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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE FARMÁCIA R9 - TAQUARA RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PRÁTICAS FARMACÊUTICAS IV SDE3837 MARIANA BRUM DE OLIVEIRA- 201702429784 RIO DE JANEIRO – RJ DEZEMBRO DE 2021 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE FARMÁCIA R9 - TAQUARA RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PRÁTICAS FARMACÊUTICAS IV SDE3837 MARIANA BRUM DE OLIVEIRA- 201702429784 Relatório de Estágio apresentado ao Curso de Graduação em Farmácia como parte da exigência da disciplina Estágio Supervisionado em Práticas Farmacêuticas IV, sob a orientação do Prof. João Raphael Leite Castello Branco Maia. RIO DE JANEIRO – RJ DEZEMBRO DE 2021 SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO 1.1 Caracterização do local de estágio 2 – DESENVOLVIMENTO 2.1 DESCREVER A(S) RDC(S) ESPÉCIFICA(S) DO LOCAL DO ESTÁGIO 2.2 DESCREVER TODAS AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 3 – AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 3.1 AVALIAÇÃO CRÍTICA SOBRE O ESTÁGIO. PONTOS FORTES E FRACOS. 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS 1. INTRODUÇÃO A farmácia de manipulação é uma das atribuições do papel do farmacêutico como agente de saúde, dispensador de medicamentos e orientador em tratamentos de saúde seja via médico, odontólogo, farmacêutico. Tem a principal característica a preparação de fórmulas personalizadas para cada cliente, seguindo receitas de portador de prescrição ou orientação terapêutica realizada por profissional habilitado (médicos, farmacêuticos, nutricionistas etc). A farmácia com manipulação é o único estabelecimento autorizado por lei para o preparo (aviamento) e comercialização do medicamento manipulado. Exigindo uma evolução constante devido ao crescimento, legislações mais rigorosas e consumidores mais exigentes, tendo maior adesão da população. O Brasil é referência no campo farmacotécnico e de tecnologia na produção do medicamento manipulado, possuindo como vantagens a possibilidade de associação de medicamentos: maior adesão dos pacientes polifarmácos, apresentações não disponíveis em medicamentos industrializados etc. O Manual de Boas Práticas de Manipulação em Farmácias visa a garantia de qualidade da produção de um medicamento manipulado com segurança e eficácia dentro de uma Farmácia com Manipulação, acompanhado de Procedimentos Operacionais Padrão de acordo com a legislação e a metodologia adequada, escritos e atualizados (no mínimo revisão anual) para todas as atividades desenvolvidas no estabelecimento, inclusive para atividades de limpeza e sanitização dos ambientes, mobiliários e equipamentos; Fluxogramas (de receituário, entrada de funcionários, etc.); Ficha de pesagem ou ordem de produção com local para a assinatura do responsável de cada etapa, entre outras atividades. O presente relatório visa descrever a vivências durante o período de estágio na Teriaga Farmácia de Manipulação LTDA Me no período de 09 de setembro a 29 de outubro de 2021, em horários variados respeitando o limite da lei de estágio, realizando 20h semanais. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 ESTABELIMENTO A teriaga é uma farmácia de manipulação fundada desde 1994, sob a propriedade de Neiza Mara Paiva Dias e direção técnica de Filipe Ferreira Reis. Conta com a equipe de profissionais qualificados e grande número de clientes fidelizados. Localizada na Rua. Athaíde Parreiras, 100 - Centro, Maricá - RJ, cep: 24901-000. Está é uma área comercial, residencial e de serviços médicos. Possui o acesso facilitado pela proximidade aos pontos de transportes públicos e com estacionamento próximo. A maioria dos clientes são habitantes locais, na maioria idosos, que visitam a farmácia diversas vezes ao mês. O horário de funcionamento é de segunda a sexta das 08h00 às 18h00 e sábados das 8h00 às 12h30. 2.2 RESOLUÇÕES 2.2.1 RESOLUÇÃO-RDC Nº 67, DE 8 DE OUTUBRO DE 2007 (Alterada por: RDC 87/2008 e RDC 21/2009) Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias fixando os requisitos mínimos exigidos para o exercício das atividades de manipulação, desde as instalações, equipamentos, recursos humanos, aquisição e controle da qualidade da matéria-prima, armazenamento, avaliação farmacêutica da prescrição, manipulação, fracionamento, conservação, transporte, dispensação das preparações, além da atenção farmacêutica aos usuários ou seus responsáveis, visando à garantia de sua qualidade, segurança, efetividade e promoção do seu uso seguro e racional. Essa resolução excluí as farmácias que manipulam Soluções para Nutrição Parenteral, Enteral e Concentrado Polieletrolítico para Hemodiálise (CPHD). É divida em grupos de acordo com as manipulações realizadas: Tabela 1 GRUPOS DE ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA FARMÁCIA GRUPO I Manipulação de medicamentos a partir de insumos/matérias primas, inclusive de origem vegetal. Regulamento Técnico e Anexo I GRUPO II Manipulação de substâncias de baixo índice terapêutico Regulamento Técnico e Anexos I e II GRUPO III Manipulação de antibióticos, hormônios, citostáticos e substâncias sujeitas a controle especial. Regulamento Técnico e Anexos I e III GRUPO IV Manipulação de produtos estéreis Regulamento Técnico e Anexos I e IV GRUPO V Manipulação de medicamentos homeopáticos Regulamento Técnico e Anexos I (quando aplicável) e V GRUPO VI Manipulação de doses unitárias e unitarização de dose de medicamentos em serviços de saúde Regulamento Técnico, Anexos I (no que couber), Anexo IV (quando couber) e Anexo VI Fonte: Anvisa, 2007. 2.2.2 RESOLUÇÃO - RDC Nº 222, DE 28 DE MARÇO DE 2018 Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. No Art. 3º informa as definições desta Resolução onde, separei as que regem a farmácia de manipulação: I. abrigo externo: ambiente no qual ocorre o armazenamento externo dos coletores de resíduos; II. abrigo temporário: ambiente no qual ocorre o armazenamento temporário dos coletores de resíduos; acondicionamento: ato de embalar os resíduos segregados em sacos ou recipientes que evitem vazamentos, e quando couber, sejam resistentes às ações de punctura, ruptura e tombamento, e que sejam adequados física e quimicamente ao conteúdo acondicionado; VI. armazenamento interno: guarda do resíduo contendo produto químico ou rejeito radioativo na área de trabalho, em condições definidas pela legislação e normas aplicáveis a essa atividade; VII. armazenamento temporário: guarda temporária dos coletores de resíduos de serviços de saúde, em ambiente próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta no interior das instalações e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa; XI. classe de risco 1 (baixo risco individual e para a comunidade): agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças no homem ou nos animais adultos sadios; XXII. equipamento de proteção individual (EPI): dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho; XXIII. equipamento de proteção coletiva (EPC): dispositivos ou produtos de uso coletivo utilizados pelo trabalhador, destinados à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho e de terceiros; XXIV. ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ): ficha que contém informações essenciais detalhadas dos produtos químicos, especialmente sua identificação, seu fornecedor, sua classificação, sua periculosidade, as medidas de precaução e os procedimentos em caso de emergência; XXXI. licença ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que devem ser obedecidas para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadores dos recursos ambientais considerados efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental;XXXII. licença sanitária: documento emitido pelo órgão sanitário competente dos Estados, Distrito Federal ou dos Municípios, contendo permissão para o funcionamento dos estabelecimentos que exerçam atividades sob regime de vigilância sanitária; LV. resíduos de serviços de saúde do Grupo B: resíduos contendo produtos químicos que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade, elencados no Anexo I desta Resolução; LVII. resíduos de serviços de saúde do Grupo D: resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares, elencados no Anexo I desta Resolução; Dentro das normativas é realizado um manifesto mensal, enviado diretamente no site do INEA. Figura 1: MANIFESTO MENSAL Fonte: Teriaga, 2021. 2.3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 2.3.1 DISPENSA DE MEDICAMENTOS A dispensa do medicamento é a principal ação realizada pelo farmacêutico, garantindo o esclarecimento de possíveis dúvidas sobre a administração dos medicamentos e detectar possíveis interações medicamentosas ou reações adversas, informações necessárias acerca da posologia, duração do tratamento e modo de administração. O farmacêutico tem o papel fundamental de interagir com o paciente e compreender se o tratamento prescrito na receita médica está de acordo com os sintomas demonstrados. Caso não seja possível fazer uma interpretação objetiva da prescrição, o farmacêutico deve contatar o médico a alertar para possíveis lapsos na prescrição. 2.3.2 RECEITAS As receitas podem ser caracterizadas como RN – receitas que englobam medicamentos usados em tratamentos prolongados; RE – receitas que englobam medicamentos com características especiais (estupefacientes ou psicotrópicos, que possam conduzir a dependência); MM – receitas que dizem respeito a medicamentos manipulados; OUT – receita que se destina a Produtos de Cosmética e Higiene Corporal (PCHC), MNSRM, entre outros. 2.3.3 PRODUTOS HOMEOPÁTICOS E FITOTERAPÊUTICOS A fitoterapia é um método de tratamento que tem por base o uso de plantas medicinais, com propriedades curativas e preventivas. Constituídas por plantas ou parte delas com propriedades terapêuticas e podem ser encontrados sob a forma de comprimidos, cápsulas e chás. Os produtos homeopáticos são obtidos a partir de substâncias extremamente diluídas (CH e DH) que atuam estimulando a capacidade individual de se curar. A manipulação de homeopáticos devem possuir sala específica para coleta e manipulação até 12CH ou 24DH. A limpeza e a sanitização do local devem utilizar produtos sem odores (solução hidroalcoólica 70 % (p/p)) e que não deixem resíduos. O prazo de validade e a manipulação da Matriz devem ser realizados de acordo com a Farmacopeia Homeopática Brasileira. 2.3.4 MEDICAMENTOS MANIPULADOS Um medicamento manipulado permite um ajuste terapêutico ao perfil patológico individual do doente, sendo uma área bastante importante na prática farmacêutica. Os excipientes devem ser padronizados de acordo com a compatibilidade dos ativos das formulações e descritos em compêndios oficiais/farmacopeias/publicações científicas indexadas. A manipulação de citostáticos, hormônios e antibióticos necessitam de salas próprias com antecâmara, com sistemas de ar independentes e de eficiência comprovada, realizada a dupla checagem (manipulador e farmacêutico). 2.3.5 ROTULAGEM O rótulo deve apresentar a identificação da farmácia com CNPJ, endereço completo, telefone, nome do farmacêutico responsável com o respectivo CRF; Nome do paciente; Nome do prescritor e respectivo número do registro profissional; Número de registro do livro de Registro Geral; Identificação dos componentes e a quantidades; Tipo de uso (tópico ou externo, interno, ginecológico, odontológico, nasal, retal, sublingual); Quantidade, peso ou volume contido na embalagem; Posologia; Prazo de validade; Informações orientativas, quando necessárias. 2.3.5 CONTROLE DE QUALIDADE Todos os equipamentos devem ser submetidos à manutenção preventiva e corretiva, obedecendo a procedimentos operacionais escritos, com base nas especificações dos manuais dos fabricantes. A temperatura mantida em geladeira deve ter variação entre 20 C a 80 C e a mesma deve ser medida diariamente, no mínimo duas vezes ao dia, registrando os valores. Anotando a mínima e a máxima. A água utilizada na manipulação de produtos é considerada matéria-prima produzida pela própria farmácia por purificação da água potável. Com análise mensal da água purificada, coleta um mês no barrilete de armazenamento e outro mês a coleta direta no sistema de purificação. E semestral da água potável, coletada das torneiras. Visa identificar pH, cor aparente, turbidez, cloro residual livre, sólidos totais dissolvidos, contagem total de bactérias, coliformes totais, presença de Eschirichia coli e coliformes termo resistentes. As matérias primas ao serem recebidas devem ser colocadas em quarentena até liberação pelo Controle de Qualidade ou na devida situação que se encontrar; necessitam ser devidamente identificadas com Nome (nome científico quando houver), código interno de referência, teor, condições de armazenamento e advertência, situação interna (quarentena ou aprovada ou reprovada). Constar as informações se é fármacos termolábeis, fármacos potentes (quando necessitam de diluição), se são fotossensíveis, se são produtos de controle especial. 3. AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDA O estágio supervisionado é de suma importância para a formação profissional e acadêmica, possibilitando a vivência dos profissionais da saúde, bem como observar a importância do farmacêutico. A Teriaga foi um ótimo local para estagiar, pois os colaboradores interagem e compartilham informações contribuindo para o aprendizado, clareza nas explicações e ser um ambiente familiar. Recomendo uma duração de estágio superior, por serem diversos setores e proponho mais aulas práticas ou oficinas práticas nas disciplinas de farmacotécnica 1 e 2, farmacotécnica homeopática, controle de qualidade e cosmetologia. Possibilitando assim maiores habilidades ao iniciar o estágio. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Teriaga Farmacia de Manipulação apresenta boa estrutura física, necessitando apenas de algumas otimizações na organização de espaço. Possui boa conservação e manutenção dos equipamentos. Agradeço a oportunidade proporcionada, o estágio contribuiu muito para o meu desenvolvimento profissional e pessoal. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no 67, de 8 de outubro de 2007. Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2007/rdc0067_08_10_2007. html> Acessado em: 26/11/2021. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC Nº 222, DE 28 de março de 2018. Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2018/rdc0222_28_03_2018.p df> Acessado em: 26/11/2021. BAIENSE. A et al. Guia prático do farmacêutico magistral / Conselho Federal de Farmácia. – Brasília: Conselho Federal de Farmácia, 2017. Disponível em: < https://www.cff.org.br/userfiles/file/guia%20pr%C3%A1tico%20do%20farmac% C3%AAutico%20magistral_08dez2017_WEB.pdf> Acessado em: 26/11/2021. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2007/rdc0067_08_10_2007.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2007/rdc0067_08_10_2007.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2018/rdc0222_28_03_2018.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2018/rdc0222_28_03_2018.pdf https://www.cff.org.br/userfiles/file/guia%20pr%C3%A1tico%20do%20farmac%C3%AAutico%20magistral_08dez2017_WEB.pdfhttps://www.cff.org.br/userfiles/file/guia%20pr%C3%A1tico%20do%20farmac%C3%AAutico%20magistral_08dez2017_WEB.pdf Figura 1: MANIFESTO MENSAL Fonte: Teriaga, 2021.
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