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FAVENI INSTITUO CULTUS MÁRCIO CUNHA MEDEIROS JUNIOR COVID-19: DIFERENÇAS ENTRE OS SINTOMAS EM PACIENTES POSITIVADOS ENTRE RIOS DE MINAS 2020 FAVENI INSTITUTO CULTUS MÁRCIO CUNHA MEDEIROS JUNIOR COVID-19: DIFERENÇAS ENTRE OS SINTOMAS EM PACIENTES POSITIVADOS Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em Farmácia Clínica direcionada a prescrição farmacêutica. ENTRE RIOS DE MINAS 2022 COVID-19: DIFERENÇAS ENTRE OS SINTOMAS EM PACIENTES POSITIVADOS Márcio Cunha Medeiros Junior1 Declaro que sou autor (a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). “Deixar este texto no trabalho”. RESUMO- O presente trabalho tem como tema a análise da diferença entre os sinais e sintomas da Covid-19. Assim, utilizando a pesquisa exploratória, descritiva, qualitativa e quantitativa, baseado em um estudo de caso, buscou-se analisar as diferenças de sintomas apresentados pelos pacientes que desenvolveram a doença, procurando apresentar aqueles de maior relevância bem como citar os casos apresentados em uma farmácia de Entre Rios de Minas/MG a partir da análise da diversidade dos sintomas apresentados pelos pacientes positivos e, finalmente, relatar o índice de variação desses sintomas utilizando a análise de dados estatísticos. Dessa forma, constatou-se que dos 100 casos positivados para Covid-19 na referida farmácia, os sintomas apresentados variavam em decorrência da idade dos participantes, porém, a maioria apresentava dor de garganta, cefaleia, dor no corpo, febre, congestão nasal, espirros, coriza, ou seja, cerca de 92% com idade entre 10 e 60 anos. Os demais apresentavam sintomas parecidos com algumas alterações específicas, o que ainda não foi comprovado cientificamente sobre a causa dessas diferenças nos sintomas, bem como os assintomáticos que positivaram para a doença. PALAVRAS-CHAVE: Covid-19. Sintomas. Diferenças. Testes farmacêuticos. 1 medsmedsfarma@yahoo.com.br 1 INTRODUÇÃO No mês de fevereiro de 2020, o mundo passou a ter conhecimento de uma nova pandemia: a do Covid-19 (Corona Vírus Desease 2019) registrado pelo Organização Mundial de Saúde (OMS) que foi caracterizada como uma doença respiratória que ataca os pulmões tendo como causa o vírus Sars-Cov-2 que ficou conhecido como Coronavírus (GIMENEZ et. al, 2020) . A doença provocou, em dois anos, centenas de milhares de mortos e infectou milhões de pessoas pelo mundo, tornando um problema de saúde pública já que a mesma afetou pessoas com idades variadas, sem comorbidades, consideradas saudáveis fisicamente, e isso passou a ser uma questão de estudos aprofundados a respeito não apenas do porquê de se ter uma diversidade tão grande de infectados e de mortes, bem como a variação de sintomas entre as pessoas afetadas pela doença (GIMENEZ et. al, 2020). Nesse sentido o presente trabalho procura solucionar o seguinte questionamento: por que os sintomas da Covid-19 são tão variados, tendo a possibilidade resultado positivo para a doença mesmo sendo assintomáticos? Essa diversidade de sintomas passou a ser uma questão relevante no combate à doença e, muitas vezes, estes poderiam estar relacionados com a idade, a alimentação, problemas pulmonares, baixa imunidade ou outros quaisquer que necessitam ser devidamente observados e analisados para, então, chegar a um consenso sobre o que, realmente, proporciona essa diversidade de sintomas. Assim, o trabalho tem como objetivo analisar as diferenças de sintomas apresentados pelos pacientes que desenvolveram a doença, procurando apresentar aqueles de maior relevância bem como citar os casos apresentados em uma farmácia de Entre Rios de Minas/MG a partir da análise da diversidade dos sintomas apresentados pelos pacientes positivos e, finalmente, relatar o índice de variação desses sintomas através da análise de dados estatísticos. As observações realizadas ao longo do desenvolvimento das atividades como farmacêutico bem como a troca de informações com os pacientes positivados para a Covid-19 foram importantes para a realização desse trabalho, considerando que, no momento da abordagem para a realização dos testes farmacêuticos, muitos pacientes relatavam os sintomas, porém, pode-se observar que os mesmos variavam de pessoa para pessoa, independentemente da idade das mesmas, assim como alguns eram assintomáticos o que tornou a pesquisa bastante necessária para se aprofundar mais na questão dos sintomas. Para realizar o trabalho, utilizou-se o estudo de caso, em uma pesquisa descritiva, qualitativa e quantitativa cujos resultados foram apresentados através de tabelas com dados estatísticos referentes à idade, índice de pacientes bem como os sintomas apresentados dentro de uma determinada faixa etária. O trabalho está estruturado da seguinte forma: introdução apresentando a questão problema, hipóteses, objetivos e metodologia utilizada; desenvolvimento onde foram apresentados dados bibliográficos sobre o tema abordado; resultados e discussões com a apresentação dos dados estatísticos levantados ao longo de cinco meses em uma farmácia de Entre Rios de Minas referentes aos sintomas da Covid-19 durante a realização dos testes farmacêuticos. Em seguida fez-se a conclusão do trabalho apresentando os resultados dos objetivos propostos e, finalizando, foram descritas as referências bibliográficas utilizadas. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Assistência Farmacêutica Através da Resolução nº 338 de 06 de maio de 2004, a assistência farmacêutica é entendida da seguinte forma: O conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e ao uso racional, envolvendo a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia de qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população (BRASIL, 2004). A assistência farmacêutica sofreu inúmeras mudanças ao longo dos anos e, atualmente, é orientada por leis e diretrizes específicas que apresentam as atividades em ciclo abrangendo a seleção, programação, aquisição, armazenamento e distribuição, dispensação de medicamentos, bem como o acompanhamento, avaliação e supervisão das ações (MARIN et al., 2003). Porém, com a Covid-19 acrescentou-se, também, a possibilidade de realizar testes para se detectar a doença dentro da farmácia. O teste rápido, em farmácia, foi idealizado a partir do momento em que se considerou a emergência em saúde pública relacionada à pandemia e, nesse sentido, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2020) autorizou a utilização dos mesmos em ensaiosimunocromatográficos, para se pesquisar anticorpos ou antígeno do SARS-CoV-2, sem fins de diagnóstico confirmatório, em farmácias com licença sanitária e utilização de funcionamento (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA – CFF, 2020). A autorização da utilização dos testes rápidos em farmácias ocorreu por meio da publicação da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) da Anvisa nº 377/2020, que entrou em vigor em 29 de abril de 2020 e cuja vigência cessará automaticamente a partir do reconhecimento pelo Ministério da Saúde de que não mais se configura a situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional declarada pela Portaria GM/MS nº 188/2020 (CRF, 2020). No entanto, os testes em farmácias deverão ser realizados por um farmacêutico devidamente capacitado para: compreender e demonstrar o uso adequado dos testes rápidos; conhecer a teoria da técnica de testes imunocromatográficos; conhecer os aspectos pré-analíticos relevantes para a análise, incluindo a indicação e as limitações do teste e o processo de coleta de amostras; apresentar destreza na utilização do teste, conhecer as limitações técnicas do sistema analítico e a solução dos problemas mais comuns; conhecer e praticar a adequada conservação dos insumos; atuar de acordo com os procedimentos definidos a partir dos resultados apresentados; praticar a biossegurança e o controle de infecção e dar destinação correta aos resíduos e registrar/notificar corretamente dados e resultados de forma a garantir a sua rastreabilidade (CRF, 2020). A partir do que fora até o momento descrito, fez-se a análise dos resultados dos testes realizados em pacientes de uma farmácia da cidade de Entre Rios de Minas/MG, procurando destacar dados específicos referentes às diferenças entre os sintomas apresentados pelos pacientes que deram resultado positivos, mas apresentaram variação entre os sintomas. 3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Durante os cinco primeiros meses de 2022, foram realizados 400 testes em uma farmácia da cidade de Entre Rios de Minas/MG e desses, 211 apresentaram resultado positivo para a Covid-19, ou seja, 52,75%, enquanto 47,25% obtiveram resultado negativo, perfazendo um total de 189 pessoas. Dos resultados positivos, pegou-se uma amostra aleatória de 100 pacientes cujos resultados estão demonstrados na tabela 1. Tabela 1 – Dados estatísticos dos reagentes para Covid-19 em 2021 Idade Frequência absoluta Frequência relativa Porcentagem Frequência acumulada absoluta Frequência acumulada relativa 10├20 10 0,10 10% 10 10% 20├30 25 0,25 25% 35 35% 30├40 20 0,20 20% 55 55% 40├50 22 0,22 22% 77 77% 50├60 15 0,15 15% 92 92% 60├70 04 0,04 4% 96 96% 70├80 01 0.01 1% 97 97% 80├90 01 0,01 1% 98 98% 90├100 02 0,02 2% 100 100% Fonte: O próprio autor, 2022. Verifica-se que, em relação à idade, os reagentes para Covid-19 tiveram maior incidência entre as pessoas de 20 a 30 anos, cerca de 25%, o que corresponde a 20 infectados. Desses, há variação entre o sexo masculino e o feminino, pois, houve 46 positivados entre os homens e 54 entre as mulheres, o que, respectivamente, corresponde, a 46% e 54%. Dos pacientes que apresentaram resultado positivo, os sintomas de maior relevância foram dor de cabeça, dor de garganta, cefaleia, coriza e tosse, no entanto, esses sintomas variavam muito, principalmente em relação à idade dos pacientes. De acordo com o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância, 2019), os sintomas da Covid-19 variam bastante, porém, podem ser semelhantes aos de uma gripe, resfriado ou doenças respiratórias, havendo necessidade de um teste específico para se saber se é ou não Covid-19, podendo esses sintomas aparecer entre 2 a 14 dias após a exposição ao vírus, podendo variar de uma doença leve a uma mais graves, tendo em vista que algumas pessoas nem sempre apresentam sintomas, apesar de estarem infectadas pelo vírus e receberem testagem positiva para a doença. Por outro lado, o UNICEF (2019) explica que os sintomas mais comuns são febre, tosse e cansaço, havendo possibilidade de pacientes apresentarem outros sintomas como dores musculares ou dor no corpo, dor de cabeça, perda do olfato e paladar, dor de garganta, congestão nasal ou nariz escorrendo, diarreia, náuseas e vômitos, dor abdominal e erupções na pele. Os estudos realizados na farmácia de Entre Rios de Minas, demonstraram, variação dos sintomas entre a amostra escolhida, conforme descrito na tabela 2. Tabela 2 – Principais sintomas da Covid-19 em testes rápidos realizados em farmácia Idade Sintomas Total em números Porcentagem 10├ 60 Dor de garganta, cefaleia, dor no corpo, febre, congestão nasal, espirros, coriza 92 92% 60├ 100 Dor de garganta, cefaleia, dor no corpo, febre, congestão nasal, espirros, coriza, dor nas costas, dor nas pernas, falta de ar. 8 8% 20├ 40 Dor de garganta, cefaleia, dor no corpo, febre, congestão nasal, espirros, coriza, perda de paladar e olfato 5 5% Assintomáticos 9 9% Fonte: O próprio autor, 2022. Pode-se verificar que os sintomas de maior incidência foram dor de garganta, cefaleia, dor no corpo, febre, congestão nasal, espirros, porém, algumas pessoas além desses sintomas também apresentavam dor nas costas, dor nas pernas e falta de ar, perda do olfato e paladar. Há de se observar que 9% dos que foram classificados como reagentes não apresentavam quaisquer desses sintomas. Essa diversidade de sintomas é bastante comum, mas deve-se atentar para alguns bastante característicos, sendo, inicialmente, os quadros de gripe comum, com variação de pessoa para pessoa, de forma branda, ou pneumonia grave e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Porém, a Organização Mundial de Saúde (OMS – 2019) explica que: A maior parte das pessoas infectadas apresenta a forma leve da doença, com alguns sintomas como mal-estar, febre, fadiga, tosse, dispneia leve, anorexia, dor de garganta, dor no corpo, dor de cabeça ou congestão nasal, sendo que algumas também podem apresentar diarreia, náusea e vômito. Idosos e imunossuprimidos podem ter uma apresentação atípica e agravamento rápido, o que pode causar a morte, principalmente dos idosos e indivíduos com comorbidades preexistentes (OMS, 2019 apud ISER, 2020, p. 5). Essa situação é apresentada pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2019) explica que: A febre não necessariamente estaria presente em todos os indivíduos acometidos, considerando-se que idosos ou até mesmo pessoas sem comorbidades não apresentaram esse sinal específico. Assim, deve-se considerar que o critério para definir a febre não é padronizado, podendo ser uma temperatura medida ≥37,5ºC, temperatura ≥37,8ºC, registro em prontuário para casos hospitalizados ou até mesmo o relato, sem aferição confirmatória. De toda forma, são considerados como sinais e sintomas mais comuns a febre (temperatura ≥37,8ºC), tosse, dispneia (dificuldade respiratória), mialgia e fadiga. Estudo com 41 casos confirmados na China identificou que a febre esteve presente em 98% deles, seguida por tosse (76%), dispneia (55%) e mialgia/fadiga (44%) (BRASIL, 2019 apud ISER et. al, 2020, p. 5). No que diz respeito à perda de olfato e/ou paladar, há estudos que indicaram que 33,9% dos infectados apresentaram alteração de olfato ou paladar e 18,6% apresentaram ambos os sintomas. Em pessoas hospitalizadas, 91% apresentavam perda de paladar, especialmente, as mulheres e pessoas mais jovens com idade mediana de 56 anos (ISER et. al. 2020). Os sintomas também apresentavam diferenças entre os infectados em diversas localidades. “Na Alemanha, a anosmia (perda de olfato) foi encontrada em mais de dois terços dos indivíduos estudados e a ageusia (perda de paladar) foi manifestada entre 30% dos infectados na Coreia do Sul” (ISER, et. al, 2020,p. 6). Há de se falar também que os sinais clínicos apresentados em diversos estudos envolvendo os casos mais graves, destacavam a dispneia, frequência respiratória maior que 30 rpm e saturação de oxigênio menor que 93%, enquanto os casos mais críticos apresentavam insuficiência respiratória, choque séptico e disfunção ou falência em múltiplos órgãos com letalidade em 2,3% (ISER, et. al, 2020). Porém, essa é uma questão que ainda precisa ser bastante estudada, pois, a variação de sinais e sintomas até o presente momento ainda não apresentaram um consenso entre os estudiosos da doença, já que existem poucos estudos relacionados ao sexo e à idade. No entanto, destaca-se que as diferenças entre os sinais e sintomas até o momento estudados foram apresentadas durante as fases da doença com resultados que variavam entre assintomáticos e casos graves o que para a comunidade científica ainda é uma questão a ser estudada com mais profundidade e sugere-se “manter o monitoramento constante dos casos suspeitos, frente à manifestação de sintomatologias diversas, de forma a não se descartarem casos considerando-se apenas a apresentação clínica, que, em muitos casos, é subjetiva” (ISER, et. al., 2020, p. 8). Nesse sentido considera-se que: O alto percentual de assintomáticos e de pessoas com sintomas leves, as quais não serão captadas pelo sistema de vigilância de forma completa, por meio da investigação e confirmação laboratorial, cabe aos serviços de saúde estarem atentos à heterogeneidade de sintomas e apresentação clínica da doença (ISER, et. al., 2020, p. 8). Entende-se, dessa forma, que a variação de sintomas é uma realidade da qual todos os profissionais que atuam na área de saúde devem estar em constante observação e análise dos casos, pois, ainda há muito o que se estudar para se chegar a um consenso científico. Por outro lado, o Ministério da Saúde (BRASIL, 2021) apresenta alguns sintomas relevantes a serem observados em pacientes com suspeita da doença de acordo a gravidade conforme demonstrado na tabela 3. Tabela 3 – Classificação clínica da COVID-19 segundo a gravidade Classificação dos sinais e sintomas por grupo – gestantes e puérperas Leve Moderado Grave Síndrome Gripal (SG): Tosse Dor de garganta ou coriza seguida de perda de olfato e/ou paladar; Coriza; Diarreia Dor abdominal Febre Cefaleia Calafrios Mialgia Fadiga Tosse persistente mais febre persistente diária; Tosse persistente mais piora progressiva de outro sintoma relacionado à Covid-19 como falta de força física, prostração, hipotermia, diarreia; Pelo menos um dos sintomas acima mais presença de fator de risco. Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) Síndrome gripal que apresente dispneia/desconforto respiratório; Pressão persistente no tórax; Saturação de O2 menor que 95% do ar ambiente; Coloração azulada dos lábios ou rosto. Importante: em gestantes observar hipotensão e oligúria. Fonte: BRASIL, 2021. Entende-se que os sintomas podem variar, mas o importante é estar em alerta constante e realizar os exames necessários para a confirmação ou não da Covid-19 e o teste realizado nas farmácias deverá seguir diretrizes, protocolos e condições estabelecidas pela Anvisa e Ministério da Saúde, assim como as Boas Práticas Farmacêuticas nos termos da RDC Anvisa nº 44/2009, devendo ainda a farmácia ter: a) Uma área privativa para a realização da testagem com boa ventilação e contar com dimensões apropriadas, mobiliário e infraestrutura compatíveis com o serviço a ser realizado, sendo provida de lavatório com água corrente, toalha de uso individual e descartável, sabonete líquido, gel bactericida ou preparação alcoólica a 70% para higiene das mãos, lixeiras com pedal e tampa para resíduos comuns e para resíduos biológicos e coletor de materiais perfurocortantes (no caso de realização de exames com amostras de sangue); b) Disponibilizar ao paciente suspeito uma máscara cirúrgica e preparação alcoólica a 70% para higiene das mãos; c) Estabelecer procedimento escrito para o atendimento, incluindo árvore decisória para a utilização do teste, ou seja: A árvore decisória para a utilização do teste deve ser elaborada em consonância com a instrução de uso do teste disponível no estabelecimento e respeitando a janela imunológica do paciente. O paciente que for descartado pela árvore de decisão deve ser orientado quanto ao correto momento de realizar o teste rápido. A árvore de decisão deve ser atualizada sempre que ocorrer a troca do teste rápido disponível no estabelecimento (CRF/SP, 2020, p. 5). d) Utilizar produtos devidamente regularizados junto à Anvisa/MG 3 CONCLUSÃO A partir do tema abordado, ou seja, variação dos sinais e sintomas da Covid-19 em pacientes com resultado positivo, bem como a positividade do resultado em pacientes assintomáticos, o presente trabalho buscou responder ao seguinte questionamento: por que os sintomas da Covid-19 são tão variados, tendo a possibilidade resultado positivo para a doença mesmo sendo assintomáticos? E, a partir da formulação da questão problema, buscou-se analisar as diferenças de sintomas apresentados pelos pacientes que desenvolveram a doença, procurando apresentar aqueles de maior relevância bem como citar os casos apresentados em uma farmácia de Entre Rios de Minas/MG a partir da análise da diversidade dos sintomas apresentados pelos pacientes positivos e, finalmente, relatar o índice de variação desses sintomas através da análise de dados estatísticos. Nesse sentido, no entendimento dos estudiosos sobre a Covid1-19 e os sintomas que os pacientes positivados apresentam, foi possível compreender que, apesar os esforços da comunidade científica ainda não são possíveis estabelecer uma relação cabível entre essas diferenças, bem como o porquê de pacientes assintomáticos testarem positivo. Porém, ressalta-se que ainda é preciso algum tempo de estudo para se chegar a uma conclusão definitiva a respeito dessa variação, porém, pode-se afirmar que há necessidade de se estar atento para a doença, pois, mesmo com as vacinas, ainda é possível realizar exames laboratoriais ou testes rápidos em farmácias e obter o resultado positivo. Dessa forma, fez-se a análise de 400 testes realizados na farmácia de Entre Rios de Minas, durante os cinco primeiros meses de 2022, onde 211 apresentaram resultado positivo para a Covid-19, ou seja, 52,75% e desses pegou-se aleatoriamente, 100 resultados positivos para se fazer a análise dos sinais e sintomas apresentados pelos pacientes. Verificou-se que os sintomas variam bastante entre as pessoas, sendo em maior número entre as pessoas na faixa etária de 10 a 60 anos cujos sintomas apresentados eram dor de garganta, cefaleia, dor no corpo, febre, congestão nasal, espirros e coriza (92%); entre 60 e 100 anos forma dor de garganta, cefaleia, dor no corpo, febre, congestão nasal, espirros, coriza, dor nas costas, dor nas pernas, falta de ar (8%); na faixa etária entre 20 e 40 anos os sintomas mais comuns foram dor de garganta, cefaleia, dor no corpo, febre, congestão nasal, espirros, coriza, perda de paladar e/ou olfato (5%), enquanto 9%, mesmo assintomáticos, deram resultado positivo para a Covid-19. Entende-se, então, que é essencial identificar os sinais e sintomas, realizar os testes ou exames laboratoriais para a confirmação da doença, mas ressalta-se que a partir da publicação da RDC da Anvisa nº 377/2020, que entrou em vigor em 29 de abril de 2020, os testes em farmácias passaram a ser realizados, porém, ressalta-se na necessidade do profissional estar devidamente capacitado para: compreender e demonstrar o uso adequado dos testes rápidos; conhecer a teoria da técnica de testes imunocromatográficos; conhecer os aspectos pré-analíticos relevantespara a análise, incluindo a indicação e as limitações do teste e o processo de coleta de amostras; apresentar destreza na utilização do teste, conhecer as limitações técnicas do sistema analítico e a solução dos problemas mais comuns; conhecer e praticar a adequada conservação dos insumos; atuar de acordo com os procedimentos definidos a partir dos resultados apresentados; praticar a biossegurança e o controle de infecção e dar destinação correta aos resíduos e registrar/notificar corretamente dados e resultados de forma a garantir a sua rastreabilidade. 4 REFERÊNCIAS ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC 377/2020 Autoriza, em caráter temporário e excepcional, a utilização de "testes rápidos" (ensaios imunocromatográficos) para a COVID-19 em farmácias. Brasília: 2020. BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução no 338 de 06 de maio de 2004. Dispõe sobre a Assistência Farmacêutica. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 20 maio 2004. BRASIL. Portaria nº 188 de 03 de fevereiro de 2020. Declara Emergência em Saúde Pública de importância Nacional (ESPIN) em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus (2019-nCoV). BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública. Especial: doença pelo coronavírus 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC Nº 44, de 17 de agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Brasília: 2009. CRF/SP. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Manual de orientação ao farmacêutico: Testes rápidos para Covid-19 em farmácias. / Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. – São Paulo: 2020. GIMENEZ, A. M. et. al. O papel da C&T e da comunidade científica no enfrentamento da pandemia de Covid-19. In: Boletim no 1, COVID-19 DPCT/IG, 2020. ISER, B.P.M. et. al. Definição de caso suspeito da COVID-19: uma revisão narrativa dos sinais e sintomas mais frequentes entre os casos confirmados. Revista de Epidemiologia em Serviços de Saúde, Brasília, 29(3):e2020233, 2020. MARIN, N. (Org) et al. Assistência Farmacêutica para gerentes municipais. Rio de Janeiro: OPAS/OMS, 2003. 373p. UNICEF. Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência. Informações sobre o coronavírus. 2019. Disponível em: https://www.unicef.org https://www.unicef.org/ 1 INTRODUÇÃO 2 DESENVOLVIMENTO 3 CONCLUSÃO 4 REFErÊNCIAS
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