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EBOOK PROCESSO CIVIL - LEONARDO

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1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 
 
Processo Civil 
Prof. Leonardo Fetter 
 
1ª FASE | XXXV EXAME DA ORDEM 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 
 
 
 
1. Função Jurisdicional ...................................................................................................... 3 
2. Sujeitos do Processo ................................................................................................... 15 
3. Atos Processuais ......................................................................................................... 30 
4. Ação de Conhecimento – Procedimento Comum ........................................................ 39 
5. Ação de Execução....................................................................................................... 68 
 
 
Processo Civil 
Prof. Leonardo Fetter 
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado pelo Professor Leonardo Fetter 
para os cursos de 1ª Fase OAB e deve ser utilizado como um complemento para as 
respectivas aulas. Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas 
acompanhado da legislação pertinente. 
Bons estudos, Equipe CEISC. 
Atualizado em fevereiro de 2022. 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
1. Função Jurisdicional 
Prof. Leonardo Fetter 
@prof.fetter 
1.1. Considerações iniciais 
O Direito Processual Civil emerge, no mundo jurídico, com uma função bem específica – 
regular as formas, meios e maneiras de o cidadão buscar seu direito material perante o Poder 
Judiciário. 
Aparece, então, como forma de igualdade (já que fixa as mesmas normas para todos os 
cidadãos, indistintamente) e instrumental (instrumento para busca do reconhecimento do direito 
material pretendido. 
Dessa forma e com esse objetivo, existem alguns conceitos básicos que devem ser 
entendidos e fixados. 
 
Diante das regras inerentes ao Estado Democrático de Direito, necessário identificar quem 
tem esse poder, essa responsabilidade (não se pode deixar que os cidadãos, pelas próprias 
mãos, busquem soluções para seus conflitos). 
Então, como forma de organização, esta função jurisdicional delegada pelo Estado ao 
Poder Judiciário (e este Poder não pode transferir para ninguém mais, é indelegável). 
Se diz, então, que o Poder Judiciário é investido em jurisdição. 
 
 
 
Nesse sentido, surge um segundo conceito de suma importância: 
 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 
Ou seja, a ação é a forma de provocar o Poder Judiciário, de tirá-lo da sua inércia para 
que ele exerça o poder ao qual foi investido (a Jurisdição – poder/dever de solucionar/compor 
litígios). 
O chamado direito de Ação é abstrato (e não concreto), ou seja, para entrar com uma 
ação o autor não precisa ter o direito material garantido (perfeitamente possível, dessa forma, 
que uma ação seja julgada improcedente – pensar diferente se chegaria no absurdo de dizer que 
o autor somente poderia entrar com a ação se fosse ganhar – ou seja, o direito de ação para ser 
exercido deveria ser concreto). 
 
 
 
Apenas essas, então, as ações possíveis de serem apresentadas com o objetivo de busca 
a prestação jurisdicional. 
Emerge, então, um terceiro conceito clássico e necessário: 
 
 
 
 
 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
E a forma de identificar o uso de um ou outro é relativamente singela – e aqui uma 
 
 
 
 
Para encerrar estas considerações iniciais, vale fazer referência a um último e 
indispensável conceito: 
▪ 
▪ 
https://soundcloud.com/user-204974449/oab-anual-processo-95564353/s-YjSxaTRDTf8?in=user-204974449/sets/oab-anual-processo-civil-prof-leonardo-fetter/s-JAeB727tjj7
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
1.2. Competência 
 
Apesar de todo o órgão do Poder Judiciário (juiz, desembargador, Ministro) ter jurisdição, 
o exercício desta jurisdição é limitado pelas regras de competência – as quais limitam tal 
exercício. 
Competência é, então, o limite de atuação dos órgãos jurisdicionais. Dentro de seu campo 
de atuação é outorgado ao juiz poder para decidir sobre os conflitos. 
A grande divisão diz respeito a competência ESTADUAL e FEDERAL. 
Diante disso, para fixar a competência federal basta verificar o art. 109 da Constituição 
Federal – ali ficaram definido quais seriam as circunstâncias que acarretam a competência 
federal (da Justiça Federal). 
Já a competência estadual (Justiça Estadual) é definida de forma residual – o que não for 
de competência federal, será de competência estadual. 
 
A incompetência é dividida em ABSOLUTA e RELATIVA. 
* Para todos verem: esquema 
 
O reconhecimento da Incompetência (tanto relativa quando absoluta) gera a remessa dos 
autos para o juízo competente (e não sua extinção) – art. 64, parágrafo terceiro. 
IMPORTANTE! As regras de competência fixadas pelo CPC são territoriais, ou seja, 
definem o lugar onde deverá ser proposta a ação. A competência do JEC, JEF e JEFP é 
definida, também, pelo valor da causa (no estado causas de valor até 40 Salários-Mínimos 
e nos juizados federais causas de até 60 Salários-Mínimos). 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 
A modificação da competência poderá ocorrer apenas na competência relativa, não sendo 
possível na competência absoluta. Está disciplinada nos artigos 54 a 63 do CPC e tem as 
seguintes causas de modificação: 
* Para todos verem: esquema 
 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 
1.3. Princípios Constitucionais e Processuais 
 Princípio do Devido Processo Legal 
O direito ao processo é uma das garantias constitucionais, direito fundamental previsto no 
artigo 5º, inciso XXXV, portanto, é um princípio constitucional e processual. 
O devido processo legal está relacionado com o outros princípios, como contraditório, 
ampla defesa e duração razoável do processo. A finalidade do devido processo legal é não 
permitir o abuso de direito, ou seja, prezar por um processo justo e equânime. 
 Princípio da Isonomia 
Trata-se de um princípio que visa dar tratamento igual às partes, objetivando um processo 
justo e equilibrado. Encontra-se presente no artigo 5º, caput, da Constituição Federal, bem como 
no artigo 7º do CPC: 
 Princípio do Juiz Natural ou da Imparcialidade do Juiz 
O princípio do juiz natural determina que as partes têm direito a um julgamento realizado 
por um juiz competente e imparcial (artigo 5º, LIII e XXXVII, da CF). 
O primeiro inciso dispõe que ninguém será processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente, e o segundo, que não haverá juízo ou tribunal de exceção. 
Requisitos para caracterização do juiz natural: a) o julgamento deve ser proferido por 
alguém investido de jurisdição; b) o órgão deve ser preexistente; c) a causa deve ser submetida 
ao juiz competente, de acordo com as regras postas pela CF e por lei. 
https://soundcloud.com/user-204974449/oab-anual-processo-777827322/s-sfSyrFEUH3W?in=user-204974449/sets/oab-anual-processo-civil-prof-leonardo-fetter/s-JAeB727tjj7
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 Princípio do Juiz Natural ou da Imparcialidade do Juiz 
Objetivamente é o direito de reação - garante às partes a oportunidade de se manifestar 
em todos os atos do processo, tratamento paritário para dialogar com o juiz, sob pena de 
nulidade, não podendo, assim, o juiz julgar qualquer ação sem que os litigantes tenham tido a 
oportunidade de se defender. 
▪ Encontra amparo legal no artigo, art. 7º, 9º e 10, do CPC. 
Importante, aqui, chamar a atenção para o fato que o juiz não pode proferir nenhuma 
decisão sem antes ter ouvido todas as partes, é vedada a decisão surpresa, nem mesmo quando 
se tratar de matéria que deva ser decidida de ofício (arts. 9º e 10). 
 
 
 
 
 
Cabe ao Poder Judiciário fazer com que o devido processo legal e o contraditório sejam 
respeitados, na forma da parte final do art. 7º do Código de Processo Civil. 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
ProcessoCivil 
Vale recordar, a respeito, a possibilidade de ampliação do Contraditório prevista no art. 
139 do CPC: 
 
 Princípio da motivação das decisões judiciais 
 Este princípio disciplina que todas as decisões judiciais devem obrigatoriamente ser 
fundamentadas, de acordo com o artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal e artigo 11 do 
CPC: 
 
 Princípio da boa-fé processual 
De acordo com este princípio as partes do processo devem sempre se comportar com 
boa-fé, lealdade e urbanidade, este princípio está intimamente ligado ao princípio da dignidade 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
da pessoa humana, pois visa promovê-lo no ordenamento jurídico, no julgamento da causa 
(artigo 5º do CPC). 
A parte que agir com má-fé pode ser penalizada com multa. As práticas consideradas má-
fé estão previstas no art. 80 do CPC: 
 
 Princípio da duração razoável do processo 
O princípio da duração razoável do processo é também conhecido como princípio da 
celeridade processual. Não há na lei uma predeterminação de duração do processo, todavia não 
se pode tolerar a procrastinação injustificável do Judiciário e seus serviços. 
Está previsto no artigo 5º, inciso LXXVIII, da CF (“a todos, no âmbito judicial e 
administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a 
celeridade de sua tramitação”) e nos artigos 4º e 6º do CPC. 
 
 
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou 
interveniente. 
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que: 
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; 
II - alterar a verdade dos fatos; 
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; VI - provocar 
incidente manifestamente infundado; 
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. 
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que 
deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a 
indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários 
advocatícios e com todas as despesas que efetuou. 
§1º Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na 
proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram 
para lesar a parte contrária. 
§2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até 10 
(dez) vezes o valor do salário-mínimo. 
§3º O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo, 
liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos. 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 Princípio do duplo grau de jurisdição 
Este princípio não se encontra expresso na Constituição Federal, mas diante de terem 
sido criados juízos e tribunais, cuja competência é julgar os recursos contra as decisões de 
primeiro grau, automaticamente estabeleceu-se o duplo grau de jurisdição, que busca reanalisar 
os atos judiciais que geram inconformismo na parte e estão substanciados por falhas, 
ilegalidades, provas, através do julgamento de um órgão superior. 
 Princípio da proporcionalidade e razoabilidade 
De acordo com o artigo 8º do CPC o juiz, ao aplicar as normas, deverá atender os fins 
sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa 
humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a 
eficiência. 
 
 
 Princípio da publicidade dos atos processuais 
Está previsto nos artigos 5º, LX, 93, X, ambos da CF e artigos 11, caput, e 368 ambos do 
CPC, impõe que sejam públicos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário, justifica-se no 
fato de haver interesse público maior que somente das partes, pois visa a garantia da paz e 
harmonia social. 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 
 
 
 
Questões De Exames Anteriores 
 
1) (FGV | 2016 | XX Exame) Abílio, advogado competente, recebe duas citações de processos 
de seus clientes. Ao analisar as petições iniciais, bem como a distribuição dos processos, 
percebe que o processo A, que deveria ter sido ajuizado na Comarca de Maré de Cima, o foi na 
Comarca de Cipó do Mato, e que o processo B, que deveria correr em uma Vara de Família, foi 
distribuído para uma Vara Cível. Abílio promete aos seus clientes que irá solucionar esses 
problemas. De acordo com o regramento do CPC/15, assinale a opção que indica o procedimento 
que ele deverá adotar. 
a) Acrescentar uma preliminar de incompetência na contestação, em ambos os casos. 
b) Redigir, no processo A, uma exceção de incompetência e, no processo B, uma preliminar de 
incompetência da contestação. 
c) Acrescentar, ao processo A, uma preliminar de incompetência na contestação e, ao processo 
B, uma exceção de incompetência. 
d) Redigir uma exceção de incompetência, em ambos os casos. 
 
2) (FGV | 2019 | XXVIII Exame) João Paulo faleceu em Atibaia (SP), vítima de um ataque 
cardíaco fulminante. Empresário de sucesso, domiciliado na cidade de São Paulo (SP), João 
Paulo possuía inúmeros bens, dentre os quais se incluem uma casa de praia em Búzios (RJ), 
uma fazenda em Lucas do Rio Verde (GO) e alguns veículos de luxo, atualmente estacionados 
em uma garagem em Salvador (BA). 
Neste cenário, assinale a opção que indica o foro competente para o inventário e a partilha dos 
bens deixados por João Paulo. 
a) Os foros de Búzios (RJ) e de Lucas do Rio Verde (GO), concorrentemente. 
b) O foro de São Paulo (SP). 
c) O foro de Salvador (BA). 
d) O foro de Atibaia (SP). 
 
https://soundcloud.com/user-204974449/oab-anual-processo-678888962/s-FrC69sHhvh7?in=user-204974449/sets/oab-anual-processo-civil-prof-leonardo-fetter/s-JAeB727tjj7
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 
 
 
 
 
 
Gabarito Das Questões 
1) A 
2) B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=YRxOtV4wrAY&feature=youtu.be
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
2. Sujeitos do Processo 
Prof. Leonardo Fetter 
@prof.fetter 
2.1. Acesso à Justiça 
 Custas e despesas processuais 
Foi definido, no art. 82 do CPC, que o autor, ao propor uma ação, deverá fazer o 
adiantamento das custas processuais (ou seja, a parte autora deverá fazer o recolhimento das 
custas para ter sua ação distribuída). 
Objetivamente, o Estado cobra para prestar Jurisdição. 
 
 
 
 
 Justiça gratuita 
O próprio art. 82 prevê que no caso de Justiça Gratuita restará a parte isenta do 
pagamento de custas e despesas processuais. 
Nesse sentido, o artigo 98 do CPC garante à pessoa natural ou jurídica, tanto brasileira, 
quanto estrangeira, que tenha insuficiência de recursos para o pagamento das custas, das 
despesas processuais e dos honorários advocatícios, o direito à justiça gratuita. 
 É concedido a qualquer das partes, podendo ser, inclusive, a um terceiro que interveio no 
processo, desde que cumpra os requisitos impostos na lei. 
 O pedido ao benefício poderá ser feito em várias fases do processo, na inicial, 
contestação, em recursos ou até mesmo na petição que traz um terceiro ao processo. 
 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 
No caso da pessoa natural, basta a alegação de ser hipossuficiente, não podendo o juiz 
indeferir o benefício sem que esteja evidenciado no processo o contrário. Nesse caso, ainda, 
antes do indeferimento, a parte tem a oportunidade de provar o contrário (art. 99, parágrafo 
segundo e terceiro). 
Diferentemente é a situação da pessoa jurídica, que para fazer jus à justiça gratuita deve 
provar ser financeiramente hipossuficiente. 
 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 
 
2.2. Honorários advocatíciose de sucumbência 
A parte vencida no processo é denominada de sucumbente – e deverá arcar com os ônus 
desta derrota (da sucumbência). 
Dentre os ônus está o pagamento das custas (art. 82, parágrafo segundo) para a parte 
vencedora (como já referido anteriormente). 
E, por segundo, será também a parte vencida condenada a pagar os honorários 
advocatícios ao ADVOGADO da parte vencedora (conforme previsão expressa do art. 85). 
Tal condenação deverá ser fixada na forma estabelecida no art. 85, parágrafo segundo do 
CPC. 
 
 
 
2.3. Partes, capacidade processual, deveres, litigância de má-fé e sucessão de partes 
 Direitos do advogado – acesso aos autos 
O advogado pode ter vista de qualquer processo judicial em tramitação, mesmo sem 
procuração, desde que não estejam sob a proteção do segredo de justiça, caso em que é 
necessária procuração (art. 107, I). 
 
https://soundcloud.com/user-204974449/oab-anual-processo-96064932/s-6gw7ilU15fD?in=user-204974449/sets/oab-anual-processo-civil-prof-leonardo-fetter/s-JAeB727tjj7
https://soundcloud.com/user-204974449/oab-anual-processo-393803863/s-qLO1YlMUe1z?in=user-204974449/sets/oab-anual-processo-civil-prof-leonardo-fetter/s-JAeB727tjj7
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
Tem o advogado direito a carga (levar consigo) dos autos do processo em tramitação, 
situação em que será necessário apresentar procuração (107, II e III). 
 
 
 
 
 Litisconsórcio 
O litisconsórcio ocorre quando duas ou mais pessoas são partes em um mesmo processo: 
 
No caso de haver mais de um autor, o litisconsórcio será chamado de ativo, havendo mais 
de um réu, litisconsórcio passivo, e se houver pluralidade de autores e réus, será chamado de 
misto. 
O litisconsórcio também pode ser obrigatório ou facultativo. 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
* Para todos verem: esquema 
 
 
 Ainda, o litisconsórcio poderá ser simples, quando a sentença não tiver que ser igual para 
todos os litisconsortes, ou unitário, quando necessariamente precisar ser igual para todos. 
 
2.4. Atos processuais do juiz, suspeição e impedimento 
O pronunciamento do juiz poderá ser feito através de sentenças, decisões interlocutórias 
e despachos. 
De acordo com art. 203, §1º, sentença é o meio pelo qual o juiz extingue a ação e a 
execução, com ou sem resolução do mérito (artigos 487 e 485). 
Decisão interlocutória é toda decisão judicial que não se enquadra no conceito de 
sentença (§ 2º). 
E despacho são os demais procedimentos do juiz realizados no processo, de ofício ou a 
requerimento da parte (§ 3º). 
 
 
 
 Suspeição e Impedimento 
 
O magistrado, como órgão do Poder Judiciário, deve atuar com imparcialidade. 
No entanto, existem circunstâncias que acarretam a sua parcialidade, as quais são definidas 
como suspeição e impedimento. 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
As causas que fundamentam o impedimento estão inseridas no art. 144 e as de suspeição no 
art. 145. 
 
 
 
 
 
 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 
 
 
 
 
 
 
Os mesmos motivos de impedimento e suspeição vão ser aplicados ao Ministério Público, 
auxiliares da justiça e demais sujeitos imparciais do processo (quando a testemunha, 
impedimento e suspeição serão alegados através da contradita). 
 
 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
Verificada a parcialidade do juiz, através dessas duas hipóteses, não será declara 
extinção do processo – deverá o magistrado ser afastado do processo e os autos encaminhados 
ao seu substituto legal (sendo que os atos decisórios praticados até a substituição devem ser 
invalidados). 
 No prazo de 15 dias, a contar do conhecimento do fato, a parte deverá alegar o 
impedimento ou suspeição, em petição específica, dirigida ao juiz do processo, na qual deverá 
ser indicada o fundamento da recusa, podendo instrui-la com documentos em que se fundar a 
alegação e com rol de testemunhas (art. 146, CPC). 
Se reconhecer o impedimento ou a suspeição, o juiz ordenará imediatamente remessa 
dos autos a seu substituto legal, caso contrário (não reconhecendo sua parcialidade), 
determinará a autuação em apartado e no prazo de 15 dias deverá apresentar suas razões, 
acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando remessa ao 
tribunal para que julgue o incidente (§1º, art. 146, CPC). 
O juiz poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar 
suas razões (§1º, art. 145, CPC), protegendo a sua intimidade. 
 
 
2.5. Intervenção do Ministério Público no Processo Civil 
A atuação do MP pode acontecer como parte ou como fiscal da ordem jurídica. 
Sua atuação como fiscal da ordem jurídica será emitindo parecer/opinião – e esta atuação 
se restringe aos casos definidos no art. 178. Nesses casos definidos no art. 178, a intimação do 
MP será obrigatória (179, I), sendo que a falta de intimação acarretará a nulidade do processo 
(art. 279) 
 Nulidade dos atos processuais 
Um ato processual será considerado nulo quando não observar todos os requisitos de 
validade e acarretar algum prejuízo. 
Se o juiz identificar uma nulidade durante o processo, ordenará que seja corrigida, 
avaliando, inclusive, se os atos posteriores que dele dependam também devem ser reparados 
(artigo 282 do CPC). 
A nulidade de um ato só poderá anular os atos posteriores que dele dependam, não 
prejudicando os atos posteriores independentes, conforme disciplina o artigo 281 do CPC. 
De acordo com o artigo 277 do CPC, o ato será considerado válido pelo juiz, desde que tenha 
alcançado a finalidade para o qual foi previsto, mesmo que tenha sido realizado de forma contrária a lei. 
Isso porque se adota o princípio da instrumentalidade das formas, que diz que a forma é necessária 
apenas para que o ato alcance o seu objetivo, sendo que se atingir o objetivo por outro meio não existirá 
o vício (exemplo: o réu é citado de forma incorreta, mas comparece à audiência e se defende - o ato que 
inicialmente era nulo se tornará válido). 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 
 
 
 
2.6. Intervenção de terceiros 
A intervenção de terceiros pode se dar através das seguintes formas: 
 
* Para todos verem: esquema 
 
 Somente acontece nos casos do art. 125, do CPC. 
 
 
 
▪ Chamamento ao processo: 
Ocorre quando o réu chama a integrar o polo passivo da demanda (apenas em 
processos de conhecimento) os demais devedores da mesma dívida, configurando 
o litisconsórcio passivo. 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
▪ Incidente de desconsideração da personalidade jurídica: 
O incidente de desconsideração da personalidade jurídica vem regulado nos art. 
133 a 137 do Código de Processo Civil. 
Sua finalidade é a responsabilização das pessoas físicas, sócias de empresas, 
pelos atos da pessoa jurídica. 
Os requisitos para as relações civis são: Abuso de poder, confusão patrimonial ou 
desvio de finalidade, conforme art. 50 do Código Civil, bem como aqueles inseridos 
no Código de Defesa ao Consumidor (art. 28). 
▪ Amicus Curie: 
O Amicus Curie está previsto no art. 138 do Código de Processo Civil e sua 
finalidade é auxiliar na formação de convencimento do juiz. 
Para que seja admitido o Amicus Curie, deverá ser observada a relevância da 
matéria, a especificidade do tema objeto da demanda e a repercussão social da 
controvérsia. 
 
 
 
Questões De Exames Anteriores 
 
1) (FGV | 2019 | XXX Exame) Um advogado, com estudos apurados em torno das regras do 
CPC, resolve entrar em contato com o patrono da parte adversa de um processo em que atua. 
Sua intenção é tentar um saneamento compartilhado do processo. 
Diante disso, acerca das situações que autorizam a prática de negócios jurídicos processuais, 
assinale a afirmativa correta. 
a) As partes poderão apresentar ao juiz a delimitação consensual das questões de fato e de 
direito da demanda litigiosa. 
b) Aspartes não poderão, na fase de saneamento, definir a inversão consensual do ônus 
probatório, uma vez que a regra sobre produção de provas é matéria de ordem pública. 
c) As partes poderão abrir mão do princípio do contraditório consensualmente de forma integral, 
em prol do princípio da duração razoável do processo. 
https://soundcloud.com/user-204974449/oab-anual-processo-799191810/s-CKEVJRIMxU1?in=user-204974449/sets/oab-anual-processo-civil-prof-leonardo-fetter/s-JAeB727tjj7
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
d) As partes poderão afastar a audiência de instrução e julgamento, mesmo se houver provas 
orais a serem produzidas no feito e que 
sejam essenciais à solução da controvérsia. 
 
 
 
2) (FGV | 2016 | XX Exame) Em uma ação que 
tramita em determinada vara cível, a parte ré 
alegou falsidade de diversos documentos 
apresentados pelo autor, que, por sua vez, 
afirmava serem autênticos. Não sendo 
possível verificar a autenticidade dos 
documentos pela simples análise superficial, o 
magistrado determinou que se procedesse à 
perícia dos documentos por profissional 
qualificado.Com base no CPC/15, assinale a 
afirmativa correta. 
a) O custo pelos serviços prestados pelo perito 
deverão ser rateados por ambas as partes. 
b) O custo da perícia será adiantado pelo réu, uma vez afirmada por ele a falsidade do 
documento. 
c) O custo do serviço é da Fazenda Pública, porque a perícia foi determinada de ofício pelo 
magistrado e não por qualquer das partes. 
d) O pagamento do perito será custeado pelo fundo de custeio da Defensoria Pública, caso uma 
das partes seja assistida pela Defensoria Pública e beneficiária da Justiça Gratuita. 
 
3) (FGV | 2016 | XX Exame) A médica Carolina é devedora de R$ 100.000,00 (cem mil reais), 
débito esse originado de contrato particular de mútuo, vencido e não pago, no qual figura como 
credora a advogada Zélia. Diante do inadimplemento, Zélia ajuizou ação de cobrança que, após 
instrução probatória, culminou em sentença com resolução de mérito procedente. O juiz não se 
pronunciou quanto ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência à advogada 
porque esta atuou em causa própria. A omissa sentença proferida transitou em julgado 
recentemente. Sobre o caso apresentado, segundo o CPC/15, assinale a afirmativa correta. 
a) O juiz agiu com acerto ao deixar de condenar Carolina ao pagamento de honorários. 
b) Os honorários advocatícios de sucumbência constituem direito do advogado sem natureza 
alimentar. 
c) A advogada Zélia não poderá requerer que o pagamento dos honorários seja efetuado em 
favor da sociedade de advogados no qual figura como sócia. 
d) O recente trânsito em julgado da omissa sentença não obsta o ajuizamento de ação autônoma 
para definição e cobrança dos honorários de sucumbência. 
https://www.youtube.com/watch?v=UD21LBL30Es
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 
4) (FGV | 2019 | XXVIII Exame) As irmãs Odete e Nara celebraram contrato bancário, com 
cláusula de solidariedade, com uma pequena instituição financeira, com o objetivo de constituir 
uma empresa na cidade de Campos. Depois de sete anos, a instituição financeira, sem receber 
o valor que lhe era devido, propôs ação judicial em face das duas irmãs. Ocorre que a empresa 
familiar teve suas atividades encerradas por má gestão e as irmãs, há alguns anos, não mais se 
falam e, por isso, contrataram advogados(as) de escritórios de advocacia distintos para realizar 
a defesa judicial. 
Sobre a hipótese apresentada, assinale a 
afirmativa correta. 
a) Caso o(a) advogado(a) de Nara perca o 
prazo do recurso de apelação, a alegação 
de prescrição no apelo interposto pelo 
advogado(a) de Odete, se acolhida, 
beneficiará Nara. 
b) O litisconsórcio formado pelas irmãs pode 
ser classificado como litisconsórcio 
passivo, necessário e unitário. 
c) Caberá à parte interessada alegar a 
prescrição, sendo vedado ao magistrado 
reconhecer a prescrição de ofício. 
d) Os prazos para as manifestações dos 
litisconsortes com advogados(as) de 
diferentes escritórios de advocacia serão 
contados em dobro, ainda quando os autos 
do processo forem eletrônicos. 
 
5) (FGV | 2016 | XX Exame) Durante uma ação de guarda a tramitar em uma vara de família, a 
ré, mãe da criança, descobriu que o advogado do pai (autor) é filho adotivo do irmão do promotor 
de justiça que atua no caso. Extremamente preocupada, informou o fato ao seu advogado. Com 
base no CPC/15, como advogado da mãe, assinale a afirmativa correta. 
a) Por causa do impedimento para que o promotor de justiça exerça suas funções, o fato deverá 
ser informado ao juiz da causa em petição específica. 
b) O advogado da mãe deverá arguir, por meio de exceção, o impedimento do promotor de 
justiça. 
c) As causas de impedimento direcionadas ao magistrado, como é o caso, não se estendem aos 
membros do Ministério Público. 
d) Não se trata de causa de impedimento porque o advogado do pai é parente colateral de 
terceiro grau do promotor de justiça. 
 
6) (FGV | 2016 | XX Exame) Rafael e Paulo, maiores e capazes, devidamente representados por 
seus advogados, celebraram um contrato, no qual, dentre outras obrigações, havia a previsão 
https://www.youtube.com/watch?v=7WZClWNhQ88
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
de que, em eventual ação judicial, os prazos processuais relativamente aos atos a serem 
praticados por ambos seriam, em todas as hipóteses, dobrados. Por conta de desavenças 
surgidas um ano após a celebração da avença, Rafael ajuizou uma demanda com o objetivo de 
rescindir o contrato e, ainda, receber indenização por dano material. Regularmente distribuída 
para o juízo da 10ª Vara Cível da comarca de Porto Alegre/RS, o magistrado houve por 
reconhecer, de ofício, a nulidade da cláusula que previa a dobra do prazo. 
Sobre os fatos, assinale a afirmativa correta. 
a) O magistrado agiu corretamente, uma vez que as regras processuais não podem ser alteradas 
pela vontade das partes. 
b) Se o magistrado tivesse ouvido as partes antes de reconhecer a nulidade, sua decisão estaria 
correta, uma vez que, embora a cláusula fosse realmente nula, o princípio do contraditório 
deveria ter sido observado. 
c) O magistrado agiu incorretamente, uma vez que, tratando-se de objeto disponível, realizado 
por partes capazes, eventual negócio processual, que ajuste o procedimento às 
especificidades da causa, deve ser respeitado. 
d) O juiz não poderia ter reconhecido a nulidade do negócio processual, ainda que se tratasse 
de contrato de adesão realizado por partes em situações manifestamente desproporcionais, 
uma vez que deve ser respeitada a autonomia da vontade. 
 
7) (FGV | 2016 | XX Exame) Alessandra é fiadora no contrato de locação do apartamento de 
Mariana. Diante do inadimplemento de vários meses de aluguel, Marcos (locador) decide ajuizar 
ação de cobrança em face da fiadora. Alessandra, em sua defesa, alegou que Mariana também 
deveria ser chamada ao processo. Com base no CPC/15, assinale a afirmativa correta. 
a) O fiador se compromete com a dívida do afiançado, de modo que não pode exigir a sua 
participação na ação de cobrança promovida. 
b) Sendo certo que Alessandra não participou da relação jurídica existente entre Mariana e 
Marcos, permite-se o chamamento ao processo do locatário a qualquer tempo. 
c) Incorreta a atitude de Alessandra, pois o instituto apto a informar ao juízo o real devedor da 
relação é a nomeação à autoria. 
d) Alessandra deve viabilizar a citação de Mariana no prazo de 30 dias, sob pena de o 
chamamento ao processo ficar sem efeito. 
 
8) (FGV | 2019 | XXX Exame) Daniel, sensibilizado com a necessidade de Joana em alugar um 
apartamento, disponibiliza-se a ser seu fiador no contrato de locação, fazendo constar nele 
cláusula de benefício de ordem. Um ano e meio após a assinatura do contrato, Daniel é citado 
em ação judicial visando à cobrança de aluguéis atrasados. Ciente de que Joanapossui bens 
suficientes para fazer frente à dívida contraída, Daniel consulta você, como advogado(a), sobre 
a possibilidade de Joana também figurar no polo passivo da ação. 
Diante do caso narrado, assinale a opção que apresenta a modalidade de intervenção de 
terceiros a ser arguida por Daniel em sua contestação. 
a) Assistência. 
b) Denunciação da lide. 
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Processo Civil 
c) Chamamento ao processo. 
d) Nomeação à autoria. 
 
9) (FGV | 2019 | XXVIII Exame) Amauri ingressou com ação ordinária em face de Mercadinho 
dos Suínos Ltda., em decorrência do consumo de alimento inapropriado vendido pelo réu. O 
pedido foi julgado procedente em decisão transitada em julgado, condenando a pessoa jurídica 
ré a indenizar o autor em R$ 10.000,00 (dez mil reais). Na fase de cumprimento de sentença, 
não foram encontrados bens penhoráveis pertencentes à sociedade, razão pela qual o juízo 
competente decretou, de ofício, a desconsideração da personalidade jurídica, penhorando um 
automóvel pertencente a Flávio, sócio majoritário da sociedade ré. Diante de tal cenário, assinale 
a afirmativa correta. 
a) A decisão está correta, pois o CPC admite a desconsideração da personalidade jurídica, 
independentemente de requerimento da parte interessada. 
b) A decisão está incorreta, diante da necessidade de requerimento da parte para que haja a 
desconsideração da personalidade jurídica, a qual possui natureza jurídica de processo 
autônomo. 
c) A decisão está incorreta, pois a desconsideração da personalidade jurídica exige, 
cumulativamente, o requerimento da parte interessada e a instauração do incidente, nos 
termos do CPC. 
d) Não é admissível a desconsideração da personalidade jurídica à luz do CPC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=EDGN9kerlpI&feature=youtu.be
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Gabarito Das Questões 
01 02 03 04 05 06 07 08 09 
A A D A A C D C C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Processo Civil 
3. Atos Processuais 
Prof. Leonardo Fetter 
@prof.fetter 
3.1. Considerações iniciais 
O processo consiste em uma sucessão de atos. 
Atos processuais são os atos humanos realizados no processo, os quais devem ser 
praticados em conformidade com o que determina a lei. Podem ser orais ou por escrito, todavia, 
sempre que forem orais, serão reduzidos a termo pelo escrivão, para sua documentação nos 
autos. 
Independentemente de sua forma, em regra, os atos processuais serão públicos, salvo 
aqueles cuja ação tramitar em segredo de justiça: 
 
É possível a prática de atos processuais também por meio eletrônico. 
 
3.2. Tempo dos atos processuais 
Os atos processuais serão praticados em dias úteis, das 06 às 20 horas, conforme o artigo 
212 do CPC. 
Para efeito processual, além dos declarados em lei, também se consideram como 
feriados, os sábados, os domingos e os dias em que não haja expediente nos órgãos 
jurisdicionais (artigo 216 do CPC). 
Ou seja, são dias úteis aqueles que não forem considerados feriado. 
 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
3.3. Prazos dos atos processuais 
Os prazos, no direito processual civil, serão contados apenas em dias úteis (art. 219). 
Para contagem dos prazos, como regra, será identificado o dia do começo (art. 231), 
excluindo-se tal dia conforme o art. 224 (exclui-se o dia do começo e inclui-se o do final). 
 
 
 
 
São causas que geram a modificação do prazo – contagem em dobro – aquelas previstas 
no art. 180 (MP), art. 186 (Fazenda Pública), art. 186 (Defensoria Pública) e art. 186, parágrafo 
terceiro (escritórios de prática jurídica das faculdades de direito). 
Também incidirá o prazo em dobro no caso do art.229 (litisconsórcio com diferentes 
procuradores de escritórios distintos) – IMPORTANTE: segundo o parágrafo segundo do 229, tal 
dispositivo não se aplica aos processos em autos eletrônicos. 
3.4. Partes 
Para as partes, a consequência da não observância dos prazos processuais é a 
preclusão temporal, ou seja, a perda do direito de manifestação: 
▪ 
▪ 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 
Trata-se de um mecanismo que gera a perda da faculdade processual, ou seja, a parte 
não poderá mais praticar determinado ato processual, podendo ser gerada por não ter sido 
exercida no tempo devido (preclusão temporal) 
 
* Para todos verem: esquema 
 
O magistrado também deverá obedecer a prazos processuais, na forma do art. 226 do 
CPC: 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 
 
 Possibilidade de alteração no procedimento 
Conforme previsão do art. 190, as partes podem estipular, de comum acordo, mudanças 
no procedimento: 
 
E, nesse sentido, poderão inclusive criar um calendário processual próprio (art. 191, 
CPC). 
 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de 
audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário (§2º, art. 191, CPC). 
 
3.5. Comunicação dos atos processuais 
 Citação 
Formas de citação: 
A partir da alteração do CPC ocorrida em 2021, a citação eletrônica se tornou a regra 
(preferencial) – art. 246 (assim como a intimação – art. 270): 
Art. 246. A citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de até 2 
(dois) dias úteis, contado da decisão que a determinar, por meio dos endereços 
eletrônicos indicados pelo citando no banco de dados do Poder Judiciário, conforme 
regulamento do Conselho Nacional de Justiça. (Redação dada pela Lei nº 14.195, de 
2021) 
 Art. 270. As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio eletrônico, na 
forma da lei. 
 
 Diante dessa regra, a contagem do prazo (quando a comunicação do ato for eletrônica) 
também foi alterada, sendo incluído um inciso (IX) ao art. 231: 
IX - o quinto dia útil seguinte à confirmação, na forma prevista na mensagem de citação, 
do recebimento da citação realizada por meio eletrônico. (Incluído pela Lei nº 14.195, 
de 2021) 
 
 Importante destacar a referência de que as citações e intimações serão sempre 
acompanhadas das orientações para confirmação, conforme art. 246, parágrafo quarto. 
DICA OLHO DE TIGRE – Foi incluído como dever da parte informar e manter atualizados os 
dados cadastrais (Art. 77): 
VII - informar e manter atualizados seus dados cadastrais perante os órgãos do Poder 
Judiciário e, no caso do § 6º do art. 246 deste Código, da Administração Tributária, para 
recebimento de citações e intimações. (Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021) 
 
IMPORTANTE – A citação deverá ser efetivada em até 45 dias após a propositura da ação (art. 
238, PU). 
 Nessa mesma linha, fixou o art. 246 que a citação deve acontecer até dois dias úteis da 
decisão que a determinar. 
 E, não menos importante, a ausência de confirmação (em até três dias) gera a 
necessidade de que a citação ocorra de forma não eletrônica – art. 246, parágrafo primeiro. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
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CUIDADO – A falta de confirmação deve ser justificada, sob pena de configurar ato atentatório 
a dignidade da justiça (parágrafo do art. 246): 
§ 1º-B Na primeira oportunidade de falar nos autos, o réu citado nas formas previstas 
nos incisos I, II, III e IV do § 1º-A deste artigo deverá apresentar justa causa para a 
ausência de confirmação do recebimento da citação enviada 
eletronicamente. (Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021) 
§ 1º-C Considera-se ato atentatórioà dignidade da justiça, passível de multa de até 5% 
(cinco por cento) do valor da causa, deixar de confirmar no prazo legal, sem justa 
causa, o recebimento da citação recebida por meio eletrônico. (Incluído pela Lei nº 
14.195, de 2021) 
 A microempresa e a empresa de pequeno porte somente serão citadas pelo método 
antigo se não tiverem o endereço eletrônico cadastrado, conforme previsão do parágrafo quinto 
do art. 246. 
 Vale recordar que as empresas públicas e privadas têm obrigação de manter cadastro – 
art. 246, parágrafo primeiro. 
 Situações onde não será feita a citação de forma eletrônica – art. 247: 
Art. 247. A citação será feita por meio eletrônico ou pelo correio para qualquer comarca 
do País, exceto: (Redação dada pela Lei nº 14.195, de 2021) 
I - nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3º ; 
II - quando o citando for incapaz; 
III - quando o citando for pessoa de direito público; 
IV - quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de 
correspondência; 
V - quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma. 
 Intimação 
Forma de dar ciência às partes sobre atos e termos do processo – art. 269 
Intimação direta – feita pelo advogado de uma das partes para o advogado da parte 
adversa, na forma do 269, parágrafo primeiro e segundo. 
 Cartas 
Segundo o art. 67, são formas de cooperação entre órgãos jurisdicionais. 
O art. 69, parágrafo segundo, elenca alguns atos processuais que poderão ser produzidos 
via Cartas. 
Os tipos de cartas existentes estão definidos no art. 237: ordem, rogatória, precatória e 
arbitral. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art695%C2%A73
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 
 
Nesses casos compete ao STJ autorizar o cumprimento da carta rogatória passiva, 
chamado exequatur (art. 105, I, “i” da CF), mas cuidado, o STJ apenas vai autorizar a execução 
da carta rogatória, pois quem vai de fato executar, escutar a testemunha ou parte, será o juiz 
federal (art. 109, X da CF). 
3.6. Tutelas provisórias 
 
As tutelas provisórias são divididas em Evidência e Urgência. 
A tutela provisória de evidência somente poderá ser pedida (e concedida/deferida) nos 
casos do art. 311 – e sua análise será incidental. 
Por outro lado, a tutela de urgência exige, para sua concessão, a presença dos requisitos 
do art. 300 (podendo ser requerida e analisada de forma incidente ou antecedente). 
A Tutela de Urgência ainda se subdivide em Antecipada (garantir direitos materiais) e 
Cautelar (garantir direitos processuais). 
Especificamente as tutelas de urgência poderão ser requeridas de forma antecedente – a 
antecipada antecedente está regulada nos arts. 303 e 304, enquanto a cautelar antecedente tem 
sua regulação no art. 305 e seguintes. 
 
 
 
 
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Questões De Exames Anteriores 
 
1) (FGV | 2019 | XXIX Exame) Pedro, na qualidade de advogado, é procurado por Alfredo, para 
que seja proposta uma demanda em face de João, já que ambos não conseguiram se compor 
amigavelmente. A fim de embasar suas alegações de fato, Alfredo entrega a Pedro contundentes 
documentos, que efetivamente são juntados à petição inicial, pela qual, além da procedência dos 
pedidos, Pedro requer a concessão de liminar em favor de seu cliente. 
Malgrado a existência de tese firmada em julgamento de recurso repetitivo favorável a Alfredo, o 
juiz indefere a liminar, sob o fundamento de que não existe urgência capaz de justificar o 
requerimento. 
Posto isso, a decisão está 
a) correta, pois, ainda que o autor tenha razão, 
o devido processo legal impõe que seu 
direito seja reconhecido apenas na 
sentença, exceto na hipótese de urgência, 
o que não é o caso. 
b) incorreta, pois, se as alegações de fato 
puderem ser comprovadas apenas 
documentalmente e houver tese firmada em 
julgamento de casos repetitivos, como no 
caso, a liminar pode ser deferida. 
c) correta, pois a liminar só poderia ser 
deferida se, em vez de tese firmada em 
sede de recurso repetitivo, houvesse 
súmula vinculante favorável ao pleito do 
autor. 
d) incorreta, pois a tutela de evidência sempre 
pode ser concedida liminarmente. 
 
 
https://soundcloud.com/user-204974449/oab-anual-processo-civil-9/s-2tRAPiZQ0p6?in=user-204974449/sets/oab-anual-processo-civil-prof-leonardo-fetter/s-JAeB727tjj7
https://www.youtube.com/watch?v=Tv-dJTFz7dk&feature=youtu.be
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Gabarito Das Questões 
01 
B 
 
 
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4. Ação de Conhecimento – Procedimento Comum 
Prof. Leonardo Fetter 
@prof.fetter 
 
4.1. Petição Inicial 
O juiz não age por ofício nos processos, isto é, faz-se necessário a iniciativa da parte - a 
petição inicial é a peça exordial para a inauguração do processo civil, independente do rito. 
Tal peça – petição inicial - deve obedecer aos requisitos dos artigos 319 e 320 do CPC. 
Importante ressaltar, a respeito: 
A petição inicial deverá indicar se o autor deseja ou não de que lhe seja designada 
audiência de conciliação ou mediação (art. 334), bem como, deverá juntar a procuração 
contendo nome do advogado, OAB, endereço completo (art. 105, §2º). 
A não juntada será admitida somente, para evitar preclusão, decadência ou 
prescrição, ou para praticar ato considerado urgente (art. 287, I c/c art. 104). 
 
 
 
 
 
 
 Emenda da petição inicial 
Se a petição inicial estiver irregular, por faltar algum dos requisitos dos arts. 319/320, ou 
apresentar defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, o juiz 
determinará que o autor emende ou a complete, no prazo de 15 dias (informando, com precisão, 
o que deve ser corrigido ou completado - artigo 321, do CPC). 
Não cumprida tal diligência, a petição inicial será indeferida (art. 321, parágrafo único, do 
CPC) – restando a ação extinta sem resolução do mérito, na forma do art. 485, I. 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
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 Indeferimento da petição inicial 
As hipóteses de indeferimento são aquelas previstas no art. 330, CPC. Identificada pelo 
magistrado alguma das situações do art. 330, deverá intimar o autor para emendar/completar a 
inicial (art. 321, combinado com o art. 317). 
A decisão que indefere a inicial, por gerar a extinção sem resolução do mérito, é uma 
sentença (recorrível via apelação). 
No caso de apelação, segundo o artigo 331, do CPC, o juiz poderá retratar-se de sua decisão 
de indeferimento, no prazo de 05 dias, se não se retratar, o réu será citado para responder ao 
recurso. 
 Improcedência da liminar do pedido 
Quando o juiz verificar que a inicial preenche os requisitos, determinará a citação do réu para 
que possa ser integrado ao processo, mas se verificar uma das hipóteses do artigo 332, do CPC, 
estará autorizado a proferir decisão liminar de total improcedência, sentença com resolução do 
mérito (art. 487, I). 
Para que não viole o princípio da ampla defesa e do contraditório, o juiz deverá ouvir o autor. 
No entanto, não é necessária a oitiva do réu pois as causas de improcedência liminar não 
prejudicam o réu, apenas ao autor, ademais, essa decisão liminar ocorre antes da citação do 
réu. 
 
 
 
Assim como no indeferimento, a improcedência liminar gera a extinção (mas com mérito) 
– dessa forma, tal decisão será classificada como sentença (art. 316), restando a apelação como 
recurso adequado (art. 1009). 
Vale recordar, ainda, que interposta a apelação o juiz poderá retratar-se no prazo de cinco 
dias, se houve a retrataçãoo juiz irá determinar o prosseguimento do processo, com a citação 
do réu, contudo se não houver retratação, determinará que o réu apresente contrarrazões, no 
prazo de 15 dias. 
 
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4.2. Audiência de Mediação ou Conciliação – art. 334, CPC. 
De acordo com o artigo 334 do CPC, o juiz ao receber a petição e não for caso de 
improcedência liminar ou indeferimento, deverá designar a audiência de conciliação ou mediação 
com antecedência mínima de 30 dias, sendo que o réu terá que ser citado, pelo menos 20 dias 
antes da audiência, 
Lembrando que, para não ocorrer a audiência ambas as partes deverão demonstrar 
desinteresse (o autor deve afirmar na petição inicial e o réu até 10 dias antes da audiência, por 
simples petição) – art. 334, parágrafo quarto, I. 
A audiência também não será realizada se o juiz, ao receber a inicial, entender que não 
é o caso de autocomposição – situação em que mandará citar o réu para contestar. 
Ocorrendo a audiência, o comparecimento das partes é obrigatório, sob pena de ato 
atentatório contra à dignidade da justiça e sob pena de multa de 2% da vantagem econômica 
pretendia ou do valor da causa (art. 334, §8º). 
As partes devem comparecer e estarem acompanhadas de seus respectivos advogados ou 
defensores públicos (art. 334, parágrafo 9º) 
Contudo, se a parte não puder comparecer, poderá ser representada por seu advogado, 
desde que tenha procuração com poderes específicos (art. 334, §10). 
 
 
 
 
 
https://soundcloud.com/user-204974449/oab-anual-processo-civil-8/s-zKi9l4MHHFK?in=user-204974449/sets/oab-anual-processo-civil-prof-leonardo-fetter/s-JAeB727tjj7
https://soundcloud.com/user-204974449/oab-anual-processo-civil-7/s-Fxb62iNnkE7?in=user-204974449/sets/oab-anual-processo-civil-prof-leonardo-fetter/s-JAeB727tjj7
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
4.3. Contestação 
Forma processual do réu/demandado apresentar sua defesa. Deverá ser protocolada no 
prazo de 15 dias, obedecido o art. 335: 
 
Em resumo, o prazo para contestação será contado: 
▪ Da audiência (se ocorrer audiência); 
▪ Da citação, se o réu for citado para contestar; 
▪ Da juntada do último comprovante citatório se vários forem os réus e todos forem 
citados para contestar; 
▪ Do protocolo do pedido de cancelamento da audiência do art. 334, caso ela não ocorra 
por vontade das partes (sendo que, neste caso, ocorrendo litisconsórcio no polo 
passivo, o prazo será independente para casa réu, a partir do respectivo protocolo). 
 Princípio da Eventualidade ou da Concentração de Defesa 
Ao contrário do que ocorrer na petição inicial, a Contestação não possuí requisitos a serem 
preenchidos obrigatoriamente. 
Cabe ao réu alegar na contestação toda matéria de defesa, de forma específica, expondo 
as razões de fato e de direito para impugnar o pedido do autor (art. 336, do CPC). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art334§4i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art334§4i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art231
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art334§6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art334§4ii
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Processo Civil 
 Ônus da impugnação especificada 
O Réu não pode apresentar, como regra, contestação genérica, devendo enfrentar de forma 
específica tudo aquilo que foi alegado pelo autor, na petição inicial. 
E, aqui, fato não contestado será considerado presumidamente verdadeiro. 
Excepcionalmente, conforme previsão do art. 341, parágrafo único, será autorizada e 
permitida a contestação genérica. 
 O réu pode então, na contestação, apresentar sua defesa processual (as denominadas 
Preliminares, previstas no art. 337) e de mérito (rebatendo de forma específica os fatos – art. 341 
– e os pedidos, art. 336). 
Quanto as preliminares, vale recordar algumas situações específicas: 
* Para todos verem: esquema 
 
• A não impugnação pelo réu, gera a preclusão, isto é, de acordo 
com o artigo 293, do CPC, não haverá outro momento para 
impugnar o valor da causa.
Incorreção do valor da causa
• Neste caso será permitido ao autor, segundo o art. 338, concordar 
com a alegação de ilegitimidade do réu, aceitando a sua exclusão 
e redirecionando a ação contra o demandado correto.
Ausência de legitimidade ou de interesse processual, artigo 
337, inciso XI, do CPC 
• Se a gratuidade da justiça for concedida após a petição inicial, o 
pedido de revogação será formulado por petição simples, no 
prazo de quinze dias (art. 100, caput, CPC). 
Indevida concessão do benefício da gratuidade de justiça, 
artigo 337, inciso XIII, do CPC 
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato 
constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: 
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão; 
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do 
ato; 
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. 
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, 
ao advogado dativo e ao curador especial (BRASIL, 2015). 
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Processo Civil 
4.4. Reconvenção 
Além da contestação, o réu poderá se valer da reconvenção para contra-atacar o autor, 
isto é, através da reconvenção o réu poderá formular pretensões, assim como fez o autor na 
petição inicial. 
 Segundo a expressa previsão do art. 343, deverá a reconvenção ser apresentada na 
Contestação (entenda-se que não será em peça separada e no prazo da contestação) 
 A desistência da ação ou a ocorrência de alguma causa extintiva que impeça o exame do 
mérito da petição inicial, não prejudicará o prosseguimento do processo quanto à reconvenção 
(§2º, do artigo 343). 
 
 
 
 
4.5. Revelia 
A revelia é configurada pela inércia do réu, que deixa de apresentar defesa em relação 
aos fatos narrados na inicial – objetivamente, ocorrerá a revelia quando o réu não apresentar 
contestação. 
A revelia do réu acarreta na presunção de veracidade dos fatos narrados na petição inicial 
(art. 344, segunda parte do CPC) – os chamados efeitos da revelia; e a desnecessidade de sua 
intimação para os demais atos do processo caso não tenha constituído procurador nos autos, 
Importante recordar que os do art. 345 são hipóteses que afastam a aplicação dos efeitos 
da revelia (o réu permanece revel, mas contra ele não se aplicam os efeitos, ou seja, a presunção 
de veracidade dos fatos): 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art344
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4.6. Julgamento antecipado 
Se já foram cumpridas as providências preliminares, o juiz procederá ao julgamento 
conforme estado do processo, momento em que deverá analisar o destino da relação processual, 
assim, ocorrendo qualquer hipótese prevista nos artigos 485 e 487, inciso II e III, o juiz proferirá 
sentença, conforme artigo 354, do Código de Processo Civil. 
 
 Julgamento antecipado do mérito – total. 
Reconhecendo o magistrado a desnecessidade de produção de mais provas em audiência 
de instrução e julgamento (provas orais, periciais e inspeção judicial), estará autorizado a proferir 
sentença com resolução de mérito, segundo artigo 355, do Código de Processo Civil: 
 
 Essa decisão extinguirá o processo com resolução do mérito, na forma do 487, I do CPC 
– e será recorrível via apelação (pois é uma sentença – art. 1009 do CPC). 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art344
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art349
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 Julgamento antecipado parcial do mérito.O CPC também contempla a possibilidade de serem proferidas decisões parciais de 
mérito, ou seja e objetivamente: alguns pedidos serem terem o mérito julgado e o processo 
prosseguir quanto aos demais (produzindo, quanto a esses, a instrução): 
Da decisão de julgamento antecipado parcial do mérito cabe agravo de instrumento, como 
instrumento correto para impugnação, segundo o §5º, do artigo 356, do Código de Processo 
Civil. 
 
 
 
4.7. Decisão de organização e saneamento do processo. 
Passada a fase de providências preliminar e não sendo o caso de julgamento antecipado 
do mérito, o juiz proferirá decisão de organização e saneamento do processo, conforme art. 357 
do CPC: 
I – Resolvendo e julgando as questões processuais pendentes; 
II – Fixando os fatos controvertidos (os quais serão objeto de produção probatória); 
III – Estabelecendo o ônus (obrigação) de produzir a prova (respeitado o art. 373); 
IV – Definindo os meios de prova; 
V – Identificando as questões de direito relevantes (até em respeito ao art. 10); 
VI – Aprazando audiência de instrução e julgamento, caso necessário. 
Havendo necessidade de produção de prova testemunhal, o juiz fixará o prazo não 
superior a quinze dias para que as partes apresentem o rol de testemunhas (parágrafo quarto) - 
até dez, sendo no máximo três para cada fato, conforme art. 357, §6º, do CPC – podendo o juiz 
https://soundcloud.com/user-204974449/oab-anual-processo-civil-6/s-D7hF3pDkw4f?in=user-204974449/sets/oab-anual-processo-civil-prof-leonardo-fetter/s-JAeB727tjj7
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art355
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delimitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos 
individualmente considerados. 
 
 
 
 
 
4.8. Audiência de Instrução 
A audiência de instrução serve, basicamente, para produzir prova oral – art. 361 (podendo, 
ainda, neste ato, serem esclarecidas questões de perícia, produzir debates orais e decidir a 
causa) 
A audiência é pública, ressalvada algumas exceções legais (art. 368 e 189, CPC): 
Segundo os incisos do art. 361, acontecerá nesta audiência a ouvida do perito e assistentes 
técnicos (se existente a prova pericial), os depoimentos pessoais do autor e do réu (ouvida das 
partes) e a inquirição de testemunhas. 
A possibilidade de adiamento de tal audiência está prevista no artigo 362, nas hipóteses 
de: 
 
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Processo Civil 
 
 
Finda a instrução, o juiz passará a palavra para o advogado do autor, logo depois, ao 
advogado do réu, bem como, ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção. 
Cada um terá o prazo de vinte minutos, prazo que poderá ser prorrogado por mais dez minutos, 
se o juiz achar necessário (art. 364, CPC). 
 Quando a causa apresentar complexidade em fatos ou de direito, o debate oral poderá 
ser substituído por razões finais escritas (antigamente classificados como memoriais), que serão 
apresentados pelo autor e pelo réu, bem como, pelo Ministério Público se for o caso de 
intervenção, em prazos sucessivos de 15 dias para cada, sendo assegurada vista aos autos (§2º, 
364, CPC). 
 Encerrados os debates orais ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença em 
audiência, ou no prazo de 30 dias (art. 366, CPC). 
 
4.9. Teoria Geral da Prova 
 Conceito de prova 
A prova é um instrumento ou meio hábil para demonstrar a existência de um fato (o objeto 
da prova serão, então, os fatos controvertidos, aqueles que tem mais de uma versão nos autos). 
Os meios legais de prova legais e “moralmente legítimos” (art. 369). São inadmissíveis, 
no processo, as provas obtidas por meios ilícitos, segundo o inciso LVI, do artigo 5º da 
Constituição Federal. 
Não depende de prova, de acordo com o artigo 374, os fatos: 
▪ Notórios: de conhecimento geral, como datas históricas; 
▪ Afirmados por uma parte e confessados pela outra parte: quando a parte confirma as 
alegações da parte contrária; 
▪ Admitidos no processo como incontroversos; 
▪ Em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. 
 
Cabe ao juiz apreciar a prova constante nos autos, independentemente de quem a tiver 
promovido e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento (art. 371, CPC). 
A quem cabe o requerimento de produção de provas? 
As partes, em regra, têm o dever de requer a produção das provas e cabe ao poder 
judiciário deferir ou não. 
O juiz não pode substituir a vontade de uma das partes determinando a produção de 
alguma prova que a parte não produziu ou nem mesmo citou, exceto quando se tratar de direito 
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indisponível, ocasião em que poderá solicitar de ofício a produção de provas, tratando-se de uma 
exceção. 
 Ônus da prova 
Caberá o ônus da prova ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito, e ao réu, 
quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, essa é a regra 
geral (art. 373, CPC). 
O art. 373, parágrafo primeiro do CPC autoriza o julgador, mediante decisão 
fundamentada, a inverter o ônus da prova – é a chamada distribuição diversa do ônus da prova 
(ou distribuição dinâmica). 
Essa alteração ou inversão do ônus da prova também poderá ser feita, acertada entre as 
partes, conforme prevê os parágrafos terceiro e quarto do art. 373. 
 Prova emprestada 
Em nome do princípio da economia processual e da celeridade, o juiz poderá admitir a 
utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar 
adequado, observado o contraditório (art. 372). 
 Produção antecipada de provas 
A prova pode ser antecipada (art. 381, CPC): 
▪ Quando exista fundado receio de impossibilidade ou dificuldade de verificação de certos fatos; 
▪ Com o objetivo de alcançar provas que motivem as partes para autocomposição; 
▪ Identificar fatos que possam justificar ou evitar o ajuizamento de uma ação. 
 
 
 
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 Prova em espécie 
4.9.5.1. Ata Notarial 
A ata notarial é um documento lavrado pelo tabelião de notas exclusivamente, Ela tem a 
finalidade de atestar a existência ou o estado de coisas. 
 
4.9.5.2. Depoimento Pessoal 
Depoimento das partes – autor e réu. Cabe à parte adversa requerer o depoimento 
pessoal da outra parte (artigo 385, do CPC). 
 
Em caso de pessoa jurídica, o depoimento poderá ser prestado por seus representantes 
legais ou prepostos indicados pelo contrato social, desde que tenham poderes para isso e, 
obviamente, tenham conhecimento dos fatos. 
As partes serão ouvidas em separado, sendo vedado quem ainda não depôs, assistir ao 
interrogatório da outra parte (Art. 385, §2º, CPC). 
Somente não será obrigada a prestar depoimento pessoal nas hipóteses elencadas no 
artigo 388, do CPC (ou seja, nestes casos a negativa de prestar depoimento ou de responder as 
perguntas não acarretará a pena de confissão): 
 
4.9.5.3. Confissão 
Segundo o artigo 389 do Código de Processo Civil, há confissão quando a parte admite a 
verdade de um fato, contrário ao seu próprio interesse e favorável aos interesses do adversário. 
Eficácia da confissão por representante (art. 392, §2º, CPC e 213, parágrafo único, 
CC). É possível a confissão espontânea feita pelo representante legal, contudo, quem confessa 
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é o representado, o representante é quem apresentará a confissão espontânea ao magistrado, 
ou seja, ele é mero condutor da vontade declarada pelo real confitente. 
Para isso serão necessários poderes especiais (Art. 390, §1º, e 105, do CPC). A 
confissão, uma vez feita, é irrevogável, salvo se for provado que ela acontece em decorrência 
de erro de fato ou coação (art. 393, caput) – nesse caso poderá ser anulada. 
 
4.9.5.4. Exibição De Documento Ou Coisa 
O juiz pode ordenar que a parte exiba documento oucoisa que se encontre em seu poder, 
sempre que o exame desses bens seja útil ou necessário para a instrução processual, como 
demonstram os dispositivos a seguir do Código de Processo Civil: 
 
 Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre 
em seu poder. 
 Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá: 
I - a individuação, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa; 
I - a descrição, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa, ou das 
categorias de documentos ou de coisas buscados; (Redação dada pela Lei nº 14.195, 
de 2021) 
II - a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou 
com a coisa; 
II - a finalidade da prova, com indicação dos fatos que se relacionam com o documento 
ou com a coisa, ou com suas categorias; (Redação dada pela Lei nº 14.195, de 2021) 
III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a 
coisa existe e se acha em poder da parte contrária. 
III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a 
coisa existe, ainda que a referência seja a categoria de documentos ou de coisas, e se 
acha em poder da parte contrária. (Redação dada pela Lei nº 14.195, de 2021) 
 
Quando o juiz não admitirá a recusa da exibição por parte do demandado? 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 
Se o requerido não efetuar a exibição, nem fizer nenhuma declaração no prazo de cinco 
dias, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que a parte contrária pretendia demonstrar pelo 
documento ou coisa a ser exibida (art. 400, I, CPC). Ou, ainda, se a recusa de exibição for 
ilegítima (art. 400, II, CPC). 
 
4.9.5.5. Prova Documental: Conceito E Força Probante 
Documento podem ser públicos ou particulares: desenhos, fotografias, as gravações 
sonoras, filmes cinematográficos, etc. 
 
* Para todos verem: esquema 
 
 
 
Segundo o artigo 411, do CPC, os documentos particulares serão considerados autênticos 
quando: 
 
DOCUMENTOS 
PÚBLICOS
O documento público faz 
prova não só da sua 
formação, mas também dos 
fatos que o escrivão, o chefe 
de secretaria, o tabelião ou o 
servidor declararem que 
ocorreram em sua presença 
(Art. 405, CPC). 
DOCUMENTOS 
PARTICULARES
Documentos particulares 
são, por óbvio, aqueles que 
não ocorrem por 
interferência de órgão 
público em sua elaboração. 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 
O documento particular de cuja autenticidade não se dúvida prova que o seu autor fez a 
declaração que lhe é atribuída (art. 411, CPC). 
O valor do documento particular cessa quando (Art. 428, CPC): 
 
 
▪ Produção Da Prova Documental: 
Incumbe à parte instituir a petição inicial ou a contestação com os documentos destinados 
a provar suas alegações (art. 434, CPC), cabendo a parte diversa manifestar-se aos documentos 
anexados. 
Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá a 
outra parte, no prazo de quinze dias, podendo esse prazo ser dilatado, levando-se em 
consideração a complexidade da documentação (Art. 437, CPC). 
 
4.9.5.6. Prova Testemunhal: Conceito E Admissibilidade 
A prova testemunhal é um dos meios mais utilizados no processo civil, consiste na 
inquirição em audiência de pessoas que não sejam as próprias partes, que tenham presenciado 
ou possam contribuir sobre os fatos relevantes no julgamento. 
A prova testemunhal, em regra, será sempre admissível; somente será indeferida somente 
quando (Art. 442 e 443, CPC): 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 
▪ Direitos E Deveres Da Testemunha 
Qualquer pessoa poderá depor como testemunhas, exceto as incapazes, impedidas ou 
suspeitas (art. 447). 
A pessoa que depõem na condição de testemunha assumirá e prestará o compromisso de 
dizer a verdade. 
Quando necessário a oitiva de testemunhas impedidas, menores ou suspeitas (§4º, 447, 
CPC), os depoimentos destes serão prestados independentemente de compromisso de dizer a 
verdade (ou seja, como informantes) e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer (§5º, 447, 
CPC). 
▪ Produção Da Prova Testemunhal 
O momento adequado para requerer a prova testemunhal é a petição inicial (para o autor), 
na contestação (para o réu), ou, então, na fase de especificação da prova, durante as 
providencias preliminares (fase de saneamento). 
Será na decisão de saneamento que o juiz irá determinar quais provas serão deferidas, 
quais testemunhas serão ouvidas, sendo designada audiência de instrução para sua oitiva. 
 Cada parte poderá arrolar até 10 testemunhas, 3 para cada fato, podendo o juiz dispensar 
as que considerar impertinentes (art. 357, §6º, CPC). 
▪ Contradita 
Tem direito a parte de, caso a testemunha seja impedida, suspeita ou incapaz de contraditá-
la – ou seja, demonstrar que o depoente não pode prestar depoimento sob o juramento 
(compromisso de dizer a verdade). 
A contradita aceita pelo juiz não impede o depoimento, apenas retira do depoente a 
condição de testemunha, passando para informante (o qual depõem sem o compromisso de dizer 
a verdade. 
 
▪ Intimação Da Testemunha 
Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada, 
dispensando, assim, a intimação pelo juiz (art. 455, caput, CPC). 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
A intimação deve ser realizada por carta com aviso de recebimento (AR), devendo o 
advogado juntar aos autos, com antecedência de 3 dias da data da audiência, cópia do AR e do 
comprovante de recebimento pela testemunha (Art. 455, §1º, CPC). 
 Conforme §4º, do artigo 455: 
 
A testemunha que, intimada por AR ou pela via judicial, deixar de comparecer sem motivo 
justificado será conduzida e responderá pelas despesas do adiamento (§5º, Art. 455, CPC). 
 
4.9.5.7. Prova Pericial 
A prova pericial é o meio utilizado quando a apuração dos fatos exige estudos técnicos, 
conhecimento de profissionais especializados em determinadas áreas. Nestes casos são 
nomeados peritos, que realizam exame, vistoria ou avaliação. 
Quando a prova não for complexa, poderá o juiz de ofício ou a requerimento das partes 
substituir a perícia por prova técnica simplificada, que consiste na inquirição de especialista, 
O juiz, ao nomear o perito, fixará a data da entrega do laudo e caberá as partes, dentro 
de 15 dias contados da intimação do decisão que nomeou o perito, apresentar, se for o caso, 
impedimento ou suspeição, indicar assistente técnico e apresentar quesitos (que poderão ser 
indeferidos pelo juízo, caso sejam impertinentes). 
 
Ciente da nomeação o perito apresentará em 05 dias (Art. 465, §2º): 
I. proposta de honorários; 
1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
 - currículo, com comprovação de especialização; 
 - contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as 
intimações pessoais. 
Poderá o juiz determinar o pagamento da metade dos honorários do perito antes dos 
trabalhos começarem sendo o restante pago posteriormente a sua conclusão, depois de 
entregue o laudo e prestados os esclarecimentos necessários. 
As partes podem escolher o perito, a partir do CPC, indicando mediante requerimento, 
desde que estejam em comum acordo, sejam capazes e a causa possa ser resolvida por 
autocomposição. 
E mesmo indicando o perito, poderão indicar também assistente técnico. 
 
4.10. Suspensão Do Processo 
 Das causas de suspensão, elencadas no artigo 313 do CPC, algumas são aplicáveis a 
todos os tipos (I, II, III e VI), outras são específicas do processo de conhecimento (IV e V), já asdo processo de execução são tratadas no artigo 921: 
Art. 921. Suspende-se a execução: 
(...) 
III - quando o executado não possuir bens penhoráveis; 
III - quando não for localizado o executado ou bens penhoráveis; (Redação dada pela 
Lei nº 14.195, de 2021) 
§ 4º Decorrido o prazo de que trata o § 1º sem manifestação do exequente, começa a 
correr o prazo de prescrição intercorrente. 
§ 4º O termo inicial da prescrição no curso do processo será a ciência da primeira 
tentativa infrutífera de localização do devedor ou de bens penhoráveis, e será suspensa, 
por uma única vez, pelo prazo máximo previsto no § 1º deste artigo. (Redação dada 
pela Lei nº 14.195, de 2021) 
§ 4º-A A efetiva citação, intimação do devedor ou constrição de bens penhoráveis 
interrompe o prazo de prescrição, que não corre pelo tempo necessário à citação e à 
intimação do devedor, bem como para as formalidades da constrição patrimonial, se 
necessária, desde que o credor cumpra os prazos previstos na lei processual ou fixados 
pelo juiz. (Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021) 
§ 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de ofício, 
reconhecer a prescrição de que trata o § 4º e extinguir o processo. 
§ 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de ofício, 
reconhecer a prescrição no curso do processo e extingui-lo, sem ônus para as 
partes. (Redação dada pela Lei nº 14.195, de 2021) 
§ 6º A alegação de nulidade quanto ao procedimento previsto neste artigo somente será 
conhecida caso demonstrada a ocorrência de efetivo prejuízo, que será presumido 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
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Processo Civil 
apenas em caso de inexistência da intimação de que trata o § 4º deste 
artigo. (Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021) 
§ 7º Aplica-se o disposto neste artigo ao cumprimento de sentença de que trata o art. 
523 deste Código. (Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021) 
 
 
Em resumo, quanto a suspensão da execução: 
- A alegação de nulidade de estar acompanhada de prova do Prejuízo (parágrafo sexto); 
- O termo inicial da prescrição intercorrente será a ciência da primeira tentativa infrutífera de 
localização do bem; 
- A interrupção da prescrição prevista no §4º-A será: 
= Da citação do devedor; 
= Da intimação do devedor; 
= Da constrição de bens penhoráveis. 
- É permitida, no processo de Execução, o reconhecimento de ofício da prescrição (desde que 
respeitado o princípio da não surpresa) – 921, § 5º. 
- As regras de suspensão da Execução aplicam-se ao Cumprimento de Sentença. 
 
Art. 313. Suspende-se o processo: 
I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu 
representante legal ou de seu procurador; 
II - pela convenção das partes; 
III - pela arguição de impedimento ou de suspeição; 
IV- pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas; 
V - quando a sentença de mérito: 
a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência de 
relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente; 
b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de certa 
prova, requisitada a outro juízo; 
VI - por motivo de força maior; 
VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de 
competência do Tribunal Marítimo; 
VIII - nos demais casos que este Código regula. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14195.htm#art44
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1ª Fase | XXXV Exame da Ordem 
Processo Civil 
4.11. Sentença 
A sentença é ato do juiz que extingue o processo (art. 316) com ou sem resolução do 
mérito (art. 485 e 487, do CPC). 
 
* Para todos verem: esquema 
 
 
 
O magistrado, após a publicação da sentença, não poderá mais alterá-la (art. 494 e 505, 
do CPC). 
 
 
 
 
 
 
 
 Extinção do processo sem resolução de mérito – art. 485. 
A extinção regulada pelo art. 485 do CPC terá como fundamento as circunstâncias listadas nos 
incisos de tal dispositivo. 
SENTENÇA TERMINATIVA
que põe fim ao processo, 
sem resolver o mérito, 
conforme o artigo 485, do 
CPC, o direito a ação 
permanece, mesmo após 
proferida a sentença. 
SENTENÇA DE MÉRITO
são as sentenças que 
decidem o mérito da 
questão, todo ou em parte, 
decisão com resolução do 
mérito, segundo o artigo 
487, do CPC. 
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Processo Civil 
 
 
 Extinção do processo com resolução de mérito – art. 487. 
No artigo 487, inciso I, encontra-se a forma mais completa de extinção da causa com 
resolução do mérito, ocorre quando o juiz acolhe ou rejeita (no todo ou em parte) o pedido 
formulado na ação (inicial) ou na reconvenção. 
 O inciso II traz a resolução do mérito também quando o juiz reconhecer a prescrição ou a 
decadência (importante observar que o dispositivo autoriza ao juízo o reconhecimento da 
prescrição ou da decadência de ofício). 
 E, por fim, também haverá resolução do mérito quando o juiz homologar o reconhecimento 
do pedido (art. 487, III, a), transação (art. 487, III, b) e a renúncia à pretensão formulada na ação 
ou na reconvenção (Art. 487, III, c). 
 
▪ A Fundamentação Da Sentença 
▪ a extinção sem resolução do mérito não gera coisa julgada material (art. 502) e não 
impede que o autor entre novamente com a mesma ação (art. 486). 
▪ identificar os conceitos de Perempção (art. 486, §3º), Litispendência (art.337, parágrafo 
1º, 2º e 3º) eCoisa julgada (art. 337, parágrafo 1º e 4º, art. 502). 
▪ a desistência da ação, como causa de extinção sem resolução do mérito, pode ser 
apresentada até a sentença (art. 485, §5º) – antes do oferecimento da contestação sem 
necessidade de consentimento do réu; se o pedido ocorrer depois da contestação, será 
necessário o consentimento do réu (art. 485, §4º). 
▪ quando ocorre o falecimento do titular do direito intransmissível, o direito se extingue 
com a pessoa do titular, conforme o inciso IX (no entanto, quando o direito for 
transmissível aplica-se o art. 110, sem a extinção, mas sim com a sucessão da parte 
falecida pelos seus herdeiros ou sucessores). 
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 Muito importante observar que não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, 
seja ela interlocutória, sentença ou acórdão que (art. 489, §1º): 
 
A sentença possui limites que, se não respeitados, provocam sua nulidade, são as 
chamadas sentenças ultra petita, citra petita e extra petita. 
→ Sentença extra petita é aquela que o juiz julga pedido que não foi proposto pelo autor. 
→ Sentença ultra petita é aquela que o juiz condena o réu em quantidade superior à 
pedida 
→ A sentença infra ou citra petita é quando o juiz deixa de apreciar algum pedido da 
parte, quando houver cumulação de pedidos. 
 
4.12. Remessa necessária 
Também conhecida como duplo grau obrigatório. Não é recurso, é condição de eficácia 
da sentença. 
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Estarão sujeitos ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de 
confirmada pelo tribunal, a sentença (art. 496): 
 
 Nestes casos, se não for interposta apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa 
dos autos ao tribunal e se não fizer, deverá o presidente do respectivo tribunal avocá-los. 
 Esta regra da remessa necessária comporta duas exceções: 
Em primeiro, quanto ao valor

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