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BIODIVERSIDADE-2

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1 
 
SUMÁRIO 
1 DIVERSIDADE BIOLÓGICA ....................................................................... 2 
2 NÍVEIS E DIMENSÕES DA BIODIVERSIDADE ......................................... 8 
3 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA BIODIVERSIDADE ............................. 17 
4 EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DE CONSERVAÇÃO DA 
BIODIVERSIDADE.....................................................................................................22 
5 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E CONSERVAÇÃO ................... 25 
5.1 Aspectos ecológicos, econômicos e sociais das unidades de 
conservação .......................................................................................................... 27 
6 POTENCIAIS USOS DA BIODIVERSIDADE NA SAÚDE HUMANA E NO 
MEIO AMBIENTE ...................................................................................................... 29 
7 AS PRINCIPAIS EXTINÇÕES DA BIODIVERSIDADE ............................. 31 
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 35 
 
 
 
2 
 
1 DIVERSIDADE BIOLÓGICA 
 
Fonte: fiepb.com 
A biodiversidade, ou diversidade biológica, representa toda a variedade de vida 
no planeta, incluindo os genes, as espécies e os ecossistemas que sustentam a vida. 
O Brasil é um país megadiverso, ou seja, concentra grande parte das espécies do 
mundo e tem uma enorme variedade de paisagens entre os seus biomas (FERREIRA, 
2018). 
A biodiversidade engloba os serviços ecossistêmicos que a natureza 
proporciona, sendo, portanto, um bem coletivo que necessita ser conservado para a 
manutenção da própria vida no planeta e o bem-estar das gerações futuras. Um 
levantamento realizado em 2011 mostrou que existem cerca de 8 milhões de espécies 
no mundo, distribuídas entre espécies terrestres e marinhas. Essa estimativa resulta 
de uma pesquisa em mais de 80 países, realizada por 10 anos, e evidencia que as 
taxas de extinção de espécies estão acelerando, de modo que muitas delas podem 
desaparecer antes mesmo que saibamos de sua existência, seu hábitat e sua função 
nos ecossistemas (FERREIRA, 2018). 
Segundo Ferreira (2018) a riqueza da biodiversidade vem sendo 
superexplorada nas últimas décadas, devido ao processo civilizatório, à ocupação dos 
espaços e à urbanização, reflexos dos modelos econômicos empregados pelas 
nações. 
 
3 
 
A existência e a manutenção da biodiversidade estão relacionadas com a forma 
como gerenciamos esses recursos e protegemos os ecossistemas e suas espécies. 
Para que haja conciliação dos interesses e das demandas da sociedade com a 
necessidade de preservação ambiental, foram criadas políticas públicas, com 
diretrizes, objetivos e metas com o intuito de que a coletividade seja favorecida. 
O art. 2º da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81), por 
exemplo, tem por objetivo: [...] a preservação, melhoria e recuperação da 
qualidade ambiental propícia à vida, visando a assegurar, no país, condições 
ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional 
e à proteção da dignidade da vida humana (PEREIRA; BRITO, 2012, p. 25 
apud FERREIRA, 2018). 
A biodiversidade é uma das áreas de estudo da biogeografia, disciplina 
envolvida em compreender os processos que permitem a distribuição dos organismos 
vivos na superfície terrestre. Consequentemente, estuda também suas mudanças ao 
longo do tempo. Nesse interessante campo de investigação, combinam-se a 
geografia, a biologia e a geologia. Pelo viés da geografia, busca-se saber onde e por 
que ocorrem determinadas espécies de animais e plantas e qual é o impacto das 
atividades antrópicas em seus ambientes (FERREIRA, 2018). 
A biogeografia é um campo específico de conhecimento. Embora 
interdisciplinar, estuda questões próprias de cunho geográfico. As pesquisas 
no campo da biogeografia vêm se empenhando em analisar os complexos 
padrões de distribuição e a importância das espécies na teia da vida do 
planeta. Essa tarefa está ligada aos eventos ocorridos no passado e aos 
eventos que estão ocorrendo no presente, determinando o caráter endêmico 
das espécies e a biodiversidade das regiões (RECODER, 2011 apud 
FERREIRA, 2018). 
Biodiversidade, ou diversidade biológica, é a diversidade e variabilidade de 
todas as formas de vida na terra, tanto selvagens quanto domesticadas por humanos. 
Portanto, inclui os tipos de plantas, animais e microrganismos, bem como os 
ecossistemas e processos ecológicos dos quais são componentes e que preservam 
a diversidade anteriores (FIGUEIRÓ, 2015). 
Segundo Ferreira (2018), precisamente por dois aspectos relevantes do 
presente, justamente pela relevância do conhecimento e da variabilidade, o debate 
sobre a diversidade biológica deveria ter se tornado um tema central e estratégico 
para uma redefinição teórica e metodológica da biogeografia como categoricamente 
geográfica. As condições geográficas no processo de desenvolvimento da 
biodiversidade ao longo do tempo e a importância dos fatores socioeconômicos no 
 
4 
 
processo crescente e acelerado de perda de espécies devido à transformação dos 
espaços naturais. Devido às grandes alterações que vem sendo feitas em vários 
ambientes da Terra em busca de recursos naturais para sustentar sistemas produtivos 
dentro de uma lógica de produção e consumo, esse debate em torno da 
biodiversidade já deveria estar sendo mais efetivo e estratégico. 
A vida na Terra, incluindo a humana, enfrenta hoje uma crise de proporção 
histórica e planetária. O modelo de produção aprofundado de forma 
hegemônica especialmente a partir do século XIX e globalizado no século XX 
produziu uma cultura de compreender as demais espécies vivas não 
humanas como simples “recursos” à disposição do consumo insustentável, 
sob as mais diferentes formas de uso. Seja pelo extermínio direto decorrente 
de capturas, sobrecaça e sobrepesca, seja pelo impacto indireto decorrente 
da perda de habitat para lavouras e cidades, a biodiversidade tem 
apresentado taxas aceleradas de decréscimo (FIGUEIRÓ, 2015 apud 
FERREIRA, 2018). 
Precisamos compreender que todas as espécies estão de alguma forma em 
interdependência, e que os serviços ambientais promovidos de forma gratuita por 
micro-organismos, plantas e animais são essenciais para a manutenção de nossa 
sociedade moderna. Os serviços ambientais dizem respeito às condições e processos 
que sustentam a vida do planeta e do ser humano. Nesse contexto dos ecossistemas 
naturais e das espécies que os compõem e sustentam a vida, podemos pensar nos 
benefícios diretos e indiretos para as populações humanas, o que justifica a 
necessidade de diálogo sobre a biodiversidade para a manutenção dos serviços 
ambientais (FIGUEIRÓ, 2015). 
A conservação da biodiversidade é um desafio, uma vez que o estado de 
degradação dos ambientes, de modo geral, vem aumentando, e com eles os riscos 
de extinção das espécies. Por isso, é imprescindível relacionar a espacialidade dos 
seres vivos com os aspectos geoecológicos do ambiente e o modo como as 
sociedades humanas vêm transformando os sistemas naturais e interferindo na 
dinâmica da biodiversidade. Dessa forma, chegamos à questão da conservação da 
biodiversidade, uma vez que existem complexas interações entre a sociedade e a 
natureza, no meio urbano e no rural, em que precisamos de políticas públicas que 
planejem, executem e conservem (FERREIRA, 2018). 
As principais ameaças à biodiversidade estão ligadas direta e indiretamente 
com desflorestamento, poluição, uso excessivo dos recursos naturais, expansão de 
fronteiras agrícolas, expansão urbana e industrial e introdução de espécies exóticas. 
 
5 
 
De acordo com Figueiró (2015), o processo de preservação dos ecossistemas deve 
ser analisado a partir da precisão de manter a renovação dos recursos e garantir a 
repartição social das potencialidades da natureza da mesma forma para todas as 
sociedades. Entretanto, devem ser revistosos valores culturais e os estilos de vida 
com base em uma forma de vida mais sustentável. No entanto, somente isso não 
basta para que o discurso sobre a biodiversidade se faça de fato estratégico. Na 
verdade, é necessário incluir fatores que vão além das técnicas de conservação e de 
formas de vida mais sustentáveis. 
Para completar esse quadro já difícil, começou-se a descobrir muito 
recentemente que as técnicas de conservação mais adotadas durante o 
século XX, de proteger as espécies dentro de unidades de conservação, não 
garantem a sobrevivência dessas espécies, seja porque há uma mudança em 
curso em escala mais global (aquecimento da atmosfera, chuvas ácidas, 
contaminação de rios e reservatórios subterrâneos etc.), seja porque o 
tamanho limitado das reservas não garante condições adequadas de 
sobrevivência e reprodução para as espécies que se pretende proteger 
(FIGUEIRÓ, 2016 apud BOTELHO, 2018). 
Para complementar a ideia de importância de se repensar as estratégias para 
a manutenção da biodiversidade no planeta, podemos pensar que todas as espécies 
estão interligadas em uma complexa rede. Assim, se uma espécie é afetada, entrando 
em extinção, por exemplo, várias outras que estão relacionadas sofrerão algum efeito, 
podendo até mesmo se extinguirem, a depender do grau de dependência entre elas 
(FIGUEIRÓ, 2015). 
Veja o que nos aponta o Relatório da Biodiversidade Global elaborado pelo 
Secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica (2010, p. 23) sobre a 
diversidade das espécies: Essa diversidade é de vital importância para as pessoas, 
porque ela sustenta uma grande variedade de serviços ecossistêmicos, dos quais as 
sociedades humanas sempre dependeram, embora sua importância seja muitas 
vezes extremamente desvalorizada ou ignorada (BOTELHO, 2018). 
Assim quando elementos da biodiversidade são perdidos, os ecossistemas se 
tornam menos resilientes e seus serviços são ameaçados. Paisagens ou corpos 
d'água mais homogêneos e menos variados são frequentemente mais suscetíveis a 
tensões externas repentinas, como doenças e condições climáticas extremas. A 
grande dificuldade atualmente é inventariar as espécies, uma vez que se trata de um 
trabalho oneroso e que exige a participação de profissionais qualificados. Os 
inventários são importantes ferramentas para a tomada de decisões. Além disso, a 
 
6 
 
partir dos inventários é possível monitorar a perda de espécies, muitas das quais nem 
chegamos a conhecer cientificamente (BOTELHO, 2018). 
Considerada em três níveis principais: diversidade genética, diversidade de 
espécies e diversidade de ecossistemas 
 
Diversidade genética 
 
A diversidade genética consiste não apenas na variação genética individual 
dentro de uma população, mas também na variação genética entre populações, 
frequentemente combinada com adaptações às condições locais. Quando uma 
população se extingue, a espécie pode perder parte da diversidade genética que 
permite a microevolução. Essa erosão da diversidade genética, por sua vez, reduz o 
potencial adaptativo da espécie. 
 
Diversidade de espécies 
 
A consciência pública da crise da biodiversidade está centrada na diversidade 
de espécies – as diferentes espécies em um ecossistema ou em toda a biosfera. 
Quanto mais espécies são perdidas por extinção, a diversidade de espécies diminui 
(BOTELHO, 2018). 
A Lei das Espécies em Perigo (Endangered Species Act, ESA) dos Estados 
Unidos define uma espécie em perigo como a que está “em perigo de extinção ao 
longo da sua área de distribuição ou em parte significativa dela”. Consideram-se 
espécies ameaçadas aquelas que provavelmente estarão em perigo no futuro 
próximo. A seguir, são apresentados alguns dados estatísticos que ilustram o 
problema da perda de espécies: 
Segundo a União Internacional para Conservação da Natureza e Recursos 
Naturais (International Union for Conservation of Nature and Natural Resources, 
IUCN), 12% das 10.000 espécies de aves conhecidas e 21% das 5.500 espécies de 
mamíferos conhecidas estão ameaçadas. 
Um levantamento do Centro de Conservação Vegetal mostrou que das quase 
20.000 espécies vegetais conhecidas nos Estados Unidos, 200 foram extintas desde 
que esses registros têm sido mantidos e 730 estão em perigo ou ameaçadas. Na 
 
7 
 
América do Norte, pelo menos 123 espécies animais de água doce foram extintas 
desde 1900 e centenas de outras espécies estão ameaçadas. A taxa de extinções da 
fauna de água doce da América do Norte é em torno de cinco vezes maior do que a 
dos animais terrestres. A extinção de espécies também pode ser local; uma espécie 
pode ser perdida em um sistema de rios, mas sobreviver em um sistema adjacente. A 
extinção global de uma espécie significa que ela foi perdida em todos os ecossistemas 
em que vivia, deixando-os permanentemente empobrecidos (BOTELHO, 2018). 
 
Diversidade de ecossistemas 
 
A variedade dos ecossistemas da biosfera é o terceiro nível de diversidade 
biológica. Devido às muitas interações entre populações de espécies diferentes em 
um ecossistema, a extinção local de uma espécie pode ter impacto negativo sobre 
outras espécies no ecossistema. Por exemplo, os morcegos denominados “raposas 
voadoras” são importantes polinizadores e dispersores de sementes nas Ilhas do 
Pacífico, onde são cada vez mais caçados como iguaria (CAMPBELL, 2015). 
Os biólogos da conservação temem que a extinção das raposas voadoras 
prejudique também as plantas nativas das Ilhas Samoa, onde quatro quintos das 
espécies arbóreas dependem desses animais para a polinização ou a dispersão das 
sementes. 
Alguns ecossistemas já foram muito afetados por ações humanas e outros 
estão sendo alterados em ritmo acelerado. Desde o início da colonização 
europeia, mais da metade das áreas úmidas contíguas aos Estados Unidos 
foi drenada e convertida para atividades agrícolas e outros usos. Na 
Califórnia, no Arizona e no Novo México, aproximadamente 90% das 
comunidades ciliares nativas foram afetadas por pastejo excessivo, controle 
de inundações, atividades de lazer na água, abaixamento do lençol freático e 
invasão de plantas exóticas (não nativas). (CAMPBELL, 2015 apud 
BOTELHO, 2018). 
 
8 
 
2 NÍVEIS E DIMENSÕES DA BIODIVERSIDADE 
 
Fonte: bionarede.crbio04.gov.br 
Os impactos das atividades humanas sobre o ambiente são responsáveis por 
mover a Terra para uma nova época geológica, o Antropoceno. Essa nova época é 
caracterizada pela mudança nas relações entre homem e meio ambiente, onde o 
primeiro já transgrediu muitas fronteiras de sustentabilidade de uso do segundo. Os 
exemplos são muitos, mas entre os de maior impacto, pode-se citar a alteração da 
composição química da atmosfera resultando em mudanças climáticas e a rápida 
diminuição no número de espécies devido à sobre-exploração, destruição de habitats 
e impactos decorrentes da introdução de espécies invasoras (PARENTE, 2018). 
Segundo Parente (2018), esses impactos nos conduzem ao que já é 
considerado o sexto evento de extinção em massa. Embora a extinção seja um grande 
impacto em nosso planeta e um poderoso motivador da conservação, a de faunação 
é muito mais do que a perda de espécies. O termo de faunação é usado para 
caracterizar tanto a perda de espécies e populações animais, como um declínio na 
abundância de determinada espécie. Nesse contexto de faunação, a biodiversidade 
vai muito além da riqueza de espécies, devendo ser vista como uma entidade 
multidimensional, que se refere aos diferentes elementos e níveis de variabilidade da 
vida na Terra, seja taxonômico, genético, funcional, filogenético, trófico, espacial, 
temporal, comportamental e tantas outras dimensões da diversidade da vida em um 
ecossistema. A redução da biodiversidade, além de promover mudanças na 
 
9 
 
composição de espécies, também altera funções e serviços ecossistêmicos, como 
qualidade da água, ciclagem de nutrientes e controlede parasitos, vetores e doenças, 
afetando, dessa forma, o bem-estar humano. 
Essa compreensão de que o bem-estar humano está intrinsicamente associado 
à biodiversidade e ao meio ambiente contribuiu para a ampliação do próprio conceito 
de saúde. A abordagem “One Health” estabelece que a saúde dos seres humanos, 
dos outros seres vivos e do meio ambiente estão conectadas e cada uma delas 
precisa de igual atenção para assegurar a saúde de todos. A exemplo dessa conexão, 
observa-se que doenças podem ser a causa ou a consequência da perda da 
biodiversidade (PARENTE, 2018). 
Nessa abordagem, Parente (2018) existe uma maior demanda pelo 
conhecimento da saúde dos seres vivos e ambiental, para melhor compreensão da 
dinâmica de doenças. A malária, as febres hemorrágicas (p.e. dengue, zika, 
chikungunya e amarela) e a raiva são casos bem conhecidos com fortes ligações à 
saúde animal e aos fatores ambientais. A redução da taxa de perda de biodiversidade 
e a promoção do uso sustentável dos ecossistemas são objetivos internacionais desde 
a ECO-92. Atualmente, esses objetivos integram as metas da Agenda 2030 da 
Organização das Nações Unidas (ONU), estabelecidas após a incapacidade de atingir 
as metas para 2010 da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD) e frente ao 
iminente fracasso para cumprir as Metas de Aichi para 2020. No entanto, novas metas 
não serão eficazes se não houver melhorias nos sistemas de monitoramento da 
biodiversidade em todo o mundo, padronizando o uso de indicadores, seu 
compartilhamento e elevando o nível de compreensão da biodiversidade para uma 
escala multidimensional. 
Para a compreensão dos mecanismos que unem o bem-estar humano, a saúde 
dos seres vivos e a integridade dos ecossistemas, é preciso agregar a maior 
quantidade de informação de vários níveis e dimensões da biodiversidade. Entretanto, 
apesar do reconhecimento de que a biodiversidade é multidimensional, os trabalhos 
na área têm sido predominantemente unidimensionais em sua abordagem, sendo a 
diversidade taxonômica a dimensão dominante sob investigação (PARENTE, 2018). 
Segundo Parente (2018), desde os tempos antigos, as atividades humanas têm 
estado no centro da perda de biodiversidade em termos de espécies vivas e suas 
associações, e dos ecossistemas e como eles funcionam. Há 10.000 anos, ao final do 
 
10 
 
Pleistoceno, os caçadores de grandes mamíferos e de pássaros colaboraram 
seguramente para o declínio e a extinção de numerosas espécies na América do 
Norte. O desmatamento na Grécia remonta 1.000 anos antes de nossa era, 2.000 
anos nos Andes e na Europa até o último milênio. 
No entanto, durante o Pleistoceno tardio, as populações aborígenes causaram 
a extinção de 85% da megafauna australiana. O século XX presenciou a aceleração 
da perda da biodiversidade, sobretudo nas regiões tropicais, devido em grande parte 
ao crescimento demográfico e a intensificação do uso da terra. A competição com 
outras espécies pela ocupação das terras, a perda de hábitats, os danos ocasionados 
aos ecossistemas, a exploração das espécies em quanto “recursos”, a introdução de 
espécies exóticas e à amplificação de poluentes do meio ambiente representam as 
causas primeiras de origem humana das ameaças de extinção de espécies nativas 
(PARENTE, 2018). 
 
Variação cultural 
 
Como os impactos humanos podem ser diferentes em função das práticas 
culturais que concernem a utilização de recursos, seus níveis de exploração e os 
métodos de geração de dejetos? 
As histórias ambientais de regiões, recursos, sociedades em épocas diferentes 
podem fornecer casos interessantes sobre as respostas culturais aos desafios 
pautados pelo meio ambiente ou a conservação de seus recursos. O exemplo da 
combinação de métodos antigos e modernos de manejo do solo no México pode 
permitir preservar ou mesmo melhorar a biodiversidade (PARENTE, 2018). 
Grupos diferentes podem usar o mesmo habitat com consequências muito 
diferentes para a biodiversidade. Como os impactos humanos podem variar entre os 
diferentes modelos de meios de subsistência que requerem uma mistura de espécies 
nativas e domesticadas? Modelos de meios de vida passados e atuais diferem muito 
em seus efeitos sobre os ecossistemas indígenas. O estudo desses modelos deve 
possibilitar a identificação de modelos de práticas sustentáveis com impacto limitado 
sobre os ecossistemas (PARENTE, 2018). 
 
Efeitos indiretos 
 
11 
 
 
Quais os efeitos indiretos dos impactos antrópicos, inclusive as conseqüências 
inesperadas ou não intencionais resultantes de modelos de subsistência particulares, 
de práticas sanitárias e de qualquer outra forma de utilização de recursos? Alguns dos 
efeitos mais devastadores sobre o funcionamento de espécies e ecossistemas podem 
resultar das consequências imprevisíveis da manipulação de recursos biológicos ou 
como um efeito colateral de mudanças deliberadas. 
Por exemplo, a infiltração de fertilizantes químicos nos lençóis freáticos e nos 
cursos de água causaram o enriquecimento de ecossistemas aquáticos, 
perturbando a composição de espécies e a reciclagem de nutrientes. As 
mudanças globais do clima em curso vão potencialmente alterar a 
distribuição, as abundâncias e as associações ecológicas das espécies 
(Morse et al., 1995 apud PARENTE, 2018). 
 
Efeitos de escala 
 
Como os impactos humanos podem variar segundo as diferentes escalas de 
espaço, aquelas das habitações individuais, das cidades, das regiões ou dos países? 
Determinadas atividades podem ser ecologicamente nocivas qualquer que seja a 
escala, outras, sem consequência em pequena escala, revelam-se devastadoras 
numa grande escala e inversamente. 
A fragmentação de hábitats terrestres afeta amiúde a dinâmica de 
populações das espécies, em particular, das espécies raras distribuídas 
através das pequenas parcelas remanescentes que podem tornar-se 
funcionalmente extintas (HANSKI, 1999 apud PARENTE, 2018). 
O componente de impacto devido ao tamanho das populações varia de acordo 
com os níveis tecnológicos e de consumo de recursos, as estruturas políticas e outros 
fatores culturais. Identificar separadamente os efeitos da dimensão da população e 
dos fatores culturais é um pré-requisito para compreender como as populações de 
alta densidade podem coexistir de forma sustentável com a biodiversidade 
(PARENTE, 2018). 
 
Sistemas sociopolíticos 
 
 
12 
 
Como os impactos humanos podem variar entre os diferentes sistemas 
políticos e sociais? Há necessidade de igualdade social para garantir uma sociedade 
ambientalmente sustentável? Diferentes classes de impacto podem levar a diferentes 
níveis de riqueza versus pobreza, sociedades democráticas versus sociedades não 
democráticas, economias globalizadas versus economias locais. Em um mundo cada 
vez mais globalizado, o impacto humano sobre a biodiversidade pode afetar grandes 
áreas do globo ou a Terra como um todo. Compreender os impactos dos sistemas 
sociopolíticos sobre a biodiversidade pode ser essencial para a coexistência de longo 
prazo dos humanos com a biodiversidade da qual dependem (PARENTE, 2018). 
 
Biodiversidade humana 
 
Estudar as dimensões humanas da biodiversidade compreende também o 
estudo da diversidade humana nela mesma. Há uma tendência de pensar nos 
humanos como entidades imutáveis separadas do meio ambiente, como se os 
humanos existissem fora do meio em que vivem. É necessário, porém, reconhecer 
que nossa espécie também evolui e se adapta às mudanças ambientais. A 
compreensão da dinâmica do meio ambiente em relação aos humanos deve incluir os 
humanos como parte integrante do sistema. Nosso conhecimento sobre a 
variabilidade biológica e suas origens entre as populações humanas e no seio das 
distintas populações é bastante limitado, apesar de mais de um século de estudos 
científicos modernos (PARENTE, 2018). 
Segundo Parente (2018) estudo da diversidadegenética dos humanos é tão 
antigo quanto o descobrimento da variabilidade Mendeliana. Entretanto, só 
recentemente foi possível estudar essa variabilidade sobre uma base detalhada. Ao 
explorar a diversidade de características biológicas, abrangendo influências genéticas 
e ambientais, os processos que criam essa diversidade são mal compreendidos: eles 
são limitados a associações simples, em vez de uma compreensão integrada entre o 
ambiente (físico, biológico e cultural), seu próprio biológico propriedades e suas bases 
físico-químicas. 
 
Diversidade genética humana 
 
 
13 
 
Atualmente, existe um maior conhecimento da variabilidade genética humana 
já que graças aos estudos realizados por centenas de cientistas dispõe-se de 
pesquisas detalhadas sobre uma espécie distribuída globalmente. Esses estudos 
dividem-se em duas categorias: por um lado, inúmeros dados concernem genes 
associados a doenças, porém, resultantes da análise de pequenos subconjuntos 
populacionais o que conduz a um conhecimento limitado da amplitude da variabilidade 
genética desses genes nas populações sadias. Por outro lado, existem igualmente 
numerosas informações sobre a variação genética de DNA não codificado, 
supostamente neutro vis-à-vis da seleção natural ou não funcional, do DNA das 
mitocôndrias, do cromossoma Y, de microssatélites de DNA e do sistema imune 
(PARENTE, 2018). 
Esses dados permitem construir um quadro coerente da distribuição da 
variabilidade genética ao redor do mundo, identificar padrões de ocupação humana 
em diferentes regiões do planeta e ajudar a reconstruir a forma e a cronologia das 
origens do homem. 
Segundo Parente (2018), esses dois tipos de dados sugerem que o DNA está 
associado a variações raras ou prejudiciais e pouca ou nenhuma variação funcional. 
Surpreendentemente, temos muito poucos dados sobre os aspectos funcionais dos 
genes para toda a população humana. Existem variações relacionadas a diferentes 
doenças, sem manifestar a doença em questão, e a frequência relativa de variações 
funcionais que codificam proteínas ou genes reguladores com pouco ou nenhum efeito 
patológico, é desconhecida. No entanto, é necessário sistematizar, em grandes e 
representativas amostras de nossa espécie, um panorama dos componentes 
funcionais dos genes que abrangem todo o genoma humano. Essa tarefa requer 
primeiro a obtenção de amostras adequadas e, em seguida, a identificação da 
variação de amostragem. Essa tarefa requer primeiro a obtenção de amostras 
adequadas e, em seguida, a identificação da variação de amostragem. Devem ser 
tidas em consideração as consequências no que diz respeito à constituição e 
composição das amostras, aos genes a serem examinados, ao âmbito do estudo, bem 
como à metodologia e à ética geral. 
Os dados primários devem ser obtidos sob coordenação internacional e no 
quadro de um programa sistemático de pesquisa que inclua a coleta de amostras em 
 
14 
 
ampla escala, a documentação dos resultados e a disponibilidade eletrônica da 
informação resultante (PARENTE, 2018). 
 
Diversidade fenotípica humana 
 
De acordo com Parente (2018) numerosos levantamentos vêm sendo 
realizados em diferentes partes do mundo sobre a natureza e a amplitude das 
variações dos grandes traços do corpo humano tais como o tamanho e a forma. 
Medidas do esqueleto, dentárias e antropométricas, como tamanho e peso, fornecem 
informação sobre o crescimento e o desenvolvimento desde a infância à idade adulta 
em diferentes partes do globo, às vezes, é complementado por medições fisiológicas 
simples, como a pressão arterial. Muitos trabalhos também identificaram influências 
climáticas, nutricionais e socioeconômicas na biologia humana. 
Por exemplo, a existência de uma covariação entre a morfologia do corpo e as 
temperaturas médias anuais. Contudo, na segunda metade do século XX, as 
mudanças nutricionais das populações tropicais diminuíram o efeito do clima. Outras 
influências potenciais também devem ser consideradas, particularmente no que diz 
respeito aos hábitos alimentares, exposição a doenças infecciosas, mudanças no 
estilo de vida que acompanham a transição rural-urbana e migração internacional. A 
vida nas megacidades, especialmente o estresse e a poluição, exigia adaptações 
culturais e biológicas. As tecnologias modernas e os avanços conceituais levaram ao 
desenvolvimento de novas mensurações como as referentes a pesquisas em 
endocrinologia e metabolismo e às características dos sistemas autoimunes 
permitindo uma melhor compreensão dos fatores subjacentes à variação biológica 
humana (PARENTE, 2018). 
 
Modelização das mudanças de diversidade humana 
 
Em termos de evolução, a história do moderno Homo sapiens pode ser 
considerada relativamente breve tendo uma origem comum, a África. Ao longo de sua 
história, e especialmente ao longo dos últimos milênios, as pessoas vivenciaram 
condições demográficas instáveis. Houve migrações extensivas, casamentos inter-
raciais e interculturais e crescimento populacional em algumas regiões geográficas 
 
15 
 
enquanto, em outras, ocorreram deslocamentos, relocações ou devastação maciça 
devido a contatos culturais ou diversos conflitos. Portanto, não temos um 
conhecimento adequado da genética das populações de nossa espécie. 
Por exemplo, carecemos de modelos adequados para prever tanto a 
distribuição geográfica quanto a frequência de mutações em certos genes ou 
variações cromossômicas, o que nos impede de tirar conclusões adequadas sobre a 
história da seleção natural, mesmo no caso de variações com efeitos fenotipicamente. 
Além disso, não temos modelos robustos que representem a arquitetura genética de 
fenótipos humanos complexos (número de genes e variação de todos esses genes), 
normais ou patológicos. O enorme saber atual em genética molecular humana 
necessita ser integrado na compreensão do desenvolvimento e das funções 
biológicas do ser vivo, na totalidade do ciclo de vida e através da variabilidade de 
ambientes. Precisamos modelos e dados que relacionem genótipos e alótipos a 
expressão e função dos genes no organismo como um todo e inserido no meio 
ambiente (PARENTE, 2018). 
 
Percepções humanas da biodiversidade 
 
A percepção humana do meio ambiente é função das ligações entre estímulos 
sensoriais, estruturação cognitiva de informações e modulações culturais, produção 
de experiências e valores vinculados a esse meio. Processos psicológicos, tradições 
sociais e valores culturais influenciam profundamente a maneira como os indivíduos 
percebem as espécies em um determinado ecossistema e até mesmo no ecossistema 
como um todo. Colhidos e explorados como elementos da natureza que podem 
interagir de forma não destrutiva, ou como uma combinação desses modos de 
percepção / cultura. Requer-se um maior conhecimento da percepção humana do 
meio ambiente e, em particular, de nossa aptidão para detectar e agir sobre as 
mudanças do meio ambiente e dos ecossistemas (PARENTE, 2018). 
 
As utilizações humanas da biodiversidade 
 
A variação geográfica na biodiversidade influenciou a evolução e o 
desenvolvimento das culturas humanas. A domesticação e a criação de organismos 
 
16 
 
afetaram a vida dos indivíduos e das sociedades em que vivem. Na sociedade 
industrial moderna, o número de espécies utilizadas foi drasticamente reduzido, o que 
aumenta os riscos sociais e econômicos. Em contrapartida, nas sociedades 
tradicionais, milhares de organismos foram e são utilizados como fonte de alimento, 
fibras, combustíveis, medicamentos, entre a profusão de diversos usos. Portanto, é 
tempo de documentar as interações de culturas tradicionais e locais com seus 
ambientes e, sobretudo, daquelas práticas que envolvem um manejo sustentável de 
recursos. Os serviços transculturais, da biodiversidade e dos ecossistemas têm um 
valor individual e econômico considerável (YOUNÉS, et al 2006).O inventário de espécies, de suas características, usos e biologias é crucial 
quando se pretende proteger estes recursos. Modelos descritivos e preditivos são 
necessários para entender as interações humanas com outras espécies. 
A título ilustrativo, podem-se assinalar algumas questões das quais estes 
modelos deveriam tratar de acordo com Younés (2006): 
a) a natureza complexa das relações parasita-hospedeiro (por exemplo, como 
a doença pode ser controlada sem afetar organismos não-alvo ou causar degradação 
ou contaminação do habitat); 
b) das necessidades de subsistência do homem (qual o nível de produção 
sustentável de alimentos de base); 
3) da avaliação a longo prazo versus o curto prazo da manutenção da 
biodiversidade. Modelos preditivos estão sendo elaborados para doenças virais e de 
protozoários assim como para compreender a dinâmica da transmissão por vetores 
de populações de insetos em relação às características do comportamento humano 
(estratégias de controle frente à resistência a inseticidas) (YOUNÉS, et al 2006). 
 
17 
 
3 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA BIODIVERSIDADE 
 
Fonte: oeco.org 
As teorias da ecologia e da biogeografia, nas quais se baseiam as práticas de 
conservação da natureza, mudaram no século XX. Tanto no Brasil quanto no exterior, 
discutia-se a conservação e o uso sustentável da biodiversidade. Chegou - se a 
conclusão de que não há como preservar sistemas naturais tão dinâmicos e 
complexos sem estudar e elaborar formas racionais de acesso à diversidade biológica 
(ABREU, 2010). 
A preocupação com a preservação da biodiversidade existe há muitos anos, o 
que gerou, dentre outras medidas de conservação, a criação de unidades de 
conservação da natureza, através da Lei nº. 9.985/2000. Essa reação se deve ao 
fato de que a diversidade biológica está diminuindo a cada dia e essa perda irreparável 
está associada tanto a fatores diretos, como caça e pesca predatória, quanto indiretos, 
como destruição e fragmentação de habitat e ecossistemas, que ela gera, para 
exemplo, mudanças climáticas que comprometem a existência de vida no planeta. 
De acordo com Abreu (2010) a biodiversidade traz diversos benefícios em 
relação à própria natureza e ao ciclo natural, como regular o clima do planeta, formar 
e amadurecer o solo, manter e modificar nutrientes essenciais, absorver e eliminar 
poluentes, entre outros. Além desses benefícios naturais, há também sua relevância 
para outras áreas de interesse como genética, estudos científicos, cultura, educação, 
social, lazer e até estética. Contudo, outro foco tem sido dado à questão da 
 
18 
 
biodiversidade: o econômico. A questão é: há como conciliar a visão econômica com 
as estratégias de conservação do meio ambiente? 
Mudanças marcantes acerca das teorias econômicas e das estratégias de 
conservação da natureza ocorreram na segunda metade do século XIX. A discussão 
iniciada na Europa com tópicos como o crescimento populacional, a disponibilidade 
de recursos naturais e o progresso econômico no início deste século 
E debates, profissionais de ambas as áreas teimavam em afirmar não haver 
possibilidade de coexistência entre dois ramos tão distintos do saber: a economia e o 
meio ambiente. Ou seja, quando se trata de conservação da natureza, 
necessariamente imaginavam perder capital para isso, ou pelo menos se acreditava 
que a economia parou de crescer por causa do uso não predatório do meio ambiente. 
O início do século XIX ainda presenciou uma era onde a natureza em seu 
estado natural não tinha valor algum. Apenas os campos de agricultura eram 
observados pela economia. O ser humano tinha legitimidade para retirar o que 
desejava do meio ambiente, pois, segundo os cientistas da época, isso em nada 
afetaria a sociedade e a economia, já que a biodiversidade era vista como algo infinito 
e do domínio de todos. 
Importante ressaltar que a Revolução Industrial, segundo alguns historiadores, 
já trouxe alguns indícios de preocupação do homem com o meio ambiente, uma vez 
que a sociedade se viu cercada por um ambiente poluído e desconfortável, o que 
surgiu como uma novidade negativa naquela fase de tantas evoluções (ABREU, 
2010). 
Frente a isso, muitas pessoas preferiram se deslocar para o campo e ali fixar 
suas residências. Teria sido a primeira vez que o homem valorizou a natureza em seu 
estado natural, ainda que esse valor seja, por enquanto, apenas social e afetivo. Uma 
característica fundamental no processo de industrialização foi o crescimento 
populacional e principalmente o crescimento da parcela urbana da população, 
o que dificultava ainda mais a adaptação da sociedade, principalmente da classe 
média, com o novo ambiente artificial que a rodeava. 
Em 1850, havia 29 destas cidades. O exemplo mais significativo de uma 
grande cidade industrial da Inglaterra do século XIX é Manchester. A População de 
Manchester foi estimada em 17 mil habitantes, em 1760, este número subiu para 237 
mil, em 1831, e atingiu 400 mil habitantes, em 1835.Contudo, somente na segunda 
 
19 
 
metade do século XX, economia e conservação passaram a demonstrar certa 
compatibilidade. A partir dos anos 1960, viu se que a economia poderia ser útil para 
o estudo do meio ambiente, pois através dela o homem chegaria a conclusões 
relevantes acerca da identificação das causas da degradação do meio ambiente e das 
dificuldades de se alcançar metas de conservação da natureza. Na década seguinte, 
o uso de instrumentos econômicos na política ambiental começou a se espalhar. A 
escassez de recursos naturais passou a ser uma preocupação central dos 
economistas (ABREU, 2010). 
Na medida em que se ampliasse o uso de um recurso, rendimentos cada vez 
menores seriam obtidos desse recurso. Mais cedo ou mais tarde, todo o sistema 
econômico seria levado a um "estado estacionário" em que não haveria crescimento 
econômico, mas apenas uma reprodução do nível de atividade do período anterior. 
Isolamento provocado pela criação de áreas protegidas e parques nacionais em todo 
o mundo, isolados do contexto socioeconômico e político regional em que estão 
inseridos. 
Segundo abreu, não se imaginava preservar a natureza e ao mesmo tempo 
utiliza-la de forma consciente, como se defende atualmente. Não restam dúvidas que 
várias das mais fantásticas paisagens do mundo se encontram em reservas ou 
parques ambientais, enfim em locais isolados do homem comum, o que contribui 
para o ecoturismo. Além disso, é ali que se encontram muitas das espécies utilizadas 
para estudos científicos de todo omundo. Contudo, vale ressaltar que o valor da 
natureza (econômico, social, cultural, etc.) ultrapassa esta importante atividade. 
Existem barreiras de várias naturezas contra a efetivação do direito ambiental. 
Na América Latina não se pode falar em proteção ambiental sem falar também em 
pobreza. Não faz sentido implementar áreas protegidas permanentes enquanto 
houver uma visível e preocupante negligência das condições de enquadramento para 
que se possa falar de qualidade de vida humana. Além disso, apesar de o Brasil ter 
assinado a Convenção para a Proteção da Flora, Fauna e Belezas Naturais dos 
Países Americanos, o Brasil é, pelo Decreto Legislativo nº 3 de 13 de fevereiro de 
1948 e promulgado pelo Decreto nº 58.054 de 23 de março, 1966 mostra o embate 
de certas ações empreendidas afetando principalmente os parques nacionais 
brasileiros denominados parques de papel, com clara alusão à sua existência 
estruturada apenas nas portarias governamentais que os criaram (ABREU, 2010). 
 
20 
 
Em face de sua precária estrutura operacional, deve se admitir que essas 
unidades de conservação de proteção integral, cujo propósito é a proteção da 
biodiversidade, carecem imensamente da implementação de instrumentos de 
planejamento (planos de manejo) e de funcionários. Aliás,a pouca quantidade e a 
má distribuição dos funcionários constituem um sério óbice para se atingir o desiderato 
protetivo vislumbrado pelo parlamentar brasileiro (ABREU, 2010). 
O Parque do Jaú, é um exemplo clássico de uma má distribuição, porque com 
as dimensões do estado de Sergipe, ela tem apenas alguns funcionários. Dessa 
forma, atualmente, economistas concordam que fatores como ocupação 
desordenada do solo, usos conflitantes do solo, desemprego, políticas de manejo de 
recursos naturais distorcidas e informação inadequada, contribuem para a ocorrência 
de uma série de ameaças ao meio ambiente. Raramente se compreende que os 
comportamentos que afetam a conservação da biodiversidade podem ser mudados 
com o fornecimento de novas abordagens de conservação que mudam a percepção 
das pessoas sobre qual comportamento é de seu interesse. Uma vez que os 
interesses são constantemente definidos em termos econômicos, a conservação da 
natureza também deve ser promovida por meio de incentivos econômicos. 
Jorge Madeira Salgado, economista, comenta a necessidade de examinar os 
meios de preservar o meio ambiente à luz da economia: 
Não há dúvida de que a economia tem seus limites. Não é fácil, por exemplo, atribuir 
valores econômicos na preservação de espécies, devido aos fatores de 
irreversibilidade que acompanham espécies em extinção, das dificuldades em 
se medir as preferências das futuras gerações, da oposição entrecustos presentes 
e benefícios futuros, e da distinção entre valor de mercado (commodity) e 
valor moral. E é sempre necessário contrastar o que é benéfico para alguns 
segmentos da sociedade do que é amplamente benéfico para a sociedade como um 
todo, o que, em última instância, é um julgamento político (ABREU, 2010). 
Mas não temos dúvida: o casamento da economia com o meio ambiente 
trará benefícios para todos nós. Assim, o acesso à biodiversidade passou 
recentemente a ser abordado pela comunidade internacional sob a ótica econômica, 
sendo o Brasil apontado como o país mais rico do planeta na esfera da diversidade 
biológica. Essa abordagem, sob o prisma econômico, se deu, além dos motivos retro 
citados, pela necessidade e sofisticação do uso comercial dos recursos naturais em 
 
21 
 
virtude das inovações tecnológicas, ou seja, a hipervalorização da biodiversidade 
brasileira em razão da moderna tecnologia biológica. 
 Chegou a da biotecnologia, onde os interesses se estendem ao emprego e à 
manipulação de informações genéticas dos seres vivos, que passam a ser uma 
matéria-prima importante para o desenvolvimento de novos produtos pelas indústrias, 
entre as quais a farmacêutica, a alimentícia, a química, a agrícola e a de Softwares. 
Além dessas, outro setor de peso é o de petróleo. 
Exemplos de técnicas no domínio da biotecnologia que tornam obrigatória a 
utilização da biodiversidade são os processos de cultura de tecidos em ambiente 
artificial, fusão celular, fermentação e o desenvolvimento de tecnologias com enzimas. 
Dessa forma, tem se que a biodiversidade é tema de extraordinária importância social, 
científica, ambiental e econômica mundial, razão pela qual a cada dia que passa 
vemos de forma mais incisiva a sua inclusão em todas as discussões e decisões que 
envolvem a construção de cenários e projeções do desenvolvimento da sociedade, 
principalmente quando o assunto em foco é a biotecnologia (ABREU, 2010). 
Como aponta com razão Nelson Nery Júnior, a biodiversidade está relacionada 
a outras formas de proteção humana, nós, humanos, somos os destinatários dessa 
proteção da biodiversidade. O meio ambiente existe para a satisfação do ser humano, 
para deixa-lo em condições de exercer o seu papel aqui no planeta Terra da forma 
mais tranquila possível. Não há ambiente sem pessoas; é o centro deste problema 
de proteção ambiental. 
A biodiversidade deve ser analisada em seu aspecto de proteção legal tendo 
como foco o ser humano e também em relação a outras medidas de proteção, não só 
no direito ambiental, mas também no direito do consumidor. 
A interdisciplinaridade e a multiplicidade de interesses que envolvem a 
diversidade biológica e cultural é, sem dúvida, o motivo pelo qual o mundo tem voltado 
a sua atenção para a necessidade de regulamentação do tema. Aspectos como 
preservação da espécie humana, soberania nacional, limites aos direitos de 
propriedade, economia globalizada, ética e suas interdependências, etc. 
Parece que esse tipo de biodiversidade é uma riqueza importante e uma variedade de 
recursos no planeta, mas os poucos dados científicos ainda estão nesses habitats. O 
que se conhece é que estes espaços subterrâneos guardam enormes tesouros que, 
segundo os micólogos, “podem influir significativamente no futuro ecológico do 
 
22 
 
planeta e na descoberta de novos medicamentos para combater mais eficazmente as 
doenças”. 
 Os cientistas estão coletando e identificando insetos tropicais, nematódeos, 
térmitas, e outras formas de vida reptantes que habitam o subsolo do planeta. Um 
grama de terra da Floresta Amazônica pode conter até 40 mil espécies de bactérias; 
muitas das quais nunca foram descritas (ABREU, 2010). 
 Da família dos fungos apenas se conhece o 5% (72.000), sendo que 35.000 
vivem no solo ou a milímetros do subsolo. Além disso, as 3.600 espécies de minhocas 
registradas são menos da metade existentes. O papel desses organismos como 
“arados biológicos” e fornecedores de nutrientes é uma nova área de pesquisa. Um 
experimento com cultura de minhocas feito pela Usina Açucareira São Francisco no 
interior de São Paulo resultou em uma colheita excepcional graças ao fosfato 
produzido pelos excrementos desses anelídeos, ao nitrogênio produzido quando se 
decompõem e à ventilação subterrânea que através das galerias de quilômetros se 
abre no seu ciclo de vida (ABREU, 2010). 
4 EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE 
 
Fonte: agroecologia.org.br 
Os ecossistemas são sistemas complexos que estão sob constantes 
alterações, dependendo das mudanças abióticas, em busca do equilíbrio de suas 
relações com o ambiente. Assim, surgem importantes questões que devem ser 
 
23 
 
respondidas. Por exemplo, como realizar a conservação da biodiversidade em 
ambientes marcados pela fragmentação da paisagem natural? Quais parâmetros e 
ações devem ser definidos se não há precedente algum na história dessa alta 
fragmentação da paisagem? Nesta seção, você verá um resgate histórico sobre a 
discussão de teorias de conservação da biodiversidade considerando o sistema de 
conservação baseado em reservas naturais fragmentadas (GIGLIOTTI, 2021). 
As primeiras teorias de conservação da biodiversidade de áreas 
fragmentadas têm como base as discussões sobre ecossistemas de ilhas 
oceânicas. Fez-se um paralelo entre esses ecossistemas e as áreas de 
vegetação preservada rodeadas de áreas agrícolas. MacArtur e Wilson 
(1967) foram os pioneiros da discussão dos ecossistemas em ilhas 
oceânicas. Ao analisar as comunidades dessas áreas, eles elaboraram a 
teoria do equilíbrio insular (Tebi), que estabelecia uma correlação entre o 
número de espécies de uma ilha oceânica e seu nível de isolamento das 
áreas continentais e suas dimensões (FIGUEIRÓ, 2015 apud GIGLIOTTI, 
2021). 
Segundo Figueiró (2015, p. 143) apud Gigliotti (2021): A analogia com a teoria 
desenvolvida por MacArtur e Wilson (1967) fez com que as noções de tamanho, 
distância e equilíbrio fossem incorporadas aos estudos de seleção e manejo de áreas 
naturais protegidas a partir da década de 1970, gerando algumas diretrizes de 
conservação no mundo todo. Com a difusão das ideias de conservação da 
biodiversidade baseadas na biogeografia de ilhas, algumas lacunas ficaram 
evidentes, como a diferença das dinâmicas dos ecossistemas de ilhas oceânicas e 
das áreas preservadas isoladas. Outra importantecrítica é que o número de espécies 
estaria ligado à heterogeneidade ambiental e à diversidade de habitats, e não 
necessariamente à dimensão dos ecossistemas, como propôs a teoria de MacArtur e 
Wilson (1967). Esse debate sobre a eficácia da teoria da biogeografia de ilhas 
propiciou um aperfeiçoamento nas discussões e debates sobre estratégias e 
planejamento de ações para conservação da biodiversidade, permitindo o surgimento 
de outras teorias, como as teorias de metapopulação, o uso dos corredores biológicos, 
a desextinção de espécies e o resselvajamento das paisagens. 
A teoria de metapopulações está ligada ao conceito de grupos de populações 
isoladas geograficamente que têm ligação de dispersão. Segundo Cain, Bowman e 
Hacker (2018, p. 263): 
 [...] populações aparentemente isoladas afetam a dinâmica de outra 
população, uma vez que os indivíduos (ou gametas) ocasionalmente se 
 
24 
 
dispersam de uma população para outra. Esse grupo de interação 
populacional é chamado de metapopulação. 
Considerando essa teoria, a conservação da biodiversidade poderia ser 
garantida a partir de uma rede de conexão entre as áreas fragmentadas. Tais áreas 
estariam sujeitas à extinção de espécies em épocas desfavoráveis, mas, por estarem 
conectadas pela dispersão, elas poderiam ser recolonizadas pela migração de 
espécies de outros fragmentos (GIGLIOTTI, 2021). 
A partir da teoria das metapopulações, houve um grande avanço nas políticas 
de conservação. Foram criados corredores biológicos que permitem as conexões dos 
fragmentos. Eles têm funções que auxiliam na conservação da biodiversidade, como 
a condução de material e seres vivos, que garantem o fluxo genético das espécies. 
Também servem como barreiras, fonte de alimento e habitat. A adoção dos corredores 
ecológicos e de corredores de habitat contribui com inúmeras vantagens para as 
políticas de conservação da biodiversidade (GIGLIOTTI, 2021). 
Atualmente, o manejo apropriado das áreas de preservação fragmentadas está 
calcado no arranjo espacial das paisagens, alinhado às diferentes formas de 
ocupação do território e associado aos fragmentos e aos corredores de vegetação 
nativa. Com os avanços tecnológicos, principalmente na engenharia genética, tem-se 
discutido cada vez mais a utilização de técnicas de clonagem para a desextinção de 
espécies que detinham uma importante função ecológica em seus antigos 
ecossistemas. Também se discute a clonagem para promover o resselvajamento das 
paisagens naturais a partir da reconstrução das teias ecológicas extintas do 
Pleistoceno. Por essas tecnologias estarem em um estágio inicial de desenvolvimento, 
a utilização dessas técnicas ainda está cercada de debates éticos sobre a 
reintrodução de espécies extintas e suas consequências (GIGLIOTTI, 2021). 
 
25 
 
5 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E CONSERVAÇÃO 
 
Fonte: o2hom.com 
As unidades de conservação são espaços com características naturais 
relevantes, com a função de assegurar a representatividade de amostras significativas 
e ecologicamente viáveis de diferentes populações, hábitats e ecossistemas do 
território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico 
existente. Cabe, portanto, à UC garantir o uso sustentável dos recursos naturais e 
também apoiar as comunidades envolvidas no desenvolvimento de atividades 
econômicas sustentáveis no seu interior ou entorno. As necessidades das pessoas 
sem colocar em risco o futuro das próximas gerações. A sustentabilidade está 
diretamente ligada ao desenvolvimento econômico e material que não agrida o meio 
ambiente, utilizando de forma inteligente os recursos naturais, para que sejam 
mantidos no futuro (STEIN, 2018). 
O desenvolvimento sustentável foi institucionalizado como solução para a 
resolução de “problemas” causados pela ocupação humana em UC’s — um 
dos aspectos polêmicos na administração de áreas protegidas (TEIXEIRA, 
2005 apud STEIN, 2018). 
Inicialmente, a proposta da criação dos primeiros Parques Nacionais era 
delimitar áreas protegidas, sem ocupação humana; entretanto, ela foi gradativamente 
modificada, em função da inexorável presença da sociedade no espaço que se 
pretendia proteger 
 
26 
 
A aceitação do emprego humano nas unidades de conservação deu-se com 
a regulamentação e controle do uso dos recursos naturais. No entanto, a 
ineficiência dessa solução manteve sem resposta uma questão essencial 
para as atuais UC’s: o problema de como executar a conservação da 
biodiversidade — objetivo principal da conservação — mantendo a ocupação 
humana em seu interior (TEIXEIRA, 2005 apud STEIN, 2018). 
Em geral, a estratégia de desenvolvimento sustentável visa promover a 
harmonia entre o homem e a natureza. A busca pelo desenvolvimento sustentável 
vem em primeiro lugar segundo Stein (2018): 
 um sistema político que assegure a efetiva participação dos cidadãos no 
processo decisório; 
 um sistema econômico eficaz; 
 Um sistema social que possa resolver as tensões causadas por um 
desenvolvimento não equilibrado (diferença entre ricos e pobres); 
 Um sistema de produção que respeita a obrigação de preservar as bases 
ecológicas do desenvolvimento; 
 Um sistema tecnológico que está sempre em busca de novas soluções 
(novas tecnologias); 
 Um sistema internacional que promove modelos sustentáveis de comércio 
e finanças; 
 Um sistema administrativo flexível e capaz de se autocorrigir. 
Também no que diz respeito às unidades de conservação, o desenvolvimento 
sustentável é um excelente meio para garantir o seu uso adequado e evitar ou reduzir 
os impactos ambientais. As UC’s de uso sustentável admitem a presença de 
moradores e têm como objetivo compatibilizar a conservação da natureza com o uso 
sustentável dos recursos naturais (WORLD WIDE FUND FOR NATURE BRASIL, 
2018). 
 Áreas de Proteção Ambiental (APA): constituídas por terras públicas ou 
privadas. Observados os limites constitucionais, as regras e restrições ao 
uso da propriedade privada podem ser estabelecidas em APA. 
 Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIE): geralmente pequenas 
áreas com pouca ou nenhuma habitação humana, com características 
naturais excepcionais, ou que abrigam espécimes raros da biota regional. 
 
27 
 
 Florestas Nacionais (FLONA): Áreas com cobertura florestal 
predominantemente indígena, cujo objetivo básico é o uso diversificado e 
sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica. 
 Reservas Extrativistas (RESEX): áreas utilizadas por populações 
extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, 
como atividade complementar, na agricultura de subsistência e na criação 
de animais de pequeno porte. 
 Reservas de Fauna (REF): espaços naturais com fauna de espécies 
nativas, terrestres ou aquáticas, sedentárias ou migratórias. 
 Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS): áreas naturais que 
abrigam populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas 
sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo 
de gerações. 
 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN): áreas privadas com 
o objetivo de conservar a diversidade biológica (STEIN, 2018). 
5.1 Aspectos ecológicos, econômicos e sociais das unidades de conservação 
As florestas cumprem importantes funções sociais, econômicas e ecológicas, 
fornecendo uma variedade de bens e serviços. Especificamente, as florestas 
brasileiras representam um importante ativo econômico, com enorme 
potencial de exploração; no entanto, infelizmente vêm sendo destruídas, ao 
longo da história e ainda nos dias atuais, devido às explorações inadequadas 
e ilegais. Logo, a implantação de um modelo de uso sustentável de produtos 
florestais madeireiros e não madeireiros (principalmente na Região 
Amazônica, em função da diversidade de espécies) é condição imperativa 
para conter a devastação e a degradação que causam tantos prejuízoseconômicos e sociais ao país (MEDEIROS; YOUNG, 2011 apud (STEIN, 
2018). 
Porém, as oportunidades econômicas, ecológicas e socais das florestas são 
grandes, uma vez que o Brasil possui áreas adequadas para uma exploração voltada 
à sustentabilidade. De acordo com os critérios da Organização das Nações Unidas 
para a Alimentação e Agricultura (FAO) para a classificação das florestas de acordo 
com o tipo de uso principal, pelo menos 34 milhões de hectares de florestas brasileiras 
poderiam ser destinados à produção. Sistema Nacional de Informações Florestais, as 
florestas brasileiras oferecem uma ampla gama de bens e serviços. O conceito de 
bens e serviços tem origem na economia: bens são definidos como tudo o que é útil 
 
28 
 
ao homem, com ou sem valor econômico (madeira, alimentos, remédios, resinas, 
óleos, água, etc.); os serviços são a assistência ou o cumprimento de tarefas que 
contribuem para a satisfação das necessidades humanas, sejam elas individuais ou 
coletivas (armazenamento de carbono, regulação do clima, regulação do ciclo da 
água, proteção contra a erosão, etc.). 
A seguir, você verá alguns dos aspectos importantes em relação aos 
ecossistemas florestais, sejam eles pertencentes a UC’s ou não, de acordo com SNIF 
(SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO, 2010). 
 Importância ecológica das florestas: As florestas primitivas são a maior fonte 
de diversidade biológica ou biodiversidade, um dos maiores recursos do país, 
mas ainda pouco conhecido. Os serviços ambientais que as florestas 
(indígenas ou plantadas) oferecem incluem regulação do clima, sequestro de 
carbono, proteção do solo, conservação dos recursos hídricos, conservação 
dos ciclos das chuvas. 
 Importância econômica das florestas: todos os setores produtivos estão diretos 
ou indiretamente ligados aos produtos florestais. Por exemplo, a indústria de 
base usa carvão vegetal como fonte de energia, a construção civil utiliza 
madeira e a agricultura necessita dos serviços ambientais fornecidos pelas 
florestas. Uma questão econômica relevante das florestas nativas é o baixo 
valor da madeira tropical no mercado, que leva à não valorização da floresta 
em pé, sofrendo pressão de desmatamento em favor do avanço da fronteira 
agrícola. 
 Importância social das florestas: as atividades florestais têm uma relação muito 
estreita com comunidades rurais. Por um lado, as florestas naturais abrigam 
povos indígenas e caboclas tradicionais. Por outro, temos regiões agrárias 
rurais de pequenos produtores, onde o plantio de florestas ou o próprio manejo 
das reservas florestais apresentam-se como alternativa econômica. Ainda há o 
apelo social das florestas, pois elas estão intimamente associadas a rituais 
tradicionais, folclore, cultura. As florestas são um elemento místico da cultura 
brasileira, principalmente para as pessoas que nelas vivem (STEIN, 2018). 
 
29 
 
6 POTENCIAIS USOS DA BIODIVERSIDADE NA SAÚDE HUMANA E NO MEIO 
AMBIENTE 
 
Fonte: dutcham.com 
As relações entre os humanos e a natureza há muito tempo são bastante 
desequilibradas, com danos significativos às funções ecológicas e aos serviços 
ambientais dos quais a humanidade depende (JUNIOR et al, 2012). 
O modelo agrícola implantado após a revolução verde ocasionou grandes 
transformações na história recente da agricultura, e o uso intensivo de insumos 
químicos trouxe graves danos ao meio ambiente contaminando solos, recursos 
hídricos e fauna local, além do próprio ser humano, inclusive pelo consumo de 
alimentos com excesso de resíduos de pesticidas. 
O atual modelo de produção (agricultura industrial - “revolução verde”) exige 
sistemas homogêneos de monoculturas para boa produtividade, baseados em 
sementes melhoradas e / ou geneticamente modificadas e alta demanda por insumos 
químicos. 
Olhando apenas para a produtividade agrícola, a revolução verde foi um 
sucesso, mas falhou em cumprir seu objetivo central de alimentar a humanidade, pois 
permeou vários problemas que promoveram uma série de externalidades e 
obrigações socioecológicas. Equilíbrio? A agroecologia responde a esse desejo com 
o conceito de agricultura atenta a manter um meio ambiente saudável e promover uma 
melhor qualidade de vida. 
 
30 
 
A diversidade biológica tem sido cada vez mais reconhecida como um dos 
elementos centrais para o desenvolvimento e bem-estar da humanidade e 
grande responsável pelo equilíbrio ambiental global. Embora apenas uma 
pequena fração de seus componentes tenha sido adequadamente 
pesquisada e sua utilidade futura não seja totalmente compreendida, sua 
capacidade de gerar benefícios socioeconômicos é cada vez mais valorizada 
devido ao seu potencial como matéria-prima para diversos campos do 
conhecimento (FERRO et al., 2006 apud JUNIOR et al, 2012). 
Deve-se levar em conta também, que as condições socioambientais no Brasil 
têm apresentado inúmeros problemas, muitos relacionados as formas de interação na 
natureza e à extração dos recursos naturais. A inclusão do ser humano como parte 
da natureza traz instrumentos para o desenvolvimento do uso sustentável e pode se 
tornar uma forma essencial de conservação dos recursos naturais. 
Reconhece a necessidade de a agricultura familiar ser um ator chave na 
transição para uma agricultura sustentável, uma vez que também é produtora de 
alimentos e outros produtos agrícolas, desempenhando o papel de guardiã da 
paisagem e conservacionista. A agricultura familiar é uma das melhores formas de 
emprego da região, atendendo a critérios socioambientais. Acredita-se também que 
as comunidades locais possuem amplo conhecimento sobre os usos das plantas e 
podem contribuir para novos modelos de produção, como sistemas agroflorestais. 
O sistema agroflorestal é uma forma de uso do solo capaz de conciliar a 
produção agrícola com a conservação dos recursos naturais e prestar serviços 
ambientais como: proteção do solo, minimização de eventos de erosão, melhoria do 
ciclo de cultivo, nutrientes, fertilidade e estrutura física, melhoria do ciclo da água, 
aumento da capacidade de retenção e também em sua qualidade em fornecer habitat 
para a vida selvagem com ganhos de conservação da biodiversidade ao permitir maior 
conectividade entre os fragmentos, reduzindo também a pressão sobre as áreas 
protegidas; redução dos gases de efeito estufa através do sequestro de carbono, bem 
como benefícios socioambientais aspectos econômicos, principalmente voltados para 
a agricultura familiar (JUNIOR et al, 2012). 
Entre as conquistas mais importantes da SAF em questões socioeconômicas 
estão Kumar e Nair (2004): entre outras coisas, maior autossuficiência, maior 
segurança alimentar e melhores condições para a preservação do conhecimento 
tradicional sobre os recursos biológicos distribuídos. 
A integração das espécies se dá por meio da composição espacial ou 
sequência temporal, portanto, é um sistema que combina espécies arbóreas 
 
31 
 
lenhosas, tanto frutíferas quanto madeireiras, com culturas agrícolas e / ou animais 
ao mesmo tempo. A agrofloresta como manejo consciente da vegetação rasteira para 
culturas agrícolas tem se mostrado uma das técnicas mais promissoras para reduzir 
o desmatamento nos trópicos e, ao mesmo tempo, aumentar a atividade rural. 
(JUNIOR et al, 2012). 
7 AS PRINCIPAIS EXTINÇÕES DA BIODIVERSIDADE 
 
Fonte: esquerda.net 
Nos dias de hoje, muito se fala sobre alterações climáticas globais. Essa teoria 
cada vez mais vem tomando corpo e as deduções estão sendo comprovadas por 
observações de alterações nos padrões climáticos por todo o mundo. Os maiores 
problemas frente às mudanças climáticas e ao aquecimento do global advém da 
preocupação dos cientistas em como os seres humanos e todos os outros seres 
responderão a tais mudanças, que incluem elevações nas temperaturas, alterações 
nas correntes de ar na atmosfera, alterações nas correntes oceânicas, extinção de 
espécies, aumentodo nível do mar, dentre outros aspectos previstos (STEIN, 2018). 
Nesse contexto, o aquecimento global e as mudanças climáticas atuais estão 
estreitamente relacionados com as atividades antrópicas desenvolvidas sobretudo 
nos últimos 150 anos, e que se aceleraram de meio século para cá. Essas alterações 
estão sendo feitas de maneira muito rápida, ao contrário das mudanças climáticas 
registradas no passado. Assim, as atividades antrópicas têm um papel proeminente 
face nas alterações atuais. Para reverter tal quadro, cientistas vêm alertando sobre os 
 
32 
 
problemas, e várias medidas e acordos entre países estão em aplicação ou em 
andamento, com o objetivo de reduzir emissões de gases do efeito estufa e outros 
problemas que direta e indiretamente podem causas alterações drásticas. 
No entanto, são necessárias ações mais efetivas por parte de alguns países. 
Por outro lado, a preocupação dos cientistas com essas mudanças está 
fundamentada em alterações climáticas e geológicas que ocorreram ao longo da 
histórica da Terra, a partir da análise de rochas e fósseis, o que nos permite 
compreender como ocorreram as mudanças em período passados e qual foram as 
dificuldades encontradas pelas espécies em cada época diferente. Basicamente, as 
alterações na atmosfera e nos oceanos modificaram as formas de viver no planeta, 
provocando extinções em massa em alguns momentos. Será que atualmente estamos 
passando por um desses momento de extinção? Se isso for verdade, qual é o fator 
causador dessa extinção? Qual seria a diferença entre as extinções do passado e a 
do presente? 
Grotzinger e Jordan (2013) apud Stein (2018), existiram pelo menos cinco 
grandes extinções globais registradas e identificadas, listadas a seguir, todas elas 
ligadas a grandes mudanças ambientais na superfície da Terra em momentos 
específicos da história geológica. 
 Ordoviciano (444 milhões de anos atrás [m.a.a.]): Acredita-se que cerca de 65 
espécies foram extintas durante esse período, quando a vida era 
exclusivamente marinha. 
 Devoniano Superior (360 m.a.a.): cerca de 76% das famílias de peixes 
desaparecessem nesse período. 
 Passagem do Permiano para o Triássico (251 m.a.a.), ou seja, final da Era 
Paleozoica e início da Era Mesozoica: estima-se que 96% das espécies foram 
extintas, sendo considerada a maior extinção já ocorrida. 
 Passagem do Triássico para o Jurássico (200 m.a.a.), durante a Era 
Mesozoica: antes da extinção, ao longo do Triássico, quando os continentes e 
oceanos foram recolonizados, ocorreu a fragmentação da Pangeia, com o 
isolamento de duas grandes massas continentais: Gondwana e Laurásia. Ainda 
no Triássico, houve grandes mudanças florísticas, e surgiram as coníferas, os 
dinossauros e os primeiros mamíferos, havendo grande predominância de 
répteis. Com a fragmentação do supercontinente Pangeia, houve mudanças 
 
33 
 
nas correntes marítimas, alteração nas características climáticas, criação de 
barreiras geográficas e surgimento de novas cadeias de montanhas. 
 Transição Mesocenozoica (65,5 m.a.a.): a última e mais estudada extinção, 
também conhecida como Extinção Terciária do Cretáceo, resultou na extinção 
dos dinossauros após uma série de mudanças, inclusive na flora, devido ao 
impacto de um meteoro que afetou a alimentação dos animais. Podemos inferir 
a história geológica do planeta pelo fato de que a história da evolução também 
está em constante dinamismo. 
Sendo assim, a coevolução não é somente uma adaptação mútua na 
evolução da relação presa–predador, mas soma-se à adaptação mútua entre 
os seres vivos e o ambiente por eles habitado, desta forma os transformados 
(FIGUEIRÓ, 2015; GROTZINGER; JORDAN, 2013 apud STEIN, 2018). 
Quando as condições ambientais do planeta mudam, os mecanismos de 
seleção natural são ativados para selecionar novamente as propriedades que estão 
mais bem adaptadas às novas condições. Isso, por sua vez, altera profundamente a 
correlação de forças entre as espécies que possuem essas características, que 
tendem a se expandir e dominar aqueles em que tais características não apareceram, 
que tendem a reduzir seu alcance até que permaneçam no refúgio ou se extingam. 
Contudo, alguns autores defendem que estamos passando pela sexta extinção, que 
está em pleno curso (STEIN, 2018). 
Essa extinção está intrinsecamente ligada às atividades da sociedade 
humana e seu projeto de desenvolvimento baseado na produção em massa 
e no consumismo. Pesquisas apontam que metade das espécies atuais 
estarão extintas em 100 anos (FIGUEIRÓ, 2015 apud STEIN, 2018). 
No entanto, é a partir dos problemas oriundos da perda de espécies na 
atualidade que nascem alternativas de conservação da biodiversidade, já que a maior 
parte da história humana é, na verdade, uma história de coevolução com os 
organismos dos quais dependemos. Para avaliar o estado de conservação de uma 
espécie com o objetivo de compreender se ela está ou não em vias de extinção, foi 
criada uma lista vermelha. Essa lista leva em consideração uma série de critérios, 
segundo os quais a cada espécie analisada é atribuída uma categoria, incluindo 
criticamente em perigo (muito perto da extinção) ou pouco preocupante (nenhum ou 
muito baixo risco de extinção) (STEIN, 2018). 
 
34 
 
A partir das avaliações e acompanhamento das espécies, é possível 
acompanhar tendências de risco de extinção. Vejamos a seguir, conforme propõe o 
autor, as categorias utilizadas na classificação da lista vermelha das espécies em 
extinção. 
 Extinta: quando o último representante da espécie já desapareceu ou se supõe 
que tenha morrido. 
 Extinta na natureza: quando existem indivíduos em cativeiro, mas não há mais 
populações naturais conhecidas da espécie. 
 Em perigo crítico ou em perigo crítico: quando a espécie está em perigo crítico 
em um futuro próximo. Um animal é considerado em perigo crítico quando o 
número de espécimes da espécie é reduzido pela metade em um período de 
dez anos e os espécimes restantes ocupam uma área inferior a 20.000 km2. 
 Em perigo: quando a espécie sofre risco muito alto de extinção num futuro 
próximo. 
 Vulnerável: quando a espécie sofre alto risco de extinção a médio prazo. 
 Quase ameaçada: quando a espécie ainda não sofre risco de extinção, mas as 
ameaças sobre ela são crescentes. 
 Segura ou pouco preocupante: quando a espécie não sofre ameaça de 
extinção (STEIN, 2018). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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