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1 CAMILA CANUTO FISIOPATOLOGIA PROCESSO DE CURA E REPARO REGENERAR X CICATRIZAR REGENERAÇÃO: ocorre por proliferação de células residuais (não lesadas) que retêm a capacidade de divisão e por substituição de células-tronco teciduais. Constitui a resposta típica a lesão em epitélios que se dividem rapidamente, como na pele e nos intestinos e em alguns órgãos, principalmente no fígado. FORMAÇÃO DE CICATRIZ: se os tecidos lesados são incapazes de regeneração ou se as estruturas de suporte do tecido são gravemente lesadas, o reparo ocorre por deposição de tecido conjuntivo (fibrose), um processo que resulta em formação de cicatriz. Embora a cicatriz fibrosa não possa realizar a função das células perdidas do parênquima, ela fornece estabilidade estrutural suficiente para tornar o tecido lesado hábil nas suas funções. O termo fibrose é mais frequentemente usado para descrever a extensa deposição de colágeno que ocorre nos pulmões, fígado, rins e outros órgãos, resultante da inflamação crônica, ou no miocárdio após extensa necrose isquêmica (infarto). CICLO CELULAR Constantemente os tecidos estão em 3 processos: Proliferação (Multiplicação) Diferenciação Apoptose (Morte Celular) Estes processos precisam ser mantidos em equilíbrio para manter o tamanho normal do tecido. A proliferação é cíclica e acontece em diferentes velocidades dependendo do tecido. Ela está em equilíbrio com a Apoptose para manter a HOMEOSTASE. A progressão dessas fases é regulada por CICLINAS, cuja atividade é controlada por CINASES CICLINA- DEPENDENTES. 2 CAMILA CANUTO CAPACIDADE DE PROLIFERAÇÃO DOS TECIDOS Vários tipos de células proliferam durante o reparo tecidual: • TECIDO LESADO remanescente (que tenta restaurar a estrutura normal); • CÉLULAS ENDOTELIAIS VASCULARES (para criar novos vasos que forneçam os nutrientes necessários ao processo de reparo); • FIBROBLASTOS (a origem do tecido fibroso que forma a cicatriz para preencher os defeitos que não podem ser corrigidos por meio da regeneração); A forma de reparo dos tecidos é determinada, em parte, por sua capacidade de proliferação intrínseca. TECIDOS LÁBEIS (INSTÁVEIS) As células desse tecido são perdidas continuamente e substituídas pela maturação de células-tronco e pela proliferação de células maduras (dividem-se continuamente). • Células hematopoiéticas na medula óssea, a maioria dos epitélios de superfície (cavidade oral, vagina e cérvice); • Epitélios cuboides dos ductos que drenam os órgãos exócrinos (glândulas salivares, pâncreas e trato biliar); • Epitélio colunar do trato gastrointestinal, útero e trompas de Falópio; • Epitélio transicional do trato urinário. Esses tecidos podem regenerar-se prontamente após a lesão, contanto que a reserva de células-tronco esteja preservada. TECIDOS ESTÁVEIS (QUIESCENTES) Atividade proliferativa mínima em seu estado normal (possuem baixa atividade replicativa). • Entretanto, são capazes de se dividir em resposta à lesão ou à perda de massa tecidual. • As células estáveis constituem o parênquima da maior parte dos tecidos sólidos, como fígado, rim e pâncreas. • Células endoteliais, fibroblastos e células musculares lisas (particularmente importante na cura das feridas). • À exceção do fígado, os tecidos estáveis têm capacidade limitada de se regenerar após eventuais lesões. TECIDOS PERMANENTES Terminantemente diferenciadas e não proliferativas na vida pós-natal. • Neurônios, músculo estriado cardíaco, músculo estriado esquelético; • Lesão no cérebro ou no coração é irreversível e resulta em cicatriz, pois os neurônios e miócitos cardíacos não se regeneram. • Qualquer capacidade proliferativa que possa existir nesses tecidos é insuficiente para produzir regeneração dos tecidos após as lesões. • Em geral, o músculo esquelético é classificado como um tecido permanente, mas as células-satélite atraídas para a bainha endomisial fornecem certa capacidade regenerativa para o músculo. Nos tecidos permanentes, o reparo é caracteristicamente realizado pela formação de cicatriz. CICLO CELULAR E CAPACIDADE DEPROLIFERAÇÃO TECIDUAL: 3 CAMILA CANUTO REGENERAÇÃO • Alguns tecidos conseguem substituir os componentes danificados e retornar essencialmente ao seu estado normal; • A regeneração ocorre por meio da proliferação de células que sobrevivem à lesão e conservam a capacidade de se proliferar; por exemplo, nos epitélios de rápida divisão da pele e intestinos, e também em alguns órgãos parenquimatosos, particularmente o fígado. CICATRIZAÇÃO: DEPOSIÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO • Se os tecidos lesados não conseguirem restituir-se por completo, ou se as estruturas de suporte tecidual estiverem severamente lesadas, o reparo ocorre pela disposição de tecido conjuntivo (fibroso); • Embora a cicatriz fibrosa não seja normal, fornece estabilidade estrutural suficiente para que o tecido lesado possa funcionar. • O termo fibrose é mais comumente utilizado para descrever a extensa deposição de colágeno que ocorre nos pulmões, fígado, rins e outros órgãos, como consequência da inflamação crônica, ou no miocárdio, após necrose isquêmica extensa (infarto). REPARO TECIDUAL • Após diferentes tipos de lesão, tanto a regeneração quanto a formação de cicatriz contribuem, em graus variáveis, para o reparo definitivo. • Ambos os processos envolvem a proliferação de várias células e as estreitas interações entre as células e a matriz extracelular (MEC). PROLIFERAÇÃO TECIDUAL • Os FATORES DE CRESCIMENTO são produzidos por células próximas ao local do dano; • As fontes mais importantes desses fatores de crescimento são os macrófagos ativados pela lesão tecidual, mas as células epiteliais e também estromais; • Ativam as vias de sinalização que induzem a produção de proteínas envolvidas na condução de células até o ciclo celular; • As células-tronco mais importantes para a regeneração após lesões são as células-tronco teciduais. FATORES DE CRESCIMENTO E MATRIZ EXTRACELULAR: 4 CAMILA CANUTO MATRIZ EXTRACELULAR – MEC - Ela regula também a proliferação, o movimento e a diferenciação das células que vivem no seu interior, fornecendo um substrato para a adesão e a migração celulares, e funcionando como reservatório para os fatores de crescimento. REGENERAÇÃO HEPÁTICA • A regeneração do fígado acontece por meio de dois mecanismos importantes: proliferação dos hepatócitos remanescentes e repovoamento a partir das células progenitoras. • Proliferação de HEPATÓCITOS: É desencadeada por ações combinadas de citocinas e fatores de crescimento polipeptídicos; • A partir de CÉLULAS PROGENITORAS: na lesão ou na inflamação crônica hepática, células progenitoras do fígado contribuem para o repovoamento; residem em nichos especializados chamados canais de Hering; 5 CAMILA CANUTO REPARO POR DEPOSIÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO - CICATRIZAÇÃO Se o reparo não puder ser alcançado somente pela regeneração, ocorre através da substituição das células lesadas por tecido conjuntivo, levando à formação de uma cicatriz, ou por meio de uma combinação da regeneração de algumas células residuais e formação de cicatriz. ETAPAS DA CICATRIZAÇÃO • Formação de novos vasos (angiogênese). • Migração e proliferação de fibroblastos e deposição de tecido conjuntivo que, junto com a abundância de vasos e leucócitos dispersos, tem aparência granular e rósea, sendo chamado de tecido de granulação. • Maturação e reorganização do tecido fibroso (remodelamento) para produzir uma cicatriz fibrosa estável. TECIDO DE GRANULAÇÃO • A migração e a proliferação de fibroblastos, bem como a deposição de tecido conjuntivo frouxo, junto com os vasos e leucócitos entremeados,formam o tecido de granulação; • Sua aparência histológica é caracterizada pela proliferação de fibroblastos e capilares novos e delicados de paredes finas (angiogênese), em uma matriz extracelular frouxa, geralmente com a mistura de células inflamatórias (macrófagos); • Progressivamente, o tecido de granulação invade o local da lesão; a quantidade de tecido de granulação que é formado depende do tamanho do déficit no tecido criado pela ferida e da intensidade da inflamação. 6 CAMILA CANUTO ANGIOGÊNESE ETAPAS DA ANGIOGÊNESE: • Vasodilatação, em resposta ao óxido nítrico, e aumento de permeabilidade induzida pelo fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). • Separação de pericitos da superfície luminal e quebra da membrana basal, de modo a permitir a formação de um broto vascular. • Migração de células endoteliais em direção à área de lesão tecidual. • Proliferação de células endoteliais logo atrás das células migratórias orientadoras (“de ponta”). • Remodelamento em tubos capilares. • Recrutamento de células periendoteliais (pericitos para pequenos capilares e células musculares lisas para vasos maiores) para formar o vaso maduro. • Supressão da proliferação, com migração endotelial e deposição da membrana basal. • Formação de novos vasos sanguíneos, que fornece os nutrientes e o oxigênio necessários ao processo de reparo. FATORES DE CRESCIMENTO: • VEGFs (estimulam tanto a migração quanto a proliferação de células endoteliais); • NO (Promovem vasodilatação ao estimular a formação da luz vascular); • FGFs (estimulam a proliferação de células endoteliais); • Angiopoietinas 1 e 2 (maturação estrutural de vasos novos); DEPOSIÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO OCORRE EM DUAS ETAPAS: 1. migração e proliferação de fibroblastos para o local da lesão; 2. deposição das proteínas da MEC (colágeno) produzidas por essas células. 7 CAMILA CANUTO • As principais fontes dos fatores de crescimento são as células inflamatórias, em especial os macrófagos ativados que estão presentes nos locais de lesão no tecido de granulação. REMODELAMENTO DO TECIDO CONJUNTIVO • O resultado do processo de reparo é influenciado pelo equilíbrio entre a síntese e a degradação de proteínas da MEC. FATORES QUE INFLUENCIAM O REPARO • Infecção • Diabetes • Estado Nutricional (colágeno e vitamina C) • Glicocorticoides (esteroides anti-inflamatórios fraqueza na cicatriz) • Fatores Mecânicos • Perfusão Deficiente • Corpos Estranhos • Tipo e extensão da lesão • Local da lesão CICATRIZAÇÃO POR PRIMEIRA E SEGUNDA EXTENSÃO: CICATRIZAÇÃO: PRIMEIRA INTENÇÃO • Incisão limpa. • Linha de fechamento precisa de hemostasia. • Desidratação na superfície cria crosta. • 24 h: neutrófilos, mitoses do epitélio basal. • 1 - 2 dias: células epiteliais basais crescem ao longo da derme. • 3 dias: neutrófilos saem, macrófagos entram, tecido de granulação se forma. • 5 dias: espaço preenchido com tecido de granulação e por pontes de união de fibrilas colágenas. 8 CAMILA CANUTO • Espessamento da epiderme permanece normal. • 2 a Semana: acúmulo de colágeno, fibroblastos (edema e inflamação reduzidos). • Fim do 1o mês: tecido conjuntivo sem inflamação; epiderme intacta. • Força de tensão aumenta de 70 - 80% em relação à pele normal em 3 meses. CICATRIZAÇÃO: SEGUNDA INTENÇÃO • Lesão tecidual maior. • Atividade inflamatória maior. • Mais tecido de granulação. • Contração cicatricial – miofibroblastos (actina). ANOMALIAS DE REPARO • DEISCÊNCIA DA FERIDA E ULCERAÇÃO: a formação inadequada do tecido de granulação ou a formação de uma cicatriz; • CICATRIZ HIPERTRÓFICA: formação excessiva dos componentes do processo de reparo pode dar origem a cicatrizes hipertróficas e queloides; • GRANULAÇÃO EXUBERANTE: consistente na formação de quantidades excessivas de tecido de granulação, fazendo protrusão acima do nível da pele no entorno e bloqueando a reepitelização (esse processo, com muita frequência, é chamado de “carne esponjosa”). • CONTRAÇÃO: Em exagero, origina a contratura e resulta em deformidades da ferida e dos tecidos circundantes. QUELOIDE CICATRIZ HIPERTRÓFICA X QUELOIDE: DEISCÊNCIA 9 CAMILA CANUTO FASES SEQUENCIAIS DA CICATRIZAÇÃO PROCESSOS DE ADAPTAÇÃO DO CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO TECIDUAL CAUSAS DE AGRESSÃO ÀS CÉLULAS ALTERAÇÕES NO PROCESSO REGULATÓRIO DIFERENTES TIPOS DE LESÕES ALTERAÇÃO DO VOLUME CELULAR HIPERTROFIA: aumento do VOLUME celular Adaptação do órgão frente a exigência de trabalho. Patológico ou Fisiológico: Hipertrofia Compensatória – caso perca um rim, o outro aumenta para compensar A hipertrofia é um aumento do tamanho das células que resulta em aumento do tamanho do órgão. A hipertrofia pode ser fisiológica ou patológica e é causada pelo aumento da demanda funcional ou por fatores de crescimento ou estimulação hormonal específica. PATOLÓGICO: FISIOLÓGICA: 10 CAMILA CANUTO Volume celular aumentado, células diferenciadas pelo núcleo, tecido organizado e delimitado. HIPOTROFIA/ATROFIA: diminuição do VOLUME celular A diminuição do tamanho da célula, pela perda de substância celular, é conhecida como atrofia. Quando um número suficiente de células está envolvido, todo o tecido ou órgão diminui em tamanho, tornando-se atrófico. Embora as células atróficas tenham sua função diminuída, elas não estão mortas. CAUSAS: As causas da atrofia incluem a diminuição da carga de trabalho (p. ex., a imobilização de um membro para permitir o reparo de uma fratura), a perda da inervação, a diminuição do suprimento sanguíneo, a nutrição inadequada, a perda da estimulação endócrina e o envelhecimento (atrofia senil). Os mecanismos da atrofia consistem em uma combinação de síntese proteica diminuída e degradação proteica aumentada nas células. A degradação das proteínas celulares ocorre, principalmente, pela via ubiquitina-proteossoma. Em muitas situações, a atrofia é acompanhada também pelo aumento da autofagia, que resulta no aumento do número de vacúolos autofágicos. 11 CAMILA CANUTO ALTERAÇÃO NA PROLIFERAÇÃO CELULAR Ciclo celular: G1: induzindo proliferação pelo estímulo. S: síntese HIPERPLASIA: Podem ser Fisiológicos e Patológicos: FISIOLÓGICOS: Compensadores (nefrectomia); secundários a estímulo hormonal (útero na gravidez, mama na lactação); PATOLÓGICOS: Estimulação hormonal – estrógeno com hiperplasia endometrial. TSH- hiperplasia tireoidiana; 12 CAMILA CANUTO Os dois tipos de hiperplasia fisiológica são: (1) hiperplasia hormonal, exemplificada pela proliferação do epitélio glandular da mama feminina na puberdade e durante a gravidez e (2) hiperplasia compensatória, na qual cresce tecido residual após a remoção ou perda da porção de um órgão. A maioria das formas de hiperplasia patológica é causada por estimulação excessiva hormonal ou por fatores do crescimento. O processo hiperplásico permanece controlado; se os sinais que a iniciam cessam, a hiperplasia desaparece. É essa sensibilidade aos mecanismos de controle de regulação normal que diferencia as hiperplasias patológicas benignas das do câncer, no qual os mecanismos de controle do crescimento tornam-se desregulados ou ineficazes. Hiperplasia: aumenta o número de células e não muda a sua morfologia, células novas iguais a normal. Adenocarcinoma: células com núcleos aumentados. HIPOPLASIA: Diminuição da população celular de um tecido, órgão ou parte do corpo. Podem ser Fisiológicas e Patológicas: FISIOLÓGICAS: involução do timo e das gônadas no climatério. PATOLÓGICAS: hipoplasia da medula óssea por agentes tóxicos ou infecções(AIDS, febre amarela, etc.). Embriogênese (hipoplasia pulmonar, renal, etc.). ALTERAÇÃO NA DIFERENCIAÇÃO CELULAR METAPLASIA: Tipo celular adulto é substituído por outro de uma mesma linhagem germinativa, que possa suportar o ambiente hostil ou estimulo agressor. Metaplasia é uma alteração reversível na qual um tipo celular adulto (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular adulto. Metaplasia: alteração do fenótipo em células diferenciadas, sempre em resposta a irritação crônica que torna as células mais capazes de suportar o estresse; geralmente induzida por via de diferenciação alterada das células-tronco nos tecidos; pode resultar 13 CAMILA CANUTO em redução das funções ou tendência aumentada para transformação maligna. DISPLASIA: • Condição adquirida: alterações de crescimento e diferenciação celular acompanhadas de redução ou perda da diferenciação das células afetadas. • Podem estacionar ou regredir. • Atipia celular característica mais importante: Cariomegalia. • Alteração na expressão dos genes que regulam a proliferação e diferenciação celular. • Existe uma tendência a distinguir a displasia quando afetando um órgão, da displasia quando afeta um tecido. • Quando afeta o órgão, abrange vários distúrbios do desenvolvimento e crescimento, geralmente processos regressivos, ligados a condições genéticas; • Quando afetando um tecido, abrange os erros locais do desenvolvimento (Hamartomas e Coristomas). 14 CAMILA CANUTO HAMARTOMAS: erros locais do crescimento; tecido se desenvolve mais que o devido, com células maduras e normais, mas com arquitetura tissular anormal. Quando volumosos e com aspecto tumoral recebem a denominação de Hamartomas. Exemplos: Nevos pigmentados. - CORISTOMAS: erros locais congênitos do desenvolvimento, tecido aparentemente normal se desenvolve heterotopicamente. Quando volumosos e com aspecto tumoral recebem a denominação de Coristomas. Exemplos: Fragmentos de pâncreas nas paredes gástricas, de córtex de adrenal nos rins. CASO CLÍNICO CASO 1: • Paciente S.H., 26 anos, diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica, vem perdendo a inervação muscular progressivamente devido a essa condição. • HDA: iniciou quadro de fraqueza muscular há 5 anos, houve piora progressiva e hoje apresenta dificuldade de deambulação, hipotrofia em mãos, MMSS e MMII. • Eletroneuromiografia: sinais de desenervação em segmentos bulbar, cervical, torácico, lombar e paraespinhal. Perguntas: • CITE E DEFINA O PROCESSO ADAPTATIVO NAS FIBRAS MUSCULARES ESQUELÉTICAS DESSE PACIENTE. Atrofia • QUAL SUA ETIOLOGIA DESSA ADAPTAÇÃO? Diminuição do estímulo nervoso • DESCREVA AS ALTERAÇÕES MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS DAS FIBRAS MUSCULARES DESSE PACIENTE. Diminuição do volume celular microscópico, e diminuição do músculo. • DÊ OUTROS DOIS EXEMPLOS DE OCORRÊNCIA DESSA ADAPTAÇÃO. Paraplegia e miastenia gravis. CASO 2: • Homem de 70 anos de idade, leucoderma, nega hábitos deletérios • QP: há aproximadamente 1 ano tem notado um jato urinário fraco com sensação de esvaziamento incompleto após micção. • Nega histórico de infecções urinárias e intervenções urológicas, • História familiar: relata que o pai faleceu de câncer de próstata. • Ao toque retal foi verificado 15 CAMILA CANUTO aumento da próstata de consistência fibroelástica e sem nodulações. • Exames de imagem e biópsia do órgão revelaram próstata de aspecto benigno Perguntas: • CITE E DEFINA O PROCESSO ADAPTATIVO RELACIONADO O CASO. Hiperplasia prostática. • QUAL SUA ETIOLOGIA? Estímulo mitótico. • DESCREVA AS ALTERAÇÕES MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS OBSERVADAS NESSE ÓRGÃO. Aumenta o número de células sem mudança na morfologia, núcleo continua igual • DÊ OUTROS DOIS EXEMPLOS DE OCORRÊNCIA DESSA ADAPTAÇÃO. Hiperplasia endometrial, Hiperplasia tireoidiana. CASO 3: • Paciente do sexo feminino, 66 anos, tabagista (48 maços/ano), apresentando obesidade grau II, dá entrada no pronto socorro por dispneia intensa. • História pregressa: hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e dislipidemia. • Exame físico: regular estado geral, taquipneia e taquicardia e edema em membros inferiores. • Eletrocardiograma: ritmo irregular e sobrecarga ventricular esquerda. Perguntas: • CITE E DEFINA O PROCESSO ADAPTATIVO QUE OCORRE NO MIOCÁRDIO, ESPECIFICAMENTE NO VENTRÍCULO ESQUERDO. Hipertrofia patológica. • QUAL SUA ETIOLOGIA? Hipertensão arterial sistêmica. • DESCREVA AS ALTERAÇÕES MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS GERADAS POR ESSA ADAPTAÇÃO. Aumento do órgão, aumento da célula. • DÊ OUTROS DOIS EXEMPLOS DE OCORRÊNCIA DESSA ADAPTAÇÃO. Excesso de GH e excesso de estimulo (atletas). CASO 3: • MSG, homem, 55 anos, encaminhado ao ambulatório de gastroenterologia com história de pirose retrosternal há 3 anos, refere que anteriormente apresentava o sintoma de forma esporádica, porém, há mais ou menos 1 ano, a frequência e intensidade dos episódios aumentaram. Relaciona essa piora ao fato de ter ganhado 10 quilos nesse último ano. • Nega náuseas, vômitos, regurgitação, odinofagia, halitose, dispneia e outros sintomas respiratórios. • Histórico: refluxo gástrico • Endoscopia digestiva alta: Esôfago de Barret. Perguntas: • CITE E DEFINA O PROCESSO ADAPTATIVO QUE OCORRE NO MIOCÁRDIO, ESPECIFICAMENTE NO VENTRÍCULO ESQUERDO. Metaplasia • QUAL SUA ETIOLOGIA? Suco gástrico atingindo o esôfago, refluxo gastresofágico. • DESCREVA AS ALTERAÇÕES MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS GERADAS POR ESSA ADAPTAÇÃO. Mudança do tecido, muda de pavimentoso para colunar, muda a coloração e aspecto. • DÊ OUTROS EXEMPLOS DE OCORRÊNCIA DESSA ADAPTAÇÃO. Tabagismo (metaplasia das vias aéreas). NEOPLASIA - ARTIGO INTRODUÇÃO Neoplasia significa crescimento novo. O termo tumor é usado como sinônimo e foi originalmente usado para os aumentos de volume causados pela inflamação. As neoplasias ou tumores são classificados em malignos ou benignos. Entretanto, câncer é a denominação genérica usada somente para tumores malignos, e originou-se devido a capacidade de invadirem os tecidos vizinhos. O estudo das neoplasias é conhecido como oncologia (onco= massa). NOMENCLATURA Os tumores benignos e malignos têm dois componentes básicos: parênquima que é constituído por células neoplásicas e estroma que é composto por tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. A nomenclatura dos tumores é baseada na origem das células do parênquima. Nas neoplasias benignas acrescenta-se o sufixo OMA à célula de origem. Os tumores benignos de células mesenquimais geralmente seguem esta regra. Por exemplo: neoplasia benigna de fibroblasto é chamada de fibroma. Como toda regra há exceções, 16 CAMILA CANUTO linfoma, melanoma e mieloma múltiplo referem-se a neoplasias malignas. A nomenclatura dos tumores epiteliais benignos é baseada nas células de origem, arquitetura microscópica ou padrão macroscópico. As neoplasias benignas com estruturas glandulares são chamadas de adenomas e, papilomas são tumores epiteliais benignos que produzem projeções epiteliais. As neoplasias malignas de origem mesenquimal recebem o sufixo SARCOMA (sarco = carne) às células de origem. Os tumores malignos de fibroblastos são chamados de fibrossarcomas. As neoplasias malignas de origem epitelial recebem a denominação carcinomas. Os tumores malignos com padrão glandular são chamados de adenocarcinomas. CARACTERÍSTICAS DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA: O termo diferenciação refere-se ao grau em que as células neoplásicas assemelham-se às células normais. As neoplasias benignas apresentam células bem diferenciadas, ou seja, semelhantes às células do tecido de origem. As neoplasias malignas apresentam células com grau variável de diferenciação.As células indiferenciadas são também chamadas de anaplásicas. As células anaplásicas apresentam variação de tamanho e forma. As principais características das células anaplásicas são: a) Pleomorfismo; b) Núcleo hipercromático; c) Relação núcleo-citoplasma aumentada; d) Aumento no tamanho e número dos nucléolos; e) Mitoses atípicas. RITMO DE CRESCIMENTO: Genericamente a maioria das neoplasias benignas cresce lentamente e as malignas crescem rapidamente. Entretanto, alguns tumores benignos podem apresentar crescimento mais rápido que tumores malignos. O ritmo de crescimento depende do tipo de tumor e de alguns fatores como suprimento sanguíneo e hormonal. INVASÃO LOCAL: As neoplasias benignas crescem por expansão, permanecendo no local de origem, sem infiltrar ou invadir tecidos vizinhos ou provocar metástase para outros locais. As neoplasias benignas são geralmente circunscritas por uma cápsula de tecido fibroso que delimita as margens do tumor. Devido à cápsula, os tumores benignos formam massas isoladas, palpáveis e móveis, passíveis de enucleação cirúrgica. Entretanto, alguns tumores benignos são localmente invasivos e recidivantes, como tumores mixoides. As neoplasias malignas são invasivas provocando destruição dos tecidos adjacentes e podendo desenvolver metástase regional e à distância. Devido a essa característica invasiva, é necessária a ressecção cirúrgica de considerável margem de tecido aparentemente normal, conhecida como cirurgia radical. É preciso ressaltar que alguns tipos de câncer evoluem de uma lesão inicial conhecida como carcinoma in situ. Neste estágio as células tumorais estão restritas ao epitélio e não romperam a membrana basal com consequente invasão do conjuntivo. As ressecções cirúrgicas nesta fase são menores com um maior índice de cura. 17 CAMILA CANUTO METÁSTASE: Metástase é a presença de células ou massas tumorais em tecidos que não apresentam continuidade com o tumor primário. É a principal característica das neoplasias malignas e a disseminação das células tumorais ocorre através dos vasos sanguíneos, linfáticos ou cavidades corporais. Todos os tipos de câncer podem provocar metástases, com poucas exceções como o carcinoma basocelular de pele e os gliomas (neoplasias de células gliais do SNC). O desenvolvimento de metástase diminui de maneira acentuada a possibilidade de cura dos pacientes. As principais vias de disseminação são: A) Disseminação através de cavidades e superfícies corporais: Esse tipo de disseminação ocorre quando células neoplásicas penetram em uma cavidade natural, como a peritonial. Em casos de carcinomas de ovário não é raro que as superfícies peritoniais fiquem revestidas por células neoplásicas. Outras cavidades corporais podem estar envolvidas como a pleural, pericardial e subaracnóide. B) Disseminação linfática: As células tumorais são transportadas pelos vasos linfáticos. É a via preferencial dos carcinomas, e a menos freqüente nos sarcomas. Os gânglios linfáticos regionais funcionam como barreiras contra a disseminação generalizada do tumor, pelo menos por algum tempo. C) Disseminação hematogênica: É a via de disseminação mais utilizada pelos sarcomas, porém também pode ocorrer nos carcinomas. As artérias são mais resistentes que as veias a invasão tumoral. Os órgãos mais acometidos por essa disseminação são o fígado e o pulmão. ESTADIAMENTO (SISTEMA TNM) O sistema TNM é a classificação mais usada para os tumores malignos. Este critério foi estabelecido pela UICC (União Internacional Contra o Câncer) para determinar a extensão do crescimento e disseminação das neoplasias malignas. Pode ser utilizado tanto sob a perspectiva do patologista (pTNM), quanto do oncologista (cTNM). O sistema TNM está baseado em três componentes: T- tamanho do tumor primário N- nódulo regional comprometido M- metástase A classificação no sistema TNM tem como objetivos: a) Ajudar no planejamento do tratamento; b) Dar alguma indicação no prognóstico; c) Ajudar na avaliação dos resultados do tratamento; d) Facilitar a troca de informações entre os centros de tratamento. A associação dos três fatores T, N e M permite classificar os tumores em 5 estágios clínicos (0, I, II, III e IV). A detecção de uma metástase, invariavelmente, determinará um estágio IV (avançado). NEOPLASIA CONCEITO: “Neoplasia é uma massa anormal de tecido, cujo crescimento excede e não está coordenado ao crescimento dos tecidos normais, persistindo da 18 CAMILA CANUTO mesma maneira excessiva mesmo quando cessada a causa que a provocou. ” (Rupert Willis, 1967) ATUAL: Complexo aglomerado celular de origem clonal cujas alterações genéticas acumuladas conferem vantagem competitiva para sua proliferação e sobrevivência, além de graus variados de diferenciação celular. CARCINOGÊNESE (transformação): NEO: novo; PLASIA: crescimento COMPONENTES DE UM TUMOR PARÊNQUIMA: Células neoplásicas ESTROMA: Tecido de suporte (tecido conjuntivo, vasos sanguíneos). Compõe o microambiente tumoral. Estroma: azul Parênquima: rosa TUMOR: qualquer aumento de tecido. NEOPLASIA: proliferação indiscriminada das células que adquiriram alteração genética que que confere a ela capacidade de crescer (não precisa de estímulo). CÂNCER: sinônimo de neoplasia maligna. TIPOS DE NEOPLASIAS NEOPLASIAS MALIGNAS NOMENCLATURA ORIGEM: Epitelial Mesenquimal Embrionário 19 CAMILA CANUTO EPITELIAL BENIGNO - Glandular: Adeno + sufixo ‘oma’. - Não-Glandular: Elementos referentes à histogênese, e aspectos macro ou microscópicos + sufixo ‘oma’. MALIGNO - Glandular: Adeno + sufixo ‘carcinoma’ - Não-Glandular: Carcinoma + Elementos referentes à histogênese, e aspectos macro ou microscópicos. MESENQUIMAL BENIGNO - Célula de origem + sufixo ‘oma’. MALIGNO - Célula de origem + sufixo ‘sarcoma’. GERMINATIVO BENIGNO - Teratoma maduro MALIGNO - Teratoma imaturo BENIGNO X MALÍGNO Dependente do comportamento clínico e biológico dos tumores. CRITÉRIOS MORFOLÓGICOS: - Grau de diferenciação e anaplasia - Capacidade de invasão de tecidos adjacentes - Taxa de crescimento* - Capacidade de disseminação (metastatização) GRAU DE DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA: - Bem diferenciado: Semelhança ao tecido normal de origem. - Anaplásico: Indiferenciação em relação ao tecido de origem. GRAU MAIS ALTO DE DIFERENCIAÇÃO. BENÍGNO Forma peseudocápsula. Bem delimitados. MALÍGNO Neoplasias malignas nem sempre são pouco ou indiferenciadas. Vários graus de diferenciação, taxa de 20 CAMILA CANUTO crescimento mais acelerada, infiltram tecidos ao redor e tem potencial de metastizar. NÚCLEO PLEOMORFO. ANAPLASIA: FALTA DE DIFERENCIAÇÃO DA CÉLULA DE ORIGEM - Pleomorfismo (variação no formato/tamanho da célula ou núcleo) - Atipia nuclear (relação núcleo citoplasma aumenta) - Mitoses abundantes ou atípicas (aberrantes) - Crescimento anárquico (perda de polaridade) - Células gigantes tumorais (sinciciais) - Necrose isquêmica NOMENCLATURA ANAPLASIA PLEOMORFISMO: Rabdomiosarcoma. Núcleo aberrante. ATIPIAS NUCLEARES: relação núcleo citoplasma aumenta. Nucléolo evidente. MITOSES ABUNDANTES OU ATÍPICAS (ABERRANTES): células com três polos mitóticos (calcinha) CRESCIMENTO ANÁRQUICO (PERDA DE POLARIDADE): Normal Adenocarcinoma 21 CAMILA CANUTO CÉLULAS GIGANTES TUMORAIS (SINCICIAIS): NECROSE ISQUÊMICA: Carcinoma. Mitose acontecendo, pleomorfismo, hipercromasia, material amorfo de fragmento celular = necrose isquêmica. BENÍGNO X MALÍGNO TAXA DE CRESCIMENTO CELULAR: - Fração de crescimento alta (proliferaçãorápida). - Estímulos proliferativos adicionados à inibição de morte celular (mais estímulo do que morte). - Alto turnover celular = alta renovação celular. - Rápido crescimento pode levar à necrose tumoral. - Maior sensibilidade aos quimioterápicos (tratamento terapêutico citotóxico - quimioterapia). CAPACIDADE DE INVASÃO DE TECIDOS ADJACENTES: - Neoplasias benignas costumam ser bem delimitados (pseudocápsula). - Neoplasias malignas costumam ser invasivas ou infiltrativas. - A célula tumoral invade estruturas adjacentes e o estroma. LESÕES PRECURSORAS Displasia Neoplasia in situ Neoplasia maligna invasiva Displasia “Crescimento desordenado” Displasia Neoplasia in situ Neoplasia maligna invasiva Displasia (hiperplasia ductal atípica) Neoplasia in situ (CDis) Neoplasia maligna invasiva (CDI). 22 CAMILA CANUTO Ducto da mama: Pode não evoluir para um carcinoma invasivo quando é um carcinoma in situ. Vários blocos sólidos de célula ductal mamaria invadindo o tecido. METAPLASIA DISPLASIA NEOPLASIA MALIGNA INVASIVA CAPACIDADE DE DISSEMINAÇÃO: Metástases: Sinal inequívoco de malignidade. São implantes descontínuos com o tumor primário. VIAS DE DISSEMINAÇÃO METASTÁTICA: Disseminação linfática: metástase em linfonodos locorregionais. Disseminação hematogênica: metástase pulmonar, hepática, SNC, etc. Implantes em cavidades e superfícies corpóreas: ex. carcinomatose peritonial – carcinomas de ovário. Disseminação linfática: 23 CAMILA CANUTO Disseminação hematogênica: Implantes em cavidades e superfícies corpóreas: QUESTÕES NORTEADORAS 1- DEFINA NEOPLASIA, CÂNCER E TUMOR. 2- DEFINA PARÊNQUIMA E ESTROMA TUMORAL. 3- COMO É REALIZADA A NOMENCLATURA DOS TUMORES BENIGNOS? CITE UM EXEMPLO DE CADA DOS 3 TIPOS PRINCIPAIS DE TECIDO E 2 EXCEÇÕES. 4- COMO É REALIZADA A NOMENCLATURA DOS TUMORES MALIGNOS? CITE UM EXEMPLO DE CADA DOS 3 TIPOS PRINCIPAIS DE TECIDO E 2 EXCEÇÕES. 5- COMO É REALIZADA A NOMENCLATURA DOS TUMORES EPITELIAIS? CITE 3 EXEMPLOS. 6- DEFINA DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA PARA CÉLULAS TUMORAIS. 7- QUAIS SÃO AS 5 CARACTERÍSTICAS QUE PERMITEM A CARACTERIZAÇÃO DAS CÉLULAS COMO ANAPLÁSICAS? 8- DIFERENCIE TUMORES BENIGNOS E MALIGNOS COM RELAÇÃO A TAXA DE CRESCIMENTO, INVASÃO LOCAL E METÁSTASE. MECANISMO DE CARCINOGÊNESE CICLO CELULAR/GENES E NEOPLASIAS Célula quiescente estimulada entra no ciclo celular. Pode ser estimulada por um fator de crescimento. CICLINAS: regulam o ciclo celular. Estimulo POR FATOR DE CRESCIMENTO ativa a célula e a após entrar no ciclo ativa a transcrição proteína CICLINA D. CICLINA D: proteína que se junta com a quinase específica (complexo ciclina-quinase) estimula a ativação e transcrição da próxima ciclina com a próxima quinase específica. CARCINOGÊNESE: Acúmulo de mutações em classes específicas de genes. 1. Estimulam a multiplicação; 2. Controlam a proliferação dentro dos limites fisiológicos normais; 3. Comandam o reparo do DNA; 4. Regulam a apoptose; 24 CAMILA CANUTO 5. Estão envolvidos no mecanismo de silenciosamente gênico; CARCINOGÊNESE Um processo completo, multifásico e depende de fenômenos genéticos e epigenéticos que culminam no surgimento de clones de células imortalizadas que adquirem capacidade de se multiplicas autonomamente, de invadir os tecidos vizinhos e de dar metástases. A palavra "oncologia" tem origem nos termos gregos onkos = volume e logia = estudo. CARCINOMA IN SITU: PROTO-ONCOGENES X ONCOGENES Codificam moléculas que regulam a proliferação e a diferenciação celular. PODEM SER: • Fatores de crescimento; • Receptores de fatores de crescimento; • Proteínas ligadas a GTP; • Proteínas citoplasmáticas com atividade quinásica; • Ciclinas e CDKs; • Fatores de transcrição; Interferem em PROLIFERAÇÃO e DIFERENCIAÇÃO celular. Transformam proto- oncogenes em oncogenes. PROTO-ONCOGENES Mecanismo de ação de oncogêneses na estimulação da proliferação celular: ONCOGENE RAS: Regula proteínas relacionadas com a diferenciação e proliferação. Grupo fosfato expões o sitio ativo e ele tem a capacidade de se ligar em outras molecular. Mutado na maioria dos tumores. 25 CAMILA CANUTO Mutação nos reguladores que tiram o fosfato do GTP E GDP deixam a proteína sempre ativa independentemente se estiver ou não ligado ao GTP., pode ter alteração no próprio RAS que faz com que ele fique sempre ativo sem GTP E GDP. Pacientes que tem mutações me proto-oncogenes específicos, eu posso inibi-lo usando um fármaco. No MELANOMA geralmente tem mutação na via do RAS. O RAS é o oncogene mutado mais comum em tumores humanos. GENES SUPRESSORES DE TUMOR Rupturas dos mecanismos de feedback negativo de vias de proliferação: PTEN: capacidade de inativar a via do RAS. Proteínas especificas reconhecem o dano e ativam outras proteínas que fazem o reparo do DNA lesado. ATRAVÉS DE GANHO OU PERDA DE FUNÇÃO: 26 CAMILA CANUTO Complexo de reconhecimento de dano do DNA (BRCA1) reconhece o dano e recruta a p53. PROTEÍNAS ESPECÍFICAS RECONHECEM O DANO E RECRUTAM A P53. PROTEÍNA P53: BALANÇA CELULAR: entre ter uma mutação no proto- oncogene, e nesse gene ter a proteína p53 que regula a proliferação e diferenciação. PROTEÍNA Rb: (proteína do Retinoblastoma) E2F: fator de transcrição de ciclina D no núcleo. Proteína do Retinoblastoma mutada não tem capacidade de se ligar a E2F: quando está mutada libera a E2F onde consegue se proliferar e transcrever a ciclina D. ESCAPE DO PROCESSO DE MORTE CELULAR PROGRAMADA Apoptosis is attenuated in those tumors that succeed in progressing to states of high-grade malignancy and resistance to therapy. AUTOFAGIA Sobrevivência X morte de células tumorais. A autofagia parece representar mais uma barreira que precisa ser contornado durante o desenvolvimento do tumor. Nutrient starvation, radiotherapy, and certain cytotoxic drugs can induce elevated levels of autophagy that are apparently cytoprotective for cancer cells. 27 CAMILA CANUTO MECANISMOS EPIGENÉTICOS NA CARCINOGÊNESE METILAÇÃO: DESMETILAÇÃO dos genes de proteínas que induzem a proliferação, e METILAÇÃO dos genes de proteínas que induzem a supressão tumoral o que inativa esses genes. METILAÇÃO DE HISTONAS: HISTONAS: Proteínas que interagem com DNA. Elas metiladas interagem menos com o DNA ou perdem a capacidade de interagir com DNA e então as DNA POLIMERASES podem se ligar nessa área. INTERFERÊNCIA NO RNA: Levado a um complexo proteico de degradação. Micro RNA mutados no cancer que deveriam fazer a regulação de oncogenes. LESÕES GENÉTICAS NO CÂNCER – ATIVAÇÃO DE PROTO-ONCOGENES • MUTAÇÕES PUNTIFORMES: Geralmente causa perda ou ganho de função a partir da alteração de resíduos de aminoácidos em um domínio que normalmente mantém a atividade da proteína sob controle. • MUTAÇÃO POR INSERÇÃO: 28 CAMILA CANUTO • TRANSLOCAÇÃO: • AMPLIFICAÇÃO GÊNICA: • HIPEREXPRESSÃO GÊNICA: um gene transcrito várias vezes. ETAPAS DA CARCINOGÊNESE 29 CAMILA CANUTO Os promotores são substâncias que têm em comum as propriedades de irritar tecidos e de provocar reações inflamatória e proliferativas. CASOS CLÍNICOS CASO 1 Um homem de 65 anos relata uma história de 2 meses de tosse seca persistente e perda de peso não intencional de 4.5 kg. O paciente nega febre, dispneia, faringite, rinorreia, dor torácica ou hemoptise. A história médica é significativa para doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e hipertensão. A história familiar nadaacrescenta. Ele fumou 1 maço de cigarros por dia durante 40 anos, mas parou de fumar há 5 anos. No exame físico, não foi detectada adenopatia palpável e os murmúrios vesiculares estavam globalmente reduzidos, sem sibilos focais nem estertores. O diagnóstico foi de câncer pulmão de células não-pequenas. 1. QUAL O TIPO DE CARCINOGÊNESE FOI RESPONSÁVEL PELO DESENVOLVIDO DA NEOPLASIA? Carcinogênese por agente químico. 2. QUAIS AS DUAS CLASSES QUE ESSES CARCINÓGENOS ESTÃO DIVIDIDOS? GRUPRO DIRETO: quando o que causa o dano interage diretamente com o DNA, não passa por conversão metabólica. GRUPO INDIRETO: precisa passar por conversão metabólica para ter ação no DNA. Os agentes de ação direta não requerem conversão metabólica para se tornar carcinogênicos, enquanto os agentes de ação indireta não são ativos até se converter em um carcinógeno final por vias metabólicas endógenas. Portanto, os polimorfismos de enzimas endógenas, como o citocromo P-450, podem influenciar a carcinogênese. 3. QUAL É O MECANISMO DE AÇÃO DESTES CARCINÓGENOS? Carcinógenos químicos específicos, como aflatoxina B1, produzem mutações características no gene TP53, de tal modo que a detecção da “mutação de assinatura” dentro do gene TP53 estabelece a aflatoxina como agente causador. 4. QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS GRUPOS DESTES CARCINÓGENOS? São exemplos de carcinógenos humanos os agentes de ação direta (p. ex., agentes alquilantes usados para quimioterapia), agentes de ação indireta (p. ex., benzopireno, corantes azo, aflatoxina) e promoters ou agentes que causam hiperplasia do endométrio ou atividade regenerativa do fígado. CASO 2 Uma mulher de 36 anos de idade com pele clara apresenta uma mancha pigmentada escura e irregular que ela percebeu há 4 meses na panturrilha posterior direita. Ela aumentou de tamanho gradualmente. A mulher relata aproximadamente 6 queimaduras solares no passado e tem usado câmara de bronzeamento diversas vezes ao ano nos últimos anos. A história familiar é positiva para melanoma em seu tio. No exame físico, aproximadamente 15 nevos de aparência normal, de 3 mm a 5 mm, simétricos, coloração marrom uniforme e bordas regulares, são observados em outros locais no tronco e membros. A lesão pigmentada na panturrilha direita é assimétrica em relação aos 2 eixos, mede 1 cm x 0.8 cm, é profundamente pigmentada com vários tons de marrom e tem borda irregular. Os linfonodos poplíteos não são clinicamente palpáveis. 1. QUAL O TIPO DE CARCINOGÊNESE FOI RESPONSÁVEL PELO DESENVOLVIDO DA NEOPLASIA? Carcinogênese por agente físico. 30 CAMILA CANUTO 2. QUAIS AS DUAS CLASSES QUE ESSES CARCINÓGENOS ESTÃO DIVIDIDOS? Radiações IONIZANTES: raio X, radiação gama (quebra: deleções do gene) e NÃO IONIZANTES: UVB, UVA, UVC (altamente penetrante e carcinogênico) (formação de dímeros). Cada comprimento de onda é mais ou menos penetrante na pele. Os CÂNCERES DE PELE NÃO MELANOMAS estão associados à exposição cumulativa total à radiação UV, enquanto os MELANOMAS estão associados à exposição intermitente intensa — como ocorre no banho de sol. 3. QUAL É O MECANISMO DE AÇÃO DESTES CARCINÓGENOS? Capacidade de formar fotoprodutos: capacidade para danificar o DNA pela formação de dímeros de pirimidina. Esse tipo de dano ao DNA é reparado pela via de reparo de excisão de nucleotídeo. Com a extensa exposição à luz UV, os sistemas de reparo podem ser dominados e resulta o câncer de pele. A radiação ionizante causa quebra do cromossomo, translocações e, menos frequentemente, mutações pontuais, levando ao dano genético e à carcinogênese. Os raios UV induzem a formação de dímeros de pirimidina dentro do DNA, levando a mutações. Portanto, os raios UV podem dar origem a carcinomas de células escamosas e melanomas da pele. CASO 3 Uma mãe leva seu filho de 3 anos ao pediatra com a queixa de que o olho direito da criança parece estranho e diferente do olho esquerdo. O pediatra observa que a pupila direita tem uma névoa branca e parece muito incomum. Ele encaminha a criança a um oftalmologista pediátrico, que observa um reflexo vermelho assimétrico e um descolamento total da retina no olho direito. O oftalmologista pediátrico de plantão encaminha o paciente a um oncologista ocular com o diagnóstico de descolamento da retina ou retinoblastoma. No exame físico, o oncologista ocular descobre que o olho direito está cheio de tumores com acometimento vítreo e sub-retiniano e um descolamento total subjacente da retina. O olho esquerdo está saudável, não apresentando focos de retinoblastoma. 1. O QUE LEVOU AO DESENVOLVIMENTO DA NEOPLASIA? Mutação no gene Rb. Proteína do Retinoblastoma mutada não tem capacidade de se ligar a E2F que é a proteína que transcreve o gene para ciclina D que continua o ciclo celular. 2. QUAL O PADRÃO DE HERANÇA GENÉTICA DA MAIORIA DESTAS SÍNDROMES? Padrão de herança dominante. CASO 4 Uma mulher de 46 anos apresenta-se para fazer um exame ginecológico de rotina. Apresenta uma história de relações sexuais sem proteção com vários parceiros e é fumante. O esfregaço de Papanicolau é anormal. O diagnóstico foi de câncer de câncer cervical. 1. QUAL O TIPO DE CARCINOGÊNESE FOI RESPONSÁVEL PELO DESENVOLVIMENTO DA NEOPLASIA? Carcinogênese por agente biológico (vírus HPV). 2. QUAL É O MECANISMO DE AÇÃO DESTES CARCINÓGENOS? 3. QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS GRUPOS DESTES CARCINÓGENOS? MECANISMO DE METÁSTASE 1. O QUE É UMA NEOPLASIA? Proliferação indiscriminada das células que adquiriram alteração genética que que confere a ela capacidade de crescer (não precisa de estímulo). 2. QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE METAPLASIA, DISPLASIA E NEOPLASIA? METAPLASIA – é definida como a substituição de um tipo celular por outro tipo celular. A metaplasia quase sempre é encontrada em associação em os processos de dano, reparo e regeneração tecidual. DISPLASIA – literalmente significa “crescimento desordenado”. Ela pode ser encontrada principalmente em epitélios, e é caracterizada por uma constelação de alterações que incluem a perda da uniformidade das células individuais, assim como a perda de sua orientação arquitetural. Quando as alterações displásicas são marcantes e envolvem toda a espessura do epitélio, porém a lesão não penetra na membrana basal, ela é considerada como uma neoplasia pré- 31 CAMILA CANUTO invasiva e é denominada carcinoma in situ. Uma vez que as células tumorais tenham rompido a membrana basal, diz-se que o tumor é invasivo. 3. QUAIS SÃO OS GENES RELACIONADOS A PROLIFERAÇÃO E SUPRESSÃO TUMORAL? Proliferação: RAS, CDKs, ciclínas. Supressão: P53, PRb. 4. QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE NEOPLASIAS MALIGNAS E BENIGNAS? Os tumores benignos e malignos podem ser distinguidos de outros com base no grau de diferenciação, taxa de crescimento, invasividade e disseminação distante. - Os tumores benignos assemelham-se ao tecido de origem e são bem diferenciados; os tumores malignos são mal ou completamente indiferenciados (anaplásicos). - Os tumores benignos são de crescimento lento, enquanto os tumores malignos geralmente crescem mais depressa. - Os tumores benignos são bem circunscritos e têm uma cápsula; os tumores malignos são mal circunscritos e invadem os tecidos normais circundantes. - Os tumores benignos permanecem localizados no sítio de origem, enquanto os tumores malignos são localmente invasivos e metastatizam-se para locais distantes. 5. O QUE É METÁSTASE? Metástase é a presença de células ou massas tumorais em tecidos que não apresentam continuidade com o tumor primário. É a principal característica das neoplasias malignas. 6. QUAIS AS VIAS DE METÁSTASE? Disseminação das células tumorais ocorre através dos vasos sanguíneos, linfáticos ou cavidades corporais. A) DISSEMINAÇÃO ATRAVÉSDE CAVIDADES E SUPERFÍCIES CORPORAIS: Esse tipo de disseminação ocorre quando células neoplásicas penetram em uma cavidade natural, como a peritonial. Em casos de carcinomas de ovário não é raro que as superfícies peritoniais fiquem revestidas por células neoplásicas. Outras cavidades corporais podem estar envolvidas como a pleural, pericardial e subaracnóide. B) DISSEMINAÇÃO LINFÁTICA: As células tumorais são transportadas pelos vasos linfáticos. É a via preferencial dos carcinomas, e a menos freqüente nos sarcomas. Os gânglios linfáticos regionais funcionam como barreiras contra a disseminação generalizada do tumor, pelo menos por algum tempo. PATOLOGIA GERAL - DB-301, UNIDADE V, FOP/UNICAMP ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 4 C) DISSEMINAÇÃO HEMATOGÊNICA: É a via de disseminação mais utilizada pelos sarcomas, porém também pode ocorrer nos carcinomas. As artérias são mais resistentes que as veias a invasão tumoral. Os órgãos mais acometidos por essa disseminação são o fígado e o pulmão. Os mecanismos de metástase serão descritos nas próximas aulas. PROGRESSÃO NEOPLÁSICA E METÁSTASE ADAPTAÇÃO – o que é uma adaptação? Capacidade da célula de se adaptar a alterações no seu meio ambiente e sobreviver em condições adversas. Alterações adaptativas estruturais (alteração no padrão normal de crescimento). TIPOS DE ADAPTAÇÃO: - Alteração no tamanho da célula: HIPERTROFIA/HIPOTROFIA - Alteração no número de células: HPERPLASIA/HIPOPLASIA - Alteração no número de células e na diferenciação: METAPLASIA/DISPLASIA DISPLASIA: alteração na diferenciação celular (núcleo celular fica muito aumentado, presença de mutação). 32 CAMILA CANUTO NEOPLASIA: é o termo que designa alterações celulares que acarretam uma proliferação celular anormal, sem controle, autônoma, na qual reduzem ou perdem a capacidade de se diferenciar, em consequência de mudanças nos GENES que regulam o crescimento e a diferenciação celulares. A neoplasia pode ser maligna ou benigna. CICLO CELULAR O ponto de checagem G1 é o principal ponto de decisão para uma célula – ou seja, o primeiro ponto em que deve-se escolher entre dividir ou não. Uma vez que a célula passa o ponto de checagem G1 e entra na fase S, ela se torna irreversivelmente comprometida com a divisão. Ou seja, excetuando-se problemas inesperados, tais como dano no DNA ou erros de replicação, uma célula que passa pelo ponto de checagem G1 continuará pelo resto do caminho através do ciclo celular e produzirá duas células filhas. Se uma célula não obtém os sinais para seguir em frente que ela precisa no ponto de checagem G1 pode sair do ciclo celular e entrar em um estado de repouso chamado G0. Algumas células permanecem, enquanto outras voltam à divisão se as condições melhoram. Para certificar-se de que a divisão celular ocorra bem (para que produza células filhas saudáveis com DNA completo e sem danos), a célula possui um ponto de checagem adicional antes da fase M, chamado de G2 Nesta fase, a célula irá checar: Integridade do DNA. Há algum DNA danificado? Replicação do DNA. O DNA foi completamente copiado durante a fase S? Se erros ou danos são detectados, a célula irá pausar no ponto de checagem G2 permitir reparos. Se os mecanismos do ponto de checagem detectam problemas com o DNA, o ciclo celular é interrompido e a célula tenta completar a sua replicação de DNA ou reparar o DNA danificado. Se o dano é irreparável, a célula pode sofrer apoptose, ou morte celular programada 2. Este mecanismo de autodestruição assegura que o DNA danificado não é repassado para as células filhas e é importante para prevenir o câncer. O ponto de checagem M é também conhecido como ponto de checagem do fuso: aqui, a célula examina se todas as cromátides irmãs estão corretamente ligadas aos microtúbulos do fuso. Como a separação das cromátides irmãs durante a anáfase é um passo irreversível, o ciclo não irá continuar até que todos os cromossomos estejam firmemente ligados a pelo menos dois filamentos do fuso em lados opostos da célula. INTÉRFASE: - G1: controlada por Ciclinas (Transcrição e Tradução proteica) - S: replicação do DNA (FASE CRÍTICA) - G2: condensação da cromatina em crss, prepara a célula para mitose - GO: estado de quiescência (temporária) ou senescência, permanente CARACTERÍSTICAS DE CELULAS NEOPLASICAS: - Proliferação celular descontrolada (não obedecem ao feedback); - Redução da diferenciação; - Conseguem evitar a apoptose; 33 CAMILA CANUTO - Comportamento: benignas ou malignas (maligna = câncer); 4 CLASSES DE GENES REGULADORES NORMAIS 1. PROTO-ONCOGENES (genes promotores do crescimento). Genes normais responsáveis pela proliferação e diferenciação celular, (faz com que a célula saia da interfase e entre na mitose). - Atuam como fatores de crescimento, transdutores de sinal, transcrição ou componentes do ciclo celular. 2. GENES SUPRESSORES DO TUMOR QUE INIBEM O CRESCIMENTO. Gene TP53: Guardião do Genoma (Policial Molecular) – gene supressor tumoral - Frustra a transformação neoplásica por 3 mecanismos: G0 temporário (quiescência), G0 permanente (senescência) e deflagra apoptose. P53: Gene supressor de tumor alterado na maioria dos cânceres; provoca a interrupção da Apoptose; - Induz a transcrição de genes pró-apoptóticos (BAX) (A p53 é requerida no ponto de checagem G1/S e é um dos principais componentes do ponto de checagem G2/M) Gene PTEN: Gene supressor tumoral 3. GENES QUE REGULAM A APOPTOSE. 4. GENES ENVOLVIDOS NO REPARO DO DNA. (São os principais alvos do dano genético). CKIT (proliferação celular, proto-oncogenes): se tiver CKIT mutado pode entrar com inibidor de CKIT, esse medicamento faz com quem pare de se dividir. ONCOGENES: promovem o crescimento celular autônomo nas NEOPLASIAS (perdeu a características normal de gene). - Versões mutadas ou super-expressos de genes celulares normais, (proto-oncogenes). - Quando as células neoplásicas passam a se multiplicar de forma desordenada, PODEM formar massas sólidas (> 3 cm) de diâmetro = tumores; - Tumores benignos ou malignos. - O termo neoplasia ou tumor baseia-se na origem (epitelial; mesenquimal e embrionário), comportamento (benigno ou maligno) e morfologia. - NEOPLASIAS BENIGNAS: Tecido afetado + sufixo “oma”: 34 CAMILA CANUTO Tumor benigno do tecido cartilaginoso = condroma Tecido de revestimento: Papiloma - NEOPLASIAS MALIGNAS: Tecido epitelial: carcinoma Tecido glandular: adeno + carcinoma Tecido mesenquimal: sarcoma - Se originam de células totipotentes: teratoma benigno ou maligno. Exceções: melanoma, linfoma, mastocitoma, granuloma e etc. Sufixo ‘OMA’: benigno Sufixo ‘CARCINOMA, SARCOMA’: maligno NEOPLASIA BENIGNA - Podem trazer consequências. - Compressão de órgãos e vasos, produção em excesso de Substância EX: Tumores pancreáticos: Secretores de insulina. Podem levar a hipoglicemia fatal. EX: Gliomas: regiões profundas do encéfalo ... Difícil remoção ... podem levar a compressão, necrose de regiões vitais e morte NEOPLASIA MALIGNA - GRAU 1: Bem diferenciado - GRAU 2: Moderadamente diferenciado - GRAU 3: Pouco diferenciado - GRAU 4: Não diferenciado CARACTERÍSTICA E PROPRIEDADES DAS CÉLULAS MALIGNAS: FUNÇÃO CELULAR: - Perda da diferenciação pode estar associada a perda da função; - Alguns perdem totalmente a função do tecido original; - Alguns perdem parcialmente; BIOQUÍMICAS: - Captam mais aminoácidos; - Mais glicólise (suportam hipóxia); - Consomem muita glicose / Proliferação e metabolismo rápido; ADESIVIDADE REDUZIDA ENTRE SI: 1. Irregularidades na membrana; 2. Diminuição de estruturas juncionais; 3. Redução de moléculas de adesão; 4. Redução da adesão aointerstício; MOTILIDADE: - Podem infiltrar tecidos adjacentes; - Primeiro passo da disseminação; - No novo local podem originar novas colônias tumorais; PROPAGAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE NEOPLASIAS: INFILTRAÇÃO = via de disseminação para tecidos adjacentes; Podem ser localmente invasivos, mas não originar metástases. METÁSTASE DEFINIÇÃO: formação de uma nova lesão tumoral a partir da primeira, mas sem continuidade entre ambas. 1. Destacamento das células da massa tumoral. 2. Deslocamento pela matriz extracelular. 3. Invasão de vasos linfáticos ou sanguíneos. 4.Adesão ao endotélio do vaso no órgão alvo. 5. Saída do vaso. 6. Proliferação no tecido alvo. 35 CAMILA CANUTO - Migração da metástase para o tecido hóspede não é aleatória. - Alguns tecidos são mais preparados para receber a metástase. - Constituem o nicho pré-metastático “Teoria da Semente e do Terreno”. MECANISMO DE METÁSTASE 1. Destacamento: - Inibição das moléculas que fazem a adesão celular / e aumentam adesão a MEC / emissão de pseudópodes. - Redução da adesão celular. 2. Deslocamento de células isoladas: - Células emitem pseudópodes (via alterações no citoesqueleto). - Prendem a MEX (via integrinas) / formam área de adesão foca. Pseudópodes ficam aderidos. Melanoma pegando região de derme. 3. Deslocamento em blocos: - Células migram em conjunto. - Conseguem deslocar-se entre as fibras do MEC sem destruí-las. - Podem formar embolias tumorais. METALOPROTEINASE: abre espaço para invadir e invadir em bloco 4. Locomoção – QUIMITAXIA: - Angiogênese 5. Invasão de vasos sanguíneos e Linfáticos: - Aderem a parede dos vasos sanguíneos (mesmo processo da inflamação). - Migração para os vasos (quimiocinas produzidas em células endoteliais) (CCL 19 e 21) / capilares e vênulas de parede fina. 6. Sobrevivência das Células tumorais na circulação: - Células tumorais estimulam coagulação (capa de fibrina e plaquetas as protegem de células defesa) - 99% das células tumorais na circulação morrem / trombocitopenia ou tratamento com heparina reduzem o n° de metástases. 7. Saída de células tumorais para os órgãos: - Moléculas de adesão que permitam se ligar ao endotélio no local de extravasamento; - Depende de fatores quimiotáticos secretados no órgão de destino. 36 CAMILA CANUTO 8. Nicho pré-metastático: - Célula tumoral induz modificações a distância no órgão alvo. - Processo antecede a saída das células na circulação. - Fatores sinalizadores envolvidos: VEGF, PIGF, TNF-α e TNF-β. MECANISMO DE DISSEMINAÇÃO 1. Implantação ou Transcelômica: - Câncer se origina na superfície de uma estrutura abdominal ou torácica, encontra poucas barreiras anatômicas para se disseminar. - Ex: adenocarcinomas de ovário, mesotelioma. 2. Transplante: - Ex: utilizar o mesmo material para retirar um tumor e fazer outra cirurgia. - Material contaminado pode carregar células para outros locais. 3. Via Hematogênica: - Via de eleição de sarcomas. - As células podem sofrer baixa, por morte devido ao NK. - Geralmente acometem veias pois as paredes são mais finas e fáceis de penetrar. 4. Via linfática: - Maioria dos carcinomas. - Acometem primeiramente LNS regionais, pela drenagem linfática pré-existente. 37 CAMILA CANUTO GRADUAÇÃO E ESTADIAMENTO DAS NEOPLASIAS MALIGNAS PERGUNTAS NORTEADORAS O QUE A GRADUAÇÃO HISTOLÓGICA DAS NEOPLASIAS MALIGNAS AVALIA? QUAL A RELAÇÃO ENTRE O GRAU HISTOLÓGICO E O PROGNÓSTICO DAS NEOPLASIAS MALIGNAS? QUAL O PRINCIPAL SISTEMA DE ESTADIAMENTO DAS NEOPLASIAS MALIGNAS? E QUAIS SEUS PRINCIPAIS OBJETIVOS? QUAL O SIGNIFICADO DOS COMPONENTES (DESCRITORES) DO SISTEMA TNM? QUAIS SÃO OS DOIS TIPOS PRINCIPAIS DE ESTADIAMENTOS REALIZADOS PELO SISTEMA TNM? DE QUE MANEIRA ELES SÃO REPRESENTADOS? QUAL DESCRITOR INVARIAVELMENTE INCORRE EM UM ESTADIO AGRUPADO IV (DOENÇA AVANÇADA)? QUAL A IMPORTÂNCIA CLÍNICA DO SISTEMA TNM EM RELAÇÃO AO PROGNÓSTICO DAS NEOPLASIAS MALIGNAS? GRADUAÇÃO Tem por finalidade avaliar o comportamento e a extensão da doença Graduação (grau histológico) Estadiamento TNM ou outros sistemas (TNM usa apenas para tumores sólidos) - Auxilia na determinação do comportamento biológico e agressividade da neoplasia maligna - Graduação: “status” de diferenciação da neoplasia maligna - Grau histológico e nuclear (sistemas específicos) • Baixo grau de indiferenciação -> melhor prognóstico • Alto grau de indiferenciação -> pior prognóstico ESTADIAMENTO Tem por principal finalidade a avaliação do tamanho ou extensão do tumor primário e sua disseminação. Baseado em aspectos anatômicos. A classificação baseada no TNM é o sistema mais utilizado universalmente para neoplasias malignas sólidas (American Joint Committee on Cancer - AJCC). Leva em consideração aspectos anatômicos e, mais atualmente, aspectos não anatômicos (genéticos e moleculares). OBJETIVOS PRINCIPAIS: - Ajudar no planejamento do tratamento; - Dar alguma indicação do prognóstico; - Ajudar na avaliação dos resultados do tratamento; 38 CAMILA CANUTO - Facilitar a troca de informações entre os centros de tratamento. “T” – Indica o tamanho, extensão ou profundidade do tumor. “N” – Indica o envolvimento de linfonodos locorregionais pelo tumor. Pode levar em consideração o número, o tamanho e a localização dos linfonodos acometidos. “M” – Indica a presença ou não de metástase à distância. T0: geralmente quando o paciente já foi tratado o tumor sumiu mas continua com presença de tumor em linfonodos ou metástase; ESTADIAMENTO CLÍNICO (CTNM) - ESTADIAMENTO CLÍNICO (CTNM) – realizado a partir da história clínica, exame físico e exames complementares, principalmente imagens. - Pode haver subgrupos representados por letras (ex: a,b,c). ESTADIAMENTO PATOLÓGICO (PTNM) - ESTADIAMENTO PATOLÓGICO (PTNM) – utiliza achados intraoperatórios e da análise anatomopatológica quando há a ressecção cirúrgica do tumor antes do tratamento adjuvante ou sistêmico. Pode ser representado apenas como pTN. - Pode haver subgrupos representados por letras (ex: a,b,c). ESTADIO CLÍNICO AGRUPADO (UICC) - A associação dos três fatores T, N e M permite classificar os tumores em 5 estádios clínicos (0, I, II, III e IV). - A presença de metástase à distância invariavelmente incorre em um estadio avançado IV. - Pode haver subgrupos representados por letras A, B, C, D. - Quanto maior o estadio clínico agrupado, mais avançada a doença, pior o prognóstico e menor a taxa e o tempo médio de sobrevida dos pacientes OBSERVAÇÕES - Cada tipo de câncer tem seu próprio sistema de classificação. - Um reestadiamento pode ser realizado (rTNM). 39 CAMILA CANUTO - Um estadiamento pós-terapia, como a terapia neoadjuvante, é representado por “y” – ycTNM ou ypTNM. - Estadiamento de neoplasias identificadas apenas em uma autópsia é representado por “a” – aTNM. OUTROS SISTEMAS DE ESTADIAMENTO - Ann Arbor – Linfomas - FIGO – Neoplasias malignas ginecológicas - Sistema de Dukes – Neoplasias malignas colorretais - WHO (OMS) – Neoplasias malignas do SNC OUTROS ASPECTOS MICROSCÓPICOS RELEVANTES - INVASÃO PERINEURAL Perineuro está ao redor das fibras. - INVASÃO LINFÁTICA Embolo neoplásico não configura metástase por si. Células neoplásicas dentro de vasos linfáticos. - INVASÃO VASCULAR - COMPROMETIMENTO DAS MARGENS DA RESSECÇÃO Margens do tumor são pintadas com tinta nanquim. Mesmo depois de retiradas dá para ver. 40 CAMILA CANUTO - EXTRAVASAMENTO EXTRACAPSULAR LINFONODAL MAIOR RISCO DE DISSEMINAÇÃO – MAIOR RISCO DE RECIDIVA
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