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SÍNDROME DA DISFUNÇÃO COGNITIVA

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SÍNDROME DA DISFUNÇÃO COGNITIVA 
 Geriatria é marcada por processos de alterações 
 físicas (alterações fisiológicas, depressão do 
 sistema imune e degenerações orgânicas; 
 • Cães e gatos podem manifestar alterações 
 comportamentais em paralelo; logo, há a dificuldade em 
 reconhecer os problemas comportamentais (diagnóstico 
 incorreto e insucesso terapêutico); 
 • Alteração na percepção, diminuição da resposta a 
 estímulos e declínio na capacidade de aprendizado e 
 memória; 
 • Acomete 21% dos cães entre 11 a 12 anos (em 68% entre 
 15 a 16 anos), pelo menos um tipo de alteração 
 comportamental relacionada à idade; 
 Avaliação das alterações comportamentais: 
 comportamentos destrutivos, ansiedades e fobias; 
 distúrbios repetitivos ou compulsivos; alterações 
 sono/vigília, eliminação de dejetos dentro de casa; 
 agressão e vocalização aumentadas; diminuição da 
 responsividade e níveis de atividades diminuído; 
 Idade é fator de inclusão e exclusão de alguns diagnósticos 
 (mudanças na intensidade ou frequência a que se iniciou 
 quando o animal era mais jovem; determinar a idade em 
 que o problema se iniciou na anamnese); 
 Natureza dos problemas comportamentais: podem 
 ser consequências de problemas físicos; 
 relacionados a mudanças, alterações na rotina, 
 inserção de um novo animal, novos membros na 
 família, membros que deixam a casa; devemos ter 
 em mente estes fatores, pois idosos são resistentes 
 às mudanças e mais difíceis de serem treinados; 
 Causas de problemas comportamentais: mudanças 
 relacionadas com a idade (efeitos diretos e indiretos sobre 
 o comportamento, podendo ser progressivas e 
 irreversíveis), onde possuem efeito sobre os sistemas 
 corporais como déficits visuais, auditivos, artrite e/ou 
 disfunção cognitiva; 
 Saúde física e efeitos sobre o comportamento: 
 hipotireoidismo (letargia), hiperadrenocorticismo 
 (ciclos alterados de sono-vigília, letargia, 
 eliminação incorreta de dejetos dentro de casa 
 (poliúria), taquipneia e polifagia; 
 • Alterações respiratórias: anemia, cardiopatias, 
 diminuição da perfusão dos órgãos; 
 • Avaliar alterações que causem dor ou desconforto (que 
 causam irritabilidade ou medo de ser manuseado); 
 • Ficar atento a mudanças no ambiente que pode levar a 
 alterações comportamentais; a ansiedade ou como o 
 proprietário lida frente ao problema, pode acabar levando 
 a uma piora no comportamento do animal; 
 Patogenia: alterações cerebrais macroscópicas 
 devido ao envelhecimento; há uma atrofia cortical 
 e aumento dos ventrículos (espessamento de 
 meninges e atrofia das circunvoluções com 
 espaçamento dos sulcos); 
 A disfunção cognitiva assemelha-se ao Alzheimer em 
 humanos; é uma doença neurodegenerativa (com o 
 declínio cognitivo gradual); 
 Emaranhados neurofibrilares (ENF) e placas senis 
 (proteína B-amilóide): a placa senil é circundada por 
 neurônios em degeneração, microglia e 
 macrófagos; mudanças inflamatórias e de 
 neurotoxicidade acarretam hiperfosfolorilação das 
 proteínas TAU e formação dos emaranhados; o 
 acúmulo ocorre também ao redor das meninges e 
 vasos sanguíneos; 
 Alterações no metabolismo mitocondrial, onde há 
 o aumento da produção de radicais livres, logo, os 
 mecanismos antioxidantes tornam-se 
 sobrecarregados e falham com o avanço da idade; 
 há a oxidação de elementos lipídicos e protéicos, 
 que levam a lesões celulares e aumento da 
 produção de subsistência B-amilóide (ação 
 neurotóxica); com o passar da idade, os danos 
 oxidativos aumentam e precedem o acúmulo de 
 substância B-amilóide; 
 Substância B-amilóide: em resposta ao dano a 
 microcirculação cerebral, há a diminuição da oxigenação 
 dos tecidos, redução da produção e reciclagem de 
 neurotransmissores; 
 Catecolaminas (norepinefrina, dopamina e serotonina) 
 diminuídas, declínio na atividade colinérgica, e aumento 
 da MAO B e da produção de radicais livres; 
 Sinais clínicos: podem ser resumidos na alteração 
 na interação social, perda de hábitos caseiros, 
 desorientação e distúrbios do ciclo sono-vigília; 
 Desatenção, passividade e andar sem rumo; demência; 
 incontinência urinária/fecal; incapacidade de reconhecer 
 familiares e diminuição da interação com os mesmos; 
 perda de audição e vocalização excessiva; 
 Diagnóstico: realiza-se a anamnese (identificação 
 dos sinais em a associação a exclusão de outras 
 causas); é identificado a diminuição da memória e 
 aprendizado visuoespacial; há testes 
 neuropsicológicos em laboratórios (utilização de 
 questionários (DISHAL); exames físico, 
 neurológico, o�almológico e laboratoriais; 
 Testes cognitivos: identificar o declínio cognitivo 
 em fase precoce; estimulação de diferente áreas 
 corticais (diferentes tipos de aprendizagem e 
 memória); 
 Aprendizagem por discriminação visual (teste com objetos 
 de diferentes cores, tamanho ou forma); 
 Aprendizagem reverse (flexibilidade cognitiva): onde troca 
 se a recompensa por outro objeto; animais acima de 12 
 anos precisam de um número maior de tentativas até 
 acertarem o objeto recompensado; 
 Tomografia computadorizada e ressonância magnética 
 (atrofia encefálica, aumento ventricular e sulcos cerebrais 
 alargados e bem demarcados); 
 É realizado o exame post-mortem (final), onde se 
 encontram emaranhados neurofibrilares (ENF; 
 cães e gatos parecem não desenvolver) e placas 
 senis (proteína B-amilóide); em felinos as placas 
 senis são mais difusas; 
 Deve-se associar a disfunção comportamental e extensão 
 dos depósitos de amilóide; 
 Tratamento: há uma combinação de fatores, como 
 o enriquecimento ambiental, dieta e 
 farmacológico; principal objetivo é repor os níveis 
 de neurotransmissores diminuídos, facilitar e 
 reduzir seu metabolismo e reverter a progressão 
 da doença; 
 Enriquecimento ambiental: exercícios ou brinquedos 
 novos; melhora na sobrevivência e crescimento dos 
 neurônios e função cognitiva; em associação a dieta com 
 antioxidantes (associados com a prevenção de deposição de 
 amilóide); evitar em felinos com doença avançada (lidam 
 muito mal com mudanças); 
 Suplementos nutracêuticos: o encéfalo é sensível aos 
 radicais livres de oxigênio (alta taxa de metabolimo 
 oxidativo, conteudo lipido e habiliudade limitada de 
 regeneração); 
 Dietas com administração de vitaminas B, C e E, 
 betacaroteno, selênio, flavonoides e carotenoides; ácidos 
 graxos (ômega 3); ginkgo biloba (inibição de MAO A e B, e 
 efeito antioxidante); 
 L-Carnitina (melhora na função mitocondrial); 
 Felinos: o ácido a-lipoico é tóxico; não administrar; 
 Medicamentos: 
 Selegilina (inibidor seletivo e irreversível da MAO B, 
 melhora da transmissão de impulsos, e aumento de 
 dopamina e outras catecolaminas no hipocampo e córtex; 
 Donepezila, tacrina, galantamina e rivastigmina NÃO são 
 efetivos; 
 Melhoram a circulação cerebral: Nicergolina (0,25 a 0,5 
 mg/kg) e Propentofilina; 
 Adrafinil e Modafinil: intensificam o sistema 
 noradrenérgico, vivacidade mental, vigília, atenção, 
 memória e aprendizado; efeito neuroprotetor; 
 Em felinos há uma ausência de fármacos licenciados; 
 podemos utilizar Selegilina (ideal), Nicergolina (1,25 
 mg/gato) ou Propentofilina (12,5 mg/gato);

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