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Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B Patologia PROVA 3 Neoplasias: -epidemiologia do câncer, agentes carcinogênicos e promoção da saúde -aspectos gerais das neoplasias, nomenclatura e características das neoplasias benignas e malignas -bases moleculares do câncer - técnicas de diagnóstico, marcadores e alvos -Carcinoma de estômago, Carcinoma de colo de útero, metástase de tumor de mama no fígado. -aspectos clínicos das neoplasias S i s t e m a G e n i t a l F e m i n i n o e E x a m e citopatológico cervicovaginal: -Rastreamento do Ca de Colo do útero, Tipos celulares encontrados no CP vaginal -Exame citopatológico cervicovaginal -Microbiologia e Alterações fisiológicas -Atipias celulares – ASC e LSIL (HPV) Atipias celulares - HSIL, Carcinoma, -Adenocarcinoma -Citopatologia esfoliativa e biópsia por aspiração com agulha fina - Urina, mama, TGI, linfonodos, tireoide e respiratória NEOPLASIAS: Massa anormal de tecido com crescimento aumentado e não coordenado, persistindo mesmo quando cessada a causa que a provocou, esses tumores desviam de sinais anti- proliferativos, não respeitam os sinais do corpo (anti-proliferação, apoptose) - Apesar de ter uma conotação de malignidade, pode ser usada para designar tumores malignos e benignos. - Consequência de falhas nos mecanismos que normalmente controlam o crescimento e a proliferação celular. - Câncer é a designação dada às neoplasias malignas; - A c l a s s i f i c a ç ã o d o s t u m o r e s e s e u comportamento biológico são baseados p r i n c i p a l m e n t e n o c o m p o n e n t e parenquimatoso, mas seu crescimento e disseminação são criticamente dependentes do seu estroma. - Alguns tumores apresentam tecido conjuntivo escasso= NEOPLASIA MACIA E CARNOSA - Outros casos, as células do parênquima est imulam a formação de um estroma co lagenoso abundante , re fe r ido como desmoplasia = EX: TUMORES DE MAMA DUROS *Tumores apresentam dois componentes básicos: 1. Células neoplásicas clonais- Constituem o parênquima tumoral. 2. Estroma reativo- Feito de tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e células do sistema imune inato e adaptativo. NEOPLASIA BENIGNA: Aspectos micro e macroscópicos são considerados relativamente inocentes, significando que ele permanece localizado, não se disseminará para outras áreas e geralmente pode ser removido por cirurgia local. NOMENCLATURA: - utiliza-se o sufixo “OMA” ao nome do tipo de célula a partir do qual se origina o tumor. Epitélio escamoso: Papiloma; Epitélio glandular: Adenoma; Tecido conjuntivo: Fibroma; Tecido adiposo: Lipoma; - a nomenclatura dos tumores epiteliais benignos é mais complexa; a lguns são classificados com base em suas células de origem, outros no padrão microscópico, e ainda outros em sua arquitetura macroscópica. -Adenoma: neoplasia epitelial benigna que surja de células dos túbulos renais que crescem na forma de numerosas glândulas pequenas agrupadas -Papilomas: neoplasias epiteliais benignas que produzem micro e macroscopicamente projeções visíveis, semelhantes a dedos ou verrucosas, que surgem a partir de suas superfícies epiteliais -Pólipo: Quando uma neoplasia, benigna ou maligna, produz uma projeção macroscopicamente visível acima da superfície mucosa e se projeta, por exemplo, na luz gástrica ou colônica. 1 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B ENDOTÉLIO: - Vasos sanguíneos: hemangioma - Vasos linfáticos: linfangioma TECIDO EPITELIAL: - Epitélio escamoso: papiloma - Epitélio glandular: adenoma. MÚSCULO: - Leiomioma uterino-músculo liso EXCEÇÃO À REGRA! -Melanócitos: Melanoma -Células da Glia: Glioma -Células epiteliais germinativas: Teratoma NEOPLASIA MALIGNA: - são os cânceres -Tumores malignos (câncer) podem invadir e destruir as estruturas adjacentes e se disseminar para áreas distantes (metástases). - No tumor maligno a célula fica com um contorno muito irregular *neoplasias malignas em: - Tecidos epiteliais = carcinomas - Tecidos mesenquimais = sarcoma - Linfócitos = Linfoma - Plasmócitos = mieloma. ❗ Epiteliais são sempre carcinomas! Epitélio de revestimento: *Na pele: - epitélio plano estratificado queratinizado: carcinoma de células escamosas ou epidermoide e - carcinoma basocelular (células basais); *Epitélio Glandular: - Adenocarcinoma – Tubo digestivo, pulmão, ovário, útero, mama, próstata, tireoide, fígado, pâncreas ❗ Mesenquimais são sempre sarcomas! - Células que darão origem aos adipócitos, ossos, músculo, cartilagem. - Recebem o nome conforme o tecido de origem; • Fibroblastos: fibrosarcoma • Osteoblastos: osteosarcoma • Adipócitos: liposarcoma Tecido muscular - Liso: leiomiosarcoma - Estriado: rabdomiosarcoma Endotélio - Vasos sanguíneos: hemangiosarcoma - Vasos linfáticos: linfangiosarcoma ➡ morfologia: CARCINOMA BASOCELULAR *Fragmento de pele da face retirado de uma mulher de 67 com longa história de exposição ao sol. - É uma das neoplasias mais comuns de pele; • - Invasividade local, que se não tratado pode destruir extensas áreas. Se retirado totalmente, em geral há cura definitiva; - MARGENS CIRURGICAS: 2 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B ADENOCARCINOMA DE PULMÃO -As células tumorais são colunares e crescem forrando os espaços alveolares, geralmente numa camada única. O tecido neoplásico imita estruturas glandulares, daí o termo adenocarcinoma. Há atipias nucleares. TUMORES MISTOS - Diferenciação divergente de um único clone neoplásico; - Teratoma: Originado de células germinativas totipotentes (ovários e testículos) � Cabelo, osso, gordura, músculo, tecidos diversos. - Esses tumores contêm componentes epiteliais esparsos em meio a um estroma mixoide que pode conter ilhas de cartilagem ou osso Legenda: Esse tumor misto da glândula parótida contém células epiteliais formando ductos e estroma mixoide que se assemelha a cartilagem. - Todos esses elementos surgem de um único clone capaz de produzir tanto células epiteliais quanto mioepiteliais; portanto, a designação de preferência para tais neoplasias é adenoma pleomórfico. - A grande maioria das neoplasias, até mesmo os tumores mistos, são compostos por células de uma única camada germinativa. Uma exceção é o tumor chamado teratoma, que contém células maduras ou imaturas ou tecidos reconhecidamente pertencentes a mais de uma camada germinativa (às vezes a todas as três). O teratoma se origina de células germinativas totipotentes, normalmente presentes nos ovários e nos testículos. A. Aspecto macroscópico de um teratoma cístico aberto do ovário. Observe a presença de cabelo, material sebáceo e dentes. B. Uma visão microscópica de um tumor semelhante mostra a pele, glândulas sebáceas, células adiposas e um feixe de tecido neural (seta). O TERATOMA - Maduro: • Benigno; • Cisto dermoide; • Osso, cabelo, dentes, etc - Imaturo: • Câncer; • Raro; • Células que parecem com o tecido embrionário ou fetal (Tecido conjuntivo, vias respiratórias e cérebro) • Dependendo da extensão → QT NEOPLASIA BENIGNA x NEOPLASIA MALIGNA CRESCIMENTO COMO DIFERENCIAR BENIGNO E MALIGNO? Crescimento: - Geralmente o maligno apresenta crescimento rápido ❗ Mas não é regra! DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA DIFERENCIAÇÃO: refere-se à extensão com que as células do parênquima neoplásico assemelham se às células parenquimatosas normais correspondentes, tanto morfológica quanto funcionalmente; ANAPLASIA: falta de diferenciação; termo anaplasia significa “formar-se para trás”, indicando uma reversão da diferenciação para um nível mais primitivo - Semelhança entre células do parênquima neoplásico e normais (morfologicamente e funcionalmente): ➡ Tumor bem diferenciado → benigno; 3 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B IM 2: Tumor benigno (adenoma) da tireoide. Observeos folículos normais (bem diferenciados) da tireoide preenchidos de coloide. - A célula neoplásica em um tumor benigno de adipócitos – um lipoma assemelha-se tanto à célula normal que pode ser impossível reconhecer o tumor através da análise microscópica das células individuais. Somente o crescimento de tais células formando uma massa distinta revela a natureza neoplásica da lesão - Em tumores bem diferenciados benignos, as mitoses são geralmente raras e apresentam configuração normal. Leiomioma do útero. Esse tumor benigno bem diferenciado contém feixes entrelaçados de células musculares lisas neoplásicas que são praticamente idênticas na aparência em relação as células musculares lisas normais no miométrio Em contrapartida... - Alteração da morfologia → Adenocarcinoma diferenciado Tumor maligno (adenocarcinoma) do cólon. As glândulas cancerígenas apresentam formato e tamanho irregulares e não se assemelham às glândulas colônicas normais. Esse tumor é considerado diferenciado porque a formação da glândula pode ser observada. As glândulas malignas invadiram a camada muscular do cólon. - Entretanto, há exceções. Em uma extremidade do espectro, certos adenocarcinomas bem diferenciados da tireoide, por exemplo, formam folículos de aspecto normal, e alguns carcinomas de células escamosas contêm células que parecem idênticas às células epiteliais escamosas normais - Assim, a distinção morfológica entre os tumores malignos bem diferenciados e os tumores benignos pode ser bastante sutil. - Na outra extremidade do espectro estão os tumores que exibem pouca ou nenhuma evidência de diferenciação A falta de diferenciação, ou anaplasia, é considerada uma marca na malignidade. Tumor anaplásico mostrando a variação no tamanho e na forma da célula e do núcleo. A célula de destaque no campo central possui um fuso tripolar anormal. A falta de diferenciação ou anaplasia é frequentemente associada a outras alterações morfológicas: Pleomorfismo - Células cancerígenas sempre mostram pleomorfismo - é uma variação no tamanho e na forma - Assim, as células dentro do mesmo tumor não são uniformes, mas variam desde células pequenas com um aspecto indiferenciado, até células tumorais gigantes, muitas vezes maiores do que as suas vizinhas � não há uniformidade! - Algumas células tumorais gigantes possuem apenas um único núcleo gigante polimórfico, enquanto outras apresentam dois ou mais grandes núcleos hipercromáticos 4 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B Tumor pleomórfico do músculo esquelético (rabdomiossarcoma). Observe o pleomorfismo celular e nuclear marcado, os núcleos hipercromáticos e as células gigantes tumorais. Morfologia nuclear anormal - os núcleos são desproporcionalmente grandes para a célula, com uma razão núcleo-citoplasma que pode chegar a 1:1, em vez da relação normal de 1:4 ou 1:6. - A forma do núcleo é variável e muitas vezes irregular, - a cromatina está normalmente agrupada de forma desordenada e distribuída pela membrana nuclear, ou com uma coloração mais escura que o normal (hipercromática). - Nucléolos anormais grandes também são comumente observados. Pleomorfismo celular e Morfologia nuclear anormal =Núcleos bizarros, aumentados, hipercromáticos, cromatina irregular, nucléolos evidentes, mudanças no citoplasma Mitoses - comum em tumores indiferenciados - A presença de mitoses, contudo, não indica, necessariamente, que um tumor seja maligno ou que o tecido seja neoplásico. - As mitoses são indicativas de crescimento celular rápido. Desse modo, as células em mitose são muitas vezes observadas em tecidos normais que apresentam rápida renovação - Mais importante como característica morfológica de malignidade são as figuras mitóticas atípicas, bizarras, algumas vezes com fusos tripolares, quadripolares ou multipolares. Perda de polaridade - a orientação das células anaplásicas é significativamente alterada. - grandes massas de células tumorais crescem de maneira anárquica e desorganizada. Necrose - Células tumorais em crescimento obviamente requererem um suprimento sanguíneo mas, frequentemente, o estroma vascular é escasso e, como resultado grandes áreas centrais de necrose isquêmica desenvolvem-se em vários tumores malignos de crescimento rápido. - a necrose acontece por falta de vascularização. metaplasia e displasia METAPLASIA: Substituição de um tipo celular por outro. Encontrada em associação com os processos de dano, reparo e regeneração teciduais. DISPLASIA: - Crescimento celular desordenado; • Perda de uniformidade; • Pleomorfismo; • Quando as alterações displásicas são marcantes e envolvem toda a espessura do epitélio porém sem penetrar a membrana basal, é considerada uma neoplasia pré- invasiva e é denominada CARCINOMA IN SITU. Transição do epitélio plano normal (células basais somente na camada profunda) para o Carcinoma in situ (células escuras em toda espessura do epitélio). Carcinoma in situ: - Limitado ao epitélio a partir do qual surge. Não ultrapassa a membrana basal. Nesse estágio são sempre curáveis. - Corresponde ao grau máximo de displasia, ou seja, se não removida, evoluirá com alta probabilidade para carcinoma invasivo, ultrapassando a membrana basal. 5 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B ❗ Displasia epitelial grave comumente antecede o aparecimento do câncer! • As alterações displásicas são frequentemente encontradas adjacentes a focos de carcinoma invasivo e em algumas situações, tais como em tabagistas de longa data e em pessoas com esôfago de Barrett, a displasia epitelial grave comumente antecede o aparecimento do câncer • Embora a displasia possa ser precursora da transformação maligna, ela nem sempre progride para o câncer; • Com a remoção das causas agressoras, displasias leves a moderadas que não envolvem toda a espessura do epitélio podem ser completamente reversíveis; Até mesmo o carcinoma in situ pode persistir por anos antes de se tornar invasivo. • Displasia ocorre com frequência no epitélio metaplásico, mas nem todos os epitélios metaplásicos são displásicos. INVASÃO LOCAL O crescimento dos cânceres é acompanhado por infiltração progressiva, invasão e destruição do tecido circundante, ao passo que quase todos os tumores benignos crescem como massas expansivas coesas que permanecem em seu local de origem e não possuem capacidade para se infiltrar, invadir ou formar metástase em áreas distantes. BENIGNOS - Crescimento encapsulado. Crescem de forma expansiva, com tecido fibroso no contorno separando do tecido hospedeiro. - Esta cápsula é constituída em grande parte de matriz extracelular depositada pelas células estromáticas, tais como fibroblastos, que são ativados por danos hipóxicos resultantes da pressão do tumor em expansão. Essa encapsulação não evita que o tumor cresça, mas cria um plano tecidual que torna o tumor bem definido, facilmente palpável, móvel (não fixo), e facilmente excisável por enucleação cirúrgica *Fibroadenoma de mama. O pequeno tumor castanho encapsulado nitidamente demarcado do tecido mamário mais branco. *Vista microscópica do fibroadenoma de mama observado na figura ao lado. A cápsula fibrosa (à direita) delimita o tumor do tecido circundante MALIGNOS/CÂNCER - Infiltração progressiva, invasão e destruição do tecido circundante. - Pouco demarcados ao redor - Juntamente com o desenvolvimento de metástase, a infiltração é a característica mais confiável de diferenciar tumores malignos dos benignos. - Ressecção cirúrgica difícil ou impossível; Corte de um carcinoma ductal invasivo de mama. A lesão fica retraída, infiltrando a substância mamária circundante, e se mostraria dura como pedra mediante palpação. *Vista microscópica de pequeno aumento de câncer de mama invasivo. Observe as bordas 6 Manuela Canabarro Ehlert MedicinaUnivates 2026/B infiltrantes irregulares sem uma cápsula bem definida e intensa reação estromática. Juntamente com o desenvolvimento de metástases, a capacidade de invasão é a característica mais confiável para diferenciar os tumores malignos dos benignos. metástase - Propagação de um tumor para áreas que são fisicamente descontínuas com o tumor primário e de forma inequívoca marca um tumor como maligno, pois, por definição, neoplasias benignas não formam metástases - invasividade dos tumores malignos permite que eles penetrem nos vasos sanguíneos, linfáticos e cavidades corpóreas - neoplasias malignas das células gliais do sistema nervoso central, denominados gliomas, e os carcinomas basocelulares da pele estes tipos de câncer fazem a invasão no início de seu curso, mas raramente formam metástase. - Invasão é diferente de metástase ⬇ - Em geral, a probabilidade de um tumor primário formar metástase está correlacionada à falta de diferenciação, invasão local agressiva, crescimento rápido e tamanho grande. ⬇ - Contudo, há inúmeras exceções. Lesões pequenas, bem diferenciadas, de crescimento lento algumas vezes metastatizam amplamente; ao contrário, algumas lesões grandes e de crescimento rápido permanecem localizadas durante anos. Muitos fatores relacionados tanto ao invasor quanto ao hospedeiro estão envolvidos. - Aproximadamente 30% dos tumores sólidos recém- diagnosticados (excluindo cânceres de pele que não os melanomas) já possuem metástases à apresentação ➡ redução das chances de cura! Produção de metaloproteinases - Zinco dependentes; • Degradação da matriz extracelular; - Neutrófilos, monócitos, macrófagos, fibroblastos e células tumorais. - Expressão aumentada em neoplasias malignas; Metástase Capacidade que as células MALIGNAS possuem de migrar e formar novos tumores em outros locais do organismo. vias de disseminação A disseminação dos cânceres pode ocorrer através de três vias: (1) implante direto nas cavidades ou superfícies corpóreas, (2) disseminação linfática e (3) disseminação hematológica. ➡ linfática - O transporte através dos vasos linfáticos é a via mais comum para a disseminação dos carcinomas - carcinomas da mama � geralmente surgem nos quadrantes superiores externos, eles geralmente se disseminam primeiro para os linfonodos axilares. - carcinomas do pulmão que surgem nas vias respiratórias principais formam metástases primeiramente para os linfonodos peri-hilares traqueobrônquicos e mediastinais. - Linfonodo sentinela: primeiro linfonodo em uma cadeia linfática regional que recebe fluxo da linfa que vem do tumor primário; - Aumento dos linfonodos: • Crescimento de células cancerígenas; • Hiperplasia reativa; ◦ Levanta suspeita mas não corresponde necessariamente à disseminação da lesão primária; ➡ hematogênica - é típica de sarcomas - também é vista em carcinomas 7 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B - veias são mais facilmente invadidas do que as artérias (artérias possuem paredes mais espessas) - Contudo, a disseminação arterial pode ocorrer quando as células tumorais passam através dos leitos capilares pulmonares, ou através dos shunts arteriovenosos pulmonares, ou quando as metástases pulmonares por si mesmas originam êmbolos tumorais. - o fígado e os pulmões estão mais frequentemente envolvidos em tal disseminação hematogênica, porque toda a drenagem da área portal flui para o fígado e todo o sangue da veia cava flui para os pulmões. *Um fígado cravejado com câncer metastático *Vista microscópica de metástase pulmonar. Um adenocarcinoma do cólon formou um nódulo metastático no pulmão. Adventícia: tecido conjuntivo, fibras colágenas e elásticas Média: tecido muscular liso, fibras; Íntima: endotélio, lâmina basal ➡ implante em cavidades e superfícies corpóreas - O implante de células tumorais em cavidades e superfícies corpóreas pode ocorrer sempre que uma neoplasia maligna penetra em um “campo aberto” natural sem barreiras físicas. - A cavidade peritoneal é o local mais frequentemente envolvido, mas qualquer outra cavidade – pleural, pericárdica, subaracnoide e do espaço articular – pode ser afetada. - Tal implantação é particularmente característica de carcinomas que se originam nos ovários, e que, com certa frequência, se espalham para superfícies peritoneais que se tornam recobertas por uma pesada camada vítrea do tumor maligno. questões 1. Quais características celulares são observadas nas imagens a seguir? 2. Defina e diferencie neoplasia benigna e maligna. BENIGNA MALIGNA 3. Defina metaplasia, hiperplasia, displasia, pleomorfismo e anaplasia. METAPLASIA HIPERPLASIA DISPLASIA PLEOMORFISMO ANAPLASIA 4. O que é metástase e como posso saber que um tumor analisado já é uma metástase ou uma neoplasia primária? 8 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B ➡ estadiamento O estadiamento dos cânceres sólidos é baseado no tamanho da lesão primária, na extensão de sua disseminação para os linfonodos regionais e na presença ou ausência de metástases hematogênicas. Existem neoplasias com diferentes graus de malignidade • A mesma neoplasia pode aumentar sua agressividade; • Critérios para distinção de acordo com a malignidade Qual a importância do estadiamento? - tratamento - previsão do curso da doença (prognóstico) ❗ Nem sempre se utiliza o estadiamento - leucemina - tumores sólidos Estadiamento - Tumor primário (Crescimento) - Tipo celular e Grau de diferenciação; - Número e tipo de mitoses; - Linfonodos; - Metástase; Exames de imagem e biópsias Estágios - Estágio 0: Carcinoma in situ, ou seja, restrito a área inicial e pequeno - Estágio I: Tumor restrito a uma parte do corpo, sem comprometimento linfático. - Estágio II: Localmente avançando com comprometimento do sistema linfático ou espalhado por mais de um tecido (invasão). - Estágio III: Localmente avançado, espalhado por mais de um tecido e causando comprometimento linfático. - Estágio IV: Metástase CÂNCER COLORRETAL - Estágio 0: Câncer em fase inicial presente na camada mais interna do intestino - Estágio I: câncer presente nas camadas internas do cólon - Estágio II: câncer espalhado através da parede muscular do cólon - Estágio III: câncer espalhado para os gânglios linfáticos - Estágio IV: metástase SISTEMA TNM DE CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES MALIGNOS - T = tumor primário, - N = envolvimento dos linfonodos regionais - M = metástase. CATEGORIA T: - Aspectos do tumor primário: • Tamanho • Desenvolvimento no órgão • Invasão - Tx: tumor não pode ser avaliado; - T0: não existe evidência de tumor primário (não pode ser encontrado); T0 também pode ser usado para indicar lesão in situ. - Tis: câncer in situ - T1 a T4: descrevem tamanho e/ou disseminação da doença nas proximidades; 9 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B NOTA: - microinvasão: invasão das células neoplásicas além da membrana basal, para os tecidos adjacentes, com nenhum foco maior que 0,1cm em sua maior dimensão. Quando há vários focos, somente o tamanho do maior é usado para classificar a microinvasão - invasão da derme: por si só não qualifica como T4 CATEGORIA N - Descreve se o câncer se espalhou para os linfonodos vizinhos - NX: linfonodos não podem ser avaliados; - N0: linfonodos não apresentam células anormais; ausência de envolvimento linfonodal - N1 a N3: tamanho, localização e número de linfonodos atingidos CATEGORIA M - Presença de metástase; - M0: Nenhuma disseminação encontrada; - M1: Presença de metástase. RESPOSTA QT X TAMANHO Resposta completa - Extensão tumoral extinta Resposta parcial - Pelo menos 30% da extensão extingue; Progressão da doença - Aumento de pelo menos 20% do tumor; Doença estável - Não há alterações suficientes paraclassificação; aspectos clínicos da neoplasia - Localização do tumor; - Ulceração; - Produção de hormônio • Neoplasias benignas e malignas surgindo em glândulas endócrinas podem causar problemas clínicos devido à produção de hormônios. Tal atividade funcional é mais típica de tumores benignos do que dos malignos Ex: Hiperinsulinismo tumores em células beta das ilhotas pancreáticas - Caquexia do câncer • Perda de gordura e massa magra -Fraqueza, anorexia, anemia • Os mecanismos por trás da caquexia por câncer não são compreendidos. • TNF pode ser o mediador ◦ Suprime apetite ◦ Inibição de lipase evitando liberação de ácidos graxos; • Fator indutor de proteólise ◦ Quebra de proteínas da musculatura; ❗ Síndromes paraneoplásicas • Sintomas sem a relação com local, produção de hormônio, metástase do tumor. • Podem ser a manifestação precoce da neoplasia ainda oculta: ◦ Hipercalcemia: ▪ Multifatorial; ▪ Síntese de proteína relacionada ao hormônio paratireoideo; ◦ Síndrome de Cushing (ACTH) ◦ Endocardite trombótica (Hipercoagulabilidade) , 10 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B VARIAÇÕES GENÉTICAS: EFEITOS LATENTES DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DO CÂNCER MÉTODOS CITOLÓGICOS E HISTOLÓGICOS - Excisão ou biópsia; - Aspiração por agulha; - Esfregaço citológico; IMUNO-HISTOQUÍMICA - Categorização de tumores malignos indiferenciados; - Determinação do local de origem de tumores metastáticos; - Detecção de moléculas que apresentam significado prognóstico e terapêutico; CITOMETRIA DE FLUXO Identificação de antígenos celulares expressos por tumores “líquidos” (leucemias, linfomas) CÉLULAS TUMORAIS CIRCULANTES Captura de raras células tumorais presentes no sangue DIAGNÓSTICO MOLECULAR E CITOGENÉTICO - FISH, PCR... - Diagnóstico das neoplasias malignas - Prognóstico das neoplasias malignas - Detecção de doença residual mínima - Diagnóstico da predisposição hereditária para o câncer - Terapia com medicamentos direcionados à oncoproteína. *Identificação de alvos moleculares para designar a terapia; *Uma mudança de paradigma: a classificação do câncer de acordo com os alvos terapêuticos ao invés de células da origem e morfologia. FATORES DE RISCO DO CÂNCER - Doença multifatorial; - Fatores ambientais x Fatores genéticos ❗ câncer é uma doença genética mas não necessariamente hereditária *Agentes infecciosos: - HPV: carcinoma cervical, CA de cabeça e pescoço; - H. pylori: câncer gástrico; - INFLAMAÇÃO! *Tabagismo: - CA de boca, faringe, laringe, esôfago, pâncreas, bexiga; - Associado a 90% das mortes por câncer de pulmão; *Consumo de álcool: - O álcool e o cigarro, juntos, aumentam de forma sinérgica o risco de câncer nas vias aéreas superiores e no trato digestivo. 11 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B *Dieta: - Variação geográfica na incidência de carcinoma colorretal, carcinoma de próstata e câncer de mama. - Carne grelhada, dieta rica em gordura; *Obesidade: - Indivíduos mais obesos apresentam aumento de 52% (homens) e 62% (mulheres) nas taxas de mortalidade por câncer em relação à pessoas dentro do peso ideal. *Carcinógenos ambientais: - Benzeno, crômio, amianto, arsênico, níquel, etc. - Raios ultravioletas (UV); - Poluição atmosférica; *Idade: - Maioria ocorre em anos mais tardios (>55); - Acúmulo de mutações somáticas associadas ao surgimento das neoplasias malignas; *Condições predisponentes Adquiridas: - Inflamação crônica; - Lesões precursoras; - Imunodeficiência; *Inflamação crônica: - Relação íntima com o processo de carcinogênese; - Pode aumentar o grupo de células-tronco teciduais que podem ser mais suscetíveis à transformação; - Produção de espécies reativas de oxigênio: GENOTÓXICAS! tipos de genes e neoplasia - oncogenes - supressores de tumor - reparo do DNA - Apenas uma cópia do oncogene mutado é necessária para contribuir no sistema de carcinogênese (dominante). genes supressores de tumor – “freios” - regulam a divisão celular - sinalizam para apoptose - reparo do DNA - Quando inativos participam da carcinogênese; - Mutação ocasiona perda da função; Ambas as cópias do gene devem sofrer mutação para causar câncer (recessiva). genes de reparo do dna - Mutações nos genes de reparo do DNA impedem que a correção ocorra, podendo afetar as vias de regulação do crescimento e diferenciação celular, causando câncer. REPARO DO DNA MARCAS REGISTRADAS DO CÂNCER DESENVOLVIMENTO DE UM CÂNCER 12 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B -Desenvolvimento de um câncer através da aquisição gradual de mutações complementares. A ordem na qual as várias mutações condutoras ocorrem em células precursoras iniciadas ainda não é conhecida, e pode variar de tumor para tumor ❗ DIAGNÓSTICO PRECOCE É O CAMINHO. EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER: POR QUE ESTUDAR? As principais observações sobre as causas do câncer podem ser obtidas por estudos epidemiológicos que relacionam influências ambientais, raciais (possivelmente hereditárias) e culturais particulares com a ocorrência de neoplasias específicas. Algumas doenças associadas a um risco aumentado de desenvolver o câncer também fornecem pistas para a patogenia do câncer. IMPACTO GLOBAL DO CÂNCER - 1:5 homens e 1:6 mulheres terão câncer no mundo; - 1 em cada 8 homens e 1 em cada 11 mulheres morrerão devido à doença (OMS); - não existe maneira 100% garantida de evitar o câncer (apenas não ter nascido) - PORÉM, há uma grande variação geográfica na incidência de determinados câncer � acredita-se que isso se deve ao fato das diferenças na exposição à carcinógenos ambientais. - tumores mais comuns em homens: Próstata, pulmão e cólon/reto - tumores mais comuns em mulheres: mama, pulmão, colorretal - EUA: os mais comuns são pulmão, mama feminina, próstata e colorretal - países em desenvolvimento: mais comuns são os canceres de pulmão, estômago e fígado nos homes; e mama, colo do útero e pulmão nas mulheres. TAXA DE MORTALIDADE -Ca de pulmão = Maior número de mortes; 1,8 milhão (18,4% do total) - Ca colorretal = 881.000 mortes (9,2% do total) - Ca de estômago = 783.000 - Ca hepático = 782.000 IMPACTO DO CÂNCER NO BRASIL - 2020-2022 (INCA) = 625 mil novos casos de câncer para cada ano; - Mais incidentes: • Pele não melanoma 177 mil casos • Próstata 66 mil casos • Cólon e reto 41 mil casos • Pulmão 30 mil casos • Estômago 21 mil VARIAÇÃO GEOGRÁFICA Regiões sul e sudeste - concentram 70% da ocorrência de casos novos; - Predomínio de ca de próstata e mama, pulmão e intestino; Centro-oeste - Semelhante, incorporando também colo de útero e estômago; Norte e Nordeste - Próstata, mama; - Colo de útero e estômago com grande impacto • Colo de útero equipara a ca de mama no Norte; 13 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B ATINGINDO AS METAS... DCNT Doenças Crônicas Não Transmissíveis - Grupo de doenças de maior magnitude – incluindo câncer. - Populações vulneráveis – baixa renda e baixa escolaridade; Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNTs - Até 2022; - Promoção do desenvolvimento e implementação de políticas públicas efetivas, integradas e sustentáveis baseadas em evidências para a prevenção e controle das DCNT e seus fatores de risco; DIAGNÓSTICO MOLECULAR: alterações genéticas polimorfismos - SNPs – Polimorfismos de nucleotídeo único - CNVs – Variação do número de cópias tipos de mutação 1. Alterações no número de cromossomos 2. Alterações na estrutura dos cromossomos: 3. Mutações somáticas e germinativas Mutação somática: Não há hereditariedade; Atinge o indivíduo; não nascemos com ela, pode surgir em qualquer período da vida Mutação germinativa: Atinge a prole, mas não o indivíduo; Células somáticase germinativas: as células germinativas vão se dividindo para formar as células somáticas do feto. Em algum momento pode dar uma mutação nas novas células somáticas ou se a própria célula germinativa já estiver montada ela se divide em células alteradas 4. Mutações Recessivas e Dominantes 14 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B causas das mutações 5. Substituições de pares de bases: - Subst. Silenciosa → não altera a sequência de aminoácidos. - Subst. de sentido incorreto → alteram o aminoácido - Subst. sem sentido → produzem um códon de parada no mRNA. Término prematuro da proteína. 6. Deleções ou inserções → prejudiciais! RESUMINDO.... DIAGNÓSTICO MOLECULAR - Técnicas sensíveis • Amplificação de amostras pobres; - Vantagens do estudo do DNA • Produto gênico; • Expressão gênica; • Células ou períodos específicos; Análises de alterações genéticas adquiridas Aplicações: - Alterações citogenéticas tumor-específico • BCR-ABL; • Determinação da eficácia do tratamento; - Indicadores de escolha terapêutica: • HER2 - Diagnóstico de doença infecciosa • HPV, HIV, Herpesvírus; (pq é feita uma análise molecular para HPV? pq tem o HPV oncogênico e o não oncogênico) - Genes de resistência à drogas em bactérias; (pesquisa esses genes para ver se a bactéria está com a resistencia ou não, para saber se a antibioticoterapia vai ajudar ou não) PCR e detecção de alterações na sequência de DNA PCR PCR: após extração do DNA pode pesquisar a presença ou ausência de determinado gene. Se extrair o RNa pode pesquisar se tem expressão gênica ou não Detecção direta de alterações na sequência de DNA por sequenciamento Teste x selvagem Sequenciamento automático Cada faixa colorida representa uma sequência que é automaticamente convertida em um cromatograma, que então é interpretado para obter a sequência de DNA 15 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B Sequenciamento Manual - Autorradiograma PCR em tempo real - usado nos testes de covid - para avaliar o nível de expressão de um gene específico como o BCR - Para este PCR você pode extrair DNA( ver presença de gene) ou RNA (ver expressão genica), depois adiciona no tupo todos os ingredientes para fazer a pcr e adiciona junto um sybr, que é uma substância que se intercala toda vez que tiver um DNA de dupla fita e fica fluorescente nesta região. Mede-se essa fluorescência para saber se o paciente tem a expressão que estamos procurando ou não. - Para o exame de covid usa-se 3 primers do vírus se no teste tiver 3 risquinhos quer dizer que no seu sangue tinha esses genes e portanto o teste é positivo. Polimorfismos (SNP) Análise Molecular de alterações genômicas Alterações genéticas grandes - Deleções, duplicações ou rearranjos complexos; - Maior dificuldade para PCR ou sequenciamento; • Técnicas de hibridização; FISH - Hibridação Fluorescente in Situ • Sondas de DNA que reconhecem regiões (100 kilobases) ◦ Corantes fluorescentes ◦ Metáfase ou intérfase o que é um biomarcador? - Indicador possível de ser mensurado; • Pode indicar presença ou ausência de uma doença; • Pode indicar sua severidade; • Indicador de um estado fisiológico; - Pesquisa de novos biomarcadores • Em constante estudo, principalmente na oncologia. ◦ Acompanhamento (da para ver se aumentou ou diminuiu o marcador de câncer e criar hipóteses quanto a isso, se por exemplo você erradicou o câncer de na próstata mas continua expressando o marcador, isso quer dizer que teve metástase e o câncer está em outro tecido ◦ Definição de prognóstico; ◦ Diagnóstico (precoce!) ◦ Marcadores preditivos (terapêutica) her 2 - Proteína HER2 é um biomarcador para o câncer de mama e também um alvo terapêutico: • Esses cânceres – que correspondem a 20% dos casos – tendem a crescer e se espalhar mais rápido do que outros tipos de cânceres de mama. • No caso de positividade, a terapia-alvo pode ser utilizada para controlar aumento da expressão da proteína HER2. A inibição do receptores HER2 da membrana celular tumoral, utilizando a droga Trastuzumab, leva à regressão do tumor. - isso quer dizer que quando achamos o HER2 é bom e ruim ao mesmo tempo. Ruim pois significa que o câncer vai crescer mais rápido e bom pois tem um alvo terapêutico - O HER2 é investigado no tecido, precisa tirar um pedaço do tumor e isso é feito junto à biópsia e imunohistoquímica - O artigo mostra que existe um domínio extracelular do HER2 que fica circulante no plasma e isso significa que poderia ser usado para prognóstico de doença metastática, pois enquanto se está fazendo a quimio é possível avaliar se o marcador está aumentando ou diminuindo E-caderina - Proteína de membrana com papel na adesão célula-célula. - Na progressão tumoral, a expressão de E- caderina diminui e as células perdem a adesão promovendo e facilitando a migração, invasão celular e metástase. - Pacientes com expressão de e-caderina tem menor sobrevida PSA - Antígeno prostático liberado pelo tecido da próstata. - Pode aumentar em situações benignas ou malignas; 16 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B - Baixo PSA não isenta o paciente de alguma alteração prostática; - Acompanhamento; O artigo nos mostra que estamos buscando outros biomarcadores para estratificar o risco e agressividade do câncer de próstata, o PSA é um biomarcador útil porém ele é pouco específico, ou seja não é regra que ele estará aumentado em vigência de câncer de próstata. CA 19-9 - Proteína produzida e liberada pelas células tumorais, tornando-se um bom marcador tumoral para acompanhar a evolução da doença; - Elevado em cerca de 70% dos casos de ca de pâncreas; - Também pode estar elevado no câncer colorretal. - Temos uma pequena quantidade fisiológica de CA19-9 na circulação, usa-se um ponto de corte para medir a presença de doença neoplásica ou não. Citopatológico - diretrizes citologia Cervicovaginal - Exame para detecção de câncer de colo de útero; • Atividade sexual; -Contaminação por HPV oncogênico; - Detecção precoce do câncer e lesões precursoras: • Rastreamento: Identificação de pessoas aparentemente saudáveis que podem estar sob risco de doença; Apesar dos avanços, continuar a reduzir a mortalidade por câncer do colo do útero no Brasil ainda é um desafio a ser vencido! Nomenclatura Citológica - 1920: George Nicholas Papanicolau elaborou a técnica de citologia esfoliativa • usava termos “classes” • Classe V indicava malignidade • Não levava em conta lesões precursoras; - 1953: James W. Reagan • Displasias eram anormalidades celulares intermediárias com alta taxa de regressão ou não progressão por anos; • Displasias leves, moderadas e acentuadas; - Ralph Richart: nova classificação → NIC – Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC); - Conflitos devido ao diagnóstico citopatológico discordante do achado histológico - 1988: Conferência de Consenso em Bethesda, Maryland (EUA); Desenvolvimento de uma nova nomenclatura - 2001: Atualização do Sistema Bethesda citologia Cervicovaginal RASTREAMENTO No Brasil: - Oportunístico; • Realização ao procurar serviço de saúde; • 20 a 25% fora do grupo etário; • Intervalo de 1 ano; - Superrastreadas x sem rastreamento; PERIODICIDADE - Rastreio: Mulheres com 25 a 60 anos de idade, uma vez por ano e, após dois exames anuais consecutivos negativos a cada três anos; - Baseado em estudo realizado pela International Agency for Research on Cancer (IARC) de 1986 ➡ Mulheres entre 35 e 64 anos poderiam realizar 17 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B exames a cada três anos após um resultado negativo; População-alvo - O rastreamento de mulheres com menos de 25 anos não tem impacto na redução da incidência ou mortalidade por câncer do colo do útero; - IARC (1986): Iniciar o rastreamentoaos 25 anos e não aos 20 perde-se apenas 1% da redução da incidência cumulativa do CCU; • Orientação de mulheres jovens sobre sexo seguro; - Os exames periódicos devem seguir até os 64 anos de idade e interrompidos com pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos; - Para mulheres com mais de 64 anos de idade e que nunca se submeteram ao exame citopatológico, deve-se realizar dois exames com intervalo de um a três anos. • Se ambos os exames forem negativos, essas mulheres podem ser dispensadas de exames adicionais; ❗ Situações especiais GESTANTES - Apresentam mesmo risco para CCU; - JEC exteriorizada no ciclo gravídico na ectocérvice na maioria das vezes (ectopia) • Dispensaria coleta endocervical • Não parece apresentar riscos sobre a gestação; - O rastreamento deve seguir recomendações de periodicidade e faixa etária como para as demais mulheres • Deve-se considerar uma oportunidade a procura ao serviço de saúde para realização do pré-natal; MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA - Quando não há história de diagnóstico ou tratamento de lesões precursoras do CCU • Baixo risco para câncer; - Resultados falso-positivos causados pela atrofia secundária ao hipoestrogenismo; - Deve seguir recomendações de igual forma. • Pode-se realizar a estrogenização prévia à coleta; HISTERECTOMIZADAS - Mulheres histerectomizadas totalmente por lesões benignas sem história prévia podem ser excluídas do rastreamento desde que exames anteriores estejam normais; - Se a histerectomia foi realizada por lesão precursora ou CCU a mulher deverá ser acompanhada de acordo com a lesão tratada. MULHERES SEM HISTÓRIA DE ATIVIDADE SEXUAL - De acordo com o papel do HPV na carcinogênese do colo uterino, o risco de CCU é desprezível. - Não há necessidade de rastreamento para estas mulheres; IMUNOSSUPRIMIDAS - Prevalência, persistência e infecção múltipla são mais frequentes; - HIV positivas: rastreamento mais frequente • Anual após dois exames semestrais consecutivos negativos; • Análise cuidadosa da vulva e região perianal; • Inflamação acentuada ou alterações reativas: ◦ Nova coleta em 3 meses após tratamento adequado; • Deve ser iniciado após o início da atividade sexual; Citopatológico cervicovaginal – tipos celulares e adequabilidade útero ZONA DE TRANSFORMAÇÃO (ZT) - • Área que vai do canal endocervical até os orifícios glandulares. - Revestida por epitélio escamoso metaplásico - Região onde são encontradas a maioria das lesões precursoras do câncer cervical! *Coleta para exame de colo de útero 18 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B - Visualização do colo do útero por meio de um espéculo. - A coleta deve ser realizada de modo que sejam representados todos os epitélios! - JEC: possibilidade de sangramentos 1. O braço alongado da espátula deve ser introduzido no canal endocervical, visando obter material do canal (células glandulares). 2. A parte côncava deve se aplicar na ectocérvice, atingindo a JEC. 3. Giro de 360°!! 4. Para complementar a amostragem, deve-se utilizar a escova endocervical. - Escova para citologia em meio líquido • Desconectada da alça para ser acondicionada junto à solução preservadora; FIXAÇÃO DO MATERIAL - Evitar o dessecamento (fixação imediata antes de secar a amostra); - Boa coloração e visualização das células Citologia convencional - Etanol 95% (desnaturação de proteínas) - Spray fixador; - Imersão; Citologia em meio líquido - Fixador é a solução de armazenamento - Centrifugação e montagem da lâmina Citologia convencional x líquida - Sensibilidade do teste é semelhante; - CL tem menor número de testes insatisfatórios: • Coletadores não são responsáveis por espalhar o material na lâmina e fixá-lo imediatamente; • Células não são obscurecidas por células inflamatórias ou sangue; - CL permite testes complementares (HPV, Biologia Molecular) coloração - Preconizada por Papanicolaou (adaptada); - Fundamentada em três corantes: • Hematoxilina: reage com ácidos nucleicos corando os núcleos das células; • Orange G6: apresenta afinidade por componentes básicos do citoplasma e queratina. Ajuda a colorir eritrócitos; • EA-36 e EA-65: solução tricrômica: verde luz amarelado, pardo de Bismarck e eosina amarelada corando o citoplasma - Água destilada: lavagem; - Álcool: lavagem e preparo para corantes; - Xilol: clareamento do tecido/célula (translúcido) montagem da lâmina Após a coloração e secagem da lâmina: - Montar com bálsamo sintético ou resina; - Lamínula (22x50). - Utilização de verniz: • Amarelado e cristalizado; citologia do trato vaginal 19 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B Células escamosas superficiais: - Células mais encontradas no esfregaço cervical; - Camada mais superficial do epitélio vaginal; - Último estágio de maturação; - Pré-ovulação, ovulação e terapia estrogênica; Células escamosas intermediárias: - Camada mais espessa do epitélio; - Fase pós-ovulatória, gravidez ou menopausa; Células escamosas da camada profunda: - Basais e Parabasais • Presença rara em esfregaços normais; • Atrofia ou condições anormais; • Responsáveis pela renovação das células epiteliais; ◦ Atividade mitótica; Células Metaplásicas Escamosas - Fenômeno fisiológico; - Mudança do epitélio glandular mucíparo para o epitélio escamoso; - Podem ser mais evidentes em alguns processos patológicos; - “Matura” x “Imatura”: imaturas tem tipo um rabinho (projeções); as maduras não tem - Citoplasma denso. Imaturas maduras Células glandulares endocervicais: - Formam o epitélio cilíndrico endocervical e são classificadas como células ciliadas e secretórias ou produtoras de muco (mucíparas); - Podem ser visualizadas em forma de paliçada ou em “favo de mel” Vista de cima (cabecinhas) de lado (altura) Células glandulares endometriais - Incomuns em esfregaços cervicovaginais normais, exceto no período menstrual ou logo após; - Quando presente em mulheres na menopausa ou acima de 40 anos deve-se informar pelo risco patológico; - Favorecem o aparecimento: DIU, terapia hormonal, período menstrual, gravidez, pós-parto, sangramentos disfuncionais, endometrite, endometriose, hiperplasia endometrial, carcinoma endometrial, etc. - Agrupadas em arranjos coesos. - Podem ser confundidas com histiócitos (macrófagos inativos); Qualidade e Adequabilidade da Coleta Satisfatório: - Células epiteliais escamosas; - Células glandulares; - Células metaplásicas (eventual): indica qualidade; - Nas amostras insatisfatórias, deve-se indicar o motivo: • Amostras não processadas: ◦ Lâmina quebrada, não identificada, etc. 20 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B • Amostras processadas:Dessecamento, esfregaço hemorrágico, abundante exsudato inflamatório, fungos contaminantes, escassez celular, sobreposição celular. - Podem ser indicados achados microbiológicos, atipias,células endometriais em mulheres acima de 40 anos. Epitélio escamoso superficial; células escamosas intermediarias; bolinhas rosas são hemácias; tem neutrófilos também; tem uma trichomonas também (circulo vermelho) inflamação - Resposta complexa aos agentes agressores • Migração celular ◦ Leucócitos; ◦ Macrófago; ◦ Plasmócitos; • Modificação do epitélio: ◦ Hiperplasia; ◦ Metaplasia; ◦ Fenômenos de reparação; ◦ Alterações morfológicas; - Requisitos avaliados: • Aumento nuclear; • Binucleação ou multinucleação; • Contorno nuclear l iso, redondo e uniforme; • Núcleos podem ser hipocromáticos; • Pode-se encontrar hipercromasia, mas com estrutura e distribuição da cromatina regular; • Nucléolos; • Halos perinucleares; • Vacúolos; • Metaplasia imatura; ◦ Muitas células metaplásicas com projeções citoplasmáticas; - Principaissintomas da inflamação: • Prurido; • Leucorreia (corrimento vaginal); - Classificação: • A g u d a : N e u t r ó f i l o s ( l e u c ó c i t o s polimorfonucleares); • Crônica: Leucócitos polimorfonucleares, l i n f ó c i t o s , c é l u l a s p l a s m á t i c a s (plasmócitos) e histiócitos (podem se transformar em macrófagos). “O exsudato inflamatório é complementar na análise inflamatória, mas nem sempre está evidente” - Excesso: Pode dificultar a visualização; Nova coleta; - Sem exsudato inflamatório: Importância das características citomorfológicas; - Presença de po l imor fonuc leares : São coadjuvantes! Não são indicativos diretos de inflamação cervical; VAGINITE ATRÓFICA A a t r o f i a é u m f a t o r q u e f a v o r e c e o desencadeamento de processo inflamatório • Células profundas (parabasais e basais), degeneradas; • C é l u l a s p s e u d o p a r a c e r a t ó t i c a s : Citoplasma denso, eosinofílico com núcleo hipercromático; • Núcleos aumentados • “Núcleos nus” pela autólise; • Abundante exsudato in f lamatór io : Histiócitos, neutrófilos e histiócitos gigantes multinucleados; CERVICITE FOLICULAR - Cervicite linfocítoca ou linfofolicular; - Infiltrado linfoide denso • Grandes células linfoides, macrófagos e células dendríticas; • Núcleos grandes, cromatina granular, nucléolos proeminentes; • Para diferenciar de um esfregaço neoplásico deve-se atentar para o contorno nuclear regular e cromatina homogênea; • 21 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B flora vaginal - Além de agressões causadas por fatores químicos e físicos, alguns microrganismos podem colonizar a microbiota vaginal. - Flora vaginal: • Bactérias comensais; • Lactobacilos (bacilos de Döederlein) Manutenção do pH intravaginal infecção GARDNERELLA VAGINALIS (VAGINOSE) - Bactéria Gram variável; - Morfologia cocobacilar; - Adere na superfície das células escamosas Clue cells ou células alvo; - Corrimento vaginal amarelo e com odor; MOBILLUNCUS - Bacilo anaeróbico; - Gram-negativo ou variável; - Extremidades afiladas; - Podem ocorrer associados à GV Mais longos e curvados; COCOS - Neisseria gonorrhoeae • Abundante exsudato inflamatório e purulento; • Considerada uma DST; • Diplococos; CHLAMYDIA TRACHOMATIS • Bactéria que cresce intracelularmente; • Gram-negativa; • Metaplasia escamosa; • Inclusões intracitoplasmáticas ◦ V a c ú o l o r e d o n d o e b e m delimitado ◦ I n t e r i o r c o m i n c l u s õ e s eosinofílicas; ◦ Preferência pela JEC; ◦ Multinucleação, hipercromasia, aumento do volume nuclear; ACTINOMYCES - Bactérias gram-positivas; - Filamentosas e ramificadas; • Aglomerados densos e arredondados e coram-se de azul, marrom ou violeta; • “bola de algodão”; - Comum em mulheres que utilizam DIU; LEPTOTHRIX: - Bactérias frequentemente associadas com Trichomonas vaginalis; - Gram-negativa; - Filamentos longos, finos e cor púrpura; FUNGOS: - Candida Albicans : pseudo-hifas; Glabrata: não formadora de pseudo-hifas; - Fatores predisponentes � Anticoncepcionais, p roges te rona , co r t i co ides , an t i b i ó t i cos , antineoplásicos, diabetes melito, gravidez, imunossupressão; - Corrimento cremoso e espesso, “leite coagulado” Ardência, prurido; - Coram-se marrom-acinzentado ou alaranjado; - Laudo é citado como “Candida sp.” - Causam aumento nuclear, nucléolos; - Halos ao redor das leveduras; TRICHOMONAS VAGINALIS - Protozoário flagelado; - DST; - Corrimento abundante com odor, coloração amarelo-esverdeado, espumoso e fétido; - Formato piriforme, oval ou redondo até ameboide, maior que um neutrófilo; - Apresenta núcleo, pálido e excêntrico; - Geralmente não é possível visualizar o flagelo; herpes - Vírus herpes simples (HSV-2) - Doença sexualmente transmissível; - Ulcerativa � Pápulas e vesículas múltiplas; Alterações celulares: - Aumento do volume nuclear; • Cromatina degenerada, pálida, aspecto vidro fosco; • Multinucleação; - Núcleo com inclusões eosinofílicas envoltas por um halo claro; - Cariorrexe; 22 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B citologia fisiológica - Variações hormonais no decorrer da vida da mulher influenciam o epitélio do trato genital: • Ciclo ovulatório; • Gestação; • Lactação; • Menopausa; • Terapia hormonal; • Medicamentos; - Ciclo menstrual = 28 dias - O estrogênio tem efeito mitogênico, o que induz o amadurecimento do epitélio quando em níveis normais, resultando na presença de células superficiais. Quando na fase progestagênica, o predomínio será de células intermediárias atrofia - Pode ser observada em: • Infância; • Adolescência; • Pós-parto; • Lactação; • Menopausa; • Disfunção hormonal; • Radiação; • Quimioterapia; - Ao cessar a menstruação: • Diminuição de células superficiais e intermediárias; • Aumento de células escamosas profundas (basais e parabasais); • Diminuição de lactobacilos; • Células parabasais degeneradas com citoplasma basofílico; • Cé lu las pequenas com c i top lasma e o s i n o f í l i c o e n ú c l e o p i c n ó t i c o (pseudoparaceratose); - A atrofia também pode provocar um quadro inflamatório denominado “vaginite atrófica” com excesso de células pseudoparaceratóticas, exsudato inflamatório e alterações reativas inflamatórias. citólise - A flora vaginal é composta por bactérias e fungos; - P r e d o m i n a n t e : b a c i l o s d e D ö d e r l e i n (lactobacilos); • Responsáveis pe lo pH in t ravaginal levemente ácido ◦ Barreira para infecções microbianas; Lactobacilos: - Gram-positivos; - Espessos com tamanho variável; - Margens arredondadas; - Coram-se em tom púrpura no Papanicolaou; - Associados ao processo de citólise • Consumo de glicogênio no citoplasma de células intermediárias, conversão em ácido lático para manutenção do pH em 3,9 a 4,2. - Bacilos de Döderlein (Lactobacilos) CITÓLISE - Marcada pela presença de fragmentos citoplasmáticos e núcleos desnudos; • Destaca-se na fase pós-ovulatória do ciclo menstrual e na gravidez, onde há intensa atividade progestagênica; - Dificulta o desenvolvimento das infecções b a c t e r i a n a s , p r i n c i p a l m e n t e d o t i p o gramnegativas; - Intensa citólise deve ser comunicada em laudo p o i s p o d e r á p r o d u z i r u m c o r r i m e n t o esbranquiçado; • 50% - Aprox imadamente 1 /3 dos es f regaços apresentam flora com lactobacilos e cocos, sem necessariamente um quadro de inflamação; Alterações iatrogênicas 23 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B - Alterações iatrogênicas (em função de tratamentos): Radioterapia, quimioterapia, cauterização, diafragma, DIU, tratamento a laser, biópsias. - Radioterapia: Efeitos podem perdurar dias ou anos; Relatos de efeitos após 20 anos (Dose administrada e absorvida;) - Importante: conhecer as alterações iatrogênicas e boa anamnese no ato da coleta! - Esfregaços podem parecer atróficos, o que aumenta a suscetibilidade a infecções: • Atrofia não suscetível ao estrógeno! - Células mais afetadas são as que se reproduzem mais frequentemente: • Camada basal (mitoses); - Alterações reativas: • Nucléolos; • Aumento nuclear; - Alterações reativas: • Citoplasma abundante; • Vacuolização; - Alterações reativas: • Núcleos aumentados; • Citoplasma abundante e policromático; • Vacuolização; • Hipercromasia nuclear leve; • Nucléolos proeminentes; • Multinucleação; 1. O que é reparo tecidual? Quando ocorre? 2. Na citologia e histologia podemos observar alterações teciduais e celulares associadas ao processo de reparo. Cite quais alterações podem ser encontradas para classificar uma amostra em reparo. LSIL (nome em português: LIEBG- lesão intraepitelial de baixo grau) - L é de LOW (baixo grau) - tamanhoda célula: igual à célula normal - tamanho do núcleo: núcleo grande, maior que o da célula normal e com o contorno mais irregular - pode existir o coilócito (indica HP) - sempre que tiver coilócito é LSIL, mas se não tiver coilócito também pode ser LSIL. ASCH - H é de HIGH ( a l t o g r a u ) ; A S C H = POSSIVELME N T E é a l t o grau - tamanho da célula: células bem menores - tamanho do núcleo: núcleo grande, maior que o da célula normal e com o c o n t o r n o preservado/liso ou levemente desparelho ASC-US - a t i p i a s d e s i g n i f i c a d o indeterminado (US) - tamanho da célula: igual à célula normal - tamanho do núcleo: núcleo grande, maior que o da célula normal , mas c o m o s e u c o n t o r n o preservado/liso HSIL (nome em português: LIEAG) - H é de HIGH (alto grau); HSIL = É alto grau com certeza - tamanho da célula: células bem menores - tamanho do núcleo: núcleo grande, maior que o da cé lu la normal e mu i to irregular 24 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B Atipias em células escamosas – ASC-US CÉLULAS ESCAMOSAS ATÍPICAS - asc ASC -Atypical Squamous Cells (Células Escamosas Atípicas) - Alterações citológicas sugestivas de SIL (Lesão Intraepitelial escamosa) -Insuficientes para uma interpretação definitiva! - Requer 3 características essenciais: 1. Diferenciação escamosa; 2. Aumento da proporção N/C; 3. Hipercromasia nuclear mínima, agrupamento da cromatina, irregularidade, multinucleação; ASC-US = Células Escamosas Atípicas de Significado Indeterminado Critérios: - Núcleos de 2,5 a 3 vezes o tamanho normal; - Proporção N/C (núcleo/citoplasma) ligeiramente aumentada; - Hipercromasia nuclear mínima e irregularidade na distribuição da cromatina ou forma nuclear; - Anormalidades nucleares associadas a citoplasma orageofílico denso (paraceratose atípica); - Contorno nuclear liso; E SE FOR OBSERVADA ATIPIAS EM CÉLULAS GLANDULARES? - Podem ser divididas em: • Possivelmente não neoplásicas; • Possivelmente neoplásicas (não se pode afastar lesão de alto grau); ATIPIAS EM CÉLULAS GLANDULARES Critérios: - Camadas de células, blocos e rosetas com agrupamentos e sobreposição nuclear; - Podemos encontrar um alargamento nuclear de até três a cinco vezes a área dos núcleos endocervicais normais; - Existe alguma variação no tamanho e no formato nucleares; - Frequentemente há evidências de moderada hipercromasia; - Pode haver nucléolos; - Figuras mitóticas são raras; - Citoplasma pode ser abundante mas a proporção N/C está aumentada; - Bordas celulares distintas; QUAL A CONDUTA? HPV - Infecção comum e altamente contagiosa; • Sem sintomas na maioria dos casos; • Contágio por contato ◦ Camisinha - Afeta mais de 80% de homens e mulheres sexualmente ativos; - Associado ao desenvolvimento de câncer: • Anal – 84% dos casos; • Pênis – 47% dos casos; • Vulva, vagina, boca e garganta; - 99% dos casos de câncer cervical - Mais de 150 tipos: • Aproximadamente 40 afetam o trato genital • Alto risco: associados ao desenvolvimento de câncer • Baixo risco: associados ao desenvolvimento de doenças benignas • Variações de acordo com a região hpv Como ocorre a infecção? 1. Encontro do vírus com a célula por microtraumas do epitélio: Camada superficial contendo cópias virais que penetram em células basais (pode haver latência); 2. Genoma viral é amplificado em células da camada basal (1000 cópias por célula) 3. Empacotamento do vírus em capsídeos para liberação e retomada do ciclo; - Genoma em forma epissomal em lesões cervicais benignas e genoma integrado à célula hospedeira em lesões malignas. - Infecção por HPV não é suficiente para desencadear a carcinogênese • Eliminação espontânea ◦ 90% dos indivíduos infectados em um período de 24 meses eliminam (Principalmente em mulheres abaixo de 30 anos;) ◦ Taxa de 14% de progressão; ◦ HSIL deve-se realizar tratamento; - Presença de alguma lesão: • Detecção do DNA do HPV � Indicação do tipo → classificação do risco; • LSIL: citologia a cada 6 meses: ◦ Sem lesão: biologia molecular após 12 ou 18 meses para verificar a eliminação do vírus; ◦ SUS: citologia em 6 meses com colposcopia em caso de permanência; fatores de risco para infecção por HPV - Baixa Idade e ectopia cervical induzindo metaplasia - Início da atividade sexual precoce (acelera o processo de maturação do epitélio do colo do útero); - Múltiplos parceiros; - Alta paridade; 25 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B - Raça (descendentes africanos); - Tabagismo; - DSTs (HIV, Chlamydia trachomatis, herpes simplex, etc); - Imunodrepressão; - Contraceptivos orais; métodos de detecção do hpv - “O desenvolvimento do câncer de colo de útero pode ser evitado quando diagnosticado e tratado precocemente”. Colposcopia (Alta sensibilidade, baixa especificidade) - Espéculo; - Soro fisiológico 0,9% para umidificar o epitélio e remover conteúdo de descarga vaginal; - Utilização de filtro verde para avaliação da vascularização; - Ácido acético 3 a 5%: aumenta visibilidade das áreas normais e anormais do epitélio cervical (ZT, JEC). Edema nas papilas do epitélio cilíndrico provoca seu empalidecimento. - Solução Iodada de lugol ou Schiller: • Células intermediárias ricas em glicogênio coram-se de marrom escuro. • Epitélio distrófico, metaplásico, cilíndrico, pré-neoplásico e neoplásico não se coram por não apresentar glicogênio – DELIMITAÇÃO DE MARGENS! - Identificação do epitélio escamoso, colunar, JEC normal e anormal, onde encontram-se lesões pré- neoplásicas, estimando sua extensão, tamanho e gravidade. - Biópsia: utilização de pinças ou alças diatérmicas. Histologia (Biópsias) - Método mais específico para avaliação do grau de lesões. - Figuras de mitose, núcleos atípicos; Biologia Molecular - Metodologia mais específica para detecção do HPV - Captura Híbrida Citologia Oncótica - Eficaz • Falso-negativos e falso-positivos; • Biologia Molecular; - Sistema Bethesda: • Alterações por HPV (coilócito) = LSIL ◦ Potencial oncológico duvidoso, podendo regredir; ◦ HSIL → Carcinoma de células escamosas invasoras; lsil (lie-bg: lesão intraepitelial escamosa de baixo grau) CRITÉRIOS: - Alterações citológicas restritas a células com citoplasma “maduro” ou tipo superficial; - Citoplasma abundante; - Aumento nuclear (3x): ↑N/C - Variações de tamanho, hipercromasia, número e formato nuclear; - Bi ou multinucleação; - Cromatina pode estar borrada ou degenerada; - Nucléolos ausentes; - Contorno nuclear ligeiramente irregular; - Coilocitose (aspecto característico mas não necessário); - Oreangeofilia densa com anormalidades nucleares (Paraceratose atípica); ALTERAÇÕES ASSOCIADAS AO HPV - Coilocitose • Células escamosas superficiais e intermediárias • Grande halo perinuclear irregular delimitado com binucleação e núcleos atípicos (hipercromático e contorno irregular); • Torna-se menos evidente com o avanço da lesão; VACINA CONTRA HPV - Proteção contra subtipos: 6, 11, 16 e 18; - Público-alvo (2 doses, 6 meses): • Meninas: 9 a 13 anos; • Meninos: 12 e 13 anos (2017) a partir de 9 (2020); - HIV positivos (3 doses, 0,2 e 6 meses) : – 9 a 26 anos; 26 Manuela Canabarro Ehlert Medicina Univates 2026/B 27
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