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CECS - CENTRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS ESTO 017-17 - MÉTODOS EXPERIMENTAIS EM ENGENHARIA RELATÓRIO: EXPERIMENTO #2 MEDIDAS DE CONSTANTE ELÁSTICA E FORÇA Carolina Quinelato Franchi RA: 11077116 Gustavo Rodrigues Paes RA: 11043516 Thayana Caroline da Silva Pellegrini RA: 11105214 Prof.ª Dra Ana Paula Romani 2021 RESUMO É necessário conhecer e saber utilizar diferentes métodos para medir o mesmo parâmetro, como a constante elástica, além de saber avaliar a contribuição das grandezas de influência nos diversos métodos, determinar os coeficientes de sensibilidade e calcular a incerteza combinada em cada caso. Com isso, o objetivo foi realizar medidas de força e efetuar o cálculo da constante elástica de uma mola de compressão, além da determinação experimental da aceleração da gravidade g. Através da análise de um gráfico de força versus deslocamento utilizando uma mola de compressão e diversas massas, foi possível calcular que a constante elástica k da mola é de 0,63±0,02 kN/m, o que está dentro do esperado para o experimento. A aceleração da gravidade e a incerteza encontrada a partir da medida do período de oscilação de um pêndulo foi de 9,0±0,8 m/s², que também está dentro do intervalo esperado quando comparado com o valor conhecido da gravidade na literatura. Palavras-chave: Mola, Constante Elástica, Gravidade, Pêndulo 1. METODOLOGIA O experimento é composto por quatro etapas de execução. Três destas etapas são voltadas para determinar a constante elástica de molas de tração, compressão e suas associações em série e paralelo, considerando o caso da mola de tração. A quarta etapa foi voltada para a determinação da aceleração da gravidade a partir de um pêndulo. Neste trabalho será apresentado o conteúdo referente à determinação da constante elástica da mola de compressão (Parte 1) e a determinação experimental da aceleração da gravidade (Parte 4). 1.1. PARTE 1: DETERMINAÇÃO DE CONSTANTE ELÁSTICA DA MOLA DE COMPRESSÃO 1.1.1. MATERIAIS UTILIZADOS ● 1 mola de compressão; ● 2 peças cilíndricas de alumínio; ● 1 peça cilíndrica; ● Tubo guia de plástico com uma escala milimetrada; ● Balança. 1.1.2. DESCRIÇÃO EXPERIMENTAL Posicionando o tubo guia na bancada verticalmente com a mola de compressão no seu interior e sem nenhuma peça a comprimindo. Foi identificado sobre a escala milimetrada um ponto de referência utilizado para determinar o deslocamento da mola após a introdução da peça metálica. Neste experimento, foram realizados cinco arranjos de peças para proporcionar uma maior variação de massas e consequentemente de deslocamentos. ● 1 Cilindro de Alumínio; ● 2 Cilindros de Alumínio; ● 1 Cilindro de Cobre; ● 1 Cilindro de Alumínio + 1 Cilindro de Cobre; ● 2 Cilindros de Alumínio + 1 Cilindro de Cobre. Para a determinação da constante elástica, foi adotado o valor de 9,80m/s² para a aceleração da gravidade, com a incerteza associada a este valor de 0,05m/s², utilizando a seguinte equação: (Eq.1)𝑚𝑔 = − 𝑘𝑋 0 (Eq. 2)𝑘 = − 𝑚𝑔𝑋 0 Para cada ponto experimental, foi calculado o valor da constante elástica k e a incerteza associada ao valor de acordo com as grandezas de influência para o valor. 1.2. PARTE 4: DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DA ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE 1.2.1. MATERIAIS UTILIZADOS ● Pêndulo composto por uma esfera e um fio fino; ● Cronômetro; ● Trena. 1.2.2. DESCRIÇÃO EXPERIMENTAL Nesta etapa do experimento, foi medido o comprimento do fio do pêndulo e o raio da esfera utilizando como instrumento de medida uma trena cuja resolução é de 1 mm. Cronometrou-se o intervalo de tempo correspondente a dez períodos de oscilação do pêndulo. Esse procedimento foi repetido três vezes. Após a coleta dos dados, foi usada a seguinte fórmula para a obtenção da aceleração da gravidade: (Eq.3)𝑇 = 2π 𝐿𝑔 Isolando g na equação anterior, obtemos: (Eq. 4)𝑔 = 𝐿·4·π 2 𝑇 2 Para a incerteza da aceleração da gravidade, o valor foi estimado considerando o desvio padrão. 2. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados dos equipamentos utilizados no experimento, bem como suas incertezas instrumentais (fundo de escala e sua resolução) estão presentes na Tabela 1. TABELA 1 - Características dos instrumentos utilizados. Instrumento Fundo de escala Resolução Balança 3200 g 0,01 g Régua 300 nm 1 mm Trena - 1 mm Cronômetro - 0,01 s As peças utilizadas na execução do experimento foram numeradas e pesadas. Eles estão apresentados na Tabela 2. TABELA 2 - Massas das peças sólidas. Peça Massa (g) Cilindro de Alumínio (1) 220,18 Cilindro de Alumínio (2) 220,88 Cilindro de Cobre 705,89 2.1. PARTE 1: DETERMINAÇÃO DE CONSTANTE ELÁSTICA DA MOLA DE COMPRESSÃO Para a determinar a constante elástica da mola de compressão, foram coletados os valores de deslocamento e calculados os valores de forças (em N) para as diferentes combinações de massas das peças sólidas. TABELA 3 - Dados experimentais para a mola de compressão. Arranjo de peças Massa do arranjo (g) Força (N) Deslocamen to (mm) Variação Δx (mm) Constante elástica (kN/m) Incerteza constante elástica (kN/m) Sem peças 0 0 0 0 0 0 Cilindro de Alumínio (1) 220,18 2,158 3,0 3 0,7 ±0,1 Cilindro de Alumínio (1) + Cilindro de Alumínio (2) 441,06 4,322 8,0 5 0,54 ±0,04 Cilindro de Cobre 705,89 6,918 12,0 4 0,58 ±0,03 Cilindro de Alumínio (1) + Cilindro de Cobre 926,07 9,075 14,0 2 0,65 ±0,03 Cilindro de Alumínio (1) + Cilindro de Alumínio (2)+ Cilindro de Cobre 1146,95 11,240 17,0 3 0,66 ±0,02 As principais fontes de incertezas na determinação da constante elástica nesse procedimento são: ● Incerteza da escala; ● Erros de paralaxe; ● Precisão; ● Incerteza da balança na determinação da massa. A Figura 1 mostra graficamente com os pontos experimentais a relação entre força (em N) versus o deslocamento. Figura 1 - Gráfico Força versus Deslocamento Utilizando o software de ajuste de curvas LAB Fit, foi feito o ajuste de uma reta para o gráfico obtido e estimado o valor da constante elástica da mola juntamente com sua incerteza associada. O valor da constante elástica obtido para isso foi de 0,63±0,02 kN/m. O gráfico contendo a reta ajustada pelo software pode ser observado na Figura 2. Figura 2 - Gráfico com ajuste de reta pelo LABFit - Força versus Deslocamento 2.2. PARTE 4: DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DA ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE Para o cálculo da gravidade foi coletado o comprimento do fio mais o raio da esfera e três intervalos correspondentes a dez períodos de oscilação mensurados por diferentes estudantes. O valor correspondente ao comprimento do pêndulo e a incerteza correspondente a esta medida estão presentes na Tabela 4 e o tempo de oscilação na Tabela 5. TABELA 4 - Comprimento do pêndulo e a incerteza correspondente. Comprimento do pêndulo (mm) Incerteza (m) 1870 0,05 TABELA 5 - Intervalo de tempo correspondente a dez períodos de oscilação. Aluno Tempo para 10 períodos de oscilação (s) 1 28,35 2 28,54 3 29,02 A partir desses valores, foram calculados a aceleração da gravidade para cada aluno, a média e o desvio padrão para assim obter a gravidade e sua incerteza associada (Tabela 8). TABELA 6 - Aceleração da gravidade calculada para cada aluno. Aluno Gravidade (m/s²) 1 9,18 2 9,06 3 8,77 TABELA 7 - Média e o desvio padrão da média das grandezas mensuradas. Média Incerteza Estatística (Desvio Padrão) Incerteza Instrumental Tempo (s) 28,64 0,35 0,20 Gravidade (m/s²) 9,00 0,21 0,68 TABELA 8 - Aceleração da gravidade calculada e sua incerteza. Gravidade (m/s²) Incerteza (m/s²) 9,0 ±0,8 3. CONCLUSÕES Baseado nos dados obtidos, conclui-se que é possível empregar diferentes métodos para mensurar a constante elástica da mola, seja ela de compressão ou de tração. Alguns métodos empregados são a segunda lei de Newton e a lei de Hooke, com auxílio de um dinamômetro digital e das equações do movimento harmônico massa-mola. Dessa forma, considera-se fundamental a escolha adequada do instrumento e método escolhido,considerando suas respectivas incertezas para mensurar a constante elástica da mola de forma correta. O valor encontrado para a constante elástica foi de 0,63±0,02 kN/m, que está dentro do esperado para o experimento e pode-se determinar que o método de ajuste de reta para os valores medidos é um método eficaz para tal objetivo. A aceleração da gravidade e a incerteza encontrada foi de 9,0±0,8 m/s², o que também está dentro do intervalo esperado quando comparado com o valor conhecido da gravidade. É fundamental ressaltar que todo e qualquer procedimento experimental está sujeito a interferências e fatores que ocasionam em erros de leitura e desencadeiam em incertezas nos valores aferidos. Apesar destas interferências, a análise dos dados mostrou que os valores calculados estão dentro do intervalo de confiança dos valores apresentados pela literatura. Isto mostra que com a escolha correta do instrumento e sem erros de paralaxe, por exemplo, pode-se atingir um valor muito mais próximo ao valor real. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Scuracchio, C.H, Tanaka, H. Roteiro: Experimento #2 – Medidas de Constante Elástica e Força. Métodos experimentais em Engenharia, 2021. Acesso em 26 de junho de 2021. Apostila “Ajuste de Curvas pelo Método dos Mínimos Quadrados (MMQ)”. Disponível em: < https://sites.google.com/site/esto01717/material-didatico>. Acesso em 1 de julho de 2021. Tutorial LAB Fit sobre Ajuste de Curva. Disponível em: <https://sites.google.com/site/esto01717/material-didatico>. Acesso em 1 de julho de 2021. Experimento 2 - Medidas de Constante Elástica e Força 5. Apêndice Em alguns cálculos do apêndice os valores estão arredondados por questões de representação, todos os cálculos foram realizados com a maior quantidade de casas dispońıveis e, somente ao final, arredondados. Parte 1. Determinação da constante elástica da mola de compressão Cálculo da incerteza associada a balança: Onde e refere-se à resolução fornecida pelo fabricante (e=0,1g). ubalanca = e 2 √ 3 = 0,1 2 √ 3 ≈ 0, 029g Levando em considerações as informações indicadas no relatório, foi utilizado a incerteza da balança com apenas uma casa decimal, isto é, 0,1g. Todas os valores de média, variância, desvio padrão e incerteza combinada seguem as mesmas fórmulas, deste modo demonstrar-se-á apenas para o caso ’Cilindro de Alumı́nio (1) + Cilindro de Alumı́nio (2)’: Massa total e incerteza: Onde mal1 corresponde a massa do cilindro de alumı́nio 1 e mal2 corresponde a massa do cilindro de alumı́nio 2. mmtotal refere-se a massa total. mmtotal = mal1 +mal2 = 220, 18 + 220, 88 = 441, 06g Como só uma medição na balança foi realizada (ou todas resultaram o mesmo valor), não existem incertezas estat́ısticas associadas à massa. Levando em consideração a combinação das incertezas para cada medida da massa, tem-se: Onde ual1 refere-se à incerteza instrumental associada ao cilindro de alumı́nio 1 e ual2 refere-se à incerteza instrumental associada ao cilindro de alumı́nio 2. umtotal refere-se a incerteza combinada desta soma de massas. umtotal = √ u2al1 + u 2 al2 = √ 0, 12 + 0, 12 = 0, 14 ≈ 0, 2 Força e incerteza: Onde F refere-se à força, m a massa e g a aceleração da gravidade. F = mg = 441, 06 ∗ 9, 80 = 4322, 388gm s2 ≈ 4, 322kgm s2 = 4, 322N Para o cálculo da incerteza instrumental associada, é utilizado a seguinte expressão: Onde uF refere-se à incerteza da força, ug a incerteza da gravidade, um a incerteza da massa, g a gravidade, F a força e m a massa. uF = √ ( ∂F ∂m um)2 + ( ∂F ∂g ug)2 = √ (gum)2 + (mug)2 = √ (9, 80 ∗ 0, 2)2 + (441, 06 ∗ 0, 05)2 = 22, 14gm s2 ≈ 0, 023kgm s2 Constante elástica e incerteza: 1 Experimento 2 - Medidas de Constante Elástica e Força Onde k refere-se a constante elástica, x ao deslocamento e g a gravidade. k = mg x = 441,06∗9,80 8 ≈ 540, 3N m Para o cálculo da incerteza instrumental é utilizado a seguinte expressão: Onde ux refere-se à incerteza do deslocamento, ug a incerteza da gravidade, um a incerteza da massa, uk a incerteza da constante elástica da mola, g a gravidade, x o deslocamento, m a massa e k a constante elástica. uk = √ (∂k ∂g ug)2 + ( ∂k ∂x ux)2 + ( ∂k ∂m um)2 = √ (kum m )2 + (−kux x )2 + (kug g )2 =√ k2 ∗ ((um m )2 + (ug g )2 + (ux x )2) = √ 540, 32 ∗ (( 0,2 441,06 )2 + (0,05 9,80 )2 + (0,5 8 )2) ≈ 33, 88N m uk ≈ 0, 04kNm Parte 4. Determinação experimental da aceleração da gravidade Rearranjando a equação do peŕıodo informada e considerando a quantidade de ciclos, a equação para encontrar a gravidade pôde ser descrita, para o Aluno 1, como: Onde L é a largura do fio, T é o peŕıodo total marcado pelo cronômetro e c a quantidade de ciclos. T = 2 ∗ π ∗ √ L g → g = 4Lπ2ciclos2 T 2 = 4∗1870∗π 2∗102 28,352 ≈ 9185mm/s2 = 9, 185m/s2 Considerando agora a média dos tempos marcados pelos três estudantes, tem-se que: g = galuno1+galuno2+galuno3 3 = 9, 005m/s2 Calculando a variância, e em seguida o desvio padrão (incerteza tipo A) da gravidade, obtém-se: Onde g é a gravidade e ua o desvio padrão. ûA 2 = ∑n i=1(gi−ḡ)2 n−1 = 0, 0465(m/s 2)2 uA = √ ûA 2 = 0, 2156m/s2 Para a incerteza instrumental, primeiro é necessário conhecer a incerteza dos instrumentos, para a balança é similar a obtida na parte 1, isto é, 0.1g. A trena é um instrumento analógico e será considerado metade de sua menor divisão, isto é, 0.5mm. Já para o cronômetro é necessário levar em consideração uma distribuição normal e a destreza do operador, assim, para o cronômetro: Onde ucr é a incerteza do cronômetro combinada, r a resolução e p a destreza do operador. ucr = √ ( r 2 √ 3 )2 + (p)2 = √ ( 0,01 2 √ 3 )2 + (0, 1)2 ≈ 0, 2s A seguir, o cálculo da incerteza instrumental da gravidade (incerteza tipo B). Onde ug é a incerteza da gravidade, uL a incerteza da largura, uT a incerteza do peŕıodo, uciclo a incerteza do ciclo, g a gravidade, L a largura e T o peŕıodo. ug = √ ( ∂g ∂L uL)2 + ( ∂g ∂T uT )2 + ( ∂g ∂ciclo uciclo)2 = 2 Experimento 2 - Medidas de Constante Elástica e Força √ (4π 2ciclos2uL T 2 )2 + (4π 2ciclos2uTL(−2) T 3 )2 + (4π 2ciclosucicloL(2) T 2 )2 = 2π √ ( ciclos 2uL T 2 )2 + (−2Lciclos 2uT T 3 )2 + (2Lciclosuciclo T 2 )2 = 2π √ (10 2∗0,5 28,6372 )2 + (−2∗1870∗10 2∗0,2 28,6373 )2 + (2∗1870∗10∗0,25 28,6372 )2 ≈ 0, 67m/s2 Logo, a incerteza combinada pode ser dada por: Onde ug é a incerteza da gravidade, ua é a incerteza estat́ıstica e ucb é a incerteza combinada. ucb = √ u2g + u 2 a = √ 0, 672 + 0, 21562 ≈ 0, 705m/s2 ≈ 0, 8m/s2 3
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