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APG 25 - Morfologia renal

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1 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
Objetivos 
1- Estudar a embriologia renal; 
2- Compreender a morfologia dos rins; 
Embriogênese do rim 
↠ O sistema urogenital se desenvolve a partir do 
mesênquima intermediário (tecido conjuntivo embrionário 
primordial que consiste de células mesenquimais) 
derivadas da parede corporal dorsal do embrião (MOORE, 
10ª ed.). 
 
↠ Durante o dobramento do embrião no plano horizontal 
o mesênquima é movido ventralmente e perde sua 
conexão com os somitos. Uma elevação longitudinal do 
mesoderma, a crista urogenital, forma-se em cada lado da 
aorta dorsal. A parte da crista que dá origem ao sistema 
urinário é o cordão nefrogênico (MOORE, 10ª ed.). 
Desenvolvimento do sistema urinário 
↠ O sistema urinário começa a se desenvolver antes do 
sistema genital e consiste em: (MOORE, 10ª ed.). 
➢ Rins, que produzem e excretam urina. 
➢ Ureteres, que transportam urina dos rins para a 
bexiga urinária. 
➢ Bexiga urinária, que armazena temporariamente 
a urina. 
➢ Uretra, que conduz externamente a urina da 
bexiga. 
DESENVOLVIMENTO DE RINS E URETERES 
↠ Formam-se três sistemas renais que se sobrepõem 
levemente em uma sequência craniocaudal durante a vida 
intrauterina nos seres humanos: pronefro, mesonefro e 
metanefro. O primeiro desses sistemas é rudimentar e 
não é funcional; o segundo funciona por um intervalo 
curto de tempo durante o período fetal inicial, e o terceiro 
origina os rins permanentes (LANGMAN, 13ª ed.). 
PRONEFROS 
↠ Os pronefros são estruturas transitórias bilaterais que 
aparecem inicialmente na quarta semana. Eles são 
representados por algumas coleções de células e 
estruturas tubulares na região do pescoço em 
desenvolvimento (MOORE, 10ª ed.). 
 
↠ Os ductos pronéfricos percorrem caudalmente e se 
abrem dentro da cloaca, a câmara dentro da qual o 
intestino posterior e o alantoide se esvaziavam. Os 
pronefros logo degeneram; no entanto, a maioria das 
partes dos ductos persiste e é usada pelo segundo 
conjunto de rins (MOORE, 10ª ed.). 
MESONEFROS 
↠ Os mesonefros, que são órgãos excretores grandes, 
alongados, aparecem ao final da quarta semana, caudais 
aos pronefros. Os mesonefros funcionam como rins 
temporários durante aproximadamente 4 semanas, até 
que os rins permanentes se desenvolvam e funcionem 
(MOORE, 10ª ed.). 
 
APG 25 – “FERRADURA? COMO ASSIM?” 
2 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
↠ Os rins mesonéfricos consistem em glomérulos (10-50 
por rim) e túbulos mesonéfricos. Os túbulos se abrem 
para dentro de ductos mesonéfricos bilaterais, os quais 
eram originalmente os ductos pronéfricos. Os ductos 
mesonéfricos se abrem dentro da cloaca (MOORE, 10ª ed.). 
 
↠ Ao redor do glomérulo, os túbulos formam a cápsula 
de Bowman, e, em conjunto, essas estruturas constituem 
o corpúsculo renal. Lateralmente, o túbulo desemboca no 
ducto coletor lateral, conhecido como ducto mesonéfrico 
ou wolffiano (LANGMAN, 13ª ed.). 
 
↠ Os mesonefros degeneram em torno do final da 12ª 
semana; entretanto, os túbulos metanéfricos se tornam 
os dúctulos eferentes dos testículos. Os ductos 
mesonéfricos têm diversos derivados adultos nos homens 
(MOORE, 10ª ed.). 
METANEFROS 
↠ Os metanefros, ou os primórdios dos rins 
permanentes, começam a se desenvolver na quinta 
semana e se tornam funcionais aproximadamente 4 
semanas mais tarde. A formação de urina continua 
durante toda a vida fetal; a urina é excretada para dentro 
da cavidade amniótica e forma um dos componentes do 
líquido amniótico (MOORE, 10ª ed.). 
↠ Os rins se desenvolvem a partir de duas fontes: 
(MOORE, 10ª ed.). 
➢ O broto uretérico (divertículo metanéfrico); 
➢ O blastema metanefrogênico (massa 
metanéfrica de mesênquima). 
↠ O broto uretérico é um divertículo (evaginação) do 
ducto mesonéfrico próximo da sua entrada na cloaca 
(MOORE, 10ª ed.). 
↠ O blastema metanefrogênico é derivado da parte 
caudal do cordão nefrogênico. À medida que o broto 
uretérico se alonga, ele penetra no blastema, uma massa 
de mesênquima metanéfrica (MOORE, 10ª ed.). 
↠ O pedículo do broto uretérico se torna o ureter. A 
parte cranial do broto sofre ramificação repetitiva, 
resultando na diferenciação do broto nos túbulos 
coletores. As quatro primeiras gerações de túbulos 
aumentam e se tornam confluentes para formar os 
cálices maiores. As segundas quatro gerações coalescem 
para formar os cálices menores (MOORE, 10ª ed.). 
↠ A extremidade de cada túbulo coletor arqueado induz 
uma coleção de células mesenquimais no blastema 
metanefrogênico a formarem pequenas vesículas 
metanéfricas. Essas vesículas se alongam e se tornam 
túbulos metanéfricos (MOORE, 10ª ed.). 
↠ À medida que ocorre ramificação, algumas das células 
do mesênquima metanéfrico se condensam e formam 
uma capa de células de mesênquima; estas sofrem 
transição de mesenquimais para epiteliais e se 
desenvolvem na maior parte do epítélio do néfron 
(MOORE, 10ª ed.). 
↠ As extremidades proximais dos túbulos são 
invaginadas pelos glomérulos. Os túbulos se diferenciam 
em túbulos contorcidos proximal e distal; a alça do néfron 
(alça de Henle) e, junto com o glomérulo e a cápsula 
glomerular, constituem um néfron (MOORE, 10ª ed.). 
O broto ureteral dá origem ao ureter, à pelve renal, aos cálices 
maiores e menores e a aproximadamente 1 a 3 milhões de túbulos 
coletores (LANGMAN, 13ª ed.). 
3 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
 
↠ Cada túbulo contorcido distal faz contato com um 
túbulo coletor arqueado e os túbulos se tornam 
confluentes. Um túbulo urinífero consiste em duas partes 
embriologicamente diferentes: (MOORE, 10ª ed.). 
➢ Um néfron, derivado do blastema 
metanefrogênico. 
➢ Um túbulo coletor, derivado do broto uretérico. 
↠ Entre a 10ª e a 18ª semanas, o número de glomérulos 
aumenta gradualmente e a seguir aumenta rapidamente 
até a 36ª semana, quando atinge um limite superior. A 
formação de néfrons está completa ao nascimento, com 
cada rim contendo até 2 milhões de néfrons, embora 
esse número possa variar por um fator de 10 (MOORE, 
10ª ed.). 
Os néfrons devem durar para sempre porque não são formados 
novos néfrons após essa época e números limitados podem resultar 
em consequências importantes para a saúde da criança e do adulto 
(MOORE, 10ª ed.). 
↠ Os rins fetais são subdivididos em lobos. A lobulação 
usualmente desaparece no fim do primeiro ano da 
infância à medida que os néfrons aumentam e crescem 
(MOORE, 10ª ed.). 
↠ O aumento no tamanho do rim após o nascimento 
resulta principalmente do alongamento dos túbulos 
contorcidos proximais bem como um aumento do tecido 
intersticial. A formação de néfrons está completa ao 
nascimento exceto em bebês prematuros (MOORE, 10ª 
ed.). 
↠ Embora a filtração glomerular comece 
aproximadamente na nona semana fetal, a maturação 
funcional dos rins e taxas aumentadas de filtração 
ocorrem após o nascimento (MOORE, 10ª ed.). 
 
↠ A ramificação do broto uretérico é dependente da 
indução pelo mesênquima metanéfrico. A diferenciação 
dos néfrons depende da indução pelos túbulos coletores. 
O broto uretérico e o blastema metanefrogênico 
interagem e induzem um ao outro, um processo 
conhecido como indução recíproca, para formar os rins 
permanentes (MOORE, 10ª ed.). 
REGULAÇÃO MOLECULAR DO DESENVOLVIMENTO RENAL 
Genes envolvidos com a diferenciação renal 
A - WT1, expresso pelo mesênquima, permite que esse tecido 
responda à indução pelo broto ureteral. O fator neurotrófico derivado 
da glia (GDNF) e o fator de crescimento do hepatócito (HGF), também 
produzidos pelo mesênquima, interagem por intermédio de seus 
receptores, respectivamente, RET e MET, no epitélio do broto 
ureteral para estimular o crescimento do broto e manter as interações 
(LANGMAN, 13ª ed.). 
 
Os fatores de crescimento do fibroblasto do tipo 2 (FGF2) e da 
proteína morfogenéticaóssea do tipo 7 (BMP7) estimulam a 
proliferação do mesênquima e mantêm a expressão de WT1 
(LANGMAN, 13ª ed.). 
B - WNT9B e WNT6 secretados pelos ramos do broto ureteral 
promovem a regulação de PAX2 e de WNT4 no mesênquima 
circunjacente. Esses genes, por sua vez, fazem com que o 
mesênquima se transforme em epitélio (PAX2) e forme túbulos 
(WNT4). Também ocorrem alterações na matriz extracelular, de 
4 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
modo que laminina e colágeno IV formam uma membrana basal 
(laranja) para as células epiteliais (LANGMAN, 13ª ed.). 
MUDANÇAS POSICIONAIS DOS RINS 
↠ Inicialmente, os rins permanentes primordiais situam-
se próximos um do outro na pelve, ventrais ao sacro. À 
medida que o abdome e a pelve crescem, os rins 
gradualmente se posicionam no abdome e se afastam. Os 
rins atingem sua posição adulta durante o começo do 
período fetal (MOORE, 10ª ed.). 
↠ Essa “ascenção” resulta principalmente do crescimento 
do corpo do embrião caudal aos rins. De fato, a parte 
caudal do embrião cresce afastando-se dos rins, de modo 
que eles, progressivamente, ocupam sua posição normal 
em cada lado da coluna vertebral (MOORE, 10ª ed.). 
 
↠ Inicialmente, o hilo de cada rim (depressão do bordo 
medial), onde os vasos sanguíneos, ureter e nervos 
entram e saem, situa-se ventralmente, contudo, à medida 
que os rins mudam de posição, o hilo rota medialmente 
quase 90° (MOORE, 10ª ed.). 
↠ Pela nona semana, os hilos estão direcionados 
anteromedialmente. Finalmente, os rins se tornam 
estruturas retroperitoneais (externas ao peritônio) na 
parede abdominal posterior. Nessa época, os rins entram 
em contato com as glândulas suprarrenais (MOORE, 10ª 
ed.). 
ALTERAÇÕES NO SUPRIMENTO SANGUÍNEO DOS RINS 
↠ Durante as alterações nas posições dos rins, estes 
recebem seu suprimento sanguíneo de vasos que estão 
próximos a eles. Inicialmente, as artérias renais são ramos 
das artérias ilíacas comuns. Mais tarde, os rins recebem 
seu suprimento sanguíneo da extremidade distal da aorta 
abdominal (MOORE, 10ª ed.). 
↠ Quando os rins são localizados em um nível mais alto, 
eles recebem novos ramos da aorta. Normalmente, os 
ramos caudais dos vasos renais sofrem involução e 
desaparecem (MOORE, 10ª ed.). 
 
↠ As posições dos rins se tornam fixas, uma vez que os 
rins entram em contato com as glândulas suprarrenais na 
nona semana. Os rins recebem seus ramos arteriais mais 
craniais da aorta abdominal; esses ramos se tornam as 
artérias renais permanentes. A artéria renal direita é mais 
longa e muitas vezes está em uma posição mais superior 
que a artéria renal esquerda (MOORE, 10ª ed.). 
ARTÉRIAS RENAIS ACESSÓRIAS 
As variações comuns no suprimento sanguíneo dos rins refletem a 
maneira pela qual o suprimento sanguíneo se altera continuamente 
durante a vida embrionária e fetal inicial. Aproximadamente 25% dos 
rins adultos têm duas a quatro artérias renais (MOORE, 10ª ed.). 
Artérias renais acessórias (supranumerárias) usualmente se originam 
da aorta superior ou inferior à artéria renal principal acompanhando-a 
até o hilo do rim (MOORE, 10ª ed.). 
Artérias acessórias também podem entrar nos rins diretamente, 
usualmente pelo polo superior ou inferior. Uma artéria acessória para 
o polo inferior (artéria renal polar) pode cruzar anteriormente ao 
ureter e obstruí-lo, causando hidronefrose, ou distensão da pelve e 
cálices renais com urina. Se a artéria entrar no polo inferior do rim 
direito, ela usualmente cruza anteriormente à veia cava inferior e 
ureter (MOORE, 10ª ed.). 
As artérias renais acessórias são artérias terminais; consequentemente 
se uma artéria acessória for danificada ou ligada, a parte do rim suprida 
por ela se tornará isquêmica. Artérias acessórias são aproximadamente 
duas vezes mais comuns que veias acessórias (MOORE, 10ª ed.). 
 
RIM EM FERRADURA 
Em 0,2% da população, os polos dos rins são fundidos; usualmente 
são os polos inferiores que se fundem. O grande rim em forma de U 
geralmente se localiza na região púbica, anterior às vértebras lombares 
inferiores. A ascensão normal dos rins fundidos é impedida porque eles 
ficam presos pela raiz da artéria mesentérica inferior (MOORE, 10ª ed.). 
Um rim em ferradura usualmente não produz sintomas porque o seu 
sistema coletor se desenvolve normalmente e os ureteres entram na 
bexiga. Se o fluxo de urina for impedido, pode aparecer sinais e 
sintomas de obstrução e/ou infecção (MOORE, 10ª ed.). 
5 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
 
 
Morfologia dos rins 
Anatomia macroscópica dos rins 
LOCALIZAÇÃO E ANATOMIA EXTERNA DOS RINS 
↠ Os rins, em forma de grão de feijão, estão dispostos 
no espaço retroperitoneal (entre a parede posterior do 
corpo e o peritônio parietal) na região lombar superior. 
Estendendo-se aproximadamente de T12 a L3, os rins 
recebem alguma proteção da parte inferior da caixa 
torácica (MARIEB, 3ª ed.). 
 
↠ O rim direito é comprimido pelo fígado e está 
ligeiramente mais abaixo que o esquerdo. O rim adulto 
possui uma massa de cerca de 150 g, e suas dimensões 
médias são 12 cm de comprimento, 6 cm de largura e 3 
cm de espessura - do tamanho aproximado de uma barra 
de sabão grande (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ A superfície lateral é convexa. A superfície medial é 
côncava e possui uma fenda vertical chamada de hilo 
renal, localizada em um espaço interno do rim chamado 
de seio renal. A pelve renal, os vasos sanguíneos e 
linfáticos e os nervos se juntam no hilo em cada rim e 
ocupam o seio (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ No topo de cada rim há uma glândula supra-renal (ou 
adrenal) (MARIEB, 3ª ed.). 
 
 
↠ Três camadas de tecido circundam cada rim: 
(TORTORA, 14ª ed.). 
6 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
➢ A camada mais profunda, a cápsula fibrosa, é 
uma lâmina lisa e transparente de tecido 
conjuntivo denso não modelado que é contínuo 
com o revestimento externo do ureter. Ela 
serve como uma barreira contra traumatismos 
e ajuda a manter a forma do rim (TORTORA, 
14ª ed.). Impede que infecções das regiões 
vizinhas se espalhem para o rim (MARIEB, 3ª ed.). 
➢ A camada intermediária, a cápsula adiposa, é 
uma massa de tecido adiposo que circunda a 
cápsula fibrosa. Ela também protege o rim de 
traumas e ancora-o firmemente na sua posição 
na cavidade abdominal (TORTORA, 14ª ed.). 
➢ A camada superficial, a fáscia renal, é outra 
camada fina de tecido conjuntivo denso não 
modelado que ancora o rim às estruturas 
vizinhas e à parede abdominal. Na face anterior 
dos rins, a fáscia renal (TORTORA, 14ª ed.). 
 
INTERESSANTE 
O revestimento adiposo dos rins é importante para mantê-los na 
posição correta no corpo. Se a quantidade de tecido adiposo diminui 
(como no emagrecimento extremo ou em uma rápida perda de peso), 
um ou ambos os rins podem cair para uma posição mais baixa, um 
evento chamado de nefroptose (ptose renal) (ptose=queda). A 
nefroptose pode fazer o ureter se dobrar, trazendo problemas, pois, 
se a urina não consegue ser escoada, volta para o rim e exerce 
pressão neste tecido (MARIEB, 3ª ed.). 
A volta da urina, a partir de uma obstrução no ureter ou de outras 
causas, é chamada de hidronefrose ("água nos rins"). A hidronefrose 
pode prejudicar gravemente o rim, levando a necrose (morte tecidual) 
e insuficiência renal (MARIEB, 3ª ed.). 
ANATOMIA MACROSCÓPICA INTERNA DOS RINS 
↠ Um corte frontal através de um rim revela duas 
regiões distintas de tecido renal: córtex e medula. A região 
mais superficial, o córtex renal, tem cor clara e possui 
uma aparência granular. Abaixo do córtex encontra-se a 
medula renal, mais escura, e que consiste em massas 
cônicas chamadas pirâmides renais (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ A ampla base de cada pirâmide faz fronteira com o 
córtex, enquanto o ápice da pirâmide, ou papila renal, 
aponta para dentro. As pirâmides renais exibem estrias 
porque contêm feixes aproximadamenteparalelos de 
delgados túbulos coletores de urina (MARIEB, 7ª ed.). 
 
↠ As colunas renais, que são extensões do córtex renal 
para dentro, separam as pirâmides adjacentes. Admite-se 
que os rins humanos têm lobos, e cada lobo consiste em 
uma única pirâmide renal e um tecido cortical que 
circunda essa pirâmide. Existem de 5 a 11 lobos e pirâmides 
em cada rim (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ O seio renal é um grande espaço na parte medial do 
rim que se abre para o exterior através do hilo renal. Na 
realidade, esse seio é um “espaço preenchido”, já que 
contém vasos e nervos renais, alguma gordura e os tubos 
que transportam urina chamados pelve e cálices renais 
(MARIEB, 7ª ed.). 
↠ A pelve renal (pelve = bacia) - tubo plano em forma 
de funil - é simplesmente a parte superior do ureter 
expandida. Extensões ramificadas da pelve renal formam 
dois ou três cálices renais maiores, cada um deles 
dividindo-se e formando vários cálices renais menores, 
tubos em forma de taça que confinam as papilas das 
pirâmides. Os cálices coletam a drenagem de urina das 
papilas e a desaguam na pelve renal; então, a urina escoa 
pela pelve renal e entra no ureter, que a transporta até 
a bexiga, onde será armazenada (MARIEB, 7ª ed.). 
Cada rim tem de 8 a 18 cálices renais menores e 2 ou 3 cálices renais 
maiores (TORTORA, 14ª ed.). 
Uma vez que o filtrado entra nos cálices, torna-se urina, porque não 
pode mais ocorrer reabsorção. O motivo é que o epitélio simples dos 
néfrons e túbulos se tornam epitélio de transição nos cálices 
(TORTORA, 14ª ed.). 
SUPRIMENTOS SANGUÍNEO E NERVOSO DO RIM 
↠ Dado que os rins limpam continuamente o sangue, não 
é de surpreender que eles tenham um rico suprimento 
7 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
sanguíneo. Em condições normais de repouso, 
aproximadamente um quarto do débito cardíaco 
sistêmico chega aos rins através das artérias renais, que 
se ramificam em ângulos retos a partir da parte abdominal 
da aorta, entre a primeira e a segunda vértebra lombar 
V (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ Uma vez que a aorta se situa ligeiramente à esquerda 
da linha média do corpo, a artéria renal direita é mais longa 
do que a esquerda. À medida que cada artéria renal se 
aproxima do rim, ela se divide em cinco artérias 
segmentares que entram no hilo (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ Dentro do seio renal, cada artéria segmentar divide-se 
em artérias interlobares, que se situam nas colunas renais 
entre as pirâmides renais (MARIEB, 7ª ed.). 
 
↠ Na junção medula-córtex, as artérias interlobares 
ramificam-se nas artérias arqueadas, que formam arcos 
sobre as bases das pirâmides renais. Irradiando-se para 
fora das artérias arqueadas e abastecendo o tecido 
cortical encontram-se as pequenas artérias interlobulares 
(corticais radiadas). Mais de 90% do sangue que entra no 
rim perfunde o córtex. Essas artérias originam as 
arteríolas aferentes e eferentes que alimentam os 
capilares peritubulares que circundam os túbulos no rim 
(MARIEB, 7ª ed.). 
↠ As veias renais seguem o caminho inverso das artérias: 
o sangue que sai do córtex renal drena sequencialmente 
nas veias interlobulares, arqueadas, interlobares e renais 
(não há veias segmentares). A veia renal sai do rim no 
hilo e drena para a veia cava inferior (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ Como a veia cava inferior situa-se no lado direito da 
coluna vertebral, a veia renal esquerda tem 
aproximadamente duas vezes o comprimento da veia 
renal direita. Cada veia renal situa-se em posição anterior 
à artéria renal correspondente e ambos os vasos 
sanguíneos situam-se em posição anterior à pelve renal 
no hilo renal (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ O suprimento nervoso do rim é fornecido pelo plexo 
renal, uma rede de fibras autônomas e gânglios 
autônomos nas artérias renais. Esse plexo é um 
desdobramento do plexo celíaco. O plexo renal é 
abastecido por fibras simpáticas do nervo esplâncnico 
torácico maior. Essas fibras simpáticas controlam os 
diâmetros das artérias renais e influenciam as funções de 
formação da urina dos túbulos uriníferos (MARIEB, 7ª ed.). 
 
SEGMENTAÇÃO RENAL 
↠ As artérias segmentares são distribuídas para os 
segmentos renais do seguinte modo: (MOORE, 7ª ed.). 
➢ O segmento superior (apical) é irrigado pela 
artéria do segmento superior (apical); 
➢ Os segmentos anterossuperior e anteroinferior 
são supridos pelas artérias do segmento anterior 
superior e do segmento anterior inferior; 
➢ O segmento inferior é irrigado pela artéria do 
segmento inferior. 
8 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
↠ Essas artérias originam-se do ramo anterior da artéria 
renal (MOORE, 7ª ed.). 
➢ A artéria segmentar posterior, que se origina de 
uma continuação do ramo posterior da artéria 
renal, irriga o segmento posterior do rim 
(MOORE, 7ª ed.). 
 
Anatomia microscópica dos rins 
↠ A principal unidade estrutural e funcional do rim é o 
néfron. Mais de um milhão desses túbulos apinham-se 
(unem-se estreitamente) em cada rim (MARIEB, 7ª ed.). 
ESTRUTURA DO NÉFRON 
↠ Cada néfron é composto de corpúsculo renal e túbulo 
renal; este último é dividido em porções: túbulo 
contorcido proximal, alça do néfron (de Henle), túbulo 
contorcido distal e túbulo coletor. Em todo o seu comprimento, 
o néfron é revestido por um epitélio simples que é adaptado a vários 
aspectos da produção de urina (MARIEB, 7ª ed.). 
 
CORPÚSCULO RENAL 
↠ A primeira parte do néfron, onde ocorre a filtração, é 
o corpúsculo renal esférico. Os corpúsculos renais 
ocorrem estritamente no córtex. Eles consistem em um 
novelo de capilares chamado glomérulo (“novelo de lã”) 
circundado por uma cápsula do glomérulo oca em forma 
de cálice (cápsula de Bowman) (MARIEB, 7ª ed.). 
 
↠ Esse novelo de capilares é abastecido por uma 
arteríola aferente e drenado por uma arteríola eferente. 
O endotélio do glomérulo é fenestrado (possui poros) e, 
portanto, esses capilares são altamente permeáveis 
permitindo que grandes quantidades de fluido e de 
pequenas moléculas passem do sangue do capilar para o 
interior oco da cápsula, o espaço capsular. (MARIEB, 7ª 
ed.). 
Esse fluido é o filtrado que, no fim das contas, é processado para se 
transformar em urina. Aproximadamente apenas 20% do fluido sai do 
glomérulo e entra no espaço capsular; 80% permanece no sangue 
dentro desse capilar (MARIEB, 7ª ed.). 
TÚBULO RENAL 
↠ Depois de se formar no corpúsculo renal, o filtrado 
avança para a seção tubular longa do néfron, que começa 
com o túbulo contorcido proximal espiralado de modo 
elaborado, cria uma alça chamada alça do néfron (de 
Henle), curva- se várias vezes num trajeto sinuoso como 
9 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
túbulo contorcido distal e termina como túbulo coletor se 
juntando ao ducto coletor (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ Os ductos coletores então se unem e convergem em 
várias centenas de grandes ductos papilares, que drenam 
para os cálices renais menores. Os ductos coletores e 
papilares se estendem desde o córtex renal ao longo da 
medula renal até a pelve renal. Então, um rim tem 
aproximadamente 1 milhão de néfrons, mas um número 
muito menor de ductos coletores e ainda menor de 
ductos papilares (TORTORA, 14ª ed.). 
Essa natureza sinuosa do néfron aumenta o seu tamanho e melhora 
sua capacidade para processar o filtrado que escoa por ele. Cada parte 
da seção tubular do néfron tem uma anatomia celular única que reflete 
sua função de processamento do filtrado (MARIEB, 7ª ed.). 
Obs.: O corpúsculo renal e os túbulos contorcidos proximais e distais 
se localizam no córtex renal; a alça de Henle se estende até a medula 
renal, faz uma curva fechada, e então retorna ao córtex renal 
(TORTORA, 14ª ed.). 
 
 
↠ Em um néfron, a alça de Henle comunica os túbulos 
contorcidos proximais e distais. A primeira parte da alça 
de Henle começa no ponto em que o túbulo contorcido 
proximal faz a sua última curvadescendente. Inicia-se no 
córtex renal e estende-se para baixo e para dentro da 
medula renal, onde é chamada ramo descendente da alça 
de Henle (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Em seguida, faz uma curva fechada e retorna para o 
córtex renal, onde termina no túbulo contorcido distal e 
é conhecido como ramo ascendente da alça de Henle. 
(TORTORA, 14ª ed.). 
CLASSE DE NEFRONS 
↠ Embora todos os néfrons tenham as estruturas que 
acabamos de descrever, eles são divididos em duas 
categorias de acordo com a localização (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ Aproximadamente 80 a 85% dos néfrons são néfrons 
corticais. Seus corpúsculos renais se encontram na parte 
externa do córtex renal, e têm alças de Henle curtas, que 
se encontram principalmente no córtex e penetram 
somente na região externa da medula renal (TORTORA, 
14ª ed.). 
↠ As alças de Henle curtas são irrigadas por capilares 
peritubulares que emergem das arteríolas glomerulares 
eferentes (TORTORA, 14ª ed.). 
 
↠ Os outros 15 a 20% dos néfrons são néfrons 
justamedulares. Seus corpúsculos renais encontram-se 
profundamente no córtex, próximo da medula renal, e 
têm alças de Henle longas que se estendem até a região 
mais profunda da medula renal (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ As alças de Henle longas são irrigadas por capilares 
peritubulares e arteríolas retas que emergem das 
arteríolas glomerulares eferentes. Além disso, o ramo 
ascendente da alça de Henle dos néfrons justamedulares 
consiste em duas partes: uma parte ascendente delgada 
seguida por uma parte ascendente espessa. O lúmen da 
parte ascendente fina é o mesmo que em outras áreas 
do túbulo renal; apenas o epitélio é mais fino. Os néfrons 
com alça de Henle longa possibilitam que os rins excretem 
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urina muito diluída ou muito concentrada (TORTORA, 14ª 
ed.). 
 
VASOS SANGUÍNEOS ASSOCIADOS AOS NÉFRONS 
↠ Os néfrons estão intimamente associados a dois leitos 
capilares: o glomérulo e os capilares peritubulares. Os 
néfrons justamedulares também estão associados a vasos 
retos similares aos capilares (MARIEB, 7ª ed.). 
Glomérulos 
↠ O glomérulo é diferente de todos os outros leitos 
capilares no corpo: ele é ao mesmo tempo alimentado e 
drenado por arteríolas - uma arteríola aferente e uma 
arteríola eferente, respectivamente (MARIEB, 7ª ed.). 
↠ As arteríolas aferentes surgem das artérias 
interlobulares que passam pelo córtex renal. Como as 
arteríolas são vasos de alta resistência e a arteríola 
eferente é mais estreita do que a arteríola aferente, a 
pressão do sangue no glomérulo é extraordinariamente 
alta para um leito capilar e obriga facilmente o filtrado a 
sair do sangue e entrar na cápsula do glomérulo (MARIEB, 
7ª ed.). 
Os rins geram um litro desse filtrado a cada oito minutos, mas apenas 
1% acaba se transformando em urina; os outros 99% são reabsorvidos 
pelos túbulos e devolvidos ao sangue nos leitos capilares peritubulares 
(MARIEB, 7ª ed.). 
Capilares peritubulares 
↠ Os capilares peritubulares surgem das arteríolas 
eferentes que drenam os glomérulos corticais. Esses 
capilares situam-se no tecido conjuntivo intersticial do 
córtex renal, um tecido conjuntivo frouxo, que circunda 
os túbulos renais. Os capilares prendem-se aos túbulos 
contorcidos e drenam nas vênulas próximas do sistema 
venoso renal (MARIEB, 7ª ed.). 
Os capilares peritubulares são adaptados para absorção: são vasos 
porosos de baixa pressão que absorvem imediatamente os solutos e 
a água das células tubulares após essas substâncias serem reabsorvidas 
do filtrado. Além disso, todas as moléculas secretadas pelos néfrons e 
que entram na urina são provenientes do sangue dos capilares 
peritubulares próximos (MARIEB, 7ª ed.). 
Vasos retos 
↠ Na parte mais profunda do córtex renal, as arteríolas 
eferentes dos glomérulos justamedulares continuam em 
vasos de paredes finas chamados vasos retos, que 
descem para a medula formando uma rede em volta da 
alça do néfron. Os vasos retos, junto com as alças do 
néfron longas, fazem parte do mecanismo de 
concentração de urina do rim (MARIEB, 7ª ed.). 
COMPLEXO JUSTAGLOMERULAR 
↠ O complexo (ou aparelho) justaglomerular (“perto do 
glomérulo”), uma estrutura que funciona na regulação da 
pressão arterial, é uma área de contato especializado 
entre a extremidade do túbulo contorcido distal e a 
arteríola aferente (MARIEB, 7ª ed.). 
Histologia do Sistema renal 
↠ Denomina-se túbulo urinífero do rim o conjunto 
formado por dois componentes funcionais e 
embriologicamente distintos, o néfron e o túbulo coletor 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ Cada túbulo urinífero é revestido por uma lâmina basal, 
a qual é envolvida pelo escasso tecido conjuntivo do 
interior do rim que forma o componente denominado 
interstício renal (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ Uma camada única de células epiteliais forma toda a 
parede da cápsula glomerular, túbulos e ductos renais. No 
entanto, cada parte tem características histológicas 
distintas que refletem suas funções específicas 
(TORTORA, 14ª ed.). 
NÉFRON 
CÁPSULA GLOMERULAR 
↠ A cápsula é formada por dois folhetos, um interno, ou 
visceral, disposto em torno dos capilares glomerulares, e 
outro externo, ou parietal, que reveste internamente o 
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corpúsculo renal. Entre os dois folhetos da cápsula de 
Bowman, existe o espaço capsular (ou espaço de 
Bowman), que recebe o líquido filtrado através da parede 
dos capilares e do folheto visceral da cápsula de Bowman 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ O folheto externo ou parietal da cápsula de Bowman 
é constituído por um epitélio simples pavimentoso, que 
se apoia na lâmina basal e em uma fina camada de fibras 
reticulares. O conjunto constitui uma membrana basal 
bem visível ao microscópio de luz (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
↠ Enquanto o folheto externo mantém sua morfologia 
epitelial, as células do folheto interno ou visceral 
modificam-se durante o desenvolvimento embrionário, 
adquirindo características muito peculiares. Essas células 
são chamadas de podócitos e formadas por um corpo 
celular, de onde partem diversos prolongamentos 
primários que dão origem aos prolongamentos 
secundários (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ Os podócitos contêm actina, apresentam mobilidade e 
se apoiam sobre a lâmina basal dos capilares glomerulares. 
Seus prolongamentos envolvem completamente o 
capilar, e o contato com a lâmina basal é feito pelos 
prolongamentos secundários. Os podócitos estabelecem 
contato com a membrana basal por meio de várias 
proteínas, dentre as quais se destacam as integrinas 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
↠ Entre os prolongamentos secundários dos podócitos 
existem espaços denominados fendas de filtração. Essas 
fendas são fechadas por uma membrana muito delgada, 
com cerca de 6 nm de espessura, constituída por um 
conjunto de proteínas (p. ex., a nefrina) que se liga, através 
da membrana plasmática, com os filamentos 
intracitoplasmáticos de actina dos podócitos (JUNQUEIRA, 
13ª ed.). 
 
↠ Os capilares glomerulares são do tipo fenestrado, sem 
diafragmas nos poros das células endoteliais. Há uma 
lâmina basal entre as células endoteliais e os podócitos. 
Essa lâmina basal é espessa pela fusão das membranas 
basais do endotélio e dos podócitos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ Essa lâmina basal apresenta três camadas: a lâmina 
rara interna, que aparece clara nas micrografias 
eletrônicas, situada próximo às células endoteliais; a lâmina 
densa, mais elétron-densa; e a lâmina rara externa, 
também clara, localizada mais externamente ao lúmen do 
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capilar e, portanto, em contato com os prolongamentos 
dos podócitos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
As lâminas raras contêm fibronectina, que estabelece ligações com as 
células. A lâmina densa é um feltro de colágeno tipo IV e laminina em 
uma matriz que contémproteoglicanos eletricamente negativos 
(aniônicos) (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
CÉLULAS MESANGIAIS 
Além das células endoteliais e dos podócitos, os glomérulos contêm as 
células mesangiais internas, mergulhadas em matriz mesangial. Há locais 
do glomérulo em que a lâmina basal não envolve toda a circunferência 
de um só capilar, constituindo uma membrana comum a duas ou mais 
alças capilares. É principalmente nesse espaço entre os capilares que 
se localizam as células mesangiais, as quais podem também ser 
encontradas na parede dos capilares glomerulares, entre as células 
endoteliais e a lâmina basal (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL 
↠ No polo urinário do corpúsculo renal, o folheto parietal 
da cápsula de Bowman se continua com o epitélio 
cuboide ou colunar baixo do túbulo contorcido proximal 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ Como suas células são largas, em cada corte 
transversal de um túbulo proximal aparecem apenas três 
a quatro núcleos esféricos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
↠ Os limites entre as células desses túbulos são 
dificilmente observados ao microscópio óptico, pois elas 
têm prolongamentos laterais que se interdigitam com os 
das células adjacentes (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
↠ As células do túbulo proximal têm o citoplasma 
bastante acidófilo, especialmente no seu polo basal, em 
razão de numerosas mitocôndrias alongadas presentes 
nessa região (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ A superfície apical das células dos túbulos proximais 
apresenta grande quantidade de microvilos, que formam 
a orla em escova. Nesta superfície, há grande atividade 
de endocitose de material presente no lúmen dos túbulos 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
No túbulo contorcido proximal, inicia-se o processo de reabsorção do 
filtrado glomerular e excreção de substâncias no lúmen tubular. Esse 
segmento do néfron reabsorve a totalidade da glicose e dos 
aminoácidos contidos no filtrado glomerular, e mais de 70% da água, 
bicarbonato e cloreto de sódio, além dos íons cálcio e fosfato 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
A glicose, os aminoácidos e os íons são reabsorvidos por proteínas 
transportadoras e por transporte ativo, sendo que a água acompanha 
passivamente o transporte dessas substâncias. O transporte de água 
depende, em grande parte, de moléculas da família das aquaporinas 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
ALÇA DE HENLE 
↠ A alça de Henle é uma estrutura em forma de U que 
consiste em um segmento delgado interposto a dois 
segmentos espessos. O lúmen desse segmento do 
néfron é relativamente amplo, porque a parede da alça é 
formada por epitélio simples pavimentoso (JUNQUEIRA, 
13ª ed.). 
TÚBULO CONTORCIDO DISTAL 
↠ Revestido por epitélio cúbico simples (JUNQUEIRA, 13ª 
ed.). 
Em cortes histológicos, a distinção entre os túbulos contorcidos distais 
e os proximais, ambos encontrados na cortical e formados por epitélio 
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simples cúbico, baseia-se nos seguintes parâmetros: as células dos 
túbulos distais são mais estreitas; em consequência, observam-se mais 
núcleos em cortes transversais desses túbulos. Além disso, suas células 
não têm orla em escova e são menos acidófilas, pois contêm menor 
quantidade de mitocôndrias (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
↠ Uma propriedade muito importante dos túbulos distais 
é o fato de um segmento desses túbulos aproximar-se 
do corpúsculo renal do mesmo néfron, local onde a 
parede do túbulo se modifica. Suas células tornam-se 
cilíndricas, altas e com núcleos alongados e muito 
próximos uns dos outros; a maioria delas tem o complexo 
de Golgi na região basal. Esse segmento modificado da 
parede do túbulo distal, que aparece mais escuro nos 
cortes corados, devido à proximidade dos núcleos de suas 
células, chama-se mácula densa (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ A mácula densa é sensível ao conteúdo iônico e ao 
volume de água no fluido tubular, produzindo moléculas 
sinalizadoras que promovem a liberação da enzima renina 
na circulação (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
TÚBULOS E DUCTOS COLETORES 
↠ Os ductos coletores mais delgados são revestidos por 
epitélio cúbico e têm um diâmetro de aproximadamente 
40 µm. À medida que se fundem e se aproximam das 
papilas, suas células tornam-se mais altas, até se 
transformarem em cilíndricas. Ao mesmo tempo, 
aumenta o diâmetro do tubo. No local próximo à 
extremidade das papilas medulares, os ductos coletores 
têm diâmetro de até 200 µm (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ Os tubos coletores são formados por células com 
citoplasma que se cora fracamente pela eosina e cujos 
limites intercelulares são bem marcados. Ao microscópio 
eletrônico de transmissão, observa-se que são células 
pobres em organelas (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
APARELHO JUSTAGLOMERULAR 
↠ Dentro do complexo, as estruturas do túbulo e da 
arteríola são modificadas. As paredes das arteríolas 
aferentes e eferentes contêm células justaglomerulares 
(células granulares), células musculares lisas modificadas 
com grânulos secretórios contendo um hormônio 
chamado renina (“hormônio renal”) (MARIEB, 7ª ed.). 
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As células granulares parecem ser mecanorreceptores que secretam 
renina em resposta à queda de pressão sanguínea na arteríola 
aferente. A mácula densa, que é a terminal do túbulo contorcido distal 
adjacente às células justaglomerulares, consiste em células epiteliais 
altas e próximas umas das outras que agem como quimiorreceptoras, 
monitorando as concentrações de soluto no filtrado. Quando as 
concentrações de soluto ficam abaixo de um determinado nível, as 
células da mácula densa sinalizam às células justaglomerulares para que 
estas secretem renina. A renina inicia uma sequência de reações 
químicas no sangue (conhecidas como mecanismo renina-
angiotensina) que resulta, pelo córtex renal, na secreção do hormônio 
aldosterona, que aumenta a reabsorção do sódio (Na+) pelos túbulos 
contorcidos distais, aumentando a concentração de soluto no sangue 
(MARIEB, 7ª ed.). 
 
As células mesangiais têm formato irregular e estão situadas em volta 
da base do glomérulo. Essas células exibem propriedades contráteis 
que regulam o fluxo sanguíneo dentro do glomérulo. As células 
mesangiais extraglomerulares interagem com as células da mácula 
densa e as células justaglomerulares como forma de regular a pressão 
sanguínea. Os detalhes dessa interação são uma área de pesquisa 
permanente (MARIEB, 7ª ed.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e 
atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 
TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível 
em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016. 
 
MOORE. Embriologia Clínica, 10ª ed.. Elsevier, RJ, 2016. 
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia, 3ª ed., 
Porto Alegra: Artmed, 2008. 
MARIEB, E.; WILHELM, P. B.; MALLATT, J. Anatomia 
Humana, 7ª ed., São Paulo: Pearson Education do Brasil, 
2014. 
MOORE et. al. Moore Anatomia Orientada para a Clínica, 
7ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.

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