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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química Laboratório de Equilíbrio e Cinética RELATÓRIO IV : Equilíbrio líquido-vapor: Misturas azeotrópicas ANA LETÍCIA O. FONSECA LUIZ FELIPE CANTARINO SOFIA GUERSON Docente: ANTÔNIO CARLOS SANT’ANA JUIZ DE FORA 2022 1. Introdução Soluções ideais ou ligeiramente afastadas da idealidade, que seguem a curva de pressão de vapor mostrada na figura 1, podem ser fracionadas por destilação fracionada. Figura 1: Curva de pressão de vapor de uma solução ideal. No entanto, aquelas misturas que os desvios da lei de Raoult são maiores, podem produzir um máximo ou um mínimo na curva de pressão de vapor. Essas misturas não podem ser completamente separadas em seus constituintes por destilação fracionada. Se a curva de pressão de vapor possuir um máximo ou um mínimo, então, neste ponto, as curvas de líquido e de vapor serão tangentes, e, portanto, o líquido e o vapor deverão ter a mesma composição. A mistura correspondente à pressão de vapor máxima ou mínima é denominada de azeótropo. Figura 2: Curva de pressão de vapor, à esquerda, de um azeótropo de máximo e, à direita, de um azeótropo de mínimo. Nesse experimento será analisada uma mistura azeotrópica entre os líquidos cicloexano e isopropanol, que é uma mistura que resulta em um azeótropo de mínimo. Sendo assim, se considerarmos a curva de pressão de vapor, uma mistura de composição em ebulição entra em ebulição no ponto e a composição do𝑎 1 𝑎 2 vapor formado é . Esse vapor condensa na coluna, dando um líquido de mesma𝑎' 2 composição, marcado agora pelo ponto . Esse líquido fica em equilíbrio com o𝑎 3 vapor em , que se condensa num ponto mais elevado da coluna, dando um𝑎' 3 líquido de mesma composição, que chamamos agora de . O fracionamento,𝑎 4 portanto, desloca o vapor para a composição azeotrópica em .𝑏 2. Objetivos Construir o diagrama de temperatura de ebulição em função da composição para o sistema binário formado pelos líquidos cicloexano e isopropanol. 3. Materiais e equipamentos 3.1. Reagentes: isopropanol e cicloexano. 3.2. Equipamentos: termômetro, destilador, manta aquecedora, béquer, balão, refratômetro de Abbe. 4. Procedimento experimental 4.1. Preparativos iniciais Verificou-se a montagem a ser utilizada e certificou-se se todas as conexões estavam bem feitas. Em seguida, fez a água fluir pelo condensador. As misturas ciclohexano/álcool isopropílico estudadas nesta prática estão especificadas na Tabela 1. 4.2. Procedimento experimental a. Colocou-se o cicloexano ou álcool isopropílico (ver TABELA 1) no balão de destilação. b. Ligou-se a manta aquecedora e esperou-se que a ebulição se iniciasse. c. Quando a temperatura do sistema estabilizou, retirou-se o suporte da manta aquecedora e o aquecimento do sistema. Colocou-se o termostato no seu valor mínimo. d. Coletou-se uma amostra do resíduo do balão de destilação. e. Coletou-se uma amostra do destilado, com auxílio de uma pipeta de ponta curva. f. Retornou-se o excesso de destilado para o balão de destilação. g. Adicionou-se pela entrada lateral do balão de destilação o volume de álcool isopropílico ou cicloexano, conforme indicado na Tabela 1. h. Foi repetidos os procedimentos (b) até (h). i. Encerrando as adições indicadas na TABELA 1, desligou-se a manta aquecedora e fechou-se o fluxo de água que alimenta o condensador. TABELA 1: Temperatura de ebulição, índice de refração e composição do destilado e do resíduo líquido para diferentes misturas de cicloexano-isopropanol. Amostra V Isoprop(mL) V Cicloex(mL) T Ebulição(°C) Índice de refração X Cicloexano Destilada Resíduo Destilada Resíduo 1 0,0 150,0 76,0 1,4280 1,4275 1,0164 1,0061 2 2,0 75,0 1,4270 1,4270 0,9959 0,9959 3 +3,0 75,0 1,4265 1,4273 0,9857 1,0020 4 +5,0 69,0 1,4125 1,4280 0,6988 1,0164 5 +10,0 66,0 1,4133 1,4225 0,7152 0,9037 6 +25,0 64,5 1,4107 1,4125 0,6619 0,6988 7 150,0 0,0 79,0 1,3785 1,3785 0,0020 0,0020 8 10,0 73,0 1,3890 1,3805 0,2172 0,0430 9 +15,0 70,0 1,3960 1,3840 0,3607 0,1148 10 +20,0 68,0 1,4010 1,3860 0,4631 0,1557 11 +30,0 66,0 1,4040 1,3935 0,5246 0,3094 12 +40,0 66,0 1,4055 1,3960 0,5553 0,3607 5. Resultados e discussões Baseando-se nos dados obtidos no Relatório 1 do índice de refração de soluções isopropanol-cicloexano, foi construído uma curva analítica do índice de refração n x fração molar de cicloexano X. Como pode-se ver no gráfico abaixo. GRÁFICO 1: Curva analítica n x Xcicloexano. EQUAÇÃO 1 𝑛 = 0, 0488𝑋 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑒𝑥𝑎𝑛𝑜 + 1, 3784 𝑋 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑒𝑥𝑎𝑛𝑜 = (𝑛−1,3784)0,0488 Utilizando a equação da linha de tendência dos dados (EQUAÇÃO 1), foi possível calcular a fração molar do cicloexano das soluções obtidas a partir dos resíduos líquidos e destilado. Os valores calculados foram adicionados a TABELA 1 Uma vez obtidos os valores das frações molares, foi construído um diagrama de temperatura de ebulição das soluções de cicloexano-isopropanol, conforme o gráfico abaixo. GRÁFICO 2: Diagrama de temperatura de ebulição para as soluções de cicloexano-isopropanol. No ponto Xcicloexano= 0,85 e T=70°C sinalizado em cinza, observa-se que a fração molar do cicloexano na composição do vapor é de 0,82809 e na composição do resíduo líquido é de 0,94791. O sistema cicloexano-isopropanol é uma mistura azeotrópica. Na temperatura de 64,5 °C observa-se a temperatura de ebulição da mistura azeotrópica e a composição é de 0,6619 vapor e 0,6989 resíduo. 6. Conclusão Com base nos resultados é possível concluir que: ● O Ciclohexano e o isopropanol formam uma mistura azeotrópica. ● A temperatura azeotrópica é 64,5 °C e a composição é 0,6619 vapor e 0,6989 resíduo. ● No ponto Xcicloexano= 0,85 e T=70°C sinalizado em cinza, a fração molar do cicloexano na composição do vapor é de 0,82809 e na composição do resíduo líquido é de 0,94791. 7. Referências Castellan, G. - Fundamentos de Físico-química – LTC, 1996 ATKINS, P. W; PAULA, Júlio de. Físico-química biológica. Rio de Janeiro: LTC, 2008
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