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Insuficiência Venosa Crônica - APG 13

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APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período 
EPIDEMIOLOGIA, FISIOPATOLOGIA, MANIFESTAÇÕES 
CLÍNICAS (EVC), FATORES DE RISCO, COMPLICAÇÕES 
(úlceras de estase e dermatite), DIAGNÓSTICO, 
TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA 
IVC 
• Doença venosa crônica que representa o conjunto de 
alterações decorrentes da dilatação das veias das 
extremidades e alterações funcionais das mesmas, por 
uma incompetência valvular, associada ou não à 
obstrução do fluxo venoso
• Já o termo insuficiência venosa crônica é usado para 
doenças mais graves. 
Obs: a presença de veias varicosas é indicativa de doença 
venosa crônica e não necessariamente insuficiência 
venosa.
Existem três apresentações comuns da doença: 
• Telangiectasia: vênulas dilatadas (1mm) na porção 
intradermal da pele que aparecem em tons avermelhados 
ou azulados;
• Microvarizes (veias reticulares): veias do subcutâneos 
dilatadas (1-3 mm) que aparecem em tons de vermelho, 
verde ou roxo;
• Varizes (veias tronculares): veias superficiais dilatadas e 
tortuosas (> 3 mm).
Fisiopatologia 
• Mecanismos como: função inadequada do músculo 
esquelético (como bomba); obstrução ou trombose 
venosa e incompetência das válvulas venosas levam a 
uma série de mudanças anatômicas, fisiológicas e 
histológicas que culminam em dilatação venosa; alteração 
na cor e textura da pele e até mesmo úlcera cutânea.
Válvulas de sentido único nas veias: 
As válvulas de sentido único são compostas por dois 
folhetos (cúspides) cujas margens se unem. Elas ajudam as 
veias a transportar o sangue de volta ao coração. 
Quando o sangue se desloca para o coração, ele faz com 
que as cúspides se abram como portas giratórias de 
sentido único (representadas à esquerda). Se a gravidade 
puxar o sangue para trás momentaneamente ou se sangue 
começar a se acumular em uma veia, as cúspides são 
empurradas e se fecham imediatamente, impedindo o fluxo 
retrógrado (mostrado à direita).
Em alguns casos, a força gravitacional faz com que as 
paredes das veias das pernas se dilatem com o tempo, o 
que tende a separar essas válvulas. Se essas válvulas não 
fecharem corretamente, elas podem permitir que o sangue 
retorne e se acumule nas veias, o que pode fazer com que 
mais válvulas estiquem e falhem. Sendo assim o refluxo de 
sangue faz com haja uma hipertensão no sistema venoso. 
Já para outras pessoas esta incompetência valvular se deve 
ao trauma ou alterações congênitas.
A hipertensão venosa também pode ser devida à obstrução 
do fluxo venoso ou falha da bomba muscular da panturrilha. 
Durante a contração muscular, o sangue flui corretamente, 
de baixo para o coração. Durante o relaxamento muscular, 
devido à incompetência das válvulas, o sangue flui para 
baixo, aumentando a pressão e sobrecarregando as veias 
superficiais.
Obs: Nas va r i zes há p rob lemas es t ru tu ra is e 
hemodinâmicos: a incompetência das válvulas gera 
inversão de fluxo, de cima para baixo e do sistema venoso 
profundo para o superficial com aumento da pressão, já 
que a parede da veia tem uma pequena quantidade de 
músculo elástico e liso e é incapaz de lidar com o aumento 
da pressão, fazendo com que as veias superficiais se 
tornem tortuosas e dilatadas (veias varicosas).
a) A insuficiência venosa crônica pode provocar 
desconforto e inchaço nas pernas e erupção, 
descoloração e/ou úlceras na pele.
b) A síndrome pós-flebite é uma insuficiência venosa 
crônica decorrente de um coágulo de sangue nas veias 
(trombose venosa profunda).
c) Manter a perna elevada, usar meias de compressão e 
tratar cuidadosamente qualquer ferimento são medidas 
necessárias para o tratamento.
Manifestação clínica 
Anamnese 
Principais sintomas: desconforto em membros inferiores, 
dor e inchaço. 
- Dor em peso, queimação ou desconforto nos membros 
inferiores (principalmente no final do dia) e pode estar 
associado a pruridos e câimbras;
- Fator de piora: calor e períodos prologados em 
ortostatismo ou sentado;
- Fator de melhora: repouso e elevação do membro 
inferior.
- a dor pode ser generalizada ou localizada em 
determinada veia, úlcera ou área de lipodermatoes- 
clerose. 
- o inchaço piora ao longo do dia em pacientes que 
permanecem de pé ou sentados por muito tempo.
INCHAÇO: Piora ao longo do dia em pacientes que 
permanecem de pé ou sentados por muito tempo. O 
inchaço pode não originar outros sintomas, porém, algumas 
pessoas sentem as pernas pesadas, latejantes, cansadas, 
volumosas e com formigamento.) Se o edema for grave e 
persistente, forma-se um tecido cicatricial que retém líquido 
nos tecidos. Por conseguinte, a panturrilha aumenta de 
tamanho de modo permanente e endurece. Nesses casos, 
há maior probabilidade de que se desenvolvam úlceras e de 
que estas cicatrizem menos facilmente.
PELE AVERMELHADA: A pele da parte interna do 
tornozelo fica descamada e pruriginosa, podendo ganhar 
um tom vermelho escuro. Essa alteração da cor é causada 
pelos glóbulos vermelhos que escapam das veias 
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/dist%C3%BArbios-venosos/trombose-venosa-profunda-tvp
APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período 
inchadas (distendidas) para a pele. A pele despigmentada é 
vulnerável e mesmo uma pequena lesão, como um 
arranhão ou uma pancada, pode rompê-la, resultando em 
uma úlcera. Também podem surgir úlceras sem nenhuma 
lesão conhecida, normalmente na parte interior do 
tornozelo. No geral, elas são apenas levemente 
desconfortáveis. Caso sejam muito doloridas, existe a 
chance de elas estarem infectadas. 
A dermatite ocre é resultado da lise das hemácias, que 
libera hemoglobina que no espaço extracelular e é 
degradada a um subproduto, a hemossiderina, que dá 
coloração castanha à pele. Por fim ocorre um processo de 
lipodermatoesclerose secundário à grande concentração de 
líquido e principalmente proteínas que ficaram retidas no 
interstício celular, levando primeiro ao endurecimento e 
aumento do poder oncótico intersticial e posterior à fibrose 
da pele e principalmente do tecido celular subcutâneo.
Avaliar a presença de comorbidades: Doença arterial 
periférica; doença coronariana; insuficiência cardíaca; 
diabetes; artrite e outros. 
- são condições geralmente associadas à doença venosa 
crônica e que costumam contribuir para casos mais 
graves.
Sintomas: 
• Os sintomas do paciente também podem ser altamente 
variáveis, incluindo dor, coceira, queimação, desconforto 
posicional e até mesmo "claudicação venosa".
• A gravidade dos sintomas e sinais de doença venosa 
tende a se correlacionar com o grau de disfunção valvar 
venosa subjacente e obstrução venosa. No entanto, 
evidência visível mínima de doença venosa pode estar 
associada à incompetência valvar venosa. 
• Os sintomas de dor nos membros, peso e inchaço podem 
ser de origem venosa, mesmo quando não associados a 
varizes visíveis ou palpáveis.
Pearls & Pitfalls 
Usado para diferenciar a dor por doença venosa de 
membros inferiores da dor da doença arterial periférica
• A doença venosa crônica causa dor, tipicamente, com o 
paciente em pé ou sentado, com os membros inferiores 
pendentes, por um longo período , melhorando com a 
elevação do membro e o andar (ou seja, melhora com 
manobras que favorecem o retorno venoso);
• A doença arterial periférica causa dor durante o caminhar 
(claudicação intermitente), podendo causar dor também 
em repouso nos casos mais graves, porém alivia com o 
repouso e piora com a elevação do membro isquemiado 
(ou seja, melhora com a diminuição da demanda 
metabólica do membro e piora com seu aumento).
Exame Físico 
Nessa etapa, é preciso correlacionar os sintomas do 
paciente com achados do exame clínico consistentes com 
doença venosa dos membros inferiores (cerca de 20% dos 
pacientes podem apresentarsintomas típicos sem 
alteração clínica visível e outros podem ter seus sintomas 
atribuídos a outras doenças).
Telangiectasias e/ou veias reticulares: Achado clínico 
mais comum, presente em pacientes com dilatação venosa 
leve. São mais comuns no sexo feminino.
Veias varicosas: Veia subcutâneas dilatadas e tortuosas 
com mais de 3 mm de diâmetro.
• Edema: Inicialmente, aparece como edema perimaleolar 
no fim do dia. Com a progressão, a doença evolui com 
aparecimento do edema e progressão ascendente do 
edema ao longo de todo o dia.
• O edema é um sinal clínico inespecífico, no entanto, 
alguns achados favorecem o diagnóstico de insuficiência 
venosa na presença de edema:
• Edema limitado aos membros inferiores (inicialmente 
unilateral ou bilateral), sendo acompanhado por outros 
achados de doença venosa (hiperpigmentação da pele, 
veias varicosas, reticulares e telangiectasias);
• Edema melhora com o decúbito e elevação do membro 
(embora outras causas de edema hidrostático também 
melhorem nesse caso);
• Pressão venosa central normal (clinicamente se manifesta 
pela ausência de turgência jugular), embora a presença 
desta não descarte edema por insuficiência venosa;
• Baixa resposta ao diurético (visto que o mecanismo 
fisiopatológico não é hipervolemia), podendo cursar 
inclusive com hipotensão.
Hiperpigmentação da pele: Ocorre hiperpigmentação 
gradual da pele, inicialmente na região perimaleolar medial, 
progredindo para o dorso do pé e perna.
Dermatite por estase: Sinal precoce da doença venosa 
funcional crônica, apresentando-se como um rash 
eczematoso com eritema, prurido, erosões e crostas. O 
prurido intenso pode levar a escoriações por coçadura.
Lipodermatoesclerose: Manifestação tardia e grave da 
insuficiência venosa crônica. Paniculite fibrosante do tecido 
celular subcutâneo acometendo regiões perimaleolares e 
perna distal, com hiperpigmentação evoluindo com fibrose 
e enduração da pele e com comprometimento venoso e 
linfático.
Úlcera venosa: Úlceras de localização no trajeto das veias 
safenas magna e parva, sendo muito comum sua 
localização perimaleolar (especialmente medial), de 
aparecimento espontâneo ou decorrente de trauma. Podem 
ser múltiplas ou única, são dolorosas, superficiais, 
exsudativas e com tecido de granulação.
Testes 
- Teste de Brodie-Trendelenburg;
- Teste de Perthes;
APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período 
- Teste de Schwartz;
- Manobra de Valsalva.
Classificação CEAP 
De acordo com a classificação conhecida como CEAP, as 
varizes podem ser classificadas clinicamente como:
• C0 – Ausência de sinais de doença venosa;
• C1 – Teleangiectasias e veias reticulares;
• C2 – Veias varicosas;
• C3 – Edema;
• C4a – Pigmentação, eczema;
• C4b – Dermatoesclerose ou atrofia branca;
• C5 – Ulcera venosa cicatrizada;
• C6 – Ulcera venosa aberta.
Fatores de Risco 
- Idade avançada 
- Sexo feminino 
- Número de gestações 
- Obesidade 
- Trombose venosa 
- Permanência de longas horas em pé ou sentado 
- Histórico familiar 
Complicações 
I. Tromboflebite superficial 
II. Trombose venosa profunda 
III. Dermatite ocre 
IV. Lipodermatoesclerose
V. Úlceras de estase: ao redor no maléolo medial, bordos 
irregulares, rasas, com base vermelha e exsudato 
serohemático ou seropurulento e pigmentação ao redor. 
Estas geralmente não são dolorosas, a não ser que haja 
infecção.
Diagnóstico 
• O diagnóstico de insuficiência venosa é clínico, na 
presença de sinais clínicos sugestivos e exclusão de 
outras causas de edema (especialmente hipervolemia e 
insuficiência cardíaca). 
• Em casos duvidosos, no entanto, um doppler de 
membros inferiores pode confirmar o diagnóstico e ajuda 
na avaliação da gravidade da doença e na indicação de 
intervenções terapêuticas.
• Doppler venoso de membros inferiores: Indicado em 
quase todos os casos de doença venosa crônica, seja 
para confirmação diagnóstica dos casos duvidosos ou 
refratários, ou para avaliação da natureza e extensão do 
refluxo venoso que define a proposta terapêutica. Pode 
avaliar a presença de insuficiência venosa funcional 
(refluxo venoso), hipertensão venosa e trombose venosa 
profunda.
• Venografia/ Flebografia: Padrão ouro no diagnóstico de 
trombose venosa profunda. Permite um diagnóstico 
anatômico e avaliação hemodinâmica de todo o sistema 
venoso do membro. 
- indicada somente quando os métodos não-invasivos 
não forem decisivos para esclarecimento diagnóstico 
e/ou orientação de tratamento nas angiodisplasias 
venosas e na possibilidade de cirurgia do sistema 
venoso profundo
- seu alto custo e invasão não justificam seus benefícios 
adicionais quando comparado ao doppler
Tratamento 
Abordagem Terapêutica 
A terapia de compressão continua a ser a pedra angular 
para pacientes com doença venosa crônica. O mecanismo 
pelo qual a terapia de compressão produz efeitos benéficos 
é multifatorial. A compressão melhora a hemodinâmica 
venosa, aumentando a velocidade do fluxo venoso 
profundo e o retorno venoso, melhorando o fluxo linfático e 
a microcirculação cutânea e diminuindo as pressões 
venosas
• As meias de compressão estão disponíveis em cinco 
gradientes de pressão (< 20, 20-30, 30-40, 40-50 e > 50 
mmHg). 
• As meias de compressão utilizadas no tratamento da 
doença venosa crônica necessitam exercer uma pressão 
mínima de 20-30 mmHg no tornozelo para serem 
eficazes. 
• As meias brancas "antiembolismo", comumente 
administradas aos pacientes no hospital, exercem 
compressão variável (variando de 6-19 mmHg de pressão 
no tornozelo) e não são um tratamento adequado de 
insuficiência venosa.
• Um grau mais alto de meias de compressão (30-40 
mmHg) pode ser necessário com doença venosa crônica 
mais grave. As roupas de compressão de grau mais alto 
(ex.: 40-50 mmHg ou 50-60 mmHg) estão disponíveis, 
mas normalmente são reservadas para pacientes com 
linfedema crônico ou no tratamento de cicatrizes de 
queimadura.
Bandagens compressivas: Devem ser aplicadas por 
pessoal treinado e alteradas dependendo do grau de 
drenagem. Têm a mesma função das meias compressivas.
Elevação das pernas: Elevação simples dos pés até, pelo 
menos, o nível cardíaco, durante 30 minutos, 3 ou 4x/dia, 
melhora a microcirculação cutânea e reduz o edema.
APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período 
Exercício: Caminhada diária e simples exercícios de flexão 
do tornozelo, enquanto sentado, são estratégias baratas e 
seguras no tratamento da doença venosa crônica.
Drogas venoativas: São derivados flavanoides, em que a 
maioria das drogas venoativas tem demonstrado aumentar 
o tônus venoso por um mecanismo relacionado com a via 
da norepinefrina. Outras ações incluem redução da 
hiperpermeabilidade capilar, drenagem linfática melhorada, 
efeitos anti-inflamatórios e diminuição da viscosidade do 
sangue. Estes agentes podem ser úteis para o tratamento 
de qualquer classe de doença venosa.
Hidroxietilrutosídeo: É uma mistura padrão de flavonoides 
semissintéticos que atuam, principalmente, sobre o 
endoté l io da microvasculatura para d iminui r a 
permeabilidade, reduzindo, assim, o edema e os sintomas.
Extrato de sementes de castanha de cavalo: Estimula a 
liberação de prostaglandinas da série F (PGF2-alfa), que 
induzem a venoconstrição, diminuindo a permeabilidade 
das paredes dos vasos a proteínas de baixo peso 
molecular, água e eletrólitos. Dose de 300 mg 2x/dia.
Fração flavanoide purificada micronizada — Diosmin® e 
Daflon®: pode também ser útil como um adjuvante à 
terapia de compressão para melhorar a cicatrização de 
úlceras. Existem poucos efeitos secundários associados a 
estes agentes.
Agentes que auxiliamno fluxo e cicatrização de úlceras:
• Aspirina®: na dose de 300 mg/dia (comprimido revestido) 
pode acelerar a cicatrização de úlceras venosas crônicas; 
- útil em pacientes que não tenham contraindicação 
para seu uso;
• Estanozolol: esteroide anabólico oral que estimula a 
fibrinólise do sangue e foi avaliado para o tratamento das 
mudanças mais avançadas da pele associadas a 
lipodermatosclerose;
• Pentoxifilina: cicatrização completa ou parcial de úlcera 
venosa na dose de 800 mg/dia. Efeitos colaterais comuns 
são os gastrointestinais;
• Análogo sintético da Prostaciclina: I loprosta 
(Carboprostaciclina, administração parenteral a 0,5-2 
nanogramas/kg/minuto), é um potente vasodilatador que 
inibe a agregação e adesão plaquetária, aumenta a 
deformabilidade dos glóbulos vermelhos, altera a função 
dos neutrófilos radicais e permeabilidade capilar e pode 
ajudar a reparar o endotélio danificado;
• Sulodexida: glicosaminoglicano altamente purificado. 
Tem atividade antitrombótica e profibrinolítica relacionada 
com sua afinidade para a antitrombina III e o cofator de 
heparina II, entre outros efeitos farmacológicos.
Cuidados com a Pele 
Limpeza da pele: Lavar suavemente as pernas diariamente 
com sabonetes hidratantes para remover bactérias e 
crostas. Não usar sabão para não ressecar mais a pele.
Emolientes: Fornecem uma película de óleo para lubrificar 
a pele, que limita a secura, prurido e subsequente fissura 
da pele. Emolientes são mais bem aplicados com a pele 
úmida (ou seja, imediatamente após tomar banho).
Barreiras tópicas — vaselina e óxido de zinco creme ou 
pomada: Bloqueiam fisicamente irritantes químicos e 
umidade de entrar em contato com a pele e são usados 
para proteger a pele da drenagem da úlcera exsudativa. 
Ajudam a reduzir o prurido da pele seca e prevenir a avaria 
da pele.
Corticoide tópico: Os sintomas específicos de dermatite 
de estase, incluindo eritema, inflamação, prurido e 
formação de vesículas, podem exigir tratamento das bordas 
da ferida com corticosteroides tópicos do grupo III ou IV 
(ex.: Triancinolona, Fluocinolona, Betametasona).
Tratamento Cirúrgico 
• As varizes primárias com sintomas persistentes e doppler 
documentando refluxo venoso têm indicação cirúrgica. 
• As opções menos invasivas constituem ablação térmica 
(indicada para veias safenas grandes) ou não térmica 
(endovenosa, preferencial ao tratamento cirúrgico pelo 
pós-operatório mais rápido e menos sintomático) da veia 
acometida. 
• Nos casos de insuficiência e/ou dilatação de safenas, 
pode-se considerar a excisão parcial ou total do vaso 
afetado.
Tratamento das Complicações 
Tromboflebite superficial:
• Trombose de veia superficial; seu diagnóstico é clínico 
(dor, hiperemia, edema local e cordão venoso palpável), 
mas um doppler deve ser solicitado sempre que houver 
suspeita de quadro ascendente que acometa terço 
proximal de safena interna de coxa;
• Se esse segmento for acometido, recomenda-se ligadura 
e secção da crossa da safena;
• Nos casos em que o processo inflamatório for exuberante 
e com maior extensão de trombos, pode-se lançar mão 
da anticoagulação com HBPM;
• Nos casos não complicados, recomenda-se uso de AINE 
por 5-7 dias, associado a compressa morna e 
heparinoides tópicos.
Varicorragia: Elevação do membro e compressão manual 
por 10 minutos, seguidos de curativo compressivo por 
24-48 horas. A sutura do cordão varicoso sangrante é 
proscrita pelo risco elevado de desenvolvimento de úlcera e 
infecção secundária.
Úlcera venosa: Ecodoppler colorido é essencial na 
avaliação desses pacientes, indicando a possibilidade de 
tratamento cirúrgico. A associação a terapia compressiva e 
curativos diários é mandatória. Quando necessário deve 
ocorrer o debridamento da ferida. Antibióticos tópicos não 
apresentam benefício e os sistêmicos devem ser utilizados 
apenas nas seguintes situações:
- Febre;
- Aumento do eritema da pele circundante;
- Calor local e aumento da temperatura;
- Linfangite;
- Aumento rápido do tamanho da úlcera.
Tratamento Farmacológico 
Drogas venoativas
• Diosmina + hesperidina (450 mg/cp + 50 mg/cp) 450 + 
50 mg VO de 12/12 horas, uso contínuo;
• Castanha-da-índia (100 mg/cp) 100 mg VO de 8/8 ou 
12/12 horas, uso contínuo; 
• Dobesilato de cálcio (500 mg/cp) 250-500 mg VO de 
12/12 horas, uso contínuo; 
• Castanha-da-índia composta 1 drágea VO de 8/8 até 
6/6 horas, uso contínuo; 
• Cumarina + troxerrutina (105 mg/cp) 105 mg VO de 8/8 
horas, uso contínuo.
Drogas que auxiliam na cicatrização de úlceras 
• Pentoxifilina (400 mg/cp) 400 mg VO de 8/8 ou 12/12 
horas até a cicatrização da úlcera;
APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período 
• Ácido acetilsalicilíco (100 mg/cp) 300 mg VO de 24/24 
horas até a cicatrização da úlcera;
• Contractubex passar no local 2x/dia até a cicatrização 
da úlcera.
Tratamento da dermatite de contato: 
• Triancinolona passar na lesão 2x/dia até melhora da 
lesão;
• Fluocinolona passar na lesão 2x/dia até melhora da 
lesão;
• Betametasona passar na lesão 2x/dia até melhora da 
lesão
Tratamento não Farmacológico 
Medidas comportamentais:
• Elevação dos membros inferiores, por 30 minutos, de 
3-4x/dia;
• Prática regular de atividades físicas que envolvam 
contração dos músculo das pernas.
Meias de compressão elástica: 
• Classe I: Compressão leve (18-25 mmHg/15-21 mmHg).
- Indicação: Prevenção de trombose venosa profunda 
(TVP) e para pequenas veias varicosas, com sintomas 
leves;
• Classe II: Compressão moderada (26-34 mmHg/23-32 
mmHg):
- Indicação: Uso na insuficiência venosa moderada; 
após tratamento cirúrgico de varizes, úlcera varicosa, 
tromboflebites e prevenção de TVP;
• Classe III: Compressão alta (37-49 mmHg/34-46 mmHg):
- Indicação: Uso na insuficiência venosa avançada, 
com edema reversível;
• Classe IV: Compressão máxima (> 50 mmHg/> 49 
mmHg):
- Indicação: Uso no linfedema ou na insuficiência 
venosa com edema irreversível.
Inchaço origem venosa X Inchaço origem por linfedema 
O inchaço das extremidades inferiores devido ao linfedema 
é frequentemente confundido com isso devido à origem 
venosa. 
Origem venosa: 
- O edema relacionado apenas à presença de doença 
venosa geralmente ocorre no tornozelo e pode se 
estender até a perna, mas menos comumente se estende 
ao pé e aos dedos dos pés, distinguindo-o do linfedema.
- tem como característica ser resolutiva e melhorar 
durante a noite quando o paciente dorme (pernas 
elevadas).
Origem linfedema: 
- o inchaço por linfedema é mais recalcitrante e 
geralmente persiste e ainda está presente pela manhã.
- se estende ao pé e aos dedos dos pés. 
- O flebolinfedema é talvez a forma mais comum de 
linfedema nas sociedades ocidentais e resulta de 
alterações anatômicas e fisiológicas no sistema linfático 
que surgem secundárias a formas avançadas de doença 
venosa crônica que levam à sobrecarga linfática.
C L A S S I F I C A Ç Õ E S D E A C O M E T I M E N T O E 
COMPLICAÇÃO DA EVC 
A estase ocorre quando o sangue se estagna na veia, 
quando há uma inatividade prolongada 
Úlcera venosa 
Definição: Ferida crônica secundária ao comprometimento 
do fluxo venoso local.
Fisiopatologia 
• Devido ao distúrbio no fluxo venoso local, o tecido fica 
com oxigenação e celularidade prejudicadas, dificultando 
o processo de cicatrização. 
• A pele, comumente "esgarçada" pelo edema do 
subcutâneo, fica fina e frágil, podendo ocorrer pontos de 
perda de solução de continuidade e transudação do 
edema.
• A associação de isquemia venosa com as alterações 
cutâneas favorece o aparecimento das úlceras e dificulta 
o processo cicatricial. 
• Outra forma das úlceras surgirem é a partir de ferimentos 
simples ou pequenos traumas cutâneos.
Quadro clínico 
• São lesões ulceradas, únicas ou múltiplas, bordas 
irregulares (podem atingir toda a circunferência do 
membro), fundo amarelado e cruento,composto por 
exsudato fibrinoso e tecido de granulação. 
• Sua localização mais comum é terço inferior dos 
membros inferiores, principalmente região maleolar 
medial.
• É comum encontrarmos na região ao redor da úlcera 
sinais de insuficiência venosa (edema, veias varicosas, 
lipodermatoesclerose, hiperpigmentação pelo acúmulo de 
hemossiderina, presença de vênulas dilatadas na região 
submaleolar, que dão aspecto de "transparência" na 
região, chamadas de corona phlebectasica).
Fatores de risco: 
- Insuficiência cardíaca;
- Trombose venosa prévia;
- Distúrbios musculares;
- Insuficiência venosa crônica.
Abordagem Diagnóstica 
• Anamnese e exame físico devem ser detalhados, para 
buscar causas associadas ainda não tratadas: 
hipertensão arterial sistêmica; insuficiência cardíaca; 
coagulopatias; tromboses.
• O diagnóstico da úlcera venosa é obtido através de suas 
características clínicas e achados associados compatíveis 
como sinais de insuficiência venosa: dermatite de estase, 
e d e m a , v e i a s v a r i c o s a s , d e r m a t i t e o c r e , 
lipodermatoesclerose, entre outros.
• Biópsia da úlcera deve ser realizada na dúvida 
diagnóstica e com o intuito de excluir causas infecciosas 
(enviar material para cultura de bactérias, micobactérias e 
fungos) e malignidades (úlceras crônicas podem evoluir 
para carcinoma basocelular ou espinocelular, chamada 
úlcera de Marjolin). 
• Recomenda-se avaliar a biópsia após 4-6 semanas de 
tratamento sem melhora e para todas as úlceras com 
características atípicas (ex.: produção excessiva de 
exudato, presença de tecido necrótico, aprofundamento 
progressivo, tempo prolongado de evolução).
Exames de rotina: 
• Exames de sangue: Hemograma, coagulograma, 
glicemia, função renal, marcadores de coagulopatias 
APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período 
(anticoagulante lúpico, anticardiolipina, proteína C e S, 
mutação do fator V de Leiden);
• Ecodoppler vascular (com avaliação do sistema venoso 
superficial, comunicante e profundo);
• Biópsia (quando houver suspeita de infecção crônica, 
com envio de material para cultura de bactérias, 
micobactérias e fungos ou suspeita de transformação 
neoplásica);
• Radiografia (quando houver suspeita de osteomielite 
associada).
Abordagem Terapêutica 
• O pilar principal do tratamento da úlcera venosa é reverter 
os efeitos da insuficiência venosa crônica.
• Além disso, cuidados com a cicatrização e prevenção de 
infecções devem ser tomados.
• É importante reconhecer complicações associadas, que 
podem atrapalhar o tratamento e fechamento completo 
da úlcera, tais como: infecção local ou adjacente (celulite 
e erisipela), dermatite de contato (muitas vezes causada 
por uso inadequado de antibióticos tópicos na lesão), 
osteomielite e transformação neoplásica.
• Sinais de infecção do leito da lesão: piora da dor local, 
aumento da quantidade de exudato e odor fétido, crostas 
melicéricas;
Sinais de infeção de partes moles adjacente: febre, 
edema, calor, dor e rubor no tecido adjacente à úlcera;
Sinais de dermatite de contato perilesional: área 
eritematosa, descamativa, podendo conter bolhas, 
sensibilidade e prurido associados; 
Sinais de osteomielite: febre prolongada, exposição do 
tecido ósseo na base da úlcera. 
Melhoria do fluxo venoso: 
- Deve-se excluir insuficiência arterial antes de se indicar 
medidas compressivas. Índice tornozelo braquial (ITB) 
abaixo de 0,9 indica que existe componente de 
insuficiência arterial, ITB < 0,5 contraindica medidas 
compressivas; 
- Elevação de membros inferiores acima do nível do 
coração, principalmente à noite, ao dormir;
- Bandagens: faixas elásticas; bota de Unna.
Cuidados com curativo: 
Lavagem com soro fisiológico;
Realizar curativos semioclusivos (manter o leito úmido);
Avaliar o leito da úlcera e a presença de tecidos inviáveis 
(ex.: necrose, fibrina): indicar desbridamento (autolítico, 
químico e/ou mecânico);
Avaliar sinais de infecção bacteriana no leito da ferida ou 
adjacente: se possível colher material da região para cultura 
e reservar antibioticoterapia sistêmica quando houver sinais 
c l ín icos de in fecção. Ant ib iót icos tópicos não 
demonstraram eficácia;
Opções de tratamento sistêmico: 
Pentoxifilina (400 mg/cp): 1-2 comprimidos VO, de 8/8 
horas;
Diosmina + hesperidina (450 + 50 mg/cp): 1-2 comprimidos 
VO 1x/dia;
Antibióticos orais: se houver sinais de infecção secundária 
(a infecção não tratada dificulta a cicatrização da úlcera).
Na Atenção Primária à Saúde
Quando encaminhar:
O paciente com úlcera venosa se beneficia de 
acompanhamento com equipe multidisciplinar, incluindo 
consulta com o cirurgião vascular;
São indicações de cirurgia úlceras que não apresentam 
melhora com tratamento conservador e que possuem como 
causas varizes primárias.
REFERÊNCIAS: 
• Moore, Keith L.; DALLEY, Arthur F.. Anatomia orientada 
para a clínica. 8 ed. Rio De Janeiro: Editora Guanabara 
Koogan S.A., 2011.
• TORTORA, G. J. Princípios de Anatomia Humana. 10 ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
• GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia Médica. 
Editora Elsevier. 13ª ed., 2017.

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