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Izabelle Santana Turma XXIV TIREOIDE O eixo hipotálamo-hipófise tireoide: 1. Hipotálamo – hormônio liberador tireotrófico (TRH); 2. Hipófise – hormônio estimulante da tireoide ou tireoestimulante (tireotrofina, TSH); 3. Tireoide – tetraiodotironina ou tiroxina (T4), e a triiodotironina (T3). TIREOIDE É controlada pelo hormônio TSH da adenohipófise; Produz principalmente T3, T4 e a calcitonina; T3 inverso – forma não funcional, expressa em processos patológicos agudos; Ausência desses hormônios reduz o metabolismo basal em até 40 a 50%; Excesso desses hormônios pode aumentar o metabolismo basal de 60 a 100%; Origem: uma invaginação do assoalho da faringe; Localização: situada na face anterior do pescoço, à frente da traqueia, entre a quinta e sétima vértebra cervical; Peso: varia de 20 a 30 gramas (adultos). ESTRUTURA Tem forma de H ou asa de borboleta; Consiste em 2 lobos ligados por um istmo; Cada lobo maior é composto de grande número de lóbulos menores; Um lóbulo é constituído de 20 a 40 ácinos ou folículos; Células foliculares e células parafoliculares; Região muito irrigada com fluxo sanguíneo extenso. SÍNTESE e FUNÇÃO DO HORMÔNIOS A formação de quantidades normais de hormônios tireoidianos depende da quantidade de iodo exógeno; O balanço de iodo é mantido por fontes dietéticas ou através de medicamentos e alimentação suplementar; O iodeto (iodo ionizado) penetra na glândula tireoide por transporte ativo – mecanismo de capação de iodeto, ou bomba de iodeto ou sódio/iodeto, mecanismo estimulado pelo TSH. Pode chegar a um gradiente de até 30x maior do que no sangue. O hormônio tireoidiano é derivado do aminoácido tirosina. A tirosina constitui parte importante das proteínas que intervém em processos de transdução de sinais na célula. A tirosina funciona como um receptor de grupos fosfato que se transferem por meio de proteínas quinases. A fosforilação modifica a atividade da proteína alvo e tem-se a transmissão de sinal. A fosforilação do seu grupo hidroxila modifica a atividade da proteína alvo. IODAÇÃO DA TIROSINA Iodo + tirosina = monoiodotirosina + iodo = diiodotirosina; Monoiodotirosina + Diiodotirosina = triiodotironina (T3); Diiodotirosina + Diiodotirosina = tretaiodotironina ou tiroxina (T4); Tirosinas iodadas vão se juntar para formar os hormônios tireoidianos. A tireoglobulina é a molécula (proteína) que disponibiliza as tirosinas para serem iodadas, ficam contidas na molécula e depois do processo enzimático são liberadas na forma de hormônios. Izabelle Santana Turma XXIV PAPEL DA TIREOGLOBULINA Armazena o produto de secreção (coloide) na luz dos folículos; Coloide – tireoglobulina, glicoproteínas e enzimas. Organização da tireoglobulina: A tireoglobulina é uma proteína muito grande que serve de ancoragem para moléculas T3 e T4 serem formadas, ainda no colóide; Contém 70 resíduos de aminoácidos tirosina; TSH também estimula a formação de tireoglobulina; 1. Peroxidase tireoidiana – liga o iodo aos radicais de tirosina; 2. Membrana citoplasmática forma vesículas pinocíticas; 3. Tireoglobulina é englobada pelo citoplasma da célula folicular; 4. T3 e T4 interagem com lisossomos para serem enzimaticamente liberados da tireoglobulina; 5. Depois, por exocitose, a célula folicular libera T3 e T4 na corrente sanguínea; No bócio, há a expansão das células foliculares – excesso de TSH. A calcitonina, também produzida pela tireoide, é liberada sem ação enzimática – promove reabsorção óssea. FORMAS CIRCULANTES 90 a 93% do hormônio liberado está na forma de T4 (inativa); 7 a 10% está na forma de T3 (hormônio ativado); Na circulação, antes de atingir o tecido alvo, grande parte do T4 (90%) liga-se a proteínas para ser lentamente convertido em T3 (deiodinase); Maior parte é transportada ligada a proteínas globulares produzidas no fígado; o TGB – globulina de ligação à tiroxina; o TBPA – pré-albumina de fixação à tirosina; Estimulam a transcrição de muitos genes codificadores de proteínas. AÇÃO HORMONAL AÇÃO NUCLEAR T3 e T4 – relacionados a expressão genica, principalmente genes relacionados a regulação metabólica; T3 – 4x mais potente que T4, porém 10x menor em quantidade; T4 – menos potente que T3, porém em maior quantidade no sangue. É convertida em T3 nos tecidos. AÇÃO CELULAR Aumenta o número e atividade de mitocôndrias – mais energia, mais ATP para reações químicas; Aumento a transporte de íons pela membrana – aumenta a atividade da bomba Na/K-ATPase; Ação no crescimento corporal – estimula células ósseas, cartilagens, maturação e crescimento cerebral. Izabelle Santana Turma XXIV AÇÃO do TSH na TIREOIDE Ação mediada pela ativação da adenil ciclase, realiza transformação de ATP para monofosfato cíclico de adenosina AMPc “mensageiros secundários”. 1. Aumento da proteólise da tireoglobulina; 2. Aumento da atividade da bomba de iodeto e Na/K- ATPase; 3. Aumento da iodização da tirosina; 4. Aumento do tamanho e atividade secretória das células tireoidianas; 5. Aumento do número de células tireoidianas. O TSH tem um receptor acoplada a proteína G. Doença de graves – anticorpos podem ter ação inibitória ou excitatória, no caso dessa doença tem ação excitatória. TIROXINA Função – aumento da velocidade das reações químicas, aumento do metabolismo corporal e controle da taxa de iodo; Consequências da disfunção – hipofunção, diminui o metabolismo com ganho de peso e bócio (papo); hiperfunção, com intensa redução de peso e massa muscular, retração palpebral. Sinais e sintomas: Hipofunção, o corpo consome menos oxigênio, os batimentos cardíacos se tornam mais lentos, a pressão sanguínea diminui e os movimentos intestinais se tornam mais lentos (cansaço, intolerância ao frio e constipação); Hiperfunção, o corpo passa a consumir mais oxigênio, os batimentos cardíacos aceleram, a pressão sanguínea aumenta e os movimentos intestinais se tornam mais frequentes e intensos (insônia, irritabilidade, agitação tremores e diarreia). FUNÇÕES GERAIS 1. Estímulo do crescimento ósseo (em jovens/crianças); Excesso de hormônio induz crescimento acelerado, porém induz também o amadurecimento precoce do osso, com comprometimento do crescimento; Falta de hormônio induz crescimento retardado – importante no crescimento e desenvolvimento cerebral durante a vida fetal. 2. Estímulo para a atividade cerebral – facilita processo mental. 3. Carboidratos – aumento da captação de glicose pelas células, aumento da glicólise, aumento da reabsorção intestinal e da secreção de insulina; 4. Gorduras – aumenta a síntese de ácidos graxos, e aumenta o suprimento energético do organismo; 5. Proteínas – aumenta a síntese e catabolismo de proteínas. 6. Vasodilatação – promove a eliminação de calor; 7. Aumento do DC – como resultado da vasodilatação, maior utilização de oxigênio. Estimula receptores beta-adrenérgicos (adrenalina) no coração. 8. Aumento da FC – aumenta a excitabilidade do coração (diagnóstico de hipertireoidismo). Izabelle Santana Turma XXIV 9. Músculos – estimula a função muscular. Excesso – provoca enfraquecimento e tremores musculares, pela elevada taxa de catabolismo proteico; Falta – lentidão muscular. 10. Respiração – estimula a respiração; Maior taxa metabólica – maior consumo de O2, maior produção de CO2, com maior frequencia respiratória. 11. TGI – estimula a função; Excesso – maior absorção de alimento e de secreção de suco digestivo, com maior motilidade intestinal, excesso de T3 e T4 (diarreia); Falta – constipação. 12. SNC – aumenta a atividade funcional do cérebro (cerebração); Excesso – nervosismo extremo, tendencias psiconeuróticas, ansiedade, paranoias, entre outros; 13. Função Sexual; Na mulher – queda dos hormônios causafluxo menstrual aumentado, perda de libido e impotência; aumento dos hormônios causa fluxo menstrual diminuído. No homem – queda dos hormônios leva a perda da libido e impotência; aumento dos hormônios leva a impotência. PATOLOGIAS HIPERTIREOIDISMO Causas: autoimunes, imunogenéticas ou tumores. Hiperplasia e hipertrofia das células da tireoide. Primário – adenoma, tumor não associado a doença autoimune; Secundário – normalmente se associa a doença autoimune; alterações no eixo hipotálamo e hipófise; Latrogenia (excesso de Iodo, T3 e T4). Izabelle Santana Turma XXIV DOENÇAS AUTOIMUNES DA TIREOIDE Os três principais auto-anticorpos são: Anticorpos Antitireoperoxidase (anti-TPO); Anticorpos Antitireoglobulina (Anti-Tg); Anticorpos Anti-receptores de TSH (TRAb). SINTOMAS o Intolerância ao calor; o Aumento da transpiração; o Perda de peso; o Graus variáveis de diarreia; o Fraqueza muscular; o Desordens psíquicas; o Tremor nas mãos; o Exoftalmia (bastante comum): protrusão do nervo óptico; o Edema dos tecidos retro orbitais; o Alterações degenerativas do músculo extraocular. DOENÇAS DE GRAVES Origem autoimune; Predisposição familiar – na raça branca associação aos genes HLA-B8 e DR3; Forma de hipertireoidismo – causa mais comum de hipertireoidismo (80% dos casos); Sintomas – protusão do globo ocular, inchaço no pescoço, graus variáveis de diarreia; Se não tratada pode levar a complicações cardiovasculares potencialmente fatais; Prevalência de 0,4 a 1% da população, sendo 5 a 10 vezes mais comum em mulheres, com pico de incidência entre 20 e 40 anos. TRATAMENTOS Remoção cirúrgica da glândula, Administração de iodo radioativo (I¹³¹): destruição das células hiperplásicas, emite radiação β de baixa intensidade (só afeta as células dos folículos da tireoide). Farmacológicos (competição iodeto) – carbimazol, matimazol, propiltiouracil. HIPOTIREOIDISMO A maioria é resultado de doença autoimune anticorpos, destroem a glândula (autoimune de Hashimoto); Presença de tireoidite com deterioração e fibrose da glândula. CAUSAS Primárias 1. Tumores e defeitos congênitos; 2. Deficiência de iodo: bócio, coloide endêmico; 3. Deficiência do sistema enzimático (queda de T3 e T4 – bócio, colóide idiopático; 4. Doença autoimune autoanticorpos destroem a glândula. Característica da maioria dos casos de hipotireoidismo – glândula aumentada pois os níveis reduzidos de T3 e T4 mantém níveis elevados de TSH que estimulam constantemente a tireoide. Secundárias 1. Diminuição de TSH por tumores, irradiação e inflamação hipotalâmicas ou massas, radiação, cirurgia ou infecção hipofisárias; 2. Resistencia ao hormônio tireoidiano (menos de 1% dos casos); 3. Metástases hipofisárias de neoplasias malignas primarias 4. Infarto em mulheres provocado por hemorragias no momento do parto Síndrome Sheehan; Izabelle Santana Turma XXIV CRETINISMO Crianças com hipotireoidismo desde o nascimento são denominadas cretinas e apresentam as seguintes características: Nanismo (raquitismo); Retardo mental; Língua grande e contraída. Causas: 1. Deficiência de iodo. 2. Hipotireoidismo Congênito. SINTOMAS Fadiga; Lentidão muscular; Sonolência extrema; Baixo batimento cardíaco; Débito cardíaco reduzido; Lentidão mental; Deficiência de algumas funções tróficas (crescimento de cabelo e de cicatrização da pele diminuídos); Formação de bolsas abaixo dos olhos e edema facial: MIXEDEMA; Presença de grandes quantidades de proteínas e mucopolissacarídeos no espaço intersticial. TRATAMENTOS: Reposição hormonal T3 e T4. PARATIREOIDE No homem geralmente aparecem 4, 2 nos polos superiores e 2 nos polos inferiores da glândula tireoide, de morfologia ovoide. O paratormônio (PTH) tem função de: Elevar o nível de cálcio plasmático; Mobilizar cálcio dos ossos (mobiliza osteoclastos que digerem matriz óssea); Aumentar a excreção urinária de fosfato; Aumentar a absorção de cálcio no intestino. O PTH é essencial para a concentração extracelular de cálcio; Uma atividade excessiva da glândula, leva a uma maior absorção de cálcio a partir do osso, levando a hipercalcemia; Uma atividade deficiente da glândula, leva a uma menor absorção de cálcio a partir do osso, levando a hipocalcemia; O PTH tem ação sobre a excreção de cálcio, diminuindo sua concentração na urina e aumentando sua absorção no intestino, em condições fisiológicas normais. PATOLOGIAS HIPERPARATIREOIDISMO E uma doença caracterizada pelo excesso de funcionamento das glândulas paratireoides; Aumento do nível de PTH; Pode ocorrer por: causas hereditárias, doenças associadas a outras glândulas e por tumores malignos. Características – hipercalcemia, hipofosfatemia, desmineralização dos ossos, hipercalciúria, formação de cálculos renais por cálcio. Izabelle Santana Turma XXIV Sinais e sintomas – osteopatias, fraturas ósseas, depressão do SNC e periférico, fraqueza muscular, constipação, dor abdominal, úlcera péptica, falta de apetite, cálculo renal. HIPOPARATIREOIDISMO É uma doença caracterizada pela diminuição do funcionamento das glândulas paratireoides. Diminuição dos níveis de hormônio PTH levando a diminuição de cálcio no sangue (hipocalcemia) e na urina (hipocalciuria). Causas: Um problema congênito no nascimento; Uma condição adquirida. Características: Sinais de hiperexcitabilidade neuromuscular; Tetania hipocalcêmica (espasmos intensos de musculatura esquelética), afetando extremidades e laringe; Sinal de Chvostek – contrações dos músculos faciais provocados pela percussão do nervo facial no ângulo da mandíbula; Sinal de Trousseau – espasmo muscular da extremidade do membro superior, produzindo flexão do punho e polegar, extensão dos demais dedos da mão (mão de parteira). Sintomas e sintomas – caibras musculares, fraqueza, dores de cabeça, formigamento, depressão, ansiedade, nervosismo excessivo, perda de memória, má formação de dentes e unhas, anemia, secura, sobrancelha delgada, vitiligo. Calcitonina – faz com que osteoblastos incorporem cálcio nos ossos. Ação oposta do PTH. Paratireoide (PTH) – tem como função principal regular o cálcio sério, e não hormônios.
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