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METODOLOGIA DO VOLEIBOL

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METOLODIA 
DO VOLEIBOL
Fernando Guilherme Priess
Formas, princípios e 
concepções metodológicas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever o ensino do voleibol por meio de uma perspectiva de 
aprendizagem motora.
  Identificar formas de avaliação do nível de aprendizagem dos alunos.
  Elaborar recursos didáticos para auxiliar o processo de ensino-apren-
dizagem do voleibol.
Introdução
O esporte ou qualquer atividade em movimento exige habilidades físicas 
específicas que são chamadas de habilidades motoras. No caso do volei-
bol, assim como em outros esportes coletivos, existe uma predominância 
de algumas habilidades motoras específicas da modalidade que precisam 
ser conhecidas e trabalhadas para um melhor desenvolvimento dos 
gestos técnicos do jogo e, como consequência, da aprendizagem do 
jogo de uma forma geral.
Neste capítulo, você poderá conhecer o voleibol sob a perspectiva 
da aprendizagem motora, assim como formas de avaliação e recursos 
didáticos e metodológicos que podem ser utilizados no processo de 
ensino-aprendizagem dessa modalidade esportiva.
O voleibol como meio de aprendizagem motora
O esporte, de uma forma geral, pode manifestar-se de diferentes formas: o 
esporte escolar; o esporte de participação e o esporte de rendimento. Entre 
as opções apresentadas, abordaremos, de uma forma mais aprofundada, o 
voleibol por meio de uma perspectiva de aprendizagem motora, com foco na 
educação física escolar.
De acordo com Rosa Neto (2002), desde o momento da concepção, o or-
ganismo humano tem uma lógica biológica, uma organização, um calendário 
maturativo e evolutivo, uma porta aberta à interação e à estimulação. Entre o 
nascimento e a idade adulta, se produzem profundas modificações no orga-
nismo humano. As possibilidades motoras da criança evoluem amplamente 
de acordo com sua idade e chegam a ser cada vez mais variadas, completas e 
complexas. Diante dessa situação, é muito importante que o profissional de 
educação física compreenda o processo de desenvolvimento motor e trabalhe 
as modalidades esportivas sob uma perspectiva psicomotora.
A educação física deve se utilizar, portanto, da fisiologia, da biomecânica, 
de estudos sobre o desenvolvimento motor e do corpo humano, para aumentar 
o acervo motor, a consciência corporal e a qualidade de vida do aluno, por meio 
de uma metodologia adequada às expectativas motoras do desenvolvimento 
humano, que valorize o conteúdo da educação física e o progresso do aluno 
em geral (ROSA NETO et al., 2010).
Nos ambientes escolares, a educação física — e o voleibol, como um de 
seus conteúdos — tem como principal objetivo integrar o aluno na cultura 
corporal de movimento de forma completa, utilizando-se das mais diferentes 
práticas motoras, para promover o esporte como uma manifestação de saúde 
e de bem-estar, que possa ser praticado nas horas de lazer e como atividade 
física para a prevenção de doenças. A prática esportiva deve estimular o 
desenvolvimento motor em todos os seus aspectos e o esporte deve estar 
presente somente como um fim para essas práticas.
No início da escolarização, ocorre um ganho de habilidades motoras que 
possibilita à criança uma consciência motora e um maior domínio do seu corpo. 
Ela realiza atividades motoras básicas como andar, correr, saltar, arremessar, 
lançar, e de percepções do corpo, como orientação espacial, temporal, etc. 
A aquisição dessas habilidades, que dão à criança uma maior aprendizagem 
motora, tem influência indireta no desenvolvimento intelectual do aluno e 
previnem que elas apresentem comprometimento nas habilidades escolares fu-
turas (ROSA NETO et. al., 2010). Portanto, a iniciação de práticas de educação 
física com ênfase no desenvolvimento motor, é de fundamental importância 
para a criança. O voleibol, inserido de forma gradativa por meio de jogos, 
brincadeiras e estratégias lúdicas, pode oportunizar excelentes resultados 
quanto ao desenvolvimento psicomotor geral da criança.
Silva et al. (2011) ainda enfatizam que, quando as crianças têm contato com 
brincadeiras, com dinâmicas, com trabalhos em grupos (métodos utilizados nas 
aulas de educação física), ocorre um aprimoramento muito maior das esferas 
cognitiva, motora e auditiva, diferentemente da criança que não participa dessas 
Formas, princípios e concepções metodológicas2
mesmas aulas. E ainda sobre o assunto do desenvolvimento motor nas aulas 
de educação física, Gallahue e Ozmun (2005 apud ROSA NETO et al., 2010, 
p. 423) destacam que “O desenvolvimento motor é um processo sequencial, 
relacionado à idade cronológica, trazido pela interação entre os requisitos das 
tarefas, a biologia do indivíduo e as condições ambientais, sendo inerente às 
mudanças sociais, intelectuais e emocionais”.
A prática do voleibol exige o domínio das habilidades motoras básicas, 
relacionadas à locomoção, estabilidade e manipulação, citadas nos estudos de 
Gallahue e Ozmun (2005). Entre as habilidades psicomotoras básicas, iremos 
destacar as que estão mais presentes e são exigidas no jogo de voleibol, são elas:
Coordenação motora ampla/global — resume-se na capacidade de trabalhar 
de forma coordenada grandes grupos musculares por meio de movimentos 
diversifi cados utilizando vários segmentos corporais de forma simultânea, 
por exemplo, a prática do voleibol, por si só, já trabalha com bastante ênfase 
a coordenação motora global. Atividades combinadas que envolvam desloca-
mentos diversos, combinadas com a execução de alguma ação técnica do jogo 
(toque, manchete, cortada, etc.) são bons exemplos de exercícios de coordenação 
motora ampla. Brincadeiras e atividades do estilo “pegador” proporcionam 
um excelente resultado para o aprimoramento dessa valência motora.
No artigo que pode ser lido por meio do link abaixo, os autores abordam o desenvol-
vimento motor no voleibol com ênfase nas capacidades coordenativas da modalidade 
e seus possíveis métodos de ensino.
https://goo.gl/o6TvNj
Equilíbrio — é a capacidade de manter diferentes posturas e atitudes de 
forma equilibrada e coordenada para obter o domínio e o controle corporal 
constante. Rosa Neto (2002) defi ne equilíbrio como a habilidade de manter 
o centro de massa corporal dentro da base de sustentação. Nesse contexto, o 
corpo deve ser capaz de adquirir e de controlar determinadas posturas para 
atingir um objetivo, com capacidade de se deslocar com rapidez e precisão, 
de forma multidirecional, com coordenação, segurança e ajustado frente 
3Formas, princípios e concepções metodológicas
às perturbações externas. No voleibol, essa valência é trabalhada de forma 
constante, combinada com outras como a coordenação motora e a agilidade. 
Exercícios como a realização de deslocamentos de frente, de costas, para 
os lados, de forma rápida, etc., exigem um ótimo equilíbrio e oportunizam 
o desenvolvimento gradativo dessa valência. Outro exemplo de atividade 
é a realização de “pegador”, em que os participantes só podem se deslocar 
sobre as linhas de demarcação da quadra. Essa atividade exige o equilíbrio 
corporal constante para que os deslocamentos possam sempre ser realizados 
sobre as linhas.
Orientação espacial — é a capacidade dos indivíduos de se orientar e de 
se situar em relação a objetos, a pessoas e a si próprio em um determinado 
espaço. Essa habilidade é exigida a todo momento na prática do voleibol, 
pois, durante o jogo, seis integrantes participam de forma simultânea do jogo 
em uma mesma quadra, dividida por uma rede (que não pode ser tocada). 
A dinâmica de jogo do voleibol exige um trabalho constante da orientação 
espacial, pois o aluno fi ca o tempo todo acompanhando a trajetória da bola e 
se deslocando na sua própria quadra. Como sugestão, podem ser realizados 
jogos com bola em espaços predeterminados e, com o desenvolvimento da 
atividade, os espaços podem ser reduzidos. 
Uma atividade interessante é o jogo de “bandeirinha”, que pode ser jogado na própriaquadra de voleibol. Cada equipe fica em uma das quadras e coloca-se uma bola ou 
outro objeto em cada área de futsal da quadra (área do goleiro). O objetivo das equipes 
é adentrar na quadra adversária sem ser pego/tocado e chegar até a área de futsal 
(nesse local a equipe adversária não pode entrar). A partir desse momento, deve-se 
tentar levar a bola (bandeirinha) para a quadra da sua equipe. Quando for tocado dentro 
da quadra do adversário, o jogador deve ficar “colado” (imóvel no lugar) e, caso esteja 
com a bola, ela deve retornar para a área. Os colegas da equipe podem tocar os que 
estiverem colados, “descolando-os”. Marca ponto quem trouxer a bandeirinha para a sua 
equipe. A dinâmica desse jogo é bem interessante e oportuniza o trabalho constante 
da orientação espacial. A todo tempo, o jogador tem que estar em movimento, atento 
aos seus adversários e se deslocando em diferentes direções.
Formas, princípios e concepções metodológicas4
Agilidade — é a capacidade de deslocamento rápido e efi ciente em diferentes 
direções de forma equilibrada. Essa característica é muito requerida no voleibol, 
pois são necessárias várias ações rápidas durante todo o jogo, realizadas em 
curtos espaços. Brincadeiras e jogos que envolvem corridas em diferentes 
direções são ótimos exercícios para trabalhar essa habilidade. Circuitos motores 
em que são exigidos diferentes tipos de movimentos como correr, desviar de 
objetos, passar por baixo de uma corda, pular, correr de costas, entre outros, 
podem aprimorar a agilidade.
Essas são algumas habilidades motoras básicas que se destacam no voleibol 
e que são importantes para serem trabalhadas pelo profissional de educação 
física. A aplicação dessas habilidades aos alunos não deve ser excludente e sim 
inclusiva, pois todos os alunos devem ter direito às atividades de movimento. 
Os movimentos básicos desse esporte deverão ser trabalhados de forma que 
todos os alunos possam desenvolvê-los. Assim, o professor deve elaborar 
situações na aplicação do movimento de voleibol que promovam a formação 
integral do aluno (CAMPOS, 2006). Quando o trabalho for realizado de 
forma específica para o aprendizado de fundamentos básicos da modalidade, 
sugere-se que o professor trabalhe os aspectos motores básicos necessários 
para cada um deles, por exemplo:
  Saque — o saque por baixo, que é o mais simples e ideal para ser 
realizado na iniciação escolar, exige que o aluno trabalhe os seguintes 
tipos de atividades e habilidades:
 ■ lançar e pegar a bola (com uma das mãos, com as duas, passando 
de uma para outra);
 ■ trabalhar a noção espaço-temporal;
 ■ trabalhar o posicionamento corporal para o movimento;
 ■ trabalhar o movimento do braço que irá golpear a bola;
 ■ como bater na bola (mão aberta; mão fechada; de frente; de lado).
  Toque — o toque, assim como o saque por baixo, é um fundamento 
imprescindível na iniciação esportiva e um dos mais utilizados durante 
o jogo entre os iniciantes. São sugestões de atividades e orientações 
para o aprendizado do toque:
 ■ orientar, inicialmente, para que a bola seja segurada e lançada, de 
forma que o aluno aprenda o movimento correto;
 ■ orientar para que as mãos estejam posicionadas da maneira correta 
ao tocar a bola, com os dedos formando um triângulo;
5Formas, princípios e concepções metodológicas
 ■ utilizar uma bola mais pesada do que a de voleibol (a de basquete, 
por exemplo) para forçar o aluno a segurar a bola e assim ajustar o 
movimento correto; 
 ■ solicitar que o aluno realize o toque normalmente assim que o movi-
mento de receber e de lançar estiver sendo executado com facilidade.
  Manchete — para uma boa execução da manchete, inicialmente, o 
aluno deve trabalhar bastante a agilidade nos deslocamentos (laterais, 
frente, trás, em cima, embaixo, etc.). Se não estiver bem posicionado 
para a realização da manchete, as possibilidades de êxito são menores. 
Algumas orientações importantes:
 ■ exercícios 1 × 1, como se fosse um jogo de pingue-pongue em que 
se utiliza um dos braços para golpear a bola, são bem produtivos 
para o aprendizado;
 ■ outra informação importante é que o braço deve estar totalmente 
reto (estendido) ao golpear a bola e nunca flexionado;
 ■ um dos segredos de uma boa manchete é a bola tocar nos antebraços. 
Os braços devem se manter firmes durante o contato com a bola, 
sempre unidos, formando uma “prancha” ou uma “tábua” que rebate 
a bola; essa prancha é formada pela união dos antebraços, desde a 
união das mãos até os cotovelos;
 ■ os braços, ao golpearem a bola, devem estar em uma posição em que 
as mãos estejam voltadas para o chão, a um ângulo aproximado de 
30⁰ a 35⁰ abaixo da linha do ombro.
  Cortada — a cortada, embora difícil de ser realizada, é um dos fun-
damentos mais motivantes para os praticantes do voleibol, pois é como 
se fosse o chute ao gol no futebol. É importante que, inicialmente, 
sejam realizadas atividades que trabalhem a passada da cortada com 
a realização do salto. Pode-se iniciar com exercícios em que o aluno 
dê um passo, deixando os braços relaxados ao fazer a passada; como 
consequência, os braços fazem um movimento de pêndulo balançando, 
e, a seguir, é feito o salto vertical. Assim que o aluno assimilar o exer-
cício, pode ser acrescentada uma bola pequena, que deve ser lançada 
a aproximadamente 1 m à frente dele; o aluno deve fazer a passada e 
pegar a bola no alto, elevando os dois braços. O número de passadas é 
aumentado de forma gradativa, até chegar a três passos.
Os aspectos psicomotores são imprescindíveis para o ensino de qualquer 
modalidade esportiva, dessa forma, na iniciação, devem ser trabalhadas ati-
Formas, princípios e concepções metodológicas6
vidades fundamentais na prática do voleibol e que promovam os seguintes 
aspectos:
  o desenvolvimento da coordenação motora;
  a orientação espacial e temporal;
  a lateralidade; 
  a noção do esquema corporal;
  o ritmo entre outras habilidades psicomotoras.
Em uma aula de voleibol, essas valências motoras podem ser trabalhadas 
de uma forma geral por meio de brincadeiras, de jogos pré-desportivos e de 
atividades lúdicas ou, de forma específica, com exercícios mais voltados à 
aprendizagem de alguns fundamentos do esporte, conforme já exemplificamos 
anteriormente.
Os jogos pré-desportivos são fundamentais para o trabalho das valências 
físicas e motoras necessárias para as práticas esportivas. Como exemplo, 
podemos citar o voleibol gigante, que é um jogo com fundamentos similares 
aos do voleibol, em que a bola deve ser agarrada e lançada para a quadra 
adversária. Atividades desse tipo trabalham aspectos como noção espacial; 
agilidade; noção de tempo; movimentos próximos aos usados nos fundamentos, 
entre outros.
Brincadeiras recreativas também promovem de forma lúdica o aprimora-
mento das atividades motoras gerais. Podem ser inseridos nas brincadeiras 
elementos que sejam específicos do jogo para que, de forma gradativa, o aluno 
possa assimilar os fundamentos básicos da modalidade e tenha facilidade de 
aprendizado no esporte propriamente dito.
O professor deve priorizar o trabalho das habilidades motoras gerais e 
específicas durante as aulas e, com o aprimoramento delas, ir inserindo o 
aprendizado dos fundamentos da modalidade esportiva até que os alunos 
consigam realizar o jogo de forma agradável e eficiente.
Portanto, o voleibol como conteúdo no ambiente escolar deve:
  proporcionar o aumento do repertório motor do aluno para que eles 
possam preencher o tempo livre com atividades saudáveis e educativas;
  promover discussões sobre a variedade de movimentos possíveis para 
o corpo humano;
  ser utilizado para práticas lúdicas gerais;
7Formas, princípios e concepções metodológicas
  possibilitar os conhecimentos teóricos sobre a origem do jogo e suas 
características no decorrer dos tempos, seus aspectos técnicos e táticos 
e uma visão crítica das práticas esportivas de modo geral.
Um aspecto muito importante em todo o processode ensino-aprendizagem 
é a questão da avaliação. Esse tema é bastante complexo e deve ser discutido 
e estudado de forma que possa ser aplicado de maneira eficiente para a ava-
liação dos objetivos e do desenvolvimento do aluno. A seguir, você poderá se 
aprofundar nessa temática.
Em todo o processo de ensino-aprendizagem, o professor deve considerar, tanto na 
seleção dos conteúdos quanto na avaliação, diferentes tipos de conhecimento do 
aluno, entre eles:
  Conhecimentos conceituais — é o conhecimento geral do aluno sobre os temas 
apresentados, fundamentos teóricos. Esse conhecimento pode ser adquirido por 
meio de pesquisa, de livros, de estudos, de artigos, de matérias, etc. 
  Conhecimentos procedimentais — são as formas de praticar o conteúdo e a apren-
dizagem motora adquirida durante todo o processo. Resume-se no saber fazer, 
tendo como foco a evolução da aprendizagem, do estágio inicial até o processo 
final do ensino.
  Conhecimentos atitudinais — é a postura ética, moral, de cooperação, de com-
panheirismo. É o comportamento geral do aluno e sua evolução no processo 
educativo; é o saber ser e conviver com os demais.
Avaliação da aprendizagem
Em todo processo de ensino aprendizagem, a avaliação é um momento muito 
importante, tanto para o professor quanto para o aluno. O professor, por meio 
da avaliação, pode analisar se seus objetivos educacionais foram alcançados 
e os alunos podem mensurar o seu desenvolvimento no período. Na educação 
física, muitas vezes, os tipos de avaliação utilizados eram muito subjetivos e 
pouco planejados, o que tornava a avaliação inefi ciente. Na sequência, você 
poderá conhecer alguns aspectos importantes no processo avaliativo e ter 
subsídios para planejar da melhor maneira possível diferentes formas avaliativas 
para a educação física.
Formas, princípios e concepções metodológicas8
Na década de 1970 e no início da década de 1980, predominava nas escolas 
uma visão tecnicista e esportivista da educação física, ou seja, o professor 
trabalhava basicamente com conteúdos esportivos em que os alunos mais ha-
bilidosos eram privilegiados e aqueles que não tinham habilidades esportivas, 
muitas vezes, ficavam sem muitas opções durante as aulas e tinham pouca 
participação. Nesse período, a avaliação era muito utilizada para verificar o 
desempenho esportivo do aluno e pela participação das aulas. Essa forma de 
avaliar acabava beneficiando os alunos com mais habilidades físicas e motoras 
e desmotivando aqueles que tinham menos habilidade.
O processo avaliativo da educação física na sua essência não deve ser neces-
sariamente diferente de outras áreas. Embora tenha características específicas, a 
avaliação não pode aplicar-se somente ao aspecto prático da aprendizagem. Para 
avaliar bem, primeiramente, é preciso definir os objetivos, pois por meio deles 
pode-se determinar o conteúdo a ser trabalhado e os critérios para observar a 
evolução da aprendizagem. O conteúdo esporte, na educação física escolar, não 
deve ser aplicado com o intuito de apenas ensinar o jogo ao aluno. O professor 
deve contemplar, na avaliação, os conhecimentos conceituais, procedimentais 
e atitudinais do esporte, ou seja, o aluno deve ter adquirido conhecimentos 
gerais básicos da modalidade — por exemplo, de onde se originou, por que é 
jogado de determinada forma, qual a é a finalidade do jogo, como é praticado 
na atualidade, etc. — ou seja, ter uma visão crítica sobre a prática esportiva. 
Também deve ter vivências práticas que o possibilitem jogar o esporte como 
uma opção de lazer, sem buscar rendimento, saber as regras básicas e executar 
os principais fundamentos. A avaliação comportamental/atitudinal que o 
esporte proporciona também deve ser contemplada no processo avaliativo. O 
aluno deve saber competir sem menosprezar seus colegas e adversários, ter a 
capacidade de cooperar no jogo e nas aulas, saber respeitar as diferenças de 
habilidades, de comportamentos, de interesses, físicas, entre outras, enfim, 
ter uma postura ética e moral, comum aos esportes coletivos.
Existe uma classificação de diferentes tipos de avaliação, de acordo com 
o momento e os objetivos da aprendizagem e que podem ser utilizadas para a 
educação física, segundo classificação de Bloom, Hastings e Madaus (1993): 
diagnóstica analítica, formativa controladora e somativa classificatória.
Avaliação diagnóstica (analítica) — realizada no início do processo. 
Buscar determinar a presença ou a ausência de conhecimentos e habilidades, 
procura, inclusive, detectar pré-requisitos para novas experiências de aprendi-
zagem. Permite averiguar as causas de repetidas dificuldades de aprendizagem. 
Pode ser realizada de diferentes formas, por meio da observação de compor-
tamentos e atitudes nas aulas no período inicial; de provas de averiguação 
9Formas, princípios e concepções metodológicas
do conhecimento teórico; de questionários de anamnese; de testes físicos, 
motores e outros recursos. Na educação física, é muito importante para que 
o professor tenha informações para uma melhor seleção dos conteúdos e 
escolha das metodologias de ensino mais adequadas para os alunos. Citamos 
como exemplo de uma avaliação diagnóstica antes da aplicação de conteúdos 
voltados ao aprendizado de voleibol as seguintes atividades:
  Mesa redonda (conversa) — pode-se fazer um debate inicial para que 
o professor avalie o conhecimento prévio que os alunos têm da moda-
lidade; verificar se já têm alguma vivência prévia da modalidade; se 
praticam e por quê; se têm interesse na prática, entre outras informações 
relevantes. Por meio dessa conversa é possível ter informações básicas 
para uma seleção prévia de conteúdos e de estratégias pedagógicas.
  Testes/medidas avaliativas — é possível realizar alguns testes motores/
físicos/técnicos para identificação do nível de aptidão inicial e, com base 
nos resultados gerais, planejar as formas de trabalho com a modalidade 
e a avaliação. Os testes também permitem ter um parâmetro inicial 
para que, em um segundo momento da avaliação, se possa comparar a 
evolução do desenvolvimento e do aprendizado do aluno. O professor 
pode mensurar o desempenho em determinadas atividades ou fazer 
relatórios individuais do comportamento motor do aluno na realização 
exercícios específicos da modalidade, para que, ao avaliá-lo, tenha 
um parâmetro inicial de comparação. Como exemplo, podemos citar o 
fundamento do saque; o professor pode passar uma atividade solicitando 
que os alunos executem o saque por baixo e por cima. A partir disso, 
ele pode observar o desempenho individual (dificuldades, facilidades, 
habilidades) e fazer anotações específicas. Essas anotações devem 
servir de referência ao processo avaliativo.
  Avaliação teórica — como diagnóstico prévio também pode ser utilizada 
uma avaliação teórica para que o professor saiba quais conhecimentos 
os alunos têm da modalidade em questão. Essas informações podem 
ser solicitadas em uma segunda avaliação, no final do processo, para 
identificação do aprendizado sobre os assuntos abordados.
Avaliação formativa — a avaliação formativa, segundo Sant’anna (1995, p. 
34) “[...] é realizada com o propósito de informar o professor e o aluno sobre 
o resultado da aprendizagem, durante o desenvolvimento das atividades es-
colares”. Além disso, esse tipo de avaliação deve identifi car as defi ciências 
de organização durante o processo ensino-aprendizagem de uma forma que 
Formas, princípios e concepções metodológicas10
possibilite reformulações e assegure o alcance dos objetivos. O signifi cado da 
avaliação formativa é caracterizado por meio do sentido que indica como os 
alunos vão se modifi cando em direção aos objetivos propostos pelo professor. 
Portanto, a avaliação formativa, diferentemente da diagnóstica, tem como 
principal objetivo identifi car os possíveis avanços e aprendizados no processo. 
Também verifi ca falhas que possam ocorrer nas metodologias escolhidas. Como 
exemplo, na educação física, oprofessor pode reaplicar testes e verifi car medidas 
que foram realizadas na avaliação diagnóstica e comparar os dados; por meio 
da observação e de anotações anteriores, ele pode identifi car se houve avanços 
no comportamento motor e em outros aspectos dos alunos; pode solicitar que 
os alunos relatem as experiências e as possíveis melhoras no comportamento 
geral voltado ao aprendizado da modalidade, entre outras formas.
Avaliação somativa — entre todas as avaliações talvez essa seja a mais po-
lêmica e complexa, pois é o momento em que se atribui um valor, uma nota, 
um conceito para o aprendizado e o desenvolvimento do aluno. O processo de 
avaliação é muito complexo e se não forem utilizados critérios bem elaborados, 
é possível que injustiças possam ocorrer na atribuição da nota ou do conceito.
Na prática, a avaliação somativa é aquela que avalia todo o processo, ou seja, que considera 
as informações coletadas na avaliação diagnóstica e na avaliação formativa. Para atribuir 
uma nota ou um conceito final ao aluno, o professor deve avaliar todo o processo e o 
desenvolvimento geral em um determinado período. Como exemplo, analise a seguinte 
situação: você tem um aluno que, no início do período letivo, no conteúdo voleibol, não 
conseguia realizar nenhum fundamento do jogo com segurança. Ao final do processo 
educativo, ele já conseguia jogar de forma recreativa, realizava os fundamentos sem 
perfeição, mas de forma que fosse possível desenvolver o jogo. Sendo assim, o professor 
deveria analisar essa evolução, entre outros aspectos e, lhe atribuir um conceito.
Tendo como referência a classificação de Bloom, Hastings e Madaus (1993), 
observa-se que o processo de avaliação deve ser algo dinâmico e permanente, 
e inicia-se a partir do primeiro contato com o aluno. Na educação física, o 
professor precisa utilizar métodos e estratégias avaliativas que possam levar 
em consideração a evolução que o aluno teve do estágio inicial até o final 
do processo. Devem ser considerados os avanços relacionados ao nível de 
11Formas, princípios e concepções metodológicas
conhecimento do esporte, o que se sabia a respeito da modalidade e qual o 
conhecimento atual em relação a ela; o desenvolvimento crítico em relação 
ao esporte, a capacidade de discernimento de uma prática esportiva voltada 
unicamente para o lazer de uma prática profissional que objetiva lucros, entre 
outras situações. 
Para verificar a visão crítica, pode-se colocar temas relacionados ao esporte 
em debate e analisar o nível de compressão e a capacidade crítica do aluno 
sobre o assunto. O desenvolvimento motor pode ser avaliado de diferentes 
formas. Em uma avaliação diagnóstica, o professor pode solicitar que os alunos 
joguem o esporte de forma global e classificar nesse momento, o aluno em 
relação às suas habilidades na realização dos fundamentos e do jogo de forma 
geral. Pode também solicitar que executem os fundamentos básicos de forma 
separada (toque, manchete, saque, cortada) e criar uma forma individual de 
classificação em relação ao desempenho (pode ser pontuando de 1 a 10 ou 
atribuindo um conceito), dessa forma, o professor terá um parâmetro inicial 
em relação ao aluno e, no processo avaliativo, conseguirá comparar como era 
o nível de habilidade do aluno no momento inicial e como está no momento 
da avaliação. Assim, o professor tem subsídios para atribuição de uma nota ou 
de um conceito no aspecto do desenvolvimento motor, que deve ser somado 
aos aspectos conceituais e atitudinais já citados.
A educação física no Brasil surgiu como o militarismo. Os professores eram oriundos 
de centros militares e os critérios avaliativos da época, século XIX, estavam diretamente 
ligados à disciplina, ao comportamento e ao desempenho físico geral. Com o passar 
do tempo, surgiram tendências tecnicistas e esportistas da educação física, que tinham 
o desempenho esportivo como o principal critério nas avaliações. Atualmente, essa 
área tem uma visão mais abrangente e o processo avaliativo propõe observar aspectos 
intelectuais, o desenvolvimento motor e as atitudes e os comportamentos dos alunos.
Seguindo ainda com alguns exemplos e experiências do processo avaliativo 
em educação física, Marangon (2003) relata que as primeiras aulas funcionam 
como referência, para que o professor faça a análise inicial da turma, obser-
vando e registrando as características de cada estudante. Independentemente 
de o grupo conhecer ou não a atividade, é preciso explicar, desde o início, 
os motivos pelos quais ela faz parte do programa, quais são os movimentos, 
Formas, princípios e concepções metodológicas12
as capacidades e as habilidades que serão trabalhados e quais aspectos serão 
avaliados, de forma coletiva e individual. O estudante precisa conhecer quando 
e como será julgado, ou seja, o processo avaliativo precisa ser discutido e 
acordado em conjunto com os alunos e os critérios e estratégias que serão 
utilizados devem estar muito claros.
Na educação física, a avaliação é a chance de verificar se o aluno aprendeu 
a conhecer o próprio corpo e a valorizar a atividade física como fator de qua-
lidade de vida. Portanto, não se deve considerar apenas a frequência às aulas, 
o uniforme ou a participação em jogos e em competições — nem comparar os 
que têm “veia” de campeão com os que não têm. Não há uma única fórmula 
pronta para avaliar, mas é essencial detectar as dificuldades e os progressos 
dos estudantes. “O mais indicado é não utilizar um só padrão para todos, mas 
fazer um diagnóstico inicial para poder acompanhar o desenvolvimento de 
cada um” (MARANGON, 2003, documento on-line). 
Para garantir a legitimidade das ações é importante que as decisões sejam 
explicitadas por todos e deliberadas de forma democrática. Vale destacar que 
atribuir conceito/nota para crianças até os 12 anos de idade não é realmente 
necessário, até porque a educação física, além de ser a disciplina mais apre-
ciada na escola (DARIDO, 2004), conta com a participação ativa de grande 
parte dos alunos que são curiosos a respeito dos conhecimentos da cultura 
corporal. É importante lembrar que tanto os alunos quanto os professores 
envolvidos e a comunidade podem colaborar com o processo de avaliação. 
Luckesi (1994), com muito brilhantismo, afirmou que a maior dificuldade do 
processo pedagógico não é avaliar o aluno, mas sim implementar um bom 
ensino, acolher, nutrir e sustentar o educando, sem castigo ou punição, para 
proporcionar a inclusão de todos os alunos, em um verdadeiro ato de amor. 
Dando continuidade aos assuntos, no tópico a seguir, você poderá conhecer 
alguns recursos didáticos e estratégias para o desenvolvimento do voleibol 
como conteúdo escolar.
Recursos didáticos para o desenvolvimento do 
voleibol escolar
O voleibol escolar, assim como outras práticas esportivas, é um excelente 
conteúdo para o profi ssional de educação física e deve ser ensinado de forma 
com que o estudante vivencie a modalidade nas suas diferentes possibilidades 
e que sua prática seja prazerosa e agradável, podendo ser uma opção de lazer e 
de qualidade de vida fora do ambiente escolar. Nesse contexto, as estratégias 
13Formas, princípios e concepções metodológicas
de ensino e os recursos didáticos utilizados pelo professor são fundamentais 
para que os objetivos educacionais com os conteúdos sejam alcançados.
Por muito tempo, a educação física foi vista e trabalhada como uma dis-
ciplina escolar que focava de forma excessiva na questão prática do esporte 
e, muitas vezes, era reproduzida de forma mecânica, sem objetivos predeter-
minados ou estratégias didáticas interessantes. 
Para modificar essa visão da educação física se faz necessário o desenvol-
vimento de práticas que façam com que o aluno compreenda o real valor das 
aulas e a sua importância e supere a visão de que as aulas sejam somente um 
momento de lazer e descontração, sem finalidades educativas.
Existem diferentes recursos didáticos e metodológicos que podem auxiliar 
o professorno desenvolvimento das aulas, entre eles:
Recursos audiovisuais — são excelentes ferramentas que podem ser utilizadas 
para despertar o interesse por conteúdos da educação física, no caso específi co 
que estamos abordando, o voleibol escolar. O professor pode utilizar vídeos, 
fi lmes, imagens, ilustrações, músicas e outros elementos para reforçar os 
conteúdos e estimular os alunos ao aprendizado. Pode-se utilizar um jogo de 
uma equipe de rendimento como referência para que, ao assistir, o professor, 
junto com os alunos, analise a função de cada jogador em quadra, os siste-
mas de jogo adotado (ataque, defesa, recepção), os fundamentos técnicos do 
esporte, as regras do jogo e a sinalização dos árbitros, as estratégias táticas 
empregadas pelos técnicos e outras curiosidades do esporte que podem ser 
visualizadas durante a prática.
Se o espaço escolar não dispuser de recurso audiovisual para assistir a um 
jogo, essa mesma prática pode ser realizada, ao vivo. O professor pode levar 
os alunos a assistirem algum jogo da modalidade (campeonato local, regional, 
interno) para oportunizar as mesmas vivências e experiências que podem ser 
adquiridas por meio de vídeo.
A música também pode ser utilizada durante algumas aulas práticas como 
aspecto motivador e para empregar o ritmo dos exercícios e atividades propostas 
pelo professor (cadenciar o ritmo), o que torna a aula mais interessante e moti-
vante. Por exemplo, em uma atividade que envolva a movimentação intensa e 
exercícios de agilidade, o professor pode escolher uma música animada para 
estimular os exercícios. Pode também passar uma tarefa/exercício, e como desafio 
aos alunos, propor que finalizem antes de acabar a música (exercício de corrida 
de vai e vem/frente e trás, em que os alunos saem em grupos da linha de fundo 
da quadra em direção à linha dos 3 metros; tocam na linha, voltam de costas e 
tocam na linha de fundo; voltam a correr e tocam na linha seguinte, a central; 
Formas, princípios e concepções metodológicas14
voltam de costas e tocam na linha mais próxima —linha dos 3 metros — e 
assim de forma sucessiva até chegar na linha de fundo da quadra adversária). 
Esse exercício trabalha a agilidade e pode ser cadenciado com alguma música 
(editada) para que o aluno realize no tempo mínimo estipulado pelo professor.
Práticas organizadas pelos alunos — uma estratégia didática interessante 
e importante é fazer com que os alunos participem ativamente do processo 
de ensino-aprendizagem. Uma forma prática de realização desse processo é 
solicitar à turma que pesquise exercícios e jogos que trabalhem os diferentes 
fundamentos e aplicá-los. Ou seja, o professor pode dividir os temas do esporte 
(voleibol), inicialmente em fundamentos da modalidade (toque, manchete, 
saque, bloqueio, ataque etc.), e solicitar que os alunos pesquisem atividades e 
jogos que possam trabalhar as habilidades motoras básicas necessárias para 
a realização desses fundamentos (pode ser sorteado um fundamento por 
grupo). Pode-se estimular também que os alunos criem, inventem atividades 
e jogos para o trabalho do fundamento proposto e os apliquem para a turma, 
explicando a prática e os objetivos com as atividades. Essa estratégia didática 
costuma ser muito produtiva, pois estimula a criatividade dos alunos e também 
a pesquisa na busca de novas informações sobre o conteúdo. 
Trabalhos teóricos — a solicitação de pesquisa teórica sobre a modalidade 
é também um recurso didático importante para a assimilação dos conteúdos. 
Deve-se estimular a pesquisa, mas sempre estabelecendo uma ligação prática 
do conteúdo teórico pesquisado para que o trabalho não se torne somente um 
“recorta e cola” ou um “copia e entrega”. Como sugestão para reforçar a estra-
tégia didática, pode-se solicitar que os alunos pesquisem sobre o histórico do 
voleibol e as principais regras da modalidade na sua criação. Após a pesquisa, 
pode-se solicitar que os alunos comparem o esporte nos diferentes períodos 
(na criação e na atualidade), além de propor também que desenvolvam práticas 
conforme as regras da origem para que todos possam vivenciar e comparar 
os pontos positivos e negativos nas diferentes épocas.
Participar como expectadores em competições — o professor pode apro-
veitar eventos esportivos que estejam acontecendo no município ou na região 
e levar os alunos para visualizar as práticas. Ele pode orientar aos alunos que 
atentem aos detalhes do jogo (arbitragem, técnica dos atletas, sistemas de jogo, 
fundamentos do esporte etc.) e, em um segundo momento, pode promover 
um debate sobre as experiências vivenciadas na atividade e o aprendizado 
adquirido com ela.
15Formas, princípios e concepções metodológicas
Confecção de materiais e equipamentos para a prática esportiva — o 
professor pode também colocar como tarefa de trabalho em grupo a confecção 
de materiais e equipamentos que auxiliem nas aulas e no processo de ensino-
-aprendizagem para o ensino do voleibol de forma geral. Na sequência, serão 
apresentadas algumas sugestões: 
  Escada de agilidade — equipamento muito conhecido e utilizado nas 
mais diversas modalidades esportivas para o trabalho da agilidade, 
da coordenação motora, do ritmo, da noção espacial, da preparação 
física, do equilíbrio, entre outras valências físicas e motoras. Pode-se 
solicitar que os alunos pesquisem formas de confeccionar uma escada 
de agilidade com materiais alternativos e tragam propostas de atividades 
que podem ser realizadas com ela.
  Cones — outro material muito utilizado na iniciação e no treinamento 
são os cones (de diferentes tamanhos e formas). Eles podem ser utili-
zados para a demarcação de espaços e também como referência para 
alguns exercícios de agilidade. Como sugestão, os alunos podem ser 
estimulados a confeccionar, com materiais alternativos, diferentes tipos 
de cones ou materiais similares (podem ser utilizadas garrafas pet ou 
materiais similares). É interessante também que se proponha, além da 
confecção dos materiais, a apresentação de exercícios e propostas de 
utilização do material para as aulas de educação física.
As condições físicas e materiais precárias de muitas escolas públicas 
dificultam muito as práticas dos profissionais de educação física na aplicação 
dos conteúdos esportivos da disciplina, mas isso não deve ser uma premissa 
para acomodação e limitação e para tornar as aulas apenas como um espaço 
de prática de algum tipo de jogo, o famoso jogar bola.
O objetivo da educação física escolar não é a formar atletas, mas propor-
cionar aos alunos vivências motoras, experiências e conhecimentos diversos 
em relação a diferentes tipos de esportes. É sabido que com a diversidade de 
materiais e uma estrutura física exemplar (ginásio de esportes) o trabalho fica 
muito facilitado. O profissional de educação física deve sempre buscar essa 
condição, mas quando não é possível, deve buscar estratégias criativas para 
fazer o melhor com o que tem, explorando ao máximo todas as possibilidades. 
Propor que os alunos apresentem estratégias e tragam soluções para os 
problemas encontrados, pode ser muito válido. Às vezes, subestimamos nos-
sos alunos e deles podem surgir muitas ideias e propostas interessantes para 
serem trabalhadas. 
Formas, princípios e concepções metodológicas16
São muitas as possibilidades e estratégias didáticas que podem ser utilizadas 
nas aulas de educação física para o ensino do voleibol e de outros conteúdos. 
O ensino do esporte nessas aulas precisa contemplar o aprendizado técnico e 
tático e as regras que regem as modalidades, mas o trabalho do professor vai 
além disso. É necessário levar o educando a conhecer e a analisar de forma 
crítica as modalidades esportivas e o fenômeno esportivo que está presente 
na sociedade atual. Esse é um desafio para os profissionais da área (ZABINE, 
2016). Também há a necessidade de refletir se a forma com que o esporte 
tem sido trabalhado nas aulas não torna o seu conhecimento limitado e faz 
com que, no futuro,os educandos não levem essa prática esportiva adiante, 
seja como fonte de lazer, manutenção da saúde ou até mesmo como esporte 
de rendimento.
Bracht (1992, p. 58) explica:
[...] por isso, na Educação Física Escolar, o esporte não deve restringir-se 
a um ‘fazer’ mecânico, visando um rendimento exterior ao indivíduo, mas 
tornar-se um ‘compreender’, um ‘incorporar’, um ‘aprender’ atitudes, habi-
lidades e conhecimentos, que levem o aluno a dominar os valores e padrões 
da cultura esportiva.
É visível a importância das aulas de educação física no ambiente escolar, 
assim como do professor no processo de ensino-aprendizagem como um 
mediador do conhecimento e dissimulador de conteúdos de referência. Cabe 
a esse profissional buscar de forma constante a formação continuada, assim 
como, diversificar as estratégias didáticas, metodológicas e avaliativas nas 
aulas de educação física. Os conteúdos devem ser trabalhados de forma orga-
nizada e planejada e o aluno deve sempre ser um protagonista no processo de 
ensino-aprendizagem. A construção conjunta e participativa, torna o processo 
de ensino e a avalição mais produtivos e eficientes.
A educação física, por meio de boas práticas de seus profissionais, pre-
cisa romper com o preconceito e com a discriminação existente por parte de 
muitas pessoas que encaram a disciplina como algo somente complementar 
na formação do aluno e não como um conteúdo educativo fundamental para 
a formação geral. Esse cenário só será alterado com a mudança da postura 
profissional dos professores da área, com o trabalho ético e competente de 
todos e a busca por estratégias diversificadas para, por meio da educação 
física e de seus conteúdos, contribuir para a formação de alunos mais críticos, 
participativos e que tenham o movimento corporal, as práticas esportivas e de 
lazer como hábitos diários para um melhor equilíbrio, bem-estar e qualidade 
de vida geral.
17Formas, princípios e concepções metodológicas
1. Existem diferentes tipos de avaliação 
que podem ser utilizadas, de acordo 
com o momento e objetivo de 
aprendizagem. A avaliação que 
é utilizada no início do processo 
educativo é chamada de:
a) avaliação preparatória.
b) avaliação inicial do processo.
c) avaliação diagnóstica.
d) avaliação somativa. 
e) avaliação formativa.
2. O voleibol é uma modalidade 
que exige diferentes habilidades 
psicomotoras de seus praticantes 
para um bom desempenho no jogo. 
Leia atentamente as afirmativas a 
seguir e assinale a alternativa correta:
I. A coordenação motora ampla 
é importante no voleibol, pois 
em todos os fundamentos da 
modalidade a exigência da 
movimentação coordenada de 
braços e pernas é fundamental.
II. É possível afirmar que para a 
realização de uma boa recepção 
de saque o atleta deve ter 
uma boa organização espaço-
temporal, pois precisa se 
deslocar entre os outros atletas 
e saber o tempo exato de fazer o 
movimento da manchete/toque.
III. O voleibol exige pouca 
agilidade de seus praticantes 
por ser jogado em uma quadra 
com espaço limitado.
a) As afirmativas I, II e III 
estão corretas.
b) Somente a afirmativa 
I está correta.
c) Somente as afirmativas 
I e II estão corretas.
d) Somente as afirmativas 
II e III estão corretas.
e) Somente as afirmativas 
I e III estão corretas.
3. O processo avaliativo deve ser 
bastante amplo e diversificado, de 
forma que consiga contemplar todas 
as possíveis formas de aprendizado 
e evolução do aluno no processo 
educativo. Uma das classificações 
e divisões do sistema avaliativo 
propõe a avaliação considerando 
os aspectos conceituais, 
procedimentais e atitudinais. 
Assinale qual das alternativas melhor 
caracteriza uma avaliação atitudinal.
a) Avaliação referente ao nível 
de conhecimento dos alunos 
sobre o esporte e suas 
características, geralmente é 
realizada de forma teórica.
b) Avaliação desenvolvida por meio 
da aplicação de trabalhos em 
que se verifica a capacidade de 
interpretação e de exposição 
dos alunos relacionadas ao 
tema pesquisado (esporte).
c) Avaliação, geralmente realizada 
por meio de práticas, que verifica 
o desempenho do aluno no 
desenvolvimento do esporte.
d) Avaliação que é realizada de 
forma contínua, geralmente 
por meio da observação e 
que analisa o comportamento 
dos alunos e sua postura 
no jogo, no esporte e nas 
aulas. Também pode ser 
feita por de autoavaliação.
e) Avaliação realizada no início 
do processo que analisa o 
Formas, princípios e concepções metodológicas18
conhecimento prévio dos alunos 
em relação ao conteúdo.
4. Existem diferentes tipos de 
atividades e de jogos que podem ser 
utilizados no processo de iniciação 
esportiva e nas aulas de educação 
física. Uma atividade muito utilizada 
em diferentes momentos é o pega-
pega. Analisando essa atividade 
de acordo com suas características 
motoras, quais seriam as principais 
delas trabalhadas durante seu 
desenvolvimento e que teriam 
relação direta com o voleibol?
a) A atividade de pega-pega 
trabalha basicamente a 
coordenação motora fina, 
a lateralidade e o equilíbrio 
dos seus participantes.
b) A atividade de pega-pega 
trabalha o condicionamento 
aeróbio, a velocidade, a 
noção espacial e o equilíbrio 
dos seus participantes.
c) A atividade de pega-pega 
trabalha principalmente a 
agilidade, a noção espacial e 
a coordenação motora ampla 
dos seus participantes.
d) A atividade de pegador 
trabalha a noção temporal, 
a agilidade e a velocidade 
dos seus participantes.
e) A atividade de pegador trabalha 
principalmente a lateralidade e a 
agilidade de seus participantes.
5. O voleibol escolar proporciona 
o aprimoramento e o 
desenvolvimento de diferentes 
habilidades motoras. Analise em 
qual situação comum de jogo o 
bom desenvolvimento da orientação 
espacial seria fundamental?
a) Nas ações de recepção do 
saque e em defesas de ataques, 
pois, nesses momentos, o 
aluno está em constante 
movimentação, juntamente 
com seus colegas de equipe 
e precisa prestar atenção 
na bola e nos seus colegas, 
de forma simultânea.
b) Durante a execução do saque, 
para que o aluno consiga golpear 
a bola no momento correto, 
tendo êxito no fundamento.
c) Durante a execução do ataque, 
para que saiba o momento 
exato de saltar e golpear a 
bola para quadra adversária.
d) Durante a execução do toque, 
para que possa posicionar-se 
no tempo exato e consiga 
a realização do movimento 
correto para o levantamento.
e) Durante a execução do bloqueio, 
para que possa calcular o 
momento que o atacante irá 
atacar e quando deverá saltar 
para interceptar a bola.
19Formas, princípios e concepções metodológicas
BLOOM, B. S.; HASTINGS, T.; MADAUS, G. Manual de avaliação formativa e somativa do 
aprendizado escolar. São Paulo: Pioneira; 1993.
BRACHT, V. Educação física e aprendizagem social. Porto Alegre: Magister, 1992.
CAMPOS, L. A. S. Voleibol “da” escola. Jundiaí: Fontoura, 2006.
DARIDO, S. C. A Educação Física na escola e o processo de formação dos não parti-
cipantes de atividade física. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 
18, n. 1, p. 61–80, 2004.
DARIDO, S. C. Visão geral da disciplina. In: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Pró–
Reitoria de Graduação. Caderno de formação: formação de professores didática geral. 
São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. p. 10–20, v. 6. (Curso de pedagogia). 
GALLAHUE, D. L; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, 
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LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1994.
MARANGON, C. Como avaliar na educação física. Revista Nova Escola, 2003. Disponível 
em: <https://novaescola.org.br/conteudo/1219/como-avaliar-na-educacao-fisica>. 
Acesso em: 20 nov. 2018.
ROSA NETO, F. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.
ROSA NETO, F. et al. A Importância da avaliação motora em escolares: análise da con-
fiabilidade da escala de desenvolvimento motor. Rev. Bras. Cineantropom Desempenho 
Humano, Florianópolis,v. 12, n. 6, p. 422–427, dez. 2010. 
SANT’ANNA, I. M. Porque Avaliar? Como Avaliar?: critérios e instrumentos. 8. ed. Petró-
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ZABINE, J. O ensino do voleibol nas aulas de educação física. In: Cadernos PDE: os 
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v. 2. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/
pdebusca/producoes_pde/ 2016/2016_pdp_edfis_uem_josianezabine.pdf>. Acesso 
em: 20 nov. 2018.
Formas, princípios e concepções metodológicas20
Leitura recomendada
LEITE, D. M. et al. A importância da educação física para o desenvolvimento motor. 
Revista Gestão Universitária, 2016. Disponível em: <http://gestaouniversitaria.com.br/
artigos/a-importancia-da-educacao-fisica-escolar-para-o-desenvolvimento-motor>. 
Acesso em: 20 nov. 2018.
21Formas, princípios e concepções metodológicas
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