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Biologia Morfofuncional - Respiratório - Fisiologia - Respiração ao esforço

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Exercício
As demandas das trocas gasosas do pulmão são enormemente aumentadas pelo exercício, crescimento reflete a grande 
dependência do carboidrato em lugar da gordura para a produção da energia necessária. O coeficiente de respiração, R, 
muitas vezes, atinge níveis ainda mais elevados durante o estado de desequilíbrio do exercício intenso quando ácido láctico é
produzido pela glicólise anaeróbica, e mais C02 é, portanto, eliminado do bicarbonato. Além disso, há maior eliminação de C02, 
uma vez que a concentração de H + mais elevada estimula os quimiorreceptores periféricos, incrementando, assim, a ventilação.
O exercício é convenientemente estudado em uma esteira ou bicicleta ergométrica. À medida que a taxa de trabalho (ou força) 
aumenta, o consumo de oxigênio cresce de maneira linear. Entretanto, acima de uma determinada taxa de trabalho, a Vo2 se 
torna constante, sendo conhecida como Vo2 máx.
O aumento da taxa de trabalho acima desse nível pode ocorrer apenas por meio da 
glicólise anaeróbica.
Inicialmente, a ventilação também se intensifica de forma linear quando comparada à 
taxa de trabalho ou Vo2. No entanto, em valores elevados da Vo2, a ventilação 
aumenta com mais rapidez em função do ácido láctico liberado, o que incrementa o 
estímulo ventilatório. Às vezes, ocorre uma ''quebra'' clara na inclinação; isso tem sido 
chamado de limiar anaeróbico ou limiar de ventilação ou limiar de lactato.
Muitas funções do sistema respiratório mudam em resposta ao exercício.
A capacidade de difusão do pulmão se amplia em decorrência dos aumentos da 
capacidade de difusão da membrana, DM, e do volume de sangue nos capilares 
pulmonares, Vc. Essas alterações acontecem por conta do recrutamento e da 
distensão dos capilares pulmonares, sobremaneira nas partes superiores do pulmão. 
De modo geral, a capacidade de difusão cresce pelo menos três vezes. Todavia, alguns 
atletas de elite em níveis de trabalho extremamente altos demonstram queda na Po 2 
arterial causada pela limitação da difusão, em função do tempo reduzido disponível 
para transporte de oxigênio nos capilares pulmonares.
O débito cardíaco cresce linearmente com o nível de trabalho em decorrência dos 
aumentos de frequência cardíaca e volume sistólico. No entanto, a alteração do débito 
cardíaco é de apenas um quarto da elevação da ventilação (em L/min).
O Vo2 maior é ocasionado tanto pelo aumento do débito cardíaco quanto da diferença de 
02 arteriovenosa decorrente da diminuição da concentração de oxigênio no sangue 
venoso misto. 
O débito cardíaco maior é associado a elevações das pressões pulmonares arterial e 
venosa, o que é responsável pelo recrutamento e pela distensão dos capilares pulmonares. 
A resistência vascular pulmonar diminui.
Em indivíduos normais, o desequilíbrio entre ventilação-perfusão diminui durante o 
exercício moderado em razão da distribuição regional mais uniforme do fluxo sanguíneo. 
Entretanto, já que o grau de desequilíbrio entre ventilação-perfusão em pessoas normais é 
pequeno, isso tem poucas consequências. 
A curva de dissociação do oxigênio se move para a direita nos músculos em exercício em 
função da elevação da Pco2, da concentração de H+ e de temperatura. Isso ajuda na 
liberação de oxigênio para os músculos. Quando o sangue retorna para o pulmão, a 
temperatura sanguínea diminui um pouco, e a curva sofre desvio para a esquerda. 
Nos tecidos periféricos, capilares extras se abrem, reduzindo assim a distância da via de 
difusão para a mitocôndria. A resistência vascular periférica diminui, pois o débito 
cardíaco não está muito associado à elevação da pressão arterial média, pelo menos 
durante o exercício dinâmico, como a corrida. No exercício estático, como o levantamento 
de peso, pode ocorrer grande elevação da pressão arterial sistêmica. O treinamento com 
exercícios aumenta o número de capilares e mitocôndrias no músculo esquelético.
A marcante intensificação da ventilação que ocorre durante o exercício ainda não está 
bem explicada. Entretanto, o resultado final é que a Po2, a Pco2 e o pH arteriais são pouco 
afetados pelo exercício moderado. Com frequência, em níveis de trabalho muito altos, a 
Pco2 cai, a Po2 aumenta, e o pH diminui em razão do ácido láctico.
 Fisiologia Respiratória ao Esforço
 (Heloá Kapor de Brito)
 Página 1 de Fisiologia

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