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Doenças venosas

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Doenças -------- Venosas 
Introdução 
Comprometimento da rede vascular 
venosa, que acomete principalmente 
(80% das vezes) os MMII e dividem-se em 
dois grupos: trombose venosa profunda – 
TVP e insuficiência venosa crônica – IVC . 
 
 
➜O que é: condição leve, onde se tem a 
formação de trombos em veias 
superficiais (geralmente nos MMSS), como 
consequência de pós trauma ou 
procedimentos invasivos; 
➜Sintomas: dor, desconforto local e 
restrição de movimento 
➜Tratamento: 
 Local com antiflamatorio: é mais 
comum e mais utilizado, funciona 
na maioria dos casos; 
 Medicamentoso com 
anticoagulantes (algumas vezes); 
 Terapia compressiva (meias de 
compressão); 
 Trombectomia ou excisão do vaso. 
 
Trombose venosa profunda 
•Aspecto da doença: obstrução total ou 
parcial das veias, com sintomatologia 
local ou sistêmica. 
•Fatores de risco: 
➜Pacientes acamados (sangue fica 
estagnado) 
➜Pós-operatório de grandes cirurgias (ex: 
ortopédicas e plásticas) 
➜Alterações de coagulação 
➜Gestação 
•possíveis complicações: deslocamento 
trombótico (provocar tromboembolismo 
pulmonar, tem maior fatalidade), 
síndrome pós-trombótica ou IVC 
(consequência da trombose), Infarto 
agudo do miocárdio e AVC. 
Mecanismo de formação do trombo: 
 
 
❶-Alteração de fluxo sanguíneo: 
causada por estase 
❷-Hipercoagulabilidade: alteração 
protéica 
❸-Alteração vascular: integridade e 
função endotelial. 
Sintomas: 
• Assintomática (muitas vezes) 
• Dor 
• Aumento da temperatura local 
• Edema e Eritema 
• Distensão venosa (trombose superficial). 
Diagnostico: 
➜D-dímero, doppler, tomografia 
computadorizada, ressonância nuclear 
magnética, flebografia. 
 
Tromboflebite 
Tríade de Virchow 
ANGIOLOGIA UNIDADE 2 
Tratamento: 
•Anticoagulante endovenoso (primeiros 
dias) 
•Anticoagulante oral (longo período com 
monitorização, indica-se o uso de 6 a 8 
meses); 
•Filtro de veia cava inferior 
(procedimento invasivo, mecanismo que 
abre a veia cava) 
•Fisioterapia: deambulação precoce, 
meias elásticas compressivas (melhoram 
a função de bomba da panturrilha, 
reduzindo o edema e otimizando a 
microcirculação cutânea); 
OBS: fisio somente quando o paciente já 
recebeu o anticoagulante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Doença venosa crônica 
➜O que são: anormalidades venosas 
morfológicas e funcionais com sintomas 
na pele e tecido subcutâneo, também 
conhecida como Insuficiência Venosa 
Crônica – IVC. 
Fisiopatologia da IVC: 
➜Hipertensão venosa por alteração do 
fluxo sanguíneo, o sangue começa a se 
acumular no vaso 
•Obstrução da veia 
•Falha das válvulas venosas. 
➜Reação inflamatória nas túnicas das 
veias 
•Ação leucocitária (defesa) 
•Cascata de citocinas (inflamação 
crônica) 
•Lesões cutâneas 
•Sintomas: fadiga, dor, cansaço, edema, 
sensação de peso, câimbras, prurido e 
alterações cutâneas 
OBS: essa é uma doença com baixo risco 
de morte, porém com alto impacto na 
qualidade de vida. 
•fatores de risco: idade (> 50 anos), 
hereditariedade, força hidrostática 
gravitacional, hormônios sexuais 
femininos. 
Classificação 
➜Primária: alterações valvulares venosas 
no sistema venoso superficial. 
➜Secundária: após processos obstrutivos 
(ex: pós trombótica) com alterações 
valvulares venosas no sistema venoso 
profundo. 
 
 
 
• Baixo risco: deambulação precoce, 
evitar que o paciente fique parado muito 
tempo; 
 • Risco moderado: uso de meias de 
compressão (se houver risco de 
sangramento) ou medicação 
anticoagulante – heparina (se não tiver 
risco de sangramento) 
• Alto risco: compressão pneumática 
intermitente (se risco de sangramento), 
anticoagulante (sem risco de 
sangramento), fisioterapia específica e 
estimulação elétrica neuromuscular. 
TRATAMENTO PREVENTIVO 
CLASSIFICAÇÃO CEAP 
Clínica: a mais utilizada pela fisioterapia, 
pois sua identificação é de caráter visual. 
 
 
 
OBS: as ulceras se abrem por respostas 
inflamatórias, as células de defesa 
migram para o local da inflamação e vão 
degradando os tecidos. 
Principais Queixas: 
➜C1: queixas estéticas; 
➜C2 e C3: peso no membro inferior, 
latejamento, formigamento; 
➜C4a: hiperpigmentação ou eczema 
➜C4b: lipodermatosclerose ou atrofia 
branca (a pele fica rígida) 
OBS: alívio ao elevar o membro 
Tratamento: 
• Compressão 
• Medicamentos 
• Escleroterapia 
• Cirurgia. 
Fisioterapia nas 
doenças venosas 
 • tromboflebite 
➜Conduta expectante (monitoramento) 
➜Ações analgésicas (exemplo: TENS, 
porém com baixa evidencia cientifica) 
➜Auxilia na manutenção de mobilidade 
 • trombose ven. profunda 
➜Prevenção (monitorando a possível 
formação de trombos) e identificação 
precoce dos sinais e sintomas; 
➜Existe um pré-teste que determina a 
probabilidade clínica para TVP: a ESCALA 
DE WELLS, onde: pontuação <2 indica 
baixo risco e pontuação >2 se configura 
de moderado a alto risco. 
 
➜Fisioterapia: promover mobilidade + 
deambulação precoce (quando 
possível) + recursos de aumento 
circulatório (circulação venosa) 
➜Deambulação com descarga de peso 
➜Exercícios no leito com contrações 
musculares MMII (ativos, resistidos, 
mobilização passive continua, 
eletroestimulação neuromuscular) 
Terapia compressiva 
➜Atua na redução significativa de TVP e 
de edemas, também auxilia para que as 
úlceras não voltem a se abrir. 
•Pressão 14-18 mmHg no tornozelo 
(prevenção de TVP) 
•Pressão de > 20 mmHg (pós TVP, 
prevenção de Sd. Pós-trombótica) 
➜Precauções: casos de DAP ou DAOP, 
quando o resultado do ITB for menor que 
0,8. 
➜Indicações: CEAP de C2 e a C6 
➜Evitar uso em casos de: neuropatia 
periférica severa, insuficiência cardíaca 
descompensada, insuficiência arterial, 
insuficiência renal grave, doença 
dermatológica. 
Tipos de compressão 
•Inelástica: temos como exemplo a 
órtese de velcro e a Bota de Unna, o 
ponto negativo é que ambas tem alto 
custo e limitam os movimentos. 
•Elástica: temos como exemplo as meias 
(pressão graduada determinada e de 
custo mais alto) e as bandagens 
(aplicadas em “espiral” ou “em 8”, seu 
número de camadas determina a 
pressão, são de baixo custo). 
Exercícios 
➜Objetivos principais: mobilidade 
(amplitude) em tornozelo e 
fortalecimento (perna). 
Teste de elevação do calcanhar 
•Solicita que o paciente eleve o 
calcanhar de forma rápida 
(unilateralmente) rapidamente até o 
máximo (ou 2 vezes sem alcançar o 
máximo de elevação) 
OBS: pode adaptar para bilateralmente 
se houver déficit de equilíbrio 
•Avaliação – acompanhamento (sem 
pontos de corte descritos) 
• Prescrição: o paciente deve fazer aprox. 
70% das repetições do resultado do teste. 
Tratamento fisioterapêutico 
 
• Treinamento resistido 
• Treinamento aeróbio 
• Educação em saúde 
• Monitorização e avaliação periódica 
• Terapias preventivas 
 
Doenças linfáticas 
Linfedema: 
•conceito: Edema causado pelo acumulo 
de linfa no espaço intersticial. 
•classificação etiológica: 
➜Primário: congênito (desde o 
nascimento) ou malformação do sistema 
linfático; 
➜Secundário: prejuízo da circulação 
linfática de origem externa, exemplos: 
Insuficiência cardíaca congestiva, 
filariose linfática, infecções recorrentes, 
câncer, etc. 
Filariose linfática: 
 
Comum em países menos desenvolvidos, 
é uma doença tropical infecciosa 
(causada por larvas de pernilongos), 
resultante de uma resposta inflamatória 
•Sexo masculino: hidrocele 
(inflamação do testículo) 
•Sexo feminino: linfedema em 
membro inferior 
Secundário a tratamentos/câncer 
 
Comum em países mais desenvolvidos, 
ocorre por remoção linfática, 
radioterapia na região dos linfonodos e 
pós-mastectomia (linfedema de MMSS). 
OBS:geralmente na mastectomia total, 
ocorre também a remoção dos 
linfonodos próximos dessa região. 
•fisiopatologia: 
•Disfunção linfática 
•Acúmulo de líquido intersticial (alto teor 
proteico) 
•Deformidade no segmento corporal 
•Extravasamento do líquido para o 
subcutâneo 
•Fibrose e Hiperqueratose da pele 
(elefantíase) 
• Inflamação crônica 
• Infecção 
•Rigidez 
•Alterações vasculares, anatômicas e 
físicas 
•Prejuízo na qualidade de vida 
Classificação quanto aos estágios 
 
 
 •cacifo – sinal de Godet 
➜Grau 1: desaparecimento quase 
imediato 
➜Grau 2: desaparecimento em até 15 
seg (5s) 4 mm 
➜Grau 3: desaparecimento em até 1 min 
6 mm 
➜Grau 4: desaparecimento em 2 a 5 min 
 •sinal de Stemmer 
➜Negativo: pele (base do 2º metatarso) 
levanta quando puxada; 
Positivo: pele (base do 2º metatarso) não 
é levantada quando puxada. 
Avaliação 
•Anamnese 
•Sintomas 
•Questionários/Escalas 
•Exame físico, inspeção da pele, 
palpação 
•Goniometria (avalia prejuízo na ADM) 
•Perimetria (+ utilizada, utiliza ponto de 
referência e faz a comparação com 
membro não afetado) e volumetria 
(apesar de ser padrão ouro, é inviável na 
prática clínica); 
Tratamento fisioterapêutico 
❶-Fase I: redução do membro afetado e 
consequentemente do edema; 
•Orientar quanto aos cuidados com a pele: 
manter sempre limpa e hidratada, utilizar 
substâncias com pH neutro e evitar lesões de 
pele; 
•Drenagem linfática manual (DLM); 
•Compressão com bandagens; 
•Exercícios físicos: foco nos resistidos para 
fortalecer a musculatura, auxiliando assim o 
fluxo da linfa. 
 
• Compressão elástica 
•Drenagem linfática manual (DLM): 
pressão delicada e rítmica, manobras de 
propulsão, sentido ao retorno linfático 
(distal → proximal) 
• Exercícios físicos (foco nos resistidos) 
➜Frequência: 5x por semana; 
➜Período: de 3 a 8 semanas; 
❷-Fase II: conservação dos resultados e 
conservação dos ganhos. 
 
 
 
 
 
 
➜Compressão com meias/luvas: 
moderada a alta compressão: 20 a 60 
mmHg) ou elástica (múltiplas camadas).

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