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Estruturas ósseas e articulares da coluna vertebral (cervical, torácica e lombossacra)

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ANATOMIA 
APLICADA A 
FISIOTERAPIA
Diego Santos Fagundes
Estruturas ósseas e 
articulares da coluna 
vertebral (cervical, 
torácica e lombossacra)
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar as estruturas ósseas e articulares da coluna vertebral por 
regiões: cervical, torácica e lombossacra.
  Reconhecer as estruturas ósseas e articulares da coluna vertebral 
por regiões.
  Diferenciar as funções e características da coluna vertebral por regiões: 
cervical, torácica e lombossacra.
Introdução
O esqueleto axial consiste nos ossos que formam o eixo do corpo, susten-
tam e protegem os órgãos da cabeça, do pescoço e do tronco. Um dos 
componentes do esqueleto axial é a coluna vertebral, que apresenta uma 
estrutura de 33 vértebras dispostas em cinco regiões, a saber: cervical, 
torácica, lombar, sacral e coccígea. Essas regiões, além das características 
em comum, apresentam curvaturas, elementos anatômicos e funções 
específicas. O conhecimento da anatomia da coluna vertebral é elemento 
inicial para a compreensão da biomecânica e da cinesiologia, tão impor-
tantes para a atuação profissional do fisioterapeuta.
Neste capítulo, você vai estudar as estruturas ósseas e articulares da 
coluna vertebral por regiões. Além disso, vai ver as funções e caracterís-
ticas da coluna vertebral.
Estruturas ósseas e articulares da coluna vertebral2
As estruturas ósseas da coluna vertebral
A coluna vertebral, o crânio e a caixa torácica fazem parte do esqueleto axial 
(GOULD, 2010). Existem três funções básicas da coluna vertebral que estão 
centradas em absorver carga, permitir movimento e proteger a medula espinal 
(PUDLES; DEFINO, 2014). A coluna vertebral não se apresenta como uma 
estrutura rígida e retifi cada, diante disso, a coluna de um adulto, quando vista 
lateralmente, apresenta quatro curvaturas, a saber: (i) curvatura secundária 
(lordose cervical), (ii) curvatura primária (cifose torácica), (iii) curvatura 
secundária (lordose lombar) e (iv) curvatura primária (cifose sacral).
A cifose torácica e sacral são nomeadas curvaturas primárias porque 
aparecem, mesmo que tardiamente, no desenvolvimento fetal. Essas cifoses 
também podem ser chamadas de curvaturas de acomodação, porque permitem 
a acomodação das vísceras torácicas e abdominopélvicas em desenvolvimento. 
Já as lordoses lombar e cervical são nomeadas curvaturas secundárias porque 
aparecem alguns meses após o nascimento. Essas curvaturas são chamadas 
curvaturas de compensação, pois auxiliam na modificação da direção do 
peso sobre os membros inferiores conforme a criança inicia o processo de 
ficar em pé. Importante ressaltar que essas curvaturas lordóticas se acentuam 
quando a criança aprende a andar e correr. Os quatro tipos de curvatura estão 
desenvolvidos na íntegra quando a criança completa 10 anos de idade 
(Figura 1) (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
3Estruturas ósseas e articulares da coluna vertebral
A coluna vertebral de um adulto apresenta 33 vértebras dispostas em cinco 
regiões: 7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais fundidas e 4 coccígeas 
fundidas (BEHNKE, 2014; MOORE; AGUR; DALLEY, 2013; GOULD, 2010).
As vértebras cervicais (C) numeradas de I a VII se iniciam pela mais 
superior, denominada CI (atlas), e, após, CII (áxis). Essas duas primeira vér-
tebras apresentam características únicas que diferem em termos de estrutura 
das demais vértebras cervicais, CIII a CVII, para permitir a rotação, pois é 
na articulação entre o atlas (CI), ligado ao crânio, e o áxis (CII) que a cabeça 
roda (BEHNKE, 2014).
Em relação às vértebras torácicas, elas são numeradas de TI a TXII e apre-
sentam um corpo em formato de coração e um tamanho maior em comparação 
com uma vértebra cervical (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). 
As vértebras lombares são as maiores vértebras. Seu corpo típico é mais 
espesso do que o de uma vértebra torácica e as superfícies inferior e superior 
são mais ovais, perdendo o formato de coração (MARTINI; TIMMONS; 
TALLITSCH, 2009). 
Figura 1. Curvas da coluna vertebral.
Fonte: Adaptada de Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 160).
Estruturas ósseas e articulares da coluna vertebral4
O sacro é constituído por cinco vértebras sacrais com aspecto triangular 
(BEHNKE, 2014), que se encontram fundidas. Esse processo de fusão vertebral 
se inicia após a puberdade e comumente está completo entre os 25 e os 30 
anos de idade (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). 
O cóccix é composto frequentemente por quatro vértebras coccígeas. Du-
rante o processo de crescimento, se fundem para formar uma estrutura única 
(BEHNKE, 2014). Em geral, começam a se fundir aos 26 anos de idade. Em 
homens e mulheres adultos, o cóccix se apresenta direcionado anteriormente 
e inferiormente, respectivamente. Já em idosos, o cóccix pode se fundir com 
o sacro (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
No Quadro 1 a seguir, é possível verificar as características que as vértebras 
da coluna apresentam em comum, bem como as especificidades por região 
que compõem a coluna.
Vértebras Estrutura Características 
Características 
comuns
Corpo  Localização mais anterior é a parte mais 
maciça da vértebra; oferece resistência à 
coluna vertebral e sustenta o peso do corpo; 
aumenta progressivamente de tamanho no 
sentido cérvico-sacral.
  Recoberto nas superfícies superior e inferior 
por cartilagem hialina.
  Tem uma borda periférica denominada epífise 
anular — uma discreta elevação que permite 
o encaixe dos anéis fibrosos dos discos 
intervertebrais.
Arco 
vertebral
  Localização posterior ao corpo da vértebra.
  por um par de lâminas e por um par de 
pedículos, com a face posterior do corpo da 
vértebra, o forame vertebral, a sucessão dos 
forames vertebrais e, na coluna vertebral, 
forma o canal vertebral, que contém a medula 
espinal, as meninges (membranas protetoras), 
a gordura, as raízes dos nervos espinais e os 
vasos. 
Quadro 1. Características das vértebras da coluna
(Continua)
5Estruturas ósseas e articulares da coluna vertebral
Vértebras Estrutura Características 
Lâmina  Par de prolongamentos semelhantes a 
placas que formam a parte posterior do arco 
vertebral.
  Encontram-se posteriormente na linha média.
Pedículos  Par de prolongamentos curtos e sólidos que 
unem o arco vertebral ao corpo da vértebra.
  Formam a parte anterior do arco vertebral.
  Existem incisuras nas superfícies superior e 
inferior — as incisuras vertebrais: incisuras 
vertebrais sucessivas formam os forames 
intervertebrais, que permitem a passagem das 
raízes nervosas e dos vasos.
Processo 
espinhoso
  Projeção posterior na linha média a partir da 
junção das lâminas.
  Permite a inserção de músculos profundos do 
dorso e ligamentos.
Dois 
Processos 
transversos
  Projetam-se posterolateralmente a partir do 
arco vertebral.
  Permite a inserção dos músculos profundos do 
dorso e a articulação com as costelas torácicas.
Quatro 
processos 
articulares
Dois 
processos 
articulares 
superiores
  Surgem da junção dos pedículos e lâminas.
  Apresentam faces articulares que se articulam 
com os processos adjacentes.
  Limitam movimentos indevidos da coluna 
vertebral e mantêm o alinhamento 
das vértebras adjacentes, impedindo 
especificamente que uma vértebra deslize 
anteriormente sobre a vértebra abaixo.
Dois 
processos 
articulares 
inferiores
Identificação de características regionais e/ou específicas 
Cervical Corpo Pequeno e mais largo laterolateralmente do 
que anteroposteriormente; a face superior é 
côncava entre os uncos dos corpos vertebrais 
adjacentes; a face inferior é convexa.
Forame 
vertebral
Forame vertebral.
Quadro 1. Características das vértebras da coluna
(Continuação)
(Continua)
Estruturas ósseas e articulares da coluna vertebral6
Quadro 1. Características das vértebras da coluna
(Continuação)
Vértebras Estrutura Características 
Processo 
espinhoso
  CIII a CV são pequenos ebífidos.
  O processo espinhos da vértebra CVI é longo e 
o de CVII é mais longo (vértebra proeminente).
Processo 
transverso
  Ausentes em CVII.
  Apresenta forames transversários pequenos 
para a passagem de vasos vertebrais e plexos 
simpáticos.
Atlas (CI)  Anular; relativamente reniforme (lateralmente 
expandido). Não apresenta processo 
espinhoso ou corpo; consiste em duas massas 
laterais conectadas por arcos anterior e 
posterior.
  Faces articulares superiores côncavas criam 
articulações atlanto-occipitais com os 
côndilos occipitais; faces articulares inferiores 
encontram-se com a vértebra CII (áxis) para 
criar as articulações atlantoaxiais laterais.
Áxis (CII)  É a vértebra cervical mais forte; a característica 
que a distingue é o dente que se projeta 
superiormente a partir de seu corpo e fornece 
um pivô em torno do qual o atlas gira e 
carrega o crânio.
  Articula-se anteriormente com o arco anterior 
e posteriormente com o ligamento transverso 
do atlas.
Torácica Corpo Em formato cordiforme (em formato de 
coração), tem uma ou duas fóveas para 
articulação com a cabeça da costela.
Forame 
Vertebral
Apresenta formato circular e é menor do 
que os forames cervicais e lombares.
Processo 
espinhoso
Longo e orientado para baixo (a ponta 
estende-se até o nível do corpo vertebral abaixo).
Processo 
transverso
Apresenta-se longo e forte e o seu 
comprimento diminui no sentido TI a TXII.
Os processos de TI a TX têm fóveas costais 
para articulação com o tubérculo da costela.
Apresenta facetas para articulação com 
a cabeça e o tubérculo das vértebras.
(Continua)
7Estruturas ósseas e articulares da coluna vertebral
As estruturas articulares da coluna vertebral
As estruturas articulares da coluna vertebral estão centradas na articulação 
dos corpos vertebrais, articulação dos arcos vertebrais, articulação cranio-
vertebrais, articulações costovertebrais e articulações sacroilícas (BEHNKE, 
2014; MOORE; AGUR; DALLEY, 2013)
Os corpos vertebrais são considerados articulações cartilagíneas (GOULD, 
2010) e estão projetadas para sustentação de peso e resistência. As superfícies 
das vértebras adjacentes são conectadas pelos discos intervertebrais que 
fornecem uma forte conexão estre esses corpos. Esses discos intervertebrais 
são formados pelo anel fibroso externo que está em contato com a epífise 
anular e pelo núcleo pulposo, uma massa central gelatinosa. Em decorrência 
dessa estrutura, esses discos absorvem impactos (choque) (MOORE; AGUR; 
Vértebras Estrutura Características 
Lombar Corpo Maciço com reniforme quando 
visto superiormente.
Forame 
vertebral 
Apresenta formato triangular e é maior 
do que nas vértebras torácicas e menor 
do que nas vértebras cervicais.
Processos 
Transversos
Longos e finos e apresenta processo acessório na 
superfície posterior da base de cada processo.
Processo 
espinhoso
Curto e resistente.
Sacral Fundidas  Cinco vértebras sacrais se fundem para formar 
o sacro e apresentam formato cuneiforme nos 
adultos.
  Ainda existem resquícios identificáveis de 
características comuns das vértebras.
  A face pélvica do sacro é lisa e côncava e a 
face posterior é rugosa e convexa.
Coccígea Fundidas Apresenta formato afunilado.
Resquícios da eminência caudal embrionária.
Quadro 1. Características das vértebras da coluna
(Continuação)
Fonte: Adaptado de Gould (2010), Moore, Agur e Dalley (2013) e Martini, Timmons e Tallitsch (2009).
Estruturas ósseas e articulares da coluna vertebral8
DALLEY, 2013). Essa união das vértebras adjacentes pelos discos vertebrais 
são reforçadas pelos ligamentos longitudinais anterior e posterior (BEHNKE, 
2014), o que confere à coluna vertebral estabilidade e limitações aos movi-
mentos de flexo-extensão, respectivamente (GOULD, 2010).
A articulação dos arcos vertebrais são as articulações dos processos articu-
lares e assumem a classificação de articulações sinoviais, que estão situadas 
entre os processos articulares superior e inferior das vértebras adjacentes. 
Cada estrutura articular desta está envolvida por uma cápsula articular fina 
e frouxa fixada às margens das faces articulares dos processos articulares 
das vértebras adjacentes. Essas articulações são reforçadas por ligamentos 
acessórios que conectam as lâminas, os processos transversos e os processos 
espinhosos, auxiliando a estabilização da articulação. As articulações dos 
processos articulares propiciam movimentos de deslizamento entre os processos 
articulares (MOORE; AGUR; DALLEY, 2013; GOULD, 2010).
As articulações craniovertebrais são formadas pelas articulações atlanto-
-occipitais, entre o CI e o osso occipital do crânio, e se apresenta reforçada 
pelas membranas atlanto-occipital anterior e posterior, e as articulações 
atlantoaxiais, entre as vértebras CI e CII, que são reforçadas e mantidas pelo 
ligamento cruciforme do atlas (formado pelos fascículos longitudinais e pelo 
ligamento transverso do atlas), ligamento alar que impede a rotação excessiva, 
e pela membrana tectória (continuação do ligamento longitudinal posterior 
que recobre os ligamentos alares e transversos).
Essas articulações craniovertebrais são classificadas como articulações 
sinoviais que não apresentam discos intervertebrais e, em decorrência de seu 
formato, permitem uma amplitude de movimento maior que no resto da coluna 
vertebral (MOORE; AGUR; DALLEY, 2013; GOULD, 2010).
As articulações costovertebrais são classificadas como articulações sino-
viais e permitem que a cabeça de cada costela se articule com a fóvea costal 
superior do corpo da vértebra correspondente e a fóvea costal inferior do 
corpo vertebral superior a ela.
É importante salientar que as cabeças da 1a, da 11a e da 12a costelas 
articulam-se apenas com o corpo vertebral correspondente. Essas articulações 
costovertebrais apresentam como ligamento o intra-articular e radiado da 
cabeça da costela.
Em relação às articulações sacroilíacas, estão classificadas, em sua parte 
anterior, como sinovial e, na parte posterior, como fibrosa. Nessa articulação, o 
sacro está suspenso entre os ossos ilíacos, nos quais os ligamentos sacroilíacos 
anterior, posterior e interósseo e os ligamentos sacrotuberais e sacroespinais 
fornecem suporte (GOULD, 2010).
9Estruturas ósseas e articulares da coluna vertebral
As funções e os movimentos da coluna vertebral
Cada segmento da coluna vertebral, a partir de suas constituições ósseo-
-musculo-tendinosas, apresenta funções e movimentos determinados. 
A região cervical sustenta o crânio, estabiliza as posições relativas do 
encéfalo e da medula espinal e permitem a movimentação controlada da 
cabeça. A região torácica sustenta o peso da cabeça, do pescoço, dos membros 
superiores e dos órgãos da cavidade torácica, bem como se articulam com as 
costelas para permitir modificações nos diâmetros da caixa torácica durante 
os movimentos respiratórios. A região lombar sustenta o peso da cabeça, 
do pescoço, dos membros superiores e dos órgãos das cavidades torácica e 
abdominal. O sacro apresenta um formato em cunha que promove uma base 
adequada para a transferência do peso do corpo do esqueleto axial para o 
cíngulo do membro inferior (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
É importante salientar que a metade inferior do sacro não sustenta peso e, 
em razão disso, seu volume é bem menor (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). 
Em relação ao cóccix, este não participa com as outras vértebras na susten-
tação do peso do corpo na posição ortostática, mas, na posição sentada, ele 
pode apesentar algum deslocamento em sentido de flexão anterior, indicando, 
assim, que está recebendo e suportando algum peso (MARTINI; TIMMONS; 
TALLITSCH, 2009). 
Os movimentos da coluna vertebral apresentam suas nuances por região. 
No segmento cervical, o movimento é livre para a flexão, extensão, flexão 
lateral (associada à rotação para o lado oposto) e rotação. Na rotação da ca-
beça, o atlas gira em torno do dente do áxis; na flexão da cabeça, os côndilos 
occipitaismovimentam-se sobre as faces articulares superiores do atlas. Já 
para o segmento torácico, o movimento é mais limitado em razão de os discos 
intervertebrais apresentarem uma espessura menor, ou seja, são mais finos. 
Outro fato limitante do movimento na região vertebral torácica se deve à 
presença das costelas. Mesmo o movimento apresentando limitações, a rotação 
é livre. Em relação ao segmento lombar, a flexão e a extensão são livres e a 
rotação é praticamente inexiste, em razão da direção das faces articulares. 
Nesse segmento, além da flexão e da extensão anteroposterior, ocorre a flexão 
lateral (Figura 2) (FAIZ; BLACKBURN; MOFFAT, 2013).
Estruturas ósseas e articulares da coluna vertebral10
Sobre o efeito do envelhecimento nas vértebras, podemos considerar que, a partir 
da meia-idade para frente, há diminuição geral da densidade e da resistência óssea, 
sobretudo na parte central do corpo vertebral, o que gera modificações nos formatos 
das vértebras. Sendo assim, o envelhecimento dos discos intervertebrais associado 
a essa modificação do formato das vértebras acarreta o aumento das forças com-
pressivas na periferia dos corpos vertebrais, onde se fixam os discos e, em resposta, 
costumam surgir osteófitos ao redor das margens do corpo vertebral, em especial 
nas regiões anterior e posterior. De acordo com a tradição, esse crescimento ósseo 
ou cartilaginoso na idade avançada era visto como uma doença (espondilose, no 
caso dos corpos vertebrais, e osteoartrose, no caso das articulações dos processos 
articulares), mas pode ser mais realista e adequado vê-lo como uma alteração mor-
fológica esperada com a idade, representativa da anatomia normal em determinada 
faixa etária. A correlação entre esses achados e a dor costuma ser difícil, mas existem 
pessoas que apresentam essas manifestações de crescimento ósseo e referem dor em 
alguns movimentos. Outras pessoas apresentam as mesmas alterações relacionadas 
com a idade, mas não referem dor. Ainda há outras pessoas que apresentam pequena 
Figura 2. Movimentos da coluna vertebral. (a) Flexão e extensão, ambas no plano ante-
roposterior. (b) Flexão lateral, para a direita ou esquerda no plano frontal. (c) Rotação em 
torno de um eixo longitudinal no plano horizontal.
Fonte: Moore, Dalley e Agur (2014).
11Estruturas ósseas e articulares da coluna vertebral
Os problemas posturais da coluna vertebral, principalmente a escoliose, têm se apre-
sentado ao longo dos anos como uma questão grave de saúde pública, pois atingem 
alta incidência na população economicamente ativa, incapacitando-a temporária ou 
definitivamente para atividades profissionais. A escoliose é uma alteração postural grave, 
caracterizada como desvio lateral acompanhado por distorção de partes individuais 
da coluna, o que a torna uma deformação morfológica tridimensional. Conheça um 
pouco mais desse assunto acessando o link a seguir, para ler o artigo Prevalência de 
escoliose em escolares do ensino fundamental público:
https://goo.glw3rWDq
alteração morfológica, mas queixam-se dos mesmos tipos de dor que aquelas que 
não têm alteração evidente. Em vista disso, e da ocorrência comum desses achados, 
sugere-se que essas alterações relacionadas com a idade não devem ser consideradas 
patológicas, mas sim como a anatomia normal do envelhecimento (BOGDUK, 2012 
apud MOORE; DALLEY; AGUR, 2014).
Estruturas ósseas e articulares da coluna vertebral12
BEHNKE, R. S. Anatomia do movimento. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
FAIZ, O.; BLACKBURN, S.; MOFFAT, D. Anatomia básica: guia ilustrado de conceitos 
fundamentais. 3. ed. Barueri, SP: Manole, 2013.
GOULD, D. J. Anatomia clínica para seu bolso. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2009.
MOORE, K. L.; AGUR, A. R.; DALLEY, A. F. Fundamentos de anatomia clínica. 4. ed.Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
PUDLES, E.; DEFINO, H. A. A coluna vertebral. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Leituras recomendadas
FAGUNDES, D. (Org.). Quiropraxia: diagnóstico e tratamento da coluna vertebral. São 
Paulo: Roca, 2013.
STRIANO, P. Coluna saudável: anatomia ilustrada — guia completo para alongamento, 
fortalecimento e estabilização. Barueri, SP: Manole, 2015. 
TANK, P. W.; GEST, T. R. Atlas de anatomia humana. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Conteúdo:

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