que não trará prejuízo ao 
exequente. (art. 847 do CPC) 
 
- A Fazenda Pública pode recusar a 
substituição do bem penhorado por 
precatório? 
→ Sim (Súm. 406-STJ). 
 
- Cabe recurso extraordinário da 
decisão proferida em processamento de 
precatórios? 
→ Não, pois ela não tem caráter 
jurisdicional (Súm. 733-STF e 311-STJ) 
 
- Que espécies de precedentes 
dispensam a remessa necessária? 
→ Súmula de Tribunal SUPERIOR; 
acórdão do STF/STJ em repetitivos; 
entendimento firmado em IRDR ou IAC; 
e orientação vinculante administrativa 
do próprio órgão. (496, § 4º, CPC) 
 
- De acordo com a decisão na Rcl. 24.686 
ED-AgR/RJ, qual é o requisito para a 
reclamação, junto ao STF, por violação 
de tese fixada em repercussão geral? 
→ Que tenham sido esgotados todos os 
recursos cabíveis em instâncias 
antecedentes. 
 
- Quem tem legitimidade para ingressar 
com reclamação, segundo o CPC? 
→ A parte interessada ou o MP (art. 988 
do CPC). 
 
- Quais são as sanções previstas para a 
litigância de má-fé? 
→ (1) multa entre 1% e 10% do valor da 
causa, ou sendo o valor da causa irrisório 
ou inestimável até 10 vezes o valor do 
salário-mínimo; 
(2) indenização pelos prejuízos 
causados à parte contrária, sendo nesse 
caso indispensável a existência de prova 
do dano e 
(3) condenação nos honorários 
advocatícios e despesas. (art. 81 do CPC). 
 
- Quais são as características da 
responsabilidade civil do incapaz e dos 
seus responsáveis pela reparação dos 
danos que aqueles causarem? 
 
 
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→ Os incapazes, quando praticarem atos 
que causem prejuízos, terão 
responsabilidade subsidiária, 
condicional, mitigada e equitativa. Já 
seus responsáveis terão responsabilidade 
substitutiva, exclusiva e não-solidária. 
(art. 932, I, do CCe Resp 1436401) 
 
- Quais são as características da 
obrigação dos avós de prestar 
alimentos? 
→ Natureza complementar e subsidiária. 
Somente exsurge se ficar demonstrada a 
impossibilidade de os dois genitores 
proverem os alimentos dos filhos, ou de 
os proverem de forma suficiente. (STJ - 
REsp 1249133) 
 
- Se a mãe, ante o inadimplemento do 
pai obrigado a prestar alimentos a seu 
filho, assume essas despesas, qual é o 
prazo prescricional da pretensão de 
cobrança do reembolso? 
→ 10 anos. (STJ. REsp 1.453.838-SP) 
 
- Qual é o prazo para a interposição de 
recurso ordinário em habeas corpus 
contra decisão do TJ que nega liberdade 
para devedor de alimentos? 
→ 5 dias (não é 15 dias). (art. 30 da Lei 
nº 8.038/90, não se aplicando à hipótese 
os arts. 1.003, §5º, e 994, V, do CPC/2015) 
 
- Em que regimes de bens o cônjuge 
supérstite será herdeiro ou concorrerá 
com os descendentes? 
→ O cônjuge, qualquer que seja o regime 
de bens adotado pelo casal, é herdeiro 
necessário (art. 1.845 do CC). No regime 
de separação convencional de bens, 
assim como na participação final nos 
aquestos ou comunhão parcial (neste se 
houver bens particulares do de cujus) o 
cônjuge sobrevivente concorre com os 
descendentes do falecido. A lei afasta a 
concorrência apenas quanto aos 
regimes da comunhão universal e da 
separação legal (obrigatória) de bens 
previsto no art. 1.641 do CC. (STJ. REsp 
1.382.170-SP) 
 
- O montante recebido a título de 
aluguéis de imóvel particular do “de 
cujus” comunica-se à companheira 
supérstite após a data da abertura da 
sucessão? 
→ Não. Os frutos dos bens particulares 
entram na comunhão só enquanto 
estiverem em vida. Depois da morte, essa 
comunhão termina e tais valores deverão 
se submeter à divisão da herança. (REsp 
1.795.215/PR) 
 
- Há direito real de habitação sobre 
imóvel comprado pelo falecido em 
copropriedade com terceiro? 
→ Não. (STJ. EREsp 1.520.294-SP) 
 
- De acordo com o CPC, em que casos não 
será aplicável a técnica do julgamento 
ampliado? 
→ No IRDR e IAC, na remessa necessária 
e nos julgamentos proferidos pelo 
plenário ou pela corte especial. (art. 942, 
§ 4º, do CPC) 
 
- De quem é a competência para o juízo 
de admissibilidade de recurso ordinário 
contra decisão do TJ que denega 
mandado de segurança? 
→ Do STJ. 
 
 
 
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5 
- Nessa hipótese, qual é o instrumento 
cabível contra a decisão do TJ que negar 
seguimento ao recurso? 
→ Reclamação, em razão da usurpação da 
competência do STJ. (Rcl. 35.958/CE) 
 
- Qual é a natureza jurídica do 
saneamento no processo? 
→ Decisão interlocutória. 
 
- Qual é a diferença entre as decisões do 
relator que dá provimento ao recurso e 
que o nega, com base em súmula, 
repetitivos, IRDR ou IAC? 
→ Para dar provimento, ele precisa 
conceder prazo para contrarrazões, mas 
para NEGAR, NÃO PRECISA (art. 932, IV 
e V, do CPC). 
 
- Qual é o recurso que desafia a decisão 
sobre os embargos em ação monitória? 
Tem efeito suspensivo? 
→ Apelação, pois é uma sentença (art. 
702, § 9º, do CPC). Não tem efeito 
suspensivo, segundo a doutrina, 
segundo os seguintes argumentos: 
* o art. 702, § 8º do CPC, dispõe que, 
rejeitados os embargos, constituir-se-á 
“de pleno direito” (ou seja, 
imediatamente) o título executivo judicial, 
procedendo-se ao cumprimento de 
sentença; 
* nos termos do art. 702, § 4º, a oposição 
dos embargos suspende os efeitos da 
decisão que determinou a expedição do 
mandado “até o julgamento em primeiro 
grau”, significando que, proferida 
sentença, se o pedido da ação monitória 
for julgado procedente, com a rejeição dos 
embargos, a decisão que havia ordenado 
o adimplemento da obrigação volta a 
produzir efeitos, agora amparada em 
cognição exauriente do juiz e 
independentemente do fato de ainda 
caber apelação contra a sentença; 
* a sentença que julga procedente o 
pedido da ação monitória, rejeitando os 
embargos, confirma a decisão que havia 
determinado a expedição do mandado 
monitório, a qual se caracteriza como uma 
tutela de evidência, espécie de tutela 
provisória, provimento sujeito à apelação, 
sem efeito suspensivo automático (art. 
1.012, § 1º, V, CPC), confirmando que tal 
recurso, na ação monitória, também não 
possui suspensividade automática. 
 
- Na comarca, seção ou subseção 
judiciária onde for difícil o transporte, o 
juiz poderá prorrogar os prazos por 
quanto tempo? 
→ Por até 2 meses (art. 222 do CPC). 
 
- ##TJAL-2019: ##Cartórios/TJPR-2019: 
##TJMS-2020: ##PGEPB-2021: ##TCERJ-
2021: ##CESPE: ##FCC: ##UFPR: 
Pelo princípio da indelegabilidade 
significa dizer que a jurisdição não pode 
ser delegada/atribuída a outro Poder 
(aspecto externo) ou a outro órgão 
jurisdicional (aspecto interno). Tal 
princípio decorre do princípio da 
indeclinabilidade, segundo o qual o 
órgão jurisdicional, uma vez provocado, 
não pode recusar-se, tampouco delegar 
a função de dirimir os litígios, mesmo se 
houver lacunas na lei, caso em que 
poderá o juiz valer-se de outras fontes do 
direito, como a analogia, os costumes e os 
princípios gerais, nos termos do art. 4º da 
LINDB. Portanto, não poderá o juiz 
delegar sua jurisdição a outro órgão, 
pois, se assim o fizesse, violaria, pela via 
oblíqua, o princípio da inafastabilidade 
 
 
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e a garantia constitucionalmente 
assegurada do juiz natural. 
 
- ##DPEAC-2017: ##MPBA-2018: ##TJPA-
2019: ##Cartórios/TJPR-2019: ##TJMS-
2020: ##PGEPB-2021: ##CESPE: ##TJMS-
2020: ##FCC: ##UFPR: Daniel Assumpção 
explica que o princípio da 
inevitabilidade da jurisdição é aplicado 
em dois momentos distintos, a saber: 1º) 
Vinculação obrigatória dos sujeitos do 
processo judicial: Ainda que se reconheça 
que ninguém será obrigado a ingressar 
com demanda contra a sua vontade e que 
existem formas de se tornar parte 
dependente da vontade do sujeito (por 
exemplo, assistência, recurso de terceiro 
prejudicado), o certo é que uma vez 
integrado a relação jurídica processual, 
ninguém poderá, por sua própria vontade, 
se negar a esse “chamado jurisdicional”. 
Essa vinculação é automática, não 
dependendo de qualquer concordância 
do sujeito, ou mesmo de acordo entre 
as partes para se vincularem ao 
processo e se sujeitarem à decisão e; 2º) 
Suportar os efeitos da decisão 
jurisdicional: O estado de sujeição das 
partes torna a geração dos efeitos 
jurisdicionais inevitável, inclusive não 
havendo necessidade de colaboração 
no sentido de aceitar em suas esferas 
jurídicas a geração de tais efeitos. 
Mesmo diante de resistência, a jurisdição 
terá total condição de afastá-las e, 
consequentemente, de fazer valer suas 
decisões (os meios executivos bem 
demonstram tal fenômeno). (NEVES, 
Daniel Amorim Assumpção. Manual de 
Direito Processual Civil. Volume Único. 
Salvador: Ed. Juspodivm, 2017. p. 88). 
Portanto, tal princípio indica que o poder 
estatal impõe-se por si mesmo, 
independentemente da vontade das 
partes, motivo pelo qual, proposta uma 
ação em face de outrem, este fica 
sujeito à jurisdição, ainda que, tendo 
sido citado, à sua revelia. Logo, a 
inevitabilidade da jurisdição de fato 
guarda pertinência com a imposição do 
direito ao fato e com sujeição das partes. 
 
- ##STJ: ##DOD: ##TJGO-2021: ##FCC: Os 
honorários advocatícios só podem ser 
fixados com base na equidade de forma 
subsidiária, ou seja: 1) quando não for 
possível o arbitramento pela regra 
geral; ou 2) quando for inestimável ou 
irrisório o valor da causa. Assim, o juízo 
de equidade na fixação dos honorários 
advocatícios somente pode ser utilizado 
de forma subsidiária, quando não presente 
qualquer hipótese prevista no § 2º do art. 
85 do CPC. STJ. 2ª S. REsp 1746072-PR, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Raul 
Araújo, j. 13/2/19 (Info 645).- ##Jurisprud. Teses/STJ – Ed. nº 150: 
##DPEDF-2019: ##MPDFT-2021: 
##DPERJ-2021: ##CESPE: ##FGV: O 
defensor dativo não possui a 
prerrogativa do prazo em dobro para 
recorrer, pois ele atua como advogado, 
e o Estatuto da Advocacia não prevê 
esta possibilidade. Nesse sentido é o teor 
da seguinte tese do STJ: Tese 11: Os 
defensores dativos, por não integrarem o 
quadro estatal de assistência judiciária 
gratuita, não dispõem da prerrogativa de 
prazo em dobro para recorrer. 
 
- ##TJMG-2018: ##Cartórios/TJMG-2019: 
##PGM-São José do Rio Preto/SP-2019: 
##PGEPB-2021: ##CESPE: ##Consulplan: 
##VUNESP: Pelo princípio da 
instrumentalidade das formas, temos 
que a existência do ato processual é um 
instrumento utilizado para se atingir 
determinada finalidade. Assim, ainda 
que com vício, se o ato atinge sua 
 
 
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finalidade sem causar prejuízo às 
partes, não se declara sua nulidade. Em 
resumo, o princípio da instrumentalidade 
das formas pressupõe que, mesmo que o 
ato seja realizado fora da forma prescrita 
em lei, se ele atingiu o objetivo, esse ato 
será válido. 
 
- ##STJ: ##DOD: ##MPAP-2021: ##CESPE: 
O credor pode optar pela remessa dos 
autos ao foro de domicílio do 
executado, mesmo após o início do 
cumprimento de sentença: O inciso II do 
art. 516 do CPC prevê que o cumprimento 
da sentença será feito perante o juízo que 
decidiu a causa no primeiro grau de 
jurisdição. O parágrafo único, por sua vez, 
afirma que o exequente poderá optar 
por ingressar com o cumprimento de 
sentença: a) no juízo do atual domicílio 
do executado; b) no juízo do local onde 
se encontrem os bens sujeitos à 
execução; c) no juízo do local onde deva 
ser executada a obrigação de fazer ou 
de não fazer. É possível que o exequente 
faça a opção de que trata o parágrafo 
único do art. 516 do CPC/2015 mesmo 
após já ter sido iniciado o cumprimento de 
sentença? SIM. O credor pode optar pela 
remessa dos autos ao foro de domicílio do 
executado, mesmo após o início do 
cumprimento de sentença. STJ. 3ª T. REsp 
1776382-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 
03/12/19 (Info 663). 
 
- ##STJ: ##DOD: ##DPEBA-2021: ##FCC: 
O que acontece caso o exequente 
desista da execução antes da citação do 
executado? A desistência da execução 
antes do oferecimento dos embargos 
independe da anuência do devedor. A 
apresentação de desistência da execução 
quando ainda não efetivada a citação do 
devedor provoca a extinção dos embargos 
posteriormente opostos, ainda que estes 
versem acerca de questões de direito 
material. O credor não responde pelo 
pagamento de honorários sucumbenciais 
se manifestar a desistência da execução 
antes da citação e da apresentação dos 
embargos e se não houver prévia 
constituição de advogado nos autos. STJ. 
2ª T. REsp 1682215/MG, Rel. Min. Ricardo 
Vilas Bôas Cueva, j. 06/04/21 (Info 692). 
 
- ##DOD: ##STJ: ##MPAP-2021: ##CESPE: 
Impenhorabilidade de pequena 
propriedade rural constituída de mais 
de um terreno, desde que a área total 
seja inferior a 4 módulos fiscais: É 
impenhorável a pequena propriedade 
rural familiar constituída de mais de 01 
(um) terreno, desde que contínuos e com 
área total inferior a 04 (quatro) módulos 
fiscais do município de localização. STF. 
Plenário. ARE 1038507, Rel. Min. Edson 
Fachin, j. 18/12/20 (Repercussão Geral – 
Tema 961) (Info 1003). 
 
- ##MPAP-2021: ##CESPE: O art. 916, 
caput, do CPC permite que, na execução 
fundada em título extrajudicial, o 
executado, no prazo para embargos, 
reconhecendo o crédito do exequente e 
comprovando o depósito de trinta por 
cento do valor em execução, acrescido de 
custas e de honorários de advogado, 
requeira “que lhe seja permitido pagar o 
restante em até 6 (seis) parcelas mensais, 
acrescidas de correção monetária e de 
juros de um por cento ao mês”. Acontece 
que, segundo o § 7º do art. 916, “o 
disposto neste artigo não se aplica ao 
cumprimento da sentença”. Por tal razão, 
em que pese as críticas doutrinárias, o 
executado, em execução fundada em 
título judicial, não tem direito de se 
valer dessa "moratória" permitida pela 
lei para as execuções fundadas em 
título extrajudicial. 
 
 
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- Dica: Parcelamento: 
* Cumprimento de sentença: NÃO CABE 
* Execução de título extrajudicial: CABE 
 
- ##STF: ##TJPR-2021: ##FGV: 1. Não 
cabe mandado de segurança contra ato 
judicial passível de recurso ou correição 
(Súmula 267), nem contra decisão 
transitada em julgado (Súmula 268). 2. 
Inviável o manejo de mandado de 
segurança como sucedâneo de ação 
rescisória. 3. Agravo regimental a que se 
nega provimento. STF. Plenário. MS 26394 
AgR, Rel. Carlos Britto, j. 01/07/09. 
 
- ##STJ: ##DOD: ##Cartórios/TJGO-2021: 
##VUNESP: É possível a penhora no 
rosto dos autos de procedimento de 
arbitragem para garantir o pagamento 
de dívida cobrada em execução judicial. 
A penhora no rosto dos autos consiste 
apenas numa averbação, cuja finalidade é 
atingida no exato momento em que o 
devedor do executado toma ciência de 
que o pagamento - ou parte dele - deverá, 
quando realizado, ser dirigido ao credor 
deste, sob pena de responder pela dívida, 
nos termos do art. 312 do Código Civil. 
Assim, é possível aplicar a regra do art. 860 
do CPC, ao procedimento de arbitragem, a 
fim de permitir que o juiz oficie o árbitro 
para que este faça constar em sua decisão 
final, acaso favorável ao executado, a 
existência da ordem judicial de 
expropriação. Ex: a empresa “A” ajuizou 
execução de título extrajudicial contra a 
empresa “B”; a exequente sabia que a 
empresa “B” estava em procedimento de 
arbitragem com a empresa “C” discutindo 
um contrato; diante disso, a exequente 
pediu e o juiz decretou a penhora dos 
direitos, bens e valores que a empresa “B” 
eventualmente venha a receber caso seja 
vencedora no procedimento arbitral; 
assim, se a empresa “C” perder a 
arbitragem ela irá pagar os valores não 
para a empresa “B”, mas sim para a 
empresa “A”.STJ. 3ª T. REsp 1.678.224-SP, 
Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 7/5/19 (Info 
648). 
- ##STJ: ##DOD: ##DPESP-2019: 
##Cartórios/TJDFT-2019: 
##Analista/MPCPA-2019: ##DPERJ-2021: 
##PGM-Criciúma/SC-2021: ##CESPE: 
##FCC: ##FGV: O rol do art. 1.015 do CPC 
é de taxatividade mitigada, por isso 
admite a interposição de agravo de 
instrumento quando verificada a 
urgência decorrente da inutilidade do 
julgamento da questão no recurso de 
apelação. STJ. Corte Especial. REsp 
1704520/MT (recurso repetitivo), Rel. Min. 
Nancy Andrighi, j. 05/12/2018 (Info 639). 
- ##STJ: ##DOD: ##DPERJ-2021: ##FGV: A 
decisão interlocutória que afasta 
(rejeita) a alegação de prescrição é 
recorrível, de imediato, por meio de 
agravo de instrumento com 
fundamento no art. 1.015, II, do 
CPC/2015. Isso porque se trata de decisão 
de mérito. Embora a ocorrência ou não da 
prescrição ou da decadência possam ser 
apreciadas somente na sentença, não há 
óbice para que essas questões sejam 
examinadas por intermédio de decisões 
interlocutórias, hipótese em que caberá 
agravo de instrumento com base no art. 
1.015, II, do CPC/15, sob pena de formação 
de coisa julgada material sobre a questão. 
STJ. 3ª T. REsp 1738756-MG, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, j. 19/2/19 (Info 643). 
 
- ##STJ: ##DOD: ##MPDFT-2021: O art. 
1.015, VI, do CPC/15 abrange a decisão 
interlocutória que versa sobre a 
exibição do documento em incidente 
processual, em ação incidental ou, 
ainda, em mero requerimento 
 
 
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formulado no bojo do próprio processo. 
Assim, cabe agravo de instrumento com 
base no art. 1.015, VI, do CPC/15, contra a 
decisão interlocutória que defira ou 
indefira a expedição de ofício para que um 
terceiro apresente determinado 
documento, mesmo sem a instauração de 
incidente processual ou de ação 
incidental. STJ. 3ª T. REsp 1.798.939-SP, 
Rel. Min. NancyAndrighi, j. 12/11/19 (Info 
661). 
 
- ##STJ: ##DOD: ##DPERJ-2021: ##FGV: 
Segundo o inciso VII do art. 1.015, CPC/15: 
“cabe agravo de instrumento contra as 
decisões interlocutórias que versarem 
sobre exclusão de litisconsorte”. Essa 
previsão abrange somente a decisão 
que exclui o litisconsorte. Assim, cabe 
agravo de instrumento contra a decisão 
interlocutória que exclui o litisconsorte. 
Por outro lado, não cabe agravo de 
instrumento contra a decisão que 
indefere o pedido de exclusão de 
litisconsorte (decisão que mantém o 
litisconsorte). STJ. 3ª T. REsp 1724453-SP, 
Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 19/3/19 (Info 
644). 
- Lei 9099 – JEC – Da sentença cabe 
recurso oral ou escrito cujo preparo 
deve ser apresentado em 48 horas a 
contar da interposição, independente 
de intimação, sob pena de deserção. 
(art. 42, parágrafo único), 
- No juizado especial cível a contagem 
de tempo é em dias úteis (art. 12 – A, Lei 
9099). 
- Para a desconsideração da 
personalidade jurídica em relação de 
consumo deve-se comprovar que o 
devedor não tem patrimônio suficiente 
para suportar a execução. 
- A nota fiscal acompanhada de 
comprovante de entrega de mercadorias 
ou prestação do serviço é apta a instruir 
ação monitória. 
- Na execução de título executivo 
extrajudicial, o STJ exige o documento 
original se for título de crédito, mas 
admite cópia autenticada se for outro 
documento. 
- A técnica de ampliação do colegiado 
do art. 942 CPC tem como marco 
temporal a DATA DA PROCLAMAÇÃO 
DO RESULTADO. Assim, concluído o 
julgamento sob o rito do CPC/1973, não se 
aplica a técnica, mesmo que o julgamento 
seja publicado sob o CPC/2015. (AgInt nos 
EDcl no REsp 1659188 / RJ - DJe 
22/10/2021 e REsp 1762236/SP, rel. p/ 
Acórdão Ministro RICARDO VILLAS BÔAS 
CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 
19/02/2019, DJe 15/03/2019) 
 
- A técnica de ampliação do colegiado 
(art. 942 CPC) se aplica ao mandado de 
segurança. (REsp 1868072 / RS – 2ª Turma 
– Relator Min Francisco Falcão - DJe 
10/05/2021). A Lei n. 12.016/2009, 
responsável por disciplinar o mandado de 
segurança, não contém nenhuma 
disposição especial acerca da técnica de 
julgamento a ser adotada nos casos em 
que o resultado da apelação for não 
unânime. Embora a técnica de ampliação 
do colegiado, prevista no art. 942 do 
CPC/2015, e os embargos infringentes 
(vedados no art. 25, Lei 12016), revogados 
junto com Código de Processo Civil de 
1973 (CPC/1973), possuam objetivos 
semelhantes, os referidos institutos não 
se confundem, sendo a aplicação do 
colegiado agora mandatória. 
- A vítima tem o ônus de identificar para 
o provedor o URL de página com 
conteúdo criminoso para que possa ser 
retirado do ar. 
 
 
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- É vedado ao provedor de internet 
fornecer dados de forma indiscriminada 
dos usuários que tenham 
compartilhado determinada postagem 
em pedido genérico e coletivo, sem 
especificação mínima de uma conduta 
ilícita realizada. (Info 688 STJ) 
- O mero compartilhamento de vídeo 
com conteúdo falso não faz depreender 
“fundados indícios da ocorrência de 
ilícito” por parte de quem 
compartilhou, que sequer poderia saber 
da falsidade do conteúdo. (Info 688 STJ) 
- AÇÃO RESCISÓRIA: Se o STF declara 
inconstitucional lei que fundamentou 
sentença há duas situações possíveis: (i) 
prolatada sentença e acórdão 
superveniente do STF sobrevém antes 
do trânsito em julgado cabe 
impugnação ao cumprimento de 
sentença por inexigibilidade do título 
(art. 525, III, CPC); (ii) se a sentença 
baseada em lei inconstitucional transita 
em julgado e depois sobrevém acórdão 
do STF declarando a 
inconstitucionalidade da lei que 
fundamentou o julgado cabe ação 
rescisória (art. 525, p. 15, CPC), sendo a 
impugnação ao cumprimento de 
sentença meio inadequado. 
- Juiz suspeito não é caso de ação 
rescisória, mas árbitro suspeito é causa 
de ação anulatória (arts. 14 e 32, Lei nº 
9.307). 
- Contra omissão ou ato da 
Administração Pública, o uso da 
reclamação será admitido após o 
esgotamento das VIAS 
ADMINISTRATIVAS. (art. 7º, p. 1º, L 
11417) 
- A multa para quem lançar cotas 
marginais interlineares nos autos é 
MEIO salário-mínimo. (art. 202 do CPC). 
- No julgamento antecipado do mérito, 
a questão enfrentada deve ser direito 
autônomo e destacável do resto da 
causa. É possível que haja julgamento 
antecipado do mérito em parte de um 
único pedido vinculado, conforme a 
doutrina. 
 
- A regra do Código Civil que prevê 
responsabilidade subsidiária dos sócios 
de sociedade simples (art. 1023 CC) não 
se aplica às associações sem fins 
lucrativos (REsp 1398438 / SC - DJe 
11/04/2017) 
 
- Corte Especial: citação na ação de 
cobrança basta para informar o devedor 
sobre a cessão de crédito. 
 
- É INCORRETO DIZER QUE a ampliação 
do acesso à Justiça restringe-se ao 
aperfeiçoamento dos institutos e regras 
processuais. Paulo Cesar Pinheiro 
Carneiro, elenca princípios (acessibilidade, 
operosidade, utilidade e 
proporcionalidade), que em sendo 
observados conduziram para o 
aperfeiçoamento dos institutos e regras 
processuais, sem dúvida conduzirão à 
ampliação do efetivo acesso à Justiça. 
Todavia, as reformas não podem se 
restringir ao plano jurídico-normativo, é 
preciso que haja a adoção de medidas 
práticas que realmente efetivem tais 
mudanças no plano dos fatos. 
 
- Dispõe o art. 782, § 3º, do CPC/2015 que, 
a requerimento da parte, o juiz pode 
determinar a inclusão do nome do 
executado em cadastros de 
inadimplentes. 
Tal medida aplica-se tanto à execução de 
título extrajudicial quanto ao 
 
 
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cumprimento definitivo de sentença 
(art. 782, § 5º, do CPC/2015) e só pode ser 
determinada se houver prévio pedido 
do exequente. E, havendo requerimento, 
o juiz poderá ou não o deferir "a depender 
das circunstâncias do caso concreto" (REsp 
1.827.340/RS, Segunda Turma, DJe 
11/10/2019). Ou seja, cuida-se de 
faculdade atribuída ao juiz. 
 
- Acerca do cancelamento da restrição, o 
art. 782, § 4º, do CPC/2015 estabelece que 
"a inscrição será cancelada 
imediatamente se for efetuado o 
pagamento, se for garantida a execução 
ou se a execução for extinta por 
qualquer outro motivo". 
 
- Consabidamente, na interpretação das 
normas que regem a execução, deve-se 
extrair a maior efetividade possível ao 
procedimento executório. A doutrina 
processualista alerta para a necessidade 
de a interpretação dar prevalência, tanto 
quando possível, ao princípio da 
efetividade da execução. Vale dizer, 
deve-se sempre propiciar a pronta e 
integral satisfação do crédito exequendo. 
 
- Não se ignora que o art. 805 do CPC 
consagra o princípio da menor 
onerosidade da execução, segundo o 
qual, "quando por vários meios o 
exequente puder promover a execução, o 
juiz mandará que se faça pelo modo 
menos gravoso para o executado". 
Entretanto, a jurisprudência do STJ é no 
sentido de que a menor onerosidade da 
execução não se sobrepõe à sua 
efetividade. 
 
- Com assento nessas premissas, 
sopesando os direitos fundamentais em 
conflito - de um lado o direito 
fundamental do credor à tutela executiva 
e, de outro, os direitos de personalidade 
do executado -, deve prevalecer o direito 
do credor à integral satisfação da 
obrigação. Isso significa que, se o débito 
for garantido apenas parcialmente, não há 
óbice à determinação judicial de inclusão 
do nome do executado em cadastro de 
inadimplentes, mediante prévio 
requerimento do exequente. 
 
- COMPETÊNCIA (STF 1011/21) Insolvência 
civil e competência da Justiça comum 
estadual - RE 678162/AL (Tema 859 
RG) Tese fixada: “A insolvência civil está 
entre as exceções da parte final do 
artigo 109, I, da Constituição da 
República, para fins de definição da 
competência da JustiçaFederal”. 
Resumo: O termo “falência”, contido na 
parte final do art. 109, I, da Constituição 
Federal compreende a insolvência civil. Por 
essa razão, compete à Justiça comum 
estadual, e não à federal, processar e julgar 
as ações de insolvência civil ainda que haja 
interesse da União, entidade autárquica ou 
empresa pública federal. 
 
- O que deve indicar a petição inicial da 
execução fiscal? 
→ O juiz a quem é dirigida, o pedido e o 
requerimento para a citação. (art. 6º) 
 
- O acordo de leniência firmado entre a 
Entidade pública lesada e os responsáveis 
pelos atos estende-se à improbidade 
administrativa? 
→ Não. 
 
- A propositura de ACP previne o juízo 
para as ações posteriormente 
 
 
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intentadas que possuam a mesma causa 
de pedir ou o mesmo objeto? 
→ Sim (art. 2º, par. único, da Lei 
7.347/1985) 
- Em caso de desistência infundada ou 
abandono da ACP por associação 
legitimada, quem tem atribuição para 
assumir a titularidade ativa? 
→ O Ministério Público ou outro 
legitimado ativo (art. 5º, § 3º, Lei 
7.347/1985). 
- LACP, Art. 2 As ações previstas nesta Lei 
serão propostas no foro do LOCAL ONDE 
OCORRER O DANO, cujo juízo terá 
competência funcional para processar e 
julgar a causa. 
- A demanda coletiva de competência 
da Justiça Federal deverá sempre ser 
proposta em vara federal, ainda que esta 
se situe em local diverso daquele em que 
se verificou o dano? 
→ Sim (STF). 
 
- Art. 113. Duas ou mais pessoas podem 
litigar, no mesmo processo, em conjunto, 
ativa ou passivamente, quando: 
I - entre elas houver comunhão de direitos 
ou de obrigações relativamente à lide; 
II - entre as causas houver conexão pelo 
pedido ou pela causa de pedir; 
III - ocorrer afinidade de questões por 
ponto comum de fato ou de direito. 
O que se entende por "afinidade de 
questões por ponto comum de fato ou 
de direito": 
Ponto (razão) é cada um dos sustentáculos 
(de fato ou de direito) que embasam a 
pretensão da parte. Questão, por seu 
turno, é o ponto controvertido nos autos. 
Obviamente, a existência de um ponto (de 
fato ou de direito) comum entre as partes 
não é suficiente para ensejar o 
litisconsórcio quando esse ponto for 
meramente circunstancial ou secundário. 
O ponto (ou questão) que autoriza o 
litisconsórcio é o principal, que sustenta 
com preponderância a pretensão da 
parte (ou a defesa do réu). 
 
- O CPC/2015 suprimiu a nomeação à 
autoria e a oposição das modalidades 
de intervenção de terceiros, sem, 
contudo, abolir os institutos. A 
nomeação à autoria agora é mera 
correção do polo passivo (arts. 338 e 339 
do NCPC), enquanto a oposição tem 
natureza de procedimento especial (arts. 
682 a 686 do NCPC). 
 
- “Não é admissível, nem 
excepcionalmente, a impetração de 
mandado de segurança para impugnar 
decisões interlocutórias após a 
publicação do acórdão em que se fixou 
a tese referente ao tema repetitivo 988, 
segundo a qual "o rol do art. 1.015 do CPC 
é de taxatividade mitigada, por isso admite 
a interposição de agravo de instrumento 
quando verificada a urgência decorrente 
da inutilidade do julgamento da questão 
no recurso de apelação"”. (STJ, RMS 
63.202-MG, Rel. Min. Marco Aurélio 
Bellizze, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, 
Terceira Turma, por maioria, julgado em 
01/12/2020, DJe 18/12/2020). 
 
- “É possível que o magistrado, a 
qualquer tempo, e mesmo de ofício, 
revise o valor desproporcional das 
astreintes”. (STJ, EAREsp 650.536/RJ, Rel. 
Min. Raul Araújo, Corte Especial, por 
maioria, julgado em 07/04/2021). 
 
 
 
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- “O termo inicial de contagem dos 
prazos processuais, em caso de 
duplicidade de intimações eletrônicas, 
dá-se com a realizada pelo portal 
eletrônico, que prevalece sobre a 
publicação no Diário da Justiça (DJe)”. (STJ, 
EAREsp 1.663.952-RJ, Rel. Min. Raul 
Araújo, Corte Especial, por maioria, 
julgado em 19/05/2021). 
 
- “Desde que prováveis a existência da 
relação jurídica entre as partes e de 
documento ou coisa que se pretende 
seja exibido, apurada em contraditório 
prévio, poderá o juiz, após tentativa de 
busca e apreensão ou outra medida 
coercitiva, determinar sua exibição sob 
pena de multa com base no art. 400, 
parágrafo único, do CPC/2015”. (STJ, 
REsp 1.777.553-SP, Rel. Min. Paulo de 
Tarso Sanseverino, Segunda Seção, por 
unanimidade, julgado em 26/05/2021, DJe 
01/07/2021 – Tema 1000). 
 
- “O recurso especial interposto contra 
acórdão em ação rescisória pode atacar 
diretamente os fundamentos do 
acórdão rescindendo, não precisando 
limitar-se aos pressupostos de 
admissibilidade da rescisória”. (STJ, EREsp 
1.434.604-PR, Rel. Min. Raul Araújo, Corte 
Especial, por unanimidade, julgado em 
18/08/2021). 
 
- “É cabível agravo de instrumento para 
impugnar decisão que define a 
competência”. (STJ, EREsp 1.730.436-SP, 
Rel. Min. Laurita Vaz, Corte Especial, por 
unanimidade, julgado em 18/08/2021). 
 
- “A homologação da decisão 
estrangeira sobre alimentos não subtrai 
do devedor a possibilidade de ajuizar 
ação revisional do valor da pensão 
alimentícia”. (STJ, HDE 4.289-EX, Rel. Min. 
Raul Araújo, Corte Especial, por 
unanimidade, julgado em 18/08/2021, DJe 
23/08/2021). 
 
- “Na ação de busca e apreensão de que 
trata o Decreto-Lei n. 911/1969, a análise 
da contestação somente deve ocorrer 
após a execução da medida liminar”. 
(STJ, REsp 1.892.589-MG, Rel. Min. Paulo 
de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, Segunda Seção, 
por maioria, julgado em 16/09/2021 – 
Tema 1040). 
 
- “A falta de impugnação, no agravo 
interno, de capítulo autônomo e/ou 
independente da decisão monocrática 
que aprecia o recurso especial ou 
agravo em recurso especial apenas 
conduz à preclusão da matéria não 
impugnada, afastando a incidência da 
Súmula 182/STJ”. (STJ, EREsp 1.424.404-
SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Corte 
Especial, por unanimidade, julgado em 
20/10/2021). 
 
- “Não há ofensa à prerrogativa de 
intimação pessoal prevista no art. 183 
do CPC, quando o ente público deixa de 
realizar o necessário cadastramento no 
Sistema de Intimação Eletrônica do 
Superior Tribunal de Justiça, nos termos 
do art. 1.050 do CPC, sendo válida a 
intimação pela publicação no Diário de 
Justiça Eletrônico”. (STJ, AR 6.503-CE, Rel. 
Min. Og Fernandes, Primeira Seção, por 
unanimidade, julgado em 27/10/2021). 
 
- “A substituição, na fase de 
cumprimento de sentença, do 
parâmetro da base de cálculo dos 
 
 
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honorários advocatícios - de valor da 
condenação para proveito econômico - 
ofende a coisa julgada”. (STJ, AR 5.869-
MS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
Segunda Seção, por maioria, julgado em 
30/11/2021). 
 
- De acordo com a doutrina, constitui 
ação cognitiva de natureza constitutiva 
aquela que, além de apresentar um 
conteúdo declaratório, também cria, 
modifica ou extingue um estado ou 
uma relação jurídica. 
 
- É devido o pagamento de custas 
judiciais adiantadas no âmbito de 
liquidação de sentença coletiva 
genérica proposta por associação em 
nome de titulares de direito material, 
sendo os representados pessoas 
específicas e determinadas. 
 
- “O Município prejudicado é o 
legitimado para a execução de crédito 
decorrente de multa aplicada por 
Tribunal de Contas estadual a agente 
público municipal, em razão de danos 
causados ao erário municipal”. Se a 
multa aplicada pelo Tribunal de Contas 
decorre da prática de atos que causaram 
prejuízo ao erário municipal, o legitimado 
ativo para a execução do crédito fiscal é o 
município lesado, e não o Estado. 
Entendimento diverso caracterizaria 
hipótese de enriquecimento sem causa. 
(STF, PLENÁRIO, RE 1003433/RJ – Tema 
642 RG). 
 
- “São inconstitucionais as decisões 
judiciais que determinam a constrição 
de verbas públicas oriundas de Fundo 
Estadualde Saúde (FES) — que devem 
ter aplicação compulsória na área de 
saúde — para atendimento de outras 
finalidades específicas”. (STF, PLENÁRIO, 
ADPF 664/ES). 
 
- A relação civil entre duas pessoas pode 
ser privada. Mas, quando posta em juízo, 
forma uma nova, de cunho processual, 
que pertence ao direito público. 
 
- Mesmo no caso de sentença coletiva 
proferida na defesa de direitos 
individuais homogêneos, haverá 
certeza e a precisão no que se refere ao 
direito, que não pode ser mais 
discutido. Todavia, em atendimento ao 
art. 95 do CDC, a condenação será 
genérica, sem determinar os 
destinatários e a extensão da reparação. 
Com efeito, diferentemente do que ocorre 
no processo individual, a liquidação no 
processo coletivo não é só para apurar 
o quanto devido (quantum debeatur), 
mas também o nexo de causalidade e o 
dano (an debeatur), razão pela qual a 
doutrina (DINAMARCO) considera que 
não há verdadeiramente liquidação, mas 
sim habilitação (ou “liquidação 
imprópria”, como prefere a LACP para 
diferenciá-la da liquidação própria, que 
avalia apenas o quantum debeatur). 
Por tais motivos, a doutrina afirma que há 
uma dupla iliquidez: uma de ordem 
objetiva e outra subjetiva. 
a) iliquidez objetiva: não há fixação de 
um valor determinado pela sentença; 
b) iliquidez subjetiva: há necessidade de 
liquidação também para aferir a 
titularidade do crédito executado. 
 
ALTERAÇÕES PROMOVIDAS PELA LEI 
14.195/21 RELACIONADAS COM 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
 
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5 
No que tange aos dispositivos abaixo 
explicados, a Lei nº 14.195/2021 já entrou 
em vigor em 27/08/2021, estando 
produzindo seus efeitos. 
 
- NOVO DEVER DAS PARTES E DOS SEUS 
PROCURADORES: INFORMAR E 
MANTER SEUS DADOS CADASTRAIS 
Inclusão do inciso VII no art. 77 do Código 
de Processo Civil promovida pela Lei 
14.195/21: 
Art. 77. Além de outros previstos neste 
Código, são deveres das partes, de seus 
procuradores e de todos aqueles que de 
qualquer forma participem do processo: 
(...) VII - informar e manter atualizados 
seus dados cadastrais perante os órgãos 
do Poder Judiciário e, no caso do § 6º do 
art. 246 deste Código, da Administração 
Tributária, para recebimento de citações e 
intimações. 
 
- PRAZO MÁXIMO PARA A CITAÇÃO 
Inclusão do parágrafo único ao art. 238 do 
Código de Processo Civil promovida pela 
Lei 14.195/21: 
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são 
convocados o réu, o executado ou o 
interessado para integrar a relação 
processual. 
Parágrafo único. A citação será efetivada 
em até 45 (quarenta e cinco) dias a 
partir da propositura da ação. 
 
- CITAÇÃO ELETRÔNICA PASSA A SER O 
MEIO PREFERENCIAL 
Nova redação dada ao art. 246 e seu §1º, 
CPC pela Lei 14.195/21: 
Art. 246. A citação será feita 
preferencialmente por meio eletrônico, 
no prazo de até 2 (dois) dias úteis, 
contado da decisão que a determinar, 
por meio dos endereços eletrônicos 
indicados pelo citando no banco de dados 
do Poder Judiciário, conforme 
regulamento do Conselho Nacional de 
Justiça. 
§ 1º As empresas públicas e privadas são 
obrigadas a manter cadastro nos 
sistemas de processo em autos 
eletrônicos, para efeito de recebimento 
de citações e intimações, as quais serão 
efetuadas preferencialmente por esse 
meio. 
 
*Inclusão dos §§ 1º-A ao 1-C e 4º ao 6º ao 
art. 246, CPC pela Lei 14.195/21: 
§ 1º-A A ausência de confirmação, em 
até 3 (três) dias úteis, contados do 
recebimento da citação eletrônica, 
implicará a realização da citação: 
I - pelo correio 
II - por oficial de justiça; 
III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se 
o citando comparecer em cartório; 
IV - por edital. 
§ 1º-B Na primeira oportunidade de falar 
nos autos, o réu citado nas formas 
previstas nos incisos I, II, III e IV do § 1º-A 
deste artigo deverá apresentar justa 
causa para a ausência de confirmação 
do recebimento da citação enviada 
eletronicamente. 
§ 1º-C Considera-se ato atentatório à 
dignidade da justiça, passível de multa 
de até 5% (cinco por cento) do valor da 
causa, deixar de confirmar no prazo 
legal, sem justa causa, o recebimento da 
citação recebida por meio eletrônico. 
§ 4º As citações por correio eletrônico 
serão acompanhadas das orientações 
para realização da confirmação de 
 
 
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recebimento e de código identificador 
que permitirá a sua identificação na 
página eletrônica do órgão judicial 
citante. 
§ 5º As microempresas e as pequenas 
empresas somente se sujeitam ao 
disposto no § 1º deste artigo quando não 
possuírem endereço eletrônico 
cadastrado no sistema integrado da Rede 
Nacional para a Simplificação do Registro 
e da Legalização de Empresas e Negócios 
(Redesim). 
§ 6º Para os fins do § 5º deste artigo, 
deverá haver compartilhamento de 
cadastro com o órgão do Poder Judiciário, 
incluído o endereço eletrônico constante 
do sistema integrado da Redesim, nos 
termos da legislação aplicável ao sigilo 
fiscal e ao tratamento de dados pessoais. 
 
*Nova redação dada ao caput do art. 247, 
CPC pela Lei 14.195/21: 
Art. 247. A citação será feita por meio 
eletrônico ou pelo correio para 
qualquer comarca do País, exceto: (...) 
 
- DESCRIÇÃO DO PEDIDO NA AÇÃO DE 
EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO OU COISA 
Nova redação dada aos incisos I, II e III do 
art. 397 do CPC pela Lei 14.195/21: 
Art. 397. O pedido formulado pela parte 
conterá: 
I - a descrição, tão completa quanto 
possível, do documento ou da coisa, ou 
das categorias de documentos ou de 
coisas buscados; 
II - a finalidade da prova, com indicação 
dos fatos que se relacionam com o 
documento ou com a coisa, ou com suas 
categorias; 
III - as circunstâncias em que se funda o 
requerente para afirmar que o 
documento ou a coisa existe, ainda que 
a referência seja a categoria de 
documentos ou de coisas, e se acha em 
poder da parte contrária. 
 
- NÃO LOCALIZAÇÃO DO EXECUTADO 
PASSA A SER CAUSA DE SUSPENSÃO DA 
EXECUÇÃO 
Nova redação dada ao inciso III do art. 921 
do CPC pela Lei 14.195/21: 
Art. 921. Suspende-se a execução: 
III - quando não for localizado o 
executado ou bens penhoráveis; 
 
- PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE 
Nova redação dada ao §4º do art. 921 do 
CPC pela Lei 14.195/21: 
§ 4º O termo inicial da prescrição no 
curso do processo será a ciência da 
primeira tentativa infrutífera de 
localização do devedor ou de bens 
penhoráveis, e será suspensa, por uma 
única vez, pelo prazo máximo previsto 
no § 1º deste artigo. 
 
- Inclusão do §4º-A ao art. 921, CPC pela 
Lei 14.195/21: 
§ 4º-A A efetiva citação, intimação do 
devedor ou constrição de bens 
penhoráveis interrompe o prazo de 
prescrição, que não corre pelo tempo 
necessário à citação e à intimação do 
devedor, bem como para as formalidades 
da constrição patrimonial, se necessária, 
desde que o credor cumpra os prazos 
previstos na lei processual ou fixados pelo 
juiz. 
 
 
 
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7 
- Nova redação dada ao §5º do art. 921 do 
CPC pela Lei 14.195/21: 
§ 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, 
no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de 
ofício, reconhecer a prescrição no curso 
do processo e extingui-lo, sem ônus para 
as partes. 
 
- Inclusão dos §§6ª e 7º ao art. 921, CPC 
pela Lei 14.195/21: 
§ 6º A alegação de nulidade quanto ao 
procedimento previsto neste artigo 
somente será conhecida caso 
demonstrada a ocorrência de efetivo 
prejuízo, que será presumido apenas em 
caso de inexistência da intimação de que 
trata o § 4º deste artigo. 
§ 7º Aplica-se o disposto neste artigo ao 
cumprimento de sentença de que trata o 
art. 523 deste Código. 
 
- É incabível o ajuizamento de 
reclamação contra decisão que defere 
ou indefere o sobrestamento do feito 
em razão de processamento de pedido 
de uniformização ou recurso especial 
repetitivo. 
STJ. 1ª Seção. Rcl 31.193-SC, Rel. Min. 
Regina HelenaCosta, julgado em 
16/09/2021 (Info 710). 
 
- Caso, na sentença, não sejam arbitrados 
os honorários sucumbenciais, o advogado 
da parte vencedora poderá, após o 
trânsito em julgado, ajuizar ação 
autônoma para obter a fixação e a 
cobrança do valor. 
 
- Proposta ação cognitiva contra apenas 
um dos devedores solidários, este 
poderá, no prazo da contestação, 
promover a citação dos demais 
devedores para compor a relação 
processual na condição de litisconsortes 
passivos. 
 
- Se, no curso do processo, ocorrer a 
morte de qualquer uma das partes, e 
sendo transmissível o direito em litígio, 
haverá a suspensão do processo e a 
consequente sucessão do falecido por 
seu espólio ou sucessor. 
 
- Nas relações processuais em que o 
município for parte, salvo quando 
houver prazo próprio previsto em lei, as 
suas procuradorias gozarão de prazo 
em dobro para todas as manifestações 
processuais, cuja contagem terá início a 
partir da intimação pessoal. 
 
- O princípio da identidade física do juiz 
é de natureza infraconstitucional e pode 
ser suprimido do ordenamento jurídico 
em eventual reforma realizada pelo 
legislador ordinário. 
 
- É impossível examinar a legitimidade 
ad causam dos litigantes, sem 
referência ao direito material alegado. 
 
- AGRAVO INTERNO 
* Decisão que admite o recurso 
especial/recurso extraordinário = 
irrecorrível. 
* Da decisão do Supremo Tribunal Federal 
que não conhece do recurso 
extraordinário por falta de repercussão 
geral, nos termos do art. 1.035, NCPC, 
também NÃO CABE QUALQUER 
RECURSO, sendo, IRRECORRÍVEL. 
 
 
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* Se o presidente ou vice do TJ/TRF 
negar seguimento ao RE ou RESP, 
analisando o MÉRITO da matéria (inciso 
I, alíneas a, b, do art.1.030 do CPC), CABE 
AGRAVO INTERNO (1021), JULGADO 
PELO COLEGIADO DO PRÓPRIO TJ OU 
TRF; 
* Se o presidente ou vice do TJ/TRF 
negar seguimento, aduzindo a falta de 
requisitos, pressupostos, que não 
preencheu os requisitos constitucionais 
(art. 1.030, V, do CPC), já que os requisitos 
de admissibilidade devem ser sempre 
analisados antes do mérito, pois são 
prejudiciais a este, CABE AGRAVO EM RE 
OU RESP (1.042), julgado pelos STF ou 
STJ, respectivamente. 
Mas ATENÇÃO: A competência para a 
análise da REPERCUSSÃO GERAL é 
exclusiva do STF (art. 1.035, §2º, CPC), 
ainda que o recurso extraordinário 
passe por um juízo de admissibilidade 
perante o órgão prolator da decisão 
impugnada. E da decisão do Supremo 
Tribunal Federal que não conhece do 
recurso extraordinário por falta de 
repercussão geral, nos termos do art. 
1.035 do NCPC NÃO CABE QUALQUER 
RECURSO, i.e = IRRECORRÍVEL. 
* Por fim, se a decisão que obstar o 
processamento dos recursos 
extraordinário ou especial contiver 
simultaneamente fundamento de falta 
de pressupostos de admissibilidade (art. 
1.030, V, do CPC) e na incompatibilidade 
vertical - mérito (art. 1.030, I, a e b, do 
CPC): caberão simultaneamente o agravo 
em recurso extraordinário ou especial (§ 1º 
do art. 1.030 do CPC) e o agravo interno (§ 
2º do art. 1.030 do CPC). 
 
- Enunciado 77 da I Jornada de Direito 
Processual Civil do Centro de Estudos 
Judiciários do Conselho da Justiça Federal: 
“Para impugnar decisão que obsta trânsito 
a recurso excepcional e que contenha 
simultaneamente fundamento 
relacionado à sistemática dos recursos 
repetitivos ou da repercussão geral (art. 
1.030, I, do CPC) e fundamento 
relacionado à análise dos pressupostos de 
admissibilidade recursais (art. 1.030, V, do 
CPC), a parte sucumbente deve interpor, 
simultaneamente, agravo interno (art. 
1.021 do CPC) caso queira impugnar a 
parte relativa aos recursos repetitivos ou 
repercussão geral e agravo em recurso 
especial/extraordinário (art. 1.042 do CPC) 
caso queira impugnar a parte relativa aos 
fundamentos de inadmissão por ausência 
dos pressupostos recursais.” 
 
- No MANDADO DE SEGURANÇA, se o 
impetrante morre, os seus herdeiros 
não podem se habilitar para continuar o 
processo. Assim, falecendo o 
impetrante, o mandado de segurança 
será extinto sem resolução do mérito, 
ainda que já esteja em fase de recurso. 
Isso ocorre em razão do caráter 
mandamental e da natureza 
personalíssima do MS. STJ. 3ª Seção. EDcl 
no MS 11.581-DF, Rel. Min. Og Fernandes, 
julgado em 26/6/2013 (Info 528). 
 
- CONFORME INFORMATIVO 629 STJ – O 
Ministério Público possui legitimidade 
ativa para postular em juízo a defesa de 
direitos transindividuais de 
consumidores que celebram contratos 
de compra e venda de imóveis com 
cláusulas pretensamente abusivas. Tal 
orientação, ademais, é a que veio a 
prevalecer neste Tribunal Superior, que 
aprovou o VERBETE SUMULAR N. 601, de 
seguinte teor: "O MINISTÉRIO PÚBLICO 
TEM LEGITIMIDADE ATIVA PARA ATUAR 
NA DEFESA DE DIREITOS DIFUSOS, 
COLETIVOS E INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS DOS CONSUMIDORES, 
 
 
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AINDA QUE DECORRENTES DA 
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO." Além 
disso, tanto a Lei da Ação Civil Pública 
(arts. 1º e 5º) como o Código de Defesa 
do Consumidor (arts. 81 e 82) são 
expressos em definir o Ministério 
Público como um dos legitimados a 
postular em juízo em defesa de direitos 
difusos, coletivos ou individuais 
homogêneos do consumidor. Daí 
porque se firmou a compreensão de que, 
para haver legitimidade ativa do 
Ministério Público para a defesa de 
direitos transindividuais não é preciso 
que se trate de direitos indisponíveis, 
havendo de se verificar, isso sim, se há 
"INTERESSE SOCIAL" (expressão contida 
no art. 127 da Constituição) capaz de 
autorizar a legitimidade do Ministério 
Público. 
 
- Decisão colegiada de Tribunal em MS: 
Denegou → RO para o STJ 
Concedeu → REsp para o STJ e RExt 
para o STF (dependendo da matéria 
arguida) 
Indeferimento liminar → Agravo para o 
próprio tribunal 
 
- Casos de competência originária do 
STJ: 
Denegou: RO para o STF 
Concedeu: RExt para o STF. 
 
- MS contra ato do TJ é julgado pelo 
próprio TJ. 
 
- A teor do art. 39 da Lei nº 6.830/80, a 
Fazenda Pública exequente, no âmbito 
das execuções fiscais, está dispensada 
de promover o adiantamento de custas 
relativas ao ato citatório, devendo 
recolher o respectivo valor somente ao 
final da demanda, acaso resulte vencida. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.858.965-SP, Rel. Min. 
Sérgio Kukina, julgado em 22/09/2021 
(Recurso Repetitivo – Tema 1054) (Info 
710). 
- Interpretação do art. 485, §§ 4º e 5º 
Vejamos os dispositivos: 
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não 
poderá, sem o consentimento do réu, 
desistir da ação. 
§ 5o A desistência da ação pode ser 
apresentada até a sentença. 
Primeiramente, o réu poderá desistir da 
ação sem o consentimento do réu até o 
oferecimento da contestação. Ora, se o 
réu ainda não “jogou as cartas na mesa”, 
ou seja, ainda não impugnou os 
argumentos do autor, pode este desistir 
da ação. Após o oferecimento da 
contestação, a desistência exige a 
aceitação do réu, pois a partir da 
contestação o réu também tem direito 
à jurisdictio, de modo que o réu pode ser, 
a partir da contestação, o principal 
interessado em ter uma sentença de 
mérito a seu favor. 
Após a sentença, não é possível a 
desistência da ação. Por exemplo, o autor 
promoveu a demanda e na análise do 
mérito pelo juiz ele perdeu, e se não 
recorrer aquela sentença fará coisa julgada 
formal e material. 
Com isso, o autor decide recorrer e no 
processamento do recurso ele quer 
desistir não só do recurso, como também 
da ação como um todo. Se isso fosse 
possível, seria um ‘macete’ para substituir 
uma decisão de mérito que foi 
desfavorável à parte autora por uma 
decisão terminativa, porque depois ela 
entraria com a demanda novamente. 
 
 
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Fonte: Aula 25.18 Processo Civil IV – Ênfase 
Adendo 1: 
Há uma exceção em que o autor poderá 
desistir da ação sem o consentimentodo réu, mesmo que este já tenha 
oferecido a contestação. É o que se 
infere nos §§ 1º e 3º do art. 1040 do CPC: 
Art. 1.040. Publicado o acórdão 
paradigma: 
(...) 
§ 1º A parte poderá desistir da ação em 
curso no primeiro grau de jurisdição, antes 
de proferida a sentença, se a questão nela 
discutida for idêntica à resolvida pelo 
recurso representativo da controvérsia. 
§ 3º A desistência apresentada nos termos 
do § 1º independe de consentimento do 
réu, ainda que apresentada contestação. 
Fonte: Aula 20.38 Eleitoral - Ênfase 
 
- O litisconsórcio unitário é, em regra, 
necessário. Art. 114. O litisconsórcio será 
necessário por disposição de lei ou 
quando, pela natureza da relação jurídica 
controvertida, a eficácia da sentença 
depender da citação de todos que devam 
ser litisconsortes (unitário). 
 
- A decisão que deixa de homologar 
pedido de extinção consensual da lide 
retrata decisão interlocutória de mérito 
a admitir recorribilidade por agravo de 
instrumento, interposto com fulcro no 
art. 1.015, II, do CPC/2015. 
STJ. 1ª Turma.REsp 1817205-SC, Rel. Min. 
Gurgel de Faria, julgado em 05/10/2021 
(Info 712). 
 
- Nem sempre as partes do processo de 
execução serão as mesmas que atuaram 
no processo de conhecimento. Muitas 
vezes isso não ocorre, por exemplo, nas 
ações de conhecimento ajuizadas em face 
de uma pessoa jurídica que, durante a fase 
de execução, em hipóteses específicas, 
tem a sua personalidade jurídica afastada 
a fim de que a execução da sentença possa 
recair diretamente sobre os bens de seus 
sócios administradores, que passam a 
integrar o polo passivo da demanda. 
 
- Tendo em vista a lei federal como fonte 
formal primária do processo civil, é correto 
dizer que compete à União legislar sobre 
o direito processual civil, tendo porém os 
Estados competência concorrente à 
União para legislar sobre normas 
procedimentais em matéria processual. 
 
- Princípio da eventualidade: "compete 
ao réu alegar, na contestação, toda a 
matéria de defesa, expondo as razões de 
fato e de direito, com que impugna o 
pedido do autor e especificando as provas 
que pretende produzir"; 
 
- Princípio da identidade física do juiz: 
"o juiz, titular ou substituto, que concluir a 
audiência julgará a lide, salvo se estiver 
convocado, licenciado, afastado por 
qualquer motivo, promovido ou 
aposentado, casos em que passará os 
autos ao seu sucessor"; 
 
- Princípio da adstrição ou congruência: 
Segundo ele, o juiz não pode decidir nem 
fora e nem além daquilo que foi pedido 
pelo autor. O seu desrespeito fere o 
contraditório, tendo em vista que a 
decisão judicial abarca pontos que não 
foram mencionados pelas partes nem na 
inicial e nem na defesa, de forma que o juiz 
 
 
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surpreende tanto o autor quanto o réu em 
relação ao ponto excedente na sentença. 
OBS.: A fundamentação "per 
relationem" é aquela em que o julgador 
adota, em sua sentença ou acórdão, a 
íntegra de outros julgados ou pareceres 
do MP. Recentemente, o STJ, por meio de 
decisão de sua segunda turma (INF 517), 
entendeu lícita a fundamentação: 
IV - Princípio da congruência ou da 
adstrição: "é defeso ao juiz proferir 
sentença, a favor do autor, de natureza 
diversa da pedida, bem como condenar o 
réu em quantidade superior ou em objeto 
diverso do que Ihe foi demandado". 
III. As fontes formais acessórias do direito 
processual civil são as mesmas das normas 
em geral, quais sejam, analogia, costumes 
e princípios gerais do direito; servem para 
suprir as lacunas do ordenamento jurídico, 
integrando-o. 
 
- A respeito da incidência da lei processual 
nova sobre processos pendentes quando 
do início da sua vigência, aplica-se a teoria 
do isolamento dos atos processuais, isto 
é, os atos ainda pendentes dos processos 
em curso se sujeitam aos comandos da lei 
nova, respeitada a eficácia daqueles atos já 
praticados de acordo com a lei antiga. 
 
- A imparcialidade, em primeiro lugar, 
decorre do sistema legal do processo, 
que adotou o chamado sistema 
acusatório, no qual são distintos o órgão 
acusador e o órgão julgador. Nesse 
sentido a imparcialidade decorre da 
equidistância do juiz em face das partes. 
 
- O sistema processual é pautado no livre 
convencimento motivado, isto é, na 
liberdade que se defere ao juiz para a 
valoração da prova, neste sentido é 
extremamente difícil se estabelecer 
parâmetros atinentes a escolha da 
pertinência e do controle do material 
probatório, sem que se macule a liberdade 
e a independência do magistrado. 
 
- O mandado de busca e 
apreensão/citação veicula, 
simultaneamente, a comunicação ao 
devedor acerca da retomada do bem 
alienado fiduciariamente e sua citação, 
daí decorrendo dois prazos diversos: 
a) de 5 dias, contados da execução da 
liminar, para o pagamento da dívida; e 
b) de 15 dias, a contar da juntada do 
mandado aos autos, para o 
oferecimento de resposta. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1321052-MG, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
16/8/2016 (Info 588). 
 
- É facultado aos advogados promover 
a intimação do advogado da outra parte 
por meio do correio, juntando aos autos 
a seguir, cópia do ofício de intimação e 
do aviso de recebimento. 
 
- Nos Embargos de Terceiros a prova é 
sumária e não pré-constituída, neste 
procedimento há dilação probatória, 
sendo facultada a prova da posse em 
audiência preliminar. 
 
- O CPC não admite a divisão de 
honorários em razão da sucumbência 
parcial. 
 
- Art. 525, § 4º Quando o executado alegar 
que o exequente, em excesso de execução, 
pleiteia quantia superior à resultante da 
sentença, cumprir-lhe-á declarar de 
 
 
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imediato o valor que entende correto, 
apresentando demonstrativo discriminado 
e atualizado de seu cálculo. 
 
- Haverá litisconsórcio passivo 
necessário entre os cônjuges, na ação 
fundada em obrigação contraída por 
um deles, em proveito da família. 
 
- O profissional nomeado pela assistência 
judiciária, defensor dativo, exerce múnus 
público e naquele procedimento passa a 
atuar como se defensor público fosse. Ao 
se apropriar indevidamente do dinheiro 
da parte, o defensor dativo comete o 
crime de peculato-apropriação, 
previsto na primeira parte do caput do 
art. 312 do Código Penal. 
 
- Coação no curso do processo (art. 344) 
e falso testemunho (342) são crimes que 
podem ser praticados no juízo arbitral. 
 
- No mandado de segurança, havendo 
substituição processual, o substituído 
poderá ser assistente litisconsorcial do 
impetrante que o substituiu. 
 
- Atenção a Teoria Eclética foi adotada 
pelo CPC/2015, contudo o STJ adota a 
teoria da asserção. 
 
- O foro contratual obriga herdeiros e 
sucessores. 
 
- Compete à autoridade judiciária 
brasileira, COM EXCLUSÃO DE 
QUALQUER OUTRA, conhecer de ações 
alusivas a imóveis situados no Brasil; 
sucessão hereditária, confirmação de 
testamento particular e partilha de bens 
situados no Brasil, além do divórcio, 
separação judicial, partilha de bens 
situados nos Brasil. 
 
- Teses de repercussão geral do STF, Tema 
858: “I - O trânsito em julgado de 
sentença condenatória proferida em 
sede de ação desapropriatória não 
obsta a propositura de Ação Civil 
Pública em defesa do patrimônio 
público, para discutir a dominialidade 
do bem expropriado, ainda que já se 
tenha expirado o prazo para a Ação 
Rescisória; II - Em sede de Ação de 
Desapropriação, os honorários 
sucumbenciais só serão devidos caso haja 
devido pagamento da indenização aos 
expropriados”. (RE 1010819 - 26/05/2021) 
 
- Teses de repercussão geral do STF, Tema 
1075: “I - É inconstitucional a redação do 
art. 16 da Lei 7.347/1985, alterada pela Lei 
9.494/1997, sendo repristinada sua 
redação original. II - Em se tratando de 
ação civil pública de efeitos nacionais 
ou regionais, a competênciadeve 
observar o art. 93, II, da Lei 8.078/1990 
(Código de Defesa do Consumidor). III - 
Ajuizadas múltiplas ações civis públicas 
de âmbito nacional ou regional e fixada 
a competência nos termos do item II, 
firma-se a prevenção do juízo que 
primeiro conheceu de uma delas, para o 
julgamento de todas as demandas 
conexas”. (RE 1101937 - 08/04/2021) 
 
- Teses de repercussão geral do STF, Tema 
249: “É constitucional, pois foi 
devidamente recepcionado pela 
Constituição Federal de 1988, o 
procedimento de execução 
extrajudicial, previsto no Decreto-lei nº 
70/66”. (RE 627106 - 08/04/2021) 
 
 
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- Requisitos da ação renovatória 
Segundo o art. 51 da referida Lei, nas 
locações de imóveis destinados ao 
comércio, o locatário terá direito à 
renovação do contrato, por igual prazo, 
desde que sejam cumpridos os seguintes 
requisitos cumulativos: 
a) o contrato a renovar tenha sido 
celebrado por escrito e por prazo 
determinado de 5 anos ou mais, ou, a 
soma dos prazos ininterruptos dos 
contratos seja de, no mínimo, 5 anos (art. 
51, incisos I e II); 
b) exploração do comércio pelo 
locatário, no mesmo ramo, por pelo 
menos 3 anos ininterruptos (art. 51, III); 
c) prova do exato cumprimento das 
obrigações contratuais, bem como do 
pagamento de impostos e taxas 
incidentes sobre o imóvel (art. 71, incisos 
II e III); 
d) indicação clara e precisa das 
condições oferecidas para a renovação 
da locação (art. 71, IV); 
e) declaração dos fiadores aceitando a 
renovação do contrato e os encargos da 
fiança, se forem os mesmos. Se forem 
outros, indicação do nome ou 
denominação completa, número de sua 
inscrição no Ministério da Fazenda, 
endereço e, tratando-se de pessoa natural, 
a nacionalidade, o estado civil, a profissão 
e o número da carteira de identidade. 
Mesmo não havendo alteração do fiador, 
é necessária a comprovação da 
idoneidade financeira (art. 71, V). 
* A sua propositura deve ocorrer no 
prazo de 1 ano, no máximo, e até 6 
meses, no mínimo, antes da data do 
término do contrato em vigor, sob pena 
de decadência do direito (art. 51, § 5º, da 
Lei nº 8.245/91). 
 
- A respeito das despesas de atos 
processuais praticados pela Fazenda e 
Ministério Público: 
* Despesas de atos processuais 
requeridos pelo MP como custus iuris 
serão pagos pelo autor: 
Art. 82 [omissis] 
§ 1º Incumbe ao autor adiantar as 
despesas relativas a ato cuja realização o 
juiz determinar de ofício ou a 
requerimento do Ministério Público, 
quando sua intervenção ocorrer como 
fiscal da ordem jurídica. 
§ 2º A sentença condenará o vencido a 
pagar ao vencedor as despesas que 
antecipou. 
* Despesas de atos processuais 
requeridos pela Fazenda, MP e 
Defensoria como partes serão pagos ao 
final pelo vencido: 
Art. 91. As despesas dos atos processuais 
praticados a requerimento da Fazenda 
Pública, do Ministério Público ou da 
Defensoria Pública serão pagas ao final 
pelo vencido. 
* Perícias requeridas pela Fazenda, MP e 
Defensoria como partes, seguirão a 
seguinte ordem: i) realizadas por 
entidade pública; ii) não havendo 
previsão orçamentária da entidade 
pública, os valores serão adiantados por 
aquele que requerer a prova: 
Art. 91 [omissis] 
§ 1º As perícias requeridas pela Fazenda 
Pública, pelo Ministério Público ou pela 
Defensoria Pública poderão ser realizadas 
por entidade pública ou, havendo previsão 
orçamentária, ter os valores adiantados 
por aquele que requerer a prova. 
Obs.: na parte final do parágrafo acima, se 
não houver previsão orçamentária no 
 
 
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exercício em que o ente requereu a prova 
pericial, o pagamento ocorrerá no 
exercício seguinte, ou pelo vencido se o 
processo se encerrar antes do 
adiantamento feito pelo ente: 
Art. 91 [omissis] 
§ 2º Não havendo previsão orçamentária 
no exercício financeiro para adiantamento 
dos honorários periciais, eles serão pagos 
no exercício seguinte ou ao final, pelo 
vencido, caso o processo se encerre antes 
do adiantamento a ser feito pelo ente 
público. 
 
- É lícita a comprovação, em agravo 
interno, da tempestividade do recurso 
especial na hipótese de ilegibilidade do 
carimbo de protocolo. 
 
- A prova diabólica é tratada pela 
doutrina como sendo aquela impossível 
de ser produzida pela parte, nesse caso 
poderá o juiz atribuir o ônus da prova 
de modo diverso, desde que o faça por 
decisão fundamentada, conforme o art. 
373, §1°, do NCPC. Por consequência, a 
prova bilateralmente diabólica é aquela 
que não pode ser produzida por 
nenhuma das partes, ante a sua total 
impossibilidade. Sendo o caso de prova 
bilateralmente diabólica, ante a 
impossibilidade de inversão, aplica-se a 
regra geral de ônus da prova prevista 
nos incisos I e II do art. 373 do NCPC. 
 
- "Numa ação de despejo entre locador 
e locatário, a sublocação não figura 
como objeto da lide, portanto, trata-se 
de assistência simples ou adesiva em 
relação ao sublocatário por se tratar de 
interesse indireto. Na assistência simples, 
o terceiro ingressa no feito afirmando-se 
titular de relação jurídica conexa àquela 
que está sendo discutida. O interesse 
jurídico do terceiro reflete-se na 
circunstância de manter este, com o 
assistido, relação jurídica que poderá 
ser afetada a depender do julgamento 
da causa. Como diz Genacéia Alberton: o 
assistente simples visa à vitória do 
assistido, tendo em vista o reflexo que a 
decisão possa ter em relação jurídica 
existente entre eles. Fundamental 
perceber que, no processo, não se discute 
relação jurídica da qual faça parte este 
terceiro, bem como não tem ele qualquer 
vínculo jurídico com o adversário do 
assistido. O terceiro intervém para ser 
parte auxiliar - sujeito parcial mas que, em 
razão de o objeto litigioso do processo 
não lhe dizer respeito diretamente, fica 
submetido à vontade do assistido. Bom 
exemplo é o do sublocatário, em demanda 
de despejo contra o locatário, pois o 
direito dele depende da preservação de 
direito de outrem; seu interesse jurídico é 
mediato e aparentemente altruísta, pois, 
para proteger o seu patrimônio, tem de 
ajudar na defesa do alheio" (DIDIER JR., 
Freddie. Direito Processual Civil: teoria 
geral do processo e processo de 
conhecimento, Salvador: JusPODIVM, 
2006, p. 296). 
 
- No processo civil, a curadoria especial 
será nomeada no caso de incapaz sem 
representante legal ou quando da 
colisão de interesses entre o incapaz e o 
representante (enquanto durar a 
incapacidade), réu preso revel, réu citado 
por edital ou com hora certa, enquanto 
não constituído advogado, sendo esta 
exercida pela Defensoria Pública nos 
termos da lei. 
 
- Nas ações possessórias é dispensável o 
consentimento do cônjuge, exceto no 
 
 
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caso de composse ou atos praticados 
por ambos. 
 
- O CPC aduz que o Município é 
representado em juízo, ativa e 
passivamente, por seu prefeito ou 
procurador. 
 
- Quando o inventariante for dativo, os 
sucessores do falecido serão intimados 
no processo no qual o espólio seja 
parte. 
 
- A sociedade ou associação sem 
personalidade jurídica NÃO PODERÁ 
opor a irregularidade de sua 
constituição quando demandada. 
 
- O ato atentatório à dignidade da 
justiça não se aplica para advogados 
públicos ou privados, Defensoria 
Pública e Ministério Público. 
 
- LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ 
* Aplicação de multa de >1% < 10% 
valor da causa. Se valor da causa for 
irrisório, possível fixação em até 10x s-m + 
indenização + honorários advocatícios + 
despesas. 
* Art. 96. O valor das sanções impostas ao 
litigante de má-fé REVERTERÁ EM 
BENEFÍCIO DA PARTE CONTRÁRIA. 
 
- NÃO SERÃO DEVIDOS honorários no 
cumprimento de sentença contra a 
Fazenda Pública que enseje expedição 
de precatório, desde que não tenha sido 
impugnada. 
 
- Na ação de indenização por atoilícito 
contra pessoa, o percentual de 
honorários incidirá sobre a soma das 
prestações vencidas acrescida de 12 
prestações vincendas. 
 
- Quando os honorários forem fixados 
em quantia certa, os juros moratórios 
incidirão a partir da data do trânsito em 
julgado da decisão. 
 
- Os honorários constituem direito do 
advogado e TÊM NATUREZA 
ALIMENTAR, com os mesmos privilégios 
dos créditos oriundos da legislação do 
trabalho, sendo VEDADA a 
compensação em caso de sucumbência 
parcial. 
 
- Concorrendo diversos autores ou 
diversos réus, os vencidos respondem 
proporcionalmente pelas despesas e 
pelos honorários. A sentença deverá 
distribuir entre os litisconsortes, de forma 
expressa, a responsabilidade 
proporcional pelo pagamento das 
verbas previstas no caput. Se a 
distribuição de que trata o § 1º não for 
feita, os vencidos responderão 
solidariamente pelas despesas e pelos 
honorários. (art. 87 do CPC). 
 
- Nos juízos divisórios, não havendo 
litígio, os interessados pagarão as 
despesas proporcionalmente a seus 
quinhões. 
 
- Se a transação ocorrer antes da 
sentença, as partes ficam dispensadas do 
pagamento das custas processuais 
remanescentes, se houver. 
 
 
 
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- Se o réu reconhecer a procedência do 
pedido e, simultaneamente, cumprir 
integralmente a prestação reconhecida, 
os honorários serão reduzidos pela 
metade. (isso só é aplicável na fase de 
conhecimento – JDPC 10) 
 
- A sentença arbitral brasileira não fica 
sujeita a recurso ou a homologação pelo 
Poder Judiciário. 
 
- Os bancos não podem ajuizar 
execução no Juizado Especial, ainda que 
a execução não fulmine o valor de 40 SM, 
isto porque não consta do art. 3º, da Lei 
nº 9.099/1995. 
 
- As pessoas incapazes, ainda que 
devidamente representadas, não podem 
ser partes nos processos que tramitam 
no Juizado Especial. 
 
- A gratuidade da justiça passou a poder 
ser concedida a estrangeiro não 
residente no Brasil após a entrada em 
vigor do CPC/2015. STJ. Corte Especial. 
Pet 9.815-DF, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, julgado em 29/11/2017 (Info 
622). 
 
- A concessão de gratuidade não afasta o 
dever de o beneficiário pagar, ao final, 
as multas processuais que lhe sejam 
impostas. 
 
- O deferimento de gratuidade de justiça 
não afasta a imposição de multas 
processuais, mas apenas DISPENSA SUA 
EXIGÊNCIA COMO CONDIÇÃO PARA 
INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS. 
 
- O direito à gratuidade da justiça é 
pessoal, NÃO SE ESTENDENDO a 
litisconsorte ou a sucessor do beneficiário, 
salvo requerimento e deferimento 
expressos. 
 
- Havendo risco de perecimento do 
direito, o poder do juiz de exigir do 
autor a comprovação dos pressupostos 
legais para a concessão da gratuidade 
não o desincumbe do dever de apreciar, 
desde logo, o pedido liminar de tutela 
de urgência. 
 
- Contra a decisão que indeferir o 
pedido de gratuidade da justiça ou deferir 
o pedido de revogação cabe Agravo de 
Instrumento, exceto quando a questão 
for resolvida na sentença, contra a qual 
caberá apelação. 
 
- Art. 104. O advogado não será admitido 
a postular em juízo sem procuração, 
salvo para evitar preclusão, decadência ou 
prescrição, ou para praticar ato 
considerado urgente. § 1º Nas hipóteses 
previstas no caput, o advogado deverá, 
independentemente de caução, exibir a 
procuração no prazo de 15 dias, 
prorrogável por igual período por 
despacho do juiz. § 2º O ato não 
ratificado será considerado INEFICAZ 
relativamente àquele em cujo nome foi 
praticado, respondendo o advogado 
pelas despesas e por perdas e danos. 
 
- No curso do processo, somente é lícita 
a sucessão voluntária das partes nos 
casos expressos em lei. 
 
- A alienação da coisa ou do direito 
litigioso por ato entre vivos, a título 
 
 
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particular, NÃO ALTERA a legitimidade 
das partes. O adquirente ou cessionário 
NÃO PODERÁ ingressar em juízo, 
sucedendo o alienante ou cedente, sem 
que o consinta a parte contrária. O 
adquirente ou cessionário poderá intervir 
no processo como ASSISTENTE 
LITISCONSORCIAL do alienante ou 
cedente. Estendem-se os efeitos da 
sentença proferida entre as partes 
originárias ao adquirente ou cessionário. 
 
- O litisconsórcio será NECESSÁRIO por 
disposição de lei ou quando, pela 
natureza da relação jurídica 
controvertida, a EFICÁCIA da sentença 
depender da CITAÇÃO DE TODOS que 
devam ser litisconsortes. 
 
- O litisconsórcio será UNITÁRIO 
quando, pela natureza da relação 
jurídica, o juiz tiver de DECIDIR o mérito 
DE MODO UNIFORME PARA TODOS os 
litisconsortes. 
 
- Nos casos de litisconsórcio passivo 
necessário, o juiz determinará ao autor 
que requeira a citação de todos que 
devam ser litisconsortes, dentro do 
prazo que assinar, sob pena de extinção 
do processo. 
 
- A sentença de mérito, quando proferida 
sem a integração do contraditório, será: 
I - NULA, se a decisão deveria ser 
uniforme em relação a todos que 
deveriam ter integrado o processo 
(litisconsórcio necessário e unitário); II - 
INEFICAZ, nos outros casos, apenas para 
os que não foram citados. 
 
- Os litisconsortes serão considerados, 
em suas relações com a parte adversa, 
como litigantes distintos, exceto no 
litisconsórcio unitário, caso em que os 
atos e as omissões de um não prejudicarão 
os outros, mas os poderão beneficiar. 
 
- Na assistência simples, sendo revel ou, 
de qualquer outro modo, omisso o 
assistido, o assistente será considerado 
seu substituto processual. 
 
- A assistência simples NÃO OBSTA a 
que a parte principal reconheça a 
procedência do pedido, desista da ação, 
renuncie ao direito sobre o que se funda 
a ação ou transija sobre direitos 
controvertidos. 
 
- DENUNCIAÇÃO DA LIDE é forma de 
intervenção de terceiros, que pode ser 
provocada tanto pelo autor quanto pelo 
réu, diversamente do chamamento ao 
processo, que só pode ser requerido 
pelo réu. 
 
- Todas as hipóteses de denunciação são 
associadas ao direito de regresso 
(evicção também). Ela permite que o titular 
desse direito já o exerça nos mesmos 
autos em que tem a possibilidade de ser 
condenado, o que favorece a economia 
processual. 
 
- Admite-se UMA ÚNICA 
DENUNCIAÇÃO SUCESSIVA, promovida 
pelo denunciado, contra seu antecessor 
imediato na cadeia dominial ou quem seja 
responsável por indenizá-lo, não 
podendo o denunciado sucessivo 
promover nova denunciação, hipótese 
 
 
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em que eventual direito de regresso será 
exercido por ação autônoma. 
 
- Feita a denunciação pelo autor, o 
denunciado poderá assumir a posição 
de litisconsorte do denunciante e 
acrescentar novos argumentos à 
petição inicial, procedendo-se em 
seguida à citação do réu. 
 
- Art. 128. Feita a denunciação pelo réu: 
I - se o denunciado contestar o pedido 
formulado pelo autor, o processo 
prosseguirá tendo, na ação principal, em 
litisconsórcio, denunciante e denunciado; 
II - se o denunciado for revel, o 
denunciante pode deixar de prosseguir 
com sua defesa, eventualmente oferecida, 
e abster-se de recorrer, restringindo sua 
atuação à ação regressiva; III - se o 
denunciado confessar os fatos alegados 
pelo autor na ação principal, o 
denunciante poderá prosseguir com sua 
defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, 
pedir apenas a procedência da ação de 
regresso. 
Parágrafo único. Procedente o pedido da 
ação principal, pode o autor, se for o caso, 
requerer o cumprimento da sentença 
também contra o denunciado, nos limites 
da condenação deste na ação regressiva. 
 
- Art. 129. Se o denunciante for vencido na 
ação principal, o juiz passará ao 
julgamento da denunciação da lide. 
Parágrafo único. Se o denunciante for 
vencedor, a ação de denunciação não terá 
o seu pedido examinado, sem prejuízo da 
condenação do denunciante ao 
pagamento das verbas de sucumbênciaem favor do denunciado. 
 
- A dilação dos prazos processuais, 
poder este cabível ao Juiz, somente pode 
se dar antes de encerrado o prazo 
regular (isso se aplica ao processo de 
improbidade). 
 
- Convencendo-se, pelas circunstâncias, 
de que autor e réu se serviram do 
processo para praticar ato simulado ou 
conseguir fim vedado por lei, o juiz 
proferirá decisão que impeça os 
objetivos das partes, aplicando, de 
ofício, as penalidades da litigância de 
má-fé. 
 
- É hipótese de impedimento - em que 
figure como parte cliente do escritório de 
advocacia de seu cônjuge, companheiro 
ou parente, consanguíneo ou afim, em 
linha reta ou colateral, até o 3° grau, 
inclusive, mesmo que patrocinado por 
advogado de outro escritório; 
 
- Observado o dever de revelação, as 
partes celebrantes de convenção de 
arbitragem podem afastar, de comum 
acordo, de forma expressa e por escrito, 
hipótese de impedimento ou suspeição do 
árbitro. 
 
- Não impedimento ou suspeição de 
testemunha. 
 
- Cabe ao Oficial de Justiça certificar, em 
mandado, proposta de autocomposição 
apresentada por qualquer das partes, na 
ocasião de realização de ato de 
comunicação que lhe couber. 
 
- Certificada a proposta de 
autocomposição prevista no inciso VI, o 
 
 
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juiz ordenará a intimação da parte 
contrária para manifestar-se, no prazo 
de 5 dias, sem prejuízo do andamento 
regular do processo, entendendo-se o 
SILÊNCIO COMO RECUSA. 
 
- Na localidade onde não houver inscrito 
no cadastro disponibilizado pelo 
tribunal, a nomeação do perito é de 
livre escolha pelo juiz e deverá recair 
sobre profissional ou órgão técnico ou 
científico comprovadamente detentor 
do conhecimento necessário à 
realização da perícia. 
 
- O perito que, por dolo ou culpa, 
prestar informações inverídicas 
responderá pelos prejuízos que causar à 
parte e ficará inabilitado para atuar em 
outras perícias no prazo de 2 a 5 anos, 
independentemente das demais sanções 
previstas em lei, devendo o juiz comunicar 
o fato ao respectivo órgão de classe para 
adoção das medidas que entender 
cabíveis. 
 
- O depositário ou o administrador 
responde pelos prejuízos que, por dolo 
ou culpa, causar à parte, perdendo a 
remuneração que lhe foi arbitrada, mas 
tem o direito a haver o que 
legitimamente despendeu no exercício 
do encargo. 
 
- O depositário infiel responde 
civilmente pelos prejuízos causados, 
sem prejuízo de sua responsabilidade 
penal e da imposição de sanção por ato 
atentatório à dignidade da justiça. 
 
- O conciliador e o mediador ficam 
impedidos, pelo prazo de 1 ano, contado 
do término da última audiência em que 
atuaram, de assessorar, representar ou 
patrocinar qualquer das partes. 
 
- A requerimento da Defensoria Pública, 
o juiz determinará a intimação pessoal 
da parte patrocinada quando o ato 
processual depender de providência ou 
informação que somente por ela possa 
ser realizada ou prestada. 
 
- Tramitam em segredo de justiça os 
processos que versem sobre arbitragem, 
inclusive sobre cumprimento de carta 
arbitral, desde que a confidencialidade 
estipulada na arbitragem seja 
comprovada perante o juízo. 
 
- O terceiro que demonstrar interesse 
jurídico pode requerer ao juiz certidão 
do dispositivo da sentença, bem como 
de inventário e de partilha resultantes 
de divórcio ou separação. 
 
- É admissível negócio jurídico 
processual envolvendo ampliação do 
tempo de sustentação oral. 
 
- Não é possível negócio jurídico 
processual para modificação da 
competência absoluta; acordo para 
supressão da primeira instância, e 
exclusão da intervenção do Ministério 
Público como fiscal da ordem jurídica. 
 
- Processam-se durante as férias 
forenses, onde as houver, e não se 
suspendem pela superveniência delas: I 
- os procedimentos de jurisdição 
voluntária e os necessários à 
conservação de direitos, quando 
 
 
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puderem ser prejudicados pelo 
adiamento; II - a ação de alimentos e os 
processos de nomeação ou remoção de 
tutor e curador; III - os processos que a 
lei determinar. 
 
- Além dos declarados em lei, são 
feriados, para efeito forense, os 
sábados, os domingos e os dias em que 
não haja expediente forense. 
 
- O CPC prevê expressamente a prática de 
atos processuais por meio de 
videoconferência ou outro recurso 
tecnológico de transmissão de sons e 
imagens em tempo real. 
 
- Pode ser encaminhada pelo juízo 
arbitral carta para um juiz de direito 
requerendo cooperação judiciária, 
inclusive, alusiva aos atos que importem 
no cumprimento de tutela provisória 
concedida pelo juízo arbitral. 
 
- A carta arbitral poderá ser processada 
diretamente pelo órgão do Poder 
Judiciário do foro onde se dará a 
efetivação da medida ou decisão, 
ressalvadas as hipóteses de cláusulas de 
eleição de foro subsidiário. 
 
- A coisa julgada formada no Mandado 
de Segurança Coletivo 
2005.51.01.016159-0 (impetrado pela 
Associação de Oficiais Militares do Estado 
do Rio de Janeiro - AME/RJ, enquanto 
substituta processual) beneficia os 
militares e respectivos pensionistas do 
antigo Distrito Federal, integrantes da 
categoria substituída - oficiais, 
independentemente de terem constado 
da lista apresentada no momento do 
ajuizamento do mandamus ou de serem 
filiados à associação impetrante. REsp 
1.865.563-RJ, Rel. Min. Sérgio Kukina, Rel. 
Acd. Min. Gurgel de Faria, 
Primeira Seção, por maioria, julgado em 
21/10/2021. (Tema 1056) (Info 715) 
 
- O beneficiário de expurgos 
inflacionários pode promover 
cumprimento individual de nova 
sentença coletiva para a cobrança dos 
juros remuneratórios não contemplados 
no anterior título judicial coletivo já 
executado. 
Exemplo: a associação de defesa dos 
consumidores ajuizou ACP pedindo que a 
CEF fosse condenada a pagar expurgos 
inflacionários decorrentes de planos 
econômicos. Em 2001, o juiz julgou o 
pedido procedente, determinando o 
pagamento dos expurgos inflacionários 
em favor dos consumidores. Vale ressaltar 
que essa sentença determinou o 
pagamento apenas do valor principal, sem 
falar em juros remuneratórios, tendo em 
vista que não houve pedido expresso 
nesse sentido. Houve o trânsito em 
julgado. Em 2004, João, um dos 
consumidores que se enquadrava nessa 
situação, ingressou com pedido de 
cumprimento individual de sentença. 
Ocorre que tramitava outra ACP, proposta 
por outra associação, pedindo o 
pagamento dos expurgos inflacionários e 
também dos juros remuneratórios. Em 
2007, outro juiz julgou o pedido 
procedente, condenando os bancos a 
pagarem os expurgos inflacionários 
acrescidos dos juros remuneratórios. Em 
2008, João, sabendo disso, ingressou com 
nova execução individual pedindo, agora, 
o pagamento exclusivamente dos juros 
remuneratórios não contemplados na 
primeira ACP. Isso é possível, não havendo 
que se falar em violação à coisa julgada. 
 
 
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STJ. 4ª Turma. REsp 1934637-SC, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, julgado em 
08/06/2021 (Info 700). 
STJ. 3ª Turma. REsp 1932243-RS, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 05/10/2021 
(Info 713). 
 
- Independe de citação o indeferimento 
da inicial e a improcedência liminar do 
pedido. 
 
- A citação válida, ainda quando 
ordenada por juízo incompetente, INDUZ 
LITISPENDÊNCIA, TORNA LITIGIOSA A 
COISA e CONSTITUI EM MORA O 
DEVEDOR. 
 
- A INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO, 
operada pelo DESPACHO QUE ORDENA 
A CITAÇÃO, ainda que proferido por 
juízo incompetente, retroagirá à data de 
propositura da ação. 
 
- O locador que se ausentar do Brasil 
sem cientificar o locatário de que 
deixou, na localidade onde estiver situado 
o imóvel, procurador com poderes para 
receber citação, será citado na pessoa 
do administrador do imóvel 
encarregado do recebimento dos 
aluguéis, que será consideradohabilitado 
para representar o locador em juízo. 
 
- A citação da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios e de 
suas respectivas autarquias e fundações 
de direito público será realizada perante 
o órgão de Advocacia Pública 
responsável por sua representação 
judicial. 
 
- Não se fará citação quando se verificar 
que o citando é mentalmente incapaz ou 
está impossibilitado de recebê-la. 
Reconhecida a impossibilidade, o juiz 
nomeará curador ao citando, 
observando, quanto à sua escolha, a 
preferência estabelecida em lei e 
restringindo a nomeação à causa. A 
citação será feita na pessoa do curador, 
a quem incumbirá a defesa dos 
interesses do citando. 
 
- Na AÇÃO DE USUCAPIÃO DE IMÓVEL, 
os confinantes serão citados 
pessoalmente, exceto quando tiver por 
objeto unidade autônoma de prédio em 
condomínio, caso em que tal citação é 
dispensada. 
 
- A citação não pode ser feita pelos 
correios quando se tratar de ações de 
estado (a citação deve ser feita na pessoa 
réu); incapacidade; pessoa de direito 
público; local não atendido pelos 
correios e quando for requerido, 
justificadamente, outra forma. 
 
- Sendo o citando pessoa jurídica, será 
válida a entrega do mandado a pessoa 
com poderes de gerência geral ou de 
administração ou, ainda, a funcionário 
responsável pelo recebimento de 
correspondências. 
 
- Nos condomínios edilícios ou nos 
loteamentos com controle de acesso, 
será válida a entrega do mandado a 
funcionário da portaria responsável 
pelo recebimento de correspondência, 
que, entretanto, poderá recusar o 
recebimento, se declarar, por escrito, sob 
as penas da lei, que o destinatário da 
correspondência está ausente. 
 
 
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- Ao ser citado, o réu deverá ser 
advertido de que sua ausência 
injustificada à audiência de conciliação 
ou mediação configura ATO 
ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA 
JUSTIÇA, punível com a multa do art. 334, 
§ 8º, sob pena de sua inaplicabilidade. 
 
- Quando, por 2 vezes, o oficial de 
justiça houver procurado o citando em 
seu domicílio ou residência sem o 
encontrar, deverá, havendo suspeita de 
ocultação, intimar qualquer pessoa da 
família ou, em sua falta, qualquer 
vizinho de que, no dia útil imediato, 
voltará a fim de efetuar a citação, na 
hora que designar (citação por hora 
certa). O oficial de justiça fará constar do 
mandado a advertência de que será 
nomeado curador especial se houver 
revelia. 
 
- Nas comarcas contíguas de fácil 
comunicação e nas que se situem na 
mesma região metropolitana, o oficial 
de justiça poderá efetuar, em qualquer 
delas, citações, intimações, notificações, 
penhoras e quaisquer outros atos 
executivos. 
 
- Considera-se inacessível, para efeito de 
citação por edital, o país que recusar o 
cumprimento de carta rogatória. 
 
- A parte que requerer a citação por 
edital, alegando dolosamente a 
ocorrência das circunstâncias 
autorizadoras para sua realização, 
incorrerá em multa de 5 vezes o salário-
mínimo, que será revertida em favor do 
citando. 
 
- Serão publicados editais: I - na ação de 
usucapião de imóvel; II - na ação de 
recuperação ou substituição de título 
ao portador; III - em qualquer ação em 
que seja necessária, por determinação 
legal, a provocação, para participação no 
processo, de interessados incertos ou 
desconhecidos. 
 
- O juiz recusará cumprimento a carta 
precatória ou arbitral, devolvendo-a com 
decisão motivada quando: faltar ao juiz 
competência em razão da matéria ou da 
hierarquia; no caso de incompetência 
em razão da matéria ou da hierarquia, o 
juiz deprecado, conforme o ato a ser 
praticado, poderá remeter a carta ao 
juiz ou ao tribunal competente. 
 
- Sob pena de nulidade, é indispensável 
que da publicação constem os nomes 
das partes e de seus advogados, com o 
respectivo número de inscrição na OAB, 
ou, se assim requerido, da sociedade de 
advogados. 
 
- A retirada dos autos do cartório ou da 
secretaria em carga pelo advogado, por 
pessoa credenciada a pedido do 
advogado ou da sociedade de advogados, 
pela Advocacia Pública, pela Defensoria 
Pública ou pelo Ministério Público 
implicará intimação de qualquer 
decisão contida no processo retirado, 
ainda que pendente de publicação. 
 
- Presumem-se válidas as intimações 
dirigidas ao endereço constante dos 
autos, ainda que não recebidas 
pessoalmente pelo interessado, se a 
modificação temporária ou definitiva 
não tiver sido devidamente comunicada 
 
 
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ao juízo, fluindo os prazos a partir da 
juntada aos autos do comprovante de 
entrega da correspondência no primitivo 
endereço. 
 
- As citações e as intimações serão 
NULAS quando feitas sem observância 
das prescrições legais. Anulado o ato, 
consideram-se de nenhum efeito todos 
os subsequentes que dele dependam, 
todavia, a nulidade de uma parte do ato 
não prejudicará as outras que dela 
sejam independentes. 
 
- O erro de forma do processo acarreta 
unicamente a anulação dos atos que 
não possam ser aproveitados, devendo 
ser praticados os que forem necessários a 
fim de se observarem as prescrições legais. 
 
- Ainda assim o processo será distribuído 
por dependência quando, tendo sido 
extinto o processo sem resolução de 
mérito, for reiterado o pedido, ainda que 
em litisconsórcio com outros autores ou 
que sejam parcialmente alterados os réus 
da demanda; 
 
- Será cancelada a distribuição do feito 
se a parte, intimada na pessoa de seu 
advogado, não realizar o pagamento das 
custas e despesas de ingresso em 15 
dias. 
 
- Quando o pedido for alternativo, o 
valor da causa será o de maior valor e 
subsidiário, o valor do principal. 
 
- O valor das prestações vincendas será 
igual a uma prestação anual, se a 
obrigação for por tempo indeterminado 
ou por tempo superior a 1 ano, e, se por 
tempo inferior, será igual à soma das 
prestações. 
 
- O juiz corrigirá, DE OFÍCIO E POR 
ARBITRAMENTO, o valor da causa 
quando verificar que não corresponde 
ao conteúdo patrimonial em discussão 
ou ao proveito econômico perseguido 
pelo autor, caso em que se procederá ao 
recolhimento das custas correspondentes. 
 
- O réu poderá impugnar, em preliminar 
da contestação, o valor atribuído à 
causa pelo autor, SOB PENA DE 
PRECLUSÃO, e o juiz decidirá a respeito, 
impondo, se for o caso, a 
complementação das custas. 
 
- As tutelas provisórias de urgência e de 
evidência são admissíveis no sistema 
dos Juizados Especiais. 
 
- A decisão que nega a tutela provisória 
coletiva não obsta a concessão da tutela 
provisória no plano individual. 
 
- O NCPC eliminou o juízo de 
admissibilidade do juizo a quo. Nesse 
caso, não cabe mais ao juiz de 1º grau 
inadmitir o recurso de apelação. Cabe 
reclamação ao Tribunal se o juiz de 1ª grau 
inadmitir o recurso de apelação. 
(Enunciados 99 e 208 FPPC) 
 
- Nas ações de acidente do trabalho, os 
honorários periciais, adiantados pelo 
INSS, constituirão despesa a cargo do 
Estado, nos casos em que sucumbente a 
parte autora, beneficiária da isenção de 
 
 
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ônus sucumbenciais, prevista no parágrafo 
único do art. 129 da Lei n. 8.213/1991. 
REsp 1.824.823-PR, Rel. Min. Assusete 
Magalhães, Primeira Seção, por 
unanimidade, julgado em 21/10/2021, DJe 
25/10/2021. (Tema 1044) (Info 715) 
 
- A prolação de sentença objeto de 
recurso de apelação não acarreta a 
perda superveniente do objeto de 
agravo de instrumento pendente de 
julgamento que versa sobre a 
consumação da prescrição. 
Exemplo hipotético: João ajuizou ação de 
cobrança contra Pedro. Na contestação 
Pedro alegou que a pretensão estaria 
prescrita. Logo, pediu a extinção do 
processo com resolução do mérito, nos 
termos do art. 487, II, do CPC. O juiz, 
contudo, não concordou e proferiu 
decisão interlocutória rejeitando a 
arguição deprescrição. Contra essa 
decisão, Pedro interpôs agravo de 
instrumento, insistindo no argumento de 
que teria havido a consumação da 
prescrição. Antes que o agravo de 
instrumento fosse julgado, houve a 
prolação de sentença. Mesmo assim, não 
haverá perda superveniente do objeto de 
agravo de instrumento que versa sobre a 
consumação da prescrição. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1921166-RJ, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 05/10/2021 
(Info 713) 
 
- A parte pode ser condenada em 
litigância de má-fé e embargos de 
declaração protelatórios em 
decorrência do mesmo fato. 
AGRAVO INTERNO NO RECURSO 
ESPECIAL. AUTOS DE AGRAVO DE 
INSTRUMENTO NA ORIGEM - DECISÃO 
MONOCRÁTICA QUE NEGOU 
PROVIMENTO AO RECLAMO. 
INSURGÊNCIA DA PARTE AGRAVANTE. 
2.1. No caso em tela, a aplicação da multa 
por litigância de má-fé, no percentual de 
10% (dez por cento) sobre o valor da 
causa, foi devidamente justificada pelas 
instâncias ordinárias. A modificação das 
conclusões adotadas no acórdão recorrido 
demandaria o revolvimento de suporte 
fático-probatório dos autos. Incidência 
dos óbices das Súmulas 7 e 83 do STJ. 3. 
Conforme entendimento proferido no 
REsp n. 1.250.739/PA, pela Corte Especial 
do STJ, as sanções previstas no artigo 
1.026, § 2º, do CPC/15 (antigo art. 538, 
parágrafo único, do CPC/73), e no artigo 
81 do CPC/15 (antigo art. 18 do CPC/73), 
possuem naturezas distintas, podendo, 
inclusive, serem cumuladas. 
(AgInt no REsp 1910327/TO, Rel. Ministro 
MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado 
em 31/05/2021, DJe 04/06/2021) 
 
- Macete: 
*MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ – 
valor: superior a 1% e inferior a 10% do 
valor da causa; destinatário: parte 
contrária (81, caput, CPC); 
*ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA 
JUSTIÇA: valor: até 20% do valor da causa; 
destinatário: União ou Estado (77, § 3º, 
CPC); 
*MULTA EMBARGOS PROTELATÓRIOS – 
valor: até 2% do valor da causa; 
destinatário: embargado (1026, § 2º, CPC) 
 
- Somente se admite a técnica do 
julgamento ampliado, em agravo de 
instrumento, quando houver o 
provimento do recurso por maioria de 
votos e desde que a decisão agravada 
tenha julgado parcialmente o mérito. 
 
 
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STJ. 3ª Turma. REsp 1960580-MT, Rel. Min. 
Moura Ribeiro, julgado em 05/10/2021 
(Info 713). 
 
- Em caso de desistência da ação após a 
citação e antes de apresentada a 
contestação, é devida a condenação do 
autor ao pagamento de honorários 
advocatícios, que deve observar a regra 
geral prevista no § 2º do art. 85 do 
CPC/2015. 
O art. 1.040, § 2º, do CPC/2015, que trata 
de hipótese específica de desistência do 
autor antes da contestação sem 
pagamento de honorários advocatícios, 
somente se aplica dentro do 
microssistema do recurso especial 
repetitivo. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1819876-SP, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
05/10/2021 (Info 713). 
 
- No caso de vários pedidos e em que 
apenas um diga respeito a 
entendimento firmado em incidente de 
resolução de demanda repetitiva, o juiz 
poderá indeferir a petição inicial quanto 
ao pedido repetido e determinar a 
citação do réu com relação aos demais. 
 
- O juiz julgará antecipadamente o 
mérito do pedido, quando não houver 
necessidade de produção de outras 
provas ou quando o réu for revel e 
presumir-se verdadeiras as alegações 
de fato formuladas pelo autor e, ainda, 
o réu não houver formulado 
requerimento de provas contrapostas 
às alegações do autor, o que deve fazer 
por representação nos autos a tempo de 
praticar os atos processuais indispensáveis 
a essa produção. 
 
- Nas ações civis públicas promovidas pela 
DPU, a legislação pertinente prevê a 
dispensa do adiantamento de custas, 
emolumentos, honorários periciais e 
outras despesas para a parte autora; 
entretanto, nessas ações, aquele que 
integrar o polo passivo da relação 
processual não desfrutará do mesmo 
benefício. 
 
- As decisões interlocutórias sobre a 
instrução probatória não são 
impugnáveis por agravo de 
instrumento ou pela via mandamental, 
sendo cabível a sua impugnação diferida 
pela via da apelação. RMS 65.943-SP, Rel. 
Min. Mauro Campbell Marques, Segunda 
Turma, por unanimidade, julgado em 
26/10/2021. (Info 715) 
 
- Da Defensoria Pública como curadora 
especial 
* O CPC prevê que, em determinadas 
situações, o juiz terá que nomear um 
curador especial que irá defender, no 
processo civil, os interesses do réu, 
porquanto este não detém a capacidade 
de estar em juízo (capacidade 
processual) ou não está em condições 
de exercê-la. O curador especial também 
é chamado de curador à lide. 
O exercício da curadoria especial é função 
institucional da Defensoria Pública, 
sendo isso o que prevê a Lei Orgânica da 
Defensoria Pública (LC 80/94): Art. 4o São 
funções institucionais da Defensoria 
Pública, dentre outras: XVI – exercer a 
curadoria especial nos casos previstos em 
le 
*A Turma reafirmou que não são devidos 
honorários à Defensoria Pública no 
exercício da curadoria especial, uma vez 
que essa função faz parte de suas 
atribuições institucionais. (...) Esclareceu 
 
 
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a Min. Relatora que, apesar da 
impossibilidade de percepção de 
honorários advocatícios no exercício de 
função institucional, eles só são devidos à 
Defensoria Pública como instituição, 
quando forem decorrentes da regra geral 
de sucumbência nos termos do art. 4º, XXI, 
da LC n. 80/1994. REsp 1.203.312-SP, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, julgado em 
14/4/2011 (Info 469). 
 
- A mera remissão a link de site do 
Tribunal de origem nas razões recursais 
é insuficiente para comprovar a 
tempestividade de recurso. 
AgInt nos EDCL no REsp 1.893.371-RJ, Rel. 
Min. Mauro Campbell Marques, Segunda 
Turma, por unanimidade, julgado em 
26/10/2021. (Info 715) 
 
- STF (Info 787, RG): a decisão do STF que 
declara a constitucionalidade ou a 
inconstitucionalidade de preceito 
normativo não produz a automática 
reforma ou rescisão das decisões 
proferidas nos processos anteriores que 
tenham adotado entendimento 
diferente. Para que haja essa reforma ou 
rescisão, será indispensável a 
interposição do recurso próprio ou, se 
for o caso, ação rescisória própria. Não 
se deve confundir a eficácia normativa da 
decisão em ADI/ADO (efeito ex tunc) com 
a eficácia executiva (ex nunc). 
 
- O princípio do máximo benefício da 
tutela jurisdicional coletiva indica que a 
sentença coletiva somente pode 
interferir nas demandas individuais se 
for para beneficiar o seu autor, mas não 
para prejudicá-lo. Significa que, caso o 
pedido formulado em uma ação coletiva 
seja julgado procedente, e exista ação 
individual em trânsito com o mesmo 
objeto, o autor da ação individual pode 
beneficiar-se do resultado da ação 
coletiva. Mas, sendo a ação coletiva 
julgada improcedente, o seu resultado não 
poderá, por si só, prejudicar os pedidos 
idênticos formulados em ações 
individuais. Este princípio é o que informa 
a denominada "coisa julgada in utilibus". 
 
- Se os honorários advocatícios não 
estiverem incluídos na CDA, eles serão 
fixados em 10% com base no art. 827 do 
CPC, não se aplicando o art. 85, § 3º. Na 
Execução Fiscal, quando não incluídos 
como encargo na CDA, os honorários 
provisórios arbitrados no despacho do juiz 
que ordena a citação devem observar o 
percentual estabelecido no art. 827 e não 
as faixas do art. 85, § 3°, ambos do 
CPC/2015. 
STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 1738784-
GO, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado 
em 05/10/2021 (Info 713). 
 
- Requerimento para cumprimento de 
sentença deve ser instruído com 
demonstrativo discriminado e 
atualizado do crédito (art. 524, 
CPC/2015). 
Art. 524 (…) - § 4º Quando a 
complementação do demonstrativo 
depender de dados adicionais em poder 
do executado, o juiz poderá, a 
requerimento do exequente, requisitá-los, 
fixando prazo de até 30 (trinta)dias para o 
cumprimento da diligência. 
§ 5º Se os dados adicionais a que se refere 
o § 4º não forem apresentados pelo 
executado, sem justificativa, no prazo 
designado, reputar-se-ão corretos os 
cálculos apresentados pelo exequente 
apenas com base nos dados de que 
dispõe. 
 
 
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* A requerimento do credor, pode ser 
determinado prazo judicial (em média 
30 dias) para que o executado ou 
terceiro apresente documentos que 
estejam em seu poder, com o objetivo de 
acerto nos cálculos dos valores 
decorrentes da obrigação contida na 
sentença, para a fase de execução. 
Havendo descumprimento injustificado 
do prazo arbitrado, não fluirá o prazo 
prescricional para a execução ou o 
cumprimento de sentença. 
STJ entende que com a medida 
estabelecida no parágrafo 5º, não pode 
mais o credor informar impossibilidade a 
suspender o prazo prescricional. 
STJ, REsp 1.336.026-PE, INFO 607. 
 
- CPC, Art. 77. Além de outros previstos 
neste Código, são deveres das partes, de 
seus procuradores e de todos aqueles 
que de qualquer forma participem do 
processo: 
I - expor os fatos em juízo conforme a 
verdade; 
II - não formular pretensão ou de 
apresentar defesa quando cientes de que 
são destituídas de fundamento; 
III - não produzir provas e não praticar atos 
inúteis ou desnecessários à declaração ou 
à defesa do direito; 
IV - cumprir com exatidão as decisões 
jurisdicionais, de natureza provisória ou 
final, e não criar embaraços à sua 
efetivação; 
V - declinar, no primeiro momento que 
lhes couber falar nos autos, o endereço 
residencial ou profissional onde receberão 
intimações, atualizando essa informação 
sempre que ocorrer qualquer modificação 
temporária ou definitiva; 
VI - não praticar inovação ilegal no estado 
de fato de bem ou direito litigioso. 
VII - informar e manter atualizados seus 
dados cadastrais perante os órgãos do 
Poder Judiciário e, no caso do § 6º do art. 
246 deste Código, da Administração 
Tributária, para recebimento de citações e 
intimações. (Incluído pela Lei nº 14.195, 
de 2021) 
 
§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o 
juiz advertirá qualquer das pessoas 
mencionadas no caput de que sua 
conduta poderá ser punida como ato 
atentatório à dignidade da justiça. 
§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV 
e VI constitui ato atentatório à dignidade 
da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo 
das sanções criminais, civis e processuais 
cabíveis, aplicar ao responsável multa de 
até vinte por cento do valor da causa, de 
acordo com a gravidade da conduta. 
§ 3 o Não sendo paga no prazo a ser fixado 
pelo juiz, a multa prevista no § 2º será 
inscrita como dívida ativa da União ou do 
Estado após o trânsito em julgado da 
decisão que a fixou, e sua execução 
observará o procedimento da execução 
fiscal, revertendo-se aos fundos previstos 
no art. 97 . 
§ 4º A multa estabelecida no § 2º poderá 
ser fixada independentemente da 
incidência das previstas nos arts. 523, § 1º 
, e 536, § 1º . 
§ 5º Quando o valor da causa for irrisório 
ou inestimável, a multa prevista no § 2º 
poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o 
valor do salário-mínimo. 
§ 6º Aos advogados públicos ou privados 
e aos membros da Defensoria Pública e do 
Ministério Público não se aplica o disposto 
nos §§ 2º a 5º, devendo eventual 
responsabilidade disciplinar ser apurada 
 
 
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pelo respectivo órgão de classe ou 
corregedoria, ao qual o juiz oficiará. 
§ 7º Reconhecida violação ao disposto no 
inciso VI, o juiz determinará o 
restabelecimento do estado anterior, 
podendo, ainda, proibir a parte de falar 
nos autos até a purgação do atentado, 
sem prejuízo da aplicação do § 2º. 
§ 8º O representante judicial da parte não 
pode ser compelido a cumprir decisão em 
seu lugar. 
 
- Se o réu recorreu contra sentença que 
favoreceu litisconsortes ativos 
facultativos simples e o Tribunal deu 
provimento ao recurso no que tange a 
apenas alguns dos litisconsortes, haverá 
condenação em honorários recursais 
quanto aos demais. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1954472-RJ, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 05/10/2021 
(Info 714). 
 
- Súmula 41-STJ: O Superior Tribunal de 
Justiça não tem competência para 
processar e julgar, originariamente, 
mandado de segurança contra ato de 
outros tribunais ou dos respectivos 
órgãos. 
 
- A existência de recurso administrativo 
com efeito suspensivo não impede o 
uso do mandado de segurança contra 
omissão da autoridade. (S 429, STJ) 
 
- STF. Súmula n. 631: EXTINGUE-SE O 
PROCESSO DE MANDADO DE 
SEGURANÇA SE O IMPETRANTE NÃO 
PROMOVE, NO PRAZO ASSINADO, A 
CITAÇÃO DO LITISCONSORTE PASSIVO 
NECESSÁRIO. 
 
- É admissível ação declaratória, visando 
a obter certeza quanto à exata 
interpretação de cláusula contratual (S. 
181, do STJ). 
 
- Súmula 449-STF: O valor da causa, na 
consignatória de aluguel, corresponde a 
uma anuidade. 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
- Art. 104 – A, p. 5º - CDC - § 5º O pedido 
do consumidor a que se refere o caput 
deste artigo [repactuação das dívidas 
por endividamento do consumidor 
pessoa natural] não importará em 
declaração de insolvência civil e poderá 
ser repetido somente após decorrido o 
prazo de 2 (dois) anos, contado da 
liquidação das obrigações previstas no 
plano de pagamento homologado, sem 
prejuízo de eventual repactuação. 
- Segundo a FGV (certame do TJPR/2021), 
a cláusula de eleição de foro em 
contrato de consumo é admissível 
desde que não prejudique a facilitação 
da defesa do consumidor, que pode 
optar por demandar no foro de seu 
domicílio ou no foro de eleição. 
 
- Publicidade por telefone: (i) é 
permitida se a chamada é gratuita para 
o consumidor; (ii) é proibida se a 
chamada é onerosa. (interpretação do art. 
33, parágrafo único, do CDC). 
 
 
 
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- É nula de pleno direito a cláusula de 
contrato de consumo que estabeleça a 
utilização compulsória da arbitragem. 
(art. 51, VII, CDC) 
 
- ##Jurisprud. Teses/STJ - Ed. nº 161: 
##TRF3-2018: ##MPDFT-2021: Tese 10: As 
regras do CDC não se aplicam aos 
contratos firmados no âmbito do 
Programa de Financiamento Estudantil 
- FIES, pois não se trata de serviço 
bancário, mas de programa 
governamental custeado pela União. 
 
- ##MPSC-2010: ##TRF2-2009/2011: 
##TJPR-2012: ##MPPI-2012: ##MPRR-
2012: ##DPEAC-2012: ##DPEES-2012: 
##PGEPA-2012: ##DPEDF-2013: 
##Cartórios/TJBA-2013: ##TRF3-2013: 
##TJDFT-2014: ##DPEGO-2014: 
##DPEPR-2014: ##Analista Legisl.-Câm. 
Deputados/2014: ##TJPB-2015: ##PGEPR-
2015: ##PGM-Salvador/BA-2015: ##TRF4-
2014/2016: ##DPEBA-2016: ##PGM-
Marília/SP-2016: ##TRF5-
2011/2015/2017: ##DPEAL-2017: ##Anal. 
Judic./TRF1-2017: ##DPEAM-2013/2018: 
##PCSE-2018: ##TJPA-2019: ##MPGO-
2019: ##DPEMG-2019: ##Assessor 
Juríd./CODEVASF-2021: ##CESPE: ##FCC: 
##PUCPR: ##VUNESP: 
Teoria Maximalista (objetiva) x Teoria 
Finalista (subjetiva): Landolfo Andrade 
explica que, “na teoria maximalista 
(objetiva), ‘destinatário final’ é o 
destinatário fático do produto ou 
serviço, ou seja, é aquele que adquire o 
produto ou serviço, retirando-o do 
mercado de consumo. Note-se que para o 
maximalista a definição de ‘destinatário 
final’ é puramente objetiva, ou seja, não 
importa saber qual a destinação 
econômica que a pessoa física ou jurídica 
pretende dar ao produto ou serviço. Basta 
a retirada do bem de consumo da cadeia 
de produção para que se identifique o 
consumidor, sendo irrelevante saber se o 
produto ou serviço será revendido, 
empregado profissionalmente ou utilizado 
para fim pessoal ou familiar. Nessa linha, 
considera-se consumidor, por exemplo, o 
empresário que adquire uma máquina 
nova para empregá-la na produção têxtil 
de sua fábrica. (...) Já para a teoria 
finalista (subjetiva), ’destinatário final’ 
é o destinatário fático e econômico do 
produto ou serviço.Para se identificar o 
consumidor, portanto, não basta que o 
adquirente ou utente seja o destinatário 
fático do bem, retirando-o da cadeia de 
produção: deve ser também o seu 
destinatário econômico, ou seja, deve 
empregá-lo apara atender necessidade 
pessoal ou familiar, não podendo 
revendê-lo ou utilizá-lo para fim 
profissional. (...) Na interpretação finalista, 
somente pode ser considerado 
consumidor aquele que adquire ou utiliza 
produto ou serviço para fim pessoal ou 
familiar, não o empregando, portanto, 
para o incremento de sua atividade 
econômica. Noutras palavras, somente o 
adquirente ou utente não profissional 
pode ser considerado consumidor. (Fonte: 
ANDRADE, Adriano; MASSON, Cléber; 
ANDRADE, Landolfo. Interesses difusos e 
coletivos. 10ª Ed.; Editora Método, 2020, 
pp. 536-537). Sobre a teoria finalista ou 
subjetiva, vejamos os seguintes julgados 
do STJ: “No tocante à aplicação do CDC, a 
jurisprudência deste Tribunal Superior 
consolidou-se no sentido da adoção da 
teoria finalista ou subjetiva para fins de 
caracterização da pessoa jurídica como 
consumidora em eventual relação de 
consumo, motivo pelo qual a 
contratação inserida no âmbito da 
atividade empresarial da autora afasta a 
aplicação da pretendida norma. STJ. 4ª 
T., AgRg no AREsp 482.875/SP, Rel. Min. 
Marco Buzzi, j. 15/03/18. (...) A 
jurisprudência desta Corte sedimenta-se 
 
 
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no sentido da adoção da teoria finalista ou 
subjetiva para fins de caracterização da 
pessoa jurídica como consumidora em 
eventual relação de consumo, devendo, 
portanto, ser destinatária final econômica 
do bem ou serviço adquirido (REsp 
541.867/BA). STJ. 2ª S., CC 92.519/SP, Rel. 
Min. Fernando Gonçalves, j. 16/02/09.” 
 
- ##Jurisprud. Teses/STJ - Ed. nº 83: 
##MPPI-2019: ##MPDFT-2021: ##CESPE: 
Tese 04: As cooperativas de crédito são 
equiparadas às instituições financeiras, 
aplicando-se-lhes o Código de Defesa do 
Consumidor, nos termos da Súmula n. 
297/STJ. 
 
- ##MPBA-2010: ##MPRO-2010: 
##DPEBA-2010: ##TRF1-2013: ##DPEGO-
2014: ##MPDFT-2021: ##CESPE: Por 
intermédio da observância do disposto no 
art. 10, § 1º do CDC é que se procede ao 
denominado recall ou chamamento. É o 
procedimento gratuito pelo qual o 
fornecedor informa o público e/ou 
eventualmente o convoca para sanar os 
defeitos encontrados em produtos 
vendidos ou serviços prestados. O 
objetivo essencial do recall é proteger e 
preservar a vida, a saúde, a integridade e a 
segurança do consumidor, além de evitar 
e minimizar prejuízos físicos ou morais. O 
recall não exclui a responsabilidade do 
fornecedor: o fato de o fornecedor alertar 
os consumidores, através de anúncios 
publicitários ou comunicar o ato 
imediatamente às autoridades 
competentes e aos consumidores, não o 
exime da responsabilidade objetiva sobre 
os danos provenientes dos vícios e 
defeitos de tais produtos e serviços, 
devendo responder nos exatos termos do 
art. 12 e ss do CDC. 
 
- ##STJ: ##DOD: ##MPAP-2021: ##CESPE: 
A Súmula 130 do STJ prevê o seguinte: 
a empresa responde, perante o cliente, 
pela reparação de DANO ou FURTO de 
veículo ocorridos em seu 
estacionamento. Em casos de roubo, o 
STJ tem admitido a interpretação 
extensiva da Súmula 130 do STJ, para 
entender que há o dever do fornecedor de 
serviços de indenizar, mesmo que o 
prejuízo tenha sido causado por roubo, se 
este foi praticado no estacionamento de 
empresas destinadas à exploração 
econômica direta da referida atividade 
(empresas de estacionamento pago) ou 
quando o estacionamento era de um 
grande shopping center ou de uma rede 
de hipermercado. Por outro lado, não se 
aplica a Súmula 130 do STJ em caso de 
roubo de cliente de lanchonete fast-food, 
se o fato ocorreu no estacionamento 
externo e gratuito por ela oferecido. Nesta 
situação, tem-se hipótese de caso fortuito 
(ou motivo de força maior), que afasta do 
estabelecimento comercial proprietário da 
mencionada área o dever de indenizar. 
Logo, a incidência do disposto na Súmula 
130 do STJ não alcança as hipóteses de 
crime de roubo a cliente de lanchonete 
praticado mediante grave ameaça e com 
emprego de arma de fogo, ocorrido no 
estacionamento externo e gratuito 
oferecido pelo estabelecimento comercial. 
STJ. 3ª T. REsp 1.431.606-SP, Rel. Min. 
Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 15/8/17 (Info 
613). (...) O STJ, conferindo interpretação 
extensiva à Súmula 130, entende que 
estabelecimentos comerciais, tais como 
grandes shoppings centers e 
hipermercados, ao oferecerem 
estacionamento, ainda que gratuito, 
respondem pelos assaltos à mão armada 
praticados contra os clientes quando, 
apesar de o estacionamento não ser 
inerente à natureza do serviço prestado, 
gera legítima expectativa de segurança ao 
 
 
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cliente em troca dos benefícios financeiros 
indiretos decorrentes desse acréscimo de 
conforto aos consumidores. No entanto, 
nos casos em que o estacionamento 
representa mera comodidade, sendo área 
aberta, gratuita e de livre acesso por 
todos, o estabelecimento comercial não 
pode ser responsabilizado por roubo à 
mão armada, fato de terceiro que exclui a 
responsabilidade, por se tratar de fortuito 
externo. Assim, lanchonete não tem o 
dever de indenizar consumidor vítima de 
roubo ocorrido no estacionamento 
externo e gratuito do estabelecimento. 
STJ. 2ª S. EREsp 1.431.606/SP, Rel. Min. 
Maria Isabel Gallotti, j. 27/3/19 (Info 648). 
 
- ##STJ: ##MPBA-2010: ##DPEGO-2010: 
##TRF1-2011: ##MPRR-2012: ##TRF3-
2013: ##MPF-2013: ##DPEPR-2014: 
##DPERS-2014: ##PGEPR-2015: ##TRF5-
2015: ##DPEBA-2016: ##MPRO-2017: 
##TJPA-2019: ##Advogado-CODEN/SP-
2021: ##CESPE: ##FCC: ##FMP: ##PUCPR: 
##VUNESP: Segundo a doutrina, são 
objeto de tutela pelo CDC os serviços 
públicos prestados uti singuli e 
mediante retribuição por tarifa ou 
preço público, quer pelo Poder Público 
diretamente, quer por empresas 
concessionárias ou permissionárias, 
sobretudo, para os efeitos do seu art. 
22. (Fonte: CDC comentado pelos autores 
do anteprojeto: direito material e processo 
coletivo: volume único/Ada Pellegrini 
Grinover...; colaboração. Vicente Gomes de 
Oliveira Filho e João Ferreira Braga. 12. ed. 
Forense, 2019). Nesse sentido, vejamos o 
seguinte julgado do STJ: “Os serviços 
públicos impróprios ou UTI SINGULI 
prestados por órgãos da administração 
pública indireta ou, modernamente, por 
delegação a concessionários, como 
previsto na CF (art. 175), são remunerados 
por tarifa, sendo aplicáveis aos respectivos 
contratos o CDC. (...)” (STJ, 2ª T., AgRg no 
REsp 1089062/SC, Rel. Min. Eliana Calmon, 
j. 01/09/09). 
 
- ##DOD: ##STJ: ##TJPR-2021: ##Proc.-
TC/DF-2021: ##CESPE: ##FGV: Membros 
do conselho fiscal de uma cooperativa 
não podem ser atingidos pela 
desconsideração da personalidade 
jurídica se não praticaram nenhum ato 
de administração: A desconsideração da 
personalidade jurídica, ainda que com 
fundamento na Teoria Menor, não pode 
atingir o patrimônio pessoal de membros 
do Conselho Fiscal sem que haja a mínima 
presença de indícios de que estes 
contribuíram, ao menos culposamente e 
com desvio de função, para a prática de 
atos de administração. Caso concreto: 
consumidor comprou um imóvel de uma 
cooperativa habitacional, mas este nunca 
foi entregue; o consumidor ajuizou ação 
de cobrança contra a cooperativa, tendo o 
pedido sido julgado procedente para 
devolver os valores pagos; durante o 
cumprimento de sentença, o juiz, com 
base na teoria menor, fez a 
desconsideração da personalidade jurídica 
para atingir o patrimônio pessoal dos 
membros do Conselho Fiscal da 
cooperativa; o STJ afirmou que eles não 
poderiam ter sido atingidos. A despeito de 
não se exigir prova de abuso ou fraude 
para fins de aplicação da Teoria Menor da 
desconsideraçãoda personalidade 
jurídica, tampouco de confusão 
patrimonial, o § 5º do art. 28 do CDC não 
dá margem para admitir a 
responsabilização pessoal de quem jamais 
atuou como gestor da empresa. STJ. 3ª T. 
REsp 1766093-SP, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva, j. 12/11/19 (Info 661). 
 
- ##MPRN-2009: ##DPERO-2012: 
##DPERS-2011/2014: ##DPEPB-2014: 
 
 
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##MPRO-2010/2017: ##TJDFT-2014: 
##DPEPA-2015: ##DPU-2015: ##TJAM-
2016: ##DPEMT-2016: ##TRF2-2017: 
##DPEPE-2018: ##MPMG-2019/2021: 
##TJGO-2021: ##TJPR-2021: ##MPSC-
2021: ##CESPE: ##FCC: ##FGV: 
##VUNESP: O CC/02 e o CDC adotam 
teorias distintas para justificar a 
desconsideração da personalidade 
jurídica. Enquanto o primeiro acolheu a 
teoria maior, exigindo a demonstração de 
abuso ou fraude como pressuposto para 
sua decretação (CC art. 50), o CDC perfilha 
a teoria menor, a qual admite a 
responsabilização dos sócios quando a 
personalidade da sociedade empresária 
configurar impeditivo ao ressarcimento 
dos prejuízos causados ao consumidor 
(CDC art. 28, § 5º). 
 
- ##STJ: ##DOD: ##MPMG-2021: Erro 
grosseiro de sistema não obriga 
empresas a emitir passagens compradas 
a preço muito baixo: Caso concreto: em 
decorrência de uma falha no site da 
empresa de turismo Decolar.com, constou 
que duas passagens aéreas, ida e volta, de 
Brasília para Amsterdã (Holanda) 
custariam cerca de R$ 1 mil. Um casal 
tentou efetuar a compra, fazendo uma 
reserva no site. Dois dias depois, contudo, 
eles receberam um e-mail da empresa 
explicando que houve uma falha, 
cancelando a reserva. Não houve 
necessidade de estorno no cartão de 
crédito, pois a cobrança não foi feita no 
momento da reserva. Os consumidores 
ajuizaram ação pedindo a emissão dos 
bilhetes no valor que havia sido ofertado. 
O STJ, entretanto, não acolheu o pedido. 
Para o Tribunal, o erro sistêmico grosseiro 
no carregamento de preços e a rápida 
comunicação ao consumidor podem 
afastar a falha na prestação do serviço e o 
princípio da vinculação da oferta. O CDC 
não é somente um conjunto de artigos 
que protege o consumidor a qualquer 
custo. Antes de tudo, ele é um instrumento 
legal que pretende harmonizar as relações 
entre fornecedores e consumidores, 
sempre com base nos princípios da boa-fé 
e do equilíbrio contratual. No caso, os 
consumidores promoveram a reserva de 
bilhetes aéreos com destino internacional 
a preço muito aquém do praticado por 
outras empresas aéreas, não tendo sequer 
havido a emissão dos bilhetes eletrônicos 
(e-tickets) que pudessem formalizar a 
compra. Agrega-se o fato de que os 
valores sequer foram debitados do cartão 
de crédito e, em curto período, os 
consumidores receberam e-mail 
informando a não conclusão da operação. 
Nesse contexto, é inadmissível que, diante 
de inegável erro sistêmico grosseiro no 
carregamento de preços, possa se 
reconhecer a falha da prestação dos 
serviços das empresas, que prontamente 
impediram o lançamento de valores na 
fatura do cartão de crédito utilizado, 
informando, ainda, com antecedência 
necessária ao voo, o cancelamento da 
operação. Por conseguinte, não há que se 
falar em violação do princípio da 
vinculação da oferta (art. 30 do CDC). STJ. 
3ª T. REsp 1794991-SE, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, j. 05/05/20 (Info 671). 
 
- ##STJ: ##TJDFT-2015: ##MPMG-2019: 
##CESPE: O STJ permite o uso da 
publicidade comparativa implícita: “(...) 
1. A propaganda comparativa é forma de 
publicidade que identifica explícita ou 
implicitamente concorrente de produtos 
ou serviços afins, consagrando-se, em 
verdade, como um instrumento de 
decisão do público consumidor. 2. 
Embora não haja lei vedando ou 
autorizando expressamente a 
publicidade comparativa, o tema sofre 
influência das legislações consumerista 
e de propriedade industrial, tanto no 
 
 
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âmbito marcário quanto concorrencial. 
3. A publicidade comparativa não é 
vedada pelo CDC, desde que obedeça 
ao princípio da veracidade das 
informações, seja objetiva e não 
abusiva. 4. Para que viole o direito 
marcário do concorrente, as marcas 
devem ser passíveis de confusão ou a 
referência da marca deve estar 
cumulada com ato depreciativo da 
imagem de seu produto/serviço, 
acarretando a degenerescência e o 
consequente desvio de clientela. (...) 6. 
Propaganda comparativa ilegal é aquela 
que induz em erro o consumidor, 
causando confusão entre as marcas, 
ocorrendo de maneira a depreciar a marca 
do concorrente, com o consequente 
desvio de sua clientela, prestando 
informações falsas e não objetivas. 7. Na 
espécie, consoante realçado pelo acórdão 
recorrido, as marcas comparadas não 
guardam nenhuma semelhança, não 
sendo passíveis de confusão entre os 
consumidores. Ademais, foram prestados 
esclarecimentos objetivos sem denegrir a 
marca da concorrente, pelo que não se 
verifica infração ao registro marcário ou 
concorrência desleal. (...).” STJ. 4ª T., REsp 
1377911/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 
j. 02/10/14 (Info 550). “(...). 4. A 
publicidade comparativa pode ser definida 
como método ou técnica de confronto 
empregado para enaltecer as qualidades 
ou o preço de produtos ou serviços 
anunciados em relação a produtos ou 
serviços de um ou mais concorrentes, 
explícita ou implicitamente, com o 
objetivo de diminuir o poder de atração da 
concorrência frente ao público 
consumidor. (...)". STJ. 3ª T., REsp 
1668550/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 
23/05/17. (...) “(...). 4. A inexistência de 
norma expressa vedando a modalidade 
comparativa de publicidade revela sua 
aceitação pelo ordenamento jurídico 
brasileiro, mas não isenta o responsável 
por sua utilização de observar as regras 
atinentes à proteção dos direitos do 
consumidor e da propriedade 
intelectual. 5. Consoante a jurisprudência 
desta Corte, a publicidade comparativa, 
apesar de ser de utilização aceita, encontra 
limites na vedação à propaganda (i) 
enganosa ou abusiva; (ii) que denigra a 
imagem ou gere confusão entre os 
produtos ou serviços comparados, 
acarretando degenerescência ou desvio 
de clientela; (iii) que configure hipótese de 
concorrência desleal e (iv) que peque pela 
subjetividade e/ou falsidade das 
informações (...).” STJ. 3ª T., REsp 
1481124/SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas 
Cueva. J. 07/04/15. 
 
- ##MPBA-2010: ##DPERO-2012: 
##MPPR-2013: ##TRF2-2014: ##TRT1-
2015: ##CESPE: ##FCC: Publicidade 
subliminar: é aquela que atinge somente 
o inconsciente do indivíduo, fazendo 
com que não perceba que está sendo 
induzido a comprar. Em outras palavras, 
trata-se de mensagem que é transmitida 
em um baixo nível de percepção, tanto 
auditiva quanto visual; embora não 
possamos identificar esta absorção da 
informação, o nosso subconsciente capta-
a e ela é assimilada sem nenhuma barreira 
consciente, e aceitamo-la como se 
tivéssemos sido hipnotizados. Ela é 
expressamente proibida no art. 36 do 
CDC. 
 
- ##TRF5-2009: ##DPERO-2012: ##CESPE: 
Publicidade promocional: Tem por 
objetivo convencer o público a comprar 
o produto ou a contratar o serviço 
anunciado. Em outras palavras, tem por 
finalidade imediata a venda do bem de 
consumo. Ela é permitida. 
 
 
 
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- Para Cláudia Lima Marques, 
superendividamento é a 
“impossibilidade global de o devedor 
pessoa natural, consumidor, leigo e de 
boa-fé, pagar todas as suas dívidas 
atuais e futuras de consumo (excluídas 
as dívidas fiscais, as oriundas de delitos 
e as de alimentos), em um tempo 
razoável com sua capacidade atual de 
rendas e patrimônio”. Quando 
superendividado, o consumidor, ainda que 
use todo o salário do mês, não tem 
condições de honrar suas obrigações 
financeiras, sem que isso implique na 
ausência de orçamento para garantir sua 
sobrevivência, ou seja, seu mínimo 
existencial. É, portanto, ocompleto estado 
de insolvência civil da pessoa natural. A 
doutrina divide o superendividamento em 
ativo e passivo. 
1) ATIVO: o consumidor entra em 
situação de endividamento de forma 
voluntária, consumindo acima da 
capacidade orçamentária, seja 
abusando do crédito fácil, seja em razão 
da ação de fornecedores. Por sua vez, o 
superendividamento ativo divide-se em 
Consciente e Inconsciente: 
• a) CONSCIENTE: a pessoa 
consome de forma desenfreada, mesmo 
estando ciente da ausência de 
condições financeiras para a liquidação 
dos débitos contraídos. Em tal hipótese, 
não poderá usufruir do tratamento 
dispensado ao consumidor em situação de 
superendividamento, em decorrência da 
ausência de boa-fé. É justamente o que 
prevê o projeto de lei que trata sobre o 
tema: caso as dívidas tenham sido 
contraídas mediante fraude ou má-fé, ou 
sejam oriundas de contratos celebrados 
dolosamente com o propósito de não 
realizar o pagamento, o consumidor não 
estará albergado pelas disposições 
protetivas. 
• b) INCOSCIENTE: quando o 
consumidor “age de forma impulsiva, 
seduzido pelo mercado, adquirindo 
produtos supérfluos, deixando de 
controlar seus gastos”. Aqui, a pessoa 
acaba consumindo em razão da ação do 
mercado de consumo: milhares e milhares 
de ofertas e de cupons de desconto na 
caixa de e-mail, “juros zero”, “primeira 
parcela para 90 dias”, cartão de crédito 
enviado sem solicitação prévia, “promoção 
exclusiva de Natal”, “antecipe o 13º 
salário”, “consignado sem análise de 
crédito”, entre outros artifícios utilizados 
pelos fornecedores para atrair o 
consumidor. 
2) PASSIVO: quando a falta de recursos 
financeiros para quitar as dívidas não 
decorre de uma ação voluntária do 
consumidor, e sim de algo não previsto. 
Não é oriunda de “uma ação própria do 
consumidor, mas sim de uma condição 
que se impõe alheia à sua vontade. 
Trata-se do consumidor que, de boa-fé, 
consome dentro da sua capacidade 
orçamentária, mas que devido a uma 
situação imprevista se vê obrigado a não 
pagar suas dívidas”. São exemplos disso a) 
o nascimento de gêmeos; b) doença grave 
na família; c) “empréstimo do nome” para 
terceiro objetivando celebração de 
contrato de empréstimo; d) desemprego; 
e) morte do cônjuge; f) crise econômica. 
(Fonte: 
http://cursocliquejuris.com.br/blog/super
endividamento-muito-mais-do-que-
deixar-de-pagar-alguns-boletos/) 
 
- ##MPGO-2010: ##MPPB-2018: 
##MPDFT-2021: ##FCC: Explica Hugo 
Nigro Mazzilli que, “em matéria de 
interesses difusos, desde que a questão 
diga respeito indistintamente aos 
integrantes da comunidade, não se há 
reconhecer suspeição ou impedimento 
do promotor ou do juiz, mesmo que 
 
 
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também atingidos pelo dano... A razão é 
simples: quanto mais abrangente o 
interesse difuso, mais se aproxima do 
interesse público e impessoal de toda a 
coletividade” (O inquérito civil, São Paulo, 
Saraiva, 1999, p.90). 
 
- ##STJ: ##MPSC-2013: ##DPEPR-2014: 
##MPMG-2014/2018: A sentença de 
procedência na ação coletiva tendo por 
causa de pedir danos referentes a 
direitos individuais homogêneos, nos 
moldes do disposto no art. 95 do CDC, 
será, em regra, genérica, de modo que 
depende de superveniente liquidação, 
não apenas para apuração do quantum 
debeatur, mas também para aferir a 
titularidade do crédito, por isso 
denominada pela doutrina "liquidação 
imprópria". STJ. 4ª T., AgRg no REsp 
1348512/DF, Rel. Min. Luís Felipe Salomão, 
j. 18/12/12. Sobre o tema, Landolfo 
Andrade e Cleber Masson explicam que: 
“nas sentenças condenatórias genéricas 
do processo tradicional, cumpre ao 
interessado, na fase de liquidação, 
demonstrar simplesmente o quantum 
debeatur, ou seja, qual o valor a ser 
posteriormente executado (liquidez do 
título). O dever de o réu ressarcir 
especificamente aquele interessado já 
estava definido na sentença condenatória 
(certeza do título). Por sua vez, na 
liquidação de sentenças coletivas (ou 
mesmo das sentenças penais 
condenatórias de crimes contra 
coletividades abstratas) que geram a 
obrigação de indenizar os titulares de 
direitos individuais homogêneos 
lesados, os interessados (vítimas ou 
sucessores) não precisam comprovar 
apenas o quantum debeatur, mas a 
própria condição de vítima do evento 
reconhecido na sentença (ou de 
sucessor de uma vítima), uma vez que a 
sentença condenatória não identifica 
cada uma das vítimas do evento. Em 
razão disso, a liquidação dessas sentenças 
coletivas é denominada por Dinamarco 
como liquidação imprópria.” (Fonte: 
ANDRADE, Adriano; MASSON, Cléber; 
ANDRADE, Landolfo. Interesses difusos e 
coletivos. 10ª Ed.; Editora Método, 2020, 
pp. 320-321). 
 
- ##MPT-2013: ##PGEMS-2014: ##PGM-
Caruaru/PE-2018: ##MPAP-2021: 
##CESPE: Se o interesse individual 
homogêneo possuir relevância social e 
transcender a esfera de interesses dos 
efetivos titulares da relação jurídica de 
consumo, tendo reflexos práticos em 
uma universalidade de potenciais 
consumidores que, de forma 
sistemática e reiterada, sejam afetados 
pela prática apontada como abusiva, a 
legitimidade ativa do Ministério 
Público estará caracterizada. A 
recuperação fluida (fluid recovery), 
prevista no citado art. 100 do CDC, 
constitui específica e acidental hipótese 
de execução coletiva de danos causados 
a interesses individuais homogêneos, 
instrumentalizada pela atribuição de 
legitimidade subsidiária aos substitutos 
processuais do art. 82 do CDC para 
perseguirem a indenização de prejuízos 
causados individualmente aos 
substituídos, com o objetivo de preservar 
a vontade da Lei e impedir o 
enriquecimento sem causa do fornecedor 
que atentou contra as normas jurídicas de 
caráter público, lesando os consumidores. 
Ela terá por objeto a apuração do prejuízo 
globalmente causado. Conforme previsto 
no art. 100 do CDC para a sentença 
genérica que veicula direitos individuais 
homogêneos, passado o prazo de 1 ano 
sem habilitação de interessados (sem 
que requeiram a expedição do título no 
juízo coletivo e promovam a liquidação 
em separado), poderão os legitimados 
 
 
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coletivos fazer uma estimativa de 
quanto seria a indenização devida 
individualmente, para cada um e 
executar. Desse modo, o MP tem 
legitimidade subsidiária para a liquidação 
e execução da sentença coletiva, caso não 
haja habilitação por parte dos 
beneficiários, nos termos do art. 100 do 
CDC. 
- Se o vício do produto ou serviço foi 
sanado pelo fornecedor no prazo legal, é 
possível que ainda enseje reparação por 
danos morais? 
→ Sim, desde que presentes elementos 
caracterizadores do constrangimento à 
esfera moral do consumidor. 
- É válida a cláusula em contrato de 
consumo que reduza o prazo legal para 
que o vício seja sanado? 
→ Sim, desde que não seja inferior a 7 e 
nem superior a 180 dias. (art. 18, § 2º, 
CDC) 
- Para os danos de âmbito nacional ou 
regional, qual é o foro competente para 
as ações coletivas em defesa dos 
interesses individuais homogêneos? 
→ O foro da capital do estado ou o DF, 
aplicando-se o CPC para a competência 
concorrente, ressalvada a competência 
da JF. 
 
- CDC, Art. 95. Em caso de procedência do 
pedido, a condenação será genérica, 
fixando a responsabilidade do réu pelos 
danos causados. 
 
- Ações coletivas do CDC - natureza da 
coisa julgada 
 - para os direitos difusos → erga 
omnes, secundum eventum probationis 
(exceto insuficiência de provas) 
 - para os direitos coletivos → ultra 
partes, secundum eventum probationis 
(exceto insuficiência de provas) 
 - para os direitos individuais 
homogêneos → erga omnes, secundum 
eventum litis (apenas na procedência) 
 
- Qual é a responsabilidade do 
comerciante pelo vício e pelo fato do 
produto? 
→ Pelo vício, é solidária. Pelo fato, é 
subsidiária. 
 
- É válida a cobrança pelo promitente-vendedor do serviço de assessoria 
técnico-imobiliária, ou atividade 
congênere, vinculada à celebração de 
promessa de compra e venda de 
imóvel? 
→ Não. É abusiva. 
 
- É válida a cláusula contratual ou ato da 
operadora de plano de saúde que 
importe em interrupção de tratamento 
psicoterápico por esgotamento do 
número de sessões anuais asseguradas 
no Rol de Procedimentos e Eventos em 
Saúde da ANS? 
→ Não. É abusiva, pois a quantidade de 
consultas psicoterápicas que ultrapassar 
as balizas de custeio mínimo obrigatório 
deverá ser suportada tanto pela operadora 
quanto pelo usuário, em regime de 
coparticipação. 
 
- É válida a cláusula contratual excludente 
do custeio de medicamento prescrito e 
ministrado pelo médico em ambiente 
domiciliar, se escrita com destaque, que 
permita a imediata e fácil compreensão do 
consumidor? 
 
 
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→ Não. É abusiva, pois entende o STJ que, 
nos casos em que há previsão de 
cobertura para a doença do consumidor, 
consequentemente haverá cobertura 
para procedimento ou medicamento 
necessário para assegurar o tratamento 
de doenças previstas no referido plano, 
inclusive quando se tratar de 
medicamento domiciliar. 
 
- Em que casos entende o STJ ser abusiva 
a exclusão do seguro de acidentes 
pessoais em contrato de adesão? 
→ I) gravidez, parto ou aborto e suas 
consequências; 
II) perturbações e intoxicações 
alimentares de qualquer espécie; e 
III) todas as intercorrências ou 
complicações consequentes da 
realização de exames, 
tratamentos clínicos ou cirúrgicos. 
 
- É cabível dano moral pelo defeito na 
prestação de serviço de transporte 
aéreo com a entrega de passageiro 
menor desacompanhado, após horas de 
atraso, em cidade diversa da 
previamente contratada. REsp 
1.733.136-RO, Rel. Min. Paulo de Tarso 
Sanseverino, Terceira Turma, por 
unanimidade, julgado em 21/09/2021, DJe 
24/09/2021. (Info 711) 
 
- Informativo nº 0638: Na hipótese de 
atraso de voo, não se admite a 
configuração do dano moral in re ipsa. 
 
• TRANSPORTE INTERNACIONAL: 
aplica-se Convenções de Varsóvia e 
Montreal; 
• TRANSPORTE NACIONAL: aplica-
se o CDC. 
• Danos Morais = CDC 
• Danos Materiais = Convenção de 
Varsóvia e de Montreal 
- Tese estabelecida: na hipótese em que 
o consumidor autor impugnar a 
autenticidade da assinatura constante 
em contrato bancário juntado ao 
processo pela instituição financeiro, 
caberá a esta o ônus de provar a 
autenticidade (CPC, arts. 6º, 369, 429, II). 
(REsp 1.846.649/MA, Segunda Seção, Rel. 
Min. Marco Bellizze, julgado em 
24/11/2021, Tema 1061). 
 
- "A vedação à denunciação da lide nas 
relações de consumo refere-se tanto à 
responsabilidade pelo fato do serviço 
quanto pelo fato do produto." (STJ. 
AgRg no AREsp 659600, 4ª Turma, Rel. 
Min. ANTONIO CARLOS FERREIRA, DJe: 
09/08/16). 
 
- Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado 
liminar, com ou sem justificação prévia, 
em decisão sujeita a agravo. (…) § 2º A 
multa cominada liminarmente só será 
exigível do réu após o trânsito em 
julgado da decisão favorável ao autor, 
mas será devida desde o dia em que se 
houver configurado o descumprimento. 
 
- O Ministério Público tem legitimidade 
para ingressar com ação civil pública 
relativa ao pagamento de indenização 
do seguro DPVAT (a súmula 470, do STJ 
resta cancelada, repercussão geral 
reconhecida no tema 471) 
- A abusividade de encargos acessórios 
não descaracteriza a mora. Tema 972, 
STJ. 
 
 
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- A incorporadora na condição de 
promitente vendedora não é parte 
legítima para figurar no polo passivo da 
ação que vise a restituição da comissão 
de corretagem e da taxa de assessoria 
técnico imobiliária. 
- É de 5 (cinco) anos o prazo 
prescricional para executar sentença 
coletiva (em ACP, por exemplo), contado 
do trânsito em julgado, sendo que na 
ação popular, conta-se da publicação da 
sentença. 
- Na execução individual de sentença 
coletiva contra a Fazenda Pública, quando 
já iniciada a execução coletiva, o prazo 
quinquenal para a propositura do título 
individual, nos termos da Súmula n. 
150/STF, interrompe-se com a 
propositura da execução coletiva, 
voltando a correr, após essa data, pela 
metade. 
 
- A liquidação e a execução individual 
de sentença genérica proferida em ação 
civil coletiva pode ser ajuizada no foro 
do domicílio do beneficiário, porquanto 
os efeitos e a eficácia da sentença não 
estão circunscritos a lindes geográficos, 
mas aos limites objetivos e subjetivos do 
que foi decidido, levando-se em conta, 
para tanto, sempre a extensão do dano e 
a qualidade dos interesses metaindividuais 
postos em juízo (arts. 93 e 103, CDC). 
(Recurso Repetitivo - Tema 480) 
 
- Não é abusiva a cláusula de cobrança 
de juros compensatórios incidente em 
período anterior à entrega das chaves 
no contrato de promessa de compra e 
venda ou de compra e venda de imóveis 
em construção sob o regime de 
incorporação imobiliária. (STJ) 
 
- A jurisprudência do STJ concilia e 
harmoniza os prazos do § 1º com o do § 5º 
do art. 43 do CDC, para estabelecer que a 
manutenção da inscrição negativa nos 
cadastros de proteção ao crédito 
respeita a exigibilidade do débito 
inadimplido, tendo, para tanto, um 
LIMITE MÁXIMO DE 5 ANOS que pode 
ser, todavia, restringido, se for menor o 
prazo prescricional para a cobrança do 
crédito. 
 
- A ação civil pública só discute a 
responsabilidade civil. 
 
- São ações administrativas dos Estados: 
XIX – aprovar o funcionamento de 
criadouros da fauna silvestre. 
 
- O saque indevido de numerário em 
conta-corrente, reconhecido e devolvido 
pela instituição financeira dias após a 
prática do ilícito, não configura, por si 
só, dano moral in re ipsa. 
 
- O plano de saúde pode estabelecer as 
doenças que terão cobertura, mas não o 
tipo de tratamento utilizado para a cura 
de cada uma, sendo abusiva a cláusula 
contratual que exclui tratamento 
domiciliar (home care). 
 
- É abusiva a recusa da operadora de 
plano de saúde em arcar com a 
cobertura de medicamento prescrito 
pelo médico para tratamento do 
beneficiário, ainda que se trate de 
fármaco off-label, ou utilizado em 
caráter experimental, não previsto em rol 
da Agência Nacional de Saúde 
Suplementar – ANS. 
 
 
 
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- Art. 32. Os fabricantes e importadores 
deverão assegurar a oferta de 
componentes e peças de reposição 
enquanto não cessar a fabricação ou 
importação do produto. Parágrafo único. 
Cessadas a produção ou importação, a 
oferta deverá ser mantida por período 
razoável de tempo, na forma da lei. 
 
- Em caso de pretensão de nulidade de 
cláusula de reajuste prevista em 
contrato de plano ou seguro de 
assistência à saúde ainda vigente, com a 
consequente repetição do indébito, a 
ação ajuizada está fundada no 
enriquecimento sem causa e, por isso, o 
prazo prescricional é trienal, nos termos 
do art. 206, § 3º, IV, do Código Civil. 
 
- A contrapropaganda é uma penalidade 
administrativa. 
 
- Pendendo ação judicial na qual se 
discuta a imposição de penalidade 
administrativa, não haverá reincidência 
até o trânsito em julgado da sentença. 
 
- As penas de cassação de alvará de 
licença, de interdição e de suspensão 
temporária da atividade, bem como a de 
intervenção administrativa, serão 
aplicadas mediante procedimento 
administrativo, assegurada ampla defesa, 
quando o fornecedor reincidir na prática 
das infrações de maior gravidade previstas 
neste código e na legislação de consumo. 
(CII). 
 
- Todos os delitos do CDC são dolosos, 
com exceção do crime do art. 63 e 66, § 
2º, do CDC. 
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos 
sobre a nocividade ou periculosidade de 
produtos, nas embalagens, nos invólucros, 
recipientes ou publicidade: 
§ 2° Se o crime é culposo: Pena Detenção 
de um aseis meses ou multa. 
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, 
ou omitir informação relevante sobre a 
natureza, característica, qualidade, 
quantidade, segurança, desempenho, 
durabilidade, preço ou garantia de 
produtos ou serviços: 
§ 2º Se o crime é culposo; Pena Detenção 
de um a seis meses ou multa. 
 
- São circunstâncias AGRAVANTES dos 
crimes tipificados neste código: I - serem 
cometidos em época de grave crise 
econômica ou por ocasião de 
calamidade; II - ocasionarem grave dano 
individual ou coletivo; III - dissimular-se 
a natureza ilícita do procedimento; IV - 
quando cometidos: a) por servidor 
público, ou por pessoa cuja condição 
econômico-social seja manifestamente 
superior à da vítima; b) em detrimento de 
operário ou rurícola; de menor de 18 ou 
maior de 60 anos ou de pessoas 
portadoras de deficiência mental 
interditadas ou não; V - serem praticados 
em operações que envolvam alimentos, 
medicamentos ou quaisquer outros 
produtos ou serviços essenciais. 
 
- Para o crime de publicidade enganosa, 
previsto no CDC, as pessoas objeto da 
denúncia deverão ser identificadas, bem 
como terá de ser demonstrado o vínculo 
delas com a criação, elaboração ou 
divulgação da publicidade enganosa. 
 
- No processo penal atinente aos crimes 
previstos neste código (Código de Defesa 
 
 
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do Consumidor), bem como a outros 
crimes e contravenções que envolvam 
relações de consumo, poderão intervir, 
como assistentes do Ministério Público, 
os legitimados indicados no art. 82, 
inciso III e IV, aos quais também é 
facultado propor ação penal 
subsidiária, se a denúncia não for 
oferecida no prazo legal. 
III - as entidades e órgãos da 
Administração Pública, direta ou indireta, 
ainda que sem personalidade jurídica, 
especificamente destinados à defesa dos 
interesses e direitos protegidos por este 
código; 
IV - as associações legalmente 
constituídas há pelo menos um ano e que 
incluam entre seus fins institucionais a 
defesa dos interesses e direitos protegidos 
por este código, dispensada a autorização 
assemblear. 
Também, a qualidade de sócio, por si só, 
não é suficiente para a 
responsabilização penal que só pode 
ocorrer na vertente subjetiva. Ou seja, 
deve ser demonstrado o dolo ou a culpa 
(se houver previsão da modalidade 
culposa), sob pena de responsabilização 
penal objetiva (não adotada no nosso 
sistema penal). 
 
- A peça acusatória poderá ser oferecida 
contra pessoa física desvinculada da 
pessoa jurídica. 
 
- CUIDADO, há uma distinção doutrinária 
entre bancos de dados e cadastros de 
consumidores. Com efeito, ambas são 
espécies do gênero "arquivos de 
consumo", mas se diferenciam 
substancialmente. Nos CADASTROS DE 
CONSUMIDORES, a fonte da 
informação é o próprio consumidor e o 
destino é um fornecedor específico. Ex.: 
uma loja que faz um cadastro baseado em 
informações de um consumidor que ali 
adquiriu um produto. Já os BANCOS DE 
DADOS tem por fonte informações 
prestadas pelos fornecedores e seu 
destinatário final é o mercado de 
consumo. Podem ter finalidades diversas, 
que vão desde a obtenção de informações 
para levantamentos estatísticos sobre 
perfil dos consumidores até a proteção ao 
crédito. Os órgãos de proteção ao crédito 
(SCPC, SERASA), portanto, são subespécies 
de bancos de dados de consumidores. O 
erro da questão foi trocar os conceitos, 
dispondo que os cadastros de 
consumidores são constituídos por 
informações repassadas por fornecedores, 
tendo como destino final o mercado. Essa 
definição não se trata de cadastro de 
consumidores, mas bancos de dados. 
 
- Embora restrinjam a privacidade dos 
consumidores, os bancos de dados de 
proteção ao crédito estão em 
conformidade com a ordem 
constitucional. 
 
- Na ação popular é defeso ao 
Ministério Público, em qualquer 
hipótese, assumir a defesa do ato 
impugnado ou de seus autores, devendo 
tão somente cumprir o papel de 
acompanhar a ação, produzir provas e 
promover a responsabilidade civil e 
criminal. (art. 6º,§ 4º, da Lei 4117) 
 
- A malha aérea concedida pela ANAC é 
uma oferta que vincula a 
concessionária a prestar o serviço 
concedido nos termos do art. 30 e 31 do 
CDC. Independentemente da maior ou da 
menor demanda, a oferta obriga o 
fornecedor a cumprir o que ofereceu, a 
agir com transparência e a informar o 
 
 
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consumidor, inclusive por escrito e 
justificadamente. Descumprida a oferta, a 
concessionária frustra os interesses e os 
direitos não apenas dos consumidores 
concretamente lesados, mas de toda uma 
coletividade, dando ensejo à reparação de 
danos materiais e morais (individuais e 
coletivos)." Info 593 do STJ. 
 
- Art. 7º. Constitui crime contra as 
relações de consumo: I - favorecer ou 
preferir, sem justa causa, comprador ou 
freguês, ressalvados os sistemas de 
entrega ao consumo por intermédio de 
distribuidores ou revendedores. (TJAM, 
errei, lá dizia com ou sem justa causa) 
 
- A decisão proferida pelo STF em sede 
de ação popular não tem força 
vinculante.. 
 
- A Ação Popular, como proposta, tem 
índole preventiva e repressiva ou 
corretiva, ao mesmo tempo. Assim, não 
é necessária que a lesão ao patrimônio 
público já esteja consolidada. 
 
- É correto o entendimento de que o 
termo inicial do prazo prescricional 
para a propositura de ação 
indenizatória é a data em que o 
consumidor toma ciência do registro 
desabonador, pois, pelo princípio da 
"actio nata", o direito de pleitear a 
indenização surge quando constatada a 
lesão e suas consequências. 
 
- A utilização de escore de crédito, 
método estatístico de avaliação de risco 
que não constitui banco de dados, 
dispensa o consentimento do 
consumidor, que terá o direito de 
solicitar esclarecimentos sobre as 
informações pessoais valoradas e as 
fontes dos dados considerados no 
respectivo cálculo. 
 
- Os crimes no CDC são punidos com 
detenção e multa, nunca com reclusão. 
 
- A instauração de inquérito civil não 
interrompe o prazo de prescrição para a 
ação coletiva. 
 
- O MP estadual tem legitimidade para 
instauração de inquérito civil em face de 
magistrado de 1º grau. 
 
- O simples fato de o Inquérito Civil ter-
se formalizado com base em denúncia 
anônima não impede que o MP realize 
administrativamente as investigações 
para formar juízo de valor sobre a 
veracidade da notícia. Ressalte-se que, 
no caso em espécie, os servidores públicos 
já estão, por lei, obrigados na posse e 
depois, anualmente, a disponibilizar 
informações sobre seus bens e evolução 
patrimonial. (RMS 38010 RJ) 
 
- Divulgação de publicidade é regida 
tanto pela legislação consumerista 
quanto pela de propriedade industrial, 
envolvendo o direito de marcas e o de 
concorrência. 
 
- Não vulnera o Código de Defesa do 
Consumidor a cobrança de tarifa básica 
de assinatura mensal pelo uso dos 
serviços de telefonia fixa. 
 
 
 
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- É inválida a cláusula que estabelece a 
perda das benfeitorias, sem direito a 
indenização, em caso de rescisão do 
contrato, em virtude de mora no 
pagamento do preço. 
 
- Se o fornecedor de serviços recusar 
cumprimento à oferta, o consumidor 
poderá rescindir o contrato, com direito 
à restituição de quantia eventualmente 
antecipada, além de perdas e danos. 
 
- A abertura de cadastro, ficha, registro e 
dados pessoais e de consumo deverá ser 
comunicada por escrito ao consumidor, 
quando não solicitada por ele. 
 
- 5 (cinco) apostas sobre o 
superendividamento (para você não errar): 
1 - De acordo com o art. 54-A, §1o do CDC, 
somente as pessoas naturais podem ser 
consideradas em superendividamento, 
não se estendendo às pessoas jurídicas. 
Vejamos: Art. 54-A (...) § 1o Entende-se por 
superendividamento a impossibilidade 
manifesta de o consumidor pessoa 
natural, de boa-fé,pagar a totalidade de 
suas dívidas de consumo, exigíveis e 
vincendas, sem comprometer seu mínimo 
existencial, nos termos da 
regulamentação. 
 
2 - De acordo com o art. 104-A do CDC, o 
juiz poderá instaurar o procedimento de 
pactuação a partir do pedido do 
consumidor e não de ofício. 
 
3 - Caso o credor não compareça de 
forma injustificada à audiência, será 
compulsoriamente incluído no plano. 
 
4 - Art. 104-A (...) § 2º O não 
comparecimento injustificado de qualquer 
credor, ou de seu procurador com poderes 
especiais e plenos para transigir, à 
audiência de conciliação de que trata o 
caput deste artigo acarretará a suspensão 
da exigibilidade do débito e a 
interrupção dos encargos da mora, bem 
como a sujeição compulsória ao plano de 
pagamento da dívida se o montante 
devido ao credor ausente for certo e 
conhecido pelo consumidor, devendo o 
pagamento a esse credor ser estipulado 
para ocorrer apenas após o pagamento 
aos credores presentes à audiência 
conciliatória. 
 
5 - O pedido do consumidor a que se 
refere o caput deste artigo não importará 
em declaração de insolvência civil e 
poderá ser repetido somente após 
decorrido o prazo de 2 (dois) anos, 
contado da liquidação das obrigações 
previstas no plano de pagamento 
homologado, sem prejuízo de eventual 
repactuação. (art. 104, § 5º, do CDC) 
 
- DEMONSTRADA, PELO 
CONSUMIDOR, A RELAÇÃO DE CAUSA E 
EFEITO ENTRE O PRODUTO E O DANO, 
INCUMBE AO FORNECEDOR O ÔNUS DE 
COMPROVAR A INEXISTÊNCIA DE 
DEFEITO DO PRODUTO OU A 
CONFIGURAÇÃO DE OUTRA 
EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE 
CONSAGRADA NO § 3º DO ART. 12 DO 
CDC. O consumidor satisfaz o seu ônus 
probatório quando demonstra o vínculo 
causal entre o evento danoso e o produto. 
No caso, o consumidor satisfez esse ônus 
considerando que ficou demonstrado que 
o automóvel incendiou. Embora as perícias 
realizadas não tenham identificado a 
causa do incêndio, a inexistência de 
defeito no veículo deveria ter sido 
 
 
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comprovada pelas fornecedoras rés, que, 
não o fazendo, não se eximem de 
responsabilidade pelo fato do produto. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1955890-SP, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 05/10/2021 
(Info 714). 
 
- “Nos contratos de plano de saúde não é 
abusiva a cláusula de coparticipação 
expressamente ajustada e informada ao 
consumidor, à razão máxima de 50% 
(cinquenta por cento) do valor das 
despesas, nos casos de internação 
superior a 30 (trinta) dias por ano, 
decorrente de transtornos psiquiátricos, 
preservada a manutenção do equilíbrio 
financeiro”. (STJ, REsp 1.809.486-SP, Rel. 
Min. Marco Buzzi, Segunda Seção, por 
unanimidade, julgado em 09/12/2020, DJe 
16/12/2020 – Tema 1032). 
 
- A SIMPLES COMERCIALIZAÇÃO DE 
ALIMENTO INDUSTRIALIZADO 
CONTENDO CORPO ESTRANHO É 
SUFICIENTE PARA CONFIGURAÇÃO DO 
DANO MORAL, NÃO SENDO 
NECESSÁRIA A SUA EFETIVA INGESTÃO. 
Existe, no caso, dano moral in re ipsa 
porque a presença de corpo estranho em 
alimento industrializado excede aos riscos 
comumente esperados pelo consumidor 
em relação a esse tipo de produto, 
caracterizando-se a situação como um 
defeito do produto, a permitir a 
responsabilização do fornecedor. 
ATENÇÃO! Havia divergência quanto ao 
tema entre as 3ª e 4ª Turmas, mas, com 
esse julgado, a 2ª Seção, que engloba 
ambas as Turma, pacificou esse 
entendimento. 
STJ. 2ª Seção. REsp 1.899.304/SP, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 25/08/2021. 
 
- O contrato de seguro saúde 
internacional firmado no Brasil não 
deve observar as normas pátrias 
alusivas aos reajustes de mensalidades 
de planos de saúde individuais fixados 
anualmente pela Agência Nacional de 
Saúde Suplementar (ANS). 
STJ. 3ª Turma.REsp 1850781-SP, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
28/09/2021 (Info 712). 
 
- Responsabilidade pessoas jurídicas: 
art. 28 CDC 
*Sociedades integrantes de grupos 
societários e controladas: 
responsabilidade subsidiária 
*_C_oligadas: _C_ulpa 
*Con_SO_rciadas: SO_lidaria 
 
- O art. 10, III, da Lei nº 9.656/98, ao 
excluir a inseminação artificial do 
plano-referência de assistência à saúde, 
também excluiu a técnica de fertilização 
in vitro. A inseminação artificial 
compreende a fertilização in vitro, bem 
como todas as técnicas médico-científicas 
de reprodução assistida, sejam elas 
realizadas dentro ou fora do corpo 
feminino. Isso significa que não é abusiva 
a negativa de custeio, pela operadora do 
plano de saúde, do tratamento de 
fertilização in vitro, quando não houver 
previsão contratual expressa. Salvo 
disposição contratual expressa, os planos 
de saúde não são obrigados a custear o 
tratamento médico de fertilização in vitro. 
STJ. 2ª Seção. REsp 1851062-SP, Rel. Min. 
Marco Buzzi, julgado em 13/10/2021 
(Recurso Repetitivo – Tema 1067) (Info 
714). 
 
 
 
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- Exatamente por compreender que a 
efetividade da sentença fundada em 
direito individual homogêneo dependerá 
antes de tudo da iniciativa do indivíduo, 
com o que nem sempre se poderá contar, 
o legislador consagrou no art. 100 do CDC 
a chamada execução por fluid recovery, 
originária do direito norte-americano, 
também chamada de reparação fluída. 
Segundo o dispositivo legal, “decorrido o 
prazo de um ano sem habilitação de 
interessados em número compatível com 
a gravidade do dano, poderão os 
legitimados do art. 82 promover a 
liquidação e execução da indenização 
devida”. 
A execução por fluid recovery se 
distingue de forma significativa da 
execução individual. Nesta, o indivíduo 
ou o legitimado coletivo como substituto 
processual litiga para satisfazer o direito 
individual, enquanto naquela o legitimado 
coletivo busca uma recomposição em prol 
da coletividade, tanto assim que, segundo 
o art. 100, parágrafo único, do CDC, o 
produto da indenização devida reverterá 
para o fundo criado pela Lei 7.347/1985, o 
Fundo de Direito Difusos (FDD), 
independentemente de pedido nesse 
sentido na petição inicial da ação coletiva. 
Não deixa de ser interessante porque o 
dano gerado pelo réu foi individual, 
enquanto a execução por fluid recovery 
tutela a coletividade. 
Essa forma diferenciada de execução 
deve ser considerada como uma 
anomalia do sistema, só devendo tomar 
lugar quando as execuções individuais 
não tiverem sido oferecidas em número 
compatível com a gravidade do dano. 
Insista-se mais uma vez que, se o direito 
individual homogêneo tem natureza de 
direito individual, as execuções devem ser 
individuais, valendo-se o sistema da 
execução por fluid recovery apenas 
subsidiariamente. 
Apesar do silêncio da lei, o termo inicial 
do prazo de um ano previsto pelo art. 
100 do CDC é o trânsito em julgado da 
sentença, pois ninguém pode ser 
obrigado a executar provisoriamente 
uma sentença assumindo os riscos que 
essa espécie de execução proporciona. 
Caberá aos legitimados coletivos uma 
primeira aferição do número de 
interessados habilitados diante do 
potencial da sentença, uma vez que, se os 
próprios legitimados coletivos 
entenderem que o número de 
interessados habilitados é compatível com 
a gravidade do dano, não devem ingressar 
com a execução por fluid recovery. E, 
mesmo que seja oferecida a execução, 
caberá ao juiz a palavra final a respeito do 
cabimento dessa espécie de execução, 
sendo nesse caso indispensável, em 
respeito ao princípio do contraditório, a 
oitiva do réu antes da prolação da decisão. 
De qualquer forma, o juiz nunca poderá 
dar início de ofício a tal execução. (Tartuce, 
Flávio. Manual de direito do consumidor: 
direito material e processual / Flávio 
Tartuce, Daniel Amorim Assumpção 
Neves.– 5. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de 
Janeiro: Forense: São Paulo: MÉTODO, 
2016). 
 
- É possível, excepcionalmente, a 
denunciação à lide pelo hospital em 
caso de erro médico. O hospital é parte 
legítimana ação de indenização por erro 
médico, pois, com base na teoria da 
aparência, para o consumidor, o vínculo 
entre os médicos que fizeram as 
cirurgias e o hospital não é relevante, 
importando tão somente a satisfação 
do seu direito de reparação. 
Nos processos em que a responsabilização 
solidária do hospital depender da 
apuração de culpa do médico em 
procedimento que causou danos ao 
paciente, é possível, excepcionalmente, a 
 
 
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denunciação da lide pelo estabelecimento, 
para que o profissional passe a integrar o 
polo passivo da ação. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.832.371/MG, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, julgado em 
22/06/2021. 
 
- O rol de procedimentos e eventos da 
ANS é meramente explicativo? 
Há divergência: 
• SIM. Posição da 3ª Turma do STJ. 
O fato de o procedimento não constar no 
rol da ANS não significa que não possa ser 
exigido pelo usuário, uma vez que se trata 
de rol exemplificativo. 
STJ. 3ª Turma. AgInt no REsp 1874078-PE, 
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado 
em 26/10/2020 (Info 682). 
STJ. 3ª Turma. AgInt-REsp 1.914.956, Rel. 
Min. Ricardo Villas Boas Cueva, julgado em 
15/06/2021. 
• NÃO. Posição da 4ª Turma do STJ. 
O rol de procedimentos e eventos em 
saúde da Agência Nacional de Saúde 
Suplementar - ANS não é meramente 
exemplificativo. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1733013-PR, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, julgado em 
10/12/2019 (Info 665). 
 
- TEORIA DO FINALISMO MITIGADO: 
• O SUPERIOR TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA ADMITE A MITIGAÇÃO DA 
TEORIA FINALISTA PARA AUTORIZAR A 
INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO 
CONSUMIDOR NAS HIPÓTESES EM QUE 
A PARTE (PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA), 
APESAR DE NÃO SER DESTINATÁRIA 
FINAL DO PRODUTO OU SERVIÇO, 
APRESENTA-SE EM SITUAÇÃO DE 
VULNERABILIDADE. 
• STJ – 3ª Turma - DIREITO DO 
CONSUMIDOR. CONSUMO 
INTERMEDIÁRIO. VULNERABILIDADE. 
FINALISMO APROFUNDADO - Não 
ostenta a qualidade de consumidor a 
pessoa física ou jurídica QUE NÃO É 
DESTINATÁRIA FÁTICA OU ECONÔMICA 
DO BEM OU SERVIÇO, SALVO SE 
CARACTERIZADA A SUA 
VULNERABILIDADE FRENTE AO 
FORNECEDOR: 
• A determinação da qualidade de 
consumidor deve, em regra, ser feita 
mediante aplicação da TEORIA FINALISTA, 
que, numa exegese restritiva do art. 2º do 
CDC, CONSIDERA DESTINATÁRIO FINAL 
TÃO SOMENTE O DESTINATÁRIO FÁTICO 
E ECONÔMICO DO BEM OU SERVIÇO, 
SEJA ELE PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA. 
• Dessa forma, FICA EXCLUÍDO DA 
PROTEÇÃO DO CDC O CONSUMO 
INTERMEDIÁRIO, assim entendido como 
AQUELE CUJO PRODUTO RETORNA PARA 
AS CADEIAS DE PRODUÇÃO E 
DISTRIBUIÇÃO, COMPONDO O CUSTO (E, 
PORTANTO, O PREÇO FINAL) DE UM 
NOVO BEM OU SERVIÇO. 
• Vale dizer, só pode ser 
considerado consumidor, para fins de 
tutela pelo CDC, AQUELE QUE EXAURE 
A FUNÇÃO ECONÔMICA DO BEM OU 
SERVIÇO, EXCLUINDO-O DE FORMA 
DEFINITIVA DO MERCADO DE 
CONSUMO. 
• Todavia, a jurisprudência do STJ, 
tomando por base o conceito de 
consumidor por equiparação previsto no 
art. 29 do CDC, tem evoluído para uma 
aplicação temperada da teoria finalista 
frente às pessoas jurídicas, num processo 
que a doutrina vem denominando 
"FINALISMO APROFUNDADO". 
 
 
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• Assim, TEM SE ADMITIDO QUE, 
EM DETERMINADAS HIPÓTESES, A 
PESSOA JURÍDICA ADQUIRENTE DE UM 
PRODUTO OU SERVIÇO POSSA SER 
EQUIPARADA À CONDIÇÃO DE 
CONSUMIDORA, POR APRESENTAR 
FRENTE AO FORNECEDOR ALGUMA 
VULNERABILIDADE, que constitui o 
princípio-motor da política nacional das 
relações de consumo, premissa 
expressamente fixada no art. 4º, I, do CDC, 
que legitima toda a proteção conferida ao 
consumidor. 
• A doutrina tradicionalmente 
aponta a existência de TRÊS 
MODALIDADES DE VULNERABILIDADE: 
TÉCNICA (ausência de conhecimento 
específico acerca do produto ou serviço 
objeto de consumo), JURÍDICA (falta de 
conhecimento jurídico, contábil ou 
econômico e de seus reflexos na relação 
de consumo) e FÁTICA (situações em que 
a insuficiência econômica, física ou até 
mesmo psicológica do consumidor o 
coloca em pé de desigualdade frente ao 
fornecedor). 
• Mais recentemente, TEM SE 
INCLUÍDO TAMBÉM A 
VULNERABILIDADE INFORMACIONAL 
(DADOS INSUFICIENTES SOBRE O 
PRODUTO OU SERVIÇO CAPAZES DE 
INFLUENCIAR NO PROCESSO DECISÓRIO 
DE COMPRA). 
• Além disso, A CASUÍSTICA 
PODERÁ APRESENTAR NOVAS FORMAS 
DE VULNERABILIDADE APTAS A ATRAIR A 
INCIDÊNCIA DO CDC À RELAÇÃO DE 
CONSUMO. 
• NUMA RELAÇÃO 
INTEREMPRESARIAL, para além das 
hipóteses de vulnerabilidade já 
consagradas pela doutrina e pela 
jurisprudência, A RELAÇÃO DE 
DEPENDÊNCIA DE UMA DAS PARTES 
FRENTE À OUTRA PODE, CONFORME O 
CASO, CARACTERIZAR UMA 
VULNERABILIDADE LEGITIMADORA DA 
APLICAÇÃO DO CDC, MITIGANDO OS 
RIGORES DA TEORIA FINALISTA E 
AUTORIZANDO A EQUIPARAÇÃO DA 
PESSOA JURÍDICA COMPRADORA À 
CONDIÇÃO DE CONSUMIDORA. 
Precedentes citados: REsp 1.196.951-PI, 
DJe 9/4/2012, e REsp 1.027.165-ES, DJe 
14/6/2011. REsp 1.195.642-RJ, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 13/11/2012. 
(INFO 510) 
 
- Se a construtora atrasar a entrega do 
imóvel, o adquirente terá direito de ser 
indenizado por danos materiais e morais? 
O atraso na entrega do imóvel gera direito 
à indenização? 
* DANOS MORAIS: 
Em regra, não são devidos. O mero 
descumprimento do prazo de entrega 
previsto no contrato não acarreta, por si 
só, danos morais. 
Em situações excepcionais é possível 
haver a condenação em danos morais, 
desde que devidamente comprovada a 
ocorrência de uma significativa e anormal 
situação que repercuta na esfera de 
dignidade do comprador. Ex1: atraso 
muito grande (2 anos); Ex2: teve que adiar 
o casamento por conta do atraso. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1654843/SP, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
27/02/2018. 
STJ. 3ª Turma. AgInt-REsp 1.870.773, Rel. 
Min. Paulo de Tarso Sansenverino, julgado 
em 26/03/2021. 
STJ. 3ª Turma. AgInt-REsp 1.913.570, Rel. 
Min. Ricardo Villas Boas Cueva, julgado em 
15/06/2021. 
* DANOS MATERIAIS: 
 
 
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O atraso pode acarretar a condenação 
da construtora/imobiliária ao 
pagamento de: 
a) dano emergente (precisa ser provado 
pelo adquirente); 
b) lucros cessantes (são presumidos; o 
adquirente não precisa provar). Os lucros 
cessantes devem ser calculados como 
sendo o valor do aluguel do imóvel 
atrasado. Isso porque: 
• o adquirente está morando em um 
imóvel alugado, enquanto aguarda o seu; 
ou 
• o adquirente não está morando de 
aluguel mas comprou o novo imóvel para 
investir. Está perdendo “dinheiro” porque 
poderia estar alugando para alguém. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1662322/RJ, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 10/10/2017. 
 
- A inversão do ônus da prova, nos 
termos do art. 6º, VIII, do CDC, não ocorre 
ope legis, mas ope iudicis, vale dizer, é o 
juiz que, de forma prudente e 
fundamentada, aprecia os aspectos de 
verossimilhança das alegações do 
consumidor ou de sua hipossuficiência. 
 
- Os efeitos da coisa julgada na ação 
coletiva não beneficiarão os 
consumidores que forem autores de 
ações individuais se não for requerida 
sua suspensão no prazo de trinta dias a 
contar da ciência do ajuizamento da 
ação coletiva. 
Obs.: Cuidado para não confundir, pois 
tem que ser requerida a SUSPENSÃO, e 
não a DESISTÊNCIA do processo, como 
ocorre no MS Coletivo. 
 
- A vedação à denunciação da lide 
prevista no art. 88 do CDC não se 
restringe à responsabilidade de 
comerciante por fato do produto (art. 13 
do CDC), sendo aplicável também nas 
demais hipóteses de responsabilidade 
civil por acidentes de consumo (arts. 12 
e 14 do CDC). 
 
- Em demanda que trata da 
responsabilidade pelo fato do produto 
ou do serviço (arts. 12 e 14 do CDC), a 
inversão do ônus da prova decorre da 
lei (ope legis), não se aplicando o art. 6º, 
inciso VIII, do CDC. 
 
- A redução da multa moratória para 2% 
prevista no art. 52, § 1º, do CDC aplica-
se às relações de consumo