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TCC LETRAS - DANILO REIS DE MATOS OLIVEIRA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI 
 
 
 
 
 
 
DANILO REIS DE MATOS OLIVEIRA 
 
 
 
 
DE UMA ILHA PARA O MUNDO: ORIGEM E EVOLUÇÃO DA LÍNGUA INGLESA 
E O SEU ENSINO COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA NO BRASIL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITABERABA /RUY BARBOSA-BA 
2022 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI 
 
 
 
 
DANILO REIS DE MATOS OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
DE UMA ILHA PARA O MUNDO: ORIGEM E EVOLUÇÃO DA LÍNGUA INGLESA 
E O SEU ENSINO COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA NO BRASIL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITABERABA /RUY BARBOSA-BA 
2022 
Trabalho de conclusão de curso 
apresentado como requisito parcial à 
obtenção do título de Licenciado em 
LETRAS: PORTUGUÊS/INGLÊS. 
 
 
 
DE UMA ILHA PARA O MUNDO: ORIGEM E EVOLUÇÃO DA LÍNGUA INGLESA 
E O SEU ENSINO COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA NO BRASIL. 
Autor: Danilo Reis de Matos Oliveira1 
 
 
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o 
mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial 
ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente 
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por 
mim realizadas para fins de produção deste trabalho. 
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e 
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação 
aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). 
 
 
RESUMO: 
 
 
O presente trabalho consiste em uma análise bibliográfica acerca da origem da língua inglesa e sua 
expansão pelo planeta, chegando a sua implantação como componente curricular de ensino no Brasil. 
Quanto a metodologia utilizada, o trabalho se classificação como revisão de bibliografia, tendo por 
objetivo principal conhecer o processo histórico de surgimento da língua inglesa e como ela ganha o 
status de língua global a ponto de ser ensinada no Brasil, país de colonização portuguesa. O trabalho 
foi dividido em três capítulos, sendo que o primeiro versa sobre as origens da língua inglesa de maneira 
geral, o segundo versa sobre a língua inglesa e o seu caráter global e, o terceiro, uma breve análise da 
trajetória da língua no Brasil. Em suma, concluiu-se que, contextualizar a origens e caminhos 
percorridos pela língua inglesa é primordial para que se perceba a sua importância em uma sociedade 
cada vez mais globalizada. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Origem da língua inglesa. Inglês como língua global. Expansão da língua inglesa. 
 
 
 
 
 
 
 
1 Professor das redes Municipais de Ensino das cidades de Itaberaba e Ruy Barbosa – Bahia. Licenciado em 
Pedagogia e Bacharel em Direito pela Universidade do Estado da Bahia. Especialista em História da Cultura 
Afro-Brasileira pela Universidade Cândido Mendes. Licenciando em Letras com habilitação Português/Inglês 
pela Centro Universitário FAVENI. E-mail: mulundeuanda@gmail.com. 
 
1. INTRODUÇÃO: 
 
 
Na contemporaneidade a língua inglesa goza do status de língua mais falada 
no mundo, somando milhões de falantes em todo o planeta. Países como os Estados 
Unidos da América, Austrália e tantos outros, ex-colônias inglesas, são alguns dos 
responsáveis por dar a língua tal status. Contudo, em alguns desses países não é 
oficial, ou seja, reconhecido por lei, como no já citado Estados Unidos, ou é segunda 
língua, como no Canadá, sem contar os falantes que habitam em países nunca foram 
colônias inglesas e que aprendem a nova língua para fins diversos, como estudos e 
mercado de trabalho, por exemplo. 
No Brasil, assim como em tantos outros países, o inglês é ensinado nas escolas 
públicas e particulares, fazendo parte do rol das disciplinas da base curricular comum, 
gozando assim do caráter obrigatório de ensino. Mas, como uma língua surgida dos 
discrepantes dialetos falados numa ilha se expandiu a ponto alcançar o patamar 
atual? Entender a gênese da língua inglesa é fundamental para que se compreenda 
a importância do seu ensino como língua franca. 
Diante disso, surge a necessidade de conhecer o processo histórico de 
surgimento da língua inglesa e como ela ganha o status de língua global a ponto de 
ser ensinada no Brasil, país de colonização portuguesa. 
Inicialmente, as invasões de outros povos, como latinos (romanos), 
germânicos, normandos, contribuíram para a formação dos chamados Inglês Antigo e 
Médio e, como toda língua está em constante transformação, o contato com outras 
culturas a partir do processo de colonialismo fez com que o Inglês Moderno 
influenciasse e fosse influenciado pelas culturas e línguas das suas colônias. 
Assim, objetivando-se compreender o processo de formação e mudanças 
sofridas desde o seu surgimento até a contemporaneidade, buscou-se por meio de 
objetivos secundários, perceber através de dados históricos, como uma língua falada 
por um pequeno povo em uma ilha se desenvolveu e se consolidou a ponto de se 
tornar a língua com maior número de falantes e a mais estudada no mundo, inclusive 
como língua estrangeira de ensino obrigatório nas escolas do Brasil. 
 
Estudar uma língua não é apenas conhecer a sua gramática ou oralidade, mas, 
entende-la em sua gênese, buscar as suas origens, compreendendo o seu processo 
de surgimento e evolução no tempo e espaço. Assim, a relevância deste trabalho está 
na necessidade de conhecer além dos signos linguísticos da língua inglesa, o seu 
processo de formação e expansão. 
Para tanto, faz-se necessário um levantamento bibliográfico, que dá a este 
trabalho a classificação metodológica de revisão de bibliografia, ou seja, a partir de 
trabalhos já publicados, buscou-se compreender esse processo de expansão da 
língua dos seus primórdios até hoje. 
O trabalho está dividido em três capítulos, que buscam de forma suscinta traçar 
uma linha do tempo entre o surgimento da língua e o seu status de língua franca 
ensinada no Brasil. O primeiro capítulo, intitulado “Origens da língua inglesa” 
apresenta dados históricos que mostram como a língua foi se moldando a partir das 
interações entre culturas e línguas antigas. No segundo capítulo, intitulado “O inglês 
como uma língua global”, apresenta o processo de expansão marítima e as 
colonizações como difusoras da língua pelo planisfério e como esse processo 
contribuiu para que o inglês galgasse o patamar de língua global. Assim, o terceiro 
capítulo, intitulado “O ensino da língua inglesa no Brasil”, buscou trazer a síntese do 
porque a língua goza do status de língua franca, ou seja, língua estrangeira ensinada 
nas escolas do país, mostrando que, o contato do brasileiro com a língua data de mais 
de dois séculos de história. 
 
 
2. ORIGENS DA LÍNGUA INGLESA 
 
 
A necessidade de comunicação clara e organizada entre os indivíduos da 
mesma espécie fez com que o ser humano desenvolvesse ao logo dos anos um 
código linguístico organizado que foi se tornando cada vez mais diverso e complexo, 
dando origem as discrepantes línguas que se conhece na contemporaneidade. 
 
Como todo processo de transformação é paulatino, estima-se que o surgimento 
da linguagem falada date de cerca de 150 mil anos, enquanto a linguagem escrita 
tenha cerca de 6 mil anos de emergência. 
 
 
A mudança é normal no idioma. Cada idioma está constantemente se 
transformando em algo diferente e, quando ouvimos uma nova palavra 
ou uma nova pronúncia ou o uso de uma palavra antiga, podemos 
estar alcançando os estágios iniciais de uma mudança. A mudança é 
natural porque um sistema de linguagem é culturalmente transmitido. 
Como outros assuntos convencionais - como moda em roupas, 
penteados, culinária, entretenimento e governo - a linguagem está 
sendo constantemente revisada. A linguagem evolui mais lentamente 
do que algumas outras atividades culturais, mas sua mudança é 
contínua e inevitável(ALGEO, 2010, p. 10). 
 
 
O inglês, atualmente a língua com maior número de falantes no mundo, tem 
sua gênese na região da Grã-Bretanha, sendo resultado da miscigenação étnica e 
consequentemente linguística entre os povos que habitaram àquela região. 
Para entender o patamar em que a língua inglesa está no mundo atual é de 
fundamental importância o conhecimento da formação histórica e cultura pela qual a 
língua passou ao longo dos séculos, observando que uma língua não nasce isolada, 
mas está constantemente influenciada por outras, considerando “os processos 
colonizatórios e as invasões e conquistas que ocorreram ao longo do tempo”, 
percebendo que a língua, tal qual a humanidade, é dinâmica e se molda ao longo do 
tempo e conforme o espeço (SOUSA, 2019). 
Como era bastante comum nas sociedades antigas, invasões e dominações 
forçavam o intercâmbio entre os povos de culturas distintas e, consequentemente a 
fusão e surgimento de novas culturas. A região originalmente habitada pelos povos 
celtas recebe a partir do século V povos anglo-saxões, estes de origem germânica e 
com o apogeu do império romano, a ilha foi fortemente influenciada pelo povo latino. 
Segundo Sousa (2019, p.12), há registros ainda de povos mais antigos que os 
celtas a habitar a ilha. Mesmo com a ocupação anglo-saxã e romana, por volta do 
século V, os antigos habitantes continuaram a falar a sua língua, porem “houve um 
 
processo o qual levou muitos falantes a assumir as características linguísticas dos 
invasores”. Porém, a sobrevivência do povo celta encontrar-se-ia ameaçada com a 
investida dos pescadores saxões, após a saída dos romanos na região, e também dos 
escoceses. 
 
 
A primeira invasão romana aconteceu por volta do ano 54 a.C. Depois 
de muitas invasões, esse grande império da Idade Antiga tomou a 
região sob seu domínio e outras influências começam a acontecer, na 
economia, na política, na sociedade de maneira geral e, claro, na 
língua. (...) Povos vindos do extremo norte europeu, como os saxões, 
se estabeleceram por lá, em invasões violentas e sangrentas que 
massacraram parte da população local da época. Essa destruição 
saxã acabou por dar fim à cultura celta, sobrepondo-se a ela e fazendo 
surgir o dialeto germânico que deu origem à língua inglesa. (FAVENI, 
p. 44). 
 
 
No Século XI, a região da Grã-Bretanha é invadida pelo povo normando, povo 
que se desenvolveu ao norte da França, levando assim a influência de dialetos 
franceses que, se fundem ao chamado inglês antigo. 
 
 
Segundo, registros entre 1066 e 1200 franceses e ingleses produziram 
o crioulo, que conhecemos como inglês médio (a B&M refere-se ao 
inglês antigo como “anglo-saxão” para enfatizar que ele e eu somos, em 
sua opinião, dois idiomas diferentes. também sugeriu que os escritos do 
século XII em inglês possam ser “anglo-saxões” e não inglês médio 
(THOMASON & KAUFFMAN 1992, p. 310). 
 
 
Segundo Sousa (2019) houve conflitos entre os normandos habitantes das ilhas 
britânicas e os que habitavam o continente, criando assim um clima de separatismo, 
ao mesmo tempo que crescia o clima de pertencimento a uma identidade distinta e 
nacionalismo daqueles que habitavam a ilha, evento esse que levaria ao surgimento 
de um exército de língua inglesa e ao surgimento de uma literatura própria por volta 
 
do século XV e, consequentemente, a autonomia daquele povo em relação ao 
continente. 
Com a expansão marítima iniciada por volta do século XVI, o intercâmbio 
cultural entre ingleses e outros povos vai ampliando cada vez mais a língua, se 
moldando a necessidade dos seus falantes. 
Assim, pode-se dizer que: 
 
 
A história de nossa língua é tradicionalmente dividida em três 
períodos: inglês antigo, desde os primeiros registros (ou do 
assentamento anglo-saxão da Inglaterra por volta de 450 d.C.) até 
cerca de 1100; Inglês médio, aproximadamente 1100 a 1500; e inglês 
moderno, desde cerca de 1500. As linhas que dividem os três períodos 
baseiam-se em mudanças significativas no idioma daqueles tempos, 
mas grandes mudanças culturais por volta de 1100 e 1500 também 
contribuem para nosso senso de novos começos (ALGEO, 2010, p. 
10). 
 
 
O inglês antigo, forma primitiva do inglês moderno, começou a se formar entre 
os séculos V e XI e, não era um idioma único e estruturado. Constituía-se numa série 
de dialetos falados pelos povos que habitavam a região, contudo, o dialeto 
predominante era o anglo-saxão. O chamado Old English seria incompreensível para 
um falante do inglês atual devido as mudanças pela qual este idioma passou ao longo 
dos séculos. 
À medida que a ilha ia sendo dominada por outros povos, o intercâmbio 
linguístico com outros povos, principalmente os franceses, deu origem ao Middle 
English, ou inglês médio, que se desenvolveu entre os séculos XI e XVI, sendo 
caracterizado pelas transformações gramaticais, sobretudo no campo analítico e 
sintático da língua. 
Por fim, a partir do século XVI, sobretudo no contexto de expansão marítima, 
onde o idioma começa a se expandir devido a colonização, surge a necessidade de 
padronização do idioma no território britânico. Surge o chamado Modern English, ou 
inglês moderno, concomitante ao sentimento de pertencimento a uma nação única, o 
 
que colaborou para a institucionalização de uma língua padronizada. Neste contexto, 
o campo da literatura contribui para a consolidação da língua através da obra de 
Shakespeare (SOUSA, 2019). 
 
 
3. O INGLÊS COMO UMA LÍNGUA GLOBAL 
 
 
A partir do processo de expansão marítima e colonização iniciado no século 
XVI, os países europeus iniciam uma corrida pela conquista de novos territórios para 
além-mar. Embora os ingleses não tenham sido os pioneiros, conquistaram muitos 
territórios na América, África e Oceania, levando para os povos conquistados além da 
cultura a sua língua. A imposição da língua ao colonizado se constituía em um 
elemento de dominação cultural, ou seja, tal como os romanos, os ingleses 
perceberam que “a língua era um forte recurso para se dominar uma cultura ou um 
povo” (MAGALHÃES, 2016, p. 47). 
Desde a antiguidade os povos em expansão territorial usavam línguas que 
tinham como objetivo facilitar a comunicação entre grupos distintos. A chamada 
Língua Franca, seria “uma língua que é usada para a comunicação entre diferentes 
grupos de pessoas, cada grupo falando uma língua diferente (PHILLIPSON,1992, 
p.42). 
Em outras palavras, a língua franca é aquela que, em meio as línguas e dialetos 
nativos é eleita como a língua da comunicação, da interação social, comercial, 
educacional, entre outros aspectos. Sendo assim, a partir do momento que o ser 
humano começa a sua interação com culturas discrepantes surge a necessidade de 
uma língua que fosse comum e permitisse a povos distintos a mútua compreensão. 
Engana-se quem pensa que a primeira língua considerada franca tenha sido o 
inglês. O próprio povo britânico antigo, quando da dominação de outros povos sobre 
aquela região eram obrigados a se comunicar usando a língua do povo que o dominou, 
 
a exemplo dos romanos e normandos que impuseram o latim e um dialeto francês aos 
dominados, fato este que colaborou para a modificação do inglês antigo. 
O latim, por exemplo, já gozou do status de língua franca, inclusive, como língua 
oficial da própria Inglaterra por conta da dominação romana e posteriormente, pela 
hegemonia da igreja católica. Além, do latim, o grego em épocas antigas também 
gozou do status de língua franca (MAGALHÃES, 2016). A língua é em si um fator de 
poder e “se torna mundial por uma razão apenas: o poder das pessoas que a falam” 
(CRYSTAL 2005, p. 23). 
Conforme Crystal (2012, p. 360) “o inglês é usado como língua oficial ou 
semioficial em mais de 60 países e tem um lugar de destaque em outros 20. É 
dominante ou bem estabelecido em todos os seis continentes” 
Segundo Lacoste (2005): 
 
 
(...) em nossos dias, aquiloque podemos chamar de neo-imperialismo 
não tem mais necessidade de conquistar territórios para exercer sua 
dominação econômica e cultural. Isso vale sobretudo para aquela que 
se tornou a hiperpotência, a América (ou mais exatamente os Estados 
Unidos da América). Ocorre que, por ser antiga herança colonial, sua 
língua é o inglês, a língua que também é oficial em vários dos países 
que foram colonizados pelos britânicos. Em acréscimo, de algumas 
décadas para cá, o inglês também se propaga no plano mundial como 
a língua da globalização, bem como a língua da União Européia, que 
engloba cerca de trinta Estados de línguas diferentes e que tem 
necessidade de uma língua comum, ao menos em meio às 
categorias sociais mais “globalizadas” de sua população (p.78). 
 
 
Nesta perspectiva, na contemporaneidade se fala no inglês não apenas como 
língua franca, mas, como língua Global. Olhando por este viés, “o uso da língua 
estrangeira moderna inglesa ao se expandir como língua de globalização gera efeito 
de verdade sua importância e as estratégias utilizadas para mantê-la no seu status” 
(LINGNAU, 2019). 
Contudo, há que se enfatizar que, “antes da supremacia da língua inglesa, o 
latim e o francês já reinaram, mas nunca houve uma necessidade tão extrema de ter 
uma língua comum como agora, o que é entendido com uma das consequências da 
 
globalização”, característica esta que os estudiosos da linguística chamam de 
imperialismo linguístico (ARAÚJO, 2019, p. 1) 
 
 
É nítido que a expansão do inglês tomou enormes proporções e 
alcançou grandes marcos. Não há registros históricos de outras 
línguas que conseguiram atingir tal feito. Entre as muitas línguas 
coloniais, apenas a língua inglesa teve a força econômica e militar para 
se tornar internacional. Nesse contexto, atualmente, o referido idioma 
alcançou o status de língua global como é sugerido por Crystal (2012). 
Todavia, a difusão massiva desse idioma tem despertado atenção dos 
professores e estudiosos da área para as implicações sociais, 
políticas, culturais e, sobretudo, educacionais de tal realidade para sua 
prática de ensino, uma vez que a expansão da língua inglesa não é 
somente expansão da língua, mas também a disseminação de 
discursos que promovem o idioma e a cultura anglo-americana como 
superiores (PENNYCOOK, 1994), corroborando assim a existência de 
imperialismo linguístico (ARAÚJO, 2019, p. 2). 
 
 
Para, Magalhães (2016) apud Le Breton (2005, p. 13), a preponderância da 
língua inglesa em detrimento de outras línguas europeias se deu porque: “ 
 
 
(...) é uma língua compósita, que reúne contribuições celtas, latinas, 
francesas, germânicas, para falar exclusivamente das principais [...] A 
língua inglesa, que era uma língua nacional nos séculos XVI e XVII, 
tornou-se a língua imperial nos séculos XVIII e XIX e, por fim, língua 
mundial durante a segunda metade do século XIX. 
 
 
A escolha do inglês como língua franca, ou em termo mais contemporâneo, 
global, tem sua motivação notoriamente política, desse modo, pode-se dizer que: 
 
 
O avanço da língua inglesa não ocorreu simplesmente porque o 
mundo globalizado precisava de uma língua qualquer para facilitar a 
comunicação de ideias entre os mais diferentes povos do planeta. A 
 
língua inglesa está na situação em que se encontra hoje porque os 
países anglófonos, notadamente os Estados Unidos, passaram a 
gozar do poder hegemônico no mundo pós Segunda Grande Guerra 
(RAJAGOPALAN, 2005, p. 146). 
 
 
Assim, percebe-se que, o caráter global da língua inglesa encontra raízes 
históricas no colonialismo que se iniciara no século XV e também no neocolonialismo, 
porém, o seu apogeu se dá sobretudo em função do processo de industrialização e 
informatização mundial, que fez com que a língua alcançasse a marca de língua mais 
falada em todo o planeta. 
 
 
4. O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NO BRASIL 
 
 
Embora o apogeu da língua inglesa enquanto língua global se confunda 
principalmente com a era da informatização, a sua institucionalização como língua 
franca no Brasil se dá com a vinda da família real portuguesa no século XIX, 
principalmente devido aos negócios entre a coroa portuguesa e o império inglês. 
 
 
O ensino de língua inglesa como disciplina obrigatória no currículo 
escolar brasileiro teve início em 1809. Dom João VI decretara a 
implantação do ensino de duas línguas estrangeiras, a inglesa e a 
francesa, escolhidas estrategicamente, visando às relações 
comerciais que Portugal mantinha com a Inglaterra e a França. Assim 
sendo, a função do ensino era, como bem concluem Santos e Oliveira 
apud Lima (2009), “capacitar os estudantes a se comunicarem 
oralmente e por escrito.” Para tanto os professores aplicavam o 
Método Clássico ou Gramática-tradução, que era o único método de 
ensino de línguas estrangeiras de que se conhecia na época (SOUZA 
E SANTOS, 2011, p. 1). 
 
 
 
As relações comerciais entre Brasil e Inglaterra já era algo comum quando da 
vinda da família real portuguesa para o Brasil, inclusive, essa relação foi o estopim 
para que o evento, uma vez que o Reino Unido, do qual a Inglaterra faz parte, estava 
em guerra com a França (Império de Napoleão), que estabelecera o bloqueio 
continental a ilha britânica. Portugal que por sua vez tinha negócios com o Reino Unido 
optou por apoiar seu parceiro comercial e foi invadido pelas tropas francesas, restando 
a corte portuguesa o refúgio para a colônia (COSTA, 2016). 
De certa forma, este evento trouxe benefícios para o desenvolvimento do Brasil, 
que antes era apenas uma colônia de exploração e, teve seus portos abertos as 
nações amigas, ou seja, Reino Unido, além de outros avanços na área cultural, 
educacional e comercial. 
Uma vez que o comércio da agora extensão do reino português acontecia de 
maneira direta, sem o intermédio da metrópole, fez-se necessário o estabelecimento 
do ensino da língua inglesa no Brasil. 
 
 
D. João VI decidiu fugir para o Brasil, o que foi fortemente apoiado 
pela Inglaterra. Com esta mudança da corte portuguesa para o Brasil, 
os Ingleses tiveram a permissão de estabelecer casas comerciais, 
dando início ao poder econômico e à grande influência da Inglaterra 
na vida de nosso país, causando mudanças significativas como o 
desenvolvimento da imprensa Régia, do telégrafo, do trem de ferro e 
da iluminação a gás. As companhias inglesas abriram ofertas de 
empregos para os brasileiros como engenheiros, funcionários e 
técnicos. Mas havia um grande obstáculo: nascia então a necessidade 
de falar a língua inglesa para receber treinamentos e entender as 
instruções (LIMA, 20xx, p.2). 
 
 
Certamente, conforme afirma Chaves (2004), as evidencias levam a crer que, 
neste momento da história do Brasil, tenham surgido os primeiros professores de 
inglês, para satisfazer as necessidades comunicativas entre brasileiros e ingleses. 
Da implantação do ensino língua inglesa como disciplina na educação brasileira 
até a contemporaneidade, o tratamento dado a língua inglesa variou conforme a 
 
época, ora sendo enfatizada a sua importância, ora negligenciada, obedecendo 
principalmente aos interesses do mercado (BOCCA, 2019). 
 
 
No âmbito da LDB e do Parecer do CNE, as línguas estrangeiras 
modernas recuperaram, de alguma forma, a importância que durante 
muito tempo lhes foi negada. Consideradas, muitas vezes e de forma 
injustificada, como pouco relevantes, elas adquirem, agora, a 
configuração de disciplina importante como qualquer outra, do ponto 
de vista da formação do aluno (Brasil, 1998). 
 
 
Mas, fato é que, num mundo cada vez mais conectado e globalizado a língua 
inglesa e o seu ensino vêm ocupando cada vez mais um lugar de destaque na 
educação brasileira, conforme preconiza a Base Nacional Curricular Comum – BNCC: 
 
 
Aprender a língua inglesa propicia a criação de novas formas de 
engajamento e participação dos alunos em um mundo social cadavez 
mais globalizado e plural, em que as fronteiras entre países e 
interesses pessoais, locais, regionais, nacionais e transnacionais 
estão cada vez mais difusas e contraditórias. Assim, o estudo da 
língua inglesa pode possibilitar a todos o acesso aos saberes 
linguísticos necessários para engajamento e participação, 
contribuindo para o agenciamento crítico dos estudantes e para o 
exercício da cidadania ativa, além de ampliar as possibilidades de 
interação e mobilidade, abrindo novos percursos de construção de 
conhecimentos e de continuidade nos estudos. É esse caráter 
formativo que inscreve a aprendizagem de inglês em uma perspectiva 
de educação linguística, consciente e crítica, na qual as dimensões 
pedagógicas e políticas estão intrinsecamente ligadas (BNCC, p. 241). 
 
 
Assim, apesar de parecer algo recente na história do currículo brasileiro, o 
ensino da língua inglesa se confunde com a própria história do país, ima vez que esta 
é utilizada em relações comerciais desde o século XIX. 
É preciso entender que num mundo cada vez mais globalizado e em que as 
interações de culturas estão encurtadas, é de suma importância o estudo da língua 
 
inglesa no currículo escolar e que sua aprendizagem é tão importante quanto a da 
língua materna. 
 
 
5. CONCLUSÃO: 
 
 
Na contemporaneidade o professor de língua inglesa possui o grande desafio 
de romper os rótulos que circundam a aprendizagem de uma língua distinta do idioma 
materno. Embora não seja algo novo no Brasil, o ensino da língua inglesa, enfrenta 
uma série de resistências por parte dos alunos que por vezes não veem a importância 
da aprendizagem de uma nova língua. 
Desde o seu surgimento até alcançar o status de língua global, o idioma no que 
concerne ao currículo escolar passou por altos e baixos, ora tido como de suma 
relevância, ora tido como de pouca importância. 
Em partes, tal sentimento encontra reforço no fato de boa parte dos professores 
que ensinam o idioma não terem formação na área e, não haver uma contextualização 
histórica, levando o discente a percepção de que a língua inglesa possui uma intima 
relação com a língua brasileira, uma vez que ambas foram fortemente influenciadas 
pelo latim, além da sua relação histórica com o Brasil, desde a chegada de D. João VI 
e sua corte. 
Trabalhar a língua inglesa a partir do seu processo histórico de formação e 
expansão é uma forma eficaz de despertar no estudante a percepção de que, num 
mundo cada vez mais globalizado e em que as interações de culturas está cada vez 
mais próximo, é de suma importância o estudo da língua inglesa no currículo escolar 
e que sua aprendizagem é tão importante quanto a da língua materna, uma vez que, 
para se aprender um novo idioma o primeiro passo é dominar o seu. 
 
 
 
 
REFERENCIAS: 
 
 
ALGEO, John. The origins and development of the Engish language. 6ª edição. 
Wadsworth Cengage Learning. USA 2010 
 
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