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SLIDES PROCESSO CIVIL 2020

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
5º PERÍODO MATUTINO
 
PROF. MSc. GEOVANA DA CONCEIÇÃO
E-mail: geovanadireitodefamilia@gmail.com
PLANO DE ENSINO
EMENTA: 
Do Processo de Conhecimento: Procedimento Comum. Petição Inicial. Respostas do Réu. Provas. Audiência. Sentença e Coisa Julgada. Da Tutela Provisória (Tutelas de Urgência e Evidência).
UNIDADE 1 - Procedimento Comum 
 1. TUTELAS DE URGÊNCIA (CAUTELAR E ANTECIPADA)
2. Petição Inicial
3. Pedido: requisitos; pedido mediato e pedido imediato; pedido cominatório; pedido alternativo; pedido sucessivo; pedido de prestações periódicas; pedidos cumulados.
4. Regras de interpretação do pedido. Pedido explícito. Pedido implícito.
5. Aditamento do pedido e Emenda ao pedido.
6. Saneamento da petição inicial.
7. Casos de indeferimento da petição inicial.
8. Citação no rito ordinário.
PLANO DE ENSINO
UNIDADE 2 – ATITUDES DO RÉU
1. Contestação: ônus da impugnação especificada; preliminares de mérito; mérito (fatos, fundamentos jurídicos da defesa e requerimentos).
2. Reconvenção: conexão com a lide principal; independência; requisitos como preliminar da Contestação.
3. Exceções de incompetência, de suspeição e de impedimento como preliminar da Contestação.
4. Impugnações ao valor da causa, ao pedido de assistência judiciária gratuita e ao pedido de justiça gratuita como preliminar da Contestação.
UNIDADE 3 – Revelia
1. Efeitos da revelia: formal e material.
2. Casos em que não se aplica a revelia.
3. Julgamento do processo em razão da revelia: não obrigatoriedade (possibilidade de produção de provas mesmo quando ocorre a revelia).
4. FASE DE SANEAMENTO DO PROCESSO no rito ordinário: providências preliminares.
5. Julgamento do processo ante a ocorrência de revelia.
6. Julgamento antecipado da lide: questão de direito ou questão de fato e de direito (desnecessidade de dilação probatória).
7. Despacho saneador: saneamento de eventuais vícios processuais; designação de audiência preliminar, determinação de especificação dos fatos controversos e dos meios de prova a serem produzidos.
PLANO DE ENSINO
UNIDADE 5 - Prova
1. Os meios de prova admitidos no Processo Civil Brasileiro
2. Ônus da prova: autor e réu 
3. Inversão do ônus da prova no Processo Civil Brasileiro.
4. Meios de prova previstos no Código de Processo Civil: depoimento pessoal; confissão; exibição de documento ou coisa; prova documental; prova testemunhal; prova pericial; inspeção judicial.
5. Momento da prova: requerimento, deferimento e produção.
6. Prova lícita e prova ilícita.
7. As novas tecnologias.
8. Prova ilícita e o princípio da proporcionalidade.
9. Prova emprestada.
PLANO DE ENSINO
UNIDADE 5 – Audiência
1. AUDIÊNCIA PRELIMINAR NO PROC. COMUM
2. Tríplice função: conciliação, fixação dos pontos controvertidos e especificação dos meios de prova, e, resolução de questões pendentes.
3. Saneamento do processo na audiência preliminar.
9. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO NO RITO ORDINÁRIO.
10. Procedimentos: coleta da prova oral.
11. Contradita.
12. Alegações Finais.
13. Julgamento do processo na audiência (SENTENÇA).
PLANO DE ENSINO
UNIDADE 6 - Sentença
1. Conceito. Sentença com julgamento de mérito e sentença sem julgamento de mérito.
2. Motivação.
3. Classificação das sentenças
4. Vícios da sentença: extra petita, ultra petita ou infra petita.
5. Trânsito em julgado.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÕES
 
As avaliações serão divididas da seguinte forma: 
 
ATIVIDADE I: Atividade Escrita e/ou Realização de situações problemas, sala de aula invertida, estudos de casos e exercícios de fixação e/ou questões da OAB, de forma individual ou em dupla, a critério da professora. 
 
ATIVIDADE II: PROVA ESCRITA (PROVA LEGAL), individual, composta de questões objetivas e subjetivas nos padrões de concursos e prova da OAB, com ou sem consulta a codificação não comentada (a critério da professora).
 
ATIVIDADE III: DEBATES - Os alunos apresentarão e debaterão temas atuais de Direito Processual Civil, previamente determinados pela professora. A avaliação dos debates, que produzirá uma nota que será somada à nota da prova para formar a M3.
PLANO DE ENSINO
Na aula imediatamente a seguir, daquela em que foi realizada a avaliação, será feita a correção e discussão das questões da avaliação.
As datas e horários das atividades serão pré-agendadas no calendário acadêmico e comunicadas em sala pela professora com antecedência mínima de uma semana.
Eventuais reposições de atividades perdidas ao longo do semestre serão realizadas no 17º encontro.
PLANO DE ENSINO
EXERCÍCIOS: No segundo horário (pós intervalo) será apresentado em sala atividades/exercícios de casos práticos para serem resolvidos em grupo. Todos os exercícios valerão nota. 
 
Em caso de falta do(a) acadêmico(a), o exercício que foi dado em sala de aula NÃO poderá ser recuperado posteriormente, pois objetiva observar, exatamente, conteúdo apreendido na sala de aula.
PLANO DE ENSINO
 
 Para as aulas será obrigatório o uso do Código de Processo Civil atualizado.
De acordo com o desenvolvimento da disciplina poderão ser alterados os critérios de avaliação. Porém, caso houver necessidade da mudança, será negociado com os alunos no início das atividades avaliativas.
 Este plano poderá sofrer alterações ao longo do semestre. 
 
PLANO DE ENSINO
Não será permitido o uso de celular em sala de aula e nem de computadores em dia de prova. 
 No mês de Junho (1 a 5) será realizada a semana integrada da Escola de Ciências Jurídicas e Sociais. A presença do acadêmico será obrigatória.
 
OUTRAS REGRAS
Aula: 8h as 11:30h
Chamadas (2 chamadas) – 9:30h e 11:00h
Dia de Prova – horário de chegada – 15 min. tolerância.
Faltas abonadas (apenas com justificativa)
Provas Perdidas: Obrigatório fazer pedido de segunda chamada na secretaria. 
UNIDADE 1 
NOVO CPC - ORGANIZAÇÃO 
 
Parte Geral (com 6 Livros)
Parte Especial (com 3 Livros) e 
Livro Complementar (Disposições Finais e Transitórias)
PROCESSO E PROCEDIMENTO – Definição e distinção
PROCESSO: Instrumento através do qual o Estado presta a tutela jurisdicional, correspondente a um conjunto de atos coordenados entre si, com o objetivo de obter do Estado/Juiz a resposta do litígio. O processo é materializado, é físico. 
 
DIVISÃO: PROCESSO DE CONHECIMENTO e PROCESSO DE EXECUÇÃO.
O processo é importante por envolver, em uma relação (jurídica), o juiz e as partes – tem fins de grande relevância (democracia e justiça) e como objetivo final uma decisão legítima. 
PROCESSO E PROCEDIMENTO
PROCEDIMENTO: Procedimento é a FORMA como os atos do processo irão se desenvolver. 
 
Para Humberto Theodoro Junior: “Procedimento é portanto, sinônimo de rito do processo, ou seja, o modo e a forma de que se movem os atos no processo”. 
CONCLUSÃO: Podemos então distinguir PROCESSO como sendo “instrumento” e PROCEDIMENTO a “forma”.
 
NO NOVO CPC: EXISTEM DOIS TIPOS DE PROCEDIMENTOS: COMUM E ESPECIAL
PROCEDIMENTO COMUM
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO OU PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
 
Este procedimento tem um rito mais abrangente, com uma nítida divisão das fases processuais, compreendendo-se 2 (duas) grandes fases: CONHECIMENTO e CUMPRIMENTO. 
 
FASE DO CONHECIMENTO: 4 Estágios: Postulação, organização, instrução e decisão da causa. 
 
Nos casos em que há prolação de sentença condenatória genérica, a fase de conhecimento conta ainda com um quinto estágio voltado à liquidação da obrigação.
ESTÁGIO POSTULATÓRIO: O estágio postulatório destina-se à oitiva de ambas as partes: o autor expõe o seu caso mediante o exercício do direito de ação (art. 5.º, XXXV, da CF) e o réu defende-se exercendo o seu direito de defesa (art. 5.º, LV, da CF). 
A partir da exposição dos seus respectivos fundamentos, ambas as partes postulam – o autor pede a procedência do pedido e o réupede a sua improcedência mediante contestação.
 
ESTÁGIO DE ORGANIZAÇÃO: O estágio organizatório tem por função preparar a causa para a sua instrução e julgamento.
 Objetiva identificar a existência de óbices e vícios processuais que impeçam o julgamento de mérito a fim de sanear a causa (art. 357, I) e a delimitar as alegações de fato litigiosas para guiar a produção da prova (art. 357, III). 
ESTÁGIO INSTRUTÓRIO: O estágio instrutório destina-se à produção da prova, notadamente da prova oral, da prova pericial ou da inspeção judicial, já que a prova documental acompanha as postulações iniciais das partes (art. 434). 
Nesse estágio, o processo é instruído com provas das alegações. 
Em sendo o caso, pode o juiz designar audiência de instrução e julgamento para sua colheita (arts. 358 e ss.).
ESTÁGIO DECISÓRIO: O estágio decisório é aquele em que o juiz decide o caso levado a juízo. A decisão do caso pode levar à extinção do processo sem resolução de mérito (art. 485) ou à extinção do processo ou da fase de conhecimento com resolução de mérito (art. 487). 
 
FASE DO CUMPRIMENTO: Sendo a sentença condenatória, mandamental ou executiva, o procedimento comum segue para a fase de cumprimento. 
A fase de cumprimento pode se desenvolver em um único estágio destinado à prática de atos executivos (penhora de bens) ou em três estágios voltados igualmente à prática de atos executivos sequenciados em postulação, instrução e satisfação da obrigação. 
TUTELA PROVISÓRIA
As tutelas provisórias - são tutelas jurisdicionais não definitivas, concedidas em juízo de cognição sumária, que exigem, necessariamente, confirmação posterior, através de sentença, proferida mediante cognição exauriente.
Para facilitar, façamos a seguinte distinção: 
As tutelas provisórias antecipadas, asseguram a efetividade do direito material – necessidade de demonstrar em juízo que o direito material está em risco. Ex.: Internação para cirurgia por negativa do plano de saúde – uma vez obtida a tutela só resta a confirmação. 
As cautelares, asseguram a efetividade do direito processual – necessidade de demonstrar que além da urgência, um futuro processo está em risco. Ex.: Devedor dilapidando patrimônio – garante a efetividade da sentença no processo de cobrança.
Tutela provisória - fundada em cognição sumária.
Tutela definitiva - baseada em cognição exauriente.
TUTELA DE URGÊNCIA: Antecipada ou Cautelar – probabilidade do direito e o perigo de dano - Art. 300 e ss.
TUTELA DE EVIDÊNCIA: Alto grau de probabilidade do direito invocado – Art. 311 – Independente de perigo de dano.
Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas.
 Mera petição formulada no curso da ação 
Art. 299.  A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal.
O art. 300, caput, do Novo Código, deixa claro que os requisitos comuns para a concessão da tutela provisória de urgência (antecipada ou cautelar) são: 
I) probabilidade do direito (fumus boni iuris); e
II) perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (periculum in mora).
Para a concessão da tutela de urgência, o juiz ainda poderá exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la (art. 300, §1º)
Haverá a possibilidade de realização de justificação prévia para a concessão da tutela de urgência (art. 300, §2º) – Seja ela cautelar ou antecipada. 
Art. 301.  A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.
Não haverá nomenclatura específica. Todas passam a ser inominadas – Nada impede que o advogado dê nome a elas. 
Prevê o NCPC a responsabilidade objetiva da parte pela concessão da tutela de urgência e os prejuízos que ela causar à parte adversa. (Art. 302)
Art. 303.  Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
Possibilidade de se pedir Tutela Provisória de Urgência Antecipada – Antes do ingresso da ação principal - Pedido exclusivo de antecipação.
Deve-se atribuir valor à causa na petição inicial levando-se em consideração o valor da tutela provisória ( § 4º )
 
Art. 303 
§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar;
§ 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito.
§ 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais.
ESTABILIZAÇÃO DAS TUTELAS
Art. 304.  A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto.
Somente para tutelas ANTECEDENTES (Art. 303)
A tutela estabilizada somente poderá ser revista através de ação própria (§ 2º ) – Prazo de 2 anos (§ 5º )
PROCEDIMENTO TUTELA CAUTELAR
Art. 305.  A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Art. 306.  O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas que pretende produzir.
Neste caso se não houver recurso não há estabilização da cautelar. 
PROCEDIMENTO CAUTELAR
Art. 308.  Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais.
PEDIDO PRINCIPAL NOS MESMOS AUTOS.
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição.
TUTELA DE EVIDÊNCIA
Não há necessidade da prova de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo. 
A tutela de evidência será concedida nos casos previstos no Art. 311 – Entre eles: 
Ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
A petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Ex.: Demanda Repetitiva – Defesa de Banco no Dano Moral
PETIÇÃO INICIAL – ART. 319 CPC
Conceito: A petição inicial é o instrumento pelo qual o interessado invoca a atividade jurisdicional, fazendo surgir o processo. 
A propositura da ação dá início ao processo. 
Na petição inicial, o interessado (AUTOR) formula seu pedido, o que acaba por limitar a atividade jurisdicional, pois o juiz não pode proferir sentença de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do demandado.
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL – ART. 319 CPC
Inciso I - Endereçamento – Juiz ou Tribunal que é dirigida – critério de fixaçãode competência (Arts. 42 e SS CPC). 
 
Inciso II – Qualificação das Partes – Observar a indicação da existência de união estável e endereço eletrônico. A qualificação deve ser a mais completa possível – muitas vezes a falta de informações na qualificação pode retardar significativamente o processo. 
Ex.: Endereço insuficiente do réu, colocar as proximidades, cor da casa, etc. – Observar as partes legítimas para figurar na ação. 
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL
Inciso III – Fatos e Fundamentos Jurídicos – Na petição inicial o Autor deve justificar o pedido que é dirigido ao Juiz. Trata-se da causa de pedir, ou seja, das razões fático-jurídicas que justificam o seu pedido. O Autor deve narrar o fato jurídico que constitui o seu direito. (Ex.: A falta de pagamento dos aluguéis pode levar ao despejo). 
 
Inciso IV – O pedido com suas especificações - O centro, o núcleo da petição inicial, que exprime aquilo que o Autor pretende do Estado (falaremos em tópico a seguir)
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL
Inciso V - Valor da Causa (art. 291) – A toda causa o Autor deverá atribuir um valor certo – Requisito obrigatório da petição inicial (O Juiz mandará o Autor emendar a inicial no prazo de 15 dias (art. 321CPC) sob pena de indeferimento - Pode ser fixada por estimativa. 
 
Inciso VI - Provas – Não basta alegar, incumbe-lhe, provar todos os fatos pertinentes à sua pretensão (arts. 373, I) “O ônus da prova incumbe: Ao autor quanto ao fato constitutivos do seu direito”. 
 
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL
Inciso VII – Opção pela Realização de Audiência de Conciliação ou de Mediação: A fim de facilitar a solução consensual do litígio, o legislador proporciou às partes uma oportunidade de diálogo antes da Contestação. Essa audiência não será realizada se AMBAS as partes manifestarem EXPRESSAMENTE desinteresse na composição. Por isso a manifestação deve ser EXPRESSA. 
 
ASSINATURA DO PROCURADOR (ADVOGADO)
 
ERRO GRAVÍSSIMO! 
DOCUMENTOS DA PETIÇÃO
Art. 320 – Documentos indispensáveis a propositura da ação
 
Não se exige, obrigatoriamente, que o Autor ofereça, de imediato todos os documentos em seu poder, mas apenas os “indispensáveis”. 
Até porque é facultado a juntada de NOVOS documentos em todas as fases do processo. 
REMENDAR?? QUE FEIO!!! 
Art. 321 – Emenda da Inicial
 
Com a distribuição e autuação, a petição inicial é apresentada ao Magistrado, que apreciará se ela preenche os requisitos do art. 319, antes de despachá-la.
 
Quando a petição inicial apresentar lacunas, imperfeições ou omissões, como por exemplo, faltar o valor da causa, o Juiz mandará intimar o Autor para no prazo de 15 (quinze) dias emendar a inicial, ou seja, sanar a irregularidade, sob pena de indeferimento. (parágrafo único art. 321). 
Artigo 332 – Deferimento da Citação ou Improcedência Liminar do Pedido
 
Se o Juiz verificar que a petição está em ordem, despachará determinando a citação do réu para responder a ação. 
Cumprida a diligência de forma positiva, o réu estará integrando a relação processual, tornando-a completa. 
 
No mandado de citação deverá constar expressamente, que se não contestada a ação se presumirão aceitos pelo réu, como verdadeiros os fatos alegados na inicial. 
 
IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO
ART. 332: Nas causas em que não for necessária a realização de audiência de instrução (ouvida de testemunhas) independentemente da ouvida do Réu, o Juiz poderá julgar LIMINARMENTE IMPROCEDENTE o pedido, nos casos dos incisos I a IV. 
 
Ex.: Dívida prescrita cobrada em Juízo (Art. 332, § 1º CPC). 
PEDIDO
Pedido é a providência que o Autor espera do Estado-Juiz, e deve resultar logicamente dos fatos informados na petição inicial (pedido concludente).
 
O pedido pode ser mediato e imediato. O IMEDIATO refere-se à sentença esperada pelo autor, ou seja, a natureza da providência solicitada (condenatória, mandamental, declaratória, etc), e o pedido MEDIATO corresponde a pretensão de direito material alegado pelo autor e negado pelo réu, é o próprio bem da vida. Ex.: Quantia em dinheiro, bem que se encontra em poder do réu.
PEDIDO CERTO E DETERMINADO
Os artigos 322 e 324, dizem que o pedido deve ser CERTO e DETERMINADO de modo que os demais integrantes da relação processual (Juiz e Réu) possam ter a certeza e clareza quanto à pretensão do autor.
 
PEDIDO CERTO: É o bem da vida pretendido (pedido mediato) Ex.: Alimentos, Cobrança, Divórcio, Partilha/Inventário, etc). 
 
PEDIDO DETERMINADO: No pedido o Autor tem que dimensionar o seu alcance. Além de ser identificado pelo gênero, o pedido deverá também ser preciso quanto à quantidade.
Exemplo: Pedido de condenação do réu de restituir uma geladeira Brastemp. Nesse caso o pedido é certo e determinado, pois além de definir o gênero (geladeira Brastemp), definiu também a quantidade (uma geladeira). 
PEDIDO GENÉRICO
PEDIDO GENÉRICO: Art. 324, § 1º CPC. O CPC admite também que se formule pedido genérico nas em determinadas ações (Incisos I, II e III). 
Nesses casos o Juiz proferirá uma sentença ilíquida (sem valor determinado), remetendo o Autor ao procedimento de liquidação de sentença, antes da fase de cumprimento da sentença. 
Ex.: Pessoa que sofreu um acidente de trânsito cujo tratamento será longo, não há como se prever o prejuízo total até o final do tratamento. 
 
NAS AÇÕES DE INDENIZAÇÃO NÃO PODE HAVER PEDIDO GENÉRICO. 
PEDIDOS ALTERNATIVOS
Art. 325 e ss – Os pedidos poderão também ser ALTERNATIVOS, SUCESSIVOS E CUMULATIVOS. 
 
Art. 325 - Pedidos Alternativos: Quando pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. 
Ex.: Obrigações Alternativas: Entregar 1 carro ou Dinheiro. 
PEDIDOS SUCESSIVOS
Art. 326 - Pedidos Sucessivos em Ordem Subsidiária: Autor poderá formular mais de um pedido em ordem sucessiva a fim de que o Juiz conheça do posterior, em não podendo acolher o pedido principal.
Se o Juiz acolher o pedido principal não analisará o sucessivo. 
 
Ex.: Pedir rescisão de contrato com perdas e danos, ou, se não configurada a razão para tanto, a condenação do réu a pagar a prestação vencida. 
 
Utilizar aquela velha expressão: “caso assim não entenda V.Exa...”
PEDIDO CUMULADOS
Art. 327 - Pedidos Cumulados:  Permite-se ao autor, formular dois ou mais pedidos contra o réu que poderiam ser objeto de ações distintas. 
 
-Deve haver compatibilidade (coerência lógica na cumulação)
- Competência absoluta do juízo para todos os pedidos;
 
- Adequação do procedimento escolhido para todos os pedidos; (pode o autor fazer cumulação de pedidos com ritos distintos, desde que faça a escolha pelo Comum).
 
Ex.: Investigação de Paternidade c/c Alimentos – Ação de Despejo c/c Cobrança de Aluguéis – Ação de Guarda c/c Regulamentação de Visitas. 
PEDIDOS
Art. 322 § 1º – Interpretação do pedido 
 
Os pedidos formulados pelo Autor, são interpretados restritivamente, ou seja, o critério de interpretação não pode ser ampliativo ou extensivo. 
Integra o pedido tão somente o que nele expressamente estiver contido. 
 
Alguns pedidos SÃO IMPLÍCITOS - Cobrança de dívida compreende também os juros (implícitos)
 
Ex.: Nas obrigações de prestação em dinheiro, o pedido, implicitamente, sempre compreende os acessórios, que são os juros legais, correção monetária e honorários advocatícios. 
ADITAMENTO DO PEDIDO – ART. 329
Antes de ocorrer a citação (ciência do réu) poderá o autor ADITAR o pedido, ou seja, formular um novo pedido, arcando com o ônus das custas acrescidas – independentemente do consentimento do réu. 
 
Após a citação somente ocorrerá o aditamento desde que concorde o Réu. 
 
Ex.: Execução de Alimentos, esqueci de acrescentar um mês. Posso fazer o aditamento mediante simples petição. Se o réu já houver sido citado, é mais complicado, pois ele deverá concordar. 
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL – ART.330
O Juiz poderá verificar que a PETIÇÃO não preenche os requisitos necessários e INDEFERI-LA de plano.
 
A petição inicial deve demonstrar todos os requisitos previstos no artigo 319 do CPC. 
INDEFERIMENTO DA INICIAL
O indeferimento da inicial enseja a EXTINÇAO DO PROCESSO, a teor do art. 485, I, sem julgamento de mérito - Autor pode ingressar novamente com o pedido (corrigindo o defeito)
 
O Advogado deve evitar a emenda ou o indeferimento, pois a primeira demonstra desatenção e a segunda, desconhecimento da matéria, o que se revela vergonhoso para um profissional. 
Art. 331 - A decisão que indefere a inicial é SENTENÇA –Caberá recurso de APELAÇÃO. O Juiz poderá RETRATAR-SE no prazo de 5 dias. 
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO – ART. 334 CPC
 AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO ANTES DA DEFESA DO RÉU. 
 
Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação – 30 dias de antecedência. 
 
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO 
A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado.
 
A audiência não será realizada: 
I – se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;
II – quando não se admitir a autocomposição. 
 
O Autor indica na petição seu interesse ou não pela audiência e o réu por petição, no caso de litisconsortes, todos devem se manifestar. 
 
Note-se que não basta, para obstar à realização da audiência, que apenas uma das partes não queira a sua realização. O legislador refere que ambas as partes devem expressamente manifestar o desinteresse na composição consensual. 
ATITUDES DO RÉU 
(Art. 335 a 353 CPC) 
 
O direito a ampla defesa, assim como o direito de ação é garantido constitucionalmente através do artigo 5, inciso LV da CF/88.
 
Não tendo ocorrido a audiência, tem o juiz de oportunizar que o réu exerça o seu direito de defesa (art. 335).
DEFESA DO RÉU
A DEFESA DO RÉU – Após a citação, o réu poderá tomar três atitudes diferentes, ou seja: 
 
a inércia (ou seja, o silêncio)
a resposta (por escrito ou oralmente/ contestação) 
o reconhecimento da procedência do pedido
 
Direito indisponível – Não há renúncia à defesa. Mesmo diante do silêncio do réu, o Autor não se desobriga do ônus de provar os fatos não contestados.
 
Ex.: Investigação de paternidade/ Alimentos
DIREITO INDISPONÍVEL 
DIREITOS INDISPONÍVEIS pode-se entender tudo o que é tutelado pelo Estado e que a pessoa, mesmo sendo titular do direito não poderá declinar deste. 
Ex.: Direito de personalidade, interesses de menores e/ou incapazes, direito à vida, etc. 
DEFESA DO RÉU
Visando à defesa no CPC, pode o réu tomar as seguintes atitudes: 
 
oferecer contestação (arts. 335 e ss.); 
oferecer reconvenção na contestação (art. 343); 
nada fazer, com o que será decretada a sua revelia (arts. 344 e ss.).  
PRAZO DE CONTESTAÇÃO
PRAZO: O prazo é de 15 dias (art. 335) 
 
O termo inicial para fluência do prazo é a data:
 
 I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer das partes não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
 
 II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ambas as partes expressamente manifestarem o desinteresse na autocomposição; 
 
III – em que se considera realizada a citação, na forma do art. 231 (art. 335). 
PRAZO DE CONTESTAÇÃO
O prazo para defesa será da juntada do último mandado ou AR ao processo no caso de não se admitir autocomposição.
No caso de litisconsórcio passivo, se todos se opuserem à realização da audiência de conciliação ou de mediação, o termo inicial para contestação será autônomo para cada um dos litisconsortes, vale dizer, para cada um dos réus, o termo inicial será a data da apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência (art. 335, § 1.º). 
LITISCONSORTE PASSIVO: Havendo mais de um réu, o prazo é comum. Mas, se estiverem representados por advogados diferentes o prazo será contado em dobro (30 dias) – Art. 229 CPC.
 
CONTAGEM DO PRAZO: Na contagem dos prazos computar-se-ão somente os dias úteis (Art. 219 CPC) – Exclui-se o dia do começo e inclui-se o dia do vencimento. 
APENAS PRAZOS PROCESSUAS!!!! 
 
Art. 224.  Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.
 
§ 1o Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica.
 
§ 2o Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.
 
§ 3o A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação.
ESPÉCIES DE DEFESA - PROCESSUAL E DE MÉRITO
 
 
DEFESA PROCESSUAL – Tem conteúdo apenas formal. Buscam eliminar uma “falha” do processo. 
São exemplo de defesas indiretas as que invocam a inexistência de pressupostos processuais ou de condições da ação. (preliminares – art. 337, CPC). 
 
DEFESAS PROCESSUAIS
As defesas processuais, no entanto, nem sempre visam a imediata inutilização do processo, podendo ser subdividida em: 
 
PEREMPTÓRIAS: Levam o processo à extinção, como a de inépcia da petição inicial, legitimidade da parte, litispendência, coisa julgada, perempção, etc. (art. 485) – Vício profundo – inutilização do instrumento/processo. 
 
DILATÓRIAS: Quando acolhidas, não provocam a extinção do processo, mas apenas provocam delonga no curso do processo. 
Ex.: Nulidade de citação, incompetência do juízo, defeito de representação, conexão de causas, etc. (art. 337, I, II, VIII e IX). – Paralisação temporária no curso normal do processo. 
DEFESA DE MÉRITO
 
Quando o réu ataca o fato jurídico que constitui o mérito da causa (a sua causa pretendida) tem-se a defesa chamada de MÉRITO. 
 
Ex.: Quando o réu nega a existência do dano a indenizar.
 
CONTESTAÇÃO - ART. 335 CPC
 
É o ato pelo qual o réu resiste em juízo à pretensão do autor deduzida na inicial. 
É a defesa propriamente dita, mediante a dedução de toda matéria possível, e na exposição dos motivos de fato e de direito do porquê da resistência à pretensão.
CONTEÚDO E FORMA DA CONTESTAÇÃO 
A forma da contestação é a de petição escrita endereçada ao Juiz da causa (art. 335, CPC). 
 
No conteúdo, o réu tem que alegar toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor, e especificando as provas que pretende produzir. 
 
PRECLUSÃO: É ônus do réu, arguir toda a matéria de defesa na contestação, sob pena de preclusão da matéria. 
EXCEÇÕES DA PRECLUSÃO: Há três hipóteses em que o Código abre exceção da preclusão da matéria, permitindo que o réu possa deduzir novas alegações no curso do processo, depois da contestação. São elas (art. 342): 
 
Direito Superveniente (quitação no curso do processo pelo autor,da dívida discutida em juízo).
Matéria que o Juiz pode conhecer de ofício (condições da ação e pressupostos processuais) 
Quando, por expressa autorização legal, a matéria puder ser formulada em qualquer tempo e juízo (ex.: prescrição). 
ONUS DA DEFESA ESPECIFICADA
 
Além da defesa o Réu deve impugnar especificadamente todos os fatos arrolados pelo autor, sob pena de se presumirem verdadeiros os fatos não impugnados. (art. 341, CPC). 
 
Fatos não impugnados são tidos como verídicos, dispensando a prova a seu respeito e possibilitando o julgamento antecipado da lide. 
Não ocorre, no entanto a presunção legal de veracidade dos fatos não impugnados, quando: 
 
I – Não for admissível, a respeitodeles, a confissão (direitos indisponíveis)
 
II – A petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato (quando a lei exigir o instrumento público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta. (art. 406, CPC). Ex.: Escritura de Compra e Venda.
 
III – Os fatos não impugnados estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto: Isto acontece quando o autor arrola uma sequência de fatos e o réu impugna diretamente apenas alguns, mas da contestação decorre implicitamente a rejeição dos demais. 
Ex.: quando o réu baseia sua defesa no álibi de não ter se quer estado presente no local em que ocorreu o ato ilícito que lhe é imputado, implicitamente estarão impugnados todos os demais fatos alegados pelo autor. 
PRELIMINARES DA CONTESTAÇÃO
 
O réu poderá opor-se a pretensão do autor, através de preliminares, com objetivo de invalidar a relação processual ou revelar imperfeições formais capazes de prejudicar o julgamento do mérito. 
 
Antes de discutir o mérito, o réu poderá portanto alegar em preliminar: (art. 337)
 
INEXISTÊNCIA OU NULIDADE DE CITAÇÃO (dilatória): Quando ocorre algum vício na citação que impossibilite a formação da relação processual. 
O comparecimento espontâneo do réu ao processo e a regularização do vício geram o prosseguimento do processo. 
INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA (dilatória): Juiz absolutamente incompetente é aquele a que falta competência para a causa, em razão da matéria ou da hierarquia. 
Não leva a extinção, mas a remessa do processo ao Juiz competente. 
Ex.: Usucapião de terras de marinha (união). INCOMPETÊNCIA RELATIVA, refere-se ao local onde foi interposta ação. 
INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA: Tendo ou não valor econômico o autor deve indicar valor à causa. 
O Réu pode impugnar o valor em preliminar da Contestação, atendendo aos requisitos do artigo 292 CPC. 
INÉPCIA DA INICIAL (Ver art. 330, §1°) leva a extinção do processo, portanto é defesa peremptória. 
 A petição é inepta quando lhe faltar o pedido por exemplo. 
PEREMPÇÃO: Quando o autor dá ensejo a 03 (três) extinções do processo sobre a mesma lide, por abandono da causa (art. 486 §3º). 
É também defesa peremptória, embora não ocorra a extinção do mérito, o autor fica privado do direito processual de renovar a propositura da ação. 
LITISPENDÊNCIA (peremptória) A existência de uma ação anterior, em andamento, igual a atual, impede o conhecimento da nova causa. 
Deve haver nas duas causas, as mesmas partes, a mesma causa de pedir, e o mesmo pedido. 
COISA JULGADA (peremptória) A existência de uma ação, já julgada por sentença, de que não caiba mais recursos, quando forem idênticas as partes, a causa de pedir e o pedido. 
CONEXÃO (dilatória) Serão conexas duas ou mais ações em que lhe forem comum o objeto ou a causa de pedir. 
Objetiva a reunião das ações, que serão remetidas ao Juiz que teve preventa sua competência. 
Ex.: Divórcio Litigioso com pedidos distintos.
INCAPACIDADE DA PARTE, DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO OU FALTA DE AUTORIZAÇÃO (dilatória) Pressupostos processuais que não extinguem o processo, mas sim a concessão de prazo para regularização. 
Ex.: Menor propõe a ação sem estar representado.
CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM: (peremptória) Quando as partes ajustam o compromisso para julgamento por árbitros, ilegítima será a atitude de propor ação judicial sobre a mesma lide. 
AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE OU DE INTERESSE PROCESSUAL: (peremptória) Condições necessárias para que o juiz possa examinar o mérito da causa. 
Parte legítima é aquela que é titular do direito, porque ninguém pode pleitear direito alheio em nome próprio. 
Interesse processual: É necessário que a parte demonstre o seu interesse no processo. Ex.: Ação de Despejo contra Inquilino que já desocupou o imóvel.
FALTA DE CAUÇÀO OU DE OUTRA PRESTAÇÃO, QUE A LEI EXIGE COMO PRELIMINAR (dilatória): garantia prestada em juízo. 
Ex.: Ação de Despejo. 
INDEVIDA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA (dilatória): Quando a parte autora pleiteia os benefícios da JG, porém não preenche os requisitos - impugnação em preliminar. 
DEFESA DO RÉU
ILEGITIMIDADE DE PARTE
 
Diante da alegação do réu de ilegitimidade passiva, o juiz facultará ao autor, em 15 dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu, reembolsando o réu das despesas processuais e honorários advocatícios, fixados entre 3% e 5% do valor da causa ou em valor fixado em lei. (Art. 338) 
 
 Segundo o Art. 339 § 1º quando o RÉU tiver conhecimento da parte legítima, deve indicar na contestação, sob pena de arcar com as despesas processuais e indenizar o autor pelos prejuízos da falta de indicação. 
CONHECIMENTO DAS PRELIMINARES DE OFÍCIO PELO JUIZ (ART. 337§ 5º)
Todas estas defesas processuais, com exceção da convenção de arbitragem e a incompetência relativa, podem ser conhecidas de ofício pelo JUIZ (Matéria de Ordem Pública)
Não alegada em Contestação a incompetência relativa, prorroga-se a competência (art. 65).
 
A ausência de alegação de convenção e arbitragem na contestação implica aceitação da jurisdição e renúncia à arbitragem. 
INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO E SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO(Art. 340 CPC). 
Em sentindo amplo, abrange toda e qualquer defesa que tenda a excluir da apreciação judicial o pedido do autor, seja no aspecto formal, seja no material. 
 
A argüição da incompetência relativa do juízo se dá em preliminar da Contestação (Art. 340), e de suspeição ou impedimento de juiz (art. 146) mediante simples petição nos próprios autos. 
I –INCOMPETÊNCIA (Declinatória de foro) ABSOLUTA OU RELATIVA. 
A incompetência absoluta é argüida em preliminar da contestação (Art. 337, II), podendo inclusive ser declarada ex officio pelo Juiz, em qualquer fase do processo. 
INCOMPETÊNCIA E IMPEDIMENTO DO JUÍZO
A incompetência relativa também é arguida em preliminar da Contestação (Art. 337) podendo a Contestação ser protocolada no foro do domicílio do réu, sendo comunicado o juízo da causa por meio eletrônico. (Art. 340). 
A incompetência relativa jamais poderá ser decretada por iniciativa do próprio juiz, porque a lei reconhece às partes a faculdade de prorrogar, ou modificar a competência em alguns casos. 
Ex.: Foro privilegiado do guardião do filho na Ação de Divórcio - Art. 53, I "a".
 
Súmula 33 do STJ: A INCOMPETENCIA RELATIVA NÃO PODE SER DECLARADA DE OFICIO.
II –IMPEDIMENTO E DE SUSPEIÇÀO: refere-se ao juízo, como órgão jurisdicional; o impedimento e a suspeição, ao juiz, como pessoa física encarregada da prestação jurisdicional.
 
Os motivos de impedimento e suspeição estão previstos no artigo 144 e 145 do CPC e podem ser alegados por petição dentro dos próprios autos. 
ARGUIÇÃO: O impedimento e a suspeição devem ser, em regra, reconhecidos pelo Juiz, de ofício ao tomar conhecimento do processo (art. 145 § 1º). 
O pedido formulado pela parte é cabível apenas quando o juiz descumpra o seu dever funcional de afastar-se da causa. 
 
Não reconhecendo o Juiz a arguição de suspeição ou impedimento, produzirá suas razões em 15 (quinze) dias, determinará a autuação em separado da petição e o processo será remetido ao Tribunal. 
Se o Juiz perder, sofrerá condenação a custas processuais e o processo remetido ao Juiz substituto. (Art. 146)
PRAZO: (Art. 146)
 
O direito de arguir o impedimento ou suspeição pode ser exercido a qualquer tempo, ou grau de jurisdição, cabendo a parte peticionar ao juiz do processo, no prazo de 15 (quinze) dias, contado do conhecimento do fato que ocasionou o impedimento ou a suspeição. 
 
EFEITO
 
A arguição do impedimento e/ou suspeição, produz a suspensão do processo, até que o incidente seja julgado, retornando posteriormente o processo ao seu curso normal - Art. 313, III.RECONVENÇÃO – ART. 343 CPC
 
Conceito: Reconvenção é a ação do réu contra o autor, proposta no mesmo feito em que está sendo demandado. AÇÃO INVERSA. 
 
Não é contestação. A reconvenção é um contra-ataque, uma verdadeira ação ajuizada pelo réu (reconvinte) contra o autor (reconvindo), na peça contestatória. 
 
A reconvenção é mera faculdade do réu, não um ônus como a contestação e pode ser promovida na Contestação. 
RECONVENÇÃO
É importante que a RECONVENÇÃO esteja bem identificada na Contestação, com a finalidade de facilitar o debate e a identificação das questões que dela surgem – DEVE-SE CUMPRIR TODOS OS REQUISITOS DE UMA INICIAL. 
 
É óbvio que se o Réu optar por apenas Reconvir e não Contestar, a Reconvenção será proposta em peça autônoma (Art. 343, §6º)
RECONVENÇÃO
PRESSUPOSTOS DA RECONVENÇÃO
 
I – LEGITIMIDADE DE PARTE - é legitimado ativo para ajuizar a reconvenção apenas o quem for parte no processo - Réu ou o réu em listiconsórcio com terceiro. 
 
II – CONEXÃO - Só se admite a reconvenção, se houve conexão entre ela e a ação principal ou entre ela e o fundamento da defesa (contestação). Ex. Divórcio.
RECONVENÇÃO - PRESSUPOSTOS
III – COMPETÊNCIA: O juiz da causa principal é também competente para a reconvenção. 
 
IV - PROCEDIMENTOS COMPATÍVEIS - É necessário que o procedimento previsto para ação e reconvenção sejam compatíveis (Art. 327, § 1°,III)
 
VALOR DE CAUSA NA RECONVENÇÃO
Discussão Doutrinária – Sim!!! 
Leonardo Greco, afirma: “Sendo a reconvenção uma nova ação, nessa parte a petição de contestação deverá conter a individuação dos fatos e fundamentos e a precisa indicação do pedido, das provas e do valor dessa nova causa”
PROCEDIMENTO DA RECONVENÇÃO: 
 
1) Proposta a reconvenção o autor será intimado para em 15 dias apresentar resposta - Intimação é dirigida ao advogado do autor - Art. 343 §1º.
 
2) Julgamento: Ação e Reconvenção serão julgadas numa só sentença. 
 
3) Da sentença que julga conjuntamente a ação e reconvenção cabe Apelação. Da decisão que resolve apenasa ação ou reconvenção de forma imediata (atencipadamente ou parcial de mérito), cabe Agravo de Instrumento (Art. 356 §5°)
PETIÇÃO DE RECONVENÇÃO: O pedido reconvencional pode ser indeferida liminarmente nos mesmos casos em que se permite a rejeição da petição inicial. Neste caso, caberá Agravo de Instrumento. 
 
EXTINÇÃO DO PROCESSO PRINCIPAL: (Art. 343 § 2º)
 
A desistência da ação ou a existência de qualquer causa que a extinga, não obsta ao prosseguimento da reconvenção. 
Sendo a reconvenção uma um pedido autônomo, a extinção do processo principal sem julgamento de mérito em nada afeta a relação processual decorrente do pedido reconvencional. 
 
Igualmente, a desistência da reconvenção ou sua extinção, sem apreciação do mérito, não atinge em nada a marcha do processo principal. 
REVELIA ( Arts. 344 a 346, CPC)
Ocorre a revelia quando, regularmente citado, o réu deixa de oferecer resposta à ação, no prazo legal. 
 
Todos os atos do processo são praticados sem intimação ou ciência do réu.
 
Há revelia também tanto quando o réu não comparece ao processo no prazo da citação, como quando, comparecendo, deixa de oferecer contestação. 
EFEITOS DA REVELIA 
 
Art. 344.  Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
 
1. PRESUNÇÃO DA VERACIDADE DOS FATOS NARRADOS NA INCIAL 
 
Este efeito esta diretamente ligado à ausência da contestação, fazendo com que os fatos constitutivos do direito do autor não se tornem controversos. 
 
Para alertar o réu a respeito da relevância da revelia, o mandado de citação deve conter tal advertência. (Art. 250,II) 
 
Diante da revelia (falta de contestação) pode ocorrer o julgamento antecipado da lide, dispensando-se, inclusive a audiência de instrução e julgamento. 
 
Isto porém, não quer dizer que a revelia importe automático julgamento de procedência do pedido – Pode haver improcedência! 
Situações em que o Código (art. 345, CPC) afastou os efeitos da revelia, não induzindo a presunção de veracidade quando: 
 
Art. 345.  A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
 
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; (inicial desacompanhada de procuração do advogado ou do contrato em que se pede a rescisão)
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.
CITAÇÃO POR EDITAL ou POR HORA CERTA: Discute-se a eficácia da revelia nos casos de citação por edital ou com hora certa, em que a ciência do réu é apenas presumida. (Art. 253)
 
CURADOR: Ao réu revel, representado por curador (art. 72, II CPC) a lei faculta a contestação sem necessidade de impugnação específica, ou seja, pode-se responder a ação por meio de “negação geral”. 
Com isso, afastam-se os efeitos da revelia, não se podendo presumir verdadeiros os fatos afirmados na inicial, continuando ao autor a incumbência de provar os fatos constitutivos do seu direito. 
2. REVELIA - DESNECESSIDADE DE INTIMAÇÃO DOS ATOS DO PROCESSO - ART. 346
 
Não comparecendo o réu e não constituindo advogado nos autos, os prazos fluirão da simples data da publicação do ato decisório no órgão oficial - O réu não é mais intimado para os demais atos do processo.
 
Todavia, poderá o réu ingressar no processo - em qualquer fase - recebendo-o no estado em que se encontrar. 
RECONHECIMENTO DA PROCEDÊNCIA DO PEDIDO
 
Além da resposta e da revelia, existe uma terceira atitude que o réu pode tomar frente à ação ajuizada:
RECONHECER A PROCEDÊNCIA DO PEDIDO DO AUTOR, fato que leva ao julgamento antecipado do processo, com solução do mérito (art. 487, III "a", CPC). 
 
O reconhecimento do pedido não se confunde com confissão, que é apenas meio de prova e se refere a um ou alguns fatos arrolados pela parte contrária. 
O reconhecimento tem por objeto o próprio pedido do autor, como um todo. 
 
Pode ser reconhecido por meio de petição, inclusive no prazo de contestação. 
DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES – ART. 347
 
Encerrado o prazo destinado à defesa (contestação) os autos serão conclusos ao Juiz, determinará uma das seguintes providências: 
 
I – Especificação de provas à produzir; (art. 348)
II – determinar a ouvida do autor em 15 (quinze) dias, sobre fato impeditivo, modificativo ou extintivo do seu direito, invocado pelo réu na contestação. (art. 350) – RÉPLICA 
IV – determinar a ouvida do autor, em 15 (quinze) dias sobre as preliminares do art. 337, quando arguidas pelo réu, ou mandar suprir em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias as irregularidades ou nulidades sanáveis que encontrar. (art. 352) 
Cumpridas as providências acima, ou não havendo necessidade delas, a exemplo de quando ocorre a revelia, o juiz proferirá decisão conforme o estado do processo: saneando o processo, fazendo o complexo exame dos pressupostos processuais ou decidindo o mérito, se for o caso. 
RÉPLICA DO AUTOR
RÉPLICA DO AUTOR: Consiste em facultar ao autor o direito de réplica à resposta do réu, também usualmente chamada de IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO. Oportunidade em que também se manifestará sobre os documentos juntados à defesa. 
 
Em duas situações específicas, obrigatoriamente será intimado o autor para replicar: 
 
I – Quando o demandado, reconhecendo o fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor; (Art. 350)
II – Quando, em preliminar da contestação, for alegada qualquer das matérias enumeradas no art. 337 (Art. 351)
 
Em ambos os casos, para manter a observância do princípio do contraditório, será facultado ao autor replicar a resposta do réu, bem como produzirprova documental, tudo no prazo de 15 (quinze) dias. 
JULGAMENTO ANTECIPADO 
 Art. 355 e 356 do CPC
 
O novo Código de Processo Civil, manteve a possibilidade do JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO, já previsto no código antigo, e inova ao possibilitar ao magistrado o julgamento antecipado PARCIAL do mérito. 
 
O julgamento conforme o estado do processo constituiu um ENCURTAMENTO DO PROCEDIMENTO, basicamente deixa-se de seguir o procedimento comum porque é desnecessário. 
 
Assim, a extinção do processo pode ocorrer em relação ao litígio no TODO ou em PARTE. 
 
Julgamento Antecipado da Lide ou do Mérito : (Art. 355 CPC)
 
No momento do julgamento conforme o estado do processo, o Juiz examinará o pedido do autor e poderá proferir sentença definitiva, sem a realização de audiência de instrução e julgamento, quando: 
 
-Não houver necessidade de produção de outras provas
- Ocorrer a revelia (não há contestação) e não houver requerimento de prova.
 
Nesses casos a realização de audiência de instrução e julgamento é ato inútil, devendo o Juiz preservar a celeridade na prestação jurisdicional e que encontra regra no artigo 139, II do Código de Processo Civil que determina ao Juiz “velar pela duração razoável do processo”. 
Do Julgamento Antecipado Parcial do Mérito (Art. 356)
Art. 356.  O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
§ 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida.
§ 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.
§ 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento - (DECISÃO INTERLOCUTÓRIA)
DA ORGANIZAÇÃO DO PROCESO 
 
DESPACHO SANEADOR - ART. 357 
 
Depois de realizado o contraditório entre as partes, e não sendo o caso de julgamento antecipado, o juiz procederá à organização do processo e prepará-lo para a instrução e o respectivo julgamento. 
 
Assim, no saneamento do processo, o juiz: 
 
- Resolverá as questões processuais pendentes 
- Delimitará as questões controvertidas pedindo às partes que especifiquem as provas que pretendem produzir. 
- Definirá a quem compete o ônus da prova
- Delimitará o que é relevante para o julgamento
- Designará audiência de instrução e julgamento 
SANEAMENTO DO PROCESSO
Produção de Testemunhas: Caso seja requerida a produção de prova oral (testemunhal) o Juiz fixará prazo não superior a 15 dias para que as partes apresentem o rol de testemunhas. (Art. 357 §4º).
 
Número de Testemunhas: Não superior a 10 (dez), sendo 3, no máximo para cada fato . (Art. 357 §6º).
DA EXTINÇÃO DO PROCESSO (art. 354, CPC)
 
No julgamento conforme o estado do processo, o juiz declarará a extinção do processo sem apreciar o mérito da causa (direito do autor), nas hipóteses previstas nos artigos 485 e 487 incisos II e III, e proferirá sentença, ou seja: 
 
Art. 485.  O juiz não resolverá o mérito quando:
 
I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
VIII - homologar a desistência da ação;
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código.
§1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias.
 
§2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado.
 
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
 
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação.
 
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.
 
§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu.
 
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.
 
Em todos esses casos a sentença do juiz será TERMINATIVA (sem julgamento de mérito) pois os aspectos analisados são apenas FORMAIS, isto é são ligados ao exame de admissibilidade do processo tão-somente, sem ferir o mérito da causa.
Poderá também o Juiz, segundo o art. 354, proferir julgamento conforme o estado do processo, para extingui-lo antecipadamente, com solução de mérito nos casos do art. 487, II e III, ou seja: 
 
I – quando o réu reconhecer a procedência do pedido formulado na ação ou reconvenção;
II – quando houver transação entre as partes;
III – quando ocorrer decadência ou prescrição; 
IV – quando se verificar renúncia à pretensão formulada na ação ou reconvenção; 
 
Extinção do Processo
Em todos esses casos do art. 487 II e III, o Juiz embora nem sempre dê a solução própria a lide, profere sentença DEFINITIVA, com composição do mérito da causa, não obstante limitar-se às vezes a apenas homologar o acordo das partes.
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO (ART. 358 e ss.)
 
A audiência de instrução e julgamento é realizada para que sejam ouvidos o perito e o assistente técnico (art. 361, I) para que sejam prestados os depoimentos pessoais e inquiridas as testemunhas (art. 361, II e III) e para que, se possível, seja julgado o mérito (art. 366). 
 
A audiência é pública (salvo os processos que correm em segredo de justiça). Qualquer interessado tem o direito de assisti-la. 
AUDIENCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
Aberta a audiência, o juiz será o presidente e condutor dos atos, exercendo inclusive o poder de polícia (art. 360). O juiz tentará inicialmente CONCILIAR as partes. 
 
Designada audiência, os advogados das partes serão intimados. No ato, as provas serão produzidas preferencialmente na seguinte ordem: 
 
I - O perito e seus assistentes técnicos que responderão os quesitos e esclarecimentos; 
II - prestarão depoimentos pessoais o Autor e depois o Réu; 
III - Serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo Autor e pelo réu (art. 368)
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
No momento do depoimento, os advogados das partes e o Ministério Público são apenas ouvintes, só poderão intervir com autorização do Juiz. A cada um será dada a oportunidade de fazer perguntas. (Art. 361 parágrafo único)
 
Encerrada a coleta da prova oral, o Juiz dará a palavra para o advogado do autor e ao réu, bem como ao MP, se for o caso de sua intervenção, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogável por mais 10 min, para as chamadas ALEGAÇÕES FINAIS. (Art. 364)
Se o processo apresentar questões complexas de fato ou de direito, as alegações orais poderão ser substituídas por MEMORIAIS (art. 364§2º) em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias. 
 
Encerrado o debate e oferecidas as alegações finais, diz o CPC o Juiz proferirá sentença em audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias - Art. 366.
UNIDADE DA AUDIÊNCIA E POSSIBILIDADE DO SEU DESDOBRAMENTO - ART. 365
 
A audiência de instrução e julgamento é una e contínua. Apenas quando não for possível concluir num só dia, a instrução e o debate e o julgamento é que o Juiz marcará seu prosseguimento para o próximo dia (Art. 365). 
 
Não confundir audiência continuada/desdobrada com audiência redesignada ou remarcada. A primeira é continuação do ato que já se iniciou, e que por alguma razão não foi possível concluir no mesmo dia, a segunda se quer iniciou, e por isso é redesignada. 
PROVA 
 
Às partes não basta simplesmente alegar os fatos, para que a sentença declare o direito, é preciso antes de tudo, que o juiz se certifique da verdade dos fatos alegados, o que se dá através das provas. 
 
Conceito: Provas são os elementos de convicção do julgador, produzidos nos autos para tentar demonstrar a veracidade de fatos alegados pelas partes (art. 369,CPC). 
CARACTERÍSTICAS DAS PROVAS
 
Toda prova há de ter um objeto, uma finalidade, um destinatário, e deverá ser obtida mediante meios e métodos determinados. 
 
A prova judiciária tem como objeto os fatos deduzidos pelas partes em Juízo. 
 
Sua finalidade é a formação da convicção em torno dos mesmos fatos. 
O destinatário é o juiz, pois é ele que deverá se convencer da verdade dos fatos para dar solução jurídica ao litígio. 
 
Os meios legais de prova são os previstos no art. 369 a 484 do CPC, mas além destes o Código permite outros não especificados, desde que “moralmente legítimos” (art. 369). 
 
O método é o sistema processual preconizado legalmente para o emprego dos meios de prova que forma o procedimento probatório minuciosamente regulado pelo Código e que deve ser observado pelas pates e pelo juiz para apuração da verdade fática.
OBJETO DA PROVA
 
Os meios legais de prova e os moralmente legítimos são empregados no processo “para provar a verdade dos fatos em que se funda a ação ou a defesa” (art. 369). São, pois, os fatos litigiosos o objeto da prova.
 
Com relação aos fatos, a prova pode ser direta ou indireta. Direta é a que demonstra a existência do próprio fato narrado nos autos. Indireta, a que evidencia um outro fato, do qual, por raciocínio lógico se chega a uma conclusão a respeito dos fatos dos autos. É o que se denomina também de prova por presunção. 
Só os fatos relevantes para a solução da lide devem ser provados, não os impertinentes e inconsequentes. 
Assim, compete ao juiz fixar, em audiência, os fatos a serem provados. (arts. 357, II). Ex.: Quando as partes pretendem a produção de provas que não dizem respeito aos autos. 
 
Há certos fatos que, embora arrolados pelas partes e relevantes para o processo, não reclamam prova para serem tidos como demonstrados (Art. 374 CPC). Assim, não dependem de prova os fatos: 
I – Notórios; (aqueles de conhecimento geral, como datas históricas, situações geográficas, datas históricas). 
II – Afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III – Admitidos no proceso, como incontroversos; (revelia - exceção: direitos indisponíveis)
IV – Em cujo favor milita presunção legal de existência ou veracidade (filho nascido nos 300 dias subsequentes a dissoluçào da sociedade conjugal não precisa provar que sua concepção se deu na constância do casamento – art. 1.597,II, CC)
ONUS DA PROVA 
 
O art. 373 do Código de Processo Civil estabelece as regras gerais relativas à distribuição do ônus da prova, partindo da premissa básica de que quem alega deve provar a veracidade do fato. 
 
Dessa forma, impõe-se ao AUTOR a comprovação dos fatos constitutivos do seu direito, enquanto do RÉU exige-se a prova dos modificativos, impeditivos ou extintivos do direito do autor. 
O ônus da prova vem ser portanto, a necessidade de provar para vencer a causa, de modo que o litigante assume o risco de perder a causa se não provar os fatos alegados. 
 
Há no entanto situações em que ocorre a inversão das regras do ônus da prova, cujo objetivo é facilitar a defesa do direito de uma das partes em litígio, conforme preceitua o artigo 373 §1º e tais como no Código de Defesa do Consumidor. 
O CDC exige em seu art. 6º dois requisitos para a inversão do ônus da prova: 
 
Hipossuficiência: Desproporcionalidade financeira na relação existente entre quem presta o serviço ou o produto e aquele que o adquire ou o recebe. 
Verossimilhança: É o juízo de probabilidade da alegação deduzida pela parte ser verdadeira. Deve haver algum sinal de verdade. 
 
A soma desses dois critérios (hipossuficiência + verossimilhança) permite a inversão do ônus da prova que deve sempre ser requerida na petição
CONVENÇÃO SOBRE O ÔNUS DA PROVA (art. 373 §3º,) 
 
Como as partes têm disponibilidade de certos direitos e do próprio processo, é perfeitamente lícito que, em cláusula contratual, se estipulem critérios próprios a respeito do ônus da prova, para a eventualidade de litígios a respeito do cumprimento do contrato.
Isto, porém, só será admissível quando a cláusula referir-se a direitos disponíveis ou, quando não tornar impraticável o próprio direito da parte. 
 
Assim, o artigo 373 §3º declara não haver possibilidade de convenção acerca do ônus da prova, quando: 
 
I – recair sobre direito indisponível da parte; 
II – tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
PODER PROBATÓRIO DO JUIZ ART. 370 CPC
 
De acordo com o artigo 370 do CPC., cabe ao Juiz determinar, de ofício ou a requerimento das partes ou MP, a produção das provas necessárias à apreciação do mérito, impedindo a realização de diligências inúteis ou protelatórias. 
 
O Juiz tem o poder-dever, de acordo com o CPC, quando os fatos ainda não lhe parecerem esclarecidos, de determinar prova de ofício, independentemente do requerimento da parte.
ILICITUDE E ILEGITIMIDADE DA PROVA 
 
A prova ilícita pode ser tomada como aquela contrária a norma constitucional e toda ordem jurídica infraconstitucional ou ainda, aquela que confronta com os princípios fundamentais da Constituição. 
 
A Constituição Federal, em seu art. 5º, LVI, determina de modo expresso que não poderão ser admitidas as provas obtidas por meio ilícito. 
 
O Código de Processo Civil, art. 369, diz que a parte poderá provar seu direito por quaisquer meios LEGAIS e os moralmente legítimos.
O ponto divergente está em saber o exato significado de meio de prova moralmente ilegítimo, entendendo, Washington de Barros Monteiro (Curso de Direito Civil, p. 3, apud Silva, Cesar Antonio da, Ônus e qualidade da prova civil, p. 22) diz que “o direito e a moral possuem relação intíma, o que impossibilita que qualquer das partes se valha de meios probatórios que possam de qualquer forma atingir a honra, a ética, os bons costumes sociais.”
 
Exemplo de prova moralmente ilegítima: Embebedar uma testemunha para obter a confissão ou para assinar documento importante. 
MOMENTOS DA PROVA ou FASE DO PROCEDIMENTO PROBATÓRIO
 
I – Proposição ou requerimento da prova: Como regra, para o autor a prova deve ser requerida na inicial e para o réu, na contestação. Exceções ocorrem quando é trazido ao processo fato novo. 
 
II – Admissão: Juízo quanto ao cabimento, pertinência, relevância e necessidade da prova. Como regra tem lugar na fase do saneamento do processo, muito embora a admissibilidade dos quesitos ao perito ocorra quando da sua formulação pelas partes e cada pergunta à testemunha passe pelo crivo de admissão do juiz no momento da audiência.
MOMENTOS DA PROVA
III – Produção: Momento em que a prova adentra ao processo, visando formar o convencimento do Juízo. A prova pericial é produzida por escrito, mediantea apresentação de um laudo, já a testemunhal é produzida em audiência. 
 
IV – Valoração: É a atribuição do valor da prova produzida pelo Juiz em sentença. Pode o juiz convencer-se livremente com qualquer das evidências presentes nos autos, desde que justifique os motivos pelos quais entende que certa prova gera o convencimento (Art. 371). 
PROVA EMPRESTADA
 
Denomina-se prova emprestada aquela que foi colhida em outro processo, seja entre as mesmas partes ou não. 
 
Normalmente, a prova deve ser produzida dentro do próprio processo, sob o crivo do contraditório; contudo, não há impedimento legal para que a parte interessada faça a juntada, ou requeira que o juízo oficie, solicitando o traslado de, por exemplo, depoimentos ou perícias colhidas em outro processo.
 
Neste caso, caberá ao Juiz valorar a prova segundo as circunstâncias e o tempo em que foi obtida. 
ANTECIPAÇÃO DE PROVA
 
Em regra, a produção da prova ocorre no curso do processo, especialmente em audiência de instrução e julgamento. 
Excepcionalmente, essa produção pode ocorrer em momento diverso, como ocorre com a prova pericial, com a inspeção judicial e com a prova documental. 
Pode ocorrer que uma prova, que é relevante para o processo corra risco de desaparecer antes que a audiência seja designada, ou então, pode ser que a prova seja necessária para se analisar a necessidade de propositura de ação ou não.
 
Por isso o CPC possibilita, que mesmo antes que se proponha a ação, seja possível a obtenção da prova. 
 
Assim o interessado na obtenção da prova, deve pleitear ao Juiz, através de petição inicial fundamentada com um dos requisitos do artigo 381.
ATA NOTARIAL – ART. 384
 
Inovação trazida pelo CPC 2016 é a prova através de Ata Notarial. 
 
"Ata notarial é a descrição, por tabelião, de fato por ele verificado, que passa a ter a presunção de verdadeiro para todos os efeitos, em juízo ou fora dele." (POISL, Carlos Luiz. Idealizador da ata notarial na Lei 8.935/94). 
 
Normalmente a Ata Notarial é utilizada para extrair informações de sites da internet e mensagens de celulares. Meio de prova muito eficaz. 
MEIOS DE PROVA
I – Depoimento pessoal (arts. 385-388): É o meio de prova destinado a realizar o interrogatório da parte no curso do processo. 
 
Aplica-se tanto ao autor como ao réu, pois ambos se submetem ao ônus de comparecer em juízo e responder ao que lhe for interrogado pelo juiz (art. 379, I) 
 
A iniciativa da diligência processual pode ser da parte adversa (art. 385) ou do próprio juiz. Autor pede o depoimento do réu, e vice-versa. 
DEPOIMENTO PESSOAL
Art. 385, §1º e 2º: A parte será intimada pessoalmente, através de mandado, cujo documento constará o alerta de que “se presumirão confessados os fatos contra ela alegados, caso não compareça, ou, comparecendo, se recuse a depor”, neste caso, o juiz lhe aplicará a pena de confissão. 
 
O momento processual para ouvida da parte contrária é a audiência de instrução e julgamento, antes do depoimento testemunhal, devendo as questões (perguntas) serem dirigidas ao Juiz, não podendo ser direcionadas diretamente para parte. 
 
Será tomado o depoimento pessoal na seguinte ordem: primeiro o AUTOR, depois o RÉU. (art. 361, II). 
DEPOIMENTO PESSOAL
O advogado do próprio depoente não poderá realizar perguntas, podendo no máximo acompanhá-lo ou apresentar indagações. 
 
A parte que ainda não prestou depoimento deverá retirar-se da sala de audiências, pois não poderá assistir o interrogatório da outra parte. (art. 385, §2º)
 
O depoimento pessoal deve limitar-se aos fatos controvertidos no processo. Seu objeto específico são os fatos alegados pela parte contrária, como fundamento de seu direito. 
DEPOIMENTO PESSOAL
Poderá, no entanto, a parte, requerer a dispensa da ouvida da parte contrária, decidindo o juiz de plano sobre a ouvida ou não. Sendo relevante a prova, o próprio juiz poderá determinar o depoimento pessoal. 
 
As respostas ao interrogatório devem ser orais, não podendo a parte utilizar de escritos ou documentos preparados para o ato, autorizadas apenas anotações breves. (Art. 387)
 
O depoimento pessoal será reduzido a termo, assinado pelo juiz, pelo interrogado e pelos advogados presentes ao ato. 
 
O depoimento pessoal da pare que residir em comarca diversa daquela que tramita o processo, poderá ser colhido por videoconferência ou outro recurso tecnológico equivalente (Art. 385 §3º)
DEPOIMENTO PESSOAL
Exceções previstas no artigo 388, que dispõe não estar a parte obrigada a depor sobre: 
 
I – fatos criminosos ou torpes, que lhe forem imputados; e 
II – fatos a cujo respeito, por estado ou profissão deva guardar sigilo; (ex.: formulas de medicamentos, sigilos bancários). 
III - acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu companheiro ou de parente em grau sucessível;
IV - que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III.
Parágrafo único.  Esta disposição não se aplica às ações de estado e de família.
 
CONFISSÃO – ART. 389
Conceito: Há confissão quando, segundo o art. 389, “a parte admite a verdade de um fato contrário ao seu interesse e favorável ao adversário”. Pode ser feita em juízo ou fora dele.
 
É a confissão apenas um meio de prova, que, como os demais, se presta a formar a convicção do julgador em torno dos fatos controvertidos na causa, não quer dizer com isto que a ação vá ser julgada procedente. 
Em regra a confissão deve conter: 
I – o reconhecimento de um fato alegado pela outra parte; 
II – a voluntariedade desse reconhecimento;
III – um prejuízo para o confitente, em decorrência do reconhecimento;
Classificação:
 
Confissão Judicial: Que pode ser provocada (depoimento pessoal) ou espontânea (a parte ou mandatário comparece espontaneamente ao processo, através de petição)
Confissão Extrajudicial: Quando formulada fora do processo, através de forma escrita ou oral, perante a parte contrária ou terceiros.
 
Ambas têm a mesma validade e eficácia probatória. Todavia, quando feita oralmente, só terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal (Art. 394)
Efeitos da Confissão: 
A confissão costuma ser chamada de “rainha das provas”, pela maior força de convicção que gera no espírito do juiz. 
 
Seus principais efeitos são: 
 
A) fazer prova plena contra o confitente, e 
B) suprir, em regra, eventuais defeitos formais do processo.
 
A eficácia da confissão é plena e irretratável. Uma vez proferida a confissão não mais se retrata. 
Somente quando restar provado vício de consentimento (erro ou coação) poderá a parte pleitear revogação de confissão (art. 394) por meio de Ação Anulatória (quando o processo ainda estiver pendente) ou Ação Rescisória (se já houve sentença transitada em julgado). 
 
A legitimidade para propor essas ações é exclusiva do próprio confitente. Mas se, depois de iniciada a causa, vier a falecer, seus herdeiros poderão dar-lhe prosseguimento. 
INDIVISIBILIDADE DA CONFISSÃO
Art. 395.  A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável, porém cindir-se-á quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.
 
Esta regra, contudo, não é absoluta, pois a segunda parte o referido artigo (395) prevê a possibilidade da confissão ser cindida quando o confitente lhe aduzir fatos novos, possíveis de constituir defesa de direito material ou reconvenção. Se aduzir fatos novos incumbe ao réu prová-los. 
Exibição de Documentos ou Coisa (arts. 396-404, CPC)
 
Conceito: Poder conferido ao juiz, de determinar a exibição de documento ou coisa que se ache na posse da parte ou de terceiros, sempre que o exame desses bens for útil ounecessário para a instrução do processo. 
 
Momento Processual: Normalmente após a citação do réu. Na fase da organização do processo (saneamento), quando verificada a necessidade da prova.
Legitimação: Pode provocá-la o juiz, de ofício, ou a requerimento de uma das partes, ou de interveniente no processo. 
 
A medida não é arbitrária, de modo que o requerente há de demonstrar interesse jurídico na exibição, e o juiz só poderá denegá-la se concluir que o documento ou coisa visada pelo requerente não tem conexão com o objeto da lide ou nenhum influência terá no julgamento. 
 
O legitimado passivo pode ser uma das partes envolvidas no processo ou o terceiro detentor da coisa ou documento. 
Procedimento e Efeitos da Exibição: 
 
O pedido de exibição é formulado através de um incidente processual destinado à aquisição da prova. 
Quando o pedido é contra a parte adversa, o incidente ocorre dentro dos autos. 
São requisitos do pedido: (art. 397)
 
I – a individuação tão completa quanto possível do documento ou da coisa; 
II – a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou a coisa; 
III – as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe e se acha em poder da parte contrária. 
 
Deferido o pedido exibitório, a parte contrária será intimada na pessoa de seu advogado, para no prazo de 05 (cinco) dias dar sua resposta (art. 398)
Prevê o art. 399, os casos em que o juiz, obrigatoriamente, não deverá admitir a recusa do promovido em exibir, e que são: 
 
I – quando o requerido tiver obrigação legal de exibir (livros mercantis, documentos públicos). 
 
II – quando o requerido aludiu ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir prova. Não poderá ser recusada em razão de que o requerido afirmou no processo a sua existência. 
 
III – quando o documento, por seu conteúdo, for comum às partes. Quando a declaração contida no documento relaciona-se as duas partes.
Segundo o art. 404, a parte e o terceiro poderão deixar de exibir os documentos quando: 
 
I –for concernente a negócio da própria vida da família
II – a apresentação poderá violar dever de honra; 
III – a publicidade do documento redundará em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consangüíneos ou afins até o terceiro grau; ou lhes representará perigo de ação penal;
IV – a exibição acarretará a divulgação de fatos, a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo. (sigilo profissional)
V – subsistem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da exibição; 
VI - houver disposição legal que justifique a recusa da exibição.
 
Com relação ao sigilo profissional, convém ressaltar que essa escusação não pode ser vista como obstáculo absoluto à investigação judicial, pois, em razão do interesse público, poderá o juiz ordenar a quebra do sigilo profissional. 
 
O julgamento de incidente de exibição contra parte, seja de procedência ou improcedência, é sempre conteúdo de decisão interlocutória, que desafia AGRAVO. 
Exibição Requerida contra Terceiro
 
O pedido de exibição quando formulado contra quem não é parte no processo principal, provoca a instauração de um novo processo, em que são partes o pretendente à exibição e o possuidor do documento ou coisa. 
 
Este incidente deverá ser processado em autos próprios, em apenso ao processo principal, e será julgado por sentença. O recurso cabível é o de APELAÇÃO. 
A petição inicial conterá também os requisitos do art. 397. 
Se deferida, o juiz mandará que o terceiro seja citado para responder em 15 (quinze) dias, podendo, tal como a parte, exibir, silenciar ou contestar o pedido. (Art. 401)
 
Negada a exibição, através de contestação, seguir-se-á a fase de instrução podendo inclusive ocorrer o depoimento pessoal das partes e de testemunhas em audiência de instrução e julgamento. 
A sentença que acolher o pedido, será condenatória, ordenando o juiz que o terceiro que deposite o documento ou a coisa em cartório ou noutro lugar, no prazo de 05 (cinco) dias, atribuindo-lhe ainda o ônus das despesas do depósito. (Art. 403)
 
Transcorrido o prazo de 5 dias, da intimação da sentença, e não sendo cumprida a ordem, o juiz expedirá mandado de busca e apreensão, requisitando, se necessário, força policial para efetivar o depósito do objeto. 
PROVA DOCUMENTAL (arts. 405 a 438) 
 
Conceito: É qualquer coisa (idônea) capaz de demonstrar a existência de um fato. 
Compreendendo-se em sentido lato, não apenas os escritos, mas também desenhos, fotografias, filmes, gravações sonoras, etc. 
 
Em sentido estrito, quando se fala em prova documental, refere-se especificamente a documentos escritos, onde o fato vem registrado através da palavra escrita, em papel ou outro material adequado.
Os documentos poder ser divididos em PÚBLICOS e PARTICULARES: 
 
1) Documento público: é o formado perante e por autoridade pública no exercício de suas atribuições legais e que tenha aptidão para lhe conferir fé pública, isto é, presunção de veracidade e autenticidade.
 
Essa presunção de veracidade dos documentos públicos é relativa, visto que pode ser afastada por prova contrária. Ex.: Quando emitidos com fraude. 
DOCUMENTO PÚBLICO
DOCUMENTO PÚBLICO 
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Para que a presunção de veracidade dos documentos públicos alcance o fato em si, é necessário que tenha ocorrido na presença do funcionário público.
Os documentos públicos contém afirmações que se referem: 
a) às circunstâncias de formação do ato, como data, local, nome e qualificação das partes, etc., e 
b) às declarações de vontade, que o oficial ouvir das partes; 
 
Os documentos públicos, segundo as fontes enunciadas pelo art. 405, podem ser: 
a) JUDICIAIS: quando elaborados por escrivão relativos a atos processuais ou peças dos autos. Ex.: certidões de intimação.
b) NOTARIAIS: quando provenientes de tabeliães ou oficiais de Registros Públicos e extraídos de seus livros e assentamentos. Ex.: Matrícula ou Escritura Pública de Imóveis. 
c) ADMINISTRATIVOS: Quando oriundos de outras repartições públicas. Ex.: Certidão negativa de débito da Prefeitura Municipal. 
2) Documento Particular: é aquele para cuja formação não contribuiu qualquer agente público exercendo função pública.
 
A declaração contida em documento particular, desde que assinado pelo declarante, dispensa qualquer outro meio probatório, a fim de provar a sua existência, pois milita a presunção de veracidade em favor do autor do documento.
 
É indiferente que a redação do texto tenha sido manuscrita, digitada ou impressa. 
O magistrado possui liberdade de conceder o valor que entender pertinente a cada uma das provas, e mesmo sem existir qualquer espécie de hierarquia entre elas, sem dúvida alguma, a prova documental, quando autêntica e validamente constituída, em muito socorre o julgador a se aproximar da realidade fática. 
 DOCUMENTOS EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Quando um documento estiver redigido em língua estrangeira, seja público ou particular, só poderá ser juntado ao processo, quando acompanhado de sua tradução para língua portuguesa (no caso do Brasil) firmada por tradutor juramentado. 
ART. 408 – PRESUNÇÃO DE AUTENTICIDADE
O documento particular na forma escrita, normalmente necessita da assinatura do obrigado em seu conteúdo, entretanto a assinatura não é indispensável, pois o requisito é que se tenha certeza de que o autor obrigado no documento esteja ciente do seu conteúdo. 
Desta forma, dependendo da natureza e o costume é dispensável a assinatura para comprovar a autoria do documento, como no caso do bilhete de estacionamento, da entrada em estádios de futebol, cinema, etc. 
Art. 411.  Considera-se autêntico o documento quando:

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